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Anais do XVII Encontro de Iniciação Científica – ISSN 1982-0178Anais do II Encontro de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação – ISSN 2237-042025 e 26 de setembro de 2012AS REDES SOCIAIS NA PROGRAMAÇÃO DA CBN-CAMPINASArthur Francisco de Oliveira CagliariFaculdade de JornalismoCentro de Linguagem e Comunicaçãoarthur.foc@puccamp.edu.brCarlos Alberto ZanottiSociedade Midiatizada: Processos, Tecnologia eLinguagemCentro de Linguagem e Comunicaçãozanotti@puc-campinas.edu.brResumo: Na Sociedade da Informação, asemissoras de rádio obtiveram novas ferramentaspara aprimorar a sua relação com os ouvintes. Isso,porém, não significou que a simples adoção dessesrecursos garantiria uma melhor relação entre asrádios e seu público. A CBN-<strong>Campinas</strong>, nessesentido, utiliza as redes sociais para estar presenteno ciberespaço. Porém, a presença da emissoranesse novo local, como no Twitter, é meramenteinstitucional. Sem muito se dedicar a interagir eintegrar o ouvinte/internauta à sua programação, aemissora não leva aos microfones os assuntosdiscutidos e propostos por seu público na rede. Parapesquisadores da área, se as rádios continuaremadotando as Tecnologias de Informação eComunicação (TICs) apenas de forma institucional enão explorarem seus dispositivos, como as redessociais, a subutilização e a não adaptação às novasmídias poderão trazer um empobrecimento do rádioenquanto meio de comunicação.Palavras-chave: redes sociais, CBN-<strong>Campinas</strong>, radiojornalismoÁrea do Conhecimento: Ciências Sociais Aplicadas– Comunicação – Jornalismo.1. INTRODUÇÃOTrês décadas após a Segunda Guerra Mundial, ocapitalismo sofreu uma reestruturação que deu inícioao processo de informatização das sociedades. Apartir daí, o paradigma industrial foi substituído poraquele em que a informação se tornou o centro detodas as atividades humanas [1]. Tendo em vista talmudança, teóricos da área abriram discussões fazendoprognósticos e tentando entender o que viriapela frente.Mas este patamar de desenvolvimento ainda está emprocesso, já que as Tecnologias de Informação eComunicação (TICs) continuam sendo aprimoradasBem por isso, fica difícil fazer previsões sobre asconsequências desses novos instrumentos. Contudo,não se pode questionar a importância da informaçãona sociedade contemporânea. Acredita-se que futuramentea natureza do saber faça com que os governosrepensem suas relações com as empresas [2]voltadas ao aprimoramento tecnológico.As instituições comerciais, por sua vez, caso queiramse consolidar em um mercado transitório no qual astecnologias se tornam rapidamente obsoletas, precisamestar preparadas para estar sempre atualizadas.Seguindo esta linha de pensamento, as empresas decomunicação, já que trabalham diretamente com ainformação, precisam aprender a dominar as Tecnologiasde Informação e Comunicação (TICs). Estasferramentas surgiram no ciberespaço, que é o “espaçode comunicação aberto pela interconexão mundialdos computadores e das memórias dos computadores”[3].Através da Comunicação mediada por computadores(CMC), os atores sociais se formam no ciberespaçoe podem interagir, formando uma espécie de rede.Atualmente, pode-se encontrar no ciberespaço umavasta gama de sítios, portais e dispositivos que seenquadram na concepção de rede social: Orkut, Fotolog,Flickr, Facebook, MySpace, Twitter, Plurk,Tumblr e Instagram [4].Neste trabalho, o enfoque vai ser dado à rede socialconhecida por Twitter. Tanto quanto as demais, estemecanismo possibilita a difusão de informação a longadistância e de forma instantânea, o que o tornaestratégico para as emissoras de rádio.Nesta pesquisa, escolhemos a CBN-<strong>Campinas</strong> paraobservar como ocorre a adoção de tais recursos esaber de que modo o ouvinte/internauta consegueinterferir e participar, via Twitter, dos conteúdos naprogramação da emissora.2. METODOLOGIAPara analisar a participação do ouvinte/internauta naprogramação, adotamos uma metodologia híbrida deinvestigação, que reúne a pesquisa bibliográfica, aobservação direta e a análise de conteúdo das mensagenspostadas no Twitter (os tweets) da emissora.A pesquisa bibliográfica foi necessária para conhecero contexto no qual o objeto de estudo (as redes sociaisno radiojornalismo) está localizado, além de ofereceraportes de outros trabalhos na área e permitir


Anais do XVII Encontro de Iniciação Científica – ISSN 1982-0178Anais do II Encontro de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação – ISSN 2237-042025 e 26 de setembro de 2012aprofundamentos teóricos sobre o tema. A técnica deobservação direta, por sua vez, permitiu que se pudesseconhecer a programação da CBN-<strong>Campinas</strong> eapurar o modo como a emissora opera nas redessociais. Com a obtenção de um corpus de pesquisa,as técnicas da análise de conteúdo [5] permitiramuma categorização das mensagens postadas pelaCBN no Twitter. As categorias foram criadas a partirdas mensagens reduzidas a unidades de registro [5].Definidas as categorias, pudemos partir para o processode produção de inferências e deduções sobreo papel do ouvinte, via redes sociais, na programaçãoda emissora. Ao selecionar um mês de mensagenspublicadas e recebidas pela CBN na rede social,pudemos organizar os tweets por temas e avaliarse ocorreu um alinhamento entre o que foi abordadopela emissora e o que foi discutido pelos ouvintes/internautas.3. RESULTADOSNo levantamento bibliográfico, pudemos compreenderque não existe um consenso sobre o conceito deinteração. Em função disto, adotamos a definiçãoque mais se aproxima do que observamos nas redessociais: recurso que leva o ser humano a querer interferir.Na internet, a interferência deixa de ocorrercom um computador, transcendendo para as pessoasque estão atrás das telas [6]. Tendo em vista estadefinição, partimos para a observação das postagensrealizadas pela CBN <strong>Campinas</strong> e por seus ouvintesinternautas.As postagens da emissora campineira ocorreram demodo irregular: entre nenhuma e 18 postagens pordia. Embora não tenha ocorrido regularidade de publicaçõesdiárias, no universo semanal a atividademostrou-se equilibrada, como se observa pelo gráficoa seguir:Gráfico 1. Frequência das mensagens publicadasOs dados acima indicam que as publicações são feitasem alta concentração durante a semana, enquantonos finais de semana a emissora não chega a a-tingir dez tweets. O pequeno número de postagensdurante os finais de semana pode ser indicação dabaixa participação local na programação destes dias.Produzindo menos de 10% do total de conteúdostransmitidos durante os sábados e domingos, a CBN-<strong>Campinas</strong> retransmite muito e produz pouco.Além desta pequena presença no Twitter nos finaisde semana, a emissora mostrou-se pouco interessadaem querer interagir com os ouvintes/internautas.Durante o mês, do total de 327 mensagens, apenas4 foram identificadas como interativas, enquanto asoutras mensagens são trechos de notícias ou reportagens,acompanhadas por hiperlinks que encaminhamo internauta ao portal da emissora em que estãosuas reportagens na íntegra.O gráfico a seguir indica a percentagem de tweetsinterativos durante o mês de janeiro de 2012:


Anais do XVII Encontro de Iniciação Científica – ISSN 1982-0178Anais do II Encontro de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação – ISSN 2237-042025 e 26 de setembro de 2012Gráfico 2. Número de mensagens interativasTendo em vista esta pequena interatividade da CBN-<strong>Campinas</strong> com os ouvintes/usuários, classificamospor assunto as mensagens postadas e recebidas,para observar se, ao menos, existiria um alinhamentoentre o que era falado pelos internautas e o que aemissora postava de notícias e reportagens. O resultadopode ser visualizado nos seguintes gráficos:Gráfico 3. Categorias das mensagens publicadaspelos ouvintes/internautasGráfico 4. Categorias das mensagens publicadas pelaemissoraComo é possível perceber, os assuntos discutidosnão estão alinhados. Enquanto o público optou porpostar informações sobre a política da cidade, a e-missora escolheu trazer informações sobre violênciaou, até, sobre as consequências das enxurradas emMinas Gerais. Tal desalinhamento indica dissintoniana comunicação entre a emissora e o ouvinte/internauta,pois, enquanto um aborda e questionaum assunto, outro trata de questões de outra natureza.Não que esta falta de sintonia signifique que nãoexista certa interação, mas a que existe ainda não ésuficiente para que possamos comprovar a participaçãodo ouvinte nos conteúdos da programação daemissora.4. CONSIDERAÇÕES FINAISAo analisar as mensagens, o perfil e a página daCBN-<strong>Campinas</strong> no Twitter, foi possível perceber que,apesar de a rádio utilizar-se de algumas ferramentas,ainda não domina as funções e utilização das Tecnologiasde Comunicação e Informação. Além disso,embora a CBN-<strong>Campinas</strong> demonstre interesse emestar nas redes, a emissora não evidencia o desejode manter contato com o ouvinte/internauta atravésdeste meio. No Twitter, por exemplo, como lembraPessoa [7], em seu trabalho sobre a CBN Belo Horizonte,a grande diferença entre o número de seguidorese de perfis seguidos pela rádio pode ser umapista do desinteresse em interagir com os ouvintes/internautas.Bufarah Junior [8], por sua vez, enxerga consequênciasnegativas para as emissoras que não adotamcorretamente as ferramentas da Web 2.0. De acordocom o autor, as emissoras noticiosas, se não modifi-


Anais do XVII Encontro de Iniciação Científica – ISSN 1982-0178Anais do II Encontro de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação – ISSN 2237-042025 e 26 de setembro de 2012carem o modo como usufruem desses mecanismos,podem ver os negócios publicitários desaparecer. E,apesar das inúmeras vantagens de se veicular propagandasno rádio, é preciso lembrar que as emissorasmusicais, mesmo com foco no entretenimento,são concorrentes diretas das rádios noticiosas nobolo publicitário [9].Portanto, para as emissoras locais noticiosas se firmaremseria preciso, como Comassetto [10] lembra,“fazer usos dos recursos informáticos existentes paraagregar dados atrativos adicionais, como forma demelhorar a informação e de manter e ampliar a audiência,sobressaindo-se num cenário tão competitivo”.AGRADECIMENTOSAos meus pais, cujo apoio e incentivo às minhas escolhasforam e são fundamentais a minha formação.Ao orientador, a quem devo muito pela sabedoria econhecimento comigo compartilhado. Ao ConselhoNacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico(CNPq), pelo financiamento da pesquisa. Aos colegasde estudo, cujas recomendações e auxíliosforam fundamentais na realização deste trabalho. Eaos autores dos textos e das obras estudadas, queme serviram de guia e me sustentaram na elaboraçãode textos.REFERÊNCIAS[1] Castells, M. (2000), A Sociedade em rede – A erada informação: economia, sociedade e cultura,v.1., 4ªed., Paz e Terra, São Paulo, SP.[2] Lyotard, J-F. (1998), A Condição Pós-Moderna,5ª. ed., José Olympio, Rio de Janeiro, RJ.[3] Lévy, P. (2010), Cibercultura, 3ª ed., Editora 34,São Paulo, SP.[4] Recuero, R. (2009), Redes Sociais na Internet,Sulina, Porto Alegre, RS.[5] Franco, M. L. P. B. (2005), Análise de Conteúdo,Liber Livro, Brasília, DF.[6] Gosciola, V. (2008), Roteiro para as novas mídias:do cinema às mídias interativas, 1ª ed., Senac,São Paulo, SP.[7] Pessoa, S. C. (2011), A CBN BH no Twitter: arádio que toca em 140 caracteres, Anais doXXXIV Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação– Intercom, Recife.[8] Bufarah Junior, A. (2010), O radiojornalismo brasileirodiante das ferramentas de interação daWeb 2.0. In: Schwingel, C. e Zanotti, C. Produçãoe colaboração no jornalismo Digital, Insular,Florianópolis, SC.[9] Baroni, D. e Baldo, R. (2010) Rádio: veículo decomunicação de massa e para a massa, Anaisdo XXXIII Congresso Brasileiro de Ciências daComunicação – Intercom, Caxias do Sul.[10] Comassetto, L. R. (2010), A internet como recursopara reforçar a proposta do rádio local. A-nais do XXXIII Congresso Brasileiro de Ciênciasda Comunicação – Intercom, Caxias do Sul.

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