Boletim SBH Setembro/2013 - Sociedade Brasileira de Hepatologia

| Seção Placa Ductal |Jorge Luiz dos Santos (RS)Elisa de Carvalho (DF)Em outubro de 2009, gastroenterologistaspediátricos brasileiros criaram o Grupode Estudos de Hepatologia Pediátrica doBrasil (GEHPed), visando desenvolverestratégias integradas e pesquisas multicêntricas paraaprimorar o atendimento de crianças com doençahepática. Inicialmente, o foco foi a atresia biliar,a mais frequente causa de colestase neonatal(CN) e transplante hepático em crianças, ondea portoenteroanastomose, de preferência nasprimeiras 8 semanas de vida, é fundamental.O atraso no encaminhamento a serviços dereferência piora o prognóstico dessas crianças, aumentando a chance demorte ou transplante. Em países desenvolvidos, estratégias de esclarecimento,como a Campanha do Alerta Amarelo e a Escala ColorimétricaFecal (ECF), escala de cores para hipocolia/acolia, aceleraram o diagnóstico.O Alerta Amarelo diz que um lactente ictérico aos 14 dias de vida,com fezes suspeitas, ou hiperbilirrubinemia direta necessita investigação.O GEHPed, suspeitando do envio tardio de bebês colestáticos aoscentros de referência, confirmou em estudo retrospectivo o atrasonas diversas regiões brasileiras. Assim, o GEHPed introduziu aECF na Carteira do Bebê do Ministério da Saúde e lançou emoutubro de 2011 o Alerta Amarelo. O impacto dessa estratégiaestá sendo agora analisado prospectivamente. Além disso, foicriado um banco de tecidos de pacientes com CN atendidosnos centros que compõem o GEHPed, para investigaçõesmulticêntricas futuras.A meta atual é ampliar o esclarecimento a pediatras epopulação, através do Teste do Fígado, instrumentode orientação sobre CN, a ser distribuído em todasas maternidades brasileiras cuja divulgação, envolvendoa Sociedade Brasileira de Pediatria, está emvias de implantar-se. •42 | Boletim SBHBoletim SBH | 43