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diagnóstico das fábricas produtoras de gelo para ... - SOVERGS

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DIAGNÓSTICO DAS FÁBRICAS PRODUTORAS DE GELO PARA CONSUMO HUMANO<br />

NO MUNICÍPIO DE RIBEIRÃO PRETO/SP<br />

DIAGNOSIS OF FACTORIES ICE FOR HUMAN CONSUMPTION IN THE MUNICIPALITY<br />

OF RIBEIRAO PRETO/SP<br />

Eliane Sá <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong> Targa 1 , Juliana Nogueira Schiavon 1 , Antonio Semprini Filho 1 , Nelson<br />

Barbosa da Silva 1 , Dario Valente 2 , Omara G. Taha 3<br />

1 Fiscais Sanitários – Divisão <strong>de</strong> Vigilância Sanitária do município <strong>de</strong> Ribeirão Preto/SP<br />

2 Médico Veterinário da Divisão <strong>de</strong> Vigilância Sanitária do município <strong>de</strong> Ribeirão Preto/SP<br />

3 Engenheira <strong>de</strong> Alimentos do Grupo <strong>de</strong> Vigilância Sanitária da Secretaria Estadual <strong>de</strong><br />

Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo (SES SP)<br />

Palavras-chave: <strong>gelo</strong>, boas práticas <strong>de</strong> fabricação, rotulagem<br />

Introdução<br />

Gelo é um produto utilizado com múltiplas finalida<strong>de</strong>s, po<strong>de</strong>ndo ser usado na conservação<br />

<strong>de</strong> alimentos, retardando ou inibindo a multiplicação bacteriana e também se <strong>de</strong>stina a gelar<br />

bebi<strong>das</strong> em geral, <strong>de</strong> forma direta ou indireta. Portanto, <strong>gelo</strong> <strong>de</strong>ve ser obtido a partir <strong>de</strong> água<br />

potável e requer os mesmos cuidados que cercam a produção dos <strong>de</strong>mais alimentos.<br />

Germano et al. (2001) afirmam que a maioria dos microrganismos que contaminam, por<br />

exemplo, o pescado está relacionado com a qualida<strong>de</strong> da água utilizada <strong>para</strong> a elaboração<br />

do <strong>gelo</strong> usado na conservação do produto.<br />

Quando água poluída for usada <strong>para</strong> fabricar o <strong>gelo</strong> é certa a contaminação <strong>de</strong> produtos<br />

durante o resfriamento, po<strong>de</strong>ndo ocorrer contaminação entre o <strong>gelo</strong> e o produto ou entre o<br />

<strong>gelo</strong> e os recipientes utilizados no transporte (VIEIRA et al., 1997).<br />

O <strong>de</strong>scumprimento <strong>das</strong> Boas Práticas <strong>de</strong> Fabricação e <strong>das</strong> <strong>de</strong>mais exigências sanitárias<br />

compromete a produção <strong>de</strong> alimentos seguros, e no que se refere à industrialização <strong>de</strong> <strong>gelo</strong>,<br />

a água é consi<strong>de</strong>rada um fator <strong>de</strong>terminante <strong>para</strong> obtenção <strong>de</strong> um produto <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>.<br />

Embora as empresas do setor localiza<strong>das</strong> no município <strong>de</strong> Ribeirão Preto tenham sido, em<br />

2009 inspeciona<strong>das</strong> e notifica<strong>das</strong> quanto à importância e obrigatorieda<strong>de</strong> da adoção <strong>das</strong><br />

boas práticas na fabricação <strong>de</strong> Gelo, constatou-se resistência por parte <strong>das</strong> mesmas em<br />

a<strong>de</strong>rir às normas, talvez por consi<strong>de</strong>rarem que a matéria prima e o produto final não<br />

ofereçam gran<strong>de</strong>s riscos à saú<strong>de</strong>.<br />

Diante <strong>de</strong>ssa realida<strong>de</strong> o presente trabalho teve o objetivo <strong>de</strong> elaborar um <strong>diagnóstico</strong> sobre<br />

as condições higiênico-sanitárias <strong>das</strong> empresas do setor, usando como referência a<br />

legislação sanitária vigente, com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mudar este panorama.<br />

Material e Métodos<br />

No ano <strong>de</strong> 2010, 05 estabelecimentos produtores <strong>de</strong> <strong>gelo</strong> <strong>de</strong>stinado ao consumo humano<br />

localiza<strong>das</strong> no município <strong>de</strong> Ribeirão Preto, São Paulo, foram inspecionados e reavaliados<br />

com relação à estrutura física, aos procedimentos <strong>de</strong> boas práticas e rotulagem.<br />

A avaliação da estrutura física teve como base a Portaria CVS-6/99 (SÃO PAULO, 1999).<br />

As Boas Práticas estão basea<strong>das</strong> em normas estabeleci<strong>das</strong> pela legislação vigente Portaria<br />

326/97 SUS/MS (BRASIL, 1997) e Resolução RDC nº 275/02 (BRASIL, 2002b).<br />

As informações obrigatórias <strong>de</strong> rotulagem baseada na Resolução RDC nº 259/2002<br />

(BRASIL, 2002a) dispostas <strong>de</strong> forma a<strong>de</strong>quada e a correta <strong>de</strong>signação do produto, “Gelo<br />

<strong>para</strong> consumo humano”, conforme <strong>de</strong>termina a Resolução RDC nº 274/2005 (BRASIL, 2005)<br />

evita que consumidor seja enganado com relação ao a<strong>de</strong>quado uso do produto, pois além<br />

<strong>de</strong> <strong>gelo</strong> <strong>para</strong> consumo humano as empresas possuem linha <strong>de</strong> produção <strong>para</strong> <strong>gelo</strong><br />

consi<strong>de</strong>rado e <strong>de</strong>nominado por eles como “<strong>gelo</strong> impróprio <strong>para</strong> consumo humano” ou “<strong>gelo</strong><br />

não comestível”, utilizando embalagens muito pareci<strong>das</strong> e expressões conflitantes,<br />

ocasionado difícil distinção, principalmente após a dispensa da obrigatorieda<strong>de</strong> do registro<br />

junto ao Ministério da Saú<strong>de</strong>.<br />

Resultados e Discussão


Foi evi<strong>de</strong>nciado que to<strong>das</strong> as empresas inspeciona<strong>das</strong>, que somam uma média <strong>de</strong> produção<br />

diária <strong>de</strong> aproximadamente 15.000 kg <strong>de</strong> <strong>gelo</strong> <strong>para</strong> consumo humano, também produzem o<br />

<strong>gelo</strong> classificado como impróprio <strong>para</strong> consumo humano, em quantida<strong>de</strong> elevada,<br />

aproximadamente 30.000 kg. Quatro (04) empresas utilizam água <strong>de</strong> fonte alternativa (poço<br />

artesiano) e 01 da re<strong>de</strong> pública. Das 04 fontes alternativas 01 não possui regularização junto<br />

a VISA.<br />

Com relação à estrutura física 40% estão a<strong>de</strong>qua<strong>das</strong> e 60% estão com as a<strong>de</strong>quações em<br />

andamento, item mais compreendido pelos responsáveis.<br />

Nenhuma <strong>de</strong>las possui Manual <strong>de</strong> Boas Práticas <strong>de</strong> Fabricação e Procedimentos<br />

Operacionais Padronizados elaborados e implantados efetivamente, pois os responsáveis<br />

normalmente não estão capacitados e não visualizam e compreen<strong>de</strong>m a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

contratação <strong>de</strong> um profissional habilitado <strong>para</strong> elaboração e implantação <strong>de</strong>ssas normas.<br />

Com relação à rotulagem dos produtos, 100% <strong>das</strong> empresas apresentaram<br />

inconformida<strong>de</strong>s, inclusive com expressões conflitantes que po<strong>de</strong>m induzir o consumidor a<br />

engano sobre a sua verda<strong>de</strong>ira composição e finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uso.<br />

Conclusões<br />

As más condições higiênico-sanitárias verifica<strong>das</strong> nos estabelecimentos produtores <strong>de</strong> <strong>gelo</strong><br />

<strong>para</strong> consumo humano indicam que os produtos elaborados por esses estabelecimentos<br />

po<strong>de</strong>m apresentar significativo perigo à saú<strong>de</strong> do consumidor, e consi<strong>de</strong>rando que 100%<br />

dos estabelecimentos apresentavam inconformida<strong>de</strong>s com as exigências regulamentares<br />

avalia<strong>das</strong>, houve a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> autuação <strong>de</strong> três empresas e orientação técnica em<br />

outras duas, sendo que a empresa que utiliza fonte alternativa não regularizada foi<br />

encaminhada <strong>para</strong> a suspensão da ativida<strong>de</strong>.<br />

Ainda, será proposta uma reunião coletiva com o setor visando padronização e agilização<br />

<strong>das</strong> condutas técnicas; o trabalho terá continuida<strong>de</strong> buscando estratégias <strong>para</strong> evitar o<br />

<strong>de</strong>svio <strong>de</strong> uso do produto Gelo impróprio <strong>para</strong> consumo humano.<br />

Referências Bibliográficas<br />

BRASIL. Portaria SVS/MS nº 326, <strong>de</strong> 30/07/1997. Regulamento Técnico sobre as Condições<br />

Higiênico-Sanitárias e <strong>de</strong> Boas Práticas <strong>de</strong> Fabricação <strong>para</strong> Estabelecimentos<br />

Produtores/Industrializadores <strong>de</strong> Alimentos. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 01 ago<br />

1997. Seção 1.<br />

BRASIL. Resolução RDC ANVISA/MS nº 259, <strong>de</strong> 21 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 2002a. Regulamento<br />

Técnico <strong>para</strong> Rotulagem <strong>de</strong> Alimentos Embalados. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 23<br />

set. 2002. Seção 1.<br />

BRASIL. Resolução RDC ANVISA/MS nº 275, <strong>de</strong> 21 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 2002b. Regulamento<br />

Técnico <strong>de</strong> Procedimentos Operacionais Padronizados aplicados aos Estabelecimentos<br />

Produtores/Industrializadores <strong>de</strong> Alimentos e a Lista <strong>de</strong> Verificação <strong>das</strong> Boas Práticas <strong>de</strong><br />

Fabricação em Estabelecimentos Produtores/Industrializadores <strong>de</strong> Alimentos. Diário Oficial<br />

da União, Brasília, DF, 06 nov. 2002. Seção 1.<br />

BRASIL. Resolução RDC nº 274, <strong>de</strong> 22/09/2005. Regulamento Técnico <strong>para</strong> Águas<br />

Envasa<strong>das</strong> e Gelo. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 23 set 2005.<br />

GERMANO. P.M.L.; GERMANO, M.I.S. Higiene e Vigilância Sanitária <strong>de</strong> Alimentos. 2 ed.<br />

São Paulo: Livraria Varela, 2001.<br />

SÃO PAULO. Estado. Centro <strong>de</strong> Vigilância Sanitária. Portaria CVS nº 6, <strong>de</strong> 10 <strong>de</strong> março <strong>de</strong><br />

1999. Regulamento Técnico sobre os Parâmetros e Critérios <strong>para</strong> o Controle Higiênico-<br />

Sanitário em Estabelecimentos <strong>de</strong> Alimentos. Diário Oficial do Estado <strong>de</strong> São Paulo, São<br />

Paulo, SP, 12 set 1999.<br />

VIEIRA, K.V.M.; MAIA, D.C.C.; JANEBRO, D.I.; VIEIRA, R.H.F.; CEBALLOS,<br />

B.S.O.Influência <strong>das</strong> condições higiênico-sanitárias no processo <strong>de</strong> beneficiamento <strong>de</strong><br />

tilápias(Oreocrhomis niloticus) em filés congelados. Higiene Alimentar, São Paulo, v. 14, n.<br />

71,p. 37-40, 2000.<br />

Contato com autor: Eliane S.Andra<strong>de</strong>Targa, através dos fones 16-39779352, 16-81598410,<br />

email: elitarga@hotmail.com, Rua Pru<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> Moraes nº457 – centro – Ribeirão Preto/SP

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