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Jornal Appai Educar

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Ano 13 – Nº 65 – 2010 – CIRCULAÇÃO DIRIGIDA – DISTRIBUIÇÃO GRATUITAIMPRESSOwww.appai.org.br


OpiniãoO papel da disciplinaLíngua Estrangeira narede pública de ensinoRomar Souza Dias*Para compreender melhor o papelde uma língua estrangeira na redepública de ensino devemos terem mente quatro fases importantes:objetivos geraisque justificam a implementaçãoda disciplina no currículo.Em seguida, os objetivos específicosque designam cada situação específica que o ensinorequer no âmbito regional, e de cada escola e sériepara o planejamento de cursos. Depois vem a fase daescolha do material didático, que precede a opção pelaetapa metodológica que busca implementar objetivose conteúdos através de procedimentos de apresentaçãoe prática linguística com ou sem apoio de recursos.Em quarto lugar vem a avaliação, que deverá corroboraros objetivos e metodologia adotados e, casonão sejam bons, acarretará a mudança de estratégia.Tarefa global de ensino precisa necessariamente serabordada nestas quatro etapas distintas.Durante muitos anos, a elaboração de objetivos indefinidospara o ensino de língua inglesa tem mostradoa derrocada de um ensino eficiente dessa disciplina.O método principal de uso pelos professores hoje é ode gramática. Não se dá a devida atenção à leitura eoralidade e por isso o ensino de língua estrangeira semostra tão frágil hoje em dia. Pergunta-se: para queserve o ensino de uma língua estrangeira? Responderque serve para possibilitar a leitura ou fala de umalíngua não é algo satisfatório.A apresentação e busca de equilíbrio entre lectoescritura(leitura e escrita) e compreensão oral é oque se precisa para um trabalho bem-sucedido, quecomeça no Fundamental e termina no Médio, para darao discente uma capacidade comunicativa eficientepartindo da básica para a avançada.A gramática precisa ter o seu papel redimensionado,tem que estar subordinada às necessidades deinteresse pelo uso comunicativo da língua alvo. Destaforma, devemos primeiro, ao elaborar nossos planosde curso, partir de materiais didáticos que priorizemo uso comunicativo da língua e que, posteriormente,implicarão conteúdos gramaticais decorrentes daanálise de discursos já trabalhados anteriormente.*Romar Souza Dias é professor especialista delíngua Inglesa da Universidade do Estado da Bahia –Uneb, Campus VI, Caetité-BA.A importânciada leiturano mundocontemporâneoRoberto CerqueiraDauto*A literatura de modogeral amplia e diversifica nossasvisões e interpretações sobre omundo e a vida como um todo.Precisamos estar atentos a esta questão, pois a ausência daleitura em nossa vida bloqueia as nossas possibilidades eacaba, de certa forma, nos excluindo dos acontecimentos, dainterpretação, da imaginação e da ficção arquitetada pelo autor,seja num romance ou num artigo; numa crônica ou num conto,numa poesia ou num manifesto, num jornal ou num ensaio,num gibi ou numa história infantil ou infanto-juvenil, enfim,são inúmeras as possibilidades de se mergulhar no mundo dafantasia e da realidade encontradas no mundo das palavras.Na adolescência acaba-se excluindo a literatura doconvívio diário, devido à falta do gosto pela leitura. Nasescolas, até que são tentadas algumas coisas, mas nãochegam a ser eficazes. Quanto aos pais, nem todos têmo gosto pelas letras, o que tende a desmotivar os filhos,considerando que o exemplo, neste processo, ganha grandesignificado na construção de novos leitores.Vivemos num mundo contemporâneo em que as palavrasrascunhadas no papel não têm muito valor. A literatura hoje érecurso dos mais ricos. Os mais pobres até podem dispor destapossibilidade, porém isso não é explorado de forma adequada.Desse modo, a literatura contemporânea se transformou numproduto de elite, de modo que aqueles que não têm o acesso ousimplesmente não demonstram o gosto pela leitura são deixadosde lado. Tal situação ganha veracidade quando comparamosalunos de escolas particulares com alunos de escolas públicase visualizamos resultados extremamente desanimadores.A leitura, no seu sentido geral, amplia nossos horizontese nos transporta para o mundo da imaginação, semcontar o grande conhecimento que acabamos adquirindoquando mergulhamos em universos desconhecidos dasdiversas formas de literatura. Portanto, é de suma importânciadesenvolver em nós uma “cultura de leitura”, poissó assim seremos aprendizes e formadores de opinião emtodo ambiente social e democrático em que estivermos.*Prof. Roberto Cerqueira Dauto é graduado em Letras,técnico em Informática, publicitário, poeta, escritor eDiretor-Membro da creche Lar da Criança.A Geografia comodisciplina filosóficaAline Mello Campos*Em sala de aula, para explicaros conceitos de Desenvolvimento,Países em Desenvolvimentoe Subdesenvolvimento,muitas vezesrecorro a algumas correntes filosóficas para fazer comque os alunos compreendam o raciocínio.Primeiramente, espacializo, ou seja, localizo no mapaos países desenvolvidos, aqueles “em desenvolvimento”e os subdesenvolvidos. Logo a seguir, relaciono ascaracterísticas das três classificações. Assim, nos paísesdesenvolvidos predomina a indústria, enquanto ossubdesenvolvidos são essencialmente agrícolas. Por fim,os países ditos “em desenvolvimento”, que também sãoindustrializados mas possuem uma herança histórica depobreza e desigualdade.Até este momento da aula o raciocínio é basicamentegeográfico. Porém, se torna necessária a problematização,e é aí que a aula fica boa e os ânimos se exaltam.Começo levantando algumas questões: “O mundo estáevoluindo enquanto sociedade?”; “Será que é possíveluma regressão da humanidade?”; “Já houve momentosde regressão e progresso na humanidade?”; “Podemosdizer que um país subdesenvolvido evoluirá para país‘em desenvolvimento’ e, enfim, para desenvolvido?”;“Será que é certo dizer que um país está ‘em desenvolvimento’?”.Para responder a estas questões existenciais, recorroa duas correntes: Darwinismo social e, numa visão maisrealista, e não pessimista, recorremos ao filósofo judeumarxista Walter Benjamin, cuja concepção filosóficaafirma que o ser humano e a sociedade podem tanto melhorarquanto piorar. Todas as vezes que trabalho essesconceitos com meus alunos sinto que eles descobremuma maneira nova de ver a sociedade e sua própria vida.Por isso escrevi este artigo, com o objetivo de divulgara Geografia não como uma matéria decoreba e chata,mas sim como uma disciplina filosófica.*Aline Mello Campos é professora do Ciep 439 Luiz GonzagaJunior, formada pela Universidade Federal Fluminenseno curso de Licenciatura em Geografia e pós-graduada emHistória Contemporânea.ExpedienteConselho EditorialEdnaldo CarvalhoJulio Cesar da Costa<strong>Jornal</strong>ismoAntônia Lúcia Figueiredo (M.T. RJ 22685JP)Coordenação PedagógicaRebeca CarvalhoColaboraçãoCláudia Sanches, Sandra Martins, TonyCarvalho, Wellison Magalhães e Fabio LacerdaFotografiaMarcelo Ávila, Tony CarvalhoDesign GráficoLuiz Cláudio de OliveiraRevisãoSandro GomesPeriodicidadeBimestralTiragem70.000 (setenta mil)ImpressãoGráfica EdiouroProduçãoJatobá do Rio Assessoria de Comunicação Ltda.DistribuiçãoCorreiosProfessores, enviem seus projetos paraa redação do <strong>Jornal</strong> <strong>Educar</strong>:End.: Rua Senador Dantas, 117/2222º andar – Centro – Rio de Janeiro/RJ.CEP: 20031-911E-mail: jornaleducar@appai.org.brredacao@appai.org.brEndereço Eletrônico:www.appai.org.brTel.: (21) 3983-3200• Os conceitos e opiniões emitidos em artigos assinados são de inteira res pon sabilidade dos autores.


Guia HistóricoComo o próprio nome sugere, o Memorial Getúlio Vargas reúneem seu vasto acervo objetos, vídeos, depoimentos e a narrativavirtual da trajetória de um dos mais hábeis estadistasbrasileiros da era Republicana. Nascido em 19 de abril de 1883, nomais antigo município do estado brasileiro do Rio Grande do Sul, SãoBorja, Getúlio Dornelles Vargas, filho de um estancieiro, militante doPartido Republicano Rio-grandense, sempre esteve envolto em questõesligadas à política.Tendo ingressado no 6º Batalhão de Infantaria de São Borja, ondeteria início o seu laboratório político, Vargas alista-se e, quase dezanos mais tarde, elege-se deputado estadual pelo Partido RepublicanoRio-grandense (PRR). Em 1926, assume o Ministério da Fazenda a convitedo presidente da República Washington Luís. Em 1929 candidata-se àpresidência da República e, doze meses depois, com apoio do movimentotenentista, assume o Governo Provisório.Já eleito presidente da República, em 1937 Getúlio Vargas fecha o congressoe instala o regime do Estado Novo, outorgando uma nova constituição queconfere ao Executivo o controle dos poderes Legislativo e Judiciário. Oito anosdepois, o presidente é deposto do governo. Fora das esferas governamentais,mas não da política, o gaúcho de São Borja retorna à sua terra natal.Em 1950, já filiado ao Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), o homem quesairia da vida para entrar na história torna-se o mais novo presidente daRepública brasileira. Foram anos de uma intensa relação entre GetúlioVargas e as duas esferas sociais antagônicas do país – os menos e osmais favorecidos. Esse e outros relatos sobre a vida, hábitos e a carreirapolítica desse estadista fazem parte da exposição virtual que homenageiaGetúlio Vargas. O acervo do Memorial oferece também ao visitante umconjunto de bens que integram o patrimônio de Getúlio, ou melhor, danação: biblioteca, cinema e outros eventos. O local também dispõe de algunstítulos em VHS e DVD, que são mostrados em sua sala de cinema quandosolicitado previamente pelos visitantes.Com o pai,Manuel doNascimentoVargas, nafazenda deSantos Reis. SãoBorja (RS), 1934Crédito: CPDOC/FGV - ÁlbunsFamília Vargas(A13)Ministério da Fazenda.Rio, 1943Crédito: Ministério daFazenda (Rosembauer)Getúlio votando nas eleições de outubro de1934. Rio.Crédito: CPDOC/FGV - Álbuns FamíliaVargas (A5)Vargas e operários na baixada fluminenseMemorial Getúlio VargasPraça Luís de Camões, s/n – Glória – Rio de Janeiro/RJCEP: 22210-005Tels.: (21) 2557-9444 / 2245-7577E-mail: mgvargas@rio.rj.gov.brEmbarque do esquifede Getúlio para o RioGrande do Sul. Rio,25 de agostode 1954Créditos: Arquivodo Estado de SãoPaulo - Última Horae CPDOC/FGV - OMundo Ilustrado,ago./1955Getúliodiscursa aosQueremistas<strong>Jornal</strong> <strong>Educar</strong> 3


PsicopedagogiaQuando se fala em Matemática, a primeira impressãonão é nada boa. Geralmente os alunos ficam preocupadoscom esta “temível” disciplina, quepara muitos é um bicho de sete cabeças. Noentanto, com nossa prática diária no <strong>Jornal</strong><strong>Appai</strong> <strong>Educar</strong>, através de muitos projetosdivulgados, observamos que os professorestêm buscado um novo sentido ao estudar essadisciplina com seus alunos. Porém, muitos estudantespassam por sérios problemas ao longo de suacaminhada escolar, pois apresentam o transtornoda Matemática, que se denomina Discalculia.A Discalculia pode ou não estar associada a outradoença. As pessoas nessa situação possuem umainteligência dentro da média, embora muitas vezesapresentem desigualdade em seus testes. A criança temdificuldades de compreender os números e seus conceitos,além de não conseguir dar sequência à resolução de problemas,limitando-se a se fixar em números, ou seja, apenas nos símbolos.Além disso, o transtorno pode ser também encarado como umproblema que invade o campo da percepção visual e leva a dificuldadesna hora de resolver questões que envolvem raciocínio lógico. Observeo texto abaixo, que fala sobre o que pode ocorrer com aqueles queapresentam a Discalculia.Não há nenhum assunto na escola que nos traga tanto peso quantoa Matemática. Mesmo se um aluno tem um bom desempenho em outrasdisciplinas e é geralmente um sucesso, com muitos amigos e comboas relações de família, ele é geralmente suscetível a ser insegurona Matemática. Mesmo que estas questões não sejam faladas em vozalta, elas são formadas na mente dos estudantes que se deparamcom dificuldades nessa disciplina. A experiência é devastadora paraa autoestima e, se isso continua sem controle, pode, eventualmente,ter impacto sobre toda a experiência da infância.Na minha área me encontro com muitas crianças e jovens com asua autoestima abalada por causa de suas falhas matemáticas. Nãoé realmente estranho? Quem pode segurar o fracasso todos os dias eainda manter a sua autoconfiança? O sentimento de ser um fracassoe ser diferente de todo mundo é extremamente comum em pessoasque sofrem com falta de confiança sem nunca ter a oportunidade desuperá-la. Na escola, quase todo o dia é preenchido com momentosem que os alunos devem usar o seu pensamento matemático.Quando você vê as coisas desta maneira, não é muito estranhoque vários alunos se recusem a trabalhar novamente com a Matemática?Muitas vezes eles começam a não fazer mais os deveres decasa. Isso tudo é uma reação compreensível para os humanos quese sentem fracassados.Muitas pessoas com dificuldades matemáticas podem testemunharcomo se sentiram incompreendidos e diferentes durante seus anos naescola, mas eu também conheço algumas pessoas que, em sua faseadulta, se recusaram a deixar o seu fracasso vencê-las. Elas estudaramnovamente e provaram para si mesmas que podiam reconquistar suaautoestima. Muitos pela primeira vez se entusiasmaram pelo assunto.Agora pensam: “Matemática não é tão ruim, é realmente divertido.Agora eu finalmente entendi o uso da matemática” (Adler, 2001).Os principais sinais da Discalculia são:• Dificuldades com coisas relacionadas ao dia a dia, tal como obser-var um relógio analógico;• Dificuldades em larga escala em se relacionar com os números,4 <strong>Jornal</strong> <strong>Educar</strong>


principalmente nas quatro operações(adição, subtração, multiplicação e divisão);• Difícil compreensão de direita e esquerdae entre dois números, na maioria dasvezes não conseguindo distinguir o maiordo menor;• O senso de direção (norte, sul, leste eoeste) fica comprometido;• Dificuldade em fazer contagens numéricasdurante o jogo, assim como assimilar ecompreender um planejamento financeiro.Em sala de aula:O professor é quem mais pode fazer diferença nesteprocesso, pois passa uma boa parte do tempo com o estudante.A orientação é que, assim que suspeitar que seualuno possa ser um descálculo, o encaminhe a um psicopegadogo,pois este profissional está habilitado a trabalharcom dificuldades de aprendizagem e lhe indicará, caso sejanecessário, uma equipe multidisciplinar.Concomitantemente, em sala de aula, o professor podetentar algumas medidas para o bom desenvolvimentodeste aluno. Lembre-se que cada um tem seu tempo e,se respeitado, ele ficará mais confiante em relação à tarefaque lhe é apresentada. Com isso, os enunciados dasquestões necessitam estar bem claros para que haja umaboa compreensão do que está sendo cobrado.Levando em consideração que somos seres diferentes,aprendemos de forma diferente, deve-se descobrir a metodologiaque melhor atenda o aluno discálculo, optandose,de preferência, pelos modos mais simples de passara informação. Por mais que o tempo em sala de aula sejabastante corrido e que você tenha prazos a cumprir, saibaque neste momento você é peça fundamental na vidaescolar deste aluno. Então pare e volte à matéria quantasvezes for necessário.Aposte nos jogos e nos brinquedos, pois eles sempredespertam a curiosidade e estimulam a autoconfiança,pois, segundo Vygotsky, eles possibilitam que a criançaaja numa esfera cognitivista, estando livre para determinarsuas próprias ações. Dessa forma, a memória, a atenção ea concentração favorecem o desenvolvimento da linguageme do pensamento.Além disso, o professor tem aoportunidade de provocar discussãosobre os conceitos abordados, oque facilita o desenvolvimentoda lógica, uma vez que,para Piaget, a interaçãosocial por si só nãotem o poder deatuar de formaisolada, muitomenos gerar novossistemas e/ou conhecimento,mas pode criar conflitose constituir umprocesso de equilibraçãono momentoem que uma criançatroca informação com outra. Este intercâmbio exige que a criança use a lógicapara defender seus pontos de vista, favorecendo seu poder de argumentaçãoe uma nova elaboração dos seus conceitos a partir da discusão com o outro.Assim, o trabalho do professor, tanto como “mediador” quanto como “desequilibrador”de ideias, torna-se mais atraente, uma vez que a cada dia umdesafio lhe é proposto.Referências bibliográficas:ALDER, B. What is dyscalculia? 2001, in: www.dyscalculiainfo.orgMOURA, M. O. de. A construção do signo numérico em situação de ensino. SãoPaulo: USP, 1991.PIAGET, J. A formação do símbolo da criança: imitação, jogo e sonho, imageme representação. Rio de Janeiro: Zahar Editora, 1978.VYGOTSKY, L. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes,1998.<strong>Jornal</strong> <strong>Educar</strong> 5


LiteraturaNa sua quinta edição a Fliponecontinua sendo um sucesso nabusca do incentivo à leitura, àprodução literária eao conhecimentoEstudantes realizam feira para estimular a leitura e o aprendizado de forma criativaWellison MagalhãesComam à vontade! Nada de moderação. Esse é o apelo que a comunidadeescolar do Colégio Professor Portugal Neves, localizado naVila Ema, Imbariê, Duque de Caxias, fez na V Flipone – Feira Literáriado Portugal Neves. Mas antes que pensem que estamos discorrendoa respeito de uma feira gastronômica, é bom evidenciar que apenasfalamos de uma feira de conhecimento. O tema do evento, “A únicagula que não é pecado é a do saber”, trata do desejo do ser humanode conhecer mais.Com a quinta edição do evento, a Flipone continua com seu alvo principalem pauta: incentivar a leitura, a produção literária e o conhecimento,através de diversas atividades e disciplinas orientadas pelos professoresda instituição e culminada pelos estudantes, ávidos por descobrirem mais.A Feira teve início através da professora Leoneth Mendonça Rodrigues,que, mesmo não mais atuando diretamente na unidade Portugal Neves,foi convidada para orientar a realização desta nova edição.Para ela, o entusiasmo do primeiro ano persiste, principalmenteem função dos resultados alcançados: “Hoje penso que minha sensibilidadeem classe trouxe para o Portugal uma mudança de comportamentoque se espalhou por toda a escola. Passamos o ano nospreparando para o evento, e isso traz uma motivação, que eu chamo,espetacularmente, de contribuição social, cultural e ambiental”, concluieufórica a mentora do encontro.Cerca de 700 alunos envolveram-se diretamente nas dezenas deatividades propostas pelos professores-orientadores. Do 5º ano doEnsino Fundamental à 3ª série do Ensino Médio, foram apresentadostrabalhos que envolviam matérias multidisciplinares. Em História, osalunos escreveram sobre o próprio Portugal Neves e apresentaramum vídeo com um relato sobre o município de Imbariê. Como tudoque envolve cultura estava sendo lembrado, personagensde Monteiro Lobato, do Sítiodo Pica-pau Amarelo, participaramda exposição.A Flipone abriu a sua agendapara a diversificação, e com issotoda a comunidade escolar tevea oportunidade de assistir umapeça teatral intitulada “Caminhode Ouro”. Além disso, desfiles,pintura, música, dança e jogos levaramentretenimento e integraçãoa todos. No pátio da escola,nas salas de aula e até no refeitório,os estudantes realizaramoficinas de temas variados, como6 <strong>Jornal</strong> <strong>Educar</strong>


FilosofiaGrandes transformações ocorreram no ciclo histórico dahumanidade desde a experiência filosófica e democráticavivida pelos gregos antigos, quando instaurarama razão – derrubando preconceitos e mitos – ederrotaram tiranias. Hoje, com o advento de novastécnicas, tecnologias e processos mais agressivos deglobalização, as mudanças ocorrem de forma muitomais complexa, acelerada e de modo escamoteado,o que exige uma atitude crítica apurada.Falar sobre ética e cidadania é ter em mente todoesse elenco de acontecimentos. E essa foi a propostada professora Fabiana Barros de Lima, ao propor umworkshop aos alunos do 1º ano do Ensino Médio doColégio Estadual Brant Horta, na Penha Circular. Oprojeto Construindo ética e cidadania – uma leituraFilosófica possibilitou aos alunos exercitarem os conhecimentosadquiridos durante as aulas de Filosofia e osinstigou a ir mais além por meio da pesquisa e de umolhar crítico.Na avaliação de Fabiana, o workshop fez com queos alunos amadurecessem suas consciências filosóficase refletissem sobre a ética em várias áreas,como a política, a economia, a família e a escola,os meios de comunicação, o meio ambiente e abioética. “A Filosofia é considerada por muitoscomo uma coisa distante. Transportá-la para onosso cotidiano foi o desafio proposto. Começamosa trabalhar a questão sobre a utilidade de filosofar.Vimos a origem na Grécia, a formação da sociedadepolítica e, a partir daí, começamos a abordar temastransversais como ideologia, alienação, liberdade,ética e cidadania”, explica.Durante a apresentação dos trabalhos, os alunoslançaram mão de diversas ferramentas paraexpor o resultado do estudo. Alguns apresentaramesquetes teatrais, outros preferiram o audiovisual,maquetes e cartazes. O aluno Vitor Hugo Marques,da turma 1001, falou sobre a ética nos meios decomunicação, na economia e na política. Ele fezTony CarvalhoDurante o desenvolvimentodo workshop, os alunosforam se aprofundandonos conceitos filosóficos eaprenderam que o estudoda Filosofia é importantepara o autoconhecimentoe no relacionamento como outro e com tudo quenos cerca8 <strong>Jornal</strong> <strong>Educar</strong>


um apanhado de imagens que lhe permitiram propor ao visitanteuma reflexão sobre o tema.Tatiana Bragança, da 1003, abordou a Bioética. Sua colega deturma Lucina Coelho falou sobre a ética na escola. Ela construiuuma maquete para representar uma sala de aula e discutir oque, na sua opinião, é falta de ética. “A perda de limites geraconflitos tanto na escola quanto na família”, opina. Já a alunaRosimaire Coelho, da turma 1002, preferiu falar sobre ética emeio ambiente. “É preciso apelar para a consciência de cadaindivíduo. Até onde se pode chegar quando a ética não é levadaem conta?”, indaga.Como educadora, a professora Fabiana acredita que oworkshop funcionou como uma semente que foi plantada.Os primeiros frutos foram o retorno positivo por parte dosalunos, mas ela espera que o projeto crie raízes no colégio eque os resultados a longo prazo não deixem de aparecer. “Otrabalho também tem uma vertente multidisciplinar. Nessaprimeira edição, os alunos contaram com a participação doprofessor de Artes Thiago Santos, que contribuiu bastanteno desenvolvimento dos trabalhos”, conta.A coordenadora pedagógica do Colégio, Vilma Segreto, disseestar muito feliz com o resultado do workshop. “Os alunos deramuma bela mostra de como vivenciar a Filosofia. O trabalhodesenvolvido foi muito importante, pois agora eles sabem oreal valor dessa disciplina”, afirma. A diretora geral da unidadeescolar, Harlene Pereira dos Santos, complementa: “Aideia é formidável e deve ser levada a todas as turmas. AFilosofia leva o aluno a refletir, a pensar, a escrever melhore, no futuro, até mesmo votar melhor”.Cada turma do 1º ano do Ensino Médioabordou um subtema ligado a ética ecidadania. Os alunos transformaramas pesquisas em esquetes, cartazes,maquetes e vídeosColégio Estadual Brant HortaRua Bento Cardoso, 130 – Penha Circular – Rio deJaneiro/RJCEP: 21215-000Tel.: (21) 3888-5106Diretora do colégio: Harlene Pereira dos SantosFotos: Tony Carvalho<strong>Jornal</strong> <strong>Educar</strong> 9


O projeto possibilitou aos alunos um maioraprofundamento sobre os corpos celestes. Entreoutras coisas, eles aprenderam que a Lua é o únicosatélite natural da Terra e é a principal responsávelpelos efeitos de maré que ocorrem no nossoplanetaComo o meio ambientetambém foi trabalhadono projeto, a Escola fezquestão de trazer umautêntico representantedas tribos indígenas. Elefalou sobre a cultura doseu povo e o respeito àflora e à faunada escola para cantar o hino da entidade e tomarconhecimento das atividades que irão acontecer.“Sentimos que os pais fazem isso comprazer. Essa atitude aumenta a interaçãocom os filhos, facilitando a trocade informações sobre determinadosassuntos”, argumenta.A Feira contou com a participação de funcionários da Embrapa e de uma organizaçãonão governamental que atua em projetos de sustentabilidade ambiental. Aprofessora Miriam Fonte Boa também abordou essas questões em sua turma do 1ºciclo. Ao falar de preservação, ela teve a ideia de comparar o nosso planeta a umanave cujos tripulantes devem cuidar para que os recursos não se acabem. Os alunosfizeram oficinas de dobraduras e jogos de perguntas e respostas sobre o Universo.Para Suely da Silveira, coordenadora pedagógica, a Feira de Ciência faz a criançase sentir participativa, despertando a curiosidade pelo conhecimento. Essa também éa opinião da diretora adjunta Glória Maria Knop da Silva. “Se você não é curioso nãoaprende. Por isso, nossa meta é fazer com que a escola não seja uma rotina chataem que o aluno sabe exatamente tudo o que vai acontecer. Buscamos fazer do diaa dia algo prazeroso, com atividades em que a criança seja sempre surpreendida”,revela.Escola Municipal Tenente-Coronel Eduardo VillaçaRua Antônio Simões Martins, 4 – Realengo – Rio de Janeiro/RJCEP: 21765-120Tel.: (21) 2401-5748Diretora: Cláudia Knop BarbosaFotos: Tony CarvalhoA atividadepedagógica contoutambém comexposições deprodução literária etrabalhos de artes<strong>Jornal</strong> <strong>Educar</strong> 11


Os visitantes tambémaprenderam receitas defatos e fotos e produziram uma exposiçãocombate ao desperdício deque possibilita ao visitante um verdadeiro alimentos, como o preparode sucos a partir de cascasmergulho na história de Duque de Caxias”, de frutasafirma. A turma 3002 retratou as políticasambientais do país, sob a orientação do professor de História Júlio CésarAraújo dos Santos. O visitante pôde percorrer ambientes que o remetiamao período da Revolução Industrial até chegar às novas tecnologias. “Àmedida que o visitante avança, ele se depara com a proposta da agenda21 e com os conceitos de biodiversidade”, relata Júlio César.A turma 3003, orientada pela professora de Língua Inglesa SolangeGuimarães, apresentou trabalhos sobre reciclagem. Os alunoscriaram uma casa ecológica, com teto solar construído com garrafaspet. A turma 3004 estudou as energias eólica e solar, criando a casaideal em perfeita harmonia com a natureza. A 3005 falou da energiahidrelétrica, considerada pura, mas que, além de cara, com o passardo tempo provoca danos ambientais.Já a turma 3006 confeccionou maquetes de refinarias para abordara exploração de materiais fósseis, como a que vai ser usada nacamada do pré-sal. Os alunos fizeram um estudo sobre o quanto opetróleo representa na economia nacional e os efeitos negativos nanatureza. Os estudantes da turma 3007 produziram um ambiente parafalar do degelo das calotas polares e do efeito estufa. Os visitantesparticiparam de experimentos ede palestras com duas biólogassobre o lixão localizado próximoà comunidade.Para Joaquim Horácio deSouza, professor de Biologia,projetos como a Feira Culturaltiram o aluno da estagnação eo estimulam a produzir o conhecimento.“Como educador,percebo que o jovem necessitade um aprendizado não apenasem sala de aula mas tambémna vida prática. Esses trabalhospossibilitam a aproximação coma realidade, contribuindo para asocialização do conhecimento eA avaliação do desempenhopara uma educação integrada”, declara.de cada turma foi feitapor professores de todasA diretora geral do Ciep, professoraas disciplinas e por alunosdo 2º ano, que serão osAna Paula da Silva Cunha, enfatizaprotagonistas dafeira seguinteque a Feira proporciona maior entrosamentoentre os alunos e faz com que eles percebam o quanto sãocapazes. Na avaliação da orientadora pedagógica Maria Isabel PereiraVale, a cada ano que passa o projeto vem se solidificando entre acomunidade escolar, tornando os alunos mais críticos e conscientesdo seu papel enquanto cidadãos. “Educação é o caminho da inovação,da criatividade, do comprometimento, do empreendedorismo. Quandovemos a mobilização dos alunos, percebemos que todo o esforçovaleu a pena. Até mesmo as pessoas que nos visitam durante a feirasaem daqui com outros valores”.CIEP-201 Aarão SteinbruchPresidente Kennedy, s/nº – SãoBento – Duque de Caxias/RJCEP: 25010-006Tels.: (21) 2699-3888 / 2699-3889Diretora Geral: Ana Paula da SilvaCunhaFotos: Tony Carvalho<strong>Jornal</strong> <strong>Educar</strong> 13


Orientação PedagógicaVocê teve uma ideia que gostaria de ver aplicada em sua escola.Foram noites e noites enriquecendo-a, colocando-a no papel. Vocêapresenta sua ideia para alguns amigos, todos aplaudem. Agora, ésó apresentá-la à direção da escola.Por mais que você se prepare, sempre bate uma insegurança oumedo nesta hora. Então, tire um tempo para analisar o pessoalzinhodas classes mais novas brincando. Eles podem lhe ensinar muito sobrecomo agir na hora de montar e apresentar um projeto ou ideia.Recreio – Para começo de conversa, eles não desanimam com um“não”. Uma criança nunca para de pedir as coisas ou de perguntarapós ouvir um não. Podem não conseguir o que queriam inicialmente,mas com certeza saem com algo. Ao ouvirmos um não, nós o tomamoscomo uma posição definitiva, algo inegociável. As crianças, não.Sempre têm algo a mais para perguntar, para pedir, para falar. Esaem ganhando, sempre. Como disse o empresário Ricardo Semler,em seu livro Virando a Própria Mesa: “um sim é sempre um sim. Umnão é um talvez”.Esta incapacidade de aceitar um não leva à segunda característicaque as crianças têm a nos ensinar: elas se arriscam. E só ver comoelas brincam com cachorros dos quais não ousamos chegar perto.Ou voam nas rampas de skate. Nós preferimos sempre o que é maisseguro. E, assim, engavetamos nossas ideias e projetos.Para mudar essa tendência, siga esses passos:1 – PERGUNTELembre-se, um projeto não começa e termina em sua salade aula. Existem outros departamentos da escola envolvidosem cada ação. Quanto mais você conhecer orumo das decisões (e do dinheiro), melhor. Quem,afinal de contas, decide sobre o investimento?Existe alguma empresa patrocinando atividades deeducação? Vocês podem pleitear algo junto a ela?Se sim, como? Só há uma maneira de você entregaressas respostas à diretoria: pergunte, corra atrás dasinformações. Eis outra coisa que podemos aprendercom as crianças: a curiosidade deles não temlimites. Estão sempre fazendo perguntas eexigem respostas.Se houver alguma dúvida e não puderesclarecê-la na hora, anote e vá atrás dasinformações mais tarde. Não confie apenasna sua memória. E, acima de tudo, não tenhavergonha de perguntar.Apos ter essas informações, coloque-as em seu projeto,mostre que você conhece a maneira como suaescola funciona. Isto impressionará bem a diretoria.2 – ESTUDE O TERRENOEstude a diretoria. O tipo de linguagem que eles usam, se elespreferem reuniões curtas ou longas, e adapte sua apresentação aoestilo deles. Se precisar falar com alguém fora da área acadêmica,abuse dos números, percentagens e custos e possibilidade de ganho.Gerentes e administradores adoram ter com o que trabalhar.14 <strong>Jornal</strong> <strong>Educar</strong>3 – FOQUE NA ESCOLATanto na hora de escrever como na hora de apresentar seu projetoreforce os benefícios que a escola terá ao aplicá-lo. Descreva os ganhosem detalhes: pode ser um maior aproveitamento do conteúdopor parte dos alunos, aumento no número de matrículas, economiade material, entre outros.Após apresentar os benefícios claramente, descreva seu projetoe feche com um resumo. Enumere as razões pelas quais sua escolatem a ganhar com sua ideia: por exemplo, ela é prática por tais etais motivos; e econômica devido a tais fatores; e fará a escola teros seguintes benefícios etc.4 – NA HORA DA APRESENTAÇÃOQuando se tem uma boa ideia, é muito fácil se entusiasmar comela. E começar a falar, cada vez mais animado. Ao final de meiahora, termina sua explanação e você se deparacom meia dúzia de rostos carrancudos na suafrente. Nesse caso, você se envolveu noassunto, mas esqueceu de fazer o mesmocom a diretoria.Comece a apresentar sua ideia percebendocomo a diretoria se sente a respeitode determinado problema que seu projetopretende solucionar. Lógico que você jásabe o que eles vão dizer, conforme os dadoslevantados na hora de montar o projeto.Apos ouvir as razões de sua audiência,diga exatamente o que seu projeto buscasolucionar. E então comece sua apresentação.Faça pausas e perguntas a eles,de vez em quando, para sentir comosua ideia está sendo recebida. Terminecom um reforço dos principaispontos positivos.5 – CONTINUEMesmo que seu projeto não sejaaprovado, assegure à diretoria que vocêcontinuará a dar o máximo de si e a pensar ofuturo daquela organização.Demonstre que seu interesse em solucionar osproblemas continua o mesmo. Isso fará comque você seja cada vez mais ouvido.Obs.: Matéria cedida pela Revista ProfissãoMestreColaboração: Brasilio NetoIlustração: Luiz Cláudio de Oliveira


LivrosO Mistério da MansãoYara BaptistaFábrica de Livros Senai/Xerox/FunguntenTel.: (21) 3421-4173Dona de uma fantasia invejável, a autora abre asportas da Mansão Misteriosa e faz um convite aoleitor para que adentre e conheça um novo mundo,em que a imaginação venha prevalecer e, com isso,remetê-lo a momentos de suspenses e surpresas, como emum jogo de memória.A revolução da linguagemDavid CrystalJorge Zahar Editor – Tel.: (21) 2240-0226David Crystal, uma das maiores autoridadesmundiais em linguagem, reúne aqui pela primeiravez três importantes tendências que alteraramprofundamente a ecologia linguística mundial; aemergência do inglês como primeira língua globalde fato; a crise sem precedentes enfrentada por muitaslínguas ameaçadas de extinção; e o efeito radical da tecnologia daInternet sobre a linguagem.Uma pequena lição de liberdadeJúlio Emílio BrazEditora Mundo Mirim – Tel.: (21) 3867-2319Imagine um ambiente explosivo, cheio de luta, decoragem, de valentia – e de traições... Pois é nesseclima de tensão e de bravura que Júlio Emílio Brazresgata uma face pouco explorada da história brasileira:a resistência negra por meio da formação dosquilombos. Uma verdadeira aula sobre a escravatura no Brasile a batalha heroica dos quilombolas pela liberdade.As sete competências básicas para educarem valoresXus Martín García / Josepp Maria PuigSummus Editorial – Tel.: (11) 3872-3322Este livro apresenta aquelas que são definidascomo as sete competências pessoais e profissionaispara que o professor eduque em valores: serele mesmo, reconhecer o outro, facilitar o diálogo,regular a participação, trabalhar em equipe, fazer escolae atuar em rede. Partindo do princípio de que a educação em valoresé uma ocupação essencial dos educadores – e que para dominá-la énecessário aprender algumas competências –, os autores propõemdiversas atividades práticas que podem ser trabalhadas em todos osníveis de ensino.<strong>Educar</strong> para a convivência na diversidade– Desafio à formação de professoresOrgs.: Selenir Corrêa Gonçalves Kronbauer /Marga Janete StöherEditora Paulinas – Tel.: (21) 2232-5486Os textos apresentados nesta obra traduzem deforma pontual algumas questões sobre diversidadeque se fazem presentes no dia a dia da escola.É nesse contexto que esta obra se insere com o intuitode subsidiar as discussões, buscando atender as expectativas dosleitores, em especial no que se refere à formação de professores.Técnicas para escrever ficçãoJúlio RochaPublit soluções editoriais – Tel.: (21) 2525-3936Como iniciar um livro? Como dar vida aospersonagens? Como prender o leitor até aúltima linha? Como descrever locais e objetos?Como escrever diálogos? Através de umalinguagem fácil e direta, o autor mostra quequalquer pessoa pode se tornar um escritor dequalidade, bastando para isso ter à sua disposição asferramentas adequadas.Educação popular – metamorfoses e veredasLuiz Eduardo W. WanderleyCortez Editora – Tel.: (11) 3864-0111Este livro busca recuperar o significado e sentidos,históricos e contemporâneos, da educaçãopopular, interligando noções e análises derivadasda cultura popular, da política, das ciênciassociais e da educação crítica e libertadora. A partirdas concepções de Paulo Freire, recupera as reflexões sobreconscientização popular, pesquisa participante e pesquisa ação, entreoutras.Criando meninasGisela PreuschoffEditora Fundamento – Tel.: (21) 2580-1168O que você deseja para sua filha? Como gostariaque ela fosse no futuro? Embora muitas sejamas respostas possíveis para essas perguntas, écerto que você deseja que ela se torne uma mulherforte, segura e confiante. E isso, em grandeparte, está em suas mãos. Em Criando meninas, vocêencontrará orientações claras e precisas, que vão ajudar na tarefade educar sua filha com carinho, amor e disciplina.O <strong>Jornal</strong> <strong>Educar</strong> abre espaço, aqui, para que editoras divulguem seus lançamentos. O material será avaliado e publicado de acordo com operfil do público-leitor. As publicações deverão ser enviadas para a redação do jornal, com a referência Livros.<strong>Jornal</strong> <strong>Educar</strong> 15


Orientação PedagógicaA montagem de um projeto de ensino deve levar em conta vários aspectos, mas ter apenas uma finalidade:garantir que o aluno aprendaO ano letivo se inicia e, com ele, professores e gestores escolaresse reúnem para fazer o planejamento anual. Essa atividade, emboraseja sempre desafiadora, não deve ser vista como mera burocracia: éo melhor momento para que todos os atores envolvidos no processoeducacional estejam juntos para repensar a escola e sua missão, aatuação dos professores e quais finalidadesdesejam atingir.O planejamento não se restringe ao programade conteúdo a ser ministrado em cadadisciplina. Ele vai muito além. Está inseridono plano global da escola, que inclui o papelsocial, as metas e seus objetivos. A escola, porsua vez, faz parte do sistema educacional e éligada às secretarias de Educação nos diversosníveis, que também determinam expectativasde aprendizagem para as diferentes áreas de conhecimento.Segundo o professor Celso Vasconcellos,doutor em Educação, diretor do Centro dePesquisa, Formação e Assessoria PedagógicaLibertad e autor de diversos livros sobre aquestão, a elaboração do planejamento temcomo elementos básicos a finalidade, a realidadee o plano de ação. “Acima de tudo,nessa hora o professor tem de assumir seupapel, pois o planejamento é uma organizaçãode intencionalidades”, afirma.O planejamento passo a passoA finalidade diz respeito às intenções daescola, ao que o professor espera conseguirao fim do ano letivo, tomando por base asorientações das secretarias de Educação. “Éclaro que há determinações das secretarias,porém o professor tem uma zona de autonomiarelativa para realizar o que pretende na escolae na sociedade”, diz Vasconcellos. A finalidadeé também um ponto considerado crucial paraDanilo Gandin, do Instituto Latino-Americanode Planejamento Participativo e autor do livroPlanejamento na Sala de Aula. Ele chama essaetapa de “para quê” do plano do docente. “Osprofessores devem sair do nível do ‘como e com o que fazer’, queé a preocupação específica com o conteúdo, e incluir ‘o que fazer epara quê’”, defende.O segundo passo para o bom planejamento é levar em conta arealidade da qual fazem parte professores, escola ealunos. Em termos gerais, isso significa consideraraspectos sociais da comunidade, problemas e necessidadeslocais e, por fim, a diversidade dentroda sala de aula. A questão da diversidade vai alémdas questões culturais e de vivência. Inclui os diferentesgraus de conhecimento entre os alunossobre determinados conteúdos. Por esse motivo,o planejamento inicial já sofre modificaçõesnas primeiras semanas de aula, de acordocom as características das turmas e seus níveisprévios de conhecimento. “Mesmo um professorcom longa experiência no magistério precisa de umplanejamento anual, pois não se trata só de sabero conteúdo a ser transmitido. Há toda essa série devariáveis”, pontua Gandin.Características de um bom planejamento• Ter o foco na aprendizagem de todos,operacionalizando os conteúdos fundamentaispara a escola.• Ser o produto de uma discussão que envolvatoda a comunidade escolar. Ter o desempenhoconstantemente monitorado, com abertura pararedirecionamentos.• Conter princípios pedagógicos que correspondamao contexto e à prática da sala de aula dosprofessores.• Prever tempo para a formação docente e parareuniões pedagógicas.A participação do aluno é essencialentre o 6º e o 9º anosDepois de traçar seus objetivos e considerar opercurso de aprendizagem que tiveram os alunosem anos anteriores, o educador desenvolve seuplano de ação que, conforme Vasconcellos,16 <strong>Jornal</strong> <strong>Educar</strong>


é o “fruto da tensão entre as duas outrasetapas”. Se a escola dispõe de computadorespara que os professores os utilizemcom os estudantes, por exemplo, é hora deprogramar como será feito esse uso e comqual finalidade pedagógica.Os professores do 6º ao 9º anos devemainda, independentemente de sua disciplina,manter o foco na leitura, na escrita e na Matemática.Segundo Stella Bortoni, professorada Faculdade de Educação da Universidadede Brasília (UnB), isso é essencial porqueíndices de avaliação no Brasil mostram comoé comum estudantes concluírem o EnsinoFundamental sem serem proficientes emleitura e escrita. “A leitura, a escrita e aMatemática básica são instrumentais parao aluno avançar nos conhecimentos e termelhor rendimento em todas as disciplinas”,destaca. Por isso, para turmas do 6º ao 9ºanos, algumas situações didáticas, como leiturae interpretação de textos também nas aulasde História e Geografia, são indispensáveis.E trazer a realidade para a escola é essencialpara garantir nas aulas o interesse dos alunos.Gandin é categórico: “A vida real tem de estarcontemplada no ambiente escolar”.A eficiência e a qualidade do projeto deensino não podem ser confundidas com suaduração. O projeto necessariamente precisaser ajustado durante o ano e vai ser tão melhorquanto maior for sua capacidade de ser redesenhadoconforme as circunstâncias exigirem.Textos de jornais e revistas podem ser utilizadospara atividades variadas em sala, bem como para a discussão de assuntosrelacionados às disciplinas, como reportagens sobre economia,relações internacionais e ciência. Os adolescentes do 6º ao 9º anosdevem ser convidados a participar não só das aulas práticas em laboratórios,mas a discutir também as teóricas por meio de pesquisas nainternet e em livros, atividades em grupo e apresentações orais. Tudoisso possibilita, além da vivência do conteúdo, o desenvolvimento dehabilidades como a expressão oral, a argumentação e o trabalho emequipe. Se os docentes tiveram a possibilidade de trocar experiênciasentre si na época do planejamento, melhor ainda. “O coordenadorpedagógico tem papel fundamental para integrar os professores egarantir essa troca entre eles”, orienta Stella.Ao elaborar seu planejamento, o professor deve ter em mente queele pode ser pouco ou muito modificado ao longo do ano letivo. Mesmoum planejamento bem alinhado, que considera os três aspectos(finalidade, realidade e plano de ação), sempre se altera. Isso ficaclaro quando pensamos que os processos deensino e aprendizagem são etapas distintas nodesenvolvimento educacional. Segundo Vasconcellos,a aprendizagem acontece “quando odocente cria condições de estudo para seu aluno,propondo situações e atividades que promovamuma aprendizagem contínua e estimulante”.Essa abordagem da diferença entre ensino eaprendizagem fica mais fácil de ser visualizadaao pensarmos que o conhecimento é construídoem forma espiral. “Os saberes e conteúdos vãoe voltam entre professor, aluno e sociedade.Vão e voltam dentro e fora da sala de aula esão retomados em diferentes níveis de complexidade”,explica Vasconcellos. Pensando dessamaneira, os conteúdos não são fragmentados– separados e rigidamente divididos por aulas–, mas sempre revistos e interligados ao longodos anos letivos. Na prática, isso significa tambémque alguns alunos terão mais facilidadeem compreender determinados conteúdos, e odocente terá de lidar com essa diferença entreeles. Vasconcellos sugere, nesses casos, queos estudantes com melhor conhecimento emdeterminados conteúdos sejam utilizados comomonitores ou trabalhem em dupla com outros colegas.Em alguns casos, no entanto, será precisoplanejar atividades com conteúdos diferenciadospara os estudantes com menor conhecimento.O que todos devem ter em mente é que, pormelhor que seja o planejamento, ele precisaser constantemente avaliado e estar abertopara revisões. Se não for assim, dificilmente,na opinião dos especialistas, você conseguirá atingir asmetas determinadas no início do ano letivo. Todo retorno dado pelosalunos, por meio de avaliações formais, trabalhos, apresentações ouperguntas feitas em classe, deve servir para rever o planejamento epara que o docente reavalie quanto falta para alcançar o aprendizadoque foi programado no início do ano. Stella Bortoni dá uma dica quepode facilitar o trabalho deste ano letivo que se inicia. “Mantenha umaagenda para anotar suas percepções ao longo das aulas, como quaishabilidades precisam ser mais trabalhadas e quais atividades derammais certo e tiveram melhor receptividade por parte dos estudantes.Além disso, considere essas observações na montagem do próximoplanejamento e compartilhe-as com os outros professores”, orienta.Obs.: Matéria cedida pela Revista Nova Escola(edição Janeiro/2010)Colaboração: Renata Costa (novaescola@atleitor.com.br)<strong>Jornal</strong> <strong>Educar</strong> 17


<strong>Appai</strong>Tel.: (21) 3983-3200Portal: www.appai.org.br/ciclo/form.aspInscrição – e-mail: treinamento@appai.org.br1 - Ressignificando a alfabetizaçãoData: 12/05/2010Horário: 9 às 13h – Quarta-feiraObjetivo: Repensar o conceito de alfabetização atravésda apresentação de métodos pedagógicos que contribuamefetivamente com a proposta de letramento.Palestrante: Patrícia LorenaFormação: Mestre em Educação Especial; psicólogaclínica; psicopedagoga; professora da cadeira de Alfabetizaçãodo curso de Pedagogia.Tipo de evento: PalestraSituação: AbertoProgramação: A história da alfabetização no Brasil– um caminhar pelos métodos; a construção do conhecimentono processo de leitura e escrita; os métodosde alfabetização; os conceitos de alfabetização e letramento;teóricos e tendências; a prática em sala de aula;uma prática inovadora; sugestões pedagógicas.2 - Piaget e Vygotsky: confrontos, conflitos, diálogose muitas contribuiçõesData: 13/05/2010Horário: 9 às 13h – Quinta-feiraObjetivo: Refletir sobre as possibilidades e limitesdas teorias Vygotskyana e Piagetiana, discriminando osujeito do conhecimento e o sujeito das inter-relaçõesno processo educativo.Palestrante: Hebe GoldfeldFormação: Mestre em Educação; antropóloga, psicólogae psicopedagoga. Atua, entre outras atividades,como docente em curso superior e de pós-graduação,como psicóloga clínica e psicopedagoga.Tipo de evento: PalestraSituação: AbertoProgramação: Piaget e Vygotsky: Histórico e Biografia;o ser construtivista como postura educacional; etapasdo desenvolvimento cognitivo segundo Piaget; desenvolvimentoe aprendizagem: a zona de desenvolvimentoproximal (ZDP) como um constructor de Vygotsky;Piaget e Vygotsky: ressignificações e contribuições.3 - O estresse do professorData: 15/05/2010Horário: 9 às 13h – SábadoObjetivo: Conhecer o que é estresse, identificá-lo em simesmo e nos alunos, e aprender a lidar com ele no diaa dia e no exercício da profissão acadêmica.Palestrante: Lucia NovaesFormação: Doutora em Ciências; mestre em Psicologia;docente da UFRJ e diretora do Centro Psicológico de Controledo Estresse no Rio de Janeiro; psicóloga clínica.Tipo de evento: PalestraSituação: AbertoProgramação: O que é estresse; sintomas do estresse;fases e fontes do estresse; o professor e o estresse;fontes comuns de estresse do professor; estressoresmodernos; tecnoestresse; consequências do estresse;controle do estresse.4 - Alfabetização e letramento na educação dejovens e adultosData: 20/05/2010Horário: 13 às 17h – Quinta-feiraObjetivo: Possibilitar a reflexão e o (re)conhecimentode alternativas metodológicas para jovens e adultos,considerando as abordagens do estudo da língua maternaem seus diferentes enfoques (estratégias de leitura,texto, imagem, produção textual e revisão).Palestrante: Andrea da Paixão FernandesFormação: Doutoranda em Educação (Unicamp);mestre em Educação (UFF); especialista em Formaçãodo Educador de Jovens e Adultos (UFF); graduada emPedagogia pela Uerj; professora da Prefeitura da Cidadedo Rio de Janeiro, professora assistente da Universidadedo Estado do Rio de Janeiro, coordenadora do curso deextensão universitária “Educação de jovens e adultosnos anos iniciais no Instituto de Aplicação FernandoRodrigues da Silveira – CAP-Uerj.Tipo de evento: CursoSituação: AbertoProgramação: Alfabetização e letramento na Educaçãode Jovens e Adultos; Aspectos teórico-metodológicos epráticas leitoras e escritoras em contextos de letramento;Histórias de vida, relato autobiográfico, leitura compartilhada,rodas de leitura, produção e revisão textualnas práticas alfabetizadoras com jovens e adultos.5 - Neurociências e práticas educacionais – Neuroeducação:uma incógnita?Data: 26/05/2010Horário: 9 às 13h – Quarta-feiraObjetivo: Capacitar especialistas na correção dasdificuldades escolares de aprendizagem utilizando ametodologia da Neuroeducação.Palestrante: Rita ThompsonFormação: Doutoranda em Neurociências, UFF; mestreem Educação, Uerj; pedagoga, psicomotricista, comespecialização pelo Institut Supérieur de RééducationPsychomotrice, França; docente nos cursos de graduaçãoe pós-graduação em instituições de ensino superiorno RJ e SP, tais como: IBMR, Unesa, Ucam, Fafic, FMU ena Santa Casa de Misericórdia; coordenadora do atendimentoa crianças com TDAH e autismo e dos cursosde pós-graduação em Saúde Mental e Neuro psicologiada Santa Casa de Misericórdia – RJ.Tipo de evento: PalestraSituação: AbertoProgramação: O que se entende por neurociência?;conexões entre neurociência e educação; como abordaras dificuldades de aprendizagem dentro da visão daneuroeducação?6 - Sexualidade e infância: uma questão de educaçãoData: 28/05/2010Horário: 9 às 13h – Sexta-feiraObjetivo: Orientar os profissionais da educaçãosobre a importância de um trabalho sistemático deEducação Sexual desde a infância no processo ensinoaprendizagem.Palestrante: Josefina Maria Albino de SousaFormação: pós-graduada em Sexualidade Humana;graduada em Educação Física; diretora do Ipsys –Instituto de Psicologia e Sexualidade; autora do livro“Adolescente: o desafio de ser mutante”.Tipo de evento: PalestraSituação: AbertoProgramação: Sexualidade e infância; desenvolvimentoda sexualidade; família e sexualidade: aindaum tabu?; papel da escola e do educador frente àeducação sexual.7 - Cultura, representações e educação ambiental:confluências e práticas educativasData: 29/05/2010Horário: 9 às 13hObjetivo: Discutir as questões socioambientais contemporâneascom a finalidade de dar sustentação aodesenvolvimento de projetos e atividades voltadas àspráticas educativas ambientais críticas e participativasem classes de todos os níveis e modalidades educativas;Propor o trabalho com as representações sociais (textose imagens) dos sujeitos envolvidos nos processos educativossobre o meio ambiente e a educação ambientalpara o desenvolvimento de projetos escolares e comunitárioscom e por crianças, jovens e adultos.Palestrante: Lincoln Tavares SilvaFormação: Doutorando em Educação, USP; mestreem Educação, UCP; graduado em Geografia, UFRJ;especialista em Políticas Territoriais do Estado no Riode Janeiro (Uerj). Atualmente, é professor assistenteda Uerj; atua junto à Educação Básica e formação dedocentes – inicial e continuada; membro do ConselhoEstadual de Educação do Rio de Janeiro.Tipo de evento: PalestraSituação: AbertoProgramação: Os cenários socioambientais contemporâneos,suas repercussões e possibilidades de interpretações;apresentação de noções e conceitos que possamnortear o trabalho com a Educação Ambiental a partirdo contexto escolar e para além dele; as representaçõesdos sujeitos envolvidos no processo educativo e suascondutas sobre a questão ambiental; propostas de atividadesvoltadas ao desenvolvimento de ações baseadasnas sustentabilidades individuais e coletivas, com basena leveza, multiplicidade e exatidão.8 - Dificuldades de aprendizagemData: 2/06/2010 – Quarta-feiraHorário: 9 às 13hObjetivo: Possibilitar aos profissionais de educação umcontato com as variáveis que interferem no processoensino-aprendizagem, levando-os a uma reflexão sobreas suas contribuições práticas, enquanto educadores, naidentificação e diminuição desse problema.9 - Educação e gênero – o feminino e o masculinona escolaData: 9/06/2010 – Quarta-feiraHorário: 13 às 17hObjetivo: Dar recursos aos professores para ampliarsua percepção das influências de gênero nos processosde ensino-aprendizagem, facilitando suas ações educacionais.Ressaltando a importância da discussão sobregênero na Educação.10 - A voz do professor: a preservação da saúdevocal e aprimoramento da expressão oral nadocênciaData: 10/06/2010 – Quinta-feiraHorário: 9 às 13hObjetivo: Proporcionar ao professor conhecimentosgerais sobre os fatores de risco para a voz; informarsobre as medidas salutares para a manutenção dasaúde vocal; vivenciar técnicas para aquecimento edesaquecimento vocal, bem como para o aprimoramentoda expressão oral.11 - Autismo: dúvidas, intervenção, inclusãoData: 12/06/2010 – SábadoHorário: 9 às 13hObjetivo: Refletir sobre as possibilidades, ações elimites dos Espectros Autísticos.Contar histórias: entretecer os fios da memória –16/06/2010 – Quarta-feira – 13 às 17hObjetivo: Identificar a importância da narrativa para aformação do sujeito nos aspectos social, afetivo, artísticoe cognitivo; perceber a expressividade por meio da linguagemoral como elemento fundamental nas interaçõessociais; exercitar diferentes formas de contação.Estação das LetrasTel.: (21) 3237-39471 - Oficina da crônica com Moacyr ScliarEmenta: O workshop será dividido em três etapas:1)apresentação do gênero no contexto da história e daliteratura, diferenciando-o de outros gêneros similarescomo o ensaio e a coluna jornalística; 2) apresentaçãoe discussão do trabalho de grandes cronistas; 3) apresentaçãoe discussão das crônicas dos participantesna oficina.Moacyr Scliar – Autor de mais de setenta livros dentreensaios, crônicas, contos, romances e literatura juvenil.Sua obra está traduzida e publicada em vários países.É membro da Academia Brasileira de Letras. Premiadonacional e internacionalmente.Período e horários: Data: 09/06 (quarta-feira) – Horário:17 às 21h302 - Escrita criativa – desbloqueando sua capacidadede escreverEmenta: Leitura de textos lúdicos. Exercícios a cadaaula, com estímulos à criação. Desbloqueio da espontaneidadeao redigir.Silvia Carvão – Formada em Letras pela Uerj com cursosde extensão universitária em Literatura Brasileira.Período e horários: De 06/05 a 01/07 (quintas-feiras)das 17 às 19hCarga horária: 16 hs/aula3 - Narrativas breves e outras nem tantoEmenta: Nesta oficina, o escritor pernambucanoMarcelino Freire (autor, entre outros, de “Contos Negreiros”– Prêmio Jabuti 2006) fala sobre a estrutura demicrocontos e de romances, chamando a atenção paraa síntese no texto literário, ensinando como trabalhara narrativa e preparar um livro. Também serão feitosexercícios em sala e haverá um breve acompanhamentodo projeto literário de cada participante.Período e horários: Dia 28/05 das 18 às 21h e dia29/05 das 10 às 13hCarga horária: 6hs/aula4 - Como se faz um romanceEmenta: Curso prático que estudará os pormenores dacriação de um romance. Serão abordados vários tópicos:Moacir C. Lopes – É conhecido como o romancista dosmares; serviu na marinha de guerra; é autor de A ostrae o vento, adaptado para o cinema e Onde repousamos náufragos, entre outros títulos.Período e horários: Data 06/05 a 01/07 – Quintasfeirasdas 17 às 19hCarga horária: 16hs/aula5 - Oficina de redação publicitáriaEmenta: O curso estudará as características da redaçãopublicitária, do papel do redator e sua função noprocesso criativo à elaboração de campanhas, peçaspromocionais e slogans para mídia impressa e eletrônica.Incluem-se nesta última a audição de spots, criaçãode jingles e vinhetas sonoras, bem como elaboração deroteiros para comerciais de cinema e TV.Professor: Jorge Ventura – Publicitário (pós-graduadoem Marketing), ator e jornalista. É diretor de criação daDMAZ/B Comunicação e professor de Comunicação deMarketing da Facha.Período e horários: De 08/05 a 26/06 – Sábadosdas 9 às 12hCarga horária: 24hs/aulaUNIRIOAv. Pasteur, 296 – Urca. Tel.: 2542-4294Sala Vera Janacópulos1 - Fórum de psicanálise e cinemaFilmes analisados pelos psicanalistas e pela museóloga:Neilton Siva; Waldemar Zusman; Ana Lúcia Castro.Horários: Filme às 18h – Debate às 20hLocal: Unirio – Sala Vera JanacópolusEndereço: Avenida Pasteur, 296 – UrcaEntrada gratuita2 - Adoração (Adoration, 2008)Sinopse: Na aula de francês, aluno traduz uma reportagemsobre terrorista que colocou uma bomba namala de sua namorada grávida. Mas essa tarefa temum enorme efeito em Simon, que começa a recordar amorte de seu pai e de sua mãe, mesclando sua vida nomundo real e virtual.Direção: Atom Egoyan. 100 min.Debatedor: Dr. Neilton SilvaData: 28 de maio3 - O equilibrista (Man on Wire, 2008)Sinopse: O filme começa em 1974 quando o francêsPhillippe Petit, de forma ousada, arrisca a própria vidae sobe ao topo das Torres Gêmeas para atravessar deum prédio ao outro, equilibrando-se em um cabo de aço.Este documentário mostra cenas da época, com atoresreencenando todo o plano arquitetado por Petit.Direção: James Marsh. 90 min.Debatedor: Dr. Waldemar ZusmanData: 25 de junhoMuseu Histórico NacionalTel.: (21) 2550-92651 – Mostra EinsteinData: 7/4/2010 a 6/6/2010A mostra Einstein apresenta a vida e as descobertasde um dos maiores gênios do século XX. Tudo reveladocom documentos raros, instalações interativas e obrasde arte.Horários: de terça a sexta-feira, das 9 às 18hSábados, domingos e feriados: das 14 às 18hSinpro – RioTel.: (21) 3262-34001 – A questão indígena na América LatinaMonica Bruckmann (socióloga, mestra em Ciência Política/UFRJe doutoranda em Ciência Política/UFF)Público-alvo: professores da Educação BásicaObjetivos: discutir os processos de transformaçãosocial e política na América Latina a partir da questãoindígena como debate teórico/político e como elementopara a mobilização política e a práxis social.Dias e horários: Sábados: 12, 19, 26 de junho / 3 e17 de julho, das 9 às 13h2 – Era uma vez... Lobato na escola para sempre!Antonella Flavia Catinari (especialista em LiteraturaInfantil e Juvenil, mestra em teoria literária, professorado Colégio Pedro II e escritora de livros para criançase jovens).Público-alvo: profissionais de Educação.Objetivos: enfatizar a importância da efetiva leiturada obra de Monteiro Lobato por parte de professorese alunos.Dias e horários: Sábado: 22 de maio, das 9 às 13h3 – Intertextualidade: da imagem ao literárioA construção de sentidos: como se faz?Gisele Heffner (mestra em Letras e professora do ColégioPedro II e SEE).Público-alvo: professores de Educação Básica.Objetivos: explorar possibilidades de atribuição desentidos através dos mecanismos enunciativos da intertextualidadee polifonia; propiciar ao professor o refinamentode habilidades de leitura na prática escolar.Dias e horários: Sábado: 19 de junho, das 9 às 13h4 – Projeto Cinema no SindicatoEm 2010, o projeto irá homenagear grandes educadoresbrasileiros. Os filmes serão seguidos de debate.Entrada francaPúblico-alvo: professores e demais profissionais deEducação; alunos dos cursos de formação de professorese das faculdades de Pedagogia e Educação.Sexta-feira, 11 de junho, 18h30Exibição do filme “Organização do Ambiente e dasAtividades” (proposta de Educação Infantil de HeloísaMarinho) – 30 min. Após, debate com Jairo Werner(mestre em Educação e doutor em Saúde Mental; professorda Faculdade de Educação da Uerj e professorresponsável pela área de Psiquiatria Infantil da Faculdadede Medicina da UFF; presidente do Instituto dePesquisa Heloísa Marinho).Sábado 17 de julho, às 20h18 <strong>Jornal</strong> <strong>Educar</strong>


Programa de projetos e ações sociaisCom a elevação do tempo produtivo de vida, torna-secada vez mais comum o aumento da longevidade entre apopulação brasileira. A melhora nos atuais índices de duraçãoda vida é reflexo de um conjunto de ações motivadas porvários fatores, entre eles, políticas públicas e privadas quetêm como objetivo garantir os direitos das pessoas idosas.Partilhando dessa visão, este ano a <strong>Appai</strong> já realizou váriasdoações, entre as quais uma geladeira e um fogão industrialpara o Centro de Acolhimento Maria Vieira Bazani, no Recreiodos Bandeirantes, inaugurado pela prefeitura do Rio, comcapacidade para acolher 26 idosos com mais de 60 anos,de ambos os sexos, que vivem em situação de abandono.Outras ações e entregas de doações feitas pela <strong>Appai</strong> têmpontuado essa consciência social da Associação no que se refere aosmais necessitados. Este ano, o Setor de Responsabilidade Social organizoudiversas campanhas, dentre as quais a de entrega de roupaspara as vítimas das chuvas ocorridas em Duque de Caxias, Morro dosPrazeres, Jacarepaguá, São Gonçalo e Niterói.As ações sociais entre a <strong>Appai</strong> e várias entidades públicas e privadas,como o Inca, Hospital Gafrèe e a Fundação São Martinho, garantem hávários anos realizações que têm se multiplicado ao longo do tempo.Hoje, outras instituições, como a fundação Santa Cabrini, o Asilo Legiãodo Bem e os abrigos Família em Jacarepaguá e Beija-Flor, tambémjá fazem parte do rol de programas sociais, sendo, de acordo com anecessidade de cada um, agraciados com o recebimento de estantes,kits de material escolar, cestas de alimentos, ingressos para passeiosturísticos, translados e outras concessões.É a <strong>Appai</strong> dando a sua contribuição através do Programa de Pro jetose Ações Sociais, a fim de promover mais qualidade física, mental,psicológica e emocional para o cidadão.Ações realizadas pela <strong>Appai</strong>promovem integração socialNão perca!Vem aí o16º GRANDE BAILEDOS ASSOCIADOS DA APPAIDia: 29/05/2010Horário: 19 às 24hLocal: RIBALTA EventosAv. das Américas, nº 9.650Barra da Tijuca – Rio de Janeiro/RJInformações:www.appai.org.brContato pelotelefone: (21) 3983-3200<strong>Jornal</strong> <strong>Educar</strong> 19


CidadaniaTemas múltiplos pontuam a Mostra Pedagógica do Colégio Souza LimaFabio LacerdaQuerer não é poder! O ditado popular muito utilizado nos diálogoscoloquiais não é aplicável aos integrantes do Colégio Souza Lima, emRealengo, que realizaram a Mostra Pedagógica 2009, cujo tema foi Omundo que queremos. Os alunos dos ensinos Médio e Fundamentalrealizaram um evento eclético nas abordagens dos assuntos históricos,esportivos, culturais e, sobretudo, de responsabilidade social,apresentando um verdadeiro show de informações e cidadania.O colégio, que ficou com o 1º lugar da região no Enem (ExameNacional do Ensino Médio), promoveu no semestre passado asua Mostra Pedagógica, com a participação dos 800 alunos. Deacordo com a equipe pedagógica, o desenvolvimento prático dostemas fechou o boletim de notas do último bimestre.O projeto O Mundo que queremos proporcionou, mais uma vez, aintegração das famílias dos alunos com os professores e toda a direçãodo Colégio Souza Lima. A reflexão sobre os valores universais ehumanitários que permeiam as relações de convivência foi o assuntoprincipal, demonstrando que a educação é o alicerce para a interaçãodos cidadãos nas diversas camadas sociais.Além dos vários estandes montados,muitas cartolinasinformativas esti-A Evolução do Mundofoi explicada atravésdos estudos de GalileuGalilei, do bicentenáriode Darwin, até a AgênciaEspacial Americana,que completou 51 anosde existência em 2009.Acima, alunos do quintoano (turma 215 A)evidenciaram o que estáem alta no Brasil e no Riode Janeiro: os esportesveram a um palmo do nariz dos visitantes, reiterando a necessidadede que cada cidadão faça sua partepara construir um mundo melhor.Segundo a coordenadora geralAlda Regina Gomes, os projetospedagógicos permitemque a liberdade decriação e expressão nãofique restrita somenteàs salas de aula.“A culminância daMostra Pedagógica éresultado de um trabalhoinaugurado no início do anoletivo. O acompanhamentocontínuo dos professores emcada etapa, e as retratações dosgrandes vultos da ciência (200 anos deDarwin, o centenário de Euclides da Cunha e o Ano daAstronomia) comemorados ao longo de 2009, foram primordiaispara uma ação pedagógica diversificada. O colégioconvidou representantes das repartições municipal, esta dual,federal e do setor privado para enriquecerem determinadostemas referentes à esfera socioeducacional”.Coordenado pelo professor de História Fabio Dias, a turma 129A (8º ano) enfatizou alguns problemas graves da sociedade atravésdos assuntos pertinentes à violência doméstica, abuso sexual, abortoe trabalho infantil. Algumas alunas relataram experiências compessoas conhecidas, e outras, como Thamires Barbosa (16 anos),Nataly Lopes (17) e Graziele Oliveira (14), foram sinceras em falarsobre as barreiras existentes para tratar os assuntos abordados comseus respectivos pais.O estande foi apreciado pela direção do colégio Souza Lima, e o professorFabio Dias, muito elogiado pelo fato de ter realizado um trabalhode mudança comportamental da turma, majoritariamente formada poralunas adolescentes. Durante o evento, o estande distribuiu o jornalAcorda Brasil! O veículo teve aceitação considerável e será produzido acada bimestre no próximo ano.Explicações não foram suficientes para mostrar que o corpo discen-20 <strong>Jornal</strong> <strong>Educar</strong>


te estava “afiado”.Cidadão que se prezenão deixa de manifestarsuas ânsias edesejos, e foi atravésde um abaixo-assinadoque os alunos daturma 127 (7º ano)mostraram sua indignaçãosobre direitose deveres dos cidadãos,desigualdadesocial, corrupção etemas direcionadosaos jovens. O estandePolítica e Sociedadepretende entregar o documentocom as assinaturas na Secretaria Municipal de Educação eDesenvolvimento Social.A turma 228 (8º ano), cuja professora é Cristiane dos Anjos, tambémbuscou a interatividade. Os alunos formularam uma pesquisa paradetectar o perfil comportamental dos entrevistados no trânsito e nasboas ações. Sabrina Sâmara e Shayenne Barbosa estavam encarregadasda abordagem. Os demaisalunos ficaram responsáveispelas explicaçõesbaseadas no filme sobrepaciência, tolerância eserviços prestados aomundo moderno.Ferramentade inclusãoO anúncio do Brasilcomo sede de doisgrandes eventos esportivosnos próximosanos – Copa do Mundode 2014 e Olimpíadas2016 – não ficou esquecidoaos olhos dosalunos da turma 215 ATawany Cortes (à direita) e Raphaela Magano, ambas do nonoano (turma 129 B), alertaram os visitantes sobre os benefíciosda reciclagem. Alunas do oitavo ano (129 A) e seu periódicoAcorda Brasil! marca registrada que estará presente em 2010no Colégio Souza Lima(5º ano). Evelyn Cristinee Raquel Costa, ambas de10 anos, cruzam os dedosem formato de figa paraque as aulas de EducaçãoFísica, ministradas peloprofessor André Rocha,passem a ser mais efetivasna semana e, consequentemente,possamdetectar as aptidões e opotencial de cada aluno.“Pratico natação há trêsanos e comecei na escolaem que estudei antes.Passei a apreciar mais oesporte quando ingressei nocolégio Souza Lima. Gostaria de ter práticas esportivas mais de umavez por semana”, disse Evelyn.Mundo globalizadoCulturas ocidentais e orientais ajudam a tornar mais próximos osquatro cantos do planeta Terra. E, pegando “carona” na globalização,as alunas Priscila Oliveira(16 anos), Drielly Ribeiro(15 anos) e Thays Fiúza(16 anos), todas da turma2311 (1º ano do EnsinoMédio), colocaram a arteindiana em evidência atravésdos costumes e dançastípicas. A “produtora” doespetáculo sobre o 2º paísmais populoso do mundofoi Ana Caroline Menezes,que explicou a relação entrea arte corporal e a religiãonessa nação localizadano sul da Ásia.“A dança é uma das pilastrasda educação femininana Índia Antiga e muito pre-<strong>Jornal</strong> <strong>Educar</strong> 21


sente nos dias atuais. A projeção das mulheres na sociedade indianaatenuou as diferenças sócio-religiosas, tornando o sistema de castasultrapassado. Assim como na arte, a religião é tratada com muitaseriedade no seu funcionamento. O politeísmo é muito interessante,e a crença em vários deuses faz do país um ‘baú’ de mistérios”.No ano internacional da Astronomia proclamado pela Organizaçãodas Nações Unidas (ONU), a reverência a uma das primeirasciências foi preconizada pelas turmas 114 e 214, ambas do 4º ano,alunos, pais e visitantes demonstra a preocupação com aquelesmais necessitados. “Costumamos elaborar uma lista com produtosque podem ser ofertados, e, aqui na escola, os alunos estão cadavez mais focados nas responsabilidades sociais. Geralmente, sãorecolhidos alimentos não-perecíveis e materiais de higienização.Evitamos os vestuários porque, em oportunidades anteriores,foram trazidas muitas roupas e calçados impróprios. As informaçõeschegam para assistirmos às instituições carentes em tornoda nossa comunidade. E essa solidariedade com o próximo élouvável graças aos nossos 800 alunos”, finalizoua professora Carmem Castellar.Colégio Souza LimaGeneral Sezefredo, 646 – Realengo – Rio de Janeiro/RJCEP: 21715-060Tel.: (21) 3331-0082Coordenadora Geral: Alda Regina GomesFotos: Fabio Lacerdaque explicaram minuciosamente a evolução do mundo,através das maquetes. E, para tratar do assunto, umitaliano nascido em Pisa no dia 15 de fevereiro de 1564foi o personagem principal do workshop. Os alunos fizeramuma biografia de Galileu Galilei e evidenciaramsua importância para o estudo da Astronomia, uma vezque foi ele que aperfeiçoou o telescópio há 400 anos.E quem pensou que os 40 anos da chegada do homemà Lua fossem passar despercebidos se enganou redondamente.Yasmin Teixeira (àesquerda), Evelyn Cristine(centro) e Raquel Costa(à direita), praticantes denatação, iniciaram umaamizade tanto na sala deaula quanto na piscinaMão amigaNão foi a primeira nem a última vez que o colégioSouza Lima recolhe donativos para as instituiçõesfilantrópicas no bairro de Realengo após cada açãopedagógica. A atitude é constante, e a participação dos22 <strong>Jornal</strong> <strong>Educar</strong>


Língua PortuguesaSandro Gomes*No cotidiano da língua falada e escrita usamos figuras que têm a finalidade de dar mais expressividade ao nossodiscurso. Em boa parte das vezes não percebemos o emprego desses recursos, pois eles se encontram beminseridos na nossa condição de falantes. Mas conhecer essas figuras é uma boa maneira de aumentar nossodomínio da língua, porque vai nos permitir dar, de forma intencional, maior brilho a nossas participações comofalantes ou escritores. Assim, passamos a conhecer algumas dessas formas de exprimir nossas ideias.Figuras de somSão aquelas em que a expressividadedecorre da estrutura sonora das palavras.– Aliteração: repetição ordenada devários sons consonantais. Observe esseexemplo no belo trecho da poesia de ChicoBuarque: “Esperando, parada, pregada na pedrado porto.” Nota-se a abundância dos sons da letra“P” emprestando toda expressividade ao conteúdo.– Paranomásia: nesse caso, aproximam-se palavrascom sons parecidos, mas sem o mesmosignificado. Veja: “Sempre que posso, pensoe passo adiante”.Figuras de construçãoUsamos esse tipo de recursoem grande quantidade emnosso cotidiano.– Elipse: é uma omissãointencional e fácil de identificarde algum termo nafrase. Observe: “Em todo oambiente, não mais que dois clientes”. Suprimiu-se nesse caso over haver.– Zeugma: trata-se de omissão, mas de um termo que antes jáfora pronunciado na frase. Exemplo: “Ela costumava se exercitar pelamanhã; eu, à tarde”.– Polissíndeto: consiste na repetição de conectivos, ligando partesde orações ou de períodos. Veja: “E a mulher chorava e sorriae se alegrava e se entristecia, tudo ao mesmo tempo”. Repare queo abuso do conectivo “e” chama a atenção para o texto, porque demodo habitual usaríamos vírgulas para separar esses verbos.– Silepse: é um recurso no qual se concorda com algo que não vemexpresso mas está subentendido. Veja esses exemplos. “Vossa Santidadeficou pensativo” (Esse pronome de tratamento é feminino, masusou-se o masculino porque está implícito que a pessoa pertence aogênero masculino) / “Os Lusíadas entrou para o acervo da literaturauniversal” (O título da obra está no plural, mas, como se sabe que seestá falando de um livro, realizou-se a concordância no singular).Figuras de pensamento– Personificação ou Prosopopeia: ocorre quando atribuímosa seres inanimados qualidades próprias dos animados. Exemplo:“O mar me olhava como a revelar-me o futuro”.– Ironia: esse recurso abundantemente usado na fala diária consisteem usar um termo oposto ao que se quer dizer. Normalmenteesse uso traz uma conotação sarcástica ou humorística. Observe: “Ogrande mestre das letras mal sabia conjugar verbos corretamente”.– Clímax: é o uso ascendente ou descendente de termos nosentido de atingir um ponto culminante. Veja esse belo trecho dogrande Gonzaguinha: “Quero sentir a dor dessa manhã nascendo,rompendo, rasgando, tomando meu corpo e então...”.Figuras de palavras– Catacrese: nesse caso tomamos por empréstimo um termo naausência de outro específico. Exemplo: “O braço da guitarra tinharachado com o movimento brusco”.– Perífrase ou Antonomásia: nessa expressão substituímos umtermo conhecido por outro que mantém características do primeiro,que tornam fácil a identificação. Veja: “O atleta do século (Pelé)não ficou de fora do evento”.– Sinestesia: é um recurso que consiste em usar, na mesmaexpressão, sensações percebidas por diferentes órgãos. Exemplos:“Uma melodia dourada tocou-me na alma” / “O doce perfume damenina ficou marcado na memória”.Essas são apenas algumas dessas figuras de linguagem que usamoscotidianamente. Há outras mais conhecidas e que já abordamos outrasvezes nessa coluna. São os casos da metáfora, metonímia, hipérboleetc. que são mais requisitados nas salas de aula. Aqui optamos poraquelas menos conhecidas, mas nem por isso menos usadas, paraconferir mais diversidade ao estudo do tema. Em outras oportunidadesvoltaremos a esse interessante assunto para apresentar outrasfiguras, bem como outros usos linguísticos que empregamos em nossodia a dia para comunicar nosso pensamento. Até a próxima!*Sandro Gomes é Graduado em Língua Portuguesa e Literaturas Brasileirae Portuguesa, além de Revisor do <strong>Jornal</strong> <strong>Appai</strong> <strong>Educar</strong>.Amigo leitor, dúvidas, sugestões e comentários podem ser enviados para aredação do <strong>Jornal</strong> <strong>Appai</strong> <strong>Educar</strong>, através do e-mail: redacao@appai.org.br.<strong>Jornal</strong> <strong>Educar</strong> 23


Educação AmbientalValorizando o lugar onde se vive e pensando um projeto de vida em prol da comunidadeTudo começou em 2005 nas aulas de Ciências do professor Carlos Damião.Na época, estudantes da Escola Municipal Vereador Américo Rodrigues deAmorim demonstravam suas insatisfações quanto à falta de lazer e reclamavamda interferência de empreiteiras para construção de um parquetemático na cachoeira de Itimirim, em Itaguaí, região privilegiada pelassuas riquezas naturais.Naquele momento surgia oficialmente o projeto João de Barro, que desdeentão trabalha, a cada ano, com as turmas do pré-escolar ao 9º ano do EnsinoFundamental, a questão do meio ambiente. A partir daí as aulas de Ciênciasultrapassam os muros do colégio e todos se comprometem com uma causa queé ao mesmo tempo do município e do planeta: a preservação do ecossistemado entorno do colégio e da comunidade.A proposta do programa, que hoje conta com parceria do Museu da Vidada Fundação Oswaldo Cruz, é transformar hábitos e atitudes na escola com oobjetivo de construir um ambiente saudável com a comunidade participandode seu planejamento e execução. “O objetivo é a cidadania ativa, relacionandoas Ciências a outras disciplinas, estimulando a participação do alunadona busca de soluções para melhoria da qualidade de vida através de açõespreventivas, apropriando-se de temas ligados a água, saúde, ecossistema,saneamento básico e alimentação. O educando é sujeito do próprio crescimento,o professor é apenas mediador desse processo e o conteúdo é a suaprópria realidade”, explica Damião.No início, o trabalho estava voltado para o segundo segmento do EnsinoFundamental (6º ao 9º anos). As atividades de pesquisa, redação, artesanato,passeios eram desenvolvidas no contraturno. Mais tarde, a escola passou a terapenas o primeiro segmento (1º ao 5º anos), e os professores e alunos do segundosegmento (6º ao 9º anos) foram remanejados para outra escola. Assim oprojeto assumiu uma nova cara: os alunos do segundo segmento, em outra unidadeescolar, atuam como monitores, repassando as informações para os menores.Todos são contemplados. O projeto acontece em dois tempos: um teórico,onde os alunos aprendem sobre o assunto; e outro prático, em que eles, de ma-24 <strong>Jornal</strong> <strong>Educar</strong>Pet, jornais, papelão.Tudo é reaproveitadona escola e na casa dosalunos para onde eleslevam essa forma deviver melhorcom menosClaudia SanchesReciclando conceitos. A escola foi o berçode um trabalho que modificou a históriade uma cidade


O projeto é contínuo. Equipes de alunosfazem a confecção do tabuleiro para ojogo de trilha do mapa da vegetação deItaguaí com a parceria do Museu da Vidada FGVneira lúdica,repassam asinformaçõesaos estudantesdas faixasetáriasanteriores.Segundo oseducadores,o desempenhoescolar dos discentes melhorou com o projeto. Um outro pontoressaltado pela equipe pedagógica foi a ocupação do tempo ocioso dacriança e do adolescente.As culminâncias acontecem na escola com exposição do materialproduzido – oficinas, peças teatrais, artesanatos com material reciclado,experiências, apresentação de danças, peças e socialização dasinformações. O colégio também já “passeou” bastante fora da escola:em 2007, durante a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia na UniversidadeFederal Rural (UFRRJ), no II Encontro de Práticas Docentese o Museu da Vida, e na 3ª Olimpíada Brasileira de Saúde e Meio Ambiente.Em 2008, se apresentou no Fórum Mundial de Educação daBaixada Fluminense e no III Encontro de Práticas Docentes e o Museuda Vida. Em 2009 a escola recebeuo “Selo da Escola Voluntáriado Instituto Faça Parte”. Todas asatividades são registradas atravésde redações, o que estimula muitoa produção textual.O professor Carlos Damiãolembrou que a ideia do projetoJoão de Barro partiu do corpodiscente e chegou até o professor.Para ele, isso se reflete no comportamentode ex-alunos, queagora já estão no Ensino Médio,mas que ainda continuam participandoativamente das tarefas.A mudança de atitudes e consciênciados estudantes em relaçãoao tratamento do lixo, do solo eda água é evidente. De acordocom o professor, o que mais emocionaé ver que as mobilizaçõese as visitas a outros espaços eO projeto vai às universidades. Visita à Feira Nacional de Tecnologiana Universidade Rural: alunos apresentam as garrafas pet entre outrosmateriais. O reaproveitamento faz parte do cotidiano das equipes. Noseu estande os jovens falam sobre o projeto e ensinam os visitantes aconfeccionar vários artefatos com sucataeventos estimulamas criançasa traçar planospara suas vidas.“Ainda temosmuito a produzir,pois o projetoé contínuo”,conta ele, queneste momentoestá confeccionandojunto com os estudantes um jogo de tabuleiro (trilha) referenteà Mata Atlântica, no qual é retratado o caminho de acesso à Cachoeirade Itimirim. O objetivo maior do projeto é traçar novos rumos paraaqueles jovens e para toda a população de Itaguaí.Escola Municipal Vereador Américo Rodrigues de AmorimRua Sebastião Bruno de Oliveira, s/n – Itimirim – Itaguaí/RJCEP: 23826-320Tels.: (21) 2687-8845 / 3782-4261Diretora Geral: Selma Ferreira FariaFotos cedidas pela escolaAlunos também têm oportunidade de sair de suacidade para visitar outros lugares onde se produzciência: os grupos apreciam a maquete do mapada Fundação Oswaldo Cruz<strong>Jornal</strong> <strong>Educar</strong> 25


CiênciasAlunos realizam experimentos para tratar de questões ambientaisTony CarvalhoViver o hoje com responsabilidade e ter a visão de umamanhã melhor. Este foi o fio condutor da primeira Feira deCiências realizada por alunos e professores da Escola MunicipalDr. Getúlio Vargas, em Cachoeirinha, Magé. As atividadesinterdisciplinares envolveram alunos do 1º ao 9º anos doEnsino Fundamental. A equipe pedagógica da escola elaborouum cronograma para trabalhar as questões ambientais comovisão do futuro e instigar os alunos a responder a pergunta:que planeta nos espera?“A nossa região dispõe de muitos recursos naturais comocachoeiras, montanhas e muita área verde. Contudo, a necessidadede conscientização para preservar esses recursos deve serconstante. Sabemos que a educação é a base de tudo. Se conseguirmosdespertar nossos alunos para as questões ambientais,eles poderão conscientizar seus pais, seus vizinhos e, quandopercebermos, toda a comunidade estará mobilizada”, afirma aprofessora de Ciências Valéria Alves dos Santos de Andrade,coordenadora doevento.A l é m d epais e familiares,moradores dobairro compareceramà escolapara conferiros trabalhosO evento contou coma participação deintegrantes do Programade Saúde da Família,que mediram a glicosee a pressão arterial ederam explanaçõessobre a saúde do corpo.Também esteve presentea amiga da escola Mariados Remédios, profundaconhecedora deervas medicinaisAs crianças expuserammaquetes e cartazesabordando questõesambientaisexpostos e os experimentos realizados pelos alunos. Os visitantestambém puderam assistir a palestras e vídeos abordando atemática. Em um dos documentários exibidos, o personagemse teletransporta para 2070, ano em que o planeta estariapassando por uma escassez total de água.Alunos do 6º ano montaramum experimento simulandoos vulcões, estruturas geológicascriadas quando o magma, gases epartículas quentes escapam paraa superfície terrestre. Os estudantesmostraram como são lançadasna atmosfera as altas quantidadesde poeira e gases. Outra turma26 <strong>Jornal</strong> <strong>Educar</strong>


do 6º ano apresentouuma maqueteabordando a pressãoatmosférica,possibilitando aosvisitantes compreenderque, ao nos afastarmosda superfície do planeta, o ar setorna cada vez mais rarefeito e,portanto, exerce uma pressãocada vez menor.Uma equipe do 7º ano, porsua vez, apresentou à comunidadeescolar a proposta de plantar,literalmente, um futuro melhor.Utilizando caixas de leite epotes de margarina, os alunosincentivaram o cultivo de variadasespécies de plantas. Elesabordaram também outrofator fundamental, quemuitas vezes é esquecido:o transplante das mudaspara um jardim, onde asraízes das plantas terãoespaço e liberdade paracrescer e buscar na terratoda a água e nutrientesnecessários para o seu desenvolvimento.O 8º anoapresentou ume x p e r i m e n t orelacionado àcombustão, umaA Feira de Ciências teve comoreação químicaobjetivo sensibilizar toda acomunidade escolar em prol deexotérmica entreuma subs-um planeta sustentáveltância, o com-bustível, e um gás, o comburente. “Em uma combustão completa,um combustível reage com um comburente e como resultadose obtêm compostos resultantes da união de ambos, além deenergia. Alguns desses compostos são os principais agentescausadores do efeito estufa”, explica a aluna Isabelle.Outra turma do 8º ano demonstrou a eletrólise, métodousado para a obtenção de reações de oxidorredução. Alunosdo 9º ano apresentaram maquetes sobre energias alternativascomo a solar e a eólica. Os visitantes também assistirama uma simulação do efeito estufa feita por outra turma domesmo ano.Na avaliação da orientadora pedagógica Maria Emília Ribeiro,projetos como esse incentivam o salutar hábito da pesquisae valorizam o esforço individual e coletivo dos estudantes. “Épreciso preparar o cidadão do amanhã para o mundo que elevivencia fora dos muros da escola”, encerra.Escola Municipal Dr. Getúlio VargasEstrada Antonio Alem Bergara, 23/24 – Cachoeirinha – Magé/RJCEP: 25920-000Tel.: (21) 8685-3070Fotos: Tony CarvalhoOs visitantes assistiram a palestras e vídeos sobre autilização dos recursos naturais. Eles retornaram às suascasas conscientes de que respeitar o meio ambiente équestão de sobrevivência<strong>Jornal</strong> <strong>Educar</strong> 27


Direitos HumanosProfessores e alunos utilizaram linguagensverbais e não-verbais para expressar seusanseios por uma sociedade igualitáriaTony Carvalho“Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência,devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade”. Esse é o primeiro dos 30 artigos quecompõem a Declaração Universal dos Direitos Humanos, proclamada pela Assembleia Geral da Organizaçãodas Nações Unidas. Esses artigos foram trabalhados sob diversos aspectos pelos alunos do 1º ao 5º anos daEscola Municipal Jardim Metrópole, em São João de Meriti, durante a realização do projeto Direitos Humanos.Para a diretora geral da escola, professora Renata Cristina, a compreensão dos direitos e liberdades individuaispossibilita que as crianças tracem um paralelo entre o que está no papel e o que eles vivenciam no cotidiano.“O objetivo do projeto foi valorizar a autoestima das crianças e, ao mesmo tempo, aproximá-las de um temaabrangente para a realidade delas, fazendo com que seja trabalhada a consciência de algo maior”, justifica.As 21 turmas do primeiro segmento do Ensino Fundamental produziram cartazes, faixas, banners echarges para demonstrar à comunidade escolar como eles interpretaram os 30 artigos criados pela ONU paraatingir a todos os povos e nações, promovendo o respeito e a manutenção dos direitos iguais e inalienáveiscomo fundamento da liberdade, da justiça e da paz no mundo. Os alunos também fizeram apresentações dedanças, capoeira e street dance para manifestar suas opiniões contra todas as formas de preconceitos.Segundo as professoras envolvidas no projeto, durante as etapas de estudo e reflexão do estatuto, ascrianças surpreenderam com depoimentos que retratam uma realidade em que fica claro o embate entre odireito da maioria e o das minorias. A professora Shirlei da Silva desenvolveu o trabalho com alunos do 5ºano. “Em determinada fase das atividades, ao lançar o questionamento sobre a justiça ser ou não cega, osestudantes relataram vários exemplos vivenciados por eles mesmos, que revelam o preconceito praticadocontra as classes menos favorecidas. Um deles escreveu: a justiça é cega, mas as injustiças nós vemos”,constata a professora.28 <strong>Jornal</strong> <strong>Educar</strong>


A professora Ana Claudia Dias trabalhou com alunos do4º ano o artigo 6º, que trata do direito de todo cidadão ser,em todos os lugares, reconhecido como pessoa perante alei. “As crianças realizaram várias atividades a partir dacertidão de nascimento e compreenderam a importânciadesse documento para suas vidas”, garante. Já a professoraIsis Nascimento, responsável pela sala de leitura epor uma turma do 3º ano, abordou os dez princípios daDeclaração Universal dos Direitos da Criança. “Os alunosdespertaram para uma visão que, até então, não tinham.Eles aprenderam que é importante fazer valer o direito dacriança e aprender a conviver com as diferenças. No artigoque fala sobre crianças portadoras de necessidades especiais,por exemplo, pude perceber o quanto isso mexeu com a turma”, completa.As orientadoras educacionais Rosane Costa e Rosilea Teixeira participaram do desenrolar do projeto.“A elaboração começou da ideia de podermos envolver toda a comunidade escolar em torno dos direitoshumanos, buscando efetivá-los no dia a dia. A função social da escola é fazer valer esses direitos começandoa formar cidadãos desde pequenos e, assim, construir uma geração mais justa”, afirma Rosilea.Rosane também faz parte de uma organização não governamental que tem parceria com o município paradesenvolver atividades voltadas para os direitos humanos. “A conscientização também é função socialda escola. Quando trabalhamos com crianças, o objetivo se dá a longo prazo. Atuamos no presente paraque o futuro seja diferente”, diz a educadora. A orientadora pedagógica Maria Dias da Silva acrescenta:“É gratificante perceber que essas crianças podem ser a semente de uma sociedade mais justa”.A diretora adjunta Rejane Santos da Silva destaca o envolvimento de toda a equipe pedagógica: “Oprojeto é fruto de um trabalho conjunto do qual todos participaram intensamente. A professora Renatavem mostrando um bom trabalho na direção da escola e fazendo com que todos deem sua contribuiçãonesse processo. Anteriormente, na avaliação da Provinha Brasil, estávamos entre os piores do município.Mas, com uma ação intensa, revertemos essa históriae, na última avaliação, a escola já apresentou umamelhora considerável”, finaliza.Alunos e integrantes do projetoEscola Aberta trabalharam questõesligadas à consciência negra. Elesfizeram apresentações de dança,capoeira e hip-hop para destacar osmovimentos culturais que surgiramcomo uma alternativa de combateaos preconceitosEscola Municipal Jardim MetrópoleRua Rio Claro, 20 – Bairro Jardim Metrópole – SãoJoão de Meriti/RJCEP: 25570-607Tel.: (21) 2650-3373Diretora Geral: Renata CristinaFotos: Tony CarvalhoAs crianças interpretaram os 30 artigos criados pela ONU com o objetivo de assegurar o respeito e aigualdade de direitos entre os indivíduos<strong>Jornal</strong> <strong>Educar</strong> 29


HistóriaTony CarvalhoUma exposição acerca dos elementosda história e da cultura da África,como a arte, a culinária e os costumesque contribuíram na formação do povobrasileiro. Esta foi a proposta da mostraA África está em nós, promovida pelaCoordenadoria Metropolitana IV, daSecretaria Estadual de Educação, emparceria com a Secretaria Municipal deEsporte e Lazer. O evento aconteceu naquadra da Vila Olímpica Mestre André,em Padre Miguel.A Metropolitana IV abrange 134unidades escolares, desde Anchieta atéSepetiba, incluindo Guaratiba. SegundoLuis Gustavo Ribeiro, gerente deensino dessa coordenadoria e representantedo Comitê étnico-racial, asescolas são orientadas a trabalhar comas leis 10.639 e 11.645, que tornam obrigatórioo estudo da história e dacultura afro-brasileira e indígenanos estabelecimentos de EnsinoFundamental e Médio.“Ao longo do ano, cada unidadedesenvolve projetos interdisciplinaresque abordam essatemática, difundindo a vastacultura desses povos. No bojodo projeto, as questões éticas, adiscriminação e os preconceitosraciais e sociais são trabalhadoscom o objetivo de melhorar aautoestima e o relacionamentointerpessoal. Afinal, nada melhorque a educação e a informaçãopara quebrar barreiras”, justifica.Estudantes das unidadesescolares que compõem aCoordenadoria MetropolitanaIV apresentaram trabalhosde pintura, tapeçaria einstrumentos de percussão pararetratar a rica cultura africanaOs alunos do Ciep 362 Roberto BurleMarx, localizado em Guaratiba, levarampara a mostra painéis modernistas, retratandosímbolos africanos, e máscarasde papel marchê em tamanho gigante.Os trabalhos resultaram de atividadesenvolvendo Educação Artística, LínguaPortuguesa, Filosofia, História e Matemática.O Ciep 432 Alberto Cavalcanti, deInhoaíba, expôs estamparias africanas.“Essas atividades são muito importantespara a formação do estudante. Muitosdeles se descobrem como cidadãos eseus desempenhos, em conteúdo edisciplinarmente, melhoram consideravelmente”,avalia a diretora da unidadeEliane Alves de Oliveira.O Colégio Estadual MonsenhorMiguel de Santa Maria Muchon, emPadre Miguel, abordou o respeito àsdiversidades. Os alunos expuseramcartazes enfocando as etnias, omeio ambiente e a cultura afro.“As atividades contaram com aparticipação de alunos do EnsinoMédio e do projeto Escola aberta,o qual propicia à comunidadeum contato direto com a escola”,relata a diretora Ana Paula FreitasRodrigues. Já o Ciep 225 MárioQuintana, de Campo Grande,expôs maquetes relacionadas aotema e instrumentos de percussão,como afoxé, agogô, caxixi eberimbau. Os alunos do EnsinoMédio ainda fizeram um númerode canto e dança.30 <strong>Jornal</strong> <strong>Educar</strong>


As escolas de Ensino Fundamental e Médio são orientadas atrabalhar com as leis 10.639 e 11.645, que tornam obrigatório oestudo da história e da cultura afro-brasileira e indígenaDiversidade e pluralidade: alunos dos colégiosenvolvidos no projeto destacaram, através da música eda dança, a contribuição da cultura negra na formaçãoda identidade nacionalJá os jovens do Colégio Estadual Leopoldina da Silveira,de Bangu, organizaram uma apresentação de Tae kwon do.Entre os atletas, destaque para Luan Vitor, do 1º ano do EnsinoMédio. Ele é campeão estadual desse esporte na sua categoriae recordista da Copa Rio. “O colégio contribuiu bastante paraque eu me interessasse pelo Tae kwon do, já que abriu as portaspara a prática dessa modalidade. Depois foi só me empenhar e osresultados começaram a aparecer”, afirma.A professora Margarida Vieira é coordenadora técnica da VilaOlímpica Mestre André. Para ela, a parceria entre escolas e instituiçõescomo a que ela dirige é uma ideia que deve ser incentivada.“A nossa proposta é privilegiar o esporte e a educação.As vilas olímpicas dispõem de espaços que possibilitam essaintegração, ocupando o tempo livre das crianças”, completa.A educação como ferramenta para quebrar as barreiras sociais:professores e alunos exploraram as atividades artísticas para abordar asdiversas formas de preconceitoVila Olímpica Mestre AndréEsquina da rua Marechal Falcão s/nº – Padre Miguel – Rio deJaneiro/RJCEP: 21721-021Tel.: (21) 3291-1302Funcionamento: 3ª a 6ª feira, das 7:00 às 17:00h / sábados e domingos,das 9:00 às 16:00hCoordenadora técnica da Vila Olímpica Mestre André: Margarida VieiraFotos: Tony Carvalho<strong>Jornal</strong> <strong>Educar</strong> 31


InclusãoInclusão fora e dentrodas quadrasWellison MagalhãesQuem olhasse para as atividades deEducação Física dos alunos do segundosegmento do Colégio Estadual ProfessorMurilo Braga, localizado no Centro de São Joãode Meriti, poderia imaginar que se tratava de umaescola para alunos especiais, adaptados ao universodos “normais”. Contudo, mais uma vez,ficou confirmado que imagem não é tudo. Nãoeram os especiais se inserindo no mundo dosnormais, mas os normais entrando no universodas pessoas com necessidades especiais.A ideia de promover esta interação nasceuna mente do professor de Educação FísicaSérgio Henrique, e logo transformou-se emum artigo científico. Para Sérgio “a escola públicaé um grande local para se fazer pesquisa,pois os alunos e os recursos estão à disposição”.Ele acreditou que poderia preparar aulasdiferentes, que pudessem levar aos estudantesum outro conhecimento, além dos esportesconvencionais já praticados nas escolas.Sobre o tema proposto, Educação Físicae Acessibilidade, o Professor acredita que oacesso das pessoas com necessidades especiaisdeve estar para além da adoçãode adaptações físicas. “É necessáriodesenvolver uma estratégia tambémpara uma inclusão moral”. Ao ladodele, aderiram à ideia os professoresde Educação Física Lenia Merciae Rafael Oliveira, além da coordenadoraPatrícia Moraes. Todosse reuniram constantemente porquase 2 meses antes de executaro projeto.Dos quase 1.600 alunos doColégio, metade esteve envolvi-32 <strong>Jornal</strong> <strong>Educar</strong>


da diretamente com as atividades propostas pelo pequeno grupo dedocentes. Muitos aceitaram rapidamente as ideias, embora algunsalunos e responsáveis tenham decidido não participar diretamentedo trabalho. “Como este não foi um evento, mas um programaproposto para os discentes, foi possível ter tempo para ver osresultados”, diz Sergio, que, além do planejamento, fez uma rodade avaliação com outros colegas da área e com representantesdas turmas. Para ele a demonstração de apoio veio não apenas dedezenas de estudantes, como de professores e da própria direçãoda escola. “É empolgante saber que outros professores de disciplinasque não têm nada a ver diretamente com Educação Físicatenham se sensibilizado com o que foi feito”, diz. A professora deSociologia Rosimei Rufino é um exemplo disso. Segundo Sérgioela já propôs uma parceria para o novo ano, já que tem tratadode assuntos semelhantes em sala de aula.O programa sugerido por Sergio tem tudo a ver com a propostapedagógica do Murilo Braga, uma vez que a escola desenvolve, háalgum tempo, um trabalho com portadores de necessidades especiais,e agora prepara obras de infraestrutura para melhorar ainda mais oacesso deles à área física da instituição. Para a diretora Maria Angélica,o projeto tem tudo para ser um grande diferencial para gruposque precisem de atenção especial.O programa, que contou com o total apoio da direção da escola,teve as suas ações fomentadas nos turnos da manhã e da tarde.Além do interesse da comunidade escolar, as atividades tambémdespertaram a atenção de associações e instituições que trabalhamcom portadores de deficiência física. Em uma das atividades o Colégiorecebeu a visita da Andef (Associação Niteroiense de DeficientesFísicos), que foi conferir as atividades dosalunos do Murilo Braga.Além do interesse da comunidadeescolar pelo programa, as atividadestambém despertaram a atençãode associações e instituições quetrabalham com portadores dedeficiência física<strong>Jornal</strong> <strong>Educar</strong> 33


Como funcionam algunsesportes paraolímpicosVoleibol sentadoA modalidade surgiu a partir da combinaçãoentre o voleibol convencional e ositzbal, esporte alemão que não tem redee é praticado por pessoas com dificuldadespara se locomover e que, por isso, jogamsentadas. Entre o vôlei paraolímpico e oconvencional há menos diferenças do quepossa parecer. Basicamente, a quadra émenor do que a convencional (mede 6 mde largura por 10 m de comprimento, contra18 m x 9 m) e a altura da rede tambémé menor, pois os jogadores competemsentados. Outra diferença consiste no fatode que o saque pode ser bloqueado.Tênis de mesaO tênis de mesa paraolímpico foi evoluindono decorrer dos anos. Inicialmenteeram disputadas apenaspartidas individuais.Depois os Jogos passarama organizar tambémtorneios de duplas. Emseguida vieram as competiçõespor equipe. OBrasil compete em JogosParaolímpicos desde1996, quando a disputaocorreu em Atlanta.Os jogadores de tênisde mesa podem serhomens e mulheres comparalisia cerebral, amputados,cadeirantes oudeficientes visuais. Elescompetem em pé ou emcadeira de rodas.O projeto foi desenvolvido, naverdade, em três fases, conta oprofessor Sérgio: “Nós fizemos umasensibilização com os alunos, depoisrealizamos uma pesquisa sobre oassunto e em seguida começamoscom os esportes adaptados. Dentreeles o basquete de cadeira de rodas,lançamento do disco, corridas paracegos, futebol para cegos, vôleisentado e tênis de mesa adaptado”.Todas essas atividades fazem parteda agenda paraolímpica de práticasesportivas, o que de quebra alimentaum pouco mais o conhecimentosobre o tema.Durante o desenvolvimento doprojeto, os estudantes tiveram aoportunidade de ter contato comvárias atividades físicas, própriasde pessoas com necessidades especiais.A estudante Sarah Regina daSilva, 17 anos, diz ter vivenciado ascontinua34 <strong>Jornal</strong> <strong>Educar</strong>


Educação Física e Acessibilidade, oProfessor acredita que o acesso daspessoas com necessidades especiaisdeve estar para além da adoção deadaptações físicasFutebol de 5Podem competir atletas com diferentesgraus de deficiência visual. A modalidade é praticadaem quadras abertas para que não ocorramecos. Os jogos só podem ser realizadosem ginásios que tenham aberturas laterais. Asdimensões são as mesmas da quadra de futsal,40 m x 20 m, podendo medir até42 m x 22 m. Entretanto, há umaárea retangular própria do goleiro,além da grande área. Se esteatleta sair de seu espaço ou tocarna bola fora dessa área, é marcadopênalti. Esta mudança serve parareduzir o espaço dos goleiros, quesão os únicos que podem enxergarno time. Cada equipe é compostapor quatro jogadores de linha eum goleiro. As partidas têm doistempos de 25 minutos, com umintervalo de 10 minutos.dificuldades de uma pessoa com necessidade especiale concluiu: “Nunca achei que seria tão difícil me passarpor deficiente”. Opinião semelhante à da aluna Rafaela:“É muito difícil a vida que levam. A gente precisa se pôrno lugar deles para conhecer as suas necessidades”.Para os estudantes, acostumados apenas ao cotidiano das disciplinas de Geografia,Português ou Matemática, atividades extracurriculares como essas deveriam ser estimuladasna escola. Para o aluno Yago Marcelo da Cunha, 17 anos, o trabalho serviu paraabrir os olhos para o tema: “Agora eu consigo prestar atenção nas pessoas deficientesque vejo nos ônibus”. Para Andressa Pereira, 16 anos, que tem um caso na família, otrabalho apenas confirma o cotidiano para pessoas especiais: “A minha mãe amputouuma perna, e eu vejo como é difícil para ela andar pela rua. Tudo esburacado!”, protestaa estudante.O projeto desenvolvido no Murilo Braga abre, ainda mais, o leque de opções àsaulas de Educação Física da escola, que deixam de ser apenas uma atividade para odesenvolvimento e aperfeiçoamento da saúde corporal e se tornam um aliado de umanova consciência social, que inclui atodos – jovens e adolescentes – eprincipalmente aqueles que, por razõesdiversas, se sentem excluídos dasociedade.Colégio Professor Murilo BragaRua Roberto Bedran, s/n – Centro –São João de Meriti/RJCEP: 25520-070Tel.: (21) 2756-4554Diretora: Maria Angélica NovaesFotos cedidas pela escola<strong>Jornal</strong> <strong>Educar</strong> 35


SaúdeTransmitir conhecimento, orientar e educar. Estas são algumasdas funções de um professor e, para desempenhá-las, a voz é fundamental.Mas o principal instrumento de quem ensina pode sertambém uma fonte de problemas. Professores apresentam elevadaocorrência de alterações na voz relacionadas à falta de preparo vocal,às condições inadequadas de trabalho e ao uso excessivo da fala.Enfraquecimento ou perda da voz no final do dia, quebras na vozdurante as explanações, rouquidão, dificuldade em modular a voz,diminuição do volume da voz, voz mais grave do que no início daprofissão, respiração curta enquanto fala, dor e sensação de queimaçãona garganta, esforço para falar e tosse seca. Estes são algunsdos sintomas de que há problemas com a voz. Eles podem ter iníciorápido ou se instalar progressivamente, e a consulta a um médicootorrinolaringologista ou fonoaudiólogo é necessária caso permaneçampor mais de 15 dias, sem relação com gripes ou resfriados.A voz é produzida na laringe através da vibração das pregas vocais– popularmente conhecidas como cordas vocais –, que realizam seumovimento graças ao fluxo de ar que vem dos pulmões (expiração) e àação dos músculos da laringe. O som vai se modificando nas cavidadesque funcionam como alto-falantes: faringe, cavidades bucal e nasal eseios da face. A estas modificações dá-se o nome de ressonância.Relaxe e respirePara preservar as cordas vocais é preciso desenvolver técnicasde relaxamento, respiração e impostação, utilizando corretamenteo aparelho fonador. Além disso, é possível preservá-la durante asaulas, controlando o volume, não gritando e diminuindo, sempre quepossível, os ruídos ambientais. Mesmo nas aulas ao ar livre é possívelminimizar o desgaste usando apitos e megafones e organizandoantecipadamente a dinâmica para jogos.É importante também teratenção à postura, mantendoserelaxado, com a cabeça e ocorpo retos, sem tensão,e com alguns cuidadosdiários. Use, porexemplo, giz antialérgicose for trabalharcom quadro-negro elimpe-o sempre compano úmido. Tambémé importantemanter na sala deaula uma garrafade água e beberalguns golessempre que possível.Evite tambémfumar.Além disso, sempreque puder utilize recursosdidáticos e faça atividadesque minimizem o uso da voz.Aproveite o intervalo entre asaulas para fazer um repousovocal, evitando conversasruidosas na sala dos professores.Dicas para cuidar da sua vozEvite gritar ou falar durante muito tempo.Evite se expor a mudanças de temperatura, tomando cuidado,inclusive, com bebidas geladas.Evite pigarrear ou tossir constantemente, pois este hábito promoveo atrito entre as pregas vocais.Evite bebidas alcoólicas em excesso. Como atuam como anestésicos,aparentemente melhorando a voz, mascaram seu abuso.O mesmo acontece com sprays e gengibre.Beba bastante água, principalmente em ambientes com arcondicionado.Evite falar em ambientes muito ruidosos.No caso de alergias, evite exposição à poeira, gás e cheirosmuito fortes.Não fume, pois o fumo irrita a mucosa do aparelho fonador,especialmente as pregas vocais.Cuide de sua saúde como um todo, pois problemas no seu corpopodem influenciar na produção da voz.Mastigue bem os alimentos, evitando aqueles muito condimentados.Evite também achocolatados e derivados do leite antes douso profissional da voz, já que eles aumentam a viscosidade domuco no trato vocal.Enquanto estiver falando, mantenha a postura do corpo reta,principalmente a cabeça.Realize exercícios de aquecimento vocal indicados por um fonoaudiólogo.36 <strong>Jornal</strong> <strong>Educar</strong>fonte: http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/especial.asp?EditeCodigoDaPagina=2269


Saúde BucalOs hábitos alimentares são adquiridos apartir dos primeiros dias de vida do bebê.Iniciam-se com o aleitamento materno,que deve ser exclusivo até os 6 mesesde vida, e que é importante para o desenvolvimentoósseo e muscular.Após a erupção dos primeirosdentes, os alimentos sólidos são importantespara o exercício da mastigação.Assim que possível, deve-se restringir ouso da mamadeira, substituindo-a pelaalimentação sólida.A dieta deve ser equilibrada comfrutas, verduras, legumes, carnes, ovos,leite, cereais, entre outros. Deve havermonitoramento dos horários das refeições,evitando-se, principalmente, alimentos açucaradose ácidos (limão, laranja, vinagre etc.)entre elas, pois diminuem o pH do meio bucal(tornando-o mais ácido). Consequentemente, osdentes ficam mais vulneráveis à doença cárie.Os alimentos açucarados pegajosos e/ou sólidos (balas de goma,biscoitos recheados, caramelos etc.) podem causar mais lesões cariosasque os líquidos (refrigerantes, suco adoçado). Quanto maior a frequênciade ingestão destes alimentos e quanto mais próximo do horário de dormir,maior o risco de formação das lesões cariosas. Portanto, logo apóso consumo de doces e alimentos ácidos, é necessária a escovação.CárieO que é Doença InfectocontagiosaA cárie é uma doença infecciosa e transmissível, que pode ser adquiridana primeira infância, sendo a causa mais comum da dor de dente.Os restos alimentares, principalmente os açucarados, que permanecemem contato com os dentes, são utilizados pelas bactérias presentesna boca, originando ácidos responsáveis pela destruição dental.ConsequênciasDor, edema (inchaço), mau hálito e alteração da oclusão (encaixedos dentes);Perda da forma (estética) e função (mastigação);Necrose pulpar (mortificação) e a consequente necessidade de realizaçãode tratamento de canal, havendo a possibilidade de formaçãode pus no local, que pode se disseminar para outras partes do organismo.Além disso, pode haver necessidade de extração dental.Como prevenirManter a higiene bucal através da escovação, uso do fio dental e flúor;Reduzir a ingestão de açúcares, inclusive nas mamadeiras, principalmenteantes de dormir e entre as principais refeições;Visitar o cirurgião-dentista periodicamente;Procurar orientação do cirurgião-dentista em casos de diminuiçãodo fluxo salivar, decorrente de doenças e tratamentos médicos específicos.Ex.: uso de antidepressivos, diabetes, medicamentos usadosno tratamento do vírus HIV, entre outros;Não compartilhar com bebês e crianças copos, talheres, escovasdentais e outros objetos de uso pessoal. Não resfriar o alimento dacriança através do sopro e não beijar o bebê ou a criança na boca, poisas bactérias causadoras da cárie também estão presentes na saliva.O que é Doença PeriodontalA doença periodontal é provocada, principalmente, pela placabacteriana, que é composta por resíduos alimentares e bactérias. Aplaca bacteriana é responsável pela inflamação da gengiva e do periodonto(estrutura que sustenta os dentes: osso alveolar, ligamentoperiodontal e cemento).Além disso, quando acumulada por um longoperíodo, a placa pode endurecer pela deposiçãode sais minerais da saliva, originando o cálculodental, popularmente conhecido como tártaro, quetambém contribui para a inflamação gengival e,progressivamente, para as doenças periodontais.ConsequênciasUma vez estabelecida a inflamação, podeocorrer sangramento gengival, mau hálito e mobilidadedos dentes, podendo chegar até à perdados mesmos. Ainda existe a possibilidade de asGengiva inflamadapelo tártarobactérias presentes na boca se disseminarem pelo corpo, acarretandoproblemas de saúde geral.Como prevenirManter a higiene bucal através da escovação, uso do fio dental eflúor; visitar o cirurgião-dentista periodicamente para revisão e remoçãoprofissional da placa bacteriana e tártaro, quando necessário.Progresso da cárieFonte: http://www.crosp.org.br/saudebucal/2006/Saude%20Bucal.pdf, em 28/04/2010.<strong>Jornal</strong> <strong>Educar</strong> 37


InterdisciplinaridadeO homem mostra suas conquistas através da evolução tecnológicaSandra Martins“A Escola não pode ficar fechadadentro dos seus muros”. Mais doque uma frase de efeito, o CentroEducacional Saviani, no bairro Almerinda,em São Gonçalo, procuraenfatizar a parceria entre a escola ea comunidade, através de projetospedagógicos como a Finterc – FeiraInterdisciplinar. Alunos da EducaçãoAbrindo asolenidade com desfileNo subtema “Evolução da escrita”,os jovens pesquisadoresconfeccionaram, em argila, asprimeiras formas de comunicaçãodo homem até os atuaisalfabetos. Com a escrita osindivíduos começaram a fazerregistros de acontecimentos,fatos e situações que serviramInfantil ao 9º ano mostraram as contradições queconvida moradores ecívico, comunidade escolarenvolvem a evolução do homem, com sua capacidadefamiliares para participarda Feiracomo se fossem uma janelapara o passado. Dessa forma,criativa que tantos benefícios trouxe para a humanidade, ao mesmotempo em que produziu para ela mesma outros infinitos problemas.Interdisciplinar (Finterc)os conhecimentos puderam serreproduzidos e ampliados progressivamente.Para a diretora do Saviani, professora Elvira Márcia dos Santos Faria,se o trabalho tivesse que ser resumido em uma frase, esta, certamente,seria a de um alerta: É preciso encontrar um equilíbrio entreessas contradições.Com o tema “Brincadeiras antigas e modernas”, as turmas daEducação Infantil convidavam os adultos a viajarem no tempoem que brincavam de rodar pião de madeira, ioiôs, cordasde saltar, panelinhas de plástico ou lata. A parceria foitanta, que muitos dos brinquedos expostos foramemprestados pelos próprios pais ou amigos. Eraperceptível a alegria dos pequenos ao verem seuspais se divertirem com eles como se tivessemvoltado a ser crianças outra vez.As turmas do primeiro ano, com o apoio dosprofessores-monitores Nilber e Cátia, apresentarampesquisas sobre “A conquista dos direitos da criançae do adolescente” e a “Evolução da escrita”. Em cadaestande os alunos procuravam se esmerar explicandoa importância do Estatuto da Criança e do Adolescente(ECA) tanto para as crianças como para aprópria sociedade e da necessidade deMostrou-se também que ler e escreversão direitos de todos, independente da classe social, cor ou raça.As professoras Maria do Socorro e Luci monitoraram as turmas do2º ano, que trataram, respectivamente, dos temas “Direitosda Mulher” e “Homem, inventor nato”. No estande umapeça construída pelos alunos chamava a atenção, peladelicada lembrança da feminilidade mesclada com aforça da luta pelos seus direitos: uma flor com cabode lixa e miolo contendo um artigo relacionado aosdireitos da mulher. No estande “Homem, inventornato”, os alunos apresentaram algumas invençõesque beneficiaram a humanidade e seus respectivosinventores.Mas como nem tudo são flores, o estande do 3ºano apresentou suas pesquisas sobre “O malefícioda tecnologia”. Ou melhor, o que ocorre quando ohomem não utiliza adequadamente os recursos tecnológicosque lhe são proporcionados. E, entre os váriosproblemas, certamente a questão do lixo não pode serdeixada de lado, como as quase eternas garrafas pet,pneus velhos, enfim, detritos que consomem parte dase colocar de fato esta legislação em De forma simples, semenergia vital do planeta.pilhas ou até mesmo umprática. Os estudantes produziram folhetosexplicativos com alguns artigos fazem sucesso entre osHD potente, brinquedosmais jovensdo ECA que foram distribuídos para opúblico.A tecnologia também foi o mote para a turma do 4ºano, monitorada pela professora Luciane, com o tema“Na tecnologia tudo se renova”. Os alunos apresentaram aevolução de alguns inventos, como a máquina fotográfica,38 <strong>Jornal</strong> <strong>Educar</strong>


agora digital. Os meios de comunicação foram contemplados compesquisas diversificadas, entre elas sobre a máquina de escreverchegando aos mais modernos computadores. Com a “Inteligênciaartificial”, defendida pelo 2º ano, mostrou-se uma linha dotempo das grandes invenções e seus criadores. E os alunos do7º ano expuseram o tema “Satélites – a era da comunicação”. Osvisitantes ficaram surpresos com a informação de que a quantidadede satélites lançados é de aproximadamente 4.600 e que apenas 450continuam em atividade. O resto é lixo espacial. Ou seja, não bastasujar o planeta, temos, também, que invadir sua órbita e deixar paratodo o sempre a marca indesejável da obsolescência.Uma das conquistas da humanidade foi o desenvolvimento de processosque conferissem qualidade de vida ao ser humano. Assim, osalunos do 5º ano pesquisaram sobre “A vacina e sua evolução”, tendocomo monitora a professora Ilma. Os visitantes puderam acompanharo processo da produção de uma vacina. Conheceram também a históriade alguns cientistas brasileiros de destaque em suas áreas, comoOswaldo Cruz, Carlos Chagas e outros. E tomaram conhecimento doinusitado episódio da história brasileira, a Revolta da Vacina.Já a turma do 8º ano discutiu sobre a “Evolução da ciência”. Paraexplorar o tema os alunos fizeram a experiência de separar o DNAdo morango. Comentaram a importânciadessa descoberta parao homem, por permitir o examede paternidade, por exemplo, etambém a resolução de crimes.Outros temas também instigantesforam desenvolvidos como transplantes,clonagens, entre outros.As “Fontes de energia”, fundamentaispara a continuação da vidahumana no planeta, foramtratadas pelo pessoal do6º ano. As pesquisasenvolveram diferentesformas de energiacriadas pelo homem:a hidrelétrica,a solar, a eólica, anuclear e outras. Osalunos criaram maquetese explicaram comocada energia era gerada, seusbenefícios e os impactos para omeio ambiente.Com a lição na ponta dalíngua, os alunos explicamque o Estatuto da Criança edo Adolescente é umalei universalDo papiro ao telefonemóvel, a ideia é mostrar osavanços tecnológicos nossuportes comunicacionaisOutro estande interessante que chamava bastante aatenção era o da turma do 9º ano, com o tema “O homem e aconquista do espaço”. Os visitantes eram convidados a entrar em umasala especialmente decorada para fazer uma viagem do início da corridaespacial até os dias de hoje. Foi traçado um mural com fotos e todo otrajeto percorrido pelos países envolvidos – EUA e URSS. Ali era possívelacessar um telescópio, experimentos e produtos que usamos cotidianamentee que foram fruto de investimento em pesquisas. Os alunosfizeram referências ao astronauta brasileiro Marcos César Pontes.Como afiançado por Elvira Márcia, professora e diretora do CentroEducacional Saviani, a parceriaentre a comunidade escolar,arredores e órgãos públicosfoi fundamental para a consecuçãoda Feira Interdisciplinar.Dessa forma, alunos e visitantespuderam conhecer técnicas desalvamento contra mordidas decobras – assim como ver algumasespécies vivas – e conversar comsoldados-bombeiros que expuseramequipamentos diversos.Centro Educacional SavianiRua Dorival Soares deAssunção, 87 – BairroAlmerinda – São Gonçalo/RJCEP: 24742-380Tel.: (21) 3606-2950Diretora: Elvira Márcia dosSantos FariaFotos cedidas pela escola<strong>Jornal</strong> <strong>Educar</strong> 39


<strong>Jornal</strong> <strong>Appai</strong> <strong>Educar</strong>(Veículo Técnico de Apoio ao Profissional de Educação)Seguro deAcidente Pessoal Coletivo(Invalidez)Serviço SocialBenefício deEducação Continuada(Ciclo de Cursos e Palestras)Médico Ambulatorial Básico Coletivo* (sem internação)(Atendimento limitado, por ser anterior à lei específica, a alguns exames,procedimentos e especialidades)JurídicoDança de Salão(Atividade Recreativa)Seguro de Vida em Grupo(Morte e para algumas doenças graves)Assistência FuneralANS - Nº 38254-0Odontológico Ambulatorial Básico Coletivo*(Atendimento limitado, por ser anterior à lei específica, a alguns exames,procedimentos e especialidades)* Nas localidades e nos limites dos benefícios disponibilizados pela <strong>Appai</strong>Convênios e parcerias com outras instituições (Opcionais):Plano Hospitalar ColetivoPousadasOBS.: Antes de se associar, consulte a Relação de Benefícios para obter mais informações sobre a amplitude dos mesmos e outros convênios.**Ao associar-se à <strong>Appai</strong>, você poderá descontar em folha a sua contribuição associativa.***A opção do desconto em folha estará disponível apenas para os órgãos ou entidades que tenham convênio e/ou parceria com a <strong>Appai</strong>.Associação Beneficente dos Professores Públicos Ativos e Inativos do Estado do Rio de JaneiroRua Senador Dantas, 117 – sobreloja 211 – Centro – Rio de Janeiro – RJ – CEP 20031-911Tel.: (21) 3983-3200 – Portal: www.appai.org.br – Correio Eletrônico: appai@appai.org.brMestre, parabéns!A <strong>Appai</strong> homenageia todos os professores eprofissionais da área da Educação, que abrem caminhosde esperança através do ofício de ensinar.28 de abrilDia Internacional da Educação

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