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um ensaio sobre a religião numa era de globalização

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Revista Eletrônica do Núcleo <strong>de</strong> Estudos e Pesquisa do Protestantismo (NEPP) da Escola Superior <strong>de</strong> TeologiaVol<strong>um</strong>e 09, jan.-abr. <strong>de</strong> 2006 – ISSN 1678 6408Um Globo em busca da sua alma: <strong>um</strong> <strong>ensaio</strong> <strong>sobre</strong> a <strong>religião</strong>n<strong>um</strong>a <strong>era</strong> <strong>de</strong> <strong>globalização</strong> * Por Sturla J. Stålsett **IntroduçãoCaricaturas religiosasPermita-me começar com alg<strong>um</strong>as reflexões <strong>sobre</strong> a conjuntura atual. Aquina Noruega, temos experimentado recentemente <strong>um</strong>a situação <strong>de</strong> forte atualização ereorientação do nosso tema: o papel da <strong>religião</strong> n<strong>um</strong>a <strong>era</strong> globalizada. Refiro-me àcrise política e diplomática e a forte polêmica pública e inter-religiosa que suscitarama publicação das caricaturas do profeta Maomé. Como é bem sabido, as caricaturasforam publicadas primeiro na Dinamarca em outubro do ano passado.Posteriormente, em janeiro <strong>de</strong>ste ano, foram publicadas também na pequena revistanorueguesa Magazinet, correspon<strong>de</strong>ndo a interesses <strong>de</strong> igrejas e gruposneopentecostais <strong>de</strong>ssa região. Essas caricaturas causaram <strong>um</strong>a fúria popular <strong>de</strong> <strong>um</strong>aforça imprevista, primeiro, entre os muçulmanos na Dinamarca e, posteriormente, noOriente Médio – <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> alguns meses e como resultado <strong>de</strong> <strong>um</strong>a campanha ativa<strong>de</strong> alguns clérigos muçulmanos que viajaram à região para mostrar as caricaturas.Em poucos dias, no mês <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong>ste ano, os protestos populares haviamchegado a todos os rincões do mundo islâmico. Onze pessoas perd<strong>era</strong>m suas vidas* Palestra realizada por vi<strong>de</strong>oconferência na abertura do Seminário Internacional: Religião n<strong>um</strong>a Era<strong>de</strong> Globalização, na Escola Superior <strong>de</strong> Teologia, em São Leopoldo, RS, Brasil, ocorrida entre osdias 18 a 20 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 2006.** Doutor em Teologia pela Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Oslo, Noruega, Secretário G<strong>era</strong>l da Missão Urbana daIgreja Evangélica Lut<strong>era</strong>na da Noruega.Disponível na Internet: http://www3.est.edu.br/nepp 9


Revista Eletrônica do Núcleo <strong>de</strong> Estudos e Pesquisa do Protestantismo (NEPP) da Escola Superior <strong>de</strong> TeologiaVol<strong>um</strong>e 09, jan.-abr. <strong>de</strong> 2006 – ISSN 1678 6408com isso 3 . Ela não oferece os resultados esp<strong>era</strong>dos e anunciados. É preciso dar a ela<strong>um</strong> “rosto h<strong>um</strong>ano” 4 ; ou melhor, a <strong>globalização</strong> necessita <strong>de</strong> <strong>um</strong> sustento ético eespiritual. O globo está em busca <strong>de</strong> sua “alma”. Ele necessita <strong>de</strong> <strong>religião</strong>. Há, pois,<strong>um</strong>a <strong>de</strong>manda para a qual se oferecem diferentes formas <strong>de</strong> religiosida<strong>de</strong>.Existem pelo menos quatro candidatos à posição <strong>de</strong> “alma” do mundoglobalizado. O primeiro candidato é a espiritualida<strong>de</strong> implícita do neolib<strong>era</strong>lismo: omotor principal dos processos globalizantes. O segundo são as espiritualida<strong>de</strong>sfundamentalistas. O terceiro são as espiritualida<strong>de</strong>s experienciais 5 e carismáticas; ouseja, os grupos (neo)pentecostais. O quarto são as espiritualida<strong>de</strong>s ec<strong>um</strong>ênico-lib<strong>era</strong>ise lib<strong>era</strong>cionistas, que propõem o diálogo e a justiça social. Qual <strong>de</strong>ssas religiosida<strong>de</strong>stem maior possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> permanecer? Quem será a mais apta para obter o papel<strong>de</strong> religiosida<strong>de</strong> ou espiritualida<strong>de</strong> globalizada?O candidato tem que respon<strong>de</strong>r aos seguintes critérios: Primeiro, ele tem queoferecer <strong>um</strong> ethos que possa servir como consciência crítica, ou seja, <strong>um</strong> ethos queofereça meios <strong>de</strong> se criticar e corrigir os <strong>de</strong>svios e os excessos <strong>de</strong>strutivos da<strong>globalização</strong> atual. Essa crítica <strong>de</strong>ve ser baseada em valores com capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong>serem amplamente reconhecidos como universais e como imp<strong>era</strong>tivos. No papelconstrutivo, esse ethos tem que contribuir para a solução da tensão entre o local e oglobal, entre a particularida<strong>de</strong> e a universalida<strong>de</strong>, entre i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> étnica e culturalpor <strong>um</strong> lado e comunida<strong>de</strong> global por outro lado, entre o direito a ser diferente e odireito e a responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ser tratado <strong>de</strong> igual valor. Esse é o papel profético.Segundo, o candidato tem que oferecer <strong>um</strong> pathos à comunida<strong>de</strong> global; ou seja, eletem que possuir a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> criar emoções positivas. Tem que g<strong>era</strong>r entusiasmo,alegria e celebração. Tem que ser capaz <strong>de</strong> converter oponentes e ganhar seguidorescomprometidos. Esse é o papel carismático e missionário. Terceiro e último, o3 SOROS, 1998; STILGLITZ, 2002.4 Cf. HUMAN DEVELOPMENT REPORT, 1999: Globalization with a H<strong>um</strong>an Face, UNDP.5 COX, 1994, p. 300ss. Cf. STÅLSETT (Ed.). Spirits of globalization. London: SCM Press, 2006.Disponível na Internet: http://www3.est.edu.br/nepp 11


Revista Eletrônica do Núcleo <strong>de</strong> Estudos e Pesquisa do Protestantismo (NEPP) da Escola Superior <strong>de</strong> TeologiaVol<strong>um</strong>e 09, jan.-abr. <strong>de</strong> 2006 – ISSN 1678 6408candidato tem que oferecer <strong>um</strong> cultus, ou seja, <strong>um</strong>a maneira <strong>de</strong> se relacionar com oabsoluto, com o mistério, com o sagrado. Esse é o papel sacerdotal.Em gran<strong>de</strong> medida – para prosseguir com a metáfora do globo que procura asua alma – a escolha para a vaga mostra como se valoriza o problema <strong>de</strong> fundo na<strong>globalização</strong> e a qual a <strong>globalização</strong> alternativa – se há alg<strong>um</strong>a – aspira. Antes <strong>de</strong>avaliar os quatro candidatos segundo esses três critérios, gostaria <strong>de</strong> sustentar eaprofundar o arg<strong>um</strong>ento <strong>sobre</strong> a necessida<strong>de</strong> e a oportunida<strong>de</strong> da <strong>religião</strong> na <strong>era</strong> da<strong>globalização</strong>.Necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>religião</strong>?A <strong>globalização</strong> está doenteÉ verda<strong>de</strong> que a <strong>globalização</strong> está doente? Po<strong>de</strong>mos tomar como ponto <strong>de</strong>referência o importante relatório da Comissão Mundial <strong>sobre</strong> a Dimensão Social daGlobalização. Essa comissão foi instituída pela Organização Internacional doTrabalho (OIT) em fevereiro <strong>de</strong> 2002 e foi dirigida pelos presi<strong>de</strong>ntes da Finlândia, Srª.Tarja Halonen, e da Tanzânia, Sr. Benjamin Mkapa. O relatório final <strong>de</strong>ssa ComissãoMundial, que tem por título Por <strong>um</strong>a Globalização justa – Criar oportunida<strong>de</strong>s para todos,foi lançado em Genebra em 24 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 2004.Des<strong>de</strong> o começo, o relatório diz claramente que “a trajetória atual da<strong>globalização</strong> <strong>de</strong>ve mudar” porque “são muitos poucos os que compartilham osbenefícios que <strong>de</strong>la se <strong>de</strong>rivam, e são muito n<strong>um</strong>erosos os que carecem <strong>de</strong> voz paracontribuir no planejamento da mesma e influenciar sob o seu curso” (§ 1).Aqui é interessante observar que se prefere falar dos “benefícios” da<strong>globalização</strong>, na qual o problema é a falta <strong>de</strong> acesso a esses benefícios. Os danosdiretos <strong>de</strong>sses processos não são mencionados. Ainda que <strong>de</strong>ssa maneira se po<strong>de</strong>Disponível na Internet: http://www3.est.edu.br/nepp 12


Revista Eletrônica do Núcleo <strong>de</strong> Estudos e Pesquisa do Protestantismo (NEPP) da Escola Superior <strong>de</strong> TeologiaVol<strong>um</strong>e 09, jan.-abr. <strong>de</strong> 2006 – ISSN 1678 6408<strong>de</strong>tectar <strong>um</strong>a vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> “harmonizar” <strong>um</strong> pouco a realida<strong>de</strong>. Nesse relatório nãofaltam palavras fortes a respeito do fracasso da <strong>globalização</strong> atual. Fala-se que a<strong>globalização</strong> levou a “<strong>um</strong> a<strong>um</strong>ento da exclusão e das privações” (§ 9). Através da<strong>globalização</strong> “está se g<strong>era</strong>ndo enormes riquezas, as persistem os problemasfundamentais, que são a pobreza, a exclusão e a <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>”. Além do mais,sublinha o relatório: “a corrupção esten<strong>de</strong>u-se” e “o terrorismo mundial ameaça associeda<strong>de</strong>s abertas” (§ 11).Como causa principal <strong>de</strong>ssa situação, o relatório da Comissão Mundial <strong>sobre</strong>a Dimensão Social da Globalização assinala o seguinte: Há “<strong>um</strong> <strong>de</strong>sequilíbrio entre aeconomia e a socieda<strong>de</strong>” que “está subvertendo a justiça social” (§ 13). Entre osmuitos exemplos que mostram essa situação, <strong>de</strong>staca-se o fato <strong>de</strong> que “as normas queregem o comércio mundial favorecem com freqüência os ricos e os po<strong>de</strong>rosos epo<strong>de</strong>m prejudicar os pobres e os fracos, que se tratem <strong>de</strong> países, empresas oucomunida<strong>de</strong>s” (§ 13).Segundo a Comissão, o resultado disso é: “Os benefícios da <strong>globalização</strong>(sic!) distribuíram-se <strong>de</strong> forma <strong>de</strong>sigual, tanto <strong>de</strong>ntro dos países como entre eles.Existe <strong>um</strong>a polarização crescente entre ganhadores e per<strong>de</strong>dores. A fenda entrepaíses ricos e pobres aprofundou-se. Na África sub-saariana e na América Latina, nofinal <strong>de</strong> 1990, o número <strong>de</strong> pessoas que viviam na pobreza <strong>era</strong> maio que no começo<strong>de</strong>ssa mesma década” (§ 13).A <strong>globalização</strong> não vai bem atualmente. Não obstante, a Comissão sugereque é necessário e possível mudar essa situação, ou seja, “sup<strong>era</strong>r os problemas maisurgentes, que são a pobreza, as enfermida<strong>de</strong>s e a falta <strong>de</strong> educação” (§ 22). Aqui sefaz <strong>um</strong>a interessante referência a famosa citação <strong>de</strong> Mahatma Gandhi: « Na terra, hárecursos suficientes para satisfazer as necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> todos, mas não po<strong>de</strong> haverrecursos suficientes para satisfazer a avareza <strong>de</strong> todos» (§ 22).Disponível na Internet: http://www3.est.edu.br/nepp 13


Two Styles of Outcome Research: The Efficacy vs. Effectiveness DebateIn or<strong>de</strong>r to make any further recommendations to the clinicians at treatmentcenters, more conclusive research must be done. There are two types of outcome studiesin clinical psychology that can contribute to this knowledge base: efficacy studies an<strong>de</strong>ffectives studies. Efficacy studies have high levels of internal validity. Many ar<strong>era</strong>ndom controlled trials with a fixed duration of th<strong>era</strong>py, the inability of th<strong>era</strong>pists toswitch methodology in the midst of treatment in a self-correcting fashion, the exclusionof the co-morbidity and sub-clinical diagnoses common in the field, and the avoidance ofsubject self-selection into specific treatment modalities (Seligman, 1995). Th<strong>era</strong>pists getspecial training in treatment methodology and subjects are volunteers (Pratt & Moreland,1996). Efficacy studies do not evaluate treatment as it is actually performed incommunity settings, and thus the findings are sometimes less meaningful to those whoconduct actual clinical practice (Goldfried & Wolfe, 1998). Efficacy studies may alsomaximize the differences found between treatment and placebo effects. By the <strong>de</strong>finitionof placebo, the administrators of the placebo treatment do not usually believe that it willhave th<strong>era</strong>peutic effects (Eysenck, 1994), thus negating its power. A rigid scientificoutlook often overlooks the subjective effects of treatment, such as increased morale, andthe meaning of clinically significant results. (Pratt & Moreland, 1996). It is very easy tobecome so focused on the research paradigm that one ignores ecological significance(Goldfried & Wolfe, 1998).Th<strong>era</strong>py research adopted these methods in the 1980s in or<strong>de</strong>r to compete withpharmaceutical companies. This standard of control was set by the National Institute ofMental Health, which is a major source of funding, when it <strong>de</strong>clared that clinical studiesmust study populations with particular DSM-IV diagnoses in or<strong>de</strong>r to receive grants(Goldfried & Wolfe, 1998). This facilitates communication within the field, but alsoeliminates half of all adolescents from studies because they have co-morbid disor<strong>de</strong>rs(Pratt & Moreland, 1996). This is even more problematic for adolescents because sometypical problems (such as substance abuse) do not have explicit diagnostic criteria in theDSM for their age group (Kaminer & Bukstein, 1992). Resi<strong>de</strong>ntial treatment isparticularly sensitive to the many difficulties of implementing controlled studies since itis very hard to prevent treatment effects from affecting the control groups in the closeliving quarters of a single facility, and it is also very difficult to attribute significantoutcome to manipulated variables across different treatment settings (Curry, 1995).On the other hand, effectiveness studies are studies of treatment applied in moretypical community settings. These studies lack some of the internal controls that areconsistent with good scientific practice, but have certain advantages in external validitythat make them very valuable to practitioners. Such studies can integrate establishe<strong>de</strong>fficacy with the practicality, popularity, and cost-effectiveness of treatment (Jacobson &Christensen, 1996). Effectiveness studies allow patients to stop treatment as they wouldin the natural world based on feelings of improvement, feelings of no improvement, orshortages in funding. In the field, there are no strict research manuals helping th<strong>era</strong>pistsby outlining treatment protocols, which are often accused of being at the expense of theth<strong>era</strong>peutic alliance anyway (Goldfried & Wolfe, 1998). Th<strong>era</strong>pist resistance to newmo<strong>de</strong>ls and to program adjustments is another variable encountered in the field that isalmost never found in the lab (Wong, 1999). A n<strong>um</strong>ber of these effectiveness studieshave been completed to evaluate resi<strong>de</strong>ntial treatment. When these studies wereColgate University Journal of the Sciences 161


eviewed together by Weisz et al. (1992), they found no different between completers anddropouts one year later. However, the studies inclu<strong>de</strong>d in this survey were ol<strong>de</strong>r ones, soit is not clear if a meta-analysis on newer studies would produce similar disappointingresults.Cons<strong>um</strong>er Reports: A Mo<strong>de</strong>l for EffectivenessThe now well-known Cons<strong>um</strong>er Reports (CR) study, <strong>de</strong>signed by Seligman(1995), is an example of an effectiveness study that has had a pervasive impact on thefield. The study asked magazine rea<strong>de</strong>rs whether they had used psychoth<strong>era</strong>py within theprevious three years, whether the specific problem that they sought treatment for washelped, if patients were gen<strong>era</strong>lly satisfied with treatment, and if they sensed any globalimprovement in their functioning. With merely a 13% response rate, Seligman conclu<strong>de</strong>damongst other things that: treatment by mental health professionals works, that long termth<strong>era</strong>py is better than short term th<strong>era</strong>py, that people who actively pick their th<strong>era</strong>py andth<strong>era</strong>pist do better in treatment than people who are passive recipients of such <strong>de</strong>cisions,and that clients with limited insurance cov<strong>era</strong>ge have poorer outcome. These findingspoint out sev<strong>era</strong>l shortcomings of efficacy studies while encouraging the continued<strong>de</strong>velopment of long-term psychoth<strong>era</strong>pies. At least for early stage treatmentevaluations, it is easy to find merit in his advocacy of effectiveness studies.Future effectiveness studies should, however, make some methodical adjustmentsto this research mo<strong>de</strong>l that will allow for greater internal validity. It must be recognizedthat some “passive recipients” of treatment may not do the “active shopping” for aparticular th<strong>era</strong>pist themselves, but may have other people do a thorough search for themwith their best interest in mind. If Seligman’s paradigm is to be exten<strong>de</strong>d to children, Isuspect that this new category will become quite important. In future studies all subjectsshould be treatment completers, and a more <strong>de</strong>tailed analysis of areas of problems andsuccesses should be doc<strong>um</strong>ented. Seligman acknowledged his need for more <strong>de</strong>tails, butfelt that the survey would have been too c<strong>um</strong>bersome. In or<strong>de</strong>r to use a lengthy surveywithout harming the potential response rate, experimenters will have to look for a veryunique population or plan for a substantial incentive to participate. Most importantly, aneffectiveness study will benefit from using multiple measures instead of simply a selfreportfrom the individual in th<strong>era</strong>py. More than one person’s opinion of the patient’schange will make the findings much more meaningful, especially if one evaluation can beblindly objective. A diagnostic tool with standardized norms could also be inclu<strong>de</strong>d inthe survey materials in or<strong>de</strong>r to objectively measure the patient’s return to a non-clinicalstate.The Aca<strong>de</strong>my at Swift River Resi<strong>de</strong>ntial Treatment FacilityThe present study involves the study of the effectiveness of a relatively uniqueresi<strong>de</strong>ntial treatment program, the Aca<strong>de</strong>my at Swift River (ASR). ASR is a treatmentfacility in Western Massachusetts that refers to itself as an emotional growth boardingschool for college-bound adolescents. The program is unique in many ways in itsattempts to resolve some of the problems currently pervading adolescent resi<strong>de</strong>ntialtreatment, making it a very worthy candidate for outcome study. The 630-acre campushas the capacity to serve 130 stu<strong>de</strong>nts, and like most other facilities, is currently servingmore than that n<strong>um</strong>ber. There are on av<strong>era</strong>ge 80 male stu<strong>de</strong>nts and 30 female stu<strong>de</strong>ntsColgate University Journal of the Sciences 162


Revista Eletrônica do Núcleo <strong>de</strong> Estudos e Pesquisa do Protestantismo (NEPP) da Escola Superior <strong>de</strong> TeologiaVol<strong>um</strong>e 09, jan.-abr. <strong>de</strong> 2006 – ISSN 1678 6408matéria. A violência religiosa é analisada com profundida<strong>de</strong> e sem escusas.Juergensmaier não quer, por exemplo, dizer que se trata somente <strong>de</strong> expressões <strong>de</strong>fundamentalismo 13 . Não obstante, Juergnsmaier sugere que a <strong>religião</strong> po<strong>de</strong><strong>de</strong>sempenhar <strong>um</strong> papel político construtivo. Ela po<strong>de</strong> prover visões <strong>de</strong> comunida<strong>de</strong>,<strong>um</strong>a plataforma com<strong>um</strong>, <strong>um</strong> terreno neutro. Paradoxalmente, até as própriasminorias extremistas, que utilizam a violência para propagar sua <strong>religião</strong>,manifestam que seu objetivo último é <strong>um</strong>a harmonia, <strong>um</strong>a visão <strong>de</strong> paz e bem-estar.Para po<strong>de</strong>r aproveitar esse potencial, no entanto, é necessário combinar a perspectivareligiosa com valores lib<strong>era</strong>is. Juergensmaier termina seu livro concluindo que serásomente através da combinação da perspectiva religiosa com valores lib<strong>era</strong>is que,“<strong>de</strong> <strong>um</strong>a maneira curiosa, a cura para a violência religiosa po<strong>de</strong>rá ser encontrada, emúltima instância, em <strong>um</strong>a apreciação renovada pela própria <strong>religião</strong>” 14 .É importante frisar que o potencial violento e conflitivo inegável das religiõesnão as <strong>de</strong>squalifica na busca por <strong>um</strong>a “alma” para o globo. Além do mais, se po<strong>de</strong>riaarg<strong>um</strong>entar que estes conflitos violentos supostamente religiosos não são somenteculpa das diferenças religiosas, nem das diferenças culturais e políticas, mas tambémsão o resultado daquilo que o relatório <strong>sobre</strong> a dimensão social da <strong>globalização</strong>indica como seu mal maior: “a pobreza, a exclusão e a <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>,” ou seja, ainjustiça social. No fundo, encontra-se o problema criado ou agravado pelamo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong> globalizada, <strong>um</strong>a mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong> supostamente secularizada (ousecularizante). A questão não é que haja <strong>um</strong>a religiosida<strong>de</strong> <strong>de</strong>masiada, mas <strong>um</strong>a falta<strong>de</strong> <strong>um</strong>a religiosida<strong>de</strong> ou <strong>de</strong> <strong>um</strong>a espiritualida<strong>de</strong>, ou melhor, <strong>um</strong>a falta do tipo <strong>de</strong>compromisso ético e pessoal que muitas vezes caracteriza <strong>um</strong>a atitu<strong>de</strong> religiosa ouespiritual. Talvez, não é por acaso que a avareza (recor<strong>de</strong>m a função central da13 “These movements are not simply aberrations but religious responses to social situations an<strong>de</strong>xpressions of <strong>de</strong>eply held convictions”, JUERGENSMEYER, 2001 (2000), p. 222, cf., 6.14 “In a curious way, then, the cure for religious violence may ultimately lie in a renewedappreciatiion for religion itself” JUERGENSMEYER, 2001 (2000), p. 243.Disponível na Internet: http://www3.est.edu.br/nepp 17


Revista Eletrônica do Núcleo <strong>de</strong> Estudos e Pesquisa do Protestantismo (NEPP) da Escola Superior <strong>de</strong> TeologiaVol<strong>um</strong>e 09, jan.-abr. <strong>de</strong> 2006 – ISSN 1678 6408citação <strong>de</strong> Gandhi no relatório da Comissão) tem sido assinalada como o maior efeitodo pecado original, e como <strong>um</strong> pecado mortal, não somente no cristianismo?Alternativamente se po<strong>de</strong> insistir – como fazem os teólogos da libertaçãocomo Hugo Assmann, F. Hinkelammert e Jung Mo Sung 15 – que o problema não énem muita <strong>religião</strong>, nem falta <strong>de</strong> religiosida<strong>de</strong>, senão a existência <strong>de</strong> <strong>um</strong>a <strong>religião</strong>falsa. No fundo, esses teólogos arg<strong>um</strong>entam que a crise da <strong>globalização</strong> atual revela aexistência <strong>de</strong> <strong>um</strong>a <strong>religião</strong> ou <strong>um</strong>a espiritualida<strong>de</strong> secular. A exclusão social, o<strong>de</strong>semprego e as milhões <strong>de</strong> mortes lentas por fome e <strong>de</strong>snutrição <strong>de</strong>vem serentendidas como sacrifícios h<strong>um</strong>anos, o que revela a existência <strong>de</strong> <strong>um</strong> culto. Trata-sedo culto ao mercado, aos bens e às leis da competição, que, a partir <strong>de</strong> <strong>um</strong>a outraperspectiva religiosa, como a cristã, por exemplo, é interpretado como <strong>um</strong> cultoidolátrico. Trata-se <strong>de</strong> <strong>um</strong>a <strong>religião</strong> “falsa” e disfarçada. Contra essa idolatria queconduz à morte <strong>de</strong> muitas pessoas, <strong>de</strong>ve-se afirmar a fé no Deus da vida, em cujonome não se po<strong>de</strong> matar o outro, nem sequer o inimigo mortal. A cura para aenfermida<strong>de</strong> do planeta, pois, é outra religiosida<strong>de</strong> – <strong>um</strong>a religiosida<strong>de</strong> libertadora etol<strong>era</strong>nte.As religiões serão escutadas?Suponhamos, no entanto, que haja <strong>um</strong>a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>religião</strong> ouespiritualida<strong>de</strong> no mundo globalizado e que diferentes propostas <strong>de</strong> religiosida<strong>de</strong>ainda têm algo para oferecer com suficiente credibilida<strong>de</strong> e legitimida<strong>de</strong>. Permanecea pergunta: a <strong>religião</strong> tem – ainda entendida n<strong>um</strong> sentido g<strong>era</strong>l – <strong>um</strong>a palavra queserá escutada n<strong>um</strong> mundo globalizado? Ou seja, terá a <strong>religião</strong> influência pública real?15 Por exemplo, ASSMANN and HINKELAMMERT, 1989; HINKELAMMERT, 1985; MO SUNG,1992.Disponível na Internet: http://www3.est.edu.br/nepp 18


Revista Eletrônica do Núcleo <strong>de</strong> Estudos e Pesquisa do Protestantismo (NEPP) da Escola Superior <strong>de</strong> TeologiaVol<strong>um</strong>e 09, jan.-abr. <strong>de</strong> 2006 – ISSN 1678 6408Esta é a pergunta principal no livro publicado já há 12 anos, mas quecontinua a ser <strong>um</strong> dos melhores textos <strong>sobre</strong> o nosso tema 16 . Estou me referindo aolivro Religion and globalization do sociólogo da <strong>religião</strong> Peter Beyer, do Canadá. Beyersegue a linha <strong>de</strong> Niklas Luhman, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>ndo a <strong>religião</strong>, principalmente, como <strong>um</strong>“certo modo <strong>de</strong> comunicação” 17 . A tese <strong>de</strong>fendida por Beyer é que ainda que a<strong>globalização</strong> estruturalmente favoreça a privatização da <strong>religião</strong>, ou seja, a <strong>religião</strong>confinada à esf<strong>era</strong> individual e privatizada, o mundo globalizado também se mostracomo <strong>um</strong> campo fértil para <strong>um</strong>a renovada influência política da <strong>religião</strong>. As religiõespo<strong>de</strong>m ter influência política no sentido <strong>de</strong> que po<strong>de</strong>m chegar a ser fontes <strong>de</strong>obrigação e atuação coletiva, segundo Beyer 18 . Mas, como? Principalmente –res<strong>um</strong>indo o arg<strong>um</strong>ento sofisticado <strong>de</strong> Beyer – ao se oferecer como recurso culturalpara outros ‘subsistemas’ na socieda<strong>de</strong> 19 . Ou seja, a influência política da <strong>religião</strong> nãoestará em propor soluções a problemas puramente ‘religiosos’ (religious function oufunção religiosa), senão em contribuir r<strong>um</strong>o à solução <strong>de</strong> problemas sociais, políticos,culturais, ecológicos etc. (religious performance ou atuação religiosa). O mesmo tipo <strong>de</strong>problemas assinalados pelo relatório da Comissão <strong>sobre</strong> a Dimensão Social daGlobalização, como, por exemplo, “a pobreza, a exclusão e a <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>”.16 “What is the role of religion(s) in an age of globalisation? Does religion(s) have any publicinfluence, or is its relevance confined to the private, individual sphere? These are the key questionsthat Beyer sets out to clarify and respond to: What are the abstract possibilities in today’s world forreligion (---) to be a <strong>de</strong>terminative force in social structures as processes beyond the restrictedsphere of voluntary and individual belief and practice? Even more specifically, what are thepossibilities for institutionally specialized or systemic religion in this regard?”, BEYER, 1994, p. 12.17 BEYER, 1994, p. 5. Em termos mais precisos: “In s<strong>um</strong> then, religion is a type of communicationbased on the immanent/transcen<strong>de</strong>nt polarity, which functions to lend meaning to the rootin<strong>de</strong>terminability of all meaningful h<strong>um</strong>an communication, and which offers ways of overcomingor at least managing this in<strong>de</strong>terminability and its consequences,” BEYER, 1994, p. 6.18 BEYER, 1994, p. 71.19 BEYER, 1994, p. 225.Disponível na Internet: http://www3.est.edu.br/nepp 19


Revista Eletrônica do Núcleo <strong>de</strong> Estudos e Pesquisa do Protestantismo (NEPP) da Escola Superior <strong>de</strong> TeologiaVol<strong>um</strong>e 09, jan.-abr. <strong>de</strong> 2006 – ISSN 1678 6408preferido será aquele que po<strong>de</strong> oferecer <strong>um</strong> ethos, <strong>um</strong> pathos e <strong>um</strong> cultus que mostremmelhores capacida<strong>de</strong>s para resolver a tensão entre universalida<strong>de</strong> e particularida<strong>de</strong>(em suas diferentes expressões), para diminuir o nível <strong>de</strong> conflito na socieda<strong>de</strong> globale servir <strong>de</strong> inspiração e guia para re-orientar o processo <strong>de</strong> <strong>globalização</strong> r<strong>um</strong>o a <strong>um</strong>asocieda<strong>de</strong> mais justa e inclusiva.1) A “religiosida<strong>de</strong>” neolib<strong>era</strong>lO neolib<strong>era</strong>lismo tem a vantagem <strong>de</strong> que já está no posto. Po<strong>de</strong>-searg<strong>um</strong>entar que ele foi “a alma da <strong>globalização</strong>” durante as últimas décadas. Nãocreio que a frase forte do relatório <strong>sobre</strong> a dimensão da <strong>globalização</strong> seja exata. Diz orelatório: “A <strong>globalização</strong> se <strong>de</strong>senvolveu n<strong>um</strong> vazio ético, on<strong>de</strong> a questão do êxitoou do fracasso dos mercados ten<strong>de</strong> a se converter na norma última <strong>de</strong>comportamento e on<strong>de</strong> a atitu<strong>de</strong> baseada no lema «o ganhador leva tudo» <strong>de</strong>bilita aestrutura das comunida<strong>de</strong>s e da socieda<strong>de</strong>”. A observação é correta, mas não se trata<strong>de</strong> <strong>um</strong> vazio ético. Na realida<strong>de</strong>, essa é precisamente a ética da i<strong>de</strong>ologia neolib<strong>era</strong>l. É<strong>um</strong>a ética <strong>de</strong> procedimento, <strong>de</strong> negócio, <strong>um</strong>a ética individualista, legalista e elitista:O ganhador leva tudo – com razão, porque c<strong>um</strong>priu as leis da competição. É <strong>um</strong> éticautilitária, neodarwiniana 28 , puramente formal, focalizando a questão dos meios maisque dos fins 29 .Po<strong>de</strong> a “religiosida<strong>de</strong>” ou a ética neolib<strong>era</strong>l contribuir para resolver a tensãoentre o universal e o particular? Sua proposta apresenta potenciais nessa direção. Acomercialização e o valor supremo do mercado se tomam como princípios universaise universalizantes. Tudo po<strong>de</strong>, em princípio, ter valida<strong>de</strong> para todos através domecanismo do mercado. Basta que se subs<strong>um</strong>eta às forças mercantis. Claro que aconfiguração atual do capitalismo global levou a <strong>um</strong>a certa oci<strong>de</strong>ntalização da28 RIVERO, 2001.29 GUTIÉRREZ, 1998.Disponível na Internet: http://www3.est.edu.br/nepp 22


- 15 -You will need the following tools and equipment (not inclu<strong>de</strong>d) to install the switch into an equipment rack:• Flat head screwdriver• Phillips head screwdriver• Antistatic mat or foam2.1.3 Power RequirementsThe electrical outlet should be located near the switch and be easily accessible. It must also be properly groun<strong>de</strong>d.Make sure the power source adheres to the following gui<strong>de</strong>lines:• Power: Auto Switching 90-260 VAC• Frequency range: 50/60 Hz2.1.4 Environmental RequirementsThe switch must be installed in a clean, dry, dust-free area with a<strong>de</strong>quate air circulation to maintain the followingenvironmental limits:• Op<strong>era</strong>ting Temp<strong>era</strong>ture: 0° to 40°C (32° to 104°F)• Relative H<strong>um</strong>idity: 10% to 90% non-con<strong>de</strong>nsingAvoid direct sunlight, heat sources, or areas with high levels of electromagnetic interference. Failure to observe theselimits may cause damage to the switch and void the warranty.2.1.5 Cooling and AirflowThe IC35516 switches use internal fans for air-cooling. Do not restrict airflow by covering or obstructing air vents onthe si<strong>de</strong>s of the switch.2.2 Installation into an Equipment RackImportant! Before continuing, disconnect all cables from the switch.To mount the switch onto an equipment rack:1. Place the switch on a flat, stable surface.2. Locate a rack-mounting bracket (supplied) and place it over themounting holes on one si<strong>de</strong> of the switch.3. Use the screws (supplied) to secure the bracket (with a Phillips screwdriver).4. Repeat the two previous steps on the other si<strong>de</strong> of the switch.5. Place the switch in the equipment rack.


Revista Eletrônica do Núcleo <strong>de</strong> Estudos e Pesquisa do Protestantismo (NEPP) da Escola Superior <strong>de</strong> TeologiaVol<strong>um</strong>e 09, jan.-abr. <strong>de</strong> 2006 – ISSN 1678 6408messianização ou <strong>de</strong>ificação <strong>de</strong> seus mecanismos supostamente autoreguladores. Alei da competição, eficiência e lucro são leis “divinas”. O mercado funciona porquefunciona. E se o mercado não funciona, é porque não há suficiente mercado. Assimseria a doutrina religiosa do neolib<strong>era</strong>lismo 32 .Então, esse candidato po<strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenhar também <strong>um</strong> papel <strong>de</strong> sacerdote. Oúnico problema é que com isso ele não soluciona o que focalizamos como o problemafundamental da <strong>globalização</strong>, ou seja, sua exclusão social crescente. Longe <strong>de</strong> freá-lo,a religiosida<strong>de</strong> neolib<strong>era</strong>l potencializa o processo <strong>de</strong> exclusão, dando-lhelegitimida<strong>de</strong> religiosa. Ela mantém implicitamente que os excluídos são, <strong>de</strong> fato, osbo<strong>de</strong>s expiatórios 33 . O “custo social” do ajuste econômico é necessário e, portanto,benéfico; mais ainda, seria o custo social que levaria a h<strong>um</strong>anida<strong>de</strong> à salvação 34 . Noentanto, é justamente essa lógica que <strong>de</strong> fato subverte a <strong>globalização</strong> e agora ameaçatodo o planeta, segundo o relatório da Comissão Mundial da Dimensão Social daGlobalização. Por isso a <strong>globalização</strong> necessita mudar. É por isso que o globo agoraprecisa <strong>de</strong> <strong>um</strong>a alma nova.2) Religiosida<strong>de</strong>s fundamentalistasOs fundamentalismos parecem ter <strong>um</strong>a boa conjuntura em tempos <strong>de</strong><strong>globalização</strong>. Muitos – tanto seus a<strong>de</strong>ptos quanto seus oponentes – os vêm comocandidatos óbvios à função <strong>de</strong> principal <strong>religião</strong> do mundo globalizado 35 . O ethos dasreligiosida<strong>de</strong>s fundamentalistas tem o seu lado forte em seu absolutismo, em suasimplicida<strong>de</strong> e em sua certeza. Não há aqui espaço para dúvidas. Nesse sentido, eletambém sugere como solucionar a tensão entre o particular e o universal –simplesmente universalizando o particular (com o uso do po<strong>de</strong>r, se for necessário).32 Veja, por exemplo, ASSMANN and HINKELAMMERT, 1989 e MO SUNG, 1989.33 ASSMANN, 1991.34 SANTA ANA, 1986.35 HUNTINGTON, 1997.Disponível na Internet: http://www3.est.edu.br/nepp 24


Revista Eletrônica do Núcleo <strong>de</strong> Estudos e Pesquisa do Protestantismo (NEPP) da Escola Superior <strong>de</strong> TeologiaVol<strong>um</strong>e 09, jan.-abr. <strong>de</strong> 2006 – ISSN 1678 6408Sendo assim, é <strong>um</strong>a visão exclusiva e exclu<strong>de</strong>nte: só cabe aqui visão <strong>de</strong> verda<strong>de</strong><strong>de</strong>les. No entanto, com alg<strong>um</strong>as variações, há, a princípio, a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>um</strong>aconversão <strong>de</strong> todos. No fundo, assim é que sua proposta universal se apresenta,apesar <strong>de</strong> sua particularida<strong>de</strong> radical.Aparentemente, os fundamentalismos respon<strong>de</strong>m muito bem à necessida<strong>de</strong><strong>de</strong> reforçar sua i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>, sua diferença e sua idiossincrasia que muitas pessoas egrupos sentem sob a pressão da <strong>globalização</strong>. Não falta aqui o espírito crítico,profético. A rejeição do mal, da <strong>de</strong>cadência é muito forte. O problema é, no entanto,que suas propostas são mutuamente exclu<strong>de</strong>ntes, como mostra o choque <strong>de</strong>fundamentalismos entre Bush e Bin La<strong>de</strong>n. Os profetas e seus <strong>de</strong>uses estão emcombate mortal. O ethos dos fundamentalistas não parece ter <strong>um</strong>a saída para a crisedo mundo globalizado. Com eles, continuarão as guerras santas até o extermínio <strong>de</strong>todos.Seu pathos, igual ao pathos neolib<strong>era</strong>l, tem <strong>um</strong> potencial muito forte. Suaclareza, sua disciplina, seu absolutismo, sua vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> matar-se a si mesmo e aosoutros por causa da verda<strong>de</strong> lhes dá <strong>um</strong> po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> convencimento aterrorizante. Sualógica é clara: Se Deus verda<strong>de</strong>iramente está do nosso lado e a salvação é eterna paraos que seguem o caminho justo, não há porque ficar atrás. A luta não tem limites.Essa lógica é particularmente po<strong>de</strong>rosa quando as alternativas se fecham. Desesperoe radicalismo fundamentalistas são irmãos muito próximos <strong>um</strong> do outro.O seu culto é culto ao único e onipotente Deus, este Deus que revelou a elessua verda<strong>de</strong> <strong>de</strong> maneira exclusiva, absoluta e suficiente. Essa verda<strong>de</strong> tem que serguardada a todo custo. Permite legitimar outra vez a lógica sacrificial op<strong>era</strong>nte nomundo globalizado. Só que agora é <strong>um</strong> sacrifício que se faz mais pela verda<strong>de</strong> doque pelo progresso econômico. O resultado é o mesmo: <strong>um</strong> cinismo cego frente aosofrimento do outro, do inimigo, do excluído. São consid<strong>era</strong>dos hereges e, portanto,merecem a morte. Na verda<strong>de</strong>, segundo essa perspectiva fundamentalista, foram osDisponível na Internet: http://www3.est.edu.br/nepp 25


Revista Eletrônica do Núcleo <strong>de</strong> Estudos e Pesquisa do Protestantismo (NEPP) da Escola Superior <strong>de</strong> TeologiaVol<strong>um</strong>e 09, jan.-abr. <strong>de</strong> 2006 – ISSN 1678 6408próprios hereges que optaram pela morte. O culto fundamentalista se mostra, nofundo, <strong>um</strong> culto mais <strong>de</strong> morte do que <strong>de</strong> vida.3) Religiosida<strong>de</strong> pentecostalA espiritualida<strong>de</strong> experiencial-carismática também é, obviamente, <strong>um</strong>a fortecandidata ao posto <strong>de</strong> alma do globo. Há <strong>um</strong>a forte pentecostalização da <strong>religião</strong>, nãosomente no cristianismo, parece, sob a <strong>globalização</strong>. Não há sombra <strong>de</strong> dúvidas quehá alg<strong>um</strong>a afinida<strong>de</strong> entre a atual configuração global e a proposta religiosapentecostal ou neopentecostal. Mas como exatamente se apresenta essa afinida<strong>de</strong> equão forte é?O ethos neopentecostal é muito parecido ao da religiosida<strong>de</strong> neolib<strong>era</strong>l. Ele ébasicamente individualista e mais preocupado com procedimentos formais do quecom conteúdos e metas ou visões <strong>de</strong> vida harmoniosa em comunida<strong>de</strong>. Sua visãocorrespon<strong>de</strong> <strong>de</strong> muitas formas com a “pan-economização” g<strong>era</strong>l do mundoglobalizado. É assim a tal ponto que a lógica econômica também se aplica à relaçãocom Deus. A fé é como <strong>um</strong>a inversão, <strong>um</strong>a relação <strong>de</strong> intercâmbio, <strong>um</strong> do ut <strong>de</strong>s, doupara que você me dê, com Deus mesmo, <strong>um</strong> Deus que aparece como o gran<strong>de</strong>provedor da realida<strong>de</strong>, o gran<strong>de</strong> proprietário da terra.Por ser experencial e dirigido pelo que o Espírito Santo diz no momento, oethos do pentecostalismo é muito flexível, funcionando, portanto, bem para aintegração. Nesse sentido, ligado à i<strong>de</strong>ologia político-econômica neolib<strong>era</strong>l, ele é <strong>um</strong>aproposta universal. Ao mesmo tempo, ele mantém seu forte acento particularista,que compartilha com os fundamentalistas. Há <strong>um</strong> só Deus, <strong>um</strong> só Espírito Santo eesse é o Espírito presente e ativo nos cultos <strong>de</strong>les. Este (Espírito) obviamente lhe dá <strong>um</strong>forte pathos. A potencialida<strong>de</strong> <strong>de</strong> inspiração, <strong>de</strong> convencimento e <strong>de</strong> conversão éainda maior para os pentecostais (<strong>de</strong> todas as religiões) que para osfundamentalistas. Simplesmente, talvez, porque são mais alegres, mais levados pelaboa experiência que pelo medo da má experiência <strong>de</strong> erro e castigo. Sua vantagem é,Disponível na Internet: http://www3.est.edu.br/nepp 26


Revista Eletrônica do Núcleo <strong>de</strong> Estudos e Pesquisa do Protestantismo (NEPP) da Escola Superior <strong>de</strong> TeologiaVol<strong>um</strong>e 09, jan.-abr. <strong>de</strong> 2006 – ISSN 1678 6408<strong>sobre</strong>tudo, sua combinação <strong>de</strong> flexibilida<strong>de</strong> e autoconfiança acertada. Sua proposta éfácil <strong>de</strong> se reconhecer e dá promessas <strong>de</strong> soluções individuais – e, ao mesmo tempo,medida por <strong>um</strong>a comunida<strong>de</strong> calorosa. Isto é igualmente importante: os pentecostaisprometem soluções prontas, imediatas. Eles respon<strong>de</strong>m, portanto, muito bem à<strong>de</strong>manda no tempo acel<strong>era</strong>do <strong>de</strong> <strong>globalização</strong>, on<strong>de</strong> o instante abarga e elimina todoo passado bem como o futuro 36 . O pentecostalismo é <strong>um</strong>a <strong>religião</strong> do presente, doinstante, como sublinha Paulo Barr<strong>era</strong> 37 . Essa idéia vai ao encontro <strong>de</strong> <strong>um</strong>a i<strong>de</strong>ologiacrescente na <strong>era</strong> do on-line, on time-<strong>de</strong>livery, on<strong>de</strong> a vida sempre é “ao vivo”. A isso seacrescenta o fato <strong>de</strong> que os pentecostais, e igualmente os neolib<strong>era</strong>is, também sãoespecialistas em marketing 38 , vemos que esse candidato tem seu lado forteparticularmente no pathos e no fato <strong>de</strong> apresentar continuida<strong>de</strong> complementar comseu sucessor, a espiritualida<strong>de</strong> neolib<strong>era</strong>l.4) Ec<strong>um</strong>enismo/teologias <strong>de</strong> libertaçãoPor último, temos o candidato da religiosida<strong>de</strong> ec<strong>um</strong>ênica, lib<strong>era</strong>cionista, ouseja, <strong>um</strong>a visão religiosa comprometida com as diferentes lutas por justiça, aberta aodiálogo com outras religiões, credos e i<strong>de</strong>ologias. O movimento ec<strong>um</strong>ênicodistinguiu-se por muitas décadas na sua crítica profética contra opressões como oracismo, o colonialismo e o neocolonialismo, o patriarcalismo, e a <strong>de</strong>struição do meioambiente. Em nossa época, praticamente todas as organizações ec<strong>um</strong>ênicas têm <strong>um</strong>programa <strong>de</strong> estudo ou doc<strong>um</strong>entos básicos <strong>sobre</strong> a <strong>globalização</strong>. São, acredito semexceção, muito críticos ao caráter neolib<strong>era</strong>l da <strong>globalização</strong> atual. A crítica <strong>de</strong> que oneolib<strong>era</strong>lismo é <strong>um</strong>a idolatria – crítica que surgiu primeiro com força entre osteólogos da libertação latino-americanos – agora tem bastante eco no movimentoec<strong>um</strong>ênico.36 VIRILIO, 1997; BAUMAN, 1998.37 BARRERA RIVERA 2001.38 CAMPOS, 1997.Disponível na Internet: http://www3.est.edu.br/nepp 27


Revista Eletrônica do Núcleo <strong>de</strong> Estudos e Pesquisa do Protestantismo (NEPP) da Escola Superior <strong>de</strong> TeologiaVol<strong>um</strong>e 09, jan.-abr. <strong>de</strong> 2006 – ISSN 1678 6408A religiosida<strong>de</strong> ec<strong>um</strong>ênica hoje é cada vez mais macro-ec<strong>um</strong>ênica. Hoje otrabalho inter-religioso é também “dia-logos”, “dia–gnosis”, e “dia-praxis”; ou seja,procuram-se várias maneiras <strong>de</strong> se aproximar <strong>um</strong> do outro, mesmo reconhecendoque há e continuará a existir muitas discordâncias e diferenças entre as religiões.Então, o ethos <strong>de</strong>ssa religiosida<strong>de</strong> ec<strong>um</strong>ênica-lib<strong>era</strong>cionista parece estar muito pertodaquilo que a comissão procura para re-orientar a <strong>globalização</strong>. Para usar a mesmapalavra que Beyer e Juergensmayer, trata-se <strong>de</strong> <strong>um</strong>a religiosida<strong>de</strong> “lib<strong>era</strong>l”, o quecombina bem com os valores lib<strong>era</strong>is. É <strong>um</strong>a religiosida<strong>de</strong> tol<strong>era</strong>nte que tem acapacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mudar e que procura valores comuns. Ela tem <strong>um</strong>a visão do universalque não entra em conflito com particularida<strong>de</strong>s verda<strong>de</strong>iras. Além do mais, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> asua origem, o movimento ec<strong>um</strong>ênico tem trabalhado com o <strong>de</strong>safio <strong>de</strong> buscar <strong>um</strong>aunida<strong>de</strong> na qual as diferenças sejam respeitadas e na qual as i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s particularesnão se tornem <strong>de</strong>sculpas para oprimir ou discriminar o outro.Essa religiosida<strong>de</strong> também toca o problema <strong>de</strong> fundo da <strong>globalização</strong>,eminentemente expressado por Gandhi: «Na terra há recursos suficientes parasatisfazer as necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> todos, mas não po<strong>de</strong> haver recursos suficientes parasatisfazer a avareza <strong>de</strong> todos». É a avareza que <strong>de</strong> fato é o motor principal da<strong>globalização</strong> e <strong>um</strong>a virtu<strong>de</strong> no culto do mercado, que tem que ser transformada. Aavareza <strong>de</strong> alguns leva à morte <strong>de</strong> muitos. Entretanto, como fazer isso sem cair nopuro moralismo externo? E como fazer isso <strong>de</strong> <strong>um</strong>a maneira que seja realista,h<strong>um</strong>ana e, ao mesmo tempo, reconhecida como <strong>um</strong>a proposta religiosa?O problema <strong>de</strong>sse candidato hoje em dia está, mais do que nada, relacionadoao pathos. Os ec<strong>um</strong>ênicos não parecem ter a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> convencer, <strong>de</strong> suscitargran<strong>de</strong> entusiasmo ou gran<strong>de</strong>s massas <strong>de</strong> seguidores. Suas propostas talvez sejampor <strong>de</strong>mais complexas e talvez sejam por <strong>de</strong>mais conscientes das ambigüida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>toda tradição religiosa para po<strong>de</strong>r mobilizar <strong>um</strong> trabalho missionário <strong>de</strong> certamagnitu<strong>de</strong>.Disponível na Internet: http://www3.est.edu.br/nepp 28


Revista Eletrônica do Núcleo <strong>de</strong> Estudos e Pesquisa do Protestantismo (NEPP) da Escola Superior <strong>de</strong> TeologiaVol<strong>um</strong>e 09, jan.-abr. <strong>de</strong> 2006 – ISSN 1678 6408Porém, po<strong>de</strong> ser que seja essa forma <strong>de</strong> religiosida<strong>de</strong> que venha ass<strong>um</strong>ir oposto <strong>de</strong> alma do globo. Afinal, a palavra oiko<strong>um</strong>ene significa “toda a terra habitada”e o globo não abarcará tudo enquanto não se incluam, com dignida<strong>de</strong> e com direitosplenos, as pessoas que hoje são excluídas, que hoje são vítimas. A combinação davonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> diálogo e <strong>de</strong> <strong>um</strong>a crítica profética contra a exclusão po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>cisiva.Mais provável, no entanto, é que o globo siga com várias almas, em disputainterna. A <strong>globalização</strong> nasceu com <strong>um</strong>a varieda<strong>de</strong> imensa <strong>de</strong> vozes e atores e assimseguirá por muito tempo. Não obstante, a busca da dimensão religiosa ou espiritualda <strong>globalização</strong> é <strong>um</strong>a tarefa importante que haverá <strong>de</strong> nos manter ocupados pormuito tempo.ReferênciasALI, Tariq. The Clash of Fundamentalisms: Crusa<strong>de</strong>s, Jihads and Mo<strong>de</strong>rnity. London: Verso,2002.ASSMANN, Hugo (Ed.). Sobre ídolos y sacrifícios: René Girard con teólogos <strong>de</strong> la lib<strong>era</strong>ción.San José: Departamento Ec<strong>um</strong>énico <strong>de</strong> Investigaciones, 1991.ASSMANN, Hugo, HINKELAMMERT, Franz J. A Idolatria do mercado: Ensaio <strong>sobre</strong>Economia e Teologia, Teologia e Libertação. Petrópolis: Vozes, 1989.BARRERA RIVERA, Paulo. Tradição, transmissão e emoção religiosa. Sociologia doprotestantismo contemporâneo na América Latina. São Paulo: Olho d'Água, 2001.BAUMAN, Zygmunt. Globalization: The H<strong>um</strong>an Consequences. Cambridge: Polity Press,1998.BEYER, Peter. Religion and Globalization. London - Thousand Oaks - New Dehli: SAGEPublications, 1994.CAMPOS, Leonildo Silveira. Teatro, Templo e Mercado. Organização e Marketing <strong>de</strong> <strong>um</strong>Empreendimento Neopentecostal. 2. ed. Petrópolis, São Paulo, São Bernardo do Campo:Vozes, Simpósio, UMESP, 1997.COX, Harvey. Fire from heaven: the rise of Pentecostal spirituality and the reshaping ofreligion in the twenty-first century. Reading, Mass.: Addison-Wesley Publishing Company,1994.Disponível na Internet: http://www3.est.edu.br/nepp 29


Revista Eletrônica do Núcleo <strong>de</strong> Estudos e Pesquisa do Protestantismo (NEPP) da Escola Superior <strong>de</strong> TeologiaVol<strong>um</strong>e 09, jan.-abr. <strong>de</strong> 2006 – ISSN 1678 6408GUTIÉRREZ, Germán. Ética y economía en Adan Smith y Friedrich Hayek. San José: DEI, 1998.HARDT, Michael, NEGRI, Antonio. Empire. Cambridge & London: Harvard UniversityPress, 2000.HINKELAMMERT, Franz J. La política <strong>de</strong>l mercado total su teologización y nuestrarespuesta. Pasos 1 (1), 1985.HUNTINGTON, Samuel P. The Clash of Civilizations and the Remaking of World Or<strong>de</strong>r. Firstpublished by SIMON & SCHUSTER 1996 ed. New Dehli: Viking, 1997.JUERGENSMEYER, Mark. Terror in the Mind of God. The Global Rise of Religious Violence.Updated edition with a new preface ed. Berkeley / Los Angeles / London: University ofCalifornia Press, 2001 (2000).KEPEL, Gilles. The Revenge of God. The Resurgence of Islam, Christianity and Judaism in theMo<strong>de</strong>rn World. Translated by A. Braley. Cambridge/Oxford: Polity Press, 1994 (1991).KLEIN, Naomi. No Logo. London: Flamingo. Original edition, 2001 (2000).MO SUNG, Jung. A idolatria do capital e a morte dos pobres. São Paulo: Paulinas, 1989._____. Deus n<strong>um</strong>a economia sem coração. Pobreza e neolib<strong>era</strong>lismo: <strong>um</strong> <strong>de</strong>safio à evangelização.São Paulo: Paulinas, 1992.ORTIZ, Renato. Anotações <strong>sobre</strong> <strong>religião</strong> e <strong>globalização</strong>. Revista Brasileira <strong>de</strong> Ciências Sociais16 (47):59-74, 2001.RIVERO, Oswaldo <strong>de</strong>. The Myth of Development. Non-Viable Economies of the 21st Century.Translated by C. E. a. J. H. Encinas, Global Issues in a Changing World. London and NewYork: Zed Books, 2001.SANTA ANA, Julio <strong>de</strong>. Costo social y sacrificio a los ídolos. Pasos 2 (6), 1986.SOROS, George. The crisis of global capitalism: Open society endangered. New York:PublicAffairs, 1998.STIGLITZ, Joseph E. Globalization and its discontents. New York: W.W. Norton & Co, 2002.STÅLSETT, Sturla J. Klo<strong>de</strong> søker sjel. Et essay om religion i globaliseringen. Kirke og kultur(4): 500-518, 2004.VIRILIO, Paul. Fin <strong>de</strong> l'histoire, ou fin <strong>de</strong> la géographie? Un mon<strong>de</strong> surexposé. Le Mon<strong>de</strong>Diplomatique (August):17, 1997.Disponível na Internet: http://www3.est.edu.br/nepp 30

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