Conduta atual nas sÃndromes compressivas do membro superior ...
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CONDUTA ATUAL NAS SÍNDROMES... Silva et al.ARTIGO ESPECIALuso da mão e seguidamente os pacientesacordam no meio da noite com parestesiasnos de<strong>do</strong>s, <strong>do</strong>r no punho eantebraço distal. Em casos avança<strong>do</strong>spode ocorrer atrofia da musculaturatenariana (Figura 10) e diminuição dasensibilidade na distribuição <strong>do</strong> nervomediano.A maioria <strong>do</strong>s pacientes apresentatestes provocativos positivos (Tinel ePhalen). A ENMG é o melhor méto<strong>do</strong>para confirmação e eventualmente serãonecessários ultrassom ou RMN.Sintomas leves a modera<strong>do</strong>s, com evoluçãomenor que um ano podem ter tratamentoconserva<strong>do</strong>r. É importante tentaridentificar a causa <strong>do</strong>s sintomas.Analgesia, fisioterapia, órteses e corticoidetópico completam o manejo. Acirurgia consiste na abertura <strong>do</strong> ligamentotransverso carpal (retinaculumflexor) para liberação <strong>do</strong> nervo e é utilizadaem casos de falha no tratamentoconserva<strong>do</strong>r ou que apresentem atrofiatenar (1, 2, 8). A liberação <strong>do</strong> túnelpode ser realizada por diferentes técnicas:aberta clássica, ligamentoplastiae en<strong>do</strong>scópica. A en<strong>do</strong>scópica apresenta,inicialmente, melhor recuperaçãoda força, mas iguala-se à técnicaclássica após 90 dias (9). A recidiva éinfrequente e sua reexploração cirúrgicadifícil. O uso de retalho adiposovasculariza<strong>do</strong> da região hipotenar podeser utiliza<strong>do</strong> com resulta<strong>do</strong>s satisfatórios(10).Síndrome <strong>do</strong> canal de Guyon(síndrome <strong>do</strong> túnel ulnar)É a compressão no nervo ulnar nopunho, sen<strong>do</strong> a sua causa mais frequenteo cisto sinovial, segui<strong>do</strong> de traumatismose LER. Trombose da artéria ulnar,malformações ósseas e muscularestambém são causas identificadas.As possíveis apresentações clínicas sãocompressão dentro <strong>do</strong> canal com déficitmotor e sensorial (Figura 11), compressãoape<strong>nas</strong> <strong>do</strong> ramo profun<strong>do</strong> comperda motora e formação de garra ulnare compressão ape<strong>nas</strong> <strong>do</strong> ramo superficial,com comprometimento dasensibilidade cutânea (rara). O sinal deTinel é positivo. Avaliação clínica eENMG compõem o diagnóstico. O tratamentoé cirúrgico, com liberação <strong>do</strong>Canal de Guyon. Persistência <strong>do</strong>s sintomasestá associada com a falha naliberação <strong>do</strong> canal durante a cirurgia.Neuroma <strong>do</strong> ramo cutâneo palmarcomo complicação pós-operatória jáfoi descrito (1, 2, 8).D ISCUSSÃOA observação <strong>do</strong> grande volume depacientes que apresentam uma síndromecompressiva leva à conclusão daimportância epidemiológica desta patologia,<strong>do</strong> seu diagnóstico precoce eencaminhamento adequa<strong>do</strong>. Os sintomasvagos, mas frequentes devem semprevir à mente <strong>do</strong> médico generalistacomo possível resulta<strong>do</strong> de uma compressãonervosa. O exame clínico minuciosoassocia<strong>do</strong> à ENMG diagnosticaa maioria das síndromes, que emgeral respondem satisfatoriamente aomanejo conserva<strong>do</strong>r. Infelizmentemuitos casos chegam em estágiosavança<strong>do</strong>s ao consultório, restan<strong>do</strong>para o atendimento ape<strong>nas</strong> condutaspaliativas.C ONCLUSÃOAcreditamos que a compreensãodas causas laborais, anatômicas, hereditáriase idiopáticas podem nos levarao melhor diagnóstico, o tratamentomais adequa<strong>do</strong> e o resulta<strong>do</strong> mais satisfatóriodas síndromes <strong>compressivas</strong>,devolven<strong>do</strong> ao nosso paciente um retornomais precoce as suas atividades<strong>do</strong>mésticas e laborais.R EFERÊNCIASBIBLIOGRÁFICAS1. Eversmann WW Jr. Entrapmetn andCompression Neuropathies. In: Green, D.P. Operative Hand Surgery. Vol. 2. ThirdEdition. New York: Churchill Livingstone;1993.2. Cortez M, Ferreira R. Síndromes Compressivas<strong>do</strong>s Nervos Periféricos. In:Mélega J.M. Mélega – Cirurgia PlásticaFundamentos e Arte: Cirurgia Repara<strong>do</strong>rade Troncos e Membros. Rio de Janeiro:Guanabara-Koogan; 2004, 651-659.3. Braga Silva J, Foucher G, Calcagnotto G.Lesões <strong>do</strong>s Nervos Periféricos. In: BragaSilva J. Cirurgia da Mão – Trauma.Rio de Janeiro: Revinter; 2003, 165-169.4. Mattar Jr. R. Lesões <strong>do</strong>s Nervos Periféricos.In: Mélega J.M. Mélega – CirurgiaPlástica Fundamentos e Arte: CirurgiaRepara<strong>do</strong>ra de Troncos e Membros.Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan;2004, 509-525.5. Cajal SRY. Mechanism de la degenerationy regeneration de nervos. Trab LabInvest Biol Madrid. 1905; 4:119.6. Crutcher KA. The role of growth factorsin neuronal development and plasticity.CRC Crit Rev Clin Neurobiol 1986;2:297.7. Mackinnon SE. New directions in peripheralnerve surgery. Ann Plastic Surg1989; 22:257.8. Brown DL, Borschel GH. Manual de CirurgiaPlástica de Michigan. Rio de Janeiro:Di Livros Editora. 2004.9. Braga-Silva J, Fontes Neto P, Foucher Get AL. Estu<strong>do</strong> prospectivo ran<strong>do</strong>miza<strong>do</strong>da força pós-operatória após diferentes técnicasde liberação <strong>do</strong> túnel <strong>do</strong> carpo. RevBras Ortop, 1996, v. 31, n. 4, 355-357.10. Braga-Silva J, Fontes Neto P, Juan TorresDel Rio, et al. Retalho hipotenariano-adiposona recidiva da síndrome <strong>do</strong>túnel <strong>do</strong> carpo. Rev Bras Ortop, 1996,v. 31, n. 12; 1019-1022.174 Revista da AMRIGS, Porto Alegre, 53 (2): 169-174, abr.-jun. 200919-361_conduta_<strong>atual</strong>_<strong>nas</strong>_sindromes.pmd 1743/7/2009, 11:02