Revista <strong>Pensamento</strong> Biocêntrico – Pelotas - Nº 02 - p– 61-67 Jan/Mar 2005Diferentemente da ginástica convencional na biodanza as pessoasdescobrem novos estímulos para a vida, despertam uma nova atitudefrente as pessoas: esposo(a), filhos, netos. Os praticantes de biodanzanunca se isolam em um canto da vida; estão sempre dentro de umgrupo participando com alegria (Toro, 2002).A biodança potencializa e restaura os níveis orgânicos pelomovimento, reativando o desejo de viver com intensidade, alegria esaúde. O processo de indução de vivências integradoras promove oencontro e a experiência humana, para desenvolver potenciaisherdados geneticamente, provocando mudanças no sentir, pensar eagir, elevando qualidade da saúde, a mente e restabelecendo ovínculo afetivo nós mesmos, com o próximo e com a natureza(DALLA VECCHIA, 2001)ObjetivoProporcionar uma abordagem terapêutica, a partir dabiodança, para os indivíduos pertencentes à uma comunidadeuniversitária (Universidade Federal de Santa Catarina- UFSC),portadores de um perfil lipídico alterado associado com fatores derisco para doenças cardiovasculares, de forma a produzirmodificações estáveis no estilo de vida, diminuindo o estresse eelevando a qualidade de vida dos participantesMetodologiaEste trabalho foi realizado com 29 indivíduos pertencentesa uma Comunidade Universitária (UFSC), integrantes do NIPEAD(Núcleo Interdisciplinar de Pesquisa, Ensino e Assistência aDislipidemia do Hospital Universitário) que realizaram sessões debiodança, durante o ano se 2002. As aulas foram realizadas uma vezpor semana por uma enfermeira e facilitadora voluntária. Cadasessão levou em média 2 horas, sendo que 30 minutos foi utilizado61
Revista <strong>Pensamento</strong> Biocêntrico – Pelotas - Nº 02 - p– 61-67 Jan/Mar 2005para uma introdução teórica e para depoimentos dos participantesreferentes sobre as vivências da sessão anterior, as descobertas, asmudanças existenciais, e o compartilhar do sentir . O restante dotempo foi utilizado para parte prática, onde o professor respeitou onível motor de cada individuo, sem produzir fadiga. Os exercíciosforam progressivos. Para avaliação do estresse foi aplicado aospacientes um questionário de Lipp et .al. (1986) e examesbioquímicos, foram realizadosResultados e discussãoAs condições atuais em que vivemos nos colocam emconstante tensão e estresse. Independente do fator que causou oestresse, nosso corpo faz um esforço para adaptar-se a nova situação.Contudo, quando os estímulos forem excessivos e por longosperíodos, os mesmos podem levar a uma série de complexas reaçõesbioquímicas e fisiológicas, desencadeando situações patológicas(Nahas, 2001). Em adição, numerosos estudos consideram que oestresse provoca altos níveis de colesterol total (CT), LDL-colesterole diminuição de HDL-colesterol, sugerindo um aumento de doençascardiovasculares (Roy et.al., 2001).Considerando que o estresse é um fator de risco paradoenças cardiovasculares (Lipp & Rocha, 1996), recentementefizemos um trabalho com os pacientes do núcleo de dislipidemia everificamos que a maioria dos nossos pacientes vivemconstantemente com estímulos estressantes e na maioria das vezeselas não conseguem administrar este estresse, o que tem geradodiversas doenças (Ronsein, 2002).Segundo a literatura, a biodanza trabalha, em grupo, pormeio de exercícios específicos, que estimulem os potenciaisgenéticos de cada participante. Na verdade este processo ocorreconcomintantemente com o outro, de forma que essa comunicaçãocomeça a melhorar a auto-estima da pessoa e também a aceitação dooutro com todas as sua diferenças, harmonizando o indivíduo comseu semelhante e na sintonia com o ambiente, produzindo vivênciasintegradoras que se mesclam com a música, canto e a uma situaçãomais efetiva (Toro, 1991). Dentro deste contexto está a biodanza,utiliza uma metodologia, cujos mecanismos induzem à mudançasorgânicas e existenciais, integrando os centros propulsores de62