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Freud hoje - Cebrap

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O REPÓRTERReproduçãoMahmoud Ahmadinejad: retórica do ódio como força demanipulação política é endossada por liderança religiosaencontra o povo; pela corrupção quegrassa na sua liderança; pela ausência deum controle das armas em poder dasmilícias. Mas os israelenses seguramentesão responsáveis por terem adiado até olimite qualquer tentativa de acomodação,especialmente após a guerra de 1967,quando líderes como Ben Gurion já perceberama impossibilidade de manter sobdomínio israelense uma população demilhões de árabes. Se a expulsão da populaçãoárabe não era possível, manter oterritório tampouco o seria. A mudançade governo em 1977, com a ascensão doLikud, colocou no poder o adversáriohistórico de Ben Gurion, MenachemBegin, que não tinha dúvidas em relaçãoao direito do povo judeu de controlar asáreas em que se encontravam seus símbolosmais sagrados. Daí surgiu o messianismoreligioso, o movimento de colonizaçãosimbolizado pelos solidéus bordados(kipot srugot), abraçado por grande parteda população atual dos assentamentos.Um exemplo de como será difícil eliminaresses assentamentos, que o atual governoconsidera insustentáveis, encontra-se,não na retirada pacífica da faixa de Gaza,mas na recente evacuação de Amona, namargem ocidental do Jordão, que gerouviolento confronto e vários feridos.Resta agora descobrir como encarar onovo governo palestino. Nenhuma dasartimanhas da Autoridade Palestina foisuficiente para evitar que o Hamas obtivessemaioria absoluta dos votos. É certoque a população palestina não elegeu oHamas por seu empenho em destruir oEstado israelense. O voto palestino foi deprotesto; protesto contra as condições devida, a corrupção, o desemprego, a desilusão.Mas apesar disto, o Hamas eleitoprega, sim, a destruição de Israel, aindaque o movimento esteja dividido entreaqueles que clamam pela luta permanentee aqueles que acreditam ser longa ahistória, e que a trégua e o cessar-fogopodem durar o suficiente para que ospalestinos se fortaleçam a ponto de poderderrotar os israelenses. A vantagem comque Israel conta no momento está na definiçãode um endereço para o Hamas: atéagora, o assassinato seletivo da liderançaterrorista (ainda que o Sheik Yassintivesse sido reiteradamente denominadoseu “líder espiritual”) demandava umamplo esforço da inteligência israelensepara localizá-la; no momento em que setornarem governo, não mais poderãoesconder-se e evitar assumir a responsabilidadepor futuros atentados, ainda queperpetrados por outras organizaçõescomo o Hezbolá ou a Jihad Islâmica. OEgito provou deste amargo remédio nadécada de 1950, quando das incursõespalestinas de Gaza, que culminaram nacampanha do Sinai.As últimas notícias mencionamesforços israelenses e norte-americanospara “secar” as fontes de recursos da AutoridadePalestina, o que levaria a umcolapso e à realização de novas eleições.Não posso deixar de associar os acontecimentosno Chile de Allende, em que osEstados Unidos financiaram as greves decaminhoneiros, levando ao golpe quederrubou Pinochet. Mais recentemente, adissolução do exército iraquiano após aocupação do país colocou nas ruas umamultidão de homens armados e amargurados,que em parte se voltou para a resistênciacontra a ocupação. A ausência defundos para manter a folha de pagamentodas forcas policiais da Autoridade Palestinapoderia ter o mesmo efeito.Que fazer então? Financiar uma entidadeque possivelmente continue engajadana perpetração de atentados, ou naprodução de foguetes para lançamentocontra alvos israelenses? É a difícil decisãoque terá de tomar o novo partido Kadima,quando vencer as eleições de março eencontrar os parceiros com quem tentaráformar um novo governo de coalizão.Samuel Feldberg é bacharel em CiênciaPolítica e História pela Universidade de TelAviv, doutor em Ciência Política pela Universidadede São Paulo (USP), pesquisador doNúcleo de Pesquisa em Relações Internacionaisda USP e membro do Grupo de Análisede Conjuntura Internacional da USP2 A situação de equilíbrio gerada pela paridade deforcas nucleares entre os Estados Unidos e a UniãoSoviética durante a Guerra Fria, que garantia amútua aniquilação em caso de uma guerra entre asduas super potências.24 Revista 18

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