13.07.2015 Views

Joaquim Nabuco: a história em primeira pessoa - Fundação Casa ...

Joaquim Nabuco: a história em primeira pessoa - Fundação Casa ...

Joaquim Nabuco: a história em primeira pessoa - Fundação Casa ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

<strong>Fundação</strong> <strong>Casa</strong> de Rui Barbosawww.casaruibarbosa.gov.brbrasileira e da construção da posição dessa sociedade num mundo que s<strong>em</strong>odernizava. Quando falam de si ou um dos outros, esses intelectuais falam quases<strong>em</strong>pre também da nação, “na medida <strong>em</strong> que se institu<strong>em</strong> como representantes deuma ‘vontade geral’ e portadores de um sentido comum a toda a sociedade”. 22Enquanto <strong>em</strong> O abolicionismo – supostamente um texto panfletário – <strong>Nabuco</strong>estabelecia um diagnóstico bastante elaborado da estrutura social brasileira, nas suasobras históricas, que traziam a pretensão do trabalho do estudioso, nós encontramos amarca da intenção política, do confronto com a época imediata: a <strong>primeira</strong> décadarepublicana.No seu discurso de posse como novo associado no Instituto Histórico GeográficoBrasileiro, <strong>em</strong> 25 de outubro de 1896, <strong>Joaquim</strong> <strong>Nabuco</strong> dizia que a <strong>história</strong> do Brasil, oumelhor, a sua interpretação, atravessava[...] uma grave crise, cujo resultado podia ser sua “mutilação definitiva”. Os agentes dessaação eram uma “escola religiosa” [evident<strong>em</strong>ente os positivistas] que pretendia reduzir a<strong>história</strong> nacional a três nomes: Tiradentes, José Bonifácio e Benjamin Constant. A questãode <strong>Nabuco</strong>, entretanto, não era a de negar o “direito” a nenhum dos três comorepresentantes gloriosos de nossa <strong>história</strong>. Ele não discute, inclusive, o lugar atribuído aBenjamin Constant, incontestavelmente o Fundador da República. Mas não concorda queTiradentes “resuma <strong>em</strong> si o ingente esforço pela independência”, a ponto de não sevalorizar “os heróis pernambucanos <strong>em</strong> 1817”, ou de que José Bonifácio fosse maisdestacado que Pedro I, até porque aquele se ligava muito mais à independência do que aopassado imperial. 2322 CARVALHO, Maria Alice Rezende de. “<strong>Casa</strong>-grande & senzala e o pensamento social brasileiro”. In:FONSECA, Edson Nery da; GIUCCI, Guillermo; LARRETA, Enrique (org.). <strong>Casa</strong>-grande & senzala – ediçãocrítica. Madri: Unesco, 2002, p. 877-878. (Col. Archivos, vol. 55).23 Cf. GOMES, Ângela de Castro. “Rascunhos de <strong>história</strong> imediata: de monarquistas e republicanos <strong>em</strong> umtriângulo de cartas”. In: R<strong>em</strong>ate de Males, n. 24. Campinas: Departamento de Teoria Literária, Instituto deEstudos da Linguag<strong>em</strong>, Universidade de Campinas, 2004, p. 20.JOSÉ ALMINO DE ALENCAR: <strong>Joaquim</strong> <strong>Nabuco</strong>: A <strong>história</strong> <strong>em</strong> <strong>primeira</strong> <strong>pessoa</strong> 8

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!