Silva, A.D.R. Utilização <strong>do</strong> calcário <strong>do</strong>lomítico <strong>em</strong> água <strong>do</strong>ce e com alcalinidade e dureza...19...várias fazendas <strong>br</strong>asileiras de camarão, entretanto, água <strong>do</strong>ce com alcalinidade e durezabaixas, ainda é um campo pouco explora<strong>do</strong>. Segun<strong>do</strong> McGraw et al. (2002), a capacidade <strong>do</strong>camarão de tolerar mudanças na salinidade parece ser influenciada pela idade, espécie efatores ambientais. Para aclimatar <strong>em</strong> salinidades menores que 4,0 gL -1 , necessita-se umperío<strong>do</strong> de 24 a 48 h, a fim de evitar a mortalidade por estresse de aclimatação, que podeacontecer <strong>em</strong> até <strong>do</strong>is dias após o processo, levan<strong>do</strong> a confundir a causa da morte (DAVIS etal., 2004). Tamayo (1998) aclimatou, com sucesso, pós-larvas (PL) desta espécie para ocultivo com salinidade zero. Mendes e Pedreschi (1998) adaptaram juvenis da espécie <strong>em</strong>água <strong>do</strong>ce, com choque direto de redução da salinidade, obten<strong>do</strong> taxa de so<strong>br</strong>evivênciaequivalente a 90 %.Segun<strong>do</strong> Saoud et al. (2003), pós-larvas de peneídeos não são tolerantes a grandesflutuações de salinidade quan<strong>do</strong> muito jovens e parec<strong>em</strong> perder a tolerância quan<strong>do</strong> juvenis.Segun<strong>do</strong> o mesmo autor, PL 15 e PL 20 de L. vannamei toleraram águas de baixa salinidad<strong>em</strong>elhor <strong>do</strong> que PL 10 . Em geral, PL 10 pode ser aclimatada a 4 gL -1 com boa so<strong>br</strong>evivência. Noentanto, somente pós-larvas com mais de 15 dias (PL 15 ) pod<strong>em</strong> ser aclimatadas a menoressalinidades (DAVIS et al., 2004).Ao contrário da água <strong>do</strong> mar, as constituições iônicas de água <strong>do</strong>ce variamconsideravelmente. Enquanto algumas águas pod<strong>em</strong> ser apropriadas para o cultivo decamarão, algumas pod<strong>em</strong> comprometer a so<strong>br</strong>evivência ou crescimento (SAOUD et al.,2003).De uma forma geral, segun<strong>do</strong> Davis et al. (2004) a água é adequada para o cultivo decamarões se a salinidade for acima de 0,5gL -1 , os níveis de Na + , K + , Cl - for<strong>em</strong> s<strong>em</strong>elhantesaos níveis da água salgada diluída para a mesma salinidade, se tiver<strong>em</strong> uma elevadaconcentração de Ca 2+ , e se a alcalinidade for superior a 75 mg.L -1 de CaCO 3.Apesar <strong>do</strong> relativo sucesso <strong>do</strong>s aqüicultores, no cultivo desta espécie <strong>em</strong> água <strong>do</strong>ce, osprobl<strong>em</strong>as continuam surgin<strong>do</strong> a partir da deficiência nos perfis iônicos das águas de cultivo
Silva, A.D.R. Utilização <strong>do</strong> calcário <strong>do</strong>lomítico <strong>em</strong> água <strong>do</strong>ce e com alcalinidade e dureza...20...(ATWOOD et al., 2003 e SAOUD et al., 2003). A falta de uma mistura de íons essenciais,incluin<strong>do</strong> magnésio (Mg² + ) foi d<strong>em</strong>onstrada como limitante ao crescimento e so<strong>br</strong>evivência<strong>do</strong> L. vannamei (SAOUD et al., 2003). Ressalte-se que a composição iônica da água pareceser mais importante que a salinidade. O sal (cloreto de sódio) não é suficiente para o cultivode camarão, <strong>em</strong>bora na água salgada, o íon mais importante para osmoregulação seja o cloretode sódio. Pesquisa<strong>do</strong>res suger<strong>em</strong> que os sais mais adequa<strong>do</strong>s são compostos de cálcio (Ca 2+ ),potássio (K + ) e magnésio (Mg 2+ ). Quaisquer desses íons pod<strong>em</strong> estar limita<strong>do</strong>s na água <strong>do</strong>ce einterferir na so<strong>br</strong>evivência <strong>do</strong> camarão. As interações entre os íons também são importantes,como por ex<strong>em</strong>plo a relação entre Ca 2+ e K + , que deve ser de aproximadamente 1:1 <strong>em</strong> águasalgada. Infelizmente, exist<strong>em</strong> muitas interações entre minerais <strong>em</strong> baixa salinidade, assimnão há nenhuma regra definida (DAVIS et al., 2004).O magnésio (Mg 2+ ) é essencial para o crescimento normal, so<strong>br</strong>evivência eosmorregulação nos crustáceos (MANTEL e FARMER, 1983, e PEQUEUX, 1995), além deestar intimamente relaciona<strong>do</strong> com a função das Na+-K+ATPase, sen<strong>do</strong> um cofatorenzimático (MANTEL e FARMER, 1983 e FURRRIEL et al., 2000) que tambémdes<strong>em</strong>penha um papel importante no metabolismo <strong>do</strong>s lipídeos, proteínas e carboidratos eserv<strong>em</strong> como cofator num grande número de reações enzimáticas e metabólicas (DAVIS eLAWRENCE, 1997).Roy et al. (2007) afirmaram que juvenis de L. vannamei cultiva<strong>do</strong>s <strong>em</strong> águas comconcentrações mais elevadas de Mg 2+ (160 mg L -1 ) apresentam maior ganho de peso,enquanto que os camarões cultiva<strong>do</strong>s a 10 mg L -1 possu<strong>em</strong> o de ganho de peso b<strong>em</strong> maisreduzi<strong>do</strong>. Além disso, afirmam também que a so<strong>br</strong>evivência <strong>do</strong>s camarões cria<strong>do</strong>s <strong>em</strong> maiorconcentração de Mg 2+ é mais elevada.A expressão <strong>do</strong>s íons que interfer<strong>em</strong> na osmoregulação t<strong>em</strong> si<strong>do</strong> medida, <strong>em</strong> campo,na forma de dureza e alcalinidade. A dureza ideal t<strong>em</strong> si<strong>do</strong> citada <strong>em</strong> torno de 60 mg L -1 deCaCO 3 enquanto que a alcalinidade ideal entre 100 a 140 mg L -1 de CaCO 3 (HERNANDEZ,
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