12.07.2015 Views

Da Recusa de Submissão aos Exames Científicos e as Suas ...

Da Recusa de Submissão aos Exames Científicos e as Suas ...

Da Recusa de Submissão aos Exames Científicos e as Suas ...

SHOW MORE
SHOW LESS
  • No tags were found...

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Concluindo, <strong>de</strong>vemos enten<strong>de</strong>r que ocorrem dúvid<strong>as</strong> séri<strong>as</strong>, quando o réu consegue <strong>de</strong>monstrarem juízo circunstânci<strong>as</strong> tais que mostram que com gran<strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong> o réu nãoé o pai do autor.2. Prova do vínculo biológicoTradicionalmente, a prova do vínculo biológico (facto principal) era feita através do recursoa factos instrumentais. Um facto instrumental <strong>de</strong> carácter positivo, relativo à existência<strong>de</strong> relações sexuais entre o réu e a mãe – coabitação; e um facto negativo, quanto à ausência<strong>de</strong> relações sexuais entre a mãe e outros homens que não o réu – exclusivida<strong>de</strong>.A <strong>de</strong>fesa do réu era feita por impugnação, em que alegava que não tinha tido relaçõessexuais com a mãe, e por excepção, em que tentava mostrar que a mãe tinha tido relaçõessexuais com outros homens durante o período legal <strong>de</strong> concepção. Neste c<strong>as</strong>o estavamos perantea exceptio plurium concumbentium.Surgiram entretanto nov<strong>as</strong> correntes doutrinári<strong>as</strong> e jurispru<strong>de</strong>nciais que <strong>de</strong>fendiam queo autor não <strong>de</strong>veria ter a obrigação <strong>de</strong> alegar e provar o facto negativo, a exclusivida<strong>de</strong>.Nestes termos, surgiu o Assento n.º 4/83, <strong>de</strong> 21-06 o qual exigia que o autor prov<strong>as</strong>se que“só com o investigado manteve relações sexuais”.Com o <strong>de</strong>senvolvimento dos exames <strong>de</strong> sangue, começou novamente a crítica à obrigatorieda<strong>de</strong><strong>de</strong> prova pelo autor da exclusivida<strong>de</strong>. Surge <strong>as</strong>sim uma interpretação restritiva doreferido Assento. Enten<strong>de</strong>u-se neste c<strong>as</strong>o que só havia obrigação <strong>de</strong>ssa prova exclusiva porparte do autor, quando não se pu<strong>de</strong>sse recorrer à prova científica. Po<strong>de</strong>mos dizer que <strong>de</strong>acordo com esta interpretação, a obrigatorieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> prova exclusiva por parte do autor tinhacarácter subsidiário. A prova que tinha <strong>de</strong> ser feita pelo autor era a da coabitação e a causalida<strong>de</strong>da coabitação relativa à concepção do filho.2.1. <strong>Da</strong> prova directa da paternida<strong>de</strong> biológicaNa sequência da interpretação restritiva do Assento n.º 4/83 surgirá a possibilida<strong>de</strong> daprova directa da paternida<strong>de</strong> biológica.De acordo com esta prova, o autor acabará por ter <strong>de</strong> alegar e provar apen<strong>as</strong> a coabitaçãoentre o réu e a mãe durante o período legal <strong>de</strong> concepção e a prova laboratorial que dácomo pai o réu. E para prova <strong>de</strong>sta coabitação, o autor po<strong>de</strong>ria acabar por beneficiar da presunçãolegal do art.º 1871.º, n.º 1, al. e), que referimos no ponto II.1.5

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!