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Gestão financeira e operacional do Arpa

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Gestão <strong>financeira</strong> e<strong>operacional</strong> <strong>do</strong> <strong>Arpa</strong>


SUMÁRIOO que são áreas protegidas 4Áreas protegidas no Brasil 4Outras áreas que contribuem paraconservar a natureza: 4A integração <strong>do</strong> <strong>Arpa</strong> nas políticas ambientais 8<strong>Arpa</strong> e Snuc 8<strong>Arpa</strong> e CDB 8<strong>Arpa</strong> e outros programas governamentais para aAmazônia 9<strong>Arpa</strong> e a estratégia nacional paramudanças climáticas 10Soluções inova<strong>do</strong>ras 15Gestão <strong>financeira</strong> privada 19Programa complexo e inova<strong>do</strong>r 20Objetivos, metas e resulta<strong>do</strong>s financeiros 21Recursos aplica<strong>do</strong>s e resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s 23A 2ª Fase <strong>do</strong> <strong>Arpa</strong> 27<strong>Arpa</strong> atualizou mapa de áreas prioritárias 29Programa fortaleceu a criação de UCs 29


Programa tem indica<strong>do</strong>res paraavaliar a consolidação das UCs 31Equipe mínima para gestão da UC 33Grande avanço na formação <strong>do</strong>s Conselhos 33Fiscalização exige pessoal 34Plano de manejo apresentou grandes avanços 35Equipamentos básicos 36Instalações insuficientes 36<strong>Arpa</strong> investiu na capacitação para gestão 37Fun<strong>do</strong> para dar sustentabilidade <strong>financeira</strong> às UCs 38Mecanismos para gerar receitas para as UCs 38Sistema de Monitoramento da Biodiversidade 39Coordenação <strong>do</strong> Programa 41Gerência <strong>operacional</strong> e logística 41Evolução na gestão <strong>do</strong> Programa 42Soluções para os problemas 42Aprendiza<strong>do</strong> e inovação 43Oportunidades para financiar asUCs com apoio <strong>do</strong> <strong>Arpa</strong> 44Referências 47


República Federativa <strong>do</strong> BrasilPresidenteDilma RousseffVice-presidenteMichel TemerMinistra <strong>do</strong> Meio AmbienteIzabella TeixeiraSecretaria ExecutivaFrancisco GaetaniSecretaria de Biodiversidade e FlorestasRoberto CavalcantiDiretoria de Áreas ProtegidasAna Paula Leite PratesPrograma Áreas Protegidas da Amazônia (<strong>Arpa</strong>)Trajano QuinhõesFicha técnica da 2ª edição da publicação:<strong>Arpa</strong> – um novo caminho para a conservação da AmazôniaRealizaçãoPrograma Áreas Protegidas da Amazônia (<strong>Arpa</strong>):Ministério <strong>do</strong> Meio AmbienteICMBioGovernos estaduais da Amazônia Brasileira: Acre, Amapá,Amazonas, Mato Grosso, Rondônia, Pará e TocantinsWWF-BrasilFunbioCooperação Alemã – KfWBanco de Desenvolvimento & GTZBanco MundialGEFFun<strong>do</strong> AmazôniaBanco Nacional <strong>do</strong> Desenvolvimento - BNDESOrganização e ProduçãoWWF-Brasil:Secretaria-GeralMaria Cecília Wey de BritoCoordenação <strong>do</strong> Programa AmazôniaMauro ArmelinCoordenação de ComunicaçãoAndréa de LimaRevisão TécnicaAndré Nahur - analista de conservação <strong>do</strong> WWF-BrasilCláudio C. Maretti – superintendente deConservação, WWF-Brasil em 2010Carlos Rittl – coordena<strong>do</strong>r <strong>do</strong> Programa de Mudanças Climáticas <strong>do</strong> WWF-BrasilDaniela Oliveira - Doutoranda em Desenvolvimento Sustentável - CDS/UnBDaniela Leite – Unidade Gestão de Programas <strong>do</strong> FunbioFábio França de Araújo – MMA-SBF-DAP em 2010Fabio Leite – Unidade Gestão de Programas <strong>do</strong> FunbioFrancisco Barbosa Oliveira Jr. – coordena<strong>do</strong>r <strong>do</strong> Programade Áreas Protegidas e Apoio ao <strong>Arpa</strong> <strong>do</strong> WWF-Brasil em 2010Magaly Oliveira – especialista em geoprocessamento <strong>do</strong> WWF-BrasilMárcia Soares – Assessora de Comunicação <strong>do</strong> FunbioMariana Napolitano Ferreira – analista de conservação <strong>do</strong> WWF-BrasilMario Barroso – especialista em geoprocessamento <strong>do</strong> WWF-BrasilMarisete Catapan – especialista em áreas protegidas <strong>do</strong> WWF-BrasilMauro Armelin – coordena<strong>do</strong>r <strong>do</strong> Programa Amazônia <strong>do</strong> WWF-BrasilRosiane Pinto - Analista Ambiental - MMA/SBF/DAP/ARPATrajano Quinhões – Gerente de Projeto/Coordena<strong>do</strong>r<strong>do</strong> <strong>Arpa</strong> - MMA/SBF/DAP/ARPAColabora<strong>do</strong>resCapítulo Biodiversidade – Mariana Ferreira, MarioBarroso, Paula Valdujo e Gabriel CostaCapítulo Efetividade de Gestão – Mariana Ferreira, MariseteCatapan, Maria Auxilia<strong>do</strong>ra Drummond e Cristina Onaga.Capítulo Desmatamento e Mudanças Climáticas – André Nahur,Mônica TakakoShimabukuro, Regina Vasquez, Mario Barroso, Cláudio Maretti.Capítulo Gestão Financeira e Operacional <strong>do</strong> <strong>Arpa</strong> – Fábio França,Marcos Araújo, Daniela Leite, Trajano Quinhões e Rosiane PintoTexto e ediçãoRegina Vasquez e Marco GonçalvesTraduçãoRegina Vasquez & Martin Charles NichollProdução, edição e revisão finalLigia Paes de Barros – analista de comunicação <strong>do</strong> WWF-BrasilProjeto Gráfico e DiagramaçãoMárcio Duarte – M10 DesignFotosArquivo WWF-BrasilAgradecimentosICMBio, Sedam-RO, Sema-AC, Sema-MT, SDS-AM* Parte <strong>do</strong>s estu<strong>do</strong>s apresenta<strong>do</strong>s nesta publicação contam comfinanciamento <strong>do</strong> Ministério Federal <strong>do</strong> Meio Ambiente, Proteção daNatureza e Segurança Nuclear da República Federal da Alemanha.


4 Gestão<strong>financeira</strong> e<strong>operacional</strong><strong>do</strong> <strong>Arpa</strong>O que são áreas protegidasÁreas protegidas são internacionalmentereconhecidas (pela UICN e a CBD) comoáreas delimitadas, definidas e geridas com objetivoexplícito de conservação da natureza (stricto sensu) ou,ainda, contribuin<strong>do</strong> com esse fim mesmo que de formanão explícita (lato sensu). As áreas protegidas no senti<strong>do</strong>estrito são classificadas, também internacionalmente, emcategorias de gestão de acor<strong>do</strong> com seus objetivos. Modelosde governança que incorporam, no seu <strong>do</strong>mínio e nasua gestão, atores sociais governamentais, comunitários oupriva<strong>do</strong>s – e em alguns casos de forma compartilhada –também são reconheci<strong>do</strong>s.Áreas protegidas no BrasilNo Brasil, existem <strong>do</strong>is tipos principais de áreas protegidas,defini<strong>do</strong>s por lei:1. Unidades de Conservação (UC) são áreas protegidas nosenti<strong>do</strong> estrito e tem como objetivo maior a conservaçãoda natureza e sua biodiversidade, além de objetivos complementaresno caso de cada categoria. As unidades deconservação podem ser estabelecidas no âmbito <strong>do</strong>s trêsníveis de governo no Brasil: federal, estadual e municipal.As unidades de conservação de âmbito federal estãovinculadas ao Ministério <strong>do</strong> Meio Ambiente, por meio<strong>do</strong> Instituto Chico Mendes de Conservação de Biodiversidade(ICMBio); as de âmbito estadual e municipal àssecretarias que tratam de meio ambiente no governo <strong>do</strong>esta<strong>do</strong> ou da prefeitura, respectivamente. As UCs subdividem-seem <strong>do</strong>is grandes grupos: a) de proteção integrale b) de uso sustentável. Em cada grupo há diversas categorias(veja a tabela 1). Algumas categorias podem serestabelecidas também no <strong>do</strong>mínio priva<strong>do</strong>.2. Entre as áreas protegidas no senti<strong>do</strong> amplo destacam-seas Terras Indígenas (TIs). Embora tenham como objetivomaior a preservação social e cultural <strong>do</strong>s povos indígenastradicionais que as habitam, as terras indígenascontribuem muito para a conservação da biodiversidadee também para reduzir o desmatamento – especialmentena Amazônia, onde tais áreas têm grande extensão ecobertura natural. Elas estão vinculadas ao Ministérioda Justiça. Territórios quilombolas também podem serconsidera<strong>do</strong>s áreas protegidas no senti<strong>do</strong> amplo.Outras áreas que contribuem paraconservar a natureza:Embora não sejam consideradas protegidas, existem outrasáreas específicas no Brasil que colaboram de formaimportante com a conservação da natureza e sua biodiversidade.As principais são:• Áreas definidas pelo Código Florestal e que preservam acobertura vegetal natural e sua biodiversidade associada,embora não sejam delimitadas nem possuam sistemaespecial de gestão. As Áreas de Preservação Permanente(APPs) são importantes para proteger as encostas e toposde morro e as margens <strong>do</strong>s rios e lagos. Já as ReservasLegais impedem o desmatamento num percentualdas propriedades na área rural.• Áreas militares, ligadas ao Ministério da Defesa, têm porobjetivo garantir a segurança <strong>do</strong> país, sen<strong>do</strong> delimitadase geridas por regime especial. Elas contribuem para aconservação da natureza devi<strong>do</strong> a sua grande extensão eà defesa militar.


No Brasil, as unidades de conservação ocupam cercade 17% <strong>do</strong> território continental e 1,5% da área marinha <strong>do</strong>país, totalizan<strong>do</strong> aproximadamente 1,5 milhões de km².O Sistema Nacional de Unidades de Conservação (Snuc)inclui mais de 1.600 UCs, das quais um pouco mais dametade é pública. As UCs públicas são pre<strong>do</strong>minantementeestaduais (cerca de 60%) e federais (aproximadamente35%). As reservas particulares (RPPNs), federais e estaduais,somam pouco mais de 800.Tabela 1 · Tipos de Unidades de Conservação (UCs) que integram o Cadastro Nacional de Unidades de Conservação – CNUCGrupo deManejoCategoriaFinalidadeClassificaçãoda UICNContempladapelo <strong>Arpa</strong>5 Gestão<strong>financeira</strong> e<strong>operacional</strong><strong>do</strong> <strong>Arpa</strong>ProteçãointegralEstação ecológica(Esec)Reserva biológica(Rebio)ParqueRefúgio da VidaSilvestre (RVS)Preservar a natureza e realizar pesquisa científica;visitação só com objetivo educacional.Preservar a biota e demais atributos naturais em seuslimites; visitação só com objetivo educacional.Preservar ecossistemas naturais com relevânciaecológica e beleza cênica; propiciar a pesquisa científica;educação e interpretação ambiental, recreação junto ànatureza e ecoturismo. Visitação com esses objetivos.Proteger ambientes naturais onde se asseguram condiçõespara existência e reprodução de espécies e ou comunidadesda flora local e da fauna residente ou migratória.IaIaIIIIISimSimSimNãoMonumentoNatural (Mona)Preservar sítios naturais raros, singularesou de grande beleza cênica.IIINãoReserva Particular<strong>do</strong> PatrimônioNatural (RPPN)Conservar a biodiversidade e realizarpesquisa científica; visitação com objetivosturísticos, recreativos e educacionais.IIUsosustentávelReserva Extrativista(Resex)Proteger os meios de vida e a cultura das populaçõesextrativistas tradicionais e assegurar o uso sustentável <strong>do</strong>srecursos naturais de base extrativista. As comunidadespodem complementar o extrativismo com agriculturade subsistência e criação de animais de pequenoporte. A pesquisa científica é incentivada. A exploraçãomineral e a caça são proibidas. A visita é permitida.Têm gestão compartilha com as comunidades locais esó podem ser criadas por solicitação da comunidadeextrativista. O uso é concedi<strong>do</strong> à população extrativistatradicional e área é gerida por conselho deliberativo.VISim


Grupo deManejoCategoriaFinalidadeClassificaçãoda UICNContempladapelo <strong>Arpa</strong>UsosustentávelReserva deDesenvolvimentoSustentável (RDS)FlorestaPreservar área natural que abriga populaçõestradicionais, asseguran<strong>do</strong> condições de manter emelhorar seu mo<strong>do</strong> de vida, por meio da exploraçãosustentável <strong>do</strong>s recursos naturais. Visita permitida.Proteger área de cobertura florestal pre<strong>do</strong>minantementenativa para uso múltiplo sustentável <strong>do</strong>s recursosflorestais e pesquisas científicas. Podem serobjeto de concessão florestal para exploraçãocomercial sustentável. Visitação permitida.VIVISimNão6 Gestão<strong>financeira</strong> e<strong>operacional</strong><strong>do</strong> <strong>Arpa</strong>Área de relevanteinteresse ecológico(Arie)Manter ecossistemas naturais de importância regionalou local e regular o uso para compatibilizá-lo com osobjetivos de conservação da natureza. Em geral é áreade pequena extensão, com pouca ou nenhuma ocupaçãohumana e características naturais extraordinárias, ouque abriga exemplares raros da biota regional.IVNãoUso sustentávelReserva de faunaManter área natural com populações de animaisnativas, residentes ou migratórias, adequadas paraestu<strong>do</strong>s técnico-científicos sobre manejo sustentávelda fauna. Visitação é permitida; a caça é proibida.IVNãoÁrea de ProteçãoAmbiental (Apa)Proteger a biodiversidade, disciplinar a ocupaçãoe assegurar o uso sustentável <strong>do</strong>s recursosnaturais. Área geralmente extensa, com certograu de ocupação humana, <strong>do</strong>tada de atributosimportantes para a qualidade de vida humana.VNâo


Tabela 2 · UCs na Amazônia brasileira (âmbito federal, estadual e municipal) Conforme o CNUC (em 03/09/2010)Grupo e tipo de UC Número de UCs Área em km2 % <strong>do</strong> biomaProteção integralEstação Ecológica 19 101.142 2,4Monumento Natural 0 0 0Parque 45 261.438 6,2Refúgio de Vida Silvestre 1 64 0Reserva Biológica 13 49.273 1,27 Gestão<strong>financeira</strong> e<strong>operacional</strong><strong>do</strong> <strong>Arpa</strong>Total Proteção Integral 78 411.917 9,8Uso SustentávelFloresta 58 298.023 7,1Reserva Extrativista 68 136.313 3,2Reserva de Desenvolvimento Sustentável 20 108.990 2,6Reserva de Fauna 0 0 0Área de Proteção Ambiental 29 154.396 3,7Área de Relevante Interesse Ecológico 5 446 0RPPN 49 407 0Total Uso Sustentável 229 698.575 16,6TOTAL BIOMA 4.196.943


8 Gestão<strong>financeira</strong> e<strong>operacional</strong><strong>do</strong> <strong>Arpa</strong>A integração <strong>do</strong> <strong>Arpa</strong> naspolíticas ambientaisEntre as estratégias de consolidação deáreas protegidas no Brasil, o Programa <strong>Arpa</strong> representaa vanguarda. O <strong>Arpa</strong> serve de espaço de experimentaçãode iniciativas inova<strong>do</strong>ras em políticas públicaspara a conservação, que são posteriormente incorporadasno planejamento e implementação de ações para a consolidaçãode unidades de conservação em outros biomas brasileiros.O Programa serve de exemplo de sucesso tambémpara a implementação de políticas de outros setores daárea ambiental.O bioma Amazônia ocupa uma vasta porção <strong>do</strong> territórionacional e tem uma importância fundamental no desenvolvimento<strong>do</strong> Brasil no século XXI, sen<strong>do</strong> estratégicopara a segurança ambiental global. Desenvolver a Amazôniade forma sustentável é um grande desafio para as geraçõespresentes e futuras.No apoio à expansão e consolidação de um conjuntode unidades de conservação no bioma Amazônia, o <strong>Arpa</strong>pretende contribuir para a comprovação das premissasrelativas à importância da conservação da Amazônia parao futuro <strong>do</strong> país, assumidas pelo Brasil, em suas estratégiase planos em longo prazo.<strong>Arpa</strong> e SnucEm julho de 2000, com a promulgação da Lei Federal Nº9.985, o país instituiu o Sistema Nacional de Unidades deConservação (Snuc), o qual foi um marco importante noplanejamento mais consistente para a conservação da natureza.Ao reunir no mesmo quadro legal as iniciativas deconservação <strong>do</strong>s governos federal, estaduais e municipaisbrasileiros, o Snuc permite uma política integrada e sistêmicapara a conservação de espaços naturais relevantespara a conservação da biodiversidade no país.O Snuc é coordena<strong>do</strong> pelo Ministério <strong>do</strong> Meio Ambiente,que intensifica esforços para ampliá-lo e consolidá-lo,em conjunto com o Instituto Chico Mendes deConservação da Biodiversidade – responsável pela administraçãodas UCs federais – e os órgãos estaduais e municipaisresponsáveis por suas UCs.Nesse contexto, o Programa <strong>Arpa</strong> representa um importantemecanismo para ampliação e consolidação <strong>do</strong>Snuc, por meio <strong>do</strong> apoio à consolidação das UCs queparticipam <strong>do</strong> sistema na Amazônia e, ainda, no estabelecimentode parâmetros de qualidade técnica e eficiência<strong>financeira</strong> para a gestão <strong>do</strong> conjunto mais amplo das UCsno país.<strong>Arpa</strong> e CDBO Brasil foi o primeiro país a assinar a Convenção da DiversidadeBiológica – CDB e, para cumprir com os compromissos,implementa uma série de instrumentos, taiscomo a formalização da Política Nacional da Biodiversidade– PNB (Decreto nº 4.339/2002); a criação da instânciaresponsável pela implementação da Política Nacional deBiodiversidade – Conabio (Decreto nº 4.703/2003, antigaPronabio – Decreto nº 1.354/1994); as Diretrizes e Prioridades<strong>do</strong> Plano de Ação para Implementação da PolíticaNacional de Biodiversidade – Pan-Bio; e o Plano Nacionalde Áreas Protegidas – Pnap (Decreto nº 5.758/2006).O Plano Nacional de Áreas Protegidas – Pnap (De-


9 Gestão<strong>financeira</strong> e<strong>operacional</strong><strong>do</strong> <strong>Arpa</strong>creto nº 5.758/2006) formaliza a a<strong>do</strong>ção, pelo Brasil,<strong>do</strong> Programa de Trabalho de Áreas Protegidas da CDB(decisão VII/28). O Programa <strong>Arpa</strong> colabora no cumprimentode diversas diretrizes <strong>do</strong> Pnap, como assegurar arepresentatividade <strong>do</strong>s diversos ecossistemas e promovera articulação <strong>do</strong>s diferentes segmentos da sociedade paraviabilizar e potencializar as ações de conservação da biodiversidade.<strong>Arpa</strong> e outros programasgovernamentais para a AmazôniaO governo brasileiro dispõe de <strong>do</strong>is instrumentos políticoscom foco na gestão sustentável da Amazônia. O primeiroé o Plano Amazônia Sustentável (PAS), entendi<strong>do</strong>como um marco de convergência político-conceitual paraenquadramento da Amazônia dentro <strong>do</strong> escopo <strong>do</strong> DesenvolvimentoSustentável. O segun<strong>do</strong> é o Plano de Açãopara Prevenção e Controle <strong>do</strong> Desmatamento na AmazôniaLegal (PP CDAM), que propõe iniciativas executivo-operacionaiscoadunadas à boa parte das diretrizesfundamentadas no PAS.Esses Planos reconhecem os desafios ecológicos, econômicos,sociais, políticos e institucionais para o desenvolvimentosustentável da região, alcançável em médio-longoprazo e por meio <strong>do</strong> esforço integra<strong>do</strong> e continua<strong>do</strong> dediferentes atores.O PAS expressa a proposta de estratégia macrorregionalda Política Nacional de Desenvolvimento Regional(PNDR) para a Amazônia e reflete a abordagem propostaem múltiplas escalas, em base inclusiva e sustentável, valorizan<strong>do</strong>a magnífica diversidade regional por meio dasdimensões socioeconômica e cultural.A integração <strong>do</strong> Programa <strong>Arpa</strong> ao PAS acontece inicialmentea partir <strong>do</strong> seu princípio meto<strong>do</strong>lógico de consultaaos diversos setores da sociedade regional e nacional,envolven<strong>do</strong>-os em todas as suas fases e componentes.As contribuições <strong>do</strong> <strong>Arpa</strong> permeiam to<strong>do</strong>s os cincoeixos temáticos a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong>s como prioridades pelo PAS: produçãosustentável com tecnologia avançada; novo padrãode financiamento; gestão ambiental e ordenamento territorial;inclusão social e cidadania; e infraestrutura para odesenvolvimento. O <strong>Arpa</strong> enfatiza o ordenamento territorialque contempla a criação e a consolidação de unidadesde conservação na região.Juan Pratginestos / WWF-Canon


10 Gestão<strong>financeira</strong> e<strong>operacional</strong><strong>do</strong> <strong>Arpa</strong>A gravidade <strong>do</strong> avanço <strong>do</strong> desmatamento na Amazôniabrasileira e a natural complexidade das soluções efetivaspara o problema fizeram com que o governo brasileiroestruturasse uma iniciativa interministerial, sob a coordenaçãoda Casa Civil da Presidência da República, queelaborou o Plano de Ação para Prevenção e Controle <strong>do</strong>Desmatamento na Amazônia (PPCDAM). Considera<strong>do</strong>por alguns como “o braço <strong>operacional</strong> <strong>do</strong> PAS”, o PP-CDAM se caracteriza pelo pragmatismo e integração noenfrentamento <strong>do</strong> desmatamento na região amazônica.As contribuições e interfaces <strong>do</strong> Programa <strong>Arpa</strong> como PPCDAM vão desde a sintonia entre os objetivos gerais,passam pelo alinhamento das diretrizes e culminam naaposta <strong>do</strong> PPCDAM no ordenamento fundiário e territorial– mediante a criação e consolidação de unidades deconservação – como uma das principais alavancas para aredução <strong>do</strong> desmatamento na região.Juan Pratginestos / WWF-Canon<strong>Arpa</strong> e a estratégia nacional paramudanças climáticasA responsabilidade assumida pelo Brasil como signatárioda Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre MudançasClimáticas (CQNUMC), principalmente quan<strong>do</strong> secompromete com a redução sustentada <strong>do</strong>s índices de desmatamentoem to<strong>do</strong>s os biomas brasileiros, encontra noPrograma <strong>Arpa</strong> um importante apoio para a sua consecução.Um estu<strong>do</strong> recente demonstrou que a criação de 13UCs na região amazônica, no perío<strong>do</strong> de 2003 a 2007,com o apoio <strong>do</strong> Programa <strong>Arpa</strong>, evitará, até 2050, a emissãode 0,43 bilhões de toneladas de carbono na atmosfera– valor que seria significativamente maior se fosseconsiderada toda a contribuição <strong>do</strong> <strong>Arpa</strong>. A expansãofutura <strong>do</strong> Snuc na 2ª Fase <strong>do</strong> <strong>Arpa</strong> e a melhoria na gestãodas UCs em áreas sob intensa pressão de desmatamento– como, por exemplo, na região da Estação Ecológica daTerra <strong>do</strong> Meio – poderão aumentar ainda mais a contribuição<strong>do</strong> <strong>Arpa</strong> para a redução <strong>do</strong>s índices de desmatamentona Amazônia brasileira.


Tabela 1 · Lista de UCs apoiadas pelo <strong>Arpa</strong> na 2ª Fase (fonte: Manual Operacional <strong>do</strong> <strong>Arpa</strong>/MMA)11 Gestão<strong>financeira</strong> e<strong>operacional</strong><strong>do</strong> <strong>Arpa</strong>Categoria e nome da UC Ano de criação Área (ha)Esta<strong>do</strong> daFederaçãoGrupo EsferaESEC Maraca 1.981 101.312 RR Proteção Integral FederalESEC Juami Japurá 1.985 572.650 AM Proteção Integral FederalESEC Serra <strong>do</strong>s Três Irmãos 1.996 117.928 RO Proteção Integral EstadualESEC Rio Ronuro 1.988 102.671 MT Proteção Integral EstadualPN Serra da Cutia 2.001 283.612 RO Proteção Integral FederalPN Serra <strong>do</strong> Divisor 1.989 842.736 AC Proteção Integral FederalPN Jaú 1.980 2.272.000 AM/RR Proteção Integral FederalPN Viruá 1.998 227.011 RR Proteção Integral FederalPN Montanhas <strong>do</strong> Tumucumaque 2.002 3.867.000 AP Proteção Integral FederalPN Cabo Orange 1.980 619.000 AP Proteção Integral FederalPN Juruena 2.006 1.957.000 AM/MT Proteção Integral FederalPE Corumbiara 1.990 430.082 RO Proteção Integral EstadualPE Xingu 2.001 138.893 MT Proteção Integral EstadualPE Rio Negro Setor Norte 2.001 148.634 AM Proteção Integral EstadualRDS Piagaçu Purus 2.003 1.005.280 AM Uso Sustentável EstadualRDS Rio Amapá 2.005 214.133 AM Uso Sustentável EstadualREBIO Lago Piratuba 1.980 357.000 AP Proteção Integral FederalRESEX Riozinho da Liberdade 2.005 325.603 AC/AM Uso Sustentável FederalRESEX <strong>do</strong> Rio Cautário – ICMBio 2.001 73.817 RO Uso Sustentável FederalRESEX Alto Tarauaca 2.000 151.200 AC Uso Sustentável FederalRESEX Baixo Juruá 2.001 187.982 AM Uso Sustentável FederalRESEX Rio Jutaí 2.002 275.533 AM Uso Sustentável FederalRESEX Auati Paraná 2.001 146.951 AM Uso Sustentável FederalRESEX Mapua 2.005 94.464 PA Uso Sustentável FederalRESEX Ipau Anilzinho 2.005 55.816 PA Uso Sustentável FederalRESEX Arioca Pruanã 2.005 83.445 PA Uso Sustentável Federal


12 Gestão<strong>financeira</strong> e<strong>operacional</strong><strong>do</strong> <strong>Arpa</strong>Categoria e nome da UC Ano de criação Área (ha)Esta<strong>do</strong> daFederaçãoGrupo EsferaRESEX Terra Grande Pracuúba 2.006 194.695 PA Uso Sustentável FederalRESEX Rio Unini 2.006 833.352 AM Uso Sustentável FederalRESEX Catua Ipixuna 2.003 215.416 AM Uso Sustentável EstadualRESEX Rio Gregório 2.007 477.042 AM Uso Sustentável EstadualRESEX Medio Purus 2.008 604.209 AM Uso Sustentável FederalRESEX Rio Xingu 2.008 303.841 PA Uso Sustentável FederalRESEX Renascer 2.009 211.741 PA Uso Sustentável FederalPN Rio Novo 2.006 537.757 PA Proteção Integral FederalRESEX Rio Ituxi 2.008 766.940 AM Uso Sustentável FederalRESEX Rio Cajari 1.990 481.650 AP Uso Sustentável FederalPN Serra da Mocidade 1.989 350.960 AM/RR Proteção Integral FederalRESEX Médio Juruá 1.997 253.227 AM Uso Sustentável FederalRDS Amanã 1.998 2.313.000 AM Uso Sustentável EstadualPN Nascentes <strong>do</strong> Lago Jari 2.008 812.141 AM Proteção Integral FederalRESEX Cururupu 2.004 185.047 MA Uso Sustentável FederalPE Rio Negro Setor Sul 2.001 157.807 AM Proteção Integral EstadualRESEX Rio Cautário 1.995 146.400 RO Uso Sustentável EstadualREBIO Maicuru 2.006 1.151.760 PA Proteção Integral EstadualESEC Grão Pará 2.006 4.245.819 PA Proteção Integral EstadualRDS <strong>do</strong> Iratapuru 1.997 860.184 AP Uso Sustentável EstadualRDS <strong>do</strong> Juma 2.006 589.611 AM Uso Sustentável EstadualPE <strong>do</strong> Matupiri 2.009 513.747 AM Proteção Integral EstadualRDS <strong>do</strong> Rio Madeira 2.006 283.117 AM Uso Sustentável EstadualESEC Niquiá 1.985 283.600 RR Proteção Integral FederalRDS Rio Negro 2.008 102.978 AM Uso Sustentável EstadualRDS Uatumã 2.004 424.430 AM Uso Sustentável EstadualPE Serra Ricar<strong>do</strong> Franco 1.997 158.621 MT Proteção Integral Estadual


13 Gestão<strong>financeira</strong> e<strong>operacional</strong><strong>do</strong> <strong>Arpa</strong>Categoria e nome da UC Ano de criação Área (ha)Esta<strong>do</strong> daFederaçãoGrupo EsferaESEC <strong>do</strong> Rio Roosevelt 1.997 80.915 MT Proteção Integral EstadualRDS Igapó-Açu 2.009 397.557 AM Uso Sustentável EstadualRESEX Canutama 2.009 197.986 AM Uso Sustentável EstadualPE Serra <strong>do</strong>s Martírios/An<strong>do</strong>rinhas 1.996 24.897 PA Proteção Integral EstadualESEC Maracá-Jipioca 1.981 72.000 AP Proteção Integral FederalRESEX Rio Preto Jacundá 1.996 95.300 RO Uso Sustentável EstadualESEC Jari 1.982 227.126 PA/AP Proteção Integral FederalRESEX Guariba-Roosevelt 1.996 57.630 MT Uso Sustentável EstadualESEC Terra <strong>do</strong> Meio 2.005 3.373.111 PA Proteção Integral FederalPN Anavilhanas 1.981 350.018 AM Proteção Integral FederalPN Serra <strong>do</strong> Par<strong>do</strong> 2.005 445.392 PA Proteção Integral FederalPN Campos Amazônicos 2.006 873.570 RO/MT/AM Proteção Integral FederalPE Chandless 2.004 693.975 AC Proteção Integral EstadualPE Cristalino 2.001 59.010 MT Proteção Integral EstadualPE Guajara-Mirim 1.990 203.178 RO Proteção Integral EstadualPE Cantão 1.998 100.413 TO Proteção Integral EstadualPE Igarapes <strong>do</strong> Juruena 2.002 109.280 MT Proteção Integral EstadualRDS Itatupã Baquiá 2.005 64.735 Uso Sustentável FederalRDS Uacari 2.005 623.934 AM Uso Sustentável EstadualREBIO Tapirapé 1.989 103.000 PA Proteção Integral FederalREBIO Uatumã 1.990 940.358 AM Proteção Integral FederalREBIO Trombetas 1.979 385.000 PA Proteção Integral FederalREBIO Jaru 1.979 328.150 RO Proteção Integral FederalRESEX Barreiro das Antas 2.001 107.234 RO Uso Sustentável FederalRESEX Cazumba-Iracema 2.002 750.795 AC Uso Sustentável FederalRESEX Lago Capanã Grande 2.004 304.146 AM Uso Sustentável FederalRESEX Maracanã 2.002 30.019 PA Uso Sustentável Federal


14 Gestão<strong>financeira</strong> e<strong>operacional</strong><strong>do</strong> <strong>Arpa</strong>Categoria e nome da UC Ano de criação Área (ha)Esta<strong>do</strong> daFederaçãoGrupo EsferaRESEX Riozinho <strong>do</strong> Anfrisio 2.004 736.341 PA Uso Sustentável FederalRESEX Verde para Sempre 2.002 1.288.717 PA Uso Sustentável FederalRESEX Rio Iriri 2.006 398.938 PA Uso Sustentável FederalRESEX Arapixi 2.006 133.637 AM Uso Sustentável FederalRDS Cujubim 2.003 2.450.381 AM Uso Sustentável EstadualESEC Rio Acre 1.981 77.500 AC Proteção Integral FederalRESEX Chico Mendes 1.990 970.570 AC Uso Sustentável FederalRESEX Rio Ouro Preto 1.990 204.583 RO Uso Sustentável FederalREBIO Gurupi 1.988 341.650 MA Proteção Integral FederalPN Jamanxim 2.006 852.616 PA Proteção Integral FederalPE Guariba 2.005 70.364 AM Proteção Integral EstadualPE Sucunduri 2.005 788.257 AM Proteção Integral EstadualRDS Bararati 2.005 111.101 AM Uso Sustentável EstadualRDS Aripuanã 2.005 218.505 AM Uso Sustentável EstadualRESEX Guariba 2.005 150.465 AM Uso Sustentável Estadual


16 Gestão<strong>financeira</strong> e<strong>operacional</strong><strong>do</strong> <strong>Arpa</strong>ao alcance dessas metas; (iii) e o controle social <strong>do</strong> programa,propicia<strong>do</strong> pela participação das partes envolvidas emseus comitês (Comitê <strong>do</strong> Programa e Painel Científico deAconselhamento).Outro aspecto que será preciso aprimorar é a comunicação<strong>do</strong> programa – tanto para os diversos parceiros,incluin<strong>do</strong> as equipes de (provavelmente) mais de uma centenade unidades de conservação, quanto para a sociedadecomo um to<strong>do</strong> – sobre a relevância <strong>do</strong> trabalho que temsi<strong>do</strong> feito desde 2003. Na 2ª fase o programa passará deuma década de funcionamento, fato raro no Brasil.Um resulta<strong>do</strong> expressivo da 1ª Fase <strong>do</strong> <strong>Arpa</strong> diz respeitoà área das unidades de conservação apoiadas. O programaapoiou 63 UCs neste perío<strong>do</strong>, totalizan<strong>do</strong> 32 milhõesde hectares efetivamente protegi<strong>do</strong>s e em implementação.Isso representa quase um terço da área protegida por UCsno bioma Amazônia que se enquadram nas categorias contempladaspelo <strong>Arpa</strong> – parques nacionais e estaduais, estaçõesecológicas, reservas biológicas, reservas extrativistas eTabela 1Apoio <strong>do</strong> <strong>Arpa</strong> a unidades de conservação naAmazônia brasileira durante a 1ª Fase <strong>do</strong> Programa:• 63 unidades de conservação• 31 unidades de conservação de proteçãointegral (aprox. 21 milhões de hectares)• 32 unidades de conservação de uso sustentável(aprox. 11 milhões de hectares)• 46 novas unidades de conservaçãocriadas (23,4 milhões de hectares)• 18 unidades de conservação consolidadas(8,5 milhões de hectares)• Total de 32 milhões de hectares de áreas efetivamenteprotegidas, em processo de consolidaçãoreservas de desenvolvimento sustentável. E corresponde acerca de um quinto de toda a área protegida em unidadesde conservação na Amazônia brasileira. A meta original<strong>do</strong> <strong>Arpa</strong> para esse perío<strong>do</strong> era proteger pelo menos 18milhões de hectares, apoian<strong>do</strong> a criação de novas áreas deproteção integral e uso sustentável, além de contribuir coma consolidação de mais 7,3 milhões de hectares em UCs jáexistentes.O <strong>Arpa</strong> tinha ainda como previsão apoiar a criaçãode 10 novas UCs e o estabelecimento de outras 17 já existentes,criadas até março de 2000, totalizan<strong>do</strong> 27 UCs.No entanto, o programa apoiou mais <strong>do</strong> que o <strong>do</strong>bro <strong>do</strong>inicialmente previsto, num total de 63 UCs, sen<strong>do</strong> 31 deproteção integral e 32 de uso sustentável. Foi apoia<strong>do</strong> oprocesso de criação de 46 novas UCs (mais <strong>do</strong> que quatrovezes o número inicial), com uma área total aproximada deEdward Parker / WWF-Canon


18 Gestão<strong>financeira</strong> e<strong>operacional</strong><strong>do</strong> <strong>Arpa</strong>Indica<strong>do</strong>res de Consolidação Grau II Grau de Consolidação (%)Conselho gestor (consultivo ou deliberativo) em funcionamento regular 100Conjunto avança<strong>do</strong> de equipamentos para a<strong>operacional</strong>ização da Unidade de ConservaçãoInstalações básicas para a <strong>operacional</strong>ização da UC,conforme previsto no plano de manejoSinalização de pontos estratégicos da UC, conforme previsto no plano de manejo 100Demarcação de pontos ou trechos estratégicos para a unidadede conservação, conforme previsto no plano de manejoLevantamento fundiário realiza<strong>do</strong> 100Assinatura de TCs com populações tradicionais residentes em unidades deconservação de proteção integral ou CDRU, para populações tradicionaisbeneficiárias em unidades de conservação de uso sustentávelProjeto de pesquisa implementa<strong>do</strong> na unidade de conservação,conforme previsto no plano de manejoMonitoramento de no mínimo um indica<strong>do</strong>r de biodiversidadeou socioambiental implementa<strong>do</strong>Equipe técnica de no mínimo cinco funcionários compresença efetiva na unidade de conservaçãoAtualização completa das informações no CadastroNacional de Unidades de ConservaçãoPlanejamento <strong>operacional</strong> anual elabora<strong>do</strong> com base no plano demanejo e submeti<strong>do</strong> à avaliação <strong>do</strong> conselho gestor da UCAlocação orçamentária anual <strong>do</strong> governo 100100100100100100100100100100Uma análise no universo das 63 UCs apoiadas na 1ªFase, sobre alguns <strong>do</strong>s indica<strong>do</strong>res de efetividade de gestãoda Ferramenta de Avaliação de UCs (FAUC), informa<strong>do</strong>spelos gestores das UCs no sistema informacionalSis<strong>Arpa</strong> em março de 2010, revelou um avança<strong>do</strong> grau deimplementação das unidades de conservação alcança<strong>do</strong>com o apoio <strong>do</strong> Programa. O indica<strong>do</strong>r referente à formação<strong>do</strong> Conselho Gestor foi alcança<strong>do</strong> em seu cenáriomais avança<strong>do</strong> por 80% das UCs apoiadas pelo <strong>Arpa</strong>; ocritério <strong>do</strong> Plano de Manejo, por 60% das UCs; o levantamentofundiário, que inclui o levantamento da cadeiade <strong>do</strong>minialidade, por 34% das UCs; e as instalações mínimaspor 32% das UCs. Os marcos referenciais que apresentaramo menor avanço ao final da 1ª Fase, em termosda consolidação da gestão da UC são: a demarcação estratégica– apenas 7% das UCs alcançou a meta máxima projetada(100% <strong>do</strong> cenário deste indica<strong>do</strong>r); sinalização, com14% de obtenção <strong>do</strong> cenário mais avança<strong>do</strong>; equipamentos(14%); atividades de proteção e fiscalização (19%);e a equipemínima, fixada em duas pessoas, foi alcançada por 78%


19 Gestão<strong>financeira</strong> e<strong>operacional</strong><strong>do</strong> <strong>Arpa</strong>das 59 UCs analisadas. Por outro la<strong>do</strong>, a grande rotatividadeocorrida nas equipes gestoras multiplicou os gastoscom capacitação.Gráfico 1 · Percentual alcança<strong>do</strong> por UCs apoiadaspelo <strong>Arpa</strong> na primeira fase (universo das 59 UCs)referente à etapa de consolidação da UC80%78%60%32,2%19%13,6% 13,6%6,8%Fonte: Fauc/Sis<strong>Arpa</strong>/MMA, da<strong>do</strong>s de março de 2010Formação de conselho gestorEquipe mínima (duas pessoas)Plano de manejoInstalações mínimasProteçãoEquipamentosSinalizaçãoDemarcação estratégicaEm sua 1ª Fase, o <strong>Arpa</strong> destinou cerca de 2,8 milhõesreais para projetos de geração de renda e desenvolvimentosocioeconômico sustentável em benefício das comunidadesvizinhas às UCs apoiadas. Construiu, assim, um ambientefavorável no entorno das UC para a sua consolidação.Para a 2ª Fase <strong>do</strong> <strong>Arpa</strong>, iniciada em 2010, o orçamentototal foi estima<strong>do</strong> em 121 milhões de dólares, incluin<strong>do</strong> a contrapartida<strong>do</strong>s governos federal e estaduais. A previsão inicialde investimento via Funbio é de 59,5 milhões de dólarespara investimentos diretos nas unidades de conservação.Na 2ª Fase <strong>do</strong> Programa os investimentos nas UCsincluídas na 1ª Fase irão continuar. Apesar <strong>do</strong>s enormesavanços já obti<strong>do</strong>s, a maioria dessas UCs não conseguiuatingir o nível máximo de consolidação.Ao longo da implementação da 1ª etapa, foram efetuadasavaliações independentes para acompanhar o alcancedas metas estabelecidas, registrar os avanços e as liçõesaprendidas, além de propor melhorias na implementação<strong>do</strong> <strong>Arpa</strong>, principalmente para a 2ª Fase <strong>do</strong> programa.A aplicação <strong>do</strong>s recursos <strong>do</strong> <strong>Arpa</strong> na 1ª Fase foi concentradaprincipalmente na criação e implementação dasUCs, totalizan<strong>do</strong> um investimento direto de 46 milhõesde dólares (EUA) nas unidades de conservação, fora acontrapartida <strong>do</strong>s governos estaduais e federal e a cooperaçãodireta de parceiros. Do total gasto pelo Funbio,72% foi destina<strong>do</strong> à criação e estabelecimento de novasUCs e à consolidação das unidades de proteção integral jáexistentes, enquanto a gestão <strong>do</strong> Programa, capacitação edesenvolvimento de nova meto<strong>do</strong>logia para definição deprioridades de conservação consumiram outros 28%. Dovalor disponível, pouco foi aplica<strong>do</strong> no monitoramento dabiodiversidade e na sustentabilidade <strong>financeira</strong>.Gestão <strong>financeira</strong> privadaA introdução de uma organização privada – o Fun<strong>do</strong> Brasileiropara a Biodiversidade (Funbio) – como responsávelpela execução <strong>financeira</strong> <strong>do</strong> Programa foi um <strong>do</strong>s acertosfundamentais <strong>do</strong> <strong>Arpa</strong>. Entre outras razões, isso garantiuum mínimo de regularidade ao fluxo de recursos que,assim, não ficaram submeti<strong>do</strong>s a contingenciamentos deordem governamental, bem como uma estabilidade naequipe de gestão e adaptabilidade às mudanças de situação,típica de uma instituição menor e mais leve que asestruturas públicas. Dentro <strong>do</strong> arranjo institucional concebi<strong>do</strong>,cabe ao Funbio assegurar que as demandas relacio-


20 Gestão<strong>financeira</strong> e<strong>operacional</strong><strong>do</strong> <strong>Arpa</strong>nadas à aquisição e contratação de bens e serviços sejamatendidas, bem como coordenar a parte referente ao componentede estu<strong>do</strong>s e de iniciativas de apoio à sustentabilidade<strong>financeira</strong> das UC.A gestão <strong>financeira</strong> <strong>do</strong> <strong>Arpa</strong> exige a realização de umasérie de transações <strong>financeira</strong>s no Brasil e no exterior, processosde aprovação de despesas e de prestação de contas e,ainda, a gestão <strong>financeira</strong> <strong>do</strong> FAP. O Funbio executa todasas operações seguin<strong>do</strong> rigorosamente os critérios estabeleci<strong>do</strong>spelos <strong>do</strong>a<strong>do</strong>res e pelo governo brasileiro. Auditoriasindependentes, realizadas anualmente, atestam a conformidadee garantem transparência às operações, além dasprestações de contas e auditorias específicas de cada <strong>do</strong>a<strong>do</strong>r.O sucesso desse arranjo foi tal que atualmente o Funbioexecuta, com arranjos similares, outros cinco projetoscom governos federal e estaduais.Por meio <strong>do</strong> Funbio, os recursos financeiros <strong>do</strong> <strong>Arpa</strong>chegam às UCs na Amazônia na forma de bens diversos(como carros e computa<strong>do</strong>res) e de serviços (relaciona<strong>do</strong>s,por exemplo, à elaboração de planos de manejo, formaçãode conselhos e ações de fiscalização). Além das aquisiçõese contratações realizadas pelo Funbio, as UC podem cobrirpequenos gastos por meio da conta vinculada, que é alimentadae monitorada pela entidade. Outra ferramenta inova<strong>do</strong>radesenvolvida pelo Funbio especialmente para o <strong>Arpa</strong>foi o Sistema Cérebro, por meio <strong>do</strong> qual as UCs realizamtodas as suas solicitações pela Internet, e os parceiros podemfazer o acompanhamento pelos relatórios financeiros.Além das atividades de gestor financeiro e administrativo<strong>do</strong> programa, devi<strong>do</strong> a sua experiência em projetosem outros países, o Funbio contribui com a coordenação<strong>do</strong> programa realizada pelo Ministério <strong>do</strong> Meio Ambiente(MMA).Programa complexo e inova<strong>do</strong>rComplexidade é um fator inerente ao Programa <strong>Arpa</strong>, omaior programa de conservação de florestas tropicais. Asunidades de conservação apoiadas pelo <strong>Arpa</strong> estão distribuídaspor uma área de 0,52 milhões de km², o que correspondea quase metade <strong>do</strong> território brasileiro. Coordenarações e prover insumos para unidades de proteção integrale de desenvolvimento sustentável, localizadas de formapulverizada em espaço tão amplo, é extremamente desafia<strong>do</strong>r.Veja o anexo sobre o sistema de unidades de conservação.Alia<strong>do</strong> a esses fatores de dispersão e isolamentogeográfico das unidades, o arranjo institucional <strong>do</strong> Programaveio acrescentar mais complexidade à sua gestão.O arranjo institucional <strong>do</strong> <strong>Arpa</strong> inova ao envolver diferentesórgãos de governo, entidades <strong>do</strong> terceiro setor, sociedadecivil e <strong>do</strong>a<strong>do</strong>res em seu planejamento e gestão.Gráfico 2 · Arranjo institucional <strong>do</strong> Programa <strong>Arpa</strong>Oferta derecursosDoa<strong>do</strong>resBNDESKfWWWF-BrasilBM/GEFOutros$ condiçõesNãoobjeçõesAtendimentoda demandaGestão de ativosFAPPOACPUCPdemandaAtendimentoda demanda(bens e serviços)Elaboração da demandaExecutoresParceirosMMA/ICMBioEsta<strong>do</strong>sMunicípiosSociedadecivilComponentes1. Criação de UCs2. Consolidaçãode UCs3. Sustentabilidade<strong>financeira</strong>4. Monitoramentocoordenação egerenciamento


21 Gestão<strong>financeira</strong> e<strong>operacional</strong><strong>do</strong> <strong>Arpa</strong>Juan Pratginestos / WWF-CanonAlém da estrutura acima, o WWF-Brasil e a GIZ atuamna cooperação técnica, assessoran<strong>do</strong> e apoian<strong>do</strong> oaperfeiçoamento <strong>do</strong>s mecanismos, instrumentos e o desenvolvimentode ações para alcançar as metas <strong>do</strong> Programa.Objetivos, metas e resulta<strong>do</strong>s financeirosDesenha<strong>do</strong> para ser executa<strong>do</strong> em três fases interdependentese subseqüentes, ao longo de 13 anos, o desafio <strong>do</strong><strong>Arpa</strong> é possibilitar a conservação e viabilizar a proteçãode 60 milhões de hectares (10 milhões de hectares a mais<strong>do</strong> que o inicialmente previsto) de florestas na Amazôniabrasileira. por meio <strong>do</strong> apoio à consolidação de unidadesde conservação já existentes e à criação e consolidação denovas unidades. Para alcançar essa meta, foram estabeleci<strong>do</strong>squatro objetivos específicos:• apoiar a criação, nas esferas federal, estadual e municipal,de 45 milhões de hectares de unidades de conservaçãode uso sustentável (reservas extrativistas e reservas dedesenvolvimento sustentável) e de proteção integral (parques,reservas biológicas e estações ecológicas);• apoiar a consolidação e a gestão das unidades de conservaçãocriadas no âmbito <strong>do</strong> programa e de outros 15milhões de hectares em unidades de conservação pré –existentes;• desenvolver mecanismos capazes de acessar, gerar e gerenciaros recursos financeiros necessários à manutençãodas unidades de conservação. Foi previsto o estabelecimentoe gestão de um fun<strong>do</strong> fiduciário de capitalizaçãopermanente, cujo rendimento será usa<strong>do</strong> para financiarperpetuamente os custos de manutenção e proteção dasunidades de conservação consolidadas pelo Programa;• estruturar um sistema de gerenciamento capaz de conduzire apoiar a implementação <strong>do</strong> programa, com focona eficiência da utilização <strong>do</strong>s recursos e a eficácia noalcance <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s.Tabela 3 · Execução via Funbio até 31 dedezembro de 2009, 1ª Fase <strong>do</strong> <strong>Arpa</strong>Fonte Valor DestinaçãoKfW/BMZ (República Federalda Alemanha, via o bancode desenvolvimento KfW eMinistério de CooperaçãoEconômica e Desenvolvimento)KfW/BMU (República Federalda Alemanha, via o bancode desenvolvimento KfW eMinistério de Meio Ambiente,Proteção da Natureza eSegurança Nuclear)GEF/BM (Fun<strong>do</strong> para oMeio Ambiente Mundial/Banco Mundial)€ 14.491.879,70 Investimento€1.997.897.91 InvestimentoUS$ 29.119.139,63Investimento+ FAP (US$14,5 milhões)WWF-Brasil US$ 9.826.122,53 Investimento


Como funcionam os Planos Operacionais Anuais (POAs) 222 Gestão<strong>financeira</strong> e<strong>operacional</strong><strong>do</strong> <strong>Arpa</strong>O planejamento <strong>do</strong> <strong>Arpa</strong> é realiza<strong>do</strong> para alcançar suasmetas globais (em hectares) de criação e consolidação,com cinco indica<strong>do</strong>res referenciais de criação e 17 deconsolidação. Cada um desses 22 indica<strong>do</strong>res é compostopor cenários, que retratam um conjunto resumi<strong>do</strong>de etapas cumulativas percorridas até o alcancedaquela meta. O <strong>Arpa</strong> apóia <strong>financeira</strong>mente o avançoplaneja<strong>do</strong> para cada cenário, basea<strong>do</strong> em estimativas<strong>do</strong>s custos de cada avanço até o alcance <strong>do</strong> cenário máximoestabeleci<strong>do</strong> para aquele indica<strong>do</strong>r referencial.O POA <strong>do</strong> <strong>Arpa</strong>, portanto, é construí<strong>do</strong> com basenos valores necessários para que cada processo decriação e consolidação prossiga em torno das metasselecionadas pelo programa, pactuadas com os órgãosgestores. Um aspecto importante <strong>do</strong> planejamento é ofato de que o <strong>Arpa</strong> estabelece um prazo de <strong>do</strong>is anospara que as UCs apoiadas alcancem o grau I de consolidaçãoe mais <strong>do</strong>is anos para o grau II.No POA estão definidas as atividades, tarefas, insumose recursos para determina<strong>do</strong> perío<strong>do</strong>. Esseplanejamento é feito de acor<strong>do</strong> com um teto orçamentáriopreviamente estabeleci<strong>do</strong>. Para elaborar o POA,o gestor responsável por cada unidade de conservaçãoapoiada pelo Programa preenche a Ferramenta de Avaliaçãodas Unidades de Conservação (FAUC) e expõe asituação atual de sua UC, conforme os indica<strong>do</strong>res estabeleci<strong>do</strong>s.Posteriormente, ele elabora o PlanejamentoPlurianual (PEP) 3 , indican<strong>do</strong> as metas que deverãoser alcançadas nos próximos três anos.As informações, recolhidas por meio <strong>do</strong> preenchimentoda FAUC e PEP por todas as UCs apoiadas e pelasáreas em estu<strong>do</strong>s para criação, servem de subsídio paraa Estratégia de Conservação e Investimento, onde sãodefini<strong>do</strong>s os tetos orçamentários para cada UC no POA,consideran<strong>do</strong> a otimização <strong>do</strong>s recursos disponíveis parao alcance das metas estabelecidas no programa.Após aprovação, pelo Comitê <strong>do</strong> Programa, <strong>do</strong>s tetosde recursos para cada processo de criação e consolidaçãoe a realização <strong>do</strong> planejamento de atividades etarefas no Sis<strong>Arpa</strong> e de insumos no sistema Cérebro, oPOA é disponibiliza<strong>do</strong> on line nesse sistema. Isso permiteque cada pedi<strong>do</strong> seja visualiza<strong>do</strong> em tempo realpelo órgão gestor e pelo gestor da UC. Tão logo este últimosolicite um item (por exemplo: diárias, construçãode infraestrutura, passagens, consultoria para plano demanejo e afins), o Funbio inicia o processo de compraou contratação <strong>do</strong> produto, cuja finalização tem tempovariável de acor<strong>do</strong> com a natureza <strong>do</strong> insumo.2 A elaboração <strong>do</strong> POA é feita em duas etapas. A primeira é realizadano Sis<strong>Arpa</strong> e consiste no detalhamento das metas em atividades etarefas, respeitan<strong>do</strong>-se os tetos orçamentários aprova<strong>do</strong>s pelo CP.A segunda é realizada no sistema Cérebro, que recebe <strong>do</strong> Sis<strong>Arpa</strong> asinformações lançadas pelos gestores das UCs, e compreende o des<strong>do</strong>bramentodas tarefas em insumos.3 Trata-se de um módulo <strong>do</strong> Sisarpa que possibilita o planejamentoplurianual de metas <strong>do</strong> Programa, com projeção para três anos. OPEP é a ferramenta em que se realiza o planejamento <strong>do</strong> avanço daUC em termos <strong>do</strong> aumento da efetividade de sua gestão, que baseia--se nos dezesseis Marcos Referenciais <strong>do</strong> <strong>Arpa</strong>.


23 Gestão<strong>financeira</strong> e<strong>operacional</strong><strong>do</strong> <strong>Arpa</strong>Os valores acima não incluem recursos executa<strong>do</strong>sdiretamente por outros parceiros como, por exemplo, acooperação técnica <strong>do</strong> WWF-Brasil e da GiZ (Agência deCooperação da Alemanha), ou as contrapartidas governamentais(federal e estaduais).O <strong>Arpa</strong> começou a se estruturar em 2003, com o iníciodas articulações necessárias para garantir sua implementaçãoe com a criação da Unidade de Coordenação <strong>do</strong> Projeto(UCP), no âmbito <strong>do</strong> Ministério <strong>do</strong> Meio Ambiente,para coordenar essa implementação.A maior parte <strong>do</strong>s recursos aloca<strong>do</strong>s no POA de 2003foi destinada a reuniões entre os parceiros (<strong>Arpa</strong>, 2004)e ao reembolso <strong>do</strong>s custos de preparação da estrutura <strong>do</strong>Funbio, responsável pela <strong>operacional</strong>ização <strong>do</strong> <strong>Arpa</strong>. NoPOA de 2004, com o processo de estruturação já bastanteavança<strong>do</strong>, os recursos começaram a chegar às unidades deconservação. No POA de 2005 houve um grande avançona execução <strong>do</strong>s recursos, fato que pode ser credita<strong>do</strong> aoinício <strong>do</strong> funcionamento das contas vinculadas e <strong>do</strong> SistemaCérebro, instrumentos que deram grande agilidade àexecução <strong>do</strong> programa.O incremento na execução orçamentária <strong>do</strong> <strong>Arpa</strong> semanteve nos POAs de 2006 e 2007, sen<strong>do</strong> este último oano que apresentou a maior execução. Em 2008, diantede um volume de recursos disponíveis insuficientes paraa demanda, a execução <strong>do</strong>s investimentos anuais foi desacelerada.O POA de 2009 foi constituí<strong>do</strong> por recursos<strong>do</strong> KfW-BMZ e pela entrada de um novo <strong>do</strong>a<strong>do</strong>r, o KfW– BMU, cujos recursos se destinaram às unidades de conservaçãode uso sustentável. No entanto, o volume de recursosdisponíveis foi bem menor <strong>do</strong> que os quatro anosanteriores. O gráfico 3 mostra a evolução <strong>do</strong>s valores executa<strong>do</strong>sem cada POA. Os valores se referem a recursos deinvestimentos diretos pelo Funbio. Os recursos destina<strong>do</strong>sao Fun<strong>do</strong> de Áreas Protegidas (FAP) não estão incluí<strong>do</strong>s.Gráfico 3 · Valor (R$) executa<strong>do</strong> em cadaPOA no perío<strong>do</strong> de 2003 a 2011Valores (R$)1.854.2405.471.12621.668.53022.289.34327.474.6892003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011POAFonte: Sistema Cérebro, da<strong>do</strong>s de maio/201216.432.44911.924.6852.151.200Recursos aplica<strong>do</strong>s e resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s5.228.235Em sua 1ª Fase, o Programa <strong>Arpa</strong> estava organiza<strong>do</strong> em cincocomponentes que, por sua vez, se des<strong>do</strong>bravam em subcomponentescom objetivos e metas específicas. A estruturadetalhada, bem como os resulta<strong>do</strong>s alcança<strong>do</strong>s e os recursosaplica<strong>do</strong>s em cada item, podem ser vistos na tabela 5.A aplicação <strong>do</strong>s recursos se concentrou principalmenteno Componente 1 – Criação e estabelecimento de novasunidades de conservação, onde foram gastos 36,5 milhõesde reais; no Componente 2 – Consolidação de unidadesde conservação de proteção integral existentes, com 40,2milhões de reais gastos; e no Componente 5 – Gestão <strong>do</strong>Programa, no qual foram consumi<strong>do</strong>s 28,8 milhões dereais. Os componentes 1 e 2, relaciona<strong>do</strong>s diretamente às


24 Gestão<strong>financeira</strong> e<strong>operacional</strong><strong>do</strong> <strong>Arpa</strong>UCs individualmente, absorveram 71% <strong>do</strong>s recursos <strong>do</strong>Programa – na verdade, esse percentual foi maior, poismuitos <strong>do</strong>s recursos aplica<strong>do</strong>s na capacitação <strong>do</strong>s técnicoslota<strong>do</strong>s nas UCs e nos órgãos gestores foram computa<strong>do</strong>sno Componente 5.A alocação de recursos para o Componente 3 – Mecanismosfinanceiros para sustentabilidade de UCs foi menorque a prevista inicialmente. Isso se deve a uma mudançano desenho original <strong>do</strong> projeto, que previa a realização deprojetos-pilotos de geração de renda nas unidades de conservação,individualmente. Os estu<strong>do</strong>s preliminares mostraramque os possíveis projetos dificilmente conseguiriamgerar renda maior que os custos estima<strong>do</strong>s para as UCs. OComponente 4 – Monitoramento e Avaliação da Biodiversidadeem UCs teve pequenos avanços, mas não conseguiuestabelecer um grupo de indica<strong>do</strong>res padrão para o monitoramentoda biodiversidade in loco na UC. Estabeleceu ummonitoramento remoto, onde se pode acompanhar principalmenteo desmatamento nas unidades.O gráfico 4 permite visualizar comparativamente asdespesas executadas por cada um <strong>do</strong>s componentes <strong>do</strong><strong>Arpa</strong>. Cabe salientar que no Componente 3 não estão inseri<strong>do</strong>sos valores <strong>do</strong> FAP.O gráfico 5 demonstra os tipos de gastos e os respectivosvalores apura<strong>do</strong>s na 1ª Fase <strong>do</strong> Programa. O maiortipo de gasto foi representa<strong>do</strong> pelos custos recorrentes,que incluem o pagamento de diárias para as atividades deproteção, integração com entorno, elaboração de plano demanejo, participação em capacitações, compra de passagensaéreas e de combustível, manutenção de equipamentose gastos cotidianos, entre outros.Gráfico 4 · Gastos (R$) em cada componentena 1ª Fase <strong>do</strong> Programa <strong>Arpa</strong>Gráfico 5 · Tipos de gastos e os respectivosvalores apura<strong>do</strong>s na 1ª Fase <strong>do</strong> <strong>Arpa</strong>36.475.85940.257.75739.117.95528.878.334Gastos (R$)463.2041.822.792Valor (R$)4.516.3889.807.41915.972.909 13.202.886Comp. 1Criação de UCsComp. 2Consolidaçãode UCsexistentesComp. 3Mecanismospara aSustentabilidadede UCsComp. 4MonitoramentodaBiodiversidadeComp. 5Gestão <strong>do</strong>ProgramaObras Consultorias Serviços Bens CustosrecorrentesFonte: Sistema Cérebro, da<strong>do</strong>s de maio/2012


Tabela 4 · Detalhamento <strong>do</strong>s componentes da fase II <strong>do</strong> Programa <strong>Arpa</strong> (Manual Operacional <strong>do</strong> <strong>Arpa</strong>/MMA)Componente Objetivo Meta Recursos Previstos(US$ 1000,00)1. Criação de novas unidades de conservação 3.62025 Gestão<strong>financeira</strong> e<strong>operacional</strong><strong>do</strong> <strong>Arpa</strong>1.1. Identificação de ÁreasPrioritárias para a Criação deUnidades de Conservação1.2. Criação de Unidadesde ConservaçãoIdentificar áreas prioritáriaspara a criação de unidades deconservação no bioma Amazônia.Apoiar a criação de novas unidadesde conservação na Amazônia.Atualizar o Mapa de Áreas Prioritáriaspara a Conservação, Uso Sustentávele Repartição <strong>do</strong>s Benefícios daBiodiversidade Brasileira.Realizar <strong>do</strong>is estu<strong>do</strong>s de planejamentosistemático para a conservação.Apoiar a criação de 13,5 milhões dehectares de novas UCs na Amazônia.2. Consolidação e gestão de Unidades de Conservação 66.9902.1. Consolidação de Unidadesde Conservação.2.1.1. Consolidação deUCs no grau I.2.1.2. Consolidação deUCs no grau II.Apoiar a consolidação das unidades deconservação integrantes <strong>do</strong> Programa<strong>Arpa</strong> mediante a alocação eficiente derecursos que contribuam com o processode evolução contínua da gestão das UCs.Apoiar a consolidação de UCs nonível básico de consolidação.Apoiar a consolidação de UCs nonível avança<strong>do</strong> de consolidação.2.2. Modelo de gestão integrada Fomentar a implantação de modelosinova<strong>do</strong>res de gestão em unidadesde conservação, incluin<strong>do</strong> gestãointegrada, compartilhada e participativa,visan<strong>do</strong> o aumento da efetividade daproteção da biodiversidade e gestãoterritorial e da utilização de recursos.2.3. Integração das comunidades Promover a articulação e o fortalecimentoinstitucional de organizações decomunidades residentes ou usuárias deUCs apoiadas pelo <strong>Arpa</strong>, fomentan<strong>do</strong>o seu acesso a políticas públicas eprivadas, programas e financiamentospara a utilização sustentável de recursosnaturais nas Unidades de Conservação.Consolidar 32 milhões de hectaresde UCs no bioma Amazônia.Consolidar 23 milhões de hectaresde UCs no bioma Amazônia.Consolidar 9 milhões de hectaresde UCs no bioma Amazônia.4003.23059.650Implementar 5 modelos de gestão. 470Apoiar até 30 UCs, sen<strong>do</strong> umplano de ação por UC.4.130


Componente Objetivo Meta Recursos Previstos(US$ 1000,00)26 Gestão<strong>financeira</strong> e<strong>operacional</strong><strong>do</strong> <strong>Arpa</strong>2.4. Desenvolvimento decompetências para a gestãode áreas protegidas.Apoiar o desenvolvimento dacompetência gerencial das equipese de parceiros envolvi<strong>do</strong>s com oplanejamento e a gestão das UCs.Implementar Plano Estratégicode capacitação.3. Sustentabilidade <strong>financeira</strong> 1.9503.1. Gestão <strong>do</strong> Fun<strong>do</strong> deÁreas Protegidas.3.2. Geração de receita para asUnidades de ConservaçãoEstabelecer um mecanismo financeiropara prover sustentabilidade<strong>financeira</strong> de longo prazo para as UCsconsolidadas no âmbito <strong>do</strong> Programa.Aprofundar o conhecimento sobreos aspectos econômicos das UCsna Amazônia, seus custos, suasnecessidades de financiamento eseu impacto econômico, e realizarestu<strong>do</strong>s e apoiar a implementação dealternativas adicionais e inova<strong>do</strong>rasde geração de receita para as UCs.Operacionalizar o FAP, inician<strong>do</strong>o apoio para a manutenção dasUCs consolidadas em grau II.Atingir um total de US$ 70 milhõesem <strong>do</strong>ações durante a segundafase <strong>do</strong> <strong>Arpa</strong>, montante que incluias <strong>do</strong>ações feitas durante a primeirafase (US$ 24,28 milhões).Apoiar 6 estu<strong>do</strong>s estratégicos, 6planos de sustentabilidade <strong>financeira</strong>para as UCs e 3 subprojetospiloto de geração de receita.4. Monitoramento, Coordenação, Gerenciamento e Cominicação 16.1904.1. Coordenação <strong>do</strong> Programa Coordenar ou supervisionar aimplementação <strong>do</strong>s componentes,e apoiar a gestão <strong>do</strong> Programa,fortalecen<strong>do</strong> e integran<strong>do</strong> suas instânciasexecutivas, deliberativas, consultivase outras instâncias de apoio.4.2. Gerenciamento financeiroe logístico <strong>do</strong> <strong>Arpa</strong>.Garantir a gestão <strong>financeira</strong>eficiente <strong>do</strong>s recursos coloca<strong>do</strong>s àdisposição <strong>do</strong> Programa <strong>Arpa</strong>.Manter atualizada a Estratégia deConservação e Investimento. Mantero sistema de Gerenciamento <strong>do</strong><strong>Arpa</strong> (Sis<strong>Arpa</strong>) atualiza<strong>do</strong>, estávele com bom desempenho.Manter as instâncias <strong>do</strong> <strong>Arpa</strong>fortalecidas e atuantes, realizan<strong>do</strong>anualmente 2 reuniões <strong>do</strong> CP e <strong>do</strong> FT.2.7701801.7702.17012.480


Componente Objetivo Meta Recursos Previstos(US$ 1000,00)4.3. Divulgação e comunicação<strong>do</strong> ProgramaPromover a comunicação interna eexterna <strong>do</strong> <strong>Arpa</strong> de forma a fortalecera sua gestão, a coesão entreparceiros e agentes envolvi<strong>do</strong>s e adisseminação das lições aprendidas.Implementar o Plano Estratégicode Comunicação.57027 Gestão<strong>financeira</strong> e<strong>operacional</strong><strong>do</strong> <strong>Arpa</strong>4.4. Monitoramento <strong>do</strong> Programa Avaliar a efetividade da gestão dasunidades de conservação e o avançodas metas de consolidação.Avaliar a efetividade <strong>do</strong>s esforçosempreendi<strong>do</strong>s pelo programa emrelação a conservação de uma amostrarepresentativa da biodiversidadeda região e contribuir para o seudesenvolvimento sustentável.Monitorar, no mínimo, um indica<strong>do</strong>rde biodiversidade ou socioambiental.970A 2ª Fase <strong>do</strong> <strong>Arpa</strong>A 2ª fase <strong>do</strong> Programa, orçada em 121 milhões de dólares(EUA) (Gráfico 6), incluin<strong>do</strong> contrapartida de 31 milhõesde dólares (EUA) <strong>do</strong>s governos estaduais e federal, teveinício em outubro de 2010 com a liberação de 5 milhõesde reais, correspondentes à primeira parcela da <strong>do</strong>ação <strong>do</strong>BNDES, com 20 milhões de reais <strong>do</strong> Fun<strong>do</strong> Amazônia.No segun<strong>do</strong> trimestre de 2012, o KfW e o Banco Mundialaportaram ao <strong>Arpa</strong>, respectivamente, 20 milhões de eurose 15,9 milhões de dólares (EUA).Essa 2ª fase é composta por quatro componentes, commetas e marcos referenciais específicos descritos na tabela6 e estabeleci<strong>do</strong>s entre o Ministério <strong>do</strong> Meio Ambiente, osparceiros <strong>do</strong> Programa e os <strong>do</strong>a<strong>do</strong>res, durante o processode negociação realiza<strong>do</strong> em 2010 e 2011.De outubro de 2010 a abril de 2012 o <strong>Arpa</strong> contou apenascom recursos da <strong>do</strong>ação <strong>do</strong> BNDES e de um sal<strong>do</strong> residual<strong>do</strong>a<strong>do</strong> pelo KfW na 1ª Fase. Nesse perío<strong>do</strong>, o <strong>Arpa</strong>Gráfico 6 · Gastos (R$) estima<strong>do</strong>s para cadacomponente na segunda fase <strong>do</strong> Programa <strong>Arpa</strong>,excluin<strong>do</strong> a contrapartida <strong>do</strong>s governosGastos (R$)5.973.000Comp. 1Criação de UCs110.533.500Comp. 2Consolidaçãode UCsexistentes3.217.500Comp. 3Mecanismospara aSustentabilidadede UCsFonte: Manual Operacional <strong>do</strong> <strong>Arpa</strong>/MMA26.713.500Comp. 4MonitoramentodaBiodiversidade4.224.000Comp. 5Gestão <strong>do</strong>Programa


Juan Pratginestos / WWF-Canon28 Gestão<strong>financeira</strong> e<strong>operacional</strong><strong>do</strong> <strong>Arpa</strong>executou 7,4 milhões de reais <strong>do</strong>s recursos da <strong>do</strong>ação <strong>do</strong>BNDES, <strong>do</strong>s quais 4,7 milhões na consolidação de UCs,conforme gráfico 7.Os recursos das <strong>do</strong>ações <strong>do</strong> KfW e <strong>do</strong> GEF/BancoMundial, soma<strong>do</strong>s aos cerca de 12 milhões de reais restantes<strong>do</strong> financiamento <strong>do</strong> BNDES, serão utiliza<strong>do</strong>s parafinanciar o planejamento <strong>operacional</strong> (POA) 2012/2013 <strong>do</strong><strong>Arpa</strong>, que prevê um aporte total de cerca de 53,4 milhõesde dólares (EUA) ou ao correspondente a 88,12 milhões dereais, distribuí<strong>do</strong>s nos quatro componentes <strong>do</strong> Programa,nestes <strong>do</strong>is anos. Este POA corresponde a 61,2% <strong>do</strong> investimentoplaneja<strong>do</strong> para a 2ª fase <strong>do</strong> <strong>Arpa</strong>, já considera<strong>do</strong>sos recursos desembolsa<strong>do</strong>s da <strong>do</strong>ação <strong>do</strong> BNDES e a contrapartidagovernamental.O POA 2012/2013 foi planeja<strong>do</strong> entre setembro de 2011e maio de 2012, e consiste no maior plano de investimentosque o <strong>Arpa</strong> já realizou em um biênio para a criação ea consolidação de UCs, aportan<strong>do</strong> respectivamente 4 milhõesde reais e 51 milhões de reais.Gráfico 7 · Gastos (R$) em cada componenteda 2ª Fase <strong>do</strong> Programa <strong>Arpa</strong>Gastos (R$)Comp. 14.707.9310 0Subcomp.2.1Subcomp.2.2256.218Subcomp.2.340.798Subcomp.2.4Fonte: Sistema Cérebro, da<strong>do</strong>s de maio/201211.285Subcomp.3.162.201Subcomp.3.2220.342Subcomp.4.12.080.657Subcomp.4.2


29 Gestão<strong>financeira</strong> e<strong>operacional</strong><strong>do</strong> <strong>Arpa</strong><strong>Arpa</strong> atualizou mapa de áreas prioritáriasForam aplica<strong>do</strong>s aproximadamente 980 mil reais na metade identificação de áreas representativas da biodiversidadeamazônica com potencial para a criação de novas unidadesde conservação. O Programa <strong>Arpa</strong> assumiu a secretariaexecutiva <strong>do</strong> processo de atualização <strong>do</strong> mapa de áreasprioritárias para a biodiversidade amazônica, de cujo processoparticiparam cerca de 300 pessoas.Secretaria<strong>do</strong> pela Unidade de Coordenação <strong>do</strong> Programa<strong>Arpa</strong> (UCP), o processo de atualização desse mapaenvolveu um seminário preparatório e três semináriosregionais, realiza<strong>do</strong>s entre outubro e dezembro de 2006.Outro subsídio importante foi a sistematização das demandas<strong>do</strong> movimento social para a criação de unidadesde conservação de uso sustentável, que teve o apoio <strong>do</strong><strong>Arpa</strong> por meio <strong>do</strong> Conselho Nacional das PopulaçõesExtrativistas.Os resulta<strong>do</strong>s desse processo foram adiciona<strong>do</strong>s aosresulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s demais biomas brasileiros, compon<strong>do</strong> oMapa de Áreas Prioritárias para a Conservação, Uso Sustentávele Repartição <strong>do</strong>s Benefícios da BiodiversidadeBrasileira. Esse mapa foi então aprova<strong>do</strong> pela ComissãoNacional de Biodiversidade (Conabio) em dezembro de2006 e reconheci<strong>do</strong> pela Portaria MMA n° 9, de 23 dejaneiro de 2007, para efeito da formulação e implementaçãode políticas públicas, programas, projetos e atividadesvolta<strong>do</strong>s à conservação in situ da biodiversidade, utilizaçãosustentável de componentes da biodiversidade, repartiçãode benefícios deriva<strong>do</strong>s <strong>do</strong> acesso a recursos genéticos e aoconhecimento tradicional associa<strong>do</strong> (Weigand Jr., 2008).O mapa atualiza<strong>do</strong> das áreas prioritárias no biomaAmazônia (mapa 1) é uma ferramenta essencial para aseleção de novas UCs a serem apoiadas no âmbito <strong>do</strong> Programa<strong>Arpa</strong>. A atualização <strong>do</strong> Mapa de Áreas Prioritáriasé uma das metas da 2ª Fase <strong>do</strong> <strong>Arpa</strong>, para a qual há recursosaloca<strong>do</strong>s da ordem de 1,5 milhões de reais; ela deveráser realizada em 2012/2013.Programa fortaleceu a criação de UCsO apoio <strong>do</strong> <strong>Arpa</strong> ao estabelecimento, consolidação e manutençãode novas UCs contribuiu muito para fortalecerum ambiente propício à criação de novas áreas durante sua1ª Fase, que se estendeu no início da 2ª Fase. Além disso, oprograma apoiou os estu<strong>do</strong>s e procedimentos para o desenvolvimento<strong>do</strong> processo de criação de UCs diretamenteou indiretamente, via atuação <strong>do</strong>s parceiros – como oWWF-Brasil, por exemplo.Durante a 1ª Missão de Supervisão <strong>do</strong> <strong>Arpa</strong> pelo BancoMundial, realizada entre março e maio de 2004, o governobrasileiro destacou a necessidade de empreender esforçospara a criação de 13 milhões de hectares em novas UCs naregião <strong>do</strong> Arco <strong>do</strong> Desmatamento, apontan<strong>do</strong> o programacomo um importante instrumento para viabilizar essameta. A Missão concor<strong>do</strong>u com a demanda <strong>do</strong> governobrasileiro e sugeriu adequar o POA de 2004 para atendê--la, de forma a absorver as novas UC a serem criadas nocomponente de estabelecimento (<strong>Arpa</strong>, 2004b).Nas categorias elegíveis pelo <strong>Arpa</strong>, foram criadas 46unidades de conservação, totalizan<strong>do</strong> aproximadamente24 milhões de hectares. Dessas UC, 12 são de proteçãointegral (12.157.394 hectares) e 31 de uso sustentável(11.148.319 hectares). No ano de 2004, quan<strong>do</strong> o programacomeçou a desembolsar com mais agilidade os seus recursos,58,6% da meta de criação de novas UCs já havia si<strong>do</strong>


Mapa 1 · Mapa atualiza<strong>do</strong> das Áreas Prioritárias para a Biodiversidade no Bioma Amazônia


31 Gestão<strong>financeira</strong> e<strong>operacional</strong><strong>do</strong> <strong>Arpa</strong>atingida. Em 2006, a meta de criação de novas UC contidano Subcomponente 1.2 já tinha si<strong>do</strong> ultrapassada em 2,9milhões de hectares, asseguran<strong>do</strong> seu sucesso.No âmbito da 2ª Fase <strong>do</strong> <strong>Arpa</strong>, em 2012 o programaapoiava com 3 milhões de reais a criação de 17 unidades deconservação, federais e estaduais, em 6 unidades da federação,com uma área total de 6 milhões de hectares.Em mea<strong>do</strong>s de 2012 o <strong>Arpa</strong> lançou uma consulta públicaaos órgãos gestores de UC no bioma Amazônia paraa seleção de apoios a processos de criação, destinan<strong>do</strong>mais 1,5 milhões em 2013 para o financiamento de estu<strong>do</strong>se uma consulta pública, necessários para os processos decriação. Espera-se com isso apoiar mais 8 a 10 processos decriação com 3 a 4 milhões de hectares.Gráfico 8 · Número de UCs e área cumulativa protegidapelas unidades criadas com o apoio <strong>do</strong> <strong>Arpa</strong>Nº de UCs4 4Formaçãonão iniciadaAtorespotenciaisidentifica<strong>do</strong>s2Atorespotenciaissensibiliza<strong>do</strong>s5Reuniõesrealizadas econselheirosindica<strong>do</strong>s27Portaria deformação <strong>do</strong>conselhopublicadaPrograma tem indica<strong>do</strong>res paraavaliar a consolidação das UCsO programa <strong>Arpa</strong> foi estrutura<strong>do</strong> numa lógica evolutivaque se inicia com a priorização das áreas para criação deUCs, seguida pelo processo de criação, sua consolidaçãono grau I ou no grau II e, por fim, sua manutenção, quan<strong>do</strong>então passaria a receber apoio <strong>do</strong> FAP para garantir asustentabilidade em longo prazo das UCs. Para que umaunidade de conservação seja “promovida” de uma fase paraa outra, deve alcançar os marcos referenciais defini<strong>do</strong>s paracada uma das fases. Leia mais sobre esse tema no capítulosobre efetividade de gestão das UCs, que inclui resulta<strong>do</strong>sdetalha<strong>do</strong>s de avaliação de estabelecimento e implementaçãodas unidades apoiadas pelo <strong>Arpa</strong>.Para que o <strong>Arpa</strong> possa alcançar suas metas, na 2ª fasehouve uma ampliação <strong>do</strong> número de UCs apoiadas emseus processos de consolidação, que passou de 63 para 95,ou de 32 milhões para 52 milhões de hectares. Essa ampliaçãomu<strong>do</strong>u um pouco o perfil das UCs apoiadas pelo<strong>Arpa</strong>, mas permite ter uma visão mais aproximada <strong>do</strong>sistema de UCs na Amazônia. O Programa passou de umpercentual de 33% da área das UCs no bioma para 54% .A aplicação da FAUC no final de 2011, no início da 2ªFase <strong>do</strong> programa, já com as 91 unidades de conservação(o mosaico <strong>do</strong> Apuí reúne as unidades de conservação PEGuariba, PE Sucunduri, RDS Bararati, RDS Aripuanã eResex Guariba), permite verificar que três indica<strong>do</strong>res jáse encontram muito avança<strong>do</strong>s – 81,3% das UCs possuíamum conselho forma<strong>do</strong>, 56% tinham plano de manejo totalmenteelabora<strong>do</strong> e 50,5% haviam realiza<strong>do</strong> o levantamentofundiário, conforme a tabela 5.


Tabela 5 · Percentual das UCs apoiadas pelo <strong>Arpa</strong> consolidadas para cada indica<strong>do</strong>r marco referencialIndica<strong>do</strong>resPlano deManejoFormação Sinalização Equipamentos Levantamento<strong>do</strong> ConselhofundiárioInstalaçõesmínimasDemarcaçõesestratégicasPesquisaMonitoramentoambiental2ª Fase(setembro/outubro 2011)1ª Fase(fevereiro/março 2010)56% 81,3% 17,5% 18,7% 50,5% 28,5% 10% 13,2% 22%59,3% 79,7% 13,6% 13,6% 33,9% 32,2% 6,8% 10,2% 18,6%32 Gestão<strong>financeira</strong> e<strong>operacional</strong><strong>do</strong> <strong>Arpa</strong>Fonte: Fauc/Sis<strong>Arpa</strong>/MMA, da<strong>do</strong>s de março/2010 e outubro/2011Apesar da entrada de 32 novas UCs, houve uma mudançamais expressiva nos percentuais de avanço emapenas <strong>do</strong>is marcos referenciais: levantamento fundiárioe instalações mínimas. O primeiro aumentou 16% coma entrada das novas unidades. Isso demonstra que essasUCs, em grande parte criadas nos últimos 10 anos, já refletemum processo de criação mais exigente e rigoroso, quese traduz em condições mais adiantadas para sua consolidação.O mesmo é possível atribuir para os marcos referenciaisde formação de conselho, demarcação estratégica,pesquisa e monitoramento da biodiversidade.Na direção contrária, o aumento <strong>do</strong> número de UCapoiadas fez cair o indica<strong>do</strong>r sobre instalações mínimas,pois entraram unidades com infraestrutura inferior à dasparticipantes da 1ª Fase <strong>do</strong> <strong>Arpa</strong>.Na 1ª Fase, o <strong>Arpa</strong> contribuiu com recursos financeirose com sua abordagem meto<strong>do</strong>lógica para a consolidação de15 UCs. Duas unidades de proteção integral, totalizan<strong>do</strong>428 mil hectares, atingiram os marcos referenciais (vejatabela 5) para serem consideradas como consolidadas nograu II (estabelecidas). As outras 13 unidades, com umaárea total de 10,5 milhões de hectares, foram consideradascomo consolidadas no grau I (avança<strong>do</strong>).Tabela 6 · Marcos referenciais da UC estabelecida(conforme a Ferramenta de Avaliação da Unidade deConservação – Fauc, a<strong>do</strong>tada pelo Programa)Marco ReferencialConselho GestorPlano de ManejoAtividades de proteçãodesenvolvidasSinalizaçãoEquipamentos mínimosInstalações mínimasDescriçãoRepresentantes já indica<strong>do</strong>s pelainstituição com cadeira no ConselhoEncarte de planejamento redigi<strong>do</strong>Proteção realizada de forma pró-ativaPrincipais pontos sinaliza<strong>do</strong>sExistem equipamentos básicos paraproteção e gestão participativaExiste uma sede administrativa,ou base de fiscalização, oucentro de convivência na UC


Equipe mínima para gestão da UCGrande avanço na formação <strong>do</strong>s Conselhos33 Gestão<strong>financeira</strong> e<strong>operacional</strong><strong>do</strong> <strong>Arpa</strong>A alocação de equipes nas UCs apoiadas pelo <strong>Arpa</strong> é umacontrapartida <strong>do</strong>s governos responsáveis pela gestão detais áreas, tanto no âmbito federal como no <strong>do</strong>s esta<strong>do</strong>sda Amazônia. O acor<strong>do</strong> previa uma equipe mínima comcinco funcionários para unidades consolidadas no grau II ede <strong>do</strong>is funcionários no grau I. De 91 unidades analisadascom base na FAUC aplicada em outubro de 2011, em 49 há<strong>do</strong>is ou mais funcionários, sen<strong>do</strong> parte deles residente nosmunicípios das sedes das unidades. Em oito unidades hácinco ou mais funcionários, a maioria residente em municípiosdas sedes da UC. Em apenas duas unidades nãohavia pessoal lota<strong>do</strong> exclusivamente para a UC (Gráfico 9).Em relação ao marco referencial “Formação de ConselhoGestor”, os avanços foram expressivos, já que 74 das 91 UCanalisadas tinham o conselho forma<strong>do</strong>. Dentre as primeiras,em seis faltava apenas a publicação da portaria (Gráfico10). Isso representa 81% das UCs analisadas.Gráfico 10 · Número de UCs em consolidação emcada um <strong>do</strong>s cenários para Conselho Gestor68Gráfico 9 · Número de UCs em relação às equipesgestoras, em 2011, 1ª Fase <strong>do</strong> <strong>Arpa</strong>Nº de UCs4963104Nº de UCs26O Conselho foiforma<strong>do</strong> e a suaexistência formalmentereconhecidaatravés dapublicação deportaria peloórgão gestorA unidade jápromoveu asreuniões paraformação <strong>do</strong>Conselho e asorganizaçõesenvolvidasindicaram os seusrepresentantesA unidade jápromoveu asensibilização <strong>do</strong>spotenciais atorespara constituíremo Conselho GestorA unidade identificouos potenciaisatores paraconstituírem oConselho GestorA unidade nãoiniciou o processode formação <strong>do</strong>Conselho Gestor8Cinco ou maisfuncionários, amaioria reside emmunicípios dassedes das UCsDois ou maisfuncionários, amaioria reside emmunicípios dassedes das UCsFonte: Fauc/Sis<strong>Arpa</strong>/MMA, da<strong>do</strong>s de outubro de 201110Dois ou maisfuncionários, masnenhum resideem municípiosdas sedes das UCsExiste uma pessoalotada exclusivamentepara a UC2Não há pessoallota<strong>do</strong> exclusivamentepara a UCFonte: Fauc/Sis<strong>Arpa</strong>/MMA, da<strong>do</strong>s de outubro de 2011No item Integração e Participação Comunitária, queinclui as atividades de formação de Conselho Gestor, gestãoparticipativa e termo de compromisso/CDRU, foramaplica<strong>do</strong>s, na 1ª Fase <strong>do</strong> <strong>Arpa</strong>, aproximadamente 5,1 milhõesde reais. Na 2ª Fase, foram desembolsa<strong>do</strong>s com re-


34 Gestão<strong>financeira</strong> e<strong>operacional</strong><strong>do</strong> <strong>Arpa</strong>cursos <strong>do</strong> BNDES, de outubro de 2010 a abril de 2012, 1,42milhões de reais e estão previstos mais 8,8 milhões de reaisno POA 2012/2013.O desempenho das UCs nesse marco referencial podeser considera<strong>do</strong> muito bom, embora ainda demande atenção,pois a manutenção <strong>do</strong> funcionamento <strong>do</strong>s conselhosexigirá um fluxo constante de recursos a ser coberto peloFun<strong>do</strong> de Áreas Protegidas (FAP).A sinalização <strong>do</strong>s limites das unidades de conservaçãoé um indica<strong>do</strong>r com avanço lento no <strong>Arpa</strong>. No final da 1ªFase, apenas 13,6% das UCs havia alcança<strong>do</strong> a totalidadedeste marco referencial (8 unidades), cumprin<strong>do</strong> esse itemde acor<strong>do</strong> com o indica<strong>do</strong> pelo plano de manejo. Em parte,tal número se deve ao fato de que muitas das UCs ainda nãopossuíam plano de manejo ou eles eram muito recentes. Noinício da 2ª Fase, cerca de um ano e meio depois <strong>do</strong> levantamento<strong>do</strong> da<strong>do</strong> anterior, em 91 das unidades apoiadas opercentual de UCs com a totalidade da meta de sinalizaçãoera de 17,5%, ou 16 UCs. Em 2011, das 91 UCs apoiadaspelo <strong>Arpa</strong>, 29 unidades não tinham nenhuma sinalização,conforme o gráfico 11. Os recursos para sinalização estãoincluí<strong>do</strong>s no Subprojeto de Levantamento Fundiário, quetambém inclui demarcação e diagnóstico fundiário. Essesubprojeto teve uma aplicação, na 1ª Fase, de cerca de 1,37milhões de reais e, na 2ª Fase, apresentou um desembolsode 93,9 mil reais entre outubro de 2010 e abril de 2012, com5,02 milhões para execução no POA 2012/2013.Fiscalização exige pessoalO marco referencial “Fiscalização” está, entre outros, intimamenterelaciona<strong>do</strong> ao de “Equipe gestora”, pois dependede pessoal para que as operações sejam adequadamenteGráfico 11 · Número de UCs em relação à sinalizaçãoNº de UCs5A sinalizaçãorecebemanutençãoregular11Os pontosestratégicos daUC estãosinaliza<strong>do</strong>s,conforme previstono plano demanejo/gestãoFonte: Fauc/Sis<strong>Arpa</strong>/MMA, da<strong>do</strong>s de outubro de 201146Os principaispontos de acessoda UC estãosinaliza<strong>do</strong>srealizadas. Em 2011 somente 17 das91 unidades chegarama um nível de desempenho onde a eficiência e eficácia daproteção era monitorada de fato (Gráfico 11). Outras 32unidades realizaram uma proteção pró-ativa com base emum plano de proteção, ou seja, com uma rotina de fiscalizaçãopreventiva estabelecida; e 39 unidades realizaramsomente uma fiscalização de forma reativa, ou seja, apósreceberem alguma denúncia. A situação mais grave identificadafoi a existência de três unidades nas quais não hánenhuma atividade de proteção. O <strong>Arpa</strong> aplicou na 1ª Fasecerca de 5,1 milhões de reais no subprojeto Proteção. Na2ª Fase, entre outubro de 2010 e abril de 2012, foram desembolsa<strong>do</strong>s1,44 milhões de reais, disponíveis no POA2012/2013, e mais 7,17 milhões de reais.19Os principaispontos de acessoa UC que devemser sinaliza<strong>do</strong>s jáforamidentifica<strong>do</strong>s10A UC não possuisinalização


35 Gestão<strong>financeira</strong> e<strong>operacional</strong><strong>do</strong> <strong>Arpa</strong>Plano de manejo apresentou grandes avançosNa 1ª Fase <strong>do</strong> programa, cinco UCs (três de proteção integrale duas de uso sustentável) tiveram seus planos de manejoaprova<strong>do</strong>s e publica<strong>do</strong>s. Outras 14 unidades estavamcom o encarte de planejamento redigi<strong>do</strong> (12 delas eram deuso sustentável), faltan<strong>do</strong> a revisão e aprovação <strong>do</strong> órgãogestor. Outras nove unidades já haviam concluí<strong>do</strong> a etapade diagnóstico. O Programa aplicou cerca de 6,5 milhõesde reais para a elaboração de planos de manejo nas UCs(Subcomponente 1.3) e os resulta<strong>do</strong>s foram expressivos.No final da 1ª Fase, em 2010, havia 35 planos de manejoscompletos, segun<strong>do</strong> da<strong>do</strong> da FAUC; e no princípio da 2ªFase, em 2011, eles já eram 49, conforme o gráfico 13.O processo de elaboração <strong>do</strong>s planos de manejo paraUCs é um desafio para o Programa, devi<strong>do</strong> à lentidão ealto custo <strong>do</strong> processo. Por isso, foram feitos estu<strong>do</strong>s eelaboradas propostas de melhoria <strong>do</strong>s processos e procedimentosa serem implementa<strong>do</strong>s no âmbito <strong>do</strong> <strong>Arpa</strong>,respeitan<strong>do</strong> as diretrizes estabelecidas pelos órgãos gestoresdas UC. É importante citar ainda o estabelecimento deespaços de discussão contínua, com o intuito de registrar,sistematizar e divulgar os aprendiza<strong>do</strong>s decorrentes daelaboração de planos de manejo, para obter mais agilidadee qualidade. O <strong>Arpa</strong> não aportou recursos <strong>do</strong> BN-DES para plano de manejo no início da 2ª Fase. O POA2012/2013 apoia este marco referencial com 12,2 milhõesde reais.Gráfico 12 · Número de UCs em relação à proteçãoGráfico 13 · Número de UCs em relação ao plano de manejo393932Nº de UCs6113Nº de UCs1420A eficácia e aeficiência daproteção sãomonitoradas eavaliadassistematicamente,sen<strong>do</strong> asinformaçõesutilizadas noaprimoramento<strong>do</strong>s ciclos deplanejamento eexecuçãoA eficácia e aeficiência daproteção sãomonitoradasatravés deindica<strong>do</strong>resquantitativosAs atividades deproteção sãorealizadas deforma proativa – apartir de umaestratégiacoerente (Planode Proteção)As atividades deproteção sãorealizadas deforma reativa,responden<strong>do</strong> àsdenúncias,pressões ouameaçasNão sãoexecutadasatividades deproteçãoO plano demanejo estáaprova<strong>do</strong> peloórgão gestor epublica<strong>do</strong>A etapa deplanejamentoestá concluídae o <strong>do</strong>cumentofinal redigi<strong>do</strong>9A etapa dediagnósticoestá concluídae os relatóriostécnicosredigi<strong>do</strong>s2Todas asexpedições decampo para aetapa dediagnósticoforamrealizadas7O processo deelaboração <strong>do</strong>plano demanejo estáorganiza<strong>do</strong> eestrutura<strong>do</strong>O processo deelaboração <strong>do</strong>plano demanejo nãoestáorganiza<strong>do</strong> ouestrutura<strong>do</strong>Fonte: Fauc/Sis<strong>Arpa</strong>/MMA, da<strong>do</strong>s de outubro de 2011Fonte: Fauc/Sis<strong>Arpa</strong>/MMA, da<strong>do</strong>s de outubro de 2011


Equipamentos básicosInstalações insuficientes36 Gestão<strong>financeira</strong> e<strong>operacional</strong><strong>do</strong> <strong>Arpa</strong>Em 2011, 55 das 91 unidades de conservação contavam comequipamentos básicos para as atividades de proteção ede gestão participativa, o que representava 60% das UCs.Outras 30 unidades contavam com equipamentos básicosapenas para a rotina administrativa (Gráfico 14). Alémdisso, seis unidades não contavam com nenhum equipamento.Na 1ª Fase o Programa aplicou aproximadamente9,1 milhões de reais no subprojeto Operacionalização, queinclui equipamentos, instalações e custos administrativos.Na 2ª Fase, entre outubro de 2010 e abril de 2012, foi desembolsa<strong>do</strong>1,62 milhões de reais e, no POA 2012/2013,estão disponíveis mais 15,3 milhões de reais.Gráfico 14 · Número de UCs em relaçãoaos equipamentos básicosO marco referencial instalações mostrou-se um <strong>do</strong>s quesitosmais difíceis de ser efetiva<strong>do</strong> na 1ª Fase <strong>do</strong> <strong>Arpa</strong>. Issotambém se reflete no início da 2ª Fase, com a entrada das32 novas UCs apoiadas pelo programa. O percentual dasunidades com grau máximo de consolidação nesse marcoreferencial reduziu de 32,2% para 28,5%. Na1ª Fase, o <strong>Arpa</strong>aportou apenas 1,7 milhões de reais para a construção deestruturas nas UCs. Na 2ª Fase não houve, até o momento,investimento nessa categoria. Na 2ª Fase <strong>do</strong> <strong>Arpa</strong> eno POA 2012/2013 está previsto um investimento de 3,9milhões de reais. Em 65 unidades ainda não há instalaçãoprópria para a gestão, de forma que essas áreas normalmentecompartilham o escritório com outras unidades ouGráfico 15 · Número de UCs em relação às instalações39Nº de UCs306516Nº de UCs266A unidade contacomequipamentosbásicos para aimplementação<strong>do</strong>s programas demanejorelevantes. Érealizada amanutençãopreventiva <strong>do</strong>sequipamentosA unidadeconta comequipamentosbásicos para asatividades deproteção egestãoparticipativa.É realizada amanutençãocorretiva <strong>do</strong>sequipamentosA unidade temacesso aosequipamentosbásicos queviabilizam asatividadesadministrativasde rotinaA unidade nãoconta comnenhumequipamentopara sua gestãoExiste uma base administrativa,posto de fiscalização ou centro deconvivência na área da UC, conformeprevisto no plano demanejo/gestãoNão há instalação própriapara a gestão da UCFonte: Fauc/Sis<strong>Arpa</strong>/MMA, da<strong>do</strong>s de outubro de 2011Fonte: Fauc/Sis<strong>Arpa</strong>/MMA, da<strong>do</strong>s de outubro de 2011


37 Gestão<strong>financeira</strong> e<strong>operacional</strong><strong>do</strong> <strong>Arpa</strong>órgãos governamentais, como secretarias municipais demeio ambiente.Outras 17 UCs têm instalações próprias e cinco unidadespossuem uma sede administrativa, centro de convivênciaou, ainda, um posto de fiscalização dentro de seuslimites. Esse é um tema que deve ser bem discuti<strong>do</strong> noâmbito <strong>do</strong> Programa e <strong>do</strong>s órgãos gestores, pois a existênciade instalações gera demanda por recursos para suamanutenção e vigilância patrimonial.<strong>Arpa</strong> investiu na capacitação para gestãoO item Capacitação foi objeto de um significativo investimentopor parte das instituições que integram o Programa.De execução direta, por meio <strong>do</strong> Funbio, foraminvesti<strong>do</strong>s 1,6 milhões de reais. Paralelamente, duas instituiçõestiveram importante destaque nesse item: a GiZ(agência de cooperação técnica internacional da Alemanha)e o WWF-Brasil. A GiZ aplicou 7 milhões de reaisem capacitação e desenvolvimento institucional durantea 1ª Fase <strong>do</strong> <strong>Arpa</strong> e destinou um volume significativo derecursos para capacitação, além da contribuição de suaequipe técnica.Algumas iniciativas de capacitação podem ser destacadas,tais como:1. O WWF-Brasil ofertou 18 edições <strong>do</strong> curso Introduçãoà Gestão de Unidades de Conservação na Amazônia,em parceria com o Instituto de Pesquisas Ecológicas(Ipê), benefician<strong>do</strong> cerca de 400 profissionais, sen<strong>do</strong>que 200 estão envolvi<strong>do</strong>s com a gestão de UCs <strong>do</strong><strong>Arpa</strong>. Outras capacitações ofertadas incluem a elaboraçãode planos de manejo e planejamento sistemático daconservação.2. A GiZ apoiou capacitações para formação de Conselhose para elaboração de planos de manejo. A GiZ tambémproporcionou o Programa de Gestão para Resulta<strong>do</strong>s(PGR) a 16 unidades de conservação <strong>do</strong> <strong>Arpa</strong>. O PGR éum programa de educação continuada que visa capacitaros gestores e auxiliá-los na implementação de uma gestãoestratégica focada em resulta<strong>do</strong>s. Cerca de 70 profissionaisde UCs participaram de capacitações no âmbito<strong>do</strong> PGR.3. O <strong>Arpa</strong> apoiou a apresentação e publicação de artigosrelaciona<strong>do</strong>s diretamente à execução <strong>do</strong> Programa emcongressos e outros eventos nacionais e internacionais,com o intuito de divulgar os resulta<strong>do</strong>s alcança<strong>do</strong>s e valorizaro trabalho desenvolvi<strong>do</strong> pelos atores das diversasinstituições participantes;4. Foram publica<strong>do</strong>s cadernos técnicos relatan<strong>do</strong> a experiênciae o aprendiza<strong>do</strong> <strong>do</strong> <strong>Arpa</strong> com foco em vários temasrelevantes para a gestão de UCs, como os planos demanejo.WWF-Brazil / Adriano Gambarini


38 Gestão<strong>financeira</strong> e<strong>operacional</strong><strong>do</strong> <strong>Arpa</strong>5. Capacitações periódicas foram realizadas pelo Funbio,envolven<strong>do</strong> to<strong>do</strong>s os gestores de UCs apoiadas pelo Programa,para garantir um perfeito entendimento sobre asferramentas utilizadas na execução <strong>do</strong> <strong>Arpa</strong>.Esse esforço foi recompensa<strong>do</strong>, já que é possível perceberque as equipes gestoras da Amazônia apresentam umdesempenho qualifica<strong>do</strong>, como demonstra o reconhecimentoda excelência da gestão pública praticada em algumasUC da Amazônia apoiadas pelo <strong>Arpa</strong>.Um <strong>do</strong>s desafios <strong>do</strong> programa é manter nas UCs da regiãoas equipes treinadas, já que a rotatividade das equipesgestoras compromete esse avanço.Fun<strong>do</strong> para dar sustentabilidade <strong>financeira</strong> às UCsO objetivo deste subcomponente na 1ª Fase <strong>do</strong> <strong>Arpa</strong> foia criação e capitalização de um fun<strong>do</strong> fiduciário de capitalizaçãopermanente com o intuito de prover a sustentabilidade<strong>financeira</strong> em longo prazo para as unidades deconservação apoiadas pelo Programa, o Fun<strong>do</strong> de ÁreasProtegidas (FAP). Em maio de 2012, após a constituiçãoda assembleia de <strong>do</strong>a<strong>do</strong>res, o fun<strong>do</strong> foi lança<strong>do</strong> e duas UCsconsolidadas pelo <strong>Arpa</strong> na 1ª Fase passaram a ser apoiadascom os seus recursos. Só podem ter acesso aos recursos <strong>do</strong>FAP aquelas UCs que já tenham alcança<strong>do</strong> os marcos referenciaisda fase de consolidação no grau II.Ao final da 1ª Fase, o FAP atingiu 29,7 milhões de dólares,sem contar a <strong>do</strong>ação de outros 20 milhões de euros<strong>do</strong> KfW (o banco de desenvolvimento da Alemanha), emdezembro de 2011.No entanto, como o número de UCs com potencialpara serem apoiadas pelo FAP é alto em função das metas<strong>do</strong> Programa, o fun<strong>do</strong> precisa crescer. Diante desse problema,o MMA, em parceria com o WWF, apresentou na Rio+20 uma estratégia de captação de novos recursos parao <strong>Arpa</strong>, que inclui, além <strong>do</strong> FAP, a criação de um novofun<strong>do</strong> transicional, com prazo estabeleci<strong>do</strong> de inversãode seus valores num prazo de 20 a 30 anos, para apoiar amanutenção das UCs consolidadas pelo Programa. A 2ªFase <strong>do</strong> <strong>Arpa</strong> tem como meta ter o FAP capitaliza<strong>do</strong> em70 milhões de dólares (EUA) até 2015.Mecanismos para gerar receitas para as UCsO Funbio coordenou estu<strong>do</strong>s sobre mecanismos para asustentabilidade <strong>financeira</strong> de UCs para identificar meiose mecanismos capazes de gerar receita para a manutençãode unidades de conservação de proteção integral. O custodesses estu<strong>do</strong>s foi de 426 mil reais.Em 2004 e 2005, o foco <strong>do</strong>s estu<strong>do</strong>s se concentrou nacomercialização <strong>do</strong>s ativos das unidades de conservaçãoindividualmente, por meio de planos de negócios – porém,o resulta<strong>do</strong> foi pouco promissor. O Funbio decidiu, então,identificar outros mecanismos para a sustentabilidade <strong>financeira</strong>das UC. Para isso, foram realiza<strong>do</strong>s estu<strong>do</strong>s detalha<strong>do</strong>ssobre os seguintes temas:1. Compensação ambiental: ferramenta definida na lei <strong>do</strong>Sistema Nacional de Unidades de Conservação (Snuc),que obriga empreendimentos considera<strong>do</strong>s de significativoimpacto ambiental a financiarem a criação ouimplementação de UCs, principalmente as de proteçãointegral. Estu<strong>do</strong>s mostram que tal ferramenta possuigrande potencial de gerar recursos para as UCs; no entanto,as indefinições meto<strong>do</strong>lógicas e jurídicas, principalmenteem nível federal, poderiam comprometer a


39 Gestão<strong>financeira</strong> e<strong>operacional</strong><strong>do</strong> <strong>Arpa</strong>Juan Pratginestos / WWF-Canonefetividade da compensação. Embora a Amazônia nãoseja o bioma onde se concentram os investimentos nacionais,há a previsão de empreendimentos importantes– como as hidrelétricas – capazes de gerar recursos paraas unidades de conservação.2. Carbono (REDD): o merca<strong>do</strong> de carbono, regula<strong>do</strong> ouvoluntário, gira globalmente um eleva<strong>do</strong> volume de recursosfinanceiros e os debates atuais sobre Redução deEmissões oriundas <strong>do</strong> Desmatamento e Degradação florestal(REDD) ganham espaço. Espera-se que, em curtoe médio prazo, o merca<strong>do</strong> de carbono passe a financiarunidades de conservação. No Brasil, um caso exemplar éo Fun<strong>do</strong> Amazônia (veja quadro abaixo), <strong>do</strong> qual o <strong>Arpa</strong>irá se beneficiar na composição de recursos para sua 2ªFase (veja mais detalhes sobre isso no capítulo sobredesmatamento e mudanças climáticas). O objetivo destecomponente, no entanto, é buscar, dentro dessa fonte, novasoportunidades com alto potencial de financiamento.3. Loteria verde: as loterias são internacionalmente utilizadaspara o financiamento da conservação ambiental. NoBrasil vigora um monopólio governamental sobre as loteriase a proposta é incluir o Snuc entre os beneficiários<strong>do</strong>s significativos valores movimenta<strong>do</strong>s pelas loterias.4. Planos de sustentabilidade: tais planos têm o objetivo dedemonstrar, de forma clara e objetiva, quais são as atividadesde uma UC e qual sua demanda por recursos paraque ela possa atingir seus objetivos, quais são suas atuaisfontes de financiamento e como se pode ampliar a entradade recursos, bem como quais os investimentos quedevem ser feitos para tanto. O plano de sustentabilidadetambém retrata como a UC está incluída na economialocal. É uma ferramenta de planejamento essencial paraque as UCs possam conhecer suas reais necessidades eorientar a busca por novas fontes de recursos.Dos quatro itens acima, a compensação ambiental foiobjeto de estu<strong>do</strong>s mais detalha<strong>do</strong>s, inclusive sobre aspectoslegais e jurídicos. O Funbio apresentou uma propostapara destinar às UCs 30 milhões de reais provenientes decompensação ambiental. Esta proposta depende agora daanálise e aprovação da Câmara Federal de CompensaçãoAmbiental, presidida pelo Governo.Sistema de Monitoramento da BiodiversidadeO objetivo <strong>do</strong> componente 4, monitoramento e avaliaçãoda biodiversidade em UCs, na 1ª Fase <strong>do</strong> <strong>Arpa</strong>, foi estabelecerum sistema de monitoramento de biodiversidadee análise ambiental para que os órgãos responsáveis pelasUCs avaliem a proteção que as unidades proporcionam àbiodiversidade. Essas informações são importantes paraauxiliar na gestão dessas unidades e monitorar os impactos


40 Gestão<strong>financeira</strong> e<strong>operacional</strong><strong>do</strong> <strong>Arpa</strong>causa<strong>do</strong>s pelo Programa. Foram gastos cerca de 1,8 milhõesde reais.Os esforços iniciais foram concentra<strong>do</strong>s no detalhamentode um protocolo padroniza<strong>do</strong> para todas as UCs aserem monitoradas. A proposta de implementação de umprograma-piloto de monitoramento <strong>do</strong> <strong>Arpa</strong> foi finalizadaem outubro de 2005, no I Seminário de Monitoramentode Unidades de Conservação de Proteção Integral daAmazônia. Os focos escolhi<strong>do</strong>s para o monitoramentoambiental nas UC da Amazônia foram os seguintes: a)clima; b) recursos hídricos; c) estrutura da vegetação; d)biodiversidade, com enfoque em espécies da fauna; e) paisagem;f ) situação socioambiental.O ICMBio dedicou esforços para capacitar analistasambientais e técnicos das UCs, treina<strong>do</strong>s em operação deestações hidrológicas automáticas (2006), sonda multiparâmetrospara análise da água nas UCs (2007), geoprocessamento(2007) e parataxonomia vegetal. Cinco UCsde proteção integral, selecionadas segun<strong>do</strong> critérios dedistribuição espacial, infraestrutura, pressões antrópicas,entre outros fatores, passaram a ser objeto de atividadesde monitoramento, servin<strong>do</strong> como unidades-pilotos.Adicionalmente, uma reserva extrativista foi escolhidapara o desenvolvimento <strong>do</strong> monitoramento socioambiental.Nessas UCs foram realizadas expedições de campoe coleta<strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s sobre monitoramento de peixes,quelônios, vertebra<strong>do</strong>s terrestres, mamíferos aquáticos,vegetação, ecologia e uso da castanheira, pesca e da<strong>do</strong>ssocioambientais.No perío<strong>do</strong> de 2006 a 2008, foram realiza<strong>do</strong>s 67 levantamentosde biodiversidade, a maioria <strong>do</strong>s quais relaciona<strong>do</strong>sa processos de criação e planejamento das UCapoiadas pelo <strong>Arpa</strong> (leia mais detalhes no capítulo sobrea conservação da biodiversidade). Os da<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s colaboramno aumento <strong>do</strong> conhecimento, confirmam a importânciadas áreas e constituem bases para o monitoramentoda biodiversidade pelo programa.Os protocolos para o monitoramento da biodiversidadedesenvolvi<strong>do</strong>s servem para o monitoramento em longo prazo,mas sua implementação tem um custo eleva<strong>do</strong>, de formaque não foram obti<strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s aplicáveis em curtoprazo. Resulta<strong>do</strong>s mais precisos só serão obti<strong>do</strong>s ao longo<strong>do</strong> desenvolvimento das próximas fases <strong>do</strong> Programa.Com objetivo de divulgar, avaliar e adquirir subsídiospara consolidar uma proposta de monitoramento ambientalpara a 1ª Fase <strong>do</strong> Programa, a UCP/MMA, em parceriacom a GiZ e o ICMBio, organizou um seminário em abrilde 2009, onde foram apresenta<strong>do</strong>s os resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> projetopiloto de monitoramento ambiental e as experiências deoutros programas de monitoramento.Uma das conclusões desse seminário foi a de que é necessárioselecionar indica<strong>do</strong>res prioritários dentre os sugeri<strong>do</strong>sna 1ª Fase, pois o monitoramento da biodiversidadein situ é muito custoso e sua implementação em campo écomplexa. A proposta de monitoramento da biodiversidadepara a 2ª Fase <strong>do</strong> <strong>Arpa</strong> considera as recomendações <strong>do</strong>seminário e prevê um conjunto de indica<strong>do</strong>res mínimospara a viabilização <strong>do</strong> programa de monitoramento comreplicabilidade espacial e temporal.O <strong>Arpa</strong> pretende iniciar a capacitação e implementação<strong>do</strong> sistema de monitoramento no segun<strong>do</strong> semestre de2012, que terá como grupos alvos a serem monitora<strong>do</strong>s asplantas lenhosas, médios e grandes mamíferos e peixes deriacho. O aporte orçamentário para este componente na 2ªFase <strong>do</strong> Programa é de 970 mil dólares (EUA).


41 Gestão<strong>financeira</strong> e<strong>operacional</strong><strong>do</strong> <strong>Arpa</strong>Juan Pratginestos / WWF-CanonCoordenação <strong>do</strong> ProgramaO Programa <strong>Arpa</strong> possui uma instância de coordenaçãoexecutiva, chamada Unidade de Coordenação <strong>do</strong> Programa(UCP), que integra a estrutura <strong>do</strong> Departamento deÁreas Protegidas da Secretaria de Biodiversidade e Floresta<strong>do</strong> Ministério <strong>do</strong> Meio Ambiente.A UCP foi criada em agosto de 2003 e, desde então,vem realizan<strong>do</strong> as atividades de coordenação <strong>do</strong> Programa.A UCP secretariou o processo de revisão <strong>do</strong> mapa deáreas prioritárias para a conservação no bioma Amazônia,desenvolveu o Planejamento Estratégico Plurianual (PEP),a Ferramenta de Avaliação de Unidades de Conservação(FAUC) e a Estratégia de Conservação e Investimento(ECI), bem como o Sistema de Gestão <strong>do</strong> <strong>Arpa</strong> (Sis<strong>Arpa</strong>).O <strong>Arpa</strong> é implementa<strong>do</strong> de forma participativa e descentralizada.Seu arranjo institucional conta com instânciasparticipativas que dirigem e assessoram a gestão <strong>do</strong>Programa, refletin<strong>do</strong> os pontos de vista <strong>do</strong>s parceiros nosníveis <strong>operacional</strong> e institucional, além de garantir transparênciana gestão <strong>do</strong>s recursos. Essa complexidade requer,por parte da coordenação <strong>do</strong> programa, uma atuaçãomuito presente junto aos parceiros e uma harmonizaçãode seus interesses.Além destas atribuições, a UCP supervisiona a execuçãofísica e <strong>financeira</strong> a partir das informações geradas pormeio <strong>do</strong> monitoramento financeiro realiza<strong>do</strong> pelo Funbioe a comunicação entre as instâncias executivas e decisórias,de mo<strong>do</strong> que as atividades sejam realizadas com eficácia esem sobreposição de esforços.Gerência <strong>operacional</strong> e logísticaA finalidade <strong>do</strong> item “gerência <strong>operacional</strong> e logística” é implementar,no âmbito <strong>do</strong> Funbio, uma estrutura capaz deatender a demanda por bens e serviços das UCs e outrosexecutores, possibilitan<strong>do</strong> a consecução <strong>do</strong>s objetivos emetas <strong>do</strong> programa com os recursos provenientes de <strong>do</strong>ação.Para isso, o Funbio estruturou um setor de compras,ampliou o setor financeiro e a gerência <strong>do</strong> Programa, econtratou pessoal para suprir as demandas no subcomponentede sustentabilidade <strong>financeira</strong>.Outras atividades, como contratação de consultorias ecompras de bens, também exigem procedimentos operacionaisespecíficos realiza<strong>do</strong>s pelo Funbio e computa<strong>do</strong>scomo custos de gerência <strong>operacional</strong> e logística. Estas despesas,vinculadas diretamente à execução nas UC, tambémdeveriam estar registradas nos POAs das unidades atendidas,inclusive para que se tenha clareza sobre os custostotais de cada processo.


42 Gestão<strong>financeira</strong> e<strong>operacional</strong><strong>do</strong> <strong>Arpa</strong>Evolução na gestão <strong>do</strong> ProgramaConforme destaca<strong>do</strong> anteriormente, o Programa <strong>Arpa</strong> éexecuta<strong>do</strong> por meio de um arranjo institucional inova<strong>do</strong>r,composto por entidades públicas e privadas, coordena<strong>do</strong>pelo MMA, implementa<strong>do</strong> através de uma parceriacom o ICMBio e os órgãos estaduais gestores de UCs <strong>do</strong>bioma Amazônia, com a gestão administrativa-<strong>financeira</strong>pelo Funbio, e com a cooperação técnica <strong>do</strong> WWF-Brasile a GiZ.Um <strong>do</strong>s principais pontos positivos destaca<strong>do</strong>s porquem participa <strong>do</strong> <strong>Arpa</strong> é a existência de um ente priva<strong>do</strong>responsável pela execução <strong>financeira</strong> <strong>do</strong> Programa, o Funbio– o que propiciou agilidade no aporte direto para asUCs. A<strong>do</strong>tada a partir de lições aprendidas no âmbito <strong>do</strong>Programa Piloto para as Florestas Tropicais (PPG-7) e <strong>do</strong>Projeto Corre<strong>do</strong>res Ecológicos, essa solução tem possibilita<strong>do</strong>ao <strong>Arpa</strong> ter maior agilidade no processo de execução<strong>do</strong>s recursos aporta<strong>do</strong>s pelas <strong>do</strong>ações internacionais. Aexecução orçamentária por meio de uma entidade não--governamental permitiu que os recursos chegassem maisrapidamente às UCs e que o <strong>Arpa</strong> executasse um volumemuito significativo de recursos.Soluções para os problemasA Primeira Missão de Avaliação <strong>do</strong> Banco Mundial, ocorridaem março de 2004, possibilitou ao Funbio equacionardificuldades decorrentes da realidade amazônica, comodefinir procedimentos para realizar compras e contrataçõesem áreas remotas da região e alternativas às regras<strong>do</strong>s <strong>do</strong>a<strong>do</strong>res, que foram acordadas e passaram a constar<strong>do</strong> Manual Operacional <strong>do</strong> Programa. Além disso, outrosprocedimentos diferencia<strong>do</strong>s foram acorda<strong>do</strong>s, como aabertura das contas vinculadas e a a<strong>do</strong>ção de um sistemade informação gerencial pelo Funbio.Nesse perío<strong>do</strong>, a aquisição de bens incluí<strong>do</strong>s pelas UCsnos POAs não estava bem estruturada, funcionan<strong>do</strong> comoum sistema que impossibilitava controle e transparênciaadequa<strong>do</strong>s ao processo. Diante disso, em outubro de 2004o Funbio iniciou o desenvolvimento <strong>do</strong> Sistema Cérebro,que acabou por entrar em operação em abril de 2005, atempo de realizar o gerenciamento <strong>do</strong> POA daquele ano.O Sistema Cérebro foi concebi<strong>do</strong> e desenvolvi<strong>do</strong> paragerenciar o fluxo de aprovações necessárias para a aquisiçãode bens e serviços no Programa <strong>Arpa</strong>. No entanto, nãopossibilitava realizar a gestão físico-<strong>financeira</strong> <strong>do</strong> Programa,o que gerou dificuldades e insatisfação com os relatóriosdisponibiliza<strong>do</strong>s.Junto com o Sistema Cérebro começou também a operaçãodas contas vinculadas, uma solução encontrada peloprograma que, ao desburocratizar o acesso aos recursosfinanceiros, agilizou sua utilização na gestão das UCs.Apontada como uma das grandes inovações <strong>do</strong> <strong>Arpa</strong>, ascontas vinculadas inspiraram iniciativas como o Cartão deCombustível, a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong> atualmente pelo ICMBio, o órgãogestor das unidade de conservação federais.O Sistema Cérebro e as contas vinculadas contribuírampara o incremento na execução <strong>financeira</strong> <strong>do</strong> Programa,possibilitan<strong>do</strong> que o aumento <strong>do</strong>s gastos realiza<strong>do</strong>s nascomunidades próximas às UCs contribuísse para melhorarsua imagem, alavancan<strong>do</strong> a percepção de que a presença deuma unidade pode lhes trazer benefícios econômicos.Ainda no final de 2004 foi introduzida a figura <strong>do</strong> pontofocal, que é o representante governamental <strong>do</strong>s órgãosgestores de meio ambiente, para dar mais agilidade ao


43 Gestão<strong>financeira</strong> e<strong>operacional</strong><strong>do</strong> <strong>Arpa</strong>fluxo de aprovação das solicitações <strong>do</strong> programa. Tambémfoi implementa<strong>do</strong> o Fórum Técnico, instância consultivacolegiada formada por representantes das instâncias coordena<strong>do</strong>ras,executoras e de cooperação técnica <strong>do</strong> <strong>Arpa</strong>.A passagem da Missão de Avaliação <strong>do</strong> <strong>Arpa</strong> colaborou,ainda, para esclarecer dúvidas sobre as atribuições de cadauma das entidades integrantes <strong>do</strong> programa e definiu comoprioridade equipar as UCs. Foi definida uma ferramenta deavaliação da efetividade de gestão de UCs – denominadaTracking Tool – a ser aplicada no início, no meio e no finalde cada fase <strong>do</strong> <strong>Arpa</strong>, e que os resulta<strong>do</strong>s dessa avaliaçãodeveriam ser envia<strong>do</strong>s aos <strong>do</strong>a<strong>do</strong>res. Posteriormente,houve a construção de outro méto<strong>do</strong> de avaliação, a Ferramentade Avaliação de Unidades de Conservação (FAUC),descrita anteriormente (leia mais detalhes sobre essas ferramentase sobre a avaliação no capítulo sobre efetividadegestão das UCs apoiadas pelo <strong>Arpa</strong>). A Missão reconheceutambém a necessidade de formular uma estratégia de captaçãode recursos para o <strong>Arpa</strong> (<strong>Arpa</strong>, 2004b).Aprendiza<strong>do</strong> e inovaçãoHouve um grande aprendiza<strong>do</strong> durante a 1ª Fase <strong>do</strong> Programa.Além da a<strong>do</strong>ção <strong>do</strong> Sistema Cérebro e da contavinculada, foram introduzidas outras inovações gerenciaise operacionais, como a FAUC, o PEP e o Sis<strong>Arpa</strong>. Apesardisso, a maioria das UCs apoiadas pelo Programa não conseguiuatingir o desempenho espera<strong>do</strong> em seus processosde consolidação.Dificuldades iniciais para estruturar o programa e apressão para desembolsar os recursos impediram que asdespesas fossem devidamente orientadas pelos resulta<strong>do</strong>spretendi<strong>do</strong>s – que àquela altura sequer estavam clarospara os gestores. Sem metas intermediárias e operacionaisacordadas e com um grande volume de recursos disponíveis,os gestores foram incentiva<strong>do</strong>s a gastar. Essa situaçãosó veio a ser superada com o estabelecimento de mecanismospara melhor direcionar os gastos, como a ECI ePlanejamento Estratégico Plurianual (PEP). Segun<strong>do</strong> osgestores <strong>do</strong> Programa, a UCP e os pontos focais, não haviaferramentas gerenciais mais efetivas para apoiar a tomadade decisão. A fragmentação de informações entre o Sis<strong>Arpa</strong>e o Sistema Cérebro e a má qualidade <strong>do</strong> planejamentonão forneceram a base necessária para a tomada de decisãono momento da implementação das ações <strong>do</strong> Programa.No Sistema Cérebro se visualizava e aprovava o pedi<strong>do</strong> deinsumos, mas não se conseguia saber com clareza comoa execução de determina<strong>do</strong> insumo iria contribuir para oalcance das metas propostas no PEP.Outro fator aponta<strong>do</strong> como obstáculo ao alcance dasmetas planejadas para o estabelecimento e consolidação dasUCs nessa fase foi a cultura institucional já estabelecida, segun<strong>do</strong>a qual os gestores das unidades gastavam os recursosnas atividades que eles achavam prioritárias, e não nas queo Programa demandava. Operacionalização e proteção continuaramcomo foco <strong>do</strong>s gestores, enquanto atividades comopreparação de plano de manejo e regularização fundiáriapermaneceram em segun<strong>do</strong> plano. Essa situação foi agravadapelas dificuldades inerentes ao processo de elaboraçãode planos de manejo e pela indefinição de procedimentospara solucionar impasses relaciona<strong>do</strong>s à questão fundiária.Outros pontos negativos aponta<strong>do</strong>s foram a falta declareza <strong>do</strong> papel de cada instituição dentro <strong>do</strong> arranjo e adificuldade <strong>do</strong> gestor financeiro em gerar relatórios adequa<strong>do</strong>s,demanda que foi se tornan<strong>do</strong> mais aguda ao longoda execução da 1ª Fase <strong>do</strong> Programa.


44 Gestão<strong>financeira</strong> e<strong>operacional</strong><strong>do</strong> <strong>Arpa</strong>Oportunidades para financiaras UCs com apoio <strong>do</strong> <strong>Arpa</strong>O custo de criação e consolidação de umarede mundial de áreas protegidas foi estima<strong>do</strong>em 4 bilhões de dólares (US$ ) anuais – hojesão gastos cerca de 1 bilhão de dólares anuais(Ricketts et al)1. Segun<strong>do</strong> os da<strong>do</strong>s maisrecentes incorpora<strong>do</strong>s nas estatísticas globais,em 2008, mais de 120 mil áreas terrestres emarítimas protegidas nos diferentes paísescobrem 21 milhões de km 2 – o que equivalea mais <strong>do</strong> <strong>do</strong>bro <strong>do</strong> território <strong>do</strong> Canadá.Estima-se que, até 2012, devem ser aplica<strong>do</strong>s4,5 billhões de dólares para preparar os paísesem desenvolvimento para um futuro mecanismointernacional de REDD (ações para a Redução das Emissõesoriundas <strong>do</strong> Desmatamento e da Degradação florestal).Para evitar um possível vazamento de emissões, sob otemor de que o desmatamento evita<strong>do</strong> em áreas sob fortepressão (como o Arco <strong>do</strong> Desmatamento na Amazôniabrasileira) pudesse se deslocar para outras áreas, foi introduzi<strong>do</strong>nas negociações <strong>do</strong> clima o conceito de REDD+. Osinal de mais se refere a reconhecer e creditar a conservação<strong>do</strong>s estoques de carbono e o manejo sustentável de florestas,destacan<strong>do</strong> o valor da cobertura florestal com alto teorde carbono e baixo grau de ameaça. As unidades de conservaçãopodem receber os recursos de REDD+ e o potencialfica ainda mais forte naquelas que têm o apoio <strong>do</strong> <strong>Arpa</strong>.Expandir e manter uma rede de unidades de conservaçãona Amazônia brasileira implica em <strong>do</strong>is componentesdiversos de custo. De um la<strong>do</strong> há o custo <strong>do</strong> investimentona criação, implementação e consolidação das UCs. Deoutro, o custo de oportunidade econômica associa<strong>do</strong> àrenúncia da renda da conversão florestal. O custo total deoportunidade econômica da rede de unidades de conservação(UCs) na Amazônia brasileira foi estima<strong>do</strong> em 141±50bilhões de dólares (Soares F et al)2. Isso corresponde auma média de 5,4±2,3 de dólares a tonelada de carbono.Para isso, foi considera<strong>do</strong> o valor líqui<strong>do</strong> atual da rendaproveniente da agricultura e da madeira (utilizan<strong>do</strong> estimativasde preço alto e baixo) ao longo de 30 anos (e umataxa de 5% de desconto). Os investimentos para reduziras emissões esperadas num perío<strong>do</strong> de 30 anos, caso nãoexistissem as UCs, foram estima<strong>do</strong>s entre 27 a 84 bilhõesde dólares. Como os pagamentos anuais correspondema 1% <strong>do</strong>s investimentos mundiais em energia limpa (quesão da ordem de 148,4 bilhões de dólares, segun<strong>do</strong> da<strong>do</strong>sapresenta<strong>do</strong>s no Fórum Econômico Mundial de 2009,em Genebra)3, seria mais rentável reduzir as emissões pormeio de investimentos nas unidades de conservação. Issoequivaleria a reduzir 10% das emissões mundiais oriundas<strong>do</strong> desmatamento (estabelecen<strong>do</strong> um incentivo


45 Gestão<strong>financeira</strong> e<strong>operacional</strong><strong>do</strong> <strong>Arpa</strong>Leonar<strong>do</strong> Lacerda / WWF-Canonconclusão é de que é preciso equilibrar os custos de oportunidadeeconômica das UCs com os benefícios econômicosda conservação florestal e os custos programáticos daredução <strong>do</strong> desmatamento.Uma das prioridades nas negociações de mudanças climáticasno âmbito da ONU é assegurar recursos financeirosque sejam realmente novos e adicionais para garantiro financiamento de 30 bilhões de dólares anuais em curtoprazo e 100 bilhões de dólares até 2020. Esses montantesdevem ser destina<strong>do</strong>s ao financiamento de ações para reduçãode emissões em países em desenvolvimento – comoo Brasil. Além de ações para reduzir as emissões de gasesde efeito estufa oriundas <strong>do</strong> desmatamento e da degradaçãoflorestal, estão incluídas ações de adaptação às mudançasclimáticas, capacitação e transferência de tecnologia. Énecessário, ainda, definir sistemas para mensurar, relatar everificar os resulta<strong>do</strong>s a serem obti<strong>do</strong>s.Para a Amazônia brasileira, estima-se que o custo daredução das emissões oriundas no desmatamento seja de1 a 2 dólares por tonelada de CO2 equivalente. Esse valorincluiria o pagamento de programas de comunidades locaisque vivem nas ou das florestas e outros ecossistemas,compensação parcial de custos de oportunidade, reforçona aplicação das leis e mais apoio financeiro para as áreasprotegidas. No geral, de forma simplificada, o GovernoBrasileiro normalmente considera que a biomassa contém100 toneladas de carbono por hectare.4 Algumas projeçõesindicam o montante <strong>do</strong>s custos diretos das UCs seria nomáximo 40% <strong>do</strong> valor <strong>do</strong> carbono não emiti<strong>do</strong> até 2050(Conclusões <strong>do</strong> Seminário).5É recomenda<strong>do</strong> um apoio para cobrir parcialmenteesses custos no âmbito de um acor<strong>do</strong> internacional <strong>do</strong>clima. Tal apoio compreenderia incentivos econômicospara os países tropicais reduzirem suas emissões de carbonooriundas <strong>do</strong> desmatamento e da degradação florestal(REDD). Qualquer tipo de estímulo à redução das emissõesoriundas <strong>do</strong> desmatamento – inclusive por meio dediferentes mecanismos de compensação <strong>financeira</strong> – serãomuito bem-vin<strong>do</strong>s para minimizar (mitigação) as mudançasclimáticas, promover a adaptação a essas mudanças emanter as salvaguardas sociais e de biodiversidade.A conclusão é de que a proteção de áreas florestaisconstitui uma das estratégias mais eficazes, práticas e deefeito imediato para combater as mudanças climáticas. Éum bom investimento: os ganhos econômicos das UCspara o Brasil, até 2050, foram estima<strong>do</strong>s em dezenas debilhões de dólares.Segun<strong>do</strong> os da<strong>do</strong>s mais recentes incorpora<strong>do</strong>s nas estatísticasglobais, em 2008, mais de 120 mil áreas terrestres emarítimas protegidas nos diferentes países cobriam 21 mi-


46 Gestão<strong>financeira</strong> e<strong>operacional</strong><strong>do</strong> <strong>Arpa</strong>lhões de Km2, o que equivale a mais <strong>do</strong> <strong>do</strong>bro <strong>do</strong> território<strong>do</strong> Canadá. Na América Latina há cerca de 21% de coberturade áreas protegidas em zonas terrestres. Praticamentetoda a Amazônia brasileira apresenta cobertura maior que10% por ecorregião, sen<strong>do</strong> que em parte significativa dasecorregiões a cobertura é maior que 30% e em algumasalcança 50%.A proteção de áreas florestais constitui uma das estratégiasmais eficazes, mais práticas e de efeito imediato paracombater as mudanças climáticas.O custo atual total da rede de áreas protegidas naAmazônia para o Brasil, segun<strong>do</strong> esse mesmo estu<strong>do</strong>, éestima<strong>do</strong> em 147 ± 53 bilhões de dólares (valor líqui<strong>do</strong>atual referente à renúncia de ganhos e aos investimentosnecessários para implementar as unidades) (Soares Filhoet.al)6 Os autores recomendam um apoio parcial dessescustos no âmbito de um acor<strong>do</strong> internacional <strong>do</strong> clima. Talapoio compreenderia incentivos econômicos para os paísestropicais reduzirem suas emissões de carbono oriundas <strong>do</strong>desmatamento e da degradação florestal (REDD).Juan Pratginestos / WWF-Canon


Referências1 Ricketts, T.H; Soares-Fº., B.; Fonseca, G.A.B. da; Nepstad, D.; Pfaff,A.; Petsonk, A.; Anderson, A.; Boucher, D.; Cattaneo, A.; Conte,M.; Creighton, K.; Linden, L.; Maretti, C.; Moutinho, P.; Ullman,R.; Victurine, R.; . 2010. Indigenous Lands,Protected Areas, andSlowing Climate Change. PLoS Biol 8(3): e1000331. <strong>do</strong>i:10.1371/journal.pbio.100033147 Gestão<strong>financeira</strong> e<strong>operacional</strong><strong>do</strong> <strong>Arpa</strong>2 Brital<strong>do</strong> Soares Filho (UFMG/CSR), Paulo Moutinho (IPAM eWHRC), Daniel Nepstad (IPAM e WHRC), Anthony Anderson(WWF-Brazil), Hermann Rodrigues (UFMG/CSR), Ricar<strong>do</strong> Garcia(UFMG/CSR), Laura Dietzsch (IPAM) , Frank Merry (Gor<strong>do</strong>n& Betty Moore Foundation), Maria Bowman (WHRC), LetíciaHissa (UFMG/CSR), Rafaella Silvestrini (UFMG/CSR) e ClaudioMaretti (WWF-Brasil), Papel das Áreas Protegidas na Amazôniabrasileira na mitigação das mudanças climáticas, edita<strong>do</strong> por RuthDefries, Columbia University, Nova Iorque, EUA, 20103 Soares-Fº. et alii, 2010 (op.cit.).Libriech M. et al, The Green Investing – Towards a Clean EnergyInfrastructure Report, 2009, disponível em http://www.weforeum.org/pdf/climate/Green.pdfRicketts et alii, 2010 (op.cit.)Brasil. 2010. Programa Áreas Protegidas da Amazônia, Fase II; <strong>do</strong>cumentode programa <strong>do</strong> Governo Brasileiro. Brasília, MMA-SBF--DAP-<strong>Arpa</strong>. 79 p.4 Ricketts et alii, 2010 (op.cit.)5 Conclusões <strong>do</strong> Seminário As Mudanças Climáticas, REDD e ÁreasProtegidas. Brasilia, 8 de outubro de 2009. WWF-Brasil et al (Participaram25 ONGs, gestores de UCs , instituições governamentais eoutras. En<strong>do</strong>ssada por mais organizações6 Soares-Fº. et alii, 2010 (op.cit.).


48 Gestão<strong>financeira</strong> e<strong>operacional</strong><strong>do</strong> <strong>Arpa</strong>

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