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"Mcdonaldização" da fé - um estudo sobre os evangélicos brasileiros

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Revista Eletrônica do Núcleo de Estud<strong>os</strong> e Pesquisa do Protestantismo (NEPP) <strong>da</strong> Escola Superior de TeologiaVol<strong>um</strong>e 17, set.-dez. de 2008 – ISSN 1678 6408A “Mcdonaldização” <strong>da</strong> <strong>fé</strong>- <strong>um</strong> <strong>estudo</strong> <strong>sobre</strong> <strong>os</strong> evangélic<strong>os</strong> brasileir<strong>os</strong> -Por Eduardo Guilherme de Moura Paegle *Res<strong>um</strong>o:Este trabalho analisa diversas questões contemporâneas envolvendo <strong>os</strong> evangélic<strong>os</strong>brasileir<strong>os</strong>, entre eles, podem<strong>os</strong> citar: a <strong>fé</strong> vista como espetáculo, a relação com a mídia e asocie<strong>da</strong>de imagética, bem como a inserção desse grupo religi<strong>os</strong>o enquanto mercadocons<strong>um</strong>idor. Utiliza-se nesta análise a “Mcdonaldização”, como metáfora para ascaracterísticas que permeiam nota<strong>da</strong>mente <strong>os</strong> grup<strong>os</strong> neopentec<strong>os</strong>tais, mais centrad<strong>os</strong> nodescarte <strong>da</strong> memória, quando comparad<strong>os</strong> a<strong>os</strong> grup<strong>os</strong> ligad<strong>os</strong> a Reforma Protestante d<strong>os</strong>éculo XVI, tornando o campo religi<strong>os</strong>o brasileiro mais plural e dinâmico e acentuando otrânsito religi<strong>os</strong>o.Palavras-chave:“mcdonaldização”, evangélic<strong>os</strong>, espetáculo, mídia e trânsito religi<strong>os</strong>o.Introduzindo o <strong>estudo</strong> 1Uma experiência cotidiana n<strong>os</strong> grandes centr<strong>os</strong> urban<strong>os</strong> é alimentar-se forade casa, nas lanchonetes de refeições rápi<strong>da</strong>s, designa<strong>da</strong>s em inglês pelo termo fastfood. Ou ain<strong>da</strong> pedir alg<strong>um</strong>a refeição em casa ou no local de trabalho através de <strong>um</strong>serviço de tele-entrega feito pela internet ou via telefone, c<strong>os</strong>t<strong>um</strong>eiramente chamadode delivery (entrega, em inglês). Torna-se muito usual, neste sentido, o cons<strong>um</strong>idorsaciar a sua fome no momento em que está comendo, com <strong>um</strong>a refeição feita econs<strong>um</strong>i<strong>da</strong> às pressas, mas cerca de duas ou três horas depois, a fome volta.* Mestre em História pela Universi<strong>da</strong>de Federal de Santa Catarina – UFSC. Email:edpaegle@hotmail.com.1 O referido projeto surgiu a partir do artigo. PAEGLE, Eduardo Guilherme de Moura. A religiãofast food. Jornal Diário Catarinense. Caderno de Cultura, p. 4, 2 fev. 2008.86Disponível na Internet: http://www3.est.edu.br/nepp


Revista Eletrônica do Núcleo de Estud<strong>os</strong> e Pesquisa do Protestantismo (NEPP) <strong>da</strong> Escola Superior de TeologiaVol<strong>um</strong>e 17, set.-dez. de 2008 – ISSN 1678 6408Essa experiência, típica de <strong>um</strong>a cultura urbana, onde a sensação constante defalta de tempo para realizar as ativi<strong>da</strong>des cotidianas, que no caso, citam<strong>os</strong> apreparação de <strong>um</strong>a refeição, dá-n<strong>os</strong> a idéia <strong>da</strong> ausência de <strong>um</strong> processo de trabalho.Impõe-se a concepção do instantâneo, <strong>da</strong> rapidez, <strong>da</strong> fugaci<strong>da</strong>de, do efêmero contra aidéia do duradouro, <strong>da</strong> visão que as ativi<strong>da</strong>des necessitam de <strong>um</strong> processo de tempopara realizar-se.O dinamismo do campo religi<strong>os</strong>o brasileiroTrazendo essa concepção de tempo (ou <strong>da</strong> ausência dele) para o camporeligi<strong>os</strong>o brasileiro, o dinamismo nesta área apresenta-n<strong>os</strong> de forma evidente, o que<strong>os</strong> permite abor<strong>da</strong>r diferentes questões pertinentes ao <strong>estudo</strong> d<strong>os</strong> fenômen<strong>os</strong>religi<strong>os</strong><strong>os</strong>. O pluralismo, o mercado e o trânsito religi<strong>os</strong>o; a idéia de happening(acontecimento) e a idéia de doutrina; a espetacularização <strong>da</strong> <strong>fé</strong> e <strong>da</strong> liturgia dentrode <strong>um</strong>a socie<strong>da</strong>de imagética, enfim abre-se <strong>um</strong> vasto leque <strong>da</strong>s opções para asdiscussões acadêmicas a respeito do <strong>estudo</strong> <strong>da</strong>s religiões.Inicialmente, é preciso explicar duas questões essenciais: a idéia de camporeligi<strong>os</strong>o e o recorte d<strong>os</strong> evangélic<strong>os</strong> brasileir<strong>os</strong>, enquanto objet<strong>os</strong> de investigação.A idéia de campo religi<strong>os</strong>o se insere em socie<strong>da</strong>des em que existe <strong>um</strong>acondição de disputa competitiva entre as diversas denominações, em busca do maiornúmero d<strong>os</strong> fiéis p<strong>os</strong>síveis 2 . Neste sentido, utilizarem<strong>os</strong> como referenciais teóric<strong>os</strong>,Peter Berger e Pierre Bourdieu. O campo religi<strong>os</strong>o brasileiro é marcado pelasdisputas entre diferentes grup<strong>os</strong> religi<strong>os</strong><strong>os</strong> - católic<strong>os</strong>, evangélic<strong>os</strong>, judeus,muçulman<strong>os</strong>, religiões afro, etc., a partir <strong>da</strong>s práticas d<strong>os</strong> fiéis n<strong>um</strong>a situaçãopluralista de mercado. Essas práticas são media<strong>da</strong>s pel<strong>os</strong> produtores d<strong>os</strong> benssimbólic<strong>os</strong> que devem ser cons<strong>um</strong>id<strong>os</strong> pel<strong>os</strong> fiéis, que dependem basicamente <strong>da</strong>2 NIEBUHR, H. Richard. As origens sociais <strong>da</strong>s denominações cristãs. Trad. Antônio Gouvêa Mendonça.São Paulo: ASTE e UMESP, 1992.Disponível na Internet: http://www3.est.edu.br/nepp 87


Revista Eletrônica do Núcleo de Estud<strong>os</strong> e Pesquisa do Protestantismo (NEPP) <strong>da</strong> Escola Superior de TeologiaVol<strong>um</strong>e 17, set.-dez. de 2008 – ISSN 1678 6408eficácia simbólica do discurso, ou seja, de que forma ele é absorvido, compreendido eassimilado pel<strong>os</strong> fiéis 3 .O recorte dentro do campo religi<strong>os</strong>o que n<strong>os</strong> propom<strong>os</strong> é o d<strong>os</strong> evangélic<strong>os</strong> 4brasileir<strong>os</strong>, classificad<strong>os</strong> de diferentes formas pel<strong>os</strong> acadêmic<strong>os</strong>. N<strong>um</strong>a classificação,existem cinco ram<strong>os</strong> que compõem <strong>os</strong> evangélic<strong>os</strong> brasileir<strong>os</strong>: anglican<strong>os</strong> (incluindo<strong>os</strong> episcopais), luteran<strong>os</strong>, reformad<strong>os</strong> (presbiterian<strong>os</strong> e congregacionais), paralel<strong>os</strong> àReforma (batistas e menonitas) e pentec<strong>os</strong>tais (Assembléia de Deus, CongregaçãoCristã do Brasil, Deus é Amor, entre outras). Para Gedeon Alencar, ocorre a divisãoem quatro grup<strong>os</strong>, como protestantismo de imigração (luteran<strong>os</strong>), protestantismo demissão (congregacionais, presbiterian<strong>os</strong>, metodistas e batistas), protestantismopentec<strong>os</strong>tal (Congregação Cristã do Brasil e Assembléia de Deus) e protestantismomoderno (Quadrangular, “Brasil para Cristo”, “Deus é amor” e Igreja Universal doReino de Deus) 5 .N<strong>um</strong>a outra tipologia sociológica, a “primeira on<strong>da</strong>”, classifica as igrejaspentec<strong>os</strong>tais existentes a partir <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> de 1910, que surgem no Norte do Brasil empleno ciclo <strong>da</strong> borracha. A Igreja Congregação Cristã (1910) e a Assembléia de Deus(1911) classificam-se como de “primeira on<strong>da</strong>.” Da “segun<strong>da</strong> on<strong>da</strong>”, são as igrejassurgi<strong>da</strong>s na déca<strong>da</strong> de 1950 e 1960, basead<strong>os</strong> na idéia de cura divina e divulgação <strong>da</strong>mensagem religi<strong>os</strong>a através do rádio. Surgem n<strong>um</strong> contexto paulista. Neste grupo,podem<strong>os</strong> citar: a Igreja do Evangelho Quadrangular (1951), O Brasil para Cristo(1955) e Deus é Amor (1962). Por último, as <strong>da</strong> “terceira on<strong>da</strong>” surgem na déca<strong>da</strong> de1970 e 1980 n<strong>um</strong> contexto carioca. Têm como características a defesa <strong>da</strong> teologia <strong>da</strong>pr<strong>os</strong>peri<strong>da</strong>de, o uso <strong>da</strong> mídia de massa, <strong>sobre</strong>tudo a TV. São exempl<strong>os</strong> desse grupo a3 BOURDIEU, Pierre. A economia <strong>da</strong>s trocas simbólicas. São Paulo: Perspectiva, 1987. p. 79-98.4 Em term<strong>os</strong> gerais, consideram<strong>os</strong> o início d<strong>os</strong> grup<strong>os</strong> evangélic<strong>os</strong> a partir <strong>da</strong> figura do ReformadorLutero, a partir do século XVI.5 MENDONÇA, Antônio Gouvêa; VELÁSQUES Filho, Prócoro. Introdução ao protestantismo no Brasil.São Paulo: Loyola, 1990. p. 17-18; ALENCAR, Gedeon. Protestantismo tupiniquim: hipóteses <strong>da</strong> (não)contribuição evangélica à cultura brasileira. São Paulo: Arte Editorial, 2005. p. 151.88Disponível na Internet: http://www3.est.edu.br/nepp


Revista Eletrônica do Núcleo de Estud<strong>os</strong> e Pesquisa do Protestantismo (NEPP) <strong>da</strong> Escola Superior de TeologiaVol<strong>um</strong>e 17, set.-dez. de 2008 – ISSN 1678 6408Igreja Universal do Reino de Deus (1977) e Igreja Internacional <strong>da</strong> Graça de Deus(1980) 6 .Neste texto, chamam<strong>os</strong> <strong>os</strong> grup<strong>os</strong> <strong>da</strong> primeira e <strong>da</strong> segun<strong>da</strong> on<strong>da</strong> depentec<strong>os</strong>tais e <strong>os</strong> de terceira on<strong>da</strong>, de neopentec<strong>os</strong>tais.Propom<strong>os</strong> <strong>um</strong>a nova classificação a partir <strong>da</strong> propagação <strong>da</strong> mensagemreligi<strong>os</strong>a, classificam<strong>os</strong> <strong>os</strong> grup<strong>os</strong> protestantes (luteran<strong>os</strong>, presbiterian<strong>os</strong>,congregacionais, anglican<strong>os</strong> e batistas) como ligad<strong>os</strong> à cultura letra<strong>da</strong>; <strong>os</strong> grup<strong>os</strong>pentec<strong>os</strong>tais (Assembléia de Deus, “Deus é amor”, Quadrangular, CongregaçãoCristã do Brasil), como ligad<strong>os</strong> a cultura oral, nota<strong>da</strong>mente o rádio, comoexemplificado; e por último, <strong>os</strong> grup<strong>os</strong> imagétic<strong>os</strong>, ligad<strong>os</strong> ao neopentec<strong>os</strong>talismo(Igreja Universal do Reino de Deus, a Igreja Internacional <strong>da</strong> Graça e a Renascer emCristo), basead<strong>os</strong> na teologia <strong>da</strong> pr<strong>os</strong>peri<strong>da</strong>de, onde a idéia do espetáculo, <strong>da</strong>teatralização e o uso massivo <strong>da</strong> TV é mais evidente.O pluralismo, o trânsito e o mercado religi<strong>os</strong>o no Brasil.Conforme as estatísticas d<strong>os</strong> últim<strong>os</strong> cens<strong>os</strong> realizad<strong>os</strong> no país, torna-seclaramente perceptível a que<strong>da</strong> d<strong>os</strong> índices percentuais de fiéis que se autodeclararamCatólic<strong>os</strong> Roman<strong>os</strong>, sendo em grande parte absorvid<strong>os</strong> por dois grup<strong>os</strong>:<strong>os</strong> “sem-religião” 7 e <strong>os</strong> evangélic<strong>os</strong> 8 , principalmente entre <strong>os</strong> grup<strong>os</strong> pentec<strong>os</strong>tais eneopentec<strong>os</strong>tais, o que é <strong>um</strong> indicador que o trânsito religi<strong>os</strong>o é evidente.Aquele adágio popular que afirmava “que o fulano nasce n<strong>um</strong>a religião e vaimorrer nela” não tem mais sentido na reali<strong>da</strong>de religi<strong>os</strong>a do país, onde a religião6 FRESTON, Paul. FRESTON, Paul. In: ANTONIAZZI, Alberto et al. Nem anj<strong>os</strong> nem demôni<strong>os</strong>:interpretações sociológicas do pentec<strong>os</strong>talismo. Petrópolis: Vozes, 1994. p. 67-162.7 Grup<strong>os</strong> não necessariamente ateus, mas que não declaram filiação religi<strong>os</strong>a, cerca de 12.492.403, nocenso de 2001.8 Conforme o censo do IBGE de 2001, 16% <strong>da</strong> população brasileira se declaram evangélicas,totalizando 26.184.961 fiéis, sendo 70 % d<strong>os</strong> evangélic<strong>os</strong> eram pentec<strong>os</strong>tais ou neopentec<strong>os</strong>tais.Disponível na Internet: http://www3.est.edu.br/nepp 89


Revista Eletrônica do Núcleo de Estud<strong>os</strong> e Pesquisa do Protestantismo (NEPP) <strong>da</strong> Escola Superior de TeologiaVol<strong>um</strong>e 17, set.-dez. de 2008 – ISSN 1678 6408mídia, <strong>sobre</strong>tudo televisiva, conseguem utilizar <strong>os</strong> recurs<strong>os</strong> imagétic<strong>os</strong> como formade a<strong>um</strong>entar <strong>os</strong> seus fiéis/cons<strong>um</strong>idores. Paradoxalmente, as livrarias evangélicastêm vendido proporcionalmente ca<strong>da</strong> vez men<strong>os</strong> livr<strong>os</strong> e ocupado as suas ven<strong>da</strong>scom Cd’s, Dvd’s, cartões, camisas, bottons, bonés, jog<strong>os</strong>, enfim, <strong>um</strong> mercado religi<strong>os</strong>olucrativo com a ampliação de diferentes produt<strong>os</strong> g<strong>os</strong>pel para agra<strong>da</strong>r a tod<strong>os</strong> <strong>os</strong>estil<strong>os</strong>, <strong>sobre</strong>tudo incorporado element<strong>os</strong> interessantes para <strong>um</strong>a socie<strong>da</strong>deimagética. O apelo visual se tornou maior n<strong>um</strong>a socie<strong>da</strong>de que valoriza mais o poder<strong>da</strong> imagem do que o poder <strong>da</strong> palavra.As denominações também passaram a funcionar muitas vezes como marcas.A pomba estiliza<strong>da</strong> e o escrito “Pare de sofrer” são características típicas <strong>da</strong>identi<strong>da</strong>de visual <strong>da</strong> Igreja Universal do Reino de Deus, o peixe, símbolo histórico docristianismo foi patenteado pela Igreja Renascer em Cristo; a sarça ardente, símbolo<strong>da</strong> Igreja Presbiteriana do Brasil (IPB) são marcas de <strong>um</strong>a política de identi<strong>da</strong>devisual, n<strong>um</strong>a socie<strong>da</strong>de imagética, assim como <strong>os</strong> arc<strong>os</strong> dourad<strong>os</strong>, fazem parte <strong>da</strong>identi<strong>da</strong>de visual do Mcdonald’s 16 . Neste sentido, o sagrado se apropria eressignifica o profano (enquanto marca que precisa ser cons<strong>um</strong>i<strong>da</strong>), tornando asdefinições clássicas de Rudolf Otto e Mircea Eliade obsoletas 17 .Como escrito a seguir:Quem avi<strong>da</strong>mente come <strong>um</strong> Big Mac engole exatamente o quê? Umamassa de carne moí<strong>da</strong> e prensa<strong>da</strong>, banha<strong>da</strong> em incert<strong>os</strong> molh<strong>os</strong>,ladea<strong>da</strong> por alg<strong>um</strong>as verduras e duas fatias de pão? Ou realiza <strong>um</strong>atransubstanciação às avessas, que em vez de transformar carne esangue em pão e vinho, incorpora em seu sangue, em suas carnes,<strong>um</strong>a combinação complexa de valores e desej<strong>os</strong>, embalad<strong>os</strong> nãon<strong>um</strong>a caixa de papelão, mas nas curvas sinu<strong>os</strong>as de <strong>um</strong> tentacular“M” amarelo? Forma e conteúdo, essência e aparência, valor de uso –e principalmente – valor de troca, o que a marca Mcdonald’s men<strong>os</strong>vende é comi<strong>da</strong>. N<strong>um</strong>a socie<strong>da</strong>de em que tudo é representação –finge o que é dor a dor que deveras vende -, o que a rede norte-16 FONTENELLE, Isleide Arru<strong>da</strong>. O nome <strong>da</strong> marca: Mcdonald’s, fetichismo e cultura descartável. SãoPaulo: Bontempo, 2002.17 OTTO, Rudolfo. O sagrado. São Paulo: Vozes, [s.d.]; ELIADE, Mircea. O sagrado e o profano: aessência <strong>da</strong>s religiões. São Paulo: Martins Fontes, 1999.Disponível na Internet: http://www3.est.edu.br/nepp 93


Revista Eletrônica do Núcleo de Estud<strong>os</strong> e Pesquisa do Protestantismo (NEPP) <strong>da</strong> Escola Superior de TeologiaVol<strong>um</strong>e 17, set.-dez. de 2008 – ISSN 1678 6408americana de lanchonetes faz é comercializar <strong>um</strong> estilo de vi<strong>da</strong> para<strong>um</strong> sup<strong>os</strong>to pala<strong>da</strong>r universal. Um fetiche em que marca, sign<strong>os</strong>,uniforme de atendentes, programação visual, arquitetura interna <strong>da</strong>slojas, tudo, tudo, busca atender a este pala<strong>da</strong>r. Não há invenção, nãohá sanduíche “no capricho”, não há “mal passado, bem passado ouno ponto.” Não há risc<strong>os</strong>. Os detratores d<strong>os</strong> antig<strong>os</strong> regimessocialistas do Leste europeu apregoavam que as filas vistas diante demercad<strong>os</strong> e armazéns eram o retrato acabado de <strong>um</strong>a socie<strong>da</strong>de deescassez e privação. Pois a mcdonaldização do mundo transformouas filas na frente d<strong>os</strong> caixas/atendentes em sinônimo de eficiência erapidez. 18Cria-se <strong>um</strong>a “socie<strong>da</strong>de do espetáculo”, onde “o espetáculo não é <strong>um</strong>conjunto de imagens, mas <strong>um</strong>a relação social entre pessoas, media<strong>da</strong> por imagens” 19 .O espetáculo que <strong>os</strong> evangélic<strong>os</strong> proporcionam ocorre tanto no espaço midiático,especialmente televisivo quanto na ocupação do espaço público. Apresentadores,como Edir Macedo 20 , Estevão Hernandes 21 , Silas Malafaia 22 e R. R. Soares 23 ocupamgener<strong>os</strong><strong>os</strong> espaç<strong>os</strong> televisiv<strong>os</strong> e radiofônic<strong>os</strong>, criando identi<strong>da</strong>des duplas, comopastores/animadores de auditório, e realimentando <strong>os</strong> seus impéri<strong>os</strong>midiátic<strong>os</strong>/eclesiástic<strong>os</strong>, inspirad<strong>os</strong> pel<strong>os</strong> tele-evangelistas estadunidenses, comoBilly Graham e Jimmy Swaggart. N<strong>os</strong> espaç<strong>os</strong> públic<strong>os</strong>, lembram<strong>os</strong> <strong>da</strong> “Marcha paraJesus” 24 , event<strong>os</strong> musicais, como proporciona<strong>da</strong>s pela Ban<strong>da</strong> “Diante do Trono”,liga<strong>da</strong> à Igreja Batista <strong>da</strong> Lagoinha de Belo Horizonte, que constantemente enchemestádi<strong>os</strong> n<strong>os</strong> seus shows.18 FONTENELLE, 2002.19 DEBORD, Guy. A socie<strong>da</strong>de do espetáculo. Tradução Estela d<strong>os</strong> Sant<strong>os</strong> Abreu. Rio de Janeiro:Contraponto, 1997. p. 14.20 Líder <strong>da</strong> Igreja Universal do Reino de Deus.21 Auto-intitulado apóstolo e líder <strong>da</strong> Igreja Renascer em Cristo.22 Pastor <strong>da</strong> Igreja Assembléia de Deus, fam<strong>os</strong>o pel<strong>os</strong> seus programas televisiv<strong>os</strong>.23 Pastor e fun<strong>da</strong>dor <strong>da</strong> Igreja Internacional <strong>da</strong> Graça, sendo também o apresentador do programavinculado na Rede Bandeirantes, chamado “O show <strong>da</strong> <strong>fé</strong>.”24 Evento iniciado na Inglaterra em 1987 para <strong>da</strong>r maior visibili<strong>da</strong>de a<strong>os</strong> evangélic<strong>os</strong> no espaçopúblico. Espalhou-se para divers<strong>os</strong> países. No Brasil, a “Marcha para Jesus” é organiza<strong>da</strong> pelaIgreja Renascer em Cristo, mas reúne diferentes denominações evangélicas, sendo a maiorconcentração n<strong>um</strong>érica de fiéis na ci<strong>da</strong>de de São Paulo. Além <strong>da</strong> caminha<strong>da</strong> d<strong>os</strong> fiéis, existem <strong>os</strong>shows com grup<strong>os</strong> de música g<strong>os</strong>pel, orações, discurs<strong>os</strong> religi<strong>os</strong><strong>os</strong> - polític<strong>os</strong>, até camisetasrelaciona<strong>da</strong>s com o evento.94Disponível na Internet: http://www3.est.edu.br/nepp


Revista Eletrônica do Núcleo de Estud<strong>os</strong> e Pesquisa do Protestantismo (NEPP) <strong>da</strong> Escola Superior de TeologiaVol<strong>um</strong>e 17, set.-dez. de 2008 – ISSN 1678 6408O happening, ou seja, o acontecimento, que neste caso, se refere à experiênciareligi<strong>os</strong>a passa a ser mais valorizado do que a doutrina para o crescimento emnúmero de fiéis, n<strong>um</strong> processo que chamam<strong>os</strong> aqui de “desteologização”. Nestesentido, a doutrina não é importante, mas sim o acontecimento, seja <strong>um</strong>a cura, <strong>um</strong>abênção recebi<strong>da</strong>, <strong>um</strong> emprego novo conquistado, ou breves moment<strong>os</strong> onde o fielpode cantar a música do seu cantor g<strong>os</strong>pel favorito.A <strong>fé</strong> não pode ser rotineira, litúrgica, pois para se conseguir mais sucesso(leia-se mais fiéis) torna-se necessário ter event<strong>os</strong> espetaculares, estádi<strong>os</strong> lotad<strong>os</strong>,curas, milagres, sonh<strong>os</strong>, adivinhações, aparições midiáticas que sejam resp<strong>os</strong>tas dotempo do “aqui e agora”, mais ao g<strong>os</strong>to d<strong>os</strong> (neo) pentec<strong>os</strong>tais do que <strong>os</strong> discurs<strong>os</strong>transcendentais d<strong>os</strong> grup<strong>os</strong> reformad<strong>os</strong>. Uma <strong>da</strong>s questões é saber se existe <strong>um</strong>limite na capaci<strong>da</strong>de de atração d<strong>os</strong> fiéis a essa visão que a <strong>fé</strong> tem que serconstantemente espetacular? Essa rotinização <strong>da</strong> espetacularização <strong>da</strong> <strong>fé</strong> poderiaperder a capaci<strong>da</strong>de de atrair fiéis? Essa discussão me parece em aberto, sendo quenecessitam<strong>os</strong> de mais alg<strong>um</strong> tempo de pesquisas para perceberm<strong>os</strong> se a tendência decrescimento n<strong>um</strong>érico d<strong>os</strong> neopentec<strong>os</strong>tais continua ou não. A questão é saber se acurva de crescimento d<strong>os</strong> neopentec<strong>os</strong>tais atingiria <strong>um</strong> teto nesse crescimento.A IURD apresenta-se como o maior exemplo <strong>da</strong> espetacularização <strong>da</strong> <strong>fé</strong> nocampo religi<strong>os</strong>o brasileiro. Sua p<strong>os</strong>ição de destaque no quadro religi<strong>os</strong>o brasileiro sedeve à visibili<strong>da</strong>de, ao pr<strong>os</strong>elitismo agressivo e, <strong>sobre</strong>tudo à sua rápi<strong>da</strong> expansão:conforme <strong>os</strong> <strong>da</strong>d<strong>os</strong> d<strong>os</strong> dois últim<strong>os</strong> Cens<strong>os</strong> Demográfic<strong>os</strong>, essa igreja cresceu na<strong>da</strong>men<strong>os</strong> que 718% entre 1991 e 2000. Se, em term<strong>os</strong> n<strong>um</strong>érico, a IURD, apresente2.101.887 fiéis no Censo do IBGE de 2000, cifra inferior a<strong>os</strong> Católic<strong>os</strong> Roman<strong>os</strong>,Batistas, Assembléia de Deus, Congregação Cristã do Brasil e Espíritas, ocupando <strong>um</strong>relativamente modesto sexto lugar no número de filiações por instituição, mas éjustamente o seu impacto midiático que assusta <strong>os</strong> seus concorrentes religi<strong>os</strong><strong>os</strong> 25 .Usam<strong>os</strong> o termo “relativamente modesto”, porque a sua inserção midiática é tão25 SOUZA, André Ricardo. Igreja in concert: padre cantores, mídia e marketing. São Paulo:Annabl<strong>um</strong>e e FAPESP. 2005. p. 23.Disponível na Internet: http://www3.est.edu.br/nepp 95


Revista Eletrônica do Núcleo de Estud<strong>os</strong> e Pesquisa do Protestantismo (NEPP) <strong>da</strong> Escola Superior de TeologiaVol<strong>um</strong>e 17, set.-dez. de 2008 – ISSN 1678 6408forte, <strong>sobre</strong>tudo na Rede Record, na qual o Bispo Macedo é dono desde 1989, que sejulgasse, que a impressão que se tem é que a IURD p<strong>os</strong>sui <strong>um</strong>a quanti<strong>da</strong>de de fiéismuito maiores. Se o critério de julgamento dependesse do tempo de existência <strong>da</strong>IURD, com cerca de 30 an<strong>os</strong>, o número de fiéis não é na<strong>da</strong> modesto 26 .Assim, podem<strong>os</strong> dizer que:A Igreja Universal se constituiu como movimento religi<strong>os</strong>o n<strong>um</strong>contexto de globalização que tornou p<strong>os</strong>sível o emprego <strong>da</strong>propagan<strong>da</strong>, publici<strong>da</strong>de e marketing religi<strong>os</strong>o em seu processo deexpansão. Essa prática mercadológica repousa no pressup<strong>os</strong>to que éno ato de cons<strong>um</strong>ir individualmente que o ser h<strong>um</strong>ano adquire a suah<strong>um</strong>anização e não na preocupação com <strong>os</strong> excluíd<strong>os</strong> deste processo.Nesse sentido, a propagan<strong>da</strong> tende a desempenhar n<strong>os</strong> sistemasreligi<strong>os</strong><strong>os</strong> função semelhante ao sangue no corpo h<strong>um</strong>ano, fazendocircular a mensagem do centro às extremi<strong>da</strong>des; <strong>da</strong>í a ganância em seadquirir espaç<strong>os</strong> na mídia e em se comprarem emissoras de rádio ede televisão. 27Ampara<strong>da</strong> pelo poder midiático e pelo poder político (necessário paraampliar as concessões públicas <strong>da</strong>s redes de TV e rádi<strong>os</strong>), a IURD impactou o camporeligi<strong>os</strong>o brasileiro, <strong>sobre</strong>tudo a necessi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> Igreja Católica Romana de deter esseavanço, a partir <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> de 1980, nota<strong>da</strong>mente com a Renovação Carismática, comdestaque para as figura do padre Marcelo R<strong>os</strong>si 28 . Como bem sintetizou GedeonAlencarNa<strong>da</strong> mais pós-moderno que a religião. Estam<strong>os</strong> no mundo <strong>da</strong>imagem, do espetáculo e na<strong>da</strong> mais sintomático que até acircunspecta Igreja Católica, tão conservadora em seus rituais, tenhaque admitir que para atrair 50, 200 ou 800 mil pessoas, só mesmo a“Aeróbica de Jesus”, celebrado pelo padre Marcelo R<strong>os</strong>si. Afinal <strong>um</strong>acelebração com leitura de texto, pregação exp<strong>os</strong>itiva e hermenêuticaapura<strong>da</strong> cansam, e pouc<strong>os</strong> estão interessad<strong>os</strong>. A celebração precisaser diet, a doutrina preferencialmente, fast food, e o compromisso o26 TAVOLARO, Douglas. O bispo: a história revela<strong>da</strong> de Edir Macedo. São Paulo: Larrousse, 2007. p.154.27 CAMPOS, 1997, p. 244.28 SOUZA, 2005, p. 122.96Disponível na Internet: http://www3.est.edu.br/nepp


Revista Eletrônica do Núcleo de Estud<strong>os</strong> e Pesquisa do Protestantismo (NEPP) <strong>da</strong> Escola Superior de TeologiaVol<strong>um</strong>e 17, set.-dez. de 2008 – ISSN 1678 6408mais light p<strong>os</strong>sível, pois se quer mesmo é o show! É a “religiãoespetaculariza<strong>da</strong>”! Intimista, mas cons<strong>um</strong>ista como espetáculo. 29Assim sendo, julgam<strong>os</strong> neste artigo alguns aspect<strong>os</strong> que consideram<strong>os</strong> maisrelevantes. O primeiro é que as matrizes religi<strong>os</strong>as <strong>sobre</strong> a tradição eclesiásticaperdem fiéis, como tem ocorrido com a Igreja Católica e ascensão nota<strong>da</strong>mente d<strong>os</strong>grup<strong>os</strong> neopentec<strong>os</strong>tais que estão assentad<strong>os</strong> <strong>sobre</strong> o descarte <strong>da</strong> memória coletiva,n<strong>um</strong> discurso facilmente digerível - “fast food” - que procura agra<strong>da</strong>r as massas (cura,pr<strong>os</strong>peri<strong>da</strong>de financeira, terapia do amor, entre outr<strong>os</strong>), levando a intensificação dotrânsito religi<strong>os</strong>o brasileiro, além de ocupar, <strong>sobre</strong>tudo <strong>os</strong> neopentec<strong>os</strong>tais, <strong>um</strong>espaço importante na resolução d<strong>os</strong> problemas cotidian<strong>os</strong> (fome, desemprego, faltade assistência médica e educacional), onde o estado mínimo neoliberal se ausenta,gerando <strong>um</strong>a maior eficácia simbólica no seu discurso. Além disso, intensifica-se omercado religi<strong>os</strong>o em busca do fiel/cons<strong>um</strong>idor, marcando a mercantilização d<strong>os</strong>agrado, n<strong>um</strong>a <strong>fé</strong> mais ligado ao self, caracterizando <strong>um</strong> relativismo ético/religi<strong>os</strong>ocom <strong>um</strong>a certa ausência de contradições nesse menu religi<strong>os</strong>o à la carte, sendo que asdenominações neopentec<strong>os</strong>tais crescem por se encaixar mais nesse perfil quecombina religi<strong>os</strong>i<strong>da</strong>de, mercado e espetáculo.ReferênciasALENCAR, Gedeon. Protestantismo tupiniquim: hipóteses <strong>da</strong> (não) contribuição evangélica àcultura brasileira. São Paulo: Arte Editorial, 2005.ANTONIAZZI, Alberto et al. Nem anj<strong>os</strong> nem demôni<strong>os</strong>: interpretações sociológicas dopentec<strong>os</strong>talismo. Petrópolis: Vozes, 1994.BAUMAN, Zygmunt. Medo líquido. Tradução Carl<strong>os</strong> Alberto Medeir<strong>os</strong>. Rio de Janeiro: JorgeZahar, 2008.BERGER, Peter. O d<strong>os</strong>sel sagrado: element<strong>os</strong> para <strong>um</strong>a teoria sociológica <strong>da</strong> religião. 2 ed. SãoPaulo: Paulinas, 1985.BOURDIEU, Pierre. A economia <strong>da</strong>s trocas simbólicas. São Paulo: Perspectiva, 1987.29 ALENCAR, 2005, p. 113.Disponível na Internet: http://www3.est.edu.br/nepp 97


Revista Eletrônica do Núcleo de Estud<strong>os</strong> e Pesquisa do Protestantismo (NEPP) <strong>da</strong> Escola Superior de TeologiaVol<strong>um</strong>e 17, set.-dez. de 2008 – ISSN 1678 6408CAMPOS, Leonildo Silveira. Teatro, templo e mercado: organização e marketing de <strong>um</strong>empreendimento neopentec<strong>os</strong>tal. Petrópolis e São Paulo: Vozes, Simpósio e UMESP, 1997.CERTEAU, Michel de. A invenção do cotidiano 1: artes do fazer.Petrópolis: Vozes, 1994.CUNHA, Magali do Nascimento. A expl<strong>os</strong>ão g<strong>os</strong>pel: <strong>um</strong> olhar <strong>da</strong>s ciências h<strong>um</strong>anas <strong>sobre</strong> ocenário evangélico no Brasil. Rio de Janeiro: Mauá/Instituto Mysteri<strong>um</strong>, 2007.DAMATTA, Roberto. O que faz o brasil, Brasil? Rio de Janeiro: Rocco, 1986.DEBORD, Guy. A socie<strong>da</strong>de do espetáculo. Tradução Estela d<strong>os</strong> Sant<strong>os</strong> Abreu. Rio de Janeiro:Contraponto, 1997.EDWARD, J<strong>os</strong>é. A força do Senhor. Revista Veja, p. 88-95, 3 jul. 2002.ELIADE, Mircea. O sagrado e o profano: a essência <strong>da</strong>s religiões. São Paulo: Martins Fontes,1999.FONTENELLE, Isleide Arru<strong>da</strong>. O nome <strong>da</strong> marca: Mcdonald’s, fetichismo e culturadescartável. São Paulo: Bontempo, 2002.FRESTON, Paul. Protestantes e política no Brasil: <strong>da</strong> constituinte ao impeachment. 1993. Tese(Doutorado). Campinas: Universi<strong>da</strong>de Estadual de Campinas, 1993.GIDDENS, Anthony. As conseqüências <strong>da</strong> moderni<strong>da</strong>de. Tradução: Raul Fiker. São Paulo:Unesp, 1991.GUERRIERO, Silas (org.). O <strong>estudo</strong> <strong>da</strong>s religiões: desafi<strong>os</strong> contemporâne<strong>os</strong>. São Paulo:Paulinas, 2003.HOLANDA, Sérgio Buarque de. Raízes do Brasil. 26 ed. São Paulo: Cia <strong>da</strong>s Letras, 1995.IGREJA Universal do Reino de Deus. Disponível em: .Acesso em: 3 jan. 2008.MARTINO, Luís Mauro Sá. Mídia e poder simbólico: <strong>um</strong> ensaio <strong>sobre</strong> a comunicação e o camporeligi<strong>os</strong>o. São Paulo: Paulus, 2003.MENDONÇA, Antônio Gouvêa; VELÁSQUES Filho, Prócoro. Introdução ao protestantismo noBrasil. São Paulo: Loyola, 1990.NIEBUHR, H. Richard. As origens sociais <strong>da</strong>s denominações cristãs. Trad. Antônio GouvêaMendonça. São Paulo: ASTE e UMESP, 1992.ORO, Ari Pedro; STEIL, Carl<strong>os</strong> Alberto (Orgs.). Globalização e religião. 2 ed. Petrópolis: Vozes,1999.ORTIZ, Renato. A moderna tradição brasileira. São Paulo: Brasiliense, 2001.OTTO, Rudolfo. O sagrado. São Paulo: Vozes, [s.d.].98Disponível na Internet: http://www3.est.edu.br/nepp


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