SECRETARIADA AGRICULTURA, ABASTECIMENTO,AQÜICULTURA E PESCAsegun<strong>do</strong> trabalha<strong>do</strong>res e comerciantes que vivem <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong>de, em função <strong>da</strong> redução no volume deágua <strong>do</strong> rio Riacho, o que vem ocorren<strong>do</strong> depois <strong>da</strong> construção <strong>da</strong> comporta existente noentroncamento <strong>do</strong> rio Riacho com o rio Gimuhuna, pela empresa Aracruz Celulose. “A comporta sóse abre quan<strong>do</strong> tem muita água, o que não acontece há muitos anos”. Isto tem causa<strong>do</strong> a formaçãode bancos de areia no local de passagem <strong>do</strong>s barcos de <strong>pesca</strong>, <strong>do</strong> rio Riacho para o mar, dificultan<strong>do</strong>esta travessia.Os <strong>pesca</strong><strong>do</strong>res há muito, se mostram bastante preocupa<strong>do</strong>s com este fenômeno e destacam anecessi<strong>da</strong>de de que as autori<strong>da</strong>des analisem e avaliem o problema que, segun<strong>do</strong> eles, poderá, nofuturo, acabar com a ativi<strong>da</strong>de pesqueira na Barra <strong>do</strong> Riacho. Isto poderá deixar a maior parte <strong>da</strong>sfamílias sem trabalho, e consequentemente, sem fonte de ren<strong>da</strong>, forçan<strong>do</strong>-os muitas vezes amigrarem para outras regiões.A sugestão <strong>da</strong><strong>da</strong> por alguns deles é a fixação <strong>da</strong> barra <strong>do</strong> Rio Riacho, evitan<strong>do</strong> a formação <strong>do</strong>sbancos de areia, pois a retira<strong>da</strong> diária de areia através de máquinas não é suficiente para manter ocanal com boa abertura para a passagem <strong>do</strong>s barcos.A ren<strong>da</strong> média <strong>do</strong>s <strong>pesca</strong><strong>do</strong>res de Barra <strong>do</strong> Riacho é de <strong>do</strong>is salários mínimos mensais por família.Comuni<strong>da</strong>de de Pesca<strong>do</strong>res de Barra <strong>do</strong> SahyPara levantamento <strong>do</strong>s <strong>da</strong><strong>do</strong>s foi consulta<strong>do</strong> um <strong>pesca</strong><strong>do</strong>r antigo <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong>de, o Sr. AlcimarLopes Gomes, mais conheci<strong>do</strong> na comuni<strong>da</strong>de como ‘Vilamar’. Segun<strong>do</strong> o Sr. Alcimar, trinta<strong>pesca</strong><strong>do</strong>res fazem parte <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong>de. Contam com uma frota estima<strong>da</strong> de 13 barcos motoriza<strong>do</strong>sde tamanhos que variam de 4 a 8 metros.Os petrechos utiliza<strong>do</strong>s para <strong>pesca</strong>, pelos membros <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong>de são: a Rede de espera, o balãoe, mesmo sen<strong>do</strong> pouca, a rede de lagosta. No tocante à <strong>pesca</strong> com linha, utilizam o sistema delinha de fun<strong>do</strong> com <strong>do</strong>is subtipos: com 20 a 30 anzóis, para <strong>pesca</strong> <strong>do</strong> Pargo e com 5 ou 6 anzóis,para <strong>pesca</strong> de Corvina e Ronca<strong>do</strong>r. Além destas espécies, também são captura<strong>do</strong>s Lagosta, Camarãoe Xixarro.O pesqueiro <strong>do</strong>s membros <strong>da</strong> Associação, segun<strong>do</strong> o Sr. Ademar, é a faixa determina<strong>da</strong> pelasprofundi<strong>da</strong>des compreendi<strong>da</strong>s entre 20 e 30 metros, mas algumas embarcações trabalham emprofundi<strong>da</strong>de superior, atingin<strong>do</strong> até 200 metros, porém são poucas.As embarcações carecem de instrumentação como o GPS e a son<strong>da</strong> para melhorarem suaprodutivi<strong>da</strong>de. Eles tomam como ponto de referência os morros <strong>da</strong> região próxima ao litoral, pois,estan<strong>do</strong> a 30 milhas <strong>da</strong> costa, nos pesqueiros mais utiliza<strong>do</strong>s, são esses pontos mais altos que osorientam.A aquisição de gelo, quan<strong>do</strong> é feita, é realiza<strong>da</strong> através <strong>da</strong>s três fábricas localiza<strong>da</strong>s em Barra <strong>do</strong>Riacho e algumas vezes de outras regiões.A ven<strong>da</strong> <strong>do</strong>s peixes captura<strong>do</strong>s é para os atravessa<strong>do</strong>res <strong>da</strong> região, que levam o produto paraVitória, Aracruz e Linhares. É rara a atuação de atravessa<strong>do</strong>res de outras regiões nesta comuni<strong>da</strong>de.A ausência de um píer apropria<strong>do</strong> para descarregar as embarcações e o problema permanente <strong>do</strong>fechamento <strong>da</strong> barra <strong>do</strong> Rio Sahy, obriga os <strong>pesca</strong><strong>do</strong>res a abrigarem seus barcos na parte de trás <strong>do</strong>sFPM RT 005/05Julho/0519 Relatório <strong>do</strong> Macrodiagnóstico <strong>da</strong> PescaMarítima <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Espírito SantoRev. 00
SECRETARIADA AGRICULTURA, ABASTECIMENTO,AQÜICULTURA E PESCArecifes que existem na orla <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong>de. Muitas vezes, por ocasião de ventos fortes e ressacas, osbarcos são arrasta<strong>do</strong>s e acabam paran<strong>do</strong> na praia o que os <strong>da</strong>nifica ou até afun<strong>da</strong>m, oneran<strong>do</strong> os<strong>pesca</strong><strong>do</strong>res de maneira compromete<strong>do</strong>ra.Uma iniciativa muito bem recebi<strong>da</strong> pelos <strong>pesca</strong><strong>do</strong>res <strong>da</strong> região é um projeto de instalação deRecifes Artificiais Marinhos, que segun<strong>do</strong> o entrevista<strong>do</strong>, vai trazer mais <strong>pesca</strong><strong>do</strong>s para ascomuni<strong>da</strong>des e proteger a área <strong>da</strong> ação <strong>do</strong>s barcos de arrasto, ou ‘Galhu<strong>da</strong>s’ de outras regiões.A ren<strong>da</strong> média <strong>do</strong>s <strong>pesca</strong><strong>do</strong>res que formam parte <strong>da</strong> associação é de <strong>do</strong>is salários mínimos mensais,entretanto, em perío<strong>do</strong>s mais fartos, normalmente no Verão, eles chegam a obter esse montante porsemana.Comuni<strong>da</strong>de de Pesca<strong>do</strong>res de Santa CruzEstes <strong>pesca</strong><strong>do</strong>res, mesmo sem associação nem outro tipo de enti<strong>da</strong>de que os venha aglutinar,merecem parágrafo aparte devi<strong>do</strong> ao tradicionalismo e importância <strong>da</strong> <strong>pesca</strong> para o giro econômico<strong>da</strong> comuni<strong>da</strong>de <strong>do</strong> Distrito de Santa Cruz, em particular para a vila, que já foi a sede <strong>do</strong> município.Na locali<strong>da</strong>de de Santa Cruz também recebe muitos barcos de outras regiões e esta<strong>do</strong>s que vêem<strong>pesca</strong>r em seu litoral, na maioria de maior porte e mais bem instrumenta<strong>da</strong> que as <strong>do</strong>s <strong>pesca</strong><strong>do</strong>reslocais.Para o levantamento <strong>do</strong>s <strong>da</strong><strong>do</strong>s sobre <strong>pesca</strong> na locali<strong>da</strong>de foi entrevista<strong>do</strong> um grupo de <strong>pesca</strong><strong>do</strong>resantigos <strong>da</strong> vila e proprietários de aproxima<strong>da</strong>mente 30 embarcações de 8 a 12 metros motoriza<strong>da</strong>s.A referência <strong>da</strong> entrevista foi o Sr. Geneílson Ataíde Manhãs, o ‘Bi<strong>da</strong>’.O Sr. Geneílson disse que, na vila de Santa Cruz, existe poucos <strong>pesca</strong><strong>do</strong>res residentes, soman<strong>do</strong> emtorno de cem ativos, sen<strong>do</strong> que grande parte deles está em processo de legalização junto à ColôniaZ-7 e outros na Z-5 de Vitória e os demais sem <strong>do</strong>cumentação. Os que estão em dia com asColônias cita<strong>da</strong>s somam cerca de trinta <strong>pesca</strong><strong>do</strong>res.Na foz <strong>do</strong> rio Piraquê-Açu encontram-se ancora<strong>da</strong>s uma dúzia de embarcações locais de 6 a 12metros, motoriza<strong>da</strong>s que pertencem à estes <strong>pesca</strong><strong>do</strong>res. Hoje, junto a essas embarcações, pode-secontar muitas outras embarcações, porém de outros portos de origem. Nesse local já ancoraram, dizo próprio Sr. Pedro, mais de 150 embarcações <strong>do</strong> Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina e <strong>do</strong>Esta<strong>do</strong> como de Piúma, Itapemirim, Marataízes, Anchieta e Guarapari.A conseqüência dessa exagera<strong>da</strong> sobrecarga de embarcações e <strong>pesca</strong><strong>do</strong>res de outros locais estásen<strong>do</strong> vista como a responsável pela redução <strong>do</strong> volume de <strong>pesca</strong> na região e pelo desaparecimentode algumas espécies antes abun<strong>da</strong>ntes, como o Peroá.Os <strong>pesca</strong><strong>do</strong>res de Santa Cruz utilizam, mais comumente, como petrecho de <strong>pesca</strong> a Rede de esperade fun<strong>do</strong>, caí<strong>da</strong> e boeira, linha com anzol, balão e espinhel. As linhas são, geralmente, de vinteanzóis, com isca de camarão. Pescam na faixa <strong>do</strong>s 20 metros de profundi<strong>da</strong>de até, no máximo, 80 a100 metros, o que representaria, aproxima<strong>da</strong>mente, 24 milhas <strong>da</strong> costa, se distribuín<strong>do</strong> <strong>da</strong> região deSão Mateus até Vitória.FPM RT 005/05Julho/0520 Relatório <strong>do</strong> Macrodiagnóstico <strong>da</strong> PescaMarítima <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Espírito SantoRev. 00
- Page 1: MACRODIAGNÓSTICO DA PESCA MARÍTIM
- Page 4 and 5: SECRETARIADA AGRICULTURA, ABASTECIM
- Page 6 and 7: SECRETARIADA AGRICULTURA, ABASTECIM
- Page 8 and 9: SECRETARIADA AGRICULTURA, ABASTECIM
- Page 10 and 11: SECRETARIADA AGRICULTURA, ABASTECIM
- Page 13 and 14: SECRETARIADA AGRICULTURA, ABASTECIM
- Page 15 and 16: SECRETARIADA AGRICULTURA, ABASTECIM
- Page 17 and 18: SECRETARIADA AGRICULTURA, ABASTECIM
- Page 19: SECRETARIADA AGRICULTURA, ABASTECIM
- Page 23 and 24: SECRETARIADA AGRICULTURA, ABASTECIM
- Page 25 and 26: SECRETARIADA AGRICULTURA, ABASTECIM
- Page 27 and 28: SECRETARIADA AGRICULTURA, ABASTECIM
- Page 29 and 30: SECRETARIADA AGRICULTURA, ABASTECIM
- Page 31 and 32: SECRETARIADA AGRICULTURA, ABASTECIM
- Page 33 and 34: SECRETARIADA AGRICULTURA, ABASTECIM
- Page 35 and 36: SECRETARIADA AGRICULTURA, ABASTECIM
- Page 37 and 38: SECRETARIADA AGRICULTURA, ABASTECIM
- Page 39 and 40: SECRETARIADA AGRICULTURA, ABASTECIM
- Page 41 and 42: SECRETARIADA AGRICULTURA, ABASTECIM
- Page 43 and 44: SECRETARIADA AGRICULTURA, ABASTECIM
- Page 45 and 46: SECRETARIADA AGRICULTURA, ABASTECIM
- Page 47 and 48: SECRETARIADA AGRICULTURA, ABASTECIM
- Page 49 and 50: SECRETARIADA AGRICULTURA, ABASTECIM
- Page 51 and 52: SECRETARIADA AGRICULTURA, ABASTECIM
- Page 53 and 54: SECRETARIADA AGRICULTURA, ABASTECIM
- Page 55 and 56: SECRETARIADA AGRICULTURA, ABASTECIM
- Page 57 and 58: SECRETARIADA AGRICULTURA, ABASTECIM
- Page 59 and 60: SECRETARIADA AGRICULTURA, ABASTECIM
- Page 61 and 62: SECRETARIADA AGRICULTURA, ABASTECIM
- Page 63 and 64: SECRETARIADA AGRICULTURA, ABASTECIM
- Page 65 and 66: SECRETARIADA AGRICULTURA, ABASTECIM
- Page 67 and 68: SECRETARIADA AGRICULTURA, ABASTECIM
- Page 69: SECRETARIADA AGRICULTURA, ABASTECIM