introdução à engenharia natural - icaam - Universidade de Évora
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Nascentes para a Vida45Neste quadro, a prevenção e correcção <strong>de</strong>sta só po<strong>de</strong>m ser conseguidas agindo aonível do solo (aumentando a sua coesão e resistência estrutural <strong>à</strong> acção erosiva da gota<strong>de</strong> água), reduzindo os <strong>de</strong>clives e o comprimento dos trajectos <strong>de</strong> escoamento livre,reduzindo a energia <strong>de</strong>sses escoamento e a sua <strong>de</strong>corrente capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> arranquee transporte e, finalmente, garantindo uma cobertura eficaz do solo protegendo-o daacção das gotas <strong>de</strong> chuva.A vegetação, através do seu aparelho aéreo (que amortece e <strong>de</strong>svia as gotas <strong>de</strong> chuva eque aumentando a rugosida<strong>de</strong> da superfície da encosta retarda o escoamento e retiralheenergia), do seu aparelho radicular (que arma e estrutura e solo (particularmente nosestratos superficiais mais susceptíveis <strong>à</strong> erosão e particularmente no caso das herbáceascom relevo para as gramíneas) e através da dinamização dos processos orgânicos emicrobiológicos do solo (contribuindo para a humificação e a formação <strong>de</strong> compostosorgânicos estruturantes das partículas <strong>de</strong> solo) tem um papel incontornável e semprecrescente na prevenção e correcção dos processos erosivos.Importa ainda referir, em termos das abordagens <strong>de</strong> Engenharia Natural, que naprevenção e controle da erosão ainda têm <strong>de</strong> ser referidos os sistemas vivos ou inertesque actuam sobre os factores <strong>de</strong> <strong>de</strong>clive e comprimento (incluem-se aqui todos ossistemas lineares <strong>de</strong> drenagem e <strong>de</strong> estruturação da superfície da encosta (entrançados,fascinas, gra<strong>de</strong>s <strong>de</strong> vegetação, etc.)) assim como os sistemas que permitem o controledo ravinamento e a recuperação <strong>de</strong>ssas mesmas ravinas e que actuam essencialmentereduzindo ou retendo o escoamento e propiciando a sedimentação.A vegetação mais a<strong>de</strong>quada para estas funções é, <strong>natural</strong>mente aquela que garante umacobertura superficial mais <strong>de</strong>nsa e contínua e uma combinação <strong>de</strong> um raizame muito<strong>de</strong>nso capaz <strong>de</strong> uma boa e resistente armação do solo combinado com um raizameprofundante capaz <strong>de</strong> uma ancoragem dos horizontes superficiais (pelo menos 50 cm).A presença <strong>de</strong> leguminosas é muito importante, não só pela natureza ancorante doseu aparelho radicular, como pelas suas funções simbióticas <strong>de</strong> fixação <strong>de</strong> azoto quecontribuem para um aumento da fertilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> solos normalmente muito pobres.Mas não é só a vegetação herbácea que contribui para a prevenção e correcção da erosãosuperficial, já que a vegetação lenhosa, ao garantir igualmente funções <strong>de</strong> cobertura,retardamento do escoamento e armação do solo (em particular as espécies comaparelhos radiculares <strong>de</strong>nsos superficiais e sub-superficiais), são também importantes“materiais <strong>de</strong> construção” nestas áreas <strong>de</strong> intervenção técnica.Já no que se refere aos movimentos <strong>de</strong> massa (escorregamento e aluimentos) o factorcrítico tem a ver com a força <strong>de</strong> atrito interno do material (τ) o qual é função da coesão(c) do material, da tensão vertical a que está sujeito (σ) e do ângulo <strong>de</strong> atrito específicodo material (φ) (Tab. 10):