13.07.2015 Views

Joaquim Nabuco: a história em primeira pessoa - Fundação Casa ...

Joaquim Nabuco: a história em primeira pessoa - Fundação Casa ...

Joaquim Nabuco: a história em primeira pessoa - Fundação Casa ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

<strong>Fundação</strong> <strong>Casa</strong> de Rui Barbosawww.casaruibarbosa.gov.bro nome de deserto do esquecimento”; [...] objetivava realizar uma ruptura entre Monarquiae República, e ignorando todo o progresso material então alcançado. 25Em Balmaceda, Um estadista do Império e Minha formação, <strong>Nabuco</strong> vai oporcontinuidade e reformismo à mudança revolucionária, identificada com o “jacobinismo”dos fundadores da nossa República e do presidente chileno deposto. Trata, assim, derestabelecer o que ele considera o sentido da herança depositada pela <strong>história</strong> nacional,e que deveria constituir a base sólida e natural do desenvolvimento político de paísescomo o Chile e o Brasil, que conheceram o privilégio de haver acumulado algumaexperiência d<strong>em</strong>ocrática, 26 cultura social que fora violada pelo gênio sul-americano daditadura. 27A década de 1890 assistirá ao desenvolvimento e à consolidação de uma interpretaçãorevisionista da <strong>história</strong> da monarquia brasileira que segue de perto as linhas gerais dodiagnóstico de <strong>Nabuco</strong>, cujos ecos se encontram, por ex<strong>em</strong>plo, <strong>em</strong>bora de maneiraainda mais partidária, no grande balanço intitulado A década republicana, promovidopelo Diretório Monarquista e organizado pelo visconde de Ouro Preto. Essainterpretação se prolonga <strong>em</strong> O ocaso do Império (1925), de Oliveira Viana, e constituiainda a versão canônica de boa parte da historiografia brasileira.Nela, põe-se de lado a longa duração do regime servil e sublinha-se a extinção pacíficada escravidão; faz-se abstração das revoltas regionais e salienta-se a consolidação daunidade nacional desenvolvida pela Coroa e mais: a obra de construção do Estadobrasileiro, do sist<strong>em</strong>a político-administrativo, o funcionamento continuado do parlamentoe de partidos políticos, <strong>em</strong> um regime onde vigorava ampla liberdade de expressão. Porúltimo, ao lado desse rol de feitos positivos gerados pelo realismo, quase nunca sedeixa de mencionar a chance histórica de ter sido o regime conduzido por um monarca25 GOMES, Ângela de Castro. Op. cit. p. 21.26 ALENCAR. José Almino. Op. cit. p. 236-237.27 NABUCO, <strong>Joaquim</strong>. Balmaceda. São Paulo: Cosac Naify, 2008, p. 42-43.JOSÉ ALMINO DE ALENCAR: <strong>Joaquim</strong> <strong>Nabuco</strong>: A <strong>história</strong> <strong>em</strong> <strong>primeira</strong> <strong>pessoa</strong> 10

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!