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Boletim SBH Setembro/2013 - Sociedade Brasileira de Hepatologia

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| Seção Transporte Biliar |HEPATOLOGIAE INTENSIVISMOPaulo L. BittencourtNas enfermarias dos hospitais públicos e nos quartos dos hospitais privados, cada vez mais pacientes cirróticos graves seacumulam. Resultado da evolução incontestável da <strong>Hepatologia</strong>: nossos pacientes hoje sobrevivem a problemas que não resistiamno passado, mas isso se dá às custas do agravamento <strong>de</strong> seu quadro clínico. Assim, cada vez mais cirróticos frequentam as UTIsem todo o mundo, e enfrentamos (eles e nós), não raro, o preconceito que ainda insiste em rondar as hepatopatias. O <strong>Boletim</strong><strong>SBH</strong> perguntou a dois colegas, Paulo Bittencourt, <strong>de</strong> Salvador, raro híbrido <strong>de</strong> hepatologista e intensivista, fi gura ativa em nossasocieda<strong>de</strong>, e a Mario G. Cardoni, intensivista, com anos <strong>de</strong> experiência na Equipe <strong>de</strong> Transplante Hepático do Hospital <strong>de</strong> Clínicas<strong>de</strong> Porto Alegre, como está e para on<strong>de</strong> vai essa situação. Confi ra os textos.”xiste uma <strong>de</strong>manda crescentepara internação <strong>de</strong>pacientes cirróticos emUTIs no Brasil que nãose justifica apenas pelo aumento nonúmero <strong>de</strong> portadores <strong>de</strong> cirrose<strong>de</strong>scompensada por vírus C, álcoole doença hepática gordurosa nãoalcoólica. Nas últimasdécadas,houve numerosos avanços nomanejo do pacientecirróticoquepermitiramaumento<strong>de</strong> sua sobrbre-vidamesmona presenença<strong>de</strong> compli-caçõçõesconsi<strong>de</strong>radas graves, comosangramento varicoso, encefalo-patia hepática, sepse e síndndroromehepatorrenal, habitualmementnte condndu-zidadas em ambmbiente <strong>de</strong> terapia intnten-siva.Por outro lado, o aumentnto na atitivi-da<strong>de</strong><strong>de</strong> transplantatadodora fininanciadadapeloSUSe no número<strong>de</strong> centros<strong>de</strong> transplante<strong>de</strong> fígadono paíspropororcionouou amploacecesssso dapopulalaçãção ao únicotratamento<strong>de</strong>finitivopara a cirrose <strong>de</strong>scompensada,a, quevemocorrendo a<strong>de</strong>spspeitoda continuadaescasassesez<strong>de</strong> órgãos. Dentro <strong>de</strong>ste contexto,não po<strong>de</strong>ríamos <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> ressaltaro impacto da adoção do sistema<strong>de</strong> distribuição <strong>de</strong> órgãos baseadona gravida<strong>de</strong> da doença, vigenteno Brasil <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a publicação daportaria 1.160 em 29 <strong>de</strong> maio<strong>de</strong>2006. Ele prioriza o procedimentoparao paciente em estado maisgrave <strong>de</strong> acordo com sua pontu-açãoMELD,proporcionanandndo umaalternatativiva curatitivaparara cirróticoscríticosem faseterminal previa-mente sem perspectivas terapêu-ticas diantedo mo<strong>de</strong>lo<strong>de</strong> alocaçãopor or<strong>de</strong><strong>de</strong>m cronológógicica <strong>de</strong> inscriçãoem lista <strong>de</strong> trananspsplante.Essa novarealida<strong>de</strong> mudou o prognóstico<strong>de</strong> umasérie<strong>de</strong> pacicientetes crítíticicoscom cirrose em fasase terminalinter-nadodos em UTITI, sem possibilida<strong>de</strong><strong>de</strong> acesso ao transplante <strong>de</strong> fígado,que <strong>de</strong>ixaram <strong>de</strong> recebeber cuidadospaliatativospara ingresessasar nas listas<strong>de</strong> espera paratransplante compriorização <strong>de</strong>doaoação,<strong>de</strong> acordocom sua gravida<strong>de</strong> <strong>de</strong>doença. Sepor um ladado,conseguimosatutualalmentetransplantar pacientes cirróticoscom bons índices <strong>de</strong> sobrevidapós-operatória, nos <strong>de</strong>paramoscada vez mais com o dilema ético àbeira do leito sobre até quando umpacientecirrótico crítico po<strong>de</strong> serbeneficiado com o procedimentonapresença<strong>de</strong> múltiplalas disfununçõçõesorgâgâninicas,necessida<strong>de</strong><strong>de</strong><strong>de</strong> ventnti-lação mecânica ou uso <strong>de</strong> drogasvasoatativas.O prognóststicico do paciente cirróticointernadoem UTI é direta-mentnte proporcionalà ocorrênêncicia<strong>de</strong>disfufunçnçãoorgrgânânicica (DO)O), in<strong>de</strong>-pen<strong>de</strong>ntementnte da graravivida<strong>de</strong> dadoençahepática estimadapelasclassificações<strong>de</strong> Chilild-Pugh(CPCP)ou MELELD.Para melhorcaracte-rizar os pacientescirróticos, comrisco <strong>de</strong> evolução adversa por DO,foi proposostorececenentetemente o termoinsufificiciênêncicia hepáticacrônicaagudizadada (IHCA), traduçuçãolivre do termoAcuteon ChronicLiver Failure.Suafrequência empacicientes cirrrrótóticos hosospipitatalilizazadosem UTIfoiestimada em23%3%,44 | <strong>Boletim</strong> <strong>SBH</strong><strong>Boletim</strong> <strong>SBH</strong> | 45

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