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a escala em fotografia - Nautilus

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ARTIGOESCALA EMHouve um desenho que deu uma gravura que aparecereproduzida no livro. O livro teve várias edições, <strong>em</strong> variadosformatos. Qual é o original e qual é a dimensãodesse original? Não esqueçamos que a Alice é uma meninaespecial: na história de Lewis Carroll ela estica e encolhe.Diluída no texto da página do livro, aquela ilustraçãorespira melhor e não parece tão claustrofóbica. O carácterda imag<strong>em</strong> muda quando se passa do desenho para olivro ou para a projecção <strong>em</strong> ecrã. Muda também com otamanho.EstruturasSubjacente à apresentação de qualquer imag<strong>em</strong>, está aescolha da <strong>escala</strong>. O tamanho da ilustração (projectadaou impressa) depende de vários factores. No caso daprojecção de diapositivos depende das dimensões doobjecto, da óptica, da distância do projector ao ecrã, etc.Cada um dos espectadores faz também uma escolha, aosentar-se corajosamente na primeira fila, ou mais discretamenteao fundo da sala, de preferência na coxia parapoder sair a qualquer momento s<strong>em</strong> se fazer notado(a).No caso da figura impressa no livro, a decisão t<strong>em</strong> a vercom as dimensões da folha, a legibilidade e as questõesestéticas do design. Veja-se, por ex<strong>em</strong>plo, a ilustração deJohn Tenniel para a Alice no País das Maravilhas (Fig. 1).Fig.1- Ilustração de John Tenniel para“Alice's Adventures in Wonderland”, (1865)No filme/exposição "Potências de 10" o viajante podedeslocar-se nos dois sentidos: o do "infinitamente" grande(digamos, o universo galáctico) e o do "infinitamente"pequeno (que é o universo da molécula, do átomo e doseu núcleo). O universo parece estar <strong>em</strong> expansão (a quecorresponde um aumento de entropia, a "seta do t<strong>em</strong>po",segundo Eddington). O viajante de "Potências deDez" é pontual, desloca-se segundo uma linha recta enunca sai dela. Não há aqui ilusões de óptica n<strong>em</strong> exagerosde perspectiva. Notar ainda que, na viag<strong>em</strong> <strong>em</strong>direcção ao espaço sideral, uma estrela aparece primeirocomo um ponto (zero dimensões), depois como umdisco (duas dimensões) e finalmente como uma esfera(três dimensões). Paradoxo: será que a "meio caminho"terá, por ex<strong>em</strong>plo, a dimensão 0,8 ou 2,3?Hoje o estudante médio não concebe n<strong>em</strong> o universo do"infinitamente" grande n<strong>em</strong> o do "infinitamente" pequeno,mas julga que domina melhor o universo atómico sóporque está habituado a ver nos livros de texto ilustraçõesmais ou menos apelativas de estruturas atómicas e moleculares.Se a coisa é familiar julga-se que está percebida(é aquilo a que Coleridge chamava o "despotismo da vista",o mais poderoso dos cinco sentidos). Mas é bomnão esquecer que, com a Mecânica Quântica, a visualizaçãoe a visualizabilidade deixaram de ser sinónimos epassaram a ser incompatíveis.A somar a isto há a ajuda do reconhecimento de estruturas.É mais imediato e acessível o apelo estético de umaestrutura atómico-molecular ou mesmo celular do que ainformidade de uma nuv<strong>em</strong> ou de uma galáxia. A irregularidadede formas como as das nuvens ou das ramificaçõesdas árvores, que se mantém qualquer que seja a<strong>escala</strong>, só é descritível usando uma dimensão fractal,fraccionária. A única nuv<strong>em</strong> com uma forma imediatamenteidentificável t<strong>em</strong> a forma de um cogumelo.Apareceu <strong>em</strong> 1945 e toda a gente sabe qual é. CertasGAZETA DE FÍSICA 5

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