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Manual de Restauração de Pavimentos Asfálticos - IPR - Dnit

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DNITPublicação <strong>IPR</strong> - 720MANUAL DE RESTAURAÇÃO DEPAVIMENTOS ASFÁLTICOS2006MINISTÉRIO DOS TRANSPORTESDEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRA-ESTRUTURA DE TRANSPORTESDIRETORIA DE PLANEJAMENTO E PESQUISACOORDENAÇÃO-GERAL DE ESTUDOS E PESQUISAINSTITUTO DE PESQUISAS RODOVIÁRIAS


MINISTÉRIO DOS TRANSPORTESDEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRA-ESTRUTURA DE TRANSPORTESDIRETORIA DE PLANEJAMENTO E PESQUISAINSTITUTO DE PESQUISAS RODOVIÁRIASRodovia Presi<strong>de</strong>nte Dutra, Km 163 – Vigário GeralCep.: 21240-000 – Rio <strong>de</strong> Janeiro – RJTel.: (0XX21) 3371-5888Fax.: (0XX21) 3371-8133e-mail.: dnitiprnormas@ig.com.brTÍTULO:MANUAL DE RESTAURAÇÃO DE PAVIMENTOS ASFÁLTICOSPrimeira Edição: 1998Revisão: DNIT / EngesurContrato: DNIT / Engesur PG – 157/2001-00Aprovado Pela Diretoria Colegiada do DNIT em 25 / 04 / 2006


Día 3UN nuevo “tu”¿Alguna vez has visto esos programas en don<strong>de</strong>transforman a una persona por completo? Al finalse ven muy diferentes <strong>de</strong> cómo lucían al principio:diferente estilo <strong>de</strong> cabello, maquillaje y diferenteropa.Pero ¿sabes qué? Por <strong>de</strong>ntro siguen siendo los mismos.Cuando una persona se convierte en cristiano tiene unatransformación total en su interior. Quizás no se vendiferentes, pero realmente sí lo son. La Biblia dice quecuando aceptamos a Jesús, nos convertimos en unanueva creación.HACER: Consigue las palabras escritas encolor púrpuraovias pavimentadas .............................. 55Figura 9 - Fendas: Trincas longitudinais .................................................................... 62Figura 10 - Fendas: Trincas transversais..................................................................... 63Figura 11 - Fendas: Diversos tipos <strong>de</strong> trincas interligadas........................................... 63Figura 12 - Fendas: Trincamento tipo bloco................................................................. 63Figura 13 - Afundamento por consolidação nas trilhas <strong>de</strong> roda................................... 64Figura 14 - Afundamento plástico nas trilhas <strong>de</strong> roda.................................................. 64Figura 15 - Ilustração do escorregamento .................................................................. 66Figura 16 - Ilustração <strong>de</strong> panelas................................................................................. 68Figura 17 - Ilustração <strong>de</strong> remendos. ............................................................................ 69Figura 18 - Esquema da bacia <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação e da <strong>de</strong>formada .................................. 81Figura 19 - Deformada e raio <strong>de</strong> curvatura .................................................................. 82Figura 20 - Deformações no pavimento....................................................................... 84Figura 21 - Posicionamento da viga Benkelman e da prova <strong>de</strong> carga ......................... 84Figura 22 - Representação dos <strong>de</strong>fletômetros <strong>de</strong> impacto .......................................... 87Figura 23 - Correlações Obtidas por várias Pesquisas (Tipo D FWD = aD VB + b)........... 89Figura 24 - Transformação Teórica do Pavimento Real em Pavimento Equivalente ... 93Figura 25 - Avaliação Estrutural dos <strong>Pavimentos</strong> Flexíveis por meio do Produto Rd 0 . 96Figura 26 - Esquema do simulador <strong>de</strong> quarto-<strong>de</strong>-carro ............................................... 102Figura 27 - Esquema do sensor <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamentos verticais....................................... 102Figura 28 - Diagrama em blocos do quantificador <strong>de</strong> irregularida<strong>de</strong>............................ 103Figura 29 - Valores acumulados das diferenças .......................................................... 124Figura 30 - Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> gráfico para divisão em segmentos homogêneos.................... 125


Figura 31 - Fluxograma da análise <strong>de</strong>flectométrica..................................................... 131Figura 32 - Fluxograma da análise da <strong>de</strong>ficiência estrutural e/ou funcional ................ 132Figura 33 - Fluxograma do enfoque mecanístico-empírico.......................................... 134Figura 34 - Fases da vida <strong>de</strong> um pavimento (número N)............................................. 142Figura 35 - Estrutura <strong>de</strong> referência do TECNAPAV..................................................... 158Figura 36 -Deformações horizontais no pavimento antigo <strong>de</strong>vido ás variações <strong>de</strong>temperatura............................................................................................... 163Figura 37 - Geração <strong>de</strong> uma nova trinca na camada <strong>de</strong> reforço <strong>de</strong>vido a ação dastensões térmicas na camada..................................................................... 163Figura 38 - Arqueamento térmico da camada <strong>de</strong> reforço causado pela diferença <strong>de</strong>temperatura da camada subjacente. ......................................................... 164Figura 39 - Concentração <strong>de</strong> tensões <strong>de</strong>vido a <strong>de</strong>flexão diferencial vertical causada pelotráfego ....................................................................................................... 164Figura 40 - Geotêxtil diretamente sobre o pavimento antigo. ...................................... 167Figura 41 - Geotêxtil afastado das trincas do pavimento antigo. ................................. 167Figura 42 - Esquema <strong>de</strong> uma camada <strong>de</strong> alívio <strong>de</strong> tensões........................................ 169Figura 43 - Esquema <strong>de</strong> posicionamento <strong>de</strong> uma manta <strong>de</strong> fibra <strong>de</strong> vidro.................. 169Figura 44 - Esquema <strong>de</strong> uma camada <strong>de</strong> interrupção do trincamento. ....................... 170Figura 45 -Ilustração da solução geotêxtil-geogrelha como camada inibidora dapropagação <strong>de</strong> trincas............................................................................... 171Figura 46 - Esquema do equipamento <strong>de</strong> reciclagem a quente no local ..................... 183Figura 47 - Operação <strong>de</strong> usina intermitente na reciclagem a quente .......................... 187Figura 48 - Operação <strong>de</strong> usina “drum mixer” na reciclagem a quente......................... 188Figura 49 - Processo <strong>de</strong> escolha do tipo <strong>de</strong> estabilização........................................... 195Figura 50 - Dispositivo <strong>de</strong> reciclagem a frio no local.................................................... 200Figura 51 - Formação <strong>de</strong> panelas em pavimentos asfálticos....................................... 208Figura 52Ilustração <strong>de</strong> custos <strong>de</strong> longo prazo para duas diferentes estratégias <strong>de</strong>Restauração em seções <strong>de</strong> pavimento idênticas (taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sconto = 4% aoano) .......................................................................................................... 229Figura 53 Alternativa <strong>de</strong> Restauração – Alternativa A............................................... 241Figura 54 Alternativa <strong>de</strong> Restauração – Alternativa B............................................... 242Figura 55- Alternativa <strong>de</strong> Restauração – Alternativa C............................................... 242Figura 56- Seção transversal - tipo <strong>de</strong> pavimento existente ....................................... 255Figura 57- Interpretação analítica <strong>de</strong> <strong>de</strong>flectogramas retroanálise............................. 281Figura 58- interpretação analítica <strong>de</strong> <strong>de</strong>flectogramas retroanálise ............................. 282Figura 59- Verificação <strong>de</strong> tensões - cálculo <strong>de</strong> vida <strong>de</strong> fadiga.................................... 291


Tabela 1 - Condições <strong>de</strong> Superfície do Pavimento..................................................... 25Tabela 2 -Fatores que afetam o módulo <strong>de</strong> elasticida<strong>de</strong> e a vida <strong>de</strong> fadiga das misturasasfálticas.................................................................................................... 43Tabela 3 - Resumo das causas e tipos <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação permanente.......................... 46Tabela 4 -Quadro resumo dos <strong>de</strong>feitos – Codificação e Classificação (Norma DNIT005/2003 – TER) ....................................................................................... 61Tabela 5 - Condição do pavimento em função do IGG............................................... 69Tabela 6 - Conceitos do ICPF..................................................................................... 75Tabela 7 - Avaliação da IES ....................................................................................... 75Tabela 8 - Correlações entre FWD e Viga Benkelman ............................................... 88Tabela 9-Avaliação das Condições <strong>de</strong> A<strong>de</strong>rência Pneu Pavimento, ou Resistência àDerrapagem............................................................................................... 107Tabela 10- Avaliação da Resistência à Derrapagem................................................... 108Tabela 11 Valores do IFI ............................................................................................ 109Tabela 12 Classificação <strong>de</strong> Veículos adotada pelo DNER ......................................... 112Tabela 13 Fatores <strong>de</strong> Equivalência <strong>de</strong> Carga do USACE .......................................... 114Tabela 14- Fatores <strong>de</strong> Equivalência <strong>de</strong> Carga da AASHTO ....................................... 114Tabela 15- Cálculo FV - ESS....................................................................................... 115Tabela 16- Cálculo FV - ESD....................................................................................... 115Tabela 17- Cálculo FV - ETT ....................................................................................... 115Tabela 18- Estimativa <strong>de</strong> percentual <strong>de</strong> veículos na faixa <strong>de</strong> projeto .......................... 117Tabela 19- Etapas recomendadas para a coleta e avaliação dos dados do pavimento 119Tabela 20- Lista <strong>de</strong> verificação do processo <strong>de</strong> avaliação........................................... 120Tabela 21 Métodos das diferenças acumuladas ........................................................ 124Tabela 22 Critério para o estabelecimento das diretrizes <strong>de</strong> projeto.......................... 144Tabela 23 Critério para o estabelecimento das diretrizes <strong>de</strong> projeto.......................... 150Tabela 24- Classificação dos solos ............................................................................. 157Tabela 25- Comparação entre consumo <strong>de</strong> energia.................................................... 191Tabela 26- Obtenção <strong>de</strong> k ........................................................................................... 220Tabela 27- Limites <strong>de</strong> teor emulsão ótimo................................................................... 221Tabela 28- Granulometria............................................................................................ 222Tabela 29- Método do VPL.......................................................................................... 236Tabela 30- Método relação benefício custo................................................................. 238Tabela 31 VPL e taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sconto............................................................................. 239


Tabela 32 Análise <strong>de</strong> sensibilida<strong>de</strong> ............................................................................ 240Tabela 33 Cálculo do VPL para a alternativa A.......................................................... 244Tabela 34 Cálculo do VPL para a alternativa B.......................................................... 245Tabela 35- Cálculo do VPL para a alternativa C ......................................................... 246Tabela 36- Deflectometria ........................................................................................... 253Tabela 37- Constituição da base e sub-base .............................................................. 254Tabela 38- Valor <strong>de</strong> serventia ..................................................................................... 255Tabela 39- Resumo da avaliação funcional do pavimento – Agrupamento A ............. 256Tabela 40- Resumo da avaliação funcional do pavimento – Agrupamento B ............. 257Tabela 41 Resumo da avaliação estrutural do pavimento – Agrupamento A............. 258Tabela 42 Resumo da avaliação estrutural do pavimento – Agrupamento B............. 259Tabela 43 Resumo das características do pavimento existente ................................ 260Tabela 44- Resumo dos números “N” <strong>de</strong> projeto ........................................................ 261Tabela 45-Tabela 46-Tabela 47-Tabela 48-Tabela 49-Avaliação do pavimento existente/soluções para restauraçãoAgrupamento A ........................................................................................ 266Avaliação do pavimento existente/soluções para restauraçãoAgrupamento B ......................................................................................... 267Dimensionamento <strong>de</strong> reforço <strong>de</strong> pavimento – TECNAPAVAgrupamento A ......................................................................................... 268Dimensionamento <strong>de</strong> reforço <strong>de</strong> pavimento – TECNAPAVAgrupamento B ......................................................................................... 269Avaliação do pavimento existente e dimensionamento <strong>de</strong> reforço - critério <strong>de</strong>resistência – método DNER (Engº Murilo) ................................................ 270Tabela 50- Coeficientes <strong>de</strong> Poisson............................................................................ 272Tabela 51 Dados <strong>de</strong> tráfego....................................................................................... 278Tabela 52 Deformações ............................................................................................. 279Tabela 53Características <strong>de</strong> materiais alternativos para reforços(Valores Aproximados)............................................................................. 283Tabela 54- Estimativa <strong>de</strong> módulos <strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z <strong>de</strong> camadas betuminosas (Shell)......... 284Tabela 55- Estimativa <strong>de</strong> módulos <strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z <strong>de</strong> camadas betuminosas (Shell)......... 285Tabela 56-Tabela 57-Estimativa <strong>de</strong> módulos <strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z <strong>de</strong> camadas betuminosas(The Asphalt Institute) ............................................................................... 286Estimativa <strong>de</strong> módulos <strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z <strong>de</strong> camadas betuminosas(Método <strong>de</strong> Francken) ............................................................................... 287Tabela 58- Esforços limites - 1º critério: fadiga das camadas betuminosas................ 288Tabela 59- Esforços limites - 1º critério: fadiga das camadas betuminosas................ 289


SUMÁRIOAPRESENTAÇÃO .......................................................................................................... 03LISTA DE ILUSTRAÇÕES ............................................................................................. 051. INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 152. CONCEITUAÇÃO DO MANUAL ............................................................................ 192.1. Objetivos e Estrutura do <strong>Manual</strong> ................................................................. 212.2. Conceitos e Terminologia............................................................................ 222.3. Fatores Intervenientes no Projeto ............................................................... 332.4. O Processo <strong>de</strong> Restauração ....................................................................... 353. DETERIORAÇÃO DOS PAVIMENTOS.................................................................. 393.1. Desempenho Funcional............................................................................... 413.2. Desempenho Estrutural............................................................................... 423.3. Desempenho quanto à Segurança.............................................................. 493.4. Gatilhos para a Restauração....................................................................... 503.5. Interações entre os Defeitos........................................................................ 533.6. Evolução da Deterioração ........................................................................... 544. AVALIAÇÃO DOS PAVIMENTOS FLEXÍVEIS....................................................... 574.1. Avaliação das Condições <strong>de</strong> Superfície ...................................................... 594.2. Avaliação das Condições Estruturais .......................................................... 784.3. Avaliação das Condições da Irregularida<strong>de</strong> longitudinal ............................. 994.4. Condições <strong>de</strong> A<strong>de</strong>rência Pneu/Pavimento .................................................. 1044.5. Avaliação das Solicitações <strong>de</strong> Tráfego........................................................ 1094.6. Avaliação Global ......................................................................................... 1175. REFORÇO DOS PAVIMENTOS ............................................................................ 1275.1. Abordagens do Projeto................................................................................ 1295.2. Análise Defletométrica................................................................................. 130


5.3. Análise da Deficiência Estrutural................................................................. 1315.4. Abordagem Mecanístico-empírica............................................................... 1335.5. Métodos <strong>de</strong> Reforço.................................................................................... 1415.6. Trabalhos Preparatórios para Restauração ................................................ 1605.7. Propagação <strong>de</strong> Trincas ............................................................................... 1626. RECICLAGEM DOS PAVIMENTOS ...................................................................... 1736.1. Objetivos da Reciclagem ............................................................................ 1756.2. Orientações para a Seleção da Reciclagem ............................................... 1766.3. Reciclagem a Quente.................................................................................. 1776.4. Reciclagem a Frio ....................................................................................... 1917. CONSERVAÇÃO DOS PAVIMENTOS .................................................................. 2037.1. Definição e Finalida<strong>de</strong>................................................................................. 2057.2. Conservação Rotineira................................................................................ 2057.3. Conservação Periódica ............................................................................... 2158. AVALIAÇÃO ECONÔMICA.................................................................................... 2258.1. Preâmbulo................................................................................................... 2278.2. Custos <strong>de</strong> Ciclo <strong>de</strong> Vida.............................................................................. 2288.3. Princípios Básicos....................................................................................... 2298.4. Componentes Fundamentais ...................................................................... 2308.5. Métodos <strong>de</strong> Avaliação <strong>de</strong> Alternativas ........................................................ 2348.6. Análise <strong>de</strong> Sensibilida<strong>de</strong> ............................................................................. 2398.7. Comparação entre Alternativas................................................................... 2409. EXEMPLO ILUSTRATIVO ..................................................................................... 2479.1. Avaliação das Características do Pavimento ............................................. 2499.2. Dados do Tráfego e Número “N”................................................................. 2609.3. Avaliação Estrutural do Pavimento Existente e Dimensionamento <strong>de</strong> Reforçopor Procedimentos Empíricos ..................................................................... 262


9.4. Avaliação Estrutural do Pavimento Existente e Dimensionamento <strong>de</strong> Reforçopela Teoria da Mecânica dos <strong>Pavimentos</strong>................................................... 2719.5. Dimensionamento <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Novos.................................................... 2929.6. Soluções Adotadas no Projeto .................................................................... 299BIBLIOGRAFIA............................................................................................................... 303


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 151 - INTRODUÇÃOMT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 171 INTRODUÇÃOAs obras <strong>de</strong> pavimentação rodoviária tiveram um gran<strong>de</strong> incremento nos anos 50, quando,fruto do intenso intercâmbio <strong>de</strong> técnicos do extinto DNER, produziu-se uma gran<strong>de</strong>transferência <strong>de</strong> tecnologia oriunda dos Estados Unidos da América do Norte.O mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> financiamento do setor rodoviário, baseado no Fundo Rodoviário Nacional -FRN, foi responsável pela construção <strong>de</strong> um patrimônio representado por cerca <strong>de</strong> 68.000km <strong>de</strong> rodovias fe<strong>de</strong>rais, dos quais 51.000 km pavimentados.O advento da crise <strong>de</strong> petróleo nos anos 70, a extinção do FRN nos anos 80 e osinvestimentos insuficientes <strong>de</strong>stinados ao setor tornaram o sistema rodoviárioextremamente vulnerável.A ida<strong>de</strong> dos pavimentos e a solicitação intensa do tráfego compõem o problema,especialmente nas rodovias fe<strong>de</strong>rais, on<strong>de</strong> gran<strong>de</strong> parte da malha já superou a vida útildos projetos originais.Nos últimos anos, porém, a ênfase na construção rodoviária vem sendo gradualmentetransferida para as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> recuperação e restauração.Com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> apresentar e disseminar os conceitos e as informações técnicasnecessárias ao projeto e à execução <strong>de</strong> obras para a restauração dos pavimentosasfálticos, foi elaborado, em 1998, por técnicos do DNER e da Associação Brasileira <strong>de</strong>Normas Técnicas – ABNT, sob a Coor<strong>de</strong>nação do <strong>IPR</strong>.Assim, o <strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Reabilitação <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos foi entregue à comunida<strong>de</strong>rodoviária do País, com o propósito <strong>de</strong> aten<strong>de</strong>r a mudança <strong>de</strong> ênfase da construçãorodoviária para a restauração rodoviária, <strong>de</strong>senvolvendo orientações para a escolha daalternativa <strong>de</strong> restauração mais a<strong>de</strong>quada e <strong>de</strong>screvendo procedimentos específicos, a fim<strong>de</strong> implantar condições seguras e compatíveis do trânsito nas rodovias brasileiras.O <strong>Manual</strong> se apresentava e ainda se apresenta como um elemento <strong>de</strong> auxílio nodiagnóstico da patologia dos pavimentos, na compreensão dos enfoques do projeto <strong>de</strong>restauração, e na adoção <strong>de</strong> procedimentos a<strong>de</strong>quados no controle da qualida<strong>de</strong> dasações <strong>de</strong> manutenção <strong>de</strong> pavimentos flexíveis.Nele conceituam-se as principais expressões relativas à restauração <strong>de</strong> pavimentosasfálticos <strong>de</strong> rodovias e comentam-se também os principais parâmetros técnicosintervenientes na seleção e dimensionamento da alternativa <strong>de</strong> Restauração e as diversasetapas intermediárias.O antigo <strong>Manual</strong> foi amplamente utilizado em face <strong>de</strong> intensivos programas <strong>de</strong>pavimentação lançados em seguidos exercícios, propiciando, inclusive, a instalação <strong>de</strong> umparque industrial com empresas <strong>de</strong> construção altamente eficientes.MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 18Ocorre que o progresso tecnológico ao longo dos anos, não só quanto aos materiais etécnicas <strong>de</strong> construção, mas também quanto aos equipamentos em uso, levou ànecessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> revisão e atualização da 1ª Edição do <strong>Manual</strong>.Dessa forma, o DNIT julgou ser apropriado que se proce<strong>de</strong>sse a um processo <strong>de</strong> revisão eatualização do <strong>Manual</strong> que, ainda sob a Coor<strong>de</strong>nação do <strong>IPR</strong>, dá origem a esta 2ª Ediçãodo <strong>Manual</strong>, agora com o termo Restauração em substituição a Reabilitação.Entre o <strong>Manual</strong> do DNER <strong>de</strong> 1998 e o presente <strong>Manual</strong> do DNIT, observam-se asseguintes alterações principais, das mais gerais para as mais particulares:a) Re-or<strong>de</strong>namento e remanejamento <strong>de</strong> diversos temas;b) Reajustes na redação dos textos;c) Reajustes na montagem <strong>de</strong> figuras e tabelas;d) Substituição do Apêndice 1 do <strong>Manual</strong> do DNER, pelo Capítulo 9 – Exemplo Ilustrativo;e) Eliminação do Prefácio e do Apêndice 2 do <strong>Manual</strong> do DNER, por <strong>de</strong>snecessários;f) A<strong>de</strong>quação aos novos procedimentos para avaliação das condições <strong>de</strong> superfície <strong>de</strong>pavimentos asfálticos estabelecidos nas Normas DNIT 005/2003 – TER, DNIT006/2003 – PRO, DNIT 007/2003 – PRO, DNIT 008/2003 – PRO e DNIT 009/2003 –PRO;g) Incorporação ao item 4.2.4.3 – Avaliação <strong>de</strong> Módulos por Retroanálise, do Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong>Hogg, para resolução <strong>de</strong> problemas <strong>de</strong> retroanálise <strong>de</strong> bacias <strong>de</strong> <strong>de</strong>flexão;h) A<strong>de</strong>quação à terminologia das intervenções passíveis <strong>de</strong> serem realizadas empavimentos asfálticos, buscando-se promover a compatibilização com os instrumentosnormativos e orientadores vigentes, particularmente em relação às Normas DNERTER-02/79 e DNIT 005/2003 - TER, ao <strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Conservação Rodoviária – DNIT/<strong>IPR</strong>2005 e ao <strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Pavimentação – DNIT/<strong>IPR</strong> 2006, resultando inclusive namudança do título do <strong>Manual</strong> anterior do DNER <strong>de</strong> 1998.MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 192 – CONCEITUAÇÃO DO MANUALMT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 212 CONCEITUAÇÃO DO MANUAL2.1 OBJETIVOS DO MANUALO principal objetivo <strong>de</strong>ste <strong>Manual</strong> é apresentar e discutir os elementos técnicosnecessários à i<strong>de</strong>ntificação, quantificação e análise das <strong>de</strong>teriorações existentes nospavimentos asfálticos e ainda <strong>de</strong>screver as principais técnicas <strong>de</strong> restauração disponíveis.São discutidas as técnicas para avaliação da capacida<strong>de</strong> estrutural dos pavimentosasfálticos, os métodos <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminação da sua habilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> proporcionar conforto aorolamento e segurança, os enfoques e os métodos para o dimensionamento <strong>de</strong> reforço <strong>de</strong>pavimentos e as medidas <strong>de</strong> controle da qualida<strong>de</strong> na execução dos serviços <strong>de</strong>restauração.Outro objetivo do <strong>Manual</strong> é apresentar um processo para a seleção da melhor alternativaou estratégia <strong>de</strong> restauração <strong>de</strong> pavimentos flexíveis. Nesse processo são <strong>de</strong>finidosperíodos <strong>de</strong> análise, estimados os prováveis custos <strong>de</strong> ciclo <strong>de</strong> vida e efetuada a avaliaçãoeconômica entre as alternativas tecnicamente viáveis.Embora não seja o principal componente <strong>de</strong>ste <strong>Manual</strong>, os sistemas gerenciais <strong>de</strong>pavimentos são reconhecidamente eficientes no controle dos gastos em conservação erestauração <strong>de</strong> pavimentos. As técnicas <strong>de</strong> avaliação e <strong>de</strong> projeto apresentadas neste<strong>Manual</strong> são entradas (input) nos sistemas gerenciais <strong>de</strong> pavimentos. Mesmo nos locaison<strong>de</strong> não foram implantados tais sistemas, as informações contidas neste <strong>Manual</strong> sãoigualmente aplicáveis no sentido <strong>de</strong> fornecer subsídios para julgamentos e <strong>de</strong>cisões emprojetos individuais.Além da Introdução, o presente trabalho é constituído por mais oito capítulos. De maneiraresumida, po<strong>de</strong>m ser listados os seguintes itens como os principais objetivos do <strong>Manual</strong>:a) <strong>de</strong>screver os fatores que intervêm no <strong>de</strong>sempenho e na <strong>de</strong>terioração dos pavimentos;b) apresentar os principais tipos <strong>de</strong> <strong>de</strong>feitos <strong>de</strong> superfície em pavimentos asfálticos e suascausas, os processos <strong>de</strong> avaliação estrutural e funcional <strong>de</strong> pavimentos, e da avaliaçãoda solicitação do tráfego;c) divulgar os princípios da reciclagem dos pavimentos ;d) discutir os principais enfoques <strong>de</strong> dimensionamento e apresentar vários métodos <strong>de</strong>reforço <strong>de</strong> pavimentos;e) apresentar as técnicas para a seleção <strong>de</strong> alternativas <strong>de</strong> restauração mais vantajosassob o ponto <strong>de</strong> vista econômico;f) expor uma metodologia para o projeto <strong>de</strong> restauração <strong>de</strong> pavimentos por meio <strong>de</strong> umexemplo <strong>de</strong> aplicação;g) fornecer os mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> formulário <strong>de</strong> ensaios e <strong>de</strong> acompanhamento dos serviçosnecessários para o controle <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> da restauração em concreto betuminosousinado a quente.MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 222.2 CONCEITOS E TERMINOLOGIAA <strong>de</strong>finição das expressões relativas a Manutenção Rodoviária, tais como Restauração doPavimento e Reabilitação do Pavimento, entre outras, não é uma tarefa simples. De fato,em diversos países e órgãos rodoviários verifica-se uma gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> diferentes<strong>de</strong>finições e/ou classificações para as diversas intervenções realizadas no pavimento, apóssua construção inicial.Releva observar que tal diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>finições insere relativa complexida<strong>de</strong> para otratamento do assunto, na medida em que, no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> trabalhos técnicos emnosso país, recorre-se freqüentemente à literatura técnica internacional - a partir do quepassam a ser “importados” termos e expressões calcados por vezes em mo<strong>de</strong>losconceituais distintos, não necessariamente consolidados e/ou compatíveis, <strong>de</strong> país parapaís.No âmbito do DNIT, as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Manutenção Rodoviária foram objeto da Norma TER-02/79,a qual, conceituando os termos empregados na área <strong>de</strong> Manutenção Rodoviáriaenfoca as intervenções componentes, a saber:• A Conservação Rodoviária (em suas 3 modalida<strong>de</strong>s: Corretiva Rotineira, PreventivaPeriódica e <strong>de</strong> Emergência),• A Restauração,• O Melhoramento (<strong>de</strong>sdobrado em 2 grupos: Complementação e Modificação)Não obstante a existência/vigência do instrumento normativo, a Terminologia adotada nadocumentação pertinente à Manutenção Rodoviária, por circunstâncias várias, não sereveste da uniformida<strong>de</strong> ou unida<strong>de</strong> que seria <strong>de</strong>sejável e, com freqüência, não aten<strong>de</strong> aosdispositivos normativos vigentes e/ou ignoram premissas técnicas, instituídas relativamenteao tema.Com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> promover a <strong>de</strong>sejável unificação e o disciplinamento do tema, veio aser estabelecida e aplicada competente sistemática – a qual, buscando resguardar oprocesso histórico, no qual se insere a mencionada Norma TER-02/79, consi<strong>de</strong>rou aterminologia específica que, embora não <strong>de</strong>sfrutando da unanimida<strong>de</strong>, foi e é a consagradapelo uso, ao longo <strong>de</strong> vários anos, por parte do DNER e do DNIT. Atendida essa condição,foram promovidas as necessárias a<strong>de</strong>quações/atualizações envolvendo, <strong>de</strong> formaconsolidada, complementações <strong>de</strong> <strong>de</strong>finições e incorporações – sempre em consonânciacom a conceituação técnica pertinente, assumida pelo DNIT e retratando o atual estado daarte do tema.Tendo em vista que o pleno entendimento <strong>de</strong>sse tema, bem como <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminadasparticularida<strong>de</strong>s embutidas na mencionada sistemática é relevante para o a<strong>de</strong>quadomanuseio <strong>de</strong>ste <strong>Manual</strong>, é efetivada a seguir, na forma do sub-item 2.2.1, abordagemsumária sobre os aspectos conceituais então evocados – aspectos estes que estãocontemplados em <strong>de</strong>talhes no curso do <strong>Manual</strong>. Em seqüência e, na forma dos sub-itensMT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 232.2.2 e 2.2.3 são sucessivamente tecidas consi<strong>de</strong>rações sobre a Manutenção Rodoviária eapresentada a Terminologia estabelecida.2.2.1 ASPECTOS CONCEITUAISA Rodovia, e em especial o pavimento, em razão da importância do transporte nocomplexo da ativida<strong>de</strong> sócio-econômica, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma perspectiva <strong>de</strong> longo prazo (<strong>de</strong>or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>za, por exemplo, secular) <strong>de</strong>ve apresentar permanentemente um<strong>de</strong>sempenho satisfatório.Este <strong>de</strong>sempenho satisfatório se traduz na oferta, ao usuário, <strong>de</strong> condições <strong>de</strong> tráfegoseguras, confortáveis e econômicas – aten<strong>de</strong>ndo aos preceitos <strong>de</strong> otimização do custototal <strong>de</strong> transporte.A capacida<strong>de</strong> que um pavimento tem <strong>de</strong> proporcionar um <strong>de</strong>terminado nível <strong>de</strong><strong>de</strong>sempenho (funcional) é intitulada <strong>de</strong> “Serventia do Pavimento” – cujo respectivoprocesso <strong>de</strong> aferição po<strong>de</strong> ser efetivado através <strong>de</strong> “Avaliações Subjetivas” e/ou <strong>de</strong>“Avaliações Objetivas”.A Avaliação Subjetiva da Serventia envolve a participação <strong>de</strong> grupo <strong>de</strong> indivíduosi<strong>de</strong>ntificados com a Rodovia e que são previamente orientados / preparados – estando oassunto tratado na Norma DNIT 009/2003-PRO.A Avaliação Objetiva da Serventia é calculada analiticamente, com base no conhecimentodos valores <strong>de</strong> vários parâmetros representativos das condições <strong>de</strong> superfície dopavimento, existindo, em correspondência com tais parâmetros, uma gran<strong>de</strong> varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong>Índices – os quais, <strong>de</strong> uma maneira geral, estão correlacionados entre si.Entre os vários índices existentes, cabe mencionar os seguintes: PSI – PresentServiciability Rating, VSA – Valor <strong>de</strong> Serventia Atual, LVC – Levantamento VisualContínuo, IGGE – Índice <strong>de</strong> Gravida<strong>de</strong> Global Expedito, IES – Índice <strong>de</strong> Estado <strong>de</strong>Superfície, ICPF – Índice <strong>de</strong> Condição do Pavimento Flexível e IRI – InternationalRoughness In<strong>de</strong>x (Índice <strong>de</strong> Irregularida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Superfície).Este último Índice é o que, é mais freqüentemente, utilizado pelo DNIT.Conceitua-se Irregularida<strong>de</strong> Longitudinal <strong>de</strong> um Pavimento ou, simplesmente,Irregularida<strong>de</strong>, como “o conjunto dos <strong>de</strong>svios da superfície do pavimento em relação a umplano <strong>de</strong> referência” – <strong>de</strong>svios estes que, entre vários outros inconvenientes, afetam aqualida<strong>de</strong> do rolamento e a ação dinâmica das cargas sobre a via.A Irregularida<strong>de</strong> do Perfil Longitudinal <strong>de</strong> um Pavimento apresenta as seguintes principaisparticularida<strong>de</strong>s:• A partir <strong>de</strong> um valor inicial, função do processo construtivo, a Irregularida<strong>de</strong> passa aassumir valores crescentes, como <strong>de</strong>corrência da ação do tráfego, do clima e <strong>de</strong> outrosfatores;MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 24• A Irregularida<strong>de</strong> influi na interação da superfície da via com os veículos, gerandoefeitos sobre os próprios veículos, sobre os passageiros e motoristas, e sobre ascargas transportadas. Tais efeitos <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m também, além da Irregularida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>fatores vinculados à suspensão dos veículos e à sensibilida<strong>de</strong> dos passageiros e dascargas.• A Irregularida<strong>de</strong> aumenta a ação das cargas dinâmicas dos veículos sobre a superfíciedo pavimento e, em <strong>de</strong>corrência, acelera a <strong>de</strong>terioração <strong>de</strong> sua estrutura. Ela provocaainda efeitos adversos sobre a drenagem da superfície do pavimento, na medida emque contribui para a formação <strong>de</strong> poças d’água que vão afetar negativamente asegurança e o <strong>de</strong>sempenho da Rodovia.• A Irregularida<strong>de</strong> afeta a dinâmica dos veículos em movimento, aumentando o seu<strong>de</strong>sgaste e acarreta, também, prejuízos à condução dos veículos. Em conseqüência, aIrregularida<strong>de</strong> tem gran<strong>de</strong> influência sobre custo operacional dos veículos – com o qualapresenta, inclusive, satisfatória correlação estatística.Este último aspecto, em especial, é <strong>de</strong>terminante para a escolha da Irregularida<strong>de</strong> comoparâmetro básico e referencial para ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> planejamento, programação eelaboração <strong>de</strong> projetos referentes à manutenção dos pavimentos.A Irregularida<strong>de</strong> po<strong>de</strong> ser medida em diversas escalas padronizadas e <strong>de</strong> conformida<strong>de</strong>com o equipamento <strong>de</strong> medição então usado. Os procedimentos pertinentes ao atributoIrregularida<strong>de</strong> estão <strong>de</strong>vidamente normalizados pelo DNIT, que no caso, contemplaespecificamente o parâmetro QI – Quociente <strong>de</strong> Irregularida<strong>de</strong>, através dos seguintesInstrumentos:−−DNER – ES 173/86 – Métodos <strong>de</strong> Nível e Mira para Calibração <strong>de</strong> Sistemas Medidores<strong>de</strong> Irregularida<strong>de</strong>, tipo resposta.DNER – PRO – 164/94 – Calibração e Controle do Sistema Medidor <strong>de</strong> Irregularida<strong>de</strong>da Superfície do Pavimento.− DNER – PRO – 182/94 – Medição da Irregularida<strong>de</strong> da Superfície <strong>de</strong> Pavimento comSistemas Medidores.− DNER – PRO – 229/94 – Manutenção <strong>de</strong> Sistemas Medidores <strong>de</strong> Irregularida<strong>de</strong> <strong>de</strong>Superfície <strong>de</strong> Pavimento – Integrador <strong>IPR</strong>/USP e Maysmeter.De outra parte, com base em pesquisa internacional <strong>de</strong> medição da Irregularida<strong>de</strong>realizada em Brasília no ano <strong>de</strong> 1992, veio a ser instituída pelo DNIT a escala “InternationalRoughness In<strong>de</strong>x” – IRI, que é uma escala <strong>de</strong> referência, transferível para outros sistemas<strong>de</strong> medição.O IRI é <strong>de</strong>finido matematicamente a partir <strong>de</strong> um perfil levantado por nível e mira (ouequipamento similar) nas trilhas <strong>de</strong> roda, visando simular os movimentos verticais <strong>de</strong> um“Sistema Medidor <strong>de</strong> Superfície <strong>de</strong> Pavimento”.MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 25Os conceitos <strong>de</strong> QI e IRI são bastante similares e, na prática, são altamentecorrelacionados.A equação que estabelece a relação entre ambos é: QI = 13 IRI.A Tabela 1, que se segue, apresenta os níveis <strong>de</strong> conceitos atribuíveis e relativos áscondições <strong>de</strong> superfície do pavimento em função da Avaliação Subjetiva e ascorrespon<strong>de</strong>ntes faixas <strong>de</strong> valores pertinentes aos principais Índices / Parâmetrosutilizados na Avaliação Objetiva.Tabela 1 -Condições <strong>de</strong> Superfície do PavimentoConceitoQI (cont./km)Irregularida<strong>de</strong>IRI (m/km)ICPF IGG TRExcelente 13-25 1-1,9 5-4 0 – 20 0 - 2Bom 25-35 1,9 - 2,7 4-3 20 – 40 2 - 5Regular 35-45 2,7 - 3,5 3-2 40 – 80 5 - 10Ruim 45-60 3,5 - 4,6 2-1 80 – 160 10 - 25Péssimo > 60 > 4,6 1-0 > 160 > 25On<strong>de</strong>:QI = Quociente <strong>de</strong> Irregularida<strong>de</strong>IRI = Índice Internacional <strong>de</strong> Irregularida<strong>de</strong>ICPF = Índice <strong>de</strong> Condição <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> FlexíveisIGG = Índice <strong>de</strong> Gravida<strong>de</strong> GlobalTR = Trincamento (% <strong>de</strong> FC-2 + FC-3)Para aten<strong>de</strong>r aos preceitos <strong>de</strong> otimização <strong>de</strong> custo total <strong>de</strong> transporte conformemencionado anteriormente, o pavimento <strong>de</strong>ve dispor da <strong>de</strong>vida Habilitação, isto é: Estarpermanentemente dotado <strong>de</strong> a<strong>de</strong>quados atributos <strong>de</strong> natureza estrutural e <strong>de</strong> naturezafuncional - atributos estes que, para serem mantidos <strong>de</strong>ntro dos níveis<strong>de</strong>sejáveis/admissíveis exigem que o pavimento seja submetido a um contínuo e a<strong>de</strong>quadoprocesso <strong>de</strong> Manutenção.Tal processo <strong>de</strong> Manutenção envolve a execução <strong>de</strong> conjuntos <strong>de</strong> intervenções diversas,cuja natureza é função da finalida<strong>de</strong> proposta.O pavimento que, conforme se expôs, é assumido ante uma perspectiva <strong>de</strong> longo prazo,por questões <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m técnico-econômica, é dimensionado para aten<strong>de</strong>r a ciclos <strong>de</strong> vida<strong>de</strong> média duração (8 a 10 anos) – ciclos <strong>de</strong> vida que se suce<strong>de</strong>m e que, a cada renovaçãosão dimensionados com base no valor estrutural (residual) do pavimento remanescente enos valores dos parâmetros do tráfego esperado para o novo ciclo.Em cada ciclo <strong>de</strong> vida, o <strong>de</strong>sempenho do pavimento é previsível: As ações interativas do“Tráfego + Meio Ambiente” sobre o contexto do pavimento, iniciam-se logo após a aberturado tráfego causando, <strong>de</strong> imediato, <strong>de</strong>teriorações - <strong>de</strong> início imperceptíveis, mas e queMT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 26ten<strong>de</strong>m a crescer e se diversificar interativamente afetando, então, o <strong>de</strong>sempenho dopavimento. Esse <strong>de</strong>sempenho, assim, <strong>de</strong>clinará segundo uma faixa normalmente previsível(1,5≤IRI≤3,5/4,0) <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> cada ciclo – faixa esta, <strong>de</strong>ntro da qual estarão sempreatendidos, os preceitos <strong>de</strong> otimização do custo total <strong>de</strong> transporte (apresentando, portanto,o pavimento a <strong>de</strong>vida habilitação, porque dispõe dos a<strong>de</strong>quados atributos <strong>de</strong> naturezaestrutural e <strong>de</strong> natureza funcional).Para que o pavimento apresente tal <strong>de</strong>sempenho previsível <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> cada ciclo, énecessário, conforme se expôs, que o pavimento seja continuamente e <strong>de</strong> forma crescente(Níveis <strong>de</strong> Esforço crescentes), em função da evolução das <strong>de</strong>teriorações, contempladocom a<strong>de</strong>quadas intervenções <strong>de</strong> caráter corretivo e preventivo. Tais intervençõesconstituem as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Conservação (em suas 3 modalida<strong>de</strong>s).Quando se aproxima do final do Ciclo (IRI ≅ 3,5/4,0) o pavimento, embora <strong>de</strong>sfrutandoainda da <strong>de</strong>vida Habilitação, passa a apresentar um <strong>de</strong>sempenho próximo <strong>de</strong> sua condiçãolimite permissível, no qual o processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>terioração ten<strong>de</strong>rá a crescer <strong>de</strong> formaacentuada, vindo a tornar anti-econômica, <strong>de</strong>ntro do enfoque <strong>de</strong> otimização do custo total<strong>de</strong> transporte, a operação da Rodovia.Nessa oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ve, então, ser projetado e executado o novo dimensionamento dopavimento <strong>de</strong> sorte a se aten<strong>de</strong>r a um novo ciclo <strong>de</strong> vida – repetindo-se então o processo,em ciclos sucessivos.O procedimento pertinente nesse caso, é intitulado <strong>de</strong> Restauração do Pavimento e, aolongo do trecho correspon<strong>de</strong>nte e em função do grau <strong>de</strong> <strong>de</strong>terioração apresentado, sedistribuirá em duas modalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> intervenções básicas, a saber: o Recapeamento doPavimento ou a Reconstrução (Total ou Parcial) do Pavimento.Neste estágio, normalmente <strong>de</strong>ve predominar <strong>de</strong> forma absoluta a 1ª modalida<strong>de</strong> citada –ficando a 2ª para situações isoladas ou áreas localizadas.Se o ciclo <strong>de</strong> vida do pavimento houver sido ultrapassado <strong>de</strong> forma significativa sem queas obras <strong>de</strong>vidas <strong>de</strong> Restauração tenham sido executadas, passa a existir uma anomalia.As <strong>de</strong>teriorações avançam e progri<strong>de</strong>m <strong>de</strong> forma inexorável, as intervenções <strong>de</strong>conservação se tornam extremamente onerosas e conferem pequena sobrevida aossegmentos então tratados. O pavimento per<strong>de</strong>, então, a sua já focalizada habilitação,conduzindo a custos operacionais elevados e incompatíveis com os preceitos <strong>de</strong>otimização técnico-econômica.Quando vier a ser executada a a<strong>de</strong>quada recuperação do pavimento, esta terá, então,custo bem mais elevado, ten<strong>de</strong>ndo a ocorrer, predominância dos quantitativos <strong>de</strong>Reconstrução do Pavimento sobre os quantitativos <strong>de</strong> Recapeamento do Pavimento.O gráfico da Figura 1 a seguir, retratando o <strong>de</strong>sempenho i<strong>de</strong>al (esperado) <strong>de</strong> umpavimento ao longo <strong>de</strong> um “Ciclo <strong>de</strong> Vida” ilustra as consi<strong>de</strong>rações anteriormente expostasneste sub-item e os aspectos da interface Conservação / Restauração / Reabilitação.MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 27Figura 1 -Curva <strong>de</strong> Degradação do Pavimento2.2.2 CONSIDERAÇÕES SOBRE A MANUTENÇÃO RODOVIÁRIAAnte o exposto, objetivamente, para o estabelecimento final da Terminologia proposta,foram assumidos os seguintes conceitos:Torna-se impróprio assumir-se para o termo Manutenção o mesmo significado <strong>de</strong>Conservação, na medida em que o processo <strong>de</strong> Manutenção (DNER – TER 02/79)comporta uma série <strong>de</strong> grupos <strong>de</strong> intervenções, dos quais a Conservação é, apenas, um<strong>de</strong>les.O termo “Recuperação do Pavimento” <strong>de</strong>ve ser entendido como “Recuperação dosAtributos Funcionais e Estruturais do Pavimento”, não comportando qualquer conotaçãodireta, em termos <strong>de</strong> serviços ou obras na Rodovia/Pavimento.Nesse sentido, fica prevalecendo o entendimento <strong>de</strong> que tal processo <strong>de</strong> Recuperação sematerializa através da execução <strong>de</strong> intervenções físicas na Rodovia – intituladas <strong>de</strong>Restauração do Pavimento e/ou Reabilitação do Pavimento – a seguir, brevementeenfocadas.O termo “Restauração do Pavimento”, quando referido a um trecho, <strong>de</strong>ve ser entendidocomo a Recuperação <strong>de</strong> um Pavimento que se apresenta <strong>de</strong>teriorado, mas cujo grau <strong>de</strong><strong>de</strong>terioração não compromete a sua habilitação (a sua recuperação ocorrendotempestivamente, <strong>de</strong>ntro ou próximo do final do seu ciclo <strong>de</strong> vida).Cumpre ressaltar, conforme já exposto, que nesse estágio <strong>de</strong> <strong>de</strong>terioração (que ainda nãoé qualificado como crítico) as medidas <strong>de</strong> conservação <strong>de</strong> caráter preventivo e/ou corretivojá se tornam praticamente ineficazes e/ou anti-econômicas.MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 28O termo “Reabilitação do Pavimento”, quando referido a um trecho, <strong>de</strong>ve ser entendidocomo a Recuperação <strong>de</strong> um Pavimento que, como <strong>de</strong>corrência do alto grau <strong>de</strong><strong>de</strong>terioração alcançado, per<strong>de</strong>u a sua habilitação.O termo “Reabilitação do Pavimento”, quando referido a um segmento homogêneo, <strong>de</strong>veguardar correspondência com as soluções que envolvem a Reconstrução do Pavimento.O termo “Restauração do Pavimento”, quando referido a um segmento homogêneo, <strong>de</strong>veguardar correspondência com as soluções que envolvem o Recapeamento do Pavimento.A expressão Restauração e Reabilitação do Pavimento, para a <strong>de</strong>signação genérica dasobras e serviços <strong>de</strong> Recuperação do Pavimento, se <strong>de</strong>monstra mais coerente com aconceituação técnica do tema na medida em que a acentuada dispersão ordinariamenteexistente no grau <strong>de</strong> <strong>de</strong>terioração <strong>de</strong> um trecho a ser recuperado <strong>de</strong>fine um perfil <strong>de</strong>soluções que conjugam a execução tanto do Recapeamento do Pavimento como daReconstrução do Pavimento.NOTA:Os termos Remendo, Reparo e Reparação, com freqüência utilizados nalinguagem da Manutenção rodoviária, não comportam <strong>de</strong>finição específica e oumais precisa, porquanto dizem respeito a uma gama <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong>conservação <strong>de</strong> caráter corretivo/preventivo que po<strong>de</strong>m contemplar,indiferentemente, além do pavimento, os <strong>de</strong>mais componentes da infra-estruturada via.2.2.3 TERMINOLOGIA ESTABELECIDADe forma solidária com o exposto, são propostas as seguintes <strong>de</strong>finições:−Manutenção <strong>de</strong> RodoviaCompreen<strong>de</strong> um processo sistemático a que, <strong>de</strong> forma contínua, <strong>de</strong>ve ser submetidauma Rodovia, no sentido <strong>de</strong> que esta, <strong>de</strong> conformida<strong>de</strong> com suas funções e magnitu<strong>de</strong><strong>de</strong> tráfego, venha a oferecer ao usuário, permanentemente, um tráfego econômico,confortável e seguro, em consonância com competentes preceitos <strong>de</strong> otimizaçãotécnico-econômica do “Custo Total <strong>de</strong> Transporte”.A manutenção se consubstancia através <strong>de</strong> ações sistemáticas e programadas que<strong>de</strong>vem ter lugar diante <strong>de</strong> condicionamentos cronológicos e/ou da ocorrência <strong>de</strong>eventos supervenientes.Tais ações, contemplando a infra-estrutura viária com todos os seus componentespo<strong>de</strong>m ser enquadradas em 4 grupos básicos, a saber:• Conservação da Rodovia• Introdução <strong>de</strong> Melhoramentos dos sistemas <strong>de</strong> proteção da infra-estrutura e/oudrenagem e/ou dispositivos <strong>de</strong> segurança e obras complementares.• Recuperação do Pavimento através <strong>de</strong> sua restauraçãoMT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 29• Recuperação do Pavimento através <strong>de</strong> sua reabilitação−Conservação RodoviáriaÉ o conjunto <strong>de</strong> operações rotineiras, periódicas e <strong>de</strong> emergência <strong>de</strong>senvolvido com oobjetivo <strong>de</strong> preservar as características técnicas e físico-operacionais do sistemarodoviário e das instalações físicas, <strong>de</strong>ntro dos padrões <strong>de</strong> serviço pré-estabelecidos ecompatíveis com os preceitos <strong>de</strong> otimização técnico-econômica do “Custo Total <strong>de</strong>Transporte”.Tais ações <strong>de</strong> Conservação Rodoviária <strong>de</strong>vem ser programadas e continuamenteexecutadas, ao longo <strong>de</strong> cada um dos ciclos <strong>de</strong> vida do pavimento e ten<strong>de</strong>m a sertornar anti-econômicas quando alcançado ou ultrapassado o final <strong>de</strong> tal ciclo–oportunida<strong>de</strong> em que <strong>de</strong>ve ser procedida à recuperação <strong>de</strong> pavimento.−Conservação Corretiva RotineiraÈ o conjunto <strong>de</strong> operações <strong>de</strong> conservação que tem como objetivo reparar ou sanar um<strong>de</strong>feito e restabelecer o funcionamento dos componentes da Rodovia, proporcionandoconforto e segurança aos usuários.−Conservação Preventiva PeriódicaÉ o conjunto <strong>de</strong> operações <strong>de</strong> conservação realizadas periodicamente com o objetivo<strong>de</strong> evitar o surgimento ou agravamento <strong>de</strong> <strong>de</strong>feitos. Trata-se <strong>de</strong> tarefas requeridasdurante o ano mas cuja freqüência <strong>de</strong> execução <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do tráfego, da topografia e <strong>de</strong>efeitos climáticos.−Conservação <strong>de</strong> EmergênciaÉ o conjunto <strong>de</strong> operações a serem eventualmente realizadas com o objetivo <strong>de</strong>recompor, reconstruir ou restaurar trechos que tenham sido seccionados, obstruídos oudanificados por um evento extraordinário ou catastrófico, colocando em flagrante riscoo <strong>de</strong>senvolvimento do tráfego da Rodovia ou ocasionando a sua interrupção.−MelhoramentosÉ o conjunto <strong>de</strong> operações que, acrescentando à Rodovia características novasobjetivam:• O atendimento a <strong>de</strong>mandas operacionais que contemplam especificamente ageometria da via e/ou o sistema <strong>de</strong> sinalização e <strong>de</strong> segurança do tráfego.• A a<strong>de</strong>quação ou incorporação,face à ocorrência <strong>de</strong> eventos supervenientes, <strong>de</strong>elementos ou componentes integrantes <strong>de</strong> drenagem e <strong>de</strong> proteção da infraestruturae/ou <strong>de</strong> obras complementaresPara efeito <strong>de</strong> execução dos serviços pertinentes, quando <strong>de</strong>tectada a necessida<strong>de</strong> daexecução dos serviços, <strong>de</strong>verá ser consi<strong>de</strong>rado o seguinte:• No caso dos melhoramentos <strong>de</strong>correntes <strong>de</strong> <strong>de</strong>mandas operacionais <strong>de</strong> cunhoisolado ou localizado – bem como no caso dos melhoramentos <strong>de</strong>correntes <strong>de</strong>MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 30<strong>de</strong>mandas <strong>de</strong> outras naturezas, os serviços pertinentes quando evi<strong>de</strong>nciada aurgência <strong>de</strong> sua execução, <strong>de</strong>verão ser incluídos na programação corrente daConservação Periódica para execução imediata ou, então, assumidos naConservação <strong>de</strong> Emergência. Para tanto, <strong>de</strong>verá ser <strong>de</strong>vidamente elaborado oProjeto <strong>de</strong> Engenharia – que, sempre que possível <strong>de</strong>verá ser expedito.• No caso dos melhoramentos <strong>de</strong>correntes <strong>de</strong> <strong>de</strong>mandas operacionais <strong>de</strong> cunhoisolado ou localizado – bem como no caso dos melhoramentos <strong>de</strong>correntes das<strong>de</strong>mandas <strong>de</strong> outra natureza, os serviços pertinentes, quando não evi<strong>de</strong>nciada asua urgência, <strong>de</strong>verão ser registrados e listados para execução oportuna – sendoentão incorporados ao objeto global das futuras obras <strong>de</strong> “Restauração eReabilitação do Pavimento da Rodovia”• No caso <strong>de</strong> melhoramentos <strong>de</strong>correntes <strong>de</strong> <strong>de</strong>mandas operacionais que não sejam<strong>de</strong> cunho isolado ou localizado e que acusem tendência, face à magnitu<strong>de</strong> dotráfego, <strong>de</strong> se expandir e/ou diversificar ao longo do trecho correspon<strong>de</strong>nte, taismelhoramentos <strong>de</strong>verão ser <strong>de</strong>vidamente <strong>de</strong>finidos e executados a partir doscompetentes estudos <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> e segurança.Os serviços pertinentes, a serem então executados, oportunamente e em função <strong>de</strong>particularida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> cada caso, <strong>de</strong>verão estar incluídos no objeto global <strong>de</strong> uma dasseguintes modalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> obras:• A<strong>de</strong>quação da Capacida<strong>de</strong> e Segurança <strong>de</strong> Tráfego da Rodovia.• Restauração e Reabilitação do Pavimento da Rodovia, incluindo MelhoramentosFísicos e Operacionais <strong>de</strong>correntes <strong>de</strong> Intervenções <strong>de</strong> Baixo Custo.• Restauração e Reabilitação do Pavimento da Rodovia, incluindo os melhoramentosobjetivando, <strong>de</strong> forma plena, a A<strong>de</strong>quação da Capacida<strong>de</strong> e Segurança do Tráfego.• Duplicação da Rodovia−Recuperação do PavimentoÉ um processo a ser ordinariamente aplicado a um pavimento <strong>de</strong>sgastado, com oobjetivo <strong>de</strong> restabelecer as suas a<strong>de</strong>quadas características técnicas.As intervenções físicas pertinentes compreen<strong>de</strong>rão a Restauração e/ou a Reabilitaçãodo Pavimento – a seguir, <strong>de</strong>vidamente conceituadas, em conjunto com outros termoscorrelacionados.−Recuperação do Pavimento através <strong>de</strong> sua RestauraçãoÉ um processo a ser ordinariamente aplicado a um pavimento que, <strong>de</strong>sfrutando aindada <strong>de</strong>vida habilitação, e apresentando <strong>de</strong>sempenho compatível com os competentesmo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> previsão, se encontra próximo <strong>de</strong> alcançar, conforme aferido porparâmetros temporais e/ou índices <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho, o estágio final do ciclo <strong>de</strong> vidacorrespon<strong>de</strong>nte.MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 31Tal restauração vai-se materializar com base em Projeto <strong>de</strong> Engenharia específico,elaborado conforme as “Diretrizes Básicas, para Elaboração <strong>de</strong> Estudos e ProjetosRodoviários”, no qual, a partir do valor residual do pavimento existente, consi<strong>de</strong>randoos parâmetros do tráfego esperado para o novo ciclo, é <strong>de</strong>finida a solução a seradotada. No caso essa solução em geral, <strong>de</strong>verá recair, na execução <strong>de</strong> recapeamentodo pavimento existente e havendo ainda a opção <strong>de</strong> executar a modalida<strong>de</strong>reconstrução do pavimento, para situações isoladas ou áreas localizadas.−Recuperação do Pavimento através <strong>de</strong> sua ReabilitaçãoÉ um processo a ser adotado para um pavimento que, conforme aferido por parâmetrostemporais e/ou índices <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho já ultrapassou, <strong>de</strong> forma significativa, o estágiofinal do ciclo <strong>de</strong> vida correspon<strong>de</strong>nte e apresenta anomalias com tendênciasirreversíveis, em termos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho funcional e estrutural – não <strong>de</strong>sfrutando mais,portanto, da <strong>de</strong>vida habilitação.A sua execução se fundamenta em Projeto <strong>de</strong> Engenharia específico, elaboradoconforme o disposto nos instrumentos pertinentes integrantes das “Diretrizes Básicaspara Elaboração <strong>de</strong> Estudos e Projetos Rodoviários”, no qual, a partir do valor residualdo pavimento existente, consi<strong>de</strong>rando os parâmetros do tráfego esperado para o novociclo, é <strong>de</strong>finido a solução a ser adotada. No caso essa solução em geral, <strong>de</strong>verárecair, na execução <strong>de</strong> recapeamento do pavimento existente e havendo ainda aopção, para extensões significativas, da execução da modalida<strong>de</strong> “reconstrução dopavimento” – modalida<strong>de</strong> esta que ten<strong>de</strong>rá a ser predominante, na medida em que seamplie a <strong>de</strong>fasagem entre o final do ciclo <strong>de</strong> vida do pavimento e a efetiva execuçãodas obras <strong>de</strong> recuperação.−Recapeamento do PavimentoModalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> intervenção, <strong>de</strong>finida em Projeto <strong>de</strong> Engenharia específicorelativamente à Restauração do Pavimento e/ou à Reabilitação do Pavimento, queconsiste na a<strong>de</strong>quada sobreposição ao pavimento existente <strong>de</strong> uma ou mais camada(s)constituída(s) <strong>de</strong> mistura betuminosa e/ou concreto <strong>de</strong> cimento Portland. Talsobreposição conferirá ao pavimento existente a<strong>de</strong>quado aporte estrutural, mantendo-oassim apto a exercer, em continuida<strong>de</strong>, um novo ciclo <strong>de</strong> vida, <strong>de</strong> conformida<strong>de</strong> com aspremissas técnico-econômicas.−Reconstrução do PavimentoModalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> intervenção, <strong>de</strong>finida em um Projeto <strong>de</strong> Engenharia específicorelativamente à Restauração do Pavimento e/ou à Reabilitação do Pavimento, queconsiste na remoção parcial ou total da espessura do pavimento po<strong>de</strong>ndoeventualmente atingir o sub-leito, e na posterior execução a<strong>de</strong>quada <strong>de</strong> novascamadas estruturais, cujas naturezas, constituições e especificações <strong>de</strong>vem guardarconsonância com os atributos correspon<strong>de</strong>ntes das áreas adjacentes do pavimentoremanescente. O novo revestimento então executado sobre as camadas estruturaisinferiores reconstruídas dispondo <strong>de</strong> necessário suporte, formará assim o pavimentoMT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 32apto a exercer um novo ciclo <strong>de</strong> vida, <strong>de</strong> conformida<strong>de</strong> com premissas técnicoeconômicas.−Reconstrução Parcial do PavimentoÉ a modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> reconstrução em que a espessura total a ser removida e substituídase limita a uma profundida<strong>de</strong> tal que não atinge a espessura total do pavimento.−Reconstrução Total do PavimentoÉ a modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> reconstrução em que a espessura total a ser removida e substituídaatinge toda a espessura do pavimento po<strong>de</strong>ndo, eventualmente, inclusive atingir o subleito.−Reforço do PavimentoÉ o aporte estrutural, constituído <strong>de</strong> uma ou mais camadas betuminosas, a ser(em)sobreposta(s) a um pavimento existente, após <strong>de</strong>vidamente executadas as correçõessuperficiais necessárias, com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> torná-lo apto a cumprir um novo ciclo <strong>de</strong>vida.Eventualmente, referida(s) camada(s) betuminosa(s) po<strong>de</strong>(m) ser precedida(s) daexecução <strong>de</strong> camada(s) granular(es).Em termos práticos, o Reforço do Pavimento correspon<strong>de</strong> à solução <strong>de</strong>finida emprojeto <strong>de</strong> Restauração do Pavimento – para cuja consecução, <strong>de</strong> uma forma ordinária,<strong>de</strong>vem ser adotados os procedimentos <strong>de</strong>finidos em capítulo específico <strong>de</strong>ste <strong>Manual</strong>.Entre tais procedimentos, cumpre <strong>de</strong>stacar os estabelecidos nas seguintes Normas:• PRO-10/79 – Avaliação Estrutural dos <strong>Pavimentos</strong> Flexíveis – Procedimento “A”• PRO-11/79 - Avaliação Estrutural dos <strong>Pavimentos</strong> Flexíveis – Procedimento “B”• PRO-159/85 – Projeto <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Flexíveis e Semi-rígidos• PRO-269/94 – Projeto <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Flexíveis – TECNAPAV2.2.4 FLUXOGRAMA GERAL DA MANUTENÇÃO RODOVIÁRIAA Figura 2 a seguir apresenta o Fluxograma em foco, cujo objetivo é fornecer uma visãopanorâmica das intervenções e interações pertinentes. Referido Fluxograma po<strong>de</strong> sercotejado com a Figura 1 – Curva da Degradação do Pavimento, constante ao final do subitem2.2.1.MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 33Figura 2 -Fluxograma Geral da Manutenção Rodoviária2.3 FATORES INTERVENIENTES NO PROJETOA serventia é a habilida<strong>de</strong> do pavimento em proporcionar ao usuário conforto, segurança eeconomia. A recomposição da serventia <strong>de</strong> um pavimento po<strong>de</strong> ser necessária por uma oumais das seguintes razões:MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 34a) qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> rolamento ina<strong>de</strong>quada;b) excesso <strong>de</strong> <strong>de</strong>feitos <strong>de</strong> superfície;c) redução do coeficiente <strong>de</strong> atrito entre pneu e pavimento;d) necessida<strong>de</strong> excessiva <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> conservação;e) custos elevados para o usuário;f) capacida<strong>de</strong> estrutural ina<strong>de</strong>quada para a solicitação <strong>de</strong> tráfego prevista.A aplicação <strong>de</strong> uma camada asfáltica po<strong>de</strong> ser uma solução eficiente e relativamentedurável para a correção da maioria das <strong>de</strong>ficiências enumeradas anteriormente. Asintervenções <strong>de</strong> resselagem da superfície e reciclagem po<strong>de</strong>m promover melhoriasfuncionais e até mesmo estruturais, porém exigem cuidados especiais no projeto econstrução.Na seleção da alternativa <strong>de</strong> Restauração mais apropriada, anterior ao dimensionamentopropriamente dito, <strong>de</strong>verão ser consi<strong>de</strong>rados fatores como:a) condição atual do pavimento quanto à qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> rolamento e aos <strong>de</strong>feitos <strong>de</strong>superfície;b) características do tráfego no passado e no futuro, em termos <strong>de</strong> volume <strong>de</strong> tráfego,número <strong>de</strong> eixos e peso por eixo;c) avaliação estrutural do pavimento existente;d) condições ambientais, geralmente representadas pelo índice <strong>de</strong> precipitaçãopluviométrica e temperatura;e) condições <strong>de</strong> drenagem superficial e subterrânea;f) topografia do terreno (plana, montanhosa, ondulada ou suave);g) restrições impostas pelas estruturas contíguas (pontes, meio-fio, sarjetas ou mesmoacostamentos);h) vida útil requerida para a intervenção;i) materiais utilizados na construção original e aqueles disponíveis para a futuraintervenção;j) ida<strong>de</strong> do pavimento;k) histórico da conservação (os tipos e freqüência das intervenções anteriores e seusrespectivos custos);l) característica <strong>de</strong>mográfica da região (urbana, suburbana ou rural).Nem todos os fatores listados anteriormente são consi<strong>de</strong>rados nas rotinas para escolha daalternativa a<strong>de</strong>quada. Os fatores <strong>de</strong> projeto mais comumente utilizados são:a) condição atual do pavimento com relação aos <strong>de</strong>feitos <strong>de</strong> superfície;MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 35b) solicitação <strong>de</strong> tráfego, em termos <strong>de</strong> número <strong>de</strong> repetições <strong>de</strong> carga por eixo padrãodurante o período <strong>de</strong> projeto;c) capacida<strong>de</strong> estrutural do pavimento existente.O tipo, intensida<strong>de</strong> e severida<strong>de</strong> dos <strong>de</strong>feitos na superfície do pavimento existente sãoconsi<strong>de</strong>rações importantes na escolha da provável medida <strong>de</strong> Restauração.As características ambientais são consi<strong>de</strong>radas principalmente quando são adotadosmétodos <strong>de</strong> dimensionamento <strong>de</strong>senvolvidos empiricamente. Alguns <strong>de</strong>sses métodosincluem consi<strong>de</strong>rações ambientais na avaliação das proprieda<strong>de</strong>s dos materiais e dacapacida<strong>de</strong> estrutural.Os métodos <strong>de</strong> dimensionamento presumem que será promovida uma drenagema<strong>de</strong>quada. O projetista, porém, <strong>de</strong>ve avaliar os requisitos <strong>de</strong> drenagem como um projeto àparte e, posteriormente, analisá-lo em conjunto com as intervenções <strong>de</strong> restauração. Asconsi<strong>de</strong>rações referentes à topografia da região, ou as restrições impostas pelas estruturascontíguas também <strong>de</strong>vem ser analisadas da mesma maneira.A previsão da vida <strong>de</strong> projeto é inerente ao método <strong>de</strong> dimensionamento ou po<strong>de</strong>, ainda,ser especificada pelo órgão rodoviário. Os recapeamentos asfálticos são geralmenteprojetados e analisados economicamente para um período que po<strong>de</strong> variar <strong>de</strong> 3 a 10 anos.Alguns órgãos rodoviários e projetistas acreditam que períodos <strong>de</strong> análise mais longos,embora possam requerer múltiplos recapeamentos, são mais a<strong>de</strong>quados para a avaliaçãoeconômica.A escolha da vida do projeto po<strong>de</strong> também ser afetada pelas restrições financeiras. Asinformações disponíveis quanto ao <strong>de</strong>sempenho das intervenções anteriores também<strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>radas.As recomendações <strong>de</strong> projeto po<strong>de</strong>m ser influenciadas por aspectos tais como: o estágio<strong>de</strong> <strong>de</strong>terioração do pavimento original, a disponibilida<strong>de</strong> dos materiais <strong>de</strong> construção e osprocedimentos utilizados na execução da intervenção. Por exemplo, o tipo <strong>de</strong> <strong>de</strong>terioraçãodo pavimento existente po<strong>de</strong> influenciar a recomendação final do projeto e a utilização <strong>de</strong>uma camada <strong>de</strong> “bin<strong>de</strong>r” entre o antigo pavimento e a nova camada asfáltica ou algumtratamento especial que incorpore camadas <strong>de</strong> absorção <strong>de</strong> tensões.2.4 O PROCESSO DE RESTAURAÇÃOA Restauração é mais uma arte do que uma ciência. Com a exceção <strong>de</strong> alguns métodospara reforço <strong>de</strong> pavimentos, on<strong>de</strong> há equações ou mo<strong>de</strong>los que <strong>de</strong>finem as espessuras <strong>de</strong>recapeamento, <strong>de</strong>ve ser utilizada, em cada projeto <strong>de</strong> Restauração, uma série <strong>de</strong>procedimentos analíticos e critérios <strong>de</strong> engenharia para a <strong>de</strong>finição da medida a<strong>de</strong>quada<strong>de</strong> Restauração.Esta seção apresenta orientações gerais para seleção <strong>de</strong> alternativas ou estratégias <strong>de</strong>Restauração <strong>de</strong> pavimentos. Devido às poucas informações disponíveis relativas aoMT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 36processo global <strong>de</strong> Restauração, os órgãos rodoviários <strong>de</strong>veriam acompanhar o<strong>de</strong>sempenho das várias medidas <strong>de</strong> Restauração e continuamente realimentar o processo.Entretanto, sempre existirá uma solução mais a<strong>de</strong>quada, que embora tenha característicasdiferentes da solução ótima, é eficiente técnica e economicamente e aten<strong>de</strong> às restriçõesexistentes. O projetista <strong>de</strong>ve, portanto, <strong>de</strong>terminar a medida mais a<strong>de</strong>quada <strong>de</strong>Restauração, dadas as condições e limitações particulares.Embora a seleção da solução a<strong>de</strong>quada seja um problema complexo <strong>de</strong> engenharia, oprocesso analítico é facilitado pela utilização <strong>de</strong> um enfoque lógico e seqüencial, cujosfundamentos são baseados na necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong>:a) <strong>de</strong>terminar as causas dos <strong>de</strong>feitos dos pavimentos;b) <strong>de</strong>senvolver uma lista <strong>de</strong> soluções possíveis que apropriadamente atendam oproblema;c) selecionar a medida <strong>de</strong> Restauração a<strong>de</strong>quada, dada as restrições econômicas ououtras <strong>de</strong> projeto.As principais etapas nesse processo <strong>de</strong> seleção são ilustradas na Figura 3 e são <strong>de</strong>scritasa seguir.2.4.1 DEFINIÇÃO DO PROBLEMAA primeira fase do processo <strong>de</strong> seleção da Restauração do pavimento é a <strong>de</strong>finição doproblema. Deve ser coletada e avaliada suficiente informação sobre o pavimento paraapropriadamente compreen<strong>de</strong>r a situação e impedir que o problema seja <strong>de</strong>finido <strong>de</strong>maneira imprecisa. Em resumo, a primeira etapa é i<strong>de</strong>ntificar e estabelecer a condição dopavimento, por meio das seguintes medidas:a) Coleta <strong>de</strong> dadosA avaliação do pavimento requer coleta substancial <strong>de</strong> informações do tipo: condiçãodo pavimento (pista e acostamento), estrutura do pavimento, característicasgeométricas da rodovia, proprieda<strong>de</strong>s dos solos e dos materiais <strong>de</strong> construção,solicitação do tráfego (volumes e carregamento), condição climática, <strong>de</strong> drenagem e <strong>de</strong>segurança;b) Avaliação dos dadosDurante o processo <strong>de</strong> coleta e avaliação, <strong>de</strong>ve ser obtida informação a<strong>de</strong>quada paraminuciosamente <strong>de</strong>finir o problema. Uma avaliação geral dos dados coletados<strong>de</strong>terminará as causas e a extensão da <strong>de</strong>terioração. Esse aspecto não po<strong>de</strong> sersubestimado, pois o sucesso da Restauração do pavimento <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> muito mais dascondições existentes do que da construção propriamente dita. Para que se possaenten<strong>de</strong>r as origens da <strong>de</strong>terioração do pavimento, é necessário o conhecimento dascausas prováveis e dos mecanismos <strong>de</strong> ocorrência e <strong>de</strong> progressão dos <strong>de</strong>feitos.MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 37c) I<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> restriçõesAs restrições existentes em um projeto <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong>vem ser i<strong>de</strong>ntificadasdurante a fase <strong>de</strong> <strong>de</strong>finição do problema, visto que eles freqüentemente afetam aescolha da alternativa <strong>de</strong> Restauração. Alguns itens que po<strong>de</strong>m restringir a seleção dasalternativas são: recursos financeiros limitados, dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> tráfego, vidaútil <strong>de</strong> projeto, problemas na geometria da rodovia, gabarito mínimo nas obras-<strong>de</strong>-arteespeciais, materiais e equipamentos disponíveis, mão-<strong>de</strong>-obra e especialização doempreiteiro e o programa do órgão rodoviário para a re<strong>de</strong>.2.4.2 DESENVOLVIMENTO DE SOLUÇÕESA segunda fase do processo <strong>de</strong> seleção da medida a<strong>de</strong>quada <strong>de</strong> Restauração dopavimento, como ilustrado na Figura 3, é a i<strong>de</strong>ntificação das soluções para o problema. Aprimeira etapa nesta fase é a enumeração das soluções que são tecnicamente factíveis naresolução do problema <strong>de</strong> <strong>de</strong>terioração dos pavimentos. A seguir, as soluções possíveissão sujeitas às restrições do projeto e aquelas que aten<strong>de</strong>m as restrições sãoconsi<strong>de</strong>radas soluções viáveis para a restauração.Figura 3 -Etapas do Processo <strong>de</strong> Restauração1ª FaseDefinição do Problema2ª FaseDesenvolvimento <strong>de</strong> Soluções Viáveis1. Coleta <strong>de</strong>dados2. Avaliaçãodos dados3. I<strong>de</strong>ntificação<strong>de</strong>restrições4. Enumeração<strong>de</strong> soluçõestecnicamentefactíveis5. Seleção das soluçõesfactíveis que atendam àsrestrições (soluçõesviáveis)4ª FaseDetalhamento do Projeto, Construção eMonitoramento3ª FaseDefinição da Solução A<strong>de</strong>quadaMonitoramentodo<strong>de</strong>sempenhodarestauraçãoImplantaçãodarestauraçãoDetalhamentodo projetoSeleção dasolução maisa<strong>de</strong>quadaEnumeraçãodas soluçõesviáveisAvaliaçãoeconômicadassoluçõesviáveisDevem ser examinadas diversas soluções possíveis que atendam as causas da<strong>de</strong>terioração e que sejam eficientes no reparo dos <strong>de</strong>feitos existentes e, tanto quantopossível, na prevenção do reaparecimento dos <strong>de</strong>feitos.Depois <strong>de</strong> todas as alternativas viáveis terem sido selecionadas, <strong>de</strong>vem ser <strong>de</strong>senvolvidosestudos <strong>de</strong> pré-dimensionamento. A partir das espessuras aproximadas <strong>de</strong> recapeamentoou <strong>de</strong> quantitativos <strong>de</strong> serviços, po<strong>de</strong>m ser feitas estimativas <strong>de</strong> custo. Como se vê, osprojetos <strong>de</strong> Restauração requerem mais especialização técnica do que os projetos <strong>de</strong>pavimentos novos.MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 382.4.3 DEFINIÇÃO DA SOLUÇÃO ADEQUADAA terceira fase do processo <strong>de</strong> seleção da Restauração do pavimento, é a seleção dasolução mais a<strong>de</strong>quada. Não há método seguro ou exato para a seleção da maisa<strong>de</strong>quada alternativa <strong>de</strong> Restauração para um <strong>de</strong>terminado projeto. O processo <strong>de</strong> seleçãorequer julgamentos importantes <strong>de</strong> engenharia, criativida<strong>de</strong> e flexibilida<strong>de</strong>. Cada órgãorodoviário <strong>de</strong>veria <strong>de</strong>senvolver um procedimento para selecionar soluções a<strong>de</strong>quadas paraseus projetos, utilizando consi<strong>de</strong>rações monetárias e não monetárias. Essa fase éconstituída <strong>de</strong> três etapas:a) Avaliação econômicaÉ consi<strong>de</strong>rado o mais importante critério <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão quando da escolha da soluçãomais a<strong>de</strong>quada entre várias alternativas <strong>de</strong> Restauração. Os vários tipos <strong>de</strong> custos,para o órgão rodoviário e o usuário, que ocorrem durante o ciclo <strong>de</strong> vida <strong>de</strong> umarodovia serão discutidos no capítulo 7 <strong>de</strong>ste trabalho.Na avaliação econômica são necessárias informações sobre custos ao longo do ciclo<strong>de</strong> vida do pavimento. Existe um gran<strong>de</strong> grau <strong>de</strong> incerteza quanto às relações entrecustos e <strong>de</strong>terioração dos pavimentos. Mesmo o engenheiro familiarizado com o<strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong> várias medidas <strong>de</strong> Restauração em sua área <strong>de</strong> atuação po<strong>de</strong>encontrar dificulda<strong>de</strong>s na alimentação dos dados na análise <strong>de</strong> custo <strong>de</strong> ciclo <strong>de</strong> vida.Para eliminar tanto quanto possível a incerteza, é essencial coletar dados <strong>de</strong><strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong> Restauração e armazená-los em um banco <strong>de</strong> dados,preferencialmente no Sistema <strong>de</strong> Gerência <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> do órgão rodoviário.Muitos fatores não monetários <strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>rados na <strong>de</strong>terminação da medidaa<strong>de</strong>quada <strong>de</strong> Restauração. Alguns <strong>de</strong>sses fatores são: vida <strong>de</strong> serviço, duração daconstrução, problemas <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> tráfego, confiabilida<strong>de</strong>, facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> construçãoou conservação.b) Seleção da alternativa mais a<strong>de</strong>quadaDeverá ser selecionada utilizando-se primeiramente fatores monetários e,posteriormente, os não monetários. Se a avaliação econômica não indicar umavantagem clara por uma das alternativas exeqüíveis, os fatores não monetários po<strong>de</strong>mser utilizados para auxiliar no processo <strong>de</strong> seleção.2.4.4 PROJETO, CONSTRUÇÃO E MONITORAMENTOUma vez que o método <strong>de</strong> Restauração tenha sido selecionado, planos <strong>de</strong>talhados <strong>de</strong>projeto, especificações e orçamentos são preparados. Se uma significativa diferença noprojeto ou custo ocorrer durante essa fase, po<strong>de</strong> ser necessário reinvestigar se essaalternativa é ainda a solução mais eficiente em custo.A última e, não menos importante, etapa indica a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> acompanhamento erevisão contínua do <strong>de</strong>sempenho dos pavimentos. Isto é essencial para que <strong>de</strong>ficiênciaspossam ser corrigidas nos próximos projetos.MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 393 – DETERIORAÇÃO DOS PAVIMENTES ASFÁLTICOSMT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 413 DETERIORAÇÃO DOS PAVIMENTES ASFÁLTICOSOs pavimentos são concebidos para durarem um <strong>de</strong>terminado período. Durante cada um<strong>de</strong>stes períodos ou “ciclos <strong>de</strong> vida”, o pavimento inicia numa condição ótima até alcançaruma condição ruim. O <strong>de</strong>créscimo da condição ou da serventia do pavimento ao longo dotempo é conhecida como <strong>de</strong>terioração do pavimento.O entendimento dos mecanismos que regem o processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>terioração <strong>de</strong> um pavimentoé condição essencial para a i<strong>de</strong>ntificação das causas que o levaram a sua condição atual,bem como para a escolha e programação da técnica mais a<strong>de</strong>quada para suaRestauração.Este capítulo aborda os aspectos relativos ao <strong>de</strong>sempenho dos pavimentos e osmecanismos que regem o fenômeno <strong>de</strong> sua <strong>de</strong>terioração, comentando-se como este seapresenta na superfície dos pavimentos por meio <strong>de</strong> ocorrências <strong>de</strong> <strong>de</strong>feitos e o que <strong>de</strong>veser observado para a tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão quanto à necessida<strong>de</strong> ou não da restauração dopavimento.3.1 DESEMPENHO FUNCIONALO <strong>de</strong>sempenho funcional refere-se à capacida<strong>de</strong> do pavimento <strong>de</strong> satisfazer sua funçãoprincipal, que é a <strong>de</strong> fornecer uma superfície com serventia a<strong>de</strong>quada em termos <strong>de</strong>qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> rolamento.A serventia po<strong>de</strong> ser avaliada subjetivamente ou por medidas físicas correlacionáveis comavaliações subjetivas. No “AASHO Road Test”, concluiu-se que a característica dopavimento que mais afetava a avaliação dos usuários era a irregularida<strong>de</strong> longitudinal.A irregularida<strong>de</strong> longitudinal é <strong>de</strong>finida pela Norma DNER - PRO 164/94 como “o <strong>de</strong>svio dasuperfície da rodovia em relação a um plano <strong>de</strong> referência, que afeta a dinâmica dosveículos, a qualida<strong>de</strong> ao rolamento e as cargas dinâmicas sobre a via”. Ela é a gran<strong>de</strong>zafísica mensurável, direta ou indiretamente, na superfície do pavimento, que melhor secorrelaciona com o custo operacional dos veículos, o conforto, a segurança, a velocida<strong>de</strong> ea economia das viagens.No passado, a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> restauração <strong>de</strong> um pavimento <strong>de</strong>vido a sua condiçãofuncional era <strong>de</strong>finida por avaliações subjetivas. Atualmente, existem medidores <strong>de</strong>irregularida<strong>de</strong> longitudinal disponíveis a qualquer órgão rodoviário que facilitam estetrabalho e que efetuam medidas diretas do perfil em várias unida<strong>de</strong>s (QI, IRI, BI). Ospavimentos <strong>de</strong>vem, pois, ser reabilitados quando atingirem valores limites <strong>de</strong> serventia ouirregularida<strong>de</strong>, que po<strong>de</strong>m ser relacionadas com equações <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho quereproduzem a opinião dos usuários.MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 423.2 DESEMPENHO ESTRUTURALO <strong>de</strong>sempenho estrutural refere-se à capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um pavimento em manter suaintegrida<strong>de</strong> estrutural, sem apresentar falhas significativas. Deve-se associar o<strong>de</strong>sempenho estrutural com a preservação dos investimentos e consi<strong>de</strong>rar como o melhormomento para reabilitar o pavimento, aquele que conduza a um menor custo do ciclo <strong>de</strong>vida.As falhas ou <strong>de</strong>feitos nos pavimentos foram codificadas e classificadas <strong>de</strong> acordo com asNormas DNIT 005/2003-TER - Defeitos nos pavimentos asfálticos – Terminologia.O conhecimento dos tipos, severida<strong>de</strong> e intensida<strong>de</strong> dos vários <strong>de</strong>feitos po<strong>de</strong> influenciar nanecessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tratamentos especiais associados aos serviços convencionais <strong>de</strong>restauração. Por exemplo, como função do <strong>de</strong>sempenho estrutural po<strong>de</strong>rá ser necessário autilização <strong>de</strong> camadas <strong>de</strong> alívio <strong>de</strong> tensão, no intuito <strong>de</strong> minimizar as trincas <strong>de</strong> propagaçãona camada <strong>de</strong> recapeamento. Também po<strong>de</strong> ser necessária a realização <strong>de</strong> ensaiosespeciais visando auxiliar o processo <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação da técnica <strong>de</strong> Restauração maisa<strong>de</strong>quada.Os ensaios <strong>de</strong>fletométricos são os mais apropriados para a interpretação docomportamento estrutural do pavimento. Se o pavimento exibir <strong>de</strong>formações, seránecessário coletar amostras e ensaiar as diversas camadas que constituem a estrutura dopavimento, antes <strong>de</strong> <strong>de</strong>cidir sobre a execução <strong>de</strong> uma intervenção (por exemplo, umrecapeamento).Po<strong>de</strong> ser necessária a remoção e substituição <strong>de</strong> alguma camada do pavimento para evitar<strong>de</strong>formações excessivas. Mesmo um acréscimo na espessura do recapeamento po<strong>de</strong> serprevisto para reduzir as tensões solicitantes na camada crítica e, conseqüentemente, evitaras <strong>de</strong>formações excessivas.Os pavimentos <strong>de</strong>vem ser restaurados quando atingirem <strong>de</strong>terminados níveis <strong>de</strong>trincamento, <strong>de</strong>formação ou <strong>de</strong>sagregação.3.2.1 MECANISMOS DO TRINCAMENTOOs revestimentos betuminosos ten<strong>de</strong>m a trincar em algum estágio <strong>de</strong> suas vidas sob asações combinadas do tráfego e das condições ambientais, por meio <strong>de</strong> um ou maismecanismos.A trinca é um <strong>de</strong>feito na superfície que enfraquece o revestimento e permite a entrada daágua, provocando um enfraquecimento adicional da estrutura. Uma vez iniciado, otrincamento ten<strong>de</strong> a aumentar sua extensão e severida<strong>de</strong> conduzindo eventualmente a<strong>de</strong>sintegração do revestimento.Por meio <strong>de</strong>sses efeitos, a velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> restauração <strong>de</strong> um pavimento aumenta após oaparecimento do trincamento, com impacto significativo na evolução das <strong>de</strong>formações nastrilhas <strong>de</strong> roda e da irregularida<strong>de</strong> longitudinal. Esse é o motivo pelo qual o trincamento temMT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 43sido, ao longo do tempo, um critério importante para a <strong>de</strong>flagração <strong>de</strong> intervenções <strong>de</strong>restauração <strong>de</strong> pavimentos.A seguir são <strong>de</strong>scritos os principais tipos <strong>de</strong> trincamento.3.2.1.1 TRINCAS POR FADIGAO trincamento dos materiais <strong>de</strong>vido à fadiga resulta dos efeitos cumulativos docarregamento sucessivo. Este tipo <strong>de</strong> trincamento é caracterizado em sua fase final pelastrincas “couro <strong>de</strong> jacaré”, usualmente confinadas nas trilhas <strong>de</strong> roda.Diversas pesquisas a respeito foram conduzidas nas últimas décadas e que estabeleceramrelações bem <strong>de</strong>finidas para o trincamento <strong>de</strong> misturas betuminosas, do tipo:N = k ⋅ εem que:−( ) ntN = número <strong>de</strong> repetições <strong>de</strong>vidas ao carregamento até o início do trincamento por fadigaε = <strong>de</strong>formação específica máxima <strong>de</strong> tração ocorrente na mistura betuminosa sob a açãodo carregamentok, n = constantes que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m principalmente da rigi<strong>de</strong>z e do teor <strong>de</strong> asfalto da misturabetuminosaOs valores <strong>de</strong> k e n, obtidos em laboratório, variam <strong>de</strong> acordo com as características dosmateriais e das condições <strong>de</strong> carregamento. A influência das principais características damistura betuminosa em função das condições <strong>de</strong> carregamento po<strong>de</strong> ser visualizada naTabela 2. O acréscimo do teor <strong>de</strong> asfalto da mistura resulta no aumento da vida <strong>de</strong> fadiga(exceto para níveis acima do teor ótimo), <strong>de</strong>vido ao acréscimo da espessura do filmeasfáltico.Tabela 2 -Fatores que afetam o módulo <strong>de</strong> elasticida<strong>de</strong> ea vida <strong>de</strong> fadiga das misturas asfálticasCaracterísticaEfeito damudança nacaracterísticada misturaEfeito nomódulo <strong>de</strong>elasticida<strong>de</strong>Efeito na vida <strong>de</strong> fadigaEnsaio <strong>de</strong> tensãocontroladaEnsaio <strong>de</strong><strong>de</strong>formaçãocontroladaViscosida<strong>de</strong> doasfaltoAcréscimo Acréscimo Acréscimo DecréscimoTeor <strong>de</strong> asfalto Acréscimo Acréscimo Acréscimo AcréscimoGraduação doagregadoMais fechadas Acréscimo Acréscimo DecréscimoTeor <strong>de</strong> vazios Decréscimo Acréscimo Acréscimo AcréscimoTemperatura Decréscimo Acréscimo Acréscimo AcréscimoMT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 44As curvas <strong>de</strong> projeto da Shell e do Instituto do Asfalto são mostradas na Figura 4, a título<strong>de</strong> ilustração, <strong>de</strong>monstrando a relação inversa existente entre o número <strong>de</strong> repetições e as<strong>de</strong>formações.Figura 4 - Comparação entre as curvas <strong>de</strong> projeto da Shell e do Institutodo Asfalto (NCHRP - 10B) para fadiga <strong>de</strong> misturas betuminosas3.2.1.2 TRINCAS POR ENVELHECIMENTOO ligante betuminoso per<strong>de</strong> seus elementos mais leves com a exposição ao ar, e vai aolongo do tempo tornando-se cada vez mais suscetível a rompimentos. O trincamentoocorre quando o ligante betuminoso torna-se tão suscetível a rompimentos que não po<strong>de</strong>mais suportar as <strong>de</strong>formações provenientes das mudanças <strong>de</strong> temperatura que ocorrem aolongo do dia.A velocida<strong>de</strong> do processo <strong>de</strong> endurecimento do asfalto <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da resistência à oxidaçãodo ligante (que varia com sua composição química e a origem do petróleo), da temperaturaambiente e da espessura do filme <strong>de</strong> ligante.O processo <strong>de</strong> endurecimento do asfalto <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>, portanto, do tipo e qualida<strong>de</strong> do ligante,das condições climáticas e do projeto da camada <strong>de</strong> revestimento. Teores mais elevados<strong>de</strong> asfalto e baixa quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vazios tem efeitos benéficos sobre a vida <strong>de</strong> uma misturabetuminosa, pois dificultam o processo <strong>de</strong> oxidação e promovem maior durabilida<strong>de</strong>.MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 45A forma das trincas por envelhecimento, usualmente, é do tipo irregular com espaçamentomaior que 0,5 m e, uma vez iniciado o trincamento, ten<strong>de</strong> a propagar-se em toda a áreacoberta pelo revestimento.3.2.1.3 TRINCAS POR REFLEXÃOAs trincas por reflexão ocorrem quando o trincamento existente em uma camada inferiorpropaga-se em direção à superfície, atingindo o revestimento asfáltico. Assim sendo, elaspo<strong>de</strong>m apresentar-se sob a forma <strong>de</strong> qualquer tipo <strong>de</strong> trinca (longitudinal, irregular oumesmo interligada).A reflexão ocorre como conseqüência da concentração das tensões no entorno da regiãoocupada pela trinca existente, fazendo com que a vida <strong>de</strong> fadiga do revestimento sejaextremamente reduzida. Como uma regra prática, estima-se que a velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong>propagação <strong>de</strong> uma trinca oscila entre 20 mm e 50 mm por ano.3.2.1.4 OUTROS TIPOS DE TRINCAMENTOO trincamento <strong>de</strong>vido a variação da temperatura é resultante da combinação da retraçãotérmica e da alta rigi<strong>de</strong>z do ligante betuminoso, que ocorre quando a temperatura éreduzida significativamente.Em essência, é um fenômeno <strong>de</strong> fadiga <strong>de</strong>vido à solicitação provocada pelo gradientetérmico, em muitos aspectos semelhante à fadiga gerada pelo fenômeno doenvelhecimento.O trincamento se apresenta na forma <strong>de</strong> trincas transversais ou longitudinais, comespaçamentos <strong>de</strong>finidos pelas proprieda<strong>de</strong>s dos materiais constituintes da misturabetuminosa e pelo regime <strong>de</strong> temperaturas.Os trincamentos longitudinal e transversal também se <strong>de</strong>senvolvem <strong>de</strong>vido ao fenômenoda retração em bases cimentadas. As trincas ocorrem com espaçamento médio <strong>de</strong> 3,0 m,porém po<strong>de</strong>m apresentar variações <strong>de</strong> 1,5 m a 12,0 m, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo da resistência à traçãoe das variações térmicas diárias e sazonais prevalecentes na região.As trincas longitudinais próximas à borda do pavimento usualmente são provocadas pelaumida<strong>de</strong> no acostamento. O recalque do terreno <strong>de</strong> fundação ou a ruptura <strong>de</strong> aterrostambém po<strong>de</strong>m causar trincas longas, longitudinais ou parabólicas.3.2.2 MECANISMOS DAS DEFORMAÇÕESEntre as <strong>de</strong>formações permanentes em pavimentos, incluem-se os afundamentos nastrilhas <strong>de</strong> roda, <strong>de</strong>formações plásticas no revestimento e <strong>de</strong>pressões. Esses <strong>de</strong>feitoscausam acréscimos na irregularida<strong>de</strong> longitudinal afetando a dinâmica das cargas, aqualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> rolamento, o custo operacional dos veículos e, <strong>de</strong>vido ao acúmulo <strong>de</strong> água,MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 46riscos à segurança dos usuários. As causas das <strong>de</strong>formações permanentes po<strong>de</strong>m estarassociadas ao tráfego ou não, como é resumido na Tabela 3.Os carregamentos do tráfego causam <strong>de</strong>formação em três situações, a saber:a) quando os esforços induzidos nos materiais constituintes dos pavimentos sãosuficientes para causar cisalhamento, promovendo <strong>de</strong>slizamentos no interior domaterial. Neste caso, poucas cargas concentradas ou pressões excessivas nos pneuspo<strong>de</strong>m causar tensões que exce<strong>de</strong>m a resistência ao cisalhamento dos materiais eainda causam fluência plástica, cujo resultado são afundamentos sob a carga <strong>de</strong> rodae, freqüentemente, solevamentos ao redor da área carregada.b) carregamentos estáticos ou <strong>de</strong> longa duração po<strong>de</strong>m causar afundamentos emmateriais <strong>de</strong> comportamento viscoso, como as misturas betuminosas e alguns tipos <strong>de</strong>solo.c) finalmente, um gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> repetições <strong>de</strong> cargas <strong>de</strong> pressões reduzidas po<strong>de</strong>mcausar pequenas <strong>de</strong>formações que se acumulam ao longo do tempo e se manifestamcomo afundamentos canalizados nas trilhas <strong>de</strong> roda.Tabela 3 -Resumo das causas e tipos <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação permanenteCausa Geral Causa específica Exemplo <strong>de</strong> <strong>de</strong>feitoAssociada com ocarregamentoNão associada com ocarregamentoCarregamento concentrado ou emexcessoCarregamento <strong>de</strong> longa duração ouestáticoGran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> repetições <strong>de</strong>cargaSubleito constituído <strong>de</strong> soloexpansivoSolos compressíveis na fundaçãodo pavimentoFluência plástica (ruptura porcisalhamento)Deformações ao longo do tempo(creep)Afundamento nas trilhas <strong>de</strong> rodaInchamento ou empolamentoRecalque diferencialA <strong>de</strong>nsificação e a fluência plástica são dois mecanismos associados às <strong>de</strong>formações quesão causados pela ação do tráfego.A <strong>de</strong>nsificação envolve uma diminuição <strong>de</strong> volume no material, implicando numa maioraproximação ou eventual restauração das partículas constituintes do material.A <strong>de</strong>nsificação em pavimentos po<strong>de</strong> usualmente ser controlada pela compactaçãoa<strong>de</strong>quada no momento da construção do pavimento. Quanto mais compactado estiver ummaterial, maior será sua resistência ao cisalhamento e menor será sua susceptibilida<strong>de</strong> aoingresso da água.A fluência plástica é outro mecanismo, que pressupõe a constância <strong>de</strong> volume e dá origema movimentos cisalhantes geradores <strong>de</strong> <strong>de</strong>pressões e solevamentos. Isso ocorre quandoMT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 47os esforços induzidos pelo carregamento exce<strong>de</strong>m a resistência ao cisalhamento dosmateriais ou são suficientes para induzir ao recalque.A fluência plástica nos pavimentos po<strong>de</strong> ser controlada na fase <strong>de</strong> projeto pela seleção <strong>de</strong>materiais, <strong>de</strong> acordo com sua resistência ao cisalhamento. Por exemplo, o ISC – Índice <strong>de</strong>Suporte Califórnia para solos e a estabilida<strong>de</strong> Marshall para misturas betuminosas.As curvas típicas <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação são apresentadas na Figura 5. A curva A representa umpavimento a<strong>de</strong>quado em termos <strong>de</strong> espessuras e tipos <strong>de</strong> materiais utilizados.Observa-se que a <strong>de</strong>formação ocorre principalmente <strong>de</strong>vido a <strong>de</strong>nsificação. O formatocôncavo da curva e a assíntota apresentada sugerem uma pós-compactação até atingir-seo grau <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsificação que <strong>de</strong>veria ter sido atingido durante o processo construtivo.Quando um pavimento não é a<strong>de</strong>quado em termos <strong>de</strong> espessuras ou qualida<strong>de</strong> dosmateriais, a <strong>de</strong>formação ten<strong>de</strong> a apresentar o comportamento representado pela curva B,em que a fluência plástica domina. Esta curva po<strong>de</strong>ria ser típica <strong>de</strong> um pavimentosubdimensionado ou da utilização <strong>de</strong> asfaltos <strong>de</strong> baixa viscosida<strong>de</strong> em camada asfálticamuito espessa.Figura 5 - Tipos <strong>de</strong> curvas <strong>de</strong> afundamento nas trilhas <strong>de</strong> rodaconsi<strong>de</strong>rando os efeitos <strong>de</strong> umida<strong>de</strong> e conservaçãoBEDeformaçãoDCATráfego ou TempoCondição do pavimento: A - sadio; B - <strong>de</strong>bilitado; C e D - trincado com pouca conservação;e E - <strong>de</strong>bilitado periodicamenteMT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 48Quando aparecem as trincas e a água ingressa em um pavimento do tipo A, sem aconservação a<strong>de</strong>quada, verifica-se que a velocida<strong>de</strong> com que a <strong>de</strong>formação cresce ten<strong>de</strong>a apresentar um comportamento similar ao da curva C ou D. <strong>Pavimentos</strong> com problemassazonais <strong>de</strong> temperatura e umida<strong>de</strong> po<strong>de</strong>m apresentar curvas <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação semelhantesao tipo E.3.2.3 MECANISMOS DA DESAGREGAÇÃOA <strong>de</strong>sagregação po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>finida como a perda do agregado superficial <strong>de</strong>vido a fraturamecânica do filme do ligante ou pela perda <strong>de</strong> a<strong>de</strong>são entre o ligante e o agregado (o quena presença <strong>de</strong> água é também chamado <strong>de</strong> arrancamento).A fratura mecânica do filme <strong>de</strong> ligante que envolve o agregado ocorre quando o ligantetorna-se muito endurecido ou o filme muito esbelto, para fazer frente aos esforços geradosna área <strong>de</strong> contato pneu - pavimento.O <strong>de</strong>sgaste começa a acontecer quando a viscosida<strong>de</strong> do ligante cai significativamente<strong>de</strong>vido à evaporação do óleos mais leves do cimento asfáltico. Isto ocorre <strong>de</strong>vido aoaquecimento exagerado na usinagem ou a oxidação durante longa exposição àstemperaturas ambientais.Os pneus dos veículos que utilizam a rodovia geram as forças que po<strong>de</strong>m causar a fraturado filme da ligante. Eles atraem ou retiram o agregado para fora da matriz pela combinação<strong>de</strong> esforços horizontais e <strong>de</strong> sucção na área <strong>de</strong> contato dos pneus. Características como apressão <strong>de</strong> contacto, o tamanho e o tipo do pneu afetam a velocida<strong>de</strong> da <strong>de</strong>sintegração <strong>de</strong>modo mais significativo que o peso por eixo dos veículos.A perda <strong>de</strong> a<strong>de</strong>são entre o filme <strong>de</strong> ligante e a partícula <strong>de</strong> agregado <strong>de</strong>ve-se geralmentepela presença <strong>de</strong> água ou contaminação do agregado. A a<strong>de</strong>são entre o agregado e oligante se efetua por meio <strong>de</strong> uma ligação molecular. Como a maioria dos agregadosapresentam superfície com cargas levemente negativas, eles preferencialmente atraem aágua e não o betume que é neutro.Os agregados hidrofílicos (altamente silicosos), são particularmente susceptíveis ao<strong>de</strong>slocamento da película asfáltica na presença <strong>de</strong> água. O uso <strong>de</strong> melhoradores <strong>de</strong>a<strong>de</strong>sivida<strong>de</strong>, como o cal hidratada e os sais <strong>de</strong> amina, tem se mostrado capazes <strong>de</strong>melhorar a a<strong>de</strong>sivida<strong>de</strong> em alguns casos.A perda <strong>de</strong> a<strong>de</strong>são po<strong>de</strong> ocorrer também se o pó existente na superfície do agregadoevitar que o filme <strong>de</strong> ligante <strong>de</strong>senvolva uma ligação plena com o agregado. O uso <strong>de</strong>pedras limpas é vital para um bom serviço, principalmente nos tratamentos superficiais.A perda da a<strong>de</strong>sivida<strong>de</strong> é portanto controlável por meio <strong>de</strong> especificações construtivasrelativas ao tipo <strong>de</strong> pedra a ser utilizada, ao processo <strong>de</strong> limpeza e aos eventuaismelhoradores <strong>de</strong> a<strong>de</strong>sivida<strong>de</strong> necessários.MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 493.2.4 ADEQUAÇÃO ESTRUTURALMesmo quando um pavimento não apresenta falhas estruturais significativas, é usual aadoção <strong>de</strong> algum reforço com o objetivo <strong>de</strong> rea<strong>de</strong>quar um pavimento (mesmo em estadoaceitável) para uma nova <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> tráfego.A capacida<strong>de</strong> estrutural do pavimento existente po<strong>de</strong> ser avaliada em termos dascaracterísticas <strong>de</strong> resistência das camadas do pavimento, ou ainda, por meio <strong>de</strong> ensaiosnão <strong>de</strong>strutivos, como os ensaios <strong>de</strong>fletométricos.Em função do tráfego futuro estimado e da capacida<strong>de</strong> estrutural do pavimento existente, épossível <strong>de</strong>finir a natureza e as características das medidas <strong>de</strong>stinadas a suportar a nova<strong>de</strong>manda <strong>de</strong> tráfego.3.3 DESEMPENHO QUANTO À SEGURANÇAAs características <strong>de</strong> um pavimento que po<strong>de</strong>m conduzir a recomendação <strong>de</strong> açõescorretivas <strong>de</strong>vido a segurança são: a resistência à <strong>de</strong>rrapagem e o potencial <strong>de</strong>hidroplanagem.O potencial <strong>de</strong> hidroplanagem existe sempre que o filme <strong>de</strong> água sobre o revestimento dopavimento exibir uma espessura maior que 5 mm e a velocida<strong>de</strong> do veículo for igual oumaior que a <strong>de</strong>terminada pela expressão abaixo:v = 10psendov = velocida<strong>de</strong> do veículo ep = pressão dos pneusO afundamento nas trilhas <strong>de</strong> roda po<strong>de</strong> contribuir para o fenômeno <strong>de</strong> hidroplanagem. Empavimentos com seção transversal exibindo pequena <strong>de</strong>clivida<strong>de</strong> e quando a profundida<strong>de</strong>nas trilhas <strong>de</strong> roda atingir cerca <strong>de</strong> 13 mm, criam-se condições para que o armazenamento<strong>de</strong> água seja suficiente para uma situação potencial <strong>de</strong> hidroplanagem.A resistência à <strong>de</strong>rrapagem é a força <strong>de</strong> atrito <strong>de</strong>senvolvida pelo bloqueio <strong>de</strong> um pneu emmovimento sobre a superfície <strong>de</strong> um pavimento. Ela é usualmente expressa em termos <strong>de</strong>números obtidos por medições em condições padronizadas e por diversos equipamentos,conforme a “Norma ASTM 1960-98 (ASTM 2001-b) Standard Pratice for CalculatingInternational Fricition In<strong>de</strong>x of a Pavement Surface”.A Norma DNIT 031/2004-ES – <strong>Pavimentos</strong> Flexíveis – Concreto Asfáltico – Especificações<strong>de</strong> Serviço, estabelece no Capítulo 7 – Inspeções as condições <strong>de</strong> segurança a seremobservadas medidas com aparelhagem portátil.MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 503.4 GATILHOS PARA A RESTAURAÇÃOOs itens anteriores abordaram os fatores relacionados ao <strong>de</strong>sempenho dos pavimentos,que <strong>de</strong>vem ser levados em consi<strong>de</strong>ração no processo <strong>de</strong> estabelecimento da necessida<strong>de</strong>ou não <strong>de</strong> restaurá-lo.A fixação <strong>de</strong> umbrais <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> ou dos gatilhos para a <strong>de</strong>flagração <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>sobjetivando a Recuperação da Serventia <strong>de</strong> um pavimento, é um assunto bastantecomplexo e que permite diversas abordagens.Nos EUA, já na década <strong>de</strong> 60, tinha-se reconhecido a influência da importância daserventia na fixação do gatilho a ser utilizado, recomendando-se o valor <strong>de</strong> PSI (PresentServiceability In<strong>de</strong>x) = 2,5 para rodovias interestaduais e <strong>de</strong> alto volume <strong>de</strong> tráfego e PSI =2 para as <strong>de</strong>mais rodovias.No Brasil, as Normas pertinentes recomendam que seja ordinariamente adotado, emespecial para Rodovias com acentuado volume <strong>de</strong> tráfego, o valor IRI ≤ 3,5, como gatilhopara a <strong>de</strong>flagração da Restauração do pavimento.Os tipos mais importantes <strong>de</strong> <strong>de</strong>feitos que são levados em consi<strong>de</strong>ração visando à<strong>de</strong>flagração <strong>de</strong> intervenções <strong>de</strong> restauração, são os seguintes:a) trincamento (principalmente por fadiga);b) <strong>de</strong>sgaste;c) panela;d) afundamento nas trilhas <strong>de</strong> roda;e) irregularida<strong>de</strong> longitudinal;f) resistência à <strong>de</strong>rrapagem.O trincamento, o <strong>de</strong>sgaste e a panela são freqüentemente <strong>de</strong>nominados <strong>de</strong>feitos <strong>de</strong>superfície porque se originam e se <strong>de</strong>senvolvem <strong>de</strong>ntro ou próximo da camada dorevestimento (isto não quer dizer que os outros componentes da estrutura não tenhaminfluência no seu <strong>de</strong>senvolvimento).Eles são caracterizados por duas fases <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento. Uma fase inicial em que o<strong>de</strong>feito ainda não po<strong>de</strong> ser visualizado na superfície do pavimento e uma fase <strong>de</strong> evoluçãodurante a qual os <strong>de</strong>feitos progressivamente se <strong>de</strong>senvolvem em termos <strong>de</strong> extensão eseverida<strong>de</strong> conforme po<strong>de</strong> ser visto na Figura 6.Na Figura 6, o início dos <strong>de</strong>feitos é <strong>de</strong>finido pela época em que é possível i<strong>de</strong>ntificá-losvisualmente nos levantamentos <strong>de</strong> campo. A intensida<strong>de</strong> dos <strong>de</strong>feitos é geralmenteexpressa em percentual <strong>de</strong> área do pavimento afetada pela <strong>de</strong>ficiência.O <strong>de</strong>sgaste e as panelas se <strong>de</strong>senvolvem pelo arrancamento do material da camada <strong>de</strong>revestimento, e a severida<strong>de</strong> é uma função da profundida<strong>de</strong> atingida pela <strong>de</strong>ficiência.MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 51O afundamento nas trilhas <strong>de</strong> roda e a irregularida<strong>de</strong> longitudinal normalmente se<strong>de</strong>senvolvem através da <strong>de</strong>formação permanente <strong>de</strong> materiais constituintes das camadasinferiores dos pavimentos. Ambas se <strong>de</strong>senvolvem progressivamente a partir do início daação do tráfego, e sua progressão po<strong>de</strong> ser acelerada pelo enfraquecimento do pavimento<strong>de</strong>vido ao trincamento, conforme po<strong>de</strong> ser visto na Figura 6, nos itens (c) e (d).A <strong>de</strong>sagregação e a resistência à <strong>de</strong>rrapagem são função da textura do revestimento eprogri<strong>de</strong>m <strong>de</strong>vido à ação abrasiva do tráfego.Mo<strong>de</strong>rnamente, com a implementação dos Sistemas <strong>de</strong> Gerência <strong>de</strong> Pavimento e dosmo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> análise técnico-econômica, como o HDM-IV do Banco Mundial, po<strong>de</strong>-seabordar o problema da <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> gatilhos para a <strong>de</strong>flagração <strong>de</strong> intervenções <strong>de</strong>restauração através da minimização do custo total <strong>de</strong> transporte ou dos custos <strong>de</strong>conservação.A abordagem do custo total leva em consi<strong>de</strong>ração também o custo dos usuários e po<strong>de</strong> serconsi<strong>de</strong>rada a mais interessante do ponto <strong>de</strong> vista da socieda<strong>de</strong> como um todo. Aminimização dos custos <strong>de</strong> conservação é o tipo <strong>de</strong> abordagem relacionada com a óticados órgãos rodoviários. Em ambos os casos, os gatilhos obtidos são extremamente<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes do volume <strong>de</strong> tráfego, do nível <strong>de</strong> restauração do pavimento existente e dosrecursos disponíveis.MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 52Figura 6 -Principais tipos <strong>de</strong> <strong>de</strong>feitos e suas relações(a) Trincamento e PanelasLimite - 100%Área (%)Trincamento TotalTrincas LargasPanelasLimite - 30%InícioProgressãoRestauraçãoTempo(b) DesgasteLimite - 100%InícioProgressãoRestauraçãoTempo(c) Afundamento <strong>de</strong> TrilhaAfundamento (mm)Limite - 50mmMédiaDesvio PadrãoRestauraçãoTempo(d) Irregularida<strong>de</strong>Limite - 12/mm/km (IRI)IRIÁrea (%)RestauraçãoTempoMT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 533.5 INTERAÇÕES ENTRE OS DEFEITOSOs mecanismos <strong>de</strong> <strong>de</strong>terioração das rodovias pavimentadas são influenciados pelascaracterísticas do revestimento, que é consi<strong>de</strong>ravelmente mais resistente ao <strong>de</strong>sgaste eação da água, do que os materiais granulares utilizados para construção das <strong>de</strong>maiscamadas do pavimento.O processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>terioração apresentado por um pavimento po<strong>de</strong> ser sentido pela variaçãodas condições <strong>de</strong> sua superfície ao longo do tempo e os mecanismos que regem oprocesso esquematizados na Figura 7.As cargas <strong>de</strong> tráfego induzem tensões e <strong>de</strong>formações no interior da estrutura dopavimento. Essas tensões e <strong>de</strong>formações são função da magnitu<strong>de</strong> do carregamento, dosmódulos e espessuras das camadas constituintes do pavimento e da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong>suporte do subleito.A ação do carregamento repetido propicia o <strong>de</strong>senvolvimento do fenômeno <strong>de</strong> fadiga nascamadas tratadas (com asfalto ou estabilizantes químicos) e a <strong>de</strong>formação <strong>de</strong> qualquerdas camadas constituintes do pavimento, e também do subleito.Nos revestimentos betuminosos assentes sobre camadas granulares, o processo <strong>de</strong><strong>de</strong>terioração é controlado pelo nível das <strong>de</strong>formações específicas <strong>de</strong> tração ocorrentes naface inferior da camada do revestimento e/ou pelas <strong>de</strong>formações específicas <strong>de</strong>compressão no topo do subleito.Nos revestimentos betuminosos assentes sobre camadas tratadas com aglomerantes(cimento, cal), o processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>terioração é inicialmente controlado pelo nível das<strong>de</strong>formações especificas <strong>de</strong> tração na face inferior da camada tratada e, posteriormente,pelas <strong>de</strong>formações específicas <strong>de</strong> compressão ocorrentes no topo do subleito.A ação dos agentes das intempéries (chuva e variação da temperatura) fazem com que amistura asfáltica, que constitui a camada <strong>de</strong> revestimento, torne-se progressivamente maisquebradiça e susceptível ao trincamento e à <strong>de</strong>sagregação.Uma vez iniciado, o trincamento progri<strong>de</strong> em área afetada e severida<strong>de</strong>, até o ponto da<strong>de</strong>sintegração das bordas das trincas e, posteriormente, provoca o arrancamento dasplacas e formação <strong>de</strong> panelas.As trincas abertas na superfície, permitem a entrada <strong>de</strong> água no interior do pavimento e,<strong>de</strong>sta forma, aceleram o processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>terioração, reduzem a resistência ao cisalhamentodos materiais não tratados e aumentam a velocida<strong>de</strong> da <strong>de</strong>formação gerada pelas tensõesprovenientes dos carregamentos induzidos pelo tráfego.O somatório das <strong>de</strong>formações ocorrentes em toda a estrutura do pavimento manifesta-sepelos afundamentos nas trilhas <strong>de</strong> roda e pelas distorções do perfil longitudinal dopavimento. Estes <strong>de</strong>feitos no pavimento promovem a irregularida<strong>de</strong> longitudinal.MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 54Portanto, o aumento da irregularida<strong>de</strong> longitudinal é o resultado <strong>de</strong> uma ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong>mecanismos <strong>de</strong> restauração e combina os efeitos <strong>de</strong> vários tipos <strong>de</strong> <strong>de</strong>feitos e, como tal,não po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rada como um efeito isolado.Figura 7 -Interações entre os <strong>de</strong>feitos em rodovias pavimentadasTrincamentoAfundamento nas trilhas <strong>de</strong> rodaIda<strong>de</strong>Ingresso <strong>de</strong> ÁguaRedução da resistênciaao cisalhamento e da rigi<strong>de</strong>zIda<strong>de</strong>Aceleração na <strong>de</strong>formaçãoErosão nas bordasPanelasDesagregaçãoDistorçõesVariaçãodas proprieda<strong>de</strong>se do comportamentoRemendosRemendosprofundosCisalhamento emudança <strong>de</strong>volumeIrregularida<strong>de</strong> longitudinal3.6 EVOLUÇÃO DA DETERIORAÇÃOA velocida<strong>de</strong> da <strong>de</strong>terioração po<strong>de</strong> variar enormemente, em função <strong>de</strong> diversos fatores,tais como: as condições ambientais, a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> suporte do pavimento e do subleito, aqualida<strong>de</strong> dos materiais utilizados e do processo construtivo, o volume <strong>de</strong> tráfego, a cargapor eixo.A progressão da <strong>de</strong>terioração segue uma trajetória não linear, que permite um maiornúmero <strong>de</strong> opções na escolha e programação da conservação (Figura 8). Durante um certoperíodo inicial, que po<strong>de</strong> durar até a terça parte do ciclo <strong>de</strong> vida, as rodovias pavimentadasbem projetadas sofrem uma <strong>de</strong>terioração muito pouco visível.Depois <strong>de</strong>sse período inicial, a <strong>de</strong>terioração da rodovia é crescente, lenta a princípio, masacelerando rapidamente quando atinge o estado regular. Se nessa fase não foremrealizadas medidas importantes <strong>de</strong> conservação, isto resultará, em poucos anos, numafalha estrutural extrema ao atingir o mau estado.MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 55Figura 8 -Evolução da <strong>de</strong>terioração em rodovias pavimentadasÍndice internacional <strong>de</strong>irregularida<strong>de</strong> (m/km)1211109876543210Requer restauração ou reconstruçãoRequer reforçoCarga por eixo superiorem 15% a normalCarga poreixonormal0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22AnosNota: Rodovia em CBUQ; SN = 3,5 e VDM = 2500Etapa crítica do ciclo <strong>de</strong> vidaDurante a primeira etapa <strong>de</strong>scrita anteriormente, uma rodovia pavimentada po<strong>de</strong> sermantida em bom estado mediante conservação rotineira, a um custo bastante baixo. Naetapa seguinte, com o aumento da <strong>de</strong>terioração, o pavimento <strong>de</strong>ve ser recuperado <strong>de</strong>maneira a permanecer em bom estado, por meio <strong>de</strong> selagem, recapeamento ou reforço dorevestimento. O reforço restabelece a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> rolamento da rodovia e a capacida<strong>de</strong>estrutural necessária para suportar o tráfego durante vários anos, começando assim umnovo ciclo do pavimento.Com a conservação rotineira a<strong>de</strong>quada, mais a conservação periódica oportuna dopavimento, uma rodovia pavimentada nunca se <strong>de</strong>gradará até chegar ao mau estado,quando é necessária a restauração ou mesmo a reconstrução do pavimento.Desta forma, a evolução não linear da <strong>de</strong>terioração, influi <strong>de</strong>cididamente na escolha dapolítica <strong>de</strong> conservação ótima e, quando os tomadores <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão não estão conscientessobre tal evolução, verifica-se que, geralmente, são menosprezadas as necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>conservação das re<strong>de</strong>s relativamente novas.MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 574 – AVALIAÇÃO DOS PAVIMENTOS FLEXÍVEISMT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 594 AVALIAÇÃO DOS PAVIMENTOS FLEXÍVEISA condição <strong>de</strong> um pavimento representa o nível <strong>de</strong> <strong>de</strong>gradação resultante dos processosassociados ao meio ambiente e ao seu uso continuado pelo tráfego. A avaliação <strong>de</strong>stacondição é possível por meio do conhecimento <strong>de</strong> diversos parâmetros <strong>de</strong> referência, jánormalizados, que permitem a <strong>de</strong>terminação das:a) condições <strong>de</strong> superfície;b) condições estruturaisc) condições <strong>de</strong> rugosida<strong>de</strong> longitudinais;d) avaliação das solicitações do tráfego;e) condições <strong>de</strong> a<strong>de</strong>rência pneu/pavimento;4.1 AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES DE SUPERFÍCIEAs condições <strong>de</strong> superfície dos pavimentos asfálticos são avaliadas pelas seguintesNormas <strong>de</strong>scritas a seguir:a) DNIT 005/2003 – TER - Defeitos nos pavimentos asfálticos - Terminologia.b) DNIT 006/2003 – PRO - Avaliação objetiva da superfície <strong>de</strong> pavimentos asfálticos -Procedimento.c) DNIT 007/2003 – PRO - Levantamento para avaliação da condição <strong>de</strong> superfície <strong>de</strong>subtrecho homogêneo <strong>de</strong> rodovias <strong>de</strong> pavimento flexível e semi-rígido para gerência <strong>de</strong>pavimentos e estudos e projetos - Procedimento.d) DNIT 008/2003 – PRO - Levantamento visual contínuo para avaliação da superfície <strong>de</strong>pavimentos asfálticos - Procedimento.e) DNIT 009/2003 – PRO - Levantamento para avaliação subjetiva da superfície dopavimento - Procedimento.As quais são utilizadas nos métodos atuais <strong>de</strong> projeto para avaliação estrutural eRestauração <strong>de</strong> pavimentos asfálticos.4.1.1 DNIT 005/2003 – TER - DEFEITOS NOS PAVIMENTOS ASFÁLTICOS – TERMINOLOGIAO objetivo <strong>de</strong>sta Norma foi a <strong>de</strong> <strong>de</strong>finir os termos empregados em <strong>de</strong>feitos que ocorrem nasuperfície dos pavimentos asfálticos <strong>de</strong> acordo com uma codificação assumida e umaclassificação adotada conforme a gravida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ocorrência no caso das trincas isoladas einterligadas.A Tabela 3 apresenta o resumo dos <strong>de</strong>feitos juntamente com a codificação e classificaçãorespectiva a qual apresenta um bom nível <strong>de</strong> padronização e similarida<strong>de</strong>s com varias comdados <strong>de</strong> outras classificações nacionais e estrangeirais.MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 60Deve ser observado que os <strong>de</strong>feitos foram codificados em dois gran<strong>de</strong>s blocos.a) Fendas• Trincas isoladas; e• Trincas interligadasb) Outros Defeitos• Afundamentos;• Ondulação/Corrugação;• Escorregamento;• Exsudação;• Desgaste;• Panelas (ou Buracos); e• RemendosMT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 61Tabela 4 -Quadro resumo dos <strong>de</strong>feitos – Codificação e Classificação(Norma DNIT 005/2003 – TER)FENDASCODIFICAÇÃOCLASSE DASFENDASFissuras FI - - -Trincas norevestimentogeradas por<strong>de</strong>formaçãopermanenteexcessiva e/ou<strong>de</strong>correntesdo fenômeno<strong>de</strong> fadigaTrincasIsoladasTrincasInterligadasTransversaisLongitudinais“Jacaré”Curtas TTC FC-1 FC-2 FC-3Longas TTL FC-1 FC-2 FC-3Curtas TLC FC-1 FC-2 FC-3Longas TLL FC-1 FC-2 FC-3Sem erosão acentuadanas bordas das trincasCom erosão acentuadanas bordas das trincasJ - FC-2 -JE - - FC-3Trincas norevestimentonão atribuídasao fenômeno<strong>de</strong> fadigaTrincasIsoladasTrincasInterligadasDevido à retração térmica ou dissecação dabase (solo-cimento) ou do revestimento“Bloco”Sem erosão acentuadanas bordas das trincasCom erosão acentuadanas bordas das trincasTRR FC-1 FC-2 FC-3TB - FC-2 -TBE - FC-3OUTROS DEFEITOSCODIFICAÇÃOAfundamentoPlásticoDeConsolidaçãoLocalda TrilhaLocalda TrilhaDevido à fluência plástica <strong>de</strong> uma ou maiscamadas do pavimento ou do subleitoDevido à fluência plástica <strong>de</strong> uma ou maiscamadas do pavimento ou do subleitoDevido à consolidação diferencial ocorrente emcamadas do pavimento ou do subleitoDevido à consolidação diferencial ocorrente emcamadas do pavimento ou do subleitoALPATPALCATCOndulação/Corrugação - Ondulações transversais causadas por instabilida<strong>de</strong> da mistura betuminosaconstituinte do revestimento ou da baseEscorregamento (do revestimento betuminoso)Exsudação do ligante betuminoso no revestimentoDesgaste acentuado na superfície do revestimento“Panelas” ou buracos <strong>de</strong>correntes da <strong>de</strong>sagregação do revestimento e às vezes <strong>de</strong> camadas inferioresOEEXDPRemendosRemendo SuperficialRemendo ProfundoRSRPNOTA 1:Classe das trincas isoladasFC-1: são trincas com abertura superior à das fissuras e menores que 1,0mm.FC-2: são trincas com abertura superior a 1,0mm e sem erosão nas bordas.FC-3: são trincas com abertura superior a 1,0mm e com erosão nas bordas.MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 62NOTA 2: Classe das trincas interligadasAs trincas interligadas são classificadas como FC-3 e FC-2 caso apresentem ou nãoerosão nas bordas.a) FendasSão chamadas <strong>de</strong> fendas quaisquer <strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong> na superfície do pavimentopo<strong>de</strong>ndo assumir a feição <strong>de</strong> fissuras, trincas isoladas longitudinais ou transversais etrincas interligadas tipo couro <strong>de</strong> jacaré ou tipo bloco.Conforme a abertura das fendas as mesmas po<strong>de</strong>m ser classificadas em FC-1, FC-2 eFC-3.Nota-se que as fendas FC-3 apresentam além disto, erosão nas bordas (vi<strong>de</strong> tabela 3).A fendas são causadas genericamente pelas seguintes ocorrências que atuam emconjunto• Tráfego atuante que pelo ciclo do carregamento e alívio promovem tenções <strong>de</strong>tração na fibra interior do revestimento;• Alternância da mudança diária <strong>de</strong> temperatura que acusam contrações <strong>de</strong>revestimento existente;• Reflexão no revestimento <strong>de</strong> trincas existentes em bases cimentadas (base <strong>de</strong> solocimento);As Figuras 9, 10, 11 e 12 ilustram <strong>de</strong> uma maneira esquemática as ocorrências <strong>de</strong>trincas na superfície dos pavimentos flexíveis.Figura 9 -Fendas: Trincas longitudinaisTrilha interna{CLTrilha externae interna{ACOSTAMENTOTráfegoMT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 63Figura 10 - Fendas: Trincas transversaisCLTráfegoACOSTAMENTOFigura 11 - Fendas: Diversos tipos <strong>de</strong> trincas interligadasC LTráfegoACOSTAMENTOFigura 12 - Fendas: Trincamento tipo bloco0,3m3mC L0,3m3mTráfegoACOSTAMENTOMT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 64b) Outros Defeitos• AfundamentoAfundamento é uma <strong>de</strong>formação permanente caracterizada por <strong>de</strong>pressão dasuperfície do pavimento, acompanhada, ou não, <strong>de</strong> solevamento, po<strong>de</strong>ndoapresentar-se sob a forma <strong>de</strong>:−−afundamento plástico causado pela influência plástica <strong>de</strong> uma ou mais camadasdo pavimento ou <strong>de</strong> subleito; eafundamento <strong>de</strong> consolidação causado pela consolidação diferencial <strong>de</strong> uma oumais camadas <strong>de</strong> pavimento ou <strong>de</strong> subleito.Quando os afundamentos ocorrem com extensões até 6 m são chamados <strong>de</strong>“afundamentos locais”. Quando ocorrem com extensões continuas maiores sãochamados <strong>de</strong> “afundamentos <strong>de</strong> trilhas <strong>de</strong> roda”.As Figuras 13 e 14 ilustram <strong>de</strong> uma maneira esquemática os “afundamentos <strong>de</strong>trilha <strong>de</strong> rodas”.Figura 13 - Afundamento por consolidação nas trilhas <strong>de</strong> rodaFigura 14 - Afundamento plástico nas trilhas <strong>de</strong> rodaMT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 65• Ondulação/CorrugaçãoA ondulação/corrugação é uma falha caracterizada por ondulações transversais, <strong>de</strong>caráter plástico e permanente, no revestimento asfáltico.A ondulação/corrugação po<strong>de</strong> ser causada por:−−−−instabilida<strong>de</strong> da mistura betuminosa da camada <strong>de</strong> revestimento e/ou a base <strong>de</strong>um pavimento;excesso <strong>de</strong> umida<strong>de</strong> das camadas subjacentes;contaminação da mistura asfáltica por materiais estranhos;retenção <strong>de</strong> água na misturas asfáltica.É uma ocorrência ocasionada pela ruptura por cisalhamento no revestimento ou nainterface entre o revestimento e o material <strong>de</strong> base, ocasionado pelas cargas <strong>de</strong>tráfego.Normalmente apresentam-se nas regiões <strong>de</strong> aceleração ou <strong>de</strong> frenagem dosveículos. Po<strong>de</strong>m ocorrer em qualquer região da superfície, porém, com maiorgravida<strong>de</strong> nas proximida<strong>de</strong>s das trilhas <strong>de</strong> rodas.• Escorregamento (do revestimento)O escorregamento é um movimento horizontal do revestimento ocasionado pelosesforços tangenciais transmitidos pelos eixos dos veículos (frenagem e aceleração)e que produzem uma ondulação curta e abrupta na superfície do pavimento emforma <strong>de</strong> meia lua (Figura 15).O escorregamento po<strong>de</strong> ser ocasionado por:−−ligação ina<strong>de</strong>quada entre o revestimento e a camada sobre a qual este se apoia(<strong>de</strong>ficiências na imprimação ou pintura <strong>de</strong> ligação);inércia limitada do revestimento asfáltico em virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> sua reduzida espessura;− compactação <strong>de</strong>ficiente das misturas asfálticas ou da porção superior dacamada <strong>de</strong> base;−fluência plástica do revestimento na ocorrência <strong>de</strong> temperaturas elevadas.O escorregamento é caracterizado inicialmente pela presença <strong>de</strong> trincas em forma<strong>de</strong> meia-lua (trincamento parabólico) ocorrentes nos locais <strong>de</strong> aplicação dosesforços <strong>de</strong> tração das cargas <strong>de</strong> roda. Com o tempo surge escorregamento dorevestimento ou da capa asfáltica, promovendo a exposição das camadas inferioresdo pavimento.Este <strong>de</strong>feito po<strong>de</strong>rá ser encontrado nas regiões <strong>de</strong> aceleração e <strong>de</strong> <strong>de</strong>saceleração,como: rampas acentuadas (aclives ou <strong>de</strong>clives), curvas horizontais <strong>de</strong> raiopequeno, interseções e próximo a paradas <strong>de</strong> ônibus ou obstáculos (lombadas ousonorizadores).MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 66Figura 15 - Ilustração do escorregamentoDeslocamento VerticalABABACOSTAMENTO• ExsudaçãoA exsudação é uma ocorrência ocasionada pela formação <strong>de</strong> uma película ou filme<strong>de</strong> material betuminoso na superfície do pavimento e se caracteriza por manchas<strong>de</strong> variadas dimensões. Estas manchas resultantes comprometem seriamente aa<strong>de</strong>rência do revestimento aos pneumáticos, principalmente sob tempo chuvoso,caracterizando um sério problema funcional.A exsudação po<strong>de</strong>rá ocorrer por duas razões:−−dosagem ina<strong>de</strong>quada da mistura asfáltica, acarretando teor excessivo <strong>de</strong> ligantee/ou índice <strong>de</strong> vazios muito baixo;temperatura do ligante acima da especificada no momento da mistura,acarretando a dilatação do asfalto e ocupação irreversível dos vazios entre aspartículas.Com a ação do tráfego e <strong>de</strong> altas temperaturas, o cimento asfáltico da mistura iráexpandir preenchendo os vazios não preenchidos. Desta forma, ocorre a migraçãoe concentração do ligante na superfície do revestimento. A passagem das cargaspo<strong>de</strong>rá causar um aumento da <strong>de</strong>nsificação da mistura nas trilhas <strong>de</strong> roda (reduçãodo volume <strong>de</strong> vazios) e aumentar a exsudação.A exsudação po<strong>de</strong>rá se manifestar em qualquer região da superfície do pavimento,sendo mais severa nas trilhas <strong>de</strong> roda.• DesgasteDesgaste é a perda <strong>de</strong> agregados e/ou argamassa fina do revestimento asfáltico.Caracteriza-se pela aspereza superficial anormal, com perda do envolvimentobetuminoso e arrancamento progressivo dos agregados.O <strong>de</strong>sgaste po<strong>de</strong> ser provocado pelos seguintes motivos:MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 67−redução da ligação existente entre o agregado e o ligante <strong>de</strong>vido à oxidação doligante e pela ação combinada do tráfego e dos agentes intempéricos;− perda <strong>de</strong> coesão entre agregado e ligante <strong>de</strong>vido à presença <strong>de</strong> poeira ousujeira no momento da construção;−execução da obra em condições meteorológicas <strong>de</strong>sfavoráveis;− presença <strong>de</strong> água no interior do revestimento que originam sobrepressõeshidrostáticas capazes <strong>de</strong> provocar o <strong>de</strong>scolamento da película betuminosa;−<strong>de</strong>ficiência localizada <strong>de</strong> ligante asfáltico nos serviços por penetração<strong>de</strong>corrente <strong>de</strong> entupimento dos bicos ou má regulagem da barra espargidora.Como resultado das causas prováveis acima enumeradas o ligante asfáltico ficaimpossibilitado <strong>de</strong> promover a retenção dos agregados que se soltamprogressivamente sob a ação das cargas <strong>de</strong> tráfego.Po<strong>de</strong> ocorrer em toda a área da superfície do pavimento.• Panelas (buracos)As panelas são cavida<strong>de</strong>s formadas inicialmente no revestimento do pavimento eque possuem dimensões e profundida<strong>de</strong>s variadas. O <strong>de</strong>feito é muito grave poisafeta estruturalmente o pavimento, permitindo o acesso das águas superficiais aointerior da estrutura. Também é grave do ponto <strong>de</strong> vista funcional, já que afeta airregularida<strong>de</strong> longitudinal e, como conseqüência, a segurança do tráfego, e o custodo transporte.As principais causas <strong>de</strong>ste <strong>de</strong>feito po<strong>de</strong>m estar relacionadas a:−trincamento por fadiga (estágio terminal);− <strong>de</strong>sintegração localizada na superfície do pavimento (<strong>de</strong>sgastes <strong>de</strong> severida<strong>de</strong>alta).Vale a pena lembrar que tanto o início <strong>de</strong>sta falha quanto a sua evolução sãoaceleradas pela ação do tráfego e <strong>de</strong> fatores climáticos.As trincas <strong>de</strong> fadiga na medida que evoluem sofrem um processo <strong>de</strong> interligação,formando pequenas placas sem vínculo e com bordas erodidas. Com a passagemdas cargas <strong>de</strong> tráfego estas placas vão sendo arrancadas, formando buracos norevestimento, os quais po<strong>de</strong>m evoluir ao ponto <strong>de</strong> atingir a base do pavimento. Aágua superficial, que já possuía acesso até a base através das trincas, terá aindamaior facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> alcançar essa camada. A água sob pressão irá carrear omaterial mais fino da base e agravar o problema. No caso <strong>de</strong> <strong>de</strong>sintegração, oprocesso é semelhante.Po<strong>de</strong>m ocorrer em qualquer área do revestimento, principalmente nas trilhas <strong>de</strong>roda.A Figura 16 ilustra <strong>de</strong> maneira esquemática a ocorrência <strong>de</strong> panelas (buracos).MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 68Figura 16 - Ilustração <strong>de</strong> panelas.Profundida<strong>de</strong>Profundida<strong>de</strong>C L10 cmTráfegoACOSTAMENTO• RemendosO remendo é uma porção do revestimento on<strong>de</strong> o material original foi removido esubstituído por outro material (similar ou diferente). Remendos existentes são emgeral consi<strong>de</strong>radas falhas, já que refletem o mau comportamento da estruturaoriginal, gerando normalmente incremento na irregularida<strong>de</strong> longitudinal. Deveráser avaliada também a <strong>de</strong>terioração da área remendada (Figura 17).Os remendos são consi<strong>de</strong>rados <strong>de</strong>feitos quando provocam <strong>de</strong>sconforto <strong>de</strong>vido àsseguintes causas:−−−−solicitação intensa do tráfego;emprego <strong>de</strong> material <strong>de</strong> má qualida<strong>de</strong>;agressivida<strong>de</strong> das condições ambientais; eproblemas construtivos.Os remendos, assim como os pavimentos, <strong>de</strong>terioram-se por diversos mecanismos,ou seja, a ação combinada do tráfego e das condições ambientais.A <strong>de</strong>terioração dos remendos ocorrem obviamente nas áreas remendadas, que selocalizam em regiões isoladas do pavimento.MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 69Figura 17 - Ilustração <strong>de</strong> remendos.Remendo (nivelamento)C LRemendoTráfegoACOSTAMENTO4.1.2 DNIT 006/2003–PRO - AVALIAÇÃO OBJETIVA DA SUPERFÍCIE DE PAVIMENTOSASFÁLTICOS – PROCEDIMENTOO objetivo básico da Norma DNIT 006/2003-PRO é o <strong>de</strong> apresentar a sistemática <strong>de</strong>cálculo <strong>de</strong> um índice combinado <strong>de</strong> falhas, o Índice <strong>de</strong> Gravida<strong>de</strong> Global (IGG), <strong>de</strong>rivadodo "Severity In<strong>de</strong>x" utilizado no Canadá pelo “Saskatchewan Department of Highways andTransportation”, e adaptado pelo Engenheiro Armando Martins Pereira, para as condições<strong>de</strong> pavimentos brasileiros.O cálculo do IGG inclui também a medida das profundida<strong>de</strong>s dos afundamentos nas trilhas<strong>de</strong> roda, avaliadas a partir das medidas das flechas com treliça <strong>de</strong> base igual a 1,20 m.Além <strong>de</strong> todas as ocorrências constantes da Tabela 4 Codificação e Classificação dos<strong>de</strong>feitos.O efeito da irregularida<strong>de</strong> longitudinal, por sua vez, é avaliado <strong>de</strong> forma indireta peladispersão das flechas medidas nas trilhas <strong>de</strong> roda, expressa através da variância<strong>de</strong>terminada em uma análise estatística sobre os valores individuais obtidos em um<strong>de</strong>terminado segmento.O IGG permite classificar o estado geral <strong>de</strong> um <strong>de</strong>terminado trecho homogêneo <strong>de</strong>pavimento, em função da incidência <strong>de</strong> <strong>de</strong>feitos <strong>de</strong> superfície. Ele é um indicador dascondições do pavimento, muito útil para a tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões quanto às intervenções <strong>de</strong>Restauração necessárias, atribuindo-lhe conceitos variáveis segundo a Tabela 5, a seguirapresentada:Tabela 5 -Condição do pavimento em função do IGG.CONCEITOLIMITESÓtimo 0 < IGG ≤ 20Bom 20 < IGG ≤ 40Regular 40 < IGG ≤ 80Ruim 80 < IGG ≤ 160Péssimo IGG > 160MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 70A sistemática <strong>de</strong> cálculo do IGG é baseada na atribuição <strong>de</strong> pesos ou fatores <strong>de</strong>pon<strong>de</strong>ração aplicáveis a cada evento mensurado (freqüência relativa <strong>de</strong> estações comocorrência <strong>de</strong> cada tipo <strong>de</strong> <strong>de</strong>feito e parâmetros ligados à análise estatística das flechasnas trilhas <strong>de</strong> roda), pesos esses que buscam caracterizar sua influência sobre a serventiado pavimento.Nesse método, <strong>de</strong>vem ser implantadas estações <strong>de</strong> ensaio afastadas <strong>de</strong> 20 m, alternandoas faixas <strong>de</strong> tráfego direita e esquerda, para o caso <strong>de</strong> pista simples. Para o caso <strong>de</strong> pistadupla, as estações <strong>de</strong>vem estar afastadas <strong>de</strong> 20 m, na mesma faixa <strong>de</strong> tráfego, quegeralmente é a externa por ser a mais crítica.A superfície <strong>de</strong> avaliação será <strong>de</strong>limitada por uma seção transversal situada 3 m à ré daestação, por outra situada 3 m avante, e pelo eixo da pista <strong>de</strong> rolamento, para pistasimples, ou eixo <strong>de</strong> separação <strong>de</strong> faixa para pista dupla. Com isto, cada estaçãocorrespon<strong>de</strong> a uma área <strong>de</strong> 21 m 2 (6,0m x 3,5m). Portanto, é fácil <strong>de</strong>preen<strong>de</strong>r que oprocesso implica em analisar aproximadamente 15% da área total do pavimento analisado.Em cada estação <strong>de</strong> ensaio, um técnico perfeitamente treinado para i<strong>de</strong>ntificar osdiferentes tipos <strong>de</strong> <strong>de</strong>feitos <strong>de</strong>verá anotar em uma ficha <strong>de</strong> campo a configuração <strong>de</strong>terraplenagem e a presença ou não <strong>de</strong> cada um dos tipos <strong>de</strong> falha. Observe-se que nãoserá indicada a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cada tipo <strong>de</strong> <strong>de</strong>feito em cada estação, mas apenas serái<strong>de</strong>ntificada a sua presença.Adicionalmente, com a utilização <strong>de</strong> uma treliça <strong>de</strong> alumínio com base <strong>de</strong> 1,2 m, munida <strong>de</strong>uma régua graduada (a qual <strong>de</strong>sloca-se verticalmente na sua região central), o técnico<strong>de</strong>verá medir a flecha nas trilhas <strong>de</strong> roda externa e interna, expressa em mm.Os dados coletados no inventário serão processados em escritório, <strong>de</strong>vendo-seinicialmente separar os segmentos com características homogêneas, como por exemploaqueles que apresentam o mesmo tipo <strong>de</strong> constituição <strong>de</strong> estrutura (mesmo tipo <strong>de</strong>revestimento, base, sub-base e subleito), o mesmo tipo <strong>de</strong> materiais constituintes dascamadas e espessuras, a mesma incidência <strong>de</strong> tráfego e a mesma situação climática. Emseguida, <strong>de</strong>ve-se <strong>de</strong>terminar a freqüência absoluta e relativa das falhas anotadas, bemcomo a média aritmética e a variância (o quadrado do <strong>de</strong>svio padrão) das flechas nastrilhas <strong>de</strong> roda.Para os eventos <strong>de</strong>tectados (<strong>de</strong>feito ou parâmetro estatístico das flechas) <strong>de</strong>ve-se atribuirum peso ou fator <strong>de</strong> pon<strong>de</strong>ração, que exprima sua maior ou menor importância no que dizrespeito à serventia. Por exemplo, as trincas <strong>de</strong> classe 1 possuem pequena influência naserventia, recebendo portanto um fator <strong>de</strong> pon<strong>de</strong>ração menor (0,2), enquanto para panelase corrugações, as quais exercem forte influência na serventia, atribui-se um fator <strong>de</strong>pon<strong>de</strong>ração maior (1,0).O produto da freqüência relativa <strong>de</strong> cada <strong>de</strong>feito (e também da média e variância dasflechas) pelo seu fator <strong>de</strong> pon<strong>de</strong>ração resulta no Índice <strong>de</strong> Gravida<strong>de</strong> Individual (IGi)correspon<strong>de</strong>nte ao evento, ou seja: a fração do IGG afetado pelo evento. A somatória <strong>de</strong>MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 71todos os valores <strong>de</strong> IGi representa, finalmente, o valor do IGG a ser atribuído ao segmentohomogêneo.A sistemática do DNIT 006/2003-PRO permite não só uma análise das condições dopavimento à luz do IGG, como também uma interpretação <strong>de</strong>talhada do perfil <strong>de</strong> falhasocorrentes em cada segmento homogêneo.O boletim do Inventário do Estado <strong>de</strong> Suporte <strong>de</strong> Superfície do Pavimento e a planilha <strong>de</strong>Cálculo do Índice <strong>de</strong> Gravida<strong>de</strong> Global (IGG) para cada segmento homogêneo escolhidoestão apresentados nas páginas seguintes (Planilhas 1 e 2).MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 72Planilha 1 -Formulário <strong>de</strong> Inventário do estado da superfície do pavimentoRODOVIA:EstacaOuKmSeçãoTerrap.OKINVENTÁRIO DO ESTADO DA SUPERFÍCIE DO PAVIMENTOTRECHO:SUBTRECHO:FI(1)TTC(1)Trincas IsoladasTTL(1)TLC(1)TLL(1)TRR(1)FC-2J(2)TB(2)FC-3JE(3)TBE(3)ALP(4)ATP(4)Data:Folha:OPERADOR:REVESTIMENTO TIPO:Estaca ouQuilômetroEstaca ouQuilômetroO(5)P(5)EX(6)D(7)R(8)ALCATCEFlechasTRITREOBS:MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 73Planilha 2 -Cálculo do IGGRODOVIA:PLANILHA DE CÁLCULO DO ÍNDICE DE GRAVIDADE GLOBAL (IGG)TRECHO:SUB-TRECHO: REVESTIMENTO TIPO:Item1Natureza do <strong>de</strong>feitoTrincas isoladas FI, TTC,TTL, TLC, TLL, TRRFreqüênciaabsolutaFreqüênciaabsolutaconsi<strong>de</strong>radaFrequência relativaFator <strong>de</strong>pon<strong>de</strong>ração0,22(FC – 2) J, TB0,53(FC – 3) JE, TBE0,84ALP, ATP0,95O e P1,06EX0,57D0,38R0,69Média aritmética dos valoresmédios das flechas medidasem mm nas TRI e TRETRE =TRI =F =1 A ( )1 B ( )10Média aritmética das variânciasdas flechas medidas emambas as trilhasTREv =TRIv =FV =2 A ( )2 B ( )Nº TOTAL DE ESTAÇÕESINVEMTARIADASn =∑ IND. GRAVID. IND. = IGG_ _1A) IGI = F x 4/3 quando F ≤ 30__ __2A) IGI = FV quando FV ≤ 50_1B) IGI = 40 quando F > 30__2B) IGI = 50 quando FV > 50Data:Estaca ouQuilômetroÍndice <strong>de</strong>gravida<strong>de</strong>individualOperadorCálculoVistoFolha:Estaca ouQuilômetroObservaçõesConceitoMT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 744.1.3 DNIT 007/2003–PRO - LEVANTAMENTO PARA AVALIAÇÃO DA CONDIÇÃO DE SUPERFÍCIEDE SUBTRECHO HOMOGÊNEO DE RODOVIAS DE PAVIMENTO FLEXÍVEL E SEMI-RÍGIDO PARAGERÊNCIA DE PAVIMENTOS E ESTUDOS E PROJETOS - PROCEDIMENTOA concepção original <strong>de</strong>ste procedimento esteve voltada para fins <strong>de</strong> gerência <strong>de</strong>pavimentos, embora seu uso venha sendo estendido a projeto <strong>de</strong> reforços. Neste caso, assuperfícies <strong>de</strong> avaliação são dispostas <strong>de</strong> forma análoga àquela empregada na NormaDNIT 006/2003-PRO.As trincas longitudinais e transversais ocorrentes no âmbito <strong>de</strong> cada superfície <strong>de</strong>avaliação (estação <strong>de</strong> ensaio) são classificadas em função da sua abertura e medidas pela<strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> seu comprimento. Sua área é calculada arbitrando-se uma largura oufaixa <strong>de</strong> influência <strong>de</strong> 15 cm.Todos os <strong>de</strong>mais <strong>de</strong>feitos, como trincas interligadas tipo couro <strong>de</strong> crocodilo ou em bloco,trincas irregulares, panelas, remendos, exsudações, <strong>de</strong>sgaste, afundamentos plásticos ecorrugações, são medidos em cada estação pela área do retângulo que os circunscreve,<strong>de</strong>marcada a giz sobre a pista e <strong>de</strong>senhada em planilha <strong>de</strong> campo específica.Com a Norma antiga DNER-ES 128/83, por meio <strong>de</strong> amostragem, é possível calcular paraum certo segmento homogêneo, a percentagem <strong>de</strong> sua área afetada por cada tipo <strong>de</strong><strong>de</strong>feito inventariado. Observamos que esta metodologia é diferente daquela adotada nanorma DNER-PRO 08/94, em que as percentagens obtidas representam a freqüência <strong>de</strong>estações <strong>de</strong> ensaio que exibiram um <strong>de</strong>terminado <strong>de</strong>feito.4.1.4 DNIT 008/2003 – PRO - LEVANTAMENTO VISUAL CONTÍNUO PARA AVALIAÇÃO DASUPERFÍCIE DE PAVIMENTOS ASFÁLTICOS – PROCEDIMENTOEste procedimento <strong>de</strong> levantamento visual contínuo se constitui em um processo que éuma síntese dos outros procedimentos <strong>de</strong> avaliações objetivas e subjetivas da superfíciedos pavimentos asfálticos isto é DNIT-007/2003-PRO e DNIT-009/2003-PRO.Com efeito através <strong>de</strong>sta Norma é possível a <strong>de</strong>terminação dos seguintes parâmetros:a) ICPF – Índice da Condição do Pavimento Flexívelb) IGGE – Índice <strong>de</strong> Gravida<strong>de</strong> Global Expeditoc) Porcentagem <strong>de</strong> área com trincamento (área trincada)d) Nº <strong>de</strong> Panelas e Remendose) Porcentagem <strong>de</strong> área com outros <strong>de</strong>feitosf) IES – Índice do Estado <strong>de</strong> Superfície do PavimentoO processo <strong>de</strong> avaliação consiste no preenchimento do formulário mostrado na páginaseguinte realizado no mínimo por dois técnicos experientes além do motorista do veículo. ARodovia é percorrida a uma velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aproximadamente 40km/h no sentido crescenteda quilometragem do PNV nas rodovias <strong>de</strong> pista com 2 faixas <strong>de</strong> tráfego. Nas rodoviasMT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 75com pista dupla o sentido do à ser percorrido na pista esquerda è o contrário ao do sentidocrescente Da quilometragem. Os dados do formulário são anotados geralmente para cadakm <strong>de</strong> rodovia percorrida respeitando-se as divisões necessárias que caracterizam osseguimentos homogêneos como interseções, O.A.E., ortografia das regiões etc. o ICPF écalculado como a média das notas atribuídas mediante o seguinte critério mostrado naTabela 6 <strong>de</strong> conceitos do ICPF.Tabela 6 -Conceitos do ICPFCONCEITO DESCRIÇÃO ICPFÓtimo NECESSITA APENAS DE CONSERVAÇÃO ROTINEIRA 5 - 4BomRegularRuimPéssimoAPLICAÇÃO DE LAMA ASFÁLTICA - Desgaste superficial, trincas não muito severas emáreas não muito extensasCORREÇÃO DE PONTOS LOCALIZADOS OU RECAPEAMENTO - pavimento trincado,com “panelas” e remendos pouco freqüentes e com irregularida<strong>de</strong> longitudinal outransversal.RECAPEAMENTO COM CORREÇÕES PRÉVIAS - <strong>de</strong>feitos generalizados comcorreções prévias em áreas localizadas - remendos superficiais ou profundos.RECONSTRUÇÃO - <strong>de</strong>feitos generalizados com correções prévias em toda a extensão.Restauração do revestimento e das <strong>de</strong>mais camadas - infiltração <strong>de</strong> água e<strong>de</strong>scompactação da base4 -33 - 22 - 11 - 0O IGGE – Índice da Gravida<strong>de</strong> Global Expedita é calculado também por intermédio dosdados colhidos no formulário do campo e no formulário <strong>de</strong> cálculo mostrado.O IES é avaliado pelo ICPF e IGGE para cada seguimento <strong>de</strong> acordo com a Tabela 7 aseguir:Tabela 7 -Avaliação da IESDESCRIÇÃO IES CÓDIGO CONCEITOIGGE ≤ 20 e ICPF > 3,5 0 A ÓTIMOIGGE ≤ 20 e ICPF ≤ 3,5 1BBOM20 ≤ IGGE ≤ 40 e ICPF > 3,5 220 ≤ IGGE ≤ 40 e ICPF ≤ 3,5 3C REGULAR40 ≤ IGGE ≤ 60 e ICPF > 2,5 440 ≤ IGGE ≤ 60 e ICPF ≤ 2,5 5DRUIM60 ≤ IGGE ≤ 90 e ICPF > 2,5 7RUIM60 ≤ IGGE ≤ 90 e ICPF ≤ 2,5 8E PÉSSIMOIGGE > 90 104.1.5 DNIT 009/2003 – PRO – AVALIAÇÃO SUBJETIVA DA SUPERFÍCIE DE PAVIMENTOSASFÁLTICOS - PROCEDIMENTOProcedimento para a avaliação subjetiva <strong>de</strong> pavimentos asfálticos foi calculado nametodologia <strong>de</strong>senvolvida na experiência da AASHTO para da <strong>de</strong>terminação do V.S.A. –MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 76Valor da Serventia Atual que afere subjetivamente as qualida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> suavida<strong>de</strong> e conforto drolamento proporcionado pelo pavimento existente.Esta avaliação é calculada pela média <strong>de</strong> notas atribuídas por uma equipe <strong>de</strong> númeromínimo 5 avaliadores que percorrem o segmento rodoviária em exame à uma velocida<strong>de</strong>próxima e abaixo da velocida<strong>de</strong> máxima permitida. O comprimento máximo dos segmentoshomogêneos percorridos e avaliados em uma única direção é <strong>de</strong> 2km.O valor do V.S.A. é calculado para cada trecho <strong>de</strong> acordo com a média das notas <strong>de</strong> todosos avaliadores pela seguinte fórmulaΣxV.S.A.= non<strong>de</strong> :V.S.A. – valor da Serventia Atualx - valores da Serventia Atual individuais atribuídos por cada membro <strong>de</strong> grupon - número <strong>de</strong> membros do grupo <strong>de</strong> avaliaçãoNa página seguinte está mostrado o mo<strong>de</strong>lo (Planilha 3) da ficha <strong>de</strong> avaliação subjetiva<strong>de</strong>ste procedimento.Note-se que a nota <strong>de</strong>ve ser assinalada sem a preocupação <strong>de</strong> se assinalar um númeroexato.MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 77Planilha 3 -Ficha <strong>de</strong> Avaliação <strong>de</strong> ServentiaMT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 784.2 AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES ESTRUTURAISO levantamento da condição estrutural do pavimento fornece informações valiosas aoprojetista quanto a sua a<strong>de</strong>quação estrutural, o grau <strong>de</strong> restauração e permite a seleção edimensionamento da mais a<strong>de</strong>quada alternativa <strong>de</strong> Restauração.Nesta seção serão introduzidos os conceitos e procedimentos utilizados para a conduçãodos levantamentos e a avaliação da condição estrutural do pavimento. São apresentadasnoções básicas sobre <strong>de</strong>formabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> pavimentos, conceituando <strong>de</strong>formaçõespermanentes e recuperáveis e comentando-se sobre os parâmetros <strong>de</strong>fletométricos <strong>de</strong>interesse.Quanto à aplicação dos parâmetros <strong>de</strong>fletométricos à avaliação estrutural, analisa-se oemprego da <strong>de</strong>flexão máxima, do raio <strong>de</strong> curvatura e da avaliação <strong>de</strong> módulos porretroanálise. Ênfase especial é dirigida aos equipamentos utilizados nos ensaios não<strong>de</strong>strutivose suas características operacionais.Ao final <strong>de</strong>sta seção são abordados dois parâmetros <strong>de</strong> resistência importantes paracaracterizar a capacida<strong>de</strong> estrutural do pavimento e suas respectivas camadas, que são:módulo resiliente e número estrutural modificado.4.2.1 PREÂMBULOA avaliação estrutural do pavimento po<strong>de</strong> ser efetuada por meio dos elementos obtidos noslevantamentos dos <strong>de</strong>feitos <strong>de</strong> superfície, nos ensaios <strong>de</strong>strutivos e ensaios não<strong>de</strong>strutivos.Os <strong>de</strong>feitos existentes no pavimento causados principalmente pelas cargas <strong>de</strong> tráfego,fornecem informações importantes sobre o efeito do tráfego na estrutura do pavimento. Osindicativos <strong>de</strong> comprometimento estrutural po<strong>de</strong>m ser valores como:a) trincamento por fadiga > 20% da área; oub) afundamento nas trilhas <strong>de</strong> roda > 1,2 cmA execução do reforço <strong>de</strong>ve ter lugar quando os níveis <strong>de</strong> <strong>de</strong>feitos exce<strong>de</strong>rem os limitesexemplificados anteriormente.Os tipos e a intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>feitos po<strong>de</strong>m ser melhor visualizados em um mapa ouplanilha que i<strong>de</strong>ntifique os <strong>de</strong>feitos estruturais ao longo da rodovia. A ocorrência <strong>de</strong> locaiscom quantida<strong>de</strong> significativa <strong>de</strong> <strong>de</strong>feitos estruturais indica a existência <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiênciasestruturais. Assim sendo, nesses locais é <strong>de</strong>sejável a realização <strong>de</strong> ensaios não<strong>de</strong>strutivose/ou <strong>de</strong>strutivos para melhor conhecimento da condição estrutural.Os ensaios <strong>de</strong>strutivos (coleta <strong>de</strong> amostras <strong>de</strong>formadas ou in<strong>de</strong>formadas para ensaios <strong>de</strong>laboratório) po<strong>de</strong>m ser realizados para obtenção das seguintes informações <strong>de</strong> cadacamada da estrutura do pavimento:MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 79a) limites <strong>de</strong> Atterberg - índice (LL, LP, LC);b) teor <strong>de</strong> umida<strong>de</strong>;c) espessuras;d) uniformida<strong>de</strong> do material na camada;e) tipo <strong>de</strong> material;f) intrusão do material <strong>de</strong> subleito nas camadas <strong>de</strong> sub-base ou base;g) permeabilida<strong>de</strong>;h) capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> suporte (CBR);i) módulo resiliente;j) características tensão-<strong>de</strong>formação (resistência à tração ou compressão,comportamento à fadiga, <strong>de</strong>formações permanentes sob cargas repetidas);k) teor <strong>de</strong> asfalto;l) granulometria.Algumas informações po<strong>de</strong>m ser utilizadas para <strong>de</strong>terminar o coeficiente estrutural <strong>de</strong> cadacamada como <strong>de</strong>scrito no Método da AASHTO. Os coeficientes estruturais po<strong>de</strong>m serutilizados para <strong>de</strong>terminar a vida remanescente do pavimento, em termos <strong>de</strong> número <strong>de</strong>solicitações <strong>de</strong> carga padronizada por eixo.A realização <strong>de</strong> ensaios <strong>de</strong> laboratório em amostras in<strong>de</strong>formadas além dosinconvenientes da retirada <strong>de</strong> amostras <strong>de</strong> pavimentos em serviço, é trabalhosa e não seconsegue no laboratório simular exatamente os estados <strong>de</strong> tensões existentes no campo.As proprieda<strong>de</strong>s medidas no laboratório, portanto, não refletem o <strong>de</strong>sempenho do materialno campo. O nível <strong>de</strong> compactação e o índice <strong>de</strong> vazios das amostras <strong>de</strong> laboratório sãogeralmente diferentes daqueles no campo.Por serem bastante difundidos e fornecerem dados históricos <strong>de</strong> inventário das rodovias,os ensaios <strong>de</strong> laboratório nos mol<strong>de</strong>s atuais ainda manterão larga aplicabilida<strong>de</strong> nosestudos <strong>de</strong> caracterização e classificação dos materiais constituintes das camadas dospavimentos.Se os materiais do pavimento não estiverem <strong>de</strong>masiadamente <strong>de</strong>teriorados, os resultados<strong>de</strong>sses ensaios em conjunto com o inventário dos <strong>de</strong>feitos <strong>de</strong> superfíciepo<strong>de</strong>m ser utilizados para avaliar a a<strong>de</strong>quação estrutural do pavimento.As principais <strong>de</strong>svantagens dos ensaios <strong>de</strong>strutivos po<strong>de</strong>m ser assim <strong>de</strong>scritas:a) necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> interromper o tráfego da rodovia por um período <strong>de</strong> tempo significativo;b) natureza <strong>de</strong>strutiva dos ensaios e a introdução <strong>de</strong> <strong>de</strong>feito nas seções do pavimento;MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 80c) ensaios são caros, consomem muito tempo e requerem muita mão-<strong>de</strong>-obra. Assimsendo, não po<strong>de</strong>m ser realizados extensivamente;d) resultados dos ensaios são representativos das condições do material em um pontoespecífico.Os ensaios não-<strong>de</strong>strutivos, utilizados em conjunto com o inventário <strong>de</strong> <strong>de</strong>feitos,constituem-se na maneira mais apropriada para <strong>de</strong>terminar a a<strong>de</strong>quação estrutural dopavimento. Eles serão melhor abordados na continuida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ste capítulo em uma seçãoespecífica.Os ensaios não-<strong>de</strong>strutivos po<strong>de</strong>m ser utilizados para:a) auxiliar o projeto <strong>de</strong> reforço estrutural;b) distinguir os diferentes segmentos para efeito <strong>de</strong> projeto, em função dos valores <strong>de</strong><strong>de</strong>flexão encontrados;c) <strong>de</strong>terminar causas <strong>de</strong> <strong>de</strong>feitos e verificar locais com falta <strong>de</strong> suporte ou excesso <strong>de</strong>vazios;d) diferenciar os períodos críticos <strong>de</strong> <strong>de</strong>terioração do pavimento, em função das variaçõessazonais nas <strong>de</strong>flexões;e) indicar a capacida<strong>de</strong> da estrutura do pavimento em suportar o tráfego atual e futuro;f) avaliação dos módulos <strong>de</strong> elasticida<strong>de</strong> por retroanálise.4.2.2 NOÇÕES DE DEFORMABILIDADE DE PAVIMENTOSA ação das cargas <strong>de</strong> tráfego sobre os pavimentos asfálticos provoca <strong>de</strong>formações <strong>de</strong> doistipos: permanentes e recuperáveis. As <strong>de</strong>formações permanentes são aquelas quepermanecem mesmo após cessar o efeito da atuação da carga, ou seja, têm caráterresidual. São exemplos <strong>de</strong> <strong>de</strong>formações permanentes aquelas geradas nas trilhas <strong>de</strong> rodapela consolidação adicional pelo tráfego, bem como as rupturas <strong>de</strong> natureza plástica.Já as <strong>de</strong>formações ou <strong>de</strong>flexões recuperáveis representam um indicativo <strong>de</strong>comportamento elástico da estrutura, <strong>de</strong>ixando <strong>de</strong> existir alguns momentos após a retiradada carga. As <strong>de</strong>flexões recuperáveis provocam o arqueamento das camadas do pavimento,e a sua repetição é a responsável pelo fenômeno <strong>de</strong> fadiga das camadas betuminosas ecimentadas.O estudo das <strong>de</strong>flexões ou das condições <strong>de</strong> <strong>de</strong>formabilida<strong>de</strong> dos pavimentos asfálticos éfundamental à compreensão <strong>de</strong> seu comportamento, já que estas refletem, em últimaanálise, as condições estruturais das diversas camadas e do próprio subleito.A atuação <strong>de</strong> uma carga <strong>de</strong> tráfego produz em um pavimento, como foi comentadoanteriormente, <strong>de</strong>formações <strong>de</strong> caráter transitório. A magnitu<strong>de</strong> <strong>de</strong>stas <strong>de</strong>formações évariável e <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte não só da geometria do carregamento, do valor da carga e daMT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 81pressão <strong>de</strong> inflação do pneu, como também da posição do ponto <strong>de</strong> medida em relação àposição da carga.Consi<strong>de</strong>rando-se a aplicação <strong>de</strong> uma carga <strong>de</strong> roda dupla estática, a área anexa à cargaque sofrerá <strong>de</strong>formação recuperável assume a forma aproximada <strong>de</strong> uma elipse, cujo eixomaior coinci<strong>de</strong> com a direção <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento do tráfego. À superfície assim formada dáseo nome <strong>de</strong> bacia <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação. (Figura 18).Figura 18 - Esquema da bacia <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação e da <strong>de</strong>formadaBL1AA’L1BL2B’L2AA’L2L2ddB’L1L1Uma seção longitudinal da bacia <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação mostra que a máxima <strong>de</strong>flexão ocorresobre o centro <strong>de</strong> carga, e que seus raios horizontais são iguais. À linha correspon<strong>de</strong>nte aesta seção longitudinal dá-se o nome <strong>de</strong> <strong>de</strong>formada.Já uma seção transversal à bacia <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação permite verificar que seus raioshorizontais são também simétricos, porém <strong>de</strong> valor inferior ao dos raios horizontaisverificados na seção longitudinal. Observa-se ainda que a severida<strong>de</strong> do arqueamentotransversal é maior, o que explica o fato <strong>de</strong> que as trincas <strong>de</strong> fadiga têm inicialmentesentido longitudinal.No caso <strong>de</strong> uma carga transiente, a bacia <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação é assimétrica, com o menor raiohorizontal longitudinal posicionado à frente da carga.A prática rodoviária e os equipamentos <strong>de</strong> medição <strong>de</strong>senvolvidos subenten<strong>de</strong>m a<strong>de</strong>terminação da <strong>de</strong>formada segundo o sentido longitudinal, ou seja, no sentido <strong>de</strong> atuaçãodo tráfego.A <strong>de</strong>flexão recuperável máxima (d) é um parâmetro importante para a compreensão docomportamento da estrutura. Quanto maior o seu valor, mais elástica ou resiliente é aestrutura, e maior o seu comprometimento estrutural.No entanto, a análise isolada <strong>de</strong> seu valor po<strong>de</strong> não esclarecer completamente a questão,já que estruturas <strong>de</strong> pavimentos distintas po<strong>de</strong>m apresentar a mesma <strong>de</strong>flexão máxima,MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 82porém com arqueamentos diferenciados na <strong>de</strong>formada. Conclui-se que a forma da<strong>de</strong>formada é um fator a ser levado em consi<strong>de</strong>ração na avaliação estrutural.Diversas tentativas foram efetuadas no sentido <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar parâmetros ligados à formadas <strong>de</strong>formadas que auxiliassem na avaliação estrutural. Entre eles talvez o mais difundidoseja o chamado raio <strong>de</strong> curvatura (R), parâmetro indicativo do arqueamento da <strong>de</strong>formadana sua porção mais crítica, em geral consi<strong>de</strong>rada a 25 cm do centro da carga (Figura 19).Figura 19 - Deformada e raio <strong>de</strong> curvaturaYXdxd0Arco parabólicoXUma das expressões <strong>de</strong> cálculo mais utilizadas é a que correspon<strong>de</strong> ao ajuste <strong>de</strong> um arcoparabólico que passa pelo ponto consi<strong>de</strong>rado, afastado genericamente do centro da carga<strong>de</strong> um valor x, e que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da <strong>de</strong>flexão máxima e da <strong>de</strong>flexão no ponto consi<strong>de</strong>rado(d x ):R =10×x2( d − )02d xSendo R em m; d 0 e d x em 0,01mmNo caso <strong>de</strong> se consi<strong>de</strong>rar o raio <strong>de</strong> curvatura a 25 cm, a expressão passa a ter a seguinteforma:R =26250( d − d )025Um raio <strong>de</strong> curvatura baixo é indicativo <strong>de</strong> um severo arqueamento da <strong>de</strong>formada,<strong>de</strong>notando uma condição estrutural crítica.MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 83A análise conjunta <strong>de</strong> <strong>de</strong>flexão máxima e raio <strong>de</strong> curvatura já permite uma melhorcompreensão do complexo comportamento das estruturas <strong>de</strong> pavimentos. É possível tentaruma associação entre os referidos parâmetros, o que po<strong>de</strong> ser feito pelo chamado produtoR x d.4.2.3 MEDIÇÃO DE DEFLEXÕESA <strong>de</strong>flexão <strong>de</strong> um pavimento representa a resposta das camadas estruturais e do subleito àaplicação do carregamento. Quando uma carga é aplicada em um ponto (ou uma área) dasuperfície do pavimento, todas as camadas fletem <strong>de</strong>vido às tensões e às <strong>de</strong>formaçõesgeradas pelo carregamento. Como mostrado na Figura 20 , o valor da <strong>de</strong>flexão em cadacamada geralmente diminui com a profundida<strong>de</strong> e com o distanciamento do ponto <strong>de</strong>aplicação da carga e <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> ainda do módulo <strong>de</strong> elasticida<strong>de</strong> das camadas. A partir <strong>de</strong>certas distâncias e profundida<strong>de</strong>s as <strong>de</strong>flexões tornam-se negligenciáveis.Os pavimentos mais sadios estruturalmente fletem menos do que outros pavimentos mais<strong>de</strong>bilitados. A significativa diferença na “resposta” entre os pavimentos sadios e <strong>de</strong>bilitadosindica os efeitos no <strong>de</strong>sempenho estrutural. Assim sendo, pavimentos com <strong>de</strong>flexões maisbaixas suportam maior número <strong>de</strong> solicitações <strong>de</strong> tráfego.Os ensaios não <strong>de</strong>strutivos avaliam a <strong>de</strong>flexão recuperável máxima na superfície dorevestimento (d 0 ) e são bastante apropriados para avaliação da capacida<strong>de</strong> estrutural. Osequipamentos mais utilizados po<strong>de</strong>m ser divididos em:a) vigas <strong>de</strong> <strong>de</strong>flexão;b) equipamentos dinâmicos <strong>de</strong> vibração;c) equipamentos dinâmicos <strong>de</strong> impacto.4.2.3.1 VIGAS DE MEDIÇÃO DE DEFLEXÃOAs vigas <strong>de</strong> <strong>de</strong>flexão me<strong>de</strong>m a resposta do pavimento submetido a um carregamentoestático ou a aplicação <strong>de</strong> uma carga em movimento vagaroso. Os equipamentos maisutilizados são a viga Benkelman e as vigas <strong>de</strong> <strong>de</strong>flexão automatizadas.MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 84Figura 20 - Deformações no pavimentod0REVESTIMENTOσ τBASESUB-BASEσ zSUBLEITOd0 =σ τ =σ z =POSIÇÃO ORIGINALPOSIÇÃO DEPOIS DA FLEXÃODEFLEXÃO VERTICAL NO REVESTIMENTODEFLEXÃO HORIZONTAL DE TRAÇÃO NO REVESTIMENTODEFORMAÇÃO VERTICAL NO SUBLEITOI<strong>de</strong>alizada por Benkelman, por ocasião dos estudos levados a efeito na pista experimentalda WASHO, a chamada viga Benkelman é o dispositivo mais simples e difundido para olevantamento <strong>de</strong> <strong>de</strong>flexões em pavimentos.Sua constituição básica compreen<strong>de</strong> uma viga horizontal apoiada sobre três pés, sendoum traseiro e dois dianteiros. Um braço <strong>de</strong> prova é rotulado na parte frontal da viga <strong>de</strong>referência, tendo a sua porção maior posicionada adiante da viga, e a menor sob ela. Aponta do braço <strong>de</strong> prova <strong>de</strong>ve tocar o pavimento no ponto a ser ensaiado, enquanto naoutra extremida<strong>de</strong> aciona um extensômetro, solidário à viga, sensível a 0,01mm (Figura21).Figura 21 - Posicionamento da viga Benkelman e da prova <strong>de</strong> cargaRÉGUA DE REFERÊNCIAPREGADA NO CAMINHÃOVERTICALDO EIXO25 cmREFERÊNCIA PARA A LEITURA LREFERÊNCIA PARA A LEITURA LMT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 85A carga <strong>de</strong> prova utilizada é a roda dupla traseira direita <strong>de</strong> um caminhão basculante. NoBrasil, as <strong>de</strong>flexões Benkelman são tomadas sob carga <strong>de</strong> eixo <strong>de</strong> 8,2 tf, ou carga <strong>de</strong> roda<strong>de</strong> 4,1 tf.Instalada a ponta <strong>de</strong> prova no centro <strong>de</strong> carga da roda dupla, faz-se uma leitura inicial L 0no extensômetro. Quando o caminhão se afasta a mais <strong>de</strong> 5 m do ponto <strong>de</strong> ensaio e é<strong>de</strong>corrido espaço <strong>de</strong> tempo suficiente para o pavimento recuperar a sua condição original,faz-se a segunda leitura L f .A <strong>de</strong>flexão máxima d é obtida pela expressão:d = ( L − L ) Fi f×sendo F a constante da viga, <strong>de</strong>finida como a relação entre a parte maior e a menor dobraço <strong>de</strong> prova.Para <strong>de</strong>terminar uma <strong>de</strong>formada completa, há necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> afastar o caminhão <strong>de</strong>prova a pequenos intervalos, fazendo uma série <strong>de</strong> leituras intermediárias a cada paradado veículo, até o limite <strong>de</strong> 3 m. Cada <strong>de</strong>flexão intermediária será calculada à semelhançada <strong>de</strong>flexão máxima, em função da leitura no ponto consi<strong>de</strong>rado (L i ), da leitura final (L f ) eda constante da viga:d = ( L L ) Fii−f×Calculadas todas as <strong>de</strong>flexões é possível proce<strong>de</strong>r ao traçado e à análise das <strong>de</strong>formadaslevantadas.Os procedimentos aqui mencionados resumidamente para utilização da viga Benkelmansão <strong>de</strong>scritos nas seguintes normas do DNER:a) DNER-ME 24/94 - Pavimento - Determinação das <strong>de</strong>flexões no pela viga Benkelman;b) DNER-PRO 175/94 - Aferição <strong>de</strong> viga Benkelman;c) DNER-ME 061/94 - Pavimento - Delineamento da linha <strong>de</strong> influência longitudinal dabacia <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação por intermédio da viga Benkelman.As vigas <strong>de</strong> <strong>de</strong>flexão automatizadas, que operaram nos mesmos princípios da vigaBenkelman, foram criadas para aumentar a velocida<strong>de</strong> das medidas <strong>de</strong> <strong>de</strong>flexão. As vigas<strong>de</strong> <strong>de</strong>flexão são montadas sob o veículo <strong>de</strong> teste e uma vez posicionadas são medidas as<strong>de</strong>flexões e gravadas automaticamente em cada ponto <strong>de</strong> teste, enquanto o caminhão estáem movimento.O Defletógrafo La Croix é um dispositivo largamente utilizado na Europa e consiste em umveículo <strong>de</strong> teste carregado (5.442 kg a 11.791 kg), que se move a uma velocida<strong>de</strong>constante <strong>de</strong> 3 km/h, quando as <strong>de</strong>flexões são medidas por vigas móveis. A operação étotalmente automática e as medidas <strong>de</strong> <strong>de</strong>flexão são gravadas numa fita magnética paraposterior análise.MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 864.2.3.2 EQUIPAMENTOS DINÂMICOS DE VIBRAÇÃOOs equipamentos dinâmicos <strong>de</strong> vibração me<strong>de</strong>m a resposta do pavimento quandosubmetido a uma carga vibratória ou cíclica.O Dynaflect é um equipamento <strong>de</strong> uso muito difundido nos Estados Unidos. Consistebasicamente <strong>de</strong> um gerador <strong>de</strong> cargas cíclicas montado em um trailer <strong>de</strong> duas rodas, umaunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> controle, um sensor e uma unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> calibração do sensor (geofone). Osistema proporciona medições rápidas e precisas das <strong>de</strong>flexões nas faixas <strong>de</strong> rolamentoem cinco pontos da superfície do pavimento, utilizando uma força cíclica <strong>de</strong> magnitu<strong>de</strong> efreqüência conhecidas que é aplicada no pavimento por duas rodas <strong>de</strong> aço.4.2.3.3 EQUIPAMENTOS DINÂMICOS DE IMPACTOTodos os equipamentos que transferem ao pavimento uma carga dinâmica <strong>de</strong> impactoestão incluídos nesta classificação e são chamados <strong>de</strong> FWD - “Falling WeightDeflectometer” ou <strong>de</strong>fletômetros <strong>de</strong> impacto. Os equipamentos mais conhecidos no Brasilsão o Dynatest FWD e o KUAB FWD.Estes equipamentos empregam um peso que é elevado até uma altura pré-estabelecida esolto em queda livre para atingir uma placa apoiada sobre a superfície do pavimento. Estaplaca transmite uma força <strong>de</strong> impulso à estrutura, a qual po<strong>de</strong> ser modificada, alterando-seo peso e/ou a altura <strong>de</strong> queda (Figura 22).A resposta do pavimento ao impacto é registrada por um conjunto <strong>de</strong> sensores posicionadolongitudinalmente a partir do centro da placa. O equipamento é montado em um reboque ecomandado automaticamente por meio <strong>de</strong> um microcomputador instalado em um veículo<strong>de</strong> apoio.A maior vantagem dos equipamentos <strong>de</strong> impacto é a sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> simular,aproximadamente, as características <strong>de</strong> uma carga <strong>de</strong> tráfego transiente em termos <strong>de</strong>magnitu<strong>de</strong> e freqüência, o que não ocorre no ensaio estático com viga Benkelman. As<strong>de</strong>flexões resultantes se aproximam, portanto, daquelas que seriam causadas por umacarga real dinâmica. Além disso o equipamento permite a <strong>de</strong>terminação precisa e rápida <strong>de</strong><strong>de</strong>formadas completas, com aquisição automática <strong>de</strong> dados.MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 87Figura 22 - Representação dos <strong>de</strong>fletômetros <strong>de</strong> impactoh1 E1h2 E2h3 E3EmEmbora já se tenha equipamentos do tipo FWD operando no Brasil há alguns anos, o seualto custo <strong>de</strong> aquisição/utilização não permitiu que levantamentos <strong>de</strong>fletométricos com elestenham se tornado generalizados.Assim é que a viga Benkelman, que po<strong>de</strong> ser facilmente calibrada e é fabricada atualmenteem uma versão automática e eletrônica que melhorou suas condições técnicas eoperacionais, continua a ser o equipamento ao qual a maior parte dos órgãos rodoviários eprojetistas têm acesso. Para o futuro a tendência <strong>de</strong> maior uso dos FWD é no entanto,inevitável. Neste sentido, o DNER normalizou o levantamento das <strong>de</strong>flexões pelo FWDcom o DNER PRO 273/96, faltando no entanto “normalizar a calibragem <strong>de</strong>stesequipamentos em instalações especiais como as existentes nos E.U.A. (Report SHRP-P –661 – <strong>Manual</strong> for FWD Testing in the Long-Term Pavement Performancy Study. ASTM4695-96 – Standart Gui<strong>de</strong> for General Pavement Deflection Measurements e ASTM – 0 –4694 – 96 – Standard Test Method for Deflexion With Falling Weight Type Impulse LoadDevice)”.Um trabalho efetuado por FABRÍCIO et al (30 o RAPv) estabelece algumas correlaçõesentre as <strong>de</strong>flexões características medidas com a Viga Benkelman e com o FWD - “FallingWeight Deflectometer”.O objetivo <strong>de</strong> tais correlações, é <strong>de</strong> propiciar o emprego das <strong>de</strong>flexões obtidas com o FWDnos métodos atuais do DNER (<strong>de</strong> projeto <strong>de</strong> reforço <strong>de</strong> pavimento flexíveis e Sistema <strong>de</strong>Gerência <strong>de</strong> Pavimento) e no Mo<strong>de</strong>lo HDM adotado pelo Banco Mundial.Os dados utilizados nos estudos foram aqueles provenientes das seguintes fontes:a) projetos em <strong>de</strong>senvolvimento na DEP-DNER;b) <strong>de</strong>terminações do Sistema <strong>de</strong> Gerência do Pavimento do <strong>IPR</strong>-DNER;c) <strong>de</strong>terminações obtidas na BR-101/RS, trecho Torres - Osório, executadas pelaDynatest e pela ECL para o DNER;d) tese <strong>de</strong> Doutorado do Eng. o Salomão Pinto - UFRJ.MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 88Os resultados obtidos foram os seguintes:−2a) para <strong>de</strong>flexões características DFWD< 85× 10 mm -D = ( ) 0, 351B20,645D −19Coef. <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminaçãoFWD−2b) para <strong>de</strong>flexões características DFWD> 85× 10 mm -D = 8,964( − 60) 0, 715Bem que:D Coef. <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminaçãoFWD2R = 0,9522R = 0,933−DB= <strong>de</strong>flexão característica obtida por viga Benkelman−DFWD= <strong>de</strong>flexão característica obtida por viga FWDAs correlações entre <strong>de</strong>flexões características obtidas por viga Benkelman e FWD são<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> diversos fatores e, principalmente, da resposta elástica da estrutura <strong>de</strong>pavimento que está sendo avaliada. Portanto, não existem correlações <strong>de</strong> aplicaçãogeneralizada, porém, constata-se que geralmente as <strong>de</strong>flexões características Benkelmane os respectivos <strong>de</strong>svios padrões possuem valores superiores aos obtidos pelo FWD.Os projetistas que utilizarem o FWD <strong>de</strong>vem estabelecer suas próprias correlações combase em pesquisas locais.Neste sentido a Tese <strong>de</strong> Doutorado do Engº Salomão Pinto (COPPE / UFRJ – 1991)intitulada “Estudo do Comportamento à Fadiga <strong>de</strong> Misturas Betuminosas e Aplicação naAvaliação Estrutural do Pavimento”, apresentou a seguinte correlação entre as medidas <strong>de</strong><strong>de</strong>flexão obtidas com a Viga Benkelman, <strong>de</strong> acordo com a metodologia do DNIT, e o FWD,aplicando uma carga equivalente ao do método DNER – ME 024 / 94:DVB− 5,73 + 1,396DFWD= , on<strong>de</strong>D VB = Deflexão BenkelmanD FWD = Deflexão FWDNeste sentido a Dissertação <strong>de</strong> Mestrado apresentada em <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2001 pela EngªClarisa Beatriz Sandoval Borges, na Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Santa Catarina, intitulada“Estudo Comparativo entre Medidas <strong>de</strong> Deflexão com a Viga Benkelman e FWD em<strong>Pavimentos</strong> da Malha Rodoviária Estadual <strong>de</strong> Santa Catarina”, estudou vários mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong>correlação que são apresentados a seguir (Tabela 8 e Figura 23).Tabela 8 -Correlações entre FWD e Viga BenkelmanCORRELAÇÕES OBTIDAS POR MEIODOS VALORES DE:MODELOS DE CORRELAÇÃOY = aX + bY = α XDeflexões características <strong>de</strong> cada segmentoD VB = 1,343 D FWD -5,814R 2 = 0,84D VB = 1,248 D FWDR 2 = 0,83MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 89CORRELAÇÕES OBTIDAS POR MEIODOS VALORES DE:MODELOS DE CORRELAÇÃOY = aX + bY = α XDeflexões <strong>de</strong> todos os segmentosDeflexões médias <strong>de</strong> cada segmentoDeflexões – espessura <strong>de</strong> 5,0cm <strong>de</strong>revestimentoDeflexões – espessura <strong>de</strong> 10,0cm <strong>de</strong>revestimentoD VB = 1,251 D FWD -2,412R 2 = 0,75D VB = 1,339 D FWD -6,243R 2 = 0,80D VB = 1,180 D FWD -0,710R 2 = 0,73D VB = 1,486 D FWD -11,144R 2 = 0,77D VB = 1,205 D FWDR 2 = 0,74D VB = 1,210 D FWDR 2 = 0,79D VB = 1,193 D FWDR 2 = 0,73D VB = 1,237 D FWDR 2 = 0,74Figura 23 - Correlações obtidas por vários pesquisadores(tipo D FWD = aD VB + b)200180160140Pinto S. (1991)VB = FWDDEFLEXÃO FWD (x0,01mm)120100B (Cardoso, 1992)806040D0C (Fabrício et al, 1994)A (Himero et al, 1989)2000 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200DEFLEXÃO VIGA (0,01mm)4.2.4 APLICAÇÕES DE PARÂMETROS DEFLETOMÉTRICOSPara a compreensão a<strong>de</strong>quada da condição estrutural do pavimento po<strong>de</strong>m serconsi<strong>de</strong>rados vários parâmetros <strong>de</strong>fletométricos. Nesta seção serão comentadas asaplicações <strong>de</strong>stes parâmetros nos métodos <strong>de</strong> dimensionamento empíricos emecanísticos.MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 904.2.4.1 DEFLEXÃO RECUPERÁVEL MÁXIMAA <strong>de</strong>flexão recuperável máxima é um indicativo do comportamento global da estrutura,sendo afetada pelo subleito e pelas camadas constituintes do pavimento.A representação gráfica das <strong>de</strong>flexões tomadas <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>terminada extensão permiteuma visualização geral do <strong>de</strong>sempenho da estrutura, com a conseqüente <strong>de</strong>finição <strong>de</strong>segmentos <strong>de</strong> comportamento homogêneo. Locais criticamente comprometidos po<strong>de</strong>rãoser i<strong>de</strong>ntificados com facilida<strong>de</strong>, a partir da análise do perfil <strong>de</strong>fletométrico.A questão da <strong>de</strong>finição da "<strong>de</strong>flexão admissível", para um <strong>de</strong>terminado pavimento estáintimamente ligada à sua concepção estrutural e às características elásticas <strong>de</strong> suasdiversas camadas. Po<strong>de</strong>-se dizer que a <strong>de</strong>flexão admissível <strong>de</strong> um pavimento semi-rígido ésem dúvida menor do que aquela <strong>de</strong> uma estrutura flexível.Um pavimento com revestimento em tratamento superficial po<strong>de</strong>, por outro lado, suportarmaiores <strong>de</strong>flexões do que um outro que tenha revestimento em concreto asfáltico, o que sejustifica pela maior flexibilida<strong>de</strong> dos tratamentos superficiais.Diversos métodos <strong>de</strong> projeto <strong>de</strong> reforços buscam estabelecer formas para a <strong>de</strong>finiçãoracional da <strong>de</strong>flexão admissível. O "Asphalt Institute", por exemplo, estabelece umacorrelação direta entre o número <strong>de</strong> aplicações do eixo padrão <strong>de</strong> 8,2 tf previsto (baseadoem fatores <strong>de</strong> equivalência AASHTO) e a <strong>de</strong>flexão admissível. Já a CALTRANS (antigaCDH), <strong>de</strong>finiu a vinculação entre <strong>de</strong>flexão admissível e dois parâmetros: o índice <strong>de</strong>Tráfego (IT) e a espessura da camada crítica, representada normalmente pelorevestimento em concreto asfáltico.A <strong>de</strong>flexão representativa <strong>de</strong> um <strong>de</strong>terminado segmento homogêneo é consi<strong>de</strong>rada emdiversos métodos <strong>de</strong> dimensionamento <strong>de</strong> reforços como o principal fator a afetar o cálculoda espessura do reforço necessário. Isto ocorre nos métodos PRO 10/79, PRO 11/79,PRO 159/85 e PRO 269/94, normalizados pelo DNER.4.2.4.2 RAIO DE CURVATURAO raio <strong>de</strong> curvatura é um parâmetro afetado essencialmente pelas características elásticasdos componentes da porção superior da estrutura, ou seja, o próprio revestimento e abase. Assim, um baixo raio <strong>de</strong> curvatura é normalmente um indicativo <strong>de</strong> que os móduloselásticos das camadas superiores do pavimento apresentam valores aquém dos<strong>de</strong>sejáveis.Definir um valor crítico para o raio <strong>de</strong> curvatura é uma tarefa difícil, <strong>de</strong> vez que cadaestrutura apresenta características particulares. No entanto, parece importante uma análisemais aprofundada <strong>de</strong> estruturas flexíveis com revestimento em concreto asfáltico queexibem raios <strong>de</strong> curvatura inferiores a 100 m, consi<strong>de</strong>rados críticos.O procedimento PRO 11/79 do DNER leva em conta em seus critérios para avaliaçãoestrutural, entre outros parâmetros, o raio <strong>de</strong> curvatura.MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 914.2.4.3 AVALIAÇÃO DE MÓDULOS POR RETROANÁLISETalvez a mais importante utilização <strong>de</strong> parâmetros <strong>de</strong>fletométricos na atualida<strong>de</strong> seja aavaliação dos valores modulares das camadas dos pavimentos, para as suas condições "insitu", mediante técnicas <strong>de</strong> retroanálise.O procedimento consiste inicialmente em se levantar <strong>de</strong>formadas (bacias <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação)representativas <strong>de</strong> um certo segmento homogêneo, com o uso da Viga Benkelman ou doFWD, <strong>de</strong>vidamente aferidas e calibradas. Buscam-se adicionalmente informações arespeito das espessuras das camadas integrantes da estrutura, por meio <strong>de</strong> pesquisahistórico-cadastral ou, preferencialmente, sondagens diretas.A seguir busca-se <strong>de</strong>terminar por tentativas sucessivas, com o auxílio <strong>de</strong> um programacomputacional que permita o cálculo <strong>de</strong> tensões, <strong>de</strong>formações e <strong>de</strong>slocamentos empavimentos, o conjunto <strong>de</strong> valores <strong>de</strong> módulos das camadas do pavimento que reproduzaa <strong>de</strong>formada levantada em campo. Os valores encontrados são assumidos como osmódulos para as condições <strong>de</strong> campo <strong>de</strong> cada camada, po<strong>de</strong>ndo ser utilizados emanálises mecanísticas da estrutura existente.É possível resolver o problema <strong>de</strong> retroanálise usando-se um programa como o ELSYM5ou FEPAVE, trabalhando por tentativas, porém o processo é extremamente laborioso. Amelhor solução é o emprego <strong>de</strong> programas específicos, alguns dos quais são <strong>de</strong>rivados dopróprio ELSYM5, que executam as tarefas iterativas por meio <strong>de</strong> rotinas apropriadas.Um <strong>de</strong>stes programas é o que esta contido no trabalho apresentado na “34ª RAP V /ABPv,2003 – Utilização do Produto R d na Retroanálise Simplificada das Medidas <strong>de</strong> Deflexão em<strong>Pavimentos</strong> Flexíveis e Semi-Rígidos, <strong>de</strong> autoria dos Engº s J.M. Fabrício e J.V. FalabellaFabrício, ambos da ECL”.O trabalho utiliza um Mo<strong>de</strong>lo Elástico <strong>de</strong> 2 Camadas (Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Hogg) para resolução <strong>de</strong>problemas <strong>de</strong> retroanálise <strong>de</strong> Bacias <strong>de</strong> Deflexão, <strong>de</strong>senvolvendo uma metodologiasimplificada que apresenta a vantagem <strong>de</strong> exigir apenas duas medidas <strong>de</strong> <strong>de</strong>flexão nocampo realizadas <strong>de</strong> acordo com o método DNER-ME-024/94, quais sejam:d 0 - <strong>de</strong>flexão medida entre as rodas duplas do caminhão <strong>de</strong> prova na vertical do eixotraseiro.d 25 - <strong>de</strong>flexão medida a 25cm <strong>de</strong> “d 0 ” no sentido do <strong>de</strong>slocamento do caminhão <strong>de</strong> prova,ao invés da <strong>de</strong>terminação da Bacia <strong>de</strong> Deformação completa, para a obtenção dosseguintes elementos <strong>de</strong> um sistema <strong>de</strong> duas camadas <strong>de</strong> um pavimento equivalente aopavimento real em cada estação <strong>de</strong> medida, conforme a Hipótese II da Figura 22apresentada adiante.São consi<strong>de</strong>rados:a) H EQ = Espessura do pavimento equivalente em, cm;MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 92b) E EQ = Módulo <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação do pavimento equivalente, em Kgf/cm 2;c) E SL - Módulo <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação do subleito, em Kgf/cm 2;d) μ = 0,4, Coeficiente <strong>de</strong> Poisson igual para as duas camadas;e) H EQ x 10 = Espessura do Subleito acima da camada rígida.Com referência aos esquemas mostrados na Figura 24, cumpre esclarecer que <strong>de</strong> acordocom a prática atual adotada por vários projetistas, a avaliação estrutural <strong>de</strong> pavimentosflexíveis multi-camadas por intermédios da retroanálise das bacias <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação, já éfeita por meio da transformação do pavimento real em um pavimento equivalente <strong>de</strong> 3camadas, assim constituído (Hipótese I da Figura 24):a) Camada Betuminosa Única com a mesma espessura das camadas betuminosasexistentes.b) Camada Granular Única com a mesma espessura das camadas granulares existentes;c) Subleito;As principais razões para a adoção do conceito <strong>de</strong> análise <strong>de</strong> pavimentos equivalentescom as mesmas características <strong>de</strong> <strong>de</strong>formabilida<strong>de</strong> do pavimento real (Bacia <strong>de</strong>Deformação) são as seguintes:a) Vários Engenheiros admitem que a avaliação estrutural <strong>de</strong> um pavimento com mais <strong>de</strong>3 camadas (incluindo o subleito) por meio da retroanálise das bacias <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação éimprecisa, pois as próprias teorias clássicas <strong>de</strong> camadas elásticas empregadas pelosprogramas computacionais para este fim foram elaboradas seguindo pressupostosteóricos i<strong>de</strong>ais, que necessariamente não correspon<strong>de</strong>m à realida<strong>de</strong> do campo;b) A avaliação estrutural por meio da retroanálise das bacias <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação <strong>de</strong> camadaspouco espessas (como geralmente é o caso do revestimento betuminoso) é bastanteimprecisa, pois qualquer pequeno erro nas medidas <strong>de</strong> <strong>de</strong>flexão, e/ou na <strong>de</strong>terminaçãodas espessuras, acarreta um gran<strong>de</strong> erro na avaliação dos módulos;c) As espessuras das camadas do pavimento real são geralmente avaliadas porintermédio <strong>de</strong> informações históricas ou por meio <strong>de</strong> sondagens. Mesmo neste últimocaso, as informações são imprecisas. Não é cabível sondar-se um pavimento paraobtenção das medidas exatas <strong>de</strong> espessuras em cada local <strong>de</strong> medição <strong>de</strong> bacias, poiso método não <strong>de</strong>strutivo utilizado passaria a ser <strong>de</strong>strutivo. No caso da transformaçãomostrada na Hipótese II da Figura 24 em que a espessura é teoricamente calculada,não acontece este inconveniente.MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 93Figura 24 - Transformação Teórica do Pavimento Real emPavimento EquivalenteMT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 94Pela utilização do Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Hogg <strong>de</strong>vidamente informatizado, foi possível se examinarum gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> bacias <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação calculadas e retroanalisadas em inúmerasrodovias, possibilitando o estabelecimento das seguintes funções:Log E SL =f (log Rd o , log d o )H EQ =f (Rd o )As relações entre E SL e E EQ e E SL e o ISC – Índice Suporte Califórnia, já haviam sidofixadas em trabalhos anteriores.A formulação estabelecida mostrada a seguir e no ábaco da Figura 25, apresentadaadiante, permite o cálculo dos parâmetros <strong>de</strong> pavimento equivalente ao pavimento real emtodos os locais em que forem medidas as <strong>de</strong>flexões d 0 e d 25 :Log ESLHEQ=16.280 −=( Rd + 5.163)0685EEQ= 6,18 ESLEISC = SL ,70on<strong>de</strong>:( log Rd + 2.639 log d )02,708E SL = Módulo <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação do subleito, em Kgf/cm 2H EQ = Espessura do pavimento equivalente, em cmISC = Índice Suporte Califórniad o = Deflexão medida em mm x 10 -2R = Raio <strong>de</strong> Curvatura em m.0O método <strong>de</strong> retroanálise simplificado apoiado na <strong>de</strong>terminação do Raio <strong>de</strong> Curvatura R eno Produto Rd 0 , tem sido usado na resolução <strong>de</strong> problemas correntes <strong>de</strong> avaliaçãoestrutural e projetos <strong>de</strong> pavimentos flexíveis e semi-rígidos com bons resultados. Foiverificado pelo programa ELSYM5 mostrando sua coerência com o mesmo.As <strong>de</strong>terminações dos parâmetros do pavimento equivalente ao pavimento real sãoextremamente simples e têm sido usados na <strong>de</strong>terminação do “SN – Número estrutural edo SNC – Número estrutural corrigido” do pavimento equivalente ao pavimento real para oemprego das equações <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho do Método DNER-PRO-159/85, <strong>de</strong> acordo com asseguintes equações:MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 95⎡ ⎛−5⎢ ⎜SN = H ⎢0,181⎜1−e−8,40 x10EQ ⎢ ⎜⎢ ⎜⎣ ⎝EEQ⎞⎤⎟⎥⎟⎥⎟⎥⎟⎥⎠⎦SNC = SN + 3,51 log ISC−0,85 log2 ,on<strong>de</strong>:( ISC) −1,43SN = nº estrutural do pavimento equivalenteH EQ = Espessura do pavimento equivalente, em cme = nº NeperianoE EQ = Módulo <strong>de</strong> Deformação do pavimento equivalente em Kgf/cm 2SNC = Nº Estrutural CorrigidoISC = Índice Suporte CalifórniaO processo <strong>de</strong> retroanálise dispensa medidas trabalhosas e <strong>de</strong>moradas “in loco” bemcomo a coleta <strong>de</strong> amostras e ensaios <strong>de</strong> laboratório para esta finalida<strong>de</strong>.Com referência ao exemplo chave mostrado na Figura 25, em que H EQ =20 cm, E EQ =3.788Kgf/cm 2 , ISC = 622 ÷ 70 =9, po<strong>de</strong>mos calcular:⎡ ⎛−5⎞⎤8,4 x10 3785SN = 20⎢ ⎜0,181 I − e−⎟⎥⎢ ⎜⎟⎥≈ 1,0⎢⎣ ⎝⎠⎥⎦SNC = 1+3,51 log 9 − 0,852( log 9) −1,43≈ 2,2Os parâmetros obtidos pela retroanálise simplificada são usados para o cálculo do Esforço<strong>de</strong> Compressão τ z em Kgf/cm 2 no topo do subleito do pavimento flexível ou semi-rígidoexistente, ocasionado pela carga padrão <strong>de</strong> ≈ 4,2 toneladas <strong>de</strong> roda da dupla do caminhão<strong>de</strong> prova aplicada nas medidas <strong>de</strong> <strong>de</strong>flexão, bem como a Deformação Específica ε Zcorrespon<strong>de</strong>nte. As fórmulas usadas válidas para a relação E EQ /E SL =6,18 do método são :2,138 8,307 x 10−2τz = −HEQε 1,059 6,656 x 10−3zESL= −+ 1,277 x 10−3HEQH2EQ− 7,079 x 10−63EQH−5,299 x 10−4H26,741 x 10−6EQ+3EQHUtilizando os parâmetros já calculados no exemplo chave da FIGURA 25 teremos:τ 2,138 8,307 x 102x 20 1,277 x 103x 2027,079 x 106x 2030,921 Kgf/cm2z = −−+−−−=ε 1,059 6,656 x 103x 20 5,299 x 104x 2026,741 x 106x 203z ESL= −−−−+−= 0,768ε z = 0,768 ÷ 613 = 0,00125MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 96É apresentada a seguir a Figura 25:Figura 25 - Avaliação Estrutural dos <strong>Pavimentos</strong> Flexíveis por meio do Produto Rd 0MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 974.2.5 MÓDULO RESILIENTEO fenômeno da fadiga <strong>de</strong> um revestimento asfáltico consiste na sua ruptura (fissuração)quando solicitado inúmeras vezes por cargas menores do que a sua resistência à tração.A repetição das <strong>de</strong>formações recuperáveis é a responsável pela fadiga dos revestimentosasfálticos. Por outro lado, as <strong>de</strong>formações permanentes são as responsáveis pelaformação <strong>de</strong> flechas nas trilhas <strong>de</strong> roda.O termo <strong>de</strong>formação resiliente foi introduzido na pavimentação pelo renomado engenheironorte-americano Francis Hveen, buscando diferenciar as <strong>de</strong>formações elásticas ocorrentesnos pavimentos flexíveis, sob cargas repetidas, <strong>de</strong> <strong>de</strong>formações típicas <strong>de</strong> outrasestruturas, não caracterizadas por carregamentos aleatórios como os rodoviários.A<strong>de</strong>mais as <strong>de</strong>formações resilientes são <strong>de</strong> pequena magnitu<strong>de</strong>, quando comparadas comas suportadas por outras estruturas.Na teoria elástica clássica, <strong>de</strong>fine-se para um sólido elástico i<strong>de</strong>al, “módulo <strong>de</strong> elasticida<strong>de</strong>”ou “módulo <strong>de</strong> Young” (E) como a constante <strong>de</strong> proporcionalida<strong>de</strong> entre a tensão aplicada(σ) e a <strong>de</strong>formação específica axial resultante (ε):σMr= εOcorrendo proporcionalida<strong>de</strong> entre tensões e as <strong>de</strong>formações axiais resultantes o módulo<strong>de</strong> elasticida<strong>de</strong> é uma constante, e se está trabalhando no campo da elasticida<strong>de</strong> linear.Po<strong>de</strong>-se conceituar “módulo <strong>de</strong> resiliência” ou “módulo resiliente” (M r ) <strong>de</strong> um material comoa relação entre a tensão vertical aplicada repetidamente (σ) e a <strong>de</strong>formação axialrecuperável que lhe correspon<strong>de</strong> (ε), após um <strong>de</strong>terminado número <strong>de</strong> aplicações dacarga:σMr= dεNão se po<strong>de</strong> confundir os dois conceitos, já que no caso do módulo resiliente utiliza-setensões repetidas e situadas bem abaixo da tensão <strong>de</strong> ruptura elástica do material, emregime elástico.No estudo <strong>de</strong> solos e materiais granulares, a técnica laboratorial empregada é a dosensaios triaxiais <strong>de</strong> carga repetida. Neste ensaio, a tensão vertical empregada no cálculodo módulo resiliente é a tensão-<strong>de</strong>svio (σ d ), correspon<strong>de</strong>nte à diferença entre a tensãoprincipal maior (σ 1 ) e a tensão principal menor (σ 3 ).Já no estudo das misturas asfálticas, tem sido empregado com maior freqüência no Brasilo ensaio <strong>de</strong> compressão diametral dinâmico (ou <strong>de</strong> tração indireta). Neste ensaio, atensão a adotar no cálculo é a tensão <strong>de</strong> tração verificada no plano diametral vertical daamostra. Po<strong>de</strong> ser empregado ainda o ensaio <strong>de</strong> flexão dinâmico, que consiste emsubmeter a um carregamento cíclico uma vigota <strong>de</strong> mistura asfáltica biapoiada.MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 98Os materiais empregados em pavimentação se caracterizam, usualmente, por apresentarum comportamento elástico não-linear, ou seja: seus módulos resilientes não sãoconstantes. No caso dos solos e materiais granulares, o valor modular é <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte, parauma dada condição <strong>de</strong> moldagem, do estado <strong>de</strong> tensões a que o material é submetido. Jáas misturas asfálticas apresentam valores modulares <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes, principalmente, datemperatura e da freqüência <strong>de</strong> aplicação da carga.4.2.6 NÚMERO ESTRUTURAL CORRIGIDO (SNC)Em mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> previsão <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho é necessário utilizar medidas da resistência dopavimento que resumam as interações complexas entre tipos <strong>de</strong> materiais, módulos <strong>de</strong>elasticida<strong>de</strong>, espessuras das camadas e condição da superfície.Algumas medidas que têm <strong>de</strong>monstrado serem mais efetivas e utilizadas no passado são:a) número estrutural da AASHTO (SN) em função do valor <strong>de</strong> suporte do subleito (S) ounúmero estrutural modificado do TRL;b) <strong>de</strong>flexão Benkelman sob carga estática;c) <strong>de</strong>flexão e raio <strong>de</strong> curvatura sob carga cíclica dinâmica (Dynaflect ou Road Rater);d) <strong>de</strong>flexão e raio <strong>de</strong> curvatura sob carga <strong>de</strong> impacto dinâmica (Falling WeightDeflectometer)Nos estudos efetuados na Pesquisa <strong>de</strong> Inter-relacionamento <strong>de</strong> Custos Rodoviários(PICR), e como conseqüência no estudo HDM, o Número Estrutural Corrigido (SNC) foireconhecido como a medida mais significativa do ponto <strong>de</strong> vista estatístico, da resistênciaprincipal nas relações <strong>de</strong> previsão. Este indicador da resistência do pavimento é utilizadono Procedimento DNER-PRO 159/85.As <strong>de</strong>flexões máximas medidas sob a carga-padrão não são eficientes na previsão <strong>de</strong><strong>de</strong>sempenho sem outros parâmetros suplementares <strong>de</strong> resistência. Existe um graurazoável <strong>de</strong> correlação entre medidas <strong>de</strong> resistência (SNC) e <strong>de</strong>flexão (DEF) como serávisto a seguir.O Número Estrutural Corrigido, SNC, é <strong>de</strong>finido como uma combinação linear <strong>de</strong>coeficientes estruturais (a i ) e espessuras (H i ) das camadas sobre o subleito e dacontribuição do subleito (SNSG), a saber:SNC =n∑i=1a Hi i+SNSGai = coeficiente estrutural da camada i;Hi = espessuras das camadas i, em mm;n = número <strong>de</strong> camadas do pavimento;SNSG = numero estrutural modificado do subleito;MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 99em que:2 −SNSG = 3,51logCBR− 0,85( logCBR) 1, 43CBR = índice <strong>de</strong> Suporte Califórnia do subleito nas condições <strong>de</strong> umida<strong>de</strong> e<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> “in situ”, em percentual.Os coeficientes estruturais dos revestimentos em concreto asfáltico e das camadasgranulares são função <strong>de</strong> parâmetros <strong>de</strong> resistência (módulo resiliente e CBR). Porémalguns valores típicos <strong>de</strong> a i são: 0,41 para revestimentos <strong>de</strong> concreto asfáltico; 0,12 parabases granulares e 0,10 para camadas <strong>de</strong> sub-base.4.3 AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES DA IRREGULARIDADE LONGITUDINAL4.3.1 CONCEITO E INFLUÊNCIA DA IRREGULARIDADEA irregularida<strong>de</strong> longitudinal <strong>de</strong> um pavimento, é o conjunto dos <strong>de</strong>svios da superfície dopavimento em relação a um plano <strong>de</strong> referência, <strong>de</strong>svios esses que afetam a qualida<strong>de</strong> dorolamento e a ação dinâmica das cargas sobre a via. É a gran<strong>de</strong>za física mensurável,direta ou indiretamente, que melhor se correlaciona com o custo operacional dos veículos,o conforto, a segurança, a velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> percurso e a economia das viagens o que po<strong>de</strong>ter origem congênita, ou seja, <strong>de</strong>correr <strong>de</strong> imperfeições no processo executivo, assim comopo<strong>de</strong> resultar <strong>de</strong> problemas ocorridos após a construção, como resultado da atuação dotráfego, do clima e outros fatores causadores da restauração do pavimento.A irregularida<strong>de</strong> tem influência nos seguintes aspectos:a) Interação da superfície da via com os veículos, gerando efeitos sobre os própriosveículos, sobre os passageiros e o motorista e sobre a carga transportada.b) Custo operacional dos veículos e, sobre as viagens, afetando sua segurança, seuconforto e sua velocida<strong>de</strong>.c) Dinâmica dos veículos em movimento, aumentando o seu <strong>de</strong>sgaste; e causandotambém, prejuízos à condução dos veículos.d) Aumento da ação das cargas dinâmicas dos veículos sobre a superfície do pavimentoe, em <strong>de</strong>corrência, acelera a restauração da sua estrutura.e) Efeitos adversos sobre a drenagem da superfície do pavimento, na medida em quepropicia a formação <strong>de</strong> poças d'água que vão afetar negativamente a segurança e o<strong>de</strong>sempenho da rodovia.4.3.2 EQUIPAMENTOS DE MEDIÇÃO DA IRREGULARIDADEPara realizar a medida <strong>de</strong> parâmetros ligados à irregularida<strong>de</strong> longitudinal, diversosequipamentos ou processos foram concebidos, po<strong>de</strong>ndo genericamente ser enquadradosem quatro grupos, a saber:MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 100a) sistemas <strong>de</strong> medidas diretas do perfilEnvolvem medidas diretas ou manuais da geometria vertical do pavimento, medianteemprego <strong>de</strong> equipamentos <strong>de</strong> topografia ou instrumentos a<strong>de</strong>quados. Os resultadosobtidos <strong>de</strong>vem ser processados para fornecer valores estatísticos indicativos <strong>de</strong>irregularida<strong>de</strong>. Como exemplos, tem-se:– Método <strong>de</strong> Nível e Mira– Abay Beam do TRRLb) sistemas <strong>de</strong> medidas indiretas do perfilExecutam medidas mecanizadas do perfil da via. Os dados resultantes <strong>de</strong>vem serprocessados para fornecer valores como amplitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> onda, coeficiente <strong>de</strong>regularida<strong>de</strong>, etc.. Como exemplos, tem-se:– Perfilômetro Dinâmico <strong>de</strong> superfície - GMR– Perfilômetro AASHTO– Analisador <strong>de</strong> perfil longitudinal - APL– Perfilômetro CHLOE– MERLIN do TRRLc) sistemas baseados na reação do veículo (Sistemas medidores tipo resposta)Também conhecidos como sistemas medidores tipo-resposta, baseiam-se eminstrumentos que <strong>de</strong>terminam acumulativamente os movimentos relativos entre o eixotraseiro do veículo e sua carroceria, a partir do que, estatisticamente, po<strong>de</strong>-secaracterizar a irregularida<strong>de</strong>. Os sistemas tipo-resposta mais conhecidos são:– Rugosímetro BPR– Maysmeter– Bump Integrator– Integrador <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamentos lineares sul-africano (LDI)– PCA roadmeter– Sistema integrador <strong>IPR</strong>/USPd) sistemas <strong>de</strong> medida com sonda sem contatoBaseiam-se na reflexão <strong>de</strong> uma onda sonora ou raio laser emitido por um dispositivosituado sob o veículo. São exemplos <strong>de</strong>stes sistemas:– Perfilômetro “laser” do TRRL– Perfilômetro “acústico” da Universida<strong>de</strong> FELTMT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 101O sistema mais difundido internacionalmente e também em nosso país é o dosintegradores do tipo-resposta, que se baseiam na reação da suspensão do veículo àsirregularida<strong>de</strong>s existentes.O funcionamento dos sistemas medidores <strong>de</strong> irregularida<strong>de</strong> tipo-resposta (SMITR) baseiase,na reação do veículo às condições <strong>de</strong> superfície da via, sob uma <strong>de</strong>terminadavelocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> operação.Os sistemas do tipo-resposta são montados em veículos <strong>de</strong> passeio convencionais ou empequenos reboques. Seu funcionamento é estritamente <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte das características dasuspensão e dos pneumáticos do veículo ou reboque utilizado, o que requer umprocedimento <strong>de</strong> calibração para que os resultados obtidos por vários sistemas sejamreprodutíveis e comparáveis entre si. Além disso, qualquer alteração no sistema <strong>de</strong>rodagem ou na suspensão do veículo po<strong>de</strong> provocar alterações nas leituras fornecidas, oque leva à necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> calibrações periódicas.4.3.3 MEDIÇÃO DA IRREGULARIDADE NO BRASILComo resultado <strong>de</strong> uma pesquisa internacional <strong>de</strong> medição <strong>de</strong> irregularida<strong>de</strong>, realizada emBrasília no ano <strong>de</strong> 1982, foi estabelecida a escala “International Roughness In<strong>de</strong>x”- IRI,que é uma escala <strong>de</strong> referência transferível para todos os sistemas <strong>de</strong> medição, e cujaunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> medida é m/km.No Brasil, a escala padrão <strong>de</strong> medição adotada é o “Quociente <strong>de</strong> Irregularida<strong>de</strong>” - Q.I. ou“Índice <strong>de</strong> Quarto <strong>de</strong> Carro” , reconhecido internacionalmente. O mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> quarto-<strong>de</strong>carroconsiste em um sistema formado por uma massa, uma roda, um amortecedor e umamola (Figuras 26, 27 e 28). A resposta à irregularida<strong>de</strong>, obtida pela simulação <strong>de</strong>movimentos no quarto-<strong>de</strong>-carro, é aceita como uma medida padrão <strong>de</strong> irregularida<strong>de</strong> e éexpressa em contagens por quilômetro (cont./km).Os dados <strong>de</strong> Q.I. utilizados na Pesquisa <strong>de</strong> Inter-relacionamento <strong>de</strong> Custos Rodoviários -PICR, realizada <strong>de</strong> 1975 a 1981, foram obtidos por um equipamento do tipo-resposta(Maysmeter), que baseia-se na reação do veículo às condições <strong>de</strong> superfície da rodovia.Os conceitos <strong>de</strong> QI e IRI são bastante similares e, na prática, eles são altamentecorrelacionados. Uma relação aproximada entre QI e IRI é dada por: QI = 13 IRIMT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 102Figura 26 - Esquema do simulador <strong>de</strong> quarto-<strong>de</strong>-carroMassa do chassis(suspensa)Mola <strong>de</strong>suspensãoAmortecedorMassa do sistema <strong>de</strong> suspensãoPneu (mola)Figura 27 - Esquema do sensor <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamentos verticais.cursorroldanaschassismolacabosComo qualquer equipamento do tipo-resposta, o Integrador necessita <strong>de</strong> calibração e paraesse fim utiliza-se o método <strong>de</strong> nível e mira, <strong>de</strong>senvolvido por QUEIROZ e que <strong>de</strong>u origemà Norma DNER-PRO 164/94. O Integrador é um equipamento embarcado, isto é, o sistemamedidor funciona como um conjunto formado pelo equipamento e pelo sistema <strong>de</strong>suspensão do veículo que o abriga.Posteriormente, foi <strong>de</strong>senvolvido o equipamento Mirr, que sendo rebocado, po<strong>de</strong> sertracionado por qualquer veículo com potência a<strong>de</strong>quada e que in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da suspensão doveículo trator.MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 103Figura 28 - Diagrama em blocos do quantificador <strong>de</strong> irregularida<strong>de</strong>HODÔMETRO0 1 3 6 3BobinasensoraZAmpl.recortadorContadordo hodômetroF1Gerador<strong>de</strong> tomAltofalante“zero”+Contador<strong>de</strong> lancesnº<strong>de</strong> lancedosensor<strong>de</strong><strong>de</strong>sloc.P1P2P3P4CombinatórialógicaContador totalizadorTOTALIZADOR“Total <strong>de</strong> lances”4.3.4 MEDIÇÃO DA IRREGULARIDADE E CALIBRAÇÃO DOS SMITR SISTEMA DE MEDIDA DEIRREGULARIDADE TIPO RESPOSTA.Os métodos para a medição <strong>de</strong> irregularida<strong>de</strong> e a calibração dos sistemas tipo respostasão:a) DNER-PRO 182/94 – Medição da Irregularida<strong>de</strong> da Superfície <strong>de</strong> pavimento comSistemas Integradores <strong>IPR</strong>/USP Maysmeterb) DNER-PRO 229/89 – Restauração <strong>de</strong> sistemas medidores <strong>de</strong> irregularida<strong>de</strong> <strong>de</strong>pavimento (Sistemas Integradores <strong>IPR</strong>/USP Maysmeter)c) DNER-PRO 164/94 – Calibração e controle <strong>de</strong> sistemas medidores <strong>de</strong> irregularida<strong>de</strong> <strong>de</strong>superfície <strong>de</strong> pavimentos (Sistemas Integradores <strong>IPR</strong>/USP Maysmeter)d) DNER-ES 173/94 – Método <strong>de</strong> nível e mira para calibração <strong>de</strong> sistemas medidores <strong>de</strong>irregularida<strong>de</strong>.Para efeito <strong>de</strong> calibração pelos métodos padronizados as leituras fornecidas pelo SMITR,para um <strong>de</strong>terminado segmento, representam a somatória acumulada dos movimentosrelativos observados entre a carroceria do veículo e o eixo traseiro <strong>de</strong>ste, <strong>de</strong>vendo sercorrelacionados, por uma equação <strong>de</strong> calibração, a escala padrão adotada. Via <strong>de</strong> regra, oquociente <strong>de</strong> irregularida<strong>de</strong> QI, expresso em contagens/km, é uma função linear da leituraL do sistema integrador, ou seja:QI = a + b L ou QI = a + b L + c L 2em que a, b e c são constantes passíveis <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminação, pela aplicação do método dosmínimos quadrados a um conjunto <strong>de</strong> pares (QI)i e (L)i, <strong>de</strong>finidos para diversos segmentos<strong>de</strong> distintas irregularida<strong>de</strong>s.MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 104Basicamente, o processo <strong>de</strong> calibração consiste das seguintes etapas:a) Seleção <strong>de</strong> 20 bases <strong>de</strong> calibração, com extensão <strong>de</strong> 320 m cada, apresentandoirregularida<strong>de</strong> variável, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> um valor baixo até um valor elevado;b) Nivelamento geométrico <strong>de</strong> pontos das trilhas <strong>de</strong> roda espaçados <strong>de</strong> 50 cm ou 25 cm,em cada base <strong>de</strong> calibração;c) Estimativa para cada base <strong>de</strong> calibração do valor do "quociente <strong>de</strong> irregularida<strong>de</strong>" (QI),a partir dos resultados do levantamento a nível e mira e das equações <strong>de</strong> correlaçãopropostas por Queiroz. Estas correlações foram <strong>de</strong>senvolvidas a partir do experimentointernacional <strong>de</strong> medição <strong>de</strong> irregularida<strong>de</strong> levado a efeito no Brasil em 1982, epermitem estimar o valor do QI que seria resultante da utilização do perfilômetrodinâmico <strong>de</strong> superfície - GMR, expresso em contagens/km.d) Determinação das leituras L do integrador em cada base <strong>de</strong> calibração, paravelocida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> 30 km/h, 50 km/h e 80 km/h;e) Aplicação <strong>de</strong> método dos mínimos quadrados para <strong>de</strong>terminação dos coeficientes a e bda equação citada anteriormente, gerando-se uma equação para cada velocida<strong>de</strong>estabelecida, <strong>de</strong>terminação das equações <strong>de</strong> correlação que permitem a estimativa doQI, a partir das leituras do integrador, para cada velocida<strong>de</strong>.Levando-se em conta o fato <strong>de</strong> que as características do veículo em que está instalado ointegrador e elementos do próprio integrador alteram-se com o tempo (<strong>de</strong>sgaste dospneus, fadiga da suspensão, etc.), evi<strong>de</strong>ncia-se que o sistema utilizado <strong>de</strong>verá serperiodicamente recalibrado ou aferido. Estas medidas também po<strong>de</strong>rão ser necessáriasem caso <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>nte com o veículo ou <strong>de</strong> troca <strong>de</strong> um <strong>de</strong> seus componentes.Estando calibrado o sistema medidor <strong>de</strong> irregularida<strong>de</strong> do tipo-resposta, a medição na re<strong>de</strong>ou no trecho <strong>de</strong> interesse po<strong>de</strong> ser efetuada com gran<strong>de</strong> rapi<strong>de</strong>z, sendo necessária umaequipe composta apenas por um motorista e um anotador.Selecionada a velocida<strong>de</strong> da medição, a qual <strong>de</strong>ve ser compatível com o volume <strong>de</strong> tráfegoe as características geométricas da via, o veículo <strong>de</strong>ve percorrer a estrada com velocida<strong>de</strong>constante, <strong>de</strong>vendo ser repetida a medição nos segmentos que houver variação <strong>de</strong>velocida<strong>de</strong>.A cada lance, usualmente <strong>de</strong> 320 m, o aparelho emite um sinal sonoro e por meio <strong>de</strong> umdisplay informa a leitura L, representativa da irregularida<strong>de</strong> acumulada no lance emquestão.O valor do QI é posteriormente calculado em escritório, empregando-se a equação <strong>de</strong>correlação correspon<strong>de</strong>nte.4.4 CONDIÇÕES DA ADERÊNCIA PNEU/PAVIMENTOA principal proprieda<strong>de</strong> do pavimento no que diz respeito à segurança, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente<strong>de</strong> fatores relacionados com as condições em planta, perfil e seção transversal da rodovia,MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 105é a sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> proporcionar a a<strong>de</strong>quada a<strong>de</strong>rência e atrito entre a sua superfície eos pneus dos veículos.Os segmentos com baixo valor <strong>de</strong> a<strong>de</strong>rência e/ou altos índices <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong>vem seri<strong>de</strong>ntificados. Tais i<strong>de</strong>ntificações permitem ao órgão rodoviário realizar uma análise maisprofunda, caso a caso, e com isso avaliar as necessida<strong>de</strong>s e programar medidascorretivas.Nas especificações atuais do DNIT sobre misturas betuminosas foram incluídos doisMétodos simples para avaliação das condições <strong>de</strong> a<strong>de</strong>rência Pneu/Pavimento, a saber:a) Association Française <strong>de</strong> Normalisation – AFNBR NF-P.98-216-7 – Método da Mancha<strong>de</strong> areia.b) ASTM E.303 – Surface Fictional Properties Using the Britsh Pendulum Tester –Método <strong>de</strong> Pendulo Britãnico.Os equipamentos portáteis dos métodos citados pelo DNIT em sua especificações sãobastante econômicos e, po<strong>de</strong>m fornecer informações importantes sobre o coeficiente <strong>de</strong>atrito e a macro-textura dos revestimentos.O pêndulo britânico <strong>de</strong>termina por uma medida escalar o grau <strong>de</strong> escorregamento (ou<strong>de</strong>rrapagem) presente na superfície <strong>de</strong> um pavimento. Esse dita escorregamento po<strong>de</strong> sertratado também como o grau <strong>de</strong> a<strong>de</strong>rência entre o pneu e o pavimento, ou, tambémchamado como coeficiente <strong>de</strong> atrito cinemático.O equipamento consiste <strong>de</strong> uma placa <strong>de</strong> borracha simulando a superfície <strong>de</strong> umpneumático <strong>de</strong> veículo automotor montada no extremo <strong>de</strong> um pêndulo que, liberado emqueda livre, <strong>de</strong>screve um arco circular que tangencia e fricciona a superfície do pavimentoon<strong>de</strong> se coloca o aparelho para o ensaio. A diferença <strong>de</strong> altura entre o centro <strong>de</strong> gravida<strong>de</strong>da placa <strong>de</strong> borracha tomada antes e <strong>de</strong>pois que ela <strong>de</strong>sliza sobre a superfície dorevestimento é utilizada para avaliar a perda <strong>de</strong> energia <strong>de</strong>vido à fricção. As condições doensaio foram <strong>de</strong>finidas <strong>de</strong> tal forma que os valores apresentados no mostrador doequipamento correspon<strong>de</strong>ram ao Valor <strong>de</strong> Resistência à Derrapagem - VRD <strong>de</strong> umpneumático padrão <strong>de</strong>rrapando sobre o pavimento a 48 km/h.Valores limites da VRD – Valores da Resistência a Derrapagem Longitudinal, proposta pelo“Marshall Committee”, correlacionados aos tipos <strong>de</strong> segmentos possíveis quanto aprobabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ocorrer eventos <strong>de</strong> insegurança são resumidos Tabela 8 a seguir napágina seguinte.O ensaio da mancha <strong>de</strong> areia avalia a macro-textura e caracteriza a superfície dopavimento quanto a sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> drenar a água confinada entre o pneu e opavimento, e quantifica a <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>, ou seja, a distância média entre grânulos individuais<strong>de</strong> agregados aflorados na superfície do pavimento.O ensaio consiste em preencher os vazios da textura superficial do pavimento com umvolume conhecido <strong>de</strong> uma areia padrão, espalhando-a com movimentos circulares <strong>de</strong>MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 106modo que o diâmetro final da mancha seja função da altura média e, conseqüentemente,do volume consumido. O equipamento consiste <strong>de</strong> um recipiente <strong>de</strong> volume conhecidopreenchido com uma areia <strong>de</strong> granulometria padrão, um dispositivo próprio para oespalhamento da areia e uma régua graduada para relacionar o diâmetro da mancha como volume <strong>de</strong> areia e a macro-textura do pavimento. O resultado é expresso em altura daareia (HS), em mm.Os conceitos <strong>de</strong> resistência à <strong>de</strong>rrapagem, em função da macrotextura e das classes <strong>de</strong>resistência à <strong>de</strong>rrapagem, são apresentadas na Tabela 9 a seguir, juntamente com oformulário <strong>de</strong> campo, Tabela 10, para as medidas com os dois métodos em unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>amostragem que <strong>de</strong>vem ficar marcadas para acompanhamento (Vi<strong>de</strong> ABPv - BoletimTécnico nº 18/1999 – Informativo Técnico sobre Avaliação da Resistência a DerrapagemAtravés <strong>de</strong> Aparelhagem Portátil).MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 107Tabela 9 - Avaliação das Condições <strong>de</strong> A<strong>de</strong>rência PneuPavimento ou Resistência à DerrapagemCLASSES DE RESISTÊNCIA À DERRAPAGEM / MÉTODO DO PÊNDULO BRITÂNICOCLASSESVRD - VALOR DE RESISTÊNCIA Á DERRAPAGEM1 - PERIGOSA < 252 - MUITO LISA 25 - 313 - LISA 32 - 394 - INSUFICIENTEMENTE RUGOSA 40 - 465 - MEDIANAMENTE RUGOSA 47 - 546 - RUGOSA 55 - 757 - MUITO RUGOSA > 75LIMITE SUGERIDO: VRD - Valor <strong>de</strong> Resistência à Derrapagem VRD ≥ 55SUPERFÍCIE MEDIANAMENTE RUGOSA A RUGOSAAVALIAÇÃO DA MACROTEXTURA / MÉTODO DA ALTURA DE AREIAPROFUNDIDADE MÉDIA EM (mm)HS < 0,20 mmTEXTURA SUPERFICIALMUITO FINA OU MUITO FECHADA0,20 mm < 0,40 mm FINA OU FECHADA0,40 mm < HS < 0,80 mm MÉDIA0,50 mm < HS < 1,20 mm GROSSEIRA OU ABERTAHS > 1,20 mmMUITO GROSSEIRA OU ABERTALIMITES SUGERIDOS: HS Profundida<strong>de</strong> Média 0,6 mm < HS < 1,2 mmTEXTURA SUPERFICIAL MÉDIA A GROSSEIRAMT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 108Tabela 10 - Avaliação da Resistência à DerrapagemRODOVIA _____________SEGMENTO Km _____________TRECHO _________ao Km ____Km ____REVESTIMENTO ______________Lado _______ESQUEMA DA UA - UNIDADE DE AMOSTRAGEMMEDIÇÕES COM PÊNDULO BRITÂNICOCORREÇÃO DO ZEROMÉDIAADOTADOAntes do EnsaioDepois do EnsaioObservação: Efetuar a correção do Zero a cada série <strong>de</strong> ensaioCORREÇÃO DE TEMPERATURA DA ÁGUATemperatura ºC 0º 2º 5º 8º 10º 13º 15º 20º 25º 30º 40ºCorreção-7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 0 +1 +2 +3ENSAIOIGLocalLeitura do PênduloMédiaResultado12 Média Geral =3 Corr. do Zero =4 Corr. Temperatura =5Média Geral das Leituras XLocal1Observação:Medidas Obtidas - Diâmetro(cm)2 Altura <strong>de</strong> Areia HS = mmMédia Geral dos Diâmetros cmMédiaResist. à DerrapagemMEDIÇÕES DA ALTURA DE AREIAResultadoTextura=OPERADORESVISTODATAMT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 109Existem vários equipamentos para o processamento das medidas <strong>de</strong> resistência à<strong>de</strong>rrapagem - os quais apresentam gran<strong>de</strong> rendimento nos procedimentos pertinentes eque são efetuados, em conjunto, com as medidas da macroestrutura do revestimento.Todos estes dispositivos, inclusive aqueles citados pelo DNIT foram objeto <strong>de</strong> umapesquisa internacional conduzida pelo “PIARC – Permanent International Association ofRoad Congress” chamada <strong>de</strong> “ International Experiment to Compare and HarmonizingTexture and Skid Resi<strong>de</strong>nce Measutement” que <strong>de</strong>u origem ao parâmetro chamado <strong>de</strong> IFI– International Friction In<strong>de</strong>x (Índice Internacional <strong>de</strong> Atrito / Derrapagem) em função damacro e da micro-textura do pavimento (que nos métodos citados pelo DNIT são medidospela mancha <strong>de</strong> areia e pelo pendulo britânico).O IFI é calculado pela Norma “ASTM – E – 1968/98 (2001-b) – Standar Practice forCalculating International Friction In<strong>de</strong>x of a Pavement Surface”.De acordo com pesquisa em <strong>de</strong>senvolvimento no Brasil e apresentada no 17º Encontro <strong>de</strong>Asfalto em Dezembro/2004 com o título <strong>de</strong> “Determinação do IFI – International FrictionIn<strong>de</strong>x”, foi proposta a seguinte classificação <strong>de</strong>ste parâmetro, indicada na Tabela 11, paraorientação dos estudos <strong>de</strong>stas condições no Brasil.Tabela 11 - Valores do IFIVALORES DO IFI MÍNIMO MÁXIMOPéssimo < 0,06Ruim 0,06 0,12Regular 0,13 0,16Bom 0,20 0,30Ótimo > 30Desta maneira, qualquer que seja o dispositivo que venha a ser usado no país será semprepossível calibrá-lo pela norma citada para avaliação das condições <strong>de</strong> Atrito / Derrapagem<strong>de</strong> nossas rodovias.4.5 AVALIAÇÃO DAS SOLICITAÇÕES DE TRÁFEGOA avaliação das solicitações que o pavimento já sofreu pelo tráfego é fundamental para a<strong>de</strong>finição <strong>de</strong> um diagnóstico preciso do pavimento existente. Para o dimensionamento doreforço ou a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> outras intervenções é necessária a <strong>de</strong>terminação do tráfegofuturo. Em qualquer caso, o <strong>de</strong>sejável é que sejam <strong>de</strong>finidos os seguintes elementosrelativos ao tráfego:−−−Projeção do VDM – Volume Médio Diário do trafego (Anual)Carregamento da frota;Calculo do número N (Parâmetros do Tráfego)MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 1104.5.1 PROJEÇÃO DO VMD – VOLUME MÉDIO DIÁRIO DO TRAFEGO (ANUAL), CLASSIFICAÇÃO DAFROTA E TAXAS DE CRESCIMENTO.A avaliação dos volumes <strong>de</strong> tráfego <strong>de</strong>ve ser baseada em séries históricas existentes e emcontagens volumétricas classificatórias levadas a efeito no trecho em análise. Desvios <strong>de</strong>tráfego significativos <strong>de</strong>vem ser levados em conta, para a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> subtrechoshomogêneos em termos <strong>de</strong> tráfego.É conveniente <strong>de</strong>finir o tráfego que atuou sobre o pavimento mediante as contagensefetuadas no passado, e em estudos e projetos anteriormente elaborados.A <strong>de</strong>finição do tráfego futuro terá como ponto <strong>de</strong> partida a avaliação do tráfego atual, pormeio <strong>de</strong> pesquisas <strong>de</strong> campo. A sua projeção ao longo do período <strong>de</strong> projeto basear-se-áem taxas <strong>de</strong> crescimento do tráfego e no conhecimento <strong>de</strong> eventuais alterações previstaspara o sistema <strong>de</strong> transportes regional.As taxas <strong>de</strong> crescimento do tráfego po<strong>de</strong>rão ser avaliadas por intermédio das sérieshistóricas existentes ou na associação a dados sócio-econômicos regionais. Assim, porexemplo, a evolução da renda percapita tem íntima vinculação com o crescimento da frota<strong>de</strong> automóveis, enquanto a produção agropecuária e industrial e a venda <strong>de</strong> óleo dieselpo<strong>de</strong>m ser associadas ao crescimento da frota <strong>de</strong> veículos comerciais.É importante notar que o comportamento do tráfego é normalmente influenciado porvariações sazonais. Assim, resultados <strong>de</strong> uma pesquisa <strong>de</strong> curta duração efetuada, porexemplo, ao longo <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>terminada semana <strong>de</strong> um <strong>de</strong>terminado mês, não representambem a média anual <strong>de</strong> um certo trecho que se presta ao escoamento <strong>de</strong> safra agrícolapois, o período <strong>de</strong> colheita po<strong>de</strong> se esten<strong>de</strong>, neste caso, <strong>de</strong> abril a junho parte expressivada atuação da frota <strong>de</strong> carga po<strong>de</strong>ria não estar sendo <strong>de</strong>tectada na contagem.A gran<strong>de</strong> diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> efeitos gerados sobre os pavimentos pelos diversos tipos <strong>de</strong>veículos rodoviários leva à necessida<strong>de</strong> da contagem classificatória, da frota circulante.A classificação mínima capaz <strong>de</strong> ser útil à avaliação do tráfego compreen<strong>de</strong> as seguintessubclasses <strong>de</strong> veículos.Veículos leves – Automóvel, utilitário.Veículos comerciais – Ônibus tipo 2c e 3c, caminhão – 2c, caminhão 3c, reboque e semireboque.No entanto, é preferível que a classificação seja mais <strong>de</strong>talhada, pois po<strong>de</strong>m ocorrerexpressivas variações na capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga entre os caminhões <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>terminadasubclasse, em função do tipo <strong>de</strong> veículo conforme a classificação <strong>de</strong> veículos adotada peloDNIT nas contagens volumétricas classificatórias apresentada na Tabela 12, a seguir.Na classificação adotada, o primeiro algarismo representa o número <strong>de</strong> eixos do cavalomecânico, o segundo, o número <strong>de</strong> eixos do semi-reboque.MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 111Os dados <strong>de</strong> tráfego po<strong>de</strong>m ser pesquisados junto ao DNIT e através <strong>de</strong> publicaçõesexistentes ou projetos já realizados na Rodovia e também os dados do Sistema <strong>de</strong>Gerência <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> disponíveis.A análise dos dados colhidos po<strong>de</strong> ser realizada mediante a organização dos mesmos emtabelas com as séries históricas obtidas na qual <strong>de</strong>vem ser anotadas:−−−−O ano da coletaO km <strong>de</strong> localização dos PostosO VMD – isto é, o Volume Médio Diário Anual <strong>de</strong> TráfegoA composição média anual <strong>de</strong> frota circulanteA evolução do VMD – correspon<strong>de</strong> ao tráfego passado, presente e futuro da rodovia e ataxa <strong>de</strong> crescimento correspon<strong>de</strong>nte ao período da análise po<strong>de</strong> ser inferida através doajustamento <strong>de</strong> uma equação (pelo método dos mínimos quadrados) aos dados existentes<strong>de</strong> modo a permitir não só o calculo <strong>de</strong>ste parâmetro ano a ano, durante todo o período doprojeto, como também em anos anteriores, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a entrada em serviço do pavimentooriginal.A equação utilizada na regressão linear é do tipo:VMD = b e aA∴ log VMD = log b + aAat = ( e ) 100−1 ×Na qual:VMD = Tráfego Médio Diárioe = Nº Neperianoa = Coeficienteb = CoeficienteA = Ano <strong>de</strong>sejadot = Taxa <strong>de</strong> crescimento do VMD no períodoAs características médias da composição percentual por tipo <strong>de</strong> veículo da frota tambémsão estimadas através da pesquisa <strong>de</strong> dados <strong>de</strong> tráfego existentes.MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 112Tabela 12 - Classificação <strong>de</strong> Veículos adotada pelo DNERSÍMBOLO CONFIGURAÇÃO DESCRIÇÃOAutomóvelUtilitário2cÔnibus2cCaminhão3cCaminhão4cCaminhão2s1Semi-reboque2s2Semi-reboque2s3Semi-reboque3s2Semi-reboque3s3Semi-reboque2c2Reboque2c3ReboqueMT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 1134.5.2 CARREGAMENTO DA FROTAPara a avaliação do efeito do tráfego sobre o pavimento é preciso conhecer as cargas <strong>de</strong>eixo com as quais os veículos <strong>de</strong> carga solicitam a estrutura. Isto po<strong>de</strong> ser feitopreferencialmente por meio <strong>de</strong> campanhas <strong>de</strong> passagens levadas a efeito no própriotrecho, ou em trecho com comportamento <strong>de</strong> tráfego similar capazes <strong>de</strong> estimar o perfil <strong>de</strong>carregamento dos tipos <strong>de</strong> veículos componentes da frota.Os procedimentos <strong>de</strong> pesagem existentes são variados, po<strong>de</strong>ndo-se citar as balançaspermanentes do DNIT, balanças portáteis e sistemas automáticos <strong>de</strong> pesagem, os últimospermitem pesagem contínua através <strong>de</strong> longos períodos.Nos últimos anos foram <strong>de</strong>senvolvidos equipamentos para pesar dinamicamente osveículos e classificá-los automaticamente. Em qualquer caso é necessário que os dados <strong>de</strong>pesagem sejam compatíveis com a classificação adotada para a frota.A distribuição das cargas por eixo po<strong>de</strong> ser estimada por meio <strong>de</strong> dados obtidos emdiversos postos <strong>de</strong> pesagem. A Divisão <strong>de</strong> Estudos e Projetos do DNER publicou em 1988o volume “Tabelas <strong>de</strong> Fatores <strong>de</strong> Veículos”, originada <strong>de</strong> uma pesquisa em 28 postospermanentes distribuídos nas regiões norte , centro-oeste, su<strong>de</strong>ste e sul e 12 postostemporários nas regiões norte, nor<strong>de</strong>ste, su<strong>de</strong>ste e sul do Brasil. Nesse volume, sãocalculados para cada trecho, os fatores <strong>de</strong> veículos pelo método da AASHTO e pelométodo do Corpo dos Engenheiros (USACE).Deve-se estar consciente das limitações da utilização generalizada dos fatores <strong>de</strong> veículostabelados. Primeiro, o número <strong>de</strong> postos <strong>de</strong> pesagem po<strong>de</strong> ser reduzido e mal distribuído.Segundo, muitas vezes os postos não operam continuamente, e numerosos estudos<strong>de</strong>monstram que a distribuição dos veículos varia significativamente durante a semana,assim como durante o dia. Recomenda-se a utilização <strong>de</strong> dados <strong>de</strong> tráfego coletados parao trecho em análise, pois proporcionarão uma avaliação mais precisa.A conversão do tráfego misto em um equivalente <strong>de</strong> operações <strong>de</strong> um eixo consi<strong>de</strong>radopadrão é efetuada aplicando-se os chamados fatores <strong>de</strong> equivalência <strong>de</strong> cargas. Estesfatores permitem converter uma aplicação <strong>de</strong> um eixo solicitado por uma <strong>de</strong>terminadacarga em um número <strong>de</strong> aplicações do eixo-padrão que <strong>de</strong>verá produzir um efeitoequivalente.Os conceitos adotados nos diversos métodos para a <strong>de</strong>finição da equivalência <strong>de</strong> cargasnão <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m exclusivamente do eixo-padrão consi<strong>de</strong>rado. Assim, por exemplo, o Método<strong>de</strong> Projeto <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Flexíveis do DNER e o TECNAPAV (PRO 269/94) adotam umeixo-padrão <strong>de</strong> 8,2 tf, sendo os fatores <strong>de</strong> equivalência <strong>de</strong> cargas aqueles <strong>de</strong>senvolvidospelo Corpo <strong>de</strong> Engenheiros do Exército Norte-americano. Já na PRO 159/85, o eixo-padrãotambém é o <strong>de</strong> 8,2 tf, porém os fatores <strong>de</strong> equivalência consi<strong>de</strong>rados são os da AASHTO.Os fatores <strong>de</strong> equivalência da AASHTO baseiam-se na perda <strong>de</strong> serventia (PSI) e variamcom o tipo do pavimento (flexível e rígido), índice <strong>de</strong> serventia terminal e resistência dopavimento (número estrutural - SN). Eles são diferentes dos obtidos pelo USACE, queMT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 114avaliaram os efeitos do carregamento na <strong>de</strong>formação permanente (afundamento nas trilhas<strong>de</strong> roda). As expressões para cálculo dos fatores <strong>de</strong> equivalência <strong>de</strong> carga sãoapresentadas nas Tabelas 3 e 14.Tabela 13 - Fatores <strong>de</strong> Equivalência <strong>de</strong> Carga do USACETIPO DE EIXOFAIXA DECARGAS (t)EQUAÇÕES (P em tf)Dianteiro simples etraseiro simplesTan<strong>de</strong>m duploTan<strong>de</strong>m triplo0 – 8≥ 8FC =0 - 11≥ 11FC =0 - 18≥ 18 FC =××−44,0175FC = 2,078210 P××−66,25421,832010 P××−43,472FC = 1,59210 P−65,4841,528×10 × P−53,3549FC = 8,0359×10 × P−75,57891,3229×10 × PP = Peso bruto total sobre o eixoTabela 14 - Fatores <strong>de</strong> Equivalência <strong>de</strong> Carga da AASHTOTIPO DE EIXOSimples <strong>de</strong> rodagemSimplesSimples <strong>de</strong> rodagemDuplaTan<strong>de</strong>m duplo(rodagem dupla)Tan<strong>de</strong>m triplo(rodagem dupla)EQUAÇÕES (P em tf)FC = ( ) 4, 32P / 7,77FC = ( ) 4, 32P / 8,17FC = ( ) 4, 14P /15,08FC = ( ) 4, 22P / 22,95P = Peso bruto total sobre o eixoA aplicação <strong>de</strong>stas expressões para cada faixa <strong>de</strong> carga <strong>de</strong> eixo característico <strong>de</strong> um certotipo <strong>de</strong> veículo <strong>de</strong> carga obtidos por amostragem da frota possibilita o calculo do FV – fator<strong>de</strong> Veículo para este tipo.As Tabelas 15, 16 e 17 a seguir mostram o calculo do FV pelos fatores <strong>de</strong> equivalência <strong>de</strong>carga da AASHTO do tipo 253 correspon<strong>de</strong>ntes a passagens <strong>de</strong> uma amostragemrealizada na BR-101/SC.Calculo <strong>de</strong> Fatores <strong>de</strong> veículos – AASHTO, tipo:253, BR-101/SC, trecho: Joinvile, local: km26 e data: abril/88MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 115Tabela 15 - Cálculo FV - ESSPESO 1 FREQUÊNCIA EQUIVALENCIA2 2 0,013 4 0,074 26 1,485 67 9,986 4 1,310 0 0,0012,83Tabela 16 - Cálculo FV - ESDPESO 2 FREQUÊNCIA EQUIVALENCIA0 0 0,004 2 0,095 5 0,606 1 0,267 1 0,518 11 10,049 32 48,6010 43 102,9611 7 25,3012 1 5,260 0 0,000 0 0,000 0 0,000 0 0,00193,64Tabela 17 - Cálculo FV - ETTPESO 3 FREQUÊNCIA EQUIVALENCIA10 1 0,0311 4 0,1812 2 0,1313 1 0,915 2 0,3316 3 0,6517 7 1,9718 5 1,7919 13 5,8620 7 3,9221 11 7,56MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 116PESO 3 FREQUÊNCIA EQUIVALENCIATotal <strong>de</strong> equivalência = 277,27Total <strong>de</strong> veículos = 103FV = 2,6922 16 13,3923 21 21,1924 4 4,8325 5 7,1726 1 1,690 0 0,000 0 0,000 0 0,000 0 0,000 0 0,000 0 0,000 0 0,0070,804.5.3 CÁLCULO DO NÚMERO NO cálculo do número N – Número <strong>de</strong> repetições <strong>de</strong> carga do eixo padrão é efetuado <strong>de</strong>acordo com as cargas por eixo da AASHTO e do Método do Corpo <strong>de</strong> Engenheiros,separadamente ano a ano, mediante a seguinte expressão:N = 365 VMD x FV, on<strong>de</strong>:N = nº <strong>de</strong> repetições da carga do eixo padrão <strong>de</strong> 8,2 t por ano consi<strong>de</strong>rado equivalente aoseixos dos veículos comerciais da frota circulanteVMD = Volume Médio Diário dos Veículos Comerciais por ano em um só sentidoFV = Fator <strong>de</strong> Veículo (Veículos Comerciais)O cálculo do VMD neste caso é feito consi<strong>de</strong>rando-se as projeções ano a ano do VMD nosdois sentidos e a análise da composição percentual média da frota circulante no segmento.O cálculo do FV da frota é feito consi<strong>de</strong>rando-se a composição média da frota comercialcirculante e os coeficientes <strong>de</strong> equivalência <strong>de</strong> carga por eixo.O tráfego consi<strong>de</strong>rado para efeito <strong>de</strong> projeto é o da faixa mais solicitada. Na falta <strong>de</strong> dadosmais preciosos, na Tabela 18, são fornecidas as seguintes indicações quanto asporcentagens <strong>de</strong> veículos comerciais (em relação ao tráfego comercial nos dois sentidos)na faixa <strong>de</strong> trânsito tomada para o projeto.MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 117Tabela 18 - Estimativa <strong>de</strong> percentual <strong>de</strong> veículos na faixa <strong>de</strong> projetoNúmero <strong>de</strong> faixas <strong>de</strong> tráfego(2sentidos)% <strong>de</strong> veículos comerciais na faixa <strong>de</strong>projeto2 504 35 a 486 ou mais 25 a 484.5.4 EXEMPLO DE AVALIAÇÃO DAS SOLICITAÇÕES DE TRÁFEGOO exemplo do capítulo 8 <strong>de</strong>ste <strong>Manual</strong> ilustra um caso real <strong>de</strong> avaliação das solicitações<strong>de</strong> tráfego em uma rodovia fe<strong>de</strong>ral no qual foram seguidas as etapas necessárias para oobjeto a ser alcançado <strong>de</strong> acordo com o que foi exposto neste capítulo.4.6 AVALIAÇÃO GLOBALO objetivo principal do processo <strong>de</strong> seleção e projeto da Restauração é fornecer umasolução eficiente e que atenda as restrições técnicas e econômicas. Este objetivo não po<strong>de</strong>ser atingido sem a condução a<strong>de</strong>quada da avaliação do pavimento e a <strong>de</strong>terminação dascausas e da intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> restauração.Na avaliação <strong>de</strong> pavimentos, <strong>de</strong>vem ser abordadas as informações referentes aos <strong>de</strong>feitos<strong>de</strong> superfície, irregularida<strong>de</strong>, segurança, condição estrutural e tráfego. As informações<strong>de</strong>ve ser con<strong>de</strong>nsadas no intuito <strong>de</strong> auxiliar o projetista na <strong>de</strong>terminação das causas da<strong>de</strong>terioração, no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> alternativas <strong>de</strong> restauração e na informação dacondição do pavimento para a gerência <strong>de</strong> pavimentos.O projeto <strong>de</strong> restauração <strong>de</strong> pavimentos é uma tarefa bastante complexa e requer maiscuidados do que a concepção <strong>de</strong> pavimentos novos. A dimensão da obra <strong>de</strong>termina aquantia <strong>de</strong> recursos e o tempo que po<strong>de</strong>m ser dispendidos na avaliação do pavimento. Aruptura prematura <strong>de</strong> diversas obras <strong>de</strong> restauração po<strong>de</strong> ser resultado <strong>de</strong> avaliaçõesina<strong>de</strong>quadas do pavimento.A avaliação do pavimento e o diagnóstico da situação existente requerem a coleta <strong>de</strong> umaquantida<strong>de</strong> substancial <strong>de</strong> dados sobre o pavimento. Estes dados po<strong>de</strong>m ser divididos nasseguintes categorias principais:a) condição do pavimento da pista <strong>de</strong> rolamento;b) condição do acostamento;c) dados <strong>de</strong> projeto original do pavimento;d) proprieda<strong>de</strong>s dos materiais e do solo;e) volumes e cargas <strong>de</strong> tráfego;f) condições climáticas;MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 118g) condições <strong>de</strong> drenagem;h) fatores geométricos;i) aspectos <strong>de</strong> segurança (aci<strong>de</strong>ntes);j) dados históricos <strong>de</strong> conservação;k) outros fatores.Os dados a serem coletados também <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m das alternativas <strong>de</strong> a seremconsi<strong>de</strong>radas. Por exemplo, se a reciclagem <strong>de</strong> uma camada asfáltica for adotada, énecessário obter amostras do pavimento existente e efetuar uma análise da mistura para<strong>de</strong>terminar as proporções e características dos materiais a serem reaproveitados.• Procedimentos Sistemáticos <strong>de</strong> AvaliaçãoA <strong>de</strong>finição dos dados que <strong>de</strong>vem ser coletados <strong>de</strong>verá seguir um processo <strong>de</strong> coleta<strong>de</strong> dados <strong>de</strong>ve seguir um procedimento sistemático e seqüencial, <strong>de</strong> maneira que oscustos <strong>de</strong> avaliação e o tempo <strong>de</strong>spendido sejam mínimos.A Tabela 19 apresenta uma rotina <strong>de</strong> procedimentos que po<strong>de</strong> ser seguida para acoleta e avaliação <strong>de</strong> pavimentos. Cada órgão rodoviário <strong>de</strong>ve <strong>de</strong>senvolverprocedimentos padronizados e manuais para avaliação <strong>de</strong> pavimentos, que sejamcompatíveis com as especificida<strong>de</strong>s locais e os equipamentos disponíveis.Os dados coletados <strong>de</strong>vem ser cuidadosamente avaliados e os resultados sumariados<strong>de</strong> uma maneira sistematizada. A Tabela 20 apresenta uma listagem com diversosfatores que <strong>de</strong>vem ser avaliados e questões específicas que <strong>de</strong>vem ser respondidaspara uma a<strong>de</strong>quada avaliação do pavimento.Entre estes fatores, a avaliação estrutural é a mais importante, porque se houver uma<strong>de</strong>ficiência estrutural, a única estratégia lógica <strong>de</strong> restauração é acrescer a capacida<strong>de</strong>estrutural do pavimento, por meio <strong>de</strong> reforço com camada asfáltica (recapeamento),reciclagem ou reconstrução.Os órgãos rodoviários po<strong>de</strong>m consi<strong>de</strong>rar esta lista <strong>de</strong> itens e questões e adicionar ouretirar alguns itens. Os órgãos <strong>de</strong>vem avaliar itens diferentes, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo da classe outráfego da rodovia.MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 119Tabela 19 - Etapas recomendadas para a coletae avaliação dos dados do pavimentoETAPA 1: COLETA DE DADOS NO ESCRITÓRIODevem ser coletados os seguintes dados: localização, ano <strong>de</strong> construção, dados <strong>de</strong>projeto, proprieda<strong>de</strong>s dos materiais disponíveis e do subleito (relatórios e inventáriosanteriores), dados <strong>de</strong> tráfego, clima e dados <strong>de</strong> construção (“as built”). Devem serobtidas informações sobre o <strong>de</strong>sempenho do pavimento (Sistema <strong>de</strong> Gerência <strong>de</strong><strong>Pavimentos</strong>).ETAPA 2: PRIMEIRO INVENTÁRIO DE CAMPODevem ser coletados os seguintes dados: <strong>de</strong>feitos <strong>de</strong> superfície, condições <strong>de</strong> drenagem, confortoao rolamento, opções <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> tráfego e aspectos <strong>de</strong> segurança.ETAPA 3: PRIMEIRA AVALIAÇÃO DOS DADOS COLETADOSDevem ser avaliados os seguintes dados: estimativa da solicitação do tráfego (número N); análisedos tipos, severida<strong>de</strong>s e causas dos <strong>de</strong>feitos e a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> coleta adicional <strong>de</strong> dados. Nesteestágio <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong>senvolvida uma lista <strong>de</strong> alternativas <strong>de</strong> Restauração possíveis para auxiliar naavaliação da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> dados adicionais.ETAPA 4: SEGUNDO INVENTÁRIO DE CAMPODevem ser coletados os seguintes dados: sondagem e amostragem <strong>de</strong> materiais, ensaios <strong>de</strong><strong>de</strong>flexão, irregularida<strong>de</strong> longitudinal e resistência à <strong>de</strong>rrapagem.ETAPA 5: ENSAIOS EM LABORATÓRIODevem ser ensaiados os materiais quanto a: resistência, índice <strong>de</strong> vazios, <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>,granulometria e outras características.ETAPA 6: SEGUNDA AVALIAÇÃO DOS DADOS COLETADOSDeve ser verificado se dados adicionais são necessários para completar o processo <strong>de</strong> avaliação.ETAPA 7: COLETA FINAL DOS DADOS NO CAMPO E NO ESCRITÓRIOETAPA 8: AVALIAÇÃO FINAL DO PAVIMENTOMT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 120Tabela 20 - Lista <strong>de</strong> verificação do processo <strong>de</strong> avaliação1 AVALIAÇÃO ESTRUTURALIncidência <strong>de</strong> <strong>de</strong>feitos relacionados ao carregamento:Baixa ou altaO pavimento atual tem capacida<strong>de</strong> estrutural <strong>de</strong> suportar a solicitação <strong>de</strong> tráfego prevista noprojeto ?Sim ou não2 AVALIAÇÃO FUNCIONALValor <strong>de</strong> Serventia Atual (VSA) ou Irregularida<strong>de</strong>:Muito bom, Bom, Razoável, Ruim ou Muito ruimValor da irregularida<strong>de</strong>: ______________Valor <strong>de</strong> serventia atual: ______________Resistência à <strong>de</strong>rrapagem:Satisfatório, Questionável ou Não satisfatórioSeverida<strong>de</strong> dos afundamentos nas trilhas <strong>de</strong> roda:Baixa, Média ou Alta3 AVALIAÇÃO DA VARIAÇÃO DA CONDIÇÃOA condição do pavimento varia sistematicamente ao longo da rodovia ?Sim ou nãoA condição do pavimento varia entre faixas <strong>de</strong> rolamento ?Sim ou nãoExistem regiões pontos localizados em condição muito ruim ?Sim ou não4 AVALIAÇÃO DOS EFEITOS CLIMÁTICOSQuanto à umida<strong>de</strong>:I - Úmido durante todo o anoII - Úmido em certas estaçõesIII - Muito pouco úmidoQuanto à temperatura: A - FrioB - TemperadoC - QuenteD - Muito quenteSeverida<strong>de</strong> dos <strong>de</strong>feitos provocados ou acelerados pela umida<strong>de</strong>:Baixa, Média ou AltaDescreva ( arrancamentos, bombeamentos, trincas <strong>de</strong> retração):________________________________________________Qualida<strong>de</strong> da drenagem da base:Muito bom, Bom, Razoável, Ruim ou Muito ruimQualida<strong>de</strong> da drenagem do subleito:Muito bom, Bom, Razoável, Ruim ou Muito ruimCapacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> drenagem do revestimento:Aceitável ou necessita melhoramentosDescreva: ______________________________________MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 121Tabela 20- Lista <strong>de</strong> verificação do processo <strong>de</strong> avaliação(continuação)5 AVALIAÇÃO DOS MATERIAIS DO PAVIMENTORevestimento: Bom estado ou <strong>de</strong>gradadoDescreva:_________________________________________Base: Bom estado ou <strong>de</strong>gradadaDescreva: _________________________________________Sub-base: Bom estado ou <strong>de</strong>gradadaDescreva: _________________________________________6 AVALIAÇÃO DO SOLO DE FUNDAÇÃOCapacida<strong>de</strong> estrutural:Baixo, Médio ou AltoSuscetibilida<strong>de</strong> à saturação pela umida<strong>de</strong> (variação <strong>de</strong> volume):Baixo, Médio ou Alto7 AVALIAÇÃO DO HISTÓRICO DE CONSERVAÇÃODemanda histórica por conservaçãoBaixa, Normal ou ElevadaA falta <strong>de</strong> conservação contribuiu para a <strong>de</strong>terioração?Sim ou nãoDescreva: _________________________________________8 AVALIAÇÃO DA TAXA DE DETERIORAÇÃOEstimativa após um período longo da abertura ao tráfegoBaixa, Média ou AltaEstimativa após um prazo curto (2 a 3 anos) da abertura do tráfegoBaixa, Média ou Alta9 CONTROLE DO TRÁFEGO DURANTE A OBRAExistem <strong>de</strong>svios disponíveis para a interrupção da estrada?Sim ou nãoA obra <strong>de</strong>ve ser realizada sob tráfego?Sim ou nãoA obra <strong>de</strong>ve ser construída fora <strong>de</strong> horários <strong>de</strong> pico?Descreva: _________________________________________MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 122Tabela 20 - Lista <strong>de</strong> verificação do processo <strong>de</strong> avaliação(conclusão)10 FATORES GEOMÉTRICOS E DE SEGURANÇACapacida<strong>de</strong> atual da rodovia:A<strong>de</strong>quada ou ina<strong>de</strong>quadaCapacida<strong>de</strong> futura da rodovia:A<strong>de</strong>quada ou ina<strong>de</strong>quadaNecessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> novas faixas <strong>de</strong> tráfego no período do projeto:Sim ou nãoNecessida<strong>de</strong> atual <strong>de</strong> alargamento das faixas <strong>de</strong> tráfego:Sim ou nãoListe os locais com alta incidência <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes: ________________Problemas <strong>de</strong> sinalização ou visibilida<strong>de</strong>: _____________________Problemas <strong>de</strong> altura disponível: _____________________________11 CARREGAMENTO DO TRÁFEGOTráfego médio diário anual: ________________________________Percentual <strong>de</strong> caminhões: __________________________________Número <strong>de</strong> repetições <strong>de</strong> carga padrão no período <strong>de</strong> projeto: ______Número atual <strong>de</strong> repetições: ________________________________12 ACOSTAMENTOSCondição geral:Boa, razoável ou ruimDeterioração em áreas localizadas:Sim ou nãoOs dados coletados são fundamentais para a avaliação e o projeto da Restauração<strong>de</strong>vido aos seguintes fatores:a) fornecem informações qualitativas para <strong>de</strong>terminação das causas da <strong>de</strong>terioração epara o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> alternativas apropriadas no reparo do <strong>de</strong>feito e naprevenção da sua recorrência;b) fornecem informações quantitativas para estimativa <strong>de</strong> quantida<strong>de</strong>s dos serviços <strong>de</strong>Restauração (mão-<strong>de</strong>-obra, materiais, etc.), dimensionamento da alternativa <strong>de</strong>Restauração (espessura <strong>de</strong> reforço), avaliação do estágio <strong>de</strong> <strong>de</strong>terioração e dasconseqüências <strong>de</strong> postergar a Restauração e ainda executar avaliação econômica<strong>de</strong> alternativas <strong>de</strong> Restauração.Na avaliação do pavimento, assim como no projeto <strong>de</strong> Restauração, o objetivo doprojetista é a economia. Portanto, os recursos para coleta <strong>de</strong> dados <strong>de</strong>vem serutilizados <strong>de</strong> maneira eficiente para que as informações sejam suficientes para oprojeto <strong>de</strong> alternativas <strong>de</strong> Restauração viáveis técnica e economicamente.MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 123• Interpretação dos ResultadosDe posse <strong>de</strong> todos os elementos angariados durante a avaliação do pavimento, <strong>de</strong>veseprocurar fazer uma análise global, com vistas à <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> segmentos queapresentem um comportamento homogêneo, cálculo dos valores característicos ediagnóstico da situação existente.• Definição <strong>de</strong> Segmentos HomogêneosA análise po<strong>de</strong>rá ser efetivada <strong>de</strong> forma mais consistente se for <strong>de</strong>senvolvida sobre umgráfico que contenha o maior número possível <strong>de</strong> informações e capaz <strong>de</strong> permitir ovislumbre espectral e a integração sintética <strong>de</strong> todos os elementos obtidos.Os parâmetros que serão consi<strong>de</strong>rados para a divisão em termos <strong>de</strong> homogeneida<strong>de</strong>,serão aqueles que mais interessam para o <strong>de</strong>sempenho do pavimento existente e paraa eficácia <strong>de</strong> medidas <strong>de</strong> Restauração (e/ou Reabilitação), entre as quais:estaqueamento ou quilometragem, perfil <strong>de</strong> <strong>de</strong>flexões e raios <strong>de</strong> curvatura, flechas nastrilhas <strong>de</strong> roda, módulos elásticos, constituição do pavimento existente, <strong>de</strong>feitosocorrentes, irregularida<strong>de</strong> longitudinal e tráfego solicitante.A título ilustrativo e lembrando que cada obra <strong>de</strong>manda um gráfico particular, capaz <strong>de</strong>aten<strong>de</strong>r suas particularida<strong>de</strong>s, apresenta-se na Figura 30 um mo<strong>de</strong>lo utilizado nanorma DNER- PRO 269/94.A <strong>de</strong>finição dos segmentos homogêneos po<strong>de</strong> ser feita normalmente em basessubjetivas, valendo muito a experiência e o bom senso do projetista. Os valoresindividuais dos parâmetros <strong>de</strong> avaliação são plotados nos gráficos e, a partir <strong>de</strong> suasintegrações gráficas, se estabelece o <strong>de</strong>senvolvimento longitudinal <strong>de</strong> cada parâmetro.Dada as limitações <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m construtiva, pouco recomendável se torna promover oparcelamento excessivo, traduzido por segmentos <strong>de</strong> curtas extensões. Por outro lado,é aconselhável que não sejam tomados segmentos homogêneos com extensãosuperior a 5 km.O seguinte processo <strong>de</strong> diferenças acumuladas da AASHTO a ser aplicado aosresultados dos diversos parâmetros selecionados.O método das diferenças acumuladas consiste na seguinte seqüência <strong>de</strong> cálculo:– Calcula-se o valor médio para toda a rodovia do parâmetro a ser analisado (a<strong>de</strong>flexão Benkelman é um dos parâmetros mais usados);– Calcula-se a diferença entre o valor pontual e o valor médio;– Calcula-se os valores acumulados das diferenças;– Plota-se um gráfico on<strong>de</strong> as abcissas são as distâncias e as or<strong>de</strong>nadas, os valoresacumulados das diferenças.A variação do coeficiente angular da curva assim obtida indica uma mudança docomportamento médio <strong>de</strong> um <strong>de</strong>terminado segmento para outro, caracterizandomatematicamente, as extremida<strong>de</strong>s dos segmentos homogêneos.MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 124O exemplo a seguir organizado para um parâmetro médio <strong>de</strong> X = 80 ilustra o processoe está enfocado nas Tabela 21 e Figura 29:Tabela 21 - Métodos das diferenças acumuladasDISTÂNCIA PARÂMETRO VALOR MÉDIO DIF. ACUMULADA0 70 -10 -100,2 7 -10 -200,4 70 -10 -300,6 90 10 -200,8 90 10 -101 90 10 0Figura 29 - Valores acumulados das diferenças00,2 0,6 0,8Diferença102030DistânciaVerifica-se, pelo gráfico acima, que o ponto <strong>de</strong> distância 0,4 é um limite <strong>de</strong> doissegmentos <strong>de</strong> comportamento distinto. Verifica-se, também, que os segmentos entreos pontos <strong>de</strong> distância 0 ao 0,4 e 0,4 ao 0,8 possuem comportamento semelhante doponto <strong>de</strong> vista do parâmetro analisado.Cabe ressaltar que as características do tráfego, estrutura e ida<strong>de</strong> das últimasrestaurações são fatores significativos e relevantes para a <strong>de</strong>finição dos segmentoshomogêneos.• Cálculo <strong>de</strong> Valores CaracterísticosDefinidos os segmentos homogêneos, <strong>de</strong>verão ser calculados todos os valorescaracterísticos que os representam e que são utilizados na <strong>de</strong>finição das soluções.Nota: a Figura 30, apresentada a seguir contém o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> gráfico utilizado para adivisão <strong>de</strong> um trecho em segmentos homogêneos, conforme o constante nasNormas PRO-10/79 – Avaliação Estrutural dos <strong>Pavimentos</strong> Flexíveis –Procedimento “A” e PRO-11/79 - Avaliação Estrutural dos <strong>Pavimentos</strong> Flexíveis– Procedimento “B”.MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 125Figura 30 - Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> gráfico para divisão em segmentos homogêneosQI Quociente <strong>de</strong>irregularida<strong>de</strong>(Cont./)Pista <strong>de</strong> rolamentoTR Trincamento (%)D Desgaste (%)B DeflexãoBenkelman(recuperável) (0,01mm)TMDConstituição dopavimento *Espessuras (cm)ObservaçõesEstanqueamentoSubtrecho Homogêneo* Convenções para ascamadas do pavimentoRevestimentoBaseSub-baseA título <strong>de</strong> exemplo, as <strong>de</strong>flexões são tratadas por análise estatística, sendo seu valorcaracterístico obtido pela soma da média aritmética com o <strong>de</strong>svio-padrão da amostra.No caso <strong>de</strong> raios <strong>de</strong> curvatura e módulos elásticos, o valor característico é adotado oda média menos um <strong>de</strong>svio-padrão. Para o IGG do segmento homogêneo, adota-se oprocedimento normalizado na DNIT-006/2003-PRO.MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 126• Diagnóstico da Situação ExistenteO diagnóstico da situação existente constitui o fechamento da avaliação do pavimento,sendo uma etapa que requer extrema atenção do projetista, que <strong>de</strong>verá fazer uso <strong>de</strong>toda a sua percepção, experiência e bom senso. Muitas vezes os elementosangariados na avaliação são consistentes, porém, uma interpretação ina<strong>de</strong>quada po<strong>de</strong>levar a um erro <strong>de</strong> diagnóstico.Não há uma receita ou regra fixa para a elaboração <strong>de</strong> um correto diagnóstico. Comona medicina, o paciente (pavimento) <strong>de</strong>ve ser cuidadosamente examinado pelo médico(projetista), o qual interpreta todos os resultados <strong>de</strong> exames (ensaios, levantamentos) e<strong>de</strong> sua análise tátil-visual (inventário <strong>de</strong> superfície, auscultação <strong>de</strong>fletométrica), parapo<strong>de</strong>r diagnosticar as causas da doença existente (falhas estruturais e/ou funcionais).Devem fazer parte do diagnóstico indicações claras sobre as causas das falhasexistentes e orientações para a concepção das soluções <strong>de</strong> e/ou Reabilitação. Porexemplo:"A estrutura existente sofre notoriamente um avançado estágio do fenômeno <strong>de</strong> fadiga,atestado pela expressiva área afetada por trincas interligadas <strong>de</strong> classe 2 e 3. Aselevadas <strong>de</strong>flexões existentes são compatíveis com o padrão <strong>de</strong> trincas observado ecom os baixos valores modulares avaliados para a base granular. A solução <strong>de</strong>restauração po<strong>de</strong>rá envolver a reciclagem do revestimento existente, associada àrecompactação ou substituição da base granular excessivamente resiliente."MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 1275 - REFORÇO DOS PAVIMENTOSMT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 1295 REFORÇO DOS PAVIMENTOS5.1 ABORDAGENS DO PROJETOUma gran<strong>de</strong> varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> métodos e procedimentos para dimensionamento <strong>de</strong> reforços <strong>de</strong>pavimentos asfálticos foram <strong>de</strong>senvolvidos e são utilizados por vários órgãos rodoviários.Porém, ainda não existe até o momento um consenso sobre a metodologia maisa<strong>de</strong>quada. De maneira geral, o procedimento para o projeto <strong>de</strong> um reforço é similar ao doprojeto <strong>de</strong> um novo pavimento, exceto que consi<strong>de</strong>ra a condição atual ou a vidaremanescente do pavimento existente.Seja qual for o método utilizado, é importante avaliar as condições do pavimento existentee subdividí-lo em um ou mais segmentos homogêneos para análise, baseadas na ida<strong>de</strong>,tráfego, condições do pavimento e sua estrutura.Historicamente, até 1940, a abordagem para dimensionamento do reforço <strong>de</strong> umpavimento baseava-se na experiência regional e no critério da resistência (<strong>de</strong>formaçõespermanentes). A maioria dos órgãos utilizava-se da sensibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> engenheirosexperientes para <strong>de</strong>terminar o tipo e espessura do reforço <strong>de</strong> um pavimento. A partir dadécada <strong>de</strong> 40, os métodos baseados em ensaios <strong>de</strong>fletométricos (não <strong>de</strong>strutivos)obtiveram aceitação generalizada e foram gradualmente disseminados.Em meados dos anos 70, com o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> equipamentos e programas capazes<strong>de</strong> fornecer informações sobre as características elásticas dos materiais constituintes dospavimentos, começaram a ser introduzidos os métodos mecanísticos ou analíticos, quefundamentam-se na análise <strong>de</strong> tensões e <strong>de</strong>formações das camadas dos pavimentos.Já a partir dos anos 80, com o <strong>de</strong>senvolvimento dos sistemas <strong>de</strong> gerência <strong>de</strong> pavimentos,começaram a surgir metodologias <strong>de</strong> reforço <strong>de</strong> pavimentos que se fundamentam emmo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> previsão <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho e que procuram analisar diversas estratégias <strong>de</strong>intervenção com vistas a minimizar o custo <strong>de</strong> ciclo <strong>de</strong> vida do pavimento.Alguns autores classificam os métodos <strong>de</strong> dimensionamento <strong>de</strong> reforço <strong>de</strong> pavimentosrodoviários na chamada “divisão clássica”, que tem perdido importância <strong>de</strong>vido adificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> enquadramento dos métodos <strong>de</strong>senvolvidos mais recentemente. Por essaclassificação, os métodos são divididos nos seguintes cinco grupos:a) extensão dos métodos utilizados no dimensionamento <strong>de</strong> pavimentos novos;b) métodos empíricos baseados em avaliação do comprometimento estrutural, geralmenteavaliada em termos <strong>de</strong> <strong>de</strong>flexão recuperável máxima medida na superfície dopavimento;c) métodos fundamentados na medição da <strong>de</strong>flexão recuperável máxima e que utilizamprocedimentos analíticos ou mecanísticos como parte do cálculo;d) métodos baseados numa abordagem estrutural analítica mais completa, que permitelevar em conta as tensões e <strong>de</strong>formações nas diversas camadas do pavimento; eMT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 130e) métodos apoiados em mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> previsão <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho.Como, porém, um método <strong>de</strong> dimensionamento po<strong>de</strong> ser simultaneamente incluído emmais <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>ssas cinco categorias, simultaneamente, é <strong>de</strong> se suspeitar que esta divisãonão seja a mais a<strong>de</strong>quada para fins práticos, visto não ser por si própria muitoesclarecedora.Assim sendo, a tendência mais recente tem sido a <strong>de</strong> se classificar os enfoques <strong>de</strong>dimensionamento <strong>de</strong> reforço nas seguintes formas:a) Abordagem empírica– Análise <strong>de</strong>fletométrica.– Análise da <strong>de</strong>ficiência estruturalb) Abordagem mecanístico-empíricaA seguir serão comentadas com mais <strong>de</strong>talhes cada uma das formas <strong>de</strong> abordagem <strong>de</strong>dimensionamento <strong>de</strong> pavimentos.5.2 ANÁLISE DEFLETOMÉTRICAOs procedimentos da análise <strong>de</strong>fletométrica baseiam-se no estabelecimento <strong>de</strong> umarelação entre a duração da vida do pavimento (ou número <strong>de</strong> solicitações do tráfego) e osvalores <strong>de</strong> <strong>de</strong>flexão máxima que usualmente são obtidos sob carregamento. A espessurado reforço <strong>de</strong>ve ser necessária para reduzir a <strong>de</strong>flexão recuperável a um valor admissível,que correspon<strong>de</strong> a um comportamento comprovadamente satisfatório, consi<strong>de</strong>rando otráfego previsto.O conceito básico <strong>de</strong>ste enfoque é que, quanto maior for o valor <strong>de</strong> <strong>de</strong>flexão recuperável,maior é o comprometimento elástico das camadas do pavimento e/ou do subleito. Destamaneira, uma camada asfáltica adicional <strong>de</strong>ve ser utilizada para reforçar a estrutura dopavimento e obter uma a<strong>de</strong>quada redução da <strong>de</strong>flexão.O procedimento não <strong>de</strong>ve ser confundido com a estimativa das proprieda<strong>de</strong>s dos materiais“in situ” através <strong>de</strong> medidas <strong>de</strong>fletométricas, utilizadas tanto na análise da <strong>de</strong>ficiênciaestrutural ou na abordagem mecanística-empírica.Na análise <strong>de</strong>fletométrica também <strong>de</strong>ve ser efetuado o diagnóstico das condições dopavimento para o estabelecimento das necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> restauração, da i<strong>de</strong>ntificação dossegmentos homogêneos e do conhecimento <strong>de</strong> outras consi<strong>de</strong>rações especiais quepo<strong>de</strong>rão influenciar no projeto do reforço.A Figura 31 mostra esquematicamente os parâmetros consi<strong>de</strong>rados na análise<strong>de</strong>fletométrica. Os parâmetros fundamentais para o dimensionamento são as medidas <strong>de</strong><strong>de</strong>flexão (ensaios não <strong>de</strong>strutivos) e o conhecimento da condição do pavimento e dotráfego.MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 131A gran<strong>de</strong> vantagem <strong>de</strong>ste enfoque é que a <strong>de</strong>flexão na superfície do pavimento éfacilmente <strong>de</strong>terminada e as relações entre espessura <strong>de</strong> reforço e redução da <strong>de</strong>flexãosão bastante conhecidas <strong>de</strong>vido a diversos estudos efetuados por organismos como:Asphalt Institute, California Department of Transportation, U.S. Army Corps of EngineersLaboratoire Central <strong>de</strong> Ponts et Chaussé e Transportation Research Laboratory. Cada um<strong>de</strong>stes órgãos tem seus próprios procedimentos, porém os principais componentes sãomuito similares.Figura 31 - Fluxograma da análise <strong>de</strong>fletométrica5.3 ANÁLISE DA DEFICIÊNCIA ESTRUTURALA análise da <strong>de</strong>ficiência estrutural, também conhecida como metodologia da espessuraequivalente, tem seu conceito básico fundamentado na consi<strong>de</strong>ração <strong>de</strong> que a espessurado reforço <strong>de</strong>ve ser a diferença entre a espessura total requerida para o pavimento e a“espessura equivalente ou efetiva” <strong>de</strong>terminada para o pavimento existente. Essaespessura equivalente ou efetiva do pavimento existente é <strong>de</strong>terminada por meio dosfatores <strong>de</strong> equivalência estrutural adotados em função do tipo e qualida<strong>de</strong> dos materiaisutilizados na estrutura do pavimento.MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 132O procedimento consi<strong>de</strong>ra que a <strong>de</strong>gradação do pavimento provoca a redução da vida <strong>de</strong>serviço, ou seja, que sua espessura efetiva vai diminuindo a medida que sua vida <strong>de</strong>serviço avança. Como a espessura efetiva ou equivalente baseia-se no tipo, condição eespessura <strong>de</strong> cada camada componente do pavimento, a metodologia é também<strong>de</strong>nominada como a da análise das camadas. As etapas que compõem a análise estruturalsão apresentadas na Figura 32.Figura 32 - Fluxograma da análise da <strong>de</strong>ficiência estrutural e/ou funcionalConvém salientar que alguns métodos também consi<strong>de</strong>ram a redução da funcionalida<strong>de</strong> dopavimento ao longo da vida <strong>de</strong> serviço (DNER PRO-159/85). Nestes casos, sãoconsi<strong>de</strong>rados parâmetros como a perda <strong>de</strong> serventia (ΔPSI) ou acréscimo da irregularida<strong>de</strong>(ΔQI ou ΔIRI), avaliado pelos Métodos DNIT 009/2003 PRO e DNER PRO 182/94.Vários organismos internacionais como o Asphalt Institute. U.S. Army Corps of Engineers eAASHTO possuem métodos <strong>de</strong> dimensionamento que baseiam-se no enfoque <strong>de</strong><strong>de</strong>ficiência estrutural e/ou funcional.Este enfoque po<strong>de</strong> ser representado pela seguinte equação do Método da AASHTO:MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 133on<strong>de</strong>:SN OL = SN y - F RL ( SN XEFF )SN OL = número estrutural ou espessura do reforço necessário para o período <strong>de</strong> projetoSn y = número estrutural ou espessura total para suportar o tráfego projetado para<strong>de</strong>terminadas condições do subleitoF RL = fator <strong>de</strong> vida remanescente, que consi<strong>de</strong>ra o nível <strong>de</strong> <strong>de</strong>terioração do pavimentoexistenteSN XEFF = número estrutural efetivo ou espessura equivalente do pavimento existenteA vantagem da análise da <strong>de</strong>ficiência estrutural é que o procedimento <strong>de</strong> cálculo ébastante similar ao do dimensionamento <strong>de</strong> pavimentos novos. A maior <strong>de</strong>svantagem<strong>de</strong>ste enfoque é sem dúvida a <strong>de</strong>finição dos coeficientes estruturais das camadas, pois,como a condição do pavimento é bastante variável, presume-se que os coeficientesestruturais das camadas também <strong>de</strong>vam variar enormemente e baseiam-se quase queexclusivamente em critérios empíricos.5.4 ABORDAGEM MECANÍSTICO-EMPÍRICAComo resultado <strong>de</strong> intensas pesquisas conduzidas na década <strong>de</strong> 80 e do <strong>de</strong>senvolvimentoda Mecânica dos <strong>Pavimentos</strong>, os métodos <strong>de</strong> dimensionamento <strong>de</strong> reforços <strong>de</strong> pavimentosbaseados em critérios mecanísticos ou racionais vêm sendo crescentemente utilizados.Contribuíram para isto os avanços alcançados na compreensão e operacionalização dosensaios dinâmicos, na avaliação dos módulos <strong>de</strong> elasticida<strong>de</strong> “in situ” dos materiais porretroanálise <strong>de</strong> <strong>de</strong>formadas e nas análises das tensões com o emprego <strong>de</strong> programascomputacionais.5.4.1 FINALIDADESO emprego <strong>de</strong> análises mecanísticas no projeto <strong>de</strong> reforços apresenta a vantagem <strong>de</strong>proporcionar ao projetista condições <strong>de</strong> trabalhar com parâmetros específicos da estruturaem estudo, apresentando maior flexibilida<strong>de</strong> em relação aos métodos empíricos. Permiteainda a interpretação racional do comportamento elástico dos pavimentos, com as maisvariadas composições <strong>de</strong> materiais <strong>de</strong> reforço e quando sujeitos a ação dos diversos tipos<strong>de</strong> carregamentos.A análise mecanística é um po<strong>de</strong>roso ferramental para se efetuar um dimensionamentoa<strong>de</strong>quado, apesar <strong>de</strong> se enfrentar dificulda<strong>de</strong>s que a colocam em risco, como aconfiabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> dados, principalmente quanto às características elásticas dos materiaisdas camadas, e quanto a previsão da <strong>de</strong>terioração por alguns critérios empíricos <strong>de</strong> fadiga,além da interpretação correta dos resultados obtidos. Seu procedimento abrange as etapasapresentadas na Figura 33.MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 134Figura 33 - Fluxograma do enfoque mecanístico-empíricoAvaliação dopavimentoEnsaios não-<strong>de</strong>strutivos(<strong>de</strong>flexão, irregularida<strong>de</strong>, etc)Seções <strong>de</strong>análiseAjuste dasproprieda<strong>de</strong>sdos materiaisEnsaios comos materiaisCaracterizaçãodos materiaisComputar:• <strong>de</strong>flexões• baciasNão-aceitávelCompararAceitarAjustar proprieda<strong>de</strong>sdos materiais• cargas• efeitos sazonaisComputaros<strong>de</strong>feitosFadigaTráfegoVidaremanescenteSemnecessida<strong>de</strong><strong>de</strong> reforçoCompararAfundamentonas trilhas <strong>de</strong> rodasTráfegoVidaremanescenteDimensionamentoprovisório<strong>de</strong> seçõesComputar <strong>de</strong>feitosFadigaFadigaTráfegoTráfegoProjeto FinalEsses métodos <strong>de</strong>vem ser completados, contudo, por análises que permitam consi<strong>de</strong>rarse,no dimensionamento, o problema do trincamento por fadiga das camadas asfálticas,nos pavimentos flexíveis, e das camadas cimentadas, nos pavimentos semi-rígidos. Paraesse objetivo, o procedimento mais eficaz é a aplicação <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> previsão <strong>de</strong><strong>de</strong>sempenho do tipo mecanístico-empírico, em vista <strong>de</strong> seu maior campo <strong>de</strong> aplicação epor estarem embasados em proprieda<strong>de</strong>s mecânicas fundamentais dos solos e materiais<strong>de</strong> pavimentação.Uma outra vantagem <strong>de</strong>sses mo<strong>de</strong>los, em relação àqueles puramente empíricos, é apossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se otimizar o dimensionamento da estrutura, tomando-se partido dacapacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cada camada em resistir aos processos <strong>de</strong> <strong>de</strong>terioração provocados pelasMT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 135cargas do tráfego. Também no caso <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> reforço, o dimensionamento <strong>de</strong>recapeamentos asfálticos contra a reflexão <strong>de</strong> trincas e a consi<strong>de</strong>ração dos efeitos <strong>de</strong>camadas especiais intermediárias po<strong>de</strong>m ser efetuados <strong>de</strong> forma confiável apenas pormeio <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los mecanístico-empíricos.5.4.2 CONCEITOSUm mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> previsão <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho é uma função que permite quantificar a reduçãodo nível <strong>de</strong> serventia ou a geração <strong>de</strong> <strong>de</strong>feitos ao longo da vida <strong>de</strong> serviço do pavimento.Tal mo<strong>de</strong>lo é <strong>de</strong>nominado “mecanístico-empírico” quando é constituído por três partes:a) um mo<strong>de</strong>lo estrutural para cálculo das respostas induzidas pelas cargas <strong>de</strong> roda emmovimento nas camadas do pavimento, na forma <strong>de</strong> tensões, <strong>de</strong>formações ou<strong>de</strong>flexões elásticas que estejam relacionadas ao surgimento ou à propagação <strong>de</strong><strong>de</strong>feitos na estrutura;b) funções <strong>de</strong> transferência, capazes <strong>de</strong> relacionar as respostas da estrutura às cargas dotráfego, à geração e propagação <strong>de</strong> <strong>de</strong>feitos. Além <strong>de</strong> aten<strong>de</strong>ram a <strong>de</strong>terminadascondições <strong>de</strong> contorno, exigidas pelo problema, essas funções <strong>de</strong>verão basear-se emteorias, empiricamente validadas, que <strong>de</strong>screvam o mecanismo com que a<strong>de</strong>terioração se processa;c) fatores ou funções <strong>de</strong> calibração, que ajustam as previsões das Funções <strong>de</strong>Transferência <strong>de</strong> modo a se produzir dados <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>terminada base empírica. Sãoresponsáveis, portanto, pela consi<strong>de</strong>ração <strong>de</strong> parâmetros que não pu<strong>de</strong>ram serexplicitados, seja no mo<strong>de</strong>lo estrutural ou nas Funções <strong>de</strong> Transferência, tais como:clima, características específicas do tráfego atuante, particularida<strong>de</strong>s dos materiais e<strong>de</strong> sua variabilida<strong>de</strong>.Um aspecto que assume especial relevância quando da aplicação <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>losmecanístico-empíricos, tanto no projeto <strong>de</strong> pavimentos novos como no <strong>de</strong> restauração, é acaracterização a<strong>de</strong>quada do comportamento tensão-<strong>de</strong>formação dos materiais sob ascargas transientes dos veículos. O módulo <strong>de</strong> elasticida<strong>de</strong> ou Young se reveste <strong>de</strong> duas<strong>de</strong>finições nesse contexto, a saber:a) Módulo <strong>de</strong> Deformação Resiliente (M R ) - <strong>de</strong>terminado em laboratório por meio <strong>de</strong>ensaios <strong>de</strong> cargas repetidas, com duração <strong>de</strong> carga da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 0,10 s e tempo <strong>de</strong>repouso <strong>de</strong> 0,9 s. Utiliza toda a <strong>de</strong>formação recuperável no seu cálculo, embutindo,portanto, as parcelas elástica instantânea e viscolástica, geradas pelo pulso <strong>de</strong> carga<strong>de</strong> 0,1 s <strong>de</strong> duração;b) Módulo <strong>de</strong> Elasticida<strong>de</strong> Efetivo “in situ” (E ef ) - é o módulo <strong>de</strong>terminado por retroanálisedas bacias <strong>de</strong> <strong>de</strong>flexões lidas através <strong>de</strong> equipamentos para ensaios não <strong>de</strong>strutivos.Enquanto M R se refere às condições <strong>de</strong> compactação e <strong>de</strong> solicitação do ensaio <strong>de</strong>laboratório, E ef reflete ou sintetiza o estado <strong>de</strong> tensões, a compactação e o modo <strong>de</strong>solicitação a que a camada é submetida pelas cargas dos veículos em movimento. Nãoexistem, portanto, correlações universais entre esses dois parâmetros, embora possaMT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 136estabelecer-se comparações em casos particulares. Tais comparações são importantes,visto que, no projeto <strong>de</strong> pavimentos novos, po<strong>de</strong>-se dispor apenas <strong>de</strong> M R , enquanto nosprojetos <strong>de</strong> restauração, apenas E ef po<strong>de</strong> estar disponível, <strong>de</strong> modo geral.5.4.3 AVALIAÇÃO ESTRUTURALA “condição estrutural” <strong>de</strong> um pavimento po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>finida como um “retrato” compostopelos seguintes elementos:a) a capacida<strong>de</strong> apresentada pelas camadas <strong>de</strong> solos e <strong>de</strong> materiais granulares <strong>de</strong> resistiràs <strong>de</strong>formações elásticas e plásticas induzidas pelas cargas do tráfego; eb) a integrida<strong>de</strong> estrutural das camadas asfálticas e cimentadas, relacionadas ao grau eextensão do fissuramento existente.Para se avaliar essa condição, os seguintes procedimentos alternativos sãorecomendáveis.a) Procedimento I - Levantamentos <strong>de</strong>fletométricos com viga BenkelmanO pavimento é avaliado continuamente por meio <strong>de</strong> levantamentos <strong>de</strong>fletométricos com aviga Benkelman, medindo-se a <strong>de</strong>flexão máxima (D o ) e o raio <strong>de</strong> curvatura (R). Esses sãoos únicos parâmetros confiáveis que po<strong>de</strong>m ser medidos com a viga. Como eles sãoinsuficientes para se <strong>de</strong>terminar os módulos <strong>de</strong> elasticida<strong>de</strong> das camadas, ainda maislevando-se em conta o fato <strong>de</strong> se estar diante <strong>de</strong> um carregamento quase-estático, <strong>de</strong>vemser coletadas amostras <strong>de</strong> alguns ou <strong>de</strong> todos os materiais, em alguns subtrechoshomogêneos, para <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> M R em laboratório. Uma análise conjunta <strong>de</strong> todosesses parâmetros possibilitará efetuar-se análises <strong>de</strong> fadiga, já que a <strong>de</strong>formação máxima<strong>de</strong> tração sob um revestimento asfáltico ( ε t ) é função <strong>de</strong>:ε t = f (D o , R, H r , M R )on<strong>de</strong> h r , é a espessura do revestimento e M R é o módulo <strong>de</strong> resiliência do subleito;b) Procedimento II - Levantamentos com <strong>de</strong>fletômetros dinâmicosO pavimento é avaliado por meio <strong>de</strong> <strong>de</strong>fletômetros dinâmicos, medindo-se os módulos <strong>de</strong>elasticida<strong>de</strong> efetivos (E ef ) <strong>de</strong> cada camada. A retirada <strong>de</strong> amostras para <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong>M R em laboratório ficaria restrita a poucos locais, com a finalida<strong>de</strong> única <strong>de</strong> ser um teste <strong>de</strong>verificação dos valores calculados para E ef , a fim <strong>de</strong> se evitar erros grosseiros no processo<strong>de</strong> retroanálise das barras <strong>de</strong> <strong>de</strong>flexões, como é recomendada no Guia da AASHTO.A <strong>de</strong>terminação dos módulos <strong>de</strong> elasticida<strong>de</strong> das camadas é feita por um processo <strong>de</strong>“retroanálise”, on<strong>de</strong> se utiliza um mo<strong>de</strong>lo estrutural para o pavimento, como a teoria <strong>de</strong>Camadas Elásticas ou o Método dos Elementos Finitos, e se encontra a combinação <strong>de</strong>módulos que faz com que o mo<strong>de</strong>lo reproduza, da melhor forma possível, a bacia <strong>de</strong><strong>de</strong>flexões lida pelo FWD no campo.MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 137Para tanto, <strong>de</strong>vem ser conhecidas: a carga aplicada e as espessuras das camadas. Oscoeficientes do Poisson são fixados em valores típicos para cada material, já queinterferem pouco com a bacia <strong>de</strong> <strong>de</strong>flexões. Como não se dispõe <strong>de</strong> uma solução analítica“fechada” para o problema, a retroanálise <strong>de</strong>ve ser feita por meio <strong>de</strong> ajustes iterativos,enquanto se tenta minimizar uma função erro, <strong>de</strong>finida como a distância entre as baciasmedidas e teórica.Por mais bem executada que seja a retroanálise, raramente se ajustará a bacia teórica àbacia medida <strong>de</strong> forma perfeita, ou seja, com erro nulo em todos os geofones, pelasseguintes razões:a) existe um erro experimental. A precisão dos geofones é <strong>de</strong> 2 micra (0,2 x 10 -2 mm);b) existe uma certa distância entre mo<strong>de</strong>lo teórico e o pavimento real, e sempre haverá,por mais bem elaborado e complexo que seja o mo<strong>de</strong>lo.Uma regra prática <strong>de</strong>ve ser imposta, portanto, para se indicar o momento <strong>de</strong> interromperas iterações. Po<strong>de</strong>-se dizer que os resultados obtidos ten<strong>de</strong>m a ser consistentes e estáveisquando o erro em cada um dos geofones for inferior a 1,5%.Outro aspecto, também <strong>de</strong> natureza prática, diz respeito ao número máximo <strong>de</strong> parâmetrosque po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong>terminados por meio <strong>de</strong> uma bacia com sete geofones, como é usual.Dificilmente <strong>de</strong>terminar, confiavelmente, mais do que cinco parâmetros in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes, jálevando-se em conta que, no caso <strong>de</strong> retroanálises não lineares, uma só bacia éinsuficiente, <strong>de</strong>vendo-se dispor <strong>de</strong> pelo menos duas, referentes a níveis <strong>de</strong> carga distintos.5.4.4 CÁLCULO DE TENSÕES E DEFORMAÇÕESDentre os programas computacionais que permitem o cálculo <strong>de</strong> tensões, <strong>de</strong>formações e<strong>de</strong>slocamentos em estruturas <strong>de</strong> pavimentos <strong>de</strong>stacam-se, pela sua maior utilização noBrasil, os seguintes:a) Programa FEPAVE - <strong>de</strong>senvolvido na Universida<strong>de</strong> da Califórnia (Berkeley), é baseadoem técnicas <strong>de</strong> elementos finitos. A carga é aplicada através <strong>de</strong> uma área <strong>de</strong> contactocircular que simula uma roda simples equivalente. Permite análises com elasticida<strong>de</strong>não-linear, <strong>de</strong>vendo o usuário, neste caso, fornecer as equações <strong>de</strong> resiliência dosmateriais constituintes da estrutura.b) Programa ELSYM5: também <strong>de</strong>senvolvido na Universida<strong>de</strong> da Califórnia, o programabaseia-se na teoria da elasticida<strong>de</strong>, esten<strong>de</strong>ndo a teoria <strong>de</strong> Burmister ao caso <strong>de</strong> cincocamadas. Não permite análises não-lineares, obrigando o projetista a selecionar seuconjunto <strong>de</strong> valores modulares com critério, <strong>de</strong> forma a procurar contornar a questão danão-linearida<strong>de</strong> sem a introdução <strong>de</strong> erros na análise. No ELSYM5 trabalha-se atécom 10 ( <strong>de</strong>z ) cargas <strong>de</strong> mesmo valor e mesma pressão <strong>de</strong> inflação, tornando oprograma bastante apropriado para a análise do efeito <strong>de</strong> eixos compostos por rodamúltiplas.MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 138Uma série <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los e programas <strong>de</strong> computador estão disponíveis para se calcular astensões e <strong>de</strong>formações provocadas pelas cargas <strong>de</strong> roda em uma estrutura <strong>de</strong> pavimento.No que diz respeito à sua escolha e modo <strong>de</strong> utilização, as seguintes observações <strong>de</strong>vemser feitas:a) a teoria <strong>de</strong> camadas elásticas, on<strong>de</strong> cada camada é simulada por um meio elásticolinear, homogêneo e isotrópico, é o mo<strong>de</strong>lo estrutural mais simples capaz <strong>de</strong> reproduziras tensões e <strong>de</strong>formações tidas em pavimentos instrumentados. Mo<strong>de</strong>los queincorporem a <strong>de</strong>pendência dos módulos <strong>de</strong> elasticida<strong>de</strong> <strong>de</strong> solos e <strong>de</strong> materiaisgranulares em função do estado <strong>de</strong> tensões tem representado um aperfeiçoamento útilna prática. Outros mo<strong>de</strong>los mais complexos, que incluam os efeitos <strong>de</strong> : anisotropia,trajetória <strong>de</strong> tensões efetivas no ensaio triaxial e viscoelasticida<strong>de</strong> têm encontradoaplicação prática em problemas específicos e ainda não pu<strong>de</strong>ram ser incorporados aosprojetos rotineiros;b) os mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> previsão <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho do tipo mecanístico-empírico estão calibradospara um <strong>de</strong>terminado mo<strong>de</strong>lo estrutural, o qual compreen<strong>de</strong>:– um processo para cálculo <strong>de</strong> tensões e <strong>de</strong>formações; e– uma forma <strong>de</strong> se consi<strong>de</strong>rar as proprieda<strong>de</strong>s elásticas dos materiais (módulos <strong>de</strong>resiliência, por exemplo).Assim, esses mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> previsão <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho são <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes do mo<strong>de</strong>lo estruturalassociado, não se po<strong>de</strong>ndo aplicá-los com outros mo<strong>de</strong>los estruturais.Finalmente, embora o aperfeiçoamento progressivo dos mo<strong>de</strong>los estruturais sejaimportante para se elevar a confiabilida<strong>de</strong> dos mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> previsão <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenhomecanístico-empíricos, a situação atual é a <strong>de</strong> que as maiores incertezas se encontram nacalibração experimental dos mo<strong>de</strong>los. Assim, antes <strong>de</strong> se aplicar mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong>ste tipo, éfundamental reavaliar-se os fatores <strong>de</strong> calibração utilizando-se os dados <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenholocais ou regionais disponíveis.5.4.5 MODELOS DE PREVISÃO DE DESEMPENHOUm mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> previsão <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho é chamado “empírico” quando se constitui <strong>de</strong> umacorrelação direta entre alguns parâmetros relacionados ao <strong>de</strong>sempenho do pavimento e aevolução dos <strong>de</strong>feitos ou queda da serventia. Os mo<strong>de</strong>los do tipo “mecanístico-empírico” jáforam comentados no item 5.4.Em outra classificação, os mo<strong>de</strong>los po<strong>de</strong>m ser “<strong>de</strong>terminísticos”, quando prevêem umúnico valor para a condição futura do pavimento, ou “probabilísticos”, quando fornecem aspossibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> diversas condições. Em projetos, os mo<strong>de</strong>los mais a<strong>de</strong>quados são os<strong>de</strong>terminísticos do tipo mecanístico-empírico, enquanto que, em Sistemas <strong>de</strong> Gerência <strong>de</strong><strong>Pavimentos</strong> em nível <strong>de</strong> re<strong>de</strong>, os mo<strong>de</strong>los probabilísticos do tipo empírico são preferíveis.No caso <strong>de</strong> estruturas <strong>de</strong> pavimentos flexíveis, as respostas elásticas <strong>de</strong> maior interessepara a análise mecanística são, respectivamente:MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 139a) a <strong>de</strong>formação específica horizontal <strong>de</strong> tração na fibra inferior do revestimento asfáltico (ε t ), parâmetro este vinculado à vida da estrutura quanto à fadiga, eb) a <strong>de</strong>formação específica vertical <strong>de</strong> compressão no topo <strong>de</strong> subleito (ε z ), associável aoacúmulo <strong>de</strong> <strong>de</strong>formações permanentes e à conseqüente <strong>de</strong> formação nas trilhas <strong>de</strong>roda.A vinculação <strong>de</strong>stas respostas elásticas ao número terminal <strong>de</strong> solicitações do eixo-padrão(critério <strong>de</strong> falha) po<strong>de</strong> ser obtida através <strong>de</strong> ensaios laboratoriais ou a partir daobservação em serviço <strong>de</strong> pavimentos. No caso do uso <strong>de</strong> resultados <strong>de</strong>rivados <strong>de</strong> ensaioslaboratoriais é freqüente a introdução <strong>de</strong> um fator <strong>de</strong> ajuste às condições <strong>de</strong> campo,<strong>de</strong>nominado “fator laboratório-campo”.No caso específico <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> reforço em que o revestimento do pavimento existenteesteja severamente trincado, <strong>de</strong>ve-se consi<strong>de</strong>rar a reflexão <strong>de</strong> trincas para as camadasasfálticas <strong>de</strong> recapeamento.Em termos <strong>de</strong> proteção contra fadiga dos revestimentos asfálticos, os mo<strong>de</strong>los a seremaplicados <strong>de</strong>veriam ser capazes <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar duas fases no processo <strong>de</strong> trincamento:a) o início do trincamento, quando o revestimento se encontra íntegro. Ao final <strong>de</strong>sta fase,surgem as primeiras trincas <strong>de</strong> fadiga na superfície;b) a programação das trincas do revestimento, quando as trincas, originalmente isoladas,aumentam <strong>de</strong> comprimento e se interligam.A previsão da duração da primeira fase po<strong>de</strong> ser feita por meio <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los, segundo Pinto(1991), do tipo:on<strong>de</strong>:N 0 = k (1 / ε t ) n x f = N flab x fN 0 = número <strong>de</strong> repetições da carga que produz a <strong>de</strong>formação máxima <strong>de</strong> tração ε t ,requerido para o surgimento das primeiras trincas <strong>de</strong> fadiga na superfície;f = fator laboratório-campo “shift factor”, responsável pelo ajuste das previsões da equação<strong>de</strong> fadiga <strong>de</strong> laboratório (N flab ) para se reproduzir o que se observa no campo;k, n = constantes da equação <strong>de</strong> fadiga <strong>de</strong> laboratório.A <strong>de</strong>formação <strong>de</strong> tração (ε t ) po<strong>de</strong> ser calculada pela teoria <strong>de</strong> camadas elásticas. O fator<strong>de</strong> calibração f é responsável pela inclusão dos parâmetros que não pu<strong>de</strong>ram serexplicados pelo mo<strong>de</strong>lo, tais como as condições climáticas e características específicas dotráfego atuante.Para segunda fase, <strong>de</strong>ve-se estimar o número adicional <strong>de</strong> repetições <strong>de</strong> carga necessário(N), para que seja atingida uma certa extensão do trincamento <strong>de</strong> superfície - TR (porexemplo, 30%).MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 140O número total <strong>de</strong> repetições <strong>de</strong> carga, referente à percentagem <strong>de</strong> área trincada TR, édado, portanto, por:N (TR) = N 0 + ΔN (TR)A consi<strong>de</strong>ração das duas fases do trincamento é essencial para se evitar conclusõeserrôneas quando se compara o <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong> seções <strong>de</strong> projeto alternativas. Assim, seduas seções com espessuras <strong>de</strong> revestimento asfáltico diferentes mas a <strong>de</strong>formação <strong>de</strong>tração (E t ) na sua fibra interior é idêntica, a formação das primeiras trincas <strong>de</strong> fadiga serásimultânea em ambas as seções, mas a seção mais espessa levará mais tempo paraapresentar uma certa percentagem <strong>de</strong> área trincada, por ser a programação <strong>de</strong> trincasmais lenta no revestimento mais espesso.5.4.6 ANÁLISE TENSIONALA <strong>de</strong>finição da estrutura <strong>de</strong> pavimento mais apropriada, a partir <strong>de</strong> uma análisemecanística, envolve a necessida<strong>de</strong> do estudo <strong>de</strong> um conjunto <strong>de</strong> estruturas, buscando-sepor tentativas aquela que proporcione um melhor equilíbrio.O problema po<strong>de</strong> ser melhor equacionado concebendo-se inicialmente um plano fatorial doestudo, no qual estabelecem-se variações entre os parâmetros <strong>de</strong> interesse para a análise( valores modulares, no caso <strong>de</strong> se po<strong>de</strong>r contar com materiais distintos ou formulaçõesdiferenciadas para misturas, e espessuras ).No caso específico da aplicação <strong>de</strong> uma análise mecanística ao dimensionamento doreforço <strong>de</strong> um pavimento, a <strong>de</strong>finição dos módulos da estrutura existente <strong>de</strong>ve ser feita portécnicas <strong>de</strong> retroanálise sobre <strong>de</strong>formadas, conhecidas previamente as espessuras dascamadas existentes superpõe-se o reforço, compondo-se o plano fatorial a partir <strong>de</strong>variações impostas às suas espessuras ou mesmo a valores modulares.Cada uma das estruturas integrantes da matriz fatorial é submetida à análise tensionalatravés do programa selecionado, <strong>de</strong>terminando-se as respostas elásticas <strong>de</strong> interesse.A seguir, calculam-se os números terminais <strong>de</strong> solicitações do eixo-padrão (Nf), aplicandoseos critérios <strong>de</strong> falha admitidos como válidos. É usual para a análise <strong>de</strong> pavimentosflexíveis verificar a questão da fadiga do revestimento asfáltico, com base na <strong>de</strong>formaçãoespecífica horizontal <strong>de</strong> tração na fibra inferior do revestimento, e o acúmulo <strong>de</strong><strong>de</strong>formações permanentes ao nível do subleito.Consi<strong>de</strong>rando-se as características das estruturas do plano fatorial, traçam-se curvas <strong>de</strong>variação do número terminal <strong>de</strong> solicitações (Nf) em função das espessuras e/ou módulosresilientes.A partir do parâmetro <strong>de</strong> tráfego expectável para a vida <strong>de</strong> projeto pré-<strong>de</strong>finida, atua-se nascurvas <strong>de</strong> dimensionamento estabelecidas, por interpolação, buscando-se selecionar oconjunto <strong>de</strong> valores ( espessuras e/ou módulos ) que aten<strong>de</strong>, simultaneamente, aoscritérios <strong>de</strong> fadiga do revestimento e acúmulo <strong>de</strong> <strong>de</strong>formações permanentes.MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 1415.5 MÉTODOS DE REFORÇONa <strong>de</strong>scrição <strong>de</strong> metodologias mostradas a seguir, não se preten<strong>de</strong> aprofundar, nemensinar passo a passo, como dimensionar uma estrutura <strong>de</strong> reforço <strong>de</strong> um pavimento. Aforma <strong>de</strong> exposição dos métodos apenas preten<strong>de</strong> proporcionar ao técnico a compreensãogeral do procedimento <strong>de</strong> dimensionamento. Aqueles que <strong>de</strong>sejarem se <strong>de</strong>dicar comoprojetistas <strong>de</strong>verão sempre procurar as normas e as publicações especializadas dosdiversos organismos rodoviárias e, estudá-las, para obter completo domínio sobre oassunto.Os Métodos normalizados pelo DNER são os seguintes:a) DNER-PRO 10/79 - Método Ab) DNER-PRO 11/79 - Método Bc) Método do Instituto do Asfaltod) DNER-PRO 249/94 -Método da Resiliência (TECNAPAV)5.5.1 DNER-PRO 10/79 - MÉTODO AO PRO-10/79 é um dos procedimentos normalizados pelo DNER para o dimensionamento<strong>de</strong> reforços. Seus princípios básicos <strong>de</strong>rivaram do trabalho: “Análise das Condições <strong>de</strong>Deformabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Reforços com Base na Experiência Californiana” (PEREIRA, A.M. -1975). Neste trabalho o autor proce<strong>de</strong> à adaptação do método <strong>de</strong> dimensionamento entãoadotado pela California Division of Highways (antiga CDH, atual CALTRANS), propondoentre outras inovações, soluções nomográficas que eliminavam a interativida<strong>de</strong> inerente aométodo.5.5.1.1 PROCEDIMENTOS PRELIMINARESEsta norma tem como principal objetivo estabelecer os procedimentos necessários para aavaliação estrutural dos pavimentos flexíveis existentes, apontar as causas <strong>de</strong> suas<strong>de</strong>ficiências e fornecer elementos para o cálculo do reforço necessário para um pavimentosuportar por mais algum tempo a aplicação <strong>de</strong> cargas.O método baseia-se na relação entre a gran<strong>de</strong>za das <strong>de</strong>flexões recuperáveis e o<strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong> pavimentos flexíveis. Segundo este método, a evolução das <strong>de</strong>flexõesrecuperáveis ao longo da vida <strong>de</strong> um pavimento po<strong>de</strong> se dar em três fases, como<strong>de</strong>monstrado na Figura 32, a saber:a) Fase <strong>de</strong> consolidação - a <strong>de</strong>flexão <strong>de</strong>cresce <strong>de</strong>vido a consolidação adicional provocadapela ação do tráfego;b) Fase elástica - a <strong>de</strong>flexão permanece com valores praticamente constantes;c) Fase <strong>de</strong> fadiga - caracteriza-se por um acelerado crescimento do valor da <strong>de</strong>flexão<strong>de</strong>vido a perda <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> estrutural das camadas do pavimentoMT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 142O estudo para a avaliação estrutural do pavimento existente e suas <strong>de</strong>ficiências forneceuma idéia geral <strong>de</strong> sua constituição, das solicitações já suportadas, bem como as que irásuportar. Compreen<strong>de</strong> os seguintes procedimentos preliminares:a) Levantamento histórico -• Data da entrega ao tráfego.• Número N <strong>de</strong> projeto, tráfego atual e futuro do pavimento.• Informações sobre o projeto.• Características do subleito, e das camadas constituídas do pavimento.b) Prospecção preliminar - poços <strong>de</strong> sondagem i<strong>de</strong>ntificando:• Espessura das camadas do pavimento.• Caracterização, umida<strong>de</strong>s, <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>s, compactação e CBR dos materiaisgranulares.• Caracterização dos misturas betuminosas.c) Prospecção <strong>de</strong>finitiva -• <strong>de</strong>terminação das <strong>de</strong>flexões recuperáveis;• inventários <strong>de</strong> superfície;• sondagens <strong>de</strong> revestimento;• sondagens complementaresFigura 34 - Fases da vida <strong>de</strong> um pavimento (número N)DEFLEXÕESDEFLEXÃO ADMISSÍVEL(Limite <strong>de</strong> ruptura)Fase <strong>de</strong> consolidação Fase elástica Fase <strong>de</strong> fadigaNúmero “N” <strong>de</strong> repetições <strong>de</strong> CargaOs resultados dos estudos <strong>de</strong>fletométricos <strong>de</strong> superfície e das prospecções realizadas sãorepresentados graficamente objetivando facilitar a divisão do trecho em segmentoshomogêneos.MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 143Após <strong>de</strong>finidos os segmentos homogêneos calcula-se para cada um <strong>de</strong>stes segmentos, a<strong>de</strong>flexão média (x ) e o <strong>de</strong>svio padrão (σ ), proce<strong>de</strong>ndo a eliminação dos valores fora dointervalo, x + zσ , on<strong>de</strong> z é estimado em função <strong>de</strong> "n", mediante o critério constante emtabela apresentada na norma.Após esse procedimento, <strong>de</strong>fine-se então a chamada <strong>de</strong>flexão característica D c como amédia dos valores contidos no intervalo <strong>de</strong> aceitação, somada ao <strong>de</strong>svio padrão dasmedidas; D c = x + σ .O método recomenda ainda que para chegar a <strong>de</strong>flexão <strong>de</strong> projeto, <strong>de</strong>ve-se ajustar a<strong>de</strong>flexão característica por um fator <strong>de</strong> pon<strong>de</strong>ração sazonal (F s ), que é função da estaçãona qual foram realizados os ensaios e do tipo <strong>de</strong> solo <strong>de</strong> fundação do pavimento.Cumpre ressaltar que a norma consi<strong>de</strong>ra <strong>de</strong>flexões que correspondam a eixos <strong>de</strong> carga <strong>de</strong>4,8 tf, enquanto que as medições são normalmente executadas com carga <strong>de</strong> 8,2 tf. Assimsendo, <strong>de</strong>verão ser efetuadas conversões, conforme será explicado mais adiante.,5.5.1.2 DIRETRIZES DE PROJETOA norma faz também consi<strong>de</strong>rações sobre os critérios para fixação <strong>de</strong> diretrizes a seremconsi<strong>de</strong>radas no projeto, que é baseado tanto nos resultados do inventário do estado dopavimento, conforme a DNIT 006/2003-PRO, bem como nos da análise <strong>de</strong>fletométrica. ATabela 22 apresenta o critério para o estabelecimento <strong>de</strong> diretrizes <strong>de</strong> projeto.Aos símbolos incluídos na tabela que resume os critérios para a fixação <strong>de</strong> diretrizes <strong>de</strong>projeto, correspon<strong>de</strong>m os seguintes significados:IGG = Índice <strong>de</strong> Gravida<strong>de</strong> Global (DNIT 006/2003-PRO);F = Valor médio das flechas nas trilhas <strong>de</strong> roda;AP% = porcentagem <strong>de</strong> afundamentos plásticos <strong>de</strong> reconhecida gravida<strong>de</strong>;Do = <strong>de</strong>flexão <strong>de</strong> projeto, referida a carga <strong>de</strong> 4,8 tf;D adm = <strong>de</strong>flexão admissível pelo pavimento existente, referida a carga <strong>de</strong> 4,8 t, em seconsi<strong>de</strong>rando o tráfego que ele suportaria durante o período compreendido entre a data <strong>de</strong>sua colocação em serviço e a data correspon<strong>de</strong>nte ao final do período <strong>de</strong> projetoestabelecido para efeito <strong>de</strong> análise.MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 144Tabela 22 - Critério para o estabelecimento das diretrizes <strong>de</strong> projetoIGG F e AP % d 0 e d adm Decisão quanto ao aproveitamento da estrutura existentee quanto às medidas corretivas a serem levadas em contano projetoIGG ≤ 180F ≤ 30mmeAP %≤ 33%F > 30mmeAP % > 33%d 0 ≤ d adm3d adm ≥ d 0 >d admd 0 > 3d adm─────IGG > 180 ───── ─────1. Aproveitamento total do valor residual do pavimento existente.2. Programação <strong>de</strong> reparos locais, se necessário.3. Programação <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong> rejuvenescimento, se necessário.1. Aproveitamento total do valor residual do pavimento existente.2. Programação <strong>de</strong> reparos locais, se necessário.3. Projeto <strong>de</strong> reforço com base no critério <strong>de</strong> <strong>de</strong>formabilida<strong>de</strong>.1. Aproveitamento total ou parcial do valor residual do pavimentoexistente.2. Programação <strong>de</strong> reparos locais, se necessário.3. Projeto <strong>de</strong> reforço com base no critério <strong>de</strong> <strong>de</strong>formabilida<strong>de</strong> eprojeto <strong>de</strong> reforço com base no critério <strong>de</strong> resistência, no caso <strong>de</strong>aproveitamento total do valor residual do pavimento existente.Projeto <strong>de</strong> nova estrutura com base no critério <strong>de</strong> resistência, nocaso <strong>de</strong> aproveitamento parcial do valor residual do pavimentoexistente.1. Aproveitamento total ou parcial do valor residual do pavimentoexistente.2. Programação <strong>de</strong> reparos locais.3. Projeto <strong>de</strong> reforço com base no critério <strong>de</strong> resistência, no caso <strong>de</strong>aproveitamento total do valor residual do pavimento existente.Projeto <strong>de</strong> nova estrutura com base no critério <strong>de</strong> resistência, nocaso <strong>de</strong> aproveitamento parcial do valor residual do pavimentoexistente.Remoção parcial ou total do pavimento existente e sua substituiçãoparcial ou total por nova estrutura projetada com base no critério <strong>de</strong>resistência.5.5.1.3 FUNDAMENTOSBasicamente a experiência da CDH em projetos <strong>de</strong> reforços, respaldada por apreciávelacervo experimental, po<strong>de</strong> ser resumida em dois nomogramas, que vinculavam asseguintes variáveis:a) Nomograma A : <strong>de</strong>flexão admissível versus parâmetro <strong>de</strong> tráfego.Este nomograma expressa uma tendência toda particular do método, qual seja: a <strong>de</strong>flexãoadmissível é uma função não só do tráfego previsto como da espessura da camada críticada estrutura em termos <strong>de</strong> <strong>de</strong>formabilida<strong>de</strong>. Assim, em igualda<strong>de</strong> das <strong>de</strong>mais condições,um revestimento em concreto asfáltico com 4cm <strong>de</strong> espessura teria condições <strong>de</strong> suportaruma <strong>de</strong>flexão superior aquela tolerada por uma camada <strong>de</strong> mesma constituição, porémcom espessura <strong>de</strong> 7cm. Além <strong>de</strong> enfocar o problema dos revestimentos em concretoasfáltico, o ábaco fornece relações aplicáveis a pavimentos com base cimentada e tambémpara pavimentos flexíveis com revestimento em tratamento superficial. Apóstransformações, o Nomograma A <strong>de</strong>u origem ao Nomograma 1 da PRO - 10/79.MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 145b) Nomograma B: redução percentual <strong>de</strong> <strong>de</strong>flexão (Δ) versus espessura do reforçoexpressa em termos <strong>de</strong> material granular.Este nomograma permite estimar a eficácia <strong>de</strong> uma certa solução <strong>de</strong> reforço, em tempos<strong>de</strong> sua potencialida<strong>de</strong> para proporcionar a redução nos níveis <strong>de</strong> <strong>de</strong>flexão vigentes sobre opavimento existente A redução percentual <strong>de</strong> <strong>de</strong>flexão é calculada em função da <strong>de</strong>flexãomedida sobre o pavimento existente (d 0 ) e da <strong>de</strong>flexão prevista sobre o reforço (d h ), que éfeita igual à <strong>de</strong>flexão admissível pela camada crítica do reforço (d adm )( )Δ = d 0 − d hd0x 100 (%)A espessura equivalente em termos <strong>de</strong> material granular é <strong>de</strong>terminada mediante utilização<strong>de</strong> coeficientes estruturais específicos do método. O Nomograma B correspon<strong>de</strong> aoNomograma 5 da PRO-10/79.Cumpre observar as seguintes particularida<strong>de</strong>s inerentes ao método californiano:− As <strong>de</strong>flexões são referidas à carga <strong>de</strong> eixo <strong>de</strong> 6,8 tf, havendo necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong>conversão das <strong>de</strong>flexões medidas no Brasil, on<strong>de</strong> a carga é <strong>de</strong> 8,2 tf. levando emconsi<strong>de</strong>ração este fato e as diferenças existentes entre os dois procedimentos <strong>de</strong>ensaio, a conversão é feita pela expressão:−d 6,8 = 0,7 x d 8,2O parâmetro <strong>de</strong> tráfego californiano é o índice <strong>de</strong> tráfego IT, calculado pela expressão:IT = 1,30 (EWL) 0,12on<strong>de</strong> a variável EWL representa o número equivalente <strong>de</strong> operações do eixo-padrão <strong>de</strong>10000 lb (4,4 tf), calculado pela aplicação dos fatores <strong>de</strong> equivalência <strong>de</strong> cargasespecíficos do método.O material <strong>de</strong> referência consi<strong>de</strong>rado para as equivalências estruturais é o pedregulhocaliforniano.Utilizando o Nomograma 1, citado anteriormente, estima-se inicialmente a <strong>de</strong>flexãoadmissível pelo revestimento na situação mais crítica em termos <strong>de</strong> <strong>de</strong>formabilida<strong>de</strong> daestrutura, ou seja: a espessura do revestimento em mistura <strong>de</strong>nsa.Combinando-se as variáveis acima citadas a norma permite <strong>de</strong>finir a estratégia a seradotada, sendo possíveis as seguintes alternativas:−−−−execução somente <strong>de</strong> reparos locais;aplicação <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong> rejuvenescimento;execução <strong>de</strong> reforço dimensionado por critério <strong>de</strong> <strong>de</strong>formabilida<strong>de</strong>;execução <strong>de</strong> reforço dimensionado por critério <strong>de</strong> resistência;MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 146−remoção total ou parcial da estrutura e dimensionamento <strong>de</strong> nova estrutura por critério<strong>de</strong> resistência.As estruturas existentes que trabalham em regime não elástico são consi<strong>de</strong>radasincompatíveis com a aplicação <strong>de</strong> critérios <strong>de</strong>flectométricos. isto é caracterizado na PRO-10/79 pela ocorrência excessiva <strong>de</strong> afundamentos plásticos e/ou <strong>de</strong> flechas <strong>de</strong> valorelevado.Caso a opção seja por reforço dimensionado por <strong>de</strong>formabilida<strong>de</strong>, a norma continua sendoaplicada. Faz-se uma análise prévia da viabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> execução <strong>de</strong> reforço exclusivamentecom mistura <strong>de</strong>nsa (concreto asfáltico) e se for necessário, analisa-se a alternativa <strong>de</strong>reforço composto por duas ou mais camadas.5.5.1.4 VIABILIDADE DO REFORÇO COM MISTURA DENSAA vinculação da <strong>de</strong>flexão admissível à espessura da camada crítica da estrutura leva ànecessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se analisar o comportamento do reforço composto por mistura <strong>de</strong>nsa <strong>de</strong>relação ao revestimento do pavimento existente. Se ambos trabalharem solidários, aespessura a consi<strong>de</strong>rar para a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> d adm será a soma da espessura do reforço coma do revestimento atual. Caso não haja trabalho solidário, a espessura do próprio reforçovai governar a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> d adm .A análise <strong>de</strong>stinada a verificação da viabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> construção do reforço exclusivamentecom concreto betuminoso envolve as seguintes etapas.a) Definição ou cálculo dos seguintes elementos:−Número "N p " (8,2 tf) referido ao período <strong>de</strong> projeto.− Índice <strong>de</strong> tráfego IT p (função <strong>de</strong> "N p ").−Espessura da camada crítica "h e " quanto a flexibilida<strong>de</strong>.− Nível <strong>de</strong> <strong>de</strong>flexão sobre o pavimento existente (eixo <strong>de</strong> carga 4,8 t ).−−−−Porcentagem da área com <strong>de</strong>feito do tipo FC-1.Porcentagem da área com <strong>de</strong>feito do tipo FC-2.Porcentagem da área com <strong>de</strong>feito do tipo FC-3.Índice <strong>de</strong> Fissuração IF do revestimento atual, <strong>de</strong>finido pela equação:IF = 0,250 (FC-1) + 0,425 (FC-2) + (FC-3)−Porcentagem da área com a presença <strong>de</strong> trincas interligadas,[(FC-2) + (FC-3)].Estabelecimento da condição <strong>de</strong> fissuração do revestimento do pavimento existente,através da análise dos valores <strong>de</strong> FC-3 e do somatório (FC-2)+(FC-3).MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 147Para se analisar se o reforço trabalha ou não <strong>de</strong> forma solidária ao revestimento existente,levam-se em consi<strong>de</strong>ração as condições <strong>de</strong> fissuração levantadas por ocasião doinventário (PRO-08/94). Os estados da superfície, que <strong>de</strong>finirão os caminhos a seremseguidos, são função da incidência <strong>de</strong> trincas <strong>de</strong> classe 2 e 3, a saber:• Condição (a) FC-3 < 20% e (FC-2) + (FC-3) > 80%• Condição (b) FC-3 < 20% e (FC-2) + (FC-3) < 80%• Condição (c) FC-3 > 20% e (FC-2) + (FC-3) > 80%• Condição (d) FC-3 > 20% e (FC-2) + (FC-3) < 80%b) Determinação da espessura mínima <strong>de</strong> reforço.As condições (a) e (c) representam pavimentos altamente comprometidos por trincasinterligadas, sendo esperado que o reforço vá funcionar <strong>de</strong> forma <strong>de</strong>svinculada. Nascondições (b) e (d) ocorre a situação inversa.A importância da % FC - 3 está ligada ao problema <strong>de</strong> reflexão <strong>de</strong> trincas, sendo críticasneste sentido as condições (c) e (d). Nestas duas situações, o reforço <strong>de</strong>verá ter umaespessura suficientemente elevada (10 cm) para prevenir a reflexão precoce <strong>de</strong> trincas.Nas condições (a) e (b), esta preocupação não ocorre.A respeito da <strong>de</strong>finição das espessuras mínimas <strong>de</strong> reforço, a norma consi<strong>de</strong>rada ainda aquestão executiva (mínimo 4 cm) e a proteção do material subjacente ao revestimentoexistente, esta última através do Nomograma 3.Definida a espessura mínima, <strong>de</strong>vemos verificar se o reforço tem condições <strong>de</strong> suportar avida <strong>de</strong> projeto em função das consi<strong>de</strong>rações fornecidas pela experiência da CDH. Comauxílio do Nomograma 4 é possível executar-se a análise <strong>de</strong> viabilida<strong>de</strong>, que permitirá<strong>de</strong>finir:− se é exeqüível o reforço exclusivamente composto por mistura <strong>de</strong>nsa e,− quais os limites do campo <strong>de</strong> variação <strong>de</strong> suas espessuras que são satisfatórias emtermos <strong>de</strong> <strong>de</strong>formabilida<strong>de</strong>.A aplicação do nomograma 4 <strong>de</strong>ve ser feita <strong>de</strong> forma muito cautelosa, para se evitar erros<strong>de</strong> interpretação. Esta observação é particularmente importante para análises dascondições (b) e (d), on<strong>de</strong> se faz necessário o traçado <strong>de</strong> uma curva auxiliar, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte daespessura da camada crítica existente.O índice <strong>de</strong> tráfego a consi<strong>de</strong>rar na análise contempla o tráfego previsto para o novoperíodo <strong>de</strong> projeto (IT p ).5.5.1.5 REFORÇO COMPOSTO POR MÚLTIPLAS CAMADASCaso não seja viável a execução <strong>de</strong> reforço exclusivamente composto por mistura <strong>de</strong>nsa, anorma prevê a interposição <strong>de</strong> uma ou mais camadas intermediárias, <strong>de</strong> maior flexibilida<strong>de</strong>MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 148em relação ao concreto asfáltico do revestimento (pré-misturado aberto usinado a quente,por exemplo). Com esta medida, a <strong>de</strong>flexão admissível passará a ser governada pelopróprio revestimento do reforço.Define-se inicialmente a espessura do revestimento em concreto asfáltico, no Nomograma3, em função do material escolhido para a camada intermediária e do tráfego previsto parao novo período <strong>de</strong> projeto (IT p ).Com auxílio do Nomograma 1, estima-se a <strong>de</strong>flexão admissível pela camada crítica daestrutura, em função <strong>de</strong> sua espessura e <strong>de</strong> IT p . A seguir faz-se com que a <strong>de</strong>flexãoprevista sobre o reforço (d h ) seja igual à admissível e, a partir da <strong>de</strong>flexão vigente (d 0 ),calcula-se a redução percentual <strong>de</strong> <strong>de</strong>flexão necessária (Δ).Com auxílio do Nomograma 5, estima-se a espessura total <strong>de</strong> reforço H, expressa emtermos <strong>de</strong> pedregulho, requerida para proporcionar a redução percentual Δ. Finalmente,aplicando-se os coeficientes estruturais previstos no método, é possível <strong>de</strong>finir a (s)espessura (s) da (s) camada (s) intermediária (s).5.5.1.6 COMENTÁRIOSA DNER-PRO-10/79 é uma norma que tem embasamento experimental bastantesignificativo, muito embora reconheçam-se as dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong>correntes da adaptação <strong>de</strong>métodos empíricos oriundos <strong>de</strong> países <strong>de</strong> clima temperado.Os critérios adotados para a fixação das espessuras <strong>de</strong> proteção do material subjacente aoconcreto asfáltico, consubstanciados no Nomograma 3, parecem conduzir a valores algoconservadores, que levam a um dimensionamento seguro, porém com reflexos no custoinicial <strong>de</strong> construção.É interessante notar que o aumento da espessura do revestimento em concreto asfálticono reforço composto por duas camadas, não produz redução na espessura da camadaintermediária, como po<strong>de</strong>ria se imaginar em primeira análise. Isto se explica da seguintemaneira: o aumento da espessura do revestimento provoca queda na <strong>de</strong>flexão admissívelpelo reforço (Nomograma 1); com isto, é necessário aumentar a espessura da camadaintermediária, para obter a redução percentual <strong>de</strong> <strong>de</strong>flexão requerida.A utilização da norma PRO-10/79 é bastante trabalhosa, envolvendo o uso <strong>de</strong> diversosábacos e diversas etapas <strong>de</strong> cálculo. É possível, no entanto, informatizar a sua aplicação,tornando o seu uso simples e rápido.5.5.2 DNER-PRO 11/79 - MÉTODO BO PRO-11/79 é também um dos procedimentos normalizados pelo DNER para odimensionamento <strong>de</strong> reforços. Seus princípios básicos <strong>de</strong>rivaram <strong>de</strong> trabalhos realizadospelo Engº Bolívar Lobo Carneiro, a partir <strong>de</strong> estudos do Engº Celestino Ruiz, da Argentina.MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 149Este método tem sido bastante empregado no Brasil em virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> sua gran<strong>de</strong>simplicida<strong>de</strong>.5.5.2.1 PROCEDIMENTOS PRELIMINARESOs procedimentos preliminares <strong>de</strong> obtenção dos dados <strong>de</strong>sse método <strong>de</strong> avaliação edimensionamento são os mesmos da PRO 10/79, ou seja:a) dados do levantamento histórico;b) dados da prospecção preliminar; ec) dados da prospecção <strong>de</strong>finitiva.A partir do inventário <strong>de</strong> superfície (DNER-ES 128/83) e das <strong>de</strong>flexões recuperáveis(DNER ME 24/94), divi<strong>de</strong>-se o trecho em segmentos homogêneos; para cada segmento<strong>de</strong>termina-se estatisticamente a <strong>de</strong>flexão <strong>de</strong> projeto D p como <strong>de</strong>scrito na PRO 10/79.5.5.2.2 DIRETRIZES DE PROJETOApesar da norma se referir a inexistência <strong>de</strong> critérios universalmente aceitos quepossibilitem uma fácil tomada <strong>de</strong> posição com respeito a avaliação estrutural dospavimentos, ela propõe um critério para a fixação <strong>de</strong> diretrizes a serem tomadas, paraefeito da avaliação estrutural dos pavimentos, consi<strong>de</strong>rando os seguintes parâmetrosobtidos durante os estudos <strong>de</strong> reconhecimento:• N - Número <strong>de</strong> solicitações <strong>de</strong> eixos padrão <strong>de</strong> 8,2 tf• D p - Deflexão <strong>de</strong> projeto• R - Raio <strong>de</strong> curvatura• D adm - Deflexão admissível• IGG- Índice <strong>de</strong> Gravida<strong>de</strong> Global.Em função dos diversos parâmetros (D p , D adm e R) e baseado na Tabela 23 (Tabela III daNorma), procura-se:a) fixar quando serão necessários estudos complementares;b) <strong>de</strong>finir o critério para avaliação e cálculo do reforço;c) fazer recomendações quanto as medidas corretivas.5.5.2.3 FUNDAMENTOSUm dos fundamentos <strong>de</strong>ste método é que a <strong>de</strong>flexão máxima admissível (D adm ) para umpavimento flexível é função apenas do tráfego que o solicita, não <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo dascaracterísticas da estrutura do pavimento.MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 150O critério <strong>de</strong> <strong>de</strong>flexão admissível contido na PRO - 11/79 foi extraído <strong>de</strong> vários estudosrealizados no estrangeiro, e com observações no país para pavimentos flexíveisconstituídos <strong>de</strong> base granular e revestidos com concreto betuminoso. A equação para<strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> D adm , apresentada a seguir, correspon<strong>de</strong> a <strong>de</strong>flexões medidas com acarga padrão <strong>de</strong> 8,2 t por eixo.e está vinculado ao parâmetro <strong>de</strong> tráfego calculado combase em fatores <strong>de</strong> equivalência da USACE:log D adm = 3,01 - 0,174 log N USACETabela 23 - Critério para o estabelecimento das diretrizes <strong>de</strong> projetoHipóteseDados<strong>de</strong>flectométricosobtidosQualida<strong>de</strong>estruturalNecessida<strong>de</strong> <strong>de</strong>estudoscomplementaresCritério paracálculodo reforçoMedidascorretivasID p ≤ D admR ≥ 100 mBoa Não ──── Apenas correções<strong>de</strong> superfícieIIIIIIVD p > D admR ≥ 100 mD p > D admR < 100 mD p > D admR < 100 mSe D p ≤ 3 D admRegularSe D p > 3 D admMáNão Deflectométrico ReforçoSimDeflectométricoe ResistênciaRegular para má Sim Deflectométricoe ResistênciaReforço ouReconstruçãoReforço ouReconstruçãoMá Sim Resistência Reforço ouReconstruçãoV ──── MáO pavimentoapresenta<strong>de</strong>formaçõespermanentes erupturas plásticasgeneralizadas.(IGG > 160)Sim Resistência ReconstruçãoEsta expressão é também representada graficamente na norma. Se o pavimento forconstituído <strong>de</strong> base granular revestida com tratamento superficial, a <strong>de</strong>flexão admissívelobtida pela figura ou pela expressão <strong>de</strong>ve ser multiplicada por dois, para efeito <strong>de</strong>avaliação estrutural.Para pavimentos semi-rígidos com base <strong>de</strong> solo cimento ou <strong>de</strong> brita tratada com cimento,que não apresentem fissuração exagerada, <strong>de</strong>ve ser adotada como D adm a meta<strong>de</strong> do valorobtido pela expressão e ábaco apresentados, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do tipo <strong>de</strong> revestimento.MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 1515.5.2.4 DIMENSIONAMENTO DO REFORÇODefinida na avaliação estrutural a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> reforço e a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aplicação <strong>de</strong>critério <strong>de</strong>fletométrico, o cálculo da espessura <strong>de</strong> reforço em concreto asfáltico é feito naPRO - 11/79 <strong>de</strong> forma muito simples.Inicialmente calcula-se a <strong>de</strong>flexão admissível, pela expressão já apresentada, em funçãodo tráfego previsto para o novo período <strong>de</strong> projeto. A espessura <strong>de</strong> reforço em concretoasfáltico é então calculada pela expressão proposta pelo engenheiro argentino CelestinoRuiz, utilizando-se como argumentos a <strong>de</strong>flexão admissível e a <strong>de</strong>flexão Benkelman <strong>de</strong>projeto do segmento em análise, a saber:on<strong>de</strong>:h CB = k . logDDpadmh CB = espessura <strong>de</strong> reforço em concreto asfáltico ;d p = <strong>de</strong>flexão Benkelman <strong>de</strong> projeto, sob carga <strong>de</strong> 8,2 tf;d adm = <strong>de</strong>flexão admissível pelo reforço.k = fator <strong>de</strong> redução da <strong>de</strong>flexão (k = 40 para concreto asfáltico)Caso haja interesse do projetista em <strong>de</strong>smembrar o reforço em duas ou mais camadas e<strong>de</strong>terminar as espessuras das camadas não constituídas <strong>de</strong> concreto asfáltico, isto po<strong>de</strong>ser feito levando-se em conta os coeficientes estruturais <strong>de</strong>finidos no método. Estescoeficientes são similares àqueles contidos no Método <strong>de</strong> Projeto <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Flexíveisdo DNER.5.5.2.5 COMENTÁRIOSA norma PRO - 11/79 é <strong>de</strong> aplicação bastante simples. Os resultados obtidos indicamsistematicamente espessuras <strong>de</strong> reforço inferiores àquelas que são obtidas pela aplicaçãoda PRO - 10/79.É equivocado utilizar na PRO - 11/79 como parâmetro <strong>de</strong> tráfego o número N da AASHTO,pois o critério <strong>de</strong> <strong>de</strong>flexões admissíveis adotado se baseia, em suas origens, em fatores <strong>de</strong>equivalência <strong>de</strong> carga do Corpo <strong>de</strong> Engenheiros do Exército dos EEUU.5.5.3 DNER- PRO 159/85O procedimento 159/85 leva em consi<strong>de</strong>ração um dos principais conceitos da Gerência <strong>de</strong><strong>Pavimentos</strong>, qual seja: a análise <strong>de</strong> várias alternativas <strong>de</strong> reforço para um pavimento,mediante estudo do <strong>de</strong>sempenho funcional e estrutural <strong>de</strong> cada uma das alternativas, eseus correspon<strong>de</strong>ntes custos <strong>de</strong> construção e restauração ao longo da vida útilestabelecida.MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 152Para viabilizar a aplicação <strong>de</strong>ste conceito foram utilizadas as equações <strong>de</strong> previsão <strong>de</strong><strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong>senvolvidas na Pesquisa <strong>de</strong> Interrelacionamento <strong>de</strong> Custos Rodoviários(PICR), levado a cabo pelo DNER.5.5.3.1 PROCEDIMENTOS PRELIMINARESEm termos <strong>de</strong> levantamento <strong>de</strong> dados para utilização do método, o procedimento seassemelha aos da PRO10/79 e PRO 11/79, tanto na <strong>de</strong>terminação e <strong>de</strong>marcação dossegmentos homogêneos, como na mensuração das <strong>de</strong>flexões recuperáveis, sondagens, eensaios <strong>de</strong> caracterização dos materiais coletados.As principais diferenças no levantamento <strong>de</strong> dados e no cálculo <strong>de</strong> parâmetrosrepresentativos são as seguintes:a) o método para a avaliação da superfície (DNIT 007/2003-PRO) consi<strong>de</strong>ra as áreasafetadas pelos <strong>de</strong>feitos;b) são recomendados ensaios para <strong>de</strong>terminação do módulo <strong>de</strong> resiliência (M R ) dorevestimento existente e das camadas <strong>de</strong> base e sub-base (ME - 133/94);c) é necessária a medição da irregularida<strong>de</strong> longitudinal do segmento em estudo, quepo<strong>de</strong> ser obtida com aparelhos tipo resposta e convertidas em QI (cont/km); ed) o parâmetro <strong>de</strong> tráfego é quantificado em termos <strong>de</strong> número <strong>de</strong> eixos equivalentesobtidos com os fatores <strong>de</strong> equivalência da AASHTO.e) o trincamento <strong>de</strong>ve ser calculado através da expressão abaixo:TRTR = 100 iSon<strong>de</strong>: TR = porcentagem <strong>de</strong> trincamento;TR i = total das áreas com trincamento <strong>de</strong> classe 2 e 3, bem como panelas e remendos;S = área da superfície avaliada (m 2 ).f) o <strong>de</strong>sgaste <strong>de</strong>ve ser calculado através da seguinte expressão:on<strong>de</strong>: D = porcentagem <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgasteDi = total das áreas com <strong>de</strong>sgaste (m 2 )S = área da superfície <strong>de</strong> avaliação (m 2 )D = 100 SD ig) a característica <strong>de</strong> resistência do pavimento é expressa pelo número estruturalcorrigido (SNC) que <strong>de</strong>ve ser calculado através da expressão:NC = SN + 3,51 log CBR - 0,85 (log CBR) 2 - 1,43MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 153on<strong>de</strong> o valor <strong>de</strong> SN é o mesmo proposto pela AASHO, porém com pequenoaperfeiçoamento, pois consi<strong>de</strong>ra o valor do M R das camadas do pavimento para a<strong>de</strong>terminação do coeficiente <strong>de</strong> equivalência estrutural. As outras parcelas daformulação referem-se a contribuição do subleito através <strong>de</strong> seu CBR.h) <strong>de</strong>vem ser informadas as restrições construtivas, econômicas e <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho, assimcomo os custos unitários dos serviços <strong>de</strong> restauração. Todas essas informações<strong>de</strong>vem ser estabelecidas pelo órgão rodoviário, porém alguns limites máximos típicos<strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho são QI = 50 a 70 cont./km, TR = 15 a 40% e D = 15 a 40%.5.5.3.2 ANÁLISE DA CONDIÇÃO DO PAVIMENTO EXISTENTEOs valores máximos admissíveis estabelecidos nas restrições <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong>vem sercotejados com os valores <strong>de</strong> irregularida<strong>de</strong>, trincamento e <strong>de</strong>sgaste obtidos nolevantamento <strong>de</strong> campo. Como conseqüência po<strong>de</strong>rão ocorrer três situações, a saber:a) Situação I - não são atingidos quaisquer dos valores das restrições. Calcula-se então otrincamento e a irregularida<strong>de</strong> para o último ano do período <strong>de</strong> análise, com asequações <strong>de</strong> previsão disponíveis. Caso ambos os novos valores sejam iguais ouinferiores aos fixados pelas restrições <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho, não haverá necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong>restauração do pavimento; isto não ocorrendo, prossegue-se a análise segundo asituação II.b) Situação II - quaisquer dos valores das restrições são alcançados ao longo do período<strong>de</strong> análise. Calcula-se ano a ano a partir do primeiro ano <strong>de</strong> análise, a evolução dotrincamento e da irregularida<strong>de</strong>, utilizando-se das equações <strong>de</strong> previsão. O próximopasso é <strong>de</strong>terminar o ano no qual o primeiro dos parâmetros alcança o valor darestrição respectiva. Até este ano não é necessária a restauração, e a partir <strong>de</strong>ste, farse-áo estudo das alternativas <strong>de</strong> restauração.c) Situação III - nesta situação quaisquer dos valores das restrições são ultrapassados noinício do período <strong>de</strong> análise. É necessário neste caso, intervenção imediata <strong>de</strong>restauração, que <strong>de</strong>ve ser analisada conforme <strong>de</strong>scrito nos ítens seguintes.5.5.3.3 EQUAÇÕES DE DESEMPENHOMediante a análise do comportamento <strong>de</strong> trechos experimentais da PICR, foram<strong>de</strong>senvolvidos mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> previsão <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho vinculados a reforços <strong>de</strong> pavimentosflexíveis. Os trechos utilizados na pesquisa e que <strong>de</strong>ram origem aos mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> previsãoadotados foram observados por períodos variáveis <strong>de</strong> 2 a 8 anos. Os mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong>finidospermitem estabelecer:a) a evolução <strong>de</strong> trincamento <strong>de</strong> um pavimento existente com revestimento em concretobetuminoso (CBUQ);b) a evolução da irregularida<strong>de</strong> longitudinal <strong>de</strong> pavimentos com revestimento em CBUQou tratamento superficial (TS);MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 154c) a evolução do <strong>de</strong>sgaste <strong>de</strong> pavimento com revestimento em TS;d) a estimativa da irregularida<strong>de</strong> longitudinal após restauração em CBUQ;e) a evolução da irregularida<strong>de</strong> longitudinal <strong>de</strong> pavimento restaurado com CBUQ;f) a evolução do trincamento do pavimento restaurado com CBUQ;g) a evolução do <strong>de</strong>sgaste em pavimento restaurado com TS;h) a evolução do trincamento em pavimento restaurado com lama asfáltica (LA0, ei) a redução da <strong>de</strong>flexão após recapeamento5.5.3.4 RESTAURAÇÃO EM CONCRETO ASFÁLTICOA restauração em concreto asfáltico <strong>de</strong>ve ser analisada a partir da adoção da espessuramínima fixada, que recomenda-se seja igual a 3,0 cm. Em seguida, partindo-se do valordas irregularida<strong>de</strong>s longitudinais no início da restauração e da restrição <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenhosão efetuadas diversas iterações no intuito <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminar a menor espessura <strong>de</strong> concretoasfáltico que atenda as condições impostas.Determina-se em seguida, com as equações pertinentes, os valores <strong>de</strong> irregularida<strong>de</strong> etrincamento para o último ano <strong>de</strong> análise, po<strong>de</strong>ndo ocorrer os seguintes quatro casos:a) 1 o Caso QI Final< QI Máximoe TR Final< TR MáximoPara este caso, como os limites não foram atingidos, a análise é concluída adotando-sea alternativa estudada.b) 2 o Caso QI Final> QI Máximoe TR Final< TR MáximoRetorna-se a análise da irregularida<strong>de</strong> ano a ano, <strong>de</strong>terminando o ano limite da vida dopavimento. Des<strong>de</strong> que sejam atendidas as restrições <strong>de</strong> construção, a alternativa po<strong>de</strong>ser adotada, fixando-se o ano seguinte para a restauração. Se a duração forinsuficiente, <strong>de</strong>scarta-se a alternativa e aumenta-se a espessura do recapeamento atéatingir um valor que atenda as restrições do <strong>de</strong>sempenho.c) 3 o Caso QI Final< QI Máximoe TR Final> TR MáximoRealiza-se o mesmo procedimento do 2 o caso, porém analisando o trincamento, atéque seja encontrada uma alternativa que atenda as restrições do <strong>de</strong>sempenho.d) 4 o Caso QI Final> QI Máximoe TR Final> TR MáximoA análise agora é feita com as duas equações <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho, ano a ano, até quealgum parâmetro (QI ou TR) atinja a restrição. Ocorrendo com o QI, efetua-se a análiseconforme o 2 o caso. No caso do trincamento alcançar a restrição <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenhoprimeiro, <strong>de</strong>senvolve-se a análise segundo o indicado pelo 3 o caso, porém verificandosea evolução da irregularida<strong>de</strong>.MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 155Cada uma das alternativas tecnicamente viáveis <strong>de</strong>ve ser objeto alvo da análise daviabilida<strong>de</strong> econômica, através da adoção qualquer método <strong>de</strong> comparação entrealternativas <strong>de</strong> investimento, que são apresentadas no Capítulo 8 <strong>de</strong>ste <strong>Manual</strong>.Se for utilizado o método preconizado pela norma, os custos unitário <strong>de</strong> restauraçãoreferidos ao ano inicial da análise <strong>de</strong>vem ser cotejados com aqueles fornecidos pelasrestrições econômicas, <strong>de</strong>vendo ser consi<strong>de</strong>radas viáveis todas as alternativas queapresentam custos iguais ou inferiores ao limite estabelecido. As alternativas tecnicamenteviáveis <strong>de</strong>vem ser relacionadas em or<strong>de</strong>m crescente <strong>de</strong> custos para a avaliação daquelajulgada mais a<strong>de</strong>quada.5.5.3.5 PROGRAMA PAEP – PROGRAMA DE AVALIAÇÃO ESTRUTURAL DE PAVIMENTOSPara viabilizar os exaustivos cálculos necessários à análise <strong>de</strong>sejada, foi <strong>de</strong>senvolvido umprograma computacional que, utilizando os mo<strong>de</strong>los estabelecidos, permitisse simular o<strong>de</strong>sempenho do reforço ao longo do tempo. O programa em questão foi <strong>de</strong>signado porPAEP.O programa PAEP (baseado na Pesquisa <strong>de</strong> Avaliação Estrutural <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> realizadapelo <strong>IPR</strong>) permite a simulação <strong>de</strong> alternativas <strong>de</strong> restauração em lama asfáltica, emtratamento superficial simples ou duplo e em concreto betuminoso, este último em cincodiferentes espessuras, <strong>de</strong>finidas pelo usuário a partir da adoção <strong>de</strong> espessuras mínima emáxima admissíveis.Os dados <strong>de</strong> entrada necessários à alimentação do PAEP são basicamente os seguintes:a) Dados do pavimento existente -• ida<strong>de</strong> do pavimento• tipo <strong>de</strong> revestimento• <strong>de</strong>flexão Benkelman• trincamento (%)• <strong>de</strong>sgaste (%)• irregularida<strong>de</strong> longitudinal (QI)• número estrutural corrigido (SNC)b) Dados do tráfego -• período <strong>de</strong> análise• parâmetro <strong>de</strong> tráfego AASHTO no 1 o ano• taxa anual <strong>de</strong> crescimento <strong>de</strong> tráfegoc) Restrições <strong>de</strong> construção -MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 156• espessuras mínima, máxima e total <strong>de</strong> CBUQ• número limite <strong>de</strong> intervenções• vida mínima por intervençãod) Restrições <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho -• irregularida<strong>de</strong> longitudinal máxima ao final da vida útil• trincamento máximo ao final da vida útil• <strong>de</strong>sgaste máximo ao final da vida útil (para reforço em TS)e) Restrições econômicas -• recursos disponíveis para a primeira intervenção• recursos globais disponíveisf) Custos unitários -• lama asfáltica• tratamento superficial simples• tratamento superficial duplo• concreto asfálticoO usuário <strong>de</strong>ve <strong>de</strong>finir, como visto, restrições <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho para o reforço, a serematendidas ao cabo da vida útil estabelecida. Normalmente consi<strong>de</strong>ram-se para a % <strong>de</strong>trincamento final valores <strong>de</strong> 25 ou 30%, e para a irregularida<strong>de</strong> final 40 ou 45 cont./km.Cada alternativa é analisada no que tange à evolução do trincamento (revestimentos emconcreto asfáltico ou lama asfáltica), do <strong>de</strong>sgaste (tratamentos superficiais simples ouduplos) e da irregularida<strong>de</strong> longitudinal (todos os tipos <strong>de</strong> restauração). As alternativasviáveis, ou seja, que satisfazem a condição <strong>de</strong> vida útil mínima, tem seus custos <strong>de</strong>construção estimados, a partir dos custos unitários fornecidos. as alternativas que aten<strong>de</strong>màs restrições orçamentárias são arquivadas e posteriomente or<strong>de</strong>nadas em função do seucusto atualizado.O programa PAEP or<strong>de</strong>na pelo custo total as alternativas viáveis, ou seja: aqueles quesatisfazem às restrições <strong>de</strong> vida útil mínima e <strong>de</strong> recursos disponíveis <strong>de</strong>finidos pelousuário. Ao final do processamento são listadas as cinco alternativas <strong>de</strong> menor custo, bemcomo a evolução ano a ano dos parâmetros <strong>de</strong>finidores do comportamento da restauração.É informada ainda a ocasião em que <strong>de</strong>verão ser feitas as intervenções.MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 1575.5.4 DNER-PRO 269/94 -MÉTODO DA RESILIÊNCIA (TECNAPAV)Em junho <strong>de</strong> 1982, foi proposto pelos engenheiros Salomão Pinto e Ernesto Preussler àcomunida<strong>de</strong> rodoviária, um procedimento para projeto <strong>de</strong> reforço <strong>de</strong> pavimento flexível quepermite consi<strong>de</strong>rar explicitamente as proprieda<strong>de</strong>s resilientes <strong>de</strong> solos e materiais que,rotineiramente, constituem as estruturas <strong>de</strong> pavimentos no Brasil. No <strong>de</strong>correr dos últimosanos, foi possível validar o método proposto a partir <strong>de</strong> dados <strong>de</strong> campo referentes atrechos recapeados e enfim oficializá-lo por meio do procedimento DNER-PRO 269/94 -TECNAPAV.O procedimento é fundamentado em mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> fadiga <strong>de</strong> misturas betuminosas, nocomportamento resiliente típico <strong>de</strong> solos finos e materiais granulares e no cálculo <strong>de</strong>tensões e <strong>de</strong>formações consi<strong>de</strong>rando a teoria da elasticida<strong>de</strong> não linear.5.5.4.1 PROCEDIMENTOS PRELIMINARESInicialmente divi<strong>de</strong>-se a rodovia em segmentos homogêneos levando-se em conta ascondições <strong>de</strong> tráfego, subleito, <strong>de</strong>flexão recuperável, estrutura do pavimento e condiçõessuperficiais. O parâmetro <strong>de</strong> tráfego utilizado é calculado <strong>de</strong> acordo com os fatores <strong>de</strong>equivalência do Corpo <strong>de</strong> Engenheiros do Exército Americano, como no método <strong>de</strong>dimensionamento proposto pelo engenheiro Murillo Lopes <strong>de</strong> Souza.A <strong>de</strong>flexão recuperável <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong>terminada <strong>de</strong> acordo com a DNER-PRO 024/94. Olevantamento da condição do pavimento <strong>de</strong>ve obe<strong>de</strong>cer a DNIT 007/2003-PRO (quanto aolevantamento da área <strong>de</strong>feituosa) e a DNIT 005/2003 - TER (quanto aos tipos <strong>de</strong> <strong>de</strong>feitos).A irregularida<strong>de</strong>, consi<strong>de</strong>rada apenas para segmentação, é avaliada por meio <strong>de</strong>medidores tipo-resposta (<strong>IPR</strong>/USP ou Maysmeter).Devem ser efetuadas sondagens a cada dois km, introduzindo-se mais poços <strong>de</strong>sondagem no caso <strong>de</strong> haver uma mudança na estrutura do pavimento. Em cada ponto <strong>de</strong>sondagem <strong>de</strong>vem ser <strong>de</strong>terminadas expeditamente características das camadas dopavimento e do subleito.As amostras coletadas na sondagem são conduzidas ao laboratório para ensaios <strong>de</strong>caracterização, granulometria e CBR. Os solos são classificados em três grupos quanto asua resiliência, em função <strong>de</strong> seu Índice <strong>de</strong> Suporte Califórnia CBR e <strong>de</strong> sua porcentagem<strong>de</strong> silte (S), conforme mostra a Tabela 24.Tabela 24 - Classificação dos solosCBR %SILTE%≤ 35 35 á 45 > 45≥ 10 Ι ΙΙ ΙΙΙ6 a 9 ΙΙ ΙΙ ΙΙΙ2 a 5 ΙΙΙ ΙΙΙ ΙΙΙMT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 158Para fins <strong>de</strong> análise, <strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>radas como camadas granulares constituintes dopavimento, as que contenham materiais com mais que 45 % retidos na peneira <strong>de</strong> abertura0,075 mm (# 200).5.5.4.2 DIMENSIONAMENTO DO REFORÇO COM MISTURA NOVAA espessura necessária para reforçar o pavimento existente <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong>terminadaconforme as seguintes etapas:a) Definição para cada segmento homogêneo caracterizado da espessura <strong>de</strong> misturabetuminosa existente (h e ,), da <strong>de</strong>flexão característica ( D c = x + σ), o trincamento (TR),da espessura da camada granular (H cg ) e do tipo <strong>de</strong> solo da fundação.b) Representação para cada segmento homogêneo da chamada estrutura <strong>de</strong> referência,constituída por três camadas com as respectivas espessuras, conforme indicado naFigura 30.Figura 35 - Estrutura <strong>de</strong> referência do TECNAPAVRevestimento Betuminoso e sua Espessura (h ) eCamada Granular e sua espessura (H ) cgSolo <strong>de</strong> Fundação (tipos I, II, ou III)c) Cálculo da espessura efetiva (h ef ) do revestimento betuminoso através da fórmula:807 , 961on<strong>de</strong>:h ef = – 5,737 +h ef = espessura efetiva (cm);DcD C = a <strong>de</strong>flexão característica (0,01 mm);+ 0,972 Ι 1 + 4,101 Ι 2As constantes Ι 1 e Ι 2 estão relacionadas com as características resilientes da 3ªcamada da estrutura <strong>de</strong> referência e <strong>de</strong> acordo com os seguintes casos:• Caso 1 – espessura da camada granular inferior ou igual a 45cm− Quando a 3ª camada for do tipo Ι Ι 1 = 0 e Ι 2 = 0− Quando a 3ª camada for do tipo ΙΙ Ι 1 = 1 e Ι 2 = 0− Quando a 3ª camada for do tipo ΙΙΙ Ι 1 = 0 e Ι 2 = 1• Caso 2 – espessura da camada granular é maior que 45 cm− Adotar Ι 1 = 0 e Ι 2 = 1• Caso 3 – espessura efetiva compreendida entre 0 ≤ h ef ≤ h eMT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 159− se: h ef < 0 , adotar h ef = 0−se: h ef > h e , adotar h ef = he• Caso 4 – se o grau <strong>de</strong> trincamento do revestimento existente for superior a 50% ou(FC-2 + FC-3 > 80%) ou (FC-3 > 30%), então é conveniente adotar hef = 0 econsi<strong>de</strong>rar a solução <strong>de</strong> recapeamento em camadas integradas <strong>de</strong> CBUQ e PMF.d) Cálculo da <strong>de</strong>flexão máxima permissível através da fórmula:log D = 3,148 - 0,188 log N pon<strong>de</strong>: D= <strong>de</strong>flexão máxima permissível (0,01mm).N p = número <strong>de</strong> solicitações <strong>de</strong> eixo padrão <strong>de</strong> 8,2 t, durante a vida do projeto.e) Cálculo da espessura do reforço em concreto asfáltico (HR):HR = – 19,015 + 238,14 – 1,357 h ef + 1,014 Ι 1 + 3,893 Ι 2D ½f) Soluções <strong>de</strong> recapeamento:• Caso 1 - se 3 < HR ≤ 12,5 cm, utiliza-se camada única <strong>de</strong> CBUQ ou camadasintegradas <strong>de</strong> CBUQ e pré-misturado caso a superfície do pavimento estiver muitofissurada, procurando-se assim evitar a propagação das trincas.• Caso 2 - se 12,5 < HR ≤ 25 cm é recomendada a adoção <strong>de</strong> camadas integradasdo tipo CBUQ (H ca ) e pré-misturado (H pm ) com as seguintes relações entre asespessuras:−−H pm = 0,40 HRH ca = HR - H pm• Caso 3 - se HR > 25 cm, as camadas integradas não <strong>de</strong>vem ser constituídasexclusivamente <strong>de</strong> misturas betuminosas; nesta situação <strong>de</strong>ve-se verificar tambéma conveniência da reconstrução parcial ou total do pavimento existente.• Caso 4 - se HR ≤ 3cm, po<strong>de</strong>-se, a partir da análise das condições do pavimentoexistente, verificar a viabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> intervenção com soluções do tipo tratamentosuperficial ou lama asfáltica.• Caso 5 - o método contempla também a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>, face a restriçõesorçamentárias, utilizar-se <strong>de</strong> uma solução <strong>de</strong> reforço por etapas. Neste caso, aNorma apresenta mo<strong>de</strong>los para mais duas soluções sucessivas <strong>de</strong>ntro do período<strong>de</strong> análise.5.5.4.3 DIMENSIONAMENTO DO REFORÇO COM MISTURA RECICLADAA espessura do revestimento existente a ser reciclada e a <strong>de</strong> reforço complementar <strong>de</strong>vemser <strong>de</strong>terminadas <strong>de</strong> acordo com as etapas a seguir <strong>de</strong>scritas:MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 160a) Cálculo da relação modular (μ):μ = MRMon<strong>de</strong>:efcMR c = módulo <strong>de</strong> resiliência da mistura betuminosa reciclada (kgf/cm 2 ),<strong>de</strong>terminada em laboratório.M ef = módulo <strong>de</strong> resiliência efetivo do revestimento existente(kgf/cm 2 ), obtidapela seguinte expressãolog M ef = 11,19 - 2,753 logD c - 1,714 logh e - 0,0053 I 1 + 0,2744 I 2b) Cálculo da <strong>de</strong>flexão <strong>de</strong> projeto característica, após reciclagem:⎡hcDc = D c ( μ )13 ⎤-1,324⎢ − 1 + 1⎥⎣⎢he⎦⎥on<strong>de</strong>:D c = <strong>de</strong>flexão <strong>de</strong> projeto ( 0,01 mm);h e = espessura da camada betuminosa existente (cm);h c = espessura da camada betuminosa remanescente, não consi<strong>de</strong>rando a espessura<strong>de</strong> corte (cm), que <strong>de</strong>ve aten<strong>de</strong>r as seguintes condições: h c ≥ 3,0 cm e h c ≤ h e - 2Dc = <strong>de</strong>flexão <strong>de</strong> projeto característica do pavimento reciclado correspon<strong>de</strong>nte àespessura h c (0,01 mm)c) Solução <strong>de</strong> recapeamento• Caso 1: para μ ≤ 1,0 a solução <strong>de</strong> restauração não <strong>de</strong>ve utilizar mistura reciclada.Contudo, po<strong>de</strong> ser avaliada a reciclagem com espessura mínima <strong>de</strong> corte no casoem que D c ≤ D ou HR≤3 cm.• Caso 2: Para μ > 1,0 adotar o seguinte procedimento:−−−calcular Dc para diferentes valores <strong>de</strong> h cpara Dc ≤ D po<strong>de</strong> ser utilizada mistura reciclada com a respectiva espessura <strong>de</strong>corte h c ;para Dc > D dimensionar a camada <strong>de</strong> reforço consi<strong>de</strong>randoD c = Dc. Esta solução constitui uma alternativa <strong>de</strong> restauração mista, ou seja,reciclagem com corte <strong>de</strong> espessura h c e recapeamento com espessura HR.5.6 TRABALHOS PREPARATÓRIOS PARA RESTAURAÇÃOA condição do pavimento antes da aplicação da camada <strong>de</strong> reforço afeta significativamenteo <strong>de</strong>sempenho da ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> restauração. Por esta razão, todos os enfoques <strong>de</strong> projeto<strong>de</strong> reforço consi<strong>de</strong>ram <strong>de</strong> alguma maneira a condição do pavimento existente.MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 161Se um <strong>de</strong>terminado trecho apresenta trincamentos por fadiga <strong>de</strong> alta severida<strong>de</strong> eintensida<strong>de</strong>, e no dimensionamento <strong>de</strong> reforço não for consi<strong>de</strong>rado este aspecto, então aintervenção estará subdimensionada e resultará em muito baixo <strong>de</strong>sempenhoAs camadas <strong>de</strong> reforço, tipicamente, adicionam capacida<strong>de</strong> estrutural somente na porçãosuperior do pavimento existente e não po<strong>de</strong>m corrigir todos os problemas. Se o pavimentoapresenta problemas <strong>de</strong> fadiga <strong>de</strong>vido ao excesso <strong>de</strong> solicitação do tráfego para a vida <strong>de</strong>projeto, então espessuras adicionais no revestimento po<strong>de</strong>m corrigir o problema e esten<strong>de</strong>ra vida do pavimento. Entretanto, se a causa da <strong>de</strong>terioração resi<strong>de</strong> nas camadassubjacentes ao revestimento, um dos seguintes dos enfoques apresentado <strong>de</strong>verá seradotado.O primeiro enfoque é reparar o <strong>de</strong>feito antes do recapeamento. Por exemplo, umpavimento com altas <strong>de</strong>flexões nas áreas com trincamento por fadiga indicam ruptura dascamadas inferiores (base ou sub-base) ou do subleito, Desta forma, <strong>de</strong>verá ser reparada aárea atingida e caso a porção <strong>de</strong>teriorada seja muito extensa <strong>de</strong>verão ser adotadasmedidas como reconstrução, reciclagem ou retrabalho do material <strong>de</strong> subleito.O segundo enfoque é a adição <strong>de</strong> espessuras suficientes para proteger as áreas críticas<strong>de</strong>vido a problemas nas camadas inferiores. O acréscimo da espessura <strong>de</strong> reforço <strong>de</strong>verárecompor a resistência da(s) camada(s) comprometida(s) e protegê-la(s) <strong>de</strong> tensões e<strong>de</strong>formações excessivas. Neste enfoque, dois aspectos <strong>de</strong>vem ser enfatizados:a) o método <strong>de</strong> dimensionamento <strong>de</strong> reforço <strong>de</strong>ve basear-se em critérios <strong>de</strong>fletométricosou mecanísticos para avaliar o impacto das camadas inferiores <strong>de</strong>terioradas;b) as espessuras adicionais <strong>de</strong> reforço necessárias para proteger estas áreasenfraquecidas po<strong>de</strong>m tornar a alternativa inviável do ponto <strong>de</strong> vista econômico.Muitos pavimentos tem regiões <strong>de</strong> <strong>de</strong>feitos localizados, causados pela variabilida<strong>de</strong> dosmateriais do pavimento e do subleito. Nos pavimentos asfálticos esta condição geralmenteocorre nas áreas com trincas do tipo couro <strong>de</strong> jacaré. As <strong>de</strong>flexões nestas regiões sãogeralmente muitos superiores do que nas <strong>de</strong>mais.Se as camadas <strong>de</strong> base e sub-base forem consi<strong>de</strong>radas muito <strong>de</strong>terioradas, a ponto <strong>de</strong>necessitar <strong>de</strong> remoção e substituição por materiais sadios, então po<strong>de</strong>rá ser reduzida aespessura <strong>de</strong> reforço.Se estas áreas não forem previamente reparadas, o reforço <strong>de</strong>verá ser muito maisespesso no intuito <strong>de</strong> aten<strong>de</strong>r o <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong>sejado e isto acarretaria obviamente emsuperdimensionamento do reforço. Entretanto, po<strong>de</strong> não ser viável economicamentereparar todas as áreas com trincamento por fadiga. Recomenda-se, finalmente, que <strong>de</strong>vamser analisados os custos dos remendos e seu impacto no custo total da restauração, comvistas a <strong>de</strong>finição da solução mais econômica para o horizonte <strong>de</strong> projeto.Adicionalmente, para prevenir e reparar o trincamento excessivo, outros trabalhospreparatórios também <strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>rados. Existem várias ativida<strong>de</strong>s para preparaçãoMT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 162do pavimento existente antes da aplicação <strong>de</strong> camadas asfálticas adicionais e as maiscomumente empregadas são:a) selagem <strong>de</strong> trincasb) lama asfálticac) limpeza da pista e pintura <strong>de</strong> ligaçãod) remendos superficiais ou profundose) camadas <strong>de</strong> nivelamento ou “reperfilamento”f) fresagem a friog) medidas para retardar a propagação das trincash) combinação das técnicas anterioresAlém dos trabalhos citados anteriormente cumpre ressaltar a importância da execuçãoprévia dos melhoramentos geométricos da rodovia (a<strong>de</strong>quações <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> e melhoriada segurança) e das medidas para assegurar uma drenagem satisfatória.5.7 PROPAGAÇÃO DE TRINCASNos congressos e reuniões técnicas realizadas nos últimos anos, tem-se discutido muitosobre o problema do trincamento <strong>de</strong> novas camadas <strong>de</strong> reforço <strong>de</strong>vido a propagação <strong>de</strong>trincas das camadas subjacentes. Este modo <strong>de</strong> <strong>de</strong>terioração tem preocupado bastante ostécnicos responsáveis pela restauração dos pavimentos.O reforço <strong>de</strong> um pavimento flexível trincado consiste basicamente na superposição <strong>de</strong> umanova camada para recompor, da melhor maneira possível, sua capacida<strong>de</strong> funcional eestrutural e evitar a progressão da <strong>de</strong>terioração. O reforço é também aplicável sobrepavimentos rígidos que po<strong>de</strong>m apresentar fissuras nas placas e/ou <strong>de</strong>terioração nas juntas<strong>de</strong> dilatação. Ainda, quando o pavimento é semi-rígido, uma nova camada <strong>de</strong> reforço éassentada sobre uma base estabilizada com aglomerantes hidráulicos e, <strong>de</strong>sta forma,estará susceptível a propagação dos trincamentos <strong>de</strong>vido às variações térmicas.Nas três situações anteriores, a camada <strong>de</strong> reforço estará sujeita a propagação ou difusãodas trincas até a superfície do pavimento, como resultado dos movimentos horizontais everticais das trincas e/ou juntas. Este fenômeno da propagação <strong>de</strong> trincas já estáclaramente i<strong>de</strong>ntificado e conhecido, porém, até o momento, não está absolutamentedominado.Atualmente as pesquisas para a solucionar o problema estão centralizadas no sentido <strong>de</strong>se encontrar técnicas que impeçam <strong>de</strong>finitivamente ou pelo menos retar<strong>de</strong>m a ocorrênciado fenômeno, que conseqüentemente aumentará a durabilida<strong>de</strong> dos pavimentos e reduziráos custos <strong>de</strong> restauração.MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 1635.7.1 CAUSAS DA PROPAGAÇÃOA propagação <strong>de</strong> trincas é bastante freqüente nas camadas <strong>de</strong> reforço sobre pavimentosasfálticos <strong>de</strong>vido a movimentação das trincas que causam um rompimento físico nomaterial do reforço, que se dissemina através <strong>de</strong> toda a camada. Estes movimentos po<strong>de</strong>mse originados pelos seguintes motivos:a) baixas temperaturas;b) ciclos <strong>de</strong> variação diária da temperatura; ec) carregamento do tráfegoA ocorrência <strong>de</strong> temperaturas baixas provocam a contração do pavimento existente e, comisto, ten<strong>de</strong>m à abertura das trincas. Este movimento horizontal <strong>de</strong>vido a contração dopavimento cria tensões <strong>de</strong> tração na camada <strong>de</strong> reforço. conforme esboçado na Figura 36Figura 36 - Deformações horizontais no pavimento antigo<strong>de</strong>vido ás variações <strong>de</strong> temperatura.Camada <strong>de</strong> reforçoConcentração<strong>de</strong>tensõesPavimento antigoMovimento horizntalA nova camada <strong>de</strong> reforço, por sua vez, também fica sujeita a posteriores esforços <strong>de</strong>tração porque, da mesma maneira, também contrai com as baixas temperaturas comomostra a Figura 37.Figura 37 - Geração <strong>de</strong> uma nova trinca na camada <strong>de</strong> reforço <strong>de</strong>vidoa ação das tensões térmicas na camada.Baixas TemperaturasCamada <strong>de</strong> reforçoAltas temperaturasTensões<strong>de</strong> traçãoPavimento antigoTrincaMT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 164Os ciclos <strong>de</strong> variação diária da temperatura também produzem tensões térmicas <strong>de</strong> traçãono reforço; principalmente nos pavimentos rígidos e semi-rígidos. Estes ciclos <strong>de</strong> variaçãogeram gradientes <strong>de</strong> temperatura na camada, forçando suas extremida<strong>de</strong>s a curvarem naregião das trincas. Como nos períodos mais frios do dia (madrugadas e manhãs) atemperatura é mais baixa no topo do que na parte inferior da camada, produz-se umaabertura não tão severa quanto às <strong>de</strong>vido à contração pelo frio, porém mais freqüentes, oque acarreta numa <strong>de</strong>terioração da mesma gran<strong>de</strong>za. A Figura 38 ilustra este fenômeno:Figura 38 - Arqueamento térmico da camada <strong>de</strong> reforço causado pela diferença <strong>de</strong>temperatura da camada subjacente.Camada <strong>de</strong> reforçoAlta concentração<strong>de</strong> tensõesBaixa temperaturaPlacaAlta temperaturaPosição <strong>de</strong>formada Posição originalQuando a propagação das trincas é causada pela solicitação do tráfego, verifica-se ummecanismo <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento diferente das situações anteriores (Figura 39). A <strong>de</strong>flexãovertical diferencial na região próxima às trincas promove um esforço <strong>de</strong> cisalhamento nacamada <strong>de</strong> reforço e não a abertura das trincas. Embora este tipo <strong>de</strong> alteração seja <strong>de</strong>menor intensida<strong>de</strong> que o causado por variações térmicas, ele é muito mais freqüente equanto maior for a severida<strong>de</strong> mais e rapidamente as trincas se propagarão.Figura 39 - Concentração <strong>de</strong> tensões <strong>de</strong>vido a <strong>de</strong>flexãodiferencial vertical causada pelo tráfegoCamada <strong>de</strong> reforçoConcentração <strong>de</strong> tençãoPavimento antigoDeflexãoverticaldiferencial5.7.2 FATORES QUE INFLUENCIAM A PROPAGAÇÃOCada ciclo <strong>de</strong> variação da temperatura e <strong>de</strong> carregamento pelo tráfego <strong>de</strong>teriora econtribue para a propagar as trincas na camada <strong>de</strong> reforço. Os diferentes tipos <strong>de</strong><strong>de</strong>formações não propagam as trincas do mesmo modo e, portanto, não há um critérioMT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 165único <strong>de</strong> previsão da taxa <strong>de</strong> sua propagação. Pesquisadores tem efetuado estudos nosentido <strong>de</strong> avaliar a influência <strong>de</strong> cada tipo <strong>de</strong> <strong>de</strong>feito gerado pela aplicação <strong>de</strong> cargas.Tem-se obtido informações necessárias para relacionar a intensida<strong>de</strong> e tipo <strong>de</strong>carregamento e a progressão da propagação das trincas.Tem-se inferido que para eliminar a propagação <strong>de</strong> trincas é necessário suprimir as<strong>de</strong>formações e tensões produzidas na região das trincas do pavimento a ser restaurado.Como o trincamento existente muitas vezes não po<strong>de</strong> ser completamente eliminado, o quepo<strong>de</strong> ser feito é reduzir sua taxa <strong>de</strong> manifestação e severida<strong>de</strong>. É neste sentido tem sido<strong>de</strong>senvolvidos várias medidas antes da execução do reforço para tentar amenizar oproblema.Os resultados <strong>de</strong>stas várias medidas <strong>de</strong> inibição da progressão do trincamento tem sidorelatados em inúmeros congressos e reuniões técnicas. Até o momento os resultadosainda não são plenamente conclusivos. Alguns casos <strong>de</strong> estudo individuais tem mostradoexcelentes resultados, enquanto que outros não tem sido bons. A principal razão para agran<strong>de</strong> disparida<strong>de</strong> nos resultados é a impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> quantificar precisamente osmecanismos da evolução do trincamento e dos correspon<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong>slocamentos antes e<strong>de</strong>pois da aplicação do reforço.Os efeitos mais comuns gerados pela propagação <strong>de</strong> trincas são o enfraquecimento daestrutura do pavimento <strong>de</strong>vido ao acréscimo da umida<strong>de</strong>, o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> panelas,<strong>de</strong>formações plásticas e outros tipos <strong>de</strong> <strong>de</strong>feitos. A preocupação dos pesquisadores tematualmente enfocado os seguintes itens:a) velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> propagação das trincas na camada <strong>de</strong> reforço;b) nível <strong>de</strong> severida<strong>de</strong> das trincas após a ocorrência da propagação; ec) quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> água que po<strong>de</strong> se infiltrar através das trincasMuitas são as pesquisas objetivando obter mais informações acerca dos <strong>de</strong>slocamentos e<strong>de</strong>formações do trincamento e sua influência na taxa <strong>de</strong> propagação, como por exemplo,quanto a eficiência <strong>de</strong> vários procedimentos antes da restauração, como: selagem dastrincas, reconstrução localizada para melhorar a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> suporte, execução <strong>de</strong>remendos, melhoria da drenagem e outras.Se a severida<strong>de</strong> do trincamento pu<strong>de</strong>r ser limitada, os danos gerados pela propagação dastrincas po<strong>de</strong>rá ser bastante reduzida. Assim sendo, se a propagação for um problemaprevisível <strong>de</strong>vido a intensida<strong>de</strong> e severida<strong>de</strong> do pavimento existente, <strong>de</strong>vem serseriamente consi<strong>de</strong>radas ativida<strong>de</strong> prévias como a impermeabilização ou selagem dastrincas.5.7.3 MEDIDAS INIBIDORAS DA PROPAGAÇÃOVárias são as técnicas <strong>de</strong> tratamento que <strong>de</strong>stinam-se a solucionar um ou mais dosproblemas anteriormente comentados. De uma maneira geral, as investigações parasolucionar o problema seguem duas linhas <strong>de</strong> pesquisa.MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 166Primeiramente, tem-se testado a adoção <strong>de</strong> uma camada <strong>de</strong> reforço e efetuada a análisedo efeito que a espessura da capa e as características do seu material (módulo <strong>de</strong>elasticida<strong>de</strong>, resistência a tração e flexibilida<strong>de</strong>), tem sobre a velocida<strong>de</strong> ou taxa <strong>de</strong>propagação do trincamento, <strong>de</strong>terminando as características da mistura que mais influemno retardamento da propagação.Em segundo lugar, tem-se sido analisado o efeito da execução <strong>de</strong> uma camada <strong>de</strong> alívio<strong>de</strong> tensões conhecidas como “Stress-Absorbing Membrane Interlayer - SAMI”,consi<strong>de</strong>rando diferentes possibilida<strong>de</strong>s quanto às suas características resistentes.Compara-se a efetivida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ssa solução com o emprego direto <strong>de</strong> uma camada <strong>de</strong> reforçocom características especiais <strong>de</strong> maior flexibilida<strong>de</strong>.Essas duas linhas <strong>de</strong> pesquisas abrangem uma série <strong>de</strong> soluções, <strong>de</strong>ntre as quais,faremos breves comentários sobre as seguintes:a) geotêxteis;b) camadas <strong>de</strong> alívio <strong>de</strong> tensões;c) camadas <strong>de</strong> interrupção do trincamento; ed) outras soluções5.7.3.1 GEOTÊXTEISOs geotêxteis são mantas sintéticas que po<strong>de</strong>m ser tecidas ou não-tecidas e sãofabricados com matérias primas como o polipropileno, poliester, fibra <strong>de</strong> vidro, nylon ousuas combinações. Eles são geralmente posicionados diretamente sobre o pavimentotrincado existente, antes da camada <strong>de</strong> reforço, embora essa não seja a forma preferencial<strong>de</strong> aplicação.Esta solução inicia com a aplicação <strong>de</strong> uma pintura <strong>de</strong> ligação no pavimento existente.Posteriormente, sobre o pavimento pintado é estendido o geotêxtil, que é fornecido pelosfabricantes em bobinas. Nesta operação <strong>de</strong>vem ser tomados cuidados especiais, como porexemplo evitar dobras ou sobreposições da manta. Em seguida, executa-se a camada <strong>de</strong>reforço sobre o pavimento antigo.A taxa <strong>de</strong> aplicação da pintura <strong>de</strong> ligação é um fator crítico no <strong>de</strong>sempenho daintercamada. Quando em excesso permite o <strong>de</strong>slizamento do reforço, quando escassadificulta sua a<strong>de</strong>rência. A Figura 40 esboça a solução <strong>de</strong> assentamento do geotêxtildiretamente sobre o pavimento antigo.MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 167Figura 40 - Geotêxtil diretamente sobre o pavimento antigo.Camada <strong>de</strong> reforçoConcentração <strong>de</strong> tensõesGeotextilAbertura horizontalPavimento antigoDeflexãoverticalhorizontalA forma mais a<strong>de</strong>quada <strong>de</strong> aplicação dos geotêxteis (segundo a experiência americana)çorrespon<strong>de</strong> a execução inicial uma camada <strong>de</strong> nivelamento do pavimento trincado e sobreessa camada esten<strong>de</strong>-se a manta. A pintura <strong>de</strong> ligação <strong>de</strong>ve ser feita tanto sobre acamada <strong>de</strong> nivelamento como sobre a manta, porém com taxas <strong>de</strong> aplicação inferiores àsituação anterior. Esta operação, ilustrada na Figura 41, evita o contato direto da mantacom a superfície trincada e permite uma maior inibição da propagação das trincas.A superfície <strong>de</strong> nivelamento <strong>de</strong>verá estar bem <strong>de</strong>sempenada, <strong>de</strong> modo a reduzir opotencial <strong>de</strong> ocorrência <strong>de</strong> dobras na manta. A camada <strong>de</strong> reforço <strong>de</strong>ve ser colocadadiretamente sobre a manta e compactada. Como o objetivo da colocação da manta é a <strong>de</strong>provocar uma restrição física ao movimento e conseqüente abertura <strong>de</strong> trincas, <strong>de</strong>ve sercolocada à um terço ou no meio da camada <strong>de</strong> reforço.Figura 41 - Geotêxtil afastado das trincas do pavimento antigo.Camada <strong>de</strong> reforçoGeotextilConcentração <strong>de</strong> tensõesPavimentoantigoAberturaDeflexãoverticaldiferencialO fenômeno <strong>de</strong> retardamento da propagação <strong>de</strong> trincas parece estar ligado com aestrutura geotêxtil-asfalto, que forma uma camada <strong>de</strong> <strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong> visco-elástica,minimizando a intensida<strong>de</strong> das tensões sobre a trinca existente, seja por solicitação dascargas <strong>de</strong> tráfego ou por contração/retração <strong>de</strong>vido as variações térmicas ambientais.MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 168O efeito <strong>de</strong> redução das tensões é atribuído a <strong>de</strong>ssolidarização entre a camada trincada ea nova camada <strong>de</strong> reforço, permitindo o livre movimento das bordas da trinca ou seuredirecionamento horizontal, o que a dissipa.Outra ação do geotêxtil é a formação <strong>de</strong> uma membrana com boas características <strong>de</strong>impermeabilida<strong>de</strong>, que parece colaborar com a aumento da vida útil do pavimento, funçãoda inibição da entrada <strong>de</strong> água nas camadas mais profundas <strong>de</strong> sua estrutura, mesmo queapós um certo número <strong>de</strong> solicitações <strong>de</strong> tráfego venham aparecer trincas no revestimento.Alguns pesquisadores alegam também que esta solução tem um comportamento rígidoquando submetido às cargas rápidas do tráfego, e dúctil quando solicitado pela lentidãodas tensões térmicas.Em todo o mundo os geotêxteis tem sido utilizados apresentado um <strong>de</strong>sempenhorelativamente bom para ambos os pavimentos, rígidos ou flexíveis, sendo que neste últimotem apresentado os melhores resultados, principalmente quando não existem trincastransversais <strong>de</strong> natureza térmica. Qualquer trinca passível <strong>de</strong> um movimento substancialten<strong>de</strong>rá a rasgar a manta eliminando sua eficiência. Os melhores resultados tem sidoapresentados quando a manta é colocada interna à camada <strong>de</strong> reforço, que requer umaespessura mínima <strong>de</strong> quatro cm conforme experimentos.5.7.3.2 CAMADAS DE ALÍVIO DE TENSÕESEste tipo <strong>de</strong> camada atua como uma interface suavizadora, dissipando as tensões<strong>de</strong>senvolvidas pelo movimento das trincas. São soluções que geralmente incluem asfaltomodificado com polímero como o agente responsável pelo alívio das tensões. Geralmentesão executadas diretamente sobre a superfície do pavimento original.Uma camada típica <strong>de</strong> alívio <strong>de</strong> tensões ou um dos tipos <strong>de</strong> SAMI (Stress AbsorbingMembrane Interlayer) po<strong>de</strong> ser comparado a um tratamento superficial, com espessura emtorno <strong>de</strong> 1,5 cm. Estas camadas ou membranas (Figura 42), são concebidas para reduzir avelocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> propagação das trincas <strong>de</strong> fadiga em pavimentos flexíveis, sendo contudoineficientes em trincamentos <strong>de</strong> alta severida<strong>de</strong>.Outros exemplos <strong>de</strong> agentes minimizadores <strong>de</strong> tensões são as mantas a<strong>de</strong>sivasimpregnadas <strong>de</strong> material betuminoso, as quais <strong>de</strong>vem ser aplicadas apenas sobre a regiãotrincada e ainda as <strong>de</strong> fibra <strong>de</strong> vidro que são sobrepostas em toda a extensão dopavimento.MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 169Figura 42 - Esquema <strong>de</strong> uma camada <strong>de</strong> alívio <strong>de</strong> tensõesMembranaCamada <strong>de</strong> reforçoConcentração <strong>de</strong> tensõesPavimentoantigoAbertura horizontalDeflexãoverticalhorizontalVários órgãos rodoviários estaduais americanos tem adotado estas soluções.Diferentemente das mantas a<strong>de</strong>sivas, as mantas <strong>de</strong> fibra <strong>de</strong> vidro são <strong>de</strong>positadas sobre opavimento trincado entre duas camadas <strong>de</strong> asfalto-polímero, como se fosse um tratamentosuperficial simples, on<strong>de</strong> manta <strong>de</strong> fibra <strong>de</strong> vidro faz o papel do agregado. Isto cria umamembrana asfáltica emborrachada.Ambas as soluções com manta apresentam boas proprieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> impermeabilização,porém, parecem não ser muito melhores que a solução convencional <strong>de</strong> geotêxtil,conforme alguns autores. A Figura 43 esquematiza o posicionamento no pavimento <strong>de</strong>uma manta <strong>de</strong> fibra <strong>de</strong> vidro.Figura 43 - Esquema <strong>de</strong> posicionamento <strong>de</strong> uma manta <strong>de</strong> fibra <strong>de</strong> vidro.Camada <strong>de</strong> reforçoConcentração <strong>de</strong> tensõesRoadglassPavimento antigoDeflexãoverticaldiferencial5.7.3.3 CAMADAS DE INTERRUPÇÃO DO TRINCAMENTOEstas camadas po<strong>de</strong>m ser compostas por materiais granulares que interrompem o<strong>de</strong>senvolvimento do trincamento <strong>de</strong>vido ao elevado índice <strong>de</strong> vazios, como mostra a FiguraMT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 17044. As camadas mais utilizadas para esse propósito são formadas por materiais granulares(britas graduadas).Figura 44 - Esquema <strong>de</strong> uma camada <strong>de</strong> interrupção do trincamento.Camada <strong>de</strong> reforçoCamada <strong>de</strong> interrupção da trinca(20 - 30% <strong>de</strong> vazios)Pavimento antigoTrincaEste tipo <strong>de</strong> solução, segundo Pinto (2002), quando apropriadamente executada temapresentado bons resultados no âmbito fe<strong>de</strong>ral. Se a mistura não for bem compactada,po<strong>de</strong>rá se tornar instável e ocasionar problemas <strong>de</strong> afundamento nas trilhas <strong>de</strong> rodas.5.7.3.4 OUTRAS SOLUÇÕESPo<strong>de</strong>m ser adotadas outras menos comuns para inibição da propagação do trincamentocomo: reforço mais espesso, selagem da superfície do pavimento existente antes daexecução do reforço, camadas da composição geotextil-geogrelha (Figura 45),microconcreto fibra-asfalto a frio, tricamada ou bicamada otimizada e outras camadascompósitas.No preparo da superfície do pavimento existente, antes da execução do reforço, têm-seutilizado técnicas mais avançadas para selar as trincas <strong>de</strong> pavimentos com materiais e/ouequipamentos especiais, do que o simples <strong>de</strong>rrame do material betuminoso <strong>de</strong> selagem.Entre os novos materiais po<strong>de</strong>m ser citados vários tipos <strong>de</strong> asfaltos modificados compolímeros, os elastômeros, os polímeros especiais a base <strong>de</strong> epóxi, e outros. Comoequipamento para a aplicação temos a lança termoneumática que injeta com pressão omaterial selante a maiores profundida<strong>de</strong>s nas trincas.MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 171Figura 45 - Ilustração da solução geotêxtil-geogrelhacomo camada inibidora da propagação <strong>de</strong> trincasO microconcreto fibra-asfalto a frio é uma massa asfáltica <strong>de</strong>nsa <strong>de</strong> espessura <strong>de</strong>lgada(cerca <strong>de</strong> 2cm) contendo asfalto-polímero e agregados miúdos, com possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>incorporação <strong>de</strong> fibras sintéticas como armação e executada a frio. A modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong>misturas asfálticas armadas com fibras sintéticas po<strong>de</strong> ser utilizada tanto em revestimentoscomo em bases tratadas com ligantes betuminosos, on<strong>de</strong> às misturas asfálticasacrescentam-se fibras dos tipos minerais, acrílicas ou celulósicas. Essas camadasdiminuem a susceptibilida<strong>de</strong> térmica e aumentam a resistência às <strong>de</strong>formações plásticasdos pavimentos, causas primárias <strong>de</strong> seu trincamento conforme visto antes.O reforço <strong>de</strong> pavimento com tricamada ou bicamada otimizada é um sistema <strong>de</strong> camadasantifissuras. Existem já centenas <strong>de</strong> quilômetros executados na Europa e EUA. Sãoconhecidas como complexo tricapa e complexo bicapa, sendo concebidas com asuperposição <strong>de</strong> duas ou três das seguintes camadas:a) camada <strong>de</strong> geotextil-asfalto-polímero;b) camada <strong>de</strong> areia-asfalto-polímero; ec) revestimento também com asfalto-polímero.MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 1736 - RECICLAGEM DOS PAVIMENTOSMT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 1756 RECICLAGEM DOS PAVIMENTOS6.1 OBJETIVOS DA RECICLAGEMA reciclagem dos pavimentos existentes apresenta-se como uma solução para muitosproblemas e oferece inúmeras vantagens em relação a utilização convencional <strong>de</strong>materiais virgens.Entre os benefícios que a reciclagem po<strong>de</strong> oferecer, po<strong>de</strong>m ser citados os seguintes:a) conservação <strong>de</strong> agregados , <strong>de</strong> ligantes e <strong>de</strong> energia;b) preservação do meio ambiente; ec) Restauração das condições geométricas existentes.A reutilização dos agregados do pavimento <strong>de</strong>gradado para os serviços <strong>de</strong> reconstrução,restauração e conservação, propiciam uma diminuição da <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> novos materiais edas respectivas distâncias <strong>de</strong> transporte, prolongando o tempo <strong>de</strong> exploração dasocorrências existentes. Isso é particularmente benéfico <strong>de</strong>vido as restrições impostas pelalegislação <strong>de</strong> proteção ao meio ambiente e pela crescente valorização dos sítios <strong>de</strong>ocorrências <strong>de</strong> jazidas.A reutilização dos ligantes asfálticos constitui-se em outra vantagem importanteproporcionada pela reciclagem <strong>de</strong> materiais. O asfalto remanescente no pavimento antigoé um recurso valioso. Devido a fatores como a oxidação e volatilização, o asfaltoenvelhecido per<strong>de</strong> algumas das suas proprieda<strong>de</strong>s originais, que po<strong>de</strong>m ser restabelecidasquando é combinado com um asfalto novo ou um agente rejuvenescedor.Com a reutilização do asfalto envelhecido po<strong>de</strong> ser reduzida a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> asfalto novopara a restauração do pavimento. Por exemplo, a reutilização dos materiais <strong>de</strong> umrevestimento <strong>de</strong> concreto asfáltico po<strong>de</strong>rá necessitar <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 1 a 3% <strong>de</strong> asfaltoadicional, enquanto uma mistura <strong>de</strong> concreto asfáltico com materiais virgens requer cerca<strong>de</strong> 6% <strong>de</strong> asfalto, o que representa uma redução apreciável.A adoção <strong>de</strong> técnicas <strong>de</strong> reciclagem permite que as condições geométricas da pista sejammantidas ou modificadas facilmente. Nas rodovias <strong>de</strong> faixas múltiplas, as operações <strong>de</strong>reciclagem po<strong>de</strong>m ser executadas somente na faixa <strong>de</strong>teriorada, evitando esten<strong>de</strong>r orecapeamento a toda a largura da pista <strong>de</strong> rolamento, assegurando uma drenagema<strong>de</strong>quada e evitando <strong>de</strong>sníveis na pista.Da mesma forma, po<strong>de</strong>m ser evitados problemas relacionados com a altura livre em túneise passagens inferiores <strong>de</strong>vido a recapeamentos sucessivos. Nas pontes e viadutostambém po<strong>de</strong> ser evitado o acréscimo da carga permanente.Além disso, po<strong>de</strong>m ser sensivelmente reduzidos os problemas <strong>de</strong> ajuste vertical dosdispositivos <strong>de</strong> drenagem, tais como profundida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sarjetas, altura <strong>de</strong> meios-fios, bocas<strong>de</strong>-loboe poços <strong>de</strong> visita.MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 1766.2 ORIENTAÇÕES PARA A SELEÇÃO DA RECICLAGEMA seleção da reciclagem entre as diversas alternativas disponíveis para a restauração <strong>de</strong>um pavimento <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> diversos fatores, entre os quais po<strong>de</strong>m ser citados os seguintes:a) observação dos <strong>de</strong>feitos do pavimento;b) <strong>de</strong>terminação das causas prováveis dos <strong>de</strong>feitos, baseado em estudos <strong>de</strong> laboratório e<strong>de</strong> campo;c) informações <strong>de</strong> projeto e histórico das intervenções <strong>de</strong> conservação;d) custos;e) histórico do <strong>de</strong>sempenho do pavimento;f) restrições quanto a geometria da rodovia (horizontal e vertical);g) fatores ambientais; eh) tráfego.É muito importante saber, também, qual o resultado final <strong>de</strong>sejado com a restauração dopavimento (reforço estrutural, maior conforto ao rolamento etc).Des<strong>de</strong> que a reciclagem tenha sido consi<strong>de</strong>rada como uma alternativa viável para arestauração, a melhor modalida<strong>de</strong> (a quente ou a frio) <strong>de</strong>verá ser selecionada.Na seleção do processo <strong>de</strong>verão ser consi<strong>de</strong>rados os seguintes itens:a) condição <strong>de</strong> superfície (trincamentos, <strong>de</strong>sgastes, afundamentos nas trilhas <strong>de</strong> roda,etc);b) capacida<strong>de</strong> estrutural;c) qualida<strong>de</strong> do material;d) disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> material virgem;e) irregularida<strong>de</strong> longitudinal;f) resistência à <strong>de</strong>rrapagem (se o material for usado para camada <strong>de</strong> revestimento);g) localização e extensão do trecho;h) classe da rodovia;i) seção transversal do pavimento;j) condições geométricas;k) tráfego (atual e futuro);l) condições <strong>de</strong> remanejamento do tráfego;m) disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> equipamento;MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 177n) características do subleito e da base;o) objetivo da restauração.Os ensaios <strong>de</strong> laboratório e <strong>de</strong> campo <strong>de</strong>verão ser realizados para <strong>de</strong>terminar as“reservas” <strong>de</strong> materiais disponíveis no pavimento e os tipos <strong>de</strong> estabilizadores que po<strong>de</strong>mser usados com estes materiais. A partir <strong>de</strong>ssas informações preliminares po<strong>de</strong>rão serselecionadas as modalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> reciclagem em potencial, <strong>de</strong>senvolvido o projetopreliminar do pavimento e procedida a avaliação econômica das alternativas.A partir <strong>de</strong>stas informações <strong>de</strong>verá ser selecionada a mais promissora modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong>reciclagem e dimensionada a nova seção do pavimento. Novos ensaios <strong>de</strong> laboratórios<strong>de</strong>verão ser efetuados para a <strong>de</strong>terminação do teor necessário <strong>de</strong> estabilizante ou agentereciclador. Também <strong>de</strong>verão ser <strong>de</strong>terminados os custos para as operações <strong>de</strong> reciclageme preparadas as especificações para a execução da reciclagem.Finalmente, após a realização dos serviços <strong>de</strong>verá ser avaliado o <strong>de</strong>sempenho dosmateriais reciclados ao longo do período <strong>de</strong> tempo <strong>de</strong> vida útil, mediante a execução <strong>de</strong>ensaios <strong>de</strong> laboratório e <strong>de</strong> campo para a <strong>de</strong>terminação das proprieda<strong>de</strong>s dos materiaisem serviço.Estas informações <strong>de</strong>vem ser incluídas no Sistema <strong>de</strong> Gerência <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> e os dadosusados como subsídios para futuras seleções <strong>de</strong> alternativas <strong>de</strong> restauração <strong>de</strong>pavimentos.6.3 RECICLAGEM A QUENTEA reciclagem a quente das camadas asfálticas <strong>de</strong> revestimento do pavimento, é feitaatualmente por intermédio das seguintes Normas aprovadas pelo DNIT:a) DNIT 033/2005-ES – <strong>Pavimentos</strong> Flexíveis – Concreto asfáltico reciclado a quente nausina – Especificação do Serviço; eb) DNIT 034/2005-ES – <strong>Pavimentos</strong> Flexíveis – Concreto asfáltico reciclado a quente nolocal – Especificação <strong>de</strong> Serviço.Estas Normas mostram o processo em que parte ou toda a estrutura do revestimento éremovida e reduzida a dimensões apropriadas para <strong>de</strong>pois ser misturada a quente nopróprio local (in situ) ou em usina estacionária. O processo po<strong>de</strong> incluir a adição <strong>de</strong> novosagregados, cimento asfáltico e agente rejuvenescedor. O produto final <strong>de</strong>ve aten<strong>de</strong>r asespecificações <strong>de</strong> misturas asfálticas a quente <strong>de</strong>stinadas às camadas <strong>de</strong> base, “bin<strong>de</strong>r”ou <strong>de</strong> rolamento.Os principais fatores a serem consi<strong>de</strong>rados na seleção da reciclagem a quente, comoalternativa <strong>de</strong> restauração <strong>de</strong> um pavimento, são os seguintes:a) condição do pavimento;b) disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> equipamentos apropriados;MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 178c) comparativo <strong>de</strong> custos e <strong>de</strong> energia;d) regulamentação ambiental; eO inventário <strong>de</strong> <strong>de</strong>feitos, realizado durante a fase <strong>de</strong> avaliação do projeto <strong>de</strong> restauração,<strong>de</strong>ve fornecer os dados para se proce<strong>de</strong>r os estudos. Os mais importantes fatores a seremconsi<strong>de</strong>rados são:a) irregularida<strong>de</strong> longitudinal;b) trincamento;c) afundamento na trilha <strong>de</strong> roda;d) a<strong>de</strong>rência;e) <strong>de</strong>sgaste;f) estrutura do pavimento; eg) capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tráfego.Deverão ser feitas comparações cuidadosas para <strong>de</strong>terminar se a reciclagem é a melhorsolução para resolver o conjunto <strong>de</strong> <strong>de</strong>feitos observados no trecho. A reciclagem a quentepo<strong>de</strong> corrigir <strong>de</strong>ficiências <strong>de</strong> misturas betuminosas e po<strong>de</strong> ser utilizada para aumentar acapacida<strong>de</strong> estrutural, po<strong>de</strong>ndo ser usadas antes <strong>de</strong> um recapeamento.O método <strong>de</strong> projeto DNER-PRO 269/94 – TECNAPAV apresentado no Capítulo 5 <strong>de</strong>ste<strong>Manual</strong> aborda a solução <strong>de</strong> projeto contemplando a reciclagem <strong>de</strong> camadas asfálticasexistentes nos pavimentos flexíveis.6.3.1 DESEMPENHO E LIMITAÇÕESComo a reciclagem a quente ainda é um processo relativamente novo e <strong>de</strong>vido a maiorvariabilida<strong>de</strong> dos materiais removidos em relação aos materiais virgens, <strong>de</strong>vem sertomados cuidados adicionais no projeto e construção <strong>de</strong> camadas com misturas recicladasa quente. Devido a esta variabilida<strong>de</strong> ainda existem incertezas quanto ao <strong>de</strong>sempenho dasmisturas e a aplicação em camadas <strong>de</strong> rolamento ainda não é extensiva.Com o acréscimo da experiência e do nível <strong>de</strong> utilização, os problemas <strong>de</strong> controle <strong>de</strong>qualida<strong>de</strong> estão sendo sanados e encorajando os engenheiros a aplicar misturasrecicladas na camada superficial. Se o projeto <strong>de</strong> dosagem e o processo executivo forema<strong>de</strong>quados, os pavimentos restaurados com misturas recicladas a quente po<strong>de</strong>m ter bom<strong>de</strong>sempenho.A reciclagem a quente envolve, normalmente, um maior número <strong>de</strong> materiais que umamistura normal. Assim, a execução <strong>de</strong> um projeto <strong>de</strong> reciclagem requer a avaliação dopavimento, a realização <strong>de</strong> ensaios <strong>de</strong> caracterização do material, controle do processo <strong>de</strong>produção e controle <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> mais rígidos do que um projeto convencional.MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 1796.3.2 AVALIAÇÃO DOS MATERIAISA primeira etapa na avaliação dos materiais é a coleta geral dos dados históricos sobre oprojeto. Estas informações incluem a <strong>de</strong>scrição das seções do pavimento, dados <strong>de</strong>tráfego, materiais utilizados, dados sobre o projeto da mistura, dados <strong>de</strong> drenagem,condição do pavimento, histórico <strong>de</strong> conservação, etc. Gran<strong>de</strong> parte <strong>de</strong>stas informações<strong>de</strong>ve ter sido disponível na fase inicial <strong>de</strong> planejamento, quando a reciclagem foiselecionada como uma alternativa <strong>de</strong> restauração. Estas informações são necessáriaspara mostrar se há materiais suficientes em quantida<strong>de</strong> e qualida<strong>de</strong>.A presença <strong>de</strong> materiais com muita variação po<strong>de</strong> acarretar a seleção <strong>de</strong> sub-projetos paraanálise e reciclagem diferenciada. O número excessivo <strong>de</strong> subprojetos po<strong>de</strong> tornar areciclagem antieconômica, <strong>de</strong>vido ao elevado número <strong>de</strong> ensaios para cada segmento.Um número suficiente <strong>de</strong> amostras <strong>de</strong>ve ser coletado <strong>de</strong> uma maneira aleatória, para todoo projeto ou cada subprojetos, permitindo os ensaios necessários.As amostras <strong>de</strong> material coletado na pista e encaminhados ao laboratório, <strong>de</strong>vem serrepresentativas da condição do material que será utilizado na produção da misturareciclada. Se o revestimento vai ser fresado a frio, as amostras <strong>de</strong> laboratório também<strong>de</strong>vem estar fresadas, pois neste caso existe uma variação da granulometria dorevestimento asfáltico antigo <strong>de</strong>vido ao acréscimo <strong>de</strong> finos.6.3.3 PROJETO DA MISTURADefinida a alternativa <strong>de</strong> solução por reciclagem, a etapa seguinte consiste em dosar oscomponentes da mistura final reciclada, ou seja, <strong>de</strong>terminar as porcentagens dos materiaise misturas intervenientes <strong>de</strong> maneira a satisfazer os requisitos das especificações própriaspara os serviços <strong>de</strong> reciclagem. Estes requisitos constam das citadas no item 5.2especificações:Em termos <strong>de</strong> mistura final reciclada as condições exigidas pelas três especificaçõesreferidas são exatamente as mesmas características <strong>de</strong> uma mistura asfáltica nova quantoaos aspectos <strong>de</strong> :a) granulometria;b) porcentagem <strong>de</strong> vazios;c) relação betume-vazios ou vazios do agregado mineral;d) estabilida<strong>de</strong>; ee) fluência.A seqüência a ser realizada para a dosagem da mistura reciclada é a seguinte:MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 180a) 1ª Etapa : Fixação <strong>de</strong> segmentos homogêneos da camada a ser recicladaPara a realização da dosagem recomenda-se a fixação em torno <strong>de</strong> 2,0 km, como aextensão máxima dos segmentos homogêneos da camada a ser reciclada.Depen<strong>de</strong>ndo do estado da superfície, da inspeção visual dos tipos <strong>de</strong> misturasexistentes no segmento, etc, tal extensão po<strong>de</strong>rá ser diminuída ou aumentada.b) 2ª- Etapa: Retirada <strong>de</strong> amostras <strong>de</strong>stes segmentos e realização <strong>de</strong> ensaiosEm cada segmento homogêneo <strong>de</strong>verão ser retiradas, no mínimo, 9 (nove) amostrasespaçadas em torno <strong>de</strong> 200 m, com dimensões apropriadas <strong>de</strong> 0,50m x 0,50m e comespessura igual àquela que a mistura será reciclada. Em cada amostra serãorealizados os seguintes ensaios:• Extração do Asfalto - <strong>de</strong>terminação do teor <strong>de</strong> ligante segundo os métodos ASTM D- 2172/81 e DNER-ME 53/94, com o uso do Refluxo e do Rotorex, respectivamente;• Granulometria da mistura <strong>de</strong> agregados após a extração do betume - <strong>de</strong>terminadaatravés do Método do DNER-ME 83/94;• Outros Ensaios – <strong>de</strong> acordo com o projeto po<strong>de</strong>rão ser realizados os seguintesensaios complementares−−Recuperação do Asfalto - para a recuperação e subseqüente caracterização doasfalto extraído das amostras, utilizar o método ABSON da ASTM D - 1856/79.Este método consiste, basicamente, <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>stilação controlada a<strong>de</strong>quandopressão com a introdução <strong>de</strong> um gás inerte (CO) para total retirada do solvente,mantendo as reais características do ligante; eCom o asfalto recuperado <strong>de</strong>vem ser executados os seguintes ensaios:• Penetração (100g, 5s, 25ºC), pelo Método DNER-ME 003/94.• Ponto <strong>de</strong> amolecimento (ºC), pelo Método ABNT MB 167/71 - NBR 6293/94• Ductibilida<strong>de</strong> (25ºC, cm, mín.) pelo Método ABNT MB 167/71 - NBR6293/94• Viscosida<strong>de</strong> Saybolt Furol a 175ºC−Fracionamento químico - seguindo a metodologia proposta por Rostler,<strong>de</strong>terminando os teores <strong>de</strong> asfaltenos e das frações maltêmicas, cujosresultados <strong>de</strong>finem o grau <strong>de</strong> envelhecimento do asfalto oriundo das mudançasquímicas que ocorrem ao longo do tempo.MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 181c) 3ª Etapa - Determinação das quantida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> materiais a serem adicionados àmistura a ser reciclada.Em razão da interpretação dos ensaios <strong>de</strong> extração <strong>de</strong> betume e da granulometria damistura <strong>de</strong> agregados dos segmentos homogêneos, verificar-se-á a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong>adição ou não, dos seguintes materiais:• Mistura asfáltica a quente - Procedimento A;• Agregado graúdo - Procedimento B;• Agregado graúdo, miúdo e material <strong>de</strong> enchimento - Concreto asfáltico recicladoem usina fixa;• Cimento asfáltico <strong>de</strong> petróleo (CAP) - 3 (três) procedimentos; e• Agente rejuvenescedor - 3 (três) procedimentos.Quando for necessária uma correção granulométrica, <strong>de</strong>verá ser <strong>de</strong>terminada aquantida<strong>de</strong> e qualida<strong>de</strong> dos agregados ou da mistura a ser adicionada, <strong>de</strong> maneira asatisfazer da melhor forma a faixa granulométrica específica.Simultaneamente, <strong>de</strong>verá ser analisada a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> utilização do CAP adicionale/ou agente rejuvenescedor, <strong>de</strong>vidamente indicado na respectiva especificação. Afinalida<strong>de</strong> da utilização <strong>de</strong>stes dois materiais, isoladamente ou em conjunto, é fazercom que o ligante asfáltico da mistura reciclada possua, entre outras, características <strong>de</strong>consistência, em termos <strong>de</strong> viscosida<strong>de</strong> absoluta e penetração, <strong>de</strong> acordo com asespecificações vigentes.Os agentes regeneradores, recicladores ou rejuvenescedores são hidrocarbonetosespecialmente refinados para possuir em sua composição química uma alta fração <strong>de</strong>maltenos, que é a fração que se per<strong>de</strong> no processo <strong>de</strong> envelhecimento do asfalto. Oagente rejuvenescedor ocasiona um novo equilíbrio às frações maltenos, já queintroduz os solventes <strong>de</strong> peptização em um alto teor, levando o asfalto a readquirir asproprieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> um novo e durável cimento asfáltico.Para <strong>de</strong>terminar as percentagens <strong>de</strong> CAP adicional e/ou agente regenerador, <strong>de</strong>vemser realizadas misturas <strong>de</strong>stes materiais em diversas proporções, com o CAP obtido noensaio <strong>de</strong> recuperação do betume, e escolhidos os valores - em tipos e quantida<strong>de</strong>s -que melhor atendam aos índices <strong>de</strong> consistência mencionados.Determinadas as proporções dos ligantes a serem misturados e, conseqüentemente, oligante final da mistura reciclada, <strong>de</strong>verá ser realizada uma análise completa domesmo, e a <strong>de</strong>terminação da relação viscosida<strong>de</strong> x temperatura, para avaliação da suasuscetibilida<strong>de</strong> e do seu comportamento viscosimétrico.MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 182d) 4ª Etapa: Determinação das proporções finais dos componentes da misturaatravés do Método MarshallO projeto final da mistura <strong>de</strong>ve ser efetuado através <strong>de</strong> procedimentos padronizadoscomo o método Marshall. O teor total do asfalto <strong>de</strong>ve ser alterado apenas pela variaçãoda quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> asfalto novo.O teor ótimo <strong>de</strong> asfalto e a dosagem da mistura são <strong>de</strong>terminados <strong>de</strong> acordo com osmesmos critérios como se fosse uma mistura asfáltica convencional, <strong>de</strong> maneira aaten<strong>de</strong>r às exigências já comentados anteriormente.6.3.4 TÉCNICAS CONSTRUTIVASAs técnicas <strong>de</strong> reciclagem a quente, que serão <strong>de</strong>scritas a seguir, po<strong>de</strong>m ser classificadasem dois gran<strong>de</strong>s grupos:a) reciclagem a quente no local ou “in situ”.b) reciclagem a quente em usinas estacionárias.6.3.4.1 RECICLAGEM A QUENTE NO LOCALA reciclagem a quente no local ou “in situ” é <strong>de</strong>finida como um processo <strong>de</strong> correção <strong>de</strong><strong>de</strong>feitos <strong>de</strong> superfície, através do corte e fragmentação do revestimento asfáltico antigo(geralmente por fresagem), mistura com agente rejuvenescedor, agregado virgem, materialou mistura asfáltica, e posterior distribuição da mistura reciclada sobre o pavimento, semremover do local original o material a ser reciclado.A reciclagem a quente no local po<strong>de</strong> ser realizada tanto como uma operação <strong>de</strong> passagemúnica, que associa a mistura reciclada com o material virgem, ou como uma operação <strong>de</strong>duas passagens, on<strong>de</strong> a mistura reciclada é recompactada e a aplicação <strong>de</strong> uma novacamada <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste é efetuada após um período <strong>de</strong> espera prescrito.Para que a reciclagem a quente no local seja consi<strong>de</strong>rada como uma provável técnica <strong>de</strong>restauração do pavimento, durante a fase <strong>de</strong> avaliação <strong>de</strong>ve-se verificar atentamente nopavimento existente os tipos <strong>de</strong> <strong>de</strong>feitos, a condição estrutural e <strong>de</strong> drenagem.Esta modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> restauração <strong>de</strong> pavimentos po<strong>de</strong>rá ser consi<strong>de</strong>rada no conjunto dasalternativas exeqüíveis, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que não haja problemas estruturais, <strong>de</strong> drenagem ou <strong>de</strong>qualida<strong>de</strong> dos materiais constituintes do pavimento.Como as técnicas <strong>de</strong> reciclagem a quente “in situ” envolvem a reelaboração <strong>de</strong> umacamada do revestimento relativamente <strong>de</strong>lgada, elas <strong>de</strong>vem ser utilizadas para correção<strong>de</strong> <strong>de</strong>feitos <strong>de</strong> superfície, exclusivamente <strong>de</strong> classe funcional. Po<strong>de</strong>m ser corrigidos<strong>de</strong>feitos com severida<strong>de</strong> baixa ou média tais como <strong>de</strong>sagregações, corrugações,afundamentos nas trilhas <strong>de</strong> roda, locais <strong>de</strong> baixa a<strong>de</strong>rência, exsudações e locais comproblemas <strong>de</strong> <strong>de</strong>clivida<strong>de</strong> transversal.MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 183Dois métodos <strong>de</strong> reciclagem no local já foram utilizados pelo DNER, a saber:a) Método MariniConsiste na utilização da planta móvel <strong>de</strong> asfalto reciclado Marini, A.R.T. 220,on<strong>de</strong> afresagem é realizada a frio.O equipamento processa a misturação do material a quentee o posterior espalhamento. O DNER elaborou a especificação ES-188/87, quecontempla este tipo <strong>de</strong> procedimento; eb) Método WirtgenConsiste na utilização da máquina Remixer da Wirtgen, on<strong>de</strong> a fresagem é realizada aquente. Para este procedimento o DNER elaborou a especificação ES - 187/87.O sistema Remixer <strong>de</strong> reciclagem a quente no local é ilustrado na Figura 46. Ele constituise<strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s fresadoras conjugadas com câmaras <strong>de</strong> aquecimento, que efetuam afresagem a quente do pavimento existente. A aquecedora amolece o revestimentoexistente e a fresadora remove-o em uma única passada. Múltiplas passadas po<strong>de</strong>rão serefetuadas para remover profundida<strong>de</strong>s maiores e aumentar a produção.O material fresado é processado diretamente na rodovia em um misturador tipo “pug-mill”acoplado ao equipamento e é posteriormente lançado na pista por um sistema distribuidor.Um agente rejuvenescedor também po<strong>de</strong> ser adicionado ao revestimento antigo. Outrapossibilida<strong>de</strong> é a adição <strong>de</strong> nova mistura durante a misturação ou senão sua aplicaçãocomo uma nova camada <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste sobre a mistura reciclada.Figura 46 - Esquema do equipamento <strong>de</strong> reciclagem a quente no localVibroacabadoraCondutorMotorTanque <strong>de</strong> gásDosadorTanque <strong>de</strong> BetumeTanque <strong>de</strong> DieselReceptáculo da misturaEixo do distribuidorMisturadorEscarificadoresvariáveisAquecedoresAquecedorAplicação damistura ecompactaçãoAquecimentoAdição<strong>de</strong> aditivose misturaEscarificaçãoAquecimentoA operação <strong>de</strong> reciclagem no local requer a mesma quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ensaios que areciclagem realizada em usina central, porém, a importância da <strong>de</strong>terminação do tipo eMT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 184quantida<strong>de</strong> do agente rejuvenescedor é mais crítica na reciclagem “in situ”. Esteprocedimento tem <strong>de</strong>monstrado uma gran<strong>de</strong> economia <strong>de</strong> energia.O <strong>de</strong>sempenho dos pavimentos submetidos a reciclagem a quente no local tem sidosatisfatório, mesmo quando submetidos a elevados níveis <strong>de</strong> tráfego. Para isso énecessário que o projeto seja bem executado e o controle tecnológico seja a<strong>de</strong>quado. Umrevestimento reciclado po<strong>de</strong>rá sofrer afundamento nas trilhas <strong>de</strong> roda se o ligante possuirviscosida<strong>de</strong> muito baixa ou se for adicionado agente rejuvenescedor em excesso.6.3.4.2 RECICLAGEM A QUENTE EM USINAS ESTACIONÁRIASA reciclagem a quente em usinas estacionárias é um processo no qual uma parte ou toda aestrutura do revestimento é removida e reduzida, geralmente através <strong>de</strong> fresagem à frio, eposteriormente transportada para ser misturada e recuperada em usina <strong>de</strong> asfalto.O processo inclui a adição <strong>de</strong> novos agregados, material <strong>de</strong> enchimento, CAP e, senecessário, um agente rejuvenescedor. O tipo <strong>de</strong> usina mais empregado é a “drum-mixer”e o produto final <strong>de</strong>ve aten<strong>de</strong>r às especificações <strong>de</strong> misturas asfálticas a serem aplicadasnas camadas <strong>de</strong> base, <strong>de</strong> “bin<strong>de</strong>r” ou <strong>de</strong> rolamento.A seqüência do <strong>de</strong>senvolvimento dos trabalhos <strong>de</strong> construção <strong>de</strong> misturas recicladas aquente em usina fixa seguem, geralmente, as seguintes etapas:a) 1ª Etapa: Preparação do materialA preparação do material inclui a remoção do pavimento asfáltico existente e posteriorredução ou fragmentação até um tamanho a<strong>de</strong>quado. Duas opções tem sido utilizadaspara reduzir <strong>de</strong> tamanho o material, a saber:• redução do material removido da pista e posterior transporte para a usina; e• fragmentação do material removido nas instalações <strong>de</strong> britagem junto à usina.A remoção e fragmentação na pista po<strong>de</strong> ser realizada com equipamentosconvencionais (tratores <strong>de</strong> esteira, motoniveladoras e carrega<strong>de</strong>iras), que escarificam ecarregam o pavimento a ser reciclado, ou senão, da maneira mais usual que é autilização <strong>de</strong> fresadoras a frio.As máquinas <strong>de</strong> fresagem foram <strong>de</strong>senvolvidas para retirada do revestimento asfálticoem espessuras controladas e para reestabelecer a <strong>de</strong>clivida<strong>de</strong> transversal. Nesteprocesso, gran<strong>de</strong> parte do pavimento é reduzido até um <strong>de</strong>terminado tamanho máximoem uma única operação. O tamanho das partículas removidas <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da espessura<strong>de</strong> corte, da direção <strong>de</strong> rotação do cilindro fresador, da velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> rotação docilindro, da quantida<strong>de</strong> e espaçamento entre <strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> fresagem e da velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong>operação do equipamento.A redução <strong>de</strong> tamanho do material removido também po<strong>de</strong> ser feita com equipamentos<strong>de</strong> britagem e peneiramento, fixos ou portáteis. O revestimento é normalmente rompidoMT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 185e fragmentado antes do carregamento, em dimensões convenientes para ser recebidono britador primário.Com a crescente utilização das máquinas <strong>de</strong> fresagem a frio, a quantida<strong>de</strong> do materialfresado disponível para a reciclagem está aumentando, principalmente na áreasurbanas. O material fresado <strong>de</strong>ve ser empilhado e armazenado pelo órgão rodoviárioou pelo empreiteiro até que possa ser utilizado na reciclagem.Os problemas com a utilização <strong>de</strong>ste material aumentam quando é <strong>de</strong>sconhecida aexata origem do material ou quando materiais <strong>de</strong> fontes diferentes são empilhadosjuntamente. Estas duas formas <strong>de</strong> disponibilida<strong>de</strong> do material requerem consi<strong>de</strong>raçõesdiferenciadas na fase <strong>de</strong> preparação do material.b) 2ª Etapa: Avaliação dos estoquesQuando um material estocado vai ser utilizado numa mistura reciclada, ascaracterísticas do material empilhado <strong>de</strong>vem ser conhecidas. As questões a seremrespondidas são:• O material a ser utilizado provém <strong>de</strong> uma única fonte?• Se os materiais são <strong>de</strong> fontes diversas, são todos concretos asfálticos usinados aquente ou estão incluídas misturas com emulsão ?• Os diferentes materiais foram separados em pilhas distintas ou foram <strong>de</strong>positadosna mesma pilha sem separação?• Se materiais diferentes foram <strong>de</strong>positados na mesma pilha há um critério parauniformemente misturar os materiais?Os estoques <strong>de</strong> material provenientes <strong>de</strong> uma mesma origem requerem técnicas <strong>de</strong>amostragem similares àquelas utilizadas na amostragem <strong>de</strong> agregados. O manuseio domaterial estocado durante a produção do material reciclado a quente também po<strong>de</strong>contribuir para variação do material. Desta forma, cuidados <strong>de</strong>vem ser tomados naoperação dos equipamentos.Se forem removidos materiais <strong>de</strong> fontes diferentes, <strong>de</strong>ve-se tomar cuidados especiaisna combinação dos materiais em uma única pilha. Isto minimizaria a variação domaterial e a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver projetos <strong>de</strong> mistura distintos. A combinaçãoem uma única pilha não <strong>de</strong>ve ser feita se há uma apreciável quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> misturascom emulsão.c) 3ª Etapa: Usinagem a quenteA produção <strong>de</strong> uma mistura reciclada a quente exige algumas modificações noprocessamento das usinas convencionais. O principal objetivo <strong>de</strong>ssas modificações éaquecer e secar o revestimento asfáltico removido sem expô-lo diretamente à chamado secador. A exposição direta à chama po<strong>de</strong> produzir poluição do ar, bem como umendurecimento adicional do asfalto remanescente no revestimento removido.MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 186Para produzir uma mistura asfáltica reciclada a quente com sucesso, po<strong>de</strong>m serutilizadas tanto as usinas do tipo intermitente (gravimétrica), como as usinas do tipotambor - misturador (drum-mixer). Cada um <strong>de</strong>sses tipos <strong>de</strong> usinas tem limitaçõesquanto à operação e misturação.Os fabricantes <strong>de</strong> usinas <strong>de</strong> asfalto equipamentos vêm produzindo usinasespecialmente projetadas para a reciclagem. As usinas mais novas, <strong>de</strong> ambos os tipos,apresentam aperfeiçoamentos que eliminam os problemas <strong>de</strong> poluição e aumentam aeficiência do processo <strong>de</strong> reciclagem.Devido à varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> procedimentos envolvidos, cada tipo <strong>de</strong> usina é tratadoseparadamente a seguir:• Usinas intermitentes (gravimétricas)Na operação <strong>de</strong> uma usina intermitente convencional, o agregado virgem é seco eaquecido num secador convencional, posteriormente peneirado em várias fraçõesgranulométricas e finalmente misturado em proporções a<strong>de</strong>quadas com cimentoasfáltico aquecido. Se for realizada diretamente no secador a reciclagem doconcreto asfáltico removido com o agregado virgem, sem qualquer modificação,haverá a formação excessiva <strong>de</strong> fumaça e, em alguns casos, problemas nosecador, no elevador quente e na torre <strong>de</strong> proteção. A única técnica que tem obtidosucesso na reciclagem com usinas intermitentes é o método <strong>de</strong> transferência <strong>de</strong>calor.No método <strong>de</strong> transferência <strong>de</strong> calor, o fluxo do agregado virgem é idêntico ao daprodução <strong>de</strong> uma mistura nova. Porém a temperatura do agregado na saída dosecador <strong>de</strong>ve ser mais elevada, pois o agregado superaquecido no secador émisturado com o material removido, que está à temperatura ambiente. O agregado<strong>de</strong>pois <strong>de</strong> aquecido é transferido <strong>de</strong> modo convencional para a torre <strong>de</strong> peneiração.A seguir, o agregado é pesado e <strong>de</strong>positado no misturador na proporçãoestabelecida pelo projeto <strong>de</strong> mistura.A principal diferença da reciclagem em usina intermitente está na introdução domaterial removido. Esse material não <strong>de</strong>ve passar pelo secador e as opções para ouso da usina intermitente estão mostradas na Figura 47.No primeiro esquema, o material removido já reduzido a dimensões apropriadas e<strong>de</strong>vidamente estocado, é transferido diretamente para o receptáculo <strong>de</strong> pesagemna torre <strong>de</strong> mistura, por um sistema <strong>de</strong> correia transportadora auxiliar. O materialremovido é <strong>de</strong>scarregado <strong>de</strong>ntro do misturador junto com o agregado virgemsuperaquecido, ocorrendo a transferência <strong>de</strong> calor enquanto os dois materiais sãomisturados.O cimento asfáltico adicional e o agente rejuvenescedor são adicionados durante amistura, <strong>de</strong> acordo com o projeto da mistura. O material misturado é então<strong>de</strong>scarregado da mesma maneira que um concreto asfáltico misturado a quente.MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 187A segunda maneira consiste na estocagem do material removido em um<strong>de</strong>terminado silo do sistema <strong>de</strong> silos quentes. O material removido é introduzidodiretamente <strong>de</strong>ntro do silo por meio <strong>de</strong> uma correia transportadora sem passar pelapeneiração. Não <strong>de</strong>ve ser permitido que o material removido permaneça no siloquente por tempo muito prolongado, pois absorverá calor dos outros silos e po<strong>de</strong>ráa<strong>de</strong>rir nas pare<strong>de</strong>s do silo. O material removido é introduzido <strong>de</strong>ntro do receptáculo<strong>de</strong> pesagem, exatamente como se fosse um agregado virgem, e é <strong>de</strong>vidamenteproporcionado <strong>de</strong> acordo com a fórmula <strong>de</strong> trabalho.Figura 47 - Operação <strong>de</strong> usina intermitente na reciclagem a quentePeneirasBalançaMisturadorAlimentaçãoFriaAgregado NovoAreiaSecador <strong>de</strong>AgregadosACMODCorreia TransportadoraMaterial RemovidoMaterial Introduzido no Receptáculo <strong>de</strong> PesagemPeneirasBalançaMisturadorAlimentaçãoFriaAgregado NovoAreiaSecador <strong>de</strong>AgregadosACMODCorreia TransportadoraMaterial RemovidoMaterial Introduzido no Silo <strong>de</strong> EstocagemO método <strong>de</strong> transferência <strong>de</strong> calor minimiza a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> problemas <strong>de</strong>poluição do ar ao evitar a passagem do material removido através do secador, doelevador quente e da torre <strong>de</strong> peneiramento. Além disso, po<strong>de</strong>m ser mantidas astaxas <strong>de</strong> produção próximas do normal.A porcentagem <strong>de</strong> material removido que po<strong>de</strong> ser utilizado na mistura reciclada,<strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da temperatura que o material virgem po<strong>de</strong> ser aquecido. Quanto maismaterial removido for utilizado, maior será a temperatura necessária do agregado.A capacida<strong>de</strong> dos secadores convencionais para alcançar temperaturas elevadaslimita a porcentagem <strong>de</strong> material removido a cerca <strong>de</strong> 30 porcento. A utilização <strong>de</strong>maior proporção <strong>de</strong> material removido exige temperaturas extremamente altas dosagregados e, geralmente, não são econômicas.MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 188Existem ainda novos sistemas que usam o pré-aquecimento para o materialremovido. Trata-se <strong>de</strong> um pequeno tambor que usa os gases <strong>de</strong> exaustãoprovenientes do secador e um pequeno maçarico para aquecer o material removidoe começar a retirada da umida<strong>de</strong> que po<strong>de</strong> estar presente.• Usina tipo “drum mixer”Na operação <strong>de</strong> reciclagem nas usinas do tipo “drum mixer”, o tambor secadorconvencional po<strong>de</strong> ser utilizado com algumas pequenas modificações. Asalterações necessárias para a reciclagem são realizadas no tambor secador,basicamente, para evitar que o material removido seja exposto diretamente àchama do maçarico.A reciclagem <strong>de</strong> misturas a quente com usinas “drum mixer” convencionaisgeralmente são satisfatórias, porém as usinas po<strong>de</strong>m não aten<strong>de</strong>r as exigênciasmínimas <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> do ar. A exposição direta do material removido à chama domaçarico e os gases <strong>de</strong> combustão extremamente quentes causavam excessivafumaça azul. Freqüentemente, verifica-se o aparecimento <strong>de</strong> crostas formadas pormaterial fino e asfalto sobre as aletas metálicas e no fundo do tambor, quecontribuíam, também, para aumentar o problema da fumaça.Para evitar estes problemas, tem-se utilizado o sistema <strong>de</strong> alimentação no centrodo tambor, como mostra a Figura 48. O sistema <strong>de</strong> alimentação no centro dotambor é o mais comumente utilizado para produzir misturas asfálticas recicladasem tambor misturador. Outros sistemas utilizados não tem tido sucesso <strong>de</strong>vido aproblemas <strong>de</strong> poluição e a baixas taxas <strong>de</strong> produção. Alguns métodos como o dopirocone e do sistema <strong>de</strong> tambores em tan<strong>de</strong>m, cairam em <strong>de</strong>suso.O agregado novo entra no tambor pela extremida<strong>de</strong> do maçarico (zona <strong>de</strong>radiação) on<strong>de</strong> é seco e aquecido. O material removido entra num ponto maisabaixo (na porção central), longe da chama e da elevada temperatura dos gases.Figura 48 - Operação <strong>de</strong> usina “drum mixer” na reciclagem a quenteSilo <strong>de</strong> Massa AsfálticaAlimentação FriaDRUM MIXERMat. RemovidoAgregado NovoAreiaACMODA transferência <strong>de</strong> calor ocorre quando os dois materiais são combinados. Nessafase são adicionados cimento asfaltico adicional e/ou agente rejuvenescedor, e amistura é realizada na meta<strong>de</strong> inferior do tambor (zona <strong>de</strong> convecção oumisturação). A maioria dos trabalhos <strong>de</strong> reciclagem a quente em usinas do tipo“drum-mixer” que utilizam um sistema <strong>de</strong>sse tipo, tem aproveitado 50% <strong>de</strong> materialMT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 189removido. A emissão <strong>de</strong> fumaça, na maioria <strong>de</strong>sses trabalhos, tem estado <strong>de</strong>ntro<strong>de</strong> limites aceitáveis.As usinas <strong>de</strong> asfalto “drum mixer” mo<strong>de</strong>rnas possuem o sistema <strong>de</strong> alimentaçãocentral. As usinas antigas necessitam diferentes modificações para reciclarpavimentos asfálticos.Para eliminar os problemas da secagem dos materiais betuminosos fresados nasusinas "drum-mixer" convencionais, a indústria está fabricando usinas que fazemmistura num tambor duplo - a "double barrel".A "double barrel" é uma usina em que o tempo <strong>de</strong> mistura, em <strong>de</strong>corrência docomprimento da câmara <strong>de</strong> mistura, é mais longo (75 segundos). Ela possui umtambor <strong>de</strong> menor diâmetro e <strong>de</strong> maior comprimento, semelhante ao <strong>de</strong> uma usinagravimétrica, que gira <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um outro tambor, concêntrico e fixo, <strong>de</strong> diâmetrobem maior, <strong>de</strong> menor comprimento e termicamente isolado. A coroa circularformada ao longo do comprimento do tambor <strong>de</strong> maior diâmetro forma a câmara <strong>de</strong>mistura, on<strong>de</strong> existem pás para a execução e homogeneização da mistura.O agregado novo é adicionado no tambor <strong>de</strong> menor diâmetro, on<strong>de</strong> é aquecido porum maçarico cuja chama atua no contra-fluxo do material. O material ésuperaquecido após percorrer o comprimento do tambor menor e é introduzido nacâmara <strong>de</strong> mistura. O material fresado é então introduzido diretamente na câmarae, após ser homogeneizado e aquecido pelo calor do material novo, é misturadojuntamente com asfalto, agente rejuvenescedor e filler.d) 4ª Etapa: Lançamento e compactaçãoA mistura po<strong>de</strong> ser lançada e compactada como um concreto asfáltico normal, usandoos procedimentos e equipamentos convencionais.6.3.5 CONTROLE DA QUALIDADEO objetivo da reciclagem é produzir uma mistura final que atenda em todos os aspectos asespecificações <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> das misturas convencionais. Portanto, o controle <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>é tão importante durante a reciclagem como no processo <strong>de</strong> mistura a quenteconvencional.No intuito <strong>de</strong> atingir as expectativas do projeto da mistura é necessário verificar osaspectos <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> do material removido. Algumas alterações ocorrem durante aestocagem e que <strong>de</strong>vem ser corrigidas. No controle <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> da mistura reciclada<strong>de</strong>ve-se dar ênfase especial a granulometria dos agregados e as características do asfaltodo revestimento removido da pista.A análise <strong>de</strong> granulometria do material recuperado po<strong>de</strong> <strong>de</strong>terminar a adição <strong>de</strong> novosagregados, que a<strong>de</strong>quadamente graduados, possibilitem o enquadramento da misturanuma faixa específica. A análise das proprieda<strong>de</strong>s do cimento asfáltico recuperadoMT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 190<strong>de</strong>termina a escolha da quantida<strong>de</strong> e das características do novo asfalto necessário paraaten<strong>de</strong>r às especificações quanto à mistura final.Na operação em usina central, a inspeção <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ve inicialmente serfeita na classificação e <strong>de</strong>pósito do pavimento removido. Deverá ser verificado o seguinte:a) se o material está a<strong>de</strong>quadamente fragmentado ou pulverizado;b) se houve a separação do material recuperado em pilhas <strong>de</strong> estoque <strong>de</strong> material maisgraúdo e mais fino; ec) se foram coletadas e ensaiadas as pilhas durante cada dia <strong>de</strong> produção, para garantirque estão sendo atendidos os requisitos <strong>de</strong> granulometria.A estocagem <strong>de</strong>ve ser executada, se possível, com a utilização <strong>de</strong> correias transportadaspara evitar o <strong>de</strong>slocamento <strong>de</strong> equipamentos sobre as pilhas. Elas <strong>de</strong>vem ser <strong>de</strong>vidamentesecas e livres <strong>de</strong> excesso da umida<strong>de</strong>.O principal aspecto a ser inspecionado na produção da massa reciclada é a entrada domaterial removido, pois ele não <strong>de</strong>ve ser diretamente exposto ao aquecimento direto dachama do maçarico. Este material muitas vezes chamado <strong>de</strong> “fresado” <strong>de</strong>ve sersuficientemente aquecido e seco, <strong>de</strong> maneira que seja reduzida a viscosida<strong>de</strong> do asfaltoexistente e permita a mistura com o novo ligante e/ou rejuvenescedor, para produzir umamistura homogênea com a temperatura uniforme.6.3.6 VANTAGENS DA RECILAGEM A QUENTEDo ponto <strong>de</strong> vista exclusivamente da eficiência em custos, po<strong>de</strong>-se afirmar que areciclagem à quente do pavimento existente <strong>de</strong>ve ter maior aplicação no planejamento darestauração <strong>de</strong> pavimentos.Outro importante fator é a conservação <strong>de</strong> energia quando comparada com outrosmétodos <strong>de</strong> restauração ou reconstrução. Na <strong>de</strong>terminação da economia <strong>de</strong> energia muitosfatores <strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>rados: novos agregados, novo asfalto, distâncias <strong>de</strong> transporte(<strong>de</strong>pósito e usina), método <strong>de</strong> remoção, método <strong>de</strong> pulverização, tipo <strong>de</strong> usina e condiçõesdas especificações.A Tabela 25 ilustra a economia média <strong>de</strong> energia das técnicas <strong>de</strong> reciclagem a quentequando comparadas ao processo convencional <strong>de</strong> recapeamento. A economia provenientedas operações <strong>de</strong> reciclagem à quente na pista é bastante significativa quando comparadacom um recapeamento com mistura nova.MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 191Tabela 25 - Comparação entre consumo <strong>de</strong> energiaPROCESSONECESSIDADE DE ENERGIA(BTU/ton)Recape com mistura nova (e = 4 cm) 581.980Fresagem a frio e reciclagem a quente em usina- 20% reciclado / 80% mistura nova (e = 4 cm)- 40% reciclado / 60% mistura nova (e = 4 cm)542.049488.401Reciclagem a quente na pista ( e = 4 cm) 202.300Existem diversas vantagens na execução das operações <strong>de</strong> reciclagem em usina. Po<strong>de</strong>ráser obtido um melhor controle <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> em termos <strong>de</strong> dimensões das partículas, <strong>de</strong>teor <strong>de</strong> agente rejuvenescedor, <strong>de</strong> porcentagens <strong>de</strong> participação do agregado novo e doreciclado na mistura e, também, <strong>de</strong> homogeneida<strong>de</strong> da mistura.Outras vantagens das operações em usina <strong>de</strong>vem-se a sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> reparar quasetodos os tipos <strong>de</strong> <strong>de</strong>feitos dos pavimentos e <strong>de</strong> produzir melhoria estrutural significativa. Osproblemas <strong>de</strong> resistência à <strong>de</strong>rrapagem po<strong>de</strong>m, também, ser corrigidos mediantea<strong>de</strong>quado projeto <strong>de</strong> mistura, incluindo a adição <strong>de</strong> uma camada <strong>de</strong> agregado resistente aopolimento.A reciclagem em usina se mostra mais vantajosa quando são necessárias substanciaismelhorias estruturais, normalmente nas vias <strong>de</strong> elevado volume <strong>de</strong> tráfego. Com umaa<strong>de</strong>quada programação é possível remover e recompor o mesmo segmento em um dia <strong>de</strong>serviço. Po<strong>de</strong>m ser usadas misturas recicladas feitas com agregados provenientes dasoperações <strong>de</strong> remoção do dia anterior.A reciclagem a quente em usina é comprovadamente um processo que permite melhoriasestruturais significativas. O maior benefício é obtido na adição <strong>de</strong> asfalto ao materialremovido da pista e a posterior reposição na mesma espessura. Este fato permite oacréscimo <strong>de</strong> resistência da estrutura do pavimento.6.4 RECICLAGEM A FRIOA reciclagem a frio é um processo no qual toda a estrutura do pavimento, ou parte <strong>de</strong>la, éremovida e reduzida a dimensões apropriadas para <strong>de</strong>pois ser misturada a frio no própriolocal ou em usina. Po<strong>de</strong>rão ser adicionados materiais betuminosos (emulsão asfáltica),agregados, agentes rejuvenescedores ou estabilizantes químicos. A mistura final po<strong>de</strong>ráser utilizada em camada <strong>de</strong> base, que <strong>de</strong>verá ser revestida com um tratamento superficialou uma mistura asfáltica antes <strong>de</strong> ser submetida a ação direta do tráfego.Em função do tipo <strong>de</strong> estabilizante que é adicionado ao pavimento pulverizado, areciclagem a frio po<strong>de</strong> ser classificada em:a) Reciclagem com adição <strong>de</strong> material betuminoso - consiste na mistura do revestimentoe da base pulverizados no local, com a adição <strong>de</strong> material betuminoso, para produziruma base estabilizada com betume.MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 192b) Reciclagem com adição <strong>de</strong> estabilizante químico - consiste na pulverização e misturana pista da camada <strong>de</strong> revestimento, da base e do subleito ou <strong>de</strong> qualquer combinaçãoentre essas, com a adição <strong>de</strong> estabilizantes químicos (cal, cimento ou cinzas volantes),para produzir uma base estabilizada quimicamente.Embora estes dois processos sejam bastante similares quanto às consi<strong>de</strong>rações <strong>de</strong> projeto(amostragem <strong>de</strong> campo, análise <strong>de</strong> laboratório, compactação, etc.), existem muitosaspectos que os diferenciam.A reciclagem com adição <strong>de</strong> material betuminoso envolve somente o revestimento e a basegranular, embora o subleito possa ser atingido inadvertidamente durante a fase <strong>de</strong>pulverização. A reciclagem com adição <strong>de</strong> agentes químicos tais como cal, cimento ecinzas volantes, envolve geralmente o subleito do pavimento.A reciclagem a frio não é uma técnica nova. Muitos órgãos rodoviários vem executandoeste tipo <strong>de</strong> restauração há vários anos. Os equipamentos convencionais <strong>de</strong> pavimentaçãotem sido utilizados para romper, pulverizar, adicionar e misturar os estabilizadores, e, porfim, compactar o material.O crescente interesse em reciclagem <strong>de</strong> pavimentos tem motivado os fabricantes aproduzir equipamentos especialmente projetados para reciclar e reelaborar as camadas dopavimento. Os maiores <strong>de</strong>senvolvimentos tem ocorrido na melhoria da potência dosequipamentos e na produção <strong>de</strong> peças mais resistentes.Estes <strong>de</strong>senvolvimentos são fundamentais para que haja equipamentos capazes <strong>de</strong> operar<strong>de</strong> maneira econômica, tanto em revestimentos muito espessos, como em basesgranulares e em subleitos com alta plasticida<strong>de</strong>. A adoção <strong>de</strong>stes equipamentos nareciclagem na pista garante eficiência ao processo e qualida<strong>de</strong> ao material reciclado.Atualmente, a experiência indica que essa técnica <strong>de</strong> restauração <strong>de</strong> pavimentos po<strong>de</strong> seraplicada mais eficientemente nos seguintes casos:a) em rodovias <strong>de</strong> baixo volume <strong>de</strong> tráfego (vicinais);b) em acostamentos <strong>de</strong>feituosos <strong>de</strong> rodovias principais; ec) na utilização do material reciclado como base estabilizada.6.4.1 DESEMPENHO E LIMITAÇÕESOs dados coletados durante a fase <strong>de</strong> avaliação, referentes aos <strong>de</strong>feitos, drenagem,subleito e proprieda<strong>de</strong>s dos materiais, em conjunto com a avaliação estrutural dopavimento, indicarão a amplitu<strong>de</strong> do problema nas camadas do pavimento.Quando a avaliação estrutural indicar que a estrutura existente é ina<strong>de</strong>quada para otráfego atual e futuro, o recapeamento é a primeira solução a ser levada em conta.Entretanto, se o revestimento e as camadas subjacentes forem ina<strong>de</strong>quadas para suportaruma camada asfáltica, a reciclagem <strong>de</strong>ve ser consi<strong>de</strong>rada.MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 193A mistura reciclada, quando a<strong>de</strong>quadamente projetada, proporciona um material comproprieda<strong>de</strong>s estruturais similares a <strong>de</strong> um material estabilizado novo.Entre as diversas razões que po<strong>de</strong>m justificar o emprego da reciclagem a frio <strong>de</strong> umpavimento, po<strong>de</strong>m ser relacionadas as seguintes:a) a melhoria da capacida<strong>de</strong> estrutural, que é o principal benefício diretamente atribuído aessa técnica;b) a reelaboração completa <strong>de</strong> camada(s) do pavimento, que permite a melhoria dasproprieda<strong>de</strong>s do material, correção dos problemas <strong>de</strong> dosagem e, conseqüentemente,dos <strong>de</strong>feitos <strong>de</strong> superfície; ec) a utilização <strong>de</strong> agentes estabilizadores que proporcionam ao material reciclado umamaior impermeabilização e reduzem a sensibilida<strong>de</strong> em relação aos efeitos daumida<strong>de</strong>.Alguns dos principais fatores limitadores que <strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>rados antes da seleção euso da reciclagem a frio, são os seguintes:a) a interrupção do tráfego <strong>de</strong>vido ao processamento e cura do material po<strong>de</strong> ser aindamaior do que outros tipos <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> restauração. Essa interrupção po<strong>de</strong> serbastante é reduzida se for utilizada uma técnica <strong>de</strong> passada única;b) quando é utilizado um estabilizante químico, os ganhos <strong>de</strong> resistência e a construçãosão suscetíveis às condições climáticas (temperatura e umida<strong>de</strong>); ec) o controle <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> e uniformida<strong>de</strong> nas operações <strong>de</strong> reciclagem a frio no local nãoé inferior do que nas operações <strong>de</strong> reciclagem em usina; ed) quando for utilizada emulsão asfáltica para elevar a resistência da base, sãonecessários cuidados especiais no processo <strong>de</strong> reciclagem a frio. Isso <strong>de</strong>corre do fatoque o coeficiente estrutural para esse tipo <strong>de</strong> material não é perfeitamente conhecido.Além disso, os métodos <strong>de</strong> ensaios e <strong>de</strong> controle para <strong>de</strong>terminar a dosagem ótima <strong>de</strong>asfalto, tempo <strong>de</strong> mistura e compactação, não estão bem <strong>de</strong>finidos até o momento,tanto no campo como em laboratório.6.4.2 AVALIAÇÃO DOS MATERIAISA avaliação dos materiais nos projetos <strong>de</strong> reciclagem <strong>de</strong> pavimentos envolve as seguintesetapas:a) 1ª Etapa: Estudo do pavimentoCada uma das camadas do pavimento a ser reciclado <strong>de</strong>ve ser amostrada para<strong>de</strong>terminar as proprieda<strong>de</strong>s dos materiais. O inventário visual dos <strong>de</strong>feitos, efetuadodurante a fase <strong>de</strong> avaliação, <strong>de</strong>verá ser analisado cuidadosamente para <strong>de</strong>terminar otipo e a severida<strong>de</strong> dos <strong>de</strong>feitos. Esta inspeção visual po<strong>de</strong> ajudar na <strong>de</strong>terminação dascausas e amplitu<strong>de</strong> dos problemas e na seleção da técnica <strong>de</strong> restauração maisapropriada.MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 194Os seguintes itens <strong>de</strong>vem ser cuidadosamente examinados:• Revestimento−−−teor <strong>de</strong> asfaltogranulometriaobservação visual dos <strong>de</strong>feitos• Base granular−−granulometriaplasticida<strong>de</strong>• Subleito−−granulometriaplasticida<strong>de</strong>O número <strong>de</strong> amostras retiradas <strong>de</strong>ve ser representativo da variação dos materiais dopavimento. Esta variação po<strong>de</strong> ser obtida através dos registros da conservação, dainspeção visual, dos registros da construção e dos mapas pedológicos. Os dadoscoletados durante esta fase permitirão a divisão em segmentos homogêneos, que<strong>de</strong>verão ser analisados separadamente.b) 2ª Etapa: Ensaios <strong>de</strong> laboratórioA análise <strong>de</strong> laboratório é crucial para a produção <strong>de</strong> uma mistura aceitável. Ela <strong>de</strong>veincluir o seguinte:– Granulometria dos agregados removidos e ensaios <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> todos osmateriais;– Teor <strong>de</strong> asfalto e viscosida<strong>de</strong> do cimento asfáltico do revestimento existente;– Limites <strong>de</strong> Atterberg e teores <strong>de</strong> umida<strong>de</strong> das camadas granulares e subleito; e– Projeto da mistura para selecionar o tipo e qualida<strong>de</strong> do agente estabilizador.• Ensaios <strong>de</strong> granulometriaA granulometria do material, e principalmente a quantida<strong>de</strong> do material que passana peneira nº 200, são muito importantes na seleção do tipo <strong>de</strong> estabilizador que<strong>de</strong>ve ser utilizado (conforme diagrama apresentado na Figura 49).MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 195Figura 49 - Processo <strong>de</strong> escolha do tipo <strong>de</strong> estabilizaçãoIP


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 196• Teor <strong>de</strong> asfalto e viscosida<strong>de</strong>Quando é baixo o percentual <strong>de</strong> agregados da base e sub-base que serãocombinados com o material do revestimento asfáltico (menor do que 50%), aimportância do teor residual <strong>de</strong> asfalto torna-se relevante e as proprieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong>vemser <strong>de</strong>terminadas em laboratório através dos ensaios <strong>de</strong> extração e recuperação.Nas operações <strong>de</strong> reciclagem a frio on<strong>de</strong> a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> concreto asfáltico éinferior a um terço da quantida<strong>de</strong> total <strong>de</strong> material a ser reciclado, não precisam ser<strong>de</strong>terminados os parâmetros supra citados.• Análise <strong>de</strong> plasticida<strong>de</strong>Devem ser <strong>de</strong>terminadas as características <strong>de</strong> plasticida<strong>de</strong> (limites <strong>de</strong> Atterberg)das camadas granulares e subleito. Esta <strong>de</strong>terminação é importante na escolha doestabilizante mais a<strong>de</strong>quado para o material a ser reciclado. Essas característicassão:−−−Limite <strong>de</strong> Liqui<strong>de</strong>z;Limite <strong>de</strong> Plasticida<strong>de</strong>; eÍndice <strong>de</strong> Plasticida<strong>de</strong>.Se a plasticida<strong>de</strong> e/ou granulometria dos materiais não aten<strong>de</strong>rem àsespecificações, as proprieda<strong>de</strong>s dos materiais <strong>de</strong>vem ser alteradas ou uma<strong>de</strong>quado agente estabilizador <strong>de</strong>ve ser selecionado. Se ensaios <strong>de</strong> laboratório domaterial <strong>de</strong> base ou sub-base revelam que houve muita infiltração <strong>de</strong> finos advindosdo subleito e, portanto, a granulometria é ina<strong>de</strong>quada para a adição <strong>de</strong> materialbetuminoso, outro tipo <strong>de</strong> estabilização <strong>de</strong>ve ser realizado.Nesse caso, existem várias soluções e duas <strong>de</strong>las são apresentadas abaixo:− adicionar mais agregado para corrigir a granulometria do material e efetuar areciclagem a frio com a adição <strong>de</strong> material asfáltico; ou−estabilizar os materiais das camadas granulares com a aplicação <strong>de</strong>estabilizantes químicos (cal ou cimento) e recuperar o revestimento <strong>de</strong> maneiramais eficiente como, por exemplo, através <strong>de</strong> reciclagem a quente.• Seleção do agente estabilizadorA escolha do tipo e quantida<strong>de</strong> apropriada do estabilizador é função dos objetivosdo projeto <strong>de</strong> reciclagem, das proprieda<strong>de</strong>s dos materiais a serem reciclados e dadisponibilida<strong>de</strong> dos estabilizantes na área do projeto da reciclagem.O objetivo do processo <strong>de</strong> reciclagem <strong>de</strong>ve ser conhecido antes da escolha final doaditivo. Os objetivos básicos são:− modificação do material granular: alteração das proprieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong>ficientes nosmateriais <strong>de</strong> cada camada;MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 197−melhoria da resistência e durabilida<strong>de</strong>: recuperação das proprieda<strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>radas no projeto estrutural do pavimento; e− modificação do subleito: alteração específica das proprieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong>ficientes dosubleito.Como po<strong>de</strong> ser observado na Figura 49, a cal será um estabilizante ineficiente parasolos <strong>de</strong> graduação aberta. Para os piores tipos <strong>de</strong> solos, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que não hajapresença <strong>de</strong> material orgânico, geralmente o melhor estabilizante é a cal. O asfaltoe cal-cinzas volantes não são recomendadas para materiais <strong>de</strong> graduação fechadapois o processo torna-se oneroso <strong>de</strong>vido à alta quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aditivo necessário.6.4.3 PROJETO DA MISTURAO propósito do projeto da mistura é <strong>de</strong>terminar a quantida<strong>de</strong> necessária <strong>de</strong> agenteestabilizador para assegurar que sejam atendidos os objetivos preconizados. Para tal,<strong>de</strong>ve-se proce<strong>de</strong>r a um rigoroso procedimento <strong>de</strong> laboratório on<strong>de</strong> são preparadasamostras <strong>de</strong> misturas contendo diversas porcentagens do agente estabilizador (cimento,cal ou materiais betuminosos).As misturas são, então, ensaiadas para <strong>de</strong>terminar a melhoria obtida em suasproprieda<strong>de</strong>s. A mistura que apresentar melhoria mais acentuada <strong>de</strong> suas proprieda<strong>de</strong>s é,geralmente, a escolhida.Para reciclagem com adição <strong>de</strong> materiais betuminosos, na pista ou em usina, o objetivoprincipal do projeto da mistura é produzir uma mistura semelhante à produzida com novosmateriais. Entretanto, para a reciclagem a frio, não existem métodos <strong>de</strong> projeto <strong>de</strong> misturaaceitos universalmente.Em geral, ensaios <strong>de</strong> laboratório, fórmulas empíricas ou experiências anteriores comprojetos similares, são utilizados para estabelecer a quantida<strong>de</strong> inicial <strong>de</strong> asfalto, que po<strong>de</strong>ser ajustada, se necessário, <strong>de</strong>pois do início da construção.O procedimento para projeto <strong>de</strong> mistura adotado pelo Instituto <strong>de</strong> Asfalto é o seguinte:− “O agregado <strong>de</strong> um revestimento asfáltico removido da pista é misturado comagregados retirados <strong>de</strong> outras camadas e/ou com novos agregados necessários paraaten<strong>de</strong>r aos requisitos da especificação. Uma vez que as proporções relativas doagregado são <strong>de</strong>terminadas, a quantida<strong>de</strong> do novo asfalto <strong>de</strong>ve ser calculada. Para tal,uma quantida<strong>de</strong> total <strong>de</strong> asfalto para a mistura é <strong>de</strong>terminada e cálculos então sãofeitos para estimar a quantida<strong>de</strong> requerida <strong>de</strong> novo asfalto para a reciclagem. Seguindoestas <strong>de</strong>terminações, os ajustes na quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> asfalto são feitos por tentativasatravés do Método Marshall”.O projeto da mistura a frio com materiais asfálticos po<strong>de</strong> ser formulado a partir dasinformações obtidas na avaliação dos materiais,. A seguir estão relacionadas as etapas doprocedimento para o projeto da mistura, conforme metodologia do Instituto do Asfalto:MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 198a) cálculo da combinação dos agregados da mistura reciclada;b) seleção do tipo e categoria do novo asfalto;c) <strong>de</strong>terminação da quantida<strong>de</strong> total <strong>de</strong> asfalto para a combinação dos agregados;d) estimativa do percentual <strong>de</strong> novo asfalto necessário à mistura; ee) ajuste do teor <strong>de</strong> asfalto através <strong>de</strong> tentativas pelo Método Marshall.6.4.4 TÉCNICAS CONSTRUTIVASAs técnicas <strong>de</strong> reciclagem a frio po<strong>de</strong>m ser classificadas como se segue:a) reciclagem a frio no local; eb) reciclagem a frio em usinas estacionárias.As etapas básicas <strong>de</strong> construção necessárias para a reciclagem a frio são <strong>de</strong>scritas seguir:a) Etapa 1 - Rompimento do revestimentoA primeira etapa consiste no rompimento do revestimento e, eventualmente, da baseaté a profundida<strong>de</strong> necessária. A escarificação e a fresagem a frio são os métodosusualmente empregados para realizar esse trabalho e serão <strong>de</strong>scritas brevemente aseguir:• EscarificaçãoMotoniveladoras com escarificadores posicionados na parte frontal po<strong>de</strong>m serusados em revestimentos asfálticos <strong>de</strong>lgados <strong>de</strong> até 5 cm <strong>de</strong> espessura. Pararevestimentos asfálticos com espessura entre 5 cm e 10 cm são necessáriasmotoniveladoras mais potentes, equipadas com escarificadores posicionados naparte trazeira. Os revestimentos com mais <strong>de</strong> 10 cm <strong>de</strong> espessura exigem,normalmente, tratores <strong>de</strong> esteiras com escarificadores solidários ou rebocáveis.A vantagem da escarificação é que o rompimento é realizado por um custo maisreduzido. Uma <strong>de</strong>svantagem é o precário controle da profundida<strong>de</strong> <strong>de</strong>escarificação, que po<strong>de</strong> causar a contaminação das camadas a serem recicladascom as camadas subjacentes. Além disso, os fragmentos <strong>de</strong> pavimento <strong>de</strong>vem serposteriormente britados para produzir a granulometria final <strong>de</strong>sejada.• Fresagem a frioAssim como a escarificação, a fresagem a frio <strong>de</strong>strói a integrida<strong>de</strong> estrutural dorevestimento, porém ela po<strong>de</strong> reduzir o revestimento e eventualmente a base empartículas <strong>de</strong> dimensões apropriadas. As dimensões finais das partículas são<strong>de</strong>terminadas pela profundida<strong>de</strong> do corte, velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> avanço da máquina,sentido <strong>de</strong> rotação do cilindro fresador, qualida<strong>de</strong> do material, condições dorevestimento do pavimento, condições ambientais e teor <strong>de</strong> asfalto.MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 199Os equipamentos <strong>de</strong> fresagem a frio tem sido utilizado extensivamente pararemoção <strong>de</strong> pavimentos e redução <strong>de</strong> dimensões. O uso <strong>de</strong>sse equipamento temaumentado substancialmente no <strong>de</strong>correr dos últimos anos. A principal vantagemda fresagem a frio é que o material <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> fresado apresenta uma granulometriaapropriada para a reciclagem e sem processamento adicional, exceto para removerfragmentos <strong>de</strong> dimensões maiores.b) Etapa 2 - Redução <strong>de</strong> dimensõesA redução <strong>de</strong> dimensões é necessária somente se o rompimento do revestimentoexistente for realizado por escarificação. Os seguintes métodos alternativos <strong>de</strong>fragmentação do material po<strong>de</strong>m ser usados:• para pavimentos asfálticos escarificados com tratores <strong>de</strong> esteira, um rolo <strong>de</strong> grelhasrebocado, pé-<strong>de</strong>-carneiro ou outro equipamento similar, po<strong>de</strong>m quebrar os gran<strong>de</strong>spedaços, em preparação para outro métodos <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> dimensões;• a redução <strong>de</strong> dimensões po<strong>de</strong>, então, ser executada por um pulverizador especial,rebocado ou autopropelido. Este equipamento requer maior potência e peças maisresistentes do que os equipamentos convencionais <strong>de</strong> estabilização <strong>de</strong> solos;• o material po<strong>de</strong> ser removido da pista e levado a um britador. Normalmente, issosomente é feito se o material for misturado em usina central; ec) Etapa 3 - MisturaO objetivo da fase <strong>de</strong> mistura é proporcionar uma distribuição uniforme do agenterejuvenescedor ou estabilbizador, por todo o material que está sendo reciclado. Essa éuma operação crítica, mas necessária para se obter uma mistura <strong>de</strong> boa qualida<strong>de</strong>.Existem dois métodos básicos nos quais a fase <strong>de</strong> mistura po<strong>de</strong> ser completada. Omaterial po<strong>de</strong> ser misturado no local ou ele po<strong>de</strong> ser removido e misturado em usina. Adiscussão, a seguir, cobrirá a adição e mistura do estabilizador usando esses doismétodos.• Mistura no localO material é fragmentado, misturado com o agente estabilizador (material asfáltico,cimento ou cal) e redistribuído em uma única passada. Em geral, um únicoequipamento é utilizado para as tarefas <strong>de</strong> fresagem a frio, estabilização commaterial asfáltico ou com aditivos químicos.As vantagens da mistura no local são:−−−o material não tem que ser transportado para fora da pista;o equipamento exigido para o processo é mínimo e proporciona a oportunida<strong>de</strong><strong>de</strong> corrigir rapidamente problemas estruturais e <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> do material; e porconseguinte,evitar prolongada interrupção do tráfego.MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 200A <strong>de</strong>svantagem, normalmente, resi<strong>de</strong> na maior dificulda<strong>de</strong> no controle <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>do material misturado, quando comparado com o processo em usina. Neste ponto,tem havido melhorias substanciais no equipamento <strong>de</strong> reciclagem para melhorar ocontrole <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>.Existem diversos melhoramentos recentes para os equipamentos <strong>de</strong> reciclagem afrio no local. As fresadoras modificadas ou especialmente projetadas estãodisponíveis para processar o material removido numa única passada. Como po<strong>de</strong>ser observado na Figura 50, isso inclui o corte até o grei<strong>de</strong> (normalmente apenas opavimento asfáltico), fragmentação, adição e mistura <strong>de</strong> aditivos.Na reciclagem com adição <strong>de</strong> cimento Portland ou cal hidratada, a quantida<strong>de</strong>a<strong>de</strong>quada <strong>de</strong>stes aditivos <strong>de</strong>ve ser previamente espalhada na pista <strong>de</strong> rolamentoantes da fresagem e misturação.O material misturado po<strong>de</strong> então ser distribuído numa vibroacabadora ou por meio<strong>de</strong> um dispositivo que controle o grei<strong>de</strong> e a seção transversal do pavimento. Acompactação completa esse processo. Uma vez que o equipamento <strong>de</strong> fresagemse <strong>de</strong>sloca ao longo da estrada somente uma vez e numa operação <strong>de</strong> passadaúnica , a produção <strong>de</strong>verá ser maior do que com a operação <strong>de</strong> passadas multiplas.Em ambos os procedimentos, a produção é limitada mais pela velocida<strong>de</strong> doequipamento <strong>de</strong> pulverização do que por qualquer outro fator.Figura 50 - Dispositivo <strong>de</strong> reciclagem a frio no localCarcaçaBarra Espargidora <strong>de</strong> AditivosCilindro FresadorBarra RompedoraComporta DianteiraComporta TraseiraUm outro nível <strong>de</strong> sofisticação é o conceito <strong>de</strong> trem completo, que realizaintegralmente o processo <strong>de</strong> reciclagem em uma só passada. Aqui, a fresadora éusada somente para remover o material e os equipamentos subseqüentescontrolam a granulometria, a introdução do aditivo (se necessário) e a mistura.Neste equipamento, o material fresado é levado por correia transportadora até umbritador <strong>de</strong> rolos, on<strong>de</strong> é fragmentado e classificado. O material é, então, levado aum misturador tipo “pug-mill”, acoplado ao equipamento, on<strong>de</strong> é realizada a misturacom o agente estabilizador. A mistura resultante é, a seguir, espalhada na rodoviaMT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 201através <strong>de</strong> uma distribuidora <strong>de</strong> agregados convencional que, geralmente, éacoplada ao equipamento.• Mistura em usinaO material é removido da rodovia e misturado a frio numa usina misturadora. Aprincipal vantagem da operação <strong>de</strong> uma usina, é o excelente controle <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>obtido na adição do estabilizador e no processo <strong>de</strong> mistura. As <strong>de</strong>svantagens são:os transportes adicionais, os custos <strong>de</strong> execução adicionais e os maiores prazos <strong>de</strong>construção.d) Etapa 4 - Espalhamento e compactaçãoSão empregadas as operações normais <strong>de</strong> espalhamento e compactação, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndodo tipo <strong>de</strong> mistura e <strong>de</strong> estabilizador utilizado. Se forem utilizados estabilizantes ourejuvenescedores <strong>de</strong>verá ser consi<strong>de</strong>rado o tempo <strong>de</strong> cura necessário.e) Etapa 5 - Colocação da camada <strong>de</strong> revestimentoSão adotados os procedimentos normais <strong>de</strong> construção, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo do tipo <strong>de</strong>material reciclado e da camada <strong>de</strong> revestimento a ser utilizada.6.4.5 CONTROLE DA QUALIDADEO objetivo da reciclagem a frio é obter uma boa homogeneização do pavimentofragmentado (com ou sem adição <strong>de</strong> novo agregado), com a correta quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong>estabilizante (quando for utilizado) e umida<strong>de</strong> suficiente para permitir a máxima <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>durante a compactação.Para atingir esses objetivos, os serviços <strong>de</strong> reciclagem a frio <strong>de</strong>vem ser controlados paraaten<strong>de</strong>r, do ponto <strong>de</strong> vista tecnológico, os seguintes itens:a) Granulometria do pavimento existente;b) Teor <strong>de</strong> umida<strong>de</strong>;c) Grau <strong>de</strong> homogeneização;d) Compactação; ee) Temperatura e umida<strong>de</strong> durante o período <strong>de</strong> cura.Os itens potencialmente problemáticos quanto as operações <strong>de</strong> reciclagem a frio são:a) Espessura <strong>de</strong> corte do pavimento existente;b) Grau <strong>de</strong> pulverização;c) Controle <strong>de</strong> ligante adicional;d) Controle do agente reciclador; ee) Distribuição do ligante e/ou estabilizante.MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 2026.4.6 VANTAGENS E DESVANTAGENSExistem diversas vantagens no uso das técnicas <strong>de</strong> reciclagem a frio, a saber:a) quando uma camada <strong>de</strong> concreto asfáltico existente é pulverizada e misturadajuntamente com o agregado da base existente, o asfalto residual atua como umexcelente ligante para auxiliar na confecção <strong>de</strong> uma base reciclada menos suscetível àação da água;b) a adição <strong>de</strong> um novo ligante ou <strong>de</strong> um estabilizante químico, tais como cal ou cimento,po<strong>de</strong>rá contribuir para evitar a expansão da base reciclada, aumentar aimpermeabilização da base e aumentar a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga da estrutura dopavimento;c) aumentando a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga da camada <strong>de</strong> base, a estrutura do pavimentopo<strong>de</strong>rá ser mais <strong>de</strong>lgada, o que significará menor quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> material necessária e,portanto, economia <strong>de</strong> materiais virgens selecionados; ed) o material consi<strong>de</strong>rado como rejeito, <strong>de</strong>vido ao grau <strong>de</strong> exigência da nova camada <strong>de</strong>revestimento, po<strong>de</strong>rá ser estocado para uso futuro.As operações <strong>de</strong> reciclagem a frio tem algumas <strong>de</strong>svantagens quando comparadas comoutras operações <strong>de</strong> restauração, a saber:a) o equipamento <strong>de</strong> pulverização necessita freqüentemente <strong>de</strong> reparos e portanto aprodução po<strong>de</strong> ser baixa;b) a interrupção do tráfego po<strong>de</strong> ser maior do que em outras ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> restauração;c) o período <strong>de</strong> cura normalmente é necessário para se obter a resistência <strong>de</strong>sejada;d) durante a execução e o período <strong>de</strong> cura existe muita susceptibilida<strong>de</strong> às condiçõesclimáticas, como temperatura e umida<strong>de</strong>; ee) o controle <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> das operações na pista não é tão bom quanto nas operaçõescom usina central.MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 2037 - CONSERVAÇÃO DOS PAVIMENTOSMT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 2057 CONSERVAÇÃO DOS PAVIMENTOS7.1 DEFINIÇÃO E FINALIDADEA conservação dos pavimentos po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong>finidas como sendo um conjunto <strong>de</strong> serviços<strong>de</strong>stinados à preservação do pavimento nas condições em que ele foi originalmenteconstruído ou no estado em que foi posteriormente restaurado.A infra-estrutura rodoviária, se conservada nas condições em que foi construída, duraria,teoricamente, para sempre. Na prática, porém, a conservação apenas ajuda a rodovia a<strong>de</strong>sempenhar, <strong>de</strong> maneira satisfatória, o seu papel durante a vida para a qual ela foiprojetada. A conservação não <strong>de</strong>ve ser consi<strong>de</strong>rada como um recurso temporário, mascomo um investimento aplicado na infra-estrutura rodoviária e na garantia contra umarestauração dispendiosa.A conservação das rodovias tem três finalida<strong>de</strong>s principais, a saber:a) prolongar a vida útil das rodovias;b) reduzir o custo <strong>de</strong> operação dos veículos; ec) contribuir para que as rodovias se mantenham permanentemente abertas ao tráfego epermitir uma maior regularida<strong>de</strong>, pontualida<strong>de</strong> e segurança aos serviços <strong>de</strong> transporte.A primeira finalida<strong>de</strong> se relaciona mais diretamente com os interesses dos órgãosrodoviários; a segunda com os usuários da rodovia e a terceira com os habitantes daregião atendida pela rodovia.Ainda que se observe <strong>de</strong>vidamente as normas <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> dos materiais e da construção,as rodovias se <strong>de</strong>terioram com o tempo. Portanto, o objetivo principal da conservação éamenizar os efeitos da <strong>de</strong>terioração provocados pela severida<strong>de</strong> do tráfego e do ambientee, ao mesmo tempo, recompor a serventia da rodovia por mais um período <strong>de</strong> tempo.A conservação rodoviária compreen<strong>de</strong> várias ativida<strong>de</strong>s ou operações <strong>de</strong> engenharia,muitas <strong>de</strong>las em pequena escala, e que se repetem a intervalos que variam segundo oclima, o tipo <strong>de</strong> terreno, o tráfego, a qualida<strong>de</strong> inicial da construção e o tipo <strong>de</strong>revestimento.7.2 CONSERVAÇÃO ROTINEIRAA conservação rotineira compreen<strong>de</strong> um conjunto <strong>de</strong> operações realizadas com o objetivo<strong>de</strong> reparar ou sanar um <strong>de</strong>feito. Os principais serviços rotineiros para os pavimentosasfálticos são: remendos e selagem <strong>de</strong> trincas.MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 2067.2.1 REMENDOSA execução <strong>de</strong> remendos é necessária para reparar certos tipos <strong>de</strong> <strong>de</strong>feitos emrevestimentos asfálticos. Os remendos são geralmente realizados por meio da colocaçãoou preenchimento com misturas betuminosas à quente ou à frio, em buracos produzidosnaturalmente pela <strong>de</strong>terioração ou em escavações preparadas antecipadamente pelostrabalhadores. O remendo é complementado pela compactação apropriada, selagem dosbordos e limpeza, como será <strong>de</strong>scrito posteriormente.Os remendos ditos superficiais são aqueles que selam provisoriamente as trincasincipientes e evitam a penetração <strong>de</strong> umida<strong>de</strong> no pavimento. Este tipo <strong>de</strong> remendo po<strong>de</strong>ser executado através <strong>de</strong> aplicação <strong>de</strong> uma capa selante ou <strong>de</strong> uma fina camada <strong>de</strong>mistura betuminosa.Os remendos profundos são utilizados para que os reparos executados no pavimentosejam <strong>de</strong> caráter mais permanente. O material da área a ser reparada <strong>de</strong>verá ser retiradoaté a profundida<strong>de</strong> necessária para estabelecer uma fundação firme. Isso po<strong>de</strong>rá importaraté mesmo na remoção <strong>de</strong> parte do subleito.A execução <strong>de</strong> remendos é apropriada para as seguintes situações:a) reparo <strong>de</strong> panelas ou buracos;b) recomposição <strong>de</strong> segmentos com trincamento por fadiga;c) reperfilamento ou reparos localizados para a regularização prévia da superfície, quandoda execução <strong>de</strong> recapeamentos asfálticos.7.2.1.1 REPARO DE PANELASOs buracos ou panelas são rupturas estruturais localizadas, que iniciam-se numa regiãoque está mais enfraquecida do que o seu entorno. Os buracos que ocorrem nospavimentos <strong>de</strong> concreto asfáltico representam a Restauração pontual do pavimento eafetam diretamente a segurança do tráfego. Não sendo reparados, rapidamente conduzirãoà ruina dos trechos adjacentes, vindo a comprometer ainda mais seriamente a rodovia.As principais causas da ocorrência <strong>de</strong> buracos (ou panelas) são:a) excesso <strong>de</strong> carga por eixo dos veículos;b) <strong>de</strong>ficiência <strong>de</strong> projeto;c) <strong>de</strong>ficiências construtivas; ed) ação da água <strong>de</strong>vido a infiltração.O principal responsável pela ocorrência <strong>de</strong> panelas está geralmente relacionada com aperda <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> suporte, ocasionada pela presença <strong>de</strong> água na fundação ou subdimensionamentoda estrutura do pavimento. Nestes casos, a seção enfraquecida exibeMT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 207maiores <strong>de</strong>flexões sob carregamento do que outras seções, como <strong>de</strong>monstrada na Figura51.A aplicação continua <strong>de</strong> cargas <strong>de</strong> tráfego pesado nas áreas enfraquecidas resultarão norápido <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> trincas <strong>de</strong> fadiga. Estas trincas permitem a infiltração <strong>de</strong> água,com a conseqüente ampliação da área estruturalmente enfraquecida e um buraco surgirácomo resultado da ação do tráfego e do enfraquecimento dos materiais. A <strong>de</strong>terioraçãoaumenta com a penetração <strong>de</strong> umida<strong>de</strong>, pois enfraquece a área próxima e expan<strong>de</strong> oburaco, como se verifica nas etapas ilustradas na Figura 51.Nesta altura, a restauração é mais extensa nas camadas inferiores e a área comprometidaé mais ampla do que é possível ser visualizado na superfície. Qualquer ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong>reparo nesta fase <strong>de</strong>ve incluir tanto a reposição do revestimento como das camadassubjacentes. Sem este tipo <strong>de</strong> trabalho, o reparo é consi<strong>de</strong>rado temporário.7.2.1.2 REPARO DE TRINCAMENTO DE FADIGAOs pavimentos flexíveis po<strong>de</strong>m <strong>de</strong>senvolver trincas <strong>de</strong> fadiga ou couro <strong>de</strong> jacaré quandosão estruturalmente ina<strong>de</strong>quados para as cargas <strong>de</strong> tráfego que estão sujeitos. Estespavimentos requerem melhoria estrutural, freqüentemente através <strong>de</strong> camada(s)asfásltica(s) adicional(is) (reforço ou recapeamento espesso).Entretanto, se as áreas mais <strong>de</strong>feituosas não forem apropriadamente reparadas, orecapeamento po<strong>de</strong> <strong>de</strong>teriorar-se mais rapidamente nos locais com trincas <strong>de</strong> fadiga. Acorreção prévia <strong>de</strong>stes locais po<strong>de</strong> ser chamada <strong>de</strong> “reconstrução localizada”.A seleção das áreas que serão reparadas antes da aplicação do recapeamento éparcialmente influenciada por consi<strong>de</strong>rações econômicas. As regiões <strong>de</strong> baixo suporte<strong>de</strong>vem ser reparadas na medida que o custo adicional do remendo é compensada pelaredução da espessura do reforço. A combinação entre a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> remendos e aespessura <strong>de</strong> reforço <strong>de</strong>ve resultar no menor custo global.MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 208Figura 51 - Formação <strong>de</strong> panelas em pavimentos asfálticosAcostamentoSub-baseSubleitoTrincasPlacas <strong>de</strong>sprendidasPanelaMT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 2097.2.1.3 REPERFILAGEMO perfil longitudinal da superfície ou do revestimento <strong>de</strong> um pavimento a ser reabilitadosempre tem <strong>de</strong>ficiências. Além <strong>de</strong> pequenas irregularida<strong>de</strong>s superficiais, geralmenteexistem <strong>de</strong>formações como afundamentos nas trilhas <strong>de</strong> roda ou corrugações, que po<strong>de</strong>mser excessivas em algumas regiões.A reperfilagem ou reparos localizados consiste na aplicação <strong>de</strong> uma fina camada <strong>de</strong>mistura e/ou remendos localizados (em áreas mais irregulares), que não requerempreparos prévios no pavimento. Po<strong>de</strong> ser aplicada para corrigir as <strong>de</strong>formações e melhoraro conforto ao rolamento.Quando for executado um recapeamento e que <strong>de</strong>ve ser apropriadamente compactado, asáreas com <strong>de</strong>formações <strong>de</strong>vem ser reparadas e/ou niveladas para que o equipamento <strong>de</strong>compactação aplique um esforço <strong>de</strong> compactação uniforme em toda a largura dopavimento7.2.1.4 RECOMENDAÇÕES CONSTRUTIVASPara a realização dos remendos em pavimentos <strong>de</strong> concreto asfáltico, <strong>de</strong>ve ser seguida arotina <strong>de</strong> execução a seguir apresentada, cada etapa <strong>de</strong> trabalho somente sendoexecutada quando concluída a anterior.A seqüência lógica apresentada <strong>de</strong>verá ser sempre executada, pois assim os resultadosalcançados serão efetivamente melhores do que aqueles obtidos quando as ativida<strong>de</strong>sadiante listadas forem realizadas sem or<strong>de</strong>nação e disciplina.Convém também ressaltar que embora as panelas se caracterizem pela restauraçãopontual do revestimento asfáltico, suas causas po<strong>de</strong>m <strong>de</strong>correr <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiências estruturaisdas camadas inferiores. Neste caso, <strong>de</strong>ve ser feita, também, a reparação das camadassubjacentes ao revestimento - base, sub-base e mesmo o subleito - quando necessário.Esta recomendação é <strong>de</strong> vital importância para a durabilida<strong>de</strong> dos reparos do pavimento,pois se essas camadas subjacentes forem afetadas e não forem reparadas, o <strong>de</strong>feitoretornará rapidamente.A realização dos remendos <strong>de</strong>ve obe<strong>de</strong>cer as oito etapas executivas adiante <strong>de</strong>scritas.a) 1º Etapa: SinalizaçãoDispor os equipamentos <strong>de</strong> sinalização e controle <strong>de</strong> tráfego nos locais a<strong>de</strong>quados.b) 2º Etapa: Demarcação da área a ser reparadaI<strong>de</strong>ntificado o local a ser reparado, <strong>de</strong>verá ser <strong>de</strong>marcada a área a ser reparada comtinta, giz ou lápis cera, <strong>de</strong> forma a que toda a parte comprometida venha a ser retirada.MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 210Esta marcação <strong>de</strong>ve ser feita com linhas retas, sempre que possível paralelas ao eixoda rodovia e perpendiculares ao mesmo. Não <strong>de</strong>ve ser permitida a abertura da cavacom bordos arredondados.c) 3º Etapa: Corte do material <strong>de</strong>terioradoFaz-se o corte do material comprometido que, no caso do concreto asfáltico, <strong>de</strong>ve serrealizado com o uso <strong>de</strong> compressor <strong>de</strong> ar equipado com martelete e ponteiro tipo pá.Caso não se disponha <strong>de</strong> compressor, usa-se a picareta.O corte <strong>de</strong>ve atingir toda a espessura da camada <strong>de</strong> revestimento, orientando-se aescavação no sentido do centro do buraco para os bordos. Os bordos <strong>de</strong>vem sersempre verticais. O corte <strong>de</strong>ve ser executado até a profundida<strong>de</strong> necessária paraatingir material estável, a fim <strong>de</strong> obter uma boa fundação para o remendo. O fundo<strong>de</strong>ve ser nivelado.d) 4º Etapa: Limpeza do buracoApós a escavação do material a ser substituído, <strong>de</strong>ve ser feita a sua remoção,utilizando-se pás e ferramentas manuais, levando-se o material para local afastado doburaco.Não <strong>de</strong>ve ser permitido que este material seja abandonado no acostamento, na pistaou nos dispositivos <strong>de</strong> drenagem próximos.O pó remanescente no fundo da cava <strong>de</strong>ve ser removido por jatos <strong>de</strong> ar comprimido. Acava <strong>de</strong>ve ficar completamente limpa, sem qualquer material solto.e) 5º Etapa: Pintura <strong>de</strong> ligaçãoConcluída a limpeza e após a inspeção da cava para verificar se todo o materialcomprometido foi removido, faz-se a pintura <strong>de</strong> ligação nas pare<strong>de</strong>s e no fundo daescavação.Aplica-se emulsão asfáltica ou asfalto diluído com o espargidor <strong>de</strong> asfalto ou dispositivomanual. A película ligante <strong>de</strong>ve cobrir integralmente as pare<strong>de</strong>s e o fundo da cava e<strong>de</strong>ve-se cuidar para que não seja fina ou espessa <strong>de</strong>mais.f) 6º Etapa: Lançamento e espalhamento da mistura betuminosaApós a aplicação da pintura <strong>de</strong> ligação, <strong>de</strong>verá ser lançado no buraco o material <strong>de</strong>reposição utilizando-se, conforme o caso, pré-misturado a frio ou o próprio concretoasfáltico, quando se dispuser <strong>de</strong> usina nas proximida<strong>de</strong>s.Qualquer que seja a natureza ou a origem da mistura, sua confecção <strong>de</strong>verá obe<strong>de</strong>cera prescrições <strong>de</strong> execução a<strong>de</strong>quadas e dosagens controladas.O lançamento da mistura na cava não <strong>de</strong>ve ser feita com o basculamento do material,o que provocaria a segregação dos grãos mais graúdos do agregado. Utiliza-se paraisto o lançamento com pás quadradas, começando o lançamento no sentido dosbordos para o centro.MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 211Outra cautela a se adotar diz respeito à espessura da camada, que não <strong>de</strong>ve exercer10 cm, exigindo-se que, para camadas mais profundas, o lançamento se faça poretapas <strong>de</strong> 10 cm.Depois <strong>de</strong> lançado o material na área do reparo, faz-se o seu espalhamento comancinho, previamente ume<strong>de</strong>cido com óleo, para não permitir a formação <strong>de</strong> torrões. Acolocação do material no local do reparo <strong>de</strong>ve prever um pequeno excesso paracompensar o rebaixamento com a compactação.g) 7º Etapa: Compactação da mistura betuminosaApós a colocação do material e a verificação <strong>de</strong> que na periferia do remendo não existematerial em excesso, inicia-se a sua compactação junto das pare<strong>de</strong>s verticais,progredindo-se em direção ao centro do remendo.Deve ser verificado nas bordas do remendo a compactação a<strong>de</strong>quada do materialrecém colocado, <strong>de</strong> maneira que não surja um ressalto entre o pavimento antigo e oremendo executado.Na compactação po<strong>de</strong>m ser utilizados os seguintes equipamentos:• rolo liso vibratório (solução mais conveniente);• rolo liso comum; e• placa vibratória;• socador manual (solução menos indicada).h) 8º Etapa: Limpeza do localApós a compactação do remendo segue-se a limpeza da área. Isto compreen<strong>de</strong> aremoção <strong>de</strong> todas as sobras e <strong>de</strong>tritos, que <strong>de</strong>verão ser recolhidos e lançados emlocais convenientes.Os resíduos não <strong>de</strong>vem ser lançados na pista, nos acostamentos ou em locais quepossam comprometer a eficiência do sistema <strong>de</strong> drenagem.7.2.2 SELAGEM DE TRINCASA selagem <strong>de</strong> trincas consiste no enchimento <strong>de</strong> trincas e fissuras do revestimento commateriais como cimentos asfálticos, asfaltos diluídos, emulsões ou selantes especiais, paraimpedir a penetração <strong>de</strong> água nas camadas inferiores.O trincamento é um <strong>de</strong>feito bastante comum nos pavimentos flexíveis e <strong>de</strong>corrente <strong>de</strong>diversas causas. Neste tópico são enfocadas apenas as trincas recuperáveis com simplesserviços <strong>de</strong> reparação. Estas trincas po<strong>de</strong>m ser ocorrências lineares ao longo das bordasdo pavimento, nas juntas <strong>de</strong> pavimentação ou pequenas fraturas <strong>de</strong> retração em qualquerparte do pavimento.MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 212Em um estágio mais evoluído <strong>de</strong> fraturamento, estas trincas po<strong>de</strong>m ter a forma <strong>de</strong>reticulados ou malhas e, quando muito disseminadas pela superfície, constituem ochamado couro <strong>de</strong> jacaré.Na gran<strong>de</strong> maioria dos casos as trincas são causadas por carregamento excessivo dosveículos e, caso não sejam tratadas imediatamente após o seu surgimento, po<strong>de</strong>rãopropiciar a <strong>de</strong>struição das camadas inferiores do pavimento e até comprometerestruturalmente o subleito.A selagem <strong>de</strong> trincas em pavimentos flexíveis é uma ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conservação rotineiraque é executada pela maioria dos órgãos rodoviários. Em muitos casos, a vida útil dospavimentos flexíveis po<strong>de</strong> ser estendida pela selagem a<strong>de</strong>quada das trincas que surgemno pavimento. Isto é realizado através da:a) remoção <strong>de</strong> materiais como o pó, ou pequenas partículas <strong>de</strong> agregado, e a prevençãocontra futuras infiltrações;b) redução da infiltração <strong>de</strong> água pela redução ou eliminação das aberturas das trincas. Ainfiltração da água além <strong>de</strong> causar os <strong>de</strong>feitos relacionados com a umida<strong>de</strong> tambémacelera os <strong>de</strong>feitos relacionados ao carregamento.Além da prevenção dos <strong>de</strong>feitos <strong>de</strong>scritos acima, a selagem das trincas é também utilizadapara controlar a extensão e/ou severida<strong>de</strong> do <strong>de</strong>feito existente. Por exemplo, boas práticas<strong>de</strong> selagem <strong>de</strong> trincas po<strong>de</strong>m ajudar a garantir que as trincas <strong>de</strong> retração térmica sejammantidas em baixos níveis <strong>de</strong> severida<strong>de</strong>.A selagem <strong>de</strong> trincas po<strong>de</strong> não ser tão eficiente em estruturas <strong>de</strong> pavimento que possuembases e/ou subleitos drenantes. Assim como os selantes que tem vida útil muito curta sãogeralmente consi<strong>de</strong>rados como ineficientes.Porém, na maioria dos casos, a selagem <strong>de</strong> trincas é consi<strong>de</strong>rada uma técnica <strong>de</strong>Restauração eficiente técnica e economicamente. Embora poucos dados <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho<strong>de</strong> longo prazo sejam disponíveis, informações <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong> curto prazo sugeremque os materiais <strong>de</strong> selagem funcionam muito bem quando a qualida<strong>de</strong> da construçãotambém é boa.7.2.2.1 LOCAIS DE APLICAÇÃO DA SELAGEM DE TRINCASOs principais pontos <strong>de</strong> infiltração <strong>de</strong> água superficial <strong>de</strong>vem ser selados para garantir queos <strong>de</strong>feitos relacionados a umida<strong>de</strong> não induzam a ruptura do pavimento. Estes locaispo<strong>de</strong>m ser:a) a junta longitudinal <strong>de</strong> pavimentação entre pista e acostamento;b) a junta longitudinal <strong>de</strong> pavimentação entre as faixas <strong>de</strong> tráfego; ec) todas as trincas no revestimento do pavimento;MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 213A junta entre pista e acostamento é um local <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> infiltração <strong>de</strong> umida<strong>de</strong>. Mesmo quesejam projetados e construídos drenos longitudinais a<strong>de</strong>quados, ainda há necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong>selagem da junta longitudinal entre pista e acostamento, pois a infiltração <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> água através da junta po<strong>de</strong> carrear finos para o sistema <strong>de</strong> drenagem,provocando colmatação e tornando os drenos ineficientes.As seguintes orientações são recomendadas quanto a avaliação da necessida<strong>de</strong> daselagem <strong>de</strong> trincas:a) executar a análise quanto ao trincamento para <strong>de</strong>terminar se a selagem <strong>de</strong> trincas seráeficiente. Em geral, somente as trincas transversais, longitudinais e as trincas entrepista e acostamento <strong>de</strong>vem ser seladas;b) não <strong>de</strong>vem ser seladas as trincas mais estreitas do que 4 mm e não lascadas. Estastrincas geralmente não são profundas e não causam, ainda, a Restauração. Aaplicação da selagem nestas trincas, pouco ou nada resulta;c) <strong>de</strong>vem ser limpas e seladas as trincas com largura entre 4mm e 20mm e ainda nãolascadas; ed) <strong>de</strong>vem ser reparadas com remendos asfálticos superficiais as trincas com aberturamaior do que 20mm ou lascadas.O tratamento <strong>de</strong> trincas <strong>de</strong> fadiga ou couro <strong>de</strong> jacaré através da selagem <strong>de</strong> trincas éconsi<strong>de</strong>rado ineficiente. Este tipo <strong>de</strong> <strong>de</strong>feito indica uma ruptura estrutural que <strong>de</strong>ve sercorrigida com outras formas <strong>de</strong> recuperação (capa selante ou lama asfáltica para rodoviascom baixo volume <strong>de</strong> tráfego, remendos profundos e/ou reforços estruturais para rodovias<strong>de</strong> alto volume <strong>de</strong> tráfego).7.2.2.2 RECOMENDAÇÕES CONSTRUTIVASA correção das trincas em revestimentos <strong>de</strong> concreto asfáltico por meio da selagem <strong>de</strong>veráseguir a seguinte seqüência <strong>de</strong> operações:a) 1º Etapa: Instalação da sinalizaçãoDispor os equipamentos <strong>de</strong> sinalização e controle <strong>de</strong> tráfego nos locais a<strong>de</strong>quados.b) 2º Etapa: Limpeza das trincasPara que haja a a<strong>de</strong>rência do selante nas pare<strong>de</strong>s das trincas é necessário que elasestejam absolutamente limpas e isentas <strong>de</strong> pó ou pequenas partículas <strong>de</strong> agregado.Esta observação tem gran<strong>de</strong> importância quando é utilizada emulsão asfáltica comoselante, pois a sua ruptura (ionização e a<strong>de</strong>rência no agregado) se faz por contato.Assim sendo, o material solto presente no interior da trinca será a<strong>de</strong>rido pelo selante.A limpeza é realizada por etapas, iniciando-se com a varredura da área a ser tratada eprosseguindo com o jateamento a ar comprimido dos espaços abertos das trincas.Quando houver gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>rramamentos <strong>de</strong> óleo ou outros materiais que possamMT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 214dissolver a mistura, <strong>de</strong>ve-se ter o cuidado e lavar o local para diminuir a possibilida<strong>de</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>composição do ligante.Se o agregado solto não pu<strong>de</strong>r ser removido por varrição ou jateamento, a limpeza<strong>de</strong>ve ser auxiliada com o uso da alavanca e ponteiro, removendo-se as partículas dointerior das fraturas. Após esta operação <strong>de</strong>verá ser feito novo jateamento.c) 3ª Etapa: Reparo das trincasApós a execução da limpeza é necessário reparar as trincas com largura entre 4mm e20mm, cujas pare<strong>de</strong>s laterais não estejam em boas condições para uma selagemeficiente.O reservatório para o selante <strong>de</strong>ve ser concebido para acomodar os movimentos <strong>de</strong>contração do revestimento asfáltico. Desta forma, a abertura da <strong>de</strong>ve trinca ter nomínimo 7mm para permitir a acomodação do selante e as pare<strong>de</strong>s <strong>de</strong>vem serrelativamente verticais. Para a obtenção <strong>de</strong>stas características <strong>de</strong>ve ser utilizado umequipamento a<strong>de</strong>quado (routing machine) que no Brasil ainda não tem uso extensivo.d) 4º Etapa: Enchimento das trincas com selanteUma vez reparadas, quando necessário for, as trincas <strong>de</strong>vem ser preenchidas comselante. Os cimentos asfálticos, asfaltos diluídos e emulsões são os selantes maisutilizados no Brasil, embora não sejam os mais eficientes. Os asfaltos modificados compolímeros e silicone são reconhecidos internacionalmente como os melhores selantes.Os materiais asfálticos não modificados, comparativamente, são muito suscetíveis avariação <strong>de</strong> temperatura e possuem baixa ductibilida<strong>de</strong>, permitindo a infiltração <strong>de</strong>água e materiais incomprensíveis.Se forem selecionados os melhores selantes, os procedimentos <strong>de</strong> instalação <strong>de</strong>vemtambém ser da melhor qualida<strong>de</strong>, para garantir que o selante atinja seu potencialmáximo quanto à vida útil.e) 5º Etapa: Limpeza do localApós a aplicação do selante segue-se a limpeza da área, que compreen<strong>de</strong> a remoção<strong>de</strong> todos os <strong>de</strong>tritos e sobras, que <strong>de</strong>verão ser recolhidos e lançados em locaisconvenientes.7.2.2.3 COMENTÁRIOSVerifica-se que, historicamente, os benefícios da selagem tem sido <strong>de</strong> curta duração,<strong>de</strong>vido a <strong>de</strong>terioração relativamente rápida dos materiais selantes das trincas. Os selantesbetuminosos <strong>de</strong>sempenham eficientemente suas finalida<strong>de</strong>s somente entre um ano equatro anos (geralmente menos <strong>de</strong> três anos).A síntese 98 do NCHRP (National Cooperative Highway Research Agency) cita que operíodo médio <strong>de</strong> duração da selagem <strong>de</strong> trincas é <strong>de</strong> 3,6 anos. Novos materiais selantesMT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 215(asfaltos polimerizados, silicone, epoxis.) combinados com apropriadas técnicas <strong>de</strong>preparação e instalação, geralmente duram acima <strong>de</strong> sete anos.A selagem <strong>de</strong> trincas é vista por muitos como uma tarefa <strong>de</strong> conservação <strong>de</strong> baixapriorida<strong>de</strong>, pouco rendimento e ineficiente. Porém isto <strong>de</strong>ve-se em gran<strong>de</strong> parte a adoção<strong>de</strong> práticas ina<strong>de</strong>quadas e a falta <strong>de</strong> equipamentos específicos para o reparo das trincas einjeção do selante. Durante os últimos anos, avanços significativos em materiais e métodospara a selagem <strong>de</strong> trincas tem ocorrido no exterior e que viabilizam a selagem <strong>de</strong> trincascomo uma eficiente técnica para esten<strong>de</strong>r a vida útil dos pavimentos.O programa SHRP (Strategic Highway Research Program ) estudou novos materiais eprocedimentos para as ativida<strong>de</strong>s rotineiras <strong>de</strong> selagem <strong>de</strong> trincas, para diferentescondições <strong>de</strong> pavimentos e climas, no intuito <strong>de</strong> compará-los com os materiais eprocedimentos convencionais em pavimentos asfálticos. Já existem resultados que<strong>de</strong>monstram melhor <strong>de</strong>sempenho e menor custo global indícios dos materiais especiaiscom polímeros e silicone em relação aos materiais convencionais (asfálticos).7.3 CONSERVAÇÃO PERIÓDICAA conservação periódica compreen<strong>de</strong> um conjunto <strong>de</strong> operações realizadas com o objetivo<strong>de</strong> evitar o surgimento ou agravamento <strong>de</strong> <strong>de</strong>feitos. As ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> conservaçãoperiódica geralmente envolvem a aplicação <strong>de</strong> uma camada <strong>de</strong>lgada <strong>de</strong> mistura asfálticaou um tratamento superficial simples, que têm como finalida<strong>de</strong> melhorar ou proteger asuperfície do pavimento e não acrescer sua capacida<strong>de</strong> estrutural.Os principais serviços periódicos referentes à pista <strong>de</strong> rolamento são: capa selante, lamaasfáltica, camadas porosas <strong>de</strong> atrito e recapeamentos esbeltos com misturas <strong>de</strong>nsas. Elestêm sido extensivamente utilizados na restauração <strong>de</strong> rodovias com baixos volumes <strong>de</strong>tráfego. Entretanto, com a melhorias das técnicas e dos materiais, as ativida<strong>de</strong>s periódicasvêm crescentemente sendo utilizados também em rodovias <strong>de</strong> alto volume <strong>de</strong> tráfego paraesten<strong>de</strong>r a vida do pavimento7.3.1 FINALIDADESAs principais finalida<strong>de</strong>s das ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> conservação periódica são:a) melhoria da superfície excessivamente <strong>de</strong>sgastada - os novos agregados incorporadosna superfície do pavimento promoverão melhores características <strong>de</strong> durabilida<strong>de</strong> econseqüentemente <strong>de</strong> atrito.b) selagem das trincas - as resselagens ou recapeamentos esbeltos contém teorsuficiente <strong>de</strong> asfalto para cobrir e selar as pequenas trincas. A prevenção contra ainfiltração <strong>de</strong> água geralmente esten<strong>de</strong> a vida do pavimento e ajuda a manter aintegrida<strong>de</strong> estrutural do pavimento.c) impermeabilização do pavimento - os pavimentos asfáltico são algo permeáveis,particularmente quando são novos. Os serviços <strong>de</strong> conservação periódica ao selarem oMT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 216revestimento (particularmente as trincas), restringirão a infiltração <strong>de</strong> água e reduzirãoa taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>terioração do pavimento.d) melhoria das características <strong>de</strong> drenagem e <strong>de</strong> atrito do revestimento - alguns tipos <strong>de</strong>tratamento <strong>de</strong> superfície são concebidos especificamente para reduzir a hidroplanageme o número <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes em pista molhada (camadas drenantes <strong>de</strong> atrito e capasselantes). Deve-se realizar a cuidadosa seleção dos tipos e granulometrias dosagregados, assim como a melhoria da <strong>de</strong>clivida<strong>de</strong> transversal do pavimento.e) reparo/ prevenção do <strong>de</strong>sgaste e oxidação do pavimento - isto po<strong>de</strong> ser realizadoatravés do rejuvenescimento da superfície por meio <strong>de</strong> incorporação <strong>de</strong> camadas outratamentos asfálticos, que ao recobrir o revestimento antigo previne a sua oxidaçãof) melhoria <strong>de</strong> aparência do revestimento - alguns pavimentos antigos não possuem boaaparência <strong>de</strong>vido a existência <strong>de</strong> remendos, selagem <strong>de</strong> trincas e outras ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>restauração. As ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> conservação periódica ao tratarem da superfície dopavimento provêem uma solução simples e eficiente para cobrir estas <strong>de</strong>ficiências efornecerem uma aparência uniforme ao pavimento.g) permite uma <strong>de</strong>lineação visual entre pista e acostamento - uma distinção entre aaparência visual da pista e do acostamento ajudam os motoristas na condução doveículo, particularmente em tempo chuvoso. As técnicas <strong>de</strong> conservação periódicapo<strong>de</strong>m proporcionar esta <strong>de</strong>limitação, melhorando as características <strong>de</strong> segurança ereduzindo os <strong>de</strong>feitos relacionados à carga <strong>de</strong> tráfego próxima à junta entre pista eacostamento.Uma ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conservação periódica não necessita <strong>de</strong>sempenhar todas as funções<strong>de</strong>scritas anteriormente e provavelmente não <strong>de</strong>sempenhará. Entretanto, mesmo que<strong>de</strong>sempenhe somente algumas <strong>de</strong>stas funções, a resselagem ou o recapeamento esbeltopo<strong>de</strong> significativamente esten<strong>de</strong>r a vida útil do pavimento e reduzir os gastos com aconservação rotineira.As técnicas <strong>de</strong> conservação periódica preventiva não po<strong>de</strong>m ser consi<strong>de</strong>radaspropriamente como melhoramentos estruturais, mesmo quando aplicados em camadas quepo<strong>de</strong>m atingir até 5,0 cm <strong>de</strong> espessura. Entretanto, elas po<strong>de</strong>m reduzir a taxa <strong>de</strong><strong>de</strong>terioração do pavimento <strong>de</strong>vido a selagem das trincas e a prevenção contra a infiltração<strong>de</strong> água na estrutura do pavimento, o que po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rado como uma contribuiçãoindireta à integrida<strong>de</strong> estrutural do pavimento.7.3.2 DESCRIÇÃO DAS TÉCNICASAs técnicas <strong>de</strong> conservação periódica po<strong>de</strong>m constituir-se na combinação <strong>de</strong> materiaisasfálticos e agregados ou ainda em materiais asfálticos exclusivamente. Os tipos maiscomuns <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> selagem são <strong>de</strong>scritos a seguir.MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 2177.3.2.1 CAPA SELANTEA capa selante é um serviço executado por penetração invertida, envolvendo umaaplicação <strong>de</strong> ligante asfáltico e uma aplicação <strong>de</strong> agregado miúdo. Sua execução tem porfinalida<strong>de</strong> principal o incremento das condições <strong>de</strong> impermeabilização da camada a sertratada.A capa selante influencia a macrotextura dos revestimentos, melhorando as condições <strong>de</strong>segurança. É aplicada sobre tratamentos superficiais, macadames asfálticos, prémisturados<strong>de</strong> textura aberta e misturas <strong>de</strong>nsas <strong>de</strong>sgastadas pelo ação do tráfego e dasintempéries.O ligante que geralmente empregado é a emulsão asfáltica, que po<strong>de</strong> ser aplicada emtaxas reduzidas diluídas com água. A capa selante é executada com cobertura poragregado miúdo (areia ou pó <strong>de</strong> pedra).Quando não é empregada a cobertura por agregado, usa-se a <strong>de</strong>signação “pintura <strong>de</strong>impermeabilização” ou “pintura <strong>de</strong> neblina “ (fog seal). As resselagens do tipo “fog” selam asuperfície e fornece algum rejuvenescimento no material asfáltico oxidado. Com essapintura obtêm-se uma textura e tonalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cor mais homogêneos, porém, a refletânciada pista é diminuída. O “fog” po<strong>de</strong> reduzir levemente o coeficiente <strong>de</strong> atrito do pavimentoquando é aplicado pela primeira vez.Os materiais utilizados na execução da capa selante, são:a) material asfáltico: emulsões catiônicas (RR-2C, RR-1C);b) agregado miúdo (areia ou pó <strong>de</strong> pedra)A execução da capa selante na conservação periódica envolve as seguintes etapasconstrutivas:a) limpeza da superfície do revestimento antigo, que <strong>de</strong>ve estar isenta <strong>de</strong> materiaisestranhos tais como, torrões <strong>de</strong> solos, agregados soltos;b) aplicação <strong>de</strong> uma camada <strong>de</strong> emulsão asfáltica na taxa <strong>de</strong> 0,7 a 1,2 l/m 2 , que po<strong>de</strong>estar diluída em água;c) antes que ocorra a ruptura da emulsão, <strong>de</strong>ve-se esparramar uma camada <strong>de</strong> areiamédia ou pó <strong>de</strong> pedra, numa taxa <strong>de</strong> 3 kg/m 2 a 6 kg/m 2 ; ed) a camada <strong>de</strong> agregado miúdo <strong>de</strong>ve ser comprimida através da passagem <strong>de</strong> um rolocompressor leve.Não é possível uma dosagem racional da capa selante, por método direto ou indireto,<strong>de</strong>vido a sua natureza e à influência prepon<strong>de</strong>rante das características da superfície a sertratada. Geralmente, usam-se taxas estabelecidas pela experiência.Na conservação <strong>de</strong> revestimentos asfálticos mo<strong>de</strong>radamente fissurados, é comum usar-sea seguinte dosagem aproximada:MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 218a) RR - 1C, pura : 1,0 l/m 2b) Areia média : 3,5 kg/m 2A emulsão é diluída com 25% <strong>de</strong> água, aproximadamente, para facilitar a aplicação.7.3.2.2 LAMA ASFÁLTICAA lama asfáltica é a mistura asfáltica resultante da associação, em consistência fluida, <strong>de</strong>agregados ou mistura <strong>de</strong> agregados miúdos, material <strong>de</strong> enchimento ("filler"), água eemulsão asfáltica.A consistência <strong>de</strong> lama asfáltica e a graduação dos agregados empregados permitem quea mistura seja aplicada em espessuras bastante <strong>de</strong>lgadas. O serviço tem especialaplicação no rejuvenescimento <strong>de</strong> revestimentos porosos e/ou fissurados.Os materiais utilizados são:a) agregados: areia, pedrisco ou pó-<strong>de</strong>-pedra (na faixa granulométrica especificada);b) material <strong>de</strong> enchimento: cimento Portland, cal hidratada ou pó-<strong>de</strong>-calcáreo;c) material betuminoso: emulsões catiônicas (RL-1C) ou emulsões para lama asfáltica(LA-1C, LA-2C ou LA-E); ed) água.As etapas <strong>de</strong> execução da lama asfáltica são:a) limpar a superfície do revestimento, retirando todos os materiais estranhos, tais como,torrões <strong>de</strong> solo, agregados soltos;b) ume<strong>de</strong>cer a superfície do revestimento para retardar a penetração da emulsão norevestimento;c) aplicar a lama asfáltica através do caminhão <strong>de</strong> lama;d) corrigir qualquer falha na execução, como por exemplo a escassez ou excesso <strong>de</strong>material ou a irregularida<strong>de</strong> na emenda das faixas;e) liberar para o trânsito, após duas a três horas da aplicação, para que ocorra acompactação e alisamento da camada; ef) proce<strong>de</strong>r a compactação com rolos pneumáticos se não houver tráfego previsto; e7.3.2.2.1. CARACTERÍSTICAS E APLICAÇÕESAs principais aplicações da lama asfáltica contemplam o atendimento, isoladamente ou emconjunto, das seguintes funções:MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 219a) ImpermeabilizaçãoSendo uma mistura <strong>de</strong>nsamente graduada e <strong>de</strong> consistência fluída, a lama asfáltica,<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> certos limites, tem condições <strong>de</strong> penetrar em poros superficiais e fissuras <strong>de</strong>um revestimento asfáltico, provendo a impermeabilização da superfície existente. Valeobservar que a ocorrência <strong>de</strong> fissuras excessivamente abertas po<strong>de</strong>rá não ser atendidanesta função, pela lama aplicada.b) RejuvenescimentoA lama asfáltica aplicada sobre um revestimento asfáltico oxidado e <strong>de</strong>sgastado po<strong>de</strong>ráexercer sobre o mesmo uma função rejuvenescedora, melhorando a sua textura erecuperando parcialmente as perdas <strong>de</strong> agregados finos da superfície da camada.É <strong>de</strong> se notar que, em função <strong>de</strong> sua reduzida espessura, a lama asfáltica nãoapresenta <strong>de</strong> fato um “po<strong>de</strong>r estrutural” relevante. Além disso, sua aplicação não <strong>de</strong>veser estendida a superfícies excessivamente <strong>de</strong>formadas, com avançado estágio <strong>de</strong>fissuração e/ou acentuadamente <strong>de</strong>sgastadas.A experiência tem <strong>de</strong>monstrado que a oportunida<strong>de</strong> da aplicação <strong>de</strong> lama asfáltica éum fator <strong>de</strong> maior importância na sua eficácia. Se por um lado a aplicação precoceconstitui-se em um <strong>de</strong>sperdício, por outro a aplicação tardia não terá a eficiência<strong>de</strong>sejada. Existe, portanto, um período i<strong>de</strong>al, ao longo do qual as condições <strong>de</strong>superfície ( fissuração, oxidação, <strong>de</strong>sgaste e pequenas <strong>de</strong>formações ) po<strong>de</strong>m serrecuperadas pela aplicação da lama asfáltica, conferindo uma “sobrevida” à estrutura.Caberá ao experimentado pessoal <strong>de</strong> conservação do órgão, julgar, em cada caso, omomento mais apropriado para a intervenção.É possível, ainda, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> certas limitações, utilizar uma lama asfáltica com função<strong>de</strong> capa selante, aplicada sobre o revestimento <strong>de</strong> textura aberta ou com elevadamacrotextura.A seleção da faixa granulométrica a ser utilizada para a lama asfáltica é um aspecto <strong>de</strong>maior importância, sendo as condições <strong>de</strong> superfície e a função prevista para a lama osfatores condicionantes da escolha.7.3.2.2.2. DOSAGEMA dosagem da lama asfáltica visa <strong>de</strong>terminar, para uma composição <strong>de</strong> agregados pré<strong>de</strong>finida,os teores ótimos <strong>de</strong> emulsão e água a serem incorporados à mistura.As etapas a serem seguidas são <strong>de</strong>scritas em continuação.a) Seleção da faixa granulométricaA <strong>de</strong>finição da faixa granulométrica a ser utilizada é orientada, basicamente, peloestado <strong>de</strong> superfície do pavimento a ser tratado (fissuração, <strong>de</strong>sgaste, <strong>de</strong>formações ),ou, em última instância, pela espessura e textura <strong>de</strong>sejadas para a lama asfáltica.b) Composição da mistura agregados + “filler”MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 220Em função dos materiais disponíveis, <strong>de</strong>ve-se estudar a composição mais favorável,tendo em vista o enquadramento na faixa granulométrica <strong>de</strong>sejada. Analisar, emfunção do exposto anteriormente, a conveniência do emprego <strong>de</strong> areia e “filler” namistura.c) Definição do teor ótimo teórico <strong>de</strong> emulsãoÉ possível estimar-se o teor ótimo provável a partir da aplicação da fórmula <strong>de</strong> Duriez,a qual leva em consi<strong>de</strong>ração a superfície específica dos agregados que compõem amistura e um parâmetro <strong>de</strong>signado “módulo <strong>de</strong> riqueza” , que é função da faixaselecionada. As expressões <strong>de</strong> cálculos são as seguintes:0,33×P2+ 0,81×P1+ 2,7 × S3+ 9,15×S2+ 21,9 × S1+135×FE =1001/ 5L = kx × E ,L e= L / rsendo:( ) eE = superfície específica da mistura agregados + “filler” (m 2 /Kg)P2 = % passando ½” - retida nº 4P1 = % passando nº 4 - retida nº 10S3 = % passando nº 10 - retida nº 40S2 = % passando nº 40 - retida nº 80S1 = % passando nº 80 - retida nº 200F = % passando nº 200L = teor residual <strong>de</strong> asfalto (%)L e = teor <strong>de</strong> emulsão (%)r = resíduo <strong>de</strong> emulsão (%)k = módulo <strong>de</strong> riqueza, obtido na Tabela 26 a seguir apresentadaTabela 26 - Obtenção <strong>de</strong> kFAIXA I II III IVk 7 6 5-6 4Apenas o título <strong>de</strong> orientação, apresentam-se, na Tabela 27, os limites expectáveispara o teor <strong>de</strong> emulsão ótimo, para cada uma das faixas da ES-P 24/91 do DER/PR:MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 221Tabela 27 - Limites <strong>de</strong> teor emulsão ótimoFAIXA I II III IVTEOR DE EMULSÃO 16-20 14-18 12-16 8-12(*) teores indicativos, expressos em relação à massa total <strong>de</strong> agregadosd) Definição do teor ótimo <strong>de</strong> águaA quantida<strong>de</strong> ótima <strong>de</strong> água <strong>de</strong>ve ser aquela que permita o máximo emtrabalhabilida<strong>de</strong>, sem a ocorrência <strong>de</strong> escorrimento. Um exagerado teor <strong>de</strong> água ten<strong>de</strong>a provocar a sedimentação dos finos e a flotação da emulsão asfáltica, resultando emsuperfície exsudada e altamente <strong>de</strong>rrapante sob condições chuvosas.O teor <strong>de</strong> água está também vinculado ao tempo da cura da massa na pista, umaquantida<strong>de</strong> maior <strong>de</strong> água implicando em maior tempo <strong>de</strong> cura.A <strong>de</strong>finição do teor ótimo <strong>de</strong> água é procedida pela análise datrabalhabilida<strong>de</strong>/consistência da massa, executando-se misturas com o teor teórico daemulsão previamente <strong>de</strong>terminado e diversos teores <strong>de</strong> água.e) Definição do teor ótimo <strong>de</strong> emulsãoA ajustagem da dosagem e a conseqüente <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> teor ótimo <strong>de</strong> emulsão sãoefetuadas pelo emprego do “Wet Track Abrasion Test” (WTAT), <strong>de</strong> acordo com aseguinte seqüência:• (1º) moldar 3 ( três ) corpos <strong>de</strong> prova, na umida<strong>de</strong> ótima pré-<strong>de</strong>finida para o teorótimo teórico <strong>de</strong> emulsão e para teores 1% e 2%, acima e abaixo <strong>de</strong>ste teor;• (2º) submeter cada um dos corpos <strong>de</strong> prova ao WTAT, calculando a média dasperdas por <strong>de</strong>sgaste obtidas para cada teor;• (3º) através da análise visual das condições <strong>de</strong> envolvimento, textura etrabalhabilida<strong>de</strong>, e da exigência <strong>de</strong> obtenção <strong>de</strong> perdas por <strong>de</strong>sgaste no WTATiguais ou inferiores a 0,10g/cm 2 , <strong>de</strong>finir o teor ótimo <strong>de</strong> emulsão.f) Apresentação da dosagemA composição final da mistura <strong>de</strong>verá ser apresentada consi<strong>de</strong>rando-se a misturaagregados + filler como sendo 100%, e indicando os teores <strong>de</strong> água e emulsãoasfáltica a adicionar. A título <strong>de</strong> exemplo, apresenta-se a seguir o resumo da dosagem<strong>de</strong> uma lama asfáltica:• (1º) Composição da mistura ( em massa ):− Areia 50,0 %− Pó <strong>de</strong> pedra 42,0 %− Cimento Portland 8,0 %− Total (1) 100,0 %MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 222− Água a adicionar 8,0 %− Emulsão RL - 1C 18,0 %− Total (2) 126,0 %• (2º) Granulometria <strong>de</strong> projeto e faixa <strong>de</strong> trabalho:A Granulometria e a correspon<strong>de</strong>nte Faixa <strong>de</strong> Trabalho estão apresentadas na Tabela28, a seguir:Tabela 28 - GranulometriaPeneira% Passando em pesoASTM mm Mistura Faixa <strong>de</strong>trabalhoFaixa 23/8” 9,5 100 100 100nº 4 4,8 92 86-98 85-100nº 8 2,4 76 70-82 65-90nº 16 1,2 58 52-64 45-70nº 30 0,6 40 34-46 30-50nº 50 0,3 22 16-28 18-30nº 100 0,15 15 12-18 10-21nº 200 0,074 8 5-11 5-157.3.2.3 CAMADA POROSA DE ATRITOUma camada porosa <strong>de</strong> atrito consiste em uma mistura asfáltica a quente ou a frio que écaracterizada por um gran<strong>de</strong> percentual <strong>de</strong> agregados <strong>de</strong> mesmo tamanho, o que garanteum elevado teor <strong>de</strong> vazios na mistura (15% a 25%). Sua principal vantagem é prover umasuperfície mais a<strong>de</strong>rente, que minimiza a hidroplanagem.Embora o emprego <strong>de</strong>sta técnica conduza a excelentes resultados sob o ponto <strong>de</strong> vista <strong>de</strong>a<strong>de</strong>rência e da redução da película <strong>de</strong> água superficial, normalmente quando projetada apartir <strong>de</strong> ligantes convencionais, estas camadas apresentam envelhecimento e<strong>de</strong>terioração por abrasão, maior do que as misturas <strong>de</strong>nsas.A fim <strong>de</strong> maximizar a durabilida<strong>de</strong> e a resistência mecânica da camada <strong>de</strong> rolamento,<strong>de</strong>vemos levar em consi<strong>de</strong>ração, entre outros fatores, os seguintes:a) perfil transversal correto para um bom escoamento das águas;b) resistência à abrasão a<strong>de</strong>quada;c) apresentar um alto índice <strong>de</strong> vazios (<strong>de</strong> 15% a 25%);d) baixo teor <strong>de</strong> ligantes (<strong>de</strong> 3% a 5%);e) índice <strong>de</strong> forma dos agregados (> 0,5);MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 223f) baixo <strong>de</strong>sgaste <strong>de</strong> abrasão "Los Angeles" dos agregados (< 30%);g) espessura do revestimento asfáltico entre 3 e 5 cm;h) execução <strong>de</strong> uma impermeabilização sobre as camadas subjacentes, quando daconstrução dos recapeamentos; ei) características físico-químicas e geológicas do ligante compatíveis com os agregadosutilizados.7.3.2.4 MICROREVESTIMENTO COM MISTURA DENSAEm muitas situações, as resselagens não são suficientes para corrigir certas <strong>de</strong>ficiênciassuperficiais, como por exemplo os afundamentos e <strong>de</strong>sgastes mais severos. Nestes casos,uma fina camada <strong>de</strong> revestimento betuminoso <strong>de</strong>ve ser construída e tal serviço é<strong>de</strong>signado como recapeamento.O recapeamento geralmente varia <strong>de</strong> 2,5 cm a 5,0 cm e <strong>de</strong>ve prover uma superfícieimpermeável, resistente ao escorregamento e resistente à abrasão do tráfego.O recapeamento é utilizado para corrigir muitas <strong>de</strong>ficiências superficiais do pavimento etem prioritariamente o intuito <strong>de</strong> aumentar o <strong>de</strong>sempenho funcional do pavimento. Algunsexemplos <strong>de</strong> tipos <strong>de</strong> <strong>de</strong>feitos corrigidos são:a) polimento da superfície nas trilhas <strong>de</strong> roda, que resulta em <strong>de</strong>créscimo do coeficiente<strong>de</strong> atrito;b) pequenas irregularida<strong>de</strong>s longitudinais do pavimento, que não são <strong>de</strong>feitos associadoscom o carregamento;c) ina<strong>de</strong>quada <strong>de</strong>clivida<strong>de</strong> transversal, que resulta em problemas <strong>de</strong> drenagemsuperficial; ed) <strong>de</strong>feitos relacionados com as condições ambientais, tais como trincamento em bloco,<strong>de</strong>sagregação e intemperismo.Muitas <strong>de</strong>stas <strong>de</strong>ficiências po<strong>de</strong>m ser parcialmente ou totalmente corrigidas através dautilização <strong>de</strong> camadas <strong>de</strong>lgadas <strong>de</strong> mistura betuminosa. A necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> taisrecapeamentos <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong>terminada <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> uma avaliação global dos <strong>de</strong>feitos <strong>de</strong>superfície observados e os resultados dos ensaios estruturais.A preparação do pavimento é extremamente importante para o sucesso <strong>de</strong> qualquerrecapeamento. Uma vez que a camada é <strong>de</strong>lgada e não <strong>de</strong>stina-se a promover acréscimosestruturais, <strong>de</strong>vem ser corrigidos os locais mais enfraquecidos. Desta maneira, <strong>de</strong>verão serefetuadas previamente algumas medidas como:a) reparos localizados;b) reperfilamento;c) limpeza e pintura <strong>de</strong> ligação;MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 224d) eventuais alargamentos ou melhorias na geometria da rodovia;e) melhoria da drenagem; ef) controle das trincas <strong>de</strong> reflexão.7.3.2.5 CAMADA DE MICROREVESTIMENTO ASFÁLTICO À FRIO COM POLIMEROO microrevestimento asfáltico com polímero é uma mistura asfáltica aplicada a frio que jáeste normalizada pelo DNIT.Basicamente é similar a lama asfáltica sendo porém mais exigente a respeito dasespecificações <strong>de</strong> drenagem.O microrevestimento cumpre as mesmas finalida<strong>de</strong>s da lama asfáltica porém em virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong>sua constituição é mais durável.A aplicação do microrevestimento apresenta as mesmas facilida<strong>de</strong>s executivas que umalama Asfáltica.MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 2258 - AVALIAÇÃO ECONÔMICAMT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 2278 AVALIAÇÃO ECONÔMICAA avaliação econômica <strong>de</strong> um projeto <strong>de</strong> restauração <strong>de</strong> pavimentos consiste basicamentena comparação entre custos e benefícios econômicos, no intuito <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminar se uminvestimento é justificável. Diz-se que uma alternativa <strong>de</strong> restauração é atrativaeconomicamente quando o benefício líquido ou o retorno é pelo menos igual ao <strong>de</strong> outrasoportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> investimento.Neste capítulo serão apresentados os principais conceitos e parâmetros relativos aavaliação econômica, bem como os vários métodos <strong>de</strong> comparação entre alternativas <strong>de</strong>investimento empregados para verificar a atrativida<strong>de</strong> econômica. Alguns exemplosnuméricos são apresentados, com o objetivo <strong>de</strong> sedimentar, <strong>de</strong> forma aplicada, osconceitos teóricos apresentados.8.1 PREÂMBULOPo<strong>de</strong>-se dizer que a avaliação econômica consiste no conjunto <strong>de</strong> procedimentos a seremexecutados com vistas a <strong>de</strong>terminar, à luz <strong>de</strong> conhecimentos <strong>de</strong> matemática financeira edo comportamento real ou previsível <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminadas variáveis, quais, <strong>de</strong>ntre uma série <strong>de</strong>alternativas <strong>de</strong>vem ser executadas e, <strong>de</strong>ntre essas, qual é a mais interessanteeconomicamente.Importante é lembrar, também, que é sempre necessário <strong>de</strong>finir o ponto <strong>de</strong> vista sob o quala análise <strong>de</strong>ve ser feita, pois o que representa custo para alguém po<strong>de</strong> significar benefícioa outrem, e vice-versa.A seleção da mais apropriada alternativa <strong>de</strong> restauração é função principalmente dosresultados da avaliação econômica. Quando as alternativas aten<strong>de</strong>m aos critérios <strong>de</strong>projeto, a avaliação econômica é facilmente justificada como a única maneira <strong>de</strong> escolher amelhor alternativa.Os mais importantes benefícios econômicos da restauração:a) redução do custo <strong>de</strong> operação dos veículos;b) redução dos custos futuros <strong>de</strong> conservação;c) economia do tempo <strong>de</strong> viagem <strong>de</strong> passageiros e das cargas;d) redução dos custos <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes;e) estímulo ao <strong>de</strong>senvolvimento econômico;f) acréscimo <strong>de</strong> conforto e utilida<strong>de</strong>.Se todos os benefícios e custos <strong>de</strong> cada alternativa pu<strong>de</strong>rem ser <strong>de</strong>scritos em termosmonetários, diversos métodos <strong>de</strong> avaliação econômica (e com resultados equivalentes)po<strong>de</strong>m ser utilizados para selecionar a melhor alternativa. Se, por outro lado as alternativasMT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 228não pu<strong>de</strong>rem ser perfeitamente <strong>de</strong>scritas em termos econômicos, então a <strong>de</strong>cisão nãoserá tão inequívoca.A avaliação econômica fornece informações importantes para o engenheiro, porém, se nãohouver uma alternativa com superiorida<strong>de</strong> econômica acentuada, po<strong>de</strong>rão serconsi<strong>de</strong>rados alguns critérios não mensuráveis. Alguns exemplos <strong>de</strong> benefícios e custosnão monetários são: conforto, estética e nível <strong>de</strong> ruído.8.2 CUSTOS DE CICLO DE VIDANa avaliação econômica é essencial que todos os custos e benefícios que ocorrem na vidada rodovia sejam incluídos. Isto não era efetuado a<strong>de</strong>quadamente ou mesmocompreendido pelos projetistas. Eles entendiam que os primeiros custos <strong>de</strong> implantaçãoeram suficientes para os estudos econômicos. Porém, isto não é correto, e para enfatizar anecessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma análise <strong>de</strong> custos globais, o termo custos do ciclo <strong>de</strong> vida (life-ciclecosts) foi incorporado na área <strong>de</strong> pavimentação.Os custos <strong>de</strong> ciclo <strong>de</strong> vida referem-se a todos os custos (e no sentido mais amplo a todosos benefícios) envolvidos em um ciclo completo <strong>de</strong> vida do pavimento. Isto inclui custos <strong>de</strong>construção, <strong>de</strong> conservação, <strong>de</strong> restauração, e <strong>de</strong> operação.Uma analogia po<strong>de</strong>ria ser feita para a situação em que uma pessoa compara custos comvistas a aquisição <strong>de</strong> um automóvel. Neste caso são verificados alguns itens como: preço<strong>de</strong> aquisição, custo <strong>de</strong> consumo <strong>de</strong> combustível, custos <strong>de</strong> operação e restauração doveículo e valor da revenda. Pois o mesmo tipo <strong>de</strong> comparação <strong>de</strong>ve também serreconhecido na restauração <strong>de</strong> rodovias.Outro fator que obviamente <strong>de</strong>ve ser verificado é a vida útil do veículo. Um veículo <strong>de</strong> baixocusto <strong>de</strong>ve durar quatro anos, enquanto um veículo <strong>de</strong> alto custo po<strong>de</strong> durar uns quinzeanos. Visto que todos estes custos não ocorrem ao mesmo tempo é importante <strong>de</strong>terminara quantia <strong>de</strong> dinheiro que <strong>de</strong>ve ser investida em uma <strong>de</strong>terminada época (geralmente naaquisição) e que ren<strong>de</strong>ria dinheiro suficiente, a uma específica taxa <strong>de</strong> juros, que permita opagamento <strong>de</strong> todos os custos na medida em que eles ocorreram. Devido a isto, a taxa <strong>de</strong>juros e o "valor <strong>de</strong> dinheiro no tempo", tornam-se importantes na avaliação econômica <strong>de</strong>alternativas <strong>de</strong> restauração.A Figura 52 ilustra a análise <strong>de</strong> custos <strong>de</strong> ciclo <strong>de</strong> vida para duas seções adjacentes <strong>de</strong>pavimento, que estão sujeitas ao mesmo tráfego e ao mesmo clima, porém, as estratégias<strong>de</strong> Restauração são diferentes.Os custos <strong>de</strong> ciclo <strong>de</strong> vida, que ocorrem ao longo <strong>de</strong> um período <strong>de</strong> análise (que nas duassituações é igual a seis anos), po<strong>de</strong>m ser expressos em "valor presente" ou "custos anuaisuniformes equivalentes". Existe uma diferença substancial nos custos para manter ospavimento em bom estado, o que ilustra o fato <strong>de</strong> que as estratégias <strong>de</strong> restauraçãopo<strong>de</strong>m impactar significativamente nos custos <strong>de</strong> ciclo <strong>de</strong> vida dos pavimentos.MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 229Figura 52 - Ilustração <strong>de</strong> custos <strong>de</strong> longo prazo para duas diferentes estratégias <strong>de</strong>restauração em seções <strong>de</strong> pavimento idênticas (taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sconto = 4% ao ano)Estratégia A - Reconstrução (reconstruir; permitir a ruptura; reconstruir; etc.)$600.000 $600.000 $600.0000 1 23 4 5 6Valor presente = $998.806Custo anual uniforme equivalente = $ 44.149 / anoEstratégia B - Restauração preventiva (renovar a superfície periodicamente através <strong>de</strong>recapeamentos ou selagens, antes <strong>de</strong> atingir a condição <strong>de</strong> ruptura)$600.000 $50.000 $100.000 $100.000 $200.000 $200.0000 1 23 4 5 6Valor presente = $780.049Custo anual uniforme equivalente = $ 34.480 / ano8.3 PRINCÍPIOS BÁSICOSUm dos princípios fundamentais na Matemática Financeira e, como conseqüência, daanálise e seleção <strong>de</strong> alternativas <strong>de</strong> investimento, diz respeito à necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se levarem consi<strong>de</strong>ração o fato <strong>de</strong> que o dinheiro muda <strong>de</strong> valor com o <strong>de</strong>correr do tempo.Este importante princípio <strong>de</strong>ve ser lembrado toda vez que seja preciso comparar dois oumais projetos alternativos <strong>de</strong> investimento, haja visto que cada projeto nada mais é do queum conjunto <strong>de</strong> <strong>de</strong>sembolsos e recebimentos com uma <strong>de</strong>terminada distribuiçãocronológica. Isto faz com que a comparação entre diversos projetos <strong>de</strong> investimento sóseja viável se tais <strong>de</strong>sembolsos e recebimentos forem transladados a um instante comumno tempo.A Matemática Financeira fornece o ferramental técnico para efetuar a transposição <strong>de</strong>valores monetários <strong>de</strong> um instante <strong>de</strong> tempo a outro, a fim <strong>de</strong> viabilizar a comparação entrediversos projetos <strong>de</strong> investimento.Uma gran<strong>de</strong> parte dos princípios <strong>de</strong> Engenharia Econômica e dos Métodos <strong>de</strong> AvaliaçãoEconômica são aplicáveis nos projetos <strong>de</strong> restauração e po<strong>de</strong>m ser sumarizados como sesegue:a) <strong>de</strong>ve ser claramente i<strong>de</strong>ntificado o nível <strong>de</strong> gerência para o qual a avaliação vai serexecutada; para planejamento a nível <strong>de</strong> re<strong>de</strong> ou para <strong>de</strong>finir uma solução <strong>de</strong> projeto,que requer uma maior quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>talhes;MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 230b) a avaliação econômica fornece apenas subsídios para a tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão. Outroscritérios <strong>de</strong>vem ser formulados antes da consi<strong>de</strong>ração dos resultados da avaliaçãoeconômica;c) <strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>radas todas as alternativas que atendam as restrições temporais eorçamentárias;d) as alternativas <strong>de</strong>vem ser comparadas para um mesmo período <strong>de</strong> análise, que <strong>de</strong>veser tal que os fatores consi<strong>de</strong>rados possam ser <strong>de</strong>finidos com razoável confiabilida<strong>de</strong>;ee) a avaliação econômica <strong>de</strong>ve incluir os custos para o órgão rodoviário, custos para ousuário e benefícios, se possível.8.4 COMPONENTES FUNDAMENTAISPara manter um conjunto <strong>de</strong> estradas em condições <strong>de</strong> aten<strong>de</strong>r às necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><strong>de</strong>slocamento <strong>de</strong> pessoas e <strong>de</strong> mercadorias, há que se incorrer em custos. Depen<strong>de</strong>ndo<strong>de</strong> sua natureza, esses custos po<strong>de</strong>m incidir sobre o organismo que gerência as estradas<strong>de</strong> uma região ou sobre os usuários das rodovias.Os principais custos iniciais e correntes que <strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>rados na avaliaçãoeconômica <strong>de</strong> estratégias <strong>de</strong> pavimentação incluem:a) Custos para o órgão rodoviário– custos iniciais <strong>de</strong> construção;– custos <strong>de</strong> restauração (recapeamentos, capas selantes, restauração, reconstruçãoetc.);– custos <strong>de</strong> conservação rotineira ao longo do período <strong>de</strong> análise;– valor residual ao final do período <strong>de</strong> projeto (que po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rado um “custonegativo”).– custos <strong>de</strong> engenharia e <strong>de</strong> administração;– custos <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> tráfego e operação da rodovia.b) Custos para os usuários– tempo <strong>de</strong> viagem;– operação do veículo;– aci<strong>de</strong>ntes;– <strong>de</strong>sconforto;– tempo <strong>de</strong> espera e custos suplementares <strong>de</strong> operação dos veículos durante asoperações <strong>de</strong> restauração do pavimento.MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 2318.4.1 CUSTOS PARA O ÓRGÃO RODOVIÁRIOEntre os custos inci<strong>de</strong>ntes sobre o organismo que gerencia as rodovias po<strong>de</strong>-se afirmarque os principais são os custos iniciais, os custos <strong>de</strong> restauração.8.4.1.1 CUSTOS INICIAISOs custos iniciais incluem tanto custos <strong>de</strong> projeto como custos <strong>de</strong> construção. Enquanto oscustos <strong>de</strong> projeto são freqüentemente <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>rados (ou são assumidos seremaproximadamente iguais para todas as alternativas), os custos <strong>de</strong> construção sãogeralmente consi<strong>de</strong>rados como muito importantes (senão o mais importante) entre oscomponentes <strong>de</strong> custo.As fontes <strong>de</strong> informação sobre custos <strong>de</strong> construção são projetos anteriormenteexecutados e dados históricos <strong>de</strong> custos. Esses custos são geralmente confiáveis <strong>de</strong>vidoas atualizações <strong>de</strong> dados que ocorrem periodicamente em muitos <strong>de</strong>partamentosrodoviários.Quando novos materiais ou técnicas são utilizadas, po<strong>de</strong> não serem disponíveisinformações sobre custos <strong>de</strong> construção. Neste caso <strong>de</strong>vem ser realizadas estimativas <strong>de</strong>custos apropriadas e análise <strong>de</strong> sensibilida<strong>de</strong> para <strong>de</strong>terminar o efeito <strong>de</strong> variações nocusto nos resultados finais.8.4.1.2 CUSTOS DE CONSERVAÇÃO ROTINEIRAOs custos <strong>de</strong> conservação rotineira embora sejam importantes na avaliação econômica <strong>de</strong>alternativas <strong>de</strong> restauração <strong>de</strong> rodovias, sua previsão com alguma acurácia é notadamentedifícil.Eles são influenciados pelo <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong> pavimentos (que é também difícil <strong>de</strong> prever),tipo, extensão e duração <strong>de</strong> trabalhos <strong>de</strong> conservação e restauração futuros, bem comopor alterações nas premissas <strong>de</strong> projeto (isto é, mudanças nas configurações ecarregamentos dos veículos). Além disso, verifica-se que as ativida<strong>de</strong>s e custos <strong>de</strong>conservação rotineira são documentados com menor precisão do que seria necessáriopara avaliações precisas.8.4.1.3 CUSTOS DE RESTAURAÇÃOOs custos <strong>de</strong> Restauração estão associados às ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> recuperação superficial,restauração e reciclagem. As informações disponíveis são geralmente do mesmo tipo,qualida<strong>de</strong> e confiabilida<strong>de</strong> que os obtidos para construção <strong>de</strong> pavimento novo.A restauração po<strong>de</strong> ocorrer no início do período <strong>de</strong> análise, caso em que é tratado comoum custo inicial na avaliação econômica. Po<strong>de</strong>m também ocorrer como um custo futuropara um pavimento novo ou reabilitado recentemente. Nestes casos é importante estimartão precisamente quanto possível o tempo em que será necessária a restauração. UmaMT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 232vez que custos <strong>de</strong> restauração po<strong>de</strong>m ser consi<strong>de</strong>ravelmente gran<strong>de</strong>s, o cronograma <strong>de</strong>tais custos no período <strong>de</strong> análise po<strong>de</strong> afetar significativamente os resultados. Assimsendo, <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong>terminada a sensibilida<strong>de</strong> da avaliação quanto ao período <strong>de</strong>restauração.8.4.2 CUSTOS PARA O USUÁRIOOs três principais tipos <strong>de</strong> custos para o usuário associados com o <strong>de</strong>sempenho dopavimento são os seguintes:a) Custo <strong>de</strong> operação dos veículos– consumo <strong>de</strong> combustível;– <strong>de</strong>sgaste <strong>de</strong> pneus;– restauração do veículo;– consumo <strong>de</strong> lubrificantes;– <strong>de</strong>preciação; e– reposição <strong>de</strong> peças.b) Custo do tempo <strong>de</strong> viagemc) Custo <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes– aci<strong>de</strong>ntes com vítimas fatais;– aci<strong>de</strong>ntes com feridos; e– danos materiais.Cada um dos custos apresentados anteriormente é função do nível <strong>de</strong> irregularida<strong>de</strong>longitudinal e conseqüentemente da velocida<strong>de</strong> praticada. A medida que o pavimentotorna-se mais irregular, reduzem-se as velocida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> operação e eleva-se o tempo <strong>de</strong>viagem, o <strong>de</strong>sconforto e outros custos para o usuário.Os custos para o usuário estão relacionados obviamente com todos os fatores que afetama irregularida<strong>de</strong>, como: estrutura do pavimento, materiais empregados, tipo e período <strong>de</strong>restauração e freqüência <strong>de</strong> conservação rotineira durante o período <strong>de</strong> análise.Os custos operacionais também aumentam quando uma rota alternativa mais longa precisaser utilizada ou quando o tráfego sofre redução <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong>vido a interrupções porativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> restauração. Isto também causa ao usuário custo <strong>de</strong>vido a <strong>de</strong>morasadicionais.MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 2338.4.3 BENEFÍCIOS PARA O USUÁRIONa categoria <strong>de</strong> benefícios oriundos das ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> restauração <strong>de</strong> pavimentos está aredução <strong>de</strong> custos auferida pela socieda<strong>de</strong> com a execução <strong>de</strong> melhorias. Essa redução<strong>de</strong> custos po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>vida ao menor <strong>de</strong>sgaste <strong>de</strong> peças <strong>de</strong> veículos, menor consumo <strong>de</strong>combustível, redução do tempo <strong>de</strong> viagem e redução do número <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes, e daconseqüente redução da perda <strong>de</strong> vidas humanas, que se faz acompanhar da diminuiçãodos danos às mercadorias e aos veículos, bem como a elementos componentes da infraestruturarodoviária, freqüentemente danificados quando ocorrem aci<strong>de</strong>ntes.As vantagens, privilégios ou reduções <strong>de</strong> custo que ocorrem aos usuários (motoristas ouproprietários <strong>de</strong> veículos) ocorrem <strong>de</strong>vido a adoção <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>terminada alternativaquando comparado com a escolha <strong>de</strong> outra. Na pavimentação, a nível <strong>de</strong> projeto, acomparação <strong>de</strong>ve ser feita entre duas ou mais estratégias distintas. Os benefícios sãogeralmente medidos em termos <strong>de</strong> reduções dos custos para o usuário.8.4.4 TAXA DE DESCONTOA taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sconto (taxa mínima <strong>de</strong> atrativida<strong>de</strong> ou taxa <strong>de</strong> interesse) é expressa numataxa <strong>de</strong> juros compostos que representa o grau <strong>de</strong> interesse ou atração que o dinheiromerecerá no futuro.Ela é utilizada diretamente para <strong>de</strong>scontar valores futuros esperados para o projeto, emtermos <strong>de</strong> valor presente. Também é utilizada indiretamente, como padrão <strong>de</strong> comparação,no método da taxa interna <strong>de</strong> retorno.Embora a taxa mínima <strong>de</strong> atrativida<strong>de</strong> seja, necessariamente, uma parte integrante doprocesso <strong>de</strong> orçamento <strong>de</strong> capital, existe, atualmente, controvérsia quanto à maneira <strong>de</strong> se<strong>de</strong>terminar o valor da mesma. Contudo, é lógico pensar que a taxa mínima <strong>de</strong> atrativida<strong>de</strong><strong>de</strong>ve ser pelo menos igual ao custo do dinheiro para quem investe (custo <strong>de</strong> capital).O Governo quando <strong>de</strong>ci<strong>de</strong> dispen<strong>de</strong>r recursos monetários na melhoria <strong>de</strong> uma rodovia,per<strong>de</strong> a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> investir em outros negócios. A taxa que po<strong>de</strong>ria remunerar odinheiro, caso ele não fosse investido em rodovias, é conhecido como custo <strong>de</strong> capital oucusto <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> capital. Esta é a taxa <strong>de</strong> juros a<strong>de</strong>quada para utilização nosestudos econômicos.A taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sconto <strong>de</strong>ve refletir a taxa média <strong>de</strong> retorno esperada em investimentospúblicos, consi<strong>de</strong>rando os riscos e incertezas e a expectativa <strong>de</strong> inflação. A <strong>de</strong>finição dataxa a ser utilizada é antes <strong>de</strong> tudo uma <strong>de</strong>cisão política, que po<strong>de</strong> variar segundo aeconomia regional, o objetivo do estudo e o nível <strong>de</strong> risco. Nos países ditos <strong>de</strong>senvolvidoseste valor varia entre 4 a 8% ao ano. Nos países em <strong>de</strong>senvolvimento os valores maisusuais estão entre 10 e12% ao ano.MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 2348.4.5 PERÍODO DE ANÁLISEO período <strong>de</strong> análise refere-se ao intervalo <strong>de</strong> tempo para o qual a avaliação econômicaserá realizada. O ano inicial <strong>de</strong> construção ou restauração é geralmente <strong>de</strong>signado ano 0(zero). Os anos subseqüentes são <strong>de</strong>signados ano 1, ano 2, e assim por diante.Os períodos <strong>de</strong> análise para pavimentos novos po<strong>de</strong>m variar <strong>de</strong>s<strong>de</strong> vinte anos atéquarenta anos. Em serviços <strong>de</strong> restauração o período é geralmente mais curto, variandoentre <strong>de</strong>z e vinte anos. Entretanto, o período particular escolhido é uma <strong>de</strong>cisão própria <strong>de</strong>cada órgão e <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma série <strong>de</strong> circunstâncias.8.4.6 VALOR RESIDUALO valor residual (terminal ou <strong>de</strong> resgate) representa o valor monetário atribuído aopavimento ao final do período <strong>de</strong> análise. Ele po<strong>de</strong> ser significativo nos casos <strong>de</strong>pavimentação, porque nele se insere o valor <strong>de</strong> reutilização dos materiais ao final doperíodo <strong>de</strong> projeto. Com o crescente esgotamento dos recursos, estes materiais po<strong>de</strong>m vira ser cada vez mais importantes no futuro, sobretudo sendo reciclados por ocasião darestauração <strong>de</strong> um pavimento.O valor residual <strong>de</strong> um material <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> vários fatores, tais como: a quantida<strong>de</strong> elocalização dos materiais, o nível <strong>de</strong> contaminação, a ida<strong>de</strong> ou durabilida<strong>de</strong>, etc. Algumasvezes ele é consi<strong>de</strong>rado como um percentual do custo original, isto é, a parte relativa aopróprio material e não a mão-<strong>de</strong>-obra utilizada.8.5 MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DE ALTERNATIVASPara <strong>de</strong>cidir qual entre diferentes alternativas <strong>de</strong> investimento <strong>de</strong>ve ser adotada, utilizamseos métodos <strong>de</strong> comparação <strong>de</strong> alternativas <strong>de</strong> investimento. Esses métodosfundamentam-se em conceitos elementares <strong>de</strong> matemática financeira e consistem, emlinhas gerais, em comparações <strong>de</strong> benefícios e custos.Alguns dos métodos mais empregados são os do valor presente líquido, valor anuallíquido, custo anual, relação benefício-custo e da taxa interna <strong>de</strong> retorno. Dentre essesmétodos, o do valor presente líquido é o mais utilizado e também o mais recomendado,muito em virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> sua simplicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aplicação. Em certo sentido, todos os <strong>de</strong>maismétodos po<strong>de</strong>m ser consi<strong>de</strong>rados <strong>de</strong>rivações do método do valor presente líquido.8.5.1 MÉTODO DO VALOR PRESENTE LÍQUIDOO método do Valor Presente Líquido (VPL) é caracterizado pela transferência <strong>de</strong> todos osbenefícios e custos, previstos para ocorrer ao longo do horizonte <strong>de</strong> projeto, para oinstante presente, <strong>de</strong>scontados à taxa mínima <strong>de</strong> atrativida<strong>de</strong>. Po<strong>de</strong> ser representadomatematicamente pela equação:nBxt,− Cxt,[ VPLxn,]i= ∑ t( 1 + i)t=0MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 235on<strong>de</strong> VPL é o valor presente líquido dos fluxos da alternativa x, para um período <strong>de</strong> n anos,com taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sconto t, B x,t é o valor <strong>de</strong> benefícios para a alternativa x que ocorrem nointervalo <strong>de</strong> tempo t e C x,t é o valor dos custos para a alternativa x que ocorrem no intervalo<strong>de</strong> tempo t. Todos estes símbolos conservam seu significado nas <strong>de</strong>mais equações emque aparecem.O método do VPL apresenta as vantagens <strong>de</strong> ser direto e <strong>de</strong> assegurar a maximização <strong>de</strong>benefícios sociais líquidos, não havendo método <strong>de</strong> análise benefício-custo <strong>de</strong> mais fácilaplicação, interpretação clara, completo e menos tedioso.Na avaliação <strong>de</strong> um projeto individual, po<strong>de</strong>-se afirmar que :a) se VPL > 0, o projeto será viável;b) se VPL = 0, o projeto será indiferente; ec) se VPL < 0, o projeto será inviável.Quando se efetua a comparação entre alternativas, inicialmente <strong>de</strong>ve ser avaliada aviabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cada alternativa, utilizando as regras <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão fundamentadas no VPL.Assumindo que mais <strong>de</strong> uma alternativa inicialmente aceitável remanesça após o cálculodos valores presentes líquidos individuais, as regras <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão fundamentadas no VPLpo<strong>de</strong>m ser usadas para selecionar a melhor alternativa <strong>de</strong>ntre as <strong>de</strong>mais. Estas regras sãomuito simples, a saber:a) selecionar a alternativa que maximiza o valor presente líquido; eb) se duas ou mais alternativas têm o mesmo VPL, os projetos são igualmente aceitáveispara o analista.Para que estas regras sejam aplicáveis, todos os benefícios e custos associados àsalternativas em consi<strong>de</strong>ração <strong>de</strong>vem ser quantificáveis em unida<strong>de</strong>s monetárias. Se não oforem, então a “melhor” alternativa po<strong>de</strong> não ser a que maximiza o VPL.• Exemplo <strong>de</strong> aplicação do Método do valor presente líquidoUma estrada é reabilitada hoje ( ano = 0) a um custo <strong>de</strong> R$ 20.000,00/km. Osbenefícios recebidos serão <strong>de</strong> R$ 12.000,00/km ao final <strong>de</strong> um ano (ano = 1) e <strong>de</strong>14.000,00/km ao final <strong>de</strong> dois anos (ano = 2). Os custos <strong>de</strong> conservação rotineira anualserão <strong>de</strong> R$ 1.000,00/km/ano. Calcular o valor presente líquido (VPL) <strong>de</strong>sta alternativa<strong>de</strong> Restauração assumindo um custo <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> capital (taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sconto) <strong>de</strong>:(a) 13% ao ano; (b) 8% ao ano; e (c) zero por cento ao ano.Resolução:Empregando-se a equação[ VPL ]xn ,inBxt−C= ∑ t( 1 + i)t=0, xt ,MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 236para a alternativa única x e n = 2 anos, resultam os valores que compõem a Tabela 29abaixo:Tabela 29 - Método do VPLano custo benefício VPL (i=0) VPL (i=8%) VPL (i=13%)01220.0001.0001.000012.00014.000-20.00011.00013.000-20.00010.18511.145-20.0009.73510.181Total 4.000 1.331 - 85Logo, o valor presente líquido do projeto <strong>de</strong> restauração em estudo resulta igual a R$4.000,00, para uma taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sconto nula, R$ 1.331,00 para uma taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sconto <strong>de</strong>8% ao ano e R$ (- 85,00) para uma taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sconto <strong>de</strong> 13% ao ano.8.5.2 MÉTODO DO VALOR ANUAL LÍQUIDOUma alternativa à luz do valor presente líquido é a análise do Valor Anual Líquido (VAL) -este método é amplamente usado e po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>senvolvido diretamente da análise do valorpresente líquido. As regras <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão são completamente análogas às do valor presentelíquido e po<strong>de</strong>m ser usadas para tomar <strong>de</strong>cisões, sem ambigüida<strong>de</strong>, sobre quaisalternativas são inicialmente aceitáveis (VAL > 0) e qual alternativa inicialmente aceitável éa melhor (aquela que maximiza o VAL).Basicamente, todos os valores anuais <strong>de</strong> benefícios e custos são calculados (ao invés <strong>de</strong>VP) e combinados. A análise anualizada é atraente para muitos investidores e organismos,uma vez que se a<strong>de</strong>qua bem às consi<strong>de</strong>rações orçamentárias, e muitos dos benefícios ecustos com que a análise trata ocorrem em uma base anual.A análise do VAL requer que todos os benefícios e custos sejam “convertidos” emquantida<strong>de</strong>s anuais equivalentes (análogas a um pagamento mensal <strong>de</strong> um carro). Po<strong>de</strong>secalcular o VAL usando as seguintes fórmulas:a) VP = F ( 1 + i ) -n ; eb) VA = P{ [i(1+i) n ]/[(1+i) n -1] }Uma vantagem <strong>de</strong> usar a análise do VAL para selecionar a melhor alternativa <strong>de</strong>ntre váriasalternativas inicialmente aceitáveis é que não requer períodos iguais <strong>de</strong> análise para cadauma das alternativas em consi<strong>de</strong>ração. Há, entretanto, uma hipótese implícita que operíodo <strong>de</strong> análise para cada alternativa é o mesmo e, além disso, <strong>de</strong> que os benefícios ecustos individuais são repetidos.8.5.3 MÉTODO DO CUSTO ANUALEste critério seletivo entre alternativas <strong>de</strong> investimento, que é também conhecido comoanálise <strong>de</strong> custos <strong>de</strong> ciclo <strong>de</strong> vida, é uma <strong>de</strong>rivação do método do valor presente e do valorMT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 237anual líquido, particularizado para a situação da comparação entre alternativas em queocorrem apenas variações nos custos, mantendo-se iguais os benefícios para todas asalternativas em consi<strong>de</strong>ração.Obviamente que, por se tratar <strong>de</strong> um método que envolve a avaliação <strong>de</strong> <strong>de</strong>sembolsos,aquela alternativa que apresentar o menor custo <strong>de</strong>ve ser a preferida, quando o critério <strong>de</strong><strong>de</strong>cisão for econômico (vi<strong>de</strong> exemplo da Figura 7.1).A análise <strong>de</strong> custos <strong>de</strong> ciclo <strong>de</strong> vida é uma expressão em voga que aparentemente éentendida como algo novo. Esta visão é basicamente incorreta, pois representa nada maisque uma particularização dos métodos vistos anteriormente.8.5.4 MÉTODO DA RELAÇÃO BENEFÍCIO - CUSTOO método da Relação Benefício-Custo (RBC) fundamenta-se na idéia <strong>de</strong> obter valorespresentes <strong>de</strong> benefícios e custos, e do cálculo do quociente entre eles, conforme ilustra aequação abaixo, em que (RBC x,n ) é a razão benefício-custo. Adverte-se para anecessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se or<strong>de</strong>narem inicialmente as alternativas em or<strong>de</strong>m crescente <strong>de</strong> custosiniciais.[ RBC ]xn ,i=n∑t=0n∑t=0Bxt,( 1+i)Cxt,( 1+i)Um projeto é consi<strong>de</strong>rado economicamente viável se tal quociente não for inferior àunida<strong>de</strong>. A rigor, esse resultado expressa a maximização do retorno por unida<strong>de</strong> monetáriainvestida, o que não é igual a maximização do valor presente líquido.O método RBC quando a<strong>de</strong>quadamente aplicado, conduz aos mesmos resultados que odo valor presente líquido, porém eivado <strong>de</strong> cômputos adicionais e <strong>de</strong> interpretação poucomais confusa, não sendo recomendável que uma alternativa seja selecionada somentecom base nesse critério.• Exemplo <strong>de</strong> aplicação do Método da relação benefício-custoPara a alternativa <strong>de</strong> restauração apresentada no exemplo do item 7.5.1.1, <strong>de</strong>terminara relação benefício-custo usando uma taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sconto <strong>de</strong> 12% ao ano.Resolução:ttEmpregando-se a equação[ RBC ]xn ,i=n∑t=0n∑t=0Bxt,( 1+i)Cxt,( 1+i)ttMT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 238para a alternativa única x e n = 2 anos, resultam os valores que compõem a Tabela 30abaixo:Tabela 30 - Método relação benefício custo012ano custo benefício VP (custos) VP (benefícios) RBC20.0001.0001.000012.00014.00020.000893797010.71411.161Total 21.690 21.875 1.0085Logo, a razão benefício-custo <strong>de</strong> projeto <strong>de</strong> restauração em estudo resulta igual a1,0085, maior que a unida<strong>de</strong>; logo, <strong>de</strong>corridos dois anos <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o ano zero, o projeto éconsi<strong>de</strong>rado economicamente viável.8.5.5 MÉTODO DA TAXA INTERNA DE RETORNOO método da Taxa Interna <strong>de</strong> Retorno (TIR) visa <strong>de</strong>terminar a taxa <strong>de</strong> juro para a qual omódulo do valor presente dos benefícios torna-se igual ao módulo do valor presente doscustos, po<strong>de</strong>ndo ser expressa pela equação:nnBxt,Cxt,∑ = ∑t=0 +xxt( 1 i ) t=0 ( 1+i )A condição <strong>de</strong> viabilida<strong>de</strong> para um projeto, segundo esse critério, é que a taxa interna <strong>de</strong>retorno i x não seja inferior à taxa mínima <strong>de</strong> atrativida<strong>de</strong>.O método da taxa interna <strong>de</strong> retorno não encerra a questão da aceitação ou rejeição <strong>de</strong> umprojeto, uma vez que por si só não fornece os elementos necessários à tomada <strong>de</strong><strong>de</strong>cisão, dada a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se fazer comparação com uma base, que é a taxa mínima<strong>de</strong> atrativida<strong>de</strong>, po<strong>de</strong>ndo resultar em escolhas incorretas, principalmente quando dacomparação <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> diferentes níveis <strong>de</strong> investimento.t8.5.5.1 EXEMPLO DE APLICAÇÃOPara a alternativa <strong>de</strong> restauração apresentada no exemplo do item 7.5.1.1, <strong>de</strong>terminar avalor da taxa interna <strong>de</strong> retorno.Resolução:A taxa correspon<strong>de</strong>nte a um valor presente líquido nulo, ou seja, a taxa interna <strong>de</strong> retorno,po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>terminada por interpolação dos valores obtidos <strong>de</strong> valor presente líquido e <strong>de</strong>taxas <strong>de</strong> <strong>de</strong>sconto, apresentadas na Tabela 31:MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 239Tabela 31 - VPL e taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>scontoVPL4.000,001.331,00185,00- 85,00taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sconto0%8%12%13%Resulta, <strong>de</strong>ssa maneira, que a taxa interna <strong>de</strong> retorno é igual a 12,68%. Esse valor po<strong>de</strong>ser comparado com o valor da taxa <strong>de</strong> mínima atrativida<strong>de</strong>, que representa o retornoprovável <strong>de</strong> ser auferido <strong>de</strong> outras opções <strong>de</strong> investimento; se a taxa interna <strong>de</strong> retorno formaior que a taxa <strong>de</strong> mínima atrativida<strong>de</strong>, o projeto é viável, <strong>de</strong> acordo com o método dataxa interna <strong>de</strong> retorno.8.5.5.2 MÉTODO DA TAXA INTERNA DE RETORNO INCREMENTALO método da taxa interna <strong>de</strong> retorno incremental po<strong>de</strong> ser entendido como umcomplemento do método da taxa interna <strong>de</strong> retorno, e compreen<strong>de</strong> dois procedimentosbásicos, o primeiro consistindo em dispor as alternativas em or<strong>de</strong>m crescente em custoinicial e em <strong>de</strong>terminar a taxa interna <strong>de</strong> retorno para cada alternativa, excluindo aquelaspara as quais esse valor é inferior à taxa mínima <strong>de</strong> atrativida<strong>de</strong>, utilizando-se a equaçãoabaixo, em segundo momento, <strong>de</strong>termina-se a taxa interna <strong>de</strong> retorno incremental,representada por i (x+k)/x , utilizando a equação:n, x,t∑ ∑tt=0 0nBx+k−Bx tCx+k−Ct=⎛ ⎞ t=⎛ ⎞⎜1+i+ ⎟ ⎜1+i+ ⎟⎝ ⎠ ⎝ ⎠x kxon<strong>de</strong> k é número inteiro não negativo que, somando a alternativa x, i<strong>de</strong>ntifica umaalternativa economicamente mais interessante do que seja, se o valor da taxa internaincremental resultar superior ao da taxa mínima <strong>de</strong> atrativida<strong>de</strong>.O método da taxa interna <strong>de</strong> retorno incremental permite que se evitem erros oriundos daadoção simples das taxas <strong>de</strong> retorno estimadas para cada projeto alternativo.x kx8.6 ANÁLISE DE SENSIBILIDADEA análise <strong>de</strong> sensibilida<strong>de</strong> é uma técnica empregada para se avaliar a intensida<strong>de</strong> com quealterações nos valores <strong>de</strong> algumas variáveis exercem alterações no valor das gran<strong>de</strong>zas<strong>de</strong>terminadas da viabilida<strong>de</strong> econômica do projeto.A técnica é <strong>de</strong> muito valor na medida que permite avaliar se uma pequena alteração emum conjunto <strong>de</strong> variáveis ocasiona pequena ou gran<strong>de</strong> variação nos valores que<strong>de</strong>terminarão a viabilida<strong>de</strong> da alternativa em estudo.MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 240É interessante ter em mente, também, que muitos dos valores empregados em estudos <strong>de</strong>viabilida<strong>de</strong> econômica <strong>de</strong> alternativas são estimativas, ou são valores médios, enfim,apresentam uma consi<strong>de</strong>rável probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> diferirem dos valores efetivamentecontabilizados à época em que <strong>de</strong> fato ocorrerem os <strong>de</strong>sembolsos e recebimentosprevistos.• Exemplo <strong>de</strong> aplicação <strong>de</strong> análise <strong>de</strong> sensibilida<strong>de</strong>Consi<strong>de</strong>rando a alternativa <strong>de</strong> restauração o item 8.5.1, testar o efeito sobre a taxainterna <strong>de</strong> retorno <strong>de</strong> um aumento <strong>de</strong> 10% no custo <strong>de</strong> restauração.Resolução:Com um aumento <strong>de</strong> 10% nos custos <strong>de</strong> restauração, resulta a seguinte Tabela 32 <strong>de</strong>valores:Tabela 32 - Análise <strong>de</strong> sensibilida<strong>de</strong>ano custo benefício VPL (i=0) VPL (i=5%) VPL (i=8%) VPL(i=13%)01222.0001.0001.000012.00014.000-22.00011.00013.000-22.00010.47611.791-22.00010.18511.145-22.0009.73510.181Total 4.000 268 1.331 - 85O valor da taxa interna <strong>de</strong> retorno (taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sconto para a qual se tem valor presentelíquido nulo) é obtido por interpolação, e resulta igual a 5,83%.Portanto, nesse exemplo particular, a taxa interna <strong>de</strong> retorno é extremamente sensívelaos custos <strong>de</strong> restauração; um aumento <strong>de</strong> 10% no custo conduziu a uma redução <strong>de</strong>[100 x (12,68 - 5,83) + 12,68], ou 54%, na taxa interna <strong>de</strong> retorno.8.7 COMPARAÇÃO ENTRE ALTERNATIVASPara resumir as questões anteriormente discutidas, um procedimento generalizado paraanálise econômica é apresentado abaixo:a) I<strong>de</strong>ntificar as alternativas que <strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>radas;b) Determinar o período <strong>de</strong> análise que será usado para a <strong>de</strong>terminação da melhoralternativa;c) Definir o fluxo <strong>de</strong> caixa para cada alternativa em consi<strong>de</strong>ração incluindo, por exemplo,custos <strong>de</strong> restauração para pavimentos novos;d) Comparar o orçamento disponível com o fluxo <strong>de</strong> caixa para cada alternativa paraestabelecer quais são viáveis (algumas alternativas po<strong>de</strong>m ser eliminadas nesteponto).e) Selecionar (ou calcular) a taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sconto (ou variação da mesma) mais apropriadapara a avaliação.MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 241f) Determinar quais alternativas, se houver, preenchem o critério inicial <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão paraaceitação (algumas alternativas po<strong>de</strong>m ser eliminadas neste ponto). Os métodosrecomendados para avaliar a aceitação <strong>de</strong> uma alternativa nesta etapa são o valorpresente líquido e seus <strong>de</strong>rivados.g) Determinar que alternativa(s) entre o conjunto <strong>de</strong> alternativas inicialmente aceitáveis é(são) melhor(es) (muitas alternativas po<strong>de</strong>m ser eliminadas neste ponto). Outra vez, osmétodos recomendados para selecionar a(s) melhor(es) são valor presente líquido eseus <strong>de</strong>rivados - isto é, selecionar a alternativa a que maximiza o valor presentelíquido.h) Realizar uma análise <strong>de</strong> sensibilida<strong>de</strong> examinando o efeito <strong>de</strong> variações em todas assuposições apropriadas sobre <strong>de</strong>cisões <strong>de</strong> aceitação e rejeição inicial e final (porexemplo, taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sconto, taxa <strong>de</strong> inflação, e estimativas <strong>de</strong> custos e/ou benefíciosfuturos).• Exemplo <strong>de</strong> aplicação <strong>de</strong> comparação entre alternativasEstão sendo consi<strong>de</strong>radas três alternativas <strong>de</strong> restauração, cada uma com uma vida <strong>de</strong>20 anos, a saber:– 1ª) A alternativa A é uma opção <strong>de</strong> reforço e tem o diagrama <strong>de</strong> fluxo <strong>de</strong> caixamostrado na Figura 53, on<strong>de</strong> os custos representam: execução inicial <strong>de</strong> umacamada <strong>de</strong> reforço (CA0), um recapeamento ao final do ano 7 (CA7), uma novacamada <strong>de</strong> reforço estrutural ao final do ano 14 (CA14) e o valor residual estimadoao final da vida <strong>de</strong> serviço <strong>de</strong> 20 anos (RA). Há também benefícios ao usuáriocomparado às condições iniciais (BA), em termos <strong>de</strong> reduções em aci<strong>de</strong>ntes,reparos em veículos e tempo <strong>de</strong> viagem.Figura 53 - Alternativa <strong>de</strong> Restauração – Alternativa ABA BA BABARA0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20CA 0 CA 7 CA 14on<strong>de</strong>: CA0 = 90.580; CA7 = 45.760; CA14 = 144.322;RA = 67.500; e BA = 15.000– 2ª) Alternativa B (Figura 54) é basicamente uma opção <strong>de</strong> restauração e consiste<strong>de</strong>: restauração inicial (CB0), conservação periódica ao final do ano 6 (CB6), umacamada <strong>de</strong> reforço ao final do ano 12 (CB12), o valor residual (RB) e benefícios aousuário (BB) comparados às condições iniciais.MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 242Figura 54 - Alternativa <strong>de</strong> Restauração – Alternativa BBB BB BBBBRB0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20CB 0 CB 6 CB 12on<strong>de</strong>: CB0 = 180.162; CB6 = 10.000; CB12 = 96.215;RB = 85.000; e BB = 20.000– 3ª) Alternativa C (Figura 55) é uma opção mais ampla e consiste na reconstrução<strong>de</strong> faixa e acostamento (CC0), conservação periódica ao final dos anos 10 e 15(CC10 e CC15), o valor residual (RC) e benefícios ao usuário (BC).Figura 55 - Alternativa <strong>de</strong> Restauração – Alternativa CBC BC BCBCRC0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20Pe<strong>de</strong>-se:CC 0 CC 10 CC 15on<strong>de</strong>: CC0 = 225.000; CC10 = 10.000; CC15 = 10.000;RC = 60.000; e BC = 23.000a) Para uma taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sconto <strong>de</strong> 4%, qual alternativa é preferida?b) Assumindo que os benefícios para todas as alternativas sejam iguais, qual alternativa épreferida?• Solução do problemaOs cálculos necessários para todas as questões do problema <strong>de</strong>verão ser feitos pelomenos uma vez para cada alternativa.Inicialmente, consi<strong>de</strong>rando a alternativa A, o VPL é calculado dada uma taxa <strong>de</strong><strong>de</strong>sconto <strong>de</strong> 4% ao ano. (Tabela 33). Os elementos <strong>de</strong> fluxo <strong>de</strong> caixa, os fatores <strong>de</strong>conversão para valor presente e VP para cada ano são mostrados na Tabela 32, nascolunas <strong>de</strong> (1) a (5). Na coluna (6), os valores presentes do fluxo <strong>de</strong> caixa líquido anual(calculados a 4%) são apresentados.O valor presente líquido (VPL) calculado a 4% é igual a R$ 25.965,00. Uma vez queeste valor é maior que 0, a alternativa é inicialmente aceitável. Isto é, os benefícios<strong>de</strong>scontados são maiores do que os custos <strong>de</strong>scontados. A razão benefício-custo(VPL[benefícios]/VP[custos]) para esta alternativa é igual a 1,124 para a taxa <strong>de</strong><strong>de</strong>sconto é 4%.MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 243Cálculos semelhantes po<strong>de</strong>m ser feitos para as alternativas B e C. A Tabela 34 mostraos cálculos básicos da alternativa B. Cálculos semelhantes são apresentados naTabela 35 para a alternativa C.Agora que os cálculos necessários foram feitos, as perguntas originais po<strong>de</strong>m serrespondidas.– Para uma taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sconto <strong>de</strong> 4%, que alternativa é preferida?Os VPL’s das alternativas são mostradas abaixo:VPL(A) 4% = R$ 25.965,00; VPL(B) 4% = R$ 62.439,00; VPL(C) 4% = R$ 71.952,00.Todas as alternativas tem VPL’s > 0 e são, portanto, inicialmente aceitáveis. Aalternativa preferida é C que maximiza o VPL para uma taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sconto <strong>de</strong> 4%.– Se os benefícios para todas as alternativas são admitidos como sendo iguais, acomparação muda <strong>de</strong> algum modo. Primeiro, nos cálculos anteriores, o valorresidual foi consi<strong>de</strong>rado como um benefício. Embora a hipótese <strong>de</strong> benefíciosiguais seja feita, o valor residual <strong>de</strong>ve ainda ser consi<strong>de</strong>rado. Usando oVPL(custos) dos cálculos anteriores e corrigindo para valor residual obtém-se oseguinte:− VP(custos) A = 208.696 - (0,4564) x (67.500) = R$ 177.889,00− VP(custos) B = 248.161 - (0,4564) x (85.000) = R$ 209.367,00− VP(custos) C = 268.008 - (0,4564) x (60.000) = R$ 240.624,00Neste caso, o problema é entendido como <strong>de</strong> minimização <strong>de</strong> custo e a alternativaA é selecionada. Note-se que, uma vez que os custos são essencialmenteconsi<strong>de</strong>rados como tendo um sinal positivo, então o valor residual é uma redução<strong>de</strong> custo e é subtraído do VP <strong>de</strong> outros custos.MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 244Tabela 33 - Cálculo do VPL para a alternativa Aanoj(1)benefíciosBj(2)custosCj(4)=(3)1/(1+0,04) j VPfator <strong>de</strong> VP (1).(3)(5)=(2).(3)VP(6)=(4)-(5)VPLjbenefícioscustos0090.5801.0000090.580-90.580115.0000,961514.42314.423215.0000,924613.86813.868315.0000,889013.33513.335415.0000,854812.82212.822515.0000,821912.32912.329615.0000,790311.85511.855715.00045.7600,759911.39934.774-23.375815.0000,730710.96010.960915.0000,702610.53910.5391015.0000,655610.13310.1331115.0000,64969.7449.7441215.0000,62469.3699.3691315.0000,60069.0099.0091415.000144.3220,57758.66283.342-74.6801515.0000,55538.3298.3291615.0000,53398.0098.0091715.0000,51347.7017.7011815.0000,49367.4047.4041915.0000,47477.1207.1202015.000-67.5000,456437.65237.652Totais 280.662 234.661 208.696 25.965MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 245Tabela 34 - Cálculo do VPL para a alternativa Banoj(1)benefíciosBj(2)custosCj(3)=(1) - (2)Bj - Cj(5)=(4)1(1+0,04) j VP líquidofator <strong>de</strong> VP (3).(4)líquido00180.162-180.1621.0000-180.162120.00020.0000,961519.231220.00020.0000,924618.491320.00020.0000,889017.780420.00020.0000,854817.096520.00020.0000,821916.439620.00010.00010.0000,79037.903720.00020.0000,759915.198820.00020.0000,730714.614920.00020.0000,702614.0521020.00020.0000,675613.5111120.00020.0000,649612.9921220.00096.215- 76.2150,6246- 47.6041320.00020.0000,600612.0111420.00020.0000,577511.5501520.00020.0000,555311.1051620.00020.0000,533910.6781720.00020.0000,513410.2671820.00020.0000,49369.8731920.00020.0000,47479.4732020.000-85.000105.0000,456447.921Total 62.439i = 4%VP(benefícios)VP(custos)VPLB/C310.559248.16162.4391,252MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 246Tabela 35 - Cálculo do VPL para a alternativa Canoj(1)benefíciosBj(2)custosCj(3)=(1) - (2)Bj - Cj(5)=(4)1/(1+0,04) j VP líquidofator <strong>de</strong> VP (3).(4)líquido00255.70025.7001.0000-255.700123.00023.0000,961522.115223.00023.0000,924621.265323.00023.0000,889020.447423.00023.0000,854819.660523.00023.0000,821918.904623.00023.0000,790318.177723.00023.0000,759917.478823.00023.0000,730716.806923.00023.0000,702616.1591023.00010.00013.0000,67568.7821123.00023.0000,649614.9401223.00023.0000,624614.3661323.00023.0000,600613.8131423.00023.0000,577513.2821523.00010.00013.0000,55537.2181623.00023.0000,533912.2801723.00023.0000,513411.8081823.00023.0000,493611.3531923.00023.0000,474710.9172023.000-60.00083.0000,456437.880Total 71.952i = 4%VP(benefícios)VP(custos)VPLB/C339.961268.00871.9521,268MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 2479 – EXEMPLO ILUSTRATIVOMT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 2499 EXEMPLO ILUSTRATIVOEste exemplo constitui-se <strong>de</strong> uma síntese do trabalho apresentado na 25 a Reunião Anual<strong>de</strong> Pavimentação (São Paulo), intitulado “Restaurar, ou Não Restaurar? Eis a Questão!”,cujos autores são Marcílio Augusto Neves, Petrúcio Lima e Silva, Geovani <strong>de</strong> OliveiraCosta e Rodrigo Magalhães <strong>de</strong> Vasconcellos Barros.O objetivo é expor uma metodologia para o projeto <strong>de</strong> restauração <strong>de</strong> pavimentos, queinclui abordagens por procedimentos normalizados pelo DNIT (antigo DNER) e poranálises tensionais das estruturas dos pavimentos, com base nos fundamentos daMecânica dos <strong>Pavimentos</strong>. É apresentado para ilustrar a aplicação da metodologia doProjeto utilizada na Rodovia BR-153/MG, trecho Entr. BR/497 - Entr. para Patrimônio, entreos km 108 (Prata) - km 130.A seção transversal do pavimento existente é mostrada na Figura 54 e é composta por:a) pista <strong>de</strong> rolamento com 7 m <strong>de</strong> largura, formada por duas faixas <strong>de</strong> tráfego <strong>de</strong> 3,5 mcada;b) acostamentos com largura <strong>de</strong> 2,5 m.9.1 AVALIAÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS DO PAVIMENTO9.1.1 AVALIAÇÃO FUNCIONALPara a avaliação das características funcionais do pavimento existente, envolvendo olevantamento das <strong>de</strong>gradações superficiais e das <strong>de</strong>formações em perfil, foram aplicadasduas técnicas:a) a das avaliações subjetivas, que permite <strong>de</strong>finir o estado <strong>de</strong> Restauração do pavimentoa partir <strong>de</strong> conceitos qualitativos (alfanuméricos);b) a das avaliações objetivas, que permite expressar a restauração do pavimentomediante a quantificação numérica e da distribuição <strong>de</strong> severida<strong>de</strong> das diversasmanifestações <strong>de</strong> ruína.9.1.1.1 AVALIAÇÃO SUBJETIVAVisando a divisão do trecho em segmentos <strong>de</strong> comportamento homogêneo, foi elaboradaavaliação preliminar das características funcionais do pavimento existente. Lançou-se mão,para tal, da técnica das avaliações subjetivas, que permite <strong>de</strong>finir o estado <strong>de</strong> restauraçãoda superfície do pavimento a partir <strong>de</strong> conceitos qualitativos (alfanuméricos), com base eminspeção “in loco”.No Brasil, a avaliação subjetiva foi oficializada no Procedimento DNIT 009/2003-PRO, pormeio da <strong>de</strong>terminação do VSA (Valor <strong>de</strong> serventia atual).MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 250O trecho foi inicialmente percorrido por três técnicos que, conjuntamente, o dividiram emcinco segmentos consi<strong>de</strong>rados “a priori” homogêneos. Em seguida foi feita a avaliaçãoindividualmente. De maneira geral o pavimento foi consi<strong>de</strong>rado <strong>de</strong> regular a bom.Os resultados obtidos com a avaliação subjetiva foram no entanto muito influenciados pelorejuvenescimento executado em lama asfáltica. Por esta razão, em face da importância<strong>de</strong>sta avaliação preliminar para a divisão do trecho em segmentos homogêneos, resolveuseaferir o VSA pelo QI.Para verificação do Valor da Serventia Atual fornecido pela avaliação subjetiva, foi criada aTabela 38. O QI foi então convertido em VSA pela equação <strong>de</strong> regressão <strong>de</strong>senvolvidapelo Eng. o César Augusto Vieira <strong>de</strong> Queiroz (em “Procedure of Obtaining a StableRoughness Scale from Road and Level Profiles” - Working Document n o22, PICR,GEIPOT, Brasília, 1981):-0,00534 QIVSA = 4,66 eAs dispersões observadas na Tabela 38 foram consi<strong>de</strong>radas aceitáveis.9.1.1.2 AVALIAÇÃO OBJETIVAPara a avaliação objetiva do estado da superfície do pavimento foi elaborado inventáriodas <strong>de</strong>gradações superficiais e geométricas existentes, <strong>de</strong>ntro das áreas <strong>de</strong> observação<strong>de</strong>marcadas no pavimento (com 6m x 3,5m, largura <strong>de</strong> faixa <strong>de</strong> tráfego), a cada 20 m. Foiseguida a metodologia proposta pelo prof. Armando Martins Pereira, normalizada peloProcedimento DNIT 006/2003-PRO. Neste inventário foram avaliados e quantificados ostipos <strong>de</strong> <strong>de</strong>feitos superficiais ocorrentes: trincas, panelas, remendos, <strong>de</strong>sgaste, exsudação,etc. Relativamente às <strong>de</strong>formações em perfil, os <strong>de</strong>feitos foram avaliados por doisprocessos:a) para a irregularida<strong>de</strong> longitudinal, foram quantificados os corrugamentos, ondulações,afundamentos e escorregamentos da capa;b) a irregularida<strong>de</strong> transversal foi obtida executando-se medidas das flechas nas trilhas <strong>de</strong>roda interna e externa, utilizando-se treliça <strong>de</strong> alumínio com 1,20 m <strong>de</strong> base (utilizou-sea treliça especificada na DNIT 006/2003-PRO).9.1.1.3 IRREGULARIDADE LONGITUDINALO trecho foi percorrido por veículo em que foi acoplado o aparelho medidor tipo resposta<strong>de</strong>nominado integrador <strong>de</strong> irregularida<strong>de</strong> <strong>IPR</strong>/USP. As leituras no equipamento totalizador<strong>de</strong> bordo foram anotadas em impresso apropriado para lances <strong>de</strong> 320 m. No escritórioforam calculados os Quocientes <strong>de</strong> Irregularida<strong>de</strong> (QI), em contagens por km, comemprego da Equação <strong>de</strong> Calibração previamente <strong>de</strong>terminada (por regressão estatística,em função <strong>de</strong> segmentos <strong>de</strong> calibração cujo QI foi obtido pelo método <strong>de</strong> Nível e Mira).MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 2519.1.1.4 LEVANTAMENTO DE DEFEITOSForam ainda efetuados levantamentos da condição da superfície do pavimento, <strong>de</strong> acordocom a especificação DNIT 007/2003-PRO, compreen<strong>de</strong>ndo a medição das áreas dassuperfícies geométricas (retângulos) envoltórios dos principais tipos <strong>de</strong> <strong>de</strong>feitos ocorrentes,como trincas isoladas, trincas interligadas, panelas, remendos e <strong>de</strong>sgaste. Com isto foipossível calcular, para cada estaca, o trincamento (% da área trincada) e o <strong>de</strong>sgaste (%).9.1.2 AVALIAÇÃO DA DEFORMABILIDADE ELÁSTICAPara a avaliação do grau <strong>de</strong> <strong>de</strong>formabilida<strong>de</strong> característico do conjunto pavimento - solo <strong>de</strong>fundação, foram <strong>de</strong>terminadas as <strong>de</strong>flexões reversíveis máximas, ou <strong>de</strong>flexõesrecuperáveis, com emprego <strong>de</strong> Viga Benkelman.Anteriormente à realização dos serviços foram tomados os cuidados necessários. A VigaBenkelman foi aferida em laboratório, empregando-se o método proposto pelo Eng. oSalomão Pinto (DNER-PRO 175/94), obtendo-se a constante k da viga. No início dosserviços foi pesado o caminhão a ser usado nas medições, em balança apropriada, ecalibrados os pneus.A medição <strong>de</strong> <strong>de</strong>flexões foi feita em todas as estacas, <strong>de</strong> acordo com o Método DNER-ME24/94. A cada 200 m foram feitas medidas a 0,25 m da ponta <strong>de</strong> prova, que permitiramobter também o raio <strong>de</strong> curvatura da bacia <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação.9.1.3 ESTUDO DOS MATERIAIS CONSTITUINTESPara a caracterização da resistência intrínseca dos materiais constituintes das camadas dopavimento e do solo <strong>de</strong> fundação, foram elaborados estudos <strong>de</strong> campo e <strong>de</strong> laboratóriopara conhecimento das características físicas e mecânicas dos materiais, para duassituações distintas: as condições reais que prevaleceram no campo (“in situ”) e ascondições “i<strong>de</strong>ais” <strong>de</strong> trabalho (em laboratório).Com os resultados foram calculados os Números Estruturais Corrigidos (SNC), <strong>de</strong> acordocom metodologia do Procedimento DNER-PRO 159/85, em função dos valores <strong>de</strong> CBRdas camadas do pavimento e do subleito.9.1.4 DEFINIÇÃO DE SEGMENTOS DE COMPORTAMENTO HOMOGÊNEOA <strong>de</strong>finição dos segmentos <strong>de</strong> comportamento homogêneo, tarefa <strong>de</strong> fundamentalimportância nos projetos <strong>de</strong> restauração rodoviária, é feita geralmente sem regras rígidas,sendo requerida experiência e bom senso por parte do projetista. Para tal são analisadosgráficos lineares em que são lançados os valores obtidos para os parâmetros <strong>de</strong>finidoresdo comportamento funcional (avaliações subjetivas e objetivas) e <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga(<strong>de</strong>flexões reversíveis, raios <strong>de</strong> curvatura), além daqueles que <strong>de</strong>finem as característicasda estrutura do pavimento (resultados <strong>de</strong> sondagens e ensaios).MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 252Em gráfico linear do trecho foram lançadas:a) poligonais representativos dos quocientes <strong>de</strong> irregularida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>flexões, trincamento e<strong>de</strong> flechas;b) estrutura do pavimento;c) <strong>de</strong>feitos ocorrentes.Com base neste gráfico foram <strong>de</strong>finidos sete segmentos supostamente homogêneos.Procurou-se separar os segmentos <strong>de</strong> comportamento elástico, correspon<strong>de</strong>nte aos <strong>de</strong> n o1, 5 e 7 dos <strong>de</strong>mais segmentos, nitidamente <strong>de</strong> comportamento plástico (por apresentarem<strong>de</strong>formações permanentes), <strong>de</strong> n o 2, 3, 4, e 6.9.1.5 CÁLCULO DOS PARÂMETROS CARACTERÍSTICOSUma vez <strong>de</strong>finidos os segmentos <strong>de</strong> comportamento homogêneo, torna-se necessária umaperfeita caracterização do seu estado, para a formulação e <strong>de</strong>finição das medidascorretivas que irão restabelecer as condições i<strong>de</strong>ais <strong>de</strong> tráfego na rodovia.Para tal foram feitos cálculos para cada segmento dos seguintes parâmetros:a) análise estatística segundo metodologia do DNER, para os valores individuais <strong>de</strong> SNC,QI, trincamento (TR), <strong>de</strong>sgaste, flechas nas trilhas <strong>de</strong> roda e <strong>de</strong> raios <strong>de</strong> curvatura;b) com os dados do inventário foi calculado o Índice <strong>de</strong> Gravida<strong>de</strong> Global (IGG) <strong>de</strong> cadasegmento;c) análise estatística das espessuras e dos resultados <strong>de</strong> ensaios das camadas dopavimento e do subleito, <strong>de</strong>finindo sua estrutura.Os resultados obtidos estão apresentados nas Tabelas n os 39, 40, 41 e 42, aon<strong>de</strong> estãoregistrados dados pertinentes referentes, respectivamente ao Valor da Serventia, Resumoda Avaliação Funcional do Pavimento – Agrupamento A, Resumo da Avaliação Funcionaldo Pavimento – Agrupamento B, Resumo da Avaliação Estrutural do Pavimento –Agrupamento A, e Resumo da Avaliação Estrutural do Pavimento – Agrupamento B.9.1.6 RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS DO PAVIMENTO EXISTENTEEm função dos parâmetros dos segmentos homogêneos, procurou-se agrupar aqueles <strong>de</strong>características semelhantes.No agrupamento A foram reunidos os segmentos n o 1, 5, e 7, <strong>de</strong> comportamentonitidamente elástico, correspon<strong>de</strong>m aos locais em que havia um recapeamento com 5cm<strong>de</strong> CBUQ, que apresentava baixas <strong>de</strong>flexões e pequena incidência <strong>de</strong> <strong>de</strong>feitos superficiais(trincamento incipiente) e geométricos (quase não há afundamento plástico).MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 253Os <strong>de</strong>mais segmentos, por outro lado, aproximam-se <strong>de</strong> um comportamento plástico, ouseja, há afundamentos permanentes significativos nas trilhas <strong>de</strong> roda, resultantes doacúmulo <strong>de</strong> <strong>de</strong>formações no solo <strong>de</strong> fundação (subleito).Po<strong>de</strong>-se dizer que o pavimento <strong>de</strong>sses segmentos estava “rompido”, por terem ocorridoníveis <strong>de</strong> tensões verticais <strong>de</strong> compressão superiores às suportáveis pelo solo do subleito,por ter a estrutura do pavimento características incompatíveis com as cargas atuantes.Nesses segmentos, em que o revestimento era constituído por tratamento superficial duplocom ida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 13 anos, havia gran<strong>de</strong> variação quanto à <strong>de</strong>flectometria, tendo sido ossegmentos separados em três agrupamentos, em função das amplitu<strong>de</strong>s das <strong>de</strong>flexões(Tabela 36):Tabela 36 - DeflectometriaAGRUPAMENTO SEGMENTO DEFLEXÕESBCDn o 6n o 2 e 4n o 368 a 13072 a 154114 a 202O resumo das características do pavimento existente é apresentado mais adiante naTabela 43.Observa-se <strong>de</strong> maneira geral, no trecho que:a) a irregularida<strong>de</strong> longitudinal (QI) não é elevada;b) predominam trincas <strong>de</strong> classe 2 (sem erosão nas bordas), isoladas e interligadas, tipojacaré;c) é restrita a ocorrência <strong>de</strong> trincas <strong>de</strong> classe 3 (com erosão nas bordas);d) em face da constante atuação da equipe <strong>de</strong> conserva, não há panelas no trecho, e osremendos executados apresentam bom aspecto visual.Quanto às camadas constituintes, o pavimento apresenta, segundo os estudos elaborados,materiais <strong>de</strong> boa qualida<strong>de</strong>.A base e a sub-base foram executadas com cascalhos <strong>de</strong> quartzo com finos laterizados,que apresentam (Tabela 37):A seção transversal tipo do pavimento está apresentada na Figura 56.MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 254Tabela 37 - Constituição da base e sub-baseCAMADA BASE SUB-BASELL (%)IP (%)faixa granulométricaIGISC (%)NP a 33NP a 14DO59 a 119NP a 25NP a 11DO55 a 104O subleito é constituído por latossolo areno-argiloso vermelho, da Formação Adamantina,<strong>de</strong> terrenos mesozóicos da Bacia Sedimentar do Paraná. Apresenta solos mediamenteplásticos (IP <strong>de</strong> 4 a 12%), com baixa expansão (máximo 0,08%) e boa capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong>suporte (ISC <strong>de</strong> 12 a 31%).O CBUQ existente apresenta as seguintes características:a) faixa granulométrica: C;b) teor <strong>de</strong> CAP: 4,4 a 5,4%c) % VAZIOS: 6,4%d) RBV: 77;e) estabilida<strong>de</strong> ( kg): 930; ef) fluência (1/100”): 7.Com o CAP recuperado foram feitos ensaios <strong>de</strong> caracterização, obtendo-se:a) penetração (100g, 5s, 25 ºC, 0,1 mm): 18;b) ponto <strong>de</strong> amolecimento: 92 ºC;c) Índice <strong>de</strong> Suscetibilida<strong>de</strong> Térmica (IP) = +3,5.Observa-se que, apesar <strong>de</strong> pouco tempo em que ficou submetido à ação das intempéries,o CAP já está oxidado, em face da baixa penetração (enquanto a original <strong>de</strong>veria situar-seentre 50 e 60) e elevado IP (asfaltos novos <strong>de</strong>vem apresentar IP entre -2 e +1).Os ensaios efetuados com amostras dos tratamentos superficiais mostraram, como seesperava, o elevado grau <strong>de</strong> <strong>de</strong>terioração da camada superior.MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 255Figura 56 - Seção transversal - tipo <strong>de</strong> pavimento existenteAcostamento Pista <strong>de</strong> Rolamento Acostamento2,5 m 3,5 m3,5 m2,5 m5%2% 2% 5%23Lama Asfáltica Grossa (*)32Base e Sub-base <strong>de</strong> solo estabilizadogranulométricamente, sem mistura,(cascalho)Concreto Betuminoso usinadoa quente (C.B.U.Q.) ou Lama sobreT.S.D. Original(*) EM ALGUNS LUGARES COMPLETAMENTE DESGASTADASTabela 38 - Valor <strong>de</strong> serventiaCÁLCULO DO VALOR DA SERVENTIA ATUAL- 0,00534 x Q.IV.S.A = 4,66 x eEscalaSEGMENTOENTREkmQ I(CONT./km)V.S.A(ESTIMADOPELO QI)AVALIAÇÃO SUBJETIVA (DNER - PRO 07/78)ENG oMARCÍLIOENG oGEOVANITÉCNICOPETRÚCIOMÉDIAV.S.AADOTADOCONCEITO0-166166-365365-630108,6-111,9(1)111,9-115,9(2)1946204,23,64,24,02,04,04,02,54,04,02,04,04,02,24,04,02,24,0BomRegularBom630-864115,9-121,2(1)453,72,52,52,02,32,3Regular864-1080121,2-125,9(2)174,34,04,04,04,04,0Bom125,9-130,2(1)OBSERVAÇÕES:Revestimento em CBUQRevestimento em Lama Asfáltica Grossa sobre T.S.D.MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 256Tabela 39 - Resumo da Avaliação Funcional do PavimentoAgrupamento ARODOVIA: BR - 153/MGAGRUPAMENTO : ACARACTERÍSTICAS FUNCIONAIS1 - DAS DEGRADAÇÕES SUPERFICIAIS:1.1 - AVALIAÇÃO OBJETIVA (DNIT 006/2003-PRO)ITEM DEGRADAÇÕES1 FC - 1: F1, TTC, TTL, TLC, TLL,TRRNiFREQÜÊNCIARELATIVACOEF.POND. IGI44 27 0,2 52 FC - 2: J, TB 109 65 0,5 333 FC - 3: JE, TBE 13 8 0,8 64 ALP, ATP 1 1 0,9 15 O, P 1 1 1,0 16 EX 2 1 0,5 17 D 0 0 0,3 08 R 4 2 0,6 19 FLECHA MÉDIA = F = 1 mm 4/3 110 DESVIO DA FLECHA = FV = 1mmN o DE ESTAÇÕES = 166 ∑ IGI = IGG = 501,0 11.2 - AVALIAÇÃO SUBJETIVA (NOTAS: 0 a 5) - ISA = 4,01.3 - DNER-ES 128/83 N X σ CV MÍN. MÁX.TRINCAMENTO (TR) % 154 12 16 133 0 28DESGASTE (D) % - - - - - -2 - DAS DEFORMAÇÕES EM PERFIL:IRREGULARIDADE N X σ CV MÍN. MÁX.LONGITUDINAL - QI 10 19 4 21 15 23TRANSVERSAL-FLECHAS 3311 1 100 0 2IGGISAQI0 20 40 80 160 >5 ÓTIMO 4 BOM 3 REGULAR 2 MAU 1 PÉSSIMO 0< 30 45 60 75 >3 - CONCLUSÃO DA AVALIAÇÃO FUNCIONAL (SERVENTIA)PARÂMETROSD%TR%IGGISA0 a 5QICONT./kmIRIm/kmFLECHASmmVALORES 0 28 50 4,0 23 2,4 2CONCEITO REGULAR BOM ÓTIMO BAIXAMT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 257Tabela 40 - Resumo da Avaliação Funcional do PavimentoAgrupamento BRODOVIA: BR - 153/MGAGRUPAMENTO : BCARACTERÍSTICAS FUNCIONAIS1 - DAS DEGRADAÇÕES SUPERFICIAIS:1.1 - AVALIAÇÃO OBJETIVA (DNIT 006/2003-PRO)ITEM DEGRADAÇÕES1 FC - 1: F1, TTC, TTL, TLC, TLL,TRRNiFREQÜÊNCIARELATIVACOEF.POND.IGI75 33 0,2 72 FC - 2: J, TB 81 35 0,5 183 FC - 3: JE, TBE 73 32 0,8 264 ALP, ATP 0 0 0,9 05 O, P 14 6 1,0 66 EX 144 63 0,5 327 D 229 100 0,3 308 R 39 17 0,6 109 FLECHA MÉDIA = F = 3 mm 4/3 310 DESVIO DA FLECHA = FV = 3mmN o DE ESTAÇÕES = 229 ∑ IGI = IGG = 1351,0 31.2 - AVALIAÇÃO SUBJETIVA (NOTAS: 0 a 5) - ISA = 2,31.3 - DNER-ES 128/83 N X σ CV MÍN. MÁX.TRINCAMENTO (TR) % 217 13 16 123 0 29DESGASTE (D) % (ENCOBERTO POR LAMA ASFÁLTICA) 1002 - DAS DEFORMAÇÕES EM PERFIL:IRREGULARIDADE N X σ CV MÍN. MÁX.LONGITUDINAL - QI 15 45 9 20 35 54TRANSVERSAL-457 3 3 100 0 6FLECHASIGGISAQI0 20 40 80 160 >5 ÓTIMO 4 BOM 3 REGULAR 2 MAU 1 PÉSSIMO 0< 30 45 60 75 >3 - CONCLUSÃO DA AVALIAÇÃO FUNCIONAL (SERVENTIA)PARÂMETROS D%TR%IGG ISA0 a 5QICONT./kmIRI FLECHASm/km mmVALORES 100 29 135 2,3 54 4,6 6CONCEITO MAU REGULAR REGULAR MÉDIAMT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 258Tabela 41 - Resumo da Avaliação Estrutural do PavimentoAgrupamento ARODOVIA: BR - 153/MGAGRUPAMENTO: A1 - CARACTERÍSTICAS HISTÓRICASEVENTOS ANO TIPO (ESP.) FIRMA IDADEPAVIMENTO ORIGINAL 78 TSD (3 cm) TERCON 13RESTAURAÇÃO 86 CBUQ(5 cm) ENCALSO 052 - CARACTERÍSTICAS DO TRÁFEGOVMD NÚMERO “N” FV Ns N (1 ANO) NpATUAL PERÍODO -- 1990 --VMD AASHTO 2.677 1,20 x 10 7 1,13 x 10 6 1,67 x 10 7COMERCIAL USACE 9.795 4,39 x 10 7 4,13 x 10 6 6,10 x 10 73 - CARACTERÍSTICAS ESTRUTURAIS3.1 - CARACTERÍSTICAS GEOMÉTRICAS:ESTRUTURA DO PAVIMENTO EXISTENTECBUQTSDCAMADASGRANULARESBASE +SUB-BASEISC B = 87ISC SB = 555 cm (MÉDIA)3 cm (MÉDIA)MÁX = 46 cmMÉDIA = 44 cmMÍN = 42 cmSUBLEITOISC MÉDIO = 283.2 - CARACTERÍSTICAS DE DEFORMABILIDADE ELÁSTICAASSENTAMENTOS PARÂMETROS ESTATÍSTICOS ( 10 -2 mm )REVERSÍVEIS N X σ CV MÍN. -- MÁX. --DO (MÁX.) 166 48 15 31 33 63D22 18 40D44 6 23D66 3 14D88 2 9D110 0 8RAIO (m) 17 154 61 40 93 215MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 259Tabela 42 - Resumo da Avaliação Estrutural do PavimentoAgrupamento BRODOVIA: BR - 153/MGAGRUPAMENTO: B1 - CARACTERÍSTICAS HISTÓRICASEVENTOS ANO TIPO (ESP.) FIRMA IDADEPAVIMENTO ORIGINAL 66 TSD (2,5 cm) TERMACO 25RESTAURAÇÃO 78 CBUQ(2,5 cm) TERCON 132 - CARACTERÍSTICAS DO TRÁFEGOVMD NÚMERO “N” FV Ns N ( 1 ANO ) NpATUAL PERÍODO -- 1990 --VMD AASHTO 2.677 2,17 x 10 7 1,13 x 10 6 1,67 x10 7COMERCIAL USACE 9.795 7,93 x 10 7 4,13 x 10 6 6,10 x10 73 - CARACTERÍSTICAS ESTRUTURAIS3.1 - CARACTERÍSTICAS GEOMÉTRICAS:ESTRUTURA DO PAVIMENTO EXISTENTECBUQTSDCAMADASGRANULARESBASE +SUB-BASEISC B = 100ISC SB = 842,5 cm (MÉDIA)2,5 cm (MÉDIA)MÁX = 55 cmMÉDIA = 47 cmMÍN = 40 cmSUBLEITOISC MÉDIO = 163.2 - CARACTERÍSTICAS DE DEFORMABILIDADE ELÁSTICAASSENTAMENTOSPARÂMETROS ESTATÍSTICOS ( 10 -2 mm )REVERSÍVEIS N X σ CV MÍN. -- MÁX. --DO(MÁX.) 229 99 31 31 68 130D22 22 100D44 10 65D66 3 38D88 2 26D110 2 23RAIO (m) 27 65 26 40 39 91MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 260Tabela 43 - Resumo das características do pavimento existenteAGRUPAMENTOS A B C DSEGMENTO (ENTREESTACAS)1 (0 a 166)5 (364 a 630)7 (864 a 1082)6 ( 630 a 864)2 (166 a 214)4 (303 a 364)3 (214 a 303)REVESTIMENTO(ANO)Avaliação Funcional:CBUQ (85) sobreTSD (78/65)Pavimento embom estado.Fenômeno <strong>de</strong>fissuraçãoiniciado, comtrincas classe 2.Baixairregularida<strong>de</strong>Lama asfáltica (85) sobre TSD (78/86)Pavimento <strong>de</strong>teriorado, com elevado grau <strong>de</strong><strong>de</strong>formações plásticas nas trilhas <strong>de</strong> roda. Há<strong>de</strong>sgaste e trincas <strong>de</strong>classe 2 e 3.• VSA• IGG• Desgaste (% da área)• Trincamento (% da área)• Freqüência <strong>de</strong> trincasclasse 2• Freqüência <strong>de</strong> trincasclasse 3• Flechas nas trilhas <strong>de</strong>roda• Irregularida<strong>de</strong> (QI)4,0 (bom)33 a 50 (regular)-12% a 28%16% a 33%1% a 8%0 mm a 2 mm12 a 24 cont/km2,3 (regular)135 (mau)100%29%18%28%0 mm a 6 mm36 a 54cont/km2,2 (regular)136 a 164(mau)100%12% a 47%2% a 13%2% a 18%0 mm a 8 mm30 a 68com./km2,2 (regular)130 (mau)100%13%7%10%1 mm a 5 mm41 a 55cont./kmAvaliações Defletométricas:• Deflexão Benkelman• Raio <strong>de</strong> CurvaturaDeflexões Baixas33 a 6363 m a 299 mDeflexõesMédias68 a 13039 m a 91 mDeflexõesElevadas72 a 15444 m a 96 mDeflexõesElevadas114 a 20222 m a 72 m9.2 DADOS DO TRÁFEGO E NÚMERO “N”Os estudos <strong>de</strong> tráfego compreen<strong>de</strong>ram a coleta <strong>de</strong> dados existentes no Serviço <strong>de</strong> Trânsitoda Diretoria <strong>de</strong> Restauração do DNER/MG (que efetua contagens anuais na sua malhaviária), <strong>de</strong>finida a Série Histórica <strong>de</strong> Tráfego no trecho, a pesquisa <strong>de</strong> tráfego atual, oestudo da sazonabilida<strong>de</strong> dos fluxos <strong>de</strong> tráfego durante os meses do ano e os dias dasemana, a <strong>de</strong>terminação do Volume Médio Diário Anual (VMD), a projeção dos fluxos porclasse <strong>de</strong> veículos, o cálculo dos fatores <strong>de</strong> veículos da frota (utilizando fatores <strong>de</strong>equivalência da “AASHTO” e do “USACE”) e o cálculo dos Números “N”(número <strong>de</strong>solicitações equivalentes às do eixo padrão rodoviário <strong>de</strong> 8,2 tf).Os dados básicos obtidos são os seguintes:a) Composição da Frota em 1990:• Veículos <strong>de</strong> Passeio 836 (26,5%)• Ônibus (duplos) 95 (3,0%)• Tribus 15 (0,5%)• Caminhões 2C (leves) 123 (3,5%)MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 261• Caminhões 2C (pesados) 137 (4,4%)• Caminhões 3C 993 (31,6%)• Caminhões 4C 3 (0,1%)• Semi-Reboque 2 S 1 8 (0,3%)• Semi-Reboque 2 S 2 111 (3,5%)• Semi-Reboque 2 S 3 677 (21,5%)• Semi-Reboque 3 S 2 6 (0,2%)• Semi-Reboque 3 S 3 140 ( 4,5%)• VMD Total 3.144 (100%)• VMD Comercial 2.308 (73,5%)b) Taxas <strong>de</strong> Crescimento do Tráfego (estudos do DER/MG):• Automóveis 4,2% ao ano;• Ônibus e Caminhões 5,2% ao ano.c) Fatores <strong>de</strong> Veículos da Frota:• Critério da “AASHTO” 2,677;• Critério do “USACE” 9,795.Na Tabela 44 são resumidos os Números “N” calculados.Tabela 44 - Resumo dos Números “N” <strong>de</strong> ProjetoNsCRITÉRIONÚMERO “N”AASHTOUSACE(1975 - 1992) 2,17 x 10 7 7,93 x 10 7(1986 - 1992) 1,20 x 10 7 4,39 x 10 7Np1 ( 1990 ) 1,13 x 10 6 4,13 x 10 6Np ( 1993 - 2002 ) 1,67 x 10 7 6,10 x 10 7Np1 = Número <strong>de</strong> eixos equivalentes previstos para o ano <strong>de</strong> análise (1990);Ns = Número <strong>de</strong> eixos equivalentes suportados pelo pavimento existente, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a últimarestauração até a execução da restauração projetada;Np = Número <strong>de</strong> eixos equivalentes a serem suportados pelo pavimento, restaurado, oupor pavimentos novos, no período do projeto (10 anos).MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 2629.3 AVALIAÇÃO ESTRUTURAL DO PAVIMENTO EXISTENTE E DIMENSIONAMENTO DE REFORÇOPOR PROCEDIMENTOS EMPÍRICOS9.3.1 GENERALIDADESForam elaboradas avaliações estruturais e dimensionamento <strong>de</strong> reforço por procedimentosoficializados pelo DNER, a saber: PRO 10/79, PRO 11/79 e PRO 159/85. Adicionalmentefoi aplicado o método TECNAPAV, DNER - PRO 269/94 e o Critério da Resistência.9.3.2 APLICAÇÃO DO PROCEDIMENTO DNER-PRO 10/79Este procedimento se origina <strong>de</strong> estudos do Prof. Armando Martins Pereira, a partir do“Test Method California 356-A”.Inicialmente foi estimada a vida útil restante do pavimento existente. O pavimento doAgrupamento B, revestido com TSD, já atingiu a fase <strong>de</strong> fadigas, não havendo vida útilrestante, pois as <strong>de</strong>flexões (do = 0,7 dp) são superiores à <strong>de</strong>flexão admissível (73).Já o Agrupamento A, que foi recapeado com CBUQ há seis anos, encontra-se no final dafase elástica. As <strong>de</strong>flexões dp são próximas da admissível (40). A vida útil restante émínima, e inferior ao período <strong>de</strong> projeto (10 anos).Os parâmetros do pavimento existente foram comparados com os “Critérios para oEstabelecimento das Diretrizes <strong>de</strong> Projeto”, concluindo-se que todos os segmentosnecessitam <strong>de</strong> reforço da estrutura, a ser dimensionado pelo critério <strong>de</strong> <strong>de</strong>formabilida<strong>de</strong>(hipótese II). Para tal, os segmentos foram submetidos à verificação da viabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>concepção do reforço em camada única <strong>de</strong> CBUQ, concluindo-se pela impossibilida<strong>de</strong><strong>de</strong>sta solução, pois a <strong>de</strong>flexão estimada sobre o reforço <strong>de</strong> espessura “h” (d h ) é superior àadmissível (d adm ). Foi então <strong>de</strong>finido reforço em duas camadas:a) camada inferior, com material <strong>de</strong> alta flexibilida<strong>de</strong>, conforme recomendada a PRO10/79, optando-se por um pré-misturado a quente (PMQ) <strong>de</strong> graduação aberta;b) camada superior, <strong>de</strong>nsa, em concreto betuminoso usinado a quente (CBUQ),consi<strong>de</strong>rada crítica no que concerne à <strong>de</strong>formabilida<strong>de</strong>.Os resultados obtidos no dimensionamento são apresentados nas Tabelas 41 e 42.9.3.3 APLICAÇÃO DO PROCEDIMENTO DNER-PRO 11/79Este procedimento tem origem em estudos argentinos <strong>de</strong> Adolfo Celestino Ruiz.A aplicação <strong>de</strong>ste procedimento iniciou-se com a avaliação estrutural, pelos critérios daTabela III, e estimativa da vida restante do pavimento. A avaliação obtida resume-se em:a) os dois Agrupamentos encontram-se na fase <strong>de</strong> fadiga, não possuindo vida restante,pois as <strong>de</strong>flexões são superiores às admissíveis;MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 263b) o Agrupamento A tem qualida<strong>de</strong> estrutural regular, necessitando <strong>de</strong> reforço estrutural,projetado pelo critério <strong>de</strong>fletométrico (hipótese Iia);c) o Agrupamento B apresenta má qualida<strong>de</strong>, enquadrado na hipótese IV, necessitando<strong>de</strong> reforço projetado pelo critério <strong>de</strong> resistência ou reconstrução.Todos os segmentos tiveram reforço estrutural dimensionado pelo critério <strong>de</strong>fletométrico,em camada única <strong>de</strong> CBUQ, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do critério recomendado pela Tabela III do PRO11/79, para propiciar uma comparação <strong>de</strong> resultados com os <strong>de</strong> outros procedimentos.9.3.4 APLICAÇÃO DO PROCEDIMENTO DNER-PRO 159/859.3.4.1 PARÂMETROS BÁSICOSForam fixados os parâmetros básicos seguintes:a) Período <strong>de</strong> análise = 10 anos contados a partir do Ano ARO (1993);b) Restrições <strong>de</strong> construção• Espessura <strong>de</strong> concreto asfáltico:• mín. = 3,5 cm• máx. = 20,0 cm• Espessura <strong>de</strong> TSD = 2,0 cm;• Espessura total máxima <strong>de</strong> uma alternativa = 20,0 cm;• Número limite <strong>de</strong> etapas por alternativa - 1 etapa;• Vida útil mínima <strong>de</strong> cada alternativa = 10 anos;c) Restrições <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho = 2 alternativas:- 1 a : - QIN < 60 cont/km- TRM < 40%- DM < 40%- 2 a : - QIN < 70 cont/km- TRM < 40%- DM < 40%9.3.4.2 AVALIAÇÃO DO PAVIMENTO EXISTENTEA avaliação consistiu <strong>de</strong> processamento dos parâmetros <strong>de</strong> trincamento, <strong>de</strong>sgaste eirregularida<strong>de</strong>, que foram evoluídos anualmente até o final do período <strong>de</strong> análise, por meiodas equações <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho, sendo os valores comparados com as restrições <strong>de</strong><strong>de</strong>sempenho impostas. Constatou-se que todos os segmentos homogêneos necessitam <strong>de</strong>MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 264restauração imediata, pois as restrições são ultrapassadas no início ou ao longo do período<strong>de</strong> análise (Situações II e III).9.3.4.3 ALTERNATIVAS PARA RESTAURAÇÃONuma primeira tentativa proce<strong>de</strong>u-se ao estudo <strong>de</strong> restauração com aplicação <strong>de</strong> lamaasfáltica, para os segmentos em que a irregularida<strong>de</strong> do pavimento existente é inferior àrestrição imposta, no ano ARO. Foram obtidos valores <strong>de</strong> trincamento ou <strong>de</strong>sgaste queultrapassaram as restrições <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho antes do final do período <strong>de</strong> análise,inviabilizando a restauração em lama asfáltica. O mesmo ocorreu com a tentativa <strong>de</strong>restauração com Tratamento Superficial Duplo. Passou-se então ao estudo da restauraçãoem concreto betuminoso usinado quente (CBUQ). Por tentativa foram tomadasespessuras crescentes <strong>de</strong> CBUQ, a partir <strong>de</strong> 3,5 cm, examinando-se a evolução dotrincamento e a irregularida<strong>de</strong>, anualmente, até encontrar uma espessura suficiente parapropiciar, ao final do período <strong>de</strong> análise, valores inferiores ou iguais às restrições impostas.Obteve-se, para as duas alternativas estudadas (restrições <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho), uma únicasolução para restauração <strong>de</strong> cada segmento homogêneo, em função das restriçõesimpostas, cujos resultados são apresentados nas Tabelas 45 e 46.9.3.5 APLICAÇÃO DO PROCEDIMENTO DNER-PRO 269/94Este método foi <strong>de</strong>senvolvido pelos Eng. o Ernesto Simões Preussler e Salomão Pinto,consi<strong>de</strong>rando a “resiliência” dos materiais. Os resultados obtidos são apresentados nasTabelas 47 e 48.9.3.6 APLICAÇÃO DO CRITÉRIO DE RESISTÊNCIAPara propiciar uma comparação <strong>de</strong> soluções proce<strong>de</strong>u-se neste projeto odimensionamento <strong>de</strong> todos os segmentos homogêneos utilizando o Método <strong>de</strong> Projeto <strong>de</strong><strong>Pavimentos</strong> Flexíveis do DNER (Eng. o Murillo Lopes <strong>de</strong> Souza - 1966).Para isso, às diversas camadas constituintes do pavimento existente foram atribuídoscoeficientes <strong>de</strong> equivalência estrutural compatíveis com suas características atuais,<strong>de</strong>terminados pelos ensaios <strong>de</strong> laboratório e pelas observações <strong>de</strong> campo:a) Revestimentos: - CBUQ, K = 1,8:b) Camadas granulares:– Satisfazendo à Especificação DNER-ES-P 306/97, K = 1,0;– Satisfazendo à Especificação DNER-ES-P 301/97, K = 0,77.Os resultados obtidos são apresentados na Tabela 49Para o CBUQ existente no Agrupamento A, foi adotado um coeficiente <strong>de</strong> equivalênciaestrutural K = 1,8, pelas razões expostas a seguir. O CBUQ novo, possui K = 2,0, segundoMT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 265o método do DNER. O CBUQ existente já se apresenta parcialmente <strong>de</strong>teriorado, emfunção dos seis anos <strong>de</strong> exposição ao tráfego e às intempéries, com CAP já oxidado. Serialógico se adotar para ele um K inferior a 2,0, em face <strong>de</strong>ssa <strong>de</strong>terioração. Na falta <strong>de</strong> umcritério racional, optou-se por seguir as recomendações do “The Asphalt Institute”,reproduzida no livro “Principles of Pavements Design”, <strong>de</strong> YODER/WITCZAK, em que“Table 20-2”, recomenda os seguintes fatores <strong>de</strong> conversão:I in - A . C (fine cracking, slight <strong>de</strong>formation, stable) = 0,7 - 0,9 in A . C.O CBUQ existente apresenta tais características: trincas incipientes, pouco <strong>de</strong>formado eestável.Adotou-se o limite superior: “convertion factor”= 0,9Assim: K = 2,0 x 0,9 = 1,8MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 266Tabela 45 - Avaliação do pavimento existente/soluções para restauraçãoAgrupamento ARODOVIA: BR-153/MG LOTE: 03TRECHO: ENTRONCAMENTO BR/497 - ENTRONCAMENTO PARA PATRIMÔNIOSUBTRECHO:AGRUPAMENTO A ESTACA INICIAL: 0 + 0,00 ESTACA FINAL: 166 + 0,001 - PROCEDIMENTO DNER - PRO 159/85NP1 = 1130000 t = 0,052 ANO “0” = 1985 AE = 5 ARo = 8 P = 10 Af= 181.1 - PREVISÃO DE DESEMPENHO DO PAVIMENTO EXISTENTETIPO DE NO ANO NO ANO NO ANOPAVIMENTO EXISTENTE DE AVALIAÇÃO - Ae ( 1990 ) DE ARo (1993) FINAL ( 2003)( Re) Be SNCe QIe TRe De QIo TRo Do QIf TRf DfCBUQ 63 4,37 23 28 0 26 36 -- 32 62 --SITUAÇÃO II: NECESSIDADE DE RESTAURAÇÃO AO LONGO DO PERÍODO DE ANÁLISE.1.2 - ALTERNATIVAS DE SOLUÇÃO PARA RESTAURAÇÃOIMEDIATAMENTE APÓS ÀNO ANOTIPO ESPESSURA RESTAURAÇÃO - ANO DE AR0(1993) FINAL(2003)H (cm) Ba SNCa QIa TRa Da QIf TRf Df2 a ALTERNATIVA:QI < 70, TR < 40 e D < 40 CBUQ 5,0 36 5,22 21 15 -- 28 33 --1 a ALTERNATIVAQI < 60 e TR < 40 CBUQ 5,0 36 5,22 21 0 -- 28 33 --2 - PROCEDIMENTO “A” DNER - PRO 10/79Ns = 12000000 Np = 16700000 dp = 63 IGG = 50 F = 1R = 154REVESTIMENTO EXISTENTE: CBUQhe = 5 MS = 3 AP% = 1 FC1% = 27 FC2% = 65 FC3% = 8 do = 442.1 - AVALIAÇÃO: ITM = 12,1 ITS = 11,6 NR = 0 FASE = ELÁSTICA ITT = 13,0 dadm = 40HIPÓTESE MEDIDAS CORRETIVAS CRITÉRIOS PARA REFORÇOII REFORÇO DEFORMABILIDADE2.2 - DIMENSIONAMENTO DE REFORÇO: ITP = 12,1 IF = 55 fr = 0,61 hef = 3,1 hc = 13,0 DELTAh=9,9 CONDIÇÃO b: hcb mïn = 9,9 dadm MÁX = 20 dh MAX= 25 SOLUÇÃO: INVIÁVEL EM CAMADA ÚNICA DE CBUQ.Hc = 6,2 dh = 39 DELTA% = 12 H = 1,5 H INF = 0,0 H inf =3,52.3 - SOLUÇÃO PARA RESTAURAÇÃO: CAMADA SUPERIOR (CBUQ) COM 6 cm E CAMADA INFERIOR (PMQ)COM 4cm.3 - PROCEDIMENTO “B” DNER - PRO 11/793.1 - AVALIAÇÃO: dadm = 58 NT = ---------------------- NR = 0 FASE = FADIGAHIPÓTESE MEDIDAS CORRETIVAS CRITÉRIOS PARA REFORÇOIIa DEFLECTOMÉTRICO REFORÇO3.2 - DIMENSIONAMENTO DE REFORÇO: TIPO = CBUQ dadm = 55 ESPESSURA =3,5 cm3.3 - SOLUÇÃO PARA RESTAURAÇÃO: CAMADA DE CBUQ COM 3,5 cm.MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 267Tabela 46 - Avaliação do pavimento existente/soluções para restauraçãoAgrupamento BRODOVIA: BR-153/MG LOTE: 03TRECHO: ENTRONCAMENTO BR/497 - ENTRONCAMENTO PARA PATRIMÔNIOSUBTRECHO:AGRUPAMENTO B ESTACA INICIAL: 630 + 0,00 ESTACA FINAL: 864 + 0,001 - PROCEDIMENTO DNER - PRO 159/85NP1 = 1130000 t = 0,052 ANO “0” = 1975 Ae = 15 ARo = 18 P = 10 Af = 281.1 - PREVISÃO DE DESEMPENHO DO PAVIMENTO EXISTENTETIPO DE NO ANO NO ANO NO ANOPAVIMENTO EXISTENTE DE AVALIAÇÃO - Ae ( 1990 ) DE ARo (1993) FINAL ( 2003)( Re) Be SNCe QIe TRe De QIo TRo Do QIf TRf DfTS 130 3,41 54 29 100 57 -- 100 68 -- 100SITUAÇÃO II: NECESSIDADE DE RESTAURAÇÃO AO LONGO DO PERÍODO DE ANÁLISE.1.2 - ALTERNATIVAS DE SOLUÇÃO PARA RESTAURAÇÃOIMEDIATAMENTE APÓS ÀNO ANOTIPO ESPESSURA RESTAURAÇÃO - ANO DE AR0(1993) FINAL(2003)H (cm) Ba SNCa QIa TRa Da QIf TRf Df2 a ALTERNATIVA:QI < 70, TR < 40 e D < 40 CBUQ 6,5 63 4,52 27 15 -- 38 38 --1 a ALTERNATIVAQI < 60 e TR < 40 CBUQ 6,5 63 4,52 27 0 -- 38 38 --2 - PROCEDIMENTO “A” DNER - PRO 10/79Ns = 21700000 Np = 16700000 dp = 130 IGG = 135 F = 3 R = 65REVESTIMENTO EXISTENTE: TShe = 0 MS = 6 AP% = 0 FC1% = 33 FC2% = 35 FC3% = 32 do = 912.1 - AVALIAÇÃO: ITM = 11,5 ITS = 12,5 NR = 0 FASE = FADIGA ITT = 13,5 dadm = 73HIPÓTESE MEDIDAS CORRETIVAS CRITÉRIOS PARA REFORÇOII REFORÇO DEFORMABILIDADE2.2 - DIMENSIONAMENTO DE REFORÇO: ITP = 12,1 IF = 62 fr = 0,57 hef = 0,0 hc = 10,4 DELTAh=10,4 CONDIÇÃO b: hcb mïn = 10,4 dadm MÁX = 27dh MAX = 50 SOLUÇÃO: INVIÁVEL EM CAMADA ÚNICA DECBUQ.Hc = 6,2 dh = 39 DELTA% = 57 H = 30,2 H INF = 19,7 H inf =14,62.3 - SOLUÇÃO PARA RESTAURAÇÃO: CAMADA SUPERIOR (CBUQ) COM 6 cm E CAMADA INFERIOR (PMQ) COM15cm.3 - PROCEDIMENTO “B” DNER - PRO 11/793.1 - AVALIAÇÃO: dadm = 105 NT = ---------------------- NR = 0 FASE = FADIGAHIPÓTESE MEDIDAS CORRETIVAS CRITÉRIOS PARA REFORÇOIV REFORÇO OU RECONSTRUÇÃO RESISTÊNCIA3.2 - DIMENSIONAMENTO DE REFORÇO: TIPO = CBUQ dadm = 55 ESPESSURA =15,5 cm3.3 - SOLUÇÃO PARA RESTAURAÇÃO: CAMADA DE CBUQ COM 15,5 cm.MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 268Tabela 47 - Dimensionamento <strong>de</strong> reforço <strong>de</strong> pavimento – TECNAPAVAgrupamento ARODOVIA: BR-153/MG TRECHO: ENTRº BR/497 - ENTRº PATRIMÔNIOAGRUPAMENTO A ESTACAS 0 a 166ESTRUTURA TIPO: I.RTRÁFEGOTRÁFEGOREFORÇOCAMADA 1: Revestimento = CBUQCAMADA 2: CamadasGranularesHRhe = 5 cmhcg = 44cmNÚMERO Np = 6,10 x 10 7CRITÉRIO DO ‘US CORPS OFENGINEERS ‘MÉTODO DNER-1966Dc = 63 (0,01 mm)CAMADA 3: SubleitoCBR = 28% SILTE = - %S% =% DE SILTE x 100 = - x100 = - %IP = 3,0% PEN 200 % PEN = 22% 200ÁLCULO DA ESPESSURA EFETIVA DO REVESTIMENTO EXISTENTE:hef = 807,961 - 5,373 + 0,972 I 1 + 4,101 I 2 = 8,4 cm (*)Dc = DEFLEXÃO CARACTERÍSTICA Obs: 0 ≤ hef ≤ he hef = 5 cmCCÁLCULO DA DEFLEXÃO ADMISSÍVEL PELO CRITÉRIO DE FADIGA:log D adm = 3,148 - 0,188 log Np → D adm = 48 (0,01 mm) x 1,2 = 58Obs.: PARA N≥ 10 7 MULTIPLICAR D adm POR 1,2CÁLCULO DA ESPESSURA DO REFORÇO EM CONCRETO ASFÁLTICO:HR238= , 14- 1,357 hef - 19,015 + 1,016 I 1 + 3,893 I 2 H R = 6 cmDadmCONCLUSÃOReforço em camada única <strong>de</strong> CBUQ com 6 cmOBSERVAÇÃO: * Se TR > 50 % ou FC - 3 > 30 % ou FC - 2 + FC - 3 > 80 % ADOTAR hef = 0MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 269Tabela 48 - Dimensionamento <strong>de</strong> reforço <strong>de</strong> pavimento – TECNAPAVAgrupamento BRODOVIA: BR-153/MG TRECHO: ENTRº BR/497 - ENTRº PATRIMÔNIOAGRUPAMENTO B ESTACAS 630 a 864ESTRUTURA TIPO: I.R TRÁFEGOTRÁFEGOREFORÇOHRCAMADA 1: Revestimento = TSD(2) he = 0 cmCAMADA 2: Camadas hcg= 47 cmGranularesCAMADA 3: SubleitoCBR = 16% SILTE = - %S% =100 = - %% PEN 200IP = 10,0% PEN 200 = 32%NÚMERO Np = 6,10 x 10 7CRITÉRIO DO ‘US CORPS OFENGINEERS ‘MÉTODO DNER-1966Dc = 130 (0,01 mm)% DE SILTE x 100 = - xÁLCULO DA ESPESSURA EFETIVA DO REVESTIMENTO EXISTENTE:Dc hef = 807,961 - 5,373 + 0,972 I 1 + 4,101 I 2 = 4,9 cm (*)Dc = DEFLEXÃO CARACTERÍSTICA Obs: 0 ≤ hef ≤ he hef = 0 cmCCÁLCULO DA DEFLEXÃO ADMISSÍVEL PELO CRITÉRIO DE FADIGA:log D adm = 3,148 - 0,188 log Np → D adm = 48 (0,01 mm) x 1,2 = 58Obs.: PARA N ≥ 10 7 MULTIPLICAR D adm POR 1,2CÁLCULO DA ESPESSURA DO REFORÇO EM CONCRETO ASFÁLTICO:HR238= , 14- 1,357 hef - 19,015 + 1,016 I 1 + 3,893 I 2 H R = 16 cmDadmCONCLUSÃOReforço em duas camadas: Superior = 6 cm (CBUQ)Inferior = 12 cm (PMQ) (**)OBSERVAÇÃO: (*) Se TR > 50 % ou FC - 3 > 30 % ou FC - 2 + FC - 3 > 80 % ADOTAR hef = 0(**) Consi<strong>de</strong>rando K(PMQ) = 1,7MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 270Tabela 49 - Avaliação do pavimento existente e dimensionamento <strong>de</strong> reforço -critério <strong>de</strong> resistência – método DNER (Engº Murilo)AGRUPAMENTO A BNÚMERO “N” 6,10 X 10 7 6,0 X 10 7SUB-BASETIPOh (cm)ISCKSolo29550,77Solo25841,0PAVIMENTO EXISTENTEBASEREVESTIMENTOTIPOh (cm)ISCKTIPOh(cm)KTIPOh (cm)KTIPOh (cm)KSolo16871,0CBUQ51,8Solo221000,77- -- --H E = ∑ hi.ki 47 42ISC subleito = n 28 16Hn ( K = 1 ) 29 35HIPÓTESE - -Hn - He -18 -7REFORÇOinferiorsuperiorTIPOKhTIPOKh- -- -CONCLUSÃO O pavimento é suficiente O pavimento é suficienteMT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 2719.4 AVALIAÇÃO ESTRUTURAL DO PAVIMENTO EXISTENTE E DIMENSIONAMENTO DE REFORÇOPELA TEORIA DA MECÂNICA DOS PAVIMENTOS9.4.1 GENERALIDADESA avaliação e o dimensionamento foram feitos com base em análise racional dasestruturas, a partir do cálculo das tensões e das <strong>de</strong>formações que atuam nas camadas <strong>de</strong>um sistema estratificado, solicitado por cargas exteriores. Os fundamentos <strong>de</strong>ssa técnicasão ditados pelos princípios clássicos da Mecânica dos <strong>Pavimentos</strong> e da Teoria daElasticida<strong>de</strong>. Foram estabelecidas espessuras variáveis para o reforço, e respeitadas asleis <strong>de</strong> fadiga. Nos cálculos foi empregado sistema computacional que permita calcular osesforços em qualquer ponto das estruturas com até 10 camadas, consi<strong>de</strong>rando que estasapresentam elasticida<strong>de</strong> linear.9.4.2 INTERPRETAÇÃO ANALÍTICA DE DEFLECTOGRAMAS (RETROANÁLISE)Embora já se tenham <strong>de</strong>finidos os segmentos <strong>de</strong> comportamento homogêneo, e avaliadasas características funcionais e <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga do pavimento <strong>de</strong>stes segmentos,torna-se necessário realizar a sua caracterização estrutural, <strong>de</strong> forma a permitir análises dopavimento sob enfoque <strong>de</strong> estrutura, composta por camadas e submetida a esforçosinternos (tensões e <strong>de</strong>formações) oriundos da ação das cargas. Para tal, é necessário<strong>de</strong>finir o estado tensional da estrutura, utilizando-se conceitos da Mecânica dos<strong>Pavimentos</strong>, a partir da <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>zas fundamentais, como módulos <strong>de</strong>rigi<strong>de</strong>z/resiliência e coeficiente do Poisson das camadas.A metodologia aplicada baseia-se na interpretação analítica das linhas <strong>de</strong> influência dosassentamentos reversíveis (<strong>de</strong>flectogramas), para obtenção das gran<strong>de</strong>zas citadas.Para obtenção da geometria das linhas <strong>de</strong> influência, ou <strong>de</strong>flectogramas, foram realizadosensaios <strong>de</strong> carga com pneu, pela técnica das leituras seqüenciais, medindo-se osassentamentos reversíveis com a Viga Benkelman. Este ensaio, que simula os resultadosobtidos por <strong>de</strong>flectógrafos <strong>de</strong> pavimento (como o do LNEC, o “Falling WeightDeflectometer”ou outros), foi normalizado como Método DNER-ME 61/94.Após a obtenção dos <strong>de</strong>flectogramas experimentais procurou-se <strong>de</strong>finir os <strong>de</strong>flectogramascaracterísticos. Foram inicialmente calculados os parâmetros <strong>de</strong> forma (distância d30),para expurgo dos <strong>de</strong>flectogramas espúrios. Em seguida, os <strong>de</strong>flectogramas foramagrupados e traçados os diagramas experimentais característicos (Ver Figura 55).O procedimento <strong>de</strong> interpretação consiste em comparar, por retroanálise, as linhas <strong>de</strong>influência experimentais (dos <strong>de</strong>flectogramas característicos) com os <strong>de</strong>flectogramasteóricos dos assentamentos da superfície do sistema estratificado elástico.MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 272Essa retroanálise, feita com emprego do Programa ELSYM-5, aplicada a um sistema <strong>de</strong>três ou quatro camadas elásticas, carregado externamente por duas cargas circulares quesimulam o semi-eixo padrão rodoviário (<strong>de</strong> 8,2 tf), permitiu que fossem inferidos osmódulos elásticos/<strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z das diversas camadas <strong>de</strong> uma estrutura teórica. A estruturateórica foi obtida por tentativas, com cálculos itinerantes em computador. Inicialmenteforam fixadas as espessuras das camadas, com base nas sondagens efetuadas. Oscoeficientes <strong>de</strong> Poisson foram adotados em função das recomendações do “AASHTOGui<strong>de</strong> for Design of Pavement Structures”, 1986 (Tabela 50):Tabela 50 - Coeficientes <strong>de</strong> PoissonMATERIALCOEFICIENTESμADOTADOCBUQ 0,15 a 0,45 0,30Base e sub-basegranular0,30 a 0,40 0,35Subleito 0,30 a 0,50 0,45Para o agrupamento A consi<strong>de</strong>rou-se um sistema <strong>de</strong> quatro camadas: CBUQ, Base, Subbasee Subleito. Para o B consi<strong>de</strong>rou-se três camadas: Base, Sub-base e Subleito. O TSDnão foi consi<strong>de</strong>rado, por não ser camada estrutural (apenas camada <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste).Na impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminar em laboratório o módulo <strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z “E” do CBUQexistente, foi ele estimado em função dos ensaios realizados, em 60.000 kgf/cm 2 .A partir daí, foram modificados os módulos da base, sub-base e subleito, até seremencontrados <strong>de</strong>flectogramas semelhantes aos experimentais. Os resultados obtidos sãoapresentados na Figura 56, por agrupamentos e <strong>de</strong>finidos os mo<strong>de</strong>los estruturais dopavimento a ser restaurado.9.4.3 DEFINIÇÃO DE MATERIAIS ALTERNATIVOS PARA RESTAURAÇÃO DO PAVIMENTODurante as etapas do dimensionamento <strong>de</strong> reforço <strong>de</strong> pavimentos, e mesmo <strong>de</strong>pavimentos novos, surgem fatos que inviabilizam o emprego <strong>de</strong> camadas convencionais <strong>de</strong>concreto asfáltico. Procurou-se então, previamente, estabelecer materiais alternativos aserem empregados na restauração, compreen<strong>de</strong>ndo:a) concreto betuminoso usinado a quente (CBUQ) para camada superior <strong>de</strong> rolamento, ou“capa”, adotando-se a faixa B da Especificação DNIT 031/2004 – ES;b) “BINDER”, ou camada <strong>de</strong> ligação, a ser posicionada nas camadas intermediárias daestrutura, um pouco mais “aberta” que a capa para conseguir uma maior flexibilida<strong>de</strong>,tendo sido escolhida a faixa A da Especificação DNER-ES-P, com a vantagemadicional obter um menor teor asfáltico que o da capa, com redução nos custos;c) pré-misturado a quente (PMQ) tipo macadame, faixa B da Especificação DNIT031/2004 – ES, que po<strong>de</strong> ser uma alternativa econômica para as camadasMT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 273intermediárias do reforço em face do baixo teor <strong>de</strong> CAP, e foi uma alternativa válidadimensionada pelo PRO 10/79;d) camada <strong>de</strong> vedação e regularização, usualmente empregada pelo DNER pararestauração <strong>de</strong> pavimentos que apresentam <strong>de</strong>formações plásticas e elevado grau <strong>de</strong>trincamento, tem-se sucesso com a utilização <strong>de</strong> um concreto asfáltico tipo “massafina”, dosado na faixa MIX nº 4 do “The Asphalt Institute”.As características dos materiais são dados na Tabela 53.Para <strong>de</strong>finição dos módulos <strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z <strong>de</strong>stas camadas, recomenda-se a realização <strong>de</strong>ensaios <strong>de</strong> laboratório, após a dosagem das misturas. No entanto, não foi possível realizartais tarefas, pois os agregados a serem empregados não estão disponíveis, pois a pedreiraa ser explorada nas obras não é comercial. Tentar “britar” a pedra (ou marroar) emlaboratório para executar os ensaios em nada resolveria o problema, em face dascaracterísticas discrepantes que se obteria do material a ser oportunamente obtido embritagem industrial.Foi então feita pesquisa bibliográfica para estimativa dos módulos, <strong>de</strong>scrita a seguir. Porocasião <strong>de</strong> início da produção dos agregados na obra, <strong>de</strong>verão ser feitos os ensaios<strong>de</strong>vidos, <strong>de</strong>finindo os módulos e, por conseqüência, revisando-se os dimensionamentos.Aproveitou-se a ocasião para estimar também o Módulo E do CBUQ existente (em funçãodos resultados <strong>de</strong> ensaios elaborados).Foram empregadas quatro metodologias, e adotados valores médios às camadas.9.4.3.1 “ÁBACO DE SAUNIER”Para estimar o módulo <strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z das camadas do reforço do pavimento foi empregado oconhecido “Ábaco <strong>de</strong> Saunier”, composto com base nos trabalhos <strong>de</strong> Van <strong>de</strong>r Poel (“AGeneral System Describing the Visco-Elastic Properties of Bitumens and its Relation toRoutine Test-Data” - 1954 - Shell Oil Co) e <strong>de</strong> W. Heukelon (“Dynamic Testing as a Meansof Controlling During and After Construction” - 1962 - Komin Klijke - Shell - Amsterdam).Neste ábaco, obtem-se inicialmente o Módulo <strong>de</strong> Rigi<strong>de</strong>z Sb do CAP (Bitumen Stiffness),em função <strong>de</strong>:a) t = tempo <strong>de</strong> aplicação <strong>de</strong> carga (s);b) Δt = diferença <strong>de</strong> temperatura entre a temperatura da mistura asfáltica (tp) e atemperatura do ponto <strong>de</strong> amolecimento do CAP (t AB ), do ensaio <strong>de</strong> anel e bola;c) IP = Índice <strong>de</strong> Penetração do CAP, <strong>de</strong>finido em função da penetração e do ponto <strong>de</strong>amolecimento.Estando Sb <strong>de</strong>finido, po<strong>de</strong>-se obter o Módulo <strong>de</strong> Rigi<strong>de</strong>z Sm da mistura (Stiffness modulus)em função da sua porcentagem <strong>de</strong> vazios (V%).MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 274O primeiro passo tomado foi o <strong>de</strong> estimar a temperatura <strong>de</strong> projeto (Tp) das misturas, ouseja, as temperaturas médias a serem alcançadas pelas camadas <strong>de</strong> reforço na pista.Utilizou-se a expressão <strong>de</strong>senvolvida por WICTZAK, em função da temperatura ambiente(do ar) obtida junto ao IBGE.Para o tempo <strong>de</strong> aplicação das cargas do tráfego foi adotado:tw = 0,01 s.Para o CAP-20, a ser empregado nas camadas do reforço, foram tomadas valores médiosem função <strong>de</strong> ensaios recentes:a) Penetração = 50;b) IP médio entre -2 e +0,9 = -0,4;c) t AB para IP = -0,4 = 53,5 ºC.Para o CAP do CBUQ existente foram usados valores obtidos em ensaios:a) Penetração = 18;b) IP = +3,5;c) T AB = 92 ºC.9.4.3.2 “SHELL NOMOGRAPH”Esta metodologia foi <strong>de</strong>senvolvida por Engenheiros do KSLA, da Shell Oil Co, emAmsterdam (Heukelon, Klomp), com base em trabalho original <strong>de</strong> Van <strong>de</strong>r Poel, emodificada posteriormente por Van Draat e Sommer.Inicialmente é obtido o “Bitumen Stiffness” Sd, no KSLA Nomograph, em função t, Δt e IP<strong>de</strong>scritos na alínea a. Os resultados são mostrados nas Tabelas 54 e 55.9.4.3.3 FÓRMULA DO “THE ASPHALT INSTITUTE”Nesta fórmula, obtida por meio <strong>de</strong> análise <strong>de</strong> inúmeros ensaios laboratoriais, obtem-se omódulo <strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z em função da temperatura, das características misturais e dos asfaltos edo tempo <strong>de</strong> aplicação <strong>de</strong> carga (Ver Tabela 56).9.4.3.4 MÉTODO DE FRANCKENL. Francken complementou análises <strong>de</strong> Westraeten, <strong>de</strong>senvolvendo um método analíticopara estimativa do módulo analítico para estimativa do módulo <strong>de</strong> uma mistura betuminosa,a partir das características <strong>de</strong> seus materiais integrantes (Ver Tabela 57).MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 2759.4.4 CRITÉRIOS PARA DIMENSIONAMENTO9.4.4.1 AS CARGAS SOLICITANTESDefinido o mo<strong>de</strong>lo estrutural do pavimento existente e, concebido o reforço estrutural,torna-se necessário estipular a magnitu<strong>de</strong> e a geometria das cargas solicitantes (efeitosexternos que atuarão sobre o pavimento restaurado).Foram adotados os parâmetros usuais, ou seja:a) Carga padrão rodoviária por eixo simples traseiro, <strong>de</strong> rodas duplas, <strong>de</strong> 8,2 tf;b) Assim, tem-se no semi-eixo duas cargas <strong>de</strong> 2.050 kgf;c) Pressão <strong>de</strong> contato pneu-pavimento igual à pressão média <strong>de</strong> enchimento dos pneus,σc = 5,6 kgf/cm 2 ;d) Carga por roda circular, com raio equivalente a 10,8 cm ou 11 cm;e) Afastamento entre as rodas do semi-eixo = 30 cm.Como há variações nos esforços resistentes no seio da estrutura, foram tomados trêspontos <strong>de</strong> análise das tensões/<strong>de</strong>formações:a) No eixo central <strong>de</strong> simetria do semi-eixo (x = 15, Y = 0);b) No centro <strong>de</strong> cada pneumático (x = 0 e y = 0, por exemplo);c) Na borda do pneumático (x = 11 e y = 0, por exemplo).9.4.4.2 ESFORÇOS SOLICITANTES CONSIDERADOSO programa computacional empregado para análise estrutural do pavimento permite ocálculo dos seguintes esforços solicitantes:a) σt = Tensão horizontal transversal (ou radial) <strong>de</strong> tração (ou compressão) na fibrainferior <strong>de</strong> qualquer camada betuminosa;b) εt = Deformação específica horizontal transversal (ou radial) <strong>de</strong> tração (oucompressão) na fibra inferior;c) εv = Deformação específica vertical <strong>de</strong> compressão no topo do solo <strong>de</strong> fundação(subleito).Convencionou-se:• Tração = positiva• Compressão = negativa.MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 2769.4.4.3 CRITÉRIOS PARA DIMENSIONAMENTOPo<strong>de</strong>-se dizer que o objetivo do dimensionamento é o <strong>de</strong> compatibilizar os esforçosatuantes (que surgem no seio da estrutura carregada) com os esforços resistentescaracterísticos dos materiais constituintes.Para tal, foram utilizados dois critérios.a) 1 o Critério: fadiga das camadas betuminosas <strong>de</strong> reforçoPo<strong>de</strong>-se conceituar fadiga como a diminuição da resistência <strong>de</strong> um corpo por efeito <strong>de</strong>solicitação repetida. O fenômeno da fadiga po<strong>de</strong> ser evitado se for mantido nopavimento um esforço solicitante inferior a um valor limite (ou admissível). O valor<strong>de</strong>ste limite po<strong>de</strong> ser estabelecido em laboratório, ensaiando-se o concreto asfáltico (ououtras camadas) por carregamento repetido, o que não foi possível nesse estudo pelosmotivos expostos anteriormente que impossibilitaram a <strong>de</strong>terminação dos módulos <strong>de</strong>rigi<strong>de</strong>z.Os esforços limites, no caso as tensões horizontais (σt) e <strong>de</strong>formações horizontais (εt)na fibra inferior do CBUQ, são associados ao Número “Nf”: número terminalequivalente <strong>de</strong> solicitações do eixo padrão rodoviário (<strong>de</strong> 80 kN ou 8,2 tf), tomado igualao Número “N” calculado com os fatores <strong>de</strong> veículos da AASHTO.Diversos autores e organismos rodoviários internacionais divulgaram relações entre astensões/<strong>de</strong>formações limites da fadiga e número <strong>de</strong> solicitações “Nf”, <strong>de</strong>finindo “Leis <strong>de</strong>Fadiga”, tendo sido adotadas neste trabalho as relações listadas nas Tabelas n os 58 e59, em que são calculados os esforços limites (ou admissíveis) <strong>de</strong> tração na fibrainferior das camadas betuminosas em função do Número N <strong>de</strong> projeto (1,67 x 10 7 ).Foi também empregado o Ábaco <strong>de</strong> NIJBOER <strong>de</strong>senvolvido a partir <strong>de</strong> ensaios <strong>de</strong>rotura <strong>de</strong> corpos-<strong>de</strong>-prova submetidos à flexão alternada, no Shell Laboratorium <strong>de</strong>Amsterdam. No ábaco entra-se com Nf e E, obtendo-se εt limite e σt limite.O Ábaco <strong>de</strong> NIJBOER foi construído a partir <strong>de</strong> ensaios feitos para misturas com 5% <strong>de</strong>vazios, sendo aceitável o seu emprego para o CBUQ faixa B (4% <strong>de</strong> vazios) e “bin<strong>de</strong>r”faixa A (6%). Para o PMQ (12% <strong>de</strong> vazios) e a camada <strong>de</strong> vedação (3%) não érecomendável o emprego do ábaco.b) 2 o Critério: acúmulo <strong>de</strong> <strong>de</strong>formações permanentes (ou plásticas)Para este critério são importantes as <strong>de</strong>formações específicas verticais <strong>de</strong> compressão(εv) <strong>de</strong>senvolvidas nas camadas granulares e/ou no topo do solo <strong>de</strong> fundação(subleito), que geram as <strong>de</strong>formações permanentes no pavimento, como flechas nastrilhas <strong>de</strong> roda e afundamentos.Há autores e organismos que estudaram este fenômeno, interrelacionados <strong>de</strong>formaçõesespecíficas limites (ou admissíveis) εv (lim) com o Número “Nf” <strong>de</strong> solicitações. Dentre osestudos disponíveis foram empregadas as expressões dadas na Tabela 60, em que sãoapresentadas as <strong>de</strong>formações limites calculadas para o Número N do projeto. Utilizou-setambém o “Ábaco <strong>de</strong> Monismith”.MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 277Foi adotado εv = 2,6 x 10 -4 , dos estudos do “The Asphalt Institute”, que é o valor maispróximo da média (3,1 x 10 -4 ). Os valores mais exigentes (2,4 x 10 -4 , 2,1 x 10 -4 e 2,3 x10 -4 ) não foram consi<strong>de</strong>rados, pois, geralmente levam em conta o CONGELAMENTO,não existente na região.9.4.5 AVALIAÇÃO ESTRUTURAL DO PAVIMENTO EXISTENTE (RESTAURAR OU NÃO RESTAURAR?)9.4.5.1 DO AGRUPAMENTO APo<strong>de</strong>-se dizer que é neste ponto que se inicia, verda<strong>de</strong>iramente, a avaliação do pavimentoexistente.O pavimento do Agrupamento A apresenta-se com boas características superficiais. Numaprimeira avaliação visual, ao se inspecionar o trecho, surgiram dúvidas, como: é necessáriorestaurar o pavimento?Na avaliação funcional concluiu-se que o pavimento apresenta:a) VSA = 4,0 (Bom);b) IGG = 50 (Regular);c) QI = 23 (Ótimo);d) Flecha = 2 (Baixa).Apesar <strong>de</strong>stas boas características, já houve início do processo <strong>de</strong> trincamento, havendotrincas classe 2 (sem erosão nas bordas) em 12% da área.As <strong>de</strong>flexões reversíveis máximas são baixas (33 a 63 centésimos <strong>de</strong> milímetros), em facedo recapeamento com CBUQ executado há 6 anos.Para resolver a dúvida surgida lançou-se mão <strong>de</strong> avaliação estrutural.Po<strong>de</strong>mos avaliar se o pavimento do Agrupamento A já superou sua vida <strong>de</strong> fadiga, ou não,calculando os esforços solicitantes atuantes na sua estrutura no momento presente,quando submetido ao carregamento dinâmico do tráfego.Os esforços solicitantes atuantes são mostrados na Figura 57 , sendo:• Na fibra inferior do CBUQ existente:σt = 16,4 kgf/cm 2 , εt =2,1 x 10 -4• No topo do subleito:εv = -1,5 x 10 -4Po<strong>de</strong>mos calcular a vida <strong>de</strong> fadiga (Nf) do CBUQ existente, pelo 1 ocritério <strong>de</strong>scrito nosubitem 4.4. Pela expressão do “Asphalt Institute”, para módulo E = 60,000 kgf/cm 2 e<strong>de</strong>formação específica εt = 2,1 x 10 -4 (atuante) obtemos:MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 278Nf = 5,26 x 10 5Ou seja, o pavimento existente no Agrupamento A tem uma “vida <strong>de</strong> fadiga” relativa a 5,8 x10 5 solicitações equivalentes às do eixo padrão <strong>de</strong> 8,2 tf.O pavimento já suportou, entre 1985 e 1990, segundo os estudos <strong>de</strong> tráfego, pelaAASHTO (Tabela 51):Tabela 51 - Dados <strong>de</strong> tráfegoANO Ns no Ano Ns Acumulado1986 1,45 x 10 6 1,45 x 10 61987 1,46 x 10 6 2,91 x 10 61988 3,27 x 10 6 6,18 x 10 61989 3,26 x 10 6 8,44 x 10 6Ou seja, o CBUQ já suportou um Ns <strong>de</strong> 8,44 x 10 6 .Logo, o pavimento já suportou sua vida <strong>de</strong> fadiga, pois já suportou um Ns superior a Nf,razão pela qual já há trincas <strong>de</strong> classe 2 em sua superfície. A tendência é a <strong>de</strong> evoluçãodo fenômeno <strong>de</strong> fadiga, com trincamento total do CBUQ existente.Torna-se então necessário restaurar o pavimento do Agrupamento A, apesar do seu bomaspecto visual, para que a possa suportar as cargas do tráfego no período <strong>de</strong> projeto, <strong>de</strong>10 anos.Po<strong>de</strong>mos também estimar a vida útil do pavimento quanto ao acúmulo <strong>de</strong> <strong>de</strong>formaçõespermanentes ao nível do subleito (2 o critério).Em função da tensão vertical <strong>de</strong> compressão atuante (εv = -1,5 x 10 -4 ) po<strong>de</strong>mos usar aequação do “Asphalt Institute”, por exemplo, obtendo:Nf 1 = 1,9 x 10 8 , ou seja, após este valor <strong>de</strong> Nf surgirão flechas com 13 mm no pavimento.Quanto a este critério, conclui-se que o pavimento do Agrupamento A ainda não possuivida útil restante, pois Nf é muito superior a Ns (8,44 x 10 6 ). Isto vem confirmar asobservações <strong>de</strong> campo, pois não há no trecho afundamentos plásticos no CBUQ existente(as flechas nas trilhas <strong>de</strong> roda são mínimas)9.4.5.2 AGRUPAMENTO BA necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> restauração do pavimento <strong>de</strong>ste agrupamento é obvia, em face do grau<strong>de</strong> <strong>de</strong>terioração existente no TSD, principalmente as <strong>de</strong>formações plásticas ocorrentes.A título ilustrativo foram calculadas as <strong>de</strong>formações verticais <strong>de</strong> compressão atuante notopo do subleito obtendo-se, conforme Tabela 52 abaixo:MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 279Tabela 52 - DeformaçõesAGRUPAMENTO atuante (ε v ) NfB 8,3 x 10 -4 1,2 x 105Vê-se que há <strong>de</strong>formação extremamente elevada, e reduzida vida útil. Daí termos notrecho as <strong>de</strong>formações plásticas nas trilhas <strong>de</strong> roda, que já atingem 6 mm.9.4.6 DIMENSIONAMENTO DO REFORÇO DO PAVIMENTOConstatada a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> restauração do pavimento, passou-se para odimensionamento do reforço estrutural, que é uma das opções para tal objetivo.O reforço consiste em sobrepor ao pavimento existente uma ou mais camadasbetuminosas, <strong>de</strong> forma a obter uma estrutura final em que atuem esforços (tensões e<strong>de</strong>formações) compatíveis com os limites suportáveis das camadas, quer sob enfoque dafadiga das misturas betuminosas ou quanto ao acúmulo <strong>de</strong> <strong>de</strong>formações plásticas.Inicialmente foi feito dimensionamento para cada agrupamento, com reforço em camadaúnica <strong>de</strong> CBUQ faixa B. Foram calculadas as tensões/<strong>de</strong>formações para o reforço comespessuras crescentes <strong>de</strong> CBUQ. Constatou-se que seriam necessárias espessuraselevadas <strong>de</strong> CBUQ, superiores a 8 cm, sendo inviável executar camada única com estadimensão. Partiu-se então para o dimensionamento do reforço em camadas múltiplas.Para o Agrupamento A foram estudadas as alternativas:a) 1 A - CBUQ + “bin<strong>de</strong>r”b) 2 A - CBUQ + PMQc) 2 A - CBUQ + camada <strong>de</strong> vedação.No Agrupamento B, tem-se a geometria superficial <strong>de</strong>formada, com afundamentosplásticos nas trilhas <strong>de</strong> roda. Além disso, o TSD é antigo e, apesar <strong>de</strong> rejuvenescimentopor lama asfáltica, apresenta <strong>de</strong>sgaste e trincamento significativos. Para conformar,impermeabilizar e vedar este TSD, foi consi<strong>de</strong>rada no reforço uma “camada <strong>de</strong> vedação”,com CBUQ tipo massa fina, com baixo teor <strong>de</strong> vazios, a ser espalhada com motoniveladoranuma espessura mínima <strong>de</strong> 3 cm. Este tipo <strong>de</strong> solução tem sido largamente empregadapelo DNER em obras <strong>de</strong> restauração.As alternativas estudadas para estes agrupamentos foram:a) 1B - CBUQ + “bin<strong>de</strong>r” + camada <strong>de</strong> vedação;b) 2B - CBUQ + PMQ + camada <strong>de</strong> vedação;c) 3B - CBUQ + camada <strong>de</strong> vedação.Em função <strong>de</strong>stes resultados, concluiu-se que:MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 280a) Para o Agrupamento B, a única alternativa a princípio viável se refere a reforçoem três camadas, com:• 6 cm <strong>de</strong> CBUQ;• 9 cm <strong>de</strong> “bin<strong>de</strong>r”;• 3 cm <strong>de</strong> camada <strong>de</strong> vedação.b) A espessura <strong>de</strong> “bin<strong>de</strong>r” é elevada, razão pela qual será estudada aRECONSTRUÇÃO PARCIAL do pavimento do Agrupamento B no subitemseguinte;c) Para o Agrupamento A há três soluções viáveis, tendo sido adotada a soluçãocompatível com a dos <strong>de</strong>mais agrupamentos:• 4 cm <strong>de</strong> CBUQ• 5 cm <strong>de</strong> “bin<strong>de</strong>r”As espessuras obtidas tem certa lógica, se forem relembradas as magnitu<strong>de</strong>s das<strong>de</strong>flexões do pavimento existente. Assim, menores espessuras foram requeridas peloAgrupamento A, em que as <strong>de</strong>flexões são baixas, e as maiores espessuras e <strong>de</strong>flexõessão relativas ao Agrupamento B.Nota – As Figuras 57, 58 e 59 e as Tabelas 53, 54, 55, 56, 57, 58, 59, 60 e 61 subsidiam,<strong>de</strong> forma ilustrada, a abordagem efetivada neste item.MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 281Figura 57 - Interpretação analítica <strong>de</strong> <strong>de</strong>flectogramasretroanáliseRODOVIA: BR-153/MGTRECHO: ENTº BR/497 - ENTº PATRIMÔNIOAGRUPAMENTO: A SEGMENTO: 1,5 e 7DISTÂNCIA DA PONTA DE PROVA012,525,037,55062,575,087,5100150200250300ASSENTAMENTO REVERSÍVEL (=10 mm)-20102030405060708090100110120130140150160XX X X XXX XXX170180190200DEFLECTOGRAMA EXPERIMENTALXDEFLECTOGRAMA TEÓRICODEFLEXÕES PARA Z = 0 e X = 15DEFLECTOGRAMA 0 = D máx 2r 4r 6r 8r 10rEXPERIMENTAL(CARACTERÍSTICO)y = 0 y = 22 y = 44 y = 66 y = 88 y = 11063 40 23 14 9 8TEÓRICO 58 41 21 15 10 7DESVIOS -5 +1 -2 +1 +1 -1RESULTADOS DA RETROANÁLISECAMADA N o ESPESSURAh (cm)MÓDULO E(kgf/cm 2 )COEFICIENTEDE POISSONCBUQ EXISTENTE 1 5 60.000 0,30BASE GRANULAR 2 17 4.000 0,35SUB-BASE GRANULAR 3 23 280 0,35SUBLEITO 4 ∞ 600 0,45MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 282Figura 58 - interpretação analítica <strong>de</strong> <strong>de</strong>flectogramas retroanáliseRODOVIA: BR-153/MGTRECHO: ENTº BR/497 - ENTº PATRIMÔNIOAGRUPAMENTO: B SEGMENTO: 6DISTÂNCIA DA PONTA DE PROVA012,525,037,55062,575,087,510015020025030001020ASSENTAMENTO REVERSÍVEIS (=10 mm)-230405060708090100110120130140150160170XXXXX X X XXX X180190200DEFLECTOGRAMA EXPERIMENTAL X DEFLECTOGRAMA TEÓRICODEFLEXÕES PARA Z = 0 e X = 15DEFLECTOGRAMA 0 = D máx 2r 4r 6r 8r 10ry = 0 y = 22 y = 44 y = 66 y = 88 y = 110EXPERIMENTAL 130 100 65 38 26 23TEÓRICO 127 100 68 47 33 25DESVIOS -3 0 +3 +9 +7 +2RESULTADOS DA RETROANÁLISECAMADA N o ESPESSURAh (cm)MÓDULO E(kgf/cm 2 )COEFICIENTEDE POISSONTSD 1 2 ⎯ ⎯BASE GRANULAR 2 22 4.000 0,35SUB-BASE GRANULAR 3 25 300 0,35SUBLEITO 4 ∞ 400 0,45MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 283Tabela 53 - Características <strong>de</strong> materiais alternativos para reforços(Valores Aproximados)PARÂMETROCAMADAC.B.U.Q. (SUPERIOR) BINDER P.M.QVEDAÇÃO EREGULARIZAÇÃOC.B.U.Q. EXISTENTEFaxa granulométricaB A B Mix nº 4 CEspecificaçõesDNER-ES-P 22-71 DNER-ES-P 22-71 DNER-ES-P 106-80 The Asphalt Institute DNER-ES-P 22-71Espessura (cm)4,5 ou 6 variável variável 3 5Volume <strong>de</strong> vazios - Vv (%)4 6 12 3 6,4Vazios cheios <strong>de</strong> betume Vb(%)13,5 14,0 8,7 14,8 11,7Volume <strong>de</strong> sólidos - Vs (%)82,5 80,0 79,3 82,2 81,9Teor <strong>de</strong> CAP - 20 (%)5,7 5,9 4,0 6,3 4,95μ (POISSON)0,30 0,30 0,30 0,30 0,30MÓDULO ADOTADO28.000 22.000 13.000 33.000 60.000OBSERVAÇÃO : Os dados relativos às misturas, como Volume <strong>de</strong> Vazios (Vv), Vazios Cheios <strong>de</strong> Betume (Vb), Volume <strong>de</strong> Sólidos (Vs) e o Teor <strong>de</strong>Betume, foram estimados em função das <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>s dos agregados, para materiais enquadrados no centro das faixas granulométricas.MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 284Tabela 54 - Estimativa <strong>de</strong> módulos <strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z <strong>de</strong> camadas betuminosas(Shell)RODOVIA: BR - 153/MGPELA: SHELL ( KSLA NOMOGRAPH )TRECHO: Entrº BR/497 - Entrº PATRIMÔNIOCAMADA BETUMINOSA CBUQ - 8 Bin<strong>de</strong>r CBUQ - A Vedação Mix. n o 4 I.AVolume <strong>de</strong> agregado VA (%) 82,5 80,0 82,2Volume <strong>de</strong> betume VB (%) 13,5 14,0 14,8Volume <strong>de</strong> vazios Vv (%) 4,0 6,0 3,0Temperatura da mistura Tp (ºC) 28,6 27,7 27,0Ponto <strong>de</strong> amolecimento Tab (ºC) 53,5Índice <strong>de</strong> penetração PI - 0,4Tempo <strong>de</strong> aplicação da carga Tw(s) 0,01Cv = VA/(VA + VB) 0,859 0,851 0,847Cv 1 = Cv/[0,97+0,01x(100-(VA+VB))] 0,851 0,826 0,847Sb 1 = (KSLA nomograph) 102 143 163Sb 2 = 1,157 x 10 -6 x Tw -0,368 x e -PI x5 90 107 123(Tab-Tp)n1 = 0,83 x log(400000/Sb KSLA) 2.983 2.861 2.813n2 = 0,83 x log(400000/Sb) 3.028 2.965 2.990E = Sb 1 x [1+(2,5/n1)xCv/(1-Cv)] n1* 19.175 15.603 24.284= Sb 2 x [1+(2,5/n2)xCv/(1-Cv)] n2* 17.296 12.760 20.272E (ADOTADO) 19.000 16.000 24.000* no caso <strong>de</strong> Vv% > 3%, substituir Cv por Cv 1OBSERVAÇÕES: 1 N/m 2 = 1,02 x 10 -5 kgf/cm 2MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 285Tabela 55 - Estimativa <strong>de</strong> módulos <strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z <strong>de</strong> camadas betuminosas(Shell)RODOVIA: BR - 153/MGPELA: SHELL ( KSLA NOMOGRAPH )TRECHO: Entrº BR/497 - Entrº PATRIMÔNIOCAMADA BETUMINOSA P.M.Q CBUQ existenteVolume <strong>de</strong> agregado VA (%) 79,3 81,9Volume <strong>de</strong> betume VB (%) 8,7 11,7Volume <strong>de</strong> vazios Vv (%) 12,0 5,4Temperatura da mistura Tp (ºC) 27,7 27,0Ponto <strong>de</strong> amolecimento Tab (ºC) 53,5 92Índice <strong>de</strong> penetração PI - 0,4 + 3,5Tempo <strong>de</strong> aplicação da carga Tw(s) 0,01 0,01Cv = VA/(VA + VB) 0,901 0,875Cv 1 = Cv/[0,97+0,01x(100-(VA+VB))] 0,827 0,846Sb 1 = (KSLA nomograph) 143 408Sb 2 = 1,157 x 10 -6 x Tw -0,368 x e -PI x (Tab-Tp) 5 48 221n1 = 0,83 x log(400000/Sb KSLA) 2.861 2.483n2 = 0,83 x log(400000/Sb) 3.254 2.704E = Sb 1 x [1+(2,5/n1)xCv/(1-Cv)] n1* 15.718 43.080= Sb 2 x [1+(2,5/n2)xCv/(1-Cv)] n2* 7.241 29.100E (ADOTADO) 16.000 43.080* no caso <strong>de</strong> Vv% > 3%, substituir Cv por Cv 1OBSERVAÇÕES: 1 N/m 2 = 1,02 x 10 -5 kgf/cm 2MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 286Tabela 56 - Estimativa <strong>de</strong> módulos <strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z <strong>de</strong> camadas betuminosas(The Asphalt Institute)RODOVIA: BR - 153/MG TRECHO: Entrº BR/497 - Entrº PATRIMÔNIOPELO: “THE ASPHALT INSTITUTE”CAMADACBUQ - BBINDERCBUQ - AVedaçãoMi x n o 4I. A.P 200 = Porcentagem passando no # n o 200 4 3 5a = Raio <strong>de</strong> impressão ( cm) 15 15 15h 1 = Espessura da camada asfáltica ( cm ) 6 9 3V - Velocida<strong>de</strong> do veículo ( m/s ) 16,7 16,7 16,7f - freqüência ( Hz) 10 10 10t = tempo <strong>de</strong> carregamento ( s) 0,01 0,01 0,01Vv = Volume <strong>de</strong> vazios (%) 4,0 6,0 3,0η70F,10 6 = Viscosida<strong>de</strong> absoluta a 70ºF x 10 6 do Cap. 1,0 1,0 1,0pac = Teor <strong>de</strong> asfalto em peso na mistura 5,7 5,9 6,3tp = Temperatura a uma profundida<strong>de</strong> Z (ºF) 83,5 81,9 80,6Z = Profundida<strong>de</strong> adotada (WICTAZAC) (cm) 4 9 16psi kgf x cm -2 436.541 334.247 651.430E (estimado) 30.095 23.043 44.910EQUAÇÕES:log E = 5,55338 + 0,02883 ( P 200 /f 0,17033 ) - 0,03476 (Vv) +0,070377 (η 70F,10 6 ) + 0,000005 [ tp 1,3 + 0,49825 log (f) pac 0,5 ] -0,00189 [ tp 1,3 + 0,49825 log (f) (pac 0,5/f 1,1) ] + 0,931757 ( 1/f 0,02774 )t = (( 2a + h1) / V) x 3f (Hz) = ½ tCONVERSÕES:kgf x cm -2 = 0,06894 psiºF = 1,8 ºC + 32MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 287Tabela 57 - Estimativa <strong>de</strong> módulos <strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z <strong>de</strong> camadas betuminosas(Método <strong>de</strong> Francken)RODOVIA: BR - 153/MG TRECHO: Entrº BR/497 - Entrº PATRIMÔNIOSEGUNDO MÉTODO DE: FRANCKENDomínio <strong>de</strong> Aplicação do Método76% < VA < 85%9% < VB < 16,2%1,5% < v < 32%0,8 < Cv < 0,95,5 < VA/VB < 6,5CAMADA BETUMINOSACBUQ - BBin<strong>de</strong>rCBUQ - AVedação Mix.n o 4 I. APenetração (25 ºC, 100g, 5s, 0,01mm) PEN (mm -2 ) 50 50 50Ponto <strong>de</strong> amolecimento Tab (ºC) 53,5 53,5 53,5Temperatura <strong>de</strong> referência Ts (ºC) 15 15 15Freqüência f (Hz) 10 10 10Temperatura da mistura T (ºC) 28,6 27,7 27,0Volume <strong>de</strong> agregados VA (%) 82,5 80,0 82,2Volume <strong>de</strong> betume VB (%) 13,5 14,0 14,8Volume <strong>de</strong> vazios Vv (%) 4,0 6,0 3,0A = (log 800 - log PEN)/(Tab - 25) 4,2 x 10 -2 4,2 x 10 -2 4,2 x 10 -2IP = 20 x (1-25 x A)/1 + 50 x A - 0,36 - 0,36 - 0,36B = A / 0,12 0,352 0,352 0,352fR = f x e 2,515 x 104 x (1/Tab-1/Ts)0,195 0,250 0,304E ∞ = 1,436 x 10 5 x (VA/VB) 0,55 x e (-5,84 x 10-2 x v)307659 263819 309458X = log fR - 0,709 - 0,601 - 0,516H = -9,27 x 10 -2 + 1,352 x B 0,383 0,383 0,383P = 6,28 x 10 -2 + 0,219 x B 0,140 0,140 0,140R * (pen) = 6,55 x PEN -1,313 3,8 x 10 -2 3,8 x 10 -2 3,8 x 10 -2XL = 1/H x log(0.4343 x P) / (H + R * (pen)) - 1.672 - 0,069 - 0,069 - 0,069XS = XL - (0,4343/H) + (0,75/P) 4,159 4,159 4,159DETERMINAÇÃO DO MÓDULO REDUZIDO R *X < XL R * = R * (H/0,4343) x (X + 1,672)(pen) x eXL < X < XS R * = 0,4343 x (P/H) + Px (X-XL) 9,01 x 10 -2 9,01 x 10 -2 0,107X > XS R * - P x (X - XS ) / 0,25= 1 - 0,25 x eIE * I = E ∞ x R * 27.713 26.148 33.052DEFINIÇÕES:A - Susceptibilida<strong>de</strong> da penetração à temperatura;IP - Índice <strong>de</strong> penetração;B - Susceptibilida<strong>de</strong> da penetração ao tempo <strong>de</strong> aplicação da carga;fR - Freqüência reduzida;E ∞ - Módulo puramente elástico;IE * I - Módulo <strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>zOS DEMAIS SÍMBOLOS DEFINEM VALORES PARTICULARES DE VARIÁVEIS.MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 288Tabela 58 - Esforços limites - 1º critério: fadiga das camadas betuminosasRODOVIA: BR - 153/MG TRECHO: Entrº BR/497 - Entrº PATRIMÔNIOFÓRMULA GERALNf = 1,67 x 10 7Nf = a (1/εt) b ouCAMADA CBUQ - 8Bin<strong>de</strong>r CBUQ - AA = a 1/b Módulo <strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z (E)28.00022.000B = -1/b Volume <strong>de</strong> betume - Vb (%)13,514,0Volume <strong>de</strong> vazios - Vv (%)4,06,0nº AUTORES a b A B σt (lim) εt (lim) σt (lim) εt (lim)1 Belgian Road Research Center (BRRC) 4,856 x 10 -14 4,762 1,6 x 10 -3 -0,21-5 1,11,4 4,9 x 10 4,9 x 10-52 Fe<strong>de</strong>ral Highway Administration (FHWA) 9,7255 x 10 -15 5,163 1,931 x 10 -3 -0,194-5 1,72,1 7,7 x 107,7 x 10-53 Transport nd Road Research Laboratory1,71 x 10 -10 4,32 5,484 x 10 -3 -0,231(TRRL)3,3 2,61,2 x 10-44 ULLIDTZ (Denmark) 1,41 x 10 -15 5,62 2,279 x 10 -3 -0,178-4 2,63,3 1,2 x 10 1,2 x 10-45 NAASRA (Austrália) 5,76 x 10 -13 5,00 3,566 x 10 -3 -0,20-4 2,83,6 1,3 x 10 1,3 x 10-46 B.W. Porter/T.W. Kennedy (University of1,85 x 10 -5 3,04 2,77 x 10 -2 -0,329Texas)3,3 2,51,2 x 10-47 THE ASPHALT INSTITUTEM -0,3940,048a = 18,4 x 10 M x 4,325 x 10 -3 x (0,06894/E) 0,854a -3,2 x 10 -61,8 x 10 -6M⎛ Vb= 4,84 ⎜ − 0, 69⎝ Vv + Vb⎟⎠⎞b = 3,291A = a 1/b - B = 0,304A -εt -1,8 x 10 -23,8 1,4 x 10 -4 2,4 1,1 x 10 -48 NIJBOER (SHELL, KSLA) No Ábaco anexo -3,5 1,4 x 10 -4 3,0 1,6 x 10 -4ADOTADOS1,4 4,9 x 10 -5 2,6 1,2 x 10 -4MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 289Tabela 59 - Esforços limites - 1º critério: fadiga das camadas betuminosasRODOVIA: BR - 153/MG TRECHO: Entrº BR/497 - Entrº PATRIMÔNIOFÓRMULA GERALNf = 1,67 x 10 7Nf = a (1/εt) b ouCAMADAVedação mix nº 4 I.A.CBUQ ExistenteA = a 1/b Módulo <strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z (E)32.00060.000B = -1/b Volume <strong>de</strong> betume - Vb (%)14,811,7Volume <strong>de</strong> vazios - Vv (%)3,06,4nº AUTORES a b A B σt (lim) εt (lim) σt (lim) εt (lim)1 Belgian Road Research Center (BRRC) 4,856 x 10 -14 4,762 1,6 x 10 -3 -0,211,6 4,9 x 10 -5 - -2 Fe<strong>de</strong>ral Highway Administration (FHWA) 9,7255 x 10 -15 5,163 1,931 x 10 -3 -0,1942,5 7,7 x 10 -5 - -3 Transport nd Road Research Laboratory1,71 x 10 -10 4,32 5,484 x 10 -3 -0,231(TRRL)3,8 1,2 x 10 -4 - -4 ULLIDTZ (Denmark) 1,41 x 10 -15 5,62 2,279 x 10 -3 -0,1783,8 1,2 x 10 -4 - -5 NAASRA (Austrália) 5,76 x 10 -13 5,00 3,566 x 10 -3 -0,204,1 1,3 x 10 -4 - -6 B.W. Porter/T.W. Kennedy (University of1,85 x 10 -5 3,04 2,77 x 10 -2 -0,329Texas)3,7 1,2 x 10 -4 - -7 THE ASPHALT INSTITUTEM -0,685-0,211a = 18,4 x 10 M x 4,325 x 10 -3 x (0,06894/E) 0,854a -5,6 x 10 -64,14 x 10 -7M⎛ Vb= 4,84 ⎜ − 0, 69⎝ Vv + Vb⎟⎠⎞b = 3,291A = a 1/b - B = 0,304A -εt -1,15 x 10 -25,1 1,6 x 10 -4 4,4 7,3 x 10 -58 NIJBOER (SHELL, KSLA) 3,6 1,3 x 10 -4 - -ADOTADOS5,1 1,6 x 10 -5 4,4 7,3 x 10 -5MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 290Tabela 60 - Esforços limites - 2º critério: acúmulo <strong>de</strong> <strong>de</strong>formações permanentesRODOVIA: BR-153/MG TRECHO: Entrº BR/497 - Entrº PATRIMÔNIOFÓRMULA GERALNúmero N =1,57 x 10 7Nº AUTORES CRITÉRIO TERMINAL ab εV (Limite)1 D, W, Potter/G, S, Donald (NAASRA)Flecha <strong>de</strong> 20 mm a 30mm-0,0085-0,14 -9,3 x 10 -42 SHELL ( Claessem, Edwards, Sommer, Uge) Flecha <strong>de</strong> 20 mm -0,028 -0,25 -4,4 x 10 -434L´Ecole Nationale <strong>de</strong>s Ponts et Chaussées(LNPC)Transport and Road Research Laboatory(TRRL)- -0,021 -0,24 -3,9 x 10 -4Flecha <strong>de</strong> 10 mm -0,015 -0,253 -2,2 x 10 -45 SHELL KSLA (Dorman e Metcalf) - -0,0116 -0,21 -3,5 x 10 -46 The Asphalt Institute (L, E, Santucci) Flecha <strong>de</strong> 13 mm -0,0105 -0,223 -2,6 x 10 -47 Center <strong>de</strong> Recheches Routiéres (CRR) - -0,011 -0,23 -2,4 x 10 -48 Nottinghan UniversityDeformaçõesexcessivas-0,0216-0,28 -2,1 x 10 -49 Monismith (University of California) - -2,6 x 10 -410 Kentucky highway - Em Tabela-2,3 x 10 -4ADOTADO-2,3 x 10 -4MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 291Figura 59 - Verificação <strong>de</strong> tensões - cálculo <strong>de</strong> vida <strong>de</strong> fadigaRODOVIA: BR-153/MGESTRUTURATRECHO: ENTRº BR-497 - ENTRº PATRIMÔNIOLOCAL: AGRUPAMENTO ACBUQ EXISTENTE σt εt E = 60.000 μ = 0,30 h = 5c0BASE h = 17GRANULAR E = 4.000 μ = 0,35SUB-BASEGRANULAR εv E = 280 μ = 0,35 h = 23SUBLEITO E = 600 μ = 0,45 h = ∞TENSÕES ATUANTES1 - Na fibra inferior do: CBUQ EXISTENTE TENSÕES LIMITESσt = 16,4 σt lim = 4,4εt = 2,1 x 10 -4 εt lim = 7,3 x 10 -52 - No topo do Subleito:εv = - 1,5 x 10-4 εv lim = - 2,8 x 10 -4CÁLCULO DA VIDA DE FADIGA1 o CRITÉRIO: Fadiga do revestimentoasfálticoE = 60.000Equações do “The AsphaltVb = 11,7Institute” (Fred Finn)Vv = 6,4Nf = 18,4 x 10 M x 4,325 x 10 -3 x(0,06894/E) 0,854 x (1/εt) 3,291εt = 2,1 x 10 -4Nf = 5,26 x 10M = 4,84 (Vb/Vv + Vb - 0,69)52 o CRITÉRIO: Acúmulo <strong>de</strong> <strong>de</strong>formaçõespermanentesεv = - 1,5 x 10 -4The Asphalt Institute,Nf = 1,87 x 10 8Equação <strong>de</strong> Santucci, comBase em Caltrans para FlechaTerminal <strong>de</strong> 13 mmεv = - 0,0105 x Nf - 0,223Nf = 1,338 x 10 -9 x (1/εv) 4,484MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 292Tabela 61 - Alternativas estudadas para reforço do pavimentoAGRUPAMENTOSA B C DEm camada única <strong>de</strong>CBUQCBUQ ≥ 8 cminviávelCBUQ ≥ 34 cminviávelCBUQ ≥ 36 cminviávelCBUQ ≥ 36 cminviávelCom CBUQ +“bin<strong>de</strong>r”CBUQ = 4 cm“bin<strong>de</strong>r” = 5 cm*CBUQ = 6 cm“bin<strong>de</strong>r” = 9 cmvedação = 3 cmCBUQ = 6 cm“bin<strong>de</strong>r” = 19 cmvedação = 3 cmCBUQ = 6 cm“bin<strong>de</strong>r” = 22 cmvedação = 3 cmCom CBUQ + PMQCBUQ = 4 cmPMQ = 5 cm*CBUQ = 6 cmPMQ ≤ 2 e ≥ 10vedação = 3 cminviávelCBUQ = 6 cmPMQ = 38 cmvedação = 3 cminviávelCBUQ = 6 cmPMQ = 52 cmvedação = 3 cminviávelCom CBUQ +vedaçãoCBUQ = 6 cmvedação = 3 cmCBUQ ≤ 7 e ≥15vedação = 3 cminviávelCBUQ ≤ 5 e ≥25vedação = 3 cminviávelCBUQ ≤ 4 e ≥ 52vedação = 3 cminviável* Sem Camada <strong>de</strong> Vedação9.5 DIMENSIONAMENTO DE PAVIMENTOS NOVOS9.5.1 GENERALIDADESSerão executados pavimentos novos nos locais em que forem projetados melhoramentospara a rodovia, como interseções reformuladas e terceiras faixas <strong>de</strong> tráfego. Para osacostamentos, atualmente não revestidos, foi prevista em função dos estudos <strong>de</strong>capacida<strong>de</strong> a sua estruturação, no mesmo nível da pista <strong>de</strong> rolamento, <strong>de</strong>vendo serexecutado novo pavimento, aproveitando-se as camadas granulares já existentes.Neste cenário também se inclui a reconstrução parcial do pavimento do Agrupamento B.Para este Agrupamento foram obtidas espessuras elevadas <strong>de</strong> reforço, pelosdimensionamentos elaborados pelos procedimentos PRO 10/79, PRO 11/79 e TECNAPAVe, também, pela aplicação da teoria da Mecânica dos <strong>Pavimentos</strong>, conforme registrado naTabela 62.Tabela 62 - Agrupamento BAGRUPAMENTO B PRO 10 PRO 11 TECNAPAV MECÂNICAESPESSURAS (cm) 21 16 18 18Os custos <strong>de</strong> execução <strong>de</strong> reforços com estas espessuras são extremamente elevados,ainda mais se contarmos com a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> esten<strong>de</strong>r estas espessuras aosacostamentos e terceiras faixas, para compatibilização construtiva. Procurou-se entãoestudar a alternativa <strong>de</strong> RECONSTRUÇÃO PARCIAL do pavimento <strong>de</strong>ste agrupamento, eexecutar estudo econômico comparativo para <strong>de</strong>finição da melhor solução.O dimensionamento <strong>de</strong> pavimentos novos foi elaborado por duas metodologias, <strong>de</strong>scritas aseguir, a partir dos dados básicos, com ISC do subleito e Números “N”.MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 2939.5.2 DIMENSIONAMENTO PELO MÉTODO DO DNERFoi empregado o Método <strong>de</strong> Projeto <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Flexíveis do DNER, <strong>de</strong> 1966, do Eng. oMurillo Lopes <strong>de</strong> Souza. O ISC do subleito foi tomado igual a 9%. Em função do númeroN do projeto, <strong>de</strong> 6,1 x 10 7 (USACE), a espessura mínima <strong>de</strong> revestimento necessária é <strong>de</strong>10 cm <strong>de</strong> CBUQ.Os coeficientes estruturais adotados, e as espessuras necessárias obtidas nodimensionamento são os constantes na Tabela 63.Tabela 63 - Coeficientes estruturaisCamada K EspessuraCBUQ 2,0 10 cmBase 1,0 15 cmSub-base 1,0 15 cmEste dimensionamento se aplica à reconstrução, terceiras faixas, acostamentos einterseções.9.5.3 DIMENSIONAMENTO PELA TEORIA DA MECÂNICA DOS PAVIMENTOSO dimensionamento com base na teoria da mecânica dos pavimentos foi feitoseparadamente para a reconstrução do Agrupamento B, terceiras faixas e acostamentos.Para tal é preciso <strong>de</strong> antemão <strong>de</strong>finir as características estruturais dos materiais dopavimento existente e das camadas novas a serem adicionadas.Para o subleito e sub-base existente foram mantidos os módulos <strong>de</strong> elasticida<strong>de</strong>, ocoeficiente <strong>de</strong> Poisson e espessuras <strong>de</strong>terminados na retroanálise (ver subitem 5.2), poisestas camadas não sofrerão intervenção.Para as camadas granulares novas a serem incorporadas à estrutura, e para as camadasgranulares existentes (no caso a base) a serem recuperadas com escarificação erecompactação, é também necessário <strong>de</strong>finir módulos elásticos compatíveis com suascaracterísticas.Para tais camadas, em face da impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> executar ensaios <strong>de</strong> laboratório para<strong>de</strong>terminação dos módulos <strong>de</strong> resiliência, foi feita pesquisa <strong>de</strong>ntre os diversos trabalhossobre o assunto que vem sendo publicado pela COPPE, <strong>IPR</strong> e ABPv.De maneira geral os solos granulares apresentam elasticida<strong>de</strong> não linear, com módulos<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes da tensão confiante (σ3) com mo<strong>de</strong>lo:MR = K1 σ3 k2Já nos solos coesivos, por outro lado, os módulos são função da tensão <strong>de</strong>svio (σd), tendose,segundo estudos <strong>de</strong> Salomão Pinto, Ernesto Preussler e Jacques Medina, mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong>forma:MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 294MR = f (σd)Estudos recentes tem mostrado que os solos <strong>de</strong> comportamento lateritico, como osencontrados na base do pavimento existente e na jazida estudada, tem módulos afetadospela tensão <strong>de</strong>svio (σd), aproximando-se <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> solos coesivos. Apresentam noentanto elevados valores <strong>de</strong> MR, superiores aos dos solos finos coesivos, atingindo a15.000 kgf/cm 2 .Um mo<strong>de</strong>lo matemático recentemente obtido pela COPPE para solos pedregulhososlateriticos em função <strong>de</strong> σd é expresso por:−−MR = 9.200 + 44.584 ( 1,0 - σd ), para σd1,0Teremos:− σd - MR (kgf/cm 2 )− 0,1 - 13.325− 0,5 - 11.492− 1,0 - 9.200− 2,0 - 6.960− 3,0 - 4.720As bases existentes estão “trabalhando” com os seguintes módulos (segundo aretroanálise feita no subitem 9.5.2), mencionados na Tabela 64.Tabela 64 - MódulosAGRUPAMENTOMÓDULOA 4.000B 4.000Observa-se que nos Agrupamentos A e B, a base apresenta módulo elevado, característicodos solos lateriticos.Isto posto, resolveu-se adotar nos dimensionamentos:a) Para as camadas granulares a serem recuperadas, com escarificação, adição <strong>de</strong> solo<strong>de</strong> jazida (cascalho) e recompactação na energia do Proctor Intermediário, módulo <strong>de</strong>4.000 kgf/cm 2 , compatível com o valor atual das bases dos Agrupamentos A e B;b) Para as bases novas, a serem executadas com materiais não trabalhados <strong>de</strong> jazidaestudada, compactados na energia AASHTO modificada, módulo <strong>de</strong> 7.000 kgf/cm 2(para σd próximo <strong>de</strong> 2,0) valor conservador se consi<strong>de</strong>rarmos os resultados que aspesquisas tem alcançado (13.325 para σd = 0,1).MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 295Para as camadas betuminosas foram mantidos os módulos calculados anteriormente:a) CBUQ, 28.000 kgf/cm 2b) “bin<strong>de</strong>r”, 22.000 kgf/cm 2 .9.5.3.1 DIMENSIONAMENTO PARA RECONSTRUÇÃONo dimensionamento da reconstrução parcial do pavimento do Agrupamento B foramestudadas, por tentativa, várias alternativas. Inicialmente foi tentada a reconstrução comcamada única <strong>de</strong> CBUQ sobre a base existente (escarificada e recompactada). Foramobtidas espessuras elevadas, inviabilizando a tentativa. Introduziu-se então uma camada<strong>de</strong> “bin<strong>de</strong>r”, sobre a base existente. As tentativas foram infrutíferas, pois se obtiveramespessuras da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 4 cm <strong>de</strong> CBUQ mais “bin<strong>de</strong>r” acima <strong>de</strong> 10 cm.Introduziu-se então no dimensionamento uma camada <strong>de</strong> base nova, com cascalho dajazida estudada no projeto. Foram variadas as espessuras da base, entre 10 cm e 20 cm, edo “bin<strong>de</strong>r”, concluindo-se ao final pela solução constante na Tabela 65.Tabela 65 - Situação adotadaAGRUPAMENTO CBUQ “bin<strong>de</strong>r” BASE-NOVAB 4 cm 5 cm 15 cmA reconstrução do pavimento <strong>de</strong>verá compreen<strong>de</strong>r:a) Remoção do TSD existente;b) Escarificação e compactação da base existente numa espessura <strong>de</strong> 15 cm;c) Execução <strong>de</strong> base nova, com espessura <strong>de</strong> 15 cm, com solos lateriticos da jazidaestudada, compactada a 100% da energia AASHTO modificada;d) Execução do “bin<strong>de</strong>r” com 5 cm <strong>de</strong> espessura;e) Execução <strong>de</strong> CBUQ com 4 cm <strong>de</strong> espessura.9.5.3.2 DIMENSIONAMENTO PARA TERCEIRAS FAIXASPara as terceiras faixas localizadas no Agrupamento B, o novo pavimento po<strong>de</strong>rá serexecutado concomitantemente à reconstrução da pista <strong>de</strong> rolamento. Assim, seránecessário apenas execução <strong>de</strong> sub-base e base novas no bordo externo da terceira faixa,on<strong>de</strong> for feito novo terrapleno. No restante, a pavimentação é idêntica à da pista, com ascamadas obe<strong>de</strong>cendo ao dimensionamento da reconstrução.Para o Agrupamento A, é preciso compatibilizar a solução para pavimentação da terceirafaixa com a do reforço da pista <strong>de</strong> rolamento.MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 296PISTA3 a FAIXACBUQ ( reforço ) = 4 cm“BINDER” ( reforço ) = 5 cmCBUQ EXISTENTE = 5 cm “BINDER” 5 cm <strong>de</strong>grauBASE EXISTENTEBASE NOVAConforme se verifica, a melhor opção correspon<strong>de</strong> ao preenchimento do <strong>de</strong>grau entre pistae acostamento com “bin<strong>de</strong>r”, para se reduzir os problemas <strong>de</strong> infiltração <strong>de</strong> água quegeralmente ocorrem no contato com o revestimento existente.Com base nesta premissa, foram calculados os esforços solicitantes a serem gerados nopavimento das terceiras faixas. Foram feitos estudos variando as espessuras da basenova, e da sub-base; concluindo-se que ambas <strong>de</strong>vem ter 15 cm.TERCEIRAS FAIXASAgrupamento ACBUQ E = 28.000 μ = 0,30 h = 4 cm“BINDER” E = 22.000 μ = 0,30 h = 10 cmBASE NOVA E = 7.000 μ = 0,35 h = 15 cmSUB-BASE NOVA E = 4.000 μ = 0,35 h = 15 cmRESTO DA SUB-BASEEXISTENTE E = 280 μ = 0,35 h = 10 cmSUBLEITO E = 600 μ = 0,45ESFORÇOS ATUANTESESFORÇOS LIMITES- Na fibra inferior do“bin<strong>de</strong>r”: σt = 2,3 kgf/cm 2 σt (lim) = 2,6 kgf/cm 2εt = 1,2 x 10 -4 εt (lim) = 1,2 x 10 -4- No topo do subleitoεv = -2,3 x 10 -4 εv (lim) = 2,6 x 10 -4(tem-se compressão no CBUQ)Como as tensões e <strong>de</strong>formações atuantes calculadas não ultrapassam aos limitesestipulados pelo 1 o e 2 o critérios, a estrutura dimensionada é satisfatória.MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 2979.5.3.3 DIMENSIONAMENTO PARA ACOSTAMENTOSNo Agrupamento B os acostamentos serão pavimentados conjuntamente com areconstrução da pista, valendo o dimensionamento apresentado na alínea a, pois serãointegralmente aproveitadas as camadas granulares existentes.Para o Agrupamento A, da mesma forma que para as terceiras faixas, é precisocompatibilizar a pavimentação dos acostamentos com a solução do reforço da pista,preenchendo-se o <strong>de</strong>grau <strong>de</strong> 5 cm atualmente existente com “bin<strong>de</strong>r”.Não foi previsto, por se tratar <strong>de</strong> acostamento, a inclusão <strong>de</strong> camadas granulares novas naestrutura, apenas a recuperação da base existente, com escarificação, adição <strong>de</strong> solos erecompactação, numa espessura <strong>de</strong> 15 cm.A estrutura final a ser obtida será a seguinte:ACOSTAMENTOSAgrupamento ACBUQ E = 28.000 μ = 0,30 h = 4 cm“bin<strong>de</strong>r” E = 22.000 μ = 0,30 h = 10 cmBASE EXISTENTEESCARIFICADA ERECOMPACTADA E = 4.000 μ = 0,35 h = 15 cmRESTANTE DA BASEE SUB-BASEEXISTENTE E = 280 μ = 0,35 h = 25 cmSUBLEITO E = 600 μ = 0,45Foram calculados os esforços atuantes:−Na fibra inferior do “bin<strong>de</strong>r”:σt = 3,7 kgf/cm2εt = 1,5 x 10-4−No topo do subleito:εv = -2,5 x 10-4(tem-se compressão no CBUQ)No topo do subleito se <strong>de</strong>senvolverá uma <strong>de</strong>formação inferior ao valor limite (-2,6 x 10 -4 ),não <strong>de</strong>vendo ocorrer acúmulo <strong>de</strong> <strong>de</strong>formações plásticas no acostamento, mesmo que todoo tráfego o utilize.Os esforços para a fibra inferior do “bin<strong>de</strong>r” são superiores aos valores limites:MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 298− σt (lim) = 2,6 kgf/cm 2 ;− εt (lim) = 1,2 x 10 -4 .No entanto, consi<strong>de</strong>ra-se que estes valores foram calculadas em função do Número “N”previsto para a pista <strong>de</strong> rolamento. Po<strong>de</strong>-se, ao invés <strong>de</strong> limitar as tensões e <strong>de</strong>formações,estimar, com base nos esforços atuantes, a vida <strong>de</strong> fadiga do “bin<strong>de</strong>r” dos acostamentos.Pela expressão do “Asphalt Institute”, constante da Figura 59, tem-se:Nf = 7,6 x 106Ou seja, o pavimento dos acostamentos terá uma vida <strong>de</strong> fadiga <strong>de</strong> 7,6 x 106, ou:− 7,6 x 10 6 x 100 = 46%− 1,67 x 10 7Sua estrutura suportará 46% do tráfego da pista <strong>de</strong> rolamento. É difícil, ou quaseimpossível, prever com exatidão a porcentagem <strong>de</strong> veículos comerciais que trafegarão nosacostamentos, pois não haverá limite físico entre eles e a pista (não haverá <strong>de</strong>grau,apenas faixa contínua pintada). A largura reduzida, <strong>de</strong> 2,5 m, insuficiente para conter todoo caminhão, é um fator inibidor da utilização total dos acostamentos. Como nas rampasmais acentuadas foram projetadas terceiras faixas com largura a<strong>de</strong>quada, o número <strong>de</strong>46% parece a princípio a<strong>de</strong>quado, uma vez que se imagine que o comportamento dosmotoristas será utilizar os acostamentos temporariamente, para permitir umaultrapassagem <strong>de</strong> veículo mais rápido, retornando em seguida à pista.Se, por outro lado, houver algum segmento em que todo o tráfego comercial fizer usocontínuo do acostamento, ter-se-á sua “vida <strong>de</strong> fadiga” reduzida. Em função dos estudos<strong>de</strong> tráfego, tem-se os dados consignados na Tabela 66.Tabela 66 - Dados <strong>de</strong> tráfegoANO Número “N” “N” Acumulado1 o : 1993 1,31 x 10 6 1,31 x 10 62 o : 1994 1,38 x 10 6 2,69 x 10 63 o : 1995 1,45 x 10 6 4,14 x 10 64 o : 1996 1,53 x 10 6 5,97 x 10 65 o : 1997 1,61 x 10 6 7,28 x 10 66 o : 1998 1,69 x 10 6 8,97 x 10 6Logo, com a vida <strong>de</strong> fadiga será <strong>de</strong> 7,6 x 10 6 , o pavimento <strong>de</strong>verá apresentar trincamentopor fadiga entre o 5 o e o 6 o ano em pontos localizados no trecho no Agrupamento A.Consi<strong>de</strong>rou-se aceitável essa hipótese para o dimensionamento dos acostamentos.MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 2999.6 SOLUÇÕES ADOTADAS NO PROJETO9.6.1 GENERALIDADESAo longo dos itens anteriores foram apresentados dimensionamentos por diversosmétodos, para várias alternativas, tanto para restauração do pavimento existente comopara pavimentos novos. Neste subitem serão comparados os resultados obtidos, quantoaos aspectos técnicos e econômicos, com o objetivo <strong>de</strong> escolher as melhores soluções aserem empregadas nas obras.9.6.2 COMPARAÇÃO TÉCNICA ENTRE RESULTADOS DE DIMENSIONAMENTOS - ALTERNATIVASPROPOSTASNa Tabela 70 são confrontados os diferentes resultados obtidos entre osdimensionamentos efetuados pela análise teórica à luz da mecânica dos pavimentos epelos métodos empíricos, para a restauração do pavimento existente. Para o reforço dopavimento existente na pista <strong>de</strong> rolamento foram obtidos no dimensionamento, pelas váriasmetodologias, resultados extremamente variados, quanto à concepção do reforço eespessuras. Isto se <strong>de</strong>ve às diferenças conceituais entre os métodos.Observa-se que o Agrupamento B exige espessuras elevadas <strong>de</strong> reforço em camadasmúltiplas por quatro dos seis métodos empregados. Em termos <strong>de</strong> espessuras <strong>de</strong> CBUQ,com K = 2, po<strong>de</strong>-se fazer uma comparação mais objetiva entre as opções <strong>de</strong> reforço dopavimento (Tabela 67). Para tal consi<strong>de</strong>rou-se:Tabela 67 - Comparação entre as opções <strong>de</strong> reforçoCBUQ K = 2,0;“bin<strong>de</strong>r” K = 2,0;PMQ K = 1,7;Camada <strong>de</strong> vedação K = 2,0Há maior proximida<strong>de</strong> <strong>de</strong> resultados entre a PRO 10/79 e o dimensionamento pela teoriada mecânica dos pavimentos. Porém, conceitualmente o PRO 10/79, ao mostrar aimpossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> executar reforço unicamente integrado por camada <strong>de</strong>nsa <strong>de</strong> CBUQ,recomendou a introdução no reforço <strong>de</strong> uma camada intermediária, aberta, <strong>de</strong> Pré-Misturado a Quente (PMQ).Nas análises efetuadas à luz da mecânica dos pavimentos, a introdução <strong>de</strong> PMQ aberto(com cerca <strong>de</strong> 12% <strong>de</strong> vazios) mostrou-se imprópria, levando a estrutura a trabalhar comelevadas tensões e <strong>de</strong>formações <strong>de</strong> tração na fibra inferior do PMQ.Por este motivo, recomenda-se para o reforço do pavimento a execução das camadas eespessuras do dimensionamento pela mecânica dos pavimentos. Ao fazê-lo, manteve-sepróximas também das conclusões obtidas com o PRO 10/79, que é o método empíricomais bem estruturado <strong>de</strong>ntre os disponíveis, pois o “bin<strong>de</strong>r” projetado com 6% <strong>de</strong> vaziosMT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 300será “mais aberto” que o CBUQ (4%). Po<strong>de</strong>-se a grosso modo dizer que o “bin<strong>de</strong>r” é 50%“mais aberto” que o CBUQ faixa B.Dessa forma, a primeira alternativa <strong>de</strong> restauração proposta correspon<strong>de</strong>u ao reforçoestrutural <strong>de</strong> todo o pavimento do trecho, nos dois Agrupamentos, por meio <strong>de</strong>:ALTERNATIVA Ia) Agrupamento A:• “bin<strong>de</strong>r”: 5 cm;• CBUQ: 4 cm;b) Agrupamento B:• Camada <strong>de</strong> Vedação: 3 cm;• “bin<strong>de</strong>r”: 9 cm;• CBUQ: 6 cm.Em face das espessuras elevadas do reforço do Agrupamento B, foi estudada umasegunda alternativa, com reconstrução parcial do pavimento. A reconstrução foi tambémrecomendada, como opção, na avaliação estrutural, utilizando-se a PRO 11/79.Os resultados obtidos no dimensionamento pelas dois métodos são apresentadas a seguir,na Tabela 68.Tabela 68 - Métodos utilizadosMetodologiasMétodo DNER 66 ( MurilloLopes <strong>de</strong> Souza)RECONSTRUÇÃO PARCIAL DOPAVIMENTO – Agrupamento B10 cm CBUQ + Base existente recuperada *4 cm CBUQ + 5 cm <strong>de</strong> “bin<strong>de</strong>r” + 15 cmMecânica dos <strong>Pavimentos</strong>Base nova + Base existente recuperada ** Com escarificação, adição <strong>de</strong> solos e compactaçãoHá dois aspectos a serem comentados. Quanto à espessura <strong>de</strong> revestimento, o MétodoDNER - 66 recomenda adotar, em função do Número “N “ (6 x 10 7 ), espessura mínima <strong>de</strong>10 cm <strong>de</strong> CBUQ. Pelas análises mecanísticas concluiu-se que com 9 cm <strong>de</strong> CBUQ ter-se-átensões e <strong>de</strong>formações em níveis toleráveis (quanto a fadiga) na fibra inferior do “bin<strong>de</strong>r”, ecompressão no CBUQ.Quanto às camadas granulares, no dimensionamento pelo método DNER - 66 conclui-seque as espessuras e materiais existentes são suficientes e satisfatórias. Isso se <strong>de</strong>ve aofato <strong>de</strong> existir um subleito com boa capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> suporte. Por análise mecanística noentanto foi necessária a introdução <strong>de</strong> uma camada <strong>de</strong> base nova, com 15 cm <strong>de</strong>espessura, <strong>de</strong> maneira a assegurar uma <strong>de</strong>formação vertical <strong>de</strong> compressão no topo dosubleito compatível com sua resistência, evitando-se o surgimento <strong>de</strong> <strong>de</strong>formaçõesplásticas durante o período do projeto.MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 301Recomendou-se então, numa segunda alternativa, que a restauração fosse procedida nasseguintes premissas:ALTERNATIVA IIa) Agrupamento A• Reforço com:−−“bin<strong>de</strong>r” = 5 cm;CBUQ = 4 cm;b) Agrupamento B• Reconstrução parcial com:−−−−−Remoção do TSD existente;Recuperação da base existente;Base nova = 15 cm;“bin<strong>de</strong>r” = 5 cm;CBUQ = 4 cm.9.6.3 COMPARAÇÃO DE CUSTOS ENTRE ALTERNATIVASForam calculados os quantitativos dos serviços envolvidos na restauração do pavimento eexecução <strong>de</strong> pavimentos novos para as Alternativas I e II. Com base em preços unitárioscolhidos junto ao órgão rodoviário foram orçadas as duas alternativas, obtendo-se osvalores consignados na Tabela 69.Tabela 69 - Custos das alternativasALTERNATIVACUSTO DA PAVIMENTAÇÃO (Julho/90)I Cr$ 496.180.000,00 (US$ 7.443.400,00)II Cr$ 331.544.000,00 (US$ 4.973.600,00)Em seqüência, são apresentadas as Tabelas 70 e 71 que registram, respectivamente,dados comparativos relativamente aos resultados obtidos, segundo as váriasmetodologias.A Alternativa II, mostrada nas Tabelas 69 e 70, é 33% mais econômica que a Alternativa I;foi então a solução proposta para a restauração <strong>de</strong>sse trecho da BR - 153/MG.MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 302Tabela 70 - Comparação <strong>de</strong> espessuras <strong>de</strong> reforço estruturalAGRUPAMENTO A BDNER - 66 ( Murillo ) Pavimento suficiente Pavimento suficientePRO 159/85 5 cm CBUQ 7 cm CBUQTECNAPAV 6 cm CBUQ 6 cm CBUQ + 12 cm PMQPRO 11/79 4 cm CBUQ 16 cm CBUQ ou ReconstruçãoPRO 10/79 6 cm CBUQ + 4 cm PMQ 6 cm <strong>de</strong> CBUQ + 15 cm PMQMECÂNICA DOS PAVIMENTOS 4 cm CBUQ + 5 cm “bin<strong>de</strong>r” 6 cm CBUQ + 9 cm “bin<strong>de</strong>r”+ 3 cm VEDAÇÃOTabela 71 - Espessuras <strong>de</strong> reforço em termos <strong>de</strong> CBUQ ( cm )AGRUPAMENTOS A BPRO 159/85 5 7TECNAPAV 6 16PRO 11/79 4 16PRO 11/79 9 19MECÂNICA DOS PAVIMENTOS 9 18MT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Restauração <strong>de</strong> <strong>Pavimentos</strong> Asfálticos 303BIBLIOGRAFIAMT/DNIT/DPP/<strong>IPR</strong>


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