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Revista Numismatas Chaves 2010.pdf

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19CHAVESFoi um apaixonado pela ornitologia e pela oceanografia. Ao longo de dozeanos de campanhas, D. Carlos reuniu uma colecção zoológica de incalculávelvalor histórico e científico. Esta colecção tem vindo a servir de baseà realização de diversos estudos científicos, nomeadamente sobre peixese crustáceos e a parte que resistiu a inumeros saques e mudanças de localde armazenagem, está hoje exposta no Aquário Vasco da Gama.Honrando esta faceta do monarca, a Armada Portuguesa opera actualmenteum navio oceanográfico com o nome de D. Carlos I. D. Carlos foi também umexcelente agricultor, tendo tornado rentáveis as propriedades da Casa deBragança , produzindo vinho, azeite, cortiça, entre outros, tendo tambémorganizado uma excelente ganadaria e incentivado a preservação dos prestigiadoscavalos de Alter.Foi o rei mais culto de toda a história portuguesa. Mas durante todo o reinadode D. Carlos, o país encontrou-se a braços com crises políticas e económicas,tendo o rei nomeado o regenerador liberal João Franco como primeiro-ministro.Este, solicitou ao Rei que dissolvesse o parlamento, adiando por algumtempo as novas eleições, ao que D. Carlos acedeu. A oposição (não só arepublicana, mas também os monárquicos opositores de Franco) lançaramentão uma forte campanha antigoverno, envolvendo também o próprio rei,alegando que se estava em ditadura. Este regime ditatorial foi o início domovimento republicano, que começava a ganhar adeptos em todo o país,e a causa directa do regicídio. No dia 31 de Janeiro de 1908, João Francoconsegue convencer o rei a assinar um decreto que agravava grandementea situação dos oposicionistas presos .Era o tal decreto que, no fundo, habilitava o Governo a eliminar todos osdiscordantes da sua política e é a última recordação que o monarca vaideixar ao povo. Ao assiná-lo, dizem que murmurou: “Assino a minha sentençade morte”.- - - - - - - - - - -O Sobreiro (177 x 91 cm)1905, pastel sobre cartãoPalácio Ducal - Vila ViçosaFund. da Casa de BragançaNo dia seguinte, a família real regressa a Lisboa depois de uma temporadano Palácio Ducal de Vila Viçosa. Viajaram de comboio até ao Barreiro, ondeapanharam um vapor para o Terreiro do Paço. Esperavam-nos o governoe vários dignitários da corte. Após os cumprimentos, a família real subiu parauma carruagem aberta em direcção ao Palácio das Necessidades. Nenhumasprovidências excepcionais foram tomadas para garantir a segurança da famíliareal pois para João Franco não havia razões algumas para tal... D. Manuelalude a este facto no seu diário: «Aquele Terreiro do Paço estava deserto,nenhuma providência! Isso é que me custa mais a perdoar ao João Franco.»Da velha rainha-mãe Maria Pia o primeiro-ministro ouve incriminações contundentes:“Diziam que o senhor era o coveiro da monarquia. Foi pior. Foi o assassinode meu filho e de meu neto.”Os autores do atentado Alfredo Costa e Manuel Buíça foram mortos no localpor membros da guarda real.A morte de D.Carlos e do Principe Herdeiro indignou toda a Europa, especialmentea Inglaterra, onde o Rei Eduardo VII lamentou veementementea impunidade dos chefes do atentado. Os restos mortais d’El Rei D.Carlosrepousam no Panteão dos Braganças, no mosteiro de São Vicente de Foraem Lisboa, ao lado do filho que com ele foi assassinado.- - - - - - - - - - -Túmulos do Rei D. Carlos Ie Príncipe Luís FilipeARgolaswww.numismatas.com

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