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Arminda Rezende de Pádua - SciELO Proceedings

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É necessário <strong>de</strong>stacar que o conteúdo analisado neste estudo resultou <strong>de</strong> anotações produzidas somente portécnicos e auxiliares <strong>de</strong> enfermagem, pois não foi encontrado nenhum registro feito por enfermeiro, referente aointeresse <strong>de</strong>sta pesquisa.3. APRESENTANDO E COMENTANDO OS RESULTADOSAssim, buscou-se a significação das unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> análise <strong>de</strong> registro das anotações <strong>de</strong> enfermagem, as quais serãoaqui apresentadas da forma como são praticadas e a seguir interpretadas à luz dos pressupostos do processo <strong>de</strong>enfermagem, buscando explicitar a assistência <strong>de</strong> enfermagem no POI prestada ao paciente submetido à cirurgia<strong>de</strong> LE.As anotações <strong>de</strong> enfermagem relativas ao POI do paciente submetido à cirurgia <strong>de</strong> LE são praticadas a partir dalinguagem administrativa distribuídas em: procedência intra-hospitalar, formas <strong>de</strong> admissão e <strong>de</strong> reingresso.Destaca-se uma freqüências absoluta e relativa das 99 unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> análise <strong>de</strong> registro, distribuídas no conjuntocategorial linguagem administrativa (LA), composta <strong>de</strong> subcategorias agrupadas pelas diferentes formas <strong>de</strong>linguagem referente à admissão do paciente na clínica cirúrgica I do Hospital Universitário.O conjunto categorial linguagem administrativa aponta para as anotações <strong>de</strong> enfermagem, nas subcategoriasprocedência intra-hospitalar, uma maior freqüência com 59%, seguida das formas <strong>de</strong> admissão com 36,4% contra7,1% para as formas <strong>de</strong> reingresso.Desse conjunto <strong>de</strong> dados, é possível observar que as anotações dos profissionais <strong>de</strong> enfermagem apontam aprocedência intra-hospitalar do paciente com maior <strong>de</strong>staque. Esse <strong>de</strong>staque para o termo procedência advém dofato <strong>de</strong> a maioria dos pacientes ter sido previamente assistida no pronto atendimento médico (PAM), a seguirtransferida para o centro cirúrgico e daí para a clínica cirúrgica I do Hospital.Para o conjunto categorial da linguagem técnica (LT), observou-se o total <strong>de</strong> 443 unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> análise <strong>de</strong> registro,composta <strong>de</strong> subcategorias agrupadas por áreas específicas, utilizada nas anotações das ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>enfermagem e <strong>de</strong> outros profissionais, conforme a Tabela 2.Observa-se, neste conjunto <strong>de</strong> dados, que as anotações <strong>de</strong> enfermagem apontam às subcategorias terapêuticasclínico-cirúrgicas uma freqüência <strong>de</strong> 53,3%, seguida das condições fisiológicas com 37,9%, e da subcategoriaintervenções <strong>de</strong> enfermagem, 7,9%, seguida por 0,9% da subcategoria avaliações médicas.Constata-se, com isto, um maior <strong>de</strong>staque para as anotações das terapêuticas clínico-cirúrgicas, que o paciente foisubmetido, ao lado das condições fisiológicas apresentadas pelo paciente no POI da cirurgia do tipo LE, em<strong>de</strong>trimento às <strong>de</strong>mais.É compreensível essa expressiva preocupação <strong>de</strong>monstrada, pelos profissionais <strong>de</strong> enfermagem, em suasanotações, pois comumente o paciente no POI apresenta em <strong>de</strong>staque as terapêuticas submetidas, bem comoapresentam acentuadas alterações fisiológicas nesse período.Portanto, po<strong>de</strong>-se questionar como esse tipo <strong>de</strong> paciente, portando inúmeras terapêuticas clínico-cirúrgicas eapresentando diversas alterações fisiológicas, não possui a mesma proporção <strong>de</strong> intervenções <strong>de</strong> enfermagem.Essa consi<strong>de</strong>rável diferença merece uma discussão minuciosa numa abordagem que aju<strong>de</strong> a compreen<strong>de</strong>r osentido <strong>de</strong>ssas informações para os profissionais, e, concomitantemente, análise à aplicabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ssas anotaçõesno contexto do processo <strong>de</strong> enfermagem.Essa valorização excessiva das terapêuticas médicas po<strong>de</strong>-se associar à prática da enfermagem tradicional, quecomumente tenta subsidiar tais ações médicas por meio <strong>de</strong> informações. Como docente, a experiência leva a crerque a origem <strong>de</strong>sses fatos tem uma das bases a formatação curricular do ensino <strong>de</strong> enfermagem assentado em<strong>de</strong>staque no processo saú<strong>de</strong>-doenca.Neste sentido, a diversida<strong>de</strong> das informações observadas e anotadas sobre as terapêuticas clínico-cirúrgica asquais o paciente foi e estava submetido, à luz do processo <strong>de</strong> enfermagem, <strong>de</strong>veria aten<strong>de</strong>r os critérios <strong>de</strong>avaliação inicial no POI estabelecidos por Luckmann; Sorensen (1996), quanto às condições dos sistemascardiovascular, respiratório e neurológico, bem como a avaliação da ferida cirúrgica, acessos venosos, tubos,posição do cliente e nível <strong>de</strong> dor.Deste modo, as anotações praticadas na clínica cirúrgica I do Hospital Universitário, referente às condiçõesfisiológicas do paciente cirúrgico em estado <strong>de</strong> recuperação pós-anestésica, <strong>de</strong>veriam possuir dados maiscompletos, uniformes e sistematizados.EXPLICITANDO UMA ASSISTÊNCIA SEM CUIDADOSDiante do próprio mo<strong>de</strong>lo assistencial – biológico, técnico e medicalizado, po<strong>de</strong>-se inferir que os cuidadosrealizados pelos técnicos e auxiliares <strong>de</strong> enfermagem, aqui <strong>de</strong>nominados <strong>de</strong> intervenções <strong>de</strong> enfermagem, não sãoproporcionais à subcategoria das condições fisiológicas apresentadas pelos pacientes quando da chegada à clínicacirúrgica.ANOTAÇÕES DE ENFERMAGEM: UM REGISTRO FRÁGILA análise das anotações <strong>de</strong> enfermagem, relativas ao POI <strong>de</strong> pacientes submetidos à cirurgia <strong>de</strong> LE, permitiuconstatar que tais registros não revelam qualida<strong>de</strong>, porque não são sistematizados e não há coerência entre ascondições fisiológicas apresentadas pelos pacientes com as intervenções <strong>de</strong> enfermagem realizadas; não revelamplanejamento dos cuidados para aten<strong>de</strong>r às necessida<strong>de</strong>s pós-cirúrgicas <strong>de</strong> cada paciente nem quantida<strong>de</strong>. A

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