Capítulo 3Mercado de Produtos FlorestaisEm relação aos preços praticados no mercado nacional, verificou-se variações <strong>em</strong> relação aqueles praticados <strong>em</strong>2011 e ao longo de 2012, quando ocorreram excessos de oferta. O metro do carvão vegetal (mdc), que chegou a sernegociado a BRL 190,0 <strong>em</strong> 2011, alcançou, no início de 2012, BRL 130,0 e fechou o ano <strong>em</strong> torno de BRL 115,0, registrandouma queda de aproximadamente 40,0%. Essa acentuada redução no preço foi reflexo do aumento da oferta de carvão,tanto de orig<strong>em</strong> nativa quanto de florestas plantadas, s<strong>em</strong> a correspondente d<strong>em</strong>anda pelo setor guseiro. Em 2012,<strong>em</strong>bora a produção de gusa a carvão vegetal – maior consumidor do insumo – tenha se mantido <strong>em</strong> relação a 2011,cerca de 55,0% das siderúrgicas independentes produtoras de gusa mantiveram-se fechadas. Esses fatores refletiram nospreços médios praticados ao longo do ano de 2012, que caíram 11,3% <strong>em</strong> valores nominais (Gráfico 3.07).Gráfico 3.07 Histórico do preço nominal do carvão vegetal de Minas Gerais, 2005-2012200175BRL150125131,0141,0125,0100100,0107,095,0109,083,075502005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012Fonte: AMS 2013.É importante salientar que o ferro-gusa produzido com carvão vegetal – o Brasil ainda é o único país que produzferro-gusa a partir de carvão vegetal – é de melhor qualidade e não contribui <strong>para</strong> a poluição ambiental, como ocorrecom o coque siderúrgico. A produção de “gusa verde” a partir de carvão vegetal de florestas plantadas mostra, mais umavez, o crescente comprometimento do segmento filiado à ABRAF com a preservação ambiental.A despeito do aumento do consumo de carvão vegetal de florestas plantadas, os desafios persist<strong>em</strong>, como avalorização do gusa verde, cujo volume produzido t<strong>em</strong> se elevado, e o desenvolvimento de ações de divulgação dasqualidades e contribuição do mesmo na geração de serviços ambientais, a saber, a redução de <strong>em</strong>issões de gases de efeitoestufa e outras relevantes contribuições <strong>para</strong> a melhoria da qualidade ambiental.90
ANUÁRIO ESTATÍSTICO ABRAF 2013ANO BASE 2012LenhaEmbora o consumo de lenha <strong>para</strong> geração de energia doméstica seja historicamente um dos principais usos doproduto, o crescimento das indústrias de papel e celulose, cerâmica, siderúrgica a carvão vegetal e agroindústria, dentreoutras, t<strong>em</strong> pressionado o crescimento do volume consumido de lenha de florestas plantadas.No período entre 2002 a 2012, a produção de lenha cresceu a uma taxa média de 1,2% a.a. e as Regiões Sul eSudeste foram as maiores regiões consumidoras historicamente. Em 2012, estima-se que o Brasil produziu 52,2 milhões d<strong>em</strong>³ de lenha a partir de florestas plantadas, sendo que as Regiões Sul e Sudeste representaram 92,5% deste total. A sériehistórica da produção nacional no período entre 2002 a 2012 está apresentada no Gráfico 3.08.Gráfico 3.08 Série histórica da produção de lenha de silvicultura no Brasil, 2002-2012605046,448,151,752,2Milhões (m 3 )403033,834,035,536,139,142,041,4201002002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012Sul Sudeste Nordeste Norte Centro‐Oeste*Estimativa PSC.Fonte: Produção da Extração Vegetal e Silvicultura, IBGE (2012).91