ANUÁRIO ESTATÍSTICO ABRAF 2013ANO BASE 2012Figura 2.02 Área plantada das principais culturas energéticas no Brasil, 2012Área Plantada (ha)10.000 - 20.00020.000 - 50.00050.000 - 100.000> 100.000Culturas EnergéticasFlorestas PlantadasCana-de-AçúcarArrozCapim ElefanteFonte: IBGE (2012).Dentre as ações do governo brasileiro direcionadas à diversificação da matriz energética nacional, destaca‐seprojeto de lei 3.529/2012, que instituirá a política nacional de geração de energia elétrica a partir da biomassa,estabelecendo a obrigatoriedade da contratação da bioenergia na composição da geração elétrica nacional. Com a sançãodesta lei, a geração de energia elétrica a partir da biomassa será inevitável e a participação das fontes renováveis seráainda maior.65
Capítulo 2SILVICULTURA DE FLORESTAS PLANTADAS2.3.2 Madeira TratadaA madeira tratada é o produto resultante da preservação da madeira por meio de vácuo‐pressão com o intuitode controlar agentes biológicos, físicos e químicos, tais como chuva, sol e <strong>para</strong>sitas, que pod<strong>em</strong> afetar a durabilidade damadeira. Os principais produtos gerados a partir de madeira tratada são postes, cruzetas, dormentes, cercas e estruturas<strong>para</strong> a construção civil, entre outros. A atividade é regulamentada por legislações específicas e orientada por normas da<strong>Associação</strong> Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).Nos últimos anos, a madeira tratada v<strong>em</strong> ganhando mercado nas mais diversas regiões do país. As principaisusinas de preservação de madeira estão distribuídas predominant<strong>em</strong>ente nas Regiões Sudeste e Sul, onde se concentramas maiores áreas reflorestadas do país. Em 2012, estima‐se que a produção de madeira tratada alcançou 1,6 milhão d<strong>em</strong>³. O aumento da procura por esse produto se deve ao maior esclarecimento dos compradores <strong>em</strong> relação à qualidadedo produto e suas diversas aplicabilidades. Além da qualidade, a madeira tratada é uma substituta das madeiras nativas,colaborando assim com a preservação das florestas nativas.2.3.3 O setor de base florestal e a mudança do climaO setor de base florestal possui grande potencial de contribuição <strong>para</strong> o combate à mudança do clima,considerando as oportunidades de mitigação na expansão de florestas plantadas, nativas e suas cadeias produtivas.Por outro lado, a expansão do setor e o seu respectivo potencial de mitigação depend<strong>em</strong> da superação de diversasbarreiras. A valorização econômica do carbono florestal t<strong>em</strong> papel fundamental nesse contexto. Trata‐se de um setorde base renovável e o seu papel na construção de políticas <strong>para</strong> o clima deve ser coerente com essa característicaestrutural.A indústria de base florestal é baseada <strong>em</strong> duas principais partes: (i) a componente florestal, que representaas áreas de florestas plantadas e áreas de preservação de florestas nativas associadas e (ii) a componente industrial, querepresenta as estruturas de beneficiamento da madeira (por ex<strong>em</strong>plo, <strong>para</strong> a produção de celulose e papel, carvão vegetalrenovável, ferro‐gusa, ferro‐ligas, aço, chapas e painéis compensados, madeira tratada <strong>para</strong> construção civil, madeiraserrada, etc.).Sob o ponto de vista da mudança do clima, as duas componentes traz<strong>em</strong> implicações distintas, que dev<strong>em</strong>ser analisadas <strong>em</strong> conjunto. Na componente industrial, pod<strong>em</strong> ocorr<strong>em</strong> <strong>em</strong>issões ou fluxos positivos de gases de efeitoestufa (GEE). Diversos segmentos da base florestal já se aproximam da autossuficiência energética renovável, caracterizadapor níveis mínimos de <strong>em</strong>issão. Já a componente florestal é baseada na formação de estoques de carbono, por meiodas florestas de produção e de áreas associadas de conservação, o que resulta <strong>em</strong> r<strong>em</strong>oções de GEE (<strong>em</strong>issões ou fluxosnegativos), contribuindo <strong>para</strong> a redução da concentração de GEE na atmosfera, durante todo o t<strong>em</strong>po <strong>em</strong> que o estoquefor mantido.A escala das r<strong>em</strong>oções e a capacidade de manutenção por prazos longos faz<strong>em</strong> com que a componente florestaltenha um potencial de mitigação bastante elevado, sobretudo ao longo das próximas décadas. Trata‐se, justamente,de um período <strong>em</strong> que o país busca reduzir a intensidade geral de suas <strong>em</strong>issões. Logo, a manutenção e ampliaçãode estoques (r<strong>em</strong>oções adicionais) pod<strong>em</strong> ter um papel relevante <strong>para</strong> o equilíbrio do balanço de <strong>em</strong>issões do setorprodutivo brasileiro como um todo.66