38Teoria e Prática na Engenharia Civil, n.11, p.31-42, Abril, 2008• Um ensaio CBR a cada 100 metros;• Um ensaio DCP a cada 30 metros;• Elaboração da correlação através dosresultados obtidos <strong>de</strong> CBR e DCP. Osdados po<strong>de</strong>m ser analisados através <strong>de</strong>mo<strong>de</strong>los l<strong>in</strong>eares, logarítmicos,exponenciais ou bi-logarítmicos (log xlog). A correlação po<strong>de</strong> ter a segu<strong>in</strong>teforma:log( CBR ) = a + b × log( DCP)(7)On<strong>de</strong>:DCP = resistência à penetração (mm/golpe)a = constante com valores entre 2,44 e 2,60b = constante com valores entre -1,07 e -1,16e a<strong>in</strong>da,On<strong>de</strong>:CBR ×b= a DCP(8)CBR = é dado em porcentagem (%)DCP = resistência à penetração (mm/golpe)a e b = são constantes obtidas através daanálise <strong>de</strong> regressãod) A <strong>de</strong>term<strong>in</strong>ação do módulo <strong>de</strong> elasticida<strong>de</strong> dacamada reciclada po<strong>de</strong>rá ser realizada através <strong>de</strong>ensaios <strong>de</strong> campo como os equipamentos do tipoFall<strong>in</strong>g Weight Deflectometer (FWD) ou LightWeight Deflectometer (LWD). O ensaio <strong>de</strong>ve serrealizado a cada 100 metros. A partir <strong>de</strong><strong>in</strong>vestigações experimentais, também, po<strong>de</strong>-se<strong>de</strong>term<strong>in</strong>ar o valor da rigi<strong>de</strong>z da camada recicladaatravés <strong>de</strong> correlação com o DCP. Um exemplo <strong>de</strong>correlação proposta com esse propósito é a<strong>de</strong>senvolvida pelo MnDOT [17]:E[ 1,061661og( DPI )]3,04758−= 10(9)On<strong>de</strong>:E = Módulo <strong>de</strong> Young (MPa)DPI = Índice <strong>de</strong> penetração (mm/golpe)e) Controle do materialDeverão ser adotados os segu<strong>in</strong>tesprocedimentos:• Ensaios <strong>de</strong> caracterização e <strong>de</strong>equivalente <strong>de</strong> areia do materialespalhado na pista pelos métodosDNER-ME 054/97 [9] e DNER-ME083/98 [8], e locais <strong>de</strong>term<strong>in</strong>adosaleatoriamente. Deverá ser coletada umaamostra por camada para cada 500 m <strong>de</strong>pista, ou por uma jornada diária <strong>de</strong> 8horas <strong>de</strong> trabalho para ensaio <strong>de</strong>equivalente <strong>de</strong> areia e amostrascoletadas a cada 200 m para ensaio <strong>de</strong>granulometria.• Ensaios <strong>de</strong> Índice Suporte Califórnia –ISC e expansão pelo método DNER-ME049/94 [10], na energia <strong>de</strong> compactação<strong>in</strong>dicada no projeto para o materialcoletado na pista, em locais<strong>de</strong>term<strong>in</strong>ados aleatoriamente. Deverãoser coletadas amostras a cada 500 m <strong>de</strong>pista, sendo representativas da basegranular reciclada.• Ensaio DCP (Cone <strong>de</strong> PenetraçãoD<strong>in</strong>âmica) consiste em se aplicar golpes<strong>de</strong> sucessivos e anotar a posição <strong>de</strong> umamarca <strong>de</strong> referência na haste através darégua, anotando ao lado da posição onúmero <strong>de</strong> golpes. Por fim, traça-se ográfico, Posição da haste x número <strong>de</strong>golpes, conforme Figura 2. Este ensaio<strong>de</strong>ve ser realizado na base reciclada, em<strong>in</strong>tervalos <strong>de</strong> 50 em 50 metros.f) Controle da execução• Ensaio <strong>de</strong> umida<strong>de</strong> higroscópica domaterial reciclado a cada 100m,imediatamente após a passagem darecicladora e antes da compactação.• Ensaio <strong>de</strong> massa específica aparenteseca <strong>in</strong> <strong>situ</strong> em locais escolhidosaleatoriamente, por camada,preconizados pelo método DNER-ME092/94, espaçados em no máximo 100metros, na seqüência LE (ladoesquerdo), E (eixo), LD (lado direito),como o objetivo <strong>de</strong> <strong>de</strong>term<strong>in</strong>ar o GC(Grau <strong>de</strong> Compactação) e a 0,60 metrosdo bordo.• Ensaio <strong>de</strong> compactação com energiamodificada, com amostras nas condições<strong>de</strong> pista, realizado a cada 500m,realizado logo após a passagem da
Teoria e Prática na Engenharia Civil, n.11, p.31-42, Abril, 2008 39recicladora e antes da compressão.• Ensaio <strong>de</strong> granulometria do materialreciclado <strong>de</strong>verá ser feito a cada 200m<strong>de</strong> pista, logo após a passagem darecicladora e antes da compressão.• Ensaio do ISC, realizado a cada 100m,com amostras da pista moldadas nocontrole <strong>de</strong> compactação, logo após apassagem da recicladora e antes dacompressão.• Ensaio LWD, realizado a cada 100m nomaterial reciclado, logo após a passagemda recicladora e antes da compressão.6. CONCLUSÕESCom base nas análises realizadas, para arestauração das rodovias dos trechos escolhidospara o estudo, verificou-se que a soluçãoenvolvendo a reciclagem <strong>in</strong> <strong>situ</strong> da base granularapresentou os custos <strong>de</strong> restauração reduzidos emralação aos métodos convencionais <strong>de</strong> restauração<strong>de</strong> pavimentos;Os resultados <strong>de</strong> CBR obtidos com os ensaiosDCP, realizados nas rodovias em estudo,mostraram que as <strong>bases</strong> <strong>granulares</strong> recicladasapresentaram características <strong>de</strong> suportecompatíveis com os valores recomendados pelasespecificações técnicas brasileiras, em termos dacapacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> suporte exigida para estruturas <strong>de</strong>pavimentos flexíveis submetidos a níveis <strong>de</strong>solicitações <strong>de</strong> tráfego médio, ficando acima dolimite mínimo exigido <strong>de</strong> 60%. Portanto, todos ostrechos foram consi<strong>de</strong>rados aceitos em termos <strong>de</strong>capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> suporte da base reciclada;Os materiais reciclados <strong>in</strong> <strong>situ</strong> nas rodoviasestudadas não apresentaram necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong>correção granulométrica ou adição <strong>de</strong> agentes paraestabilização química, em vista da natureza dosmateriais existentes na pista. Sendo, adicionadosapenas o teor <strong>de</strong> umida<strong>de</strong> necessário àcompactação, em função da umida<strong>de</strong> observada nocampo no momento da reciclagem;A metodologia proposta para o controle dagranulometria envolvendo valores mínimos emáximos para o diâmetro dos agregados e valoresmínimos para o expoente “n” da Curva <strong>de</strong> Talbotmostrou-se a<strong>de</strong>quada, pois torna mais flexível oenquadramento dos materiais existentes na pistasem conf<strong>in</strong>á-los a uma faixa específica;Devido a dispersão nos resultados encontrados,tornou-se <strong>in</strong>viável optar pela correlação que seria a“i<strong>de</strong>al” para a <strong>de</strong>term<strong>in</strong>ação do CBR <strong>in</strong> <strong>situ</strong>. Paratanto, uma solução para tornar mais confiável a<strong>de</strong>term<strong>in</strong>ação dos valores <strong>de</strong> CBR no campo seriaa realização <strong>de</strong> estudos experimentais na fase<strong>in</strong>icial <strong>de</strong> execução da obra;A proposta <strong>de</strong> especificação técnica mostrou-sesuficiente e a<strong>de</strong>quada no que se refere ao controledos parâmetros que asseguram a a<strong>de</strong>quaçãoestrutural <strong>de</strong> <strong>bases</strong> <strong>granulares</strong> recicladas <strong>in</strong> <strong>situ</strong>.Com aplicação prática da proposta foi possível<strong>de</strong>term<strong>in</strong>ar os <strong>in</strong>tervalos e freqüências dos ensaiosa serem realizados, para garantir a qualida<strong>de</strong> dasobras <strong>de</strong> reciclagem.REFERÊNCIAS1. AMINI, F. Potential applications of dynamic and staticcone penetrometers <strong>in</strong> pavement <strong>de</strong>sign andConstruction. Department of Civil Eng<strong>in</strong>eer<strong>in</strong>g. JacksonState University. Mississippi. 36 p. 2003.2. ASPHALT RECYCLING & RECLAIMINGASSOCIATION - ARRA. Cold recycl<strong>in</strong>g. AsphaltRecycl<strong>in</strong>g & Reclaim<strong>in</strong>g Association. Disponível em.Acesso em 21 jul. 2005.3. DEPARTAMENTO AUTÔNOMO DE ESTRADAS DERODOGAEM DO RIO GRANDE DO SUL (DAER/RS).Crema. :. Acesso em03 mai. 2006.4. ______. Projeto executivo <strong>de</strong> restauração dos pavimentosdo LOTE I do DAER/RS. 2005.5. ______. DAER/RS. Alternativa Proposta para aManutenção dos Pavimentos do Lote 01 do CREMA-RS.2005.6. ______. DAER-ES-P 08/91: Base Granular. 1991. 8p.7. DEPARTAMENTO NACIONAL DE ESTRADAS DERODAGEM. Manual <strong>de</strong> pavimentação. 2ª ed. Rio <strong>de</strong>Janeiro. 2006. 278p.8. ______. DNER ME 083/98: Agregados: análisegranulométrica. Rio <strong>de</strong> Janeiro. 1998. 05p.9. ______. DNER ME 054/97: equivalente <strong>de</strong> areia. Rio <strong>de</strong>Janeiro. 1997. 10p.10. ______. DNER ME 049/94: Solos – <strong>de</strong>term<strong>in</strong>ação doíndice <strong>de</strong> suporte Califórnia utilizando amostras nãotrabalhadas. Rio <strong>de</strong> Janeiro. 1994. 14p.11. ______. DNER ES 303/97: Base EstabilizadaGranulometricamente. Departamento Nacional <strong>de</strong> Infraestruturae Transporte. Rio <strong>de</strong> Janeiro.