12.07.2015 Views

o direito à vida ea escassez de recursos: a ... - Fabsoft - Cesupa

o direito à vida ea escassez de recursos: a ... - Fabsoft - Cesupa

o direito à vida ea escassez de recursos: a ... - Fabsoft - Cesupa

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

mínimo existencial e, repito, mínimo existencial, pois hoje o que o Estado garante é ummínimo vital, como já fora visto na brilhante colaboração <strong>de</strong> George Marmelstein (2011).Portanto, a “válvula <strong>de</strong> escape” em Habermas para a efetivação dos <strong>direito</strong>s sociaispartirá da própria coleti<strong>vida</strong><strong>de</strong>, que necessitará estar atuante no processo político,<strong>de</strong>liberando acerca das matérias pertinentes ao corpo social. Essa concretização <strong>de</strong><strong>direito</strong>s sociais necessita <strong>de</strong> um novo modo <strong>de</strong> se ver o processo político. A socieda<strong>de</strong>precisa enten<strong>de</strong>r que o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>de</strong>mocracia representativa é falho, insuficiente, errôneoe inconsistente para com o respeito a estes grupos <strong>de</strong> <strong>direito</strong>s, fazendo nascer um novoparadigma <strong>de</strong> participação, a <strong>de</strong>nominada <strong>de</strong>mocracia <strong>de</strong>liberativa.Quando o princípio do discurso toma forma jurídica, ele se transforma em princípio<strong>de</strong>mocrático, pois as leis jurídicas são válidas quando pu<strong>de</strong>rem encontrarassentimento <strong>de</strong> todos os membros da comunida<strong>de</strong> jurídica em um processodiscursivo <strong>de</strong> criação do <strong>direito</strong> que a sua vez tenha sido instituído legalmente.Assim, a justificação do sistema dos <strong>direito</strong>s não repousa nas qualida<strong>de</strong>s lógicosemânticasda lei geral, tal como pressupunha a filosofia da consciência,buscando uma gramática formal, abstrata e <strong>de</strong>scontextualizada, mas proce<strong>de</strong> dascondições pragmáticas dos discursos que se fazem valer pela força coativa domelhor argumento. Ao se aplicar o princípio do discurso precisamente a esse meioinstitucional <strong>de</strong>nominado “<strong>direito</strong>” é possível obter, <strong>de</strong>dutivamente, o sistema dos<strong>direito</strong>s. (MONICA, 2011).6 MÉTODO-CASOa) AGRAVO REGIMENTAL DO RE N O 271.286-8 (RS)O <strong>direito</strong> <strong>à</strong> saú<strong>de</strong> é indissociável do <strong>direito</strong> <strong>à</strong> <strong>vida</strong>, e por ser uma garantiaconstitucional, cabe ao Po<strong>de</strong>r Público efetivá-lo. Sendo assim, o Estado jamais po<strong>de</strong>ráignorar ou, pelo menos, subestimar a matéria.O artigo 196 da Constituição Fe<strong>de</strong>ral 17 menciona o <strong>direito</strong> <strong>à</strong> saú<strong>de</strong> como obrigaçãopositiva do Estado, entretanto, é sabido que se trata do dispositivo elencado <strong>de</strong> umanorma programática, ou seja, aquela que lança uma diretriz – <strong>de</strong> maneira genérica – masnão possui efeti<strong>vida</strong><strong>de</strong> imediata e, tampouco, imperati<strong>vida</strong><strong>de</strong> (que é comum <strong>à</strong>s normasjurídicas, <strong>de</strong> maneira geral). Assim, elas não se mostram com o po<strong>de</strong>r vinculante típicodas normas jurídicas. Por isso, há diversas críticas recaindo sobre elas, que basicamentese organizam em: a) se mostrarem abstratas e com conteúdo geralmente implícito; b)enunciam programas políticos não vinculantes; c) ao aduzirem normas genéricas,implícitas e abstratas, acabam não implementando uma força ativa para a aplicação.Sendo assim, o Po<strong>de</strong>r Público <strong>de</strong>ve atentar-se <strong>à</strong> distinção entre cumprir um <strong>de</strong>ver erecair na irresponsabilida<strong>de</strong> da inconsequência ao fraudar expectativas – nele17 In verbis: “A saú<strong>de</strong> é <strong>direito</strong> <strong>de</strong> todos e <strong>de</strong>ver do Estado, garantido mediante políticas sociais eeconômicas que visem <strong>à</strong> redução do risco <strong>de</strong> doenças e <strong>de</strong> outros agravos e ao acesso universal eigualitário <strong>à</strong>s ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação”.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!