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História do Futuro

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<strong>História</strong> <strong>do</strong> <strong>Futuro</strong>file://D:\Backup\Estudenet\e-Books\Barroco\Pe. Antônio Vieira\<strong>História</strong> <strong>do</strong> <strong>Futuro</strong>\T...Página 124 de 16927/08/2011exército?Mas passan<strong>do</strong> nós a encontros de maiores forças em que pelejaram os braços e não aindústria, que Hércules Tebano como Sansão, aquele que, ata<strong>do</strong> sete vezes, de umasó rompeu as cordas e nervos como se foram teias de aranha; aquele que, presodentro da cidade de Gaza, quebrou com as mãos os ferrolhos e lançou às costas asportas; aquele que, leva<strong>do</strong> ao templo <strong>do</strong>s Filistinos, lançou a mão direita e esquerdaa duas colunas, dan<strong>do</strong> com o templo em terra, sepultou debaixo dele to<strong>do</strong>s osidólatras; aquele que, com uma queixada de um jumento, matou, em campo aberto,mil de seus inimigos e ainda matara mais, se não fugiram to<strong>do</strong>s?Teve sede Sansão, cansa<strong>do</strong> de matar, e, arrancan<strong>do</strong> um dente da mesma queixada,fez brotar dela uma fonte. Assim obedecem os elementos a quem assim triunfa <strong>do</strong>shomens. Todas estas forças tinha este bizarro mancebo em sete cabelos, porquededicou to<strong>do</strong>s a Deus, desde seu nascimento.Segun<strong>do</strong> Sansão, foi Sangar capitão <strong>do</strong> mesmo povo depois de juiz, e juiz depois delavra<strong>do</strong>r, mas lavra<strong>do</strong>r que, fazen<strong>do</strong> montante <strong>do</strong> ara<strong>do</strong>, matou com ele em um diaseiscentos filisteus, e deixou semean<strong>do</strong> com seus corpos o campo que andavalavran<strong>do</strong>. Fique à trombeta da fama Josué, vence<strong>do</strong>r de trinta e um reis, e ofortíssimo Macabeu, restaura<strong>do</strong>r vítima da sua pátria. Paremos no valente Eleásaro,que, meten<strong>do</strong>-se intrepidamente com a espada debaixo de um elefante arma<strong>do</strong>,primeiro foi mata<strong>do</strong>r de sua sepultura, e depois ficou ali não sei se diga morto, semortalmente oprimi<strong>do</strong> <strong>do</strong> peso de tamanha vitória.Mas deixan<strong>do</strong> a guerra, o sangue e o estron<strong>do</strong> das armas, que história tão admirávelcomo a da casta Susana? Que sacrifício tão lastimoso como o da filha de Jepta, e tãoventuroso como o de Isaac posto já sobre o altar, e de entre a lenha e a espadaescapan<strong>do</strong> vivo? Que caso tão bem teci<strong>do</strong> como o de Moisés infante, já entregue àfúria <strong>do</strong> Nilo na barquinha ou naufrágio de vimes, toman<strong>do</strong> posto nos braços daPrincesa <strong>do</strong> Egito, encomenda<strong>do</strong> com maior ventura à própria mãe para que ocriassem a seus peitos? Que maravilha como a da sarça verde e sem arder no meiodas chamas, a <strong>do</strong>s meninos de Babilônia toman<strong>do</strong> fresco na fornalha, a de Danielcomen<strong>do</strong> e não comi<strong>do</strong> no lago <strong>do</strong>s leões, e a da serpente <strong>do</strong> Deserto dan<strong>do</strong> vida aosmordi<strong>do</strong>s só com olharem para ela? Que prudência como a de Salomão em mandarpartir o menino para conhecer a mãe verdadeira? Que engenho como o de Jacob emmeter as cores pelos olhos das mães, para pintar os cordeiros antes de nascerem?Que indústria como a de Daniel em semear de noite o templo de cinza, para mostrarde dia nas pegadas <strong>do</strong>s sacer<strong>do</strong>tes e seus filhos que eles e não o í<strong>do</strong>lo eram os quecomiam as ofertas? Que subtilezas de Esta<strong>do</strong> tão bem entendidas como as <strong>do</strong>s Livros<strong>do</strong>s Reis, que como as de David com Saul e as de Cusai com Aquitofel?Tu<strong>do</strong> nas divinas Escrituras é divino, tu<strong>do</strong> raro, tu<strong>do</strong> maravilhoso, e fora matériaimensa de prosseguir e impossível de compreender querer levar por diante osprincípios deste não intenta<strong>do</strong> discurso.Bastem estes poucos exemplos, mais aludi<strong>do</strong>s que conta<strong>do</strong>s, para que deles possaentender o leitor (que é o que só lhe pretendemos persuadir) quão fraca seria a todasas nações <strong>do</strong>s Gentios a lição <strong>do</strong>s Livros Sagra<strong>do</strong>s quan<strong>do</strong> chegassem a suas mãos, ecomo este foi o altíssimo conselho da Providência Divina, no estilo e disposição dasescrituras <strong>do</strong> Testamento Velho (tão diversas nesta parte das <strong>do</strong> Testamento Novo)temperan<strong>do</strong> a alteza e majestade de seus mistérios com o sabor de tantas verdadesgostosas e com a variedade de tantas maravilhas tão novas e tão notáveis, para que,convida<strong>do</strong>s com o cevo da curiosidade os que ainda não deviam àqueles livros outrosmelhores respeitos, aprendessem por eles a Fé de Deus e juntamente as esperançasde Cristo.E quão impossível cousa seja poderem ler os Gentios as Escrituras Sagradas, sembeberem daquelas fontes esta esperança, vê-se clara e naturalmente da matéria dasmesmas Escrituras, que, como todas, foram ordenadas à vinda de Cristo, e de Cristoem quanto Rei e Senhor <strong>do</strong> Mun<strong>do</strong>, apenas se acha cláusula em muitas delas que nãoesteja anuncian<strong>do</strong> esta vinda e este Reino.Três partes da Escritura, disse Cristo aos discípulos que falavam mais particularmentena sua vinda ao Mun<strong>do</strong>: os Profetas, os Salmos e os livros de Moisés: Necesse estimpleri omnia quae scripta sunt in lege Moysi et prophetis et psalmis de me. E

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