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Visão de Biodiversidade da Ecorregião Serra do Mar

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4 Abor<strong>da</strong>gem ecorregional e a visão <strong>da</strong> conservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong>7 Planejamento Sistemático <strong>da</strong> Conservação12 Visão <strong>de</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong>: um processo participativo16 Caracterização <strong>da</strong> ecorregião47 Seleção <strong>de</strong> Áreas102 Discussão110 Referências117 Agra<strong>de</strong>cimentos119 Glossário120 Lista <strong>de</strong> siglas121 Lista <strong>de</strong> figuras123 Lista <strong>de</strong> tabelas124 Anexos


Apresentação© WWF-Brasil / Adriano GambariniELA VELESTIORUM QUE DOLORITAE VOLUPTATIA VOLECTEM NONET, TE ET UNDITATUMDELIBUS, UT ETUR? QUIA QUE NIS EVELIS APELICI LLECTUR? NE LABORRUM LISEATUR, SIT IDIT ET MAXIME INUM HICIPIS A VENIS VOLUPTAQUISI VENIENIS EAQUI ALITAMATEMPERORUM ACCUPTATURI COREHENDI NIMUS EREMODIA VERUM INCTEMPE DENISSIMAGNIS ULLAM, ADIT UT QUISTOTATUR, SANIMOL UPTUR, QUO ETUREM SAM VERO TE SINET MOLUPTAT LIS MILLUPTIAM VOLOREHENDI VOLUPTI NON EXPLA VENDESCIPSUM HILIMINCTO OFFICIL IDITEM FUGIT ULLUM ETUR SE DOLLABO. DUS, TEM INT PRA VELECTUR,NEM QUAM QUAS CUPTAQUIS DEREREP ERISQUAM QUOS A VOLESTRUM REPED QUI TETLANDAEPEDIT EA SINT ET MAIOS CON NIS ET MOLUPTAM RECTURIATUR RE NIS AS EAT.Ma inimpos sequias rem nobis sed quam aute laborpores <strong>de</strong>bit, nisciam asi offic teneseque num latiur? Quis cus nonsequam incimen <strong>da</strong>ndusam qui in re nonecto elestiumqui cuptati sequi<strong>de</strong>ria sinvel ipicitia dit modias sin cus sintius reium ilitas ut et harchilitatut exceaqu aectiore et pratinvel impor am eicid ut re <strong>de</strong>nis se magnian<strong>de</strong>m lantur aut<strong>do</strong>lupti stiatemquos pore, cus verum consequo quis non etus everchitatur repro ento quis<strong>do</strong>luptius apisinv elicim unt.Um <strong>do</strong>luptias esequaes escitat urestiae perum sit <strong>do</strong>lorep eriscipist quam latum, idmi, odit voluptur susa verum repta quis consent ipita cus re vit ut restempor as quiaquibusciatur aut aut et i<strong>de</strong>m <strong>do</strong>luption nonsequatus, sam et autem a <strong>do</strong>lorem fuga. Nam,net, quam re qui cus.Nam consersped quas et endusamust, cum vollanturit, quam aligent odio omnistius<strong>do</strong>lupie nimpore custem as <strong>do</strong>luptatur rero excest quiam qui alit modit ent ven<strong>da</strong>m numquodit vella sunt faci tem facepu<strong>da</strong> <strong>de</strong>bitatem quunt quatis plaut ent accum nos <strong>do</strong>lorrumea as expe nus eum <strong>do</strong>lluptatia quiae velisin ullupta volupta volecatent eossitaquos dianos aceatus et velenita dipiendis cum quiberu ptatium au<strong>da</strong>m inition eosam que voluptatemolor re porunt.Nem volorior re molorum que volut imos eum earum resequi ommoluptaspe iliquae pratemo totat. Cabor a sedis invellabore, ea sam, omni antiatur saesti bernam, et earuptatem<strong>de</strong>nis nonem quis esti <strong>do</strong>luptia nimus en<strong>de</strong>lit asperuntur?Mus alibus diti cone nonseque ditio. Et re voluptatem que venisit, eaqui ut laboreicaestaut plam animporianis et escia et en<strong>de</strong>rcium volorest quis eatioria in rae nem queporen<strong>da</strong>m, ut ium hillut ex et occatent faciunt list, sit as aligni ducienihicat fuga. Fugit,netur sequid que non por sima sitio. Et <strong>do</strong>lut rectem et, odio eosam vendi ditat eiuscilium re laut officiis illignam ut lacesserum accus alici <strong>do</strong>lorumqui odis voloren <strong>de</strong>leseraevendigen<strong>da</strong> venisque ent volorro et ullupta excerro quis alibus et odis <strong>do</strong>lut quae nis autaliaestis postores <strong>do</strong>lorum etur.


© WWF-Brasil / Adriano GambariniBIOMA MATA ATLÂNTICA1. Abor<strong>da</strong>gem ecorregional e a visão <strong>da</strong>conservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong>AVISÃO DA CONSERVAÇÃO DE BIODIVERSIDADE DA ECORREGIÃO SERRA DO MAR FOI DESENVOLVIDANO ÂMBITO DO PROGRAMA PARA CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE NOS SÍTIOS DO PATRIMÔNIOMUNDIAL NATURAL DO BRASIL, QUE TEM COMO OBJETIVO CONSOLIDAR E PROMOVER A GESTÃO INTEGRADANOS SÍTIOS NACIONAIS. ESSA É UMA INICIATIVA DO MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE (MMA), DO INSTITUTOBRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS RENOVÁVEIS (IBAMA) E DA ORGANIZAÇÃO DASNAÇÕES UNIDAS PARA A EDUCAÇÃO, A CIÊNCIA E A CULTURA (UNESCO) EM PARCERIA COM A CONSERVAÇÃOINTERNACIONAL (CI), THE NATURE CONSERVANCY (TNC) E O WWF-BRASIL, COM APOIO FINANCEIRO DAFUNDAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS (ONU).Seu objetivo é servir como base <strong>de</strong> planejamento para as ações <strong>de</strong> conservação <strong>do</strong> WWF-Brasil nesse território.Igualmente importante, foi o processo <strong>de</strong> construção <strong>da</strong> mesma a partir <strong>do</strong> conhecimento e interação <strong>de</strong>diversos especialistas e instituições. O registro <strong>do</strong>s meta<strong>da</strong><strong>do</strong>s, o <strong>de</strong>talhamento <strong>do</strong> méto<strong>do</strong> utiliza<strong>do</strong>, aespecificação <strong>da</strong>s análises elabora<strong>da</strong>s se constituem em uma sequência evolutiva que <strong>de</strong>riva em um conjunto<strong>de</strong> diretrizes. Sedimenta assim o <strong>do</strong>cumento como um produto verificável, portanto, transparente no auxílioa toma<strong>da</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões que serão conduzi<strong>da</strong>s pelo WWF-Brasil ou por outros atores que se apropriem <strong>de</strong>sseexercício <strong>de</strong> planejamento <strong>da</strong> conservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong>.


Visão <strong>de</strong> Biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>5A visão <strong>de</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> ecorregional, conforme concebi<strong>da</strong> pelo WWF-Brasil, éuma ferramenta para o planejamento que visa orientar as ações <strong>de</strong> conservação <strong>da</strong>biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> em uma ecorregião. Seu objetivo é i<strong>de</strong>ntificar áreas <strong>de</strong> priori<strong>da</strong><strong>de</strong> paramanter uma amostra representativa <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> em to<strong>da</strong> uma ecorregião.A visão <strong>de</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> serve como um ponto <strong>de</strong> referência para assegurar que ascaracterísticas ecológicas importantes se tornem os objetivos <strong>da</strong> conservação duranteto<strong>do</strong> o processo <strong>de</strong> conservação <strong>de</strong> ecorregiões. Ela estabelece metas <strong>de</strong> conservação <strong>da</strong>biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> basea<strong>da</strong>s em princípios amplamente aceitos na biologia <strong>da</strong> conservação,e i<strong>de</strong>ntifica áreas críticas a serem conserva<strong>da</strong>s, administra<strong>da</strong>s ou recupera<strong>da</strong>s para quetais metas sejam alcança<strong>da</strong>s. Essas áreas são i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong>s por meio <strong>de</strong> procedimentoscientíficos que se fun<strong>da</strong>mentam nos melhores <strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>de</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> disponíveis,assim como em informações socioeconômicas.A visão <strong>de</strong>ve cumprir os seguintes princípios básicos <strong>da</strong> biologia <strong>da</strong> conservação:• representação <strong>de</strong> to<strong>da</strong>s as comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s naturais distintas <strong>de</strong>ntro <strong>da</strong>s paisagens<strong>de</strong> conservação e na re<strong>de</strong> <strong>de</strong> áreas protegi<strong>da</strong>s;• manutenção <strong>do</strong>s processos ecológicos e evolucionários que criam e sustentam abiodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong>;• manutenção <strong>de</strong> populações viáveis <strong>de</strong> to<strong>da</strong>s as espécies nativas; e• conservação <strong>de</strong> blocos <strong>do</strong> habitat natural gran<strong>de</strong>s o bastante para seremresilientes aos distúrbios estocásticos e <strong>de</strong>terminísticos em gran<strong>de</strong> escala e àsmu<strong>da</strong>nças ambientais no longo prazo.A visão permite traçar estratégias <strong>de</strong> curto, médio e longo prazo para a conservaçãoecorregional, espacializar ações e priorizar sítios conforme a complexi<strong>da</strong><strong>de</strong> e urgência <strong>do</strong>sproblemas <strong>de</strong>tecta<strong>do</strong>s. Também permite revisão continua<strong>da</strong>, capaz <strong>de</strong> avaliar as estratégiasa<strong>do</strong>ta<strong>da</strong>s em função <strong>do</strong> grau <strong>de</strong> sucesso <strong>da</strong>s metas estipula<strong>da</strong>s, disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> novos<strong>da</strong><strong>do</strong>s ou surgimento <strong>de</strong> novas ameaças e oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s para conservação. Assim, épossível, através <strong>de</strong> ações dinâmicas e flexíveis, distinguir ameaças e oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s,elaborar estratégias diferencia<strong>da</strong>s <strong>de</strong> manejo que conciliem as necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s humanas e <strong>da</strong>biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> em diversas porções <strong>da</strong> ecorregião, i<strong>de</strong>ntificar parceiros e atores, intervir eapoiar iniciativas <strong>de</strong> maior escala <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com uma perspectiva regional <strong>de</strong> ação.UNIR PARA CONSERVAR A VIDANeste <strong>do</strong>cumento é apresenta<strong>da</strong> a visão <strong>de</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> para a Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong><strong>Mar</strong> (Figura 1). A partir <strong>da</strong> <strong>de</strong>limitação <strong>da</strong> ecorregião como uma uni<strong>da</strong><strong>de</strong> biogeográfica foirealiza<strong>do</strong> um processo <strong>de</strong> seleção <strong>de</strong> áreas prioritárias para conservação, contan<strong>do</strong> com autilização <strong>de</strong> uma abor<strong>da</strong>gem <strong>do</strong> Planejamento Sistemático <strong>da</strong> Conservação (MARGULES;SARKAR, 2007; MOILANEN et al., 2009), integran<strong>do</strong> quantitativamente o conhecimento <strong>de</strong>especialistas a sistemas <strong>de</strong> suporte à toma<strong>da</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão. Ao longo <strong>do</strong> texto, são <strong>de</strong>scritosem <strong>de</strong>talhe os passos <strong>da</strong> i<strong>de</strong>ntificação <strong>da</strong>s áreas prioritárias, a saber: <strong>de</strong>terminação <strong>da</strong>insubstituibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s áreas (uma medi<strong>da</strong> <strong>de</strong> sua importância biológica) a partir <strong>de</strong>objetos <strong>de</strong> conservação seleciona<strong>do</strong>s; construção <strong>de</strong> uma análise <strong>de</strong> custos (ameaças eoportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s) para a conservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong>, para subsidiar a i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong>um conjunto <strong>de</strong> áreas com o menor custo <strong>de</strong> conservação possível; a seleção <strong>da</strong>s áreasprioritárias para conservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> propriamente dita; e finalmente, a pósseleção,que dá subsídios para um esquema <strong>de</strong> priorização <strong>da</strong>s áreas e recomen<strong>da</strong>ção <strong>de</strong>ações para a conservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong>.


BIOMA MATA ATLÂNTICAFigura 1Localização <strong>da</strong> ecorregião<strong>da</strong> <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong> na MataAtlântica, Brasil.


© WWF-Brasil / Adriano GambariniVisão <strong>de</strong> Biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>72. Planejamento Sistemático <strong>da</strong>ConservaçãoUNIR PARA CONSERVAR A VIDAOHISTÓRICO DE CRIAÇÃO DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO (UCS) TEM SECARACTERIZADO PELA ADOÇÃO DE CRITÉRIOS SUBJETIVOS DE SELEÇÃO, TAIS COMOPAISAGENS DE GRANDE BELEZA CÊNICA, PROTEÇÃO DE RECURSOS HÍDRICOS, PRESSÃO DEGRUPOS DE INTERESSE OU PROTEÇÃO DE ESPÉCIES BANDEIRA, RARAS OU AMEAÇADAS.SOMA-SE A ISSO, A OPÇÃO RECORRENTE POR TERRAS COM BAIXO POTENCIAL ECONÔMICOAGROSSILVIPASTORIL, PARA EVITAR CONFLITOS COM OS MEIOS DE PRODUÇÃO. O SISTEMADE UCS CRIADO A PARTIR DESSES CRITÉRIOS COSTUMA SER DE BAIXA EFICIÊNCIA, INCAPAZDE REPRESENTAR OS PADRÕES E PROCESSOS DE BIODIVERSIDADE EM NÍVEIS REGIONAIS.PORÉM, COM A AMEAÇA CRESCENTE IMPOSTA AOS AMBIENTES NATURAIS E AUMENTO DOCONHECIMENTO SOBRE A IMPORTÂNCIA DA MANUTENÇÃO DA BIODIVERSIDADE E DOSPROCESSOS ECOLÓGICOS REGIONAIS, SURGIU A NECESSIDADE DE ESTABELECER SISTEMASDE ÁREAS PROTEGIDAS MAIS AMPLOS E EFICIENTES DO QUE AQUELES IMPLEMENTADOS DEMANEIRA OPORTUNISTA.


BIOMA MATA ATLÂNTICAÉ nesse contexto que a seleção e o <strong>de</strong>senho <strong>de</strong> re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> UCs, bem como a implementação <strong>da</strong>sações <strong>de</strong> conservação, têm se beneficia<strong>do</strong> muito <strong>da</strong> a<strong>do</strong>ção <strong>de</strong> méto<strong>do</strong>s quantitativos paraintegrar <strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>de</strong> diferentes naturezas e o conhecimento <strong>de</strong> especialistas através <strong>do</strong> apoio <strong>de</strong>sistemas <strong>de</strong> suporte à <strong>de</strong>cisão.O planejamento <strong>da</strong> conservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> tem evoluí<strong>do</strong> no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> incorporarperspectivas políticas, econômicas, biológicas e territoriais em mo<strong>de</strong>los ca<strong>da</strong> vez mais sensíveisem propor soluções que conciliem diferentes e muitas vezes conflitantes objetivos no uso <strong>de</strong> ummesmo território. Ao invés <strong>de</strong> planos <strong>de</strong> conservação, diagnósticos ou visões <strong>de</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong>ecorregionais separa<strong>do</strong>s para ambientes terrestres, límnicos, ou marinhos, a conservação <strong>da</strong>biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> tem que integrar diferentes componentes, tais como os ecossistemas <strong>de</strong> uma região,as espécies e suas populações, as comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s e os processos ecológicos associa<strong>do</strong>s, bem comoseus serviços ambientais, com as necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s humanas sempre presentes. Li<strong>da</strong>r com objetos <strong>de</strong>conservação múltiplos para gerar informações e apoiar o processo <strong>de</strong> toma<strong>da</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão é umatarefa complexa e requer o uso <strong>de</strong> diferentes tipos <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lagem para indicar a melhor soluçãoespacial em termos <strong>de</strong> alocação <strong>de</strong> recursos. Em última instância, esses mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisãomulti-critérios <strong>de</strong>vem integrar tanto biogeografia, ecologia <strong>de</strong> ecossistemas e <strong>de</strong> paisagens, comoas dimensões antrópicas associa<strong>da</strong>s à biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong>, em seus aspectos negativos e positivos(crescimento urbano, conversão <strong>de</strong> hábitat, mu<strong>da</strong>nças climáticas, tendências macroeconômicas,pagamento por serviços ambientais, usos <strong>da</strong>s terras <strong>de</strong> baixo impacto e multifuncionais, etc).Enquanto a compreensão sobre os requerimentos para a conservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> aumentaindican<strong>do</strong> claramente a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> esforços crescentes, os recursos financeiros sãolimita<strong>do</strong>s e exigem o estabelecimento <strong>de</strong> priori<strong>da</strong><strong>de</strong>s (MARGULES; PRESSEY, 2000; SARKAR; etal., 2002; WILLIAMS; et al., 2002). A i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> áreas prioritárias para a conservação visa oreconhecimento <strong>da</strong>queles locais ou regiões que possuem atributos naturais bastante expressivose, por vezes, únicos, consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s críticos para a manutenção <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> regional. NoBrasil, o MMA por meio <strong>do</strong> Projeto <strong>de</strong> Conservação e Utilização Sustentável <strong>da</strong> Diversi<strong>da</strong><strong>de</strong>Biológica Brasileira (PROBIO), disposto no <strong>de</strong>creto nº 5.092, <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 2004 (BRASIL, 2004),<strong>de</strong>finiu conjuntos <strong>de</strong> áreas prioritárias para a conservação nos biomas brasileiros, atualiza<strong>do</strong>s em2006 (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, 2006). Alguns esta<strong>do</strong>s, como Minas Gerais (DRUMMOND,2005) e Pernambuco (PERNAMBUCO, 2002), já <strong>de</strong>talharam suas próprias áreas prioritárias,© WWF-Brasil / Adriano Gambarini


Visão <strong>de</strong> Biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>9num refinamento <strong>da</strong>quelas áreas <strong>de</strong>fini<strong>da</strong>s nacionalmente. To<strong>do</strong>s os exemplos cita<strong>do</strong>susaram basicamente o mesmo méto<strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> por Olivieri (1995), que consiste na<strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> grupos temáticos (grupos taxonômicos; socioeconomia, uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong>conservação, meio físico, etc.) examina<strong>do</strong>s individualmente e combina<strong>do</strong>s a seguir emuma visão geral. Em ca<strong>da</strong> grupo taxonômico há uma seleção <strong>do</strong>s objetos <strong>de</strong> conservação(em geral espécies endêmicas e ameaça<strong>da</strong>s <strong>de</strong> extinção), compilação <strong>de</strong> <strong>da</strong><strong>do</strong>s sobre adistribuição <strong>de</strong>ssas espécies e realização <strong>de</strong> um seminário <strong>de</strong> consulta a especialistas.Na publicação <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s, ca<strong>da</strong> área prioritária i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong> é categoriza<strong>da</strong> emníveis diferencia<strong>do</strong>s <strong>de</strong> importância, acompanha<strong>da</strong> <strong>de</strong> recomen<strong>da</strong>ções <strong>de</strong> conservaçãosugeri<strong>da</strong>s pelos participantes <strong>do</strong> exercício.2.1 PrincípiosO méto<strong>do</strong> a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong> pela visão <strong>da</strong> <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong> i<strong>de</strong>ntifica e seleciona um conjunto<strong>de</strong> áreas prioritárias com potencial para a proteção <strong>de</strong> múltiplos aspectos <strong>da</strong>biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> – espécies, ecossistemas, paisagens e processos ecológicos,genericamente <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong>s objetos <strong>de</strong> conservação, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> os custos eoportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> implantação frente às <strong>de</strong>mais alternativas <strong>de</strong> uso <strong>da</strong> terra. O méto<strong>do</strong>é semelhante ao que foi aplica<strong>do</strong> ao projeto “I<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> áreas prioritárias paraa conservação ambiental no Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> Goiás” (SCARAMUZZA; et al., 2008) executa<strong>do</strong>pelo esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> Goiás. A idéia é dispor <strong>do</strong>s recursos financeiros <strong>de</strong> forma eficiente paraestabelecer um sistema <strong>de</strong> UCs volta<strong>do</strong> para atingir metas explícitas, com o menorimpacto sobre outros tipos <strong>de</strong> ocupação <strong>do</strong> território, minimizan<strong>do</strong> os conflitos comdiferentes grupos <strong>de</strong> interesse e construin<strong>do</strong> mosaicos <strong>de</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> conservaçãoao invés <strong>de</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s isola<strong>da</strong>s. A seleção e <strong>de</strong>senho <strong>da</strong>s áreas nesses mol<strong>de</strong>s <strong>de</strong>vemseguir alguns princípios <strong>de</strong> conservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong>:• representativi<strong>da</strong><strong>de</strong> regional – representação abrangente <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong>;• funcionali<strong>da</strong><strong>de</strong> – promoção <strong>da</strong> persistência <strong>do</strong>s objetos <strong>de</strong> conservação no longoprazo, manten<strong>do</strong> sua viabili<strong>da</strong><strong>de</strong> e integri<strong>da</strong><strong>de</strong> ecológica;• eficiência – máxima proteção <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> com o menor número <strong>de</strong> UCspossível e com a melhor relação custo/proteção;• complementari<strong>da</strong><strong>de</strong> – incorporação <strong>de</strong> novas UCs ao sistema já existente queotimizem a proteção <strong>do</strong>s objetos <strong>de</strong> conservação;• flexibili<strong>da</strong><strong>de</strong> – formulação <strong>de</strong> cenários com alternativas em termos <strong>de</strong> áreasprioritárias para proteção <strong>do</strong>s objetos <strong>de</strong> conservação seleciona<strong>do</strong>s;• insubstituibili<strong>da</strong><strong>de</strong> – i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> áreas indispensáveis para atingir as metas<strong>de</strong>fini<strong>da</strong>s para os objetos <strong>de</strong> conservação, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> suas contribuiçõespotenciais para a representativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> sistema <strong>de</strong> UCs e o efeito <strong>de</strong> suaindisponibili<strong>da</strong><strong>de</strong> sobre as outras opções para proteger os objetos <strong>de</strong> conservação;• vulnerabili<strong>da</strong><strong>de</strong> – priorização <strong>da</strong>s ações <strong>de</strong> conservação <strong>de</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> acor<strong>do</strong>com a probabili<strong>da</strong><strong>de</strong> ou iminência <strong>de</strong> erradicação <strong>do</strong>s objetos <strong>de</strong> conservação; e• <strong>de</strong>fensibili<strong>da</strong><strong>de</strong> – a<strong>do</strong>ção <strong>de</strong> méto<strong>do</strong>s simples, objetivos e explícitos paraseleção <strong>da</strong>s áreas prioritárias para conservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong>, necessáriaspara complementar as UCs existentes e atingir as metas <strong>de</strong>fini<strong>da</strong>s para osobjetos <strong>de</strong> conservação.UNIR PARA CONSERVAR A VIDA


BIOMA MATA ATLÂNTICA2.2 Processo e etapas <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> áreasprioritárias na Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>A i<strong>de</strong>ntificação <strong>da</strong>s áreas prioritárias <strong>da</strong> visão <strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong> foi gera<strong>da</strong> a partir <strong>da</strong>integração <strong>de</strong> <strong>da</strong><strong>do</strong>s temáticos e <strong>de</strong> distribuição <strong>de</strong> espécies (<strong>de</strong>scritos nos itens base <strong>de</strong> <strong>da</strong><strong>do</strong>s eobjetos <strong>de</strong> conservação, logo abaixo), e dividi<strong>da</strong> nas seguintes etapas:1. i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> objetos <strong>de</strong> conservação;2. processamento e análise <strong>da</strong>s informações disponíveis;3. <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> metas quantitativas para os objetos <strong>de</strong> conservação seleciona<strong>do</strong>s;4. análise <strong>de</strong> lacunas para as UCs existentes;5. análise <strong>de</strong> custos (ameaças e oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s) para a conservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong>;6. seleção e <strong>de</strong>lineamento <strong>de</strong> propostas <strong>de</strong> UCs no âmbito <strong>de</strong> um sistema <strong>de</strong> áreas protegi<strong>da</strong>s;7. <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> priori<strong>da</strong><strong>de</strong>s.To<strong>do</strong> esse processo é media<strong>do</strong> por uma constante revisão por especialistas, especialmente nasetapas 1, 3, 6 e 7. Os passos <strong>de</strong>sse processo encontram-se esquematiza<strong>do</strong>s na Figura 2.I<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> objetos <strong>de</strong>conservaçãoAnálise <strong>da</strong>s informaçõesdisponíveisDefinição <strong>de</strong> metas <strong>de</strong>conservaçãoRevisão porespecialistasAnálise <strong>de</strong> representativi<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>da</strong>s UCs existentesFigura 2Análise <strong>de</strong> custos <strong>de</strong>conservaçãoFluxograma simplifica<strong>do</strong> <strong>do</strong>processo <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação<strong>de</strong> áreas prioritárias paraSeleção <strong>da</strong>s áreas prioritáriasconservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong>na Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>.Definição <strong>de</strong> ações prioritáriasAs ações <strong>de</strong> planejamento <strong>da</strong> conservação <strong>do</strong> WWF-Brasil têm incorpora<strong>do</strong> abor<strong>da</strong>gens basea<strong>da</strong>sem sistemas <strong>de</strong> suporte à <strong>de</strong>cisão integra<strong>do</strong> ao conhecimento <strong>de</strong> especialistas. O uso <strong>de</strong> sistemas<strong>de</strong> suporte a <strong>de</strong>cisão como base para o planejamento <strong>da</strong> conservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> tem sedifundi<strong>do</strong> a partir <strong>do</strong> meio <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> noventa (PRESSEY, 1998; MARGULES; PRESSEY, 2000;POSSINGHAM; et al., 2000; COWLING et al., 2003; MARGULES; SARKAR, 2007; MOILANEN et al.,2009) e, a partir <strong>de</strong>sses procedimentos espera-se uma melhora na i<strong>de</strong>ntificação e <strong>de</strong>lineamento<strong>de</strong> re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> UCs, bem como na implementação <strong>de</strong> ações <strong>de</strong> conservação. Ferramentas como osaplicativos SITES, PANDA, C-Plan, MARXAN e MARXAN with zones permitem criar uma estrutura <strong>de</strong>


Visão <strong>de</strong> Biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>11conservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> orienta<strong>da</strong> para avaliação <strong>do</strong> papel <strong>da</strong>s UCs existentes e nai<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> áreas complementares.Os aplicativos utiliza<strong>do</strong>s para criação <strong>da</strong> visão <strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong> foram oConservation Planning Software (Programa <strong>de</strong> Planejamento para Conservação) ouC-Plan (NEW SOUTH WALES, 2001) e MARXAN (<strong>Mar</strong>ine Reserve Design using SpatiallyExplicit Annealing) (BALL; POSSINGHAN, 2000). Acopla<strong>do</strong>s a um sistema <strong>de</strong> informaçõesgeográficas (ArcView 3.x), os referi<strong>do</strong>s programas mapeiam as opções para atingir metaspré-estabeleci<strong>da</strong>s para objetos <strong>de</strong> conservação em uma região, fornecen<strong>do</strong> aos usuáriosa possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> simular <strong>de</strong>cisões sobre áreas e formas <strong>de</strong> manejo para conservação eavaliar as conseqüências <strong>de</strong> diferentes opções.Como parte <strong>do</strong>s requerimentos <strong>do</strong>s sistemas <strong>de</strong> suporte à <strong>de</strong>cisão C-Plan e MARXAN, énecessário que ca<strong>da</strong> objeto <strong>de</strong> conservação seja classifica<strong>do</strong> <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com seu grau<strong>de</strong> importância para a i<strong>de</strong>ntificação <strong>da</strong>s áreas prioritárias. Esses valores <strong>de</strong> importânciasão critérios para toma<strong>da</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong>fini<strong>do</strong>s por especialistas e garantem queobjetos mais vulneráveis ou que tem papel chave no funcionamento <strong>do</strong>s ecossistemastenham peso maior na escolha <strong>da</strong>s áreas prioritárias.© WWF-Brasil / Adriano GambariniUNIR PARA CONSERVAR A VIDA


BIOMA MATA ATLÂNTICA3. Visão <strong>de</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong>:um processo participativoACONSTRUÇÃO DA VISÃO DE BIODIVERSIDADE DA ECORREGIÃO SERRA DO MAR TEVE INÍCIO EM SETEMBRODE 2003 E CONCLUSÃO EM DEZEMBRO DE 2006. DURANTE QUASE TRÊS ANOS FORAM CONDUZIDOS TRÊSSEMINÁRIOS, VÁRIAS REUNIÕES E INÚMERAS CONSULTAS A ESPECIALISTAS. BUSCOU-SE REFORÇAR O CARÁTERPARTICIPATIVO E TRANSPARENTE DO PROCESSO, POR MEIO DA DIVULGAÇÃO DAS INFORMAÇÕES CONSOLIDADASAPÓS CADA UM DOS TRÊS SEMINÁRIOS EM AMBIENTE ESPECÍFICO DENTRO DO SITE DO WWF-BRASIL.Durante os seminários houve a participação <strong>de</strong> inúmeros técnicos, representan<strong>do</strong> aproxima<strong>da</strong>mente 20diferentes instituições, <strong>de</strong>ntre as quais a aca<strong>de</strong>mia, instituições governamentais e não governamentais, <strong>de</strong>atuação nacional, estadual e regional/local. A seguir estão relaciona<strong>do</strong>s os objetivos <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> um <strong>do</strong>s três


Visão <strong>de</strong> Biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>13© WWF-Brasil / Adriano Gambariniencontros. A dinâmica <strong>de</strong>sses encontros previu um dia <strong>de</strong> apresentação <strong>de</strong> <strong>da</strong><strong>do</strong>s pelaequipe coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>ra <strong>da</strong> visão e um dia <strong>de</strong> discussão por meio <strong>de</strong> grupos <strong>de</strong> trabalhopara a toma<strong>da</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões e <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> encaminhamentos para a etapa seguinte.O I seminário ocorreu em novembro <strong>de</strong> 2003 e teve como objetivos:• divulgar e iniciar o processo participativo <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> uma visão <strong>de</strong>conservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> para a Ecorregião <strong>da</strong> <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>;• i<strong>de</strong>ntificar parceiros e estabelecer uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> cooperação e articulação paraconservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> ecorregião;• apresentar a abor<strong>da</strong>gem para conservação ecorregional utiliza<strong>da</strong> pelo WWF-Brasilcomo referência para a discussão;• i<strong>de</strong>ntificar as bases <strong>de</strong> <strong>da</strong><strong>do</strong>s biológicos, socioeconômicos e geográficosdisponíveis para a ecorregião;• revisar os limites <strong>da</strong> ecorregião;• discutir a elaboração <strong>do</strong> diagnóstico socioeconômico e as análises <strong>de</strong> custos(ameaças e oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s) para a conservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong>; e• discutir a integração <strong>do</strong>s <strong>da</strong><strong>do</strong>s para geração <strong>da</strong> visão <strong>de</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> paraEcorregião <strong>da</strong> <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>.O II seminário ocorreu em novembro <strong>de</strong> 2004 e teve como objetivos:• divulgar e <strong>da</strong>r continui<strong>da</strong><strong>de</strong> ao processo participativo <strong>de</strong> geração <strong>da</strong> visão <strong>de</strong>biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong>;• i<strong>de</strong>ntificar parceiros e estabelecer uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> cooperação e articulação paraconservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> na Ecorregião <strong>da</strong> <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>;• apresentar o resulta<strong>do</strong> final <strong>da</strong> revisão <strong>do</strong>s limites <strong>da</strong> ecorregião e os objetos <strong>de</strong>conservação seleciona<strong>do</strong>s;• apresentar o item análise <strong>de</strong> custos para a conservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> (ouameaças e oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s);• apresentar os resulta<strong>do</strong>s preliminares <strong>do</strong> I exercício <strong>de</strong> planejamento <strong>de</strong>conservação <strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>.O III seminário ocorreu em <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2005 e teve como objetivos:• apresentar o último exercício <strong>de</strong> planejamento <strong>de</strong> conservação <strong>da</strong> ecorregião;• traçar recomen<strong>da</strong>ções e ações estratégicas a partir <strong>do</strong> planejamento elabora<strong>do</strong>.Em maio <strong>de</strong> 2004, o WWF-Brasil participou <strong>de</strong> uma reunião para promover a revisão entrepares organiza<strong>da</strong> pela TNC e o WWF-Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s <strong>da</strong> América (Programa <strong>de</strong> Ciência <strong>da</strong>Conservação). Nesse momento, foram apresenta<strong>da</strong>s cinco visões <strong>de</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>diferentes países <strong>da</strong>s Américas e em diferentes estágios <strong>de</strong> elaboração, entre elas a <strong>da</strong><strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>.A 19ª Reunião Anual <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Biologia <strong>da</strong> Conservação, em julho <strong>de</strong> 2005, emBrasília, também foi uma oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> troca e divulgação <strong>do</strong> trabalho em an<strong>da</strong>mento.Nesse encontro foram apresenta<strong>do</strong>s os pôsteres intitula<strong>do</strong>s “A biodiversity conservationvision for <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong> Ecoregion in the Atlantic Forest global biodiversity hotspot”(SIMÕES, 2005) e “The use of distance map to calculate the cost surface input for reserveselection tools” (ROSA, 2005).UNIR PARA CONSERVAR A VIDA


© WWF-Brasil / Adriano GambariniBIOMA MATA ATLÂNTICA


Visão <strong>de</strong> Biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>15EcorregiõesO conceito Ecorregião foi cunha<strong>do</strong> por J. M. Crowley (1967) e introduzi<strong>do</strong> no sistema<strong>de</strong> gerenciamento ambiental norte-americano por R. G. Bailey (1976, 1983, 1986,1989). O conceito foi <strong>de</strong>pois refina<strong>do</strong> com o projeto “Ecomap” (US FOREST SERVICE,1993), receben<strong>do</strong> ain<strong>da</strong> contribuições <strong>de</strong> Omernik (1987, 1995). Subseqüentemente,o programa <strong>de</strong> ciência <strong>da</strong> conservação <strong>do</strong> WWF-Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s <strong>de</strong>senvolveu aclassificação ecorregional em meso-escala para a América Latina (DINNERSTEIN; et al.,1995) e iniciou um programa em mesma escala para to<strong>do</strong> o globo.O WWF-Brasil a<strong>do</strong>ta o conceito <strong>de</strong> ecorregião como uma área extensa com condiçõesambientais semelhantes e <strong>de</strong>terminantes para a ocorrência <strong>de</strong> um conjunto <strong>de</strong>comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s naturais geograficamente distintas, que compartilham a maioria<strong>da</strong>s suas espécies e processos ecológicos críticos para a manutenção <strong>de</strong> suaviabili<strong>da</strong><strong>de</strong> no longo prazo (DINNERSTEIN; et al. 1995). Embora exista um padrão nascaracterísticas bióticas e abióticas <strong>de</strong> uma ecorregião, pressupõe-se a ocorrência <strong>de</strong>heterogenei<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental na mesma, capaz <strong>de</strong> <strong>de</strong>finir sub-comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s biológicasdistintas, associa<strong>da</strong>s a variantes ambientais ou biogeográficas. Além disso, oconceito emprega<strong>do</strong> pela re<strong>de</strong> WWF consi<strong>de</strong>ra to<strong>do</strong>s os aspectos <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>humana local (socioeconomia), bem como a capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> gestão integra<strong>da</strong>.As ecorregiões estão fun<strong>da</strong>menta<strong>da</strong>s nos ecossistemas, extrapolan<strong>do</strong> as fronteirasentre os países. Há muitas tentativas <strong>de</strong> li<strong>da</strong>r com os ecossistemas <strong>de</strong> um mo<strong>do</strong>integra<strong>do</strong> para manejar paisagens multifuncionais. Uma vasta gama <strong>de</strong> técnicos,que compreen<strong>de</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> planeja<strong>do</strong>res urbanos e agrônomos até ecólogos, usamas ecorregiões como uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> análise. No enten<strong>de</strong>r <strong>da</strong> re<strong>de</strong> WWF e outrasorganizações não-governamentais, ecorregiões são uma ferramenta eficientepara orientar projetos <strong>de</strong> conservação. Em 1997, a re<strong>de</strong> WWF a<strong>do</strong>tou o conceito <strong>de</strong>ecorregião no seu planejamento em nível mundial e começou a refinar seu mapa <strong>da</strong>biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> planeta.A re<strong>de</strong> WWF sensu Olson (2000) divi<strong>de</strong> a superfície em aproxima<strong>da</strong>mente 500ecorregiões aquáticas, sen<strong>do</strong> 25 <strong>de</strong>las no Brasil, e 14 <strong>do</strong>mínios terrestres, subdividi<strong>da</strong>spor sua vez em um total <strong>de</strong> 825 ecorregiões terrestres. Foi proposta a utilização<strong>de</strong>sta divisão como base para iniciativas <strong>de</strong> <strong>de</strong>mocracia biorregional. As ecozonasestão muito bem <strong>de</strong>fini<strong>da</strong>s, mas os limites <strong>da</strong>s ecorregiões são mais controversos eestão sujeitos a mu<strong>da</strong>nças respal<strong>da</strong><strong>da</strong>s por maiores conhecimentos adquiri<strong>do</strong>s naescala local. O WWF elegeu 238 ecorregiões como as mais representativas e ricas <strong>do</strong>sdiferentes biomas <strong>da</strong> Terra. Estas 238 regiões se agrupam no chama<strong>do</strong> Projeto Global200. No território brasileiro estão <strong>de</strong>fini<strong>da</strong>s 49 ecorregiões. A base cartográfica originalsofreu ajustes que incluíram revisão <strong>de</strong> limites <strong>do</strong>s biomas e incorporação <strong>de</strong> <strong>da</strong><strong>do</strong>ssobre <strong>de</strong>smatamento, relevo e ocupação agrícola.UNIR PARA CONSERVAR A VIDA


© WWF-Brasil / Adriano GambariniBIOMA MATA ATLÂNTICA4. Caracterização <strong>da</strong> ecorregiãoOCOMPLEXO FLORESTAL ATLÂNTICO ABRANGE DIVERSOS BIOMAS FLORESTAIS BASTANTEHETEROGÊNEOS, QUE INTERAGEM DE MANEIRA COMPLEXA EM GRADIENTES DE ALTITUDE E LATITUDE, AOLONGO DO LITORAL BRASILEIRO. SEGUNDO A FUNDAÇÃO INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA(IBGE, 2008) SUA EXTENSÃO É 1.315.460 KM². A FLORESTA OMBRÓFILA DENSA, A FLORESTA OMBRÓFILAMISTA, A FLORESTA ESTACIONAL SEMIDECIDUAL E A FLORESTA ESTACIONAL DECIDUAL SÃO QUATRO GRANDESBIOMAS DIFERENTES, COM PADRÕES DE DOMINÂNCIA ALTERNANTES AO LONGO DA EXTENSÃO DO REFERIDOCOMPLEXO. ALÉM DISSO, AS FLORESTAS PALUDOSAS, JUNDUS, MANGUEZAIS E CAMPOS RUPESTRESREPRESENTAM BIOMAS DE MENOR EXPRESSÃO, QUE REFLETEM FATORES ABIÓTICOS DE INFLUÊNCIA, COMOO SOLO, O FOGO, A ÁGUA, ENTRE OUTROS, E QUE INTERAGEM COM ESSES BIOMAS DOMINANTES. POR FIM,HÁ ÁREAS TRANSICIONAIS COM CARACTERÍSTICAS ÚNICAS, LOCALIZADAS ENTRE OS BIOMAS DOMINANTES,COMO O PLANALTO ATLÂNTICO, EM SÃO PAULO, INCLUINDO O PLANALTO PAULISTANO E A REGIÃO DO VALEDO PARAÍBA, ONDE HÁ TRANSIÇÃO DAS FLORESTAS OMBRÓFILA MISTA, OMBRÓFILA DENSA E ESTACIONALSEMIDECIDUAL, OU AS REGIÕES DO PONTAL DO PARANAPANEMA E AS SERRAS INTERIORES DA BAHIA E MINASGERAIS. COMO RESULTADO EXISTE UMA ENORME HETEROGENEIDADE BIOLÓGICA, COM GRANDE NÚMERO DESUBUNIDADES DO COMPLEXO DOTADAS DE FAUNA, FLORA, ESTRUTURA E PROCESSOS ECOLÓGICOS DISTINTOS,CUJA CONSERVAÇÃO REPRESENTA UM GRANDE DESAFIO.


Visão <strong>de</strong> Biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>17© WWF-Brasil / Adriano GambariniA subdivisão <strong>da</strong> Mata Atlântica em 15 ecorregiões foi uma primeira tentativa <strong>de</strong> li<strong>da</strong>r coma heterogenei<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental, a fim <strong>de</strong> evitar que a simplificação excessiva prejudicasseo estabelecimento <strong>de</strong> estratégias conservacionistas eficientes. Embora represente umrefinamento capaz <strong>de</strong> <strong>de</strong>tectar os biomas <strong>do</strong>minantes em ca<strong>da</strong> setor, a representaçãoa<strong>do</strong>ta<strong>da</strong> ain<strong>da</strong> é uma simplificação, como qualquer representação cartográfica. Além disso,o conceito ecorregional discuti<strong>do</strong> no item anterior consi<strong>de</strong>ra macro-uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> ambienteterrestre ou aquático com características ambientais particulares, geograficamente distintase com comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s biológicas que compartilham uma maioria <strong>de</strong> espécies, dinâmicase processos ecológicos, em uma escala <strong>de</strong> homogeneização, on<strong>de</strong> nuances ecológicase biogeográficas per<strong>de</strong>m importância. Po<strong>de</strong>-se citar como exemplo a própria Ecorregião<strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong> , a qual contém ecossistemas <strong>de</strong> florestas ombrófilas <strong>de</strong>nsas <strong>de</strong> terras baixas,sub-montanas, montanas e alto montanas, além <strong>de</strong> biomas menores <strong>de</strong> florestas aluviais,palu<strong>do</strong>sas e <strong>de</strong> várzea, vegetação <strong>de</strong> praia, <strong>de</strong> dunas, jundu e manguezais. Desse mo<strong>do</strong>,a conservação <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> ecorregião não <strong>de</strong>ve se pautar em uma única estratégia, mas simcontemplar to<strong>da</strong>s as suas feições por meio <strong>de</strong> estratégias múltiplas.UNIR PARA CONSERVAR A VIDAOs limites originais <strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong> a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong>s no projeto global 200correspondiam àqueles <strong>da</strong> floresta ombrófila <strong>de</strong>nsa nas regiões sul e su<strong>de</strong>ste <strong>do</strong> Brasil,<strong>de</strong>fini<strong>do</strong>s pelo sistema <strong>de</strong> classificação <strong>de</strong> vegetação a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong> pelo IBGE em 1988 (Figura3 – limite original). Tais limites estão associa<strong>do</strong>s a fatores abióticos marcantes, capazes<strong>de</strong> condicionar a fauna e a flora regionais. A combinação <strong>de</strong> relevo escarpa<strong>do</strong> e climaúmi<strong>do</strong> com influência oceânica extrapola os limites originais <strong>da</strong> ecorregião, sen<strong>do</strong>observa<strong>da</strong> também em to<strong>da</strong> a porção sul <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Espírito Santo, e em complexosserranos isola<strong>do</strong>s na Zona <strong>da</strong> Mata Mineira e Baiana. Como era <strong>de</strong> se esperar, a biotaexistente nessas áreas é muito similar àquela presente na ecorregião pré-<strong>de</strong>fini<strong>da</strong>.Assim, questionamentos sobre a <strong>de</strong>limitação original foram levanta<strong>do</strong>s logo no início <strong>do</strong>processo <strong>de</strong> elaboração <strong>da</strong> visão.


BIOMA MATA ATLÂNTICA© WWF-Brasil / Gustavo Accacio


Visão <strong>de</strong> Biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>194.1 Revisão <strong>do</strong>s limitesA indicação para uma revisão e eventual alteração <strong>de</strong> limites <strong>da</strong> ecorregião surgiu durantea realização <strong>do</strong> I Seminário sobre a Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>, realiza<strong>do</strong> em novembro <strong>de</strong>2003. Na ocasião foram sugeri<strong>do</strong>s diversos pontos <strong>de</strong> revisão nos limites <strong>da</strong> ecorregião,associa<strong>do</strong>s a problemas <strong>de</strong> escala e georreferenciamento. Uma vez formata<strong>da</strong> uma proposta<strong>de</strong> alteração, <strong>de</strong>cidiu-se por submetê-la a um grupo <strong>de</strong> especialistas. Foram contacta<strong>do</strong>s29 especialistas em diversas áreas <strong>do</strong> conhecimento, a saber: vertebra<strong>do</strong>s (mamíferosprimatas, aves e répteis), insetos (borboletas e libélulas), aracní<strong>de</strong>os (aranhas), botânica(bromeliaceas, orqui<strong>da</strong>ceas e pteri<strong>do</strong>fitas), ecologia <strong>da</strong> paisagem, ecologia <strong>de</strong> vegetação,biologia <strong>da</strong> conservação e geologia. A to<strong>do</strong>s foi envia<strong>da</strong> a proposta <strong>de</strong> alteração e solicita<strong>do</strong>um parecer. O novo limite <strong>da</strong> ecoregião (Figura 3 limite revisa<strong>do</strong>) incorporou a contribuição<strong>de</strong> 14 <strong>de</strong>sses especialistas (Anexo I – lista <strong>do</strong>s especialistas).A proposta <strong>de</strong> alteração consi<strong>de</strong>rava a porção sul, on<strong>de</strong> a <strong>de</strong>limitação <strong>de</strong>veria coincidir comas vertentes orientais <strong>da</strong>s escarpas litorâneas nos esta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Rio Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong> Sul e SantaCatarina. Discutiu-se também a manutenção ou exclusão <strong>da</strong> mancha disjunta <strong>do</strong> interior<strong>do</strong> esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo, uma vez que, a princípio, essa área estaria melhor inseri<strong>da</strong> naEcorregião Florestas <strong>do</strong> Alto Paraná. A região encontra-se em uma faixa transicional entreos biomas <strong>da</strong> floresta ombrófila <strong>de</strong>nsa e floresta estacional semi<strong>de</strong>cidual, e, em função <strong>da</strong>scondições climáticas e topográficas vigentes, sua classificação como área homogênea <strong>de</strong>floresta ombrófila <strong>de</strong>nsa, constante na carta <strong>de</strong> vegetação <strong>do</strong> IBGE <strong>de</strong> 1988, parece umasimplificação equivoca<strong>da</strong>. No entanto, a vegetação natural <strong>da</strong> região encontra-se reduzi<strong>da</strong>a fragmentos pequenos e muito altera<strong>da</strong>, sen<strong>do</strong> difícil traçar afini<strong>da</strong><strong>de</strong>s biogeográficas.Diante <strong>do</strong> impasse gera<strong>do</strong> e <strong>da</strong> falta <strong>de</strong> <strong>da</strong><strong>do</strong>s apropria<strong>do</strong>s para aprofun<strong>da</strong>r a discussão,optou-se por manter a mancha nos limites <strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>. No entanto, avisão <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>rou essa área na estratégia <strong>de</strong> conservação, porque sua integração trariaproblemas na elaboração <strong>do</strong> planejamento, sem benefício palpável para a manutenção <strong>da</strong>biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> ecorregional.Critérios biogeográficos e <strong>de</strong> escala foram a justificativa para ampliação <strong>do</strong>s limites<strong>da</strong> ecorregião a fim <strong>de</strong> abrigar to<strong>do</strong> o maciço florestal <strong>da</strong> região <strong>do</strong>s Parques Estaduais(PE) turístico <strong>do</strong> alto Ribeira (PETAR), Carlos Botelho e Intervales, vertentes orientais <strong>da</strong><strong>Serra</strong> <strong>da</strong> Mantiqueira e Itatiaia. Esses mesmos critérios estão por <strong>de</strong>trás <strong>da</strong> inclusão <strong>de</strong>encraves <strong>de</strong> floresta ombrófila mista e estacional semi<strong>de</strong>cidual <strong>do</strong> nor<strong>de</strong>ste paulista e Rio<strong>de</strong> Janeiro <strong>de</strong>ntro <strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>, constituin<strong>do</strong> parte <strong>de</strong> sua heterogenei<strong>da</strong><strong>de</strong>interna. Do mesmo mo<strong>do</strong>, <strong>de</strong>cidiu-se que, apesar <strong>de</strong> apresentarem algumas característicasbióticas e abióticas similares àquelas vigentes na <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>, as serras interioranasmineiras e baianas <strong>de</strong>veriam permanecer fora <strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong> porque são áreasgeograficamente reduzi<strong>da</strong>s e consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s encraves <strong>de</strong> floresta ombrófila <strong>de</strong>nsa em outrasformações <strong>de</strong> maior amplitu<strong>de</strong>. Assim como a Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong> possui pequenosencraves <strong>de</strong> outros biomas, as ecorregiões vizinhas somariam à sua heterogenei<strong>da</strong><strong>de</strong>algumas formações <strong>de</strong> floresta ombrófila <strong>de</strong>nsa, cujas faunas e floras também contêmmuitos elementos não compartilha<strong>do</strong>s com a Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>.UNIR PARA CONSERVAR A VIDA


BIOMA MATA ATLÂNTICAOs manguezais <strong>da</strong>s regiões <strong>de</strong> Cananéia – SP, Paranaguá – PR, São Francisco <strong>do</strong> Sul – SC foramincorpora<strong>do</strong>s aos limites por apresentarem elementos importantes para a gestão <strong>da</strong> conservação<strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> nas paisagens costeiras <strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>.A questão <strong>da</strong> zona serrana <strong>do</strong> Espírito Santo, que correspon<strong>de</strong> a to<strong>da</strong> a porção sul <strong>do</strong> esta<strong>do</strong>,mostrou-se mais complexa, porque se tratava não <strong>de</strong> um encrave, mas <strong>de</strong> uma área consi<strong>de</strong>rável,com cerca <strong>de</strong> 14.000 km² <strong>de</strong> extensão.A área serrana capixaba foi originalmente inseri<strong>da</strong> na Ecorregião Florestas Costeiras Baianas,<strong>do</strong>mina<strong>da</strong> por formações <strong>de</strong> floresta ombrófila <strong>de</strong>nsa <strong>de</strong> tabuleiros costeiros, cujas peculiari<strong>da</strong><strong>de</strong>slhe valeram o nome Hiléia Baiana. Convencionou-se que a Hiléia Baiana tem seu limite sulestabeleci<strong>do</strong> no vale <strong>do</strong> Rio Doce porque a distribuição <strong>de</strong> muitas espécies <strong>de</strong> sua fauna e floratão características não ultrapassa este rio, caracterizan<strong>do</strong> uma situação bem diferente <strong>da</strong>sdistribuições em gradiente observa<strong>da</strong>s ao longo <strong>da</strong> costa. Muitas espécies <strong>da</strong> biota <strong>da</strong> HiléiaBaiana são endêmicas, uma porção expressiva é compartilha<strong>da</strong> com a região amazônica (<strong>da</strong>íseu nome) e menos <strong>da</strong> meta<strong>de</strong> <strong>de</strong> sua flora é comum às serras <strong>do</strong> su<strong>de</strong>ste, inclusive aquelas<strong>do</strong> Espírito Santo. A Hiléia Baiana possui ain<strong>da</strong> uma parcela consi<strong>de</strong>rável <strong>de</strong> espécies arbóreas<strong>de</strong>cíduas <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à existência <strong>de</strong> uma estação seca bem <strong>de</strong>fini<strong>da</strong>.A região <strong>do</strong>s tabuleiros possui reduzi<strong>da</strong> sazonali<strong>da</strong><strong>de</strong> térmica e está livre <strong>da</strong>s gea<strong>da</strong>s. O relevo <strong>de</strong>tabuleiros costeiros é muito homogêneo, o que torna a maior parte <strong>da</strong> Ecorregião <strong>da</strong>s FlorestasCosteiras Baianas bastante plana (interrompi<strong>do</strong> somente pelos pequenos encraves serranos <strong>do</strong> sul<strong>da</strong> Bahia), ao contrário <strong>da</strong>s serras capixabas. Além <strong>de</strong> influenciarem a biota, tais fatos pressupõemformas <strong>de</strong> ocupação humana, e conseqüentes pressões socioeconômicas, bastante distintas entrea maior parte <strong>da</strong> ecorregião e o sul <strong>do</strong> Espírito Santo.Definitivamente, embora se encontrasse na mesma ecorregião, o sul <strong>do</strong> Espírito Santo compartilhavapoucas características bióticas e abióticas com a Hiléia Baiana. Por outro la<strong>do</strong>, muitas características<strong>da</strong>s serras <strong>do</strong> Espírito Santo são muito semelhantes àquelas vigentes nos <strong>de</strong>mais complexos serranos<strong>do</strong> su<strong>de</strong>ste e sul. É importante notar que os limites iniciais <strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong> foram basea<strong>do</strong>sna existência <strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong> condições abióticas e fitofisionômicas. Nessas circunstâncias também é <strong>de</strong>se esperar a existência <strong>de</strong> similari<strong>da</strong><strong>de</strong>s nos fluxos e processos ecológicos atuantes tanto na Ecorregião<strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>, quanto nas serras capixabas, pois é precisamente a existência <strong>da</strong>s referi<strong>da</strong>s condiçõesabióticas, nota<strong>da</strong>mente a combinação <strong>de</strong> clima e relevo, que condicionam a biota. Abaixo <strong>do</strong> RioDoce, a distribuição <strong>de</strong> muitas <strong>da</strong>s espécies <strong>da</strong> biota atlântica mostra gradientes, inclusive com asubstituição <strong>de</strong> espécies irmãs ao longo <strong>da</strong>s diferentes serras e a gra<strong>da</strong>tiva diminuição <strong>da</strong> diversi<strong>da</strong><strong>de</strong>.Também se observa a restrição às planícies litorâneas <strong>de</strong> algumas populações <strong>de</strong> espécies <strong>de</strong>maior distribuição à medi<strong>da</strong> que se caminha no senti<strong>do</strong> sul. Diversos elementos <strong>da</strong> flora e a própriafitofisionomia <strong>da</strong>s florestas ombrófilas, como as características formações montanas e alto-montanassão compartilha<strong>da</strong>s entre as serras <strong>do</strong> Espírito Santo e o restante <strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>, assimcomo grupos animais típicos <strong>de</strong> ambiente serrano, que incluem vários gêneros <strong>de</strong> anfíbios liga<strong>do</strong>saos riachos <strong>de</strong> corre<strong>de</strong>ira, lepidópteros, pequenos mamíferos e aves. Devi<strong>do</strong> aos condicionantesambientais similares, também as formas <strong>de</strong> ocupação e ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s antrópicas <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong>s nasserras capixabas são semelhantes àquelas realiza<strong>da</strong>s na <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>.


Visão <strong>de</strong> Biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>21© WWF-Brasil / Adriano GambariniA região serrana <strong>do</strong> Espírito Santo é separa<strong>da</strong> <strong>da</strong>s <strong>de</strong>mais serras <strong>do</strong> su<strong>de</strong>ste pela largaplanície fluvio-litorânea terminal <strong>do</strong> Rio Paraíba, inseri<strong>da</strong> na chama<strong>da</strong> Ecorregião<strong>da</strong>s Florestas Interioranas Baianas. Essa ecorregião engloba florestas estacionaissemi<strong>de</strong>ciduais com afini<strong>da</strong><strong>de</strong>s com o Cerra<strong>do</strong> e a Caatinga e niti<strong>da</strong>mente distintas<strong>da</strong>s formações florestais <strong>da</strong>s serras capixabas. O vale <strong>do</strong> Paraíba está intensamente<strong>de</strong>vasta<strong>do</strong>, a ponto <strong>de</strong> tornar muito difícil <strong>de</strong>terminar suas afini<strong>da</strong><strong>de</strong>s biogeográficasem relação às três ecorregiões que o circun<strong>da</strong>m. Contu<strong>do</strong>, é interessante notar que, emsua porção litorânea, o vale <strong>do</strong> rio Paraíba era coberto pre<strong>do</strong>minantemente por campos,mesmo antes <strong>da</strong> chega<strong>da</strong> <strong>do</strong>s portugueses. Se os chama<strong>do</strong>s campos <strong>do</strong>s Goitacazeseram feições naturais, ou resulta<strong>do</strong> <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> antrópica 1 permanece ain<strong>da</strong> como umaquestão em aberto, mas o fato é que as formações florestais serranas <strong>do</strong> Espírito Santoformam um bloco disjunto <strong>da</strong>s <strong>de</strong>mais florestas <strong>de</strong> encosta <strong>do</strong> su<strong>de</strong>ste. Tal disjunçãopo<strong>de</strong> não ter ocorri<strong>do</strong> em outras épocas, especialmente durante o último perío<strong>do</strong> glacial,quan<strong>do</strong> a circulação <strong>de</strong> elementos <strong>da</strong> flora e fauna teria se <strong>da</strong><strong>do</strong> provavelmente através<strong>da</strong> zona <strong>da</strong> mata mineira, conforme atestam os encraves <strong>de</strong> floresta ombrófila mistapresentes nas serras capixabas. Uma possível linha <strong>de</strong> pontos <strong>de</strong> ligação po<strong>de</strong> servislumbra<strong>da</strong> através <strong>de</strong> serranias menores e disjuntas, que incluem as serras <strong>da</strong>s Torres,<strong>do</strong> Seio <strong>de</strong> Abraão, <strong>do</strong> Bom Retiro, <strong>do</strong> Palmital, <strong>da</strong>s Cangalhas e o Caparaó.Embora possua muitas similari<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> biota com a Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>, a zonaserrana <strong>do</strong> Espírito Santo também possui componentes <strong>de</strong> fauna e flora únicos e <strong>de</strong>distribuição restrita. Particulari<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong>ssa natureza também ocorrem em outras porções<strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong> – ex. serra <strong>do</strong>s Órgãos e as planícies costeiras paranaenses e<strong>do</strong> sul <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo. A diferenciação <strong>da</strong>s serras capixabas em relação às <strong>de</strong>maisformações serranas <strong>do</strong> sul e su<strong>de</strong>ste é compatível com o grau <strong>de</strong> heterogenei<strong>da</strong><strong>de</strong> inclusono conceito <strong>de</strong> ecorregião. Porém, a presença <strong>de</strong> en<strong>de</strong>mismos e outras singulari<strong>da</strong><strong>de</strong>spressupõem a a<strong>do</strong>ção <strong>de</strong> medi<strong>da</strong>s diferencia<strong>da</strong>s em uma estratégia conservacionista.UNIR PARA CONSERVAR A VIDA1 Certos autores <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>m que esses campos eram propositalmente manti<strong>do</strong>s pelos índios Tupis, a fim <strong>de</strong> que pu<strong>de</strong>ssem<strong>de</strong>tectar mais facilmente a presença <strong>de</strong> seus inimigos Goitacazes (ver Dean, 1996).


© WWF-Brasil / Adriano GambariniBIOMA MATA ATLÂNTICADiante <strong>do</strong> exposto, a melhor alternativa na perspectiva <strong>da</strong> estratégia <strong>de</strong> conservação ecorregionalfoi a inclusão <strong>da</strong>s serras <strong>do</strong> sul <strong>do</strong> Espírito Santo na Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>, com ampliação <strong>do</strong>slimites conforme ilustra<strong>do</strong> na Figura 3. Os novos limites foram <strong>de</strong>fini<strong>do</strong>s consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> a regiãoserrana capixaba por similari<strong>da</strong><strong>de</strong> fitofisionômica e <strong>de</strong> relevo com o restante <strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong><strong>do</strong> <strong>Mar</strong>, a partir <strong>de</strong> informações existentes nas cartas <strong>de</strong> geomorfologia, geologia e vegetação<strong>do</strong> Projeto RADAMBRASIL (MINISTERIO DE MINAS E ENERGIA, 1983), mo<strong>de</strong>lo numérico <strong>de</strong> terreno(FARR et al, 2007) e a cobertura florestal remanescente basea<strong>da</strong> no levantamento <strong>da</strong> Fun<strong>da</strong>çãoSOS Mata Atlântica (2001).Essas mesmas informações foram utiliza<strong>da</strong>s para rever o limite <strong>da</strong> ecorregião ajustan<strong>do</strong>inconsistências cartográficas gera<strong>da</strong>s por problemas <strong>de</strong> escala e georreferenciamento, tornan<strong>do</strong>a <strong>de</strong>limitação muito mais precisa como fica claro na Figura 3 (por exemplo, vi<strong>de</strong> região <strong>do</strong> vale <strong>do</strong>Paraíba em São Paulo).Consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> estes limites revisa<strong>do</strong>s, a ecorregião compreen<strong>de</strong> 127. 411 km 2 , 488 municípiosdistribuí<strong>do</strong>s por 7 esta<strong>do</strong>s e população <strong>de</strong> aproxima<strong>da</strong>mente 49 milhões <strong>de</strong> pessoas (IBGE, 2007).


Visão <strong>de</strong> Biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>23Figura 3Limite original e revisa<strong>do</strong> <strong>da</strong>ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>.4.2 Caracterização <strong>da</strong> biota4.2.1 DISTRIBUIÇÃOA Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong> possui a maior extensão <strong>de</strong> florestas atlânticas remanescentes,com <strong>de</strong>staque para os esta<strong>do</strong>s <strong>de</strong> São Paulo, on<strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 700.000 ha se encontramem uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> proteção integral (uma única área, o PE <strong>da</strong> <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>, possui 315.000ha), Paraná, com inúmeras UCs estaduais e particulares e Santa Catarina, on<strong>de</strong> áreasigualmente extensas se encontram preserva<strong>da</strong>s, mas sem qualquer proteção legaladicional ao Código Florestal. Também é importante salientar o alto grau <strong>de</strong> conectivi<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>da</strong> paisagem, com interligação <strong>de</strong> diversos fragmentos através <strong>da</strong>s áreas <strong>de</strong> relevoescarpa<strong>do</strong>, impróprias para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s produtivas.A <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> padrões <strong>de</strong> distribuição <strong>da</strong> biota é <strong>de</strong> extrema importância paraavaliar a representativi<strong>da</strong><strong>de</strong> e a eficácia <strong>do</strong> sistema <strong>de</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> conservação <strong>de</strong>uma ecorregião, bem como i<strong>de</strong>ntificar ameaças e oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s para a biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> e<strong>de</strong>finir estratégias para a sua conservação. Consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> a amplitu<strong>de</strong> e as característicasabióticas <strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>, os padrões <strong>de</strong> distribuição são marca<strong>do</strong>s pelaocorrência restrita <strong>de</strong> diversas espécies <strong>da</strong> flora e <strong>da</strong> fauna e a existência <strong>do</strong> gradientealtitudinal <strong>da</strong> floresta ombrófila <strong>de</strong>nsa.UNIR PARA CONSERVAR A VIDAA ocorrência restrita <strong>de</strong> algumas espécies relaciona-se às condições ambientais especiais,ou a dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> transposição <strong>de</strong> barreiras físicas, que se repetem ao longo <strong>da</strong> regiãoe diminuem ou impe<strong>de</strong>m o fluxo gênico entre populações. Essas barreiras po<strong>de</strong>m serintensifica<strong>da</strong>s ou ameniza<strong>da</strong>s à medi<strong>da</strong> que as condições abióticas mu<strong>da</strong>m <strong>de</strong> acor<strong>do</strong>com variações macrorregionais manifesta<strong>da</strong>s no tempo geológico. No caso <strong>da</strong>s áreas


BIOMA MATA ATLÂNTICA© WWF-Brasil / Adriano Gambarini


Visão <strong>de</strong> Biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>25montanhosas, este fator é um <strong>do</strong>s principais gera<strong>do</strong>res <strong>de</strong> diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> e en<strong>de</strong>mismos,uma vez que as condições abióticas <strong>da</strong>s ca<strong>de</strong>ias <strong>de</strong> morros e <strong>do</strong>s vales adjacentes sãosempre muito distintas, se acentuam com os padrões climáticos (locais ou regionais), edificultam a colonização e dispersão <strong>do</strong>s indivíduos. Na Ecorregião <strong>da</strong> <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>, essefenômeno é exemplifica<strong>do</strong> pelos anfíbios associa<strong>do</strong>s aos riachos <strong>de</strong> corre<strong>de</strong>ira, on<strong>de</strong>espécies <strong>de</strong> um mesmo grupo liga<strong>da</strong>s a um maciço serrano ou bacia hidrográfica sãodiferentes. Outros exemplos são as inúmeras plantas rupícolas <strong>do</strong>s campos <strong>de</strong> altitu<strong>de</strong> eo gênero Brachycephalus spp <strong>de</strong> sapos <strong>de</strong> serrapilheira, que costumam ter espécies irmãsisola<strong>da</strong>s em morros vizinhos. Já as condições ambientais especiais comportam espéciescom requerimentos auto-ecológicos tão específicos que limitam a sua distribuição. Osartrópo<strong>de</strong>s cavernícolas e as comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s vegetais associa<strong>da</strong>s aos solos calcários <strong>do</strong>vale <strong>do</strong> Ribeira são exemplos típicos na ecorregião.Por outro la<strong>do</strong>, o gradiente altitudinal <strong>da</strong> floresta ombrófila <strong>de</strong>nsa é resulta<strong>do</strong> <strong>de</strong> umfenômeno macrorregional, que produz variação gradual na biota <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> semelhante,ao longo <strong>de</strong> to<strong>da</strong> a ecorregião. A combinação <strong>de</strong> relevo e clima resulta na estratificaçãofitofisionômica com transições suaves, e ligeiras diferenças associa<strong>da</strong>s a particulari<strong>da</strong><strong>de</strong>sem uma escala geográfica menor. Assim, é praticamente impossível <strong>de</strong>terminar limites <strong>de</strong>ocorrência bem <strong>de</strong>fini<strong>do</strong>s para as espécies distribuí<strong>da</strong>s nesse gradiente.Outro fenômeno <strong>de</strong> variação macrorregional verifica<strong>do</strong> na biota <strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong><strong>Mar</strong> é o gradiente resultante <strong>da</strong>s mu<strong>da</strong>nças <strong>de</strong> latitu<strong>de</strong>. Como a ecorregião é orienta<strong>da</strong>na direção norte-sul, e está dividi<strong>da</strong> entre as zonas tropical e subtropical (tempera<strong>da</strong>)(NIMER, 1979), forma-se mais um gradiente <strong>de</strong> distribuição <strong>de</strong> espécies. O aumento<strong>da</strong> latitu<strong>de</strong> faz baixar as temperaturas médias e crescer a incidência <strong>de</strong> gea<strong>da</strong>s. Comoresulta<strong>do</strong>, há a substituição gradual <strong>de</strong> espécies e diminuição <strong>da</strong> diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>scomuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s à medi<strong>da</strong> que se avança em direção ao sul. Ao to<strong>do</strong>, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> apresença <strong>de</strong> en<strong>de</strong>mismos e a diminuição <strong>de</strong> abundância ou substituição <strong>de</strong> espécies <strong>da</strong>biota (por exemplo com variações coinci<strong>de</strong>ntes em <strong>de</strong> aves, borboletas, árvores, lagartose anfíbios), quatro gran<strong>de</strong>s macrorregiões aparentemente distintas ocorrem na região emfunção <strong>do</strong> gradiente <strong>de</strong> latitu<strong>de</strong> (Figura 4), mas as transições são sutis <strong>de</strong>mais para que sepossa limitá-las com confiança. Os limites entre as quatro macrorregiões foram vali<strong>da</strong><strong>do</strong>spor especialistas em biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> (Anexo I) e apresenta<strong>do</strong>s no II Seminário.Também há uma interação acentua<strong>da</strong> entre latitu<strong>de</strong> e altitu<strong>de</strong>, o que torna ain<strong>da</strong> maiscomplexo o quadro <strong>de</strong> variações. Conforme se avança em direção ao sul, as formações<strong>de</strong> floresta ombrófila <strong>de</strong>nsa montana e altomontana passam a ocorrer em altitu<strong>de</strong>sca<strong>da</strong> vez mais baixas (VELOSO; et al., 1991). A partir <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Paraná, a florestaombrófila mista (Ecorregião <strong>da</strong>s Florestas <strong>de</strong> Araucária) substitui as formações montana ealtomontana no alto <strong>do</strong> planalto cristalino.UNIR PARA CONSERVAR A VIDA


BIOMA MATA ATLÂNTICANa Mata Atlântica, um fenômeno <strong>de</strong> distribuição bastante característico associa<strong>do</strong> à interaçãoentre latitu<strong>de</strong> e altitu<strong>de</strong> afeta diversos pares <strong>de</strong> espécies irmãs (taxa filogeneticamenteaparenta<strong>do</strong>s), que se segregam espacialmente (ex. Aves – Tucano-<strong>do</strong>-bico-ver<strong>de</strong> – Ramphastosdicolorus X Tucano-<strong>de</strong>-bico-preto – R. v. ariel, Corocochó – Carpornis cucullata X Sabiá-Pimenta– C. Melanocephala – SILVEIRA et al. 2005; mamíferos – Rato-<strong>do</strong>-mato – Delomys <strong>do</strong>rsalis XRato-<strong>do</strong>-mato D. Sublineatus, e Cuíca – <strong>Mar</strong>mosops paulensis X Cuíca – M. incanus – MUSTRANGI;PATTON 1997). Em um <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> ponto <strong>de</strong> equilíbrio, espécies <strong>de</strong> um mesmo par costumamse distribuir espacialmente, uma nas florestas montanas e altomontanas, mais frias, e outra nasflorestas submontanas e <strong>de</strong> terras baixas, mais quentes (mas há exceções em locali<strong>da</strong><strong>de</strong>s on<strong>de</strong>verifica-se casos <strong>de</strong> simpatria). À medi<strong>da</strong> que se avança em senti<strong>do</strong> sul, as espécies associa<strong>da</strong>sao clima mais frio ten<strong>de</strong>m a ocorrer em altitu<strong>de</strong>s ca<strong>da</strong> vez menores, até substituírem a irmãmesmo na zona costeira; por outro la<strong>do</strong>, quan<strong>do</strong> no senti<strong>do</strong> norte, observa-se o inverso, com aespécie associa<strong>da</strong> ao clima mais quente ocorren<strong>do</strong> em altitu<strong>de</strong>s ca<strong>da</strong> vez maiores.Figura 4Quatro macrorregiões <strong>da</strong>floresta ombrófila <strong>de</strong>nsa<strong>da</strong>s serras <strong>do</strong> sul e su<strong>de</strong>ste<strong>da</strong> ecorregião <strong>da</strong> <strong>Serra</strong><strong>do</strong> <strong>Mar</strong> <strong>de</strong>fini<strong>da</strong>s por umgradiente latitudinal.


© WWF-Brasil / Adriano GambariniBIOMA MATA ATLÂNTICAOs mangues são ecossistemas altamente produtivos, que fornecem alimento,proteção, condições <strong>de</strong> reprodução e crescimento para muitas espécies <strong>de</strong>valor comercial, garantin<strong>do</strong> a manutenção e renovação <strong>de</strong> estoques pesqueiros.Exercem ain<strong>da</strong> outros serviços ambientais <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> valia, tais como a proteção<strong>da</strong>s áreas <strong>de</strong> terra firme contra tempesta<strong>de</strong>s e ações erosivas <strong>da</strong>s marés; retenção<strong>de</strong> poluentes; manutenção <strong>do</strong>s canais <strong>de</strong> navegação através <strong>da</strong> retenção <strong>de</strong>sedimentos finos carrea<strong>do</strong>s pelas águas.Na ecorregião <strong>da</strong> <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong> os manguezais não são muito pronuncia<strong>do</strong>s, eas maiores extensões são encontra<strong>da</strong>s nos estuários <strong>de</strong> Paranaguá, Cananéia/Iguape e Cubatão/Bertioga.As formações <strong>de</strong> restinga são fitofisionomias transicionais que ocorrem emgradiente na zona costeira. Muitas plantas <strong>da</strong> restinga são xerófitas seletivas, comcapaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> suportar altas temperaturas e salini<strong>da</strong><strong>de</strong>, gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>ssecação e poucadisponibilização <strong>de</strong> nutrientes. Po<strong>de</strong>-se consi<strong>de</strong>rar como “vegetação <strong>de</strong> restinga” oconjunto <strong>de</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s vegetais fisionomicamente distintas, sob influência marinhae flúvio-marinha, distribuí<strong>da</strong>s em mosaico sucessional entre a praia e áreas com solosmais <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>s. São consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s edáficas porque <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m mais<strong>da</strong> natureza <strong>do</strong> solo que <strong>do</strong> clima. Além <strong>da</strong>s condições <strong>de</strong> solo, situações <strong>de</strong> drenageminfluenciam a composição <strong>do</strong> mosaico <strong>da</strong> restinga.


Visão <strong>de</strong> Biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>29Na Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong> po<strong>de</strong>m ser distingui<strong>da</strong>s as seguintes formações na restinga:• vegetação <strong>de</strong> praias e dunas – localiza<strong>da</strong> próxima ao mar, sobre areia seca, on<strong>de</strong> seencontram ervas pioneiras reptantes escan<strong>de</strong>ntes e alguns arbustos;• jundu ou escrube – afastan<strong>do</strong>-se <strong>do</strong> mar, nas partes mais altas <strong>da</strong>s ondulações <strong>do</strong>scordões arenosos encontram-se arbustos com ramos retorci<strong>do</strong>s, bromélias terrícolas ecactáceas. Em áreas mais úmi<strong>da</strong>s, entre cordões arenosos, o solo é sempre encharca<strong>do</strong> ea vegetação é herbáceo-arbustiva, composta por espécies paludícolas;• florestas baixas <strong>de</strong> restinga – localizam-se mais para o interior, após os cordões arenosos.A vegetação é mais alta, com arbustos e arvoretas, presença <strong>de</strong> bromélias, trepa<strong>de</strong>iras eorquí<strong>de</strong>as;• brejo <strong>de</strong> restinga – permanentemente inun<strong>da</strong><strong>do</strong>, com vegetação herbácea e ocorrência pontual<strong>de</strong> árvores a<strong>da</strong>pta<strong>da</strong>s ao solo satura<strong>do</strong> (ex: caixetas, guamirins e olandis).As florestas altas <strong>de</strong> restinga e florestas palu<strong>do</strong>sas são formações transicionais quepo<strong>de</strong>m ser incluí<strong>da</strong>s na categoria <strong>da</strong>s florestas ombrófilas <strong>de</strong>nsas <strong>de</strong> terras baixas,<strong>de</strong>scritas à frente.A floresta ombrófila <strong>de</strong>nsa é caracteriza<strong>da</strong> por árvores <strong>de</strong> folhas largas, sempre-ver<strong>de</strong>s,com duração relativamente longa e mecanismos a<strong>da</strong>pta<strong>do</strong>s para resistir tanto a perío<strong>do</strong>s<strong>de</strong> calor extremo, quanto para evitar ume<strong>de</strong>cimento excessivo. É comum a presença <strong>de</strong>um tipo <strong>de</strong> sulco nas pontas <strong>da</strong>s folhas para facilitar a drenagem <strong>da</strong> água. Muitas árvorespossuem raízes <strong>de</strong> suporte, a<strong>da</strong>pta<strong>da</strong>s para a fixação sobre troncos e árvores caí<strong>da</strong>s, epré-a<strong>da</strong>pta<strong>da</strong>s para maior sustentação em condições topográficas instáveis. A enormequanti<strong>da</strong><strong>de</strong> e varie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> lianas e epífitas também é uma característica <strong>de</strong>ssas florestas.UNIR PARA CONSERVAR A VIDAAs diversas formações <strong>da</strong> floresta ombrófila <strong>de</strong>nsa <strong>do</strong> sul e su<strong>de</strong>ste <strong>do</strong> Brasil estãodistribuí<strong>da</strong>s em um gradiente altitudinal intimamente relaciona<strong>do</strong> às feições <strong>de</strong> relevo(Figura 5). A composição florística ao longo <strong>do</strong> gradiente é bastante variável, tanto emtermos locais, <strong>de</strong>riva<strong>do</strong>s <strong>de</strong> características microclimáticas, edáficas, quanto na própriaescala ecorregional, <strong>de</strong>corrente <strong>da</strong> existência <strong>do</strong> gradiente <strong>de</strong> latitu<strong>de</strong> já menciona<strong>do</strong>.A<strong>do</strong>tan<strong>do</strong>-se o mo<strong>de</strong>lo emprega<strong>do</strong> pelo projeto RADAMBRASIL (MINISTERIO DE MINASE ENERGIA, 1983), é possível consi<strong>de</strong>rar quatro faixas <strong>do</strong> gradiente <strong>de</strong> altitu<strong>de</strong> que semantém como formações florísticas e fitofisionômicas coesas ao longo <strong>da</strong> ecorregião:são as formações <strong>de</strong> terras baixas, submontana, montana e altomontana.


BIOMA MATA ATLÂNTICAAs florestas ombrófilas <strong>de</strong>nsas <strong>de</strong> terras baixas ocorrem associa<strong>da</strong>s à planície costeira ebase <strong>da</strong>s encostas, em altitu<strong>de</strong>s inferiores a 50 metros. Ocupam os terrenos quaternáriosforma<strong>do</strong>s por sedimentos arenosos sobre solos podzólicos <strong>de</strong> drenagem mo<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>resultantes <strong>da</strong> erosão <strong>da</strong>s serras costeiras, ou os <strong>de</strong>pósitos <strong>de</strong> tálus encontra<strong>do</strong>s nabase <strong>da</strong>s serras. Trata-se <strong>de</strong> uma formação vegetal bem <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong>, que representa amáxima expressão <strong>da</strong>s florestas pluviais <strong>do</strong> su<strong>de</strong>ste e sul, graças às condições <strong>de</strong> clima,topografia e solos. Os elementos <strong>do</strong>minantes forman<strong>do</strong> um <strong>do</strong>ssel <strong>de</strong>nso e homogêneoem torno <strong>de</strong> 20 a 30 metros <strong>de</strong> altura. Nos trechos vizinhos às encostas, on<strong>de</strong> o solo éprofun<strong>do</strong> e rico em matéria orgânica proveniente <strong>de</strong> <strong>de</strong>slizamentos, a floresta é ain<strong>da</strong> mais<strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong>, com ocorrência <strong>de</strong> árvores enormes, <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 40 metros <strong>de</strong> altura e 3 m <strong>de</strong>diâmetro à altura <strong>do</strong> peito (DAP).As espécies arbóreas comuns nessa formação florestal são geralmente seletivashigrófilas, sen<strong>do</strong> características <strong>do</strong> <strong>do</strong>ssel o tapiriri (Tapirira guianensis Aubl.), guacá<strong>de</strong>-leite(Pouteriavenosa (<strong>Mar</strong>t.) Baehni), maçaranduba (Manilkara subsericea (<strong>Mar</strong>t.)Dubard), bicuíba (Virola oleifera (Schott) A.C. Sm.), canela-nhutinga (Cryptocaryaaschersoniana Mez), baguaçu (Talauma ovata A. St.-Hil.), leiteiro (Brosimum lactescens(S. Moore) C.C. Berg), goiabão (Eugenia leitonii Legrand), guamirim-ferro (Myrcia glabra(O. Berg) D. Legrand), juerana-branca (Balizia pedicellaris (DC.) Barneby & J.W. Grimes) e oembiruçu (Eriotheca pentaphylla (Vell.) A. Robyns), entre muitas outras.© WWF-Brasil / Gustavo Accacio


Visão <strong>de</strong> Biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>31Floresta OmbrófilaDensa Altomontana1000 mFloresta Ombrófila Densa MontanaFigura 5500 mEsquema <strong>do</strong> gradiente <strong>de</strong>distribuição vertical exibi<strong>do</strong>pelas formações <strong>de</strong> florestaombrófila <strong>de</strong>nsa <strong>da</strong>s serras<strong>do</strong> sul e su<strong>de</strong>ste brasileiro naecorregião <strong>da</strong> <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>Floresta Ombrófila Densa Submontana50 mFloresta Ombrófila Densa <strong>de</strong> Terras BaixasNo estrato arbóreo intermediário são comuns o miguel-pinta<strong>do</strong> (Matayba guianensis Aubl.),pin<strong>da</strong>íba (Xylopia brasiliensis Spreng.), guaricica (Vochysia bifalcata Warm.), ingás (Ingaspp), jacarandá-lombriga (Andira anthelminthica Benth.), tapiá-guaçu (Alchornea triplinervisSw.), guamirim-vermelho (Gomi<strong>de</strong>sia spectabilis (DC.) O. Berg), e embaúbas (Cecropiapachystachya Trécul) nas clareiras sucessionais. Também o palmito-juçara (Euterpe edulis<strong>Mar</strong>t.) era originalmente muito abun<strong>da</strong>nte, embora tenha si<strong>do</strong> praticamente erradica<strong>do</strong> <strong>de</strong>gran<strong>de</strong> parte <strong>da</strong> sua área <strong>de</strong> distribuição, pela extração pre<strong>da</strong>tória.No sub-bosque e estrato herbáceo arbustivo observa-se gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> broméliasterrestres (<strong>do</strong>s gêneros Nidularium spp, Aechmea spp, Vriesia spp e Bromélia spp),erva-d’anta (Psychotria sp), caetês (Calathea spp, Heliconia spp), palmeiras (<strong>do</strong>s gênerosBactris spp, Astrocaryum spp e Geonoma spp), lírios e aráceas. Entre as lianas <strong>de</strong>stacamseas ciclantáceas <strong>do</strong> gênero Asplundia spp, muito características, enquanto entre asepífitas sobressaem aráceas <strong>do</strong> gêneros Philo<strong>de</strong>ndron spp, Scin<strong>da</strong>psus spp, Monsteraspp e Anthurium spp, bromeliáceas como Tillandsia spp, Aechmea spp e Vriesia spp,cactáceas <strong>do</strong> gênero Rhipsalis spp, e inúmeras orquí<strong>de</strong>as, além <strong>de</strong> muitas espécies <strong>de</strong>fetos, musgos e liquens.UNIR PARA CONSERVAR A VIDANa planície costeira, gran<strong>de</strong>s áreas estão sujeitas a inun<strong>da</strong>ções periódicas, oupossuem uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> canais difusos, o que impe<strong>de</strong> o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> espéciesarbóreas características <strong>de</strong> ambientes mais bem drena<strong>do</strong>s. Nesses trechos semialaga<strong>do</strong>sse <strong>de</strong>senvolvem os caxetais, com <strong>do</strong>minância <strong>da</strong> Tabebuia cassinoi<strong>de</strong>s


BIOMA MATA ATLÂNTICAGomes ex DC., conheci<strong>da</strong> como caxeta. Além <strong>de</strong>ssa espécie, são freqüentes o ipê-<strong>da</strong>-várzea(Tabebuia umbellata (Sond.) Sandwith), os ingás (Inga spp), o olandi (Calophyllum brasilienseCambess.) e a figueira-<strong>de</strong>-folha-miú<strong>da</strong> (Ficus organensis Cambess.).Por se localizarem em áreas planas litorâneas, essas formações florestais foram fragmenta<strong>da</strong>s,converti<strong>da</strong>s e ocupa<strong>da</strong>s <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início <strong>da</strong> colonização e ain<strong>da</strong> hoje, os poucos remanescentessofrem intensa pressão antrópica, pela expansão <strong>da</strong>s ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s costeiras, caça e exploraçãoexcessiva <strong>de</strong> recursos florestais (caxeta, palmito, plantas ornamentais, etc).As florestas ombrófilas <strong>de</strong>nsas submontanas se esten<strong>de</strong>m pelas encostas <strong>da</strong>s serras entre asaltitu<strong>de</strong>s <strong>de</strong> 50 a 500 metros, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> ocorrer em vales e grotões protegi<strong>do</strong>s nas cotas superiores.Trata-se <strong>da</strong> formação florestal característica <strong>da</strong>s representações <strong>da</strong> Mata Atlântica. Em seu estágioclimáxico, é composta por árvores <strong>de</strong> alturas aproxima<strong>da</strong>mente uniformes, raramente ultrapassan<strong>do</strong>30 metros, mas nos vales menos <strong>de</strong>clivosos, on<strong>de</strong> existe um espesso manto <strong>de</strong> <strong>de</strong>tritos vegetais,as maiores árvores po<strong>de</strong>m atingir até 40 metros <strong>de</strong> altura. Devi<strong>do</strong> à <strong>de</strong>clivi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> terreno noqual se <strong>de</strong>senvolve, apresenta estratificação vertical pouco aparente, com intensa sobreposiçãoentre estratos florestais. Ain<strong>da</strong> <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à <strong>de</strong>clivi<strong>da</strong><strong>de</strong> e instabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s encostas, que produzem<strong>de</strong>slizamentos constantes, mostra-se como um mosaico <strong>de</strong> diferentes estágios sucessionais(ecouni<strong>da</strong><strong>de</strong>s florestais), com gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> clareiras em diversos estágios <strong>de</strong> regeneração.O <strong>do</strong>ssel é mais diverso que aquele <strong>da</strong> formação anterior, composto por espécies varia<strong>da</strong>s, emsua maioria seletivas higrófilas. Entre as mais comuns cita-se o pau-sangue (Pterocarpus violaceusVogel), guatambu (Aspi<strong>do</strong>sperma olivaceum Müll. Arg.), laranjeira-<strong>do</strong>-mato (Sloanea guianensis(Aubl.) Benth.), figueiras (Ficus spp), tapiá-guaçu (Alchornea Triplinervia (Spreng.) Müll. Arg.),jequitibá (Cariniana uaupensis (Spruce ex O. Berg) Miers), canelas (Ocotea spp, Nectandra spp),araribá (Centrolobium robustum (Vell.) <strong>Mar</strong>t. ex Benth.), bicuíba (Virola oleifera (Schott) A.C. Sm.),cedros (Cedrella spp), canjerana (Cabralea canjerana (Vell.) <strong>Mar</strong>t.), maçaranduba (Manilkarasubsericea (<strong>Mar</strong>t.) Dubard), jatobá (Hymenaea courbaril L.), caovi (Pseu<strong>do</strong>pipta<strong>de</strong>nia warmingii(Benth.) G.P. Lewis & M.P. Lima), baguaçu (Talauma ovata A. St.-Hil.). Nos trechos sucessionaissão comuns as embaúbas (Cecropia spp), guapuruvu (Schizolobium parahyba (Vell.) S.F. Blake),manacás-<strong>da</strong>-serra (Tibouchina spp) e pau-<strong>de</strong>-tucano (Vochysia tucanorum <strong>Mar</strong>t.).No estrato intermediário, além <strong>de</strong> exemplares jovens <strong>de</strong> espécies que ocupam o <strong>do</strong>ssel, sãocomuns espécies tipicamente tropicais, como seca-ligeiro (Pera glabrata (Schott) Poepp. exBaill.), ingás (Inga spp), bagas-<strong>de</strong>-morcego (Guarea sp), guamirins (Gomi<strong>de</strong>sia spp, <strong>Mar</strong>liereaspp, Calyptranthes spp e Myrceugenia spp), almécega-vermelha (Pausandra morisiana (Casar.)Radlk.), canela-pimenta (Ocotea teleiandra (Meisn.) Mez), bacupari (Garcinia gardneriana (Planch.& Triana) Zappi). Destacam-se ain<strong>da</strong> os fetos arborescentes ou samambaiaçus (gêneros Alsophilaspp, Nephelea spp e Cyathea spp), e as palmeiras. O palmito-juçara (Euterpe edulis <strong>Mar</strong>t.)<strong>de</strong>veria ser a palmeira mais freqüente no estrato arbóreo intermediário, mas <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à exploraçãopre<strong>da</strong>tória, foi quase extermina<strong>do</strong> <strong>de</strong> muitas áreas. Além <strong>de</strong>ste, existem diversas outras espécies<strong>de</strong> palmeiras características <strong>de</strong>ssa floresta, como o jerivá (Syagrus romanzoffianum (Cham.)Glassman) e o in<strong>da</strong>iá (Attalea dubia (<strong>Mar</strong>t.) Burret), capazes <strong>de</strong> atingir os estratos superiores, oua guaricana (Geonoma elegans <strong>Mar</strong>t.), brejaúva (Astrocaryum aculeatissimum (Schott) Burret) etucuns (Bactris spp) restritos ao interior <strong>da</strong> floresta.No sub-bosque úmi<strong>do</strong> e mal ventila<strong>do</strong> ocorrem arbustos como baga-<strong>de</strong>-morcego (Guarea macrophyllaVahl), erva-d’anta (Psychotria sp), véu-<strong>de</strong>-noiva (Rudgea jasminoi<strong>de</strong>s (Cham.) Müll. Arg.), pimenteira


Visão <strong>de</strong> Biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>33© WWF-Brasil / Adriano Gambarini(Mollinedia triflora (Spreng.) Tul.) e Piper spp e ervas como marantáceas, caetês-banana(Heliconia spp) e erva-cidreira (Hedyosmum brasiliens Miq.). Como na formação anterior,existe enorme abundância <strong>de</strong> epífitas, em especial bromeliáceas e aráceas, e gran<strong>de</strong> número<strong>de</strong> lianas lenhosas (bignoniáceas, sapindáceas e leguminosas).UNIR PARA CONSERVAR A VIDAAs florestas ombrófilas <strong>de</strong>nsas montanas po<strong>de</strong>m ser encontra<strong>da</strong>s na faixa <strong>de</strong> altitu<strong>de</strong>sentre 500 e 1.000 metros. A estrutura florestal <strong>do</strong> <strong>do</strong>ssel aberto, <strong>de</strong> 15 a 20 metros,é representa<strong>da</strong> por ecótipos relativamente finos com casca grossa e rugosa, folhasmiú<strong>da</strong>s e <strong>de</strong> consistência coriácea. As árvores em geral não formam um <strong>do</strong>ssel florestalcontínuo, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à distribuição escalona<strong>da</strong> <strong>da</strong> vegetação sobre as vertentes muitoíngremes. Nas serras costeiras, <strong>de</strong> natureza granítica ou gnáissica, essa fitofisionomia é


BIOMA MATA ATLÂNTICA© WWF-Brasil / Adriano Gambarinimanti<strong>da</strong> até próximo ao cume <strong>do</strong>s relevos disseca<strong>do</strong>s, em função <strong>do</strong>s solos <strong>de</strong>lga<strong>do</strong>s ou litólicos, altamentelixivia<strong>do</strong>s e <strong>de</strong> baixa fertili<strong>da</strong><strong>de</strong> em <strong>de</strong>corrência <strong>da</strong> drenagem intensa. Nestas condições, há uma maiordisponibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> luz no interior <strong>da</strong> mata, que juntamente com a maior umi<strong>da</strong><strong>de</strong> provi<strong>de</strong>ncia<strong>da</strong> pelas chuvasorográficas favorece a eleva<strong>da</strong> riqueza <strong>de</strong> epífitas.Observa-se o aparecimento <strong>de</strong> espécies seletivas xerófilas juntamente com aquelas seletivas higrófilas. Asárvores mais altas <strong>da</strong> floresta montana são em geral leguminosas, como o caovi (Newtonia glaziovii (Harms)Burkart ex Barth & Yoneshigue) e o pau-óleo (Copaifera trapezifolia Hayne), com alturas <strong>de</strong> 30 metros ou maise copas bastante amplas. Outras espécies que ocorrem no estrato superior são o guatambu (Aspi<strong>do</strong>spermaolivaceum Müll. Arg.), ipê-amarelo (Tabebuia cf. alba (Cham.) Sandwith), licurana (Hyeronima alchorneoi<strong>de</strong>sAllemão), canjerana (Cabralea canjerana (Vell.) <strong>Mar</strong>t.), cedros (Cedrela spp), tapiás (Alchornea spp), guapeva(Pouteria torta (<strong>Mar</strong>t.) Radlk.), baguaçu (Talauma ovata A. St.-Hil.), capixinguis (Croton spp), manacás (gênerosMiconia spp, Leandra spp e Tibouchina spp), carvalho (Roupala sp), baga-<strong>de</strong>-pomba (Byrsonima ligustrifoliaA. Juss.), carobas (Jacaran<strong>da</strong> spp), carne-<strong>de</strong>-vaca (Clethra scabra Pers.) e o guaraparim (Vantanea compacta(Schnizl.) Cuatrec.). No sul <strong>do</strong> Brasil, a conífera Po<strong>do</strong>carpus sellowii Klotzsch ex Endl. é típica <strong>de</strong>ssa formação,ocorren<strong>do</strong> por vezes com gêneros <strong>da</strong> família Lauraceae (Ocotea spp e Nectandra spp), em associaçõessemelhantes à floresta ombrófila mista.O interior <strong>de</strong>ssas florestas é semelhante àquele <strong>da</strong>s florestas submontanas, porém com típica diminuiçãonatural <strong>da</strong> <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> palmito-juçara (Euterpe edulis <strong>Mar</strong>t.) acima <strong>do</strong>s 800 metros <strong>de</strong> altitu<strong>de</strong>, a partir<strong>de</strong> on<strong>de</strong> se torna restrito aos vales <strong>de</strong> drenagem protegi<strong>do</strong>s. No estrato arbóreo intermediário ocorremcom freqüência o macuqueiro (Bathysa sp), gramimunhas (Weinmannia spp), ingás-macaco (Inga minutula(Schery) T.S. Elias), ingá-feijão (Inga marginata Willd.), baga-<strong>de</strong>-macaco (Posoqueria latifolia (Rudge) Roem. &Schult.), almesca (Protium kleinii Cuatrec.), guaraperê (Lamanonia speciosa (Cambess.) L.B. Sm.) e guamirins(mirtáceas). O estrato herbáceo-arbustivo é caracteriza<strong>do</strong> por melastomatáceas, rubiáceas, bromeliáceasterrestres e pteridófitas. Bambus também são freqüentes acima <strong>do</strong>s 800 metros e, entre as palmeiras, aguaricana (Geonoma schottiana <strong>Mar</strong>t.) e outras espécies <strong>do</strong> gênero são bastante comuns, assim como espécies<strong>de</strong> Lytocaryum spp, agora ameaça<strong>da</strong>s pela extração indiscrimina<strong>da</strong>. As epífitas são muito abun<strong>da</strong>ntes e éevi<strong>de</strong>nte o pre<strong>do</strong>mínio <strong>de</strong> pteridófitas e briófitas, que formam ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iros tapetes sobre os troncos e os ramos<strong>da</strong>s árvores, além <strong>de</strong> cipó-imbés (Philo<strong>de</strong>ndron sp), bromeliáceas e micro-orquí<strong>de</strong>as.


Visão <strong>de</strong> Biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>35As florestas ombrófilas <strong>de</strong>nsas altomontanas ocorrem nas altitu<strong>de</strong>s superiores a 1.000metros. Também são chama<strong>da</strong>s <strong>de</strong> mata nebular ou floresta nuvígena, pois estãosujeitas à alta umi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> ar, proveniente <strong>do</strong>s ventos úmi<strong>do</strong>s que sopram <strong>do</strong> mar, ese resfriam enquanto sobem a serra provocan<strong>do</strong> precipitação na forma <strong>de</strong> nevoeiro ouchuva. Tal fenômeno característico também é conheci<strong>do</strong> como um efeito orográfico, etorna o ambiente constantemente satura<strong>do</strong> <strong>de</strong> umi<strong>da</strong><strong>de</strong>. Além disso, há diminuição<strong>da</strong> temperatura, com médias diárias e anuais por vezes inferiores a 15º C (<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>n<strong>do</strong><strong>da</strong> latitu<strong>de</strong>), e mínimas <strong>de</strong> até –6º C durante a noite. As florestas altomontanas seapresentam como vegetação arbórea <strong>de</strong>nsa, uniestratifica<strong>da</strong>, baixa e com um <strong>do</strong>sseluniforme, entre 5 e 10 metros, forma<strong>do</strong> por indivíduos tortuosos, abun<strong>da</strong>ntementeramifica<strong>do</strong>s e nanofolia<strong>do</strong>s. Tanto o porte, quanto a estrutura e composição florísticavariam conforme altitu<strong>de</strong> e espessura <strong>do</strong>s solos, e a maioria <strong>da</strong>s espécies é seletivaxerófita, a<strong>da</strong>pta<strong>da</strong> às condições <strong>de</strong>sfavoráveis e à intensa insolação e ventos fortes.Muitas <strong>da</strong>s espécies aí presentes ocorrem também nas restingas e costões rochososexpostos à maresia, que compartilham condições <strong>de</strong> estresse semelhantes.Mirtáceas, melastomatáceas, clusiáceas e aquifoliáceas costumam ser as famílias<strong>do</strong>minantes <strong>do</strong> componente arbóreo e as seguintes árvores costumam ser freqüentes:gramimunha-miú<strong>da</strong> (Weinmannia humilis Engl.), cambuí (Siphoneugena reitzii D. Legrand),guaperê (Clethra scabra Pers.), quaresmeira (Tibouchina sellowiana Cogn.), jabuticaba-<strong>do</strong>campo(Eugenia pluriflora DC.), guamirim (Eugenia sp), cambuis (Myrcia spp e Myrceugeniaspp), congonha (Ilex theizans <strong>Mar</strong>t. ex Reissek), caúna (Ilex micro<strong>do</strong>nta Reissek), mangue<strong>do</strong>-mato(Clusia criuva Cambess.), pinho-bravo (Po<strong>do</strong>carpus sellowii Klotzsch ex Endl.),casca-d’anta (Drymis brasiliensis Miers), cocão (Erythroxylum cuspidifolium <strong>Mar</strong>t.) eorelha-<strong>da</strong>-onça (Symplocos celastrinea <strong>Mar</strong>t. ex Miq.). Em lugares mais protegi<strong>do</strong>s po<strong>de</strong>mocorrer indivíduos <strong>de</strong> espécies típicas <strong>de</strong> altitu<strong>de</strong>s menores, que costumam apresentar<strong>de</strong>senvolvimento fraco. Os troncos <strong>da</strong>s árvores e arbustos são revesti<strong>do</strong>s <strong>de</strong> musgos,hepáticas, orquí<strong>de</strong>as (ex. Sophronitis spp, Oncidium spp e Maxillaria spp) e bromeliáceascoriáceas. Além <strong>da</strong>s árvores, <strong>de</strong>staca-se a abundância <strong>de</strong> espécies <strong>de</strong> bambus que po<strong>de</strong>mformar gran<strong>de</strong>s bolsões monoespecíficos. No solo são freqüentes as gran<strong>de</strong>s bromeliáceasterrestres e rupícolas (gêneros Vriesia spp, Dyckia spp e Bromelia spp) e muitas pteridófitas(exemplos característicos são os gêneros Gleichenia spp e Polystichum spp).Por fim, os campos <strong>de</strong> altitu<strong>de</strong> são formações abertas, que ocorrem a partir <strong>da</strong> cota <strong>do</strong>s1.200 metros (SCARAMUZZA, 2006). Embora dissemina<strong>do</strong>s pelas serras interioranasmais altas, esses campos são pouco freqüentes na Ecorregião <strong>da</strong> <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>, on<strong>de</strong>as maiores manchas se encontram nas serras <strong>da</strong> divisa <strong>do</strong>s esta<strong>do</strong>s <strong>de</strong> Rio <strong>de</strong> Janeiro eMinas Gerais, nos limites <strong>da</strong> chama<strong>da</strong> Ecorregião <strong>do</strong>s Campos Rupestres. Fora <strong>de</strong>ssa áreaexistem pequenas manchas associa<strong>da</strong>s aos solos rasos e paredões <strong>de</strong> rocha exposta,nos morros mais altos <strong>do</strong> complexo <strong>da</strong> <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>, como por exemplo, os campos <strong>do</strong>Curucutu no município <strong>de</strong> São Paulo.UNIR PARA CONSERVAR A VIDAA flora <strong>do</strong>s campos <strong>de</strong> altitu<strong>de</strong> é forma<strong>da</strong> principalmente por compostas, capins,bambuzinhos, bromélias, orquí<strong>de</strong>as, velosiáceas, sempre-vivas, musgos e líquenes. Umacaracterística importante <strong>de</strong>ssas formações é o alto grau <strong>de</strong> en<strong>de</strong>mismo <strong>de</strong> suas espéciesvegetais, sen<strong>do</strong> muitas <strong>de</strong>las restritas a uma serra, ou mesmo a um único morro.


BIOMA MATA ATLÂNTICA4.2.3 FAUNAA fauna <strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong> é muito diversifica<strong>da</strong> e, por estar inseri<strong>da</strong> na porção mais <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong> eocupa<strong>da</strong> <strong>do</strong> território brasileiro, é relativamente bem conheci<strong>da</strong>. Para se ter uma idéia <strong>de</strong> sua diversi<strong>da</strong><strong>de</strong>, aecorregião abriga 9 espécies <strong>de</strong> primatas, 75 espécies <strong>de</strong> serpentes, mais <strong>de</strong> 500 espécies <strong>de</strong> aves e mais <strong>de</strong>1.000 espécies <strong>de</strong> borboletas.Como acontece com a flora, muitas espécies <strong>de</strong> animais <strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong> são compartilha<strong>da</strong>s comecorregiões vizinhas, principalmente a Ecorregião Alto Paraná e a Ecorregião <strong>da</strong>s Florestas Costeiras <strong>da</strong> Bahia,e não existem espécies exclusivas <strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong> como um to<strong>do</strong>, mas sim espécies cuja principalárea <strong>de</strong> distribuição se sobrepõe àquela <strong>da</strong> ecorregião, e espécies <strong>de</strong> distribuição restrita, endêmicas <strong>de</strong> umaparte <strong>da</strong> ecorregião. Os primatas constituem um bom exemplo: 4 <strong>da</strong>s 9 espécies – Callithrix aurita, Cebusnigritus, Brachyteles arachnoi<strong>de</strong>s e Alouatta fusca clamitans, respectivamente sagui-estrela preto, macacoprego,mono-carvoeiro e bugio – têm a maior parte <strong>da</strong> distribuição concentra<strong>da</strong> na floresta ombrófila <strong>de</strong>nsa,mas ocorrem também em áreas <strong>de</strong> floresta ombrófila mista e floresta estacional semi<strong>de</strong>cidual, que fazemparte <strong>de</strong> ecorregiões vizinhas, enquanto 2 outras espécies – Leontopithecus caiçara e L. rosalia (mico-leão<strong>de</strong>-cara-pretae mico-leão-<strong>do</strong>ura<strong>do</strong>) são endêmicos <strong>de</strong> partes distintas <strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>. Os <strong>de</strong>maisen<strong>de</strong>mismos que se <strong>de</strong>stacam entre as espécies <strong>de</strong> mamíferos são diversos gêneros <strong>de</strong> roe<strong>do</strong>res – Delomysspp, Rhagomys spp, Phaenomys spp, Phyllomys spp, Nelomys spp (3 <strong>da</strong>s 6 espécies), Kannabateomys spp –,alguns <strong>do</strong>s quais bastante raros, só foram re<strong>de</strong>scobertos durante a déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 90.A Mata Atlântica tem cerca <strong>de</strong> 200 espécies <strong>de</strong> aves endêmicas, muita <strong>da</strong>s quais <strong>de</strong> distribuição ampla ao longo<strong>da</strong> costa brasileira, ocorren<strong>do</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o sul <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>da</strong> Bahia até o norte <strong>do</strong> Rio Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong> Sul, seguin<strong>do</strong> pelointerior <strong>do</strong> Paraná até a região <strong>de</strong> Missiones na Argentina. Aproxima<strong>da</strong>mente 30 espécies são endêmicas, ouprepon<strong>de</strong>rantemente distribuí<strong>da</strong>s na Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>, sen<strong>do</strong> algumas <strong>de</strong> ocorrência bastante restrita.Destacam-se duas espécies <strong>de</strong> psitací<strong>de</strong>os – sabiá-cica (Triclaria malachitae) e papagaio-<strong>do</strong>-mangue (Amazonabrasiliensis), cotingí<strong>de</strong>os <strong>de</strong> florestas <strong>de</strong> altitu<strong>de</strong> (Carpornis cucullata, Tijuca condita, T. atra e Caliptura cristata),alguns tangarás (Nemosia rourei, Dacnis nigripes, Thraupis cyanoptera e Tangara <strong>de</strong>smaresti) e uma série <strong>de</strong>papa-moscas (ex. Mionectes rufiventris, Phylloscartes kronei, P. difficilis, Hemitriccus furcatus, H. kaempferie H. orbitatus) e formicarí<strong>de</strong>os (ex. Drymophila rubricollis, D. genei, Drymophila ochropyga, Dysithamnusxanthopterus, Formicivora erythronotos, Stymphalornis acutirostris, Myrmotherula unicolor, M. fluminensis,M.minor, M. gularis). É interessante notar que, ao longo <strong>da</strong>s serras <strong>do</strong>s esta<strong>do</strong>s <strong>de</strong> São Paulo e Rio <strong>de</strong> Janeiro (etambém Espírito Santo), a riqueza <strong>de</strong> espécies <strong>de</strong> aves florestais diminui <strong>da</strong>s baixa<strong>da</strong>s para as regiões <strong>de</strong> maioraltitu<strong>de</strong>, enquanto a porcentagem <strong>de</strong> espécies endêmicas <strong>da</strong> Mata Atlântica aumenta no mesmo senti<strong>do</strong> até seconstituir em cerca <strong>de</strong> meta<strong>de</strong> <strong>da</strong> avifauna <strong>da</strong>s florestas <strong>de</strong> altitu<strong>de</strong>, acima <strong>de</strong> 1200 m (BENCKE et al. 2006).


© WWF-Brasil / Gustavo AccacioVisão <strong>de</strong> Biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>37UNIR PARA CONSERVAR A VIDA


BIOMA MATA ATLÂNTICACerca <strong>de</strong> 20 espécies <strong>de</strong> serpentes são endêmicas <strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>, com<strong>de</strong>staque para as jararacas insulares – Bothrops sp.nov e B. insularis –, espécies <strong>de</strong>matas <strong>de</strong> altitu<strong>de</strong> – Bothrops fonsecai, Gomesophis brasiliensis, Liophis atraventer,Tropi<strong>do</strong>dryas striaticeps, Pseu<strong>do</strong>boa serrana e Micrurus <strong>de</strong>coratus – e a jibóiaCorallus cropani, extremamente rara. Além <strong>da</strong>s cobras, quelônios endêmicos <strong>do</strong>gênero Hydromedusa – H. maximiliani e H. tectifera – ocorrem nos riachos <strong>de</strong>corre<strong>de</strong>ira em áreas serranas <strong>do</strong> su<strong>de</strong>ste e sul, e o lagarto Placosoma glabelum(Gymnophtalmi<strong>da</strong>e) ocorre associa<strong>do</strong> às bromélias <strong>da</strong> floresta ombrófila <strong>de</strong>nsasubmontana. Outros lagartos endêmicos – Liolaemus lutzae e Mabouya caissara –ocorrem associa<strong>do</strong>s aos ambientes costeiros <strong>da</strong> ecorregião, enquanto os estuáriosabrigam as maiores populações <strong>do</strong> jacaré-<strong>de</strong>-papo-amarelo (Caiman latirostris),ameaça<strong>do</strong> <strong>de</strong> extinção.As espécies <strong>de</strong> anfíbios são muito diversifica<strong>da</strong>s na ecorregião, e algumas <strong>da</strong>scaracterísticas estão associa<strong>da</strong>s aos riachos <strong>de</strong> corre<strong>de</strong>ira. Pelo menos um gênero <strong>de</strong>hilí<strong>de</strong>o (Phasmahyla spp) e vários gêneros <strong>de</strong> lepto<strong>da</strong>ctilí<strong>de</strong>os (Cycloramphus spp,Crosso<strong>da</strong>ctylus spp, Hylo<strong>de</strong>s spp e Megaelosia spp, entre outros) formam grupos <strong>de</strong>espécies alopátricas distribuí<strong>do</strong>s pelas diferentes ca<strong>de</strong>ias montanhosas <strong>do</strong> complexo<strong>da</strong> <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong> e vizinhanças. Além disso, merecem <strong>de</strong>staque os sapos <strong>da</strong> famíliaBrachycephali<strong>da</strong>e, endêmica <strong>de</strong>sta formação; as pererecas <strong>do</strong> gênero Fritziana spp,associa<strong>da</strong>s a bambus ou bromélias; e uma série <strong>de</strong> espécies <strong>de</strong> distribuição restrita,tais como Aparaspheno<strong>do</strong>n bokermanni, Hyla izecksohni, H. clepsydra, Phrynomedusaspp, Scinax jureia (Hyli<strong>da</strong>e), Cycloramphus juimirin, Hylo<strong>de</strong>s sazimai, Megaelosiabocainensis, M. lutzae, M. massarti, O<strong>do</strong>ntophrynus moratoi, Melanophryniscusmoreirae e o gênero Paratelmatobius spp (Lepto<strong>da</strong>ctyli<strong>da</strong>e). Por fim, cabe lembrar queas condições físicas e históricas <strong>da</strong> região favorecem a diversificação <strong>do</strong> grupo, e novasespécies <strong>de</strong> anfíbios vêm sen<strong>do</strong> <strong>de</strong>scritas frequentemente.A fauna <strong>de</strong> invertebra<strong>do</strong>s <strong>da</strong>s florestas ombrófilas <strong>de</strong>nsas é muito rica, e a <strong>Serra</strong><strong>do</strong> <strong>Mar</strong> não foge à regra. Milhares <strong>de</strong> espécies <strong>de</strong> insetos já foram encontra<strong>da</strong>s naregião e muitas outras ain<strong>da</strong> estão por ser <strong>de</strong>scritas ou mesmo <strong>de</strong>scobertas. Váriasborboletas endêmicas e ameaça<strong>da</strong>s <strong>de</strong> extinção são características <strong>da</strong>s restingas,florestas montanas e campos <strong>de</strong> altitu<strong>de</strong> <strong>da</strong>s serras atlânticas: Actinote quadra, A.zikani, Arawacus aethesa, Callicore hy<strong>da</strong>rnis, Caenoptychia boulleti, Cyanophris berta,Dasyophtalma <strong>de</strong>lanira, D. geraensis, Drephalys mourei, D. miersi, Episca<strong>da</strong> vítrea,Eucorna sanarita, Hyaliris leptalina leptalina, Heracli<strong>de</strong>s himeros himeros, Hypoleriafallens, Mesenops albivitta, Mimoi<strong>de</strong>s lysithous harrisianus, Mycastor leucarpis, Nirodiaalphegor, Orobrassolis ornamentalis, Panara ovifera, Pari<strong>de</strong>s ascanius, P. bunichuschamissonia, Pari<strong>de</strong>s ascanius, Polygrapha suprema, Prepona <strong>de</strong>iphile e Tithoreaharmonia caissara.Soma<strong>da</strong> à questão <strong>do</strong>s en<strong>de</strong>mismos, <strong>de</strong>ve-se consi<strong>de</strong>rar o problema <strong>da</strong>s espécies<strong>de</strong> distribuição mais ampla, porém ameaça<strong>da</strong>s <strong>de</strong> extinção. Os gran<strong>de</strong>s fragmentosflorestais <strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong> representam os últimos refúgios paraespécies outrora distribuí<strong>da</strong>s pela maior parte <strong>da</strong> Mata Atlântica, como a jacutinga(Pipile jacutinga), que foi extermina<strong>da</strong> pela caça em gran<strong>de</strong> parte <strong>de</strong> sua área <strong>de</strong>distribuição. Outras espécies <strong>de</strong> animais e plantas que ocorriam ao longo <strong>da</strong> costa


© WWF-Brasil / Gustavo AccacioVisão <strong>de</strong> Biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>39brasileira, como os monos-carvoeiros (Brachyteles spp), tiveram suas populações muitoreduzi<strong>da</strong>s e fragmenta<strong>da</strong>s no interior <strong>de</strong> São Paulo, em Minas Gerais, Espírito Santo eesta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Nor<strong>de</strong>ste, mas ain<strong>da</strong> se mantém em número razoável no complexo <strong>da</strong> <strong>Serra</strong><strong>do</strong> <strong>Mar</strong>. No entanto, apesar <strong>do</strong> tamanho <strong>do</strong>s remanescentes florestais <strong>da</strong> Ecorregião<strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>, certas espécies <strong>de</strong> animais <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte e requerimentos ambientaiscomplexos, como a onça-pinta<strong>da</strong> (Panthera onca), a queixa<strong>da</strong> (Tayassu pecari) e aharpia (Harpia harpija) são nela muito raros, ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> registra<strong>do</strong>s umas poucasvezes ao longo <strong>da</strong>s últimas 3 déca<strong>da</strong>s. Embora esteja presente no Complexo PETAR /PE Carlos Botelho / PE Intervales e na EE <strong>da</strong> Juréia, a onça-pinta<strong>da</strong> não tem registrosrecentes <strong>do</strong>cumenta<strong>do</strong> no PE <strong>da</strong> <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>, a maior uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> conservação <strong>da</strong>região, enquanto a harpia não teve presença recente confirma<strong>da</strong> em nenhuma parte <strong>da</strong>ecorregião. Já a queixa<strong>da</strong> é muito rara, mesmo nas maiores uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> conservaçãocita<strong>da</strong>s. Os motivos para a rari<strong>da</strong><strong>de</strong> ou ausência <strong>de</strong>ssas espécies em áreas tão gran<strong>de</strong>snão são claros, já que elas ocorrem em fragmentos bem menores (por exemplo, noPE Morro <strong>do</strong> Diabo e EE Caitetus, na Ecorregião <strong>da</strong>s Florestas <strong>do</strong> Alto Paraná). Fatoreshistóricos, como a caça persistente, combina<strong>do</strong>s com aspectos naturais (menorprodutivi<strong>da</strong><strong>de</strong> e menor biomassa nos estratos inferiores <strong>da</strong>s florestas pluviais emrelação àquelas estacionais semi<strong>de</strong>ciduais) po<strong>de</strong>m ser hipóteses explicativas. Outrasespécies <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte e requerimentos complexos – anta (Tapirus terrestris), cateto(Tayassu tajacu), jaguatirica (Leopardus par<strong>da</strong>lis), suçuarana (Puma concolor), gaviõespega-macaco(gêneros Spizaetus e Spizastur), gaviões-pomba (Leucopternis spp) – sãofreqüentes nos gran<strong>de</strong>s fragmentos florestais <strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>.UNIR PARA CONSERVAR A VIDA


BIOMA MATA ATLÂNTICA4.3 Meio FísicoNo cretáceo superior, logo após a atuação <strong>da</strong> tectônica <strong>de</strong> placas e penetração <strong>da</strong>ságuas <strong>do</strong> Atlântico Sul entre a África e o Brasil, houve o estabelecimento <strong>de</strong> duasáreas <strong>de</strong> sedimentação, totalmente opostas, separa<strong>da</strong>s e distintas: a bacia <strong>do</strong>Grupo Bauru, na porção norte <strong>da</strong> Bacia <strong>do</strong> Paraná (fácies lagunar e fluviolacustre)e <strong>da</strong> fossa <strong>da</strong> chama<strong>da</strong> Bacia <strong>de</strong> Santos na plataforma continental, a leste <strong>de</strong> umaárea <strong>de</strong> falhamentos escalona<strong>do</strong>s (fácies pre<strong>do</strong>minantemente marinha). Linhas<strong>de</strong> falhas escalona<strong>da</strong>s, paralelas à fossa submarina <strong>da</strong> plataforma, prenunciama formação <strong>da</strong> <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>. Ao fecho <strong>da</strong> sedimentação cretácica, rios longos sedirigiam para o Paraná – em um esquema <strong>de</strong> superimposição hidrográfica póscretácica–,enquanto rios curtos se dirigiam para a frente marítima, passan<strong>do</strong> arealizar dissecações progressivas, por erosão fluvial remontante. A história geológicaregional comportou um esquema dinâmico <strong>de</strong> soerguimentos epirogênicos, <strong>de</strong><strong>de</strong>sigual força <strong>de</strong> elevação, aplica<strong>do</strong> a um conjunto litológico <strong>de</strong> rochas metamórficaspouco resistentes (em faixas NE-SW), enquadra<strong>da</strong>s por maciços <strong>de</strong> rochas durassitua<strong>da</strong>s nas mais diversas posições. Foi nessa conjuntura que se processou um <strong>do</strong>smais interioriza<strong>do</strong>s recuos <strong>da</strong>s escarpas <strong>da</strong> <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>, avalia<strong>do</strong> em 80 quilômetros<strong>da</strong> linha <strong>de</strong> costa atual. Enquanto eram gera<strong>do</strong>s esporões subparalelos, em umalarga treliça <strong>de</strong> vales subseqüentes, acresci<strong>do</strong>s <strong>de</strong> pequenos e médios vales, incisosem linhas <strong>de</strong> fraturas tectônicas ou em linha <strong>de</strong> falhas. No mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> horsts típicos,restaram alguns maciços costeiros isola<strong>do</strong>s <strong>da</strong> serra e seus esporões, transforma<strong>do</strong>sem ilhas montanhosas nos perío<strong>do</strong>s <strong>de</strong> máxima ingressão <strong>de</strong> águas marítimas(AB’SABER, 2006).Em termos geomorfológicos, as condições pre<strong>do</strong>minantes nessa região são maciçosserranos <strong>de</strong> relevo escarpa<strong>do</strong>, com solos pouco profun<strong>do</strong>s <strong>de</strong> baixa a média fertili<strong>da</strong><strong>de</strong>,entre os quais se <strong>de</strong>staca a <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>, que dá nome à ecorregião. Na faixa costeira,as planícies estreitas são forma<strong>da</strong>s pela <strong>de</strong>posição <strong>de</strong> cordões arenosos, permea<strong>da</strong>s porcomplexos estuarinos associa<strong>do</strong>s à foz <strong>de</strong> rios <strong>de</strong> maior porte.A variação ambiental contínua é pronuncia<strong>da</strong> na ecorregião <strong>da</strong> mata atlântica e explicaem parte a gran<strong>de</strong> diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> espécies. O clima regional tem características tropicais,mesmo em áreas situa<strong>da</strong>s em zona extratropical, com temperaturas amenas (médiasacima <strong>de</strong> 15º C) e alta pluviosi<strong>da</strong><strong>de</strong>, sem um perío<strong>do</strong> seco <strong>de</strong>fini<strong>do</strong> (mais <strong>de</strong> 1.800 mm/ano), <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à influencia oceânica (NIMER, 1979). Nota-se ain<strong>da</strong> a ocorrência ocasional<strong>de</strong> gea<strong>da</strong>s nos meses <strong>de</strong> inverno e início <strong>da</strong> primavera. Respon<strong>de</strong>n<strong>do</strong> às flutuações <strong>do</strong>clima, as espécies <strong>de</strong> plantas e animais mu<strong>da</strong>vam também <strong>de</strong> distribuição vertical nasencostas. O clima contemporâneo quente e úmi<strong>do</strong> instalou-se provavelmente em torno<strong>de</strong> 6.500 anos atrás, quan<strong>do</strong> a cobertura vegetal presente começou a tomar a formaexistente. To<strong>do</strong> esse dinamismo topográfico e climático nos aju<strong>da</strong> em parte a enten<strong>de</strong>r asraízes <strong>do</strong> rico en<strong>de</strong>mismo <strong>da</strong> biota <strong>da</strong> Mata Atlântica (POR, 1992).


Visão <strong>de</strong> Biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>41© WWF-Brasil / Gustavo AccacioUNIR PARA CONSERVAR A VIDA


BIOMA MATA ATLÂNTICA© WWF-Brasil / Gustavo Accacio


Visão <strong>de</strong> Biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>434.4 Histórico sócioeconômico e ambientalUm plano <strong>de</strong> ação para a conservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>ve levar em conta nãosomente os aspectos naturais <strong>da</strong> região, mas também os aspectos socioeconômicos,que têm gran<strong>de</strong> influência sobre o ecossistema. Sistemas econômicos e naturaisestão intrinsecamente relaciona<strong>do</strong>s e, embora existam diferentes graus <strong>de</strong>inter<strong>de</strong>pendência entre ambos, em regra geral, os processos ecológicos sãoafeta<strong>do</strong>s pelas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s econômicas e as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s econômicas são mol<strong>da</strong><strong>da</strong>s econdiciona<strong>da</strong>s pelo meio ambiente.Na região <strong>de</strong> abrangência <strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>, habitam diferentes grupossociais com varia<strong>do</strong>s níveis <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento e organização econômica distinta.Existem pequenas vilas e comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s tradicionais – on<strong>de</strong> vivem populações caiçaras,comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s quilombolas e comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s indígenas –, fazen<strong>da</strong>s e áreas rurais extensas,e centros urbanos <strong>do</strong>s mais diferentes portes e composições sociais. Neste contexto, aspressões exerci<strong>da</strong>s pelo homem na floresta têm diferentes origens e intensi<strong>da</strong><strong>de</strong>s, e umaenorme complexi<strong>da</strong><strong>de</strong>.Fazer uma análise <strong>de</strong> ocupação <strong>da</strong> Mata Atlântica é contar a história <strong>de</strong> sua <strong>de</strong>struição.Ao longo <strong>de</strong> séculos, <strong>de</strong>pois <strong>da</strong> chega<strong>da</strong> <strong>do</strong>s coloniza<strong>do</strong>res europeus, infelizmente a MataAtlântica tem si<strong>do</strong> sempre objeto <strong>de</strong> <strong>de</strong>scaso, <strong>de</strong> exploração, e <strong>de</strong> infravaloração quelevaram à sua progressiva conversão e ao quase que completo <strong>de</strong>saparecimento.A área <strong>de</strong> <strong>do</strong>mínio <strong>da</strong> Mata Atlântica brasileira apresenta traços <strong>de</strong> ocupação humanaque <strong>da</strong>tam <strong>de</strong> pelo menos <strong>de</strong>z mil anos atrás. A ocupação indígena já exercia algumapressão na Mata Atlântica, mas seu <strong>de</strong>stino mu<strong>do</strong>u completamente com a chega<strong>da</strong> <strong>do</strong>sportugueses.Durante a colonização portuguesa, o Brasil era uma colônia tipicamente <strong>de</strong> exploração,cuja única finali<strong>da</strong><strong>de</strong> era a <strong>de</strong> servir aos interesses <strong>da</strong> metrópole. O primeiro produtoextraí<strong>do</strong> no Brasil para aten<strong>de</strong>r os interesses <strong>de</strong> Portugal foi o pau-brasil, e em segui<strong>da</strong>a cana <strong>de</strong> açúcar, ambas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s econômicas com impactos consi<strong>de</strong>ráveis sobre aMata Atlântica.Já no século XVIII, quan<strong>do</strong> ocorreu a corri<strong>da</strong> <strong>do</strong> ouro em Minas Gerais, a floresta sofreu<strong>do</strong>is tipos <strong>de</strong> pressões mais intensas que os <strong>do</strong>is séculos anteriores <strong>de</strong> agricultura <strong>de</strong>subsistência e plantações <strong>de</strong> cana: a <strong>da</strong> produção <strong>de</strong> alimentos para manter a crescentepopulação e, principalmente, a remoção exploratória <strong>da</strong> superfície <strong>do</strong>s solos <strong>da</strong> florestaem busca <strong>do</strong> ouro e <strong>do</strong> diamante (DEAN, 1996).UNIR PARA CONSERVAR A VIDACom a In<strong>de</strong>pendência <strong>do</strong> Brasil (1822), a concessão <strong>de</strong> sesmarias que estimulava o<strong>de</strong>smatamento foi suspensa e posteriormente aboli<strong>da</strong> (Constituinte <strong>de</strong> 1823). Mas afronteira <strong>de</strong> <strong>de</strong>struição <strong>de</strong> Mata Atlântica no século XIX foi expandi<strong>da</strong> tanto pela esperança<strong>de</strong> encontrar ouro e diamante em algum lugar <strong>da</strong> floresta, como pelas práticas agrícolas<strong>de</strong>strutivas. No entanto, o século XIX foi marca<strong>do</strong> pela expansão <strong>do</strong> café que foi a ameaçamais intensa enfrenta<strong>da</strong> pela Mata Atlântica <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início <strong>da</strong> colonização, especialmentenas Ecorregiões <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong> e Alto Paraná. Com o café veio o crescimento <strong>de</strong>mográfico, aurbanização, a industrialização e a construção <strong>de</strong> ferrovias.


BIOMA MATA ATLÂNTICANa primeira meta<strong>de</strong> <strong>do</strong> século XX, a população humana continuou a crescer <strong>de</strong> formaacentua<strong>da</strong> na região <strong>da</strong> Mata Atlântica. Entre 1900 e 1950 a população <strong>do</strong> Su<strong>de</strong>ste cresceu <strong>de</strong>aproxima<strong>da</strong>mente 7 para 22 milhões <strong>de</strong> pessoas (DEAN, 1996).No início <strong>do</strong>s anos 30, Getúlio Vargas <strong>de</strong>cretou uma série <strong>de</strong> códigos regulamentan<strong>do</strong> um novo códigoflorestal conten<strong>do</strong> um embrião <strong>do</strong> que temos <strong>de</strong> legislação ambiental hoje, e em 1937, foi <strong>de</strong>clara<strong>do</strong> naEcorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>, o Parque Nacional <strong>de</strong> Itatiaia, primeira uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>sse tipo <strong>do</strong> Brasil.O surgimento <strong>da</strong> industrialização no Brasil iniciou o processo <strong>de</strong> transformação <strong>da</strong> economianacional, acompanha<strong>do</strong> <strong>de</strong> uma intensa migração rural em direção às ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s A socie<strong>da</strong><strong>de</strong> setransformou, concentran<strong>do</strong>-se ca<strong>da</strong> vez mais nas ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s. No entanto, para a Mata Atlântica, estastransformações não significaram alívio <strong>da</strong>s pressões socioeconômicas: estima-se que em 1948,a lenha e o carvão representavam 79% <strong>de</strong> to<strong>da</strong> a energia consumi<strong>da</strong> no país, e quase to<strong>da</strong> estalenha vinha <strong>de</strong> florestas nativas (DEAN, 1996).© WWF-Brasil / Gustavo Accacio


Visão <strong>de</strong> Biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>45Em 1961, o presi<strong>de</strong>nte Jânio Quadros <strong>de</strong>clarou to<strong>da</strong> a <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>, <strong>do</strong> Espírito Santo até oRio Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong> Sul, como “florestas protetoras” <strong>de</strong> mananciais e solos. Em 1967 um novocódigo florestal foi promulga<strong>do</strong>, ratifican<strong>do</strong> a autori<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> sobre as florestasparticulares e restabelecen<strong>do</strong> penali<strong>da</strong><strong>de</strong>s criminais por infrações. Estendia tambéma proteção a outros tipos <strong>de</strong> vegetação, incluin<strong>do</strong> florestas <strong>de</strong> galeria e manguezais, esimplificava a classificação <strong>da</strong>s florestas.Ao final <strong>de</strong> 1973, o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> eleva<strong>do</strong> crescimento econômico conheci<strong>do</strong> por “milagreeconômico” foi abala<strong>do</strong> com a crise internacional <strong>do</strong> petróleo. Uma série <strong>de</strong> medi<strong>da</strong>sfoi toma<strong>da</strong>, com eleva<strong>do</strong>s custos ao meio ambiente e à Mata Atlântica. O programaPROALCOOL rapi<strong>da</strong>mente tornou-se causa <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>smatamento e a expansão <strong>da</strong>cana <strong>de</strong> açucar foi responsável por quase meta<strong>de</strong> <strong>do</strong> <strong>de</strong>sflorestamento <strong>da</strong> mata primáriaocorri<strong>do</strong> entre 1962 e 1984 (DEAN, 1996). No entanto, o mais prejudicial <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s estesprogramas para a região <strong>da</strong> Mata Atlântica foi a implantação <strong>da</strong> matriz hidrelétrica. Em 1992,269 usinas hidrelétricas haviam inun<strong>da</strong><strong>do</strong> 17.130 km 2 na região su<strong>de</strong>ste <strong>da</strong> Mata Atlântica,oitenta e oito usinas já haviam si<strong>do</strong> <strong>de</strong>sativa<strong>da</strong>s, e outras, em construção, inun<strong>da</strong>riam mais10 mil km 2 (DEAN, 1996). Em 2010, os empreendimentos hidrelétricos em operação já somam537 e 51 estão na fase <strong>de</strong> construção (ANEEL, 2010).Também em mea<strong>do</strong>s <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 70 aespeculação imobiliária passou a ameaçar a faixa litorânea. Nesta época, a população urbana<strong>da</strong> Mata Atlântica chegava a 62 milhões <strong>de</strong> pessoas (DEAN, 1996).A revisão <strong>do</strong> primeiro Atlas <strong>de</strong> remanescentes <strong>da</strong> Mata Atlântica, publica<strong>do</strong> pela Fun<strong>da</strong>çãoSOS Mata Atlântica (1990), mostra que em 1985 apenas 9,12% <strong>do</strong> <strong>do</strong>mínio original <strong>da</strong> MataAtlântica estavam cobertos com floresta primária ou secundária. Em 1990 este valor era <strong>de</strong>8,8% e em 1995 <strong>de</strong> 7,3%. Em <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2006 a contabili<strong>da</strong><strong>de</strong> era <strong>de</strong> apenas 6,98% <strong>de</strong>mata remanescente, com 5% concentra<strong>do</strong>s na Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> Ma r (Figura 6).Figura 6Remanescentes florestais <strong>da</strong> Ecorregião<strong>da</strong> <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong> no ano <strong>de</strong> 2000 (Fonte:SOS Mata Atlântica).UNIR PARA CONSERVAR A VIDA


BIOMA MATA ATLÂNTICAAvançan<strong>do</strong> em nossa cronologia, em mea<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s anos 80, para se contrapor a esse intensoprocesso <strong>de</strong> <strong>de</strong>vastação um mo<strong>de</strong>sto movimento ambientalista começa tomar vulto no Brasil.A Fun<strong>da</strong>ção Brasileira para a Conservação <strong>da</strong> Natureza, que contava com uma mala direta <strong>de</strong> 120ONGs que atuavam na região <strong>da</strong> Mata Atlântica, organizou sua segun<strong>da</strong> conferência (50 anos<strong>de</strong>pois <strong>da</strong> primeira) em 1984. Em 1992, 809 organizações ambientalistas brasileiras se juntaram eapresentaram uma <strong>de</strong>claração conjunta na conferência <strong>do</strong> Rio. Possivelmente houvesse outras 1500organizações. Neste mesmo ano, foi cria<strong>da</strong> a re<strong>de</strong> <strong>de</strong> ONGs <strong>da</strong> Mata Atlântica, que conta atualmentecom mais <strong>de</strong> 300 enti<strong>da</strong><strong>de</strong>s filia<strong>da</strong>s 2 . Esses números <strong>de</strong>notam um crescimento expressivo <strong>do</strong>movimento, contribuin<strong>do</strong> para assegurar alguns ganhos ambientais.Entre 1981 e 1990 o número <strong>de</strong> parques e reservas <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> limite <strong>da</strong> Mata Atlântica <strong>do</strong>brou,chegan<strong>do</strong> a 205, e sua área quase quintuplicou, passan<strong>do</strong> <strong>de</strong> 9.918 km 2 para 48.307 km 2 . Noentanto, 70% <strong>de</strong>sta área ain<strong>da</strong> eram proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s priva<strong>da</strong>s (DEAN, 1996). Por trabalho <strong>de</strong> umbloco ambientalista forma<strong>do</strong> na Assembléia Constituinte <strong>de</strong> 1987, a Constituição <strong>de</strong> 1988 <strong>de</strong>claroua Mata Atlântica parte <strong>do</strong> patrimônio nacional. Em 1990, a Mata Atlântica foi <strong>de</strong>creta<strong>da</strong> pelaUNESCO uma Reserva <strong>de</strong> Biosfera. E finalmente, a Mata Atlântica a<strong>de</strong>ntrou o segun<strong>do</strong> milênio commuito mais espaço na mídia, e sua conservação é um tema bastante assimila<strong>do</strong> pela socie<strong>da</strong><strong>de</strong>.Infelizmente, a consciência existente <strong>de</strong> que é necessária a conservação <strong>do</strong> meio ambiente emgeral, e <strong>da</strong> Mata Atlântica em particular, nem sempre tem se traduzi<strong>do</strong> em ações e mu<strong>da</strong>nças <strong>de</strong>comportamento por parte <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong>.Em 2006, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> 14 anos no congresso nacional, é aprova<strong>da</strong> a Lei 11.428, a lei <strong>da</strong> Mata Atlântica(BRASIL, 2006). O seu <strong>de</strong>creto, 6.660 (BRASIL, 2008), foi assina<strong>do</strong> em 2008. Neste mesmo ano,o IBGE publica um novo mapa <strong>de</strong>limitan<strong>do</strong> as formações florestais e ecossistemas associa<strong>do</strong>s ao<strong>do</strong>mínio biogeográfico <strong>da</strong> Mata Atlântica passíveis <strong>de</strong> aplicação <strong>da</strong> Lei <strong>da</strong> Mata Atlantica (IBGE,2008), com 1.315.460 km² (valor anterior <strong>de</strong> 1.110.182 km 2 ) e a Fun<strong>da</strong>ção SOS Mata Atlântica e INPE(2009) divulgam para o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> 2005 – 2008, 7,91% <strong>de</strong> remanescentes.© WWF-Brasil / Adriano Gambarini2 Visite www.rma.org.br


© WWF-Brasil / Adriano GambariniVisão <strong>de</strong> Biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>475. Seleção <strong>de</strong> Áreas5.1 Análise <strong>de</strong> insubstituibili<strong>da</strong><strong>de</strong> e importânciabiológica5.1.1 BASE DE DADOSUNIR PARA CONSERVAR A VIDAA formulação <strong>da</strong> base <strong>de</strong> <strong>da</strong><strong>do</strong>s para o planejamento <strong>da</strong> conservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong>iniciou-se com a <strong>de</strong>finição <strong>do</strong>s objetos <strong>de</strong> conservação e suas respectivas metasquantitativas. Sua distribuição espacial foi <strong>de</strong>termina<strong>da</strong> e representa<strong>da</strong> segun<strong>do</strong>um conjunto <strong>de</strong> amostras padroniza<strong>da</strong>s, <strong>de</strong>nomina<strong>da</strong>s uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> planejamento(UP). A representação espacial <strong>da</strong> base <strong>de</strong> <strong>da</strong><strong>do</strong>s e os procedimentos técnicos para ai<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> áreas prioritárias na <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong> foram realiza<strong>do</strong>s utilizan<strong>do</strong>-se sistemas<strong>de</strong> informação geográfica <strong>da</strong> família ESRI (Arc View 3.x e ArcGis 9.0).


BIOMA MATA ATLÂNTICA5.1.2 OBJETOS DE CONSERVAÇÃOA biota <strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong> é extremamente diversa, e informação integral a seu respeito nãopo<strong>de</strong> ser incorpora<strong>da</strong> na visão, tanto pela falta <strong>de</strong> conhecimento atual, quanto pela complexi<strong>da</strong><strong>de</strong>natural <strong>do</strong>s ecossistemas tropicais. Assim, a variabili<strong>da</strong><strong>de</strong> biológica a ser conserva<strong>da</strong> foi inferi<strong>da</strong>através <strong>de</strong> indica<strong>do</strong>res, cujas características ecológicas e respostas frente à antropização <strong>do</strong> ambientepermitissem uma avaliação aproxima<strong>da</strong> sobre o esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> preservação <strong>de</strong> diferentes porções <strong>da</strong>ecorregião, a representativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s UCs e a <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> relevante importância para aconservação. Os indica<strong>do</strong>res escolhi<strong>do</strong>s se enquadraram em duas categorias básicas:1. Comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s ecológicas representa<strong>da</strong>s por combinações <strong>de</strong> fitofisionomias e uni<strong>da</strong><strong>de</strong>sgeomorfológicas <strong>de</strong>nomina<strong>da</strong>s Uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s Fitogeomorfológicas (UFGs). As UFGs foramusa<strong>da</strong>s pela capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> refletir a presença <strong>de</strong> associações florísticas relativamentehomogêneas, distinguíveis na escala consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> (<strong>de</strong>riva<strong>da</strong>s <strong>da</strong>s uni<strong>da</strong><strong>de</strong>sfitofisionômicas), combina<strong>da</strong>s com feições físicas <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> efeito sobre a biota (relevoe pe<strong>do</strong>logia). Embora não se possam saber quais espécies estão em uma UFG, ca<strong>da</strong>uma <strong>de</strong>las que esta abriga é consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> uma comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> biológica distinguível,principalmente <strong>da</strong> flora, mas não apenas restrita a esta, porque a vegetação exercegran<strong>de</strong> influência na distribuição <strong>do</strong>s animais. A componente geomorfógica possibilitoua inclusão tanto <strong>de</strong> variação associa<strong>da</strong> aos condicionantes físicos diretos – solos,relevo, temperatura e umi<strong>da</strong><strong>de</strong> -, como também <strong>de</strong> processos histórico-evolutivos, umavez que a dinâmica climática sabi<strong>da</strong>mente afetou as uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s geomorfológicas <strong>de</strong>maneira <strong>de</strong>sigual, resultan<strong>do</strong> em especiação diferencia<strong>da</strong>;2. Espécies, seleciona<strong>da</strong>s por sua suceptibili<strong>da</strong><strong>de</strong> à alterações antrópicas, en<strong>de</strong>mismo ouameaça, ou ain<strong>da</strong> pela capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong> refletir processos ecológicos regionais (os quaissão complexos e ain<strong>da</strong> pouco conheci<strong>do</strong>s na ecorregião).5.1.2.1 Uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s fitogeomorfológicas (UFGs)As UFGs foram objetos <strong>de</strong> conservação cria<strong>do</strong>s para servir <strong>de</strong> indica<strong>do</strong>res <strong>da</strong>s comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>secológicas, ecossistemas e uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s ambientais. O critério básico para a <strong>de</strong>finição <strong>da</strong>s UFGscomo objeto <strong>de</strong> conservação foi articular os <strong>da</strong><strong>do</strong>s ambientais disponíveis <strong>da</strong> melhor formapara traduzir ou <strong>de</strong>screver a distribuição <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> e os processos que a mantêm, emum prazo compatível com o cronograma <strong>de</strong> execução <strong>do</strong> projeto, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a criar um indica<strong>do</strong>r<strong>do</strong>s padrões <strong>de</strong> distribuição <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong>, especialmente a flora. BONN; GASTON,2005 sugerem que a utilização <strong>de</strong> substitutos <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong>, como é o caso <strong>da</strong>s UFGs,em conjugação com <strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>de</strong> espécies, melhora a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong>conservação em termos <strong>de</strong> representativi<strong>da</strong><strong>de</strong>.As UFGs foram gera<strong>da</strong>s a partir <strong>da</strong> intersecção <strong>do</strong> mapa <strong>de</strong> geomorfologia com o mapa<strong>de</strong> formações vegetais remanescentes e uso e cobertura <strong>da</strong> terra <strong>da</strong>s bases <strong>de</strong> formaçõesgeomorfológicas e formações vegetais 1:1.000.000 e 1:250.000 <strong>do</strong> RADAMBRASIL (MINISTERIODE MINAS E ENERGIA, 1983). A caracterização <strong>da</strong>s fitofisionomias usou as <strong>de</strong>finições emprega<strong>da</strong>spor VELOSO (1991), espacializa<strong>da</strong>s conforme sua distribuição original aproxima<strong>da</strong>, com base nomapeamento existente no RADAMBRASIL. As informações sobre formações antropiza<strong>da</strong>s on<strong>de</strong> acobertura vegetal foi converti<strong>da</strong> em área <strong>de</strong> ocupação ou <strong>de</strong>scaracteriza<strong>da</strong> foram reclassifica<strong>da</strong>spara uma potencial formação vegetal original, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com faixas hipsométricas a<strong>do</strong>ta<strong>da</strong>s porVELOSO (1991) para caracterizar as diferentes formações florestais (Tabela 1).


© WWF-Brasil / Adriano GambariniVisão <strong>de</strong> Biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>49Tabela 1. Variação hipsométrica <strong>da</strong>s formações florestais na Mata Atlânticasegun<strong>do</strong> VELOSO (1991).Faixa hipsométrica (m)Formação vegetal 16 a 24 o S 24 a 32 o Sterras baixas 5 – 50 5 – 30submontana 50 – 500 30 – 400montana 500 – 1500 400 – 1000alto-montana >1000 >1500As classes <strong>do</strong> mapa <strong>de</strong> geomorfologia foram agrupa<strong>da</strong>s segun<strong>do</strong> os <strong>do</strong>míniosgeomorfológicos. Para a região próxima à divisa entre os esta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Paraná e SãoPaulo, que não possui essa informação, em razão <strong>da</strong> não publicação <strong>do</strong>s mapas <strong>do</strong>RADAMBRASIL para essa região, foram utiliza<strong>da</strong>s as minutas 1: 250.000 para <strong>de</strong>limitação<strong>do</strong>s limites <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> área (comunicação pessoal) 3 . O cruzamento <strong>de</strong>sses <strong>da</strong><strong>do</strong>s produziu abase <strong>de</strong> UFGs potencial para a ecorregião antes <strong>da</strong> intensificação <strong>do</strong> <strong>de</strong>smatamento.UNIR PARA CONSERVAR A VIDA3 As informações sobre os <strong>do</strong>mínios nessa região foram atribuí<strong>da</strong>s com auxílio <strong>do</strong> Prof. Dr. Luiz Eduar<strong>do</strong> Mantovani, <strong>da</strong>Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>do</strong> Paraná.


BIOMA MATA ATLÂNTICA© WWF-Brasil / Adriano GambariniEm segui<strong>da</strong>, as UFGs passaram por uma análise crítica conservativa para reclassificação <strong>de</strong>acor<strong>do</strong> com os seguintes critérios:• eliminação/fusão <strong>de</strong> UFGs menores <strong>de</strong> 1.000 ha, exceto aquelas que representassemencraves <strong>de</strong> paleoecossistemas e estivessem naturalmente reduzi<strong>da</strong>s antes que oprocesso <strong>de</strong> <strong>de</strong>smatamento e fragmentação associa<strong>do</strong> à colonização européia tivesseinício. As UFGs elimina<strong>da</strong>s foram fundi<strong>da</strong>s àquelas mais afins, ou quan<strong>do</strong> isso nãofoi possível, ao polígono mais próximo. Algumas UFGs similares que estavam muitoreduzi<strong>da</strong>s (ex. floresta estacional semi<strong>de</strong>cidual aluvial, floresta estacional semi<strong>de</strong>cidual<strong>de</strong> planície fluvial e floresta estacional semi<strong>de</strong>cidual <strong>de</strong> morrotes litorâneos <strong>da</strong> região)foram fundi<strong>da</strong>s em uma única enti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> tamanho significativo, que ain<strong>da</strong> mantevesuas características ecológicas básicas, embora sem algumas nuances;


Visão <strong>de</strong> Biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>51• uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s florísticas azonais (mangues, formações pioneiras, restingas, etc) foramunifica<strong>da</strong>s in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente <strong>do</strong> elemento geomorfológico na qual se inseriam.Posteriormente essas uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s florísticas foram subdividi<strong>da</strong>s em 4 gran<strong>de</strong>s classes,segun<strong>do</strong> faixas latitudinais que representam divisões reconhecíveis pelos padrõesbiogeográficos (Item 4.2.1 e Figura 4). As florestas ombrófilas <strong>de</strong>nsas <strong>de</strong> terras baixasreceberam o mesmo tratamento para respeitar as divisões biogeográficas a<strong>do</strong>ta<strong>da</strong>s;• algumas UFGs foram fundi<strong>da</strong>s com base em consi<strong>de</strong>rações biogeográficas, já que<strong>da</strong><strong>do</strong>s confiáveis sobre a biota não apontavam diferenças significativas entre elas;• algumas formações vegetais <strong>de</strong> outras ecorregiões presentes nas bor<strong>da</strong>s <strong>da</strong>Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong> representam artefatos cartográficos origina<strong>do</strong>s porimprecisões <strong>de</strong> escala (ex. floresta ombrófila mista <strong>da</strong> região sul e florestaestacional semi<strong>de</strong>cidual no interior <strong>do</strong> RJ e ES). Como essas florestas sesuperpunham a diferentes uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s geomorfológicas, diversas UFGs foram cria<strong>da</strong>s.To<strong>da</strong>s essas formações vegetais marginais <strong>de</strong> um mesmo tipo foram agrupa<strong>da</strong>s emuma única UFG, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>da</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong> geomorfológica associa<strong>da</strong>.As uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s resultantes tiveram sua consistência analisa<strong>da</strong> conjuntamente porespecialistas presentes nos seminários e pela equipe <strong>de</strong> consultores e executores <strong>do</strong>projeto. O mapa final <strong>de</strong> UFGs contou com 84 uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s, representa<strong>da</strong>s na Figura 7 elista<strong>da</strong>s no Anexo II. To<strong>do</strong> o processo <strong>de</strong> criação está esquematiza<strong>do</strong> no fluxograma <strong>da</strong>Figura 8. Os nomes <strong>da</strong>s UFGs foram <strong>de</strong>fini<strong>do</strong>s a partir <strong>da</strong> junção <strong>do</strong> nome <strong>da</strong> fitofisionomiacom o <strong>da</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong> geomorfológica, como por exemplo, floresta ombrófila <strong>de</strong>nsa altomontana<strong>do</strong> Planalto Catarinense.Figura 7Uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s fitogeomorfológicas(UFGs) <strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong><strong>do</strong> <strong>Mar</strong> (vi<strong>de</strong> anexo II.paralistagem completa).UNIR PARA CONSERVAR A VIDA


BIOMA MATA ATLÂNTICAReclassificação:simplificação com baseem condicionantes <strong>da</strong> biotabasegeomorfológicabase vegetaçãobase topográficaReclassificação:reconstituição <strong>da</strong>vegetação originaluni<strong>da</strong><strong>de</strong>sgeomorfológicasCruzamentoformaçõesvegetaisFigura 8Fluxograma com asprincipais etapas parageração <strong>da</strong>s uni<strong>da</strong><strong>de</strong>sfitogeomorfológicas(UFGs) para a Ecorregião<strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>.UFGspreliminaresEliminaçãoUFGsbaseremanescentesReclassificação:análise críticaconservativaobjetos <strong>de</strong> conservação:UFGsOs valores <strong>de</strong> área potencial original e atual (remanescentes) <strong>da</strong>s UFGs foram utiliza<strong>do</strong>spara o cálculo <strong>da</strong>s metas quantitativas <strong>de</strong> conservação para ca<strong>da</strong> uma <strong>da</strong>s uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong>ssacategoria <strong>de</strong> objeto <strong>de</strong> conservação. A <strong>de</strong>finição <strong>de</strong>ssas metas consi<strong>de</strong>rou como proporçãomínima a ser protegi<strong>da</strong> um valor <strong>de</strong> 30% <strong>da</strong> área total existente, consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> aqui comometa <strong>de</strong> retenção. Além disso, foram cria<strong>da</strong>s metas adicionais <strong>de</strong> vulnerabili<strong>da</strong><strong>de</strong>,<strong>de</strong>fini<strong>da</strong>s a partir <strong>da</strong> porcentagem <strong>de</strong> <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> extensão original <strong>da</strong> UFG, garantin<strong>do</strong>uma proteção extra para aquelas que sofreram maior <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção e provavelmente sejamas mais ameaça<strong>da</strong>s. Após a execução <strong>de</strong>stes cálculos, foi aplica<strong>da</strong> uma correção noslimiares, seguin<strong>do</strong> os seguintes critérios: no caso <strong>de</strong> UFGs acima <strong>de</strong> 40.000 ha, a meta foimanti<strong>da</strong>; para as UFGs com área entre 10.000 e 40.000 ha, on<strong>de</strong> a aplicação <strong>da</strong> proporção<strong>de</strong> 30% e <strong>da</strong> meta <strong>de</strong> vulnerabili<strong>da</strong><strong>de</strong> resultou em uma área menor que um limiar a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong>como tamanho viável para a conservação, a meta foi fixa<strong>da</strong> em 10.000 ha; e para UFGs comárea inferior a 10.000 ha, to<strong>da</strong> a área disponível foi consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> como meta.Assim, o cálculo <strong>de</strong> metas <strong>de</strong> conservação seguiu a seguinte fórmula, soman<strong>do</strong> <strong>do</strong>iscomponentes, a meta <strong>de</strong> retenção com a <strong>de</strong> vulnerabili<strong>da</strong><strong>de</strong>:M t= (0,3 x A 2004)+ (0,3 x A 2004) * (1 – A 2004) , em que:A potM t= meta <strong>de</strong> conservação total a ser aplica<strong>da</strong>;A 2004= área <strong>de</strong> ocorrência em 2004 <strong>da</strong> UFG;A pot= área <strong>de</strong> ocorrência potencial <strong>da</strong> UFG.Exemplos <strong>de</strong> cálculo <strong>de</strong> metas são encontra<strong>do</strong>s n a Tabela 2, abaixo.


Visão <strong>de</strong> Biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>53Tabela 2. Metas <strong>de</strong> conservação a<strong>do</strong>ta<strong>da</strong>s para as UFGs em hectaresUni<strong>da</strong><strong>de</strong>fitogeomorfológicaáreapotencialárea2004Per<strong>da</strong> (%)meta <strong>de</strong>retençãometa <strong>de</strong>vulnerabili<strong>da</strong><strong>de</strong>metatotal comcorreção<strong>do</strong> limiarfloresta ombrófila<strong>de</strong>nsa montana <strong>da</strong><strong>Serra</strong> <strong>da</strong> Mantiqueirafloresta ombrófila<strong>de</strong>nsa montana <strong>do</strong>Planalto <strong>de</strong> São Bento<strong>do</strong> sulfloresta estacionalsemi<strong>de</strong>cidual <strong>do</strong>Maciço <strong>do</strong> Caparaófloresta ombrófila<strong>de</strong>nsa <strong>da</strong> Depressão <strong>do</strong>Lagamarestepe caatingaarbórea aberta507,925 254,334 50 76,300 114,450 114,45042,780 40,431 5 12,129 12,736 12,73691,990 22,008 76 6,603 11,620 11,62020,648 20,030 3 6,009 6,189 10,0007,171 247 96 74 145 247Estimou-se um valor <strong>de</strong> vulnerabili<strong>da</strong><strong>de</strong> para as UFGs consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong>-se a conversãodiferencial <strong>da</strong>s diferentes fisionomias vegetais. As UFGs foram classifica<strong>da</strong>s em 4níveis <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com a pressão <strong>de</strong> <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção a que foram submeti<strong>da</strong>s avalia<strong>da</strong>pela razão entre área remanescente e área original. Deste mo<strong>do</strong>, formaçõescom áreas remanescentes menores e mais ameaça<strong>da</strong>s receberam um valor <strong>de</strong>vulnerabili<strong>da</strong><strong>de</strong> maior em uma escala crescente <strong>de</strong> 1 a 4 (Tabela 3). A lista completa<strong>de</strong> UFGs, área original, área remanescente, razão área remanescente/área original e<strong>de</strong> vulnerabili<strong>da</strong><strong>de</strong> é apresenta<strong>da</strong> no Anexo II.Tabela 3. Classes <strong>de</strong> vulnerabili<strong>da</strong><strong>de</strong> a<strong>do</strong>ta<strong>da</strong>s para as UFGs.Vulnerabili<strong>da</strong><strong>de</strong> Limite <strong>da</strong>s classes N° <strong>de</strong> UFGs1 1 – 0,75 422 0,75 – 0,5 103 0,5 – 0,25 164 0,25 – 0 16UNIR PARA CONSERVAR A VIDA


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Visão <strong>de</strong> Biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>555.1.2.2 EspéciesComo indica<strong>do</strong>res <strong>do</strong>s padrões <strong>de</strong> distribuição <strong>da</strong> fauna e flora, foram escolhi<strong>da</strong>s espécies<strong>de</strong> grupos taxonômicos ecologicamente bem conheci<strong>do</strong>s, cuja relação com os ambientesflorestais e respostas à antropização vêm sen<strong>do</strong> evi<strong>de</strong>ncia<strong>da</strong>s em trabalhos científicospublica<strong>do</strong>s nas últimas déca<strong>da</strong>s. Consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> esse critério, os grupos taxonômicosescolhi<strong>do</strong>s para a seleção <strong>de</strong> espécies como objeto <strong>de</strong> conservação foram aves, mamíferos,anfíbios e palmeiras. Outros grupos taxonômicos (orquí<strong>de</strong>as, bromélias, peixes e borboletas)foram inicialmente consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s durante os seminários realiza<strong>do</strong>s com especialistas comopotenciais para a escolha <strong>de</strong> objetos <strong>de</strong> conservação, mas infelizmente se mostraraminapropria<strong>do</strong>s para as análises em questão, porque tinham uma distribuição restrita ou muitoampla, incompatível com a escala <strong>de</strong> resolução utiliza<strong>da</strong> para a <strong>de</strong>limitação <strong>da</strong>s uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s<strong>de</strong> planejamento, ou apresentavam distorções nos registros disponíveis. Ao to<strong>do</strong>, 9 espécies<strong>de</strong> palmeiras, 51 <strong>de</strong> anfíbios (sen<strong>do</strong> 129 sub-populações), 48 <strong>de</strong> aves e 10 <strong>de</strong> mamíferostotalizan<strong>do</strong> 196 objetos <strong>de</strong> conservação relaciona<strong>do</strong> a espécies (Anexo III). 4Entre as aves e os mamíferos, os critérios <strong>de</strong> seleção <strong>da</strong>s espécies levaram emconsi<strong>de</strong>ração: 1. grau <strong>de</strong> exigência ecológica alto; 2. sensibili<strong>da</strong><strong>de</strong> eleva<strong>da</strong> a <strong>de</strong>termina<strong>da</strong>spressões antrópicas (ex. caça, extração, fragmentação excessiva) <strong>de</strong>fini<strong>da</strong>s medianteconsulta a especialistas; 3. ampla distribuição, pelo menos na Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>;4. en<strong>de</strong>mismo <strong>de</strong> distribuição restrita não pontual e 5. ameaça <strong>de</strong> extinção. No caso <strong>do</strong>smamíferos, to<strong>da</strong>s as espécies <strong>de</strong> primatas (com exceção <strong>do</strong> muriqui-<strong>do</strong>-norte (Brachyteleshypoxanthus) <strong>de</strong> ocorrência marginal na ecorregião) e a preguiça-<strong>de</strong>-coleira (Bradypustorquatus) foram incluí<strong>da</strong>s porque têm íntima relação com os ecossistemas florestais quepre<strong>do</strong>minam na ecorregião. Já a onça-pinta<strong>da</strong> (Panthera onca) foi seleciona<strong>da</strong> <strong>de</strong>vi<strong>do</strong>à condição crítica que suas populações enfrentam na Mata Atlântica, com estimativasmáximas <strong>de</strong> 300 indivíduos presentes na região costeira (LEITE et al. 2002). Demaisespécies <strong>de</strong> médio e gran<strong>de</strong> porte, mesmo que constantes <strong>de</strong> listas <strong>de</strong> espécies ameaça<strong>da</strong>s,não foram incluí<strong>da</strong>s porque apresentam gran<strong>de</strong> plastici<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental e não têm umarelação clara com a preservação <strong>de</strong> biótopos específicos. Espécies <strong>de</strong> pequenos mamíferos,que a princípio têm gran<strong>de</strong> potencial bioindica<strong>do</strong>r, acabaram <strong>de</strong>scarta<strong>da</strong>s em função<strong>da</strong> precarie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong>s registros atuais para fins <strong>de</strong> elaboração <strong>de</strong> mapas <strong>de</strong> distribuiçãopotencial ou mesmo extensões <strong>de</strong> ocorrência confiáveis.Os critérios para a seleção <strong>de</strong> anfíbios consi<strong>de</strong>raram espécies ecologicamente exigentese sensíveis a <strong>de</strong>termina<strong>da</strong>s pressões antrópicas (ex.: poluição e <strong>de</strong>smatamento),associa<strong>da</strong>s aos cursos d’água pre<strong>do</strong>minantes na ecorregião, ou espécies endêmicas <strong>de</strong>distribuição restrita (porém não pontual). Como os anfíbios normalmente são ótimosindica<strong>do</strong>res biológicos <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental, sua inclusão torna o planejamento <strong>da</strong>conservação mais robusto. Sensíveis às mu<strong>da</strong>nças na quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água, temperatura,poluição e outros fenômenos, eles po<strong>de</strong>m ser o alerta para mu<strong>da</strong>nças nas condiçõesambientais muitos antes que estas afetem os seres humanos (KELHART, 2007).Como as áreas mínimas <strong>de</strong> proteção <strong>de</strong> populações <strong>de</strong> anfíbios não são muito extensas,as suas metas <strong>de</strong> conservação po<strong>de</strong>riam ser facilmente atingi<strong>da</strong>s em uma única região.Para evitar a vulnerabili<strong>da</strong><strong>de</strong> causa<strong>da</strong> por essa concentração e assegurar a proteçãoUNIR PARA CONSERVAR A VIDA4 Os <strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>de</strong> distribuição <strong>da</strong>s espécies foram obti<strong>do</strong>s <strong>da</strong> literatura atual e <strong>de</strong> consultas nas coleções <strong>do</strong>s museus regionais(Museu <strong>de</strong> Zoologia <strong>da</strong> USP, Museu Nacional <strong>do</strong> Rio <strong>de</strong> Janeiro, Museu Capão <strong>da</strong> Imbuia e Museu Melo Leitão).


BIOMA MATA ATLÂNTICA<strong>de</strong> populações em diferentes regiões, as áreas <strong>de</strong> distribuição <strong>da</strong>s espécies <strong>de</strong> anfíbios foram subdividi<strong>da</strong>sem grupos <strong>de</strong> populações através <strong>de</strong> nove sub-regiões biogeográficas <strong>de</strong>limita<strong>da</strong>s <strong>de</strong>ntro <strong>da</strong> ecorregião. Taissubdivisões garantiram a inclusão <strong>de</strong> vários grupos <strong>de</strong> populações biogeograficamente distintas <strong>de</strong> umamesma espécie entre os objetos <strong>de</strong> conservação. No total, as 51 espécies <strong>de</strong> anfíbios foram <strong>de</strong>s<strong>do</strong>bra<strong>da</strong>s em129 grupos <strong>de</strong> populações <strong>de</strong> anfíbios, ca<strong>da</strong> uma trata<strong>da</strong> como um objeto <strong>de</strong> conservação distinto. A Tabela 4resume o número <strong>de</strong> grupos <strong>de</strong> populações <strong>de</strong>termina<strong>da</strong>s para ca<strong>da</strong> espécie <strong>de</strong> anfíbios.Tabela 4. Espécies <strong>de</strong> anfíbios e respectivos números <strong>de</strong> subpopulações <strong>de</strong>fini<strong>da</strong>s como objetos <strong>de</strong> conservaçãoespécie N° populações espécie N° populaçõesBrachycephalus di<strong>da</strong>ctylus 2 Holoa<strong>de</strong>n bra<strong>de</strong>i 1Brachycephalus ephippium 5 Holoa<strong>de</strong>n lu<strong>de</strong>rwaldti 3Brachycephalus hermogenesi 2 Hyalinobatrachium eurygnathum 9Brachycephalus vertebralis 1 Hyalinobatrachium uranoscopum 7Colostetus olfersioi<strong>de</strong>s 3 Hylo<strong>de</strong>s asper 3Crosso<strong>da</strong>ctylo<strong>de</strong>s bokermani 1 Hylo<strong>de</strong>s charadranectes 1Cycloramphus asper 4 Hylo<strong>de</strong>s <strong>da</strong>ctylocinus 1Cycloramphus bolitoglossus 2 Hylo<strong>de</strong>s heyeri 2Cycloramphus boraceiensis 2 Hylo<strong>de</strong>s lateristrigatus 4Cycloramphus brasiliensis 2 Hylo<strong>de</strong>s magalhaesi 1Cycloramphus catarinensis 1 Hylo<strong>de</strong>s meridionalis 1Cycloramphus diringshofeni 2 Hylo<strong>de</strong>s naso 6Cycloramphus dubius 3 Hylo<strong>de</strong>s ornatus 1Cycloramphus duseni 4 Hylo<strong>de</strong>s perplicatus 1Cycloramphus eleuthero<strong>da</strong>ctylus 6 Hylo<strong>de</strong>s phyllo<strong>de</strong>s 3Cycloramphus fuliginosus 3 Hylo<strong>de</strong>s regius 1Cycloramphus granulosus 3 Hylo<strong>de</strong>s sazimae 1Cycloramphus izecksohni 3 Paratelmatobius spp 1Cycloramphus lutzorum 4 Phasmahyla cochranae 4Cycloramphus miran<strong>da</strong>ribeiroi 1 Phasmahyla exilis 1Cycloramphus ohausi 1 Phasmahyla guttata 6Cycloramphus rhyakonastes 1 Phrynomedusa appendiculata 2Cycloramphus semipalmatus 1 Phrynomedusa marginata 3Cycloramphus stejnegeri 1 Phrynomedusa vanzolini 2Cycloramphus valae 1 Xenohyla truncata 1Flectonotus spp 4Muitas <strong>da</strong>s espécies <strong>de</strong>fini<strong>da</strong>s como objeto <strong>de</strong> conservação na Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong> têm característicasque as tornam atraentes como espécies focais (LAMBECK, 1987), capazes <strong>de</strong> fornecer indicação a respeito<strong>de</strong> diversos parâmetros <strong>da</strong> integri<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental. Porém o primeiro passo para se <strong>de</strong>finir qualquertipo <strong>de</strong> monitoramento consiste em verificar qual a condição atual <strong>da</strong>s espécies em seu ambiente. Ométo<strong>do</strong> utiliza<strong>do</strong> nesse trabalho fornece apenas uma indicação <strong>da</strong>s possíveis áreas <strong>de</strong> ocorrência <strong>da</strong>sespécies escolhi<strong>da</strong>s e, portanto, <strong>da</strong><strong>do</strong>s sobre a ocorrência real e status <strong>da</strong>s populações (ex. tamanho;se são abertas ou fecha<strong>da</strong>s, reproduzem-se ou não nas áreas e se po<strong>de</strong>m colonizar ou recolonizar outrasáreas) precisam ser obti<strong>do</strong>s antes <strong>de</strong> se <strong>de</strong>talhar uma estratégia <strong>de</strong> monitoramento. Uma sugestão <strong>de</strong>118 espécies (9 palmeiras; 51 anfíbios; 48 aves e 10 mamíferos) que po<strong>de</strong>riam ser usa<strong>da</strong>s em ações


© WWF-Brasil / Zig KochVisão <strong>de</strong> Biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>57<strong>de</strong> monitoramento para conservação/manejo na ecorregião <strong>da</strong> <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong> éapresenta<strong>da</strong> no Anexo IV.As 48 espécies <strong>de</strong> aves seleciona<strong>da</strong>s como alvos <strong>da</strong> visão são excelentes indica<strong>do</strong>res <strong>da</strong>resiliência <strong>da</strong>s florestas (BENCKE, 2006). Essas espécies po<strong>de</strong>m ser dividi<strong>da</strong>s em subgruposcom diferentes exigências <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong>, tamanho e conectivi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> habitatspara efeito <strong>de</strong> programas <strong>de</strong> monitoramento.Já os anfíbios associa<strong>do</strong>s aos riachos <strong>de</strong> corre<strong>de</strong>ira exibem respostas relaciona<strong>da</strong>scom fenômenos <strong>de</strong> macroescala, tais como o aquecimento global e outras mu<strong>da</strong>nçasclimáticas, uma vez que o <strong>de</strong>saparecimento <strong>de</strong> suas populações parece estar relaciona<strong>do</strong>com a proliferação <strong>de</strong> fungos associa<strong>do</strong>s ao aumento <strong>da</strong> temperatura média <strong>do</strong> ambiente(GASCON, 2007) 5 . Assim, o monitoramento <strong>de</strong> populações <strong>de</strong>sses anfíbios indicaria áreas<strong>da</strong> Mata Atlântica atingi<strong>da</strong>s por mu<strong>da</strong>nças globais ain<strong>da</strong> pouco perceptíveis.Finalmente a onça-pinta<strong>da</strong> po<strong>de</strong> ser associa<strong>da</strong> com a preservação <strong>da</strong> florestaem seu esta<strong>do</strong> mais intacto. Na Mata Atlântica, a presença <strong>da</strong> onça implica naexistência <strong>de</strong> ca<strong>de</strong>ias tróficas estrutura<strong>da</strong>s em seu nível mais complexo. Existemevidências coleta<strong>da</strong>s em outras florestas <strong>da</strong> região neotropical <strong>de</strong> que a eliminação<strong>da</strong> onça-pinta<strong>da</strong> acarreta um aumento na população <strong>de</strong> herbívoros com previsão <strong>de</strong>UNIR PARA CONSERVAR A VIDA5 No Congresso Mundial <strong>de</strong> Herpetologia, em 1989, já se reconheceu que as populações globais <strong>de</strong> anfíbios estão diminuin<strong>do</strong>(STUART, 2004).


© WWF-Brasil / Zig KochBIOMA MATA ATLÂNTICAconsequências para a regeneração <strong>da</strong> floresta e alterações na composição florística nolongo prazo (TERBORGH et al, 2001) . A onça-pinta<strong>da</strong> seria um tipo <strong>de</strong> regula<strong>do</strong>r fino <strong>de</strong>to<strong>da</strong> a estrutura florestal. Entretanto, essas informações são muito preliminares paraque se possa estabelecer uma relação causal consistente (uma vez que o “turnover”<strong>de</strong> uma floresta neotropical é estima<strong>do</strong> entre 250 e 1000 anos, uma escala temporalmuito superior a <strong>do</strong>s <strong>da</strong><strong>do</strong>s coleta<strong>do</strong>s). No caso <strong>da</strong> Mata Atlântica, a consistência <strong>de</strong>ssapossível relação po<strong>de</strong>ria ser ain<strong>da</strong> mais afeta<strong>da</strong> por outros <strong>do</strong>is fatores: níveis muitobaixos <strong>da</strong>s populações <strong>de</strong> herbívoros <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à pressão antrópica e estrutura florestalaltera<strong>da</strong> pela extração seletiva e pre<strong>da</strong>tória <strong>de</strong> essências florestais <strong>de</strong> valor econômico.Consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> o papel <strong>da</strong> onça pinta<strong>da</strong> <strong>da</strong> ca<strong>de</strong>ia trófica e possivelmente na manutenção<strong>do</strong>s outros processos ecológicos como a estrutura florestal, é fun<strong>da</strong>mental manter umapopulação fonte saudável para o repovoamento <strong>da</strong>s uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> conservação <strong>da</strong> MataAtlântica on<strong>de</strong> a espécie já não é mais encontra<strong>da</strong>.


Visão <strong>de</strong> Biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>59Espécies com 20 ou mais pontos <strong>de</strong> ocorrência tiveram sua distribuição potencialmo<strong>de</strong>la<strong>da</strong> a partir <strong>de</strong> registros <strong>de</strong> ocorrência e <strong>de</strong> <strong>da</strong><strong>do</strong>s ambientais com auxílio <strong>do</strong>aplicativo GARP (Genetic Algorithm for Rule-set Prediction) (PEREIRA, 2003). Os pontospara ca<strong>da</strong> espécie foram seleciona<strong>do</strong>s consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong>-se apenas os registros maisrecentes (a partir <strong>de</strong> 1985) e a precisão <strong>da</strong> observação (se<strong>de</strong>s <strong>de</strong> município e locali<strong>da</strong><strong>de</strong>sduvi<strong>do</strong>sas foram <strong>de</strong>scarta<strong>da</strong>s). Tabelas com os pontos <strong>de</strong> observação e as respectivascoor<strong>de</strong>na<strong>da</strong>s geográficas foram elabora<strong>da</strong>s para 46 espécies (40 aves e 6 primatas).Para as espécies cuja informação disponível não satisfazia a condição mínima <strong>de</strong> 20pontos <strong>de</strong> ocorrência para gerar uma distribuição potencial via GARP, usaram-se méto<strong>do</strong>salternativos para traçar polígonos <strong>de</strong> extensão <strong>de</strong> ocorrência, <strong>de</strong>scritos a seguir (8espécies <strong>de</strong> aves, 4 mamíferos, to<strong>da</strong>s as 10 espécies <strong>de</strong> palmeiras e 51 espécies <strong>de</strong>anfíbios):• aves – <strong>de</strong>limitação <strong>de</strong> círculos <strong>de</strong> 5 a 15 km <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> <strong>de</strong> característicasautoecológicas <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> espécie ao re<strong>do</strong>r <strong>do</strong>s pontos <strong>de</strong> distribuição recenteconheci<strong>do</strong>s;• mamíferos - <strong>de</strong>limitação <strong>de</strong> círculos <strong>de</strong> 10 e 30 km <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> <strong>de</strong> característicasautoecológicas <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> espécie ao re<strong>do</strong>r <strong>do</strong>s pontos <strong>de</strong> distribuição recenteconheci<strong>do</strong>s 6 ;• palmeiras – foram usa<strong>do</strong>s polígonos <strong>de</strong> distribuição georreferencia<strong>do</strong>s basea<strong>do</strong>sem HENDERSON et al. (1995); e• anfíbios – usaram-se polígonos <strong>de</strong> distribuição georreferencia<strong>do</strong>s basea<strong>do</strong>s nosmapas <strong>de</strong> extensão <strong>de</strong> ocorrência disponibiliza<strong>do</strong> pelo site Global AmphibiamAssesment (http://www.globalamphibians.org), submeti<strong>do</strong>s à checagem <strong>de</strong>pontos <strong>de</strong> coleta disponíveis em museus.A consistência <strong>da</strong>s distribuições obti<strong>da</strong>s foi avalia<strong>da</strong> sempre que possível através <strong>da</strong>discussão com especialistas, como no caso <strong>de</strong> aves com a Bird Life. Os exemplos <strong>da</strong> Figura9 ilustram a geração <strong>de</strong> um mapa <strong>de</strong> distribuição potencial gera<strong>do</strong> em GARP, bem comomapas poligonais gera<strong>do</strong>s por extensão <strong>de</strong> <strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>de</strong> ocorrência.Para evitar que a distribuição potencial <strong>de</strong> uma espécie ficasse maior que a áreaefetivamente disponível para a conservação, foi consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> como hábitat disponívelpara as espécies a vegetação nativa remanescente na sua área <strong>de</strong> ocorrência.Uma vez que a representação <strong>da</strong> distribuição <strong>da</strong>s espécies foi feita por meio <strong>de</strong>polígonos, as metas <strong>de</strong> conservação foram estabeleci<strong>da</strong>s em termos <strong>do</strong> número <strong>de</strong>hectares necessários para a proteção <strong>da</strong>s espécies consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s. Tomou-se como base aárea estima<strong>da</strong> para abrigar uma população <strong>de</strong> 1.500 indivíduos, consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> um númerorazoável para conter 500 indivíduos reprodutores, representan<strong>do</strong> o tamanho mínimopara que uma população possa sobreviver ao longo <strong>de</strong> um perío<strong>do</strong> maior que 100 anos,manten<strong>do</strong> uma variabili<strong>da</strong><strong>de</strong> genética saudável (população mínima viável, sensu GILPIN;SOULÉ, 1986; BOYCE, 1992). O número <strong>de</strong> 1.500 indivíduos para ca<strong>da</strong> população <strong>de</strong>uma <strong>de</strong>termina<strong>da</strong> espécie é conservativo e foi basea<strong>do</strong> em senso comum, pauta<strong>do</strong> pelaliteratura, e por resulta<strong>do</strong>s recentes <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>s populacionais feitos em campo. As metasvariaram entre os diferentes grupos, e <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong>s mesmos, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com característicasUNIR PARA CONSERVAR A VIDA6 No caso <strong>do</strong> mico-leão <strong>do</strong>ura<strong>do</strong> (L. Rosalia) foi usa<strong>da</strong> informação disponibiliza<strong>da</strong> pela Associação Mico Leão Doura<strong>do</strong>.


BIOMA MATA ATLÂNTICAautoecológicas <strong>da</strong>s espécies e extrapolações <strong>de</strong>riva<strong>da</strong>s <strong>de</strong> <strong>da</strong><strong>do</strong>s empíricos sobre <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>spopulacionais <strong>de</strong> diferentes organismos obti<strong>do</strong>s na literatura. As metas estão resumi<strong>da</strong>s na Tabela5 e <strong>de</strong>talha<strong>da</strong>s no Anexo III.Figura 9Distribuição <strong>de</strong> espéciesgera<strong>da</strong> por mo<strong>de</strong>lomatemático (GARP – sábia<strong>da</strong>-marta-virgemLipalguslanioi<strong>de</strong>s), por polígono<strong>de</strong> extensão <strong>de</strong> ocorrência(palmeira – Geonomarubescens H. Wendl. ex Dru<strong>de</strong>)e por <strong>de</strong>limitação <strong>de</strong> círculos(formigueiro-cabeça-negra –Formicivora erythronotos).Tabela 5. Metas <strong>de</strong> conservação para diferentes grupos <strong>de</strong> espécies analisa<strong>da</strong>s no planejamentosistemático <strong>da</strong> conservação na <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>Grupo Guil<strong>da</strong> Meta (ha) por espéciepalmeirasanfíbiosaves• 5.000 para abrigar uma população;• 25.000 e 100.000, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> <strong>da</strong> amplitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> distribuição;• 5.000 para abrigar uma população;• 15.000 em ca<strong>da</strong> sub-região;• 10.000 para algumas subpopulações no Espírito Santo;• 150.000 a 100.000 <strong>de</strong> meta conjunta para as <strong>de</strong> distribuição ampla emaior tolerância à fragmentação;• totali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> área <strong>de</strong> distribuição estima<strong>da</strong> para as <strong>de</strong> distribuiçãorestrita <strong>de</strong>ntre as ameaça<strong>da</strong>s <strong>de</strong> extinção;aves Pre<strong>da</strong><strong>do</strong>res • 50.000;aves Frugívoros • 45.000;avesmamíferosmédios frugívoros einsetívoros <strong>de</strong> sub-bosquePrimatas• 30.000;• 50.000 a 150.000 <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> <strong>da</strong> auto-ecologia <strong>do</strong> taxa;• 46.500 para o mico-leão-<strong>do</strong>ura<strong>do</strong> (Leontopithecus rosalia), equivalente àárea total estima<strong>da</strong>;mamíferos preguiça-<strong>de</strong>-coleira • 25.000;mamíferos onça-pinta<strong>da</strong> • 1.200.000 <strong>de</strong> área contínua para uma população <strong>de</strong> 200 indivíduos 1.1 restringi<strong>da</strong> a 200 <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> às condições atuais <strong>de</strong> baixa <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> encontra<strong>da</strong>s na Mata Atlântica e aos altos requerimentos territoriais,que geram áreas <strong>de</strong>sproporcionalmente gran<strong>de</strong>s.


Visão <strong>de</strong> Biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>61Foram a<strong>do</strong>ta<strong>da</strong>s as categorias <strong>de</strong> ameaça <strong>da</strong>s espécies seleciona<strong>da</strong>s (criticamente emperigo, em perigo, vulneráveis e endêmicas – IBAMA, 2003; IUCN, 2001) para a atribuição<strong>de</strong> valores <strong>de</strong> vulnerabili<strong>da</strong><strong>de</strong>. De acor<strong>do</strong> com o grau <strong>de</strong> ameaça, se atribuiu um valorsegun<strong>do</strong> uma escala crescente <strong>de</strong> 1 a 4, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a priorizar a inclusão <strong>da</strong>s espéciesmais ameaça<strong>da</strong>s. O Anexo III mostra, na coluna ‘Vulnerabili<strong>da</strong><strong>de</strong>’, os valores atribuí<strong>do</strong>s aca<strong>da</strong> uma <strong>da</strong>s espécies seleciona<strong>da</strong>s. A Tabela 6 apresenta os graus <strong>de</strong> vulnerabili<strong>da</strong><strong>de</strong>a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong>s para as espécies analisa<strong>da</strong>s na visão <strong>da</strong> conservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>.Tabela 6. Graus <strong>de</strong> vulnerabili<strong>da</strong><strong>de</strong> a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong> para as espécies analisa<strong>da</strong>s na visão <strong>da</strong>conservação <strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>grau <strong>de</strong> ameaça IBAMA/IUCN nenhuma vulnerável em perigo criticamente em perigoVulnerabili<strong>da</strong><strong>de</strong> 1 2 3 4N° espécies 170 10 10 6© Juan Pratginestos / WWF-CanonUNIR PARA CONSERVAR A VIDA


BIOMA MATA ATLÂNTICA5.1.3 UNIDADES DE PLANEJAMENTO (UP)As uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> planejamento (UP), <strong>de</strong>fini<strong>da</strong>s como subdivisões a priori <strong>da</strong> paisagem (PRESSEY; LOGAN, 1998),representam a uni<strong>da</strong><strong>de</strong> básica <strong>de</strong> amostragem <strong>do</strong>s objetos <strong>de</strong> conservação e <strong>de</strong> alocação <strong>de</strong> território nesseprojeto. O formato a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong> foi hexagonal e o tamanho 5.000 hectares ( Figura 10). Esse tamanho foi <strong>de</strong>fini<strong>do</strong>empiricamente <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a compatibilizar o número <strong>de</strong> UPs com a escala <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> áreasprioritárias (1:250.000) e a manter os requisitos <strong>da</strong>s ferrametas <strong>de</strong> suporte à <strong>de</strong>cisão em termos <strong>de</strong> capaci<strong>da</strong><strong>de</strong>e tempo <strong>de</strong> processamento <strong>do</strong>s <strong>da</strong><strong>do</strong>s.A <strong>de</strong>speito <strong>da</strong> arbitrarie<strong>da</strong><strong>de</strong> em se a<strong>do</strong>tar um sistema <strong>de</strong> UPs regulares, essa abor<strong>da</strong>gem tem a vantagem <strong>de</strong>permitir uma uniformização na representação <strong>da</strong> distribuição geográfica <strong>do</strong>s diferentes objetos <strong>de</strong> conservaçãoutiliza<strong>do</strong>s. Tal uniformização subdivi<strong>de</strong> o espaço em uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s comparáveis, facilitan<strong>do</strong> a escolha <strong>da</strong> melhorárea ou conjunto <strong>de</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s que garantam o sucesso <strong>da</strong>s metas pré-estabeleci<strong>da</strong>s.O mapa <strong>de</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> planejamento (Figura 10) foi forma<strong>do</strong> por essa gra<strong>de</strong> <strong>de</strong> hexágonos combina<strong>da</strong> como mapa <strong>de</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> conservação (fe<strong>de</strong>rais e estaduais) (Figura 11), compila<strong>do</strong> pelo WWF-Brasil a partir<strong>de</strong> distintas fontes. No caso <strong>da</strong>s uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> proteção integral, a sua exata conFiguração foi utiliza<strong>da</strong> comouni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> planejamento, i.e., a gra<strong>de</strong> no interior <strong>de</strong>ssas áreas preserva<strong>da</strong>s foi dissolvi<strong>da</strong> para possibilitar a<strong>de</strong>terminação <strong>da</strong> contribuição <strong>de</strong>ssas UCs para as metas fixa<strong>da</strong>s para os diferentes objetos <strong>de</strong> conservaçãoe para torná-las indisponíveis para o processo <strong>de</strong> seleção <strong>de</strong> áreas prioritárias. Desse mo<strong>do</strong>, po<strong>de</strong>m-se gerarsubsídios para os zoneamentos previstos no âmbito <strong>do</strong>s planos <strong>de</strong> manejo ou um indicativo para mu<strong>da</strong>nça<strong>da</strong>s uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s para uma categoria mais restritiva, como por exemplo, a criação <strong>de</strong> refúgios <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> silvestre oumonumentos naturais em áreas <strong>de</strong> proteção ambiental já existentes.© WWF-Brasil / Gustavo Accacio


Visão <strong>de</strong> Biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong> - Bioma Mata Atlântica63Figura 10Uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> planejamentoa<strong>do</strong>ta<strong>da</strong>s no planejamentossistemático para aconservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong>na Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>.Figura 11Uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> conservaçãofe<strong>de</strong>rais e estaduais <strong>da</strong>Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>.UNIR PARA CONSERVAR A VIDA


BIOMA MATA ATLÂNTICA5.1.4 INSUBSTITUIBILIDADEA insubstituibili<strong>da</strong><strong>de</strong> po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>fini<strong>da</strong> como uma medi<strong>da</strong> <strong>da</strong> contribuição <strong>de</strong> uma uni<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>de</strong> planejamento para a consecução <strong>da</strong>s metas estabeleci<strong>da</strong>s para um conjunto <strong>de</strong> objetos <strong>de</strong>conservação, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong>-se o contexto <strong>da</strong> região analisa<strong>da</strong> (PRESSEY; et al., 1994). Ou seja,uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> planejamento com alta insubstituibili<strong>da</strong><strong>de</strong> têm poucas ou nenhuma alternativa(redundância espacial) em termos <strong>de</strong> conservação e são mais importantes para alcançar asmetas. Ao contrário aquelas com baixa insubstituibili<strong>da</strong><strong>de</strong>, por terem muitos substitutos, nãosão tão importantes individualmente para atingir as metas.Ain<strong>da</strong>, em outra forma <strong>de</strong> explicar, <strong>da</strong><strong>do</strong> o conjunto <strong>de</strong> to<strong>da</strong>s as combinações possíveis <strong>de</strong>uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> planejamento que atingem um <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> conjunto <strong>de</strong> metas, a insubstituibili<strong>da</strong><strong>de</strong>seria a probabili<strong>da</strong><strong>de</strong> com que uma UP tenha que ser protegi<strong>da</strong> para que as metas sejamatingi<strong>da</strong>s. O número total <strong>de</strong> combinações po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>fini<strong>do</strong> por:C = t! x (t–n)! , on<strong>de</strong>:n!C = número <strong>de</strong> combinações possíveis;n = número <strong>de</strong> UPs seleciona<strong>da</strong>s;t = número <strong>de</strong> UPs disponíveis.A insubstituibili<strong>da</strong><strong>de</strong> Ix <strong>de</strong> uma uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> planejamento é calcula<strong>da</strong> pela divisão <strong>do</strong> número<strong>de</strong> combinações possíveis C, pelo total <strong>de</strong> combinações representativas <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> A i.e.combinações que permitem atingir as metas <strong>de</strong> conservação para to<strong>do</strong>s os objetos seleciona<strong>do</strong>s):Dessa forma, a insubstituibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> uma UP po<strong>de</strong> ser medi<strong>da</strong> como a proporção <strong>de</strong> to<strong>da</strong>s ascombinações representativas <strong>de</strong> UP nas quais essa UP ocorre. (FERRIER; et al., 2000).A insubstituibili<strong>da</strong><strong>de</strong> auxilia o planejamento <strong>da</strong> conservação ao indicar áreas indispensáveis paraatingir as metas, em torno <strong>da</strong>s quais po<strong>de</strong>m ser agrupa<strong>da</strong>s UPs com menor insubstituibili<strong>da</strong><strong>de</strong>.É um fator importante a ser consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>, junto com outros atributos espaciais relaciona<strong>do</strong>s como <strong>de</strong>senho <strong>de</strong> uma paisagem favorável à conservação (conectivi<strong>da</strong><strong>de</strong>, tamanho, forma, etc) ouparâmetros culturais, socioeconômicos e políticos.O C-Plan (PRESSEY; et al, 2001) é um aplicativo que calcula e mapeia a insubstituibili<strong>da</strong><strong>de</strong>, como forma<strong>de</strong> avaliar a importância <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> UP para se atingir as metas <strong>de</strong> conservação estabeleci<strong>da</strong>s. Ele fornecesubsídios para o processo <strong>de</strong> toma<strong>da</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão sobre a conservação <strong>do</strong>s objetos <strong>de</strong> conservaçãoseleciona<strong>do</strong>s no processo <strong>de</strong> planejamento. As informações gera<strong>da</strong>s pelo programa po<strong>de</strong>m ser:as características <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> UP sob análise em termos <strong>do</strong>s objetos <strong>de</strong> conservação protegi<strong>do</strong>s; ascaracterísticas <strong>de</strong> diferentes conjuntos <strong>de</strong> UP em termos <strong>do</strong>s objetos <strong>de</strong> conservação protegi<strong>do</strong>s;avaliação <strong>da</strong> representativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões sobre conservação toma<strong>da</strong>s previamente em função <strong>da</strong>smetas seleciona<strong>da</strong>s para os objetos <strong>de</strong> conservação; e as razões associa<strong>da</strong>s a essas <strong>de</strong>cisões prévias.


Visão <strong>de</strong> Biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>65Como os cálculos no C-Plan são basea<strong>do</strong>s em uma matriz <strong>de</strong> objetos <strong>de</strong> conservaçãopor UP e <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s pelas metas associa<strong>da</strong>s a ca<strong>da</strong> um <strong>do</strong>s objetos seleciona<strong>do</strong>s(por exemplo, número <strong>de</strong> ocorrências <strong>da</strong>s espécies, porcentagem <strong>da</strong> área <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> tipo<strong>de</strong> ecossistema, etc), os padrões <strong>de</strong> insubstituibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> uma região são altamentecorrelaciona<strong>do</strong>s às metas fixa<strong>da</strong>s para ca<strong>da</strong> objeto, ou seja, valores eleva<strong>do</strong>s irão aumentara insubstituibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s UPs, reduzin<strong>do</strong> as opções espaciais para o alcance <strong>da</strong>s metas.O sistema possibilita um tratamento dinâmico <strong>do</strong> planejamento <strong>da</strong> conservação,permitin<strong>do</strong> que a representativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> conjunto <strong>de</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> conservação sejarecalcula<strong>da</strong> ca<strong>da</strong> vez que uma ou mais UPs sejam aloca<strong>da</strong>s para alguma forma <strong>de</strong> uso(quer seja para a conservação, ou não). Desse mo<strong>do</strong>, o efeito <strong>da</strong>s <strong>de</strong>cisões em termos <strong>de</strong>redução <strong>de</strong> áreas ou locali<strong>da</strong><strong>de</strong>s necessárias para atingir as metas <strong>de</strong> conservação po<strong>de</strong>ser facilmente <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>.Foi feita uma tabulação cruza<strong>da</strong> entre os mapas <strong>de</strong> distribuição <strong>do</strong>s 280 objetos <strong>de</strong>conservação e as uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> planejamento consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s para a Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong><strong>Mar</strong>. A partir <strong>de</strong>sse cruzamento foram gera<strong>da</strong>s duas matrizes conten<strong>do</strong> a área <strong>de</strong> ca<strong>da</strong>objeto <strong>de</strong> conservação em ca<strong>da</strong> UP, uma para as uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s fitogeomorfológicas e aoutra para as espécies. Essas duas matrizes e outros <strong>do</strong>is arquivos, um <strong>de</strong>screven<strong>do</strong> asUPs e outro as metas <strong>de</strong> conservação a<strong>do</strong>ta<strong>da</strong>s para os objetos <strong>de</strong> conservação, foramutiliza<strong>do</strong>s na construção <strong>da</strong> base <strong>de</strong> <strong>da</strong><strong>do</strong>s no C-Plan. O cálculo <strong>da</strong> insubstituibili<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>da</strong>s Ups <strong>da</strong> Ecorregião <strong>da</strong> <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>, um <strong>do</strong>s produtos gera<strong>do</strong>s a partir <strong>de</strong>ssa base, éapresenta<strong>do</strong> na Figura 12.Figura 12Insubstituibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>suni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>do</strong> planejamentopara a conservação <strong>da</strong>biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> ecorregião<strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>.UNIR PARA CONSERVAR A VIDA


© WWF-Brasil / Gustavo AccacioBIOMA MATA ATLÂNTICA5.1.5 ANÁLISE DE LACUNAS DO SISTEMA DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃOA partir <strong>da</strong> base <strong>de</strong> <strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>do</strong> C-Plan realizou-se uma análise <strong>de</strong> lacunas para i<strong>de</strong>ntificar o nível <strong>de</strong>proteção <strong>do</strong>s 280 objetos <strong>de</strong> conservação (84 UFGs, 118 espécies distribui<strong>da</strong>s <strong>da</strong> seguinte forma9 palmeiras; 48 aves, 10 mamíferos e 51 anfíbios, sen<strong>do</strong> essas subdividi<strong>da</strong>s em 129 populações,distribui<strong>da</strong>s <strong>da</strong> seguinte forma 21 espécies com uma unica população e 30 com <strong>de</strong> 2 a 9 populações)conferi<strong>do</strong> pelo sistema <strong>de</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> conservação <strong>de</strong> proteção integral, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong>-se as metas<strong>de</strong>fini<strong>da</strong>s. A proteção <strong>da</strong>s UFGs e espécies, totalizan<strong>do</strong> 202 objetos <strong>de</strong> conservacão foi avalia<strong>da</strong>segun<strong>do</strong> três níveis: <strong>de</strong>sprotegi<strong>do</strong> (sem representativi<strong>da</strong><strong>de</strong> alguma em UC), com proteção parcial(com alguma proteção em UC, mas ain<strong>da</strong> sem atingir a meta) e protegi<strong>do</strong> (com a meta <strong>de</strong> proteçãoatingi<strong>da</strong>) (Figura 13).Figura 13Nível <strong>de</strong> proteção <strong>do</strong>s 202objetos <strong>de</strong> conservaçãoseleciona<strong>do</strong>s na i<strong>de</strong>ntificação<strong>de</strong> áreas prioritáriaspara a conservação <strong>da</strong>biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> na Ecorregião<strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>.parcialmenteprotegi<strong>do</strong> 37%não protegi<strong>do</strong> 12%protegi<strong>do</strong> 51%


Visão <strong>de</strong> Biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>67Observa-se pela Figura 15 que o nível <strong>de</strong> proteção atual <strong>do</strong>s objetos <strong>de</strong> conservaçãoé <strong>de</strong> 51 % (104 objetos). Aquém <strong>da</strong>s metas estão 74 objetos (37%) e completamente<strong>de</strong>sprotegi<strong>da</strong>s, 24 (12%). Foi realiza<strong>da</strong> uma análise mais refina<strong>da</strong>, on<strong>de</strong> o nível<strong>de</strong> proteção <strong>do</strong>s objetos foi avalia<strong>do</strong> em função <strong>de</strong> categorias (UFGs ou grupostaxonômicos). O resulta<strong>do</strong> <strong>de</strong>ssa segun<strong>da</strong> avaliação está ilustra<strong>do</strong> na Figura 14.Conforme se observa na referi<strong>da</strong> Figura, as UFGs apareceram como a classe menosprotegi<strong>da</strong>, com 33 % (66 objetos) <strong>de</strong>sprotegi<strong>do</strong>s pelo sistema <strong>de</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong>conservação, segui<strong>da</strong> pelas populações <strong>de</strong> anfíbios (12 % - 24 objetos).Figura 14Nível <strong>de</strong> proteção <strong>do</strong>s504744diferentes grupos <strong>de</strong> objetos<strong>de</strong> conservação seleciona<strong>do</strong>spara i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> áreasprioritárias para a conservação<strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> naEcorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>.N. objetos <strong>de</strong> conservação40302010019UFGs182 2Aves27213Anfíbios9640 0 0Palmeiras Mamíferosnão protegi<strong>do</strong>parcialmente protegi<strong>do</strong>protegi<strong>do</strong>No caso espcifico <strong>do</strong>s anfibios, <strong>de</strong>s<strong>do</strong>bran<strong>do</strong> a analise <strong>da</strong> proteção <strong>da</strong>s 51 espécies paraas 129 populações avalia<strong>da</strong>s (Figura 15), 77,5 % (100) estão protegi<strong>da</strong>s e 22,5 (29) sem onível a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> no conjunto <strong>de</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> conservação consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>.Figura 15100100Nível <strong>de</strong> proteção <strong>da</strong>s90espécies e populações<strong>de</strong> anfíbios seleciona<strong>do</strong>spara i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> áreasprioritárias para a conservação<strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> naEcorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>.N. objetos <strong>de</strong> conservação8070605040302010321278210espéciespopulaçõesnão protegi<strong>do</strong>parcialmente protegi<strong>do</strong>protegi<strong>do</strong>UNIR PARA CONSERVAR A VIDA


BIOMA MATA ATLÂNTICA5.2 Análise <strong>de</strong> ameaças e oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s para aconservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong>A análise <strong>de</strong> ameaças e oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s foi produzi<strong>da</strong> e aplica<strong>da</strong> neste planejamento <strong>da</strong> conservação para a<strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong> com o objetivo <strong>de</strong> se chegar, diante <strong>da</strong>s várias opções espaciais existentes, a um conjunto <strong>de</strong>áreas prioritárias para conservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> com o menor custo possível. Foram avalia<strong>do</strong>s o contextoe a influência <strong>de</strong> aspectos negativos ou positivos sobre as uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> planejamento <strong>de</strong>finin<strong>do</strong>, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong>com suas características internas e <strong>do</strong> seu entorno, o custo <strong>da</strong> incorporação <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> uma <strong>de</strong>las em umapossível solução para atingir as metas seleciona<strong>da</strong>s para os objetos <strong>de</strong> conservação. Ela também contribuipara a implementação <strong>da</strong> visão, na medi<strong>da</strong> em que traz elementos para auxiliar na i<strong>de</strong>ntificação <strong>do</strong>s tipos<strong>de</strong> intervenção necessários. Essa análise foi formula<strong>da</strong> a partir <strong>da</strong> discussão com especialistas <strong>de</strong> diferentesinstituições e a equipe técnica sobre os diferentes aspectos socioeconômicos que influenciam a conservação<strong>do</strong>s ecossistemas na Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>.5.3 Definição <strong>do</strong>s custosO significa<strong>do</strong> <strong>de</strong> custo aqui po<strong>de</strong> ser traduzi<strong>do</strong> por esforço para se atingir resulta<strong>do</strong>s em conservação <strong>da</strong>biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong>, sen<strong>do</strong> que o financeiro é um <strong>do</strong>s principais, mas não o único <strong>de</strong>terminante <strong>do</strong> nível <strong>de</strong> esforçoemprega<strong>do</strong> para se promover a conservação.As variáveis sociais, econômicas e ambientais que exercem algum tipo <strong>de</strong> influência sobre a conservação eque pu<strong>de</strong>ram ser mensura<strong>da</strong>s <strong>de</strong> forma objetiva foram <strong>de</strong>fini<strong>da</strong>s em termos <strong>de</strong> custos. Para a <strong>de</strong>finição <strong>do</strong>scustos finais, o critério <strong>de</strong> seleção foi a disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>da</strong><strong>do</strong>s passíveis <strong>de</strong> espacialização e <strong>de</strong> maneirauniforme para to<strong>da</strong> ecorregião. Muitas variáveis entendi<strong>da</strong>s como importantes para uma análise <strong>de</strong> ameaçase oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s não foram consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s no estu<strong>do</strong> por não aten<strong>de</strong>rem esse critério. No entanto, informaçõesque ficaram <strong>de</strong> fora <strong>de</strong>ssa análise po<strong>de</strong>m ser muito úteis quan<strong>do</strong> um local mais específico <strong>da</strong> ecorregião forobjeto <strong>de</strong> uma avaliação mais <strong>de</strong>talha<strong>da</strong>.As variáveis foram separa<strong>da</strong>s em <strong>do</strong>is grupos, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com o tipo <strong>de</strong> efeito sobre a conservação <strong>da</strong>biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong>: positivo, porque aumentam o custo atribuí<strong>do</strong> a uma UP e negativo, porque o diminuem. Ouseja, uma variável é um custo positivo quan<strong>do</strong> afeta negativamente o ambiente e onera as ações ncessáriaspara a conservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong>. Da mesma forma, uma variável é <strong>de</strong> custo negativo quan<strong>do</strong> favorecea conservação e requer a aplicação <strong>de</strong> menos recursos, diminuin<strong>do</strong> o custo <strong>da</strong>s ações. Assim, a <strong>de</strong>finiçãopositivo/negativo refere-se ao custo e é inversa ao seu efeito sobre a biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong>.A distribuição <strong>de</strong> to<strong>da</strong>s as variáveis <strong>de</strong> custo foi analisa<strong>da</strong> segun<strong>do</strong> cinco classes, para as quais foramatribui<strong>da</strong>s pesos para discriminar os diferentes graus <strong>de</strong> impacto sobre a conservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong>.A Tabela 7 mostra um sumário <strong>do</strong>s custos positivos e negativos a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong>s, incluin<strong>do</strong> essas cinco classes<strong>de</strong> distribuição e seus respectivos pesos. Desse mo<strong>do</strong> foi possível pon<strong>de</strong>rar a importância relativa entreas classes para ca<strong>da</strong> uma <strong>da</strong>s cinco ameaças e cinco oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s à conservação seleciona<strong>da</strong>s (custospositivos e negativos) <strong>do</strong> valor “0” para as situações <strong>de</strong> menor ameaça/oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> até “4” para as <strong>de</strong>maior ameaça/oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>.


Visão <strong>de</strong> Biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>69© WWF-Brasil / Adriano GambariniUNIR PARA CONSERVAR A VIDA


BIOMA MATA ATLÂNTICATabela 7. Custos positivos (ameaças) e negativos (oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s) para a conservação <strong>da</strong>biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> na ecorregião <strong>da</strong> <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>, com suas classes e respectivos pesos <strong>de</strong>importância.Custo positivoPesos0 1 2 3 4Pressões socioeconômica 1 0 - 8 09 - 13 14 - 20 21 - 27 28 -36Proximi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>infraestrutura <strong>de</strong>transporte (km)Ro<strong>do</strong>vias > 2 1,5 a 2 1 a 1,5 0,5 a 1 0 a 0,5Ferrovias > 1 0,5 a 1 0 a 0,5 – –Tamanho eproximi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>sse<strong>de</strong>s municipais (km)Área (km²)0 a 1000 > 10 km – 5 a 10 km – 0 a 5 km1000 a3000> 20 km – 10 a 20 km – 0 a 10 km> 3000 > 30 km – 15 a 30 km – 0 a 15 kmGrau <strong>de</strong> <strong>de</strong>clivi<strong>da</strong><strong>de</strong> reduzi<strong>do</strong> (%) > 30 – 12 a 30 < 12Grau <strong>de</strong> cobertura florestal –<strong>de</strong>smatamento (%)> 20 – < 20 – –PesosCusto negativo 0 1 2 3 4Proximi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> conservação<strong>de</strong> proteção integral (km)< 20 – 10 a 20 – 0 a 10Inclusão em uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> conservação <strong>de</strong>uso sustentável (em km)áreaexterna– – área interna –Grau <strong>de</strong> cobertura florestal –remanescentes (%)< 20 20 a 40 40 a 60 60 a 80 80 a 100Grau <strong>de</strong> <strong>de</strong>clivi<strong>da</strong><strong>de</strong> eleva<strong>do</strong> (%) < 30 – – 30 a 60 > 60Governança ambiental 2 0 a 2,9 3,0 a 5,9 6,0 a 7,9 8,0 a 9,9 10 a 151 Agregação <strong>do</strong>s cinco indica<strong>do</strong>res <strong>de</strong> base municipal (população, agropecuária, mineração, indústria e silvicultura) através <strong>do</strong> méto<strong>do</strong><strong>de</strong> sinaliza<strong>do</strong>res.2 Agregação <strong>de</strong> nove indica<strong>do</strong>res <strong>de</strong> base municipal avalian<strong>do</strong> instrumentos e instituições através <strong>do</strong> méto<strong>do</strong> <strong>de</strong> sinaliza<strong>do</strong>res.5.3.1 CUSTOS POSITIVOSOs elementos analisa<strong>do</strong>s como custos positivos às ações <strong>de</strong> conservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong>foram cinco: pressões socioeconômicas, proximi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> infra-estrutura <strong>de</strong> transporte, tamanho eproximi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s áreas urbanas, <strong>de</strong>clivi<strong>da</strong><strong>de</strong> reduzi<strong>da</strong> e grau <strong>de</strong> cobertura florestal – <strong>de</strong>smatamento.


Visão <strong>de</strong> Biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>715.3.1.1 Pressões socioeconômicas (PSE)O diagnóstico socioeconômico <strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong> teve como objetivo analisaras pressões ambientais <strong>do</strong> cenário socioeconômico. Em função <strong>da</strong> complexi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>svariáveis socioeconômicas, essa analise foi feita com o auxílio <strong>de</strong> um méto<strong>do</strong> utiliza<strong>do</strong>para a i<strong>de</strong>ntificação e representação <strong>da</strong>s pressões socioeconômicas <strong>de</strong>nomina<strong>da</strong>análise <strong>de</strong> sinaliza<strong>do</strong>res, ou Flag Mo<strong>de</strong>l (NIJKAMP; OUWERSLOOT, 1998; NIJKAMP, 1999;NIJKAMP; VREEKER, 2000). Sua aplicação baseou-se em 5 indica<strong>do</strong>res – agropecuária,silvicultura, mineração, indústria e população e gerou um vetor agrega<strong>do</strong> <strong>de</strong> pressõessocioeconômicas que foi espacializa<strong>do</strong> na base municipal geran<strong>do</strong> o mapa final <strong>do</strong> custo<strong>de</strong> pressões socioeconômicas. A <strong>de</strong>scrição <strong>de</strong>talha<strong>da</strong> <strong>do</strong>s procedimentos a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong>s éapresenta<strong>da</strong> no Anexo V - Uso <strong>da</strong> análise <strong>de</strong> sinaliza<strong>do</strong>res para i<strong>de</strong>ntificar ameaças eoportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s para conservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> na ecorregião <strong>da</strong> <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>, Brasil.Na agregação final <strong>de</strong>sses indica<strong>do</strong>res em um vetor agrega<strong>do</strong> <strong>de</strong> pressõessocioeconômicas, ca<strong>da</strong> um <strong>de</strong>les recebeu um peso, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com a pressão exerci<strong>da</strong>sobre a biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong>. O valor <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> indica<strong>do</strong>r obti<strong>do</strong> para ca<strong>da</strong> município foimultiplica<strong>do</strong> por seu peso correspon<strong>de</strong>nte. Os resulta<strong>do</strong>s <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os indica<strong>do</strong>res(peso x pontos) <strong>de</strong> um município foram soma<strong>do</strong>s para <strong>de</strong>terminar o valor final <strong>do</strong> vetoragrega<strong>do</strong> <strong>de</strong> pressões socioeconômicas. Dentre esses indica<strong>do</strong>res seleciona<strong>do</strong>s,população foi o com maior peso, em função <strong>de</strong> representar diversos tipos <strong>de</strong> pressõesao meio ambiente, conforme explica<strong>do</strong> no Anexo V. A Tabela 8 abaixo mostra o pesoque foi atribuí<strong>do</strong> a ca<strong>da</strong> um <strong>do</strong>s indica<strong>do</strong>res que compuseram a análise agrega<strong>da</strong> <strong>da</strong>spressões socioeconômicas.Tabela 8. Indica<strong>do</strong>res <strong>de</strong> pressão e respectivos pesos a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong>s na pon<strong>de</strong>ração <strong>do</strong> custo<strong>de</strong> conservação pressões socioeconômicas para a Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>.indica<strong>do</strong>rpesopopulação 5agropecuária 4mineração 2indústria 2silvicultura 1A partir <strong>do</strong>s valores finais <strong>do</strong> vetor agrega<strong>do</strong> <strong>de</strong> pressão socioeconômicas para ca<strong>da</strong>município, proce<strong>de</strong>u-se uma analise <strong>da</strong> distribuição <strong>de</strong>sses valores <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a i<strong>de</strong>ntificarclasses. Uma vez i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong>s essas classes, para ca<strong>da</strong> uma <strong>de</strong>las foi atribuí<strong>do</strong> um pesovisan<strong>do</strong> a integração <strong>de</strong>sse custo vetor agrega<strong>do</strong> <strong>de</strong> pressões socioeconômicas com osoutros quatro custos positivos e os cinco negativos (vi<strong>de</strong> ítem 5.4). Estes pesos foramdiscuti<strong>do</strong>s e referen<strong>da</strong><strong>do</strong>s em seminários para consulta a especialistas (vi<strong>de</strong> Anexo Vpara maiores <strong>de</strong>talhes). A Tabela 7 apresenta os limiares críticos para as classes <strong>de</strong>distribuição a<strong>do</strong>ta<strong>da</strong>s no custo vetor agrega<strong>do</strong> <strong>de</strong> pressões socioeconômicas e ospesos atribuí<strong>do</strong>s. A Figura 16 mostra o mapa final <strong>do</strong> custo vetor agrega<strong>do</strong> <strong>de</strong> pressõessocioeconômicas <strong>da</strong> ecorregião <strong>da</strong> <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>.UNIR PARA CONSERVAR A VIDA


BIOMA MATA ATLÂNTICAFigura 16Mapa municipal <strong>de</strong> custopara conservação <strong>da</strong>biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> vetoragrega<strong>do</strong> <strong>de</strong> pressões sócioeconômicas<strong>da</strong> Ecorregião<strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>.5.3.1.2. Proximi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> infraestrutura <strong>de</strong> transporte (TRANS)A presença <strong>de</strong> um eixo viário indica um grau <strong>de</strong> alteração gran<strong>de</strong> no ambiente natural no seuentorno. Além disso, as ro<strong>do</strong>vias e ferrovias isolam populações animais ou são uma causa <strong>de</strong>mortali<strong>da</strong><strong>de</strong> muito importante. Ou seja, consi<strong>de</strong>rou-se que as áreas próximas às ro<strong>do</strong>vias eferrovias sofrem uma ameaça à conservação e que quanto maior a proximi<strong>da</strong><strong>de</strong> a estas infraestruturas,maior a ameaça. Para mensurar a pressão <strong>da</strong> proximi<strong>da</strong><strong>de</strong> para infraestruturas <strong>de</strong>transporte sobre a conservação utilizou-se um sistema <strong>de</strong> zonas <strong>de</strong> amortecimento. Assim, paraas ro<strong>do</strong>vias, consi<strong>de</strong>rou-se que até 0,5 km <strong>de</strong> distância a ameaça é gran<strong>de</strong>, ou seja peso quatro(Tabela 7). Depois, a ca<strong>da</strong> 0,5 km a pressão diminui até o limite máximo 2 km, a partir <strong>do</strong> que jánão ocorre mais influência <strong>da</strong>s ro<strong>do</strong>vias sobre a conservação, in<strong>do</strong> <strong>do</strong> peso três até o zero. Para asferrovias foi utiliza<strong>do</strong> o mesmo sistema, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> que a distância máxima <strong>de</strong> influência é <strong>de</strong> 1km e seu peso máximo 2 ( Figura 17).© WWF-Brasil / Zig Koch


Visão <strong>de</strong> Biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>73Figura 17Mapa <strong>de</strong> custo paraconservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>do</strong> indica<strong>do</strong>r proximi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>infra-estrutura <strong>de</strong> transportena Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>.5.3.1.3. Tamanho e proximi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s áreas urbanas (URB)Nessa análise, foi consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> como pressão o tamanho <strong>da</strong>s áreas urbanas. Apresença e proximi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s manchas urbanas <strong>da</strong>s se<strong>de</strong>s municipais, mapea<strong>da</strong>s naescala 1:250.000 foi consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> uma ameaça à conservação. Este vetor recebeuo maior peso <strong>de</strong>ntre as variáveis <strong>de</strong> custo positivo, <strong>da</strong><strong>do</strong> que: a conversão <strong>da</strong>floresta para o uso urbano é um processo irreversível; as áreas urbanas não sãoa<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>s para a conservação <strong>da</strong> gran<strong>de</strong> maioria <strong>da</strong>s espécies; e, por tratarem-se<strong>de</strong> regiões intensamente ocupa<strong>da</strong>s. Assim como para as variáveis <strong>de</strong> proximi<strong>da</strong><strong>de</strong>para infraestrutura <strong>de</strong> transporte, foi estabeleci<strong>do</strong> uma área <strong>de</strong> amortecimento <strong>de</strong>raio variável para avaliar a influência <strong>da</strong>s áreas urbanas <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com sua dimensãoem km² (vi<strong>de</strong> Tabela 7 e Figura 18 para tamanho <strong>da</strong>s ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s, raios <strong>de</strong> influência eresulta<strong>do</strong> final).5.3.1.4. Grau <strong>de</strong> <strong>de</strong>clivi<strong>da</strong><strong>de</strong> reduzi<strong>do</strong> (DR)O relevo influencia o recobrimento florestal por condicionar o uso agropecuário<strong>da</strong>s terras e a ocupação humana, que ocorrem com maior facili<strong>da</strong><strong>de</strong> em áreas maisplanas e baixas na ecorregião <strong>de</strong> <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>. As áreas com <strong>de</strong>clivi<strong>da</strong><strong>de</strong> superiora 30% receberam peso 0, já que sofrem reduzi<strong>da</strong>s ameaças <strong>de</strong> ocupação. As áreascom <strong>de</strong>clivi<strong>da</strong><strong>de</strong> entre 12% e 30% receberam peso 2 e as com <strong>de</strong>clivi<strong>da</strong><strong>de</strong> entre 0% e12% receberam peso 4 (Tabela 7). A Figura 19 mostra o mapa <strong>de</strong> custo <strong>de</strong> <strong>de</strong>clivi<strong>da</strong><strong>de</strong>reduzi<strong>da</strong> na ecorregião.UNIR PARA CONSERVAR A VIDA


BIOMA MATA ATLÂNTICAFigura 18Mapa <strong>de</strong> custo paraconservação <strong>da</strong>biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> indica<strong>do</strong>rtamanho e proximi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>sáreas urbanas na Ecorregião<strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>.Figura 19Mapa <strong>de</strong> custo paraconservação <strong>da</strong>biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> indica<strong>do</strong>rgrau <strong>de</strong> <strong>de</strong>clivi<strong>da</strong><strong>de</strong> reduzi<strong>do</strong>na Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>.


© WWF-Brasil / Gustavo AccacioVisão <strong>de</strong> Biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>755.3.1.5. Grau <strong>de</strong> cobertura florestal - <strong>de</strong>smatamento (GD)Além <strong>de</strong> reter poucas espécies autóctones, as áreas <strong>de</strong>smata<strong>da</strong>s agem como barreiras ao<strong>de</strong>slocamento <strong>de</strong> espécies nativas e estão sujeitas a serem ocupa<strong>da</strong>s por espécies invasoras.O <strong>de</strong>smatamento também indica uma maior acessibili<strong>da</strong><strong>de</strong> às áreas, e portanto, maiorvulnerabili<strong>da</strong><strong>de</strong> à instalação <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s humanas.Essa superfície com o grau <strong>de</strong> cobertura florestal foi gera<strong>da</strong> a partir <strong>da</strong> base <strong>de</strong> <strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>de</strong>remanescentes florestais <strong>da</strong> Mata Atlântica (Fun<strong>da</strong>ção SOS Mata Atlântica, 2001). Após suaconversão para o formato matricial, as células sem cobertura florestal receberam um valor <strong>de</strong> 0 eas floresta<strong>da</strong>s o valor 100. Em segui<strong>da</strong> aplicou-se uma análise <strong>de</strong> vizinhança para ca<strong>da</strong> célula, naqual calculou-se o porcentual <strong>da</strong> cobertura florestal média <strong>do</strong> seu entorno (1000 m).Assim, foram distingui<strong>da</strong>s as áreas com cobertura florestais inferior a 20%. receberam peso2, enquanto as áreas com mais <strong>de</strong> 20% <strong>de</strong> cobertura florestal receberam peso 0, ou seja, nãosofrem influência <strong>de</strong>sta variável (Tabela 7). A Figura 20 mostra o mapa <strong>do</strong> grau <strong>de</strong> <strong>de</strong>smatamentoclassifica<strong>do</strong> <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com estes parâmetros.UNIR PARA CONSERVAR A VIDA


BIOMA MATA ATLÂNTICAFigura 20Mapa <strong>de</strong> custo paraconservação <strong>da</strong>biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> indica<strong>do</strong>rgrau <strong>de</strong> cobertura florestal –<strong>de</strong>smatamento na Ecorregião<strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>.5.3.2 CUSTOS NEGATIVOSOs temas <strong>do</strong>s custos negativos, ou seja, que favorecem a conservação, utiliza<strong>do</strong>s neste estu<strong>do</strong>são cinco: proximi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> conservação <strong>de</strong> proteção integral; inclusão em uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s<strong>de</strong> conservação <strong>de</strong> uso sustentável; grau <strong>de</strong> cobertura florestal – remanescentes florestais; grau<strong>de</strong> <strong>de</strong>clivi<strong>da</strong><strong>de</strong> eleva<strong>do</strong>; e grau <strong>de</strong> governança ambiental.5.3.2.1. Proximi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> conservação <strong>de</strong> proteção integral (UCPI)A proximi<strong>da</strong><strong>de</strong> entre a área avalia<strong>da</strong> e UCs <strong>de</strong> proteção integral constitui o custo negativo maisimportante, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> às vantagens <strong>da</strong> formação <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s mosaicos <strong>de</strong> UCs para a gestão ea conservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong>, ao invés <strong>de</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s isola<strong>da</strong>s, e ao usual bom esta<strong>do</strong> <strong>de</strong>preservação <strong>da</strong> cobertura vegetal nessas áreas protegi<strong>da</strong>s. Criaram-se zonas <strong>de</strong> amortecimentoao re<strong>do</strong>r <strong>da</strong>s UCs e as classes e os pesos foram estabeleci<strong>do</strong>s <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com a proximi<strong>da</strong><strong>de</strong> emrelação à UC, peso 2 <strong>de</strong> 10 a 20 km e 4 no entorno <strong>de</strong> 0 a 10 km (Tabela 7 e Figura 21). Consi<strong>de</strong>rouseque as UCs <strong>de</strong> proteção integral <strong>de</strong>ixam <strong>de</strong> exercer influência a uma distância superior a 20 km.


Visão <strong>de</strong> Biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>77Figura 21Mapa <strong>de</strong> custo para conservação<strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> indica<strong>do</strong>rproximi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong>conservação <strong>de</strong> proteção integralna Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>.5.3.2.2. Inclusão em uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> conservação <strong>de</strong> uso sustentável (UCUS)Esse tipo <strong>de</strong> UCs também representa custos negativos para conservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong>por razões semelhantes às <strong>de</strong> proteção integral. Entretanto, uma vez que a gran<strong>de</strong> maioria<strong>da</strong>s UCUSs <strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong> são áreas <strong>de</strong> proteção ambiental (APAs), categoriacaracteriza<strong>da</strong> por sua baixa eficiência em termos <strong>de</strong> conservação e manejo, consi<strong>de</strong>rouseque a contribuição à conservação ocorre apenas nas áreas internas <strong>da</strong> UCs on<strong>de</strong>o planejamento e zoneamento a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>s po<strong>de</strong>riam levar à implementação <strong>de</strong> áreasrealmente protegi<strong>da</strong>s (ex. zonas <strong>de</strong> proteção à vi<strong>da</strong> silvestre e <strong>de</strong> uso restrito). O pesoúnico <strong>de</strong> pon<strong>de</strong>ração para as áreas internas <strong>da</strong>s uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> uso sustentável a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong> foi 3(Tabela 7) e o resulta<strong>do</strong> final po<strong>de</strong> ser visualiza<strong>do</strong> na (Figura 22).Figura 22Mapa <strong>de</strong> custo para conservação<strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> indica<strong>do</strong>rinclusão em uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong>conservação <strong>de</strong> uso sustentável naEcorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>.UNIR PARA CONSERVAR A VIDA


BIOMA MATA ATLÂNTICA5.3.2.3. Grau <strong>de</strong> cobertura florestal – remanescentes florestais (GRF)Ao contrário <strong>da</strong>s áreas <strong>de</strong>smata<strong>da</strong>s menciona<strong>da</strong>s anteriormente, as áreas <strong>de</strong> remanescentes <strong>de</strong>vegetação receberam importância relativa eleva<strong>da</strong> entre os custos negativos, pois representamuma oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> para a conservação, na medi<strong>da</strong> em que a presença <strong>de</strong> vegetação propicia aconectivi<strong>da</strong><strong>de</strong> e indica menor pressão antrópica. Assim, a partir <strong>do</strong>s <strong>da</strong><strong>do</strong>s sobre o grau <strong>de</strong> coberturaflorestal e <strong>de</strong> forma compatível com os pesos a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong>s para o custo positivo sobre <strong>de</strong>smatamento,foram estabeleci<strong>da</strong>s cinco classes <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com a porcentagem <strong>de</strong> área florestal remanescente, in<strong>do</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> 0 a 100 % e respecitvamente <strong>do</strong> peso 0 ao 4, conforme se observa na Tabela 7 e na Figura 23.Figura 23Mapa <strong>de</strong> custo paraconservação <strong>da</strong>biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> indica<strong>do</strong>rgrau <strong>de</strong> cobertura florestal -remanescentes florestais naEcorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>.© WWF-Brasil / Adriano Gambarini


Visão <strong>de</strong> Biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>795.3.2.4. Grau <strong>de</strong> <strong>de</strong>clivi<strong>da</strong><strong>de</strong> eleva<strong>do</strong> (DE)Áreas com alta <strong>de</strong>clivi<strong>da</strong><strong>de</strong> dificultam a ocupação humana, especialmente o uso agrícola.Esse padrão influencia na distribuição <strong>do</strong>s remanescentes florestais, e conseqüentementena conservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong>. As áreas com <strong>de</strong>clivi<strong>da</strong><strong>de</strong>s entre 30 e 60% receberampeso 3 e as áreas com mais <strong>de</strong> 60% <strong>de</strong> <strong>de</strong>clivi<strong>da</strong><strong>de</strong> receberam peso 4 conforme a Tabela 7e a Figura 24.Figura 24Mapa <strong>de</strong> custo paraconservação <strong>da</strong>biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> indica<strong>do</strong>rgrau <strong>de</strong> <strong>de</strong>clivi<strong>da</strong><strong>de</strong> eleva<strong>do</strong>na Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>.5.3.2.5. Governança ambiental (GOV)Governança ambiental indica a existência <strong>de</strong> instituições e políticas públicasmunicipais, <strong>de</strong> forma que os interesses difusos, tais como a conservação <strong>de</strong> florestase <strong>de</strong> sua biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong>, sejam bem <strong>de</strong>fendi<strong>do</strong>s. Para captar estes instrumentos einstituições foram agrega<strong>do</strong>s em um vetor unico, nove indica<strong>do</strong>res pon<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s segun<strong>do</strong>diferentes pesos, discuti<strong>do</strong>s e referen<strong>da</strong><strong>do</strong>s nos seminários <strong>de</strong> consulta a especialistas(vi<strong>de</strong> Anexo V para maiores <strong>de</strong>talhes). Os indica<strong>do</strong>res e seus respectivos pesos sãomostra<strong>do</strong>s na Tabela 9.UNIR PARA CONSERVAR A VIDA


© WWF-Brasil / Gustavo AccacioBIOMA MATA ATLÂNTICA


Visão <strong>de</strong> Biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>81Tabela 9. Indica<strong>do</strong>res que compõem o custo governança ambiental e seus respectivospesos.Indica<strong>do</strong>rPesoPlano Diretor 1Lei <strong>de</strong> Zoneamento ou Equivalente 2Lei <strong>de</strong> Parcelamento <strong>do</strong> Solo 1Legislação sobre Áreas <strong>de</strong> Interesse 2Conselho <strong>de</strong> Meio Ambiente 3Fun<strong>do</strong> <strong>de</strong> Meio Ambiente 1Agen<strong>da</strong> 21 2Comitês <strong>de</strong> Bacias 2Enti<strong>da</strong><strong>de</strong>s Ambientalistas 1Desta forma, ca<strong>da</strong> um <strong>do</strong>s municípios recebeu um ponto conforme a presença <strong>de</strong>ca<strong>da</strong> um <strong>do</strong>s nove indica<strong>do</strong>res. Estes pontos foram, então, multiplica<strong>do</strong>s pelo pesocorrespon<strong>de</strong>nte e soma<strong>do</strong>s, conferin<strong>do</strong> uma pontuação para o município, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> variarentre 0 e 15. O resulta<strong>do</strong> <strong>de</strong>ssa somatória é o valor <strong>do</strong> custo <strong>de</strong> governança ambientalutiliza<strong>do</strong> na análise <strong>de</strong> ameaças e oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s.Para <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> classes para a distribuição <strong>do</strong>s valores <strong>de</strong> governançaambiental para to<strong>do</strong>s os municípios, dividiu-se o valor máximo, 15, em 5 intervalosfixos. Os limiares <strong>de</strong>ssas cinco classes foram ajusta<strong>do</strong>s a partir <strong>do</strong> conhecimento <strong>do</strong>sespecialistas acerca <strong>da</strong> condição ambiental <strong>do</strong>s municípios,.Os limiares críticos erespectivos pontos para a integração <strong>do</strong>s custo são <strong>da</strong><strong>do</strong>s na Tabela 7 e o mapa <strong>do</strong>custo vetor agrega<strong>do</strong> <strong>de</strong> governança ambiental é mostra<strong>do</strong> na Figura 25, abaixo.Figura 25Mapa municipal <strong>de</strong> custo paraconservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>do</strong> vetor agrega<strong>do</strong> <strong>de</strong>governança ambiental naEcorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>.UNIR PARA CONSERVAR A VIDA


BIOMA MATA ATLÂNTICA5.4 Integração <strong>da</strong>s superfícies <strong>de</strong> custoComo foram consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s <strong>de</strong>z superfícies <strong>de</strong> custo, tanto positivas quanto negativas, foinecessário integrá-las em uma única, para que ao final ca<strong>da</strong> UP tivesse um valor único <strong>de</strong>custo agrega<strong>do</strong>.O impacto <strong>do</strong>s vetores sobre a conservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> e as uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> planejamentofoi pon<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> em uma equação final para a integração <strong>do</strong>s custos. Para tal, foi utiliza<strong>do</strong> ométo<strong>do</strong> <strong>de</strong> análise hierárquica (AHP – Analytical Hierarchy Process) <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> por Saaty(1977). Trata-se <strong>de</strong> um procedimento orienta<strong>do</strong> para a comparação <strong>de</strong> fatores par a par, através<strong>de</strong> uma matriz quadra<strong>da</strong> na qual o número <strong>de</strong> linhas e colunas é <strong>de</strong>fini<strong>do</strong> pelo número <strong>de</strong>critérios a serem pon<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s. Assim, é estabeleci<strong>da</strong> uma matriz <strong>de</strong> comparação entre pares<strong>de</strong> critérios, comparan<strong>do</strong>-se a importância <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> um <strong>de</strong>les com os <strong>de</strong>mais e verifican<strong>do</strong>a consistência <strong>do</strong>s pesos atribuí<strong>do</strong>s. A integração <strong>do</strong> efeito <strong>da</strong>s superfícies <strong>de</strong> custo <strong>da</strong>sdiferentes variáveis foi feita através <strong>da</strong> equação abaixo, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> os seguintes pesosgera<strong>do</strong>s pela matriz <strong>de</strong> Saaty:Custo = ([FES] * 0.16) + ([TRANS] * 0.31) + ([URB] * 0.37) + ([DB] * 0.09) + ([CFF] * 0.04) -([CFP] * 0.12) - ([UCPI] * 0.51) - ([UCUS] * 0.25) - ([DA] * 0.05) - ([GOV] * 0.05)on<strong>de</strong>, por exemplo, [FES] correspon<strong>de</strong> às pressões socioeconômicas e 0.16 ao peso<strong>do</strong> impacto <strong>da</strong> variável na conservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong>. Os valores <strong>de</strong> importânciaatribuí<strong>do</strong>s a ca<strong>da</strong> variável utiliza<strong>da</strong> na AHP foram <strong>de</strong>fini<strong>do</strong>s pela equipe técnica <strong>do</strong> projetoe pelos especialistas consulta<strong>do</strong>s, usan<strong>do</strong> como parâmetro os pesos utiliza<strong>do</strong>s em outrosestu<strong>do</strong>s para i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> áreas prioritárias nos quais o WWF-Brasil teve participação(SCARAMUZZA; et al. 2008) . A Figura 26 mostra o mapa integra<strong>do</strong> <strong>de</strong> custos na <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>.Essa superfície <strong>de</strong> custos integra<strong>da</strong> final, foi cruza<strong>da</strong> com o mapa <strong>de</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong>planejamento para a obtenção <strong>do</strong>s custos <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> UP. A partir <strong>de</strong>sse <strong>da</strong><strong>do</strong>, o sistema <strong>de</strong>suporte à <strong>de</strong>cisão po<strong>de</strong> selecionar entre duas UPs com objetos <strong>de</strong> conservação semelhantes a<strong>de</strong> menor custo e assim por diante, chegan<strong>do</strong> a uma solução global <strong>de</strong> menor custo.


Visão <strong>de</strong> Biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>83Figura 26Superfície <strong>de</strong> custo final <strong>de</strong>conservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong>para a ecorregião <strong>da</strong> <strong>Serra</strong> <strong>do</strong><strong>Mar</strong>, resulta<strong>do</strong> <strong>da</strong> integração<strong>do</strong>s mapas <strong>de</strong> custo <strong>da</strong>svariáveis positivas e negativas.5.5 Seleção e <strong>de</strong>lineamento <strong>de</strong> propostas <strong>de</strong>uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> conservaçãoA partir <strong>da</strong> <strong>de</strong>terminação <strong>da</strong> medi<strong>da</strong> <strong>de</strong> insubstituibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s UPs é necessário<strong>de</strong>terminar um conjunto <strong>de</strong> áreas prioritárias para conservação que aten<strong>da</strong> aos princípios<strong>de</strong> eficiência e representativi<strong>da</strong><strong>de</strong>, ou seja, em que to<strong>do</strong>s os objetos <strong>de</strong> conservaçãoestejam representa<strong>do</strong>s no conjunto <strong>de</strong> UPs a um custo mínimo em termos <strong>de</strong> alocação<strong>de</strong> território, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> o custo <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong>, como <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> no ite m 5.4.Para realizar esta tarefa na Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>, foi utiliza<strong>do</strong> o MARXAN (BALL;POSSINGHAM, 2000 e POSSINGHAM; et al, 2000), sistema <strong>de</strong> suporte <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisãolargamente utiliza<strong>do</strong> para a seleção <strong>de</strong> áreas prioritárias.A solução a<strong>do</strong>ta<strong>da</strong> nesse exercício <strong>de</strong> planejamento sistemático foi encontra<strong>da</strong> com200 execuções <strong>do</strong> algoritmo <strong>de</strong> otimização têmpera simula<strong>da</strong> (simulated annealing),disponível no MARXAN, para uma base <strong>de</strong> <strong>da</strong><strong>do</strong>s com os 280 objetos <strong>de</strong> conservação ecom um fator <strong>de</strong> bor<strong>da</strong> 7 <strong>de</strong> 0.0005. Desse mo<strong>do</strong>, as áreas prioritárias para conservação<strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> na Ecorregião <strong>da</strong> <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> Ma r (Figura 27) perfazem um total <strong>de</strong> 51, comáreas que variam <strong>de</strong> 500 a 1,5 milhões <strong>de</strong> hectares aproxima<strong>da</strong>mente. Esta solução é amenos custosa, em função <strong>da</strong>s variáveis consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s, e garante o alcance <strong>de</strong> 100% <strong>da</strong>smetas <strong>de</strong> conservação estabeleci<strong>da</strong>s.UNIR PARA CONSERVAR A VIDA7 Fator usa<strong>do</strong> para privilegiar a agregação <strong>de</strong> UPs na solução final, evitan<strong>do</strong> um conjunto <strong>de</strong> áreas prioritárias fragmenta<strong>da</strong>s.


BIOMA MATA ATLÂNTICAFigura 27Áreas prioritárias potenciaispara conservação <strong>da</strong>biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> na Ecorregião<strong>da</strong> <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>.Um segun<strong>do</strong> produto, que também dá a medi<strong>da</strong> <strong>da</strong> importância <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> UP para o alcance total<strong>da</strong>s metas é a freqüência <strong>de</strong> seleção <strong>de</strong> UP nas 200 execuções <strong>do</strong> algoritmo <strong>da</strong> têmpera simula <strong>da</strong>(Figura 28).Figura 28Freqüência <strong>de</strong> seleção <strong>da</strong>suni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> planejamentopara a conservação <strong>da</strong>biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> ecorregião<strong>da</strong> <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong> em 200execuções <strong>do</strong> algoritmo <strong>de</strong>otimização têmpera simula<strong>da</strong>.


Visão <strong>de</strong> Biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>85A solução aponta<strong>da</strong> pela freqüência <strong>de</strong> seleção <strong>da</strong>s UPs ao longo <strong>da</strong>s 200 simulações po<strong>de</strong>ser utiliza<strong>da</strong> como um indica<strong>do</strong>r váli<strong>do</strong> para a localização <strong>de</strong> possíveis corre<strong>do</strong>res ecológicosentre as áreas prioritárias para a conservação.Conforme se observ a na Figura 29, a área <strong>de</strong> proteção proposta na solução final gera<strong>do</strong> peloMARXAN para a maior parte <strong>da</strong>s espécies avalia<strong>da</strong>s como objetos <strong>de</strong> conserv ação (Figura27) é muito maior <strong>do</strong> que as metas estabeleci<strong>da</strong>s para essas mesmas espécies. Dessemo<strong>do</strong>, a solução encontra<strong>da</strong> para proteger o conjunto esses objetos <strong>de</strong> conservação confereuma significativa margem <strong>de</strong> segurança que acaba por remediar eventuais problemas <strong>de</strong>falta <strong>de</strong> proteção efetiva associa<strong>do</strong>s ao estabelecimento <strong>da</strong>s metas <strong>de</strong> conservação para asespécies. Cabe ressaltar que a maior parte <strong>da</strong>s espécies cujas razões entre as áreas finaisaloca<strong>da</strong>s e a metas iniciais estabeleci<strong>da</strong>s foram mais baixas (até 4 vezes a meta inicial),eram na ver<strong>da</strong><strong>de</strong> espécies <strong>de</strong> distribuição restrita (quase 2/3 <strong>da</strong>s espécies) ou populaçõesmarginais <strong>de</strong> anfíbios (cerca <strong>de</strong> 1/3 <strong>da</strong>s espécies). Ou seja, nesses casos não houve gran<strong>de</strong>superação <strong>da</strong>s metas porque a própria área <strong>de</strong> distribuição potencial era limitante. Essarelação entre as metas estabeleci<strong>da</strong>s para as espécies e a área <strong>de</strong> distribuição na soluçãofinal <strong>de</strong> priorização gera<strong>da</strong> pelo <strong>Mar</strong>xan sugere um efeito <strong>da</strong> inclusão <strong>da</strong>s UFGs comoobjetos <strong>de</strong> conservação, indican<strong>do</strong> que seu uso por si só já asseguraria a proteção <strong>de</strong>espécies e seriam um bom indica<strong>do</strong>r para sua distribuição.Figura 295047Razão entre as metas <strong>de</strong>conservação a<strong>do</strong>ta<strong>da</strong>s para40ca<strong>da</strong> espécie e a área <strong>de</strong>distribuição para essasespécies nas áreas prioritáriaspotenciais para a conservação<strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> gera<strong>da</strong>spelo planejamento sistemáticona Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>.Número <strong>de</strong> espécies3020100641 a 21522 a 421234 a 810278 a 16316 a 3210acima <strong>de</strong> 32anfíbios (p)<strong>de</strong>mais taxaRazão entre a área final aloca<strong>da</strong> e a meta pré-estabeleci<strong>da</strong> para ca<strong>da</strong> espécie© WWF-Brasil / Adriano GambariniUNIR PARA CONSERVAR A VIDA


© WWF-Brasil / Adriano GambariniBIOMA MATA ATLÂNTICA5.6 Priorização e recomen<strong>da</strong>ções <strong>de</strong> ações5.6.1 SEMINÁRIO DE VALIDAÇÃOO terceiro e último seminário para a construção <strong>da</strong> visão <strong>de</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Ecorregião <strong>da</strong><strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong> tentou envolver o maior número <strong>de</strong> atores possíveis para apresentar e discutiros resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> planejamento sistemático <strong>da</strong> conservação. Durante o seminário constituí<strong>do</strong>,foram forma<strong>do</strong>s 3 grupos <strong>de</strong> trabalho, a saber: biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong>; comunicação, fortalecimentoinstitucional e comunitário; e instrumentos econômicos. O primeiro grupo focou seus esforçosna análise e vali<strong>da</strong>ção <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> uma <strong>da</strong>s áreas prioritárias seleciona<strong>da</strong>s. Os trabalhos realiza<strong>do</strong>snos <strong>do</strong>is últimos grupos tiveram como objetivo coletar recomen<strong>da</strong>ções para a implementação <strong>da</strong>visão <strong>de</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong>.


Visão <strong>de</strong> Biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>87As principais recomen<strong>da</strong>ções resultantes <strong>do</strong>s grupos <strong>de</strong> trabalho são apresenta<strong>da</strong>s a seguir eestão sumariza<strong>da</strong>s na Tabela 10.Tabela 10. Principais sugestões <strong>do</strong>s grupos <strong>de</strong> trabalho forma<strong>do</strong>s durante o seminário <strong>de</strong>discussão e consulta a especialistas.GT <strong>de</strong>safio sugestão prazoBiodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong>realizar estu<strong>do</strong>s <strong>de</strong>campo para vali<strong>da</strong>ção <strong>da</strong>sáreas prioritárias(i) avaliar a relação entre os limites <strong>da</strong>s UFGs ea distribuição <strong>do</strong>s diversos componentes <strong>da</strong>scomuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s biológicas presentes na ecorregião.in<strong>de</strong>termina<strong>do</strong>comparar com conjuntos<strong>de</strong> áreas prioritárias(i) com as areas <strong>do</strong> projeto Corre<strong>do</strong>res Ecológicos;(ii) com as areas prioritárias fe<strong>de</strong>rais – PROBIO.in<strong>de</strong>termina<strong>do</strong>(i) utilizar linguagem menos técnica na formulação<strong>de</strong> um sumário executivo;(ii) incluir pontos referenciais (rios, estra<strong>da</strong>s,“traduzir” a visão paraum público geralci<strong>da</strong><strong>de</strong>s...) nos mapas <strong>da</strong> visão para facilitarlocalização;(iii) usar sempre que possível imagens nos<strong>do</strong>cumentos;(iv) criar <strong>do</strong>cumentos para diferentes públicos.processo <strong>de</strong>publicação(i) i<strong>de</strong>ntificar parceiros atuais e potenciais;Comunicação,fortalecimentoinstitucional ecomunitáriodisseminar a visão para omaior número possível <strong>de</strong>grupos(ii) organizar/participar <strong>de</strong> pequenos eventos paragrupos <strong>de</strong> interesse específico;(iii) criar e tornar público um conjunto <strong>de</strong> materiais<strong>de</strong> apresentação <strong>da</strong> visão para ser utiliza<strong>do</strong> pordiferentes parceiros em eventos diversos.apóspublicação(i) i<strong>de</strong>ntificar organizações, comitês, consórciosenvolver organizaçõesexecutoras <strong>de</strong> projetos naEcorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>etc... executores <strong>de</strong> projetos na <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong> (ex:PDA, Matas Ciliares – RJ, Assoc. RPPNs etc...);(ii) contatar essas organizações e apresentar avisão.conforme oan<strong>da</strong>mento<strong>do</strong>s projetosconsoli<strong>da</strong>r a visão comobase <strong>de</strong> critério paraseleção <strong>de</strong> projetosambientais na Ecorregião<strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>(i) procurar empresas financia<strong>do</strong>ras <strong>de</strong> projetosambientais.apóspublicação(i) promover a averbação <strong>da</strong>s reservas legais;Instrumentoseconômicos paraa promoção <strong>da</strong>conservaçãoreserva legaloportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s parageração <strong>de</strong> recursosinstrumentos econômicos(ii) influenciar o uso <strong>da</strong>s bacias hidrográficas comoa uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> planejamento para regularização <strong>da</strong>reserva legal.(i) ampliar a câmara <strong>de</strong> compensação ambiental.(i) inclur RPPNs, APPs e reserva legal como critériopara o repasse <strong>do</strong> ICMS;(ii) explorar estratégias e instrumentos no <strong>de</strong>senho<strong>do</strong>s mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> negócio e no campo tributário parapromover a conservação <strong>da</strong> natureza.in<strong>de</strong>termina<strong>do</strong>in<strong>de</strong>termina<strong>do</strong>in<strong>de</strong>termina<strong>do</strong>UNIR PARA CONSERVAR A VIDA


BIOMA MATA ATLÂNTICAFigura 30Áreas prioritárias paraconservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong>na Ecorregião <strong>da</strong> <strong>Serra</strong> <strong>do</strong><strong>Mar</strong>, após a revisão porespecialistas (vi<strong>de</strong> Anexo VIpara legen<strong>da</strong> numérica).As áreas marca<strong>da</strong>s em vermelho indicam on<strong>de</strong> ocorreram as principais modifi caçõesem relação às áreas prioritárias resultantes <strong>do</strong> sistema <strong>de</strong> suporte à <strong>de</strong>cisão (<strong>Mar</strong>xan).


UNIR PARA CONSERVAR A VIDAVisão <strong>de</strong> Biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>89


BIOMA MATA ATLÂNTICAa) GT biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong>As áreas prioritárias para conservação resultantes <strong>da</strong>s simulações <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>xan foram submeti<strong>do</strong>s àrevisão <strong>de</strong> especialistas em biologia <strong>da</strong> conservação e biogeografia, além <strong>de</strong> técnicos e gestores<strong>do</strong>s sete esta<strong>do</strong>s <strong>da</strong> ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>.As recomen<strong>da</strong>ções sugeri<strong>da</strong>s foram: alteração <strong>de</strong> limites <strong>da</strong>s áreas prioritárias seleciona<strong>da</strong>spara incorporar algum atributo natural não consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> ou a remoção <strong>de</strong> uma área comremanescentes não significativos; implementação ou ampliação <strong>de</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> conservaçãoexistentes; e incorporação <strong>de</strong> informações mais específicas sobre as áreas avalia<strong>da</strong>s (ameaçasou oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s locais, ocorrência <strong>de</strong> espécies não consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s, etc). O novo mapa <strong>da</strong>sáreas prioritárias, incorporan<strong>do</strong> as sugestões <strong>do</strong>s participantes, é apresenta<strong>do</strong> na Figura 30 e a<strong>de</strong>scrição <strong>de</strong>talha<strong>da</strong> <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> uma <strong>da</strong>s áreas é apresenta<strong>da</strong> no Anexo VI.Além <strong>da</strong> vali<strong>da</strong>ção <strong>da</strong>s áreas prioritárias para conservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong>, o grupo <strong>de</strong> trabalho<strong>de</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> sugeriu os seguintes encaminhamentos:• uma vali<strong>da</strong>ção mais aprofun<strong>da</strong><strong>da</strong> <strong>da</strong> sensibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong>s objetos <strong>de</strong> conservação,principalmente UFGs; embora as UFGs tenham si<strong>do</strong> inicialmente vali<strong>da</strong><strong>da</strong>s nos semináriospor especialistas como uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s representativas <strong>da</strong> distribuição <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong>,estu<strong>do</strong>s <strong>de</strong> campo mais <strong>de</strong>talha<strong>do</strong>s <strong>de</strong>vem ser feitos, para avaliar a relação entre oslimites <strong>da</strong>s UFGs e a distribuição <strong>do</strong>s diversos componentes <strong>da</strong>s comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s biológicaspresentes na ecorregião;e• a comparação <strong>da</strong>s áreas <strong>de</strong>fini<strong>da</strong>s como prioritárias neste exercício com as <strong>do</strong> projetoCorre<strong>do</strong>res Ecológicos (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, [2010].), bem como com asáreas prioritárias <strong>de</strong>fini<strong>da</strong>s em exercícios estaduais e fe<strong>de</strong>rais (PROBIO - BRASIL, 2004;MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, 2006) ou em projetos <strong>de</strong> pesquisa (Harris et al., 2005).b) GT comunicação, fortalecimento institucional e comunitárioO objetivo <strong>do</strong> grupo <strong>de</strong> trabalho “Comunicação e fortalecimento institucional e comunitário” foifortalecer a disseminação <strong>da</strong> visão <strong>de</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>. Fun<strong>da</strong>menta<strong>do</strong>na i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> <strong>de</strong>safios e oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s, os participantes <strong>do</strong> grupo levantaram açõesprioritárias capazes <strong>de</strong> potencializar a promoção <strong>do</strong> <strong>do</strong>cumento. As recomen<strong>da</strong>ções abrangeramtanto a divulgação <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s, apresenta<strong>do</strong>s nessa publicação, quanto a busca <strong>de</strong> estratégiaspara motivar pessoas e organizações para a sua implementação.A discussão abor<strong>do</strong>u primeiramente maneiras <strong>de</strong> tornar a publicação <strong>da</strong> visão <strong>de</strong>Biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong> acessível para públicos com diferentes níveis <strong>de</strong>entendimento sobre questões técnicas ambientais. A proposta foi gerar <strong>do</strong>is <strong>do</strong>cumentos,essa íntegra <strong>do</strong> estu<strong>do</strong> para o público técnico e acadêmico em formato digital e umapublicação final mais leve, clara e direta, própria para um público mais amplo, com autilização <strong>de</strong> imagens e mapas.Para possibilitar a promoção <strong>do</strong> estu<strong>do</strong> nesses diferentes fóruns, re<strong>de</strong>s e eventos relaciona<strong>do</strong>s, ogrupo <strong>de</strong> trabalho recomen<strong>do</strong>u a criação <strong>de</strong> um conjunto <strong>de</strong> materiais <strong>de</strong> divulgação sobrea visão,conten<strong>do</strong> apresentações, fotos, cartazes e folhetos. Além <strong>de</strong> possibilitar um maior entendimentoe padronizar as informações sobre o <strong>do</strong>cumento, esse conjunto preten<strong>de</strong> estimular os parceiros adisseminar o estu<strong>do</strong>, amplian<strong>do</strong> assim as suas possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> implementação.


Visão <strong>de</strong> Biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>91© WWF-Brasil / Adriano GambariniDa publicação à implementação, os membros <strong>da</strong> oficina apontaram itens capazes <strong>de</strong>potencializar a divulgação <strong>da</strong> visão <strong>de</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Ecorregião <strong>da</strong> <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>.Além <strong>de</strong> impactar organizações diretamente envolvi<strong>da</strong>s, como Ministério <strong>do</strong> MeioAmbiente, IBAMA, órgãos estaduais <strong>de</strong> meio ambiente, ONGs e iniciativa priva<strong>da</strong>executoras <strong>de</strong> projetos ambientais, recomen<strong>do</strong>u-se apresentar o estu<strong>do</strong> também parapúblicos indiretamente relaciona<strong>do</strong>s, como órgãos governamentais liga<strong>do</strong>s a setorescomo economia, planejamento e infra-estrutura.Parcerias e alianças estratégicas estão no centro <strong>de</strong> ações prioritárias i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong>spelo grupo <strong>da</strong> oficina. Entre a socie<strong>da</strong><strong>de</strong> civil organiza<strong>da</strong> é importante i<strong>de</strong>ntificarorganizações que executam, ou preten<strong>de</strong>m executar, projetos ambientais naEcorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>. Sugeriu-se que esse levantamento seja feito, por exemplo,por meio <strong>do</strong> setor governamental que apóia ONGs com ações como o PDA MataAtlântica e programas <strong>de</strong> Mata Ciliares e apoio à criação <strong>de</strong> RPPNs (Reserva <strong>do</strong>Patrimônio Particular Natural). A iniciativa priva<strong>da</strong>, principalmente empresas quejá executam projetos ambientais, também <strong>de</strong>ve ser consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> parceira essencialpara a implementação. A apresentação <strong>do</strong> <strong>do</strong>cumento po<strong>de</strong> – e <strong>de</strong>ve – envolveressas empresas e organizações e influenciar a toma<strong>da</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong>sses atores,apontan<strong>do</strong> áreas prioritárias para a conservação ambiental na Mata Atlântica. A visão<strong>de</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong> tem peso para se tornar critério paraseleção <strong>de</strong> projetos ambientais na ecorregião.UNIR PARA CONSERVAR A VIDA


BIOMA MATA ATLÂNTICAc) GT instrumentos econômicos para a promoção <strong>da</strong> conservaçãoCom o objetivo <strong>de</strong> <strong>de</strong>bater os instrumentos econômicos para a promoção <strong>da</strong> conservação, estegrupo <strong>de</strong> trabalho conduziu seus <strong>de</strong>bates em torno <strong>de</strong> 3 temas chaves: reserva legal-CódigoFlorestal, oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s para geração <strong>de</strong> recursos e instrumentos econômicos. A seguir sãoapresenta<strong>da</strong>s as consi<strong>de</strong>rações arrola<strong>da</strong>s:• reserva legal - Código FlorestalUma sugestão no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> promover a averbação <strong>da</strong>s reservas legais foi inserir no formulário<strong>da</strong> <strong>de</strong>claração <strong>do</strong> imposto sobre a proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> territorial rural (DITR) 3 novos campos: número <strong>da</strong>matrícula <strong>do</strong> imóvel; NIRF – número <strong>do</strong> imóvel na Receita Fe<strong>de</strong>ral; e – número <strong>da</strong> averbação <strong>da</strong>reserva legal e área no cartório.Outra proposta foi influenciar o uso <strong>da</strong>s bacias hidrográficas como a uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> planejamentopara viabilizar permutas <strong>de</strong> reserva legal em um processo orienta<strong>do</strong> e coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong> pelos comitês<strong>de</strong> bacias hidrográficas. A seguinte solução po<strong>de</strong>ria ser a<strong>do</strong>ta<strong>da</strong> para efetivar a permuta:realização <strong>de</strong> como<strong>da</strong>tos/locação on<strong>de</strong> proprietário <strong>de</strong>tentor <strong>de</strong> um passivo para a regularização<strong>da</strong> reserva legal em seu imóvel rural <strong>de</strong>verá locar uma área correspon<strong>de</strong>nte ao seu passivo <strong>de</strong> umproprietário <strong>de</strong>tentor <strong>de</strong> exce<strong>de</strong>nte florestal preserva<strong>do</strong> além <strong>de</strong> sua reserva legal <strong>de</strong>vi<strong>da</strong>menteaverba<strong>da</strong>, incluin<strong>do</strong> o requisito <strong>de</strong> uma averbação em ambas as escrituras <strong>da</strong> locação.Outras duas questões foram levanta<strong>da</strong>s para posterior aprofun<strong>da</strong>mento através <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>sespecíficos:• qual po<strong>de</strong>ria ser o instrumento jurídico <strong>de</strong> compra/locação <strong>do</strong> serviço ambientalproporciona<strong>do</strong> pela reserva legal?• como po<strong>de</strong>ria ser um mecanismo financeiro viável para viabilizar essas transações entreproprietários para regularização <strong>da</strong> reserva legal? Qual <strong>de</strong>veria a regulamentação jurídicopara sua implementação?Oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s para geração <strong>de</strong> recursosUm ponto chave para implementar as ações <strong>de</strong> conservação propostas pela visão <strong>de</strong>biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Ecorregião <strong>da</strong> <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong> é a oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> recursosfinanceiros em função <strong>de</strong> algum tipo <strong>de</strong> <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção prévia e continua<strong>da</strong>. Uma proposta elenca<strong>da</strong>foi a ampliação <strong>da</strong> câmara <strong>de</strong> compensação ambiental por passivos e equipamentos <strong>de</strong> infraestruturajá instala<strong>do</strong>s, unifican<strong>do</strong> os 3 níveis – civil, administrativo e penal. Nesse senti<strong>do</strong>, asrecomen<strong>da</strong>ções foram feitas: i<strong>de</strong>ntificar as gran<strong>de</strong>s indústrias existentes na região; compararos ca<strong>da</strong>stros <strong>da</strong>s fe<strong>de</strong>rações estaduais <strong>da</strong>s indústrias com as informações <strong>de</strong> licenciamentoambiental; montar um banco <strong>de</strong> <strong>da</strong><strong>do</strong>s georreferencia<strong>do</strong> com to<strong>da</strong>s as informações <strong>de</strong> passivosambientais forneci<strong>da</strong>s pelos órgãos fiscaliza<strong>do</strong>res e licencia<strong>do</strong>res atuantes no Esta<strong>do</strong> (gerencia<strong>do</strong>por um consórcio <strong>de</strong> ONGs); transformar as gran<strong>de</strong>s indústrias em parceiros <strong>da</strong> conservação;unir esforços e elaborar uma proposta conjunta para regularizar e efetivar as compensaçõespor existência <strong>de</strong> infra-estruturas nas uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> conservação; regulamentar a utilização <strong>do</strong>srecursos previstos para compensação <strong>de</strong> emprendimentos <strong>de</strong> significativo impacto ambiental naLei 9.985/2000 que institui o Sistema Nacional <strong>de</strong> Uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> Conservação <strong>da</strong> Natureza.


Visão <strong>de</strong> Biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>93instrumentos econômicosNesse tópic, as sugestões foram no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> organizar, estruturar e influenciarcomportamentos no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento, aperfeiçoamento e aplicação <strong>de</strong>instrumentos econômicos para a promoção <strong>da</strong> conservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong>. Emrelação ao Imposto sobre Circulação <strong>de</strong> Merca<strong>do</strong>rias e Prestação <strong>de</strong> Serviços (ICMS),a recomen<strong>da</strong>ção foi inclur as áreas <strong>de</strong> proteção <strong>de</strong> mananciais, reservas particulares<strong>do</strong> patrimônio natural (RPPN), área <strong>de</strong> preservação permanente (APP) e reserva legalprescritas pelo Código Florestal como critério para a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> repasse <strong>de</strong> recursos<strong>do</strong> esta<strong>do</strong> para os municípios (ICMS-Ecológico), como é o caso pioneiro e exemplar<strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Paraná. De acor<strong>do</strong> com a lei complementar no 59 <strong>de</strong> 1991, artigo 1o,são critérios <strong>de</strong> repartição <strong>de</strong> uma cota <strong>de</strong> 5 % <strong>do</strong> ICMS “… uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> conservaçãoambiental, ou que sejam diretamente influencia<strong>do</strong>s por elas, ou aqueles commananciais <strong>de</strong> abastecimento público.” .As seguintes sugestões gerais também foram discuti<strong>do</strong>s e propostas: alocação <strong>de</strong>recursos para viabilizar estu<strong>do</strong>s avança<strong>do</strong>s sobre a valoração <strong>de</strong> recursos naturais e<strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> e sobre externali<strong>da</strong><strong>de</strong>s ambientais e agregação <strong>de</strong> valor no uso <strong>do</strong>capital natural na produção <strong>de</strong> bens e serviços; sistematização <strong>de</strong> informações sobreexperiências e mecanismos <strong>de</strong> merca<strong>do</strong> para a conservação; e <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>estratégias para onerar as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s com impacto ambiental signficativo e <strong>de</strong>soneraras com impacto reduzi<strong>do</strong>. Mais especificamente no campo tributário, foram arrola<strong>do</strong>s osseguintes exemplos <strong>de</strong> mecanismos e estratégias para avaliação mais <strong>de</strong>talha<strong>da</strong> <strong>de</strong> suaviabili<strong>da</strong><strong>de</strong>: taxas sobre o uso <strong>de</strong> recursos naturais (água, atrações turísticas, emissões<strong>de</strong> carbono, etc.); criação <strong>de</strong> <strong>de</strong>nominação <strong>de</strong> origem protegi<strong>da</strong> (DOP – indicaçõesgeográficas <strong>de</strong>fini<strong>da</strong>s pela legislação para proteger produtos regionais possibitan<strong>do</strong>certificação, agregação <strong>de</strong> valor e arreca<strong>da</strong>ção <strong>de</strong> recursos para a gestão territorial),uma alternativa particularmente interessante para áreas <strong>de</strong> proteção ambiental (APA) eoutras uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> conservação <strong>de</strong> uso sustentável; <strong>de</strong>sgravação tarifária <strong>de</strong> produtosextrativistas; e o pagamento <strong>de</strong> “royalties” pelo uso <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong>.5.6.2. PÓS-SELEÇÃOAs áreas para a conservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong>, i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong>s nas simulaçõesrealiza<strong>da</strong>s pelo <strong>Mar</strong>xan e revisa<strong>da</strong>s por especialistas, po<strong>de</strong>m ser analisa<strong>da</strong>s emfunção <strong>de</strong> critérios <strong>de</strong> pós-seleção, tais como <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> priori<strong>da</strong><strong>de</strong>s para urgência<strong>de</strong> ação, recomen<strong>da</strong>ções <strong>de</strong> manejo, grau <strong>de</strong> fragmentação, objetos <strong>de</strong> conservaçãoprotegi<strong>do</strong>s, etc.5.6.2.1. Definição <strong>de</strong> priori<strong>da</strong><strong>de</strong>sA <strong>de</strong>finião <strong>de</strong> uma or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> importância no conjunto <strong>de</strong> áreas prioritáriaspara conservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> po<strong>de</strong> ser feita através <strong>da</strong> articulação <strong>da</strong>insubstituibili<strong>da</strong><strong>de</strong>, representativa <strong>da</strong> importância biológica, com um indica<strong>do</strong>r <strong>de</strong>UNIR PARA CONSERVAR A VIDA


BIOMA MATA ATLÂNTICAvulnerabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong>s objetos <strong>de</strong> conservação (PRESSEY et al., 2000 e PRESSEY; TAFFS, 2001).Nesses trabalhos foram <strong>de</strong>fini<strong>da</strong>s quatro classes <strong>de</strong> vulnerabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong>(zero, baixa, mo<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> e eleva<strong>da</strong>) em função <strong>da</strong> a<strong>de</strong>quabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong>s sistemas <strong>de</strong> terras para<strong>de</strong>smatamento e cultivo, ou seja, áreas com gran<strong>de</strong> potencial para a ocupação agrícola seriam asmais vulneráveis a per<strong>da</strong> <strong>de</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong>.Reconhecen<strong>do</strong>-se a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> caracterizar as áreas prioritárias para conservação emtermos <strong>de</strong> sua vulnerabili<strong>da</strong><strong>de</strong> à per<strong>da</strong> <strong>de</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong>, optou-se pela utilização <strong>de</strong> umindica<strong>do</strong>r <strong>de</strong> fragmentação <strong>do</strong>s remanescentes <strong>da</strong> cobertura vegetal natural, em função <strong>da</strong> suaassociação com a per<strong>da</strong> <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> (ANDRÉN, 1994). Como indica<strong>do</strong>r <strong>de</strong> fragmentaçãofoi utiliza<strong>da</strong> a relação perímetro/área, ou seja, a razão entre o perímetro (bor<strong>da</strong>) total <strong>do</strong>sfragmentos em ca<strong>da</strong> área prioritária e a área total <strong>de</strong> vegetação remanescente. Quanto menora relação, menos fragmenta<strong>da</strong> a uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> análise e, portanto, potencialmente em melhoresta<strong>do</strong> <strong>de</strong> conservação toman<strong>do</strong>-se como critério <strong>de</strong> avaliação somente a forma <strong>do</strong> fragmento.Levan<strong>do</strong>-se em conta que a Mata Atlântica é o <strong>do</strong>mínio biogeográfico mais fragmenta<strong>do</strong> <strong>do</strong>Brasil, é coerente associar, na Ecorregião <strong>da</strong> <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>, um grau maior <strong>de</strong> fragmentação auma maior vulnerabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong>.A articulação <strong>da</strong> importância biológica <strong>da</strong><strong>da</strong> pela insubstituibili<strong>da</strong><strong>de</strong> média com avulnerabili<strong>da</strong><strong>de</strong> associa<strong>da</strong> ao indica<strong>do</strong>r <strong>de</strong> fragmentação é apresenta<strong>da</strong> através <strong>de</strong> um diagrama<strong>de</strong> dispersão (Figura 31).Figura 31Classificação <strong>da</strong>s áreasprioritárias para conservação<strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>Ecorregião <strong>da</strong> <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong> apartir <strong>de</strong> seus valores médios<strong>de</strong> insubstituibili<strong>da</strong><strong>de</strong> evulnerabili<strong>da</strong><strong>de</strong> à per<strong>da</strong> <strong>de</strong>biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> (vi<strong>de</strong> Anexo VIpara legen<strong>da</strong> numérica).1.000.900.800.700.600.500.400.3039Q349Q431543504821623351274016 32 1529341123 123028 45 374225 35 31 22464447420 26 14 71813388 1924 369Q1Q2170.200.10410.000.00 20.001040.00 60.00 80.00 100.00Vulnerabili<strong>da</strong><strong>de</strong>A partir <strong>de</strong>ste gráfico, é possível espacializar as áreas prioritárias segun<strong>do</strong> os seus quatro principaisquadrantes (alta insubstituibili<strong>da</strong><strong>de</strong> e vulnerabil<strong>da</strong><strong>de</strong>; baixa insubstituibili<strong>da</strong><strong>de</strong> e alta vulnerabili<strong>da</strong><strong>de</strong>;alta insubstituibili<strong>da</strong><strong>de</strong> e baixa vulnerabili<strong>da</strong><strong>de</strong>; e baixa insubstituibili<strong>da</strong><strong>de</strong> e vulnerabili<strong>da</strong><strong>de</strong>) conformea Figura 32.


© WWF-Brasil / Gustavo AccacioVisão <strong>de</strong> Biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>95UNIR PARA CONSERVAR A VIDA


BIOMA MATA ATLÂNTICAFigura 32Áreas prioritárias paraconservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>da</strong> ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>classifica<strong>da</strong>s em quatroquadrantes segun<strong>do</strong> seugrau <strong>de</strong> insubstituibili<strong>da</strong><strong>de</strong> evulnerabili<strong>da</strong><strong>de</strong> (vi<strong>de</strong> anexo VIpara legen<strong>da</strong> numérica).


UNIR PARA CONSERVAR A VIDAVisão <strong>de</strong> Biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>97


BIOMA MATA ATLÂNTICAAnalisan<strong>do</strong> esses quadrantes, as indicações para a priorização <strong>da</strong>s ações entre as áreas prioritárias são asseguintes:• quadrante Q1 – vulnerabili<strong>da</strong><strong>de</strong> e insubstituibili<strong>da</strong><strong>de</strong> alta, indican<strong>do</strong> áreas com maior urgência <strong>de</strong>ação pois abrigam os objetos <strong>de</strong> conservação mais vulneráveis e com poucos ou nenhum substituto;nessa situação, a flexibili<strong>da</strong><strong>de</strong> espacial e temporal para a conservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> nestasáreas é muito reduzi<strong>da</strong>;• quadrante Q2 – vulnerabili<strong>da</strong><strong>de</strong> alta e insubstituibili<strong>da</strong><strong>de</strong> baixa, abrangen<strong>do</strong> áreas com os objetos<strong>de</strong> conservação mais vulneráveis, mas com muitos substitutos; nesse caso nestas áreas prioritáriashá flexibili<strong>da</strong><strong>de</strong> espacial para atingir as metas a<strong>do</strong>ta<strong>da</strong>s, ou seja, existem opções espaciais parapriorização <strong>de</strong> escolhas, ações e esforços, mas há urgência na toma<strong>da</strong> <strong>de</strong>ssas <strong>de</strong>cisões;• quadrante Q3 – vulnerabili<strong>da</strong><strong>de</strong> baixa e insubstituibili<strong>da</strong><strong>de</strong> alta apontan<strong>do</strong> áreas com objetos<strong>de</strong> conservação menos vulneráveis, mas raros; nesse quadrante estão áreas prioritárias comflexibili<strong>da</strong><strong>de</strong> temporal, ou seja, são áreas com atributos únicos, mas que não estão muito ameaça<strong>da</strong>sneste momento;• quadrante Q4 – vulnerabili<strong>da</strong><strong>de</strong> e insubstituibili<strong>da</strong><strong>de</strong> baixa, ou seja, áreas com objetos <strong>de</strong> conservaçãopouco vulneráveis e muitas alternativas para aten<strong>de</strong>r as metas a<strong>do</strong>ta<strong>da</strong>s; esse é o conjunto <strong>de</strong> áreas comflexibili<strong>da</strong><strong>de</strong> temporal e espacial, ou seja, são as que têm menos urgência <strong>de</strong> ação.5.6.2.2. Recomen<strong>da</strong>ções <strong>de</strong> manejoOutra abor<strong>da</strong>gem na análise <strong>de</strong> pós-seleção é a formulação <strong>de</strong> recomen<strong>da</strong>ções <strong>de</strong> manejo segun<strong>do</strong> umaavaliação <strong>da</strong> fragmentação <strong>do</strong>s remanescentes <strong>de</strong> cobertura vegetal nativa <strong>de</strong>ntro <strong>da</strong>s áreas prioritárias. Osquatro tipos <strong>de</strong> relação entre o tamanho e o número <strong>de</strong> fragmentos florestais ilustra<strong>do</strong>s na Figura 33 sob aforma <strong>de</strong> quadrantes foram associa<strong>do</strong>s a três recomen<strong>da</strong>ções básicas, ampliação, conexão e proteção <strong>de</strong>fragmentos florestais. Nesses quadrantes estão posiciona<strong>do</strong>s as 49 <strong>da</strong>s 51 áreas prioritárias para a conservacão<strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> na Ecorregião <strong>da</strong> <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong> conforme a área média e a quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong>s fragmentos,possibilitan<strong>do</strong> associa-las com essas três recomen<strong>da</strong>ções básicas. Duas áreas prioritárias foram retira<strong>da</strong>s<strong>da</strong> análise <strong>de</strong>ste gráfico (n° 39 e 49), pois, sen<strong>do</strong> a área <strong>do</strong> fragmentos muito maior em relação à outras,causavam uma distorção na representação <strong>da</strong>s áreas no gráfico, concentran<strong>do</strong>-as to<strong>da</strong>s em uma núvemunica <strong>de</strong> pontos. Estas duas áreas se encontram em situação muito favorável para proteção, com apenas umfragmento <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s dimensões (318,52 e 280,52 ha), recobrin<strong>do</strong> a maior parte <strong>da</strong>s áreas.A<strong>do</strong>tan<strong>do</strong>-se a codificação t para fragmentos pequenos, T para gran<strong>de</strong>s, n para poucos fragmentos e N paramuitos, a recomen<strong>da</strong>ção <strong>de</strong> manejo para os quadrantes foi:• quadrante Q4 – áreas com poucos e pequenos fragmentos (tn) focaria em ações <strong>de</strong> restauraçãoecológica para ampliar o número e a área <strong>de</strong> remanescentes explican<strong>do</strong> a <strong>de</strong>nominação <strong>do</strong> quadrantecomo tn ampliação.• quadrante Q2 – áreas prioritárias localiza<strong>da</strong>s no segun<strong>do</strong> quadrante tN ampliação + conexão,caracteriza<strong>da</strong>s por um número maior <strong>de</strong> fragmentos <strong>de</strong> dimensões reduzi<strong>da</strong>s, as ações <strong>de</strong> manejo<strong>de</strong>veriam envolver além <strong>do</strong> aumento <strong>de</strong> remanescentes via restauração, um investimento narecuperação <strong>da</strong> conectivi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong>s remanescentes.• quadrante Q1 – Passan<strong>do</strong> para as áreas com fragmentos maiores e em gran<strong>de</strong> número (TN proteção +conexão), o enfoque <strong>do</strong> manejo <strong>de</strong>veria ser equilibra<strong>do</strong> entre proteção <strong>de</strong> áreas maiores e conexão <strong>de</strong>remanescentes florestais.• quadrante Q3 – no quarto quadrante Tn – proteção on<strong>de</strong> as áreas prioritárias se caracterizam porfragmentos maiores e em quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> reduzi<strong>da</strong>, o indicativo <strong>de</strong> manejo seria para ações relaciona<strong>da</strong>scom a proteção <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong>.


© WWF-Brasil / Adriano GambariniVisão <strong>de</strong> Biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>99Figura 336Gráfico <strong>de</strong> dispersão entre43número e área média <strong>do</strong>sfragmentos florestais nasTn proteçãotN proteção + conexãoáreas prioritárias paraconservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>da</strong> ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>(vi<strong>de</strong> Anexo VI para legen<strong>da</strong>numérica).Área média <strong>do</strong>s fragmentos (ha)5000332153135305140tn ampliação5048tN ampliação + conexão00242272847123746381340 80 120 160 200 240 280 320 360Nº <strong>de</strong> fragmentosA Figura 34 apresenta as áreas prioritárias para conservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong> reclassifica<strong>da</strong>s segun<strong>do</strong> as recomen<strong>da</strong>ções <strong>de</strong> manejoassocia<strong>da</strong>s aos quadrantes <strong>da</strong> Figura 33.UNIR PARA CONSERVAR A VIDA


BIOMA MATA ATLÂNTICAFigura 34Recomen<strong>da</strong>ções <strong>de</strong> ações <strong>de</strong>manejo <strong>de</strong> conservação <strong>de</strong>biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> para as áreasprioritárias <strong>da</strong> Ecorregião<strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong> segun<strong>do</strong>as diferentes situações<strong>de</strong> número e tamanho <strong>de</strong>fragmentos florestais (vi<strong>de</strong>Anexo VI para legen<strong>da</strong>numérica).


UNIR PARA CONSERVAR A VIDAVisão <strong>de</strong> Biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>101


BIOMA MATA ATLÂNTICA© WWF-Brasil / Gustavo Accacio6. Discussão6.1 Análise <strong>de</strong> lacunas <strong>do</strong> sistema <strong>de</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong>conservaçãoA analise <strong>do</strong> atual grau <strong>de</strong> proteção <strong>do</strong> sistema (51% – 104 objetos <strong>de</strong> conservação protegi<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s202 analisa<strong>do</strong>s sen<strong>do</strong> 18 UFGs e 86 espécies – Figura 13) indica que boa parte <strong>de</strong>sse resulta<strong>do</strong>está associa<strong>do</strong> ao <strong>de</strong>sempenho <strong>do</strong> sistema <strong>de</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> conservação <strong>de</strong> proteção integral nocumprimento <strong>da</strong>s metas a<strong>do</strong>ta<strong>da</strong>s para as espécies ameaça<strong>da</strong>s e indica<strong>do</strong>ras. Além disso, a <strong>de</strong>finição<strong>de</strong> metas para assegurar a manutenção <strong>de</strong> populações vulneráveis ain<strong>da</strong> baseia-se em estimativasmuito aproxima<strong>da</strong>s <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a ausência <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>s autoecológicos <strong>da</strong>s espécies avalia<strong>da</strong>s.


Visão <strong>de</strong> Biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>103A Figura 14 ain<strong>da</strong> mostra que, <strong>de</strong>ntre os objetos <strong>de</strong> conservação seleciona<strong>do</strong>s na visão <strong>de</strong>conservação <strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>, as UFGs e os anfíbios são os menos protegi<strong>do</strong>s.Uma explicação para esse resulta<strong>do</strong> é o fato <strong>de</strong>sses <strong>do</strong>is grupos apresentarem ampladistribuição pela ecorregião, enquanto mamíferos, aves e palmeiras são grupos maisprotegi<strong>do</strong>s nessa análise por terem a sua distribuição vincula<strong>da</strong> principalmente àsuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> conservação existentes na ecorregião, on<strong>de</strong> se localizam a maioria <strong>do</strong>sblocos <strong>de</strong> florestas remanescentes. A baixa proteção <strong>de</strong> espécies <strong>de</strong> anfíbios naecorregião também po<strong>de</strong> ser explica<strong>da</strong>, por esse grupo estar relaciona<strong>do</strong> às áreaspreserva<strong>da</strong>s com pequena extensão, isola<strong>do</strong>s <strong>da</strong>s uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> conservação, como porexemplo fragmentos florestais ao re<strong>do</strong>r <strong>da</strong> cabeceira <strong>de</strong> riachos.Outro elemento que po<strong>de</strong> ter influencia<strong>do</strong> nos resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s é o fato <strong>da</strong>s coletas <strong>de</strong>campo, efetua<strong>da</strong>s por pesquisa<strong>do</strong>res, serem concentra<strong>da</strong>s em uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> conservação,po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> resultar em fragmentos florestais pouco amostra<strong>do</strong>s e consequentemente nãoconsi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s como solução para atingir as metas <strong>de</strong> conservação.Os processos ecológicos são uma classe importante <strong>de</strong> objeto <strong>de</strong> conservação que não foiincluí<strong>da</strong> nesse exercício <strong>de</strong> planejamento sistemático <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> as dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s em selecionarum processo passível <strong>de</strong> mapeamento e mo<strong>de</strong>lagem com os <strong>da</strong><strong>do</strong>s disponíveis e no prazo<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong> projeto. Esse foi o caso <strong>da</strong> manutenção <strong>de</strong> gradientes ambientaisrelaciona<strong>do</strong>s à variação altitudinal <strong>de</strong>ssas áreas <strong>de</strong>clivosas, um processo particularmenteimportante para a Ecorregião <strong>da</strong> <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>. A preservação <strong>de</strong>sses gradientes favorece amanutenção <strong>de</strong> alta diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>de</strong> en<strong>de</strong>mismos. De uma forma secundária, os gradientesaltitudinais foram contempla<strong>do</strong>s no custo <strong>de</strong> alta <strong>de</strong>clivi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> analise <strong>de</strong> ameaças eoportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s, pois apresentam custo negativo, favorecen<strong>do</strong> a seleção <strong>de</strong> áreas prioritáriasem regiões que apresentam esses gradientes.6.2 Análise <strong>de</strong> ameaças e oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s para aconservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong>A análise <strong>de</strong> ameaças e oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s utilizou algumas variáveis passíveis <strong>de</strong> avaliaçãopara mensurar o custo <strong>de</strong> conservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> nas UPs <strong>de</strong> to<strong>da</strong> a ecorregião.Essas variáveis também dizem respeito diretamente ao grau <strong>de</strong> conservação atual <strong>da</strong>sUPs, pois resultam <strong>de</strong> um processo histórico ou <strong>de</strong> condições naturais pré-existentes quelimitam ou favorecem a manutenção <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> ecorregião. No mapa <strong>de</strong> custos<strong>de</strong> remanescentes há um corre<strong>do</strong>r contínuo <strong>de</strong> floresta preserva<strong>da</strong> no litoral paulista,inician<strong>do</strong>-se na divisa com o esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Rio <strong>de</strong> Janeiro até a <strong>Serra</strong> <strong>de</strong> Paranapiacaba(Figura 23). Este corre<strong>do</strong>r mantém muito pouca conexão com os remanescentes <strong>de</strong> florestaatlântica <strong>do</strong> Rio <strong>de</strong> Janeiro e pouca conexão com as áreas <strong>de</strong> floresta atlântica <strong>do</strong> Vale <strong>do</strong>Ribeira e <strong>do</strong> Paraná. Essas duas últimas áreas menciona<strong>da</strong>s compõem um gran<strong>de</strong> blococom alta incidência <strong>de</strong> remanescentes <strong>de</strong> vegetação, e apresenta fraca conexão com asflorestas <strong>de</strong> Santa Catarina e <strong>do</strong> Rio Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong> Sul. Esses corre<strong>do</strong>res e suas conexõesestão diretamente relaciona<strong>do</strong>s com a ocorrência <strong>de</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> conservação (Figura 11),sejam elas <strong>de</strong> proteção integral (Figura 21) ou uso sustentável (Figura 22).UNIR PARA CONSERVAR A VIDA


BIOMA MATA ATLÂNTICANota-se uma gran<strong>de</strong> sobreposição na distribuição <strong>da</strong>s áreas com alta <strong>de</strong>clivi<strong>da</strong>d e (Figura 24) e as áreascom alta porcentagem <strong>de</strong> cobertura florest al (Figura 23). Tal padrão ocorre <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à maior facili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>uso e ocupação antrópica nas áreas <strong>de</strong> baixa <strong>de</strong>clivi<strong>da</strong><strong>de</strong>, especialmente pela agropecuária. Um efeitodireto <strong>de</strong>sse comportamento é a disposição <strong>de</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> conservação nas áreas <strong>de</strong> alta <strong>de</strong>clivi<strong>da</strong><strong>de</strong>,já que nessas áreas há menor pressão <strong>de</strong> ocupação seguin<strong>do</strong> o padrão oportunistico muito comum<strong>de</strong> alocação espacial <strong>de</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> conservação em regiões <strong>de</strong>nsamente povoa<strong>da</strong>s como o Su<strong>de</strong>stenas terras que ningúem quer. Por outro la<strong>do</strong>, a seqüência <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong>clivosas <strong>do</strong> litoral e adjacenteao litoral nessa região <strong>do</strong> Brasil, garantiu a preservação <strong>da</strong> maior extensão <strong>de</strong> florestas atlânticasremanescentes, situa<strong>da</strong>s principalmente nos esta<strong>do</strong>s <strong>de</strong> São Paulo, Paraná e Santa Catarina.Outro fator que aumenta o custo <strong>de</strong> proteção <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> é a presença <strong>do</strong>s centros urbanos.A Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong> concentra vários <strong>do</strong>s maiores centros urbanos brasileiros, e isso temenormes implicações nos esforços para a conservação <strong>da</strong> região. A superfície <strong>de</strong> custo final (Figura26) mostra claramente esses gran<strong>de</strong>s centros urbanos com custo bastante alto, já que a variável“áreas urbanas” teve o maior peso na equação <strong>de</strong> integração. Na medi<strong>da</strong> em que se distanciam<strong>do</strong>s gran<strong>de</strong>s centros, em direção ao interior, o custo <strong>de</strong>cresce. Muitas <strong>da</strong>s áreas <strong>de</strong> menor custoestão nas bor<strong>da</strong>s <strong>da</strong> ecorregião.De mo<strong>do</strong> geral ain<strong>da</strong> há necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> aperfeiçoar as análises socioeconômicas que <strong>de</strong>vem estaratrela<strong>da</strong>s a processo <strong>de</strong> planejamento sistemático <strong>da</strong> conservação <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a complexi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>squestões sociais e econômicas e a escassez <strong>de</strong> <strong>da</strong><strong>do</strong>s confiáveis e homogêneos no espaço.6.3 Seleção e <strong>de</strong>lineamento <strong>de</strong> propostas <strong>de</strong>uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> conservaçãoA comparação <strong>do</strong> mapa <strong>de</strong> freqüência <strong>de</strong> seleção gera<strong>do</strong> pelo <strong>Mar</strong>xan (Figura 28) com asáreas prioritárias potenciais para conservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> (Figura 27) indica que asáreas prioritárias foram conFigura<strong>da</strong>s a partir <strong>da</strong>s UPs com freqüência máxima <strong>de</strong> seleçãoe a maioria <strong>da</strong>s <strong>de</strong>mais UPs, não seleciona<strong>da</strong>s, aparecem no intervalo <strong>de</strong> menor seleção,existin<strong>do</strong> um número muito reduzi<strong>do</strong> <strong>de</strong> UPs com freqüência média. Em outras palavras, nãohá muitas opções <strong>de</strong> conFiguração espacial para a escolha <strong>de</strong> áreas na ecorregião, pois <strong>de</strong>vi<strong>do</strong>à gran<strong>de</strong> fragmentação, muitos <strong>do</strong>s objetos consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s, principalmente pequenas UFGsremanescentes, se tornaram altamente insubstituíveis. O resulta<strong>do</strong> foi a seleção <strong>de</strong> blocosagrega<strong>do</strong>s, principalmente em torno <strong>da</strong>s UCs <strong>de</strong> proteção integral, e <strong>de</strong> outras poucas uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s<strong>de</strong> planejamento isola<strong>da</strong>s e dispersas na ecorregião, to<strong>da</strong>s com alta insubstituibili<strong>da</strong><strong>de</strong>.Embora haja gran<strong>de</strong>s áreas <strong>de</strong> remanescentes <strong>de</strong> vegetação na região <strong>do</strong> Vale <strong>do</strong> Ribeira e <strong>da</strong> <strong>Serra</strong><strong>de</strong> Paranapiacaba, que cobrem mais <strong>de</strong> 80% <strong>do</strong> uso <strong>da</strong> terra <strong>de</strong>ssas áreas (Figura 6), a freqüência<strong>de</strong> seleção <strong>de</strong> UPs não i<strong>de</strong>ntificou uma forte conexão entre as regiões, separan<strong>do</strong>-as em <strong>do</strong>isblocos distintos. A separação ocorreu <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à baixa insubstituibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> área que divi<strong>de</strong>os <strong>do</strong>is blocos (Figura 12). O mesmo tipo <strong>de</strong> isolamento ocorre entre as florestas paranaensese catarinenses, on<strong>de</strong> também há remanescentes <strong>de</strong> vegetação, nesse caso, pequenos efragmenta<strong>do</strong>s. Desse mo<strong>do</strong>, a freqüência <strong>de</strong> seleção <strong>de</strong> UPs indica a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> criação <strong>de</strong>um corre<strong>do</strong>r ecológico forma<strong>do</strong> pelas florestas <strong>do</strong> Vale <strong>do</strong> Ribeira em São Paulo e as florestas <strong>do</strong>Paraná, além <strong>do</strong> corre<strong>do</strong>r <strong>de</strong> floresta atlântica que vai <strong>da</strong> <strong>Serra</strong> <strong>de</strong> Paranapiacaba até a divisa <strong>do</strong>sesta<strong>do</strong>s <strong>de</strong> São Paulo e Rio <strong>de</strong> Janeiro, na <strong>Serra</strong> <strong>da</strong> Bocaina.


© WWF-Brasil / Gustavo AccacioVisão <strong>de</strong> Biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>1056.4 Priorização e recomen<strong>da</strong>ções <strong>de</strong> açõesOnze blocos indica<strong>do</strong>s como áreas prioritárias para a conservação foram classifica<strong>do</strong>scomo áreas com alta insubstituibili<strong>da</strong><strong>de</strong> e vulnerabili<strong>da</strong><strong>de</strong> (Figura 31 e Figura 32). Outras28 estão no quadrante <strong>de</strong> alta insubstituibili<strong>da</strong><strong>de</strong> mas <strong>de</strong> baixa vulnerabili<strong>da</strong><strong>de</strong>. As 12faltantes tem baixa insubistituibili<strong>da</strong><strong>de</strong>, sen<strong>do</strong> 5 com alta vulnerabili<strong>da</strong><strong>de</strong>.Levan<strong>do</strong>-se em consi<strong>de</strong>ração o gradiente latitudinal presente na Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong><strong>Mar</strong>, conforme mostra <strong>do</strong> na Figura 4, observa-se que a macrorregião com mais altavulnerabili<strong>da</strong><strong>de</strong> e insubstituibili<strong>da</strong><strong>de</strong> foi a <strong>de</strong>limita<strong>da</strong> principlamente entre o sul <strong>do</strong>Espírito Santo, incluin<strong>do</strong> o esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Rio <strong>de</strong> Janeiro, até o extremo norte <strong>do</strong> esta<strong>do</strong><strong>de</strong> São Paulo. Especificamente no sul <strong>do</strong> Espírito Santo e na divisa com Minas Gerais,on<strong>de</strong> a vegetação encontra-se muito fragmenta<strong>da</strong>, estão 5 blocos <strong>de</strong> UPs altamenteinsubstituíveis e vulneráveis, além <strong>de</strong> <strong>de</strong>sconecta<strong>do</strong>s entre si. Há também <strong>do</strong>is conjuntos<strong>de</strong> três pequenos blocos isola<strong>do</strong>s, altamente insubstituíveis e vulneráveis, um no litorale interior norte <strong>do</strong> Rio <strong>de</strong> Janeiro e outro em Santa Catarina No restante <strong>da</strong> ecorregião,a imensa maioria <strong>da</strong>s UPs obteve alta insubstituibili<strong>da</strong><strong>de</strong> mas baixa vulnerabili<strong>da</strong><strong>de</strong>,especialmente em 1 <strong>da</strong>s macrorregiões latitudinais intermediárias, a <strong>da</strong> <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>, ouseja, a <strong>do</strong> extremo litoral norte até o Vale <strong>do</strong> Ribeira <strong>de</strong> São Paulo e na macrorregião maisautral, ao sul <strong>de</strong> Florianópolis em Santa Catarina. Esse padrão ocorre porque essas áreasapresentam alta porcentagem <strong>de</strong> remanescentes <strong>de</strong> vegetação e dispõem <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>sáreas <strong>de</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> conservação, culminan<strong>do</strong> em maior conectivi<strong>da</strong><strong>de</strong> e proteção.Nesse cenário, as metas <strong>de</strong> conservação estabeleci<strong>da</strong>s foram alcança<strong>da</strong>s com relativafacili<strong>da</strong><strong>de</strong>. A outra macrorregião <strong>de</strong>limita<strong>da</strong> pelo gradiente <strong>de</strong> latitu<strong>de</strong> <strong>da</strong> ecorregião,localiza<strong>da</strong> entre o extremo sul <strong>de</strong> São Paulo até o litoral norte <strong>de</strong> Santa Catarina,apresenta um gran<strong>de</strong>s blocos com baixa insubstituíbili<strong>da</strong><strong>de</strong> e pouco vulnerabili<strong>da</strong><strong>de</strong>.A baixa vulnerabili<strong>da</strong><strong>de</strong> po<strong>de</strong> ser explica<strong>da</strong> pela alta <strong>de</strong>clivi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>ssas regiões.6.5 Definição <strong>da</strong>s ações <strong>de</strong> manejoUNIR PARA CONSERVAR A VIDAA gran<strong>de</strong> maioria <strong>da</strong>s áreas consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s prioritárias (quarenta <strong>da</strong>s 49 áreas avalia<strong>da</strong>snessa análise) se encontra na situação <strong>de</strong> pequenos e poucos fragm entos (Figura 33),indican<strong>do</strong> que a recomen<strong>da</strong>ção <strong>de</strong> manejo geral para a região seria a ampliação <strong>do</strong>sfragmentos. Ações práticas <strong>de</strong> restauração florestal po<strong>de</strong>riam ser efetiva<strong>da</strong>s nessas áreas.Consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> que os <strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>de</strong> cobertura vegetal atual foram gera<strong>do</strong>s com imagens <strong>de</strong>


BIOMA MATA ATLÂNTICAsatélite <strong>do</strong> ano <strong>de</strong> 2000, é possível que alguns <strong>de</strong>stes remanescentes já não existam mais, mesmo com a atualtendência <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> <strong>de</strong>smatamento e em algumas regiões até <strong>de</strong> recuperação florestal verifica<strong>da</strong> na MataAtlântica (FUNDAÇÃO SOS MATA ATLÂNTICA; INPE, 2009)Em relação as outras nove, recomen<strong>da</strong>-se proteção para 5 <strong>da</strong>s áreas prioritárias com poucos mas mais extensosfragmentos (n°. 6 Reserva Estadual Joatinga, RJ; 33 Mangaratiba, RJ; 35 Parque Estadual Mananciais <strong>de</strong> Campos<strong>do</strong> Jordão, SP; 40 Parque Nacional <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> Itajai, SC; e 43 Reserva Biológica Praia <strong>do</strong> Sul, RJ), proteção econexão para 2 <strong>de</strong>las (n°. 48 e 50, reunin<strong>do</strong> <strong>do</strong>is gran<strong>de</strong>s blocos in<strong>do</strong> <strong>do</strong> RJ a SC, passan<strong>do</strong> por SP e PR),ampliação e conexão para 2 com muitos mas pequenos fragmentos (n°. 38 Parque Estadual Pedra Azul, MG/ES, e 46 Parque Estadual Três Picos, RJ). Por meio <strong>da</strong> espacialização apresenta<strong>da</strong> na Figura 34 e <strong>do</strong>s <strong>da</strong><strong>do</strong>sexpostos no Anexo VI <strong>de</strong> área remanescente e número <strong>de</strong> fragmentos é possível encontrar as características<strong>de</strong>scritas para ca<strong>da</strong> quadrante, justifican<strong>do</strong> as ações <strong>de</strong> manejo recomen<strong>da</strong><strong>da</strong>s como as mais indica<strong>da</strong>s para aproteção e conservação <strong>do</strong>s objetos <strong>de</strong> conservação.6.6 Fragmentação na ecorregiãoFazen<strong>do</strong> uma análise <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> fragmentação <strong>da</strong>s áreas por esta<strong>do</strong>, percebe-se que as áreas <strong>do</strong> EspíritoSanto têm o maior grau <strong>de</strong> fragmentação <strong>da</strong> ecorregião, somente no entorno <strong>do</strong> Parque Nacional <strong>do</strong> Caparaóexiste um remanescente contínuo relativamente gran<strong>de</strong>. O esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Rio <strong>de</strong> Janeiro também está muitofragmenta<strong>do</strong>, principalmente nas áreas próximas à costa. No entanto, na bacia <strong>do</strong> rio São João, no centro <strong>do</strong>esta<strong>do</strong>, ain<strong>da</strong> há gran<strong>de</strong>s blocos <strong>de</strong> remanescentes. Em São Paulo e no Paraná encontram-se os maiores blocos<strong>de</strong> vegetação nativa, e on<strong>de</strong> estão as maiores oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> conservação <strong>da</strong> ecorregião, pois há tambémuma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> conservação consoli<strong>da</strong><strong>da</strong>s que favorecem a proteção <strong>de</strong>sses remanescentes. Avegetação em Santa Catarina também está bastante fragmenta<strong>da</strong>, estan<strong>do</strong> mais preserva<strong>da</strong> apenas <strong>de</strong>ntro<strong>da</strong>s UCs. O Rio Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong> Sul, que abriga somente uma pequena porção <strong>da</strong> ecorregião, ain<strong>da</strong> tem váriosremanescentes na região serrana, mas pouquíssimos na planície litorânea.© WWF-Brasil / Adriano Gambarini


Visão <strong>de</strong> Biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>1076.7 Planejamento sistemático <strong>da</strong> conservaçãoPara i<strong>de</strong>ntificar áreas prioritárias para a conservação e <strong>de</strong>finir as ações <strong>de</strong> manejohá necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> uso <strong>de</strong> um sistema <strong>de</strong> planejamento integra<strong>do</strong> e eficaz. Com oplanejamento sistemático <strong>da</strong> conservação é possível explorar alternativas <strong>de</strong> conservaçãopor meio <strong>da</strong> simulação <strong>de</strong> diferentes parâmetros, como alteração <strong>de</strong> objetos e metas <strong>de</strong>conservação ou <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> proteção <strong>de</strong> áreas específicas. Além disso, os sistemas <strong>de</strong>suporte à <strong>de</strong>cisão utiliza<strong>do</strong>s baseiam-se em mo<strong>de</strong>los e <strong>da</strong><strong>do</strong>s quantitativos. Dessa forma,<strong>de</strong>cisões envolven<strong>do</strong> diferentes atores po<strong>de</strong>m ser avalia<strong>da</strong>s através <strong>da</strong> exploração <strong>de</strong>cenários e mais soli<strong>da</strong>mente embasa<strong>da</strong>s, contribuin<strong>do</strong> para um melhor uso <strong>do</strong>s recursose esforços aplica<strong>do</strong>s.A realização <strong>de</strong>ste projeto originou uma base <strong>de</strong> <strong>da</strong><strong>do</strong>s sobre os 280 objetos <strong>de</strong>conservação seleciona<strong>do</strong>s. A utilização <strong>de</strong> ferramentas efetivas para o planejamento<strong>da</strong> conservação po<strong>de</strong> usar essa base <strong>de</strong> <strong>da</strong><strong>do</strong>s para trazer avanços significativos naconservação através <strong>da</strong>:1. redução <strong>da</strong> subjetivi<strong>da</strong><strong>de</strong> no processo <strong>de</strong> toma<strong>da</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão;2. melhor integração <strong>de</strong> diferentes tipos <strong>de</strong> <strong>da</strong><strong>do</strong>s e escalas <strong>de</strong> trabalho;3. facili<strong>da</strong><strong>de</strong> na revisão e atualização <strong>da</strong>s bases <strong>de</strong> <strong>da</strong><strong>do</strong>s, conferin<strong>do</strong> o necessáriodinamismo à gestão <strong>da</strong> conservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong>;4. apoio ao processo <strong>de</strong> negociação entre gestores e atores com diferentes visõessobre a ocupação <strong>do</strong> território;5. avaliação <strong>da</strong>s conseqüências <strong>de</strong> diferentes <strong>de</strong>cisões através <strong>da</strong> formulação <strong>de</strong>cenários <strong>de</strong> conservação;6. base para elaboração e monitoramento <strong>de</strong> planos <strong>de</strong> ação para conservação <strong>da</strong>biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong>, como por exemplo os para recuperação <strong>de</strong> espécies ameaça<strong>da</strong>s.A<strong>de</strong>mais, uma abor<strong>da</strong>gem quantitativa para <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> priori<strong>da</strong><strong>de</strong>s po<strong>de</strong> também sercombina<strong>da</strong> com abor<strong>da</strong>gens mais qualitativas, para permitir a incorporação <strong>de</strong> atributosespeciais. Isso se aplica especialmente as áreas importantes para a manutenção <strong>de</strong>processos ecológicos (corre<strong>do</strong>res <strong>de</strong> espécies, áreas <strong>de</strong> várzea, gradientes altitudinais)ain<strong>da</strong> pouco conheci<strong>do</strong>s e mapea<strong>do</strong>s.Outro ponto importante é a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> integração <strong>do</strong> planejamento sistemático<strong>da</strong> conservação ao or<strong>de</strong>namento <strong>do</strong> uso <strong>da</strong>s terras, facilitan<strong>do</strong> a assimilação <strong>da</strong> agen<strong>da</strong><strong>de</strong> conservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> e seus serviços ambientais por diferentes setores<strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> (PIERCE et al., 2005) e o aperfeiçoamento <strong>de</strong> instrumentos como oszoneamentos agroecológicos.UNIR PARA CONSERVAR A VIDASem dúvi<strong>da</strong> o planejamento em ampla escala espacial e temporal tem se constituí<strong>do</strong> emum <strong>de</strong>safio para as enti<strong>da</strong><strong>de</strong>s volta<strong>da</strong>s à questão ambiental. Além <strong>da</strong> necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>permanente <strong>de</strong>senvolvimento, a<strong>da</strong>ptação e criação <strong>de</strong> méto<strong>do</strong>s que permitam melhoresresulta<strong>do</strong>s, também é necessário dispor <strong>de</strong> recursos humanos qualifica<strong>do</strong>s e financiamentopara viabilizar to<strong>do</strong> o processo. À reconheci<strong>da</strong> importância <strong>da</strong> necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> produçãoe utilização <strong>de</strong> instrumentos <strong>de</strong> gestão, adiciona-se a preocupação com a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>atualização <strong>do</strong>s produtos, seja em função <strong>do</strong> surgimento <strong>de</strong> melhores meto<strong>do</strong>logias e/ou<strong>da</strong> disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> novos <strong>da</strong><strong>do</strong>s.


BIOMA MATA ATLÂNTICATo<strong>da</strong>via, o maior <strong>de</strong>safio com relação ao planejamento sistemático <strong>da</strong> conservação <strong>da</strong>biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> na <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong> po<strong>de</strong> estar na implementação <strong>de</strong> políticas e ações surgeri<strong>da</strong>s poressa visão <strong>de</strong> conservação ou pelo uso <strong>da</strong> base <strong>de</strong> <strong>da</strong><strong>do</strong>s gera<strong>da</strong> na sua formulação.Nesse contexto, a implementação <strong>de</strong> uma visão <strong>de</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> e suas ações prioritárias nãopo<strong>de</strong> e nem <strong>de</strong>ve ser realiza<strong>da</strong> por um único ator. O WWF-Brasil já tem parcerias em curso e atuana construção <strong>de</strong> outras com a finali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> atingir metas <strong>de</strong> conservação ten<strong>do</strong> como base esseexercício <strong>de</strong> planejamento ecorregional. Além <strong>do</strong> estabelecimento <strong>de</strong> parcerias, é fun<strong>da</strong>mentala divulgação e disseminação <strong>do</strong> planejamento gera<strong>do</strong>, a capacitação sobre seu uso, além <strong>da</strong>atuação na formulação e implementação <strong>de</strong> políticas políticas compatíveis com os as priori<strong>da</strong><strong>de</strong>ssugeri<strong>da</strong>s para a conservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong>. Sua implementação busca tanto fortalecerprocessos em curso como também estimular novas iniciativas.© WWF-Brasil / Adriano Gambarini


Visão <strong>de</strong> Biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>109© WWF-Brasil / Adriano Gambarini6.8 Consi<strong>de</strong>rações finaisA Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong> está inseri<strong>da</strong> na região mais habita<strong>da</strong> e com os maiores índices<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong> país. Isso faz com que ela receba uma forte pressão antrópica,agrava<strong>do</strong>s por seus limites abrangerem a região litorânea, <strong>de</strong>nsamente povoa<strong>da</strong>. Essefato fez com que os gran<strong>de</strong>s centros urbanos apresentassem um importante papel nosresulta<strong>do</strong>s <strong>da</strong> visão <strong>de</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong>. O resulta<strong>do</strong> disso é o alto grau <strong>de</strong> <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção <strong>da</strong>Mata Atlântica, estan<strong>do</strong> os seus remanescentes inseri<strong>do</strong>s apenas em áreas protegi<strong>da</strong>s ouem pequenos fragmentos isola<strong>do</strong>s.O objetivo <strong>da</strong> construção <strong>de</strong> uma visão <strong>de</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> para a ecorregião foi o <strong>de</strong>produzir um <strong>do</strong>cumento com recomen<strong>da</strong>ções <strong>de</strong> como alterar a situação atual, utilizan<strong>do</strong>ferramentas mais eficientes <strong>de</strong> planejamento, no caso o planejamento sistemático <strong>da</strong>conservação.As estratégias que po<strong>de</strong>m e <strong>de</strong>vem ser lança<strong>da</strong>s a fim <strong>de</strong> envolver os mais diversos atoresna conservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> são inúmeras e varia<strong>da</strong>s e <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m <strong>do</strong> perfil <strong>de</strong>ssesatores e <strong>do</strong>s incentivos a mu<strong>da</strong>nça aos quais eles são sensíveis. Estímulos que envolvamações no campo <strong>da</strong> educação, capacitação, comunicação, política e legislação sãogeralmente utiliza<strong>do</strong>s complementarmente. To<strong>do</strong> esse processo <strong>de</strong>ve ser seqüencial e <strong>de</strong>longo prazo, mas sem per<strong>de</strong>r o senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> urgência que as ações <strong>de</strong> conservação exigem.UNIR PARA CONSERVAR A VIDAA estratégia <strong>do</strong> WWF-Brasil para contribuir nesse processo é a <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver e estimularo uso <strong>de</strong> ferramentas mais eficientes <strong>de</strong> planejamento <strong>da</strong> conservação e facilitar a criação<strong>de</strong> políticas públicas para a implementação <strong>da</strong>s estratégias elabora<strong>da</strong>s, trabalhan<strong>do</strong> emparceria com atores <strong>da</strong>s mais diversas áreas. Tratan<strong>do</strong>-se especificamente <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> <strong>de</strong>São Paulo, o WWF-Brasil tem atua<strong>do</strong> em parceria com o Instituto Florestal e a Fun<strong>da</strong>çãoFlorestal <strong>de</strong> São Paulo, com o treinamento teórico-prático e a capacitação <strong>do</strong> corpotécnico <strong>da</strong>s duas instituições paulistas sobre planejamento sistemático <strong>da</strong> conservação euso <strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong> suporte a <strong>de</strong>cisão.


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Visão <strong>de</strong> Biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>113OLIVIERI, S. et al. A participatory approach to biodiversity conservation: the regionalpriority setting workshop. Washington: Conservation International, 1995.OMERNIK, J. M. Ecoregions of the Conterminous United States. In: Annals of the AmericanGeographers. v. 77, n. 1. [S.l: s.n], 1987. p. 118-125______. Ecoregions: A Spatial Framework for Environmental Management. In: DAVIS, W.;SIMON, T. (Ed.). Biological Assessment and Criteria: Tools for Water Resource Planningand Decision Making. Flori<strong>da</strong>: Lewis Publishers, 1995. p. 49-62.OLSON, D. M.; et al. Terrestrial Ecoregions of the World: A New Map of Life on Earth.BioScience, v. 51, n. 11, p. 933-938, nov. 2000.PEREIRA, R. S. Desktop GARP – user’s manual. [S.l: s.n], 2003. Disponível em: . Acesso em jan. 2007.PERNAMBUCO (Esta<strong>do</strong>). Secretaria <strong>de</strong> ciência, tecnologia e meio ambiente. Atlas <strong>da</strong>biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Pernambuco. Pernambuco, 2002. 86p.PIERCE, et al. Systematic conservation planning products for land-use planning:interpretation for implementation. Biological conservation,v. 125, p. 441-458, 2005.POR, F. V. Sooretama: The Atlantic Rain Forest of Brazil. San Diego: SPB Aca<strong>de</strong>micPublishing, 1992. 130 p.POSSINGHAM, H. P.; et al. Mathematical methods for i<strong>de</strong>ntifying representative reservenetworks. In: FERSON, S.; BURGMAN, M. (Ed.) Quantitative methods for conservationbiology. New York: Springer-Verlag, 2000, p. 291-305.PRESSEY, R. L., et al. Sha<strong>de</strong>s of irreplaceability: towards a measure of the contribution ofsites to a reservation goal. Biodiversity and Conservation, v. 3, p. 242-262, 1994.______; LOGAN, V.S. Size of selection units for future reserves and its influence onactual vs targeted representation of features: a case study in western New South Wales.Biological Conservation, [S.l: s.n], v.85, p. 305-319, 1998.______. Algorithms, politics, and timber: an example of the role of science in a publicpolitical negotiation process over new conservation areas in production forests. In: WILLS,R. T.; HOBBS R. J. (ed.). Ecology for Everyone: Communicating Ecology to Scientists, thePublic and the Politicians. Sidney: Surrey Beaty & Sons, 1998. p. 73-87.______; et al. Using abiotic <strong>da</strong>ta for conservation assessments over extensive regions:quantitative methods applied across New South Wales, Australia. Biological Conservation,v. 96, p. 55-82, 2000.______; TAFFS, K.H. Scheduling conservation action in production landscapes: priorityareas in western New South Wales <strong>de</strong>fined by irreplaceability and vulnerability tovegetation loss. Biological Conservation, v.100, p. 355-376, 2001.______; et al. User Manual of C-Plan conservation planning software. Queensland: NSWDepartment of Environment and Conservation - University of Queensland, 2005.UNIR PARA CONSERVAR A VIDA


© WWF-Brasil / Adriano GambariniBIOMA MATA ATLÂNTICA


Visão <strong>de</strong> Biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>115ROSA, M. R.; et al. The Use Of Distance Map To Calculate The Cost Surface Input ForReserve Selection Tools. In: ANNUAL MEETING OF THE SOCIETY FOR CONSERVATIONBIOLOGY, 19., 2005, Brasília. Resumos…Brasília: Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Brasília, 2005. p.181.SAATY, T. L. A scaling method for priorities in hierarchical structures. Journal ofMathematical Psychology [Sl: S.n], n.15, p.234-281, 1977.SARKAR, S. et al. Place prioritization for biodiversity content. Journal of Biosciences,Bangalore: Springer, v. 27, n. 4, p. 339-346, jul. 2002.SCARAMUZZA, C. A. M.. Flora e ecologia <strong>do</strong>s campos <strong>de</strong> Itataré. 151 p. Tese (Doutora<strong>do</strong>em ciências, na area <strong>de</strong> ecologia) – Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo, São Paulo, 2006.______; et al. Áreas prioritárias para conservçaão <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> em Goiás. In:FERREIRA, L. G. (Org.). A encruzilha<strong>da</strong> socioambiental: biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong>, economia esustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> no cerra<strong>do</strong>. Goiânia: Editora <strong>da</strong> UFG, 2008. p. 13-66.SILVEIRA, L. F. et al. Avifauna of the <strong>Serra</strong> <strong>da</strong>s Lontras: Javi montane complex, Bahia,Brazil. Cotinga. [S.l: s.n], v. 24 , p. 45–5, 2005.SIMÕES, L. L.; et al. A Biodiversity Conservation Vision For <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong> Ecoregion In TheAtlantic Forest Global Biodiversity Hotspot. In: ANNUAL MEETING OF THE SOCIETY FORCONSERVATION BIOLOGY, 19., 2005, Brasília. Resumos…Brasília: Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Brasília,2005. p.197.US FOREST SERVICE. Ecoregions of the United States. National hierarchical framework ofecological units. Washington: U.S. Department of Agriculture, Forest Service, 1993. Escala1:7.500.000.TERBORGH, J.; et al. Ecological Melt<strong>do</strong>wn in Pre<strong>da</strong>tor-Free Forest Fragments. Science, [S.l.:s.n.], v. 294, p. 1923-1926, nov. 2001.VELOSO, H. P.; et al. Classificação <strong>da</strong> vegetação Brasileira, a<strong>da</strong>pta<strong>da</strong> a um sistemauniversal. Rio <strong>de</strong> Janeiro: CDDI – Departamento <strong>de</strong> Editoração, 1991.WILLIAMS, P. H.; et al. Data requirements and <strong>da</strong>ta sources for biodiversity priority areaselection. Journal of Biosciences, Bangalore: Springer, v. 27, n. 4, p. 327-338, jul. 2002.UNIR PARA CONSERVAR A VIDA


BIOMA MATA ATLÂNTICA© WWF-Brasil / Adriano Gambarini


Visão <strong>de</strong> Biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>117Agra<strong>de</strong>cimentosCOLABORADORESAdriano Paglia; Adriana Oliva; A<strong>da</strong>m Tomasek; Adriana Paese; Alcir Vilela Júnior; Al<strong>da</strong> Alves;Alexandre Gori; Alexandre José Diehl Krob; André Freitas; Angélica <strong>de</strong> Souza Griesinger;Ary T. <strong>de</strong> Oliveira Filho; Birgit Felinks; Carla Morsello; Carlos Eduar<strong>do</strong> Frickmann Young; CathyPlume; Cecilia P. Alves Costa; Celso José Monteiro Filho; Clayton Ferreira Lino; DenisardCnéio <strong>de</strong> Oliveira Alves; Denise <strong>Mar</strong>çal Rambaldi; Deos<strong>de</strong>te Son; Elci Camargo; EleonoraCamargo <strong>da</strong> Motta Pacheco; Erasto Boretti <strong>de</strong> Almei<strong>da</strong>; Eric Dinerstein; Fábio Olmos;Fernan<strong>do</strong> <strong>Mar</strong>tins; Fernan<strong>do</strong> Men<strong>do</strong>nça dHorta; Flávio Henrique Souza <strong>do</strong>s Santos; Fre<strong>de</strong>ricoCava<strong>da</strong>s; George Powell; Guilherme Rocha Dias; Guillermo Placci; Helena Maltez; HeloisaDias; Jean Paul Metzger; Jefferson Pra<strong>do</strong>; João Baptista Monteiro Rizzieri; John Morrison;Jorge Elias Fecuri Neto; Jorge Karajá; Juliana <strong>de</strong> Paiva Nunes; Kátia Mazzei; Keith Brown Jr;Lenir Al<strong>da</strong> <strong>do</strong> Rosário; Lou Ann Dietz; Luciano Coelho; Lucio Be<strong>de</strong>; Luis Eduar<strong>do</strong> Mantovani;Luiz Fernan<strong>do</strong> Bindi; Luiz Fernan<strong>do</strong> Duarte <strong>de</strong> Moraes; Luiz Fernan<strong>do</strong> Ribeiro; Luiz FirminoPereira; Luiz Paulo Pinto; Luiz Roberto Numa <strong>de</strong> Oliveira; Luiz Son; <strong>Mar</strong>celo Passamani;<strong>Mar</strong>cio Schmidt; <strong>Mar</strong>co Antônio Fialho; <strong>Mar</strong>cos Reis Rosa; <strong>Mar</strong>ia Denise Rafael Bonomo;<strong>Mar</strong>io Barroso Ramos Neto; Mário <strong>de</strong> Vivo; <strong>Mar</strong>io di Bitetti; <strong>Mar</strong>io Flávio Moreira; MaurícioSavi; Meg Symington; Miguel Calmon; Miguel Ribon Junior; Mônica <strong>de</strong> Mesquita; PauloRoberto Castella; Pedro Develey; Peter May; Peter Nijkamp; Renato Jesus; Ricar<strong>do</strong> BonfimMacha<strong>do</strong>; Ricar<strong>do</strong> Ganem; Ricar<strong>do</strong> Wen<strong>de</strong>l <strong>de</strong> Magalhães; Robert Pressey; Robin Abell;Robin Nai<strong>do</strong>o; Rogério Nora Lima; Rubens Garlip; Samir Gonçalves Rolim; Sandra ReginaAfonso; Sergio Lucena; Sérgio Talocchi; Sidnei Raimun<strong>do</strong>; Silvia Ziller; Susan Palminteri; TâniaWendt; Taylor Ricketts; Valentina Denizo; Vilma Sieben; Waldir Mantovani; Yara Valver<strong>de</strong>.INSTITUIÇÕESABDL e VITAE CIVILIS; ARCPLAN; Associação Mico Leão Doura<strong>do</strong>; Birdlife/SAVE; CARE;CDHU; CGEU/DIREC/IBAMA; CNRBMA; Conservação Internacional <strong>do</strong> Brasil; ConsórcioIntermunicipal Lagos São João - RJ; Curicaca; DAIA/SMA-SP; Diretoria <strong>de</strong> Areas Protegi<strong>da</strong>s/SBF/MMA; ECO - Associação para Estu<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Ambiente; ESFA; FATMA; FEA/SP; FIESP;Frepesp; IAP/PR; IBAMA - APA Petrópolis; IBAMA/RJ; IBGE; IEF-RJ; IE-UNICAMP; Instituto<strong>de</strong> Biociências - USP; Instituto <strong>de</strong> Botânica; Instituto Florestal/SP; IPE; IPEMA; Mater Natura;Ministério Público Fe<strong>de</strong>ral - SP; Museu <strong>de</strong> Zoologia - USP; NAPMA/MMA; Parque <strong>da</strong>sNeblinas - Ecofuturo; Prefeitura Municipal <strong>de</strong> São Paulo; PROCAM/USP; Reserva EcológicaGuapiaçu; Reserva Natural <strong>da</strong> Vale <strong>do</strong> Rio Doce; SENAC; SMA-SP; Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> Brasileira <strong>de</strong>Silvicultura; TNC; Instituto Horus; UFES; UFZ Centre for Environmental Research Leipzig-Halle; UNICAMP; Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Lavras - UFLA; Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>do</strong> Paraná;Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>do</strong> RJ; Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Livre <strong>de</strong> Amsterdã; University of Queensland;WWF-Brasil; WWF-US.UNIR PARA CONSERVAR A VIDA


BIOMA MATA ATLÂNTICA© WWF-Brasil / Gustavo Accacio


Visão <strong>de</strong> Biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>119GlossárioAlvos ou objetos <strong>de</strong> conservação: qualquer feição ou componente <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> (população, espécie, comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>,ecossistema ou processo ecológico ou processo evolutivo) que seja consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> como prioritário para a conservação.Análise <strong>de</strong> custos: pesos negativos ou positivos atribuí<strong>do</strong>s às variáveis que têm efeito na conservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong>.Po<strong>de</strong>m ser custos reais (valores monetários, por exemplo) ou valores abstratos (custos sociais, por exemplo).Análise <strong>de</strong> lacunas: procedimento analítico orienta<strong>do</strong> para a i<strong>de</strong>ntificação <strong>da</strong>queles objetos <strong>de</strong> conservação que nãoestão protegi<strong>do</strong>s ou abrangi<strong>do</strong>s pelo conjunto existente <strong>de</strong> áreas protegi<strong>da</strong>s.Cenários <strong>de</strong> conservação: opções gera<strong>da</strong>s a partir <strong>da</strong> implementação <strong>de</strong> diferentes soluções aponta<strong>da</strong>s pelo sistema <strong>de</strong>suporte à <strong>de</strong>cisão.Complementari<strong>da</strong><strong>de</strong>: característica <strong>de</strong>sejável <strong>da</strong>s áreas ou locali<strong>da</strong><strong>de</strong>s que são propostas para serem incluí<strong>da</strong>s emum sistema <strong>de</strong> áreas protegi<strong>da</strong>s. I<strong>de</strong>almente essas áreas adicionais <strong>de</strong>vem contribuir para a proteção ou conservação<strong>da</strong>queles objetos <strong>de</strong> conservação ain<strong>da</strong> não abrangi<strong>do</strong>s pelo conjunto existente <strong>de</strong> áreas protegi<strong>da</strong>s.Flexibili<strong>da</strong><strong>de</strong>: proteção <strong>do</strong>s alvos <strong>de</strong> conservação po<strong>de</strong> ser atingi<strong>da</strong> por diversas combinações <strong>de</strong> áreas prioritárias.Funcionali<strong>da</strong><strong>de</strong>: promoção <strong>da</strong> persistência no longo prazo <strong>do</strong>s alvos <strong>de</strong> conservação manten<strong>do</strong> sua viabili<strong>da</strong><strong>de</strong> eintegri<strong>da</strong><strong>de</strong> ecológica.Genetic Algorith for Rule-set Prediction (GARP): mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> simulação que incorpora a combinação <strong>de</strong> variáveisambientais para predizer o nicho ecológico (distribuição no espaço) <strong>da</strong>s espécies.Indica<strong>do</strong>res ou substitutos <strong>de</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong>: um <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> conjunto <strong>de</strong> informações espaciais, freqüentementemapas <strong>de</strong> tipos vegetação combina<strong>do</strong>s com variáveis abióticas (clima, topografia, solos), que são utiliza<strong>do</strong>s para suprira falta <strong>do</strong>s <strong>da</strong><strong>do</strong>s básicos sobre a distribuição <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong>. Em inglês, esses <strong>da</strong><strong>do</strong>s são chama<strong>do</strong>s <strong>de</strong> surrogates.Insubstituibili<strong>da</strong><strong>de</strong>: a) probabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>termina<strong>da</strong> Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Planejamento (UP) ter <strong>de</strong> ser protegi<strong>da</strong> para atingirum <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> conjunto <strong>de</strong> metas; b) efeito <strong>da</strong> indisponibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> área sobre as opções para atingir as metas <strong>de</strong>conservação; c) medi<strong>da</strong> <strong>de</strong>signa<strong>da</strong> para uma área <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a refletir a sua contribuição para a consecução <strong>da</strong>s metas <strong>de</strong>conservação estabeleci<strong>da</strong>s no contexto <strong>da</strong> região analisa<strong>da</strong>; d) contribuição potencial <strong>da</strong>s uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> paisagem para ameta <strong>de</strong> representação e o efeito <strong>de</strong> sua indisponibili<strong>da</strong><strong>de</strong> sobre as outras opções para atingir os alvos conservação.Metas <strong>de</strong> conservação: quantificação <strong>do</strong> que se quer proteger <strong>do</strong>s objetos <strong>de</strong> conservação.Penali<strong>da</strong><strong>de</strong>: pena imposta à solução por não atingir um ou mais objetivos <strong>de</strong> conservação.Planejamento sistemático para conservação: conjunto <strong>de</strong> procedimentos seqüenciais que são orienta<strong>do</strong>s para a<strong>de</strong>finição <strong>de</strong> um sistema representativo <strong>de</strong> áreas protegi<strong>da</strong>s.Representativi<strong>da</strong><strong>de</strong>: característica <strong>de</strong>sejável <strong>de</strong> um sistema <strong>de</strong> áreas protegi<strong>da</strong>s ou áreas prioritárias para aconservação. Um sistema <strong>de</strong> áreas protegi<strong>da</strong>s representativo é aquele que contempla to<strong>do</strong>s os objetos <strong>de</strong> conservaçãoconsi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s em um exercício <strong>de</strong> priorização.Sistemas <strong>de</strong> suporte à <strong>de</strong>cisão: programa (ou conjunto <strong>de</strong> programas) que permite ao usuário explorar diferentescenários <strong>de</strong> áreas prioritárias para conservação, integran<strong>do</strong> <strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>de</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong>, ameaças, custos eoportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s, proven<strong>do</strong> bases científicas para toma<strong>da</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão.Superfície <strong>de</strong> custo: mapa matricial on<strong>de</strong> o valor <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> célula (uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> planejamento) reflete uma estimativa <strong>do</strong>custo total (econômico, social, ambiental, etc) para que esta uni<strong>da</strong><strong>de</strong> seja protegi<strong>da</strong>.Uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> planejamento (ups): base <strong>de</strong> alocação territorial a<strong>do</strong>ta<strong>da</strong> pelo sistema <strong>de</strong> suporte à <strong>de</strong>cisão.UNIR PARA CONSERVAR A VIDA


© WWF-Brasil / Zig KochBIOMA MATA ATLÂNTICALista <strong>de</strong> siglasAHPAPAAPPC-PlanDITREEGARPIBAMAIBGEICMSMARXANMMAONGPEPETARPROBIORPPNTNCUCsUFGUNESCOUPAnalytical hierarchy processÁrea <strong>de</strong> proteção ambientalÁrea <strong>de</strong> proteção permanenteConservation planning softwareDeclaração <strong>do</strong> imposto sobre a proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> territorial ruralEstação ecológicaGenetic algorithm for rule-set predictionInstituto brasileiro <strong>do</strong> meio ambiente e <strong>do</strong>s recursos naturais renováveisFun<strong>da</strong>ção instituto brasileiro <strong>de</strong> geografia e estatísticaImposto sobre circulação <strong>de</strong> merca<strong>do</strong>rias e prestação <strong>de</strong> serviços<strong>Mar</strong>ine reserve <strong>de</strong>sign using spatially explicit annealingMinistério <strong>do</strong> meio ambienteOrganização não-governamentalParque estadualParque estadual turístico <strong>do</strong> alto ribeiraProjeto <strong>de</strong> conservação e utilização sustentável <strong>da</strong> diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> biológica brasileiraReserva particular <strong>do</strong> patrimônio naturalThe nature conservancyUni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> conservaçãoUni<strong>da</strong><strong>de</strong> fitogeomorfológicaOrganização <strong>da</strong>s nações uni<strong>da</strong>s para a educação, a ciência e a culturaUni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> planejamento


Visão <strong>de</strong> Biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>121Lista <strong>de</strong> figurasFigura 1. Localização <strong>da</strong> ecorregião <strong>da</strong> <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong> na Mata Atlântica, Brasil. 6UNIR PARA CONSERVAR A VIDAFigura 2. Fluxograma simplifica<strong>do</strong> <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> áreas prioritárias para conservação <strong>da</strong>biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> na Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>.10Figura 3. Limite original e revisa<strong>do</strong> <strong>da</strong> ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>. 23Figura 4. Quatro macrorregiões <strong>da</strong> floresta ombrófila <strong>de</strong>nsa <strong>da</strong>s serras <strong>do</strong> sul e su<strong>de</strong>ste <strong>da</strong> ecorregião <strong>da</strong> <strong>Serra</strong> <strong>do</strong><strong>Mar</strong> <strong>de</strong>fini<strong>da</strong>s por um gradiente latitudinal.26Figura 5. Esquema <strong>do</strong> gradiente <strong>de</strong> distribuição vertical exibi<strong>do</strong> pelas formações <strong>de</strong> floresta ombrófila <strong>de</strong>nsa <strong>da</strong>sserras <strong>do</strong> sul e su<strong>de</strong>ste brasileiro na ecorregião <strong>da</strong> <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>.31Figura 6. Remanescentes florestais <strong>da</strong> Ecorregião <strong>da</strong> <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong> no ano <strong>de</strong> 2000 (Fonte: SOS Mata Atlântica). 45Figura 7. Uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s fitogeomorfológicas (UFGs) <strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong> (vi<strong>de</strong> Anexo II.para listagem completa). 51Figura 8. Fluxograma com as principais etapas para geração <strong>da</strong>s uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s fitogeomorfológicas (UFGs) para aEcorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>.52Figura 9. Distribuição <strong>de</strong> espécies gera<strong>da</strong> por mo<strong>de</strong>lo matemático (GARP – sábia-<strong>da</strong>-marta-virgem Lipalguslanioi<strong>de</strong>s), por polígono <strong>de</strong> extensão <strong>de</strong> ocorrência (palmeira – Geonoma rubescens H. Wendl. ex Dru<strong>de</strong>) e por 60<strong>de</strong>limitação <strong>de</strong> círculos (formigueiro-cabeça-negra – Formicivora erythronotos).Figura 10. Uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> planejamento a<strong>do</strong>ta<strong>da</strong>s no planejamentos sistemático para a conservação <strong>da</strong>biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> na Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>.63Figura 11. Uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> conservação fe<strong>de</strong>rais e estaduais <strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>. 63Figura 12. Insubstituibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>do</strong> planejamento para a conservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> ecorregião<strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>.65Figura 13. Nível <strong>de</strong> proteção <strong>do</strong>s 202 objetos <strong>de</strong> conservação seleciona<strong>do</strong>s na i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> áreas prioritáriaspara a conservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> na Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>.66figura 14. Nível <strong>de</strong> proteção <strong>do</strong>s diferentes grupos <strong>de</strong> objetos <strong>de</strong> conservação seleciona<strong>do</strong>s para i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong>áreas prioritárias para a conservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> na Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>.67Figura 15. Nível <strong>de</strong> proteção <strong>da</strong>s espécies e populações <strong>de</strong> anfíbios seleciona<strong>do</strong>s para i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> áreasprioritárias para a conservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> na Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>.67Figura 16. Mapa municipal <strong>de</strong> custo para conservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> vetor agrega<strong>do</strong> <strong>de</strong> pressõessócioeconômicas <strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>.72Figura 17. Mapa <strong>de</strong> custo para conservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> indica<strong>do</strong>r proximi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> infra-estrutura <strong>de</strong>transporte na Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>.73Figura 18. Mapa <strong>de</strong> custo para conservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> indica<strong>do</strong>r tamanho e proximi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s áreasurbanas na Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>.74Figura 19. Mapa <strong>de</strong> custo para conservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> indica<strong>do</strong>r grau <strong>de</strong> <strong>de</strong>clivi<strong>da</strong><strong>de</strong> reduzi<strong>do</strong> naEcorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>.74Figura 20. Mapa <strong>de</strong> custo para conservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> indica<strong>do</strong>r grau <strong>de</strong> cobertura florestal -<strong>de</strong>smatamento na Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>.76Figura 21. Mapa <strong>de</strong> custo para conservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> indica<strong>do</strong>r proximi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong>conservação <strong>de</strong> proteção integral na Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>.77Figura 22. Mapa <strong>de</strong> custo para conservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> indica<strong>do</strong>r inclusão em uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> conservação<strong>de</strong> uso sustentável na Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>.77Figura 23. Mapa <strong>de</strong> custo para conservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> indica<strong>do</strong>r grau <strong>de</strong> cobertura florestal -remanescentes florestais na Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>.78Figura 24. Mapa <strong>de</strong> custo para conservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> indica<strong>do</strong>r grau <strong>de</strong> <strong>de</strong>clivi<strong>da</strong><strong>de</strong> eleva<strong>do</strong> naEcorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>.79Figura 25. Mapa municipal <strong>de</strong> custo para conservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> vetor agrega<strong>do</strong> <strong>de</strong> governançaambiental na Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>.81Figura 26. Superfície <strong>de</strong> custo final <strong>de</strong> conservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> para a ecorregião <strong>da</strong> <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>,resulta<strong>do</strong> <strong>da</strong> integração <strong>do</strong>s mapas <strong>de</strong> custo <strong>da</strong>s variáveis positivas e negativas.83Figura 27. Áreas prioritárias potenciais para conservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> na Ecorregião <strong>da</strong> <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>. 84


BIOMA MATA ATLÂNTICAFigura 28. Freqüência <strong>de</strong> seleção <strong>da</strong>s uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> planejamento para a conservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>ecorregião <strong>da</strong> <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong> em 200 execuções <strong>do</strong> algoritmo <strong>de</strong> otimização têmpera simula<strong>da</strong>.Figura 29. Razão entre as metas <strong>de</strong> conservação a<strong>do</strong>ta<strong>da</strong>s para ca<strong>da</strong> espécie e a área <strong>de</strong> distribuição para essasespécies nas áreas prioritárias potenciais para a conservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> gera<strong>da</strong>s pelo planejamentosistemático na Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>.Figura 30. Áreas prioritárias para conservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> na Ecorregião <strong>da</strong> <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>, após a revisãopor especialistas (vi<strong>de</strong> Anexo VI para legen<strong>da</strong> numérica).Figura 31. Classificação <strong>da</strong>s áreas prioritárias para conservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Ecorregião <strong>da</strong> <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>a partir <strong>de</strong> seus valores médios <strong>de</strong> insubstituibili<strong>da</strong><strong>de</strong> e vulnerabili<strong>da</strong><strong>de</strong> à per<strong>da</strong> <strong>de</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> (vi<strong>de</strong> Anexo VIpara legen<strong>da</strong> numérica).Figura 32. Áreas prioritárias para conservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong> classifica<strong>da</strong>s em quatroquadrantes segun<strong>do</strong> seu grau <strong>de</strong> insubstituibili<strong>da</strong><strong>de</strong> e vulnerabili<strong>da</strong><strong>de</strong> (vi<strong>de</strong> Anexo VI para legen<strong>da</strong> numérica).Figura 33. Gráfico <strong>de</strong> dispersão entre número e área média <strong>do</strong>s fragmentos fl orestais nas áreas prioritárias paraconservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong> (vi<strong>de</strong> Anexo VI para legen<strong>da</strong> numérica).Figura 34. Recomen<strong>da</strong>ções <strong>de</strong> ações <strong>de</strong> manejo <strong>de</strong> conservação <strong>de</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> para as áreas prioritárias <strong>da</strong>Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong> segun<strong>do</strong> as diferentes situações <strong>de</strong> número e tamanho <strong>de</strong> fragmentos florestais (vi<strong>de</strong>Anexo VI para legen<strong>da</strong> numérica).848588949699100© WWF-Brasil / Gustavo Accacio


Visão <strong>de</strong> Biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>123Lista <strong>de</strong> tabelasTabela 1. Variação hipsométrica <strong>da</strong>s formações florestais na Mata Atlântica segun<strong>do</strong> VELOSO (1991). 49Tabela 2. Metas <strong>de</strong> conservação a<strong>do</strong>ta<strong>da</strong>s para as UFGs em hectares 53Tabela 3. Classes <strong>de</strong> vulnerabili<strong>da</strong><strong>de</strong> a<strong>do</strong>ta<strong>da</strong>s para as UFGs. 53Tabela 4. Espécies <strong>de</strong> anfíbios e respectivos números <strong>de</strong> subpopulações <strong>de</strong>fini<strong>da</strong>s como objetos <strong>de</strong> conservação 56Tabela 5. Metas <strong>de</strong> conservação para diferentes grupos <strong>de</strong> espécies analisa<strong>da</strong>s no planejamento sistemático <strong>da</strong>conservação na <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>Tabela 6. Graus <strong>de</strong> vulnerabili<strong>da</strong><strong>de</strong> a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong> para as espécies analisa<strong>da</strong>s na visão <strong>da</strong> conservação <strong>da</strong> Ecorregião<strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>Tabela 7. Custos positivos (ameaças) e negativos (oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s) para a conservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> naecorregião <strong>da</strong> <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>, com suas classes e respectivos pesos <strong>de</strong> importância.Tabela 8. Indica<strong>do</strong>res <strong>de</strong> pressão e respectivos pesos a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong>s na pon<strong>de</strong>ração <strong>do</strong> custo <strong>de</strong> conservaçãopressões socioeconômicas para a Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>.60617071Tabela 9. Indica<strong>do</strong>res que compõem o custo governança ambiental e seus respectivos pesos. 81Tabela 10. Principais sugestões <strong>do</strong>s grupos <strong>de</strong> trabalho forma<strong>do</strong>s durante o seminário <strong>de</strong> discussão e consulta aespecialistas.Tabela Anexo V - 1. Representação gráfica <strong>do</strong> mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> sinaliza<strong>do</strong>res (“flag mo<strong>de</strong>l”) utiliza<strong>do</strong> na visão <strong>de</strong>conservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>Tabela Anexo V - 2. Limiares críticos <strong>do</strong> indica<strong>do</strong>r agropecuária e número <strong>de</strong> municípios por classe utiliza<strong>do</strong> navisão <strong>de</strong> conservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>.Tabela Anexo V - 3. Definição <strong>de</strong> cortes para estabelecimento <strong>do</strong>s limiares críticos para a silvicultura utiliza<strong>do</strong> navisão <strong>de</strong> conservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>.Tabela Anexo V - 4. Limiares críticos <strong>do</strong> indica<strong>do</strong>r silvicultura e número <strong>de</strong> municípios por classe utiliza<strong>do</strong> navisão <strong>de</strong> conservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>.Tabela Anexo V - 5. Limiares críticos para o indica<strong>do</strong>r ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s industriais e número <strong>de</strong> municípios por classeutiliza<strong>do</strong> na visão <strong>de</strong> conservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>.87142145145146147Tabela Anexo V - 6. Categorias <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s extrativistas minerais e respectivos fatores <strong>de</strong> complexi<strong>da</strong><strong>de</strong> W. 148Tabela Anexo V - 7. Limiares críticos para o indica<strong>do</strong>r mineração e número <strong>de</strong> municípios por classe utiliza<strong>do</strong> navisão <strong>de</strong> conservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>.148Tabela Anexo V - 8. Pon<strong>de</strong>ração <strong>do</strong> indica<strong>do</strong>r população com base nos censos populacionais <strong>do</strong> IBGE <strong>de</strong> 1991 e 2000 151Tabela Anexo V - 9. Número <strong>de</strong> municípios por classe <strong>de</strong> pressão ambiental <strong>do</strong> indica<strong>do</strong>r população utiliza<strong>do</strong> navisão <strong>de</strong> conservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>Tabela Anexo V - 10. Indica<strong>do</strong>res <strong>de</strong> pressão socioeconômica e respectivos pesos para agregação final no vetor<strong>de</strong> pressão socioeconômica.Tabela Anexo V - 11. Exemplo <strong>de</strong> pontuação <strong>do</strong> fator <strong>de</strong> custo vetor agrega<strong>do</strong> <strong>de</strong> pressão socioeconômica paracinco municípios hipotéticos.151152152Tabela Anexo V - 12. Limiares críticos <strong>do</strong> fator <strong>de</strong> custo vetor agrega<strong>do</strong> <strong>de</strong> pressão socioeconômica 153Tabela Anexo V - 13. Pesos <strong>do</strong>s indica<strong>do</strong>res analisa<strong>do</strong>s no vetor agrega<strong>do</strong> <strong>de</strong> pressão socioeconômica. 153Tabela Anexo V - 14. Indica<strong>do</strong>res que compõem o vetor agrega<strong>do</strong> <strong>de</strong> governança ambiental e seus respectivos pesos 154Tabela Anexo V - 15. Exemplo <strong>de</strong> cálculo <strong>de</strong> pontuação parcial <strong>de</strong> seis indica<strong>do</strong>res <strong>de</strong> governança ambiental. 154Tabela Anexo V - 16. Exemplo <strong>de</strong> pontuação para o indica<strong>do</strong>r conselho <strong>de</strong> meio ambiente emprega<strong>do</strong> no vetoragrega<strong>do</strong> <strong>de</strong> governança ambiental.Tabela Anexo V - 17. Exemplo <strong>de</strong> pontuação para o indica<strong>do</strong>r Agen<strong>da</strong> 21 emprega<strong>do</strong> no vetor agrega<strong>do</strong> <strong>de</strong>governança ambiental.155155UNIR PARA CONSERVAR A VIDATabela Anexo V - 18. Limiares críticos <strong>do</strong> vetor agrega<strong>do</strong> governança ambiental. 156


BIOMA MATA ATLÂNTICAAnexos© WWF-Brasil / Adriano GambariniANEXO IESPECIALISTAS CONSULTADOS SOBRE A REVISÃO DOS LIMITES DA ECORREGIÃOSERRA DO MARNome Especiali<strong>da</strong><strong>de</strong> Instituição<strong>Mar</strong>celo PassamaniRogério Nora LimaFábio OlmosZoologia (mamíferos)Ecologia <strong>da</strong> paisagemZoologia (aves)/Biologia <strong>da</strong>ConservaçãoEscola Superior São Francisco <strong>de</strong>Assis – ESFAEscola Superior São Francisco <strong>de</strong>Assis – ESFABirdlifeLuiz Eduar<strong>do</strong> Mantovani Geomorfologia Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>do</strong> Paraná - UFPRWaldir MantovaniFitogeografiaUniversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo Instituto <strong>de</strong>Biociências – USPAry T. <strong>de</strong> Oliveira Filho Fitogeografia Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Lavras – UFLAFernan<strong>do</strong> <strong>Mar</strong>tins Fitogeografia Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Campinas – UNICAMPMário <strong>de</strong> Vivo Zoologia (mamíferos) Museu <strong>de</strong> Zoologia-USPJefferson Pra<strong>do</strong>Fitotaxonomia (pteridófitas)Instituto <strong>de</strong> Botânica <strong>de</strong> São Paulo –IBot-SPKeith Brown Jr. Zoologia (borboletas) Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Campinas – UNICAMPLuiz Paulo PintoLucio Be<strong>de</strong>Zoologia (primatas)/ Biologia <strong>da</strong>conservaçãoZoologia (libélulas)/ Biologia <strong>da</strong>conservaçãoConservação InternacionalConservação InternacionalTânia Wendt Fitotaxonomia (bromélias) Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>do</strong> Rio <strong>de</strong> JaneiroRenato Jesus/ Samir GonçalvesRolimEngenharia Florestal (Fitogeografia)Reserva Natural <strong>da</strong> Vale <strong>do</strong> Rio Doce


Visão <strong>de</strong> Biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>125ANEXO IIOBJETOS DE CONSERVAÇÃO: UNIDADES FITOGEOMORFOLÓGICASLista <strong>de</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s fitogeomorfológicas utiliza<strong>da</strong>s como objeto <strong>de</strong> conservação na visão <strong>de</strong>biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong> acompanha<strong>do</strong> <strong>da</strong>s respectivas áreas originais, áreasremanescentes, razão entre área original e área remanescente e grau <strong>de</strong> vulnerabili<strong>da</strong><strong>de</strong> (escalacrescente <strong>de</strong> 1 a 4) e meta a<strong>do</strong>ta<strong>da</strong>.Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> fitogeomorlógicaárea originalAO (ha)remanescentesAR em 2004 (ha)razãoAR/AOvulnerabili<strong>da</strong><strong>de</strong>(escalacrescente)meta(ha)UNIR PARA CONSERVAR A VIDAAlinhamento <strong>de</strong> Cristas <strong>do</strong>Paraíba <strong>do</strong> Sul/Floresta Ombrófila DensaMontanaAlinhamento <strong>de</strong> Cristas <strong>do</strong>Paraíba <strong>do</strong> Sul/Floresta Ombrófila DensaSubmontanaChãs Pré-Litoraneas/Floresta Ombrófila DensaMontanaDepressão <strong>da</strong> Baia <strong>de</strong>Paranaguá/Floresta Ombrófila DensaSubmontanaDepressão <strong>da</strong> Zona CarboníferaCatarinense/Floresta Ombrófila DensaSubmontanaDepressão <strong>do</strong> Alto Ribeira/Floresta Ombrófila DensaMontanaDepressão <strong>do</strong> Alto Ribeira/Floresta Ombrófila DensaSubmontanaDepressão <strong>do</strong> Lagamar/Floresta Ombrófila DensaSubmontanaDepressão <strong>do</strong> Paraíba <strong>do</strong> Sul/Floresta Ombrófila DensaMontanaDepressão <strong>do</strong> Paraíba <strong>do</strong> Sul/Floresta Ombrófila DensaSubmontanaDepressão e Tabuleiros <strong>do</strong>Baixo/Médio Ribeira/Floresta Ombrófila DensaAluvialDepressão e Tabuleiros <strong>do</strong>Baixo/Médio Ribeira/Floresta Ombrófila DensaMontana89270 22132 0.25 3 1163313724 10881 0.79 1 1000046737 10386 0.22 4 1000088776 88528 1.00 1 26633114988 47726 0.42 3 22693221692 94216 0.42 3 4451759472 29303 0.49 3 1325020648 20030 0.97 1 1000083459 12612 0.15 4 1000034125 14343 0.42 3 10000989 866 0.88 1 866267069 257672 0.96 1 80021


BIOMA MATA ATLÂNTICAUni<strong>da</strong><strong>de</strong> fitogeomorlógicaárea originalAO (ha)remanescentesAR em 2004 (ha)razãoAR/AOvulnerabili<strong>da</strong><strong>de</strong>(escalacrescente)meta(ha)Depressão e Tabuleiro Baixo/Médio Ribeira/Floresta Ombrófila DensaSubmontanaColinas e Maciços Costeiros/Estepe Caatinga Arbórea AbertaMaciços <strong>do</strong> Caparaó/Floresta EstacionalSemi<strong>de</strong>cidual MontanaColinas e Maciços Costeiros/Floresta EstacionalSemi<strong>de</strong>cidual SubmontanaPlanície Litorânea/Floresta Ombrófila DensaAluvial <strong>de</strong> Terras Baixas CENTROColinas e Maciços Costeiros/Floresta Ombrófila Densa <strong>de</strong>Terras Baixas Espírito SantoColinas e Maciços Costeiros/Floresta Ombrófila Densa <strong>de</strong>Terras Baixas norteDepressão <strong>da</strong> Zona CarboníferaCatarinense/Floresta Ombrófila Densa <strong>de</strong>Terras Baixas sulPatamar <strong>de</strong> Mafra/Floresta Ombrófila Mista sulDepressão Lagamar/Formações Pioneiras centroDepressão <strong>do</strong> Paraíba <strong>do</strong> Sul/Formações Pioneiras nortePlanície Litorânea/Formações Pioneiras sulMaciço <strong>da</strong> Ilha <strong>do</strong> Car<strong>do</strong>so/Floresta Ombrófila DensaSubmontanaMaciço <strong>da</strong> Juréia/Floresta Ombrófila DensaSubmontanaMaciço <strong>da</strong> <strong>Serra</strong> <strong>da</strong> Prata/Floresta Ombrófila DensaMontanaMaciço <strong>da</strong> <strong>Serra</strong> <strong>da</strong> Prata/Floresta Ombrófila DensaSubmontanaMaciço <strong>da</strong> <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> Itatins/Floresta Ombrófila DensaMontana533396 440911 0.83 1 1552087171 247 0.03 4 24791990 22008 0.24 4 11625139964 5317 0.04 4 5317934246 544029 0.58 2 23137858854 5688 0.10 4 5688556888 58978 0.11 4 33513285492 7542 0.03 4 7542259898 157150 0.60 2 6578381852 70353 0.86 1 24071111155 10262 0.09 4 1000090012 32765 0.36 3 160814946 4822 0.98 1 48226182 6182 1.00 1 618215332 15332 1.00 1 1000024729 24605 1.00 1 1000031282 30540 0.98 1 10000


Visão <strong>de</strong> Biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>127© WWF-Brasil / Adriano GambariniUNIR PARA CONSERVAR A VIDA


BIOMA MATA ATLÂNTICAUni<strong>da</strong><strong>de</strong> fitogeomorlógicaárea originalAO (ha)remanescentesAR em 2004 (ha)razãoAR/AOvulnerabili<strong>da</strong><strong>de</strong>(escalacrescente)meta(ha)Maciço <strong>da</strong> <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> Itatins/Floresta Ombrófila DensaSubmontanaMaciço <strong>da</strong> <strong>Serra</strong> Negra/Floresta Ombrófila Densa Alto-MontanaMaciço <strong>da</strong> <strong>Serra</strong> Negra/Floresta Ombrófila DensaMontanaMaciços <strong>do</strong> Caparaó/Floresta Ombrófila AbertaMaciços <strong>do</strong> Caparaó/Floresta Ombrófila Densa Alto-MontanaMaciços <strong>do</strong> Caparaó/Floresta Ombrófila DensaMontanaMaciços <strong>do</strong> Caparaó/Floresta Ombrófila DensaRefugio Ecológico Alto-MontanaMaciços <strong>do</strong> Caparaó/Floresta Ombrófila DensaSubmontanaMaciços <strong>do</strong> Caparaó/Floresta Ombrófila MistaPatamar <strong>de</strong> Mafra/Floresta Ombrófila DensaMontanaPatamares <strong>da</strong> <strong>Serra</strong> Geral/Floresta Ombrófila DensaMontanaPatamares <strong>da</strong> <strong>Serra</strong> Geral/Floresta Ombrófila DensaSubmontanaPatamares <strong>do</strong> Alto Rio Itajaí/Floresta Ombrófila DensaMontanaPatamares <strong>do</strong> Alto Rio Itajaí/Floresta Ombrófila DensaSubmontanaPatamares Escalona<strong>do</strong>s <strong>do</strong> SulCapixaba/Floresta Ombrófila AbertaPatamares Escalona<strong>do</strong>s <strong>do</strong> SulCapixaba/Floresta Ombrófila Densa Alto-Montana46490 41668 0.90 1 137972473 2349 0.95 1 234915332 10881 0.71 2 100003586 989 0.28 3 9893957 3833 0.97 1 3833377235 88034 0.23 4 4665717681 17434 0.99 1 10000224783 12859 0.06 4 100005935 1855 0.31 3 185527820 17310 0.62 2 100003462 2597 0.75 1 2597136996 56505 0.41 3 26911526966 339276 0.64 2 13803556752 13972 0.25 4 1000022256 18052 0.81 1 100001484 495 0.33 3 495


Visão <strong>de</strong> Biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>129Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> fitogeomorlógicaárea originalAO (ha)remanescentesAR em 2004 (ha)razãoAR/AOvulnerabili<strong>da</strong><strong>de</strong>(escalacrescente)meta(ha)UNIR PARA CONSERVAR A VIDAPatamares Escalona<strong>do</strong>s <strong>do</strong> SulCapixaba/Floresta Ombrófila DensaMontanaPatamares Escalona<strong>do</strong>s <strong>do</strong> SulCapixaba/Floresta Ombrófila DensaSubmontanaPatamares Escalona<strong>do</strong>s <strong>do</strong> SulCapixaba/Floresta Ombrófila MistaPlanalto <strong>de</strong> Amparo/Floresta Ombrófila DensaMontanaPlanalto <strong>de</strong> Bocaina/Floresta Ombrófila Densa Alto-MontanaPlanalto <strong>de</strong> Bocaina/Floresta Ombrófila DensaMontanaPlanalto <strong>de</strong> Bocaina/Floresta Ombrófila DensaRefugio Ecol. Alto-MontanaPlanalto <strong>de</strong> Bocaina/Floresta Ombrófila DensaSubmontanaPlanalto <strong>de</strong> Bocaina/Floresta Ombrófila MistaPlanalto <strong>de</strong> Paraitinga-Paraibuna/Floresta Ombrófila Densa Alto-MontanaPlanalto <strong>de</strong> Paraitinga-Paraibuna/Floresta Ombrófila DensaMontanaPlanalto <strong>de</strong> Paraitinga-Paraibuna/Floresta Ombrófila DensaRefugio Ecológico Alto-MontanaPlanalto <strong>de</strong> Paraitinga-Paraibuna/Floresta Ombrófila DensaSubmontanaPlanalto <strong>de</strong> Paranapiacaba/Floresta Ombrófila DensaMontanaPlanalto <strong>de</strong> São Bento <strong>do</strong> Sul/Floresta Ombrófila Densa Alto-Montana362150 215510 0.60 2 9083293103 37958 0.41 3 1813242410 37587 0.89 1 12558785133 90754 0.12 4 5130519536 18299 0.94 1 10000163827 133905 0.82 1 475094698 4451 0.95 1 4451136131 104726 0.77 1 3866633260 31900 0.96 1 100004328 3709 0.86 1 3709617720 132669 0.21 4 710531855 1855 1.00 1 185577771 68993 0.89 1 23034247039 128589 0.52 2 570734946 4946 1.00 1 4946


BIOMA MATA ATLÂNTICAUni<strong>da</strong><strong>de</strong> fitogeomorlógicaárea originalAO (ha)remanescentesAR em 2004 (ha)razãoAR/AOvulnerabili<strong>da</strong><strong>de</strong>(escalacrescente)meta(ha)Planalto <strong>de</strong> São Bento <strong>do</strong> Sul/Floresta Ombrófila DensaMontanaPlanalto <strong>do</strong> Açougue/Capivari/Floresta Ombrófila DensaMontanaPlanalto <strong>do</strong> Alto Iguaçu/Floresta Ombrófila DensaMontanaPlanalto <strong>do</strong>s Campos Gerais/Floresta Ombrófila DensaMontanaPlanalto Paranapiacaba/Floresta Ombrófila DensaMontanaPlanalto Paulistano/Floresta Ombrófila DensaMontanaPlanalto Paulistano/Floresta Ombrófila DensaSubmontanaPlanalto Paulistano/Savana Cerra<strong>do</strong><strong>Serra</strong> <strong>da</strong> Mantiqueira/Floresta Ombrófila Densa Alto-Montana<strong>Serra</strong> <strong>da</strong> Mantiqueira/Floresta Ombrófila DensaMontana<strong>Serra</strong> <strong>da</strong> Mantiqueira/Floresta Ombrófila DensaRefugio Ecológico Alto-Montana<strong>Serra</strong> <strong>da</strong> Mantiqueira/Floresta Ombrófila Mista<strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>/Floresta Ombrófila Densa Alto-Montana<strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>/Floresta Ombrófila DensaMontana<strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>/Floresta Ombrófila DensaRefugio Ecológico Alto-Montano<strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>/Floresta Ombrófila DensaSubmontana<strong>Serra</strong> <strong>do</strong> Tabuleiro-Itajaí/Floresta Ombrófila DensaMontana42780 40431 0.95 1 1279583212 52919 0.64 2 216556059 6059 1.00 1 60598037 6677 0.83 1 667757989 49704 0.86 1 17042572220 259156 0.45 3 12028299162 90012 0.91 1 2949552425 866 0.02 4 86622132 22008 0.99 1 10000507925 254334 0.50 2 1143945935 5935 1.00 1 593597925 45006 0.46 3 2079824234 23121 0.95 1 10000338905 296496 0.87 1 10008011622 11622 1.00 1 10000263360 210564 0.80 1 75833217983 205742 0.94 1 65189


Visão <strong>de</strong> Biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>131Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> fitogeomorlógicaárea originalAO (ha)remanescentesAR em 2004 (ha)razãoAR/AOvulnerabili<strong>da</strong><strong>de</strong>(escalacrescente)meta(ha)<strong>Serra</strong> <strong>do</strong> Tabuleiro-Itajai/Floresta Ombrófila DensaSubmontana<strong>Serra</strong> <strong>do</strong>s órgãos/Floresta EstacionalSemi<strong>de</strong>cidual Montana<strong>Serra</strong> <strong>do</strong>s órgãos/Floresta Ombrófila Densa Alto-Montana<strong>Serra</strong> <strong>do</strong>s órgãos/Floresta Ombrófila DensaMontana<strong>Serra</strong> <strong>do</strong>s órgãos/Floresta Ombrófila DensaSubmontana<strong>Serra</strong> Geral/Floresta Ombrófila DensaMontana<strong>Serra</strong> Geral/Floresta Ombrófila DensaSubmontana744578 533643 0.72 2 205446153565 10757 0.07 4 100008779 3091 0.35 3 3091515962 231089 0.45 3 107603336309 121170 0.36 3 5960576164 72949 0.96 1 2280943275 39689 0.92 1 12893© WWF-Brasil / Zig KochUNIR PARA CONSERVAR A VIDA


© WWF-Brasil / Gustavo AccacioBIOMA MATA ATLÂNTICA


Visão <strong>de</strong> Biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>133ANEXO IIIESPÉCIES UTILIZADAS COMO OBJETOS DE CONSERVAÇÃOespécie grupo fonte meta (ha)vulnerabil<strong>da</strong><strong>de</strong>(escala crescente)Allagoptera arenaria (Gomes)KuntzepalmeiraFG to the Palms of theAmericas – 199525000 1Astrocaryumaculeatissimum(Schott) BurretpalmeiraFG to the Palms of theAmericas – 1995100000 1Attalea humilis <strong>Mar</strong>t.palmeiraFG to the Palms of theAmericas – 199525000 1Bactris caryotifolia <strong>Mar</strong>t.palmeiraFG to the Palms of theAmericas – 199550000 1Bactris hatschbachii Noblickex A.J. Hend.palmeiraFG to the Palms of theAmericas – 199525000 1Bactris vulgaris Barb. Rodr.palmeiraFG to the Palms of theAmericas – 199525000 1Geonoma rubescens H. Wendl.ex Dru<strong>de</strong>palmeiraFG to the Palms of theAmericas – 199550000 1Geonoma schottiana <strong>Mar</strong>t.palmeiraFG to the Palms of theAmericas – 199550000 1Lytocaryum wed<strong>de</strong>llianum(H. Wendl.) Tole<strong>do</strong>palmeiraFG to the Palms of theAmericas – 199525000 1Brachycephalus di<strong>da</strong>ctylusanfíbioGlobal amphibiamassesment15000 1Brachycephalus ephippiumanfíbioGlobal amphibiamassesment15000 1Brachycephalus hermogenesianfíbioGlobal amphibiamassesment15000 1Brachycephalus vertebralisanfíbioGlobal amphibiamassesment25000 1Colostetus olfersioi<strong>de</strong>sanfíbioGlobal amphibiamassesment15000 1Crosso<strong>da</strong>ctylo<strong>de</strong>s bokermanianfíbioGlobal amphibiamassesment25000 1Cycloramphus asperanfíbioGlobal amphibiamassesment15000 1Cycloramphus bolitoglossusanfíbioGlobal amphibiamassesment15000 1Cycloramphus boraceiensisanfíbioGlobal amphibiamassesment15000 1Cycloramphus brasiliensisanfíbioGlobal amphibiamassesment15000 1Cycloramphus catarinensisanfíbioGlobal amphibiamassesment25000 1Cycloramphus diringshofenianfíbioGlobal amphibiamassesment15000 1Cycloramphus dubiusanfíbioGlobal amphibiamassesment15000 1UNIR PARA CONSERVAR A VIDA


BIOMA MATA ATLÂNTICAespécie grupo fonte meta (ha)vulnerabil<strong>da</strong><strong>de</strong>(escala crescente)Cycloramphus dusenianfíbioGlobal amphibiamassesment15000 1Cycloramphuseleuthero<strong>da</strong>ctylusanfíbioGlobal amphibiamassesment15000 1Cycloramphus fuliginosusanfíbioGlobal amphibiamassesment15000 1Cycloramphus granulosusanfíbioGlobal amphibiamassesment15000 1Cycloramphus izecksohnianfíbioGlobal amphibiamassesment15000 1Cycloramphus lutzorumanfíbioGlobal amphibiamassesment15000 1Cycloramphus miran<strong>da</strong>ribeiroianfíbioGlobal amphibiamassesment25000 1Cycloramphus ohausianfíbioGlobal amphibiamassesment25000 1Cycloramphus rhyakonastesanfíbioGlobal amphibiamassesment25000 1Cycloramphus semipalmatusanfíbioGlobal amphibiamassesment25000 1Cycloramphus stejnegerianfíbioGlobal amphibiamassesment25000 1Cycloramphus valaeanfíbioGlobal amphibiamassesment25000 1Flectonotus sppanfíbioGlobal amphibiamassesment15000 1Holoa<strong>de</strong>n bra<strong>de</strong>ianfíbioGlobal amphibiamassesment25000 4Holoa<strong>de</strong>n lu<strong>de</strong>rwaldtianfíbioGlobal amphibiamassesment15000 1HyalinobatrachiumeurygnathumanfíbioGlobal amphibiamassesment15000 1HyalinobatrachiumuranoscopumanfíbioGlobal amphibiamassesment15000 1Hylo<strong>de</strong>s asperanfíbioGlobal amphibiamassesment15000 1Hylo<strong>de</strong>s charadranectesanfíbioGlobal amphibiamassesment25000 1Hylo<strong>de</strong>s <strong>da</strong>ctylocinusanfíbioGlobal amphibiamassesment25000 1Hylo<strong>de</strong>s heyerianfíbioGlobal amphibiamassesment15000 1Hylo<strong>de</strong>s lateristrigatusanfíbioGlobal amphibiamassesment15000 1Hylo<strong>de</strong>s magalhaesianfíbioGlobal amphibiamassesment25000 1Hylo<strong>de</strong>s meridionalisanfíbioGlobal amphibiamassesment25000 1


Visão <strong>de</strong> Biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>135espécie grupo fonte meta (ha)vulnerabil<strong>da</strong><strong>de</strong>(escala crescente)Hylo<strong>de</strong>s nasoanfíbioGlobal amphibiamassesment15000 1Hylo<strong>de</strong>s ornatusanfíbioGlobal amphibiamassesment25000 1Hylo<strong>de</strong>s perplicatusanfíbioGlobal amphibiamassesment25000 1Hylo<strong>de</strong>s phyllo<strong>de</strong>sanfíbioGlobal amphibiamassesment15000 1Hylo<strong>de</strong>s regiusanfíbioGlobal amphibiamassesment25000 1Hylo<strong>de</strong>s sazimaeanfíbioGlobal amphibiamassesment25000 1ParatelmatobiusanfíbioGlobal amphibiamassesment25000 3Phasmahyla cochranaeanfíbioGlobal amphibiamassesment15000 1Phasmahyla exilisanfíbioGlobal amphibiamassesment25000 1Phasmahyla guttataanfíbioGlobal amphibiamassesment15000 1Phrynomedusa appendiculataanfíbioGlobal amphibiamassesment15000 1Phrynomedusa marginataanfíbioGlobal amphibiamassesment15000 1Phrynomedusa vanzolinianfíbioGlobal amphibiamassesment15000 1Xenohyla truncataanfíbioGlobal amphibiamassesment25000 1Leucopternis lacernulata ave GARP 50000 2Carpornis cucullata ave GARP 45000 1Pipile jacutinga ave GARP 45000 3Procnias nudicollis ave GARP 45000 2Pyro<strong>de</strong>rus scutatus ave GARP 45000 1Rhamphastos dicolorus ave GARP 45000 1Seleni<strong>de</strong>ra maculirostris ave GARP 45000 3Amazona brasiliensis ave GARP 30000 2Anabacerthia amaurotis ave GARP 30000 1Chamaeza campanisona ave GARP 30000 1Chamaeza meruloi<strong>de</strong>s ave GARP 30000 1Drymophila ochropyga ave GARP 30000 1Drymophila rubricollis ave GARP 30000 1Formicarius colma ave GARP 30000 1Io<strong>do</strong>pleura pipra ave GARP 30000 1Lipalgus lanioi<strong>de</strong>s ave GARP 30000 1Merulaxis ater ave GARP 30000 1UNIR PARA CONSERVAR A VIDANeopelma chrysolophum ave GARP 30000 1


BIOMA MATA ATLÂNTICAespécie grupo fonte meta (ha)vulnerabil<strong>da</strong><strong>de</strong>(escala crescente)Phily<strong>do</strong>r atricapillus ave GARP 30000 1Phily<strong>do</strong>r rufus ave GARP 30000 1Pionopsitta pileata ave GARP 30000 1Piprites pileatus ave GARP 30000 2Tinamus solitarius ave GARP 30000 1Touit melanonota ave GARP 30000 3Touit sur<strong>da</strong> ave Buffer 30000 2Triclaria malachitacea ave GARP 30000 1Trogon rufus ave GARP 30000 1Xiphocolaptes albicollis ave GARP 30000 1Attila rufus ave GARP 20000 1Dysithamnus xantopterus ave GARP 20000 1Hylopezus nathereri ave GARP 20000 1Myrmotherula minor ave GARP 20000 2Poospiza thoracica ave GARP 20000 1Tangara cyanocephala ave GARP 20000 1Tangara <strong>de</strong>smaresti ave GARP 20000 1Tangara sele<strong>do</strong>n ave GARP 20000 1Thraupis cyanoptera ave GARP 20000 1Carpornis melanocephala ave GARP 15000 2Schizoeaca moreirae ave Buffer 15000 1Tijuca atra ave GARP 15000 1Tijuca condita ave Buffer 12000 2Drymophila genei ave GARP 10000 1Formicivora erythronotos ave Buffer 10000 4Nemosia rourei ave Buffer 10000 4Phylloscartes kronei ave GARP 10000 2Hemitriccus kaempferi ave Buffer 40000 4Stymphalornis acutirostris ave Buffer 25000 3Formicivora littoralis ave Buffer 8160 4Allouata guariba clamitans mamífero GARP 150000 1Cebus nigritus mamífero GARP 150000 1Brachyteles arachnoi<strong>de</strong>s mamífero GARP 125000 3Calicebus nigrifrons mamífero GARP 100000 1Leontopithecus caissara mamífero Buffer 65000 4Leontopithecus rosalia mamífero Ass. Mico Leão Doura<strong>do</strong> 46489 3Callithrix aurita mamífero GARP 50000 3Callithrix flaviceps mamífero GARP 50000 3Bradypus torquatus mamífero Buffer 25000 3Panthera onca mamífero CENAP 1200000 2


Visão <strong>de</strong> Biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>137© Juan Pratginestos / WWF-CanonUNIR PARA CONSERVAR A VIDA


BIOMA MATA ATLÂNTICAANEXO IVESPÉCIES INDICADAS PARA MONITORAMENTO NA ECORREGIÃO SERRA DO MARgrupo espécie nome popular ranking 1 ocorrência 2 indicaBrachyteles hypoxanthus muriqui-<strong>do</strong>-norte 2 2 caçaBrachyteles arachnoi<strong>de</strong>s mono-carvoeiro 2 2 caçaMamíferosCalicebus personatus sauá 2 3 resiliênciaCallithrix flaviceps sagui-<strong>da</strong>-terra 2 3 resiliênciaCallithrix aurita sagui-estrela-preto 2 3 resiliênciaLeontopithecus rosalia mico-leão-<strong>do</strong>ura<strong>do</strong> 1 3 resiliênciaLeontopithecus caissara mico-leão-<strong>de</strong>-cara-preta 1 2 resiliênciaPanthera onca onça-pinta<strong>da</strong> 1 1 integri<strong>da</strong><strong>de</strong>Tinamus solitarius macuco 2 3Aburria jacutinga jacutinga 1 1caça/resiliênciacaça/resiliênciaTriclaria malachitacea sabiá-cica 2 3 resiliênciaAmazona brasiliensis papagaio-<strong>da</strong>-cara-roxa 1 2 resiliênciaTouit melanonota apuim-<strong>de</strong>-cau<strong>da</strong>-vermelha 1 2 resiliênciaPianopsitta pilleata cuiú-cuiú 2 3 resiliênciaLeucopternis lacernulata gavião-pomba 1 2 resiliênciaTrogon rufus surucuá-<strong>de</strong>-barriga-amarela 3 3 resiliênciaRamphastos dicolorus tucano bico-ver<strong>de</strong> 3 3 resiliênciaSeleni<strong>de</strong>ra maculirostris araçari 1 2 resiliênciaProcnias nudicolis araponga 3 3 resiliênciaPyro<strong>de</strong>rus scutatus pavó 3 2 resiliênciaLipaugus lanioi<strong>de</strong>s tropeiro-<strong>da</strong>-serra 2 2 resiliênciaAvesCarpornis cucullatus/melanocephaluscorocochós 2 3 resiliênciaTijuca atra sau<strong>da</strong><strong>de</strong> 1 1 resiliênciaPiprites pileatus <strong>da</strong>nça<strong>do</strong>r-<strong>de</strong>-topete-preto 1 2 resiliênciaNeopelma chrysolophum fruxu 1 2 resiliênciaIo<strong>do</strong>pleura pipra anambézinho 1 2 resiliênciaThraupis cyanoptera sanhaço-<strong>de</strong>-encontro-azul 2 3 resiliênciaTangara (sele<strong>do</strong>n,<strong>de</strong>smaresti, cianocaphala)saíras 2 3 resiliênciaXiphocolaptes albicolis2 3 resiliênciaAttila rufus capitão-<strong>de</strong>-saíra 3 3 resiliênciaPhily<strong>do</strong>r atricapillus limpa-folha-coroa<strong>do</strong> 2 2 resiliênciaPhily<strong>do</strong>r rufus limpa-folha-testa-baia 3 3 resiliênciaAnabacerthia amaurotis limpa-folha-miú<strong>do</strong> 2 2 resiliênciaHilopesus nattereri torom-malha<strong>do</strong> 2 2 resiliênciaMirmotherula minor choquinha-pequena 2 2 resiliênciaDysithamnusxanthopterusarapaçu-<strong>de</strong>-gargantabrancachoquinha-<strong>de</strong>-asaferrugem2 2 resiliência


Visão <strong>de</strong> Biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>139grupo espécie nome popular ranking 1 ocorrência 2 indicaDrymophila rubricolis trovoa<strong>da</strong>-<strong>de</strong>-bertoni 2 2 resiliênciaDrymophila ochropyga trovoa<strong>da</strong>-ocre 2 2 resiliênciaDrymophila genei choquinha-<strong>da</strong>-serra 1 2 resiliênciaAvesChamezea campanisona/meruloi<strong>de</strong>stovacas 2 2 resiliênciaFormicarius colma pinto-<strong>do</strong>-mato 2 2 resiliênciaMerulaxis ater bigodu<strong>do</strong>-preto 2 2 resiliênciaPhylloscartes kronei maria-<strong>da</strong>-restinga 1 3 resiliênciaPoospiza thoracicapapa-capim-<strong>de</strong>-peitocastanho2 2 resiliênciaHylo<strong>de</strong>s spp 1 4 alteração*Cycloramphus spp 1 5 alteração*AnfíbiosPhasmahyla spp 2 5 alteração*Phrynomeduza spp 1 5 alteração*Hyalinobatrachium spp 2 5 alteração*Brachycephalus spp 1 2 alteração*1 Ranking: classes <strong>de</strong>fini<strong>da</strong>s segun<strong>do</strong> tolerância ambiental: <strong>de</strong> 1 – mais restritivo até 3 – menos restritivo.2 Ocorrência/hábitats: 1 floresta primária; 2. fragmentos <strong>de</strong> floresta preserva<strong>do</strong>s; 3. fragmentos <strong>de</strong> floresta primária e secundária em estágiosavança<strong>do</strong>s <strong>de</strong> regeneração; 4. riachos <strong>de</strong> corre<strong>de</strong>ira em floresta primária; 5. riachos <strong>de</strong> corre<strong>de</strong>ira em fragmentos <strong>de</strong> floresta preserva<strong>do</strong>s.* Alteração é indica<strong>da</strong> pelo <strong>de</strong>saparecimento <strong>da</strong> espécie no ambiente aparentemente preserva<strong>do</strong>.© WWF-Brasil / Adriano GambariniUNIR PARA CONSERVAR A VIDA


BIOMA MATA ATLÂNTICA© WWF-Brasil / Adriano Gambarini


Visão <strong>de</strong> Biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>141ANEXO VANÁLISE DE SINALIZADORESUso <strong>da</strong> análise <strong>de</strong> sinaliza<strong>do</strong>res para i<strong>de</strong>ntificar ameaças e oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s para conservação <strong>da</strong>biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> na ecorregião <strong>da</strong> <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>, Brasil.Análise <strong>de</strong> sinaliza<strong>do</strong>resO méto<strong>do</strong> utiliza<strong>do</strong> para a i<strong>de</strong>ntificação e representação <strong>da</strong>s pressões socioeconômicas no<strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> visão <strong>da</strong> conservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Ecorregião <strong>da</strong> <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong> foi aanálise <strong>de</strong> sinaliza<strong>do</strong>res (“Flag mo<strong>de</strong>l” - NIJKAMP; OUWERSLOOT, 1998; NIJKAMP, 1999; NIJKAMP;VREEKER, 2000). Em sua concepção original, esse mo<strong>de</strong>lo foi <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> para apoiar as toma<strong>da</strong>s<strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões públicas em relação às políticas <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento sustentável. O objetivo <strong>do</strong>mo<strong>de</strong>lo é operacionalizar o conceito <strong>de</strong> sustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> através <strong>de</strong> um enfoque multi-critério, noqual os indica<strong>do</strong>res são representa<strong>do</strong>s por faixas <strong>de</strong> valores, utilizan<strong>do</strong>-se <strong>do</strong> conceito <strong>de</strong> limiarescríticos. A proposta <strong>do</strong> mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> sinaliza<strong>do</strong>res é analisar se um ou mais cenários ou alternativas <strong>de</strong><strong>de</strong>senvolvimento po<strong>de</strong>m ser classifica<strong>do</strong>s como sustentáveis ou não (NIJKAMP, 1999).No caso <strong>da</strong> visão <strong>de</strong> conservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>, essa ferramenta foi utiliza<strong>da</strong>na análise <strong>de</strong> ameaças e oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s para conservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> para analisar <strong>do</strong>isvetores <strong>de</strong> pressão positivos ou negativos sobre a conservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong>, obti<strong>do</strong>s através<strong>da</strong> agregação <strong>de</strong> uma série <strong>de</strong> indica<strong>do</strong>res específicos atuantes na escala municipal: 1. vetoragrega<strong>do</strong> <strong>de</strong> pressões socioeconômicas, e 2. vetor agrega<strong>do</strong> <strong>de</strong> governança ambiental.Vetor agrega<strong>do</strong> <strong>de</strong> pressões socioeconômicasI<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> indica<strong>do</strong>res <strong>de</strong> pressão socioeconômicaO primeiro passo para a aplicação <strong>da</strong> analise <strong>de</strong> sinaliza<strong>do</strong>res foi a escolha <strong>de</strong> indica<strong>do</strong>res paracompor um vetor agrega<strong>do</strong> <strong>de</strong> pressão socioeconômica com base municipal. Inicialmente foisugeri<strong>da</strong> uma gran<strong>de</strong> lista <strong>de</strong> indica<strong>do</strong>res, discuti<strong>da</strong> no primeiro <strong>do</strong>s três seminários para consultacom especialistas, realiza<strong>do</strong> em novembro <strong>de</strong> 2003. Como resulta<strong>do</strong> <strong>da</strong>s discussões <strong>do</strong> seminário,<strong>de</strong>finiu-se uma lista preliminar <strong>de</strong> indica<strong>do</strong>res para que fosse verifica<strong>da</strong> a existência <strong>de</strong> <strong>da</strong><strong>do</strong>sa respeito <strong>do</strong>s mesmos, e para que fossem i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s especialistas em ca<strong>da</strong> um <strong>de</strong>les. Osindica<strong>do</strong>res <strong>de</strong> pressão seleciona<strong>do</strong>s no primeiro seminário foram: agricultura, turismo, pecuária,silvicultura, ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s industriais, extrativismo mineral, urbanização, governança ambiental(existência <strong>de</strong> instituições), população, situação fundiária (estrutura e regularização fundiária),consumo <strong>de</strong> recursos (água, energia e resíduos), incentivos econômicos e favelização.O contato com os especialistas aprofun<strong>do</strong>u as discussões para <strong>de</strong>terminar a relevância <strong>de</strong> ca<strong>da</strong>indica<strong>do</strong>r, estabelecer parâmetros <strong>de</strong> acesso e limiares críticos. A partir <strong>da</strong> pesquisa e discussão,a lista preliminar sofreu diversas alterações e reduções. Alguns indica<strong>do</strong>res foram aban<strong>do</strong>na<strong>do</strong>sem virtu<strong>de</strong> <strong>da</strong> indisponibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>da</strong><strong>do</strong>s, enquanto outros foram consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s inter<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntesou correlaciona<strong>do</strong>s. Após avaliação crítica, pesquisa e discussão nos seminários, o mapa final<strong>da</strong>s pressões socioeconômicas levou em consi<strong>de</strong>ração apenas 5 indica<strong>do</strong>res – agropecuária,silvicultura, mineração, indústria e população.UNIR PARA CONSERVAR A VIDADefini<strong>do</strong>s os critérios, chama<strong>do</strong>s aqui <strong>de</strong> indica<strong>do</strong>res <strong>de</strong> pressão socioeconômica, atribuiu-sea ca<strong>da</strong> um <strong>de</strong>les limiares críticos (LC), que são os valores <strong>de</strong> referência para julgar o esta<strong>do</strong> <strong>do</strong>sistema e as pressões ambientais existentes. Originalmente, são utiliza<strong>do</strong>s 3 LCs: um LC máximo,


BIOMA MATA ATLÂNTICAum LC médio e um LC mínimo, <strong>de</strong>finin<strong>do</strong> 3 classes para a <strong>de</strong>scrição <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> indica<strong>do</strong>r avalia<strong>do</strong>.Neste caso, optou-se por introduzir 2 LCs a mais, <strong>de</strong> forma a possibilitar a análise <strong>de</strong> 5 esta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> sistema,proporcionan<strong>do</strong> maior sensibili<strong>da</strong><strong>de</strong> na avaliação. Para ca<strong>da</strong> indica<strong>do</strong>r <strong>de</strong> pressão ambiental houve um LCmáximo, um LC médio superior, um LC médio inferior, e um LC mínimo conforme tabela Anexo V - 1. A área ver<strong>de</strong>representa<strong>da</strong> pela letra A correspon<strong>de</strong> ao esta<strong>do</strong> mais baixo <strong>de</strong> pressão ambiental, engloban<strong>do</strong> o valor <strong>de</strong> LC <strong>do</strong>zero até o mínimo. Da mesma forma, a área em preto representa<strong>da</strong> pela letra E correspon<strong>de</strong> ao esta<strong>do</strong> mais alto<strong>de</strong> pressão ambiental, engloban<strong>do</strong> o valor <strong>de</strong> LC máximo até o valor máximo encontra<strong>do</strong> para ca<strong>da</strong> indica<strong>do</strong>r.As faixas <strong>de</strong>termina<strong>da</strong>s pelos LCs apresentam normalmente extensões varia<strong>da</strong>s e o tamanho fixo a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong> nastabelas apresenta<strong>da</strong>s nesse texto é apenas um artifício para facilitar a visualização.Tabela Anexo V - 1. Representação gráfica <strong>do</strong> mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> sinaliza<strong>do</strong>res (“flag mo<strong>de</strong>l”) utiliza<strong>do</strong> na visão <strong>de</strong>conservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>muito baixa baixa mo<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> alta muito altapressão ambientalA B C D E0 limiarcrítico mínimolimiarcríticomédioinferiorlimiarcríticomédiosuperiorlimiarcríticomáximovalormáximoAssim, os municípios encontra<strong>do</strong>s no segmento A para <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> indica<strong>do</strong>r apresentaram pressão muitobaixa para este vetor, e receberam cor ver<strong>de</strong>. Os municípios que estavam no segmento B apresentaram pressãobaixa e receberam cor amarela. No segmento C ficaram os municípios com pressão mo<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> e a cor <strong>de</strong>signa<strong>da</strong>para representação foi o laranja, enquanto nos segmentos D e E as pressões eram, respectivamente, alta emuito alta, e as cores respectivas foram o vermelho e o preto. Posteriormente, as cores foram relaciona<strong>da</strong>s apesos: 0 (ver<strong>de</strong>), 1 (amarelo), 2 (laranja), 3 (vermelho) e 4 (preto).Ca<strong>da</strong> município pertencente a Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong> recebeu uma cor para ca<strong>da</strong> um <strong>do</strong>s indica<strong>do</strong>res <strong>de</strong>pressão ambiental i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s, conforme o <strong>da</strong><strong>do</strong> municipal encontra<strong>do</strong> para o indica<strong>do</strong>r em questão.Os valores <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s como limites críticos foram baliza<strong>do</strong>s e referen<strong>da</strong><strong>do</strong>s toman<strong>do</strong> como base municípiosconheci<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s participantes <strong>do</strong>s seminários, para os quais se conhecia o atual esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>termina<strong>da</strong>svariáveis, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> avaliar se os limiares críticos e as classes <strong>de</strong>limita<strong>da</strong>s retratam bem os riscos paraconservação <strong>do</strong>s indica<strong>do</strong>res analisa<strong>do</strong>s.AgropecuáriaOs <strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>do</strong> indica<strong>do</strong>r agropecuária foram obti<strong>do</strong>s pela soma <strong>da</strong> área planta<strong>da</strong> com a área <strong>de</strong> pastagens<strong>de</strong> ca<strong>da</strong> município. Toman<strong>do</strong>-se como referência os <strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>do</strong> IBGE mais recentes disponíveis em 2003,somou-se a área planta<strong>da</strong> no município no ano <strong>de</strong> 2002 com a área <strong>de</strong> pastagens no ano <strong>de</strong> 1996 e dividiuseeste valor pela área total <strong>do</strong> município. Os limiares críticos <strong>de</strong>ste indica<strong>do</strong>r são <strong>da</strong><strong>do</strong>s na tabela AnexoV - 2 na qual é possível verificar que um município com mais <strong>de</strong> 60% <strong>da</strong> área <strong>de</strong> seu território ocupa<strong>do</strong>com pastagens e/ou agricultura recebeu uma cor preta. Consi<strong>de</strong>rou-se que, a partir <strong>de</strong>ste percentual, osremanescentes <strong>de</strong> vegetação nativa per<strong>de</strong>m conectivi<strong>da</strong><strong>de</strong> e, portanto, o nível <strong>de</strong> fragmentação consiste emuma grave ameaça à conservação.


Visão <strong>de</strong> Biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>143© WWF-Brasil / Gustavo AccacioUNIR PARA CONSERVAR A VIDA


BIOMA MATA ATLÂNTICA© WWF-Brasil / Gustavo Accacio


Visão <strong>de</strong> Biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>145Tabela Anexo V - 2. Limiares críticos <strong>do</strong> indica<strong>do</strong>r agropecuária e número <strong>de</strong> municípios por classeutiliza<strong>do</strong> na visão <strong>de</strong> conservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>.área <strong>do</strong> município ocupa<strong>da</strong> com pastagens ou agricultura (%)limiares críticos 0 - 14,9 15 - 29,9 30 - 44,9 45 - 59,9 acima <strong>de</strong> 60pressão ambientaln°. municípios 150 118 96 70 62SilviculturaAssim como para a agropecuária, a área com silvicultura (entendi<strong>da</strong> como florestas planta<strong>da</strong>s) foidividi<strong>da</strong> pela área total <strong>do</strong> município para saber a porcentagem <strong>de</strong> área ocupa<strong>da</strong> pela ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>.Foi consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> que a silvicultura é menos impactante para o território que a agropecuária,ou seja, uma área ocupa<strong>da</strong> com ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s agropecuárias terá piores conseqüências para aconservação <strong>do</strong> ecossistema <strong>do</strong> que a mesma área ocupa<strong>da</strong> com silvicultura. Isso porque umaextensão <strong>de</strong> área ocupa<strong>da</strong> com silvicultura manterá uma maior conectivi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> território <strong>do</strong>que uma mesma extensão <strong>de</strong> área ocupa<strong>da</strong> com ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s agrícolas. Isto é, a área ocupa<strong>da</strong> comsilvicultura favorecerá o trânsito <strong>de</strong> muitas espécies <strong>da</strong> fauna. Os limiares críticos <strong>da</strong> silviculturaforam <strong>de</strong>fini<strong>do</strong>s através <strong>de</strong> discussões com a equipe <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>, e referen<strong>da</strong><strong>do</strong>s no semináriocom especialistas, toman<strong>do</strong>-se por base o indica<strong>do</strong>r agropecuária. Consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong>-se o indica<strong>do</strong>rsilvicultura menos impactante que o indica<strong>do</strong>r agropecuária, foi acor<strong>da</strong><strong>do</strong> entre a equipe <strong>de</strong>estu<strong>do</strong> e especialistas que 70% seria o valor crítico para a fragmentação <strong>do</strong> território e a ameaçaà biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong>. Portanto, um município com mais <strong>de</strong> 70% <strong>de</strong> sua área ocupa<strong>da</strong> com silviculturarecebeu cor preta.Os <strong>de</strong>mais limiares críticos foram estabeleci<strong>do</strong>s toman<strong>do</strong> este valor como referência, e os cortesque <strong>de</strong>terminaram ca<strong>da</strong> categoria foram estabeleci<strong>do</strong>s em pontos níti<strong>do</strong>s que apresentarammaiores distâncias, conforme exemplo <strong>da</strong><strong>do</strong> na tabela Anexo V - 3.Tabela Anexo V - 3. Definição <strong>de</strong> cortes para estabelecimento <strong>do</strong>s limiares críticos para asilvicultura utiliza<strong>do</strong> na visão <strong>de</strong> conservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>.município% <strong>da</strong> área municipal ocupa<strong>da</strong> comativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s silvícolaspressão ambientalA 1,0B 1,2C 1,3D 3,0E 3,3F 3,7G 6,1H 7,2I 7,8J 8,1K 20,3L 50,7UNIR PARA CONSERVAR A VIDA


BIOMA MATA ATLÂNTICASegun<strong>do</strong> tabela Anexo V - 3, aparecem cortes níti<strong>do</strong>s entre os valores apresenta<strong>do</strong>s pelos municípios C e D,F e G, J e K e K e L. Ou seja, a distância entre o valor <strong>do</strong> município F e G, por exemplo, é niti<strong>da</strong>mente superioràs apresenta<strong>da</strong>s entre os municípios D, E e F e entre os municípios G, H e I. Em outras palavras, as diferençasentre os valores apresenta<strong>do</strong>s pelos municípios que compõem um mesmo grupo são inferiores à diferençaapresenta<strong>da</strong> pelos valores extremos <strong>do</strong> grupo (valores máximo e mínimo) e os valores <strong>do</strong>s municípios quefazem parte <strong>de</strong> outros grupos. A tabela Anexo V - 4 apresenta os parâmetros finais a<strong>do</strong>taos para o indica<strong>do</strong>rsilvicultura e a quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> munícipios por ca<strong>da</strong> classe.Tabela Anexo V - 4. Limiares críticos <strong>do</strong> indica<strong>do</strong>r silvicultura e número <strong>de</strong> municípios por classe utiliza<strong>do</strong> navisão <strong>de</strong> conservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>.área <strong>de</strong> silvicultura/área <strong>do</strong> município em 1996 (%)limiares críticos 0 - 19,9 20 - 39,9 40 - 49,9 50 - 69,9 acima <strong>de</strong> 70pressão ambientaln° municípios 485 9 1 1 0IndústriaOs melhores indica<strong>do</strong>res para avaliar as pressões exerci<strong>da</strong>s pelas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s industriais seriam o número<strong>de</strong> indústrias, o tipo <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> e o tamanho <strong>da</strong> indústria indica<strong>do</strong> por sua produção. No entanto, estasinformações não pu<strong>de</strong>ram ser obti<strong>da</strong>s. Embora as fe<strong>de</strong>rações estaduais <strong>da</strong>s indústrias disponham <strong>de</strong> umca<strong>da</strong>stro, estes são compostos apenas pelas indústrias filia<strong>da</strong>s e não contam <strong>de</strong> to<strong>da</strong>s as informaçõesnecessárias para o presente trabalho. Assim, a informação mais apura<strong>da</strong> para o indica<strong>do</strong>r ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s industriaisfoi encontra<strong>da</strong> na Relação Anual <strong>da</strong>s Informações Sociais (RAIS) <strong>do</strong> Ministério <strong>do</strong> Trabalho e Emprego <strong>de</strong>2002. A RAIS fornece informações sobre o número <strong>de</strong> emprega<strong>do</strong>s nas indústrias, classifica<strong>do</strong>s pelo tipo <strong>de</strong>indústria (mais <strong>de</strong> 600 categorias), para to<strong>do</strong>s os municípios <strong>da</strong> Ecorregião. Essa informação permite saber otipo <strong>de</strong> indústria existente no município e também o número <strong>de</strong> emprega<strong>do</strong>s <strong>da</strong> indústria, o qual foi utiliza<strong>do</strong>como indica<strong>do</strong>r <strong>do</strong> tamanho <strong>de</strong>sta. Sabe-se que esta não é uma relação direta, já que indústrias altamenteautomatiza<strong>da</strong>s po<strong>de</strong>m ser gran<strong>de</strong>s e, como conseqüência, exercer uma gran<strong>de</strong> pressão sobre o território,mas contar com um pequeno quadro <strong>de</strong> funcionários. Essa questão foi discuti<strong>da</strong> no grupo <strong>de</strong> trabalho <strong>de</strong>socioeconomia no 2º seminário <strong>de</strong> consulta a especialistas e chegou-se à conclusão <strong>de</strong> que <strong>de</strong> fato esta eraa melhor informação disponível para abor<strong>da</strong>r o indica<strong>do</strong>r. Ao mesmo tempo, consi<strong>de</strong>rou-se que as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>sindustriais compunham um indica<strong>do</strong>r importante <strong>de</strong> pressão na Ecorregião que não <strong>de</strong>veria ser <strong>de</strong>scarta<strong>do</strong>.Portanto, a indicação foi para que se utilizasse o número <strong>de</strong> emprega<strong>do</strong>s como um indica<strong>do</strong>r <strong>do</strong> tamanho <strong>da</strong>indústria e para que se ressaltasse, como o fazemos aqui, as limitações existentes.


© WWF-Brasil / Zig KochVisão <strong>de</strong> Biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>147O tamanho <strong>da</strong> indústria, indica<strong>do</strong> pelo número <strong>de</strong> emprega<strong>do</strong>s, foi posteriormente pon<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> pelotipo <strong>de</strong> indústria conforme seu potencial polui<strong>do</strong>r. Para isso, utilizou-se o fator <strong>de</strong> complexi<strong>da</strong><strong>de</strong> (W)<strong>de</strong>fini<strong>do</strong> pelo <strong>de</strong>creto no. 47.397 <strong>de</strong> 4 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2002 <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo. Este <strong>de</strong>cretomu<strong>da</strong> e complementa a lei n° 997, <strong>de</strong> 31 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 1976, que dispõe sobre a prevenção e o controle<strong>da</strong> poluição <strong>do</strong> meio ambiente. O fator <strong>de</strong> complexi<strong>da</strong><strong>de</strong> W é <strong>de</strong>fini<strong>do</strong> no <strong>de</strong>creto para <strong>de</strong>terminara periodici<strong>da</strong><strong>de</strong> com que as indústrias <strong>de</strong>vem renovar seu licenciamento ambiental. As indústriascom maior potencial polui<strong>do</strong>r recebem um W maior e <strong>de</strong>vem renovar o licenciamento com maiorfreqüência <strong>do</strong> que as indústrias que apresentam um W menor. O valor <strong>do</strong> W varia entre 1 e 5. Ascategorias <strong>de</strong> indústrias <strong>da</strong><strong>da</strong>s no <strong>de</strong>creto n° 47.397 são estabeleci<strong>da</strong>s pela CNAE (ClassificaçãoNacional <strong>da</strong>s Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s Econômicas) e são as mesmas utiliza<strong>da</strong>s pela RAIS. Isso permitiu apon<strong>de</strong>ração final para <strong>de</strong>terminar a pressão <strong>da</strong> indústria, realiza<strong>da</strong> através <strong>da</strong> multiplicação <strong>do</strong>número <strong>de</strong> emprega<strong>do</strong>s <strong>de</strong> uma indústria pelo W <strong>de</strong> sua respectiva categoria. Assim, por exemplo,um município com 5 funcionários na indústria a, cujo W é 3, e 10 funcionários na indústria Y, cujoW é 2, apresentou um índice <strong>de</strong> pressão no valor <strong>de</strong> 35 (5*3 + 10*2). Um outro município com 3funcionários na indústria α, cujo W é 5, e 7 funcionários na indústria β, cujo W é 4, apresentou umíndice <strong>de</strong> pressão no valor <strong>de</strong> 43 (3*5 + 7*4). A lista com to<strong>da</strong>s as categorias <strong>de</strong> indústria e seusrespectivos W é apresenta<strong>da</strong> no item 5 <strong>de</strong>sse anexo.Os limiares críticos foram estabeleci<strong>do</strong>s manten<strong>do</strong>-se a proporção <strong>de</strong> menos municípios críticos(cores preta e vermelha) e mais municípios em situação aceitável e, <strong>da</strong> mesma forma comomenciona<strong>do</strong> no exemplo <strong>de</strong> silvicultura, realizan<strong>do</strong> os cortes <strong>de</strong> categorias em pontos níti<strong>do</strong>s <strong>da</strong>distribuição <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> conjunto <strong>de</strong> municípios. As cores <strong>da</strong><strong>da</strong>s para o indica<strong>do</strong>r ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>sindustriais conforme a pressão ambiental são <strong>da</strong><strong>da</strong>s na tabela Anexo V - 5, assim como o número<strong>de</strong> municípios classifica<strong>do</strong>s em ca<strong>da</strong> categoria .Tabela Anexo V - 5. Limiares críticos para o indica<strong>do</strong>r ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s industriais e número <strong>de</strong> municípiospor classe utiliza<strong>do</strong> na visão <strong>de</strong> conservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>.soma <strong>do</strong>s valores <strong>de</strong> número <strong>de</strong> funcionários * fator <strong>de</strong> complexi<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>de</strong> ca<strong>da</strong> indústrialimiares críticos até 500 500 - 2.000 2.000 - 10.000 10.000 - 50.000 acima <strong>de</strong> 50.000pressão ambientaln°. municípios 183 114 109 70 20UNIR PARA CONSERVAR A VIDA


BIOMA MATA ATLÂNTICAMineraçãoAs informações para o indica<strong>do</strong>r mineração foram obti<strong>da</strong>s <strong>da</strong> Relação Anual <strong>da</strong>s Informações Sociais (RAIS) <strong>do</strong>Ministério <strong>do</strong> Trabalho e Emprego <strong>de</strong> 2002. A RAIS fornece o número <strong>de</strong> pessoas emprega<strong>da</strong>s em ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>sextrativistas minerais, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com 12 categorias diferentes conforme a tabela abaixo. O número <strong>de</strong> pessoasemprega<strong>da</strong>s foi usa<strong>do</strong> como indica<strong>do</strong>r <strong>da</strong> magnitu<strong>de</strong> <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> e, assim como no indica<strong>do</strong>r ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s industriais,foi multiplica<strong>do</strong> por um fator <strong>de</strong> pon<strong>de</strong>ração W <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com o risco que a ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> significa para a conservação <strong>da</strong>ecorregião. Da<strong>do</strong> que o número <strong>de</strong> categorias existentes no setor <strong>da</strong> mineração é menor <strong>do</strong> que no setor <strong>de</strong> indústria,foi possível que o W tivesse si<strong>do</strong> <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> em consulta a especialistas <strong>do</strong> setor conforme tabela Anexo V - 6.Tabela Anexo V - 6. Categorias <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s extrativistas minerais e respectivos fatores <strong>de</strong> complexi<strong>da</strong><strong>de</strong> W.grupos extração e/ou beneficiamento Wcombustível carvão mineral 5ferro 4alumínio 2estanho 2minerais metálicosmanganês 2metais preciosos 4radioativos 4metálicos não ferrosos 2pedra, areia, argila 5minerais não-metálicospara fabricação <strong>de</strong> adubos, fertilizantes e produtos químicos 3sal marinho e sal-gema 2outros minerais não-metálicos (calcário, talco, fluorita) 5Assim, por exemplo, a extração <strong>de</strong> pedra, areia e argila (W = 5) foi consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> pior <strong>do</strong> que a extração <strong>de</strong>minério <strong>de</strong> alumínio (W = 2). Seguin<strong>do</strong> este exemplo, tem-se que 5 pessoas trabalhan<strong>do</strong> na extração <strong>de</strong> pedra,areia e argila exercem maior pressão sobre a ecorregião (5 pessoas x 5 (W) = 25) <strong>do</strong> que 5 pessoas trabalhan<strong>do</strong>na extração <strong>de</strong> minério <strong>de</strong> alumínio (5 pessoas x 2 (W) = 10). De acor<strong>do</strong> com os índices resultantes <strong>de</strong>ssecálculo, estabeleceram-se os limiares críticos indica<strong>do</strong>s na tabela Anexo V - 7.Os limiares críticos foram estabeleci<strong>do</strong>s <strong>da</strong> mesma forma como no indica<strong>do</strong>r silvicultura e ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s industriais,realizan<strong>do</strong>-se os cortes <strong>de</strong> categorias em pontos níti<strong>do</strong>s <strong>da</strong> distribuição <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> conjunto <strong>de</strong> municípios.Tabela Anexo V - 7. Limiares críticos para o indica<strong>do</strong>r mineração e número <strong>de</strong> municípios por classe utiliza<strong>do</strong> navisão <strong>de</strong> conservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>.soma <strong>do</strong>s valores <strong>de</strong> número <strong>de</strong> funcionários * fatores <strong>de</strong> complexi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> ponto<strong>de</strong> mineraçãolimiares criticos até 9,9 10 - 99,9 100 - 499,9 500 - 1999,9 acima <strong>de</strong> 2.000pressão ambientaln°. municípios 219 119 99 48 11


Visão <strong>de</strong> Biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>149PopulaçãoO indica<strong>do</strong>r população contou com a disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>da</strong><strong>do</strong>s mais precisos, uma vez que foiindica<strong>do</strong> por meio <strong>da</strong>s informações disponibiliza<strong>da</strong>s pelo IBGE através <strong>do</strong>s censos populacionais.Por esse motivo, o indica<strong>do</strong>r população assumiu uma gran<strong>de</strong> relevância representan<strong>do</strong> nãoapenas a pressão <strong>da</strong> população sobre o território, mas também a pressão sobre os recursosnaturais e a biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong>.Nos <strong>de</strong>bates realiza<strong>do</strong>s nos <strong>do</strong>is primeiros seminários com especialistas, houve consenso <strong>de</strong> queas gerações <strong>de</strong> esgoto e <strong>de</strong> resíduos são proporcionais à população <strong>de</strong> um território. O consumo<strong>de</strong> água também é proporcional à população, mas <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> em gran<strong>de</strong> medi<strong>da</strong> <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>seconômicas e muitas vezes as pressões ocorrem longe <strong>do</strong> local <strong>de</strong> consumo. Dessa forma, ageração <strong>de</strong> resíduos e esgoto, e água em menor escala, também são representa<strong>do</strong>s por esseindica<strong>do</strong>r. Por isso, na pon<strong>de</strong>ração final <strong>do</strong>s indica<strong>do</strong>res realiza<strong>da</strong> para a elaboração <strong>do</strong> mapasintético <strong>de</strong> pressão socioeconômica, ao indica<strong>do</strong>r população atribuí<strong>do</strong> o maior peso, isto é, foiconsi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> mais impactante que outros indica<strong>do</strong>res.A pressão <strong>da</strong> população foi estima<strong>da</strong> utilizan<strong>do</strong>-se <strong>do</strong>is indica<strong>do</strong>res: a <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>mográficano ano 2000 e o crescimento populacional entre 1991 e 2000. O indica<strong>do</strong>r <strong>de</strong> pressão principal éa <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>mográfica, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong>-se que quanto maior for o número <strong>de</strong> pessoas por área,maior é a pressão sobre o território. O crescimento populacional foi utiliza<strong>do</strong> como pon<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>r,<strong>de</strong> forma que existin<strong>do</strong> <strong>do</strong>is municípios com a mesma <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>mográfica, aquele com maiorcrescimento no perío<strong>do</strong> representa um impacto maior à conservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> que o <strong>de</strong>menor crescimento.Com relação aos limiares críticos, foram realiza<strong>do</strong>s <strong>do</strong>is cortes para <strong>de</strong>finir os seus valores, umapara ca<strong>da</strong> indica<strong>do</strong>r. Primeiramente tomou-se o indica<strong>do</strong>r <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>mográfica, consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>o mais importante, e <strong>de</strong>finiram-se os limiares críticos <strong>da</strong> mesma maneira como realiza<strong>do</strong> paraos indica<strong>do</strong>res silvicultura, ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s industriais e mineração, ou seja, através <strong>da</strong>s maioresdistâncias que <strong>de</strong>finiam grupos diferentes e com o ajuste através <strong>de</strong> referências <strong>de</strong> municípiosconheci<strong>do</strong>s. Posteriormente, ajustaram-se estes limiares <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com o crescimentopopulacional, <strong>de</strong> forma que um maior crescimento piorava a situação <strong>de</strong> um município enquantoque um menor crescimento mantém a cor originalmente estabeleci<strong>da</strong>. Desta forma, chegou-se aosparâmetros <strong>do</strong> indica<strong>do</strong>r população conforme ilustra<strong>do</strong> na tabela Anexo V - 8 cujo resulta<strong>do</strong> <strong>da</strong>aplicação aos munícipios <strong>da</strong> ecorregião é apresenta<strong>do</strong> na tabela Anexo V - 9.UNIR PARA CONSERVAR A VIDA


© WWF-Brasil / Adriano GambariniBIOMA MATA ATLÂNTICA


Visão <strong>de</strong> Biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>151Tabela Anexo V - 8. Pon<strong>de</strong>ração <strong>do</strong> indica<strong>do</strong>r população com base nos censos populacionais <strong>do</strong>IBGE <strong>de</strong> 1991 e 2000<strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>mográfica em 2000 (habitantes/km 2 )crescimento populacional1991-20000-100 100-400 400-1000 1000-3000 mais <strong>de</strong> 3000até 0%0 a 4,9%5% a 14,9%15% a 29,9%30% a 49,9%mais <strong>de</strong> 50%Por exemplo, um município com <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>mográfica entre 0 e 100 habitantes por quilômetroquadra<strong>do</strong> recebeu cor ver<strong>de</strong> se o crescimento populacional entre os anos <strong>de</strong> 1991 e 2000 foimenor que 50%. Caso contrário, o município recebeu cor amarela. Para mencionar outro exemplo,um município que apresentou <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> populacional entre 400 e 1.000 habitantes/km2,recebeu cor amarela se o crescimento populacional foi entre 0 e 15%. Se o crescimento foi entre15% e 50%, o município recebeu cor laranja. Se o crescimento populacional superou os 50% noperío<strong>do</strong> analisa<strong>do</strong>, então o município recebeu cor vermelha.Tabela Anexo V - 9. Número <strong>de</strong> municípios por classe <strong>de</strong> pressão ambiental <strong>do</strong> indica<strong>do</strong>rpopulação utiliza<strong>do</strong> na visão <strong>de</strong> conservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>pressão ambiental<strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>mográfica versus crescimento populacionaln°. municípios 326 70 48 25 27Méto<strong>do</strong> <strong>de</strong> agregação final <strong>do</strong>s indica<strong>do</strong>res socioeconômicosA agregação final <strong>do</strong>s indica<strong>do</strong>res em um vetor agrega<strong>do</strong> <strong>de</strong> pressão socioeconômica foi realiza<strong>da</strong><strong>de</strong> maneira com que ca<strong>da</strong> município recebesse uma cor <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com a pressão exerci<strong>da</strong> sobrea conservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> na ecorregião <strong>da</strong> <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>. Conforme visto, ca<strong>da</strong> municípiorecebeu uma cor para ca<strong>da</strong> um <strong>do</strong>s indica<strong>do</strong>res. Estas cores foram transforma<strong>da</strong>s em valores,sen<strong>do</strong> o menor atribuí<strong>do</strong> à cor ver<strong>de</strong> e o maior para a cor preta. Os valores <strong>do</strong>s municípios paraca<strong>da</strong> indica<strong>do</strong>r foram multiplica<strong>do</strong>s pelo peso <strong>do</strong> indica<strong>do</strong>r correspon<strong>de</strong>nte, <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> emdiscussões durante os seminários para consulta <strong>de</strong> especialistas. . População é o indica<strong>do</strong>r commaior peso, em função <strong>de</strong> representar diversos tipos <strong>de</strong> pressões ao meio ambiente, conformeexplica<strong>do</strong> anteriormente. A tabela Anexo V - 10 mostra o peso que foi atribuí<strong>do</strong> a ca<strong>da</strong> um <strong>do</strong>sindica<strong>do</strong>res que compuseram o vetor agrega<strong>do</strong> <strong>de</strong> pressão socioeconômica.UNIR PARA CONSERVAR A VIDA


BIOMA MATA ATLÂNTICATabela Anexo V - 10. Indica<strong>do</strong>res <strong>de</strong> pressão socioeconômica e respectivos pesos para agregação final no vetor<strong>de</strong> pressão socioeconômica.indica<strong>do</strong>r <strong>de</strong> pressão socioeconômicapeso para a agregação finalpopulação 5agropecuária 4mineração 2indústria 2silvicultura 1Os resulta<strong>do</strong>s <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os indica<strong>do</strong>res socioeconômicos (peso multiplica<strong>do</strong> por pontos) <strong>de</strong> um município foramsoma<strong>do</strong>s para <strong>de</strong>terminar a sua pontuação final em relação ao vetor agrega<strong>do</strong> <strong>de</strong> pressão socioeconômica. Combase nesta pontuação o município recebeu uma cor indicativa <strong>de</strong> sua classificação segun<strong>do</strong> o vetor agrega<strong>do</strong><strong>de</strong> pressão socioeconômica, <strong>de</strong>termina<strong>da</strong>s <strong>da</strong> mesma maneira como se proce<strong>de</strong>u na atribuição <strong>da</strong>s cores paraos indica<strong>do</strong>res isola<strong>da</strong>mente. A tabela Anexo V - 11 apresenta exemplos <strong>de</strong> pontuações e cores finais para ofator <strong>de</strong> custo vetor agrega<strong>do</strong> <strong>de</strong> pressão socioeconômica, <strong>de</strong>pois <strong>da</strong> pon<strong>de</strong>ração <strong>do</strong>s indica<strong>do</strong>res, para cincomunicípios hipotéticos.Tabela Anexo V - 11. Exemplo <strong>de</strong> pontuação <strong>do</strong> fator <strong>de</strong> custo vetor agrega<strong>do</strong> <strong>de</strong> pressão socioeconômica paracinco municípios hipotéticos.Indicaoresagropecuáriapontuação (x)pontuação final <strong>do</strong> vetor (x * y)silviculturapontuação (x)pontuação final <strong>do</strong> vetor (x * y)indústriapontuação (x)pontuação final <strong>do</strong> vetor (x * y)mineraçãopontuação (x)pontuação final <strong>do</strong> vetor (x * y)populaçãopontuação (x)pontuação final <strong>do</strong> vetor (x * y)vetor agrega<strong>do</strong> socioeconômicocores finaispeso (y) 4 1 2 2 5A 0 0 3 3 3 6 4 8 2 10 27municípiosB 1 4 0 0 1 2 1 2 4 20 28C 2 8 4 4 0 0 0 0 2 10 22D 0 0 2 2 3 6 0 0 0 0 8E 3 12 0 0 1 2 2 4 0 0 18Posteriormente, os municípios receberam um peso <strong>de</strong> 0 a 4, conforme sua cor, representan<strong>do</strong> um fator <strong>de</strong> custoem termos <strong>do</strong> vetor agrega<strong>do</strong> <strong>de</strong> pressão socioeconômica para este município. Esse fator <strong>de</strong> custo, mapea<strong>do</strong>na Figura 16, foi emprega<strong>do</strong> na análise global <strong>de</strong> custos e oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s a<strong>do</strong>ta<strong>da</strong> no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> visão<strong>da</strong> conservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Ecorregião <strong>da</strong> <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>. A tabela Anexo V - 12 apresenta os limiarescríticos <strong>do</strong> fator <strong>de</strong> custo vetor agrega<strong>do</strong> <strong>de</strong> pressão socioeconômica e o número <strong>de</strong> municípios classifica<strong>do</strong>sem ca<strong>da</strong> uma <strong>da</strong>s cores.


Visão <strong>de</strong> Biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>153Tabela Anexo V - 12. Limiares críticos <strong>do</strong> fator <strong>de</strong> custo vetor agrega<strong>do</strong> <strong>de</strong> pressão socioeconômicalimiares críticos cor peso N°. municípios0 – 8,0 0 1399,0 – 13,0 1 11014,0 – 20,0 2 14321,0 – 27,0 3 7828,0 – 36,0 4 26A tabela Anexo V - 13 mostra uma compilação <strong>do</strong>s pesos atribuí<strong>do</strong>s aos indica<strong>do</strong>res emprega<strong>do</strong>spara gerar o vetor agrega<strong>do</strong> <strong>de</strong> pressão socioeconômica.Tabela Anexo V - 13. Pesos <strong>do</strong>s indica<strong>do</strong>res analisa<strong>do</strong>s no vetor agrega<strong>do</strong> <strong>de</strong> pressãosocioeconômica.indica<strong>do</strong>r <strong>de</strong> pressãosocioeconômicaagropecuária (% <strong>da</strong> área <strong>do</strong>município em 2002)silvicultura (% <strong>da</strong> área <strong>do</strong>município em 1996)pesos para a análise <strong>de</strong> custo0 1 2 3 4014,9 15 – 29,9 30 – 44,9 45 – 59,9 mais <strong>de</strong> 600 – 19,9 20 – 39,9 40 – 49,9 50 – 69,9 mais <strong>de</strong> 70indústria (número <strong>de</strong>emprega<strong>do</strong>s em 2002 x W¹)0 – 500 500 - 2000 2000 – 10000 10000 – 50000mais <strong>de</strong>50000mineração (número <strong>de</strong>emprega<strong>do</strong>s em 2002 x W*)0 – 9,9 10 – 99,9 100 – 499,9 500 – 1999,9 mais <strong>de</strong> 20000 – 100 e 0 a49,9%0 – 100 e mais<strong>de</strong> 50%100 – 400 emais <strong>de</strong> 50%400 – 1000 emais <strong>de</strong> 50%1000 a 3000 emais <strong>de</strong> 50%população (<strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>de</strong>mográfica em habitantespor km 2 e crescimentopopulacional <strong>de</strong> 1991-2001)ou ou ou ou oumais <strong>de</strong> 3000100 – 400 e 0 100 – 400 e 15 400 – 1000 e 1000 – 3000 ee 0 a mais <strong>de</strong>a 14,9% a 9,9% 15 a 49,9% 0 a 49,9%50%ou4001000 e 0a 14,9%ou1000 a 3000e 0%1 Fator <strong>de</strong> pon<strong>de</strong>ração <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com o risco que a ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> significa para a conservação. O valor final é a somatória <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s <strong>de</strong>to<strong>da</strong>s as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s industriais ou minera<strong>do</strong>ras <strong>do</strong> município.UNIR PARA CONSERVAR A VIDA


BIOMA MATA ATLÂNTICAVetor agrega<strong>do</strong> <strong>de</strong> governança ambientalAlém <strong>do</strong> vetor agrega<strong>do</strong> <strong>de</strong> pressão socioeconômica, a análise global <strong>de</strong> custos e oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s a<strong>do</strong>ta<strong>da</strong> no<strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> visão <strong>da</strong> conservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Ecorregião <strong>da</strong> <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong> procurou avaliaro nível <strong>de</strong> governança ambiental presente na escala municipal. Governança ambiental foi entendi<strong>da</strong> como aexistência <strong>de</strong> instituições e instrumentos capazes <strong>de</strong> fortalecer uma boa gestão e conservação <strong>do</strong>s recursosnaturais e <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> no município, asseguran<strong>do</strong> uma boa <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong>sses interesses difusos. Para captarestes instrumentos e instituições, foram agrega<strong>do</strong>s 9 indica<strong>do</strong>res em um vetor <strong>de</strong> governança ambiental no nívelmunicipal, pon<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s segun<strong>do</strong> diferentes pesos, discuti<strong>do</strong>s e referen<strong>da</strong><strong>do</strong>s nos seminários <strong>de</strong> discussão evali<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> visão <strong>de</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Ecorregião <strong>da</strong> <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong> com especialistas (tabela Anexo V - 14).Tabela Anexo V - 14. Indica<strong>do</strong>res que compõem o vetor agrega<strong>do</strong> <strong>de</strong> governança ambiental e seus respectivos pesosIndica<strong>do</strong>rPesoPlano Diretor 1Lei <strong>de</strong> Zoneamento ou Equivalente 2Lei <strong>de</strong> Parcelamento <strong>do</strong> Solo 1Legislação sobre Áreas <strong>de</strong> Interesse 2Conselho <strong>de</strong> Meio Ambiente 3Fun<strong>do</strong> <strong>de</strong> Meio Ambiente 1Agen<strong>da</strong> 21 2Comitês <strong>de</strong> Bacias 2Enti<strong>da</strong><strong>de</strong>s Ambientalistas 1A informação utiliza<strong>da</strong> para os indica<strong>do</strong>res plano diretor, lei <strong>de</strong> zoneamento <strong>do</strong> solo, lei <strong>de</strong> parcelamento <strong>do</strong>solo, legislação sobre áreas <strong>de</strong> interesse, fun<strong>do</strong> <strong>de</strong> meio ambiente, e enti<strong>da</strong><strong>de</strong>s ambientalistas foi a existência<strong>de</strong>sses instrumentos ou organizações ou não no município. Em caso afirmativo, isto é, existência, o municípiorecebia pontuação 1 para este indica<strong>do</strong>r, que seria então multiplica<strong>do</strong> pelo peso <strong>do</strong> indica<strong>do</strong>r. Em caso <strong>de</strong>inexistência <strong>do</strong> indica<strong>do</strong>r, o município recebia pontuação 0. O indica<strong>do</strong>r comitês <strong>de</strong> bacia segue a mesmalógica, mas em vez <strong>de</strong> existência ou não no município, a informação foi se o município participa <strong>de</strong> comitê<strong>de</strong> bacia hidrográfica. Em caso positivo ele recebe 1 ponto, caso contrário, 0. A tabela Anexo V - 15 mostra umexemplo <strong>da</strong> pontuação para estes indica<strong>do</strong>res.Tabela Anexo V - 15. Exemplo <strong>de</strong> cálculo <strong>de</strong> pontuação parcial <strong>de</strong> seis indica<strong>do</strong>res <strong>de</strong> governança ambiental.indica<strong>do</strong>rpeso (x)existência(não=0; sim=1)(y)pontuação(x * y)plano diretor 1 1 1lei <strong>de</strong> zoneamento ouequivalente2 1 2lei <strong>de</strong> parcelamento <strong>do</strong> solo 1 0 0legislação sobre áreas <strong>de</strong>interesse2 0 0fun<strong>do</strong> <strong>de</strong> meio ambiente 1 1 1enti<strong>da</strong><strong>de</strong>s ambientalistas 1 0 0comitês <strong>de</strong> bacia 2 1¹ 2total <strong>do</strong> município 61 Diferentemente <strong>do</strong>s <strong>de</strong>mais, no indica<strong>do</strong>r comitês <strong>de</strong> bacias o município recebe 1 ponto caso faça parte <strong>de</strong> comitê <strong>de</strong> bacia, e 0 caso contrário.


Visão <strong>de</strong> Biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>155No exemplo hipotético <strong>da</strong> tabela Anexo V - 15, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> somente os indica<strong>do</strong>res mostra<strong>do</strong>s, omunicípio receberia pontuação 6.O indica<strong>do</strong>r conselho <strong>de</strong> meio ambiente é composto <strong>de</strong> duas informações: a existência <strong>de</strong>conselho no município e a freqüência <strong>de</strong> suas reuniões. Se existe conselho que se reuniu noano 2001, o município recebe 1 ponto. Se existe conselho, mas não houve reuniões, o municípiorecebe 0,5 pontos. Se não existe conselho, o valor recebi<strong>do</strong> pelo município é 0. Exemplo <strong>de</strong>pontuação <strong>de</strong>ste indica<strong>do</strong>r para 3 municípios hipotéticos é <strong>da</strong><strong>do</strong> na tabela Anexo V - 16.Tabela Anexo V - 16. Exemplo <strong>de</strong> pontuação para o indica<strong>do</strong>r conselho <strong>de</strong> meio ambienteemprega<strong>do</strong> no vetor agrega<strong>do</strong> <strong>de</strong> governança ambiental.município existe conselho? realizou reuniões? ponto peso <strong>do</strong> indica<strong>do</strong>r pontuação finalA sim sim 1 3 3B sim não 0,5 3 1,5C não 0 3 0Já o indica<strong>do</strong>r Agen<strong>da</strong> 21 contava com 3 tipos <strong>de</strong> informações, quais sejam: se foi inicia<strong>da</strong> nomunicípio a elaboração <strong>da</strong> agen<strong>da</strong> 21 local, se foi instala<strong>do</strong> o fórum <strong>da</strong> Agen<strong>da</strong> 21 local e o estágioatual <strong>da</strong> implementação <strong>da</strong> Agen<strong>da</strong> 21 local. A pontuação recebi<strong>da</strong> pelo município para esteindica<strong>do</strong>r consi<strong>de</strong>rou estas três informações, que po<strong>de</strong>m ser combina<strong>da</strong>s <strong>de</strong> diversas maneirasconforme mostra a tabela Anexo V - 17.Tabela Anexo V - 17. Exemplo <strong>de</strong> pontuação para o indica<strong>do</strong>r Agen<strong>da</strong> 21 emprega<strong>do</strong> no vetoragrega<strong>do</strong> <strong>de</strong> governança ambiental.municípioinício <strong>da</strong>elaboração<strong>da</strong> Agen<strong>da</strong>21 localinstalação<strong>do</strong> fórum<strong>da</strong> Agen<strong>da</strong>21 localestágio atual <strong>da</strong>agen<strong>da</strong> 21 localpontopeso <strong>do</strong>indica<strong>do</strong>rpontuaçãofinalA não – – 0 2 0Bsensibilização 0,25 2 0,5C diagnóstico/ meto<strong>do</strong>logia 0,5 2 1Dsimnãoelaboração <strong>do</strong> plano<strong>de</strong>senvolvimentosustentável0,5 2 1E implementação 0,75 2 1,5Fsensibilização 0,5 2 1G diagnóstico/ meto<strong>do</strong>logia 0,75 2 1,5Hsimsimelaboração <strong>do</strong> plano<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimentosustentável0,75 2 1,5I implementação 1 2 2UNIR PARA CONSERVAR A VIDA


BIOMA MATA ATLÂNTICADesta forma, ca<strong>da</strong> um <strong>do</strong>s municípios recebeu uma pontuação para ca<strong>da</strong> um <strong>do</strong>s 9 indica<strong>do</strong>res <strong>de</strong> governançaambiental. Estes pontos foram, então, soma<strong>do</strong>s conferin<strong>do</strong> uma pontuação para o município, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> variarentre 0 e 15, nos extremos. Este foi o índice utiliza<strong>do</strong> para <strong>de</strong>terminar a cor atribuí<strong>da</strong> a ca<strong>da</strong> município, que, em<strong>de</strong>finitivo, é o valor <strong>do</strong> custo <strong>de</strong> governança ambiental utiliza<strong>do</strong> na análise global <strong>de</strong> custos e oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>sa<strong>do</strong>ta<strong>da</strong> no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> visão <strong>da</strong> ecorregião <strong>da</strong> <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong> na forma <strong>de</strong> um custo negativo, ou seja,diminuin<strong>do</strong> o custo para a conservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> naquele município.Da<strong>do</strong> que a distribuição <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s encontra<strong>do</strong>s não apresentava cortes níti<strong>do</strong>s, o méto<strong>do</strong> a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong> parase estabelecer os limiares críticos baseou-se na divisão <strong>do</strong> valor máximo encontra<strong>do</strong> para o vetor (14,5) por 5categorias iguais. Ou seja, uma categoria para os municípios que apresentaram valores <strong>de</strong> 0 a 3, outra paraos <strong>de</strong> 3 a 6, outra <strong>de</strong> 6 a 9 e assim por diante. Posteriormente, ajustaram-se estas categorias <strong>de</strong> forma que adistribuição <strong>do</strong>s municípios ficasse coerente. Os municípios <strong>do</strong>s extremos, aqueles que receberam cor preta ever<strong>de</strong>, foram facilmente <strong>de</strong>fini<strong>do</strong>s, já que em geral ou apresentam bons resulta<strong>do</strong>s para to<strong>do</strong>s os indica<strong>do</strong>res<strong>de</strong> governança ou maus resulta<strong>do</strong>s. Mais sutis foram as diferenças entre os municípios intermediários, paraos quais se procurou uma distribuição relativamente homogênea. Os limiares críticos e respectivas cores epontos para a análise <strong>de</strong> custo são <strong>da</strong><strong>do</strong>s tabela Anexo V - 18 e o mapa final <strong>do</strong> vetor agrega<strong>do</strong> <strong>de</strong> governançaambiental está representa<strong>do</strong> na Figura 25.Tabela Anexo V - 18. Limiares críticos <strong>do</strong> vetor agrega<strong>do</strong> governança ambiental.pontos <strong>do</strong> vetor governança pressão ambiental pontos para a análise <strong>de</strong> custo n°. municípios0 – 2.9 0 823,0 – 5,9 1 716,0 – 7,9 2 898,0 – 9,9 3 10910 – 15 4 145REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICASNIJKAMP, P.; OUWERSLOOT, H.. A <strong>de</strong>cision support system for regional sustainable <strong>de</strong>velopment: the flag mo<strong>de</strong>l.Tinbergen Institute Discussion Papers, n. 74. Holan<strong>da</strong>: [s.n], 1998.______. Advances in comparative assessment research in the space-economy. In: Serie Research Memoran<strong>da</strong>n. 5. Holan<strong>da</strong>: Free University of Amster<strong>da</strong>m, Faculty of Economics, Business Administration and Econometrics,1999.______; VREEKER, R. Sustainability assessment of <strong>de</strong>velopment scenarios: metho<strong>do</strong>logy and application toThailand. Ecological Economics n. 33, [S.l]: Elsevier, 2000.SÃO PAULO (Esta<strong>do</strong>). Lei n° 997 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 1976. Diário oficial [<strong>do</strong>] esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo. Po<strong>de</strong>r Executivo. SãoPaulo, SP, 01 jun. 1976.______. Decreto n° 47.397 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2004. Diário oficial [<strong>do</strong>] esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo. Po<strong>de</strong>r Executivo, SãoPaulo, SP, 15 fev. 2002.


Visão <strong>de</strong> Biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>157© WWF-Brasil / Gustavo AccacioUNIR PARA CONSERVAR A VIDA


BIOMA MATA ATLÂNTICALista <strong>da</strong>s categorias utiliza<strong>da</strong>s no indica<strong>do</strong>r ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s industriais e respectivos fator <strong>de</strong> risco (W)(SÃO PAULO, 2002)classe categorias <strong>de</strong> indústria fator <strong>de</strong> risco (w)15113 Abate <strong>de</strong> reses, preparação <strong>de</strong> produtos <strong>de</strong> carne 3,515121 Abate <strong>de</strong> aves e outros pequenos animais e preparação <strong>de</strong> p 3,515130 Preparação <strong>de</strong> carne, banha e produtos <strong>de</strong> salsicharia nao- 315148 Preparação e preservação <strong>do</strong> pesca<strong>do</strong> e fabricação <strong>de</strong> conservas <strong>de</strong> pe... 315210 Processamento, preservaçao e produçao <strong>de</strong> conservas <strong>de</strong> fru 215229 Processamento, preservaçao e produçao <strong>de</strong> conservas <strong>de</strong> leg 215237 Produçao <strong>de</strong> sucos <strong>de</strong> frutas e <strong>de</strong> legumes 2,515318 Produçao <strong>de</strong> óleos vegetais em bruto 415326 Refino <strong>de</strong> óleos vegetais 315334 Preparaçao <strong>de</strong> margarina e outras gorduras vegetais e <strong>de</strong> ó 315415 Preparaçao <strong>do</strong> leite 215423 Fabricação <strong>de</strong> produtos <strong>do</strong> laticínio 315431 Fabricação <strong>de</strong> sorvetes 315512 Beneficiamento <strong>de</strong> arroz e Fabricação <strong>de</strong> produtos <strong>do</strong> arroz 2,515520 Moagem <strong>de</strong> trigo e Fabricação <strong>de</strong> <strong>de</strong>riva<strong>do</strong>s 2,515539 Fabricação <strong>de</strong> farinha <strong>de</strong> mandioca e <strong>de</strong>riva<strong>do</strong>s 315547 Fabricação <strong>de</strong> farinha <strong>de</strong> milho e <strong>de</strong>riva<strong>do</strong>s 2,515563 Fabricação <strong>de</strong> raçoes balancea<strong>da</strong>s para animais 2,515598 Beneficiamento, moagem e preparaçao <strong>de</strong> outros produtos <strong>de</strong> origem vegetal 315610 Usinas <strong>de</strong> açúcar 315628 Refino e moagem <strong>de</strong> açúcar 3,515717 Torrefaçao e moagem <strong>de</strong> café 2,515725 Fabricação <strong>de</strong> café solúvel 2,515814 Fabricação <strong>de</strong> produtos <strong>de</strong> pa<strong>da</strong>ria, confeitaria e pastela 315822 Fabricação <strong>de</strong> biscoitos e bolachas 315830 Produçao <strong>de</strong> <strong>de</strong>riva<strong>do</strong>s <strong>do</strong> cacau e elaboraçao <strong>de</strong> chocolates 315849 Fabricação <strong>de</strong> massas alimentícias 315857 Preparaçao <strong>de</strong> especiarias, molhos, temperos e condiment 315865 Preparaçao <strong>de</strong> produtos dietéticos, alimentos para criança 315890 Fabricação <strong>de</strong> outros produtos alimentícios 315911 Fabricação, retificaçao, homogeneizaçao e mistura <strong>de</strong> aguar<strong>de</strong>n 415920 Fabricação <strong>de</strong> vinho 3,515938 Fabricação <strong>de</strong> malte, cervejas e chopes 3,515946 Engarrafamento e gaseificaçao <strong>de</strong> águas minerais 215954 Fabricação <strong>de</strong> refrigerantes e refrescos 316004 Fabricação <strong>de</strong> produtos <strong>do</strong> fumo 3,517116 Beneficiamento <strong>de</strong> algo<strong>da</strong>o 317191 Beneficiamento <strong>de</strong> outras fibras têxteis naturais 317213 Fiaçao <strong>de</strong> algo<strong>da</strong>o 317221 Fiação <strong>de</strong> fibras têxteis naturais, exceto algodão 3


Visão <strong>de</strong> Biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>159classe categorias <strong>de</strong> indústria fator <strong>de</strong> risco (w)17230 Fiaçao <strong>de</strong> fibras artificiais ou sintéticas 2,517248 Fabricação <strong>de</strong> linhas e fios para costurar e bor<strong>da</strong>r 2,517310 Tecelagem <strong>de</strong> algo<strong>da</strong>o 317329 Tecelagem <strong>de</strong> fios <strong>de</strong> fibras têxteis naturais, exceto algodão 317337 Tecelagem <strong>de</strong> fios e filamentos contínuos artificiais ou s 2,517418 Fabricação <strong>de</strong> artigos <strong>de</strong> teci<strong>do</strong> <strong>de</strong> uso <strong>do</strong>mestico incluind 317493 Fabricação <strong>de</strong> outros artefatos têxteis incluin<strong>do</strong> tecelage 317507 Acabamentos em fios, teci<strong>do</strong>s e artigos têxteis, por terceiros 3,517612 Fabricação <strong>de</strong> artefatos têxteis a partir <strong>de</strong> teci<strong>do</strong>sexceto vestuário 1,517620 Fabricação <strong>de</strong> artefatos <strong>de</strong> tapeçaria 1,517639 Fabricação <strong>de</strong> artefatos <strong>de</strong> cor<strong>do</strong>aria 1,517647 Fabricação <strong>de</strong> teci<strong>do</strong>s especiaisinclusive artefatos 3,517698 Fabricação <strong>de</strong> outros artigos têxteisexceto vestuário 217710 Fabricação <strong>de</strong> teci<strong>do</strong>s <strong>de</strong> malha 2,517728 Fabricação <strong>de</strong> meias 2,517795 Fabricação <strong>de</strong> outros artigos <strong>do</strong> vestuário produzi<strong>do</strong>s em malha 2,518112 Confecção <strong>de</strong> roupas íntimas, blusas, camisas e semelhantes 2,518120 Confecção <strong>de</strong> peças <strong>do</strong> vestuárioexceto roupas íntimas, blusas, ca... 2,518139 Confecçao <strong>de</strong> roupas profissionais 2,518210 Fabricação <strong>de</strong> acessorios <strong>do</strong> vestuário 1,518228 Fabricação <strong>de</strong> acessorios para seguranca industrial e pess 3,519100 Curtimento e outras preparacoes <strong>de</strong> couro 519216 Fabricação <strong>de</strong> malas, bolsas, valises e outros artefatos para 219291 Fabricação <strong>de</strong> outros artefatos <strong>de</strong> couro 219313 Fabricação <strong>de</strong> calca<strong>do</strong>s <strong>de</strong> couro 2,519321 Fabricação <strong>de</strong> tenis <strong>de</strong> qualquer material 2,519330 Fabricação <strong>de</strong> calca<strong>do</strong>s <strong>de</strong> plástico 2,519399 Fabricação <strong>de</strong> calca<strong>do</strong>s <strong>de</strong> outros materiais 2,520109 Des<strong>do</strong>bramento <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira 2,520214 Fabricação <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira lamina<strong>da</strong> e <strong>de</strong> chapas <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira compens 3,520222 Fabricação <strong>de</strong> esquadrias <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira, <strong>de</strong> casas <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira pré-fabrica<strong>da</strong>s... 2,520230 Fabricação <strong>de</strong> artefatos <strong>de</strong> tanoaria e embalagens <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>i 2,520290 Fabricação <strong>de</strong> artefatos diversos <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira, palha, cortiça e material ... 2,521105 Fabricação <strong>de</strong> celulose e outras pastas para a Fabricação 521210 Fabricação <strong>de</strong> papel 421229 Fabricação <strong>de</strong> papelao liso, cartolina e cartão 421318 Fabricação <strong>de</strong> embalagens <strong>de</strong> papel 321326 Fabricação <strong>de</strong> embalagens <strong>de</strong> papelaoinclusive a Fabricação <strong>de</strong> pa... 321415 Fabricação <strong>de</strong> artefatos <strong>de</strong> papel, papelao, cartolina e cartão 221423 Fabricação <strong>de</strong> fitas e formulários contínuosimpressos o 221490 Fabricação. <strong>de</strong> outros artefatos <strong>de</strong> pastas, papel, papelao, car 222144 Ediçao <strong>de</strong> discos, fitas e outros materiais grava<strong>do</strong>s 3UNIR PARA CONSERVAR A VIDA22152 Edição <strong>de</strong> livros, revistas e jornais 3


BIOMA MATA ATLÂNTICAclasse categorias <strong>de</strong> indústria fator <strong>de</strong> risco (w)22160 Edição e impressão <strong>de</strong> livros 322179 Edição e impressão <strong>de</strong> jornais 322187 Edição e impressão <strong>de</strong> revistas 322195 Ediçao; ediçao e impressao <strong>de</strong> outros produtos gráficos 322217 Impressao <strong>de</strong> jornais, revistas e livros 322225 Impressão <strong>de</strong> material escolar e <strong>de</strong> material para usos industrial e... 322292 Execuçao <strong>de</strong> outros serviços gráficos 323108 Coquerias 523213 Refino <strong>de</strong> petróleo 523299 Outras formas <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> <strong>de</strong>riva<strong>do</strong>s <strong>do</strong> petróleo 523302 Elaboraçao <strong>de</strong> combustíveis nucleares 523400 Produçao <strong>de</strong> álcool 524112 Fabricação <strong>de</strong> cloro e álcalis 524120 Fabricação <strong>de</strong> intermediários para fertilizantes 524139 Fabricação <strong>de</strong> fertilizantes fosfata<strong>do</strong>s, nitrogena<strong>do</strong>s e pó 524147 Fabricação <strong>de</strong> gases industriais 524198 Fabricação <strong>de</strong> outros produtos inorgânicos 524210 Fabricação <strong>de</strong> produtos petroquímicos básicos 524228 Fabricação <strong>de</strong> intermediarios para resinas e fibras 524295 Fabricação <strong>de</strong> outros produtos quimicos orgânicos 524317 Fabricação <strong>de</strong> resinas termoplásticas 524325 Fabricação <strong>de</strong> resinas termofixas 524333 Fabricação <strong>de</strong> elastomeros 524414 Fabricação <strong>de</strong> fibras, fios, cabos e filamentos contínuos 524422 Fabricação <strong>de</strong> fibras, fios, cabos e filamentos contínuos 524511 Fabricação <strong>de</strong> produtos farmoquimicos 524520 Fabricação <strong>de</strong> medicamentos para uso humano 524538 Fabricação <strong>de</strong> medicamentos para uso veterinário 524546 Fabricação <strong>de</strong> materiais para usos medicos, hospitalares e o<strong>do</strong> 524619 Fabricação <strong>de</strong> insetici<strong>da</strong>s 524627 Fabricação <strong>de</strong> fungici<strong>da</strong>s 524635 Fabricação <strong>de</strong> herbici<strong>da</strong>s 524694 Fabricação <strong>de</strong> outros <strong>de</strong>fensivos agrícolas 524716 Fabricação <strong>de</strong> saboes, sabonetes e <strong>de</strong>tergentes sinteticos 524724 Fabricação <strong>de</strong> produtos <strong>de</strong> limpeza e polimento 524732 Fabricação <strong>de</strong> artigos <strong>de</strong> perfumaria e cosméticos 524813 Fabricação <strong>de</strong> tintas, vernizes, esmaltes e lacas 524821 Fabricação <strong>de</strong> tintas <strong>de</strong> impressão 524830 Fabricação <strong>de</strong> impermeabilizantes, solventes e produtos af 524910 Fabricação <strong>de</strong> a<strong>de</strong>sivos e selantes 524929 Fabricação <strong>de</strong> explosives 524937 Fabricação <strong>de</strong> catalisa<strong>do</strong>res 5


Visão <strong>de</strong> Biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>161classe categorias <strong>de</strong> indústria fator <strong>de</strong> risco (w)24945 Fabricação <strong>de</strong> aditivos <strong>de</strong> uso industrial 524953 Fabricação. <strong>de</strong> chapas, filmes, papéis e outros materiais e produtos quím... 524996 Fabricação <strong>de</strong> outros produtos químicos não especifica<strong>do</strong>s anteriormente 525119 Fabricação <strong>de</strong> pneumaticos e <strong>de</strong> camaras-<strong>de</strong>-ar 325127 Recondicionamento <strong>de</strong> pneumaticos 325194 Fabricação <strong>de</strong> artefatos diversos <strong>de</strong> borracha 325216 Fabricação <strong>de</strong> lamina<strong>do</strong>s planos e tubulares plastico 2,525224 Fabricação <strong>de</strong> embalagem <strong>de</strong> plástico 2,525291 Fabricação <strong>de</strong> artefatos diversos <strong>de</strong> plástico 2,526115 Fabricação <strong>de</strong> vidro plano e <strong>de</strong> segurança 3,526123 Fabricação <strong>de</strong> embalagens <strong>de</strong> vidro 3,526190 Fabricação <strong>de</strong> artigos <strong>de</strong> vidro 3,526204 Fabricação <strong>de</strong> cimento 326301 Fabricação <strong>de</strong> artefatos <strong>de</strong> concreto, cimento, fibrocimento, g 2,526417 Fabricação <strong>de</strong> produtos ceramicos nao-refratarios para uso est 226425 Fabricação <strong>de</strong> produtos ceramicos refratários 226492 Fabricação <strong>de</strong> produtos ceramicos nao-refratarios para uso 226913 Britamento, aparelhamento e outros trab. em pedras (não a 326921 Fabricação <strong>de</strong> cal virgem, cal hidrata<strong>da</strong> e gesso 326999 Fabricação <strong>de</strong> outros produtos <strong>de</strong> minerais nao-metalicos 2,527138 Produção <strong>de</strong> ferro-gusa 527146 Produção <strong>de</strong> ferroligas 527235 Produção <strong>de</strong> semi-acaba<strong>do</strong>s <strong>de</strong> aço 527243 Produção <strong>de</strong> lamina<strong>do</strong>s planos <strong>de</strong> aço 527251 Produção <strong>de</strong> lamina<strong>do</strong>s longos <strong>de</strong> aço 527260 Produção <strong>de</strong> relamina<strong>do</strong>s, trefila<strong>do</strong>s e perfila<strong>do</strong>s <strong>de</strong> aço 327316 Fabricação <strong>de</strong> tubos <strong>de</strong> aco com costura 327391 Fabricação <strong>de</strong> outros tubos <strong>de</strong> ferro e aço 327413 Metalurgia <strong>do</strong> aluminio e suas ligas 527421 Metalurgia <strong>do</strong>s metais preciosos 427499 Metalurgia <strong>de</strong> outros metais nao-ferrosos e suas ligas 427510 Fabricação <strong>de</strong> pecas fundi<strong>da</strong>s <strong>de</strong> ferro e aço 427529 Fabricação <strong>de</strong> pecas fundi<strong>da</strong>s <strong>de</strong> metais nao-ferrosos e sua 428118 Fabricação <strong>de</strong> estruturas metálicas para edifícios, pontes, torres <strong>de</strong> tr... 228126 Fabricação <strong>de</strong> esquadrias <strong>de</strong> metal 328134 Fabricação <strong>de</strong> obras <strong>de</strong> cal<strong>de</strong>iraria pesa<strong>da</strong> 228215 Fabricação <strong>de</strong> tanques, reservatórios metálicos e cal<strong>de</strong>iras PA 228223 Fabricação <strong>de</strong> cal<strong>de</strong>iras gera<strong>do</strong>ras <strong>de</strong> vaporexceto para aquecimento ce... 228312 Produçao <strong>de</strong> forja<strong>do</strong>s <strong>de</strong> aço 2,528320 Produçao <strong>de</strong> forja<strong>do</strong>s <strong>de</strong> metais nao-ferrosos e suas ligas 2,528339 Fabricação <strong>de</strong> artefatos estampa<strong>do</strong>s <strong>de</strong> metal 228347 Metalurgia <strong>do</strong> pó 3UNIR PARA CONSERVAR A VIDA


BIOMA MATA ATLÂNTICAclasse categorias <strong>de</strong> indústria fator <strong>de</strong> risco (w)28398 Têmpera, cementação e tratamento térmico <strong>do</strong> aço, serviços <strong>de</strong> usinag... 328410 Fabricação <strong>de</strong> artigos <strong>de</strong> cutelaria 228428 Fabricação <strong>de</strong> artigos <strong>de</strong> serralheriaexceto esquadrias 2,528436 Fabricação <strong>de</strong> ferramentas manuais 2,528916 Fabricação <strong>de</strong> embalagens metálicas 2,528924 Fabricação <strong>de</strong> artefatos <strong>de</strong> trefila<strong>do</strong>s 2,528932 Fabricação <strong>de</strong> artigos <strong>de</strong> funilaria e <strong>de</strong> artigos <strong>de</strong> metal para usos <strong>do</strong>mé... 2,528991 Fabricação <strong>de</strong> outros produtos elabora<strong>do</strong>s <strong>de</strong> metal 2,529114 Fabricação <strong>de</strong> motores estacionários <strong>de</strong> combustão interna, turbinas e ou... 2,529122 Fabricação <strong>de</strong> bombas e carneiros hidráulicos 2,529130 Fabricação <strong>de</strong> valvulas, torneiras e registros 2,529149 Fabricação <strong>de</strong> compressors 2,529157 Fabricação <strong>de</strong> equipamentos <strong>de</strong> transmissao para fins industria 2,529211 Fabricação <strong>de</strong> fornos industriais, aparelhos e equipamentos não-elétrico... 2,529220 Fabricação <strong>de</strong> estufas e fornos eletricos para fins indust 2,529238 Fabricação <strong>de</strong> máquinas, equipamentos e aparelhos para transporte e elev... 2,529246 Fabricação <strong>de</strong> máquinas e aparelhos <strong>de</strong> refrigeraçao e ventilaç 2,529254 Fabricação <strong>de</strong> aparelhos <strong>de</strong> ar condiciona<strong>do</strong> 2,529297 Fabricação <strong>de</strong> outras maquinas e equipamentos <strong>de</strong> uso geral 2,529319 Fabricação <strong>de</strong> máquinas e equipamentos para agricultura, avicu 2,529327 Fabricação <strong>de</strong> tratores agrícolas 2,529408 Fabricação <strong>de</strong> maquinas-ferramenta 2,529513 Fabricação <strong>de</strong> máq e equip para a prospecção e extração <strong>de</strong> petróleo 2,529521 Fabricação <strong>de</strong> outras máquinas e equipamentos <strong>de</strong> uso na extração mineral... 2,529530 Fabricação <strong>de</strong> tratores <strong>de</strong> esteira e tratores <strong>de</strong> uso na extração mineral... 2,529548 Fabricação <strong>de</strong> máquinas e equipamentos <strong>de</strong> terraplanagem e 2,529610 Fabricação <strong>de</strong> máquinas para a indústria metalúrgicaexceto máquin... 2,529629 Fabricação <strong>de</strong> máquinas e equipamentos para as ind. alimentar, 2,529637 Fabricação <strong>de</strong> maquinas e equipamentos para a indústria te 2,529645 Fabricação <strong>de</strong> máquinas e equipamentos para as indústrias <strong>do</strong> vestuário ... 2,529653 Fabricação <strong>de</strong> máquinas e equipamentos para as ind. <strong>de</strong> celulos 2,529696 Fabricação <strong>de</strong> outras maquinas e equipamentos <strong>de</strong> uso espec 2,529718 Fabricação <strong>de</strong> armas <strong>de</strong> fogo e munições 2,529726 Fabricação <strong>de</strong> equipamento belico pesa<strong>do</strong> 2,529815 Fabricação <strong>de</strong> fogoes, refrigera<strong>do</strong>res e máquinas <strong>de</strong> lavar e SE 2,529890 Fabricação <strong>de</strong> outros aparelhos eletro<strong>do</strong>mésticos 2,530112 Fabricação <strong>de</strong> máquinas <strong>de</strong> escrever e calcular, copia<strong>do</strong>ras e outros equi... 2,530120 Fabricação <strong>de</strong> máquinas <strong>de</strong> escrever e calcular, copia<strong>do</strong>ras e outros equi... 2,530210 Fabricação <strong>de</strong> computa<strong>do</strong>res 1,530228 Fabricação <strong>de</strong> equipamentos periféricos para máquinas eletrôni 1,531119 Fabricação <strong>de</strong> gera<strong>do</strong>res <strong>de</strong> corrente continua ou alterna<strong>da</strong> 2,531127 Fabricação <strong>de</strong> transforma<strong>do</strong>res, indutores, conversores, sincro 2,5


© WWF-Brasil / Adriano GambariniVisão <strong>de</strong> Biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>163classe categorias <strong>de</strong> indústria fator <strong>de</strong> risco (w)31135 Fabricação <strong>de</strong> motores elétricos 2,531216 Fabricação <strong>de</strong> subestações, quadros <strong>de</strong> coman<strong>do</strong>, regula<strong>do</strong>res <strong>de</strong> voltagem ... 2,531224 Fabricação <strong>de</strong> material eletrico para instalacoes em circuito 2,531305 Fabricação <strong>de</strong> fios, cabos e condutores eletricos isola<strong>do</strong>s 2,531410 Fabricação <strong>de</strong> pilhas, baterias e acumula<strong>do</strong>res elétricosexceto pa... 431429 Fabricação <strong>de</strong> baterias e acumula<strong>do</strong>res para veículos 431518 Fabricação <strong>de</strong> lampa<strong>da</strong>s 231526 Fabricação <strong>de</strong> luminárias e equipamentos <strong>de</strong> iluminaçaoexceto para... 231607 Fabricação <strong>de</strong> material elétrico para veículosexceto baterias 231917 Fabricação <strong>de</strong> eletro<strong>do</strong>s, contatos e outros artigos <strong>de</strong> carvão e grafita ... 2,531925 Fabricação <strong>de</strong> aparelhos e utensilios para sinalizacao e a 2,531992 Fabricação <strong>de</strong> outros aparelhos ou equipamentos eletricos 2,532107 Fabricação <strong>de</strong> material eletronico básico 332212 Fabricação <strong>de</strong> equipamentos transmissores <strong>de</strong> rádio e televisão e <strong>de</strong> equi... 232220 Fabricação <strong>de</strong> aparelhos telefônicos, sistemas <strong>de</strong> intercomunic 232301 Fabricação <strong>de</strong> aparelhos receptores <strong>de</strong> rádio e televisão e <strong>de</strong> reprodução... 233103 Fabricação <strong>de</strong> aparelhos e instrumentos para usos médico-hospi 333200 Fabricação <strong>de</strong> aparelhos e instrumentos <strong>de</strong> medi<strong>da</strong>, teste e con 2UNIR PARA CONSERVAR A VIDA


BIOMA MATA ATLÂNTICAANEXO VIÁREAS PIORITÁRIAS DA VISÃO DA CONSERVAÇÃO DE BIODIVERSIDADE DA ECOREGIÃO SERRA DO MARcódigo 1 nome 2 ufáreatotal(km²)árearemanescente(km²)área <strong>de</strong>UC <strong>de</strong>proteçãointegral(km²)área <strong>de</strong>UC usosustentável(km²)número<strong>de</strong>fragmentosáreamédia <strong>do</strong>sfragmentos(km²)insubstituibili<strong>da</strong><strong>de</strong>médiacustomédiopor UPcustototalfrequência<strong>de</strong> seleção<strong>de</strong> UP pelomarxannúmero <strong>de</strong>objetos <strong>de</strong>conservaçãoprotegi<strong>do</strong>svulnerabili<strong>da</strong><strong>de</strong>recomen<strong>da</strong>ção<strong>de</strong>manejo 31 ESEC Chauás SP 23.15 21.75 23.15 23.13 1 21.75 1 19.68 1.12 1.12 200 186 A2 PES Acarirí SC 61.45 45.06 61.45 4 11.27 1 22.53 2.23 2.23 200 190 A4563PESPariquera AbaixoSP 24.75 24.09 24.75 1 24.09 1 12.89 1.65 1.65 200 148 APES Xixova-SP 8.05 1.72 8.05 1 1.72 1 48.74 4.51 4.51 200 213 AJapuíREBIO DuasES 30.96 28.68 30.96 1 28.68 1 17.43 3.19 3.19 200 146 ABocasRESECRJ 98.44 78.00 98.44 97.12 1 78 1 26.93 2.27 6.81 67 217 PJoatinga7 Criciúma SC 50.07 9.18 5 1.84 1 72.81 6.48 6.48 200 201 A8 Cantagalo RJ 50.13 10.16 13 0.78 1 80.02 5.28 5.28 200 212 A9 Sapucaia RJ 50.13 6.04 10 0.6 0.31 94.53 4.35 4.35 181 275 A10Vale <strong>do</strong>Paraíba PaulistaSP 39.88 8.65 6 1.44 0 54.68 5.37 5.37 0 91 A111213ESECES 551.81 181.87 6.00 45 4.04 0.93 66.51 3.98 47.76 200 124 APapagaioPARNACaparaóSul EspíritosantenseES567.08 270.77 318.53 48 5.64 0.83 43.07 2.86 25.78 198 174 AMGES 551.51 116.70 57 2.05 0.48 66.3 4.81 52.96 144 165 A14 Jaguaruna SC 5.52 1.75 5.52 5.52 2 0.88 1 69.18 5.21 5.21 200 220 A15 Turvo SC 50.07 6.78 3 2.26 1 43.42 5.85 5.85 200 237 A16BalneárioGaivotaSC 50.06 8.67 4 2.17 1 33.88 5.07 5.07 200 216 A


Visão <strong>de</strong> Biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>165UNIR PARA CONSERVAR A VIDAvulnerabili<strong>da</strong><strong>de</strong>recomen<strong>da</strong>ção<strong>de</strong>manejo 3número <strong>de</strong>objetos <strong>de</strong>conservaçãoprotegi<strong>do</strong>sfrequência<strong>de</strong> seleção<strong>de</strong> UP pelomarxancustototalcustomédiopor UPinsubstituibili<strong>da</strong><strong>de</strong>médiaáreamédia <strong>do</strong>sfragmentos(km²)número<strong>de</strong>fragmentosárea <strong>de</strong>UC usosustentável(km²)área <strong>de</strong>UC <strong>de</strong>proteçãointegral(km²)árearemanescente(km²)áreatotal(km²)código 1 nome 2 uf17 Mutum MG 50.15 6.47 7 0.92 0.94 105.37 4.5 4.5 194 233 A18Trajano <strong>de</strong>RJ 50.13 10.21 7 1.46 1 75.08 3.48 3.48 200 146 AMoraes19 Santa Teresa ES 50.15 5.13 7 0.73 1 91.18 5.05 5.05 200 24 A20Metropolitana<strong>do</strong> Rio RJ 50.12 14.97 3 4.99 1 55.02 5.24 5.24 200 8 A<strong>de</strong> Janeiro21MonteiroLobatoSP 39.65 33.74 1 33.74 0.38 21.03 2.67 2.67 54 180 A22 PARNA Tijuca RJ 63.43 35.80 34.34 8 4.47 0.65 50.08 3.65 7.3 200 8 A23PARNA SãoSC 612.95 348.51 446.69 32 10.89 0.82 37.4 2.27 15.89 151 189 AJoaquim24PES <strong>Serra</strong> <strong>da</strong>RJ 56.69 11.10 22.70 10 1.11 0.42 70.67 4.21 8.42 200 57 ATiririca25 REBIO Tinguá RJ 742.47 438.03 273.00 48.13 36 12.17 0.62 31.09 3.19 50.96 190 150 A26 Tubarão SC 100.14 23.51 8 2.94 1 64.52 6.4 12.81 200 121 ASC1,051.90 558.43 68.68 6.53 41 13.62 0.49 25.64 2.72 62.59 197 143 ARSSC2,563.27 1,187.07 300.77 73 16.26 0.74 44.38 3.64 182.22 191 148 ARSSC 100.13 6.48 2 3.24 1 34.4 4.74 9.49 200 218 AREBIO27 Estadual <strong>do</strong>AguaíPARNA28 Apara<strong>do</strong>s <strong>da</strong><strong>Serra</strong>Passo <strong>de</strong>29Torres


BIOMA MATA ATLÂNTICAcódigo 1 nome 2 ufáreatotal(km²)árearemanescente(km²)área <strong>de</strong>UC <strong>de</strong>proteçãointegral(km²)área <strong>de</strong>UC usosustentável(km²)número<strong>de</strong>fragmentosáreamédia <strong>do</strong>sfragmentos(km²)insubstituibili<strong>da</strong><strong>de</strong>médiacustomédiopor UPcustototalfrequência<strong>de</strong> seleção<strong>de</strong> UP pelomarxannúmero <strong>de</strong>objetos <strong>de</strong>conservaçãoprotegi<strong>do</strong>svulnerabili<strong>da</strong><strong>de</strong>recomen<strong>da</strong>ção<strong>de</strong>manejo 3PARNA30ItatiaiaMGRJ 610.45 382.26 283.65 248.12 20 19.11 0.8 31.89 2.08 27.1 170 141 ASP31 São Gonçalo RJ 145.67 39.54 84.73 5 7.91 0.64 44.99 4.77 28.61 173 156 A32 Saquarema RJ 150.37 52.30 9 5.81 1 40.59 4.97 14.9 200 115 A33 Mangaratiba RJ 200.48 46.47 13.93 1 46.47 0.81 25.3 3.75 18.73 200 134 P3435PESRJ 592.25 312.77 214.60 40 7.82 0.86 35.69 2.13 23.43 200 96 ADesenganoPESMananciais<strong>de</strong> Campos<strong>do</strong> JordãoMG593.81 377.37 290.21 593.81 8 47.17 0.61 42.9 1.82 23.65 172 159 PSP36 Cerro Azul PR 50.11 18.37 14 1.31 0.42 89.36 3.56 3.56 62 131 A37REBIOAugusto RuschiES 1,404.07 675.81 36.87 137 4.93 0.77 72.34 3.49 101.08 183 114 APES Pedra38AzulMG2,657.54 815.07 20.52 346 2.36 0.53 76.38 3.75 209.92 175 155 A+CES39 PES Ilhabela SP 288.87 280.50 278.13 287.14 1 280.5 0.96 6.62 0.72 5.05 163 191 P40PARNA <strong>Serra</strong>SC 5,407.91 3,898.39 630.84 91.81 69 56.5 0.34 24.76 2.97 350.9 168 155 P<strong>do</strong> Itajaí41 ESEC Carijós SC 50.17 8.66 7.10 8 1.08 0.14 86.5 4.38 8.75 200 213 A42PES PedraRJ 279.55 88.41 147.85 10 8.84 0.66 54.23 4.44 26.62 133 211 ABranca4344REBIO PraiaRJ 105.59 74.60 77.87 88.55 1 74.6 0.74 19.45 1.53 7.63 120 166 P<strong>do</strong> SulArmação <strong>do</strong>sRJ 42.78 6.54 24.59 3 2.18 0.57 53.35 5.44 10.89 200 151 ABúzios45 Lagos RJ 225.39 16.40 23.32 9 1.82 0.72 62.07 6.32 25.27 200 164 A


Visão <strong>de</strong> Biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Ecorregião <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>167UNIR PARA CONSERVAR A VIDAvulnerabili<strong>da</strong><strong>de</strong>recomen<strong>da</strong>ção<strong>de</strong>manejo 3número <strong>de</strong>objetos <strong>de</strong>conservaçãoprotegi<strong>do</strong>sfrequência<strong>de</strong> seleção<strong>de</strong> UP pelomarxancustototalcustomédiopor UPinsubstituibili<strong>da</strong><strong>de</strong>médiaáreamédia <strong>do</strong>sfragmentos(km²)número<strong>de</strong>fragmentosárea <strong>de</strong>UC usosustentável(km²)área <strong>de</strong>UC <strong>de</strong>proteçãointegral(km²)árearemanescente(km²)áreatotal(km²)código 1 nome 2 ufPES TrêsRJ 3,630.99 1,477.44 710.69 1,631.30 267 5.53 0.56 38.86 2.93 272.93 191 146 A+CPicosPESSP 2,452.35 1,074.45 101.11 732.38 156 6.89 0.4 38.99 4.47 277 173 147 ACantareiraPESPRSC SP15,270.61 12,043.54 3,918.12 10,176.68 254 47.42 0.47 14.33 1.74 609.95 173 135 P+CSC 318.52 318.52 47.47 156.40 1 318.52 0.41 8.82 2.77 30.44 55 125 PSP10,594.22 8,300.22 5,339.74 6,234.63 190 43.69 0.62 17.91 2.36 564.57 134 148 P+CRJJacupiranga,PN SaintHilaireLangueESEC <strong>do</strong>BracinhoPES <strong>Serra</strong> <strong>do</strong><strong>Mar</strong>464748495051PES <strong>Serra</strong> <strong>do</strong>SC 1,638.73 1,182.41 988.41 42.09 33 35.83 0.66 24.38 2.16 49.64 177 188 ATabuleiro1 vi<strong>de</strong> localização <strong>da</strong> áreas prioritárias para conservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> na figura 30.2 ESEC – estação ecológica; PARNA – parque nacional; PES – parque estadual; REBIO – reserva biológica; RESEC – reserva ecológica.3 recomen<strong>da</strong>ção <strong>de</strong> manejo: A - ampliação; C - conexão; P - proteção.


© WWF-Brasil / Adriano Gambarini


EXPEDIENTEAutoresCarlos Alberto <strong>de</strong> Mattos Scaramuzza, Luciana Lopes Simões, Sidney Ta<strong>de</strong>u Rodrigues, Gustavo M. Accacio,<strong>Mar</strong>celo Hercowitz, <strong>Mar</strong>cos Reis Rosa, William Goulart, Ekena Rangel Pinagé e <strong>Mar</strong>iana <strong>da</strong> Silva SoaresRevisão técnicaCarlos Alberto <strong>de</strong> Mattos Scaramuzza, Luciana Lopes Simões, Sidney Ta<strong>de</strong>u Rodriguese <strong>Mar</strong>iana SoaresRevisão gramaticalTauana BrandãoMapasSOS Mata Atlântica e WWF-Brasil/Laboratório <strong>de</strong> Ecologia <strong>da</strong> PaisagemImagensAdriano Gambarini, Gustavo Accacio, Juan Pratginestos e Zig KochProjeto GráficoRibamar Fonseca (Supernova Design)Editoração EletrônicaMayra Fernan<strong>de</strong>s e Ribamar Fonseca (Supernova Design)Brasília 2004-2011


WWF-BrasilSHIS EQ QL 6/8 Conjunto E Térreo,Brasília-DF CEP: 71.620-430.Telefone: (61) 3364-7400. Fax: (61) 3364-7474pan<strong>da</strong>@wwf.org.brwww.wwf.org.br

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