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SUPLEMENTODiário OficialConte Lopes: 1º Vice-Presi<strong>de</strong>nteDavi Zaia: 2º Vice-Presi<strong>de</strong>ntePalácio Nove <strong>de</strong> JulhoCarlinhos Almeida: 1º SecretárioBarros Munhoz - Presi<strong>de</strong>nteAv. Pedro Álvares Cabral, 201Roberto Engler: 3º Vice-Presi<strong>de</strong>nteVinícius Camarinha: 4º Vice-Presi<strong>de</strong>nteVolume 119 • Número 222 • <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, sába<strong>do</strong>, 28 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 2009Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>Al<strong>do</strong> Demarchi: 2º SecretárioCEP 04097-900 Tel. 3886-6122Feliciano Filho: 3º SecretárioAna <strong>do</strong> Carmo: 4ª Secretáriawww.al.sp.gov.brwww.imprensaoficial.com.brPODERLegislativoDiário da <strong>Assembleia</strong> <strong>Legislativa</strong>16ª LegislaturaASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE SÃO PAULORelatório Final <strong>do</strong>s Trabalhos da ComissãoParlamentar <strong>de</strong> Inquérito (CPI), instauradapelo Ato nº 60/2009, com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong>investigar <strong>de</strong>núncias <strong>de</strong> frau<strong>de</strong>s em licitaçõespara a construção <strong>de</strong> casas pela Companhia <strong>de</strong>Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU),conforme o Requerimento nº 1.506, <strong>de</strong> 2007.Presi<strong>de</strong>nte: Deputa<strong>do</strong> JOSÉ AUGUSTOVice-Presi<strong>de</strong>nte: Deputa<strong>do</strong> MILTON FLÁVIORelator: Deputa<strong>do</strong> ROBERTO MORAISEFETIVOSPSDBDep. Bruno CovasDep. José AugustoDep. Milton FlávioPTDep. Ênio TattoDep. Antonio MentorDEMDep. Eli Corrêa FilhoPPSDep. Roberto MoraisPVDep. Chico Sar<strong>de</strong>lliPTBDep. Roque Barbiere<strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, 05 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 2009MEMBROSSUBSTITUTOSPSDBDep. Cássio NavarroHélio NishimotoRoberto MassaferaPTDep. Simão PedroDep. Ana <strong>do</strong> CarmoDEMDep. Edmir ChedidPPSDep. Vitor SapienzaPVDep. Afonso LobatoPTBDep. Campos Macha<strong>do</strong>1) IntroduçãoAtravés <strong>do</strong> Requerimento nº 1.506, <strong>de</strong> 22 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 2007, <strong>de</strong> autoria <strong>do</strong> Sr. Deputa<strong>do</strong>Mário Reali, e outros, nos termos <strong>do</strong> que prevê o artigo 13, § 2º, da Constituição <strong>do</strong>Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong> e <strong>do</strong> artigo nº 34, da XII Consolidação <strong>do</strong> Regimento Interno, propôs aconstituição <strong>de</strong> uma Comissão Parlamentar <strong>de</strong> Inquérito, composta <strong>de</strong> 9 (nove) Deputa<strong>do</strong>s,com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> investigar <strong>de</strong>núncias da prática <strong>de</strong> supostas frau<strong>de</strong>s em licitações promovidaspla Companhia <strong>de</strong> Desenvolvimento Habitacional e Urbano <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>(CDHU), para a construção <strong>de</strong> moradias populares no Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>.Esta Comissão Parlamentar <strong>de</strong> Inquérito foi criada em 06 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 2009, por meio<strong>do</strong> Ato nº 41 <strong>de</strong> 2009, e efetivamente constituída em 28 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 2009, pelo Ato nº 60 <strong>de</strong>2009.A Comissão foi instalada em 03 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2009, e a eleição <strong>de</strong> seu Presi<strong>de</strong>nte eRelator <strong>de</strong>u-se em 09 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2009, fican<strong>do</strong> assim consolidada:Presi<strong>de</strong>nte – Deputa<strong>do</strong> José AugustoVice-Presi<strong>de</strong>nte – Deputa<strong>do</strong> Milton FlávioRelator – Deputa<strong>do</strong> Roberto MoraisSecretário: A<strong>de</strong>mar Trinda<strong>de</strong> Cruz e Letícia Chamy FarkuhA chamada “CPI da CDHU” foi instituída para ter duração <strong>de</strong> 120 (cento e vinte)dias.Assim, inicia<strong>do</strong>s os trabalhos em 03 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2009, e computa<strong>do</strong> o recesso <strong>de</strong>ssacasa parlamentar, em julho <strong>de</strong> 2009, o termo final da CPI da CDHU se dá em 03 <strong>de</strong> novembro<strong>de</strong> 2009, ao que, nos termos <strong>do</strong> Artigo 34-C, da XIII Consolidação <strong>do</strong> Regimento Internoda Assembléia <strong>Legislativa</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, <strong>de</strong>verá ser esse relatório, vota<strong>do</strong> na sessão<strong>de</strong>sta data.2) HistóricoA Justificativa encartada no requerimento nº 1.506, <strong>de</strong> 22 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 2007,trata das informações divulgadas pelo Jornal Folha <strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong> (página C7, Edição <strong>de</strong>16/05/2007), objeto <strong>de</strong> investigações encetadas pela Polícia Civil e Ministério Público <strong>do</strong>Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, em que divulgam-se <strong>de</strong>núncias da existência <strong>de</strong> um esquema envolven<strong>do</strong>políticos, empresários, advoga<strong>do</strong>s e funcionários da CDHU, com o objetivo <strong>de</strong> fraudarlicitações <strong>de</strong>stinadas a construção <strong>de</strong> habitações populares.Com efeito, em maio <strong>de</strong> 2007, momento em que fora requerida a instalação <strong>de</strong>ssaCPI, havia ocorri<strong>do</strong> a <strong>de</strong>flagração da chamada Operação Pomar pela Polícia Civil, iniciadacom a emissão <strong>de</strong> 23 manda<strong>do</strong>s <strong>de</strong> busca e apreensão e 17 manda<strong>do</strong>s <strong>de</strong> prisão.A Operação Pomar teve início com informação <strong>do</strong> Tribunal <strong>de</strong> Contas <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>,após constatação <strong>de</strong> que nas licitações para a construção <strong>de</strong> casas populares pelas PrefeiturasMunicipais da região eram as mesmas empresas que restava vence<strong>do</strong>ras, <strong>de</strong>notan<strong>do</strong>algum tipo <strong>de</strong> favorecimento.Essas obras eram realizadas pelas Prefeituras Municipais com repasse financeiropela CDHU, <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> programa habitacional <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong> Habiteto.Daí a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se constituir a presente Comissão Parlamentar <strong>de</strong> Inquérito,com o objetivo <strong>de</strong> investigar e apurar essas <strong>de</strong>núncias <strong>de</strong> mal uso <strong>do</strong> dinheiro público.3) DepoimentosDurante os trabalhos <strong>de</strong>ssa CPI da CDHU, como foi <strong>de</strong>nominada a CPI instituída peloAto nº 41, com o objetivo <strong>de</strong> colher informações que <strong>de</strong>ssem subsídio aos nossos trabalhos,foram ouvidas as seguintes pessoas.Em sessão <strong>de</strong> 09 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 2009, foi ouvi<strong>do</strong> o Sr. Sérgio Pinaffi, ex-prefeito <strong>de</strong>Pirapozinho, por <strong>do</strong>is mandatos à partir <strong>de</strong> 2001.Em 23 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 2009 foi ouvi<strong>do</strong> o Sr. Gabriel Vassílios Píperas, ex-prefeito <strong>de</strong>Narandiba, por um mandato à partir <strong>de</strong> 2001.Em 30 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 2009 foi ouvi<strong>do</strong> o Sr. José Fernan<strong>do</strong> Tole<strong>do</strong> Osório, Sócio Diretorda empresa LBR Engenharia, Coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>r <strong>do</strong> Consórcio MaxiHab.Em 07 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 2009 foi ouvi<strong>do</strong> o Sr. Climério <strong>de</strong> Tole<strong>do</strong> Pereira, engenheiro, exgerente regional da CDHU em Presi<strong>de</strong>nte Pru<strong>de</strong>nte.Em 14 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 2009 foi ouvi<strong>do</strong> o Sr. Ângelo César Malacrida, ex-prefeito <strong>de</strong>Presi<strong>de</strong>nte Venceslau, por um mandato à partir <strong>de</strong> 2005.Em 28 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 2009, foram ouvi<strong>do</strong>s os Srs. João Degair Favareto, engenheirocivil da Prefeitura Municipal <strong>de</strong> Pirapozinho e o Sr. Dejair Bistafa, responsável pelo <strong>de</strong>partamento<strong>de</strong> compras da Prefeitura Municipal <strong>de</strong> Pirapozinho <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 2005 a novembro<strong>de</strong> 2006.


2 – <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, 119 (222) – Suplemento Diário Oficial Po<strong>de</strong>r Legislativo sába<strong>do</strong>, 28 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 20094) Transcrição <strong>do</strong>s DepoimentosAbaixo transcrevemos os <strong>de</strong>poimentos presta<strong>do</strong>s à essa comissão e disponibiliza<strong>do</strong>saté a data da elaboração <strong>do</strong> presente relatório.COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITOCDHUBK CONSULTORIA E SERVIÇOS LTDA.09/09/2009O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Bom-dia a to<strong>do</strong>s.Haven<strong>do</strong> número regimental, <strong>de</strong>claro aberta a 5ª Reunião da Comissão Parlamentar<strong>de</strong> Inquérito constituída com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> investigar <strong>de</strong>núncias <strong>de</strong> frau<strong>de</strong>s em licitaçõespara a construção <strong>de</strong> casas pela Companhia <strong>de</strong> Desenvolvimento Habitacional e Urbano(CDHU).Quero registrar a presença <strong>do</strong>s Deputa<strong>do</strong>s Antonio Mentor, a quem eu esperei até omomento porque não começaria esta sessão sem a presença <strong>do</strong> digníssimo Deputa<strong>do</strong> AntonioMentor; <strong>de</strong>puta<strong>do</strong>, V. Exa. ilustra os nossos trabalhos.Quero cumprimentar aqui a presença <strong>do</strong> nobre Deputa<strong>do</strong> Enio Tatto.Cumprimentar aqui a presença <strong>do</strong> Deputa<strong>do</strong> Chico Sar<strong>de</strong>lli, a quem também faço amesma afirmativa aqui <strong>de</strong> esperar aqui por V. Exa. que abrilhanta aqui os nossos trabalhosO SR. CHICO SARDELLI – PV – Agra<strong>de</strong>ço, Presi<strong>de</strong>nte. É os <strong>do</strong>is americanenses. Mentore Chico.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Exatamente.Quero cumprimentar a presença <strong>do</strong> Deputa<strong>do</strong> Bruno Covas. Fiquei aqui em afliçãoquan<strong>do</strong> falaram: ele está <strong>de</strong>scen<strong>do</strong>. Pensei que estava <strong>de</strong>scen<strong>do</strong> para Santos. Quero aquidizer da minha alegria quan<strong>do</strong> V. Exa. a<strong>de</strong>ntrou aqui ao plenário.Quero cumprimentar a presença <strong>do</strong> nosso sempre <strong>de</strong>puta<strong>do</strong> que tem uma experiênciaimensa, Deputa<strong>do</strong> Vitor Sapienza, que ilustra aqui esta CPI com sua presença.E o Deputa<strong>do</strong> Roberto Massafera.E agora ainda o Deputa<strong>do</strong> Milton Flávio.O SR. ENIO TATTO – PT – Pela or<strong>de</strong>m, senhor Presi<strong>de</strong>nte.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Tem V. Exa. a palavra.O SR. ENIO TATTO – PT – Sr. Presi<strong>de</strong>nte, queria cumprimentar a to<strong>do</strong>s os <strong>de</strong>puta<strong>do</strong>s ecumprimentar vossa excelência.Queria registrar a presença aqui também <strong>do</strong>s companheiros lá <strong>do</strong> Movimento daFrente <strong>de</strong> Luta por Moradia – Osmar, Anete e Nelson, já que nós estamos tratan<strong>do</strong> aqui <strong>de</strong>uma CPI <strong>do</strong> CDHU, on<strong>de</strong> estamos tentan<strong>do</strong> apurar licitações irregulares, <strong>de</strong>svio <strong>de</strong> dinheiro,eles fazem uma luta por moradia. E eles são lá <strong>do</strong> <strong>de</strong>spejo que teve da Olga Benário, quealguns <strong>de</strong>puta<strong>do</strong>s fizeram a visita lá.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Muito bem.O SR. ENIO TATTO – PT – Esse era apenas um <strong>do</strong>s pontos. Registrar a presença <strong>de</strong>lesaqui.Eu queria verificar como que se proce<strong>de</strong>, senhor Presi<strong>de</strong>nte. Nós temos o relator queestá impossibilita<strong>do</strong> <strong>de</strong> participar das reuniões por motivo <strong>de</strong> <strong>do</strong>ença, que é o nosso Deputa<strong>do</strong>Roberto Morais. E não tem um segun<strong>do</strong> relator e nós também não tiramos os sub-relatores.Como funciona isso? É a primeira CPI que eu participo. Quan<strong>do</strong> falta o presi<strong>de</strong>nte, ovice assume. Quan<strong>do</strong> o relator não po<strong>de</strong> comparecer, quem está responsável pela relatoria?Porque precisamos ter um relator.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Antes <strong>de</strong> respon<strong>de</strong>r a V. Exa., eu queriasolicitar ao Secretário a leitura da Ata da reunião anterior.O SR. – Pela or<strong>de</strong>m, senhor Presi<strong>de</strong>nte.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Tem V. Exa. a palavra.O SR. – Eu solicito a dispensa da leitura da Ata.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – É regimental o pedi<strong>do</strong> <strong>de</strong> V. Exa. Estádispensada a leitura da Ata.Queria dizer para V. Exa. o seguinte. Que na ausência <strong>do</strong> Deputa<strong>do</strong> Roberto Morais,o seu suplente, Deputa<strong>do</strong> Vitor Sapienza, vem fazen<strong>do</strong> as anotações juntamente com onosso Vice-Presi<strong>de</strong>nte e nós esperamos o retorno, o mais breve possível, <strong>do</strong> nosso RelatorRoberto Morais que fará a leitura das Atas e tenho certeza que saberá encaminhar o seurelatório, na gran<strong>de</strong>za que ele sempre <strong>de</strong>monstrou nesta Casa.Então, eu queria, respondida a questão <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> V. Exa., e registrada aqui apresença <strong>do</strong>s Deputa<strong>do</strong>s, convidar o senhor Sérgio Pinaffi que está presente hoje aqui parafazer o seu <strong>de</strong>poimento. Sr. Sérgio Pinaffi, por favor.Sr. Sérgio Pinaffi, o senhor foi convoca<strong>do</strong> a comparecer a esta CPI constituída peloAto n. 60, <strong>de</strong> 2009, Requerimento n. 3.528, <strong>de</strong> 2007, com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> investigar <strong>de</strong>núncias<strong>de</strong> frau<strong>de</strong>s em licitações para a construção <strong>de</strong> casas pela Companhia <strong>de</strong> DesenvolvimentoHabitacional e Urbano (CDHU). E, como testemunha, com fundamento no art. 213 e218, ambos <strong>do</strong> Código <strong>de</strong> Processo Penal, combina<strong>do</strong> com o § 2º, <strong>do</strong> art. 13, da Constituição<strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, e art. 3º, da Lei Estadual n. 11.124, <strong>de</strong> 10 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 2002, bem como <strong>de</strong>maisnormas constitucionais e infraconstitucionais aplicáveis à espécie, cumpre-nos adverti-loque <strong>de</strong>ve dizer a verda<strong>de</strong>, não po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> fazer afirmação falsa, calar ou negar a verda<strong>de</strong> arespeito <strong>do</strong>s fatos <strong>de</strong> seu conhecimento por incorrer no crime previsto no art. 4º, II, da LeiFe<strong>de</strong>ral n. 1.579, <strong>de</strong> 18 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 1952.Tem um termo <strong>de</strong> compromisso que o senhor vai ler. Gostaria que V. Sa. pu<strong>de</strong>sse ler.Pediria que V. Sa. pu<strong>de</strong>sse fazer essa leitura no microfone.O SR. SÉRGIO PINAFFI – Termo <strong>de</strong> compromisso <strong>do</strong> <strong>de</strong>poente. Sob minha palavra<strong>de</strong> honra, prometo dizer a verda<strong>de</strong> <strong>do</strong> que souber e me for pergunta<strong>do</strong> relaciona<strong>do</strong> com ainvestigação a cargo <strong>de</strong>sta Comissão Parlamentar <strong>de</strong> Inquérito.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Peço a V. Exa. a gentileza <strong>de</strong> relatar oque souber, explican<strong>do</strong> sempre as razões <strong>de</strong> sua ciência ou as circunstâncias pelas quaispossa avaliar <strong>de</strong> sua credibilida<strong>de</strong>.O SR. SÉRGIO PINAFFI – Bem, o que eu posso...O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – A sugestão <strong>do</strong> nosso Deputa<strong>do</strong> AntonioMentor, seria importante que o senhor pu<strong>de</strong>sse fazer o termo <strong>de</strong> qualificação: nome completo,ida<strong>de</strong>. Isso ajuda a complementar as informações.O SR. SÉRGIO PINAFFI – Sérgio Pinaffi. Ida<strong>de</strong>, completo no dia 20 <strong>de</strong> setembro próximo,59 anos. Casa<strong>do</strong>. En<strong>de</strong>reço: Cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Pirapozinho, Rua Mário Angelo Sereghetti, 1234.Profissão: comerciante. Local <strong>de</strong> trabalho: no momento eu trabalho com vendas externas,então não tem um lugar certo, porém a minha referência é minha própria casa.Grau <strong>de</strong> parentesco com alguma das partes, excelência? Tenho sim com uma pessoaque foi envolvida sim.O SR. ENIO TATTO – PT – Desculpa, Presi<strong>de</strong>nte. Po<strong>de</strong>ria falar no microfone para agente participar também da conversa?O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Eu perguntei a ele se ele tinha algumparente. Ele disse que tem. E se podia citar o nome da pessoa.O SR. SÉRGIO PINAFFI – Meu genro, Ricar<strong>do</strong> Antonio <strong>do</strong>s Santos.Relações com as partes. Eu apenas construí 198 casas no meu município. Relação sóessa.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – O senhor po<strong>de</strong>ria relatar o que sabe,explican<strong>do</strong> sempre as razões <strong>de</strong> sua ciência e fazer um relato <strong>do</strong> que aconteceu nesse processoque o senhor faz parte.O SR. SÉRGIO PINAFFI – Muito bem. Eu fui prefeito na Cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Pirapozinho por<strong>do</strong>is mandatos, a partir <strong>de</strong> 2001. E havia necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> construção <strong>de</strong> casas populares. O<strong>de</strong>puta<strong>do</strong> conhece a luta <strong>do</strong> Prefeito <strong>de</strong> ir e vir para <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, correr atrás <strong>de</strong> verbas, e é oque eu fiz. Consegui. E para que essas casas fossem acessíveis principalmente àquelas pessoas<strong>de</strong> baixíssima renda, já que na minha cida<strong>de</strong> tem lá uma linha da Fepasa <strong>de</strong>sativada elá tinha... Tinha, não. Ainda tem uma mini favela. Ali era o foco principal nosso. Tanto é queeu consegui junto ao CDHU que se <strong>de</strong>stinasse 50, das 198 casas, direcionadas para aquelaárea. Não foi sequer sorteio. Como eu já afirmei que a pretensão era atingir pessoal <strong>de</strong>menor renda, conseguimos essas casas pelo sistema <strong>de</strong> mutirão, on<strong>de</strong> o interessa<strong>do</strong> participatambém na construção com mão <strong>de</strong> obra.Abrimos a licitação e foi publica<strong>do</strong> normalmente to<strong>do</strong>s os trâmites legais. Ganhouuma empresa que começou os trabalhos. E a conclusão, chegou ao ponto <strong>de</strong> as casas jáestarem com a primeira mão <strong>de</strong> pintura, então estavam praticamente concluídas. Tu<strong>do</strong>normal. E, <strong>de</strong> repente, eu que até 2006 nunca respondi a um inquérito, nunca tive nadacom problema <strong>de</strong> Justiça, com nada, <strong>de</strong> repente <strong>de</strong>spejaram na minha cabeça um bal<strong>de</strong> <strong>de</strong>pedras e tu<strong>do</strong> quanto é coisa. Enfim, acabaram comigo. Hoje eu sou um homem... Aindabem que eu não <strong>de</strong>sanimo da vida, mas acabaram comigo.E é isso que eu tenho para relatar.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – O senhor não tem mais nada a falar?O SR. SÉRGIO PINAFFI – À medida que me perguntarem...O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Então está aberta para as perguntas.Deputa<strong>do</strong> Bruno Covas, por favor.O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Sr. Sérgio Pinaffi, essas 198 casas foram construídasatravés <strong>de</strong> um convênio com a CDHU. É isso?O SR. SÉRGIO PINAFFI – Sim, senhor.O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Através <strong>de</strong>sse convênio, qual era a responsabilida<strong>de</strong>da Prefeitura e qual era a responsabilida<strong>de</strong> da CDHU?O SR. SÉRGIO PINAFFI – A responsabilida<strong>de</strong> da Prefeitura é construir as casas. DaCDHU é naturalmente repasse <strong>do</strong>s recursos e fiscalizar a obra para que ela saia.O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Da Prefeitura é que ficou a construção e a CDHU orepasse <strong>do</strong> recurso e a fiscalização da obra.O SR. SÉRGIO PINAFFI – Isso.O SR. BRUNO COVAS – PSDB – As frau<strong>de</strong>s que estão sen<strong>do</strong> imputadas a V. Exa. sereferem apenas à construção <strong>de</strong>ssas casas?O SR. SÉRGIO PINAFFI – Veja bem. Como eu disse, <strong>de</strong>spejaram aí um monte <strong>de</strong>coisa. As pessoas... Na verda<strong>de</strong>, eu acho que havia interesses diversos ali para me tirar <strong>do</strong>jogo. Eu fui eleito e reeleito. Isso aí eu fui o primeiro prefeito reeleito da minha cida<strong>de</strong>, semDiretor-Presi<strong>de</strong>nte Hubert AlquéresDiretor Industrial Teiji TomiokaDiretora <strong>de</strong> Gestão <strong>de</strong> Negócios Lucia Maria Dal MedicoDiretor Financeiro Clo<strong>do</strong>al<strong>do</strong> PelissioniChefe <strong>do</strong> Núcleo <strong>de</strong> Redação Almyr Gajar<strong>do</strong>ni (Mtb. 6.167)redacao@imprensaoficial.com.brMatrizImprensa Oficial <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> S.A. ImespCNPJ 48.066.047/0001-84I.E. 109.675.410.118Se<strong>de</strong> e administraçãoRua da Mooca 1921 <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong> SPCEP 03103-902t 11-2799-9800FiliaisCapital• Poupatempo Sé t 11-2108-0120/2108-0121/2108-0122 f 11-2108-0119Pça. <strong>do</strong> Carmo s/n - Setor Pça. Azulfi lialpoupatempose@imprensaofi cial.com.brInterior• Poupatempo t 16-3019-6049/3019-6050Novo Shopping Center f 16-3019-6051Ribeirão Preto Av. Presi<strong>de</strong>nte Kennedy 1500Diário OficialEsta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>www.imprensaoficial.com.brSAC 0800 01234 01sac@imprensaofi cial.com.brPODER LEGISLATIVO


sába<strong>do</strong>, 28 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 2009 Diário Oficial Po<strong>de</strong>r Legislativo <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, 119 (222) – Suplemento – 3dinheiro. Isso aí perturbava muita gente. É claro que houve outras <strong>de</strong>núncias e outros problemas.O SR. VITOR SAPIENZA – PPS – Um aparte, <strong>de</strong>puta<strong>do</strong>?O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Tem o aparte, <strong>de</strong>puta<strong>do</strong>.O SR. VITOR SAPIENZA – PPS – O senhor disse que a Prefeitura construiu ou umaempreiteira? A Prefeitura tem <strong>de</strong>partamento <strong>de</strong> construção?O SR. SÉRGIO PINAFFI – Tem... Não. A empreiteira...O SR. VITOR SAPIENZA – PPS – Quem construiu: foi a Prefeitura ou foi uma empreiteira?O SR. SÉRGIO PINAFFI – A empreiteira.O SR. VITOR SAPIENZA – PPS – Mas <strong>do</strong> jeito que V. Sa. falou, <strong>de</strong>u a enten<strong>de</strong>r quequem estava construin<strong>do</strong> era a Prefeitura. Dá o nome da empresa que construiu para agente ter um raciocínio lógico para acompanhar o que V. Sa. está expon<strong>do</strong>.O SR. SÉRGIO PINAFFI – Desculpe, excelência.Como eu disse, foi aberta a licitação. Uma empresa – eu disse isso, uma empresa daregião ganhou a licitação e construiu as casas. Estava na primeira mão <strong>de</strong> tinta.O SR. VITOR SAPIENZA – PPS – Nome da empresa?O SR. SÉRGIO PINAFFI – Deu branco agora.O SR. BRUNO COVAS – PSDB – A empresa é a FT Construções?O SR. SÉRGIO PINAFFI – Sim, senhor.O SR. BRUNO COVAS – PSDB – O senhor conhece o Sr. Francisco Emílio <strong>de</strong> Oliveira?O SR. SÉRGIO PINAFFI – Conheço.O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Alguma vez o senhor recebeu dinheiro <strong>de</strong>le?O SR. SÉRGIO PINAFFI – Nunca.O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Consta da <strong>de</strong>núncia oferecida pelo Ministério Públicoque o senhor solicitou a quantia <strong>de</strong> cinco mil reais, em espécie, ao Sr. Francisco Emílio <strong>de</strong>Oliveira. O senhor solicitou esse recurso a ele?O SR. SÉRGIO PINAFFI – Sim.O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Para qual finalida<strong>de</strong>?O SR. SÉRGIO PINAFFI – Depois que eu não estava mais no cargo, algumas pessoasamigas sabiam que eu não tinha condição sequer <strong>de</strong> contratar um advoga<strong>do</strong> e tal ese dispuseram a me ajudar, e ele foi um <strong>de</strong>les. E apenas eu liguei para ele se ele podia meemprestar esse dinheiro. Mas inclusive <strong>de</strong>pois que eu estava fora <strong>do</strong> cargo. Durante a minhaadministração eu sequer falei com ele no telefone.O SR. BRUNO COVAS – PSDB – E ele chegou a lhe emprestar os cinco mil reais?O SR. SÉRGIO PINAFFI – Depois, sim.O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Como eram selecionadas as empresas que recebiamas cartas-convite da Prefeitura?O SR. SÉRGIO PINAFFI – Foi aberta uma licitação obe<strong>de</strong>cen<strong>do</strong> os trâmites legais.O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Licitação mo<strong>de</strong>lo carta-convite?O SR. SÉRGIO PINAFFI – As casas não foi... Foi publica<strong>do</strong> em jornal e participouquem quisesse.O SR. BRUNO COVAS – PSDB – O Sr. Clau<strong>de</strong>mir Antonio <strong>de</strong> Matos era membro <strong>de</strong>ssaComissão <strong>de</strong> Licitação?O SR. SÉRGIO PINAFFI – Sim.O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Tem algum motivo especial para ele ter <strong>de</strong>clara<strong>do</strong>nos autos que era o senhor que escolhia previamente quais empresas que receberiam ascartas-convite?O SR. SÉRGIO PINAFFI – Eu acredito que é aí que entra as minhas dúvidas. Eu acreditoque muita gente estava interessa<strong>do</strong> em me <strong>de</strong>rrubar e montaram aí um esquema. Asprimeiras, se V. Exa. pegar os <strong>de</strong>poimentos <strong>de</strong>les na <strong>de</strong>legacia, os primeiros <strong>de</strong>poimentosnão diz nada disso. Depois muda-se totalmente e ele vem dizer isso. Por quê? Porque ele éque fez a licitação.Esse Clau<strong>de</strong>mir, eu, quan<strong>do</strong> eu assumi a Prefeitura <strong>de</strong> Pirapo, não tinha licita<strong>do</strong>r.Aliás, prefeitura <strong>do</strong> porte <strong>de</strong> Pirapozinho, 24 mil habitantes, é uma dificulda<strong>de</strong> tremendapara a gente cumprir as obrigações porque não tem elementos forma<strong>do</strong>s para isso. Entãoesse moço eu autorizei que ele fizesse cursos <strong>de</strong> licitações aqui em <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, no OthonHotel, me parece que lá teve um curso; acho que em Londrina, Ribeirão Preto, enfim, elefez pelo menos, em Presi<strong>de</strong>nte Pru<strong>de</strong>nte, pelo menos meia dúzia <strong>de</strong> cursos para apren<strong>de</strong>r afazer licitação. Então, eu que não enten<strong>do</strong> nada <strong>de</strong> licitação <strong>de</strong>ixava a cargo <strong>de</strong>le para queele fizesse, porque ele é que fez o curso. E, naturalmente, ele entendia <strong>de</strong> licitação. Acho quepara se <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r, talvez até orienta<strong>do</strong> pelo advoga<strong>do</strong> <strong>de</strong>le, ele disse essas barbarida<strong>de</strong>s aíque o Prefeito é que <strong>de</strong>terminava que era assim ou assa<strong>do</strong>. Na verda<strong>de</strong>, isso não é a realida<strong>de</strong>da coisa.O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Então era o Sr. Clau<strong>de</strong>mir Antonio <strong>de</strong> Matos que elaboravaas cartas-convite?O SR. SÉRGIO PINAFFI – Sim. Ele é que dirigia essas licitações.O SR. BRUNO COVAS – PSDB – O senhor tem...O SR. – Deputa<strong>do</strong> Bruno, só para pedir um aparte para esclarecer.Foi Concorrência Pública ou foi através <strong>de</strong> carta-convite?O SR. SÉRGIO PINAFFI – Concorrência Pública.O SR. – Não houve carta-convite então neste caso em particular?O SR. SÉRGIO PINAFFI – Não. <strong>São</strong> 198 casas. Então...O SR. – Eu sei.O SR. SÉRGIO PINAFFI – Não tinha nem como.O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Então não houve fracionamento da obra para quefosse feita carta-convite?O SR. SÉRGIO PINAFFI – Para construção das casas, não.O SR. – E para algum outro procedimento?O SR. SÉRGIO PINAFFI – Provavelmente sim.O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Qual procedimento?O SR. – Em relação às construções?O SR. SÉRGIO PINAFFI – Aí precisa interpretar.O SR. – Prefeito, só para tentar esclarecer. Porque nós sabemos que em algumasmodalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> contratação você contrata serviços complementares. Então você po<strong>de</strong> contratarpara construir, para levantar pare<strong>de</strong>, para colocar porta, terraplanagem. Essa firmaque foi contratada ela foi contratada para entregar a obra pronta ou ela foi contratada parafazer parte <strong>do</strong> serviço e <strong>de</strong>pois outros serviços adicionais foram sen<strong>do</strong> contrata<strong>do</strong>s, aí simpor carta-convite?O SR. SÉRGIO PINAFFI – Ela foi contratada para construir as casas. Agora, terraplanagemfoi outro fato.O SR. – O que mais foi fraciona<strong>do</strong>?O SR. SÉRGIO PINAFFI – Depois, naturalmente, precisava fazer uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> esgoto,não estou nem dizen<strong>do</strong> <strong>do</strong> esgoto <strong>do</strong> conjunto, mas lateral para captar o esgoto <strong>de</strong>sse conjunto.Então são obras à parte.O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Essa obra <strong>do</strong> esgoto também remunerada através <strong>do</strong>convênio com a CDHU?O SR. SÉRGIO PINAFFI – Parte, sim.O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Parte, sim. Então <strong>de</strong>sse convênio com a CDHU nóstivemos a construção das casas, a questão <strong>do</strong> esgoto, tu<strong>do</strong> através <strong>de</strong> licitação. Uma partesó carta-convite. É isso?O SR. SÉRGIO PINAFFI – É. A construção das casas, licitação. Algumas obras... Comoé que eu podia dizer?O SR. – Acessórias?O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Complementares.O SR. SÉRGIO PINAFFI – Exatamente. Aí sim po<strong>de</strong> ter si<strong>do</strong> feito por carta-convite.O SR. BRUNO COVAS – PSDB – O senhor não sabe, <strong>de</strong> cabeça, quais obras complementaresremuneradas através <strong>do</strong> convênio com a CDHU foram feitas através <strong>de</strong> cartaconvite?O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Covas, me permite para ser mais preciso? To<strong>do</strong>processo é licitação. O mo<strong>de</strong>lo da licitação po<strong>de</strong> ser carta-convite, po<strong>de</strong> ser concorrênciapública po<strong>de</strong> ser outra, mas para ser preciso na resposta <strong>do</strong> nosso <strong>de</strong>poente.O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Agra<strong>de</strong>ço, <strong>de</strong>puta<strong>do</strong>.O SR. – Pela or<strong>de</strong>m, senhor Presi<strong>de</strong>nte. Só um aparte também.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Deputa<strong>do</strong> Bruno Covas, V. Exa. concluiu?Eu quero dizer...O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Eu fiz uma última pergunta.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Vamos aguardar a resposta?O SR. – Só para completar as palavras <strong>do</strong> nobre Deputa<strong>do</strong> Antonio Mentor. Veja,toda licitação é pública. Em função <strong>do</strong>s valores você tem concorrência pública, tomada <strong>de</strong>preços e carta-convite. Toda licitação é pública. Primeira coisa. Até 150 mil reais <strong>de</strong> <strong>de</strong>spesaé carta-convite para serviços e obras. Esgoto também chama serviço, mas é obra. Até ummilhão e meio, tomada <strong>de</strong> preços; e <strong>de</strong>pois concorrência pública.A minha pergunta, se o Bruno permitir, é exatamente nesse ponto <strong>de</strong> vista, é aseguinte. Me parece que o regime <strong>de</strong> mutirão, regime <strong>de</strong> mutirão, feito convênio, o CDHUdan<strong>do</strong> dinheiro para a Prefeitura, a Prefeitura compraria os materiais através <strong>de</strong> algumamodalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> licitação e a mão <strong>de</strong> obra seria feita, uma gran<strong>de</strong> parte, pelos mutirantes euma outra parte seria uma licitação complementar da mão <strong>de</strong> obra para auxiliar. Seria issoou não? Eu não entendi bem.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Nós vamos ouvir a resposta <strong>do</strong> <strong>de</strong>poente.Por favor.O SR. SÉRGIO PINAFFI – Então, a posição das casas. Foi aberto a concorrência paraqualquer empresa <strong>do</strong> país, publica<strong>do</strong> on<strong>de</strong> <strong>de</strong>via ser publica<strong>do</strong> e ganhou a <strong>de</strong>terminadaempresa. Essa obra <strong>de</strong> esgoto que ia captar o esgoto <strong>do</strong> conjunto, que ia receber, não captar,ia receber, essa foi feita em parte por carta-convite.O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Então da obra toda a única licitação mo<strong>de</strong>lo cartaconvitefoi em relação a essa questão <strong>do</strong> esgoto?O SR. SÉRGIO PINAFFI – Eu acredito que sim.O SR. BRUNO COVAS – PSDB – O resto foi tu<strong>do</strong> licitação, mo<strong>de</strong>lo concorrência?O SR. SÉRGIO PINAFFI – Eu acredito que sim.O SR. BRUNO COVAS – PSDB – E a empresa FT Construções...O SR. SÉRGIO PINAFFI – Desculpe, excelência. A terraplanagem também foi cartaconviteporque é à parte. Tem que dar o terreno em condições <strong>de</strong> construir.O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Então nós tivemos a terraplanagem que foi umacarta-convite, a construção das casas que foi concorrência e o esgoto que foi carta-convite.É isso?O SR. SÉRGIO PINAFFI – É.O SR. BRUNO COVAS – PSDB – A empresa FT Construções construiu essas três partesou uma só?O SR. SÉRGIO PINAFFI – Eu sei que a FT construiu as casas. Agora, as outras eu nãome lembro aqui o nome das empresas.O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Perfeito.O senhor tem conhecimento da existência <strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong> convênio que a CDHU realizavacom a Prefeitura com outras cida<strong>de</strong>s da região?O SR. SÉRGIO PINAFFI – Olha, quan<strong>do</strong> nós fomos em busca <strong>de</strong>sse recurso, nóssoubemos que algumas cida<strong>de</strong>s na região fizeram casas por mutirão e uns funcionou bem,porque não é muito fácil trazer esse pessoal e realmente que to<strong>do</strong>s prestem serviço corretamentepara que a obra saia, mas que a maioria, a gran<strong>de</strong> maioria vinha dan<strong>do</strong> certo, porisso optamos por isso, por essa modalida<strong>de</strong>.O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Mas o senhor não sabe dizer quais prefeituras?O SR. SÉRGIO PINAFFI – Me parece que Regente fez, Regente Feijó, Tarabai, Narandiba,ali na re<strong>do</strong>n<strong>de</strong>za essas cida<strong>de</strong>s fizeram.O SR. BRUNO COVAS – PSDB – O senhor disse ainda em seu <strong>de</strong>poimento que estariasen<strong>do</strong> persegui<strong>do</strong> politicamente, ao que o senhor atribui essas <strong>de</strong>núncias. Certo? Das pessoasque o senhor disse que teriam menti<strong>do</strong> foi o Sr. Clau<strong>de</strong>mir Antonio <strong>de</strong> Matos, que disseque era o senhor que escolhia as empresas vence<strong>do</strong>ras. Tem outras pessoas que participaram<strong>de</strong>ssa perseguição ou que mentiram nos autos apenas com o intuito <strong>de</strong> con<strong>de</strong>ná-lo?O SR. SÉRGIO PINAFFI – Na verda<strong>de</strong>, excelência, nenhum Prefeito que passou porPirapozinho recebeu tanta pressão quanto eu. Cidadania, transparência, todas elas aglutinan<strong>do</strong>por trás, são ONGs aglutinan<strong>do</strong> por trás políticos que tinham interesse em me <strong>de</strong>rrubar.E o Ministério Público antipatizou-se comigo, até mesmo por quê... Ah! Também tinha


sába<strong>do</strong>, 28 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 2009 Diário Oficial Po<strong>de</strong>r Legislativo <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, 119 (222) – Suplemento – 5O SR. ENIO TATTO – PT – Elas não participavam <strong>do</strong> mesmo consórcio que participava<strong>de</strong> licitações para gestão, para fiscalização <strong>de</strong>ssas obras? E <strong>de</strong> repente uma que participavaganhou a licitação para construir também? O senhor não tem conhecimento disso?O SR. SÉRGIO PINAFFI – Não.O SR. ENIO TATTO – PT – Não tem.O SR. SÉRGIO PINAFFI – O senhor está afirman<strong>do</strong> isso aí. O senhor disse L...?O SR. ENIO TATTO – PT – FT com a LBR-Tejofran. Faziam parte <strong>do</strong> consórcio queganharam a licitação da fiscalização para gestão.O SR. SÉRGIO PINAFFI – Eu não sei se é um consórcio. Algumas empresas ganharam,outras não. Agora...O SR. ENIO TATTO – PT – Consta também, inclusive na página 31, da con<strong>de</strong>nação,que os memoriais <strong>de</strong>scritivos <strong>do</strong>s editais <strong>de</strong> licitação para contratação <strong>de</strong> fornece<strong>do</strong>res <strong>de</strong>materiais <strong>de</strong> construção era fornecida à Comissão <strong>de</strong> Licitação pela FT que construía, FTConstruções, e que a comissão somente os validava, colocan<strong>do</strong> o timbre da Prefeitura. Osenhor tinha conhecimento disso como Prefeito da cida<strong>de</strong>?O SR. SÉRGIO PINAFFI – Não tinha conhecimento e o próprio engenheiro em <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s<strong>de</strong>poimentos <strong>de</strong>le disse que ele enxugou, que ele modificou. Então são coisas quenão condizem com a realida<strong>de</strong>.O SR. ENIO TATTO – PT – O senhor acha que isso que um tal <strong>de</strong> senhor Clau<strong>de</strong>mir eo engenheiro João Degair fizeram foi sem o conhecimento <strong>do</strong> senhor?O SR. SÉRGIO PINAFFI – Sim. Como eu disse o Prefeito não... Primeiro que eu nãoenten<strong>do</strong> <strong>de</strong> licitação para dizer os trâmites legais quais são. Eu sei que tem que fazer emtais valores tem que fazer <strong>de</strong> uma modalida<strong>de</strong> ou <strong>de</strong> outra. Até isso. Agora, o que o Prefeitogeralmente, se ele não enten<strong>de</strong>, ele pergunta para quem? Para quem enten<strong>de</strong> disso. De queforma dá para se fazer? Dá para se fazer <strong>de</strong>ssa forma, assim é mais simples, assim é maiscomplica<strong>do</strong>, e dá para se fazer <strong>de</strong>ssa forma. Você tem certeza? Tenho. Parecer <strong>do</strong> Jurídico. OJurídico dá um parecer <strong>de</strong> que é legal daquela forma. O Prefeito autoriza.O SR. ENIO TATTO – PT – Sr. Sérgio, quantos habitantes tem Pirapozinho?O SR. SÉRGIO PINAFFI – Na época tinha 24 mil e pouco, segun<strong>do</strong> o censo, mas <strong>de</strong>veter um pouquinho mais.O SR. ENIO TATTO – PT – Quan<strong>do</strong> <strong>de</strong>ssa licitação, se reuniram para fazer essa licitação,o senhor participou <strong>de</strong>ssa reunião? Quem participou?O SR. SÉRGIO PINAFFI – Nunca participei <strong>de</strong> nenhuma. Excelência, esse pessoalaí, aliás, acusação <strong>de</strong> formação <strong>de</strong> quadrilha. Eu <strong>de</strong>vo conhecer três, quatro pessoas aí, ouchega a cinco, <strong>do</strong>s 29. <strong>São</strong> coisas absurdas que me jogam na cabeça e é duro <strong>de</strong> tragar isso.Eu não conheço. Dois anos investigan<strong>do</strong> meu telefone. Nunca falei com ninguém <strong>de</strong>les.Inva<strong>de</strong>m minha conta bancária, só tinha débito. Vasculham minha <strong>de</strong>claração <strong>de</strong> bens,receita, tu<strong>do</strong>. Não acham nada. Eu estou aí nessa lamúria. Quan<strong>do</strong> eu digo que eu estouacaba<strong>do</strong>, eu só não estou acaba<strong>do</strong> porque tenho família, tenho ainda os amigos, mas publicamenteas pessoas tentaram me <strong>de</strong>rrotar, transformar em pó.Pirapozinho não tinha sequer a ban<strong>de</strong>ira. Fui eu que instituí. Construí várias escolas.Pirapozinho hoje é uma referência em termos <strong>de</strong> cana <strong>de</strong> açúcar. Eu consigo provar através<strong>de</strong> jornais da época que fui eu que fui ao SEBRAE e conversei com o Diretor <strong>do</strong> SEBRAE econseguimos trazer, prematuramente, um seminário a respeito <strong>de</strong> cana <strong>de</strong> açúcar. Hoje acida<strong>de</strong>, o comércio <strong>de</strong> Pirapozinho hoje é exatamente o <strong>do</strong>bro <strong>do</strong> que era há cinco anosatrás, em <strong>de</strong>corrência da cana, porque Pirapozinho não vive só <strong>de</strong>le. Pirapozinho vive dascida<strong>de</strong>s vizinhas on<strong>de</strong> está se plantan<strong>do</strong> cana em tu<strong>do</strong>. Quer dizer, ninguém fala isso. Agora,eu estou aí espezinha<strong>do</strong>, ven<strong>de</strong>n<strong>do</strong> merca<strong>do</strong>ria para po<strong>de</strong>r pagar advoga<strong>do</strong>. A minha sorteé que minha esposa trabalha, ela sustenta a casa. Eu sou ex-prefeito <strong>de</strong> Pirapozinho e excomerciante.E eu não sei on<strong>de</strong> está a prova <strong>do</strong> meu crime.O SR. ENIO TATTO – PT – Sr. Sérgio, eu estou enten<strong>de</strong>n<strong>do</strong> a situação <strong>do</strong> senhor, masquan<strong>do</strong> o senhor fala que algumas forças jogaram tu<strong>do</strong> isso para cima <strong>do</strong> senhor e aconteceuisso, a con<strong>de</strong>nação política ou força econômica da região, o senhor não po<strong>de</strong> nominar?Nominar, por exemplo, quem armou isso para o senhor, dar o nome <strong>do</strong>s políticos ou dar onome <strong>do</strong>s políticos que também estiveram <strong>do</strong> seu la<strong>do</strong> e que estão <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>n<strong>do</strong>, que estãolhe ajudan<strong>do</strong>. O senhor po<strong>de</strong>ria prestar um serviço para a CPI e para o povo <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong><strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>.O SR. SÉRGIO PINAFFI – Excelência, eu ainda estou ator<strong>do</strong>a<strong>do</strong> e sequer eu tenhoconvicção <strong>do</strong> que realmente está acontecen<strong>do</strong>. Provavelmente, quan<strong>do</strong> passar essa história,eu <strong>de</strong>vo escrever um livro, nem que for para ficar guarda<strong>do</strong> só para mim. Porque eu fuio Prefeito que fui copia<strong>do</strong> em muitas ações por outros Prefeitos lá da região, <strong>de</strong> cida<strong>de</strong>spequenas, porque são municípios pequenos, fui reeleito, sem mostrar a cara na últimaeleição lá agora ainda houve a minha interferência indireta, mas houve, na vitória <strong>de</strong> quemganhou. Então é difícil.Saiu uma notinha no jornal esses dias dizen<strong>do</strong> por quem os sinos <strong>do</strong>bram e <strong>de</strong>ve serum eleitor, alguém dizen<strong>do</strong> que eu <strong>de</strong>via mostrar a cara e contar a história. Eu não possocontar uma história da qual eu não sei os meandros to<strong>do</strong>s ainda, porque senão jamais ossinos <strong>do</strong>brariam por mim, que fui um comerciante assim e assa<strong>do</strong>, que fui um pai <strong>de</strong> famíliaassim e assa<strong>do</strong>, que fui um Prefeito assim e assa<strong>do</strong> e que hoje estou aí com essa carga todanas costas.O SR. ENIO TATTO – PT – Vai ser difícil o senhor escrever um livro se o senhor nãolembra <strong>de</strong> nada e o senhor não... Vai ser complica<strong>do</strong>.O SR. SÉRGIO PINAFFI – Desculpe, excelência. Eu tenho dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> lembrarnomes, etc. Mas o fato eu lembro e eu preciso saber o que é que provocou esses fatos, poron<strong>de</strong> eles passaram para se <strong>de</strong>saguar na situação que chegou.O SR. ENIO TATTO – PT – Para finalizar, Presi<strong>de</strong>nte.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – V. Exa. me permite um aparte? Eu achoque quan<strong>do</strong> alguém se propõe a ser escritor, ele tem direito <strong>de</strong> pesquisar, ir para jornais, irpara o inquérito, e eu tenho certeza que ele será capaz <strong>de</strong> escrever essa história. Deve serimportante para o povo e para ele também. Então quero só ajudar V. Exa. na compreensão.E com relação àqueles que, ele já falou aqui que tinha lá o sindicato; ele já falou que tinhaos adversários políticos <strong>de</strong>le; ele pressupõe. Acho que ele po<strong>de</strong> também nominar, se ele quisernominar, mas ele já afirmou aqui no <strong>de</strong>poimento que várias forças <strong>de</strong>vem ter feito essacarga <strong>de</strong> pedra jogada em cima <strong>de</strong>le.O SR. ENIO TATTO – PT – Obriga<strong>do</strong>, Sr. Presi<strong>de</strong>nte, mas eu quero explicação <strong>de</strong>le enão <strong>do</strong> senhor. O senhor tem que presidir a CPI.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Mas eu estou aqui só lhe dizen<strong>do</strong> queele já afirmou algumas coisas. Eu só acho que...O SR. ENIO TATTO – PT – Eu dispenso esse tipo <strong>de</strong> comentário, senhor Presi<strong>de</strong>nte.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Tu<strong>do</strong> bem. Está certo. Muito bem.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Senhor Presi<strong>de</strong>nte...O SR. ENIO TATTO – PT – Estou terminan<strong>do</strong>, <strong>de</strong>puta<strong>do</strong>.Sr. Sérgio, a relação <strong>do</strong> Prefeito <strong>de</strong> Pirapozinho – o senhor, com o CDHU, era no escritórioregional <strong>de</strong> Presi<strong>de</strong>nte Pru<strong>de</strong>nte, não era?O SR. SÉRGIO PINAFFI – Tinha o escritório regional sim.O SR. ENIO TATTO – PT – Quem era o diretor ou o presi<strong>de</strong>nte lá que cuidava?O SR. SÉRGIO PINAFFI – Ai meu Deus <strong>do</strong> céu. Me dá três nomes que eu me lembro.Me dá três nomes, por favor.O SR. ENIO TATTO – PT – O senhor se relacionava com a pessoa principal lá, odinheiro <strong>do</strong> CDHU para construir, o gerente regional, para construir o senhor tinha relaçãocom eles.O SR. SÉRGIO PINAFFI – Na verda<strong>de</strong>, a gente tratava muito mais diretamente aquiem <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong> <strong>do</strong> que lá.O SR. ENIO TATTO – PT – Com quem tratava aqui em <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>? A Presidência <strong>do</strong>CDHU?O SR. SÉRGIO PINAFFI – É. Marcava uma audiência com o Presi<strong>de</strong>nte <strong>do</strong> CDHU naépoca.O SR. ENIO TATTO – PT – Quem era o presi<strong>de</strong>nte, na época? (Pausa.) Quem era ogoverna<strong>do</strong>r na época?O SR. SÉRGIO PINAFFI – O Governa<strong>do</strong>r Alckmin.O SR. ENIO TATTO – PT – O presi<strong>de</strong>nte o senhor não lembra? (Pausa.)Só para terminar queria fazer uma pergunta. O senhor já falou: Paulista Supermerca<strong>do</strong><strong>de</strong> Pirapozinho Ltda. é empresa <strong>de</strong> sua família.O SR. SÉRGIO PINAFFI – É.O SR. ENIO TATTO – PT – Tem outras empresas que o senhor é proprietário ou fezparte <strong>de</strong> alguma socieda<strong>de</strong>?O SR. SÉRGIO PINAFFI – Eu não tenho nada mais. Minha empresa foi extinta.O SR. ENIO TATTO – PT – A Duplan <strong>de</strong> Pirapozinho Móveis e Eletro<strong>do</strong>mésticos osenhor nunca fez parte?O SR. SÉRGIO PINAFFI – Já fiz e não tenho mais nada nela. Antes <strong>de</strong> ser prefeito,inclusive.O SR. ENIO TATTO – PT – Sr. Presi<strong>de</strong>nte, por enquanto eu fico por aqui.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Eu agra<strong>de</strong>ço a participação <strong>de</strong> vossaexcelência.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Pela or<strong>de</strong>m, senhor Presi<strong>de</strong>nte.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Tem V. Exa. a palavra. Mas, antes, oDeputa<strong>do</strong> Massafera tinha pedi<strong>do</strong> aqui a palavra.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Só pela or<strong>de</strong>m, senhor Presi<strong>de</strong>nte. O Deputa<strong>do</strong> Massaferatem participa<strong>do</strong> em algumas das nossas reuniões, na qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>puta<strong>do</strong> e temto<strong>do</strong> direito <strong>de</strong> participar, e para nós é uma honra que venha. Só queria saber na qualida<strong>de</strong><strong>de</strong> membro, é suplente da comissão? Só para a gente ter essa informação.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – O Deputa<strong>do</strong> Milton Flávio tinha seausenta<strong>do</strong> e ele tinha, inclusive, o Deputa<strong>do</strong> Milton Flávio não tinha chega<strong>do</strong> e ele veioaqui como substituto suplente e o <strong>de</strong>puta<strong>do</strong> agora voltou.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Para nós é uma alegria ter o Deputa<strong>do</strong> Massaferaaqui, mas como...O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Mas tu<strong>do</strong> bem.O SR. MILTON FLÁVIO – PSDB – Presi<strong>de</strong>nte, mas se o Deputa<strong>do</strong> Massafera tiverperguntas a fazer e se for regimental que ele só possa fazê-lo na minha ausência, eu meausento <strong>de</strong> novo. É verda<strong>de</strong>.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Eu acredito que essa é uma questão...Como a gente vem trabalhan<strong>do</strong> aqui nesta Casa para uma boa relação...O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Sr. Presi<strong>de</strong>nte...O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Eu quero explicar para vossa excelência.Há poucos dias atrás nós tivemos aqui uma CPI da saú<strong>de</strong>. Aliás, uma audiência pública.E estava lá o Deputa<strong>do</strong> Adriano Diogo que não é membro, é suplente, e foi o primeiro a seinscrever. Eu disse: Não! Tem to<strong>do</strong> o direito. Não há nenhum problema. Deixa, é um <strong>de</strong>puta<strong>do</strong>que está queren<strong>do</strong> contribuir.O SR. MILTON FLÁVIO – PSDB – Presi<strong>de</strong>nte.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Mas se V. Exa. fizer questão, nós passamospara vossa excelência.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Absolutamente. Eu faço questão <strong>de</strong> ouvir primeiroo Deputa<strong>do</strong> Massafera. Eu só queria apenas esclarecer qual era a condição que o Deputa<strong>do</strong>Massafera se utilizava neste momento na nossa Comissão Parlamentar <strong>de</strong> Inquérito.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Eu expliquei para V. Exa. que o Deputa<strong>do</strong>Milton Flávio não tinha chega<strong>do</strong>, estava no trânsito, e para que nós tivéssemos quorum,nós convocamos o Deputa<strong>do</strong> Massafera, como suplente, para estar presente.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Eu estou satisfeito.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – E o Deputa<strong>do</strong> Milton Flávio veio edisse: eu tenho que me ausentar...O SR. MILTON FLÁVIO – PSDB – Pela or<strong>de</strong>m, senhor Presi<strong>de</strong>nte. Até para que...O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Eu estou satisfeito com a informação <strong>de</strong> V. Exa. epo<strong>de</strong> passar a palavra ao Deputa<strong>do</strong> Massafera.O SR. MILTON FLÁVIO – PSDB – Eu só faço questão <strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar aqui registra<strong>do</strong>, faleiao nosso Presi<strong>de</strong>nte, mas acho que quero compartilhar com os <strong>de</strong>mais membros, eu tiveque me ausentar porque aqueles que acompanham os nossos trabalhos sabem que aindarecentemente eu fiz uma inquirição em função, na minha opinião, <strong>do</strong> uso in<strong>de</strong>vi<strong>do</strong> <strong>do</strong> Exércitonum programa <strong>do</strong> SBT. E agora o representante <strong>do</strong> Exército foi ao meu gabinete paraprestar os esclarecimentos e como eu estava lá não tinha como <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> me ausentar pararecebê-lo e continuar a busca das informações que me parecem necessárias. Já que isso jáfoi feito, estou aqui <strong>de</strong> volta, mas estou justifican<strong>do</strong> por que, transitoriamente, tive que sair


6 – <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, 119 (222) – Suplemento Diário Oficial Po<strong>de</strong>r Legislativo sába<strong>do</strong>, 28 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 2009da CPI para po<strong>de</strong>r receber esse representante que era fundamental para os esclarecimentosque eu quero buscar.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Com a anuência <strong>de</strong> V. Exa., eu passo apalavra para o Deputa<strong>do</strong> Massafera, que sempre abrilhanta aqui os nossos trabalhos.O SR. ROBERTO MASSAFERA – PSDB – Presi<strong>de</strong>nte, como suplente <strong>de</strong>sta Comissão,eu queria só lembrar que to<strong>do</strong> <strong>de</strong>puta<strong>do</strong> no pleno exercício <strong>do</strong> seu po<strong>de</strong>r tem direito aparticipar <strong>de</strong> qualquer CPI. Mas eu gostaria <strong>de</strong> primeiro ce<strong>de</strong>r a palavra ao nobre <strong>de</strong>puta<strong>do</strong>Antonio Mentor.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Sr. Presi<strong>de</strong>nte, Srs. Deputa<strong>do</strong>s, não se trata <strong>de</strong> cessão.Nós sabemos <strong>do</strong> Regimento Interno da Casa, da possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> qualquer <strong>de</strong>puta<strong>do</strong>ter <strong>de</strong> participar das sessões, nas comissões, mas nós também sabemos que há uma or<strong>de</strong>mnessas inscrições. Falam primeiro os <strong>de</strong>puta<strong>do</strong>s titulares da comissão, posteriormente ossuplentes da comissão, posteriormente aqueles que não participam da comissão. Essa é aorientação que nos dá o Regimento Interno. Porém, eu reconheço que o Deputa<strong>do</strong> Massaferaconhece muito a respeito <strong>do</strong>s procedimentos administrativos, já foi Prefeito, é umafigura extraordinária e vai nos ajudar muito na inquisição <strong>do</strong> <strong>de</strong>poente. E, por essa razão,eu faço questão absoluta, Deputa<strong>do</strong> Massafera, <strong>de</strong> ouvi-lo para apren<strong>de</strong>r um pouco maise, na minha arguição, po<strong>de</strong>r então quem sabe acrescentar algo que neste momento eu nãopo<strong>de</strong>ria.O SR. ROBERTO MASSAFERA – PSDB – Eu agra<strong>de</strong>ço a atenção.Eu queria dizer, como ex-prefeito <strong>de</strong> cida<strong>de</strong> pequena, a gente, viu, nobre Deputa<strong>do</strong>Enio Tatto, as cida<strong>de</strong>s não são iguais no seu tamanho, elas ten<strong>do</strong> estruturas diferentes comsecretarias; as gran<strong>de</strong>s cida<strong>de</strong>s que têm secretários, os secretários respon<strong>de</strong>m pelos atosadministrativos. Nas cida<strong>de</strong>s pequenas o Prefeito respon<strong>de</strong> por tu<strong>do</strong>. Esse é um ponto muitointeressante. Até Araraquara, com 200 mil habitantes, e eu quan<strong>do</strong> fui Prefeito, ou ele aqui,como os Prefeitos <strong>de</strong> cida<strong>de</strong>s menores, respon<strong>de</strong>m por to<strong>do</strong>s os atos. Então, veja. O Prefeitoé obriga<strong>do</strong> a nomear a comissão <strong>de</strong> licitação. Ele nomeia. A comissão <strong>de</strong> licitação tem queestar preparada a fazer as licitações.Segunda coisa. A Prefeitura, ten<strong>do</strong> um engenheiro diploma<strong>do</strong>, ten<strong>do</strong> um engenheiroresponsável, ele é o elemento ativo <strong>de</strong> liberação, <strong>de</strong> obras, <strong>de</strong> dinheiro, <strong>de</strong> pagamento e tal.O prefeito participa, mas somente <strong>de</strong>pois que to<strong>do</strong> mun<strong>do</strong> opinou que ele autoriza. Nunca éum ato isola<strong>do</strong> <strong>do</strong> Prefeito. Se bem que ele respon<strong>de</strong> por tu<strong>do</strong> que aconteceu.Acho que essa consi<strong>de</strong>ração é importante fazer, é o resquício que ficou <strong>do</strong> meutempo <strong>de</strong> Prefeito, porque sempre gera essas dúvidas.A licitação pública, as modalida<strong>de</strong>s, concorrência, acima <strong>de</strong> um milhão e meio;tomada <strong>de</strong> preços, <strong>de</strong> 150 mil até um milhão e meio; e, abaixo disso, carta-convite. Semprecarta-convite e tomada <strong>de</strong> preços são convidadas as empresas cadastradas na Prefeitura.Você convida os que estão cadastra<strong>do</strong>s. Fora isso, é aberto para quem quiser. Mas paraquem você é obriga<strong>do</strong> a mandar o convite ou participar da tomada <strong>de</strong> preços? Aquelasempresas cadastradas. Fora isso o prefeito ou qualquer funcionário po<strong>de</strong> ligar para on<strong>de</strong>quiser e chamar pessoas para participarem.Eu tenho uma dúvida que não está esclarecida que é essa modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mutirão.Uma casa, via CDHU, 192 casas, se fosse contratada uma empresa para fazer tu<strong>do</strong>, dan<strong>do</strong> oterreno, essa casa custaria 30 mil reais, em torno <strong>de</strong> cinco milhões <strong>de</strong> reais. Se a modalida<strong>de</strong><strong>de</strong> mutirão é uma modalida<strong>de</strong> que foi estimulada pelo Governo on<strong>de</strong> ele dava lá 12 ou 15mil reais por unida<strong>de</strong>, ou seja, daria um limite aí, vamos dizer, <strong>de</strong> três milhões <strong>de</strong> reais, fazo convênio entre o CDHU e a Prefeitura, e o CDHU libera esse dinheiro para a Prefeitura.Desses três milhões <strong>de</strong> reais, uma parte, é para compra <strong>de</strong> material, e esse material é parcela<strong>do</strong>nas suas etapas – bloco <strong>de</strong> concreto, ferro, telha, etc. Pelo menos é o que eu enten<strong>do</strong><strong>de</strong> mutirão. E a mão <strong>de</strong> obra que fica mais barata, porque não tem encargos sociais e nemcusto, é o próprio mutirante que vai fazer. E a Prefeitura contrata com essa mesma verbaque recebeu, <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong>s 12 ou 13 mil reais, um, <strong>do</strong>is, três ou quatro cinco mil reais, contratauma empresa que complementa a mão <strong>de</strong> obra. Ou seja, a Prefeitura compra, faz a terraplanagemcom o dinheiro, compra os materiais e contrata a mão <strong>de</strong> obra que complementa omutirão.Então minha pergunta nesse caso é a seguinte: foi feita uma licitação e contratadauma empresa para fazer as casas dan<strong>do</strong> material e toda mão <strong>de</strong> obra, apesar <strong>de</strong> ser mutirão?O SR. SÉRGIO PINAFFI – Foi feita solicitação, ganhou a empresa, ficaria responsávelpela administração <strong>do</strong> mutirão e a compra <strong>do</strong>s materiais.O SR. ROBERTO MASSAFERA – PSDB – Mas a compra <strong>do</strong>s materiais seria a Prefeitura...O SR. SÉRGIO PINAFFI – Aliás, me per<strong>do</strong>e.O SR. ROBERTO MASSAFERA – PSDB – Seria a Prefeitura que faria ou forneceria osmateriais?O SR. SÉRGIO PINAFFI – Me per<strong>do</strong>e. Responsável pela administração <strong>do</strong> pessoal. Equem compra o material é a Prefeitura, é a Prefeitura; porém, compra aquilo que é <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>para a finalida<strong>de</strong>.O SR. ROBERTO MASSAFERA – PSDB – Entendi bem.Então, veja. Em cada etapa da construção <strong>de</strong> 192 casas... Por exemplo, lá na minhaCida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Araraquara, nobre Deputa<strong>do</strong> Antonio Mentor, quan<strong>do</strong> o Prefeito que saiu, EdinhoSilva, ele assinou um convênio para fazer mil casas em mutirão e eu disse a ele: você nãovai conseguir fazer. Na verda<strong>de</strong>, em quatro anos ele conseguiu fazer 100 casas, pela dificulda<strong>de</strong>que é o regime <strong>de</strong> mutirão, <strong>de</strong> pegar a mão <strong>de</strong> obra <strong>de</strong>squalificada, fornecer, gerenciar,comprar o material. Quer dizer, é uma gran<strong>de</strong> dificulda<strong>de</strong>, por isso que eu gostaria <strong>de</strong> <strong>de</strong>ixarbem claro isso.Então, veja. No regime <strong>de</strong> mutirão a Prefeitura ia compran<strong>do</strong> os materiais à medidaque precisava. Bloco <strong>de</strong> concreto não comprou para 192 casas. O CDHU liberava lá 20% <strong>do</strong>contrato que eles recebiam e com esse dinheiro você fazia a compra e iam tocan<strong>do</strong> a obra,até terminar o material. E a mão <strong>de</strong> obra era fornecida uma parte pela empresa e uma partepelos mutirantes. Era isso?O SR. SÉRGIO PINAFFI – A mão <strong>de</strong> obra, o mutirante participa na construção. Masveja bem. V. Exa. sabe perfeitamente isso. Pela uma senhora, uma viúva, uma senhora,nunca viu o que é uma massa <strong>de</strong> concreto nem um tijolo, tem que primeiro ensiná-la e<strong>de</strong>pois ela vai fazer, mas tem que ter o acompanhamento. Então essa empresa que coor<strong>de</strong>naou que administra, então ali tem que ter mestre <strong>de</strong> obra, pedreiro, engenheiro, eletricista,encana<strong>do</strong>r, tem que ter – isso tu<strong>do</strong> pago com esse dinheiro, tem que ter enfim até o guarda24 horas por dia tem que estar ali, e tu<strong>do</strong> pago com esse dinheiro, que em torno daquelevalor que eu já comentei aqui. É muito difícil <strong>de</strong> se construir. Nós conseguimos. Tem conjuntoslá para<strong>do</strong>s há vários anos e tem conjuntos lá que foi um sucesso e terminou.O SR. ROBERTO MASSAFERA – PSDB – On<strong>de</strong> eu pu<strong>de</strong> acompanhar, só se construiuem mutirão quan<strong>do</strong> a Prefeitura forneceu a mão <strong>de</strong> obra complementar, exatamente porqueos mutirantes não eram capazes <strong>de</strong> fazer todas as etapas. Então a mulher ou qualqueroutro, então a Prefeitura fornecia a mão <strong>de</strong> obra, fora <strong>de</strong> pagamento, para complementaressa mão <strong>de</strong> obra mutirante. É isso?O SR. SÉRGIO PINAFFI – Excelência, é claro que a Prefeitura está sempre colaboran<strong>do</strong>com esse pessoal, porque se <strong>de</strong>ixar... O senhor tem que, inclusive, botar carro para irbuscar esse pessoal lá no extremo da cida<strong>de</strong> para trazer <strong>do</strong> outro la<strong>do</strong> da cida<strong>de</strong> aqui paratrabalhar, porque senão ele não vem. Mas é uma dificulda<strong>de</strong> imensa. Porém, a administraçãoé da firma contratada, a responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> construir é <strong>de</strong>la. A Prefeitura não temcomo. Prefeitura pequena, a Administração participa da vida <strong>do</strong> cidadão, principalmentedas famílias mais carentes, em to<strong>do</strong>s os senti<strong>do</strong>s. E tem que participar também na hora <strong>de</strong>construir a casa. Porém, em Pirapozinho eu consi<strong>de</strong>ro até que houve um sucesso, o pessoalparticipou. Claro que teve problema, mas... E as casas já estavam faltan<strong>do</strong>... Na primeiratinta, vamos dizer.O SR. ROBERTO MASSAFERA – PSDB – Então a pergunta primeira é a seguinte: acomissão <strong>de</strong> licitação nomeada pelo Prefeito – são três membros ou coisa parecida, tinhaautonomia <strong>de</strong> preparar os editais <strong>do</strong> mo<strong>de</strong>lo legal e contratar as empresas vence<strong>do</strong>ras.O SR. SÉRGIO PINAFFI – Sim, excelência. Tinha autonomia e até mesmo, para que oPrefeito tenha um pouco <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong>, eu nunca participei <strong>de</strong> nenhuma reunião, <strong>de</strong>sconheçoquem participou, não conheço as pessoas que representavam essas empresas, e, além <strong>de</strong>tu<strong>do</strong>, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> feito tu<strong>do</strong> isso, eu só assinava mediante o parecer <strong>do</strong> jurídico. Está tu<strong>do</strong>certo? Está tu<strong>do</strong> certo. Porque, primeiro, eu não sou advoga<strong>do</strong>, eu não sei da parte legal, eunão conheço <strong>de</strong> licitação, então essa comissão, eles tinham, inclusive, liberda<strong>de</strong> para consultaroutra cida<strong>de</strong>. Aliás, foram consultar outras cida<strong>de</strong>s. É claro que eles não disseram isso no<strong>de</strong>poimento. Foram consultar várias cida<strong>de</strong>s que fizeram <strong>de</strong> mutirão, <strong>de</strong> que forma fizeram alicitação, para que se fizesse o mais correto possível.O SR. ROBERTO MASSAFERA – PSDB – Outra coisa. A questão técnica <strong>de</strong> engenharia.A Prefeitura tinha o João Dejair...O SR. – Degair.O SR. ROBERTO MASSAFERA – PSDB – Que é engenheiro concursa<strong>do</strong>, e ele estava àfrente <strong>de</strong> toda questão técnica: a execução da obra, o cumprimento <strong>do</strong> projeto, <strong>do</strong>s memoriais<strong>de</strong>scritivos, ele era o elemento que atestava e liberava pagamento.O SR. SÉRGIO PINAFFI – Exatamente. Qualida<strong>de</strong> da obra.O SR. ROBERTO MASSAFERA – PSDB – Qualida<strong>de</strong> da obra. Sempre ele?O SR. SÉRGIO PINAFFI – Sempre ele. E o que me intriga e o que eu não conseguienten<strong>de</strong>r é que até hoje ele não aparece em nenhuma acusação. Ele é testemunha.O SR. ROBERTO MASSAFERA – PSDB – Era só isso, senhor Presi<strong>de</strong>nte. Obriga<strong>do</strong>.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Obriga<strong>do</strong> pela participação <strong>de</strong> vossaexcelência. Quero passar a palavra agora para o nobre Deputa<strong>do</strong> Antonio Mentor.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Obriga<strong>do</strong>, senhor Presi<strong>de</strong>nte. Senhor <strong>de</strong>poente,quero cumprimentá-lo.O episódio que nós estamos investigan<strong>do</strong>, Sr. Presi<strong>de</strong>nte, é cerca<strong>do</strong> aí por um grau<strong>de</strong> complexida<strong>de</strong> muito gran<strong>de</strong>. Em princípio, as notícias que nos chegaram, nos davamconta <strong>de</strong> que a empresa FT teria ganho uma licitação para construção <strong>de</strong> um conjunto habitacionalem Pirapozinho e em outras cida<strong>de</strong>s também. Mas vamos tratar aqui exclusivamente<strong>de</strong> Pirapozinho. Não foi isso que aconteceu. A empresa FT foi escolhida para administrara construção <strong>de</strong> um conjunto habitacional em regime <strong>de</strong> mutirão. <strong>São</strong> coisas absolutamentediferentes.Por essa razão, nós estamos trilhan<strong>do</strong> talvez um caminho <strong>de</strong> investigação que talveznão seja o mais a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>. Nós estamos procuran<strong>do</strong> irregularida<strong>de</strong>s num processo <strong>de</strong>licitação para contratação <strong>de</strong> uma empresa, Deputa<strong>do</strong> Massafera, que teria como objeto aconstrução, portanto, seria talvez uma modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> contratação, quan<strong>do</strong>, na verda<strong>de</strong>, oprocedimento é outro.O que é que fica obscuro nisso tu<strong>do</strong> e que eu acho que V. Sa. po<strong>de</strong> nos ajudar aesclarecer? Em primeiro lugar, quem é que comprava o material? Era a Prefeitura, era aFT, era a FT com a anuência da Prefeitura, era a Prefeitura com a anuência da FT? Como éque era o procedimento para aquisição <strong>do</strong> material <strong>de</strong> construção que ia ser utiliza<strong>do</strong> pelosmutirões?O SR. SÉRGIO PINAFFI – A Prefeitura que comprava.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Era a Prefeitura que comprava. Porque uma dasquestões que está sen<strong>do</strong> levantada aqui fartamente é a questão <strong>de</strong> superfaturamento nacompra <strong>do</strong>s materiais. Portanto, se a Prefeitura comprava e essa FT e o seu proprietário, Sr.Francisco, ou ele era só organiza<strong>do</strong>r da história?O SR. SÉRGIO PINAFFI – Os <strong>de</strong>talhes da empresa eu não sei. Eu não conheço.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Pois bem. Porque eu penso que a questão fundamentalestá aqui nesta, na compra <strong>do</strong>s materiais on<strong>de</strong> resi<strong>de</strong> a dúvida principal sobresuperfaturamento; qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s materiais que foram emprega<strong>do</strong>s na obra <strong>do</strong> conjuntohabitacional. <strong>São</strong> essas as questões que foram levantadas aqui.A responsabilida<strong>de</strong> político-administrativa numa cida<strong>de</strong> como Pirapozinho, que <strong>de</strong>veter lá <strong>de</strong>partamentos, chefe <strong>de</strong> <strong>de</strong>partamentos, não tem secretarias municipais, é exclusivamente<strong>do</strong> Prefeito. Responsabilida<strong>de</strong> político-administrativa é <strong>do</strong> Prefeito. Deixa <strong>de</strong> ser<strong>do</strong> Prefeito na medida em que no seu organograma, o seu organograma é constituí<strong>do</strong> porsecretarias municipais. Aí a responsabilida<strong>de</strong> político-administrativa é <strong>do</strong> secretário. Nãosen<strong>do</strong> assim a responsabilida<strong>de</strong> é exclusivamente <strong>do</strong> Prefeito. Portanto, na qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong>Prefeito <strong>de</strong> uma cida<strong>de</strong> que não tem secretarias municipais quem vai respon<strong>de</strong>r por tu<strong>do</strong>isso, sem dúvida nenhuma, é vossa senhoria.E o que eu <strong>de</strong>preendi <strong>de</strong> tu<strong>do</strong> isso que nós discutimos aqui, daquilo que eu tambémanalisei len<strong>do</strong> os procedimentos judiciais, é <strong>de</strong> que o senhor foi coloca<strong>do</strong> numa situação<strong>de</strong> dificulda<strong>de</strong>, <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> dificulda<strong>de</strong>, joga<strong>do</strong> às feras. O senhor disse que tem amigos, temparentes, tem família, porém, os agentes <strong>de</strong>sse episódio estão <strong>de</strong>ixan<strong>do</strong> V. Sa. numa situação<strong>de</strong> gran<strong>de</strong> dificulda<strong>de</strong>. O senhor foi eleito e reeleito Prefeito numa cida<strong>de</strong> com 24 mil,


sába<strong>do</strong>, 28 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 2009 Diário Oficial Po<strong>de</strong>r Legislativo <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, 119 (222) – Suplemento – 725 mil habitantes, apresentou aqui um elenco <strong>de</strong> realizações na sua gestão que alavancaramo <strong>de</strong>senvolvimento econômico e social da sua cida<strong>de</strong>, se diz respeita<strong>do</strong> pela população,e eu acredito. Nesse momento, está viven<strong>do</strong> o seu inferno astral.Eu penso que o senhor po<strong>de</strong>ria nos ajudar, e ajudar muito nessa investigação, sefizesse um esforço <strong>de</strong> memória. Nós precisaríamos saber concretamente quem era o seucontato, quem era o gerente regional da CDHU da sua cida<strong>de</strong>, que atendia sua cida<strong>de</strong>; queriasaber o nome <strong>de</strong>ssa pessoa, quem era, porque o que aconteceu e que está sen<strong>do</strong> objeto<strong>de</strong> <strong>de</strong>núncia não é exclusivida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Pirapozinho; várias cida<strong>de</strong>s estão envolvidas no mesmomo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> frau<strong>de</strong> apresenta<strong>do</strong>, não apenas na sua região; em outras regiões <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong><strong>São</strong> <strong>Paulo</strong> também há <strong>de</strong>núncias <strong>de</strong> que esse tipo <strong>de</strong> procedimento também foi percebi<strong>do</strong>em várias outras regiões <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>. Então se o senhor se lembrar o nome <strong>do</strong>gerente regional da CDHU que atendia o senhor lá na Prefeitura, nos ajuda.O SR. SÉRGIO PINAFFI – Excelência, o senhor po<strong>de</strong>ria me fornecer três nomes?O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Eu não tenho a mais pálida i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> quem possaser, mas o senhor...O SR. SÉRGIO PINAFFI – Eu sei quem é, porém, me escapou o nome agora.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Se o senhor pu<strong>de</strong>sse...O SR. SÉRGIO PINAFFI – Porém, eu não... O meu contato com esta pessoa era muitopouco. Por quê? Quan<strong>do</strong> se refere a problemas técnicos que precisam ser resolvi<strong>do</strong>s, quemvai lá? O engenheiro. Quan<strong>do</strong> precisa <strong>de</strong> alguma informação quem vai lá? O advoga<strong>do</strong>, olicita<strong>do</strong>r. Não é o Prefeito que anda atrás <strong>de</strong>sses <strong>de</strong>talhes. Então o meu contato era muitopouco. A minha participação...O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Sr. Sérgio, na volta <strong>de</strong>sse advoga<strong>do</strong>, <strong>de</strong>sse engenheiro,ele tinha que dizer, ele tinha que fazer o seguinte: Prefeito, eu estive lá no escritórioregional, na CDHU, conversei com fulano <strong>de</strong> tal e resolvi o problema que estava atrapalhan<strong>do</strong>a nossa obra aqui. Ora, é o mínimo que ele tem que se reportar à sua chefia, à sua li<strong>de</strong>rançapolítica, que é o Prefeito da cida<strong>de</strong>. Tem que fazer. Tem que fazer.O SR. SÉRGIO PINAFFI – Nesse ínterim, eu me lembran<strong>do</strong>, eu falo para vossa excelência.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Perfeitamente. Faça esse esforço <strong>de</strong> memória quevai nos ajudar.O SR. SÉRGIO PINAFFI – Eu gostaria só <strong>de</strong> dizer uma coisa. O Prefeito <strong>de</strong> cida<strong>de</strong>pequena, principalmente, ele só se <strong>de</strong>sliga quan<strong>do</strong> está <strong>do</strong>rmin<strong>do</strong>. A casa <strong>de</strong>le, o portão<strong>de</strong>le é público. Então o senhor tem to<strong>do</strong> o tempo ocupa<strong>do</strong>. Aí o seu engenheiro vai: Olha, eufui ao CDHU e tinha essa dúvida e eu resolvi. Resolveu? Tá bom. Ótimo. Eu não tenho nemtempo para ficar preocupan<strong>do</strong>: Olha, foi com quem que você falou? Com quem <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong>falar? Eu resolvi esse problema e vai ser feito <strong>de</strong>ssa forma e está legal. Está bom. Agora, eunão posso inventar nome aqui se eu não estou lembran<strong>do</strong>. Não tem jeito. Mas eu vou dizerpara o senhor que acho que no <strong>de</strong>correr...O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Eu não quero que o senhor invente absolutamentenada. Eu quero que o senhor se lembre inclusive <strong>do</strong> compromisso que o senhor assumiuaqui conosco <strong>de</strong> dizer a verda<strong>de</strong> sobre tu<strong>do</strong> o que o senhor tiver conhecimento.O SR. SÉRGIO PINAFFI – Sem dúvida. Sem dúvida.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – O senhor, em <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> momento em seu <strong>de</strong>poimento,mencionou que o senhor e seus assessores, engenheiros, etc., consultaram outrascida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> como seria melhor fazer e foram orienta<strong>do</strong>s, pegaram experiências daqui e dali.É isso? Confirma?O SR. SÉRGIO PINAFFI – Eu não. Eu não. Mas o licita<strong>do</strong>r e o engenheiro com certezaestiveram em outros mutirões.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – O senhor podia me lembrar o nome <strong>do</strong> licita<strong>do</strong>r e<strong>do</strong> engenheiro?O SR. SÉRGIO PINAFFI – O licita<strong>do</strong>r Clau<strong>de</strong>mir, e o engenheiro-chefe João Degair.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Sr. Presi<strong>de</strong>nte, eu queria fazer um requerimento verbal.Solicitar a convocação <strong>do</strong>s <strong>do</strong>is senhores menciona<strong>do</strong>s pelo senhor Sérgio Pinaffi para<strong>de</strong>poimento nesta Comissão: o senhor João Degair e senhor Clau<strong>de</strong>mir...O SR. SÉRGIO PINAFFI – Clau<strong>de</strong>mir alguma coisa <strong>de</strong> Matos.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Clau<strong>de</strong>mir <strong>de</strong> Matos.O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Clau<strong>de</strong>mir Antonio <strong>de</strong> Matos.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Clau<strong>de</strong>mir Antonio <strong>de</strong> Matos.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Eu acato o seu requerimento, mas pediriaque vossa excelência...O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Vou formalizar.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Formalizan<strong>do</strong> por escrito.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Vou formalizar.O SR. SÉRGIO PINAFFI – Excelência, eu po<strong>de</strong>ria fazer um pequeno comentário?O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Claro.O SR. SÉRGIO PINAFFI – Esse engenheiro, numa das audiências com o Juiz... Só parao senhor enten<strong>de</strong>r. A área em que foi feita as casas, Pirapozinho é uma cida<strong>de</strong> um poucoaci<strong>de</strong>ntada, então ela expandiu e nós tivemos até dificulda<strong>de</strong>. A gente tem que apresentartrês ou quatro áreas para o CDHU aprovar. Então, apresentamos a área, mas, por melhorque se escolhesse, ela também tinha seus probleminhas ali. Era 200 casas e diminuiu duasporque era inviável cortar um pequeno barranco ali para duas casas. Só para o senhorenten<strong>de</strong>r.Durante a terraplanagem foi contrata<strong>do</strong> – as máquinas não conseguiam fazer, foicontrata<strong>do</strong> um rompe<strong>do</strong>r, o empresário <strong>de</strong>sistiu <strong>de</strong> trabalhar porque a broca esfarelava eera <strong>do</strong>is dias uma broca e não conseguia quebrar. O engenheiro – me per<strong>do</strong>e a expressão,teve a cara <strong>de</strong> pau quan<strong>do</strong> pergunta<strong>do</strong> se houve algum inci<strong>de</strong>nte durante a terraplanagem,alguma dificulda<strong>de</strong>, disse que <strong>de</strong>sconhecia. Disse que <strong>de</strong>sconhecia.O esgoto não conseguiu furar com essa máquina rompe<strong>do</strong>ra especial; teve que furarmanual com aquela picareta manual e isso dificultou bastante. E ele não teve a hombrida<strong>de</strong><strong>de</strong> dizer ou <strong>de</strong> confirmar que realmente aconteceu esse problema. Então é difícil eu enten<strong>de</strong>ruma pessoa que não tinha um mau relacionamento comigo, eu nunca maltratei funcionário,agir daquela forma. Me faz a pensar que ele, ou advoga<strong>do</strong> orientou, ou se houveacor<strong>do</strong>, eu não vou afirmar que houve, mas ele passou a ser testemunha.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Sr. Sérgio, tu<strong>do</strong> indica, pelo que o senhor está nosapresentan<strong>do</strong>, que a tapera roncou e quem estava embaixo <strong>de</strong>la era o senhor.Eu fico admira<strong>do</strong> com a sua memória para <strong>de</strong>terminadas questões, vou insistir, porqueo senhor se recorda que eram 200 casas, teve que diminuir duas casas porque a máquinanão conseguiu fazer o rebaixamento da área a ponto <strong>de</strong> permitir a construção da casa;o senhor se recorda <strong>de</strong> que a empresa precisou adquirir outro equipamento, trazer outrosequipamentos para fazer a terraplanagem; o senhor se recorda também que a outra obra <strong>de</strong>captação <strong>de</strong> esgoto, a construção <strong>do</strong> emissário, emissário que recolhia o esgoto <strong>do</strong> conjuntotambém teve várias dificulda<strong>de</strong>s na execução da obra. Tu<strong>do</strong> isso o senhor se recorda, mascom muita clareza, com precisão <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s até. Essa empresa que fez a terraplanagem osenhor se recorda qual é?O SR. SÉRGIO PINAFFI – O nome <strong>de</strong>la eu sei que... (Pausa.)O SR. ANTONIO MENTOR – PT – E a empresa que fez a obra <strong>do</strong> emissário <strong>do</strong> esgoto,o senhor se recorda?O senhor se recorda como é que elas foram contratadas? Se foi a Prefeitura que contratoudiretamente ou se fazia parte <strong>do</strong> escopo da contratação da FT também a contratação<strong>de</strong>ssas obras?O SR. SÉRGIO PINAFFI – Não. Foi feita uma licitação.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Foi feita outra licitação.O SR. SÉRGIO PINAFFI – É.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Também para contratar essas... Os valores o senhorse recorda?O SR. SÉRGIO PINAFFI – Não.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Abaixo <strong>de</strong> 150 mil reais?O SR. SÉRGIO PINAFFI – Aquilo que era abaixo <strong>de</strong> 150 mil reais...O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Era carta-convite.O SR. SÉRGIO PINAFFI – Carta-convite.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – E foi por carta-convite?O SR. SÉRGIO PINAFFI – Eu acredito que algumas sim.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – E po<strong>de</strong> haver um aditamento <strong>de</strong> 25%, ou seja, elapo<strong>de</strong> subir aí mais um tanto bom <strong>de</strong> dinheiro, chegar perto <strong>de</strong> 200 mil.O SR. SÉRGIO PINAFFI – Eu acredito que não houve.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Não houve aditamento. O senhor não se recordaque houve ou...O SR. SÉRGIO PINAFFI – Não me recor<strong>do</strong>, mas eu...O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Eu estou pensan<strong>do</strong> no aditamento por conta <strong>de</strong>ssasdificulda<strong>de</strong>s que o senhor mesmo apresentou aqui. Teve que mudar a máquina; teve quetrazer um rompe<strong>do</strong>r... (Pausa.)Aqui a informação que me chega é que a terraplanagem foi dividida em duas licitações.O senhor confirma isso?O SR. SÉRGIO PINAFFI – Confirmo.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Delfino e Sá Construções.O SR. SÉRGIO PINAFFI – Eu confirmo porque é uma das acusações.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Bom...O SR. SÉRGIO PINAFFI – Eu gostaria <strong>de</strong> falar a respeito disso aí.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Po<strong>de</strong> falar.O SR. SÉRGIO PINAFFI – É porque, primeiro, foi feito um platô, <strong>de</strong>pois o outro, e emépocas e anos diferentes.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Ok. Por isso foram feitas as duas licitações?O SR. SÉRGIO PINAFFI – Eu acredito que...O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Na terraplanagem.O SR. SÉRGIO PINAFFI – Eu acredito que esse é o motivo.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Essa <strong>de</strong>cisão, como é que ela era tomada? Precisarecorrer a uma outra empresa; precisa fazer em duas vezes. Quem é que <strong>de</strong>cidia sobre isso?Era o Prefeito ou era o engenheiro ou era o licita<strong>do</strong>r ou era outra pessoa?O SR. SÉRGIO PINAFFI – Que <strong>de</strong>cidia sobre, excelência?O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Sobre essas questões que nós estamos discutin<strong>do</strong>aqui: precisou contratar uma outra máquina; a terraplanagem tem que fazer em duas etapas;uma agora, a outra foi feita <strong>de</strong>pois. Como era tomada essa <strong>de</strong>cisão?O SR. SÉRGIO PINAFFI – Muito bem. Quem levantava o problema são os técnicos:o engenheiro, o licita<strong>do</strong>r, o mestre <strong>de</strong> obra. E eles, enfim, trazem para o Prefeito: Olha, vaiter que se fazer isso; tem que montar isso assim e assim e a solução é essa. O Prefeito pe<strong>de</strong>para o Jurídico se aquilo é legal. É legal. Parecer jurídico, é legal, tem que ser feito. Existeoutra forma? Não. Tem que ser assim. O Prefeito autoriza. Infelizmente, se estiver erra<strong>do</strong>, seessas <strong>de</strong>cisões estiver errada, se o parecer jurídico foi erra<strong>do</strong>, como disse o nobre <strong>de</strong>puta<strong>do</strong>,o Prefeito vai arcar com as consequências.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – V. Sa. tomava todas essas precauções sempre?O SR. SÉRGIO PINAFFI – Sempre.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Ouvia o parecer técnico, ouvia o parecer jurídico eaí <strong>de</strong>cidia e encaminhava. Nunca houve caso <strong>de</strong> o senhor falar: Olha, assessor jurídico, euquero fazer <strong>de</strong>sse jeito, então você resolva <strong>de</strong>sse jeito aqui que eu preciso <strong>do</strong> seu parecerpara cá, <strong>de</strong>sse jeito?O SR. SÉRGIO PINAFFI – Note bem. Foi o que ele, inclusive em <strong>de</strong>poimento eledisse...O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Nem li o <strong>de</strong>poimento <strong>de</strong>le.O SR. SÉRGIO PINAFFI – Mas eu estou dizen<strong>do</strong>. Que <strong>de</strong>terminava: é para fazer assim,porque senão te man<strong>do</strong> embora. É um absur<strong>do</strong>! Alguém ouvir um negócio <strong>de</strong>sse e não contestar!Como é que um funcionário <strong>de</strong> 12 anos po<strong>de</strong> ser manda<strong>do</strong> embora porque discor<strong>do</strong>u<strong>do</strong> Prefeito?! É uma afirmativa totalmente espalhafatosa, porque não cabe. Não, se nãofizesse, ele mandava embora! Ora, o que é isso? Não existe. Nem o Presi<strong>de</strong>nte da Repúblicapo<strong>de</strong> mandar o funcionário <strong>de</strong> 12 anos embora. Tem estabilida<strong>de</strong>, tem tu<strong>do</strong>. Jamais eu fizisso. Isso aí é orienta<strong>do</strong> a dizer assim para que ele ficasse fora <strong>do</strong> processo.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Esse a que o senhor se refere é o assessor jurídico?O SR. SÉRGIO PINAFFI – Os <strong>do</strong>is.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Os <strong>do</strong>is?O SR. SÉRGIO PINAFFI – Não! Não! Desculpa. O engenheiro Clau<strong>de</strong>mir.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Queria me encaminhar para o final, mas tambémpara indagar. Essas outras cida<strong>de</strong>s às quais o senhor se referiu, tem lembrança para nos aju-


8 – <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, 119 (222) – Suplemento Diário Oficial Po<strong>de</strong>r Legislativo sába<strong>do</strong>, 28 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 2009dar também <strong>de</strong> alguma cida<strong>de</strong> que tenha si<strong>do</strong> consultada, que tenha orienta<strong>do</strong> Pirapozinhoe os técnicos <strong>de</strong> Pirapozinho a tomar essa ou aquela providência?O SR. SÉRGIO PINAFFI – Olha, com certeza, eu não me lembro para nomear aqui ascida<strong>de</strong>s. Mas acredito que consultaram Tarabai porque tinha conjunto pronto funcionan<strong>do</strong>com pessoas moran<strong>do</strong>; talvez Regente on<strong>de</strong> o Prefeito da época era o Presi<strong>de</strong>nte da Unipontale a gente tinha certa liberda<strong>de</strong>. Eu acredito que essas cida<strong>de</strong>s foram consultadas.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Qual outra? Regente Feijó e...?O SR. SÉRGIO PINAFFI – Eu acredito que Regente e Tarabai <strong>de</strong>vem ter si<strong>do</strong> consultadas.Po<strong>de</strong> ser até que consultaram outra. Eu acredito que pelo menos essas duas. Acredito.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Alguém, em algum momento, orientou V. Sa. paradizer eu acredito, ao invés <strong>de</strong> afirmar taxativamente? Foi assim? Algum advoga<strong>do</strong> em algummomento disse para o senhor falar: Olha, quan<strong>do</strong> você tiver, se sentir em qualquer dificulda<strong>de</strong>não afirme; fale eu acredito que...? Porque foi a coisa que mais nós ouvimos <strong>de</strong> V. Sa.aqui foi essa frase. Eu acredito que, eu acredito que. Isso me parece ter uma certa orientaçãojurídica para que V. Sa. não incorra em nenhum crime <strong>de</strong> falso testemunho.O SR. SÉRGIO PINAFFI – Excelência, como eu disse, eu tenho uma dificulda<strong>de</strong> paralembrar as coisas. E já faz, <strong>de</strong>manda um certo tempo isso, faz mais <strong>de</strong> cinco anos. Então,o Prefeito, o Prefeito <strong>de</strong>termina ou sugere ao licita<strong>do</strong>r consulta outras cida<strong>de</strong>s e tal. E nosafazeres, no corre-corre <strong>do</strong> dia-a-dia, o cara passa – <strong>de</strong>sculpe pela expressão, o funcionáriopassa pelo Prefeito, às vezes até no corre<strong>do</strong>r ou no gabinete e fala: Olha, consultamos talcida<strong>de</strong> e temos aí um norte. E agora fica difícil eu afirmar categoricamente, porque a partir<strong>do</strong> momento que eu afirmar categoricamente, eu tenho que ter certeza <strong>de</strong> que é aquelamesma. Mas que essas cida<strong>de</strong>s que eu citei tinham conjunto funcionan<strong>do</strong>, e bem, e que eusugeri que fosse consulta<strong>do</strong>, isso aconteceu.O SR. MILTON FLÁVIO – PSDB – Deputa<strong>do</strong> Mentor, posso só agregar, na mesma direção<strong>de</strong> vossa excelência?Prefeito, eu não vou fazer perguntas. Eu estou aqui ouvin<strong>do</strong> e tenho me senti<strong>do</strong>muito bem representa<strong>do</strong> pelos meus companheiros. V. Exa. passa e passou aqui para cadaum <strong>de</strong> nós uma sensação <strong>de</strong> alguém que teve a sua vida <strong>de</strong>struída por um fato.O SR. SÉRGIO PINAFFI – Exatamente.O SR. MILTON FLÁVIO – PSDB – Esses fatos foram investiga<strong>do</strong>s pela Polícia e essesfatos estão registra<strong>do</strong>s. To<strong>do</strong>s esses fatos que nós aqui estamos elencan<strong>do</strong> e cobran<strong>do</strong> <strong>de</strong> V.Exa. ou <strong>de</strong> V. Sa. informações, seguramente foram objeto <strong>de</strong> inquérito policial e <strong>do</strong> processocível ou criminal que V. Sa. respon<strong>de</strong>.Mais <strong>do</strong> que isso. V. Sa. foi convoca<strong>do</strong> para vir a esta Casa. Não lhe passou pelacabeça que seria conveniente que V. Exa. pelo menos repassasse, porque se esses fatosforam tão fundamentais para a sua vida, o mínimo que eu esperaria é que essas respostasque estão sen<strong>do</strong> cobradas estivessem prontas, até por uma questão <strong>de</strong> preparo. Vou mepreparar, vou ouvir, vou elencar os fatos, vou rever as situações, <strong>de</strong> tal maneira que eu nãoincorra em erros e não <strong>de</strong>ixe <strong>de</strong> dar à CPI as informações necessárias.A sensação que está me passan<strong>do</strong> é como se nós estivéssemos pego V. Sa. aquino corre<strong>do</strong>r e dito: Olha, preste os esclarecimentos. Eu não me lembro. Mas meu Deus <strong>do</strong>céu! É o fato que mu<strong>do</strong>u a sua vida; é o fato que tirou V. Sa. <strong>de</strong> uma situação <strong>de</strong> absolutorespeito na sua cida<strong>de</strong>, porque foi inclusive reeleito, e hoje o remete, segun<strong>do</strong> V. Sa., a umasituação <strong>de</strong> absoluto <strong>de</strong>scaso e numa situação <strong>de</strong> dificulda<strong>de</strong> inclusive <strong>de</strong> sobrevivência. EV. Exa. não se recorda <strong>do</strong>s fatos. E aí eu concor<strong>do</strong> com o Deputa<strong>do</strong> Mentor. V. Sa. dizer euacredito e tenho impressão que... Eu acho que se os fatos foram tão sérios mereceriam <strong>de</strong> V.Sa. uma atenção maior, que talvez tenha falta<strong>do</strong> também na execução <strong>de</strong>ssa obra, confian<strong>do</strong>e <strong>de</strong>legan<strong>do</strong> a pessoas responsabilida<strong>de</strong>s que, no fun<strong>do</strong>, e o tempo está <strong>de</strong>monstran<strong>do</strong> ea Justiça, são suas.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Continuan<strong>do</strong>, Sr. Presi<strong>de</strong>nte, eu queria solicitar <strong>do</strong>Sr. Sérgio, nosso <strong>de</strong>poente, que no caso <strong>de</strong> até o final <strong>do</strong> seu <strong>de</strong>poimento nesta ComissãoParlamentar <strong>de</strong> Inquérito não se recor<strong>de</strong> <strong>do</strong>s nomes que estamos nós solicitan<strong>do</strong>, que o façapor escrito à Comissão, aten<strong>de</strong>n<strong>do</strong> também à solicitação <strong>do</strong> Deputa<strong>do</strong> Milton Flávio, oportuna,faça isso por escrito, dizen<strong>do</strong> quais eram os contatos na CDHU, na <strong>de</strong>legacia regional<strong>de</strong> Pirapozinho; qual era o contato aqui na CDHU em <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>; quem era o Presi<strong>de</strong>nte àépoca, para nós po<strong>de</strong>rmos trabalhar com as suas informações.Na sequência perguntar...O SR. SÉRGIO PINAFFI – Excelência, por favor.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Em seguida o senhor respon<strong>de</strong>. Deixe só eu acrescentarmais essa questão aí que o senhor já, V. Sa. já po<strong>de</strong> respon<strong>de</strong>r tu<strong>do</strong> <strong>de</strong> uma vez.O senhor conhece o Sr. Wal<strong>de</strong>mar Calvo?O SR. SÉRGIO PINAFFI – Conheço.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Quem seria o Sr. Wal<strong>de</strong>mar Calvo?O SR. SÉRGIO PINAFFI – Ele é ex-prefeito <strong>de</strong> Tarabai.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – O senhor mencionou que lá em Tarabai também foiefetiva<strong>do</strong> um conjunto habitacional nos mesmos mol<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Pirapozinho, é isso? E lá tambémos seus técnicos foram buscar informações <strong>de</strong> quais eram os melhores procedimentos?O senhor mencionou aqui que o senhor acredita que, acredita que. O senhor não disse: foiassim. Não. Eu vou dizer com as suas palavras: acredito que em Tarabai; acredito que emRegente Feijó.Muito bem. Para concluir, Sr. Presi<strong>de</strong>nte, dizer o seguinte. Este episódio, como jádisse e vou repetir, envolveu no Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong> não apenas a Prefeitura <strong>de</strong> Pirapozinho,Sr. Sérgio, foram muitas Prefeituras que foram envolvidas nessa mesma formatação <strong>de</strong>superfaturamento e <strong>de</strong> má qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s materiais e processo construtivo também <strong>de</strong> baixaqualida<strong>de</strong>, apesar <strong>de</strong> ter si<strong>do</strong> utiliza<strong>do</strong> sistema <strong>de</strong> mutirão. Esse episódio ficou conheci<strong>do</strong> noEsta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong> como a máfia das casinhas da CDHU. É assim que, esse é rótulo queficou registra<strong>do</strong> pela mídia. Não sei se lamentavelmente, mas eu penso que lamentavelmente,outros membros <strong>do</strong> Ministério Público não tiveram o mesmo foco que o Promotor <strong>de</strong>Pirapozinho teve ao se preocupar com a investigação que resultou nesse inquérito policial,enfim, nesse escândalo to<strong>do</strong>.Evi<strong>de</strong>ntemente que há uma tentativa clara <strong>de</strong> restringir to<strong>do</strong> esse episódio a Pirapozinho.E jogar na fogueira uma única pessoa: senhor Sérgio Pinaffi. Mas nós sabemos quea dimensão disso é muito maior. É muito maior. Não se restringe a Pirapozinho. Muito pelocontrário. Depois <strong>de</strong> as <strong>de</strong>núncias terem surgi<strong>do</strong> em Pirapozinho, na região <strong>de</strong> Sorocabahouve <strong>de</strong>núncias da mesma natureza; na região <strong>de</strong> <strong>São</strong> José <strong>do</strong>s Campos também houve<strong>de</strong>núncias da mesma prática, o mesmo mo<strong>de</strong>lo, o mesmo esquema, a mesma máfia dascasinhas da CDHU também implantadas em outras regiões.Então eu lamento. Lamento pelo senhor, sinceramente eu lamento, porque não achocorreto que uma questão <strong>de</strong>sta dimensão seja direcionada para uma ou duas pessoas apenas.Penso que o senhor tem responsabilida<strong>de</strong> parcial, no mínimo, responsabilida<strong>de</strong> parcialpelos fatos, mas essa responsabilida<strong>de</strong> tem uma dimensão muito maior e atingiria figurasimportantes <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong> que estão sen<strong>do</strong> protegidas, blindadas, para que essetema não alcance essa dimensão que eu penso que seria necessário.Portanto, eu apelo novamente ao senhor que nos aju<strong>de</strong>. Para que o senhor saia dafogueira, é preciso que o senhor traga também outras informações para esta Comissão Parlamentar<strong>de</strong> Inquérito e aí nós teremos como tratar disso com a dimensão que é necessáriae que <strong>de</strong> fato tem esse episódio. Muito obriga<strong>do</strong>, senhor Presi<strong>de</strong>nte.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Eu quero também usar a palavra. Antesque o senhor possa respon<strong>de</strong>r a alguma indagação <strong>do</strong> <strong>de</strong>puta<strong>do</strong>, eu quero como Presi<strong>de</strong>ntetambém fazer algumas perguntas. O senhor po<strong>de</strong> respon<strong>de</strong>r alguma indagação que porventurao Deputa<strong>do</strong> Antonio Mentor lhe fez.O SR. SÉRGIO PINAFFI – Eu quero repetir que a função <strong>do</strong> Prefeito era buscar recurso.Esse recurso <strong>de</strong>pois vinha mediante o andamento da obra, parceladamente, libera<strong>do</strong> emconta e que apesar <strong>de</strong> nem passar pelo gabinete, mas o CDHU se fazia presente, fiscalizan<strong>do</strong>,analisan<strong>do</strong>, para que pu<strong>de</strong>ssem ser libera<strong>do</strong>s os recursos. Então a participação <strong>do</strong> Prefeitona obra é mínima em termos <strong>do</strong> andamento, porque se o engenheiro está informan<strong>do</strong>que a obra está em bom andamento, se a qualida<strong>de</strong> é boa, se a qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong> material é boae foi conferi<strong>do</strong> por ele, porque ele que assinava as notas, se a licitação obe<strong>de</strong>ceu os trâmiteslegais e tem um parecer jurídico que atestava isso, o Prefeito se dá por satisfeito e autorizaa obra. Vai autorizan<strong>do</strong> a obra.Quanto à diretoria... Me lembrei agora. O encarrega<strong>do</strong> <strong>de</strong> Presi<strong>de</strong>nte Pru<strong>de</strong>nte,Climério. Não sei o sobrenome. Pouquíssimo ou quase... Pouquíssimo contato eu tive comele, porque resolveu o problema aqui, o resto é técnico, é problema técnico e não cabia aoPrefeito ir lá resolver, porque eu não enten<strong>do</strong> <strong>de</strong> engenharia.Tenho notícia, sim, <strong>de</strong> que a região <strong>de</strong> Presi<strong>de</strong>nte Pru<strong>de</strong>nte foi a região que maisconstruiu casa em regime <strong>de</strong> mutirão, aten<strong>de</strong>n<strong>do</strong> principalmente à classe menos favorecida.Isso eu tenho notícia disso. Tenho notícia que até um certo tempo a região <strong>de</strong> Presi<strong>de</strong>ntePru<strong>de</strong>nte era uma das últimas no ranking e <strong>de</strong>pois chegou a ser a que mais construiu casaspopulares em regime.<strong>São</strong> essas notícias que eu tenho.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Eu, na qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Presi<strong>de</strong>nte, tambémquero inquirir vossa senhoria.Primeiro dizer para V. Sa. que eu fui Prefeito <strong>de</strong> uma cida<strong>de</strong> gran<strong>de</strong>, logicamentediferente da vossa, mas uma cida<strong>de</strong> com muitos problemas. E tive a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> participar<strong>de</strong> um processo também <strong>de</strong> construção em mutirão. Pena que o Deputa<strong>do</strong> Massaferanão esteja aqui para dizer para ele que quan<strong>do</strong> se tem serieda<strong>de</strong> se consegue construir. Enós fizemos aqui no Brasil o primeiro processo <strong>de</strong> construção em mutirão vertical; então,quatro andares, com mulheres, sem nenhuma experiência.Mas quero indagar a V. Sa. sobre o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> contrato. Primeiro, eu não fiz com oCDHU, mas o mo<strong>de</strong>lo era o mesmo. Então como se dava esse...? Espero que V. Sa. possaafirmar que o mo<strong>de</strong>lo se <strong>de</strong>u da seguinte forma. Primeiro, eu fui à Caixa Econômica Fe<strong>de</strong>ral,então eu tinha que indicar um terreno e esse terreno tinha que estar com escritura, comto<strong>do</strong>s os trâmites legais para que pu<strong>de</strong>sse ser objeto <strong>de</strong>sse convênio. Segun<strong>do</strong>, como setratava <strong>de</strong> mutirão e eu quero aqui lamentar que até ninguém falou num elemento importantíssimoque é a associação, a associação <strong>de</strong> mutirão tem que estar presente e ela é parteinteressada, porque ela entra com a mão <strong>de</strong> obra, com uma parte <strong>do</strong> recurso e que ela temque acompanhar todas as compras <strong>de</strong> material, os preços e todas as formulações. E que oPrefeito tem que ir lá olhar. Não precisa ser engenheiro para que ele possa acompanhar,olha, veja. Olha, eu não sou engenheiro, mas sei construir uma casa; sei o que precisa paraque essa casa seja aprumada, tem que ter um prumo; seja nivelada, tem que ter um nível.E as formas com que tem que ser feita. Hoje não é mais. Se fosse uma construção <strong>de</strong> umviaduto... Mas <strong>de</strong> casas, que é uma construção simples, Prefeito enten<strong>de</strong> tão bem quantoqualquer outro cidadão.Então, eu queria perguntar aqui, primeiro, o seguinte: como foi a modalida<strong>de</strong>? Porquea Caixa Econômica Fe<strong>de</strong>ral, no meu caso, uma vez ten<strong>do</strong> ali a Prefeitura o seu terreno ea vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> ser parte <strong>do</strong> processo, os mutirantes entran<strong>do</strong> com a mão <strong>de</strong> obra, o contratoera feito com a Prefeitura, era repassa<strong>do</strong> esse dinheiro com a Prefeitura, em função dasmedições, mas a Prefeitura era uma parte responsável e tinha que acompanhar, e os mutirantestambém.Então, eu queria aqui que nós pudéssemos chamar essa associação, porque o quehouve por aí foi muita montagem. Quan<strong>do</strong> V. Sa. diz que a casa não sabe como... Olha, éverda<strong>de</strong>. A casa que eu cheguei a construir, olha, apartamentos bonitos, e ficou por 10 milreais. Por quê? Porque o pessoal entrou com uma parte <strong>do</strong> recurso, com a mão <strong>de</strong> obra, eto<strong>do</strong> mun<strong>do</strong> tinha que trabalhar, mutirante tinha que estar lá para cumprir sua parte. Eu nãocontratei gente para fazer. Eram eles que tinham que fazer. Essa era a parte <strong>do</strong> recurso queeles assinaram na Caixa Econômica Fe<strong>de</strong>ral. E a Prefeitura entrava com a sua parte, que elesjá sabiam em quanto que correspondia a infraestrutura, a pavimentação e alguns técnicosque nós colocávamos à disposição.Então queria que V. Sa. falasse como foi o convênio. Foi repassa<strong>do</strong>, ou seja, foi assina<strong>do</strong>esse convênio que o mutirante entrava com uma parte, que a Prefeitura entrava comuma parte e esse recurso era transferi<strong>do</strong> pelo CDHU. Agora, a Prefeitura gerenciava no nívellocal, uma vez que foi ela quem buscou como responsável o local; foi ali a Prefeitura quem<strong>de</strong>terminou, porque ela quem <strong>de</strong>u o terreno. No meu caso foi <strong>de</strong>sse jeito. Então, eu queriaque fosse fala<strong>do</strong>.E os mutirantes! Ora, se essas coisas aconteceram, e os mutirantes on<strong>de</strong> estavamque não viam nada? Que empresa? Tinha necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> pegar uma empresa para construir?Não era o mutirante que tinha que construir? Casa ainda? Era um plano vertical ouhorizontal? Porque se era horizontal, qualquer um... Olha, eu vou dizer uma coisa para osenhor, a minha avó já sabia construir. Qual a dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> você levantar uma casa e botarno prumo? Não tem dificulda<strong>de</strong>? E hoje mais fácil ainda, porque na época da minha avó era


sába<strong>do</strong>, 28 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 2009 Diário Oficial Po<strong>de</strong>r Legislativo <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, 119 (222) – Suplemento – 9barro, era caliça; hoje é cimento, é fazer uma coluna. <strong>São</strong> coisas simples. Então queria que V.Sa. falasse sobre isso.Eu acho que o maior... Veja, eu não tenho aqui. Eu tenho inclusive visto a sua serieda<strong>de</strong>.Eu acho que quan<strong>do</strong> V. Sa. fala <strong>do</strong> que per<strong>de</strong>u, V. Sa. quebra o seu sigilo bancário paramostrar sua serieda<strong>de</strong>. Eu até acredito. Mas V. Sa. cometeu um crime quan<strong>do</strong> seu gran<strong>de</strong>erro foi dizer não participou, não olhou, não viu, não acompanhou, quem fez isso <strong>de</strong>legoupara outros. Provavelmente, veja...Quero aqui, nas palavras <strong>do</strong> meu colega Deputa<strong>do</strong> Milton Flávio, dizer o seguinte.Olha, a sua vinda aqui hoje po<strong>de</strong> ajudar a construir a sua inocência, se o senhor traga aquio nome das pessoas que realmente foram culpadas. E se eles estão na CDHU ou se faz parte<strong>de</strong>sses grupos que existem... Eu fui Prefeito e também sei o que é isso, aparecem algumaspessoas muito boas, oferecen<strong>do</strong> muitas vantagens; se mostram <strong>de</strong> forma tão bonita que agente até acredita nessa possibilida<strong>de</strong>. E nos enganam. Eu acho que po<strong>de</strong> ter aconteci<strong>do</strong>isso, mas o senhor tem que dar o nome <strong>de</strong>ssas pessoas. Porque cabe aqui à nossa CPI...Esta CPI tem talvez o papel que tem o Po<strong>de</strong>r Judiciário <strong>de</strong> investigar, mas aqui a gente po<strong>de</strong>fazer a discussão política, aqui nós po<strong>de</strong>mos acrescentar, através <strong>de</strong>ssas outras questões,porque não temos compromisso nem com “a” nem com “b”; nosso compromisso aqui écom a verda<strong>de</strong>.Então, eu gostaria que V. Sa. falasse aqui o seguinte. Primeiro, o seguinte. O convênioque foi feito com o CDHU. As três partes que estavam envolvidas eram Prefeitura e osmutirantes. Essa é a questão. Cadê os mutirantes, a outra parte envolvida nesse processo,que tinha que colocar ali a mão <strong>de</strong> obra? E o custo é esse mesmo. É reduzi<strong>do</strong> porque umadas partes entra com a mão <strong>de</strong> obra. Queria que o senhor falasse sobre isso. E falasse sobreo seguinte. Dessas relações que nos ajudam aqui a encontrar essa possibilida<strong>de</strong> da sua inocência.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Me permite, senhor Presi<strong>de</strong>nte. Apenas para esclarecerno senti<strong>do</strong> da colocação <strong>de</strong> vossa excelência. Achei absolutamente oportuna recuperara importância e a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> constar também a participação da associação <strong>de</strong> mutirantes.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Deve ter ti<strong>do</strong>. Cadê essa associação?Que tem que ter inclusive... Ela tem que ter estrutura legal.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Consta aqui num trecho da <strong>de</strong>núncia uma mençãoa essa Associação Habitar Vida Nova, certamente o Sr. Sérgio <strong>de</strong>ve conhecer, em Presi<strong>de</strong>ntePru<strong>de</strong>nte, presidida pelo Sr. Edson Menezes, também réu no processo, e <strong>de</strong> fato <strong>do</strong> Sr. FranciscoEmílio, o tal Chiquinho da CDHU, localizada na Rua Bela n. 75, imóvel que está emnome da mãe <strong>do</strong> Sr. Chiquinho da CDHU, Sra. Isaura Gomes <strong>de</strong> Oliveira. Portanto, Sr. Presi<strong>de</strong>nte,lamentavelmente também tu<strong>do</strong> indica que a associação também foi articulada parafazer parte da frau<strong>de</strong> da máfia das casinhas da CDHU.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Então, eu queria, então, complementar.Queria que V. Sa. pu<strong>de</strong>sse falar sobre isso. V. Sa. tinha que ter a ciência <strong>de</strong> que existe ou nãoexiste uma associação. Como é que eu, na minha cida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sse tamanhinho, não conheçoa organização <strong>do</strong> meu povo. Dizer: Olha, lá está lá, fulano <strong>de</strong> tal, com a li<strong>de</strong>rança, que vivereivindican<strong>do</strong> moradia, que quer participar <strong>de</strong> um mutirão. Porque se ele não existe, se eleé uma fantasia, eu não quis enxergar essa fantasia. Então esse po<strong>de</strong> ter si<strong>do</strong> um erro <strong>de</strong>vossa senhoria. Um erro que lhe custou tu<strong>do</strong> isso. E que aí o senhor <strong>de</strong>ve fazer e escrevero seu livro e registrar, porque quan<strong>do</strong> se governa não po<strong>de</strong> ter essa ausência; a gente temque assumir essa responsabilida<strong>de</strong> e essa convicção. Então a gente participa <strong>de</strong> uma frau<strong>de</strong>na hora em que a gente sabe que não existe uma associação e registra como se ela tivessepara conseguir trazer um recurso que não seria suficiente, porque aí entraria não a mão <strong>de</strong>obra, entraria uma fictícia mão <strong>de</strong> obra. E aí daria no que <strong>de</strong>u.Então eu queria que V. Sa. pu<strong>de</strong>sse falar sobre isso conosco. Do seu convênio, se foi<strong>de</strong>ssa forma. A Prefeitura foi lá buscar o convênio, o CDHU fez o convênio, mas tinha umaoutra parte que era os mutirantes. Eles são corresponsáveis com a Prefeitura e o senhorassumiu ali um compromisso. O senhor registrou que tinha uma associação. O senhor registrouque ia ser construí<strong>do</strong> em mutirão e que a Prefeitura tinha uma parte a colocar ali eacompanhar essa obra.O SR. SÉRGIO PINAFFI – Sr. Presi<strong>de</strong>nte, o convênio <strong>do</strong> CDHU foi pelo sistema mutirão.O CDHU repassava, repassou a primeira verba; e <strong>de</strong>pois ia repassan<strong>do</strong> à medida quea obra fosse andan<strong>do</strong>, naturalmente fiscalizada pelo CDHU e dimensionada aquilo que foifeito pelo CDHU e acompanha<strong>do</strong> <strong>do</strong> engenheiro da Prefeitura. Os mutirantes, to<strong>do</strong>s munícipes,cidadãos <strong>de</strong> Pirapozinho.O que eu quero dizer é que se não houve uma manifestação <strong>do</strong>s mutirantes é porquea casa saiu. E o mutirante também tem conhecimento <strong>de</strong> que esse valor que foi emprega<strong>do</strong>ali é um valor extremamente aperta<strong>do</strong>. Então não houve... A obra estava andan<strong>do</strong> normalmente.De repente jogaram esse monte <strong>de</strong> acusações e <strong>de</strong> coisas e <strong>de</strong> suposições queeu não acredito, porque se a obra saiu, valor apertadíssimo, on<strong>de</strong> está o <strong>de</strong>svio <strong>de</strong> verbaimenso? Eu não usufruí. Acredito que o engenheiro, o advoga<strong>do</strong>, o licita<strong>do</strong>r também não. Eunão posso ficar supon<strong>do</strong> coisas.O SR. MILTON FLÁVIO – PSDB – Pela or<strong>de</strong>m, senhor Presi<strong>de</strong>nte.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Tem V. Exa. a palavra.O SR. MILTON FLÁVIO – PSDB – Eu queria insistir com V. Exa. para que o <strong>de</strong>poenterespon<strong>de</strong>sse <strong>de</strong> maneira objetiva se ele conhecia a associação <strong>do</strong>s mutirantes e se conheciaas li<strong>de</strong>ranças, porque o que V. Exa., Presi<strong>de</strong>nte, colocou e o Deputa<strong>do</strong> Mentor complementoué <strong>de</strong> que as li<strong>de</strong>ranças <strong>de</strong>sse mutirão não moravam sequer em Pirapozinho. Osen<strong>de</strong>reços que me parece que foram aqui fala<strong>do</strong>s citam outra cida<strong>de</strong>. Então, eu queria que,objetivamente, o nosso <strong>de</strong>poente dissesse se ele conhecia as li<strong>de</strong>ranças <strong>de</strong>sse mutirão; seesse mutirão <strong>de</strong> fato existia na cida<strong>de</strong>, porque, senão, se o mutirão era fictício, aí se justificaa necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fato <strong>de</strong> você contratar toda a mão <strong>de</strong> obra, porque o mutirão, na verda<strong>de</strong>,não era um mutirão <strong>de</strong> mutirantes e sim <strong>de</strong> fachada.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Eu gostaria que V. Sa. pu<strong>de</strong>sse explicitarisso, porque quan<strong>do</strong> você tem um grupo <strong>de</strong> pessoas organizadas, organizadas, você vai arregimentan<strong>do</strong>gente, eles po<strong>de</strong>m nem reclamar, mas também não participaram, e V. Sa. falouaqui que era difícil esse pessoal participar, que não tinha preparação. Lógico, não tinhammotivação, não tinham organicida<strong>de</strong>. Quan<strong>do</strong> um grupo <strong>de</strong> pessoas tem organização, elesvão para cima, acompanha.Agora, vejam bem. Nós vivemos... Eu quero também que V. Sa. fale um pouquinhoo seguinte. Olha, eu acho que esse cidadão chama<strong>do</strong> Francisco era um gran<strong>de</strong> “vivant”, elogicamente ele não é burro, porque o que ele fez? Ele pegou não sei em quantas cida<strong>de</strong>se se propôs a comprar o material. Se ele aumentou a escala, ele podia até dizer: vamoschamar os Prefeitos e chamar essas entida<strong>de</strong>s e dizer, vamos comprar juntos, mas comisso reduzir o preço. Mas ele fez foi comprar mais caro. Houve superfaturamento. Entãoele ganhou foi muito mais, quan<strong>do</strong> <strong>de</strong>veria era reduzir, porque a escala hoje, quan<strong>do</strong> vocêconsegue dar uma escala maior, você consegue reduzir custo. E essa questão tinha que seracompanhada. As associações que estavam nessa questão tinham que estar ali olhan<strong>do</strong>,ven<strong>do</strong>. Então eu queria que V. Sa. falasse sobre isso.O SR. SÉRGIO PINAFFI – Eu não conhecia o Menezes, não tenho conhecimento <strong>de</strong>que o pessoal nosso...O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Menezes é o Presi<strong>de</strong>nte da Associação. É isso?O SR. SÉRGIO PINAFFI – Isso.Que os nossos mutirantes fossem dirigi<strong>do</strong>s por ele. Os nossos mutirantes eramorganiza<strong>do</strong>s em Pirapozinho. E, aliás, Sr. Presi<strong>de</strong>nte, eu não disse que não funcionava. Tinhadificulda<strong>de</strong>s. A Prefeitura buscava até gente para ir trabalhar. Tinha dificulda<strong>de</strong>s, mas funcionou,as casas estão prontas. Então, eu disse das dificulda<strong>de</strong>s, mas que funcionou e queas reuniões eram periodicamente marcadas. Claro que o Prefeito não estava nas reuniões,mas que as reuniões eram marcadas. Se não tiver reunião, aí que não funciona mesmo. Temque sentar, conversar, discutir, marcar o que vai ser feito, estabelecer metas e atingir, porquesenão o dinheiro também não vem; o dinheiro era fiscaliza<strong>do</strong>, era organiza<strong>do</strong>.Então, o Sr. Menezes, eu fiquei conhecen<strong>do</strong> o Sr. Menezes no dia <strong>do</strong> episódio dasprisões.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – V. Exa. fez assentimento, mas lhe facultoa palavra.O SR. ENIO TATTO – PT – Sr. Presi<strong>de</strong>nte, Sr. Sérgio, o Deputa<strong>do</strong> Massafera foi Prefeito<strong>de</strong> Araraquara, uma cida<strong>de</strong> com mais <strong>de</strong> 200 mil habitantes, e lá tem um corpo <strong>de</strong>secretários. E ele fez algumas colocações e colocou alguns pormenores, informação <strong>de</strong> umalicitação, inclusive das obras que teve lá na questão <strong>de</strong> moradia também. E o senhor colocaque a maioria das coisas o senhor não lembra <strong>do</strong> que aconteceu lá em Pirapozinho. Tomavaconhecimento, assinava e basea<strong>do</strong> no parecer jurídico. Então, só para ilustrar, para verificarcomo funciona a coisa, como funcionou em Pirapozinho.Mas eu acho importante, Sr. Presi<strong>de</strong>nte, que a gente realmente convoque esseMenezes que é da associação, que provavelmente talvez essa associação seja uma profissionalnessa área. Edson Menezes. Porque talvez seja uma profissionalização nessa área <strong>de</strong>mutirão, construção <strong>de</strong> casas <strong>do</strong> CDHU.Eu queria... Essa associação não assinou nenhum convênio com a Prefeitura? Simplesmenteparticipou? Tem algum convênio assina<strong>do</strong>?O SR. SÉRGIO PINAFFI – A associação <strong>do</strong> Menezes?O SR. ENIO TATTO – PT – Isso.O SR. SÉRGIO PINAFFI – Desconheço. Eu não conhecia o Menezes. Nosso mutirãoera organiza<strong>do</strong> em Pirapozinho.O SR. ENIO TATTO – PT – Eu sei, mas esse Menezes é <strong>de</strong> uma associação que participou<strong>do</strong> mutirão que construiu as casas.O SR. SÉRGIO PINAFFI – Olha, eu tenho assim notícia <strong>de</strong> que ele participou <strong>de</strong>outras construções. Na minha cida<strong>de</strong> eu <strong>de</strong>sconheço.O SR. ENIO TATTO – PT – Qual das duas associações que o senhor conhece? Ou nãoconhece nenhuma? A Habitar Vida Nova ou a Renascer? O Menezes é da Habitar Vida Nova,não é?O SR. SÉRGIO PINAFFI – Eu ouvi falar <strong>de</strong>ssas associações. Conhecer elas, não.O SR. ENIO TATTO – PT – Não teve nenhuma associação que assinou um convêniopara a construção <strong>de</strong>ssas casas, em regime <strong>de</strong> mutirão?O SR. SÉRGIO PINAFFI – Olha, eu digo que se houve alguma... Os nossos mutirantesse reuniam, estabeleciam metas <strong>de</strong> serviço e tu<strong>do</strong> mais. Mas no meu enten<strong>de</strong>r o Menezesnão ia lá não.O SR. ENIO TATTO – PT – Como eram organiza<strong>do</strong>s esses mutirantes <strong>de</strong> Pirapozinho,os vossos mutirantes, como o senhor tem coloca<strong>do</strong>?O SR. SÉRGIO PINAFFI – Pela empresa contratada.O SR. ENIO TATTO – PT – Empresa? Mas não tinha uma associação? Eles não eramorganiza<strong>do</strong>s? Eles eram contrata<strong>do</strong>s individualmente? Avulsos?O SR. SÉRGIO PINAFFI – Eles eram organiza<strong>do</strong>s.O SR. ENIO TATTO – PT – Em qual associação? Qual era a associação <strong>de</strong> Pirapozinho?O SR. SÉRGIO PINAFFI – Não conheço. A empresa construtora após o sorteio reuniuas pessoas e formou assim esse grupo para construção <strong>de</strong> casas on<strong>de</strong> o interesse era mútuo.O SR. ENIO TATTO – PT – E a Prefeitura não participou disso? A associação não estavasaben<strong>do</strong> <strong>de</strong> nada?O SR. SÉRGIO PINAFFI – A Prefeitura participava com os técnicos nas reuniões estabelecen<strong>do</strong>as metas, ven<strong>do</strong> os problemas sim.O SR. ENIO TATTO – PT – Qualquer mutirão é conheci<strong>do</strong>, inclusive aqui em <strong>São</strong><strong>Paulo</strong>, senhores Deputa<strong>do</strong>s. Os movimentos <strong>de</strong> moradia são movimentos fortes em <strong>São</strong><strong>Paulo</strong>, atuam, e o Presi<strong>de</strong>nte sabe muito bem, que em termos <strong>de</strong> obras, <strong>de</strong> participaçãocomplementar <strong>de</strong> uma empresa quan<strong>do</strong> é em regime <strong>de</strong> mutirão ela gira em torno <strong>de</strong> seis,sete; na época da Erundina, aqui em <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, era quatro por cento, era o limite <strong>de</strong> mão <strong>de</strong>obra complementar. E, <strong>de</strong> repente lá, me parece que essa FT...O SR. SÉRGIO PINAFFI – Excelência, eu posso me comprometer aqui a passar paraesta Comissão essa informação <strong>do</strong> nome, porque <strong>de</strong>ve ter um nome esses mutirantes, colocouum nome. Mas, enfim, o Menezes eu não conhecia, nunca vi o Menezes na minha vida.Como eu disse, 95% das pessoas mencionadas no processo eu nunca vi, nunca falei comelas.O SR. ENIO TATTO – PT – O Sr. Climério Tole<strong>do</strong> Pereira o senhor conhece?O SR. SÉRGIO PINAFFI – Conheço e lembrei <strong>de</strong> mencionar.O SR. ENIO TATTO – PT – Gerente Regional <strong>do</strong> CDHU. Não é? Então eu acho, Sr.Presi<strong>de</strong>nte, nós já temos aí um requerimento <strong>de</strong> convocação, eu acho que esse cara temmuito a esclarecer, que é o gerente regional <strong>do</strong> CDHU na região <strong>de</strong> Presi<strong>de</strong>nte Pru<strong>de</strong>nte.


10 – <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, 119 (222) – Suplemento Diário Oficial Po<strong>de</strong>r Legislativo sába<strong>do</strong>, 28 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 2009Não cui<strong>do</strong>u só <strong>do</strong> caso <strong>de</strong> Pirapozinho. Então, já está... Só informar que já está protocola<strong>do</strong>o requerimento.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Aceito.Eu queria, só com a anuência <strong>de</strong> V. Exa., eu acho que nós po<strong>de</strong>ríamos aqui, comacor<strong>do</strong> da comissão, convidar uma das figuras aqui <strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, uma das pessoas que participouda luta pelo mutirão, era o Padre Ticão, lá da Zona Leste. Eu estou falan<strong>do</strong> porque,na época, fomos parceiros aí <strong>de</strong> várias caminhadas até Brasília; ou mesmo aqui em <strong>São</strong><strong>Paulo</strong>, muitas vezes fechamos a Avenida Paulista para conseguir recursos. Na época, nossotrabalho era com a Caixa Econômica Fe<strong>de</strong>ral. E nós podíamos convidá-lo, porque ele participou<strong>de</strong>sses mutirões, principalmente <strong>do</strong> CDHU. Para que ele possa inclusive esclarecer: e aí,esses mutirões <strong>do</strong> Padre Ticão <strong>de</strong>ram certo? Não é? Então, podíamos estar convidan<strong>do</strong> paraele vir aqui esclarecer como é esse mutirão, como se <strong>de</strong>u o convênio. A associação tinha queter revisto. Você não podia optar pelo mo<strong>de</strong>lo mutirão se não tivesse uma associação paraassinar, registrada.O SR. ENIO TATTO – PT – Concor<strong>do</strong> plenamente. Padre Ticão conheci<strong>do</strong> e tambémcolocaria mais umas duas ou três li<strong>de</strong>ranças <strong>do</strong> movimento por moradia, que o senhorconhece muito bem, que são movimentos sérios e que têm construí<strong>do</strong> bastantes casas emregime <strong>de</strong> mutirão.Mas, Sr. Presi<strong>de</strong>nte, eu queria também que, e já tem requerimento, registrar, <strong>de</strong>convocação o Sr. Mario Antônio Dale Ve<strong>do</strong>ve Moreno, que é o coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>r da empresa LBR-Tejofran na região <strong>de</strong> Presi<strong>de</strong>nte Pru<strong>de</strong>nte. Então responsável pela fiscalização, acompanhamento,acho que tem muito a acrescentar no caso Pirapozinho, que o Sr. Sérgio não lembramuito <strong>do</strong> que aconteceu lá, mas também <strong>de</strong> outros empreendimentos naquela região.E, por último, eu queria também primeiro fazer uma pergunta. Se o ex-prefeitoconhece o Sr. Sidnei Flores <strong>do</strong>s Santos.O SR. SÉRGIO PINAFFI – Conheço.O SR. ENIO TATTO – PT – Esse também, Sr. Presi<strong>de</strong>nte, tem requerimento já feitoe nós precisamos ouvir, porque são pessoas que cuidaram, que fazem parte <strong>de</strong> to<strong>do</strong> esseesquema <strong>de</strong> Pirapozinho. Mas, mais <strong>do</strong> que isso, eles fazem parte da Regional da CDHU,fazem parte <strong>de</strong> empresas que não só construíram as casas em Pirapozinho, que era meioque dividi<strong>do</strong> por região no Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong> as empresas que fiscalizavam e que construíam.Então, provavelmente, eles têm muito a acrescentar nesta Comissão.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Com a sua anuência, quero aqui registrara presença <strong>do</strong> Deputa<strong>do</strong> Camilo Gava. Quero agra<strong>de</strong>cer sua presença, antes que V. Exa.se retire, e agra<strong>de</strong>cer aqui a sua participação.Por favor.O SR. ENIO TATTO – PT – Então, essas pessoas eu tenho certeza que eles vão contribuirbastante com a Comissão. E, provavelmente, muito daquilo que o Prefeito, e aí, Sr.Sérgio, eu lamento muito, que provavelmente aquilo que o senhor não lembrou eles vãolembrar e aí vai incriminar mais ainda o senhor. Tenho certeza. E essas pessoas eu acho queé primordial, é indispensável a presença <strong>de</strong>les aqui na Comissão Parlamentar <strong>de</strong> Inquéritoda CDHU.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Não haven<strong>do</strong> mais nenhum <strong>de</strong>puta<strong>do</strong>interessa<strong>do</strong> em fazer perguntas ao Sr. Sérgio Pinaffi, nós dispensamos aqui a testemunha,agra<strong>de</strong>cemos sua presença e, logicamente, reiteran<strong>do</strong> que o senhor po<strong>de</strong> ainda nos ajudar,por escrito, encaminhan<strong>do</strong> informações que são importantes. Eu acho que o senhor com asua exposição aqui nos <strong>de</strong>u esse... A sua postura, a sua simplicida<strong>de</strong>. E hoje essa sua situaçãofinanceira <strong>de</strong>monstra, provavelmente, a sua serieda<strong>de</strong>, mas é preciso provar isso. E osenhor po<strong>de</strong> ajudar, se o senhor nos passar as informações, os da<strong>do</strong>s, que aju<strong>de</strong>m aqui nanossa CPI e trazer essas pessoas e ouvi-las.O SR. SÉRGIO PINAFFI – Excelência, se me permite. Eu estou trabalhan<strong>do</strong> na Gran<strong>de</strong><strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>. Posso mencionar aqui até perto on<strong>de</strong> eu trabalho. Estou à disposição da Comissãoe também estou à disposição, porque se os senhores se lembrarem eu <strong>de</strong>ixei <strong>de</strong> mencionarnomes porque não consigo lembrar. O Prefeito, apesar <strong>de</strong> cida<strong>de</strong> pequena, fala com pelomenos 100 pessoas por dia, 150 pessoas, e isso não é fácil lembrar nomes. Mas eu estou àdisposição. É só: quem foi fulano. Façam um relatório que eu vou respon<strong>de</strong>r a tu<strong>do</strong>. A tu<strong>do</strong>.Agora, eu não posso... Por exemplo, <strong>de</strong>morou a lembrar o nome <strong>do</strong> Climério, primeiro, porquenão é um nome comum. E outro <strong>de</strong>talhe a respeito <strong>do</strong> Climério é que o meu contatocom o Climério foi ínfimo. Eu vim <strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, arrumei o recurso e aí os problemas quesurgiam eram mais técnicos, não era eu que ia falar com o Climério ou com quem pu<strong>de</strong>sseresolver aqueles problemas. É por isso que eu tenho uma certa dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> nome. Masestou à disposição. Estou à disposição para voltar aqui na hora que precisar. Eu não estouaqui para criar problema, embaçar nada para a Comissão. Pelo contrário. Quem sabe, comodisse o Presi<strong>de</strong>nte, até o resulta<strong>do</strong> disso aqui possa me ajudar lá na frente. Obriga<strong>do</strong>.O SR. ENIO TATTO – PT – Pela or<strong>de</strong>m, senhor Presi<strong>de</strong>nte.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Pela or<strong>de</strong>m, tem V. Exa. a palavra.O SR. ENIO TATTO – PT – Até pelas palavras finais <strong>do</strong> Sr. Sérgio, essa boa vonta<strong>de</strong>que ele <strong>de</strong>monstrou agora, apesar <strong>de</strong> não ter <strong>de</strong>monstra<strong>do</strong> ou não lembra<strong>do</strong> durante o<strong>de</strong>poimento, mas eu acho que é importante. Gostaria inclusive que o senhor confirmasse,num <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> momento da CPI, se precisar trazer o senhor juntamente com o Chiquinhopara vocês dialogarem pessoalmente ou com o Climério ou qualquer outro envolvi<strong>do</strong>, principalmenteaquelas pessoas que o acusaram nos lau<strong>do</strong>s, se o senhor concordaria em vir.O SR. SÉRGIO PINAFFI – Naturalmente, <strong>de</strong>puta<strong>do</strong>. V. Exa. fique à vonta<strong>de</strong>. Eu estouaqui para... Agora, o que eu não posso é arriscar em falar nomes, porque eu não tenhocerteza. Eu estou aqui para colaborar, estou à disposição sim, e não estou longe daqui não.Apesar <strong>de</strong> morar em Pirapozinho, mas eu estou sempre por aqui.O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Pela or<strong>de</strong>m, senhor Presi<strong>de</strong>nte.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Antes <strong>de</strong> passar a palavra para V. Exa.,queria registrar aqui, ainda que fugazmente, a presença <strong>do</strong> ilustre e nobre Deputa<strong>do</strong> Capez,que veio aqui nos trazer com a sua presença a iluminação <strong>de</strong> um gran<strong>de</strong> jurista.Tem V. Exa. a palavra.O SR. BRUNO COVAS – PSDB – O Sr. Sérgio Pinaffi disse que solicitou ao Sr. FranciscoEmílio <strong>de</strong> Oliveira ajuda <strong>de</strong> cinco mil reais. O senhor conhece o para<strong>de</strong>iro <strong>do</strong> Sr. FranciscoEmílio <strong>de</strong> Oliveira?O SR. SÉRGIO PINAFFI – Há muito tempo eu não o vejo, não posso dar nenhumainformação, porque ele tem a vida <strong>de</strong>le e eu tenho a minha. Nós não tivemos contato nemdurante a administração, que foi... Nunca houve um telefonema da minha casa nem da Prefeiturapara ele. Agora...O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Mas o contato era o suficiente para o senhor tomara liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> ligar para ele e pedir cinco mil reais.O SR. SÉRGIO PINAFFI – Não, excelência. Se me permite, quan<strong>do</strong> aconteceram essesproblemas políticos comigo, ele e alguns outros amigos me procuraram e falaram: Olha,<strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> possível eu posso te ajudar. Mas sabia das minhas dificulda<strong>de</strong>s.O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Então ele era seu amigo. Ele era seu amigo?O SR. SÉRGIO PINAFFI – Não posso dizer. Amigo é aquele que convive, que estáassim sempre junto, mas ele se colocou como tal.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Ele continua ajudan<strong>do</strong> o senhor nessa sua dificulda<strong>de</strong>com seu advoga<strong>do</strong>? Continua ainda participan<strong>do</strong> <strong>de</strong>ssas <strong>de</strong>spesas?O SR. SÉRGIO PINAFFI – Não. Eu estou ven<strong>de</strong>n<strong>do</strong> aqui, trabalhan<strong>do</strong> aqui em <strong>São</strong><strong>Paulo</strong>, não comprei uma camisa nesses <strong>do</strong>is anos com dinheiro próprio porque o que eutenho é para pagar algumas <strong>de</strong>spesas <strong>de</strong>correntes <strong>do</strong> processo. Mas nunca mais.O SR. ENIO TATTO – PT – Pela or<strong>de</strong>m, senhor Presi<strong>de</strong>nte.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Tem V. Exa. a palavra.O SR. ENIO TATTO – PT – Sr. Presi<strong>de</strong>nte, não sei se está encerrada a parte <strong>do</strong> Sr. Sérgio.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Está encerrada.O SR. ENIO TATTO – PT – Eu queria que o senhor colocasse em votação e apreciaçãoos requerimentos, porque acho que vem <strong>de</strong> encontro justamente com o interrogatório quefoi feito hoje <strong>do</strong> senhor Sérgio Pinaffi.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Eu queria agra<strong>de</strong>cer. Sr. Sérgio, muitoobriga<strong>do</strong> pela sua presença. E sempre que nós... Primeiro, aguardamos a contribuição comnomes, com <strong>de</strong>talhes. E, se precisarmos, vamos voltar a convocar o senhor a vir até aqui aCPI. Muito obriga<strong>do</strong>.Nós temos aqui, apesar <strong>do</strong> adianta<strong>do</strong> da hora, temos aqui um, <strong>do</strong>is, três, quatro,cinco, seis, sete, oito, nove, <strong>de</strong>z requerimentos, mas vamos colocar aqui em discussão osdiversos requerimentos.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Pela or<strong>de</strong>m, senhor Presi<strong>de</strong>nte.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Tem V. Exa. a palavra.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Fazer uma sugestão à Presidência que suspen<strong>de</strong>ssea nossa reunião por cinco minutos para ver se há possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um entendimento paraaprovação <strong>de</strong> <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s requerimentos e adiamento da votação <strong>do</strong>s <strong>de</strong>mais.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – É inteligente a sua proposta. Querosaber se os <strong>de</strong>mais <strong>de</strong>puta<strong>do</strong>s aceitam. (Pausa.) “Parlaremos”.* *A reunião está suspensa por cinco minutos.* *O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Srs. Deputa<strong>do</strong>s, reabrin<strong>do</strong> a sessão.Haven<strong>do</strong> um acor<strong>do</strong> <strong>de</strong> li<strong>de</strong>rança, nós colocaremos aqui... Haven<strong>do</strong> um acor<strong>do</strong> <strong>do</strong>spresentes. Existem alguns requerimentos que foram aqui acorda<strong>do</strong>s.Requerimento da Comissão Parlamentar <strong>de</strong> Inquérito constituída pelo Requerimento1506, <strong>de</strong> 2007. Requeremos, nos termos regimentais, que esta Comissão Parlamentar<strong>de</strong> Inquérito convoque para prestar esclarecimentos o Sr. Jovem Marcos Correa Miras, daempresa HMI Engenharia.Vamos votar em bloco. O acor<strong>do</strong> votamos em bloco. Vou só nominar.Segun<strong>do</strong> requerimento. Requerimento da Comissão Parlamentar <strong>de</strong> Inquérito –Requerimento 1506, <strong>de</strong> 2007. Requeremos, nos termos regimentais, que esta Comissão Parlamentar<strong>de</strong> Inquérito convoque para prestar esclarecimentos o Sr. Climério Tole<strong>do</strong>.Esse requerimento, a meu ver, não <strong>de</strong>veria entrar porque não estava na pauta. Esserequerimento não estava na pauta.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Estava na pauta sim.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Então já tinha si<strong>do</strong> visto, no dia 25. Estácerto. Então entra também.Sr. Climério Tole<strong>do</strong> Pereira, engenheiro atuante na região oeste paulista, acusa<strong>do</strong> <strong>de</strong>envolvimento no caso <strong>de</strong> Pirapozinho. Então também está aqui.Requerimento <strong>de</strong> 2009. Requeremos nos termos <strong>do</strong> art. 13, da Constituição ban<strong>de</strong>irante,combina<strong>do</strong> art. 31, § 11, art. 34, (inaudível) a convocação <strong>do</strong> Sr. Ângelo CésarMalacrida – podia ser mala criada, Malacrida, ex-prefeito <strong>de</strong> Presi<strong>de</strong>nte Venceslau, para quecomparece a esta Comissão Parlamentar <strong>de</strong> Inquérito, constituída pelo Ato 60, <strong>de</strong> 2009, coma finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> investigar <strong>de</strong>núncia <strong>de</strong> frau<strong>de</strong>s em licitações para a construção <strong>de</strong> casas pelaCompanhia <strong>de</strong> Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) e para prestar informaçõessobre frau<strong>de</strong>s em licitação para construção <strong>de</strong> casas da Companhia <strong>de</strong> DesenvolvimentoHabitacional e Urbano (CDHU) e possa avaliar com profundida<strong>de</strong> eventuais ônus acarreta<strong>do</strong>saos cofres públicos e aos cidadãos.Também este. Qual é o outro que vai entrar no acor<strong>do</strong>? <strong>São</strong> <strong>do</strong>is.Requeiro, nos termos <strong>do</strong> art. 13, da Constituição ban<strong>de</strong>irante, combina<strong>do</strong> com art.31, convocação <strong>do</strong> Sr. Gabriel Vassilios Pípera, ex-prefeito <strong>de</strong> Narandiba, para comparecera esta Comissão Parlamentar <strong>de</strong> Inquérito, constituída pelo Ato 60, <strong>de</strong> 2009, com a finalida<strong>de</strong><strong>de</strong> investigar <strong>de</strong>núncias <strong>de</strong> frau<strong>de</strong>s em licitações para a construção <strong>de</strong> casas pelaCompanhia <strong>de</strong> Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> prestarinformações sobre a prática <strong>de</strong> irregularida<strong>de</strong>s na construção <strong>do</strong> Conjunto HabitacionalNarandiba ser no Município <strong>de</strong> Narandiba, <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, para que a Comissão possa avaliarem profundida<strong>de</strong> eventuais ônus acarreta<strong>do</strong>s aos cofres públicos e aos cidadãos.<strong>São</strong> esses quatro requerimentos li<strong>do</strong>s e acorda<strong>do</strong>s. Eu os coloco em votação. Emdiscussão. (Pausa.)O SR. ENIO TATTO – PT – Pela or<strong>de</strong>m, senhor Presi<strong>de</strong>nte.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Tem V. Exa. a palavra.O SR. ENIO TATTO – PT – Apenas para precisar o acor<strong>do</strong> que a gente está fazen<strong>do</strong>,além <strong>de</strong> aprovar esses quatro, fica acorda<strong>do</strong> que na próxima reunião, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> protocola<strong>do</strong>,a gente vai convocar também o Sr. Mário Antônio Dale Ve<strong>do</strong>ve Moreno, que é o coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>rda LBR-Tejofran na região; e também <strong>do</strong> Sr. João Degair, que foi cita<strong>do</strong> como engenheiro.


sába<strong>do</strong>, 28 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 2009 Diário Oficial Po<strong>de</strong>r Legislativo <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, 119 (222) – Suplemento – 11O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – V. Exa. sabe da minha serieda<strong>de</strong>. Quemsou eu para aqui ser contra um acor<strong>do</strong> <strong>de</strong> tão nobres figuras que estão aqui.O SR. ENIO TATTO – PT – Obriga<strong>do</strong>, senhor Presi<strong>de</strong>nte.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – O acor<strong>do</strong> será cumpri<strong>do</strong>.O SR. ENIO TATTO – PT – De V. Exa. eu só po<strong>de</strong>ria esperar isso.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Não haven<strong>do</strong> discussão, os Srs. Deputa<strong>do</strong>sque estejam <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> fiquem como estão. (Pausa.) Aprova<strong>do</strong>.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Pela or<strong>de</strong>m, senhor Presi<strong>de</strong>nte.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Tem V. Exa. a palavra.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Apresentar pedi<strong>do</strong> <strong>de</strong> vista <strong>do</strong>s <strong>de</strong>mais requerimentosque estiverem sobre a Mesa.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – De acor<strong>do</strong>. Tem um requerimento que V.Exa. já pediu vista e não po<strong>de</strong> mais.O SR. MILTON FLÁVIO – PSDB – Peço eu vistas <strong>do</strong> requerimento <strong>do</strong> Deputa<strong>do</strong> BrunoCovas.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Tu<strong>do</strong> bem. Então eu quero conce<strong>de</strong>rvistas para vossa excelência.Não haven<strong>do</strong> mais nada a discutir, <strong>do</strong>u por encerrada a presente sessão. Obriga<strong>do</strong>.* *COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITOCDHUBK CONSULTORIA E SERVIÇOS LTDA.23/09/2009O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Haven<strong>do</strong> número regimental, <strong>de</strong>claroaberta a 7ª Reunião da Comissão Parlamentar <strong>de</strong> Inquérito constituída com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong>investigar <strong>de</strong>núncias <strong>de</strong> frau<strong>de</strong>s em licitações para a construção <strong>de</strong> casas pela Companhia<strong>de</strong> Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU).Solicito ao Secretário a leitura da Ata da reunião anterior.O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Pela or<strong>de</strong>m, Presi<strong>de</strong>nte.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Tem V. Exa. a palavra.O SR. BRUNO COVAS – PSDB – É para solicitar a dispensa da leitura da Ata.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – É regimental o pedi<strong>do</strong> <strong>de</strong> V. Exa. Estádispensada a leitura da Ata.Or<strong>de</strong>m <strong>do</strong> Dia.Quero, antes, registrar a presença <strong>do</strong>s nobres Deputa<strong>do</strong>s. Nobre Deputa<strong>do</strong> AntonioMentor; nobre Deputa<strong>do</strong> Enio Tatto; e os Deputa<strong>do</strong>s Bruno Covas e Deputa<strong>do</strong> Vitor Sapienza.O SR. VITOR SAPIENZA – PPS – Pela or<strong>de</strong>m, senhor Presi<strong>de</strong>nte.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Tem V. Exa. a palavra.O SR. VITOR SAPIENZA – PPS – Por que nós não somos nobres?O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – É porque o título <strong>de</strong> nobreza é um títulosomente... Olha, é um título próprio. Mas eu posso complementar.O SR. VITOR SAPIENZA – PPS – Eu gostaria que V. Exa. retificasse, registran<strong>do</strong> novamente.Estão presentes os nobres <strong>de</strong>puta<strong>do</strong>s.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Eu quero, então, registrar a presença<strong>do</strong>s nobres Deputa<strong>do</strong>s. Os nobres Deputa<strong>do</strong>s, S. Exa. Deputa<strong>do</strong> Vitor Sapienza e S. Exa.Deputa<strong>do</strong> Bruno Covas, além <strong>de</strong> S. Exa. Deputa<strong>do</strong> Antonio Mentor e S. Exa. Deputa<strong>do</strong> EnioTatto. Agora ficou completo.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Muito obriga<strong>do</strong>, excelência.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Você sabe que a palavra excelência éuma palavra que vem <strong>de</strong> quê? Do céu. Sua excelência; vossa excelência: é uma palavra <strong>de</strong>origem religiosa. Mas tu<strong>do</strong> bem. <strong>São</strong> aqueles que são diferentes; são excelentes; diferentes.Eu, como não sou diferente, eu não faço muita questão que me chamem <strong>de</strong> excelência. Euquero estar entre os pobres mortais. Mas tu<strong>do</strong> bem.Nós vamos hoje, nós temos aqui, vamos colher o <strong>de</strong>poimento <strong>do</strong> Sr. Gabriel VassiliosPíperas, ex-Prefeito <strong>de</strong> Narandiba, e <strong>do</strong> Sr. José Fernan<strong>do</strong> Tole<strong>do</strong> Osório. Os <strong>do</strong>is estão aquipresentes? O Sr. Gabriel está presente. Então nós queríamos convidar a fazer parte aqui daMesa o Sr. Gabriel Vassilios Píperas, ex-Prefeito <strong>de</strong> Narandiba.O SR. ENIO TATTO – PT – Pela or<strong>de</strong>m, senhor Presi<strong>de</strong>nte.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Tem V. Exa. a palavra.O SR. ENIO TATTO – PT – Sr. Presi<strong>de</strong>nte, tem o motivo da não vinda <strong>do</strong> Sr. José Fernan<strong>do</strong>Tole<strong>do</strong> Osório?O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Veja bem. Aqui tem um <strong>do</strong>cumentoque me foi entregue pela... Diz assim: Venho, por meio <strong>de</strong>sta, comunicar o recebimento <strong>de</strong>minha convocação para prestar esclarecimentos nessa Comissão Parlamentar <strong>de</strong> Inquéritorelativa a <strong>de</strong>núncias <strong>de</strong> frau<strong>de</strong>s em licitações para a construção <strong>de</strong> casas populares pelaCompanhia <strong>de</strong> Desenvolvimento Habitacional e Urbano <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, no dia23/09, às 11 horas, no Plenário Tira<strong>de</strong>ntes, da <strong>Assembleia</strong>. Consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> que a <strong>do</strong>cumentaçãopertinente à minha convocação – fax e ofício da CPI da CDHU em 23/09/2009 – terchega<strong>do</strong> ao <strong>de</strong>stinatário no final da sexta-feira, dia 18/09, mais precisamente às 17h33min,conforme registro, só tomei conhecimento dia 21, segunda-feira, pela manhã. Consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong>mais. Que acreditamos nós que a expectativa <strong>do</strong> <strong>de</strong>poimento seria fornecer informaçõesà CPI, venho, respeitosamente, a V. Exa. solicitar transferência <strong>do</strong> meu <strong>de</strong>poimento para apróxima reunião <strong>de</strong>sta Comissão, o que me permitiria analisar melhor inúmeros <strong>do</strong>cumentos<strong>de</strong> <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> obras e seus respectivos processos, ten<strong>do</strong> ocorri<strong>do</strong> há quase quatro anos.Esperan<strong>do</strong> contar com a compreensão <strong>de</strong> V. Exa., valemo-nos <strong>do</strong> ensejo para renovar nossosprotestos <strong>de</strong> estima e consi<strong>de</strong>ração. Subscrevemo-nos, José Fernan<strong>do</strong> Tole<strong>do</strong>.O SR. ENIO TATTO – PT – Pela or<strong>de</strong>m, senhor Presi<strong>de</strong>nte.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Tem V. Exa. a palavra.O SR. ENIO TATTO – PT – Sr. Presi<strong>de</strong>nte, o José Fernan<strong>do</strong> Tole<strong>do</strong> Osório, tu<strong>do</strong> bem,ele justificou. Qual a justificativa <strong>do</strong> Sr. João Diego Favareto, a justificativa <strong>do</strong> Sr. Dejair Bistaffa,a justificativa <strong>do</strong> Sr. Clau<strong>de</strong>mir Antônio <strong>de</strong> Matos, a justificativa <strong>do</strong> senhor...? Afinal,qual a justificativa daqueles que nós já aprovamos e que não vieram? Sabe por quê? Porqueeu já coloquei na reunião passada que se nós continuarmos com esse andar, vai terminar aCPI e a gente não vai ouvir ninguém. Se a gente ficar em um. Tem que garantir pelo menos<strong>do</strong>is ou três, no mínimo, <strong>de</strong>poentes por reunião. Caso contrário, agora no próximo nósvamos ouvir o Sr. José Fernan<strong>do</strong> Tole<strong>do</strong> Osório. O outro po<strong>de</strong> justificar que não po<strong>de</strong> vir.Então eu acho que a CPI não vai andar se continuar <strong>de</strong>sse jeito. Nós precisamos ter mais<strong>de</strong>poentes, na medida em que tem requerimentos aprova<strong>do</strong>s, caso contrário, daqui uns diastermina a CPI e nós não vamos ouvir ninguém.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Nobre Deputa<strong>do</strong> Enio Tatto, a pauta<strong>de</strong>sta reunião <strong>de</strong> hoje é para colher <strong>de</strong>poimento <strong>de</strong> duas pessoas: Sr. Gabriel Vassilios eSr. José Fernan<strong>do</strong> Tole<strong>do</strong>. Foram só esses <strong>do</strong>is que foram comunica<strong>do</strong>s. Eu até cometi umequívoco outro dia, falei para o Deputa<strong>do</strong> Antonio Mentor que a gente tinha que chamarto<strong>do</strong> mun<strong>do</strong> e que se houvesse alguma falta... Mas não há nenhum problema. Na próximasemana nós vamos convidar. Agora, eu acho que duas pessoas são suficientes para que agente consiga fazer aqui uma averiguação mais aprofundada e com isso nos permita fazeras <strong>de</strong>rivações que esses <strong>de</strong>poimentos po<strong>de</strong>m trazer.Então eu queria dizer a V. Exa. que os <strong>do</strong>is foram convoca<strong>do</strong>s. Nós tivemos 50% <strong>de</strong>aprovação. Está aqui o Sr. Gabriel Vassilios. Nós vamos fazer a convocação <strong>de</strong> três pessoas;para a próxima reunião nós convocamos três. Espero que a gente consiga trazer os três.O SR. ENIO TATTO – PT – Pela or<strong>de</strong>m, senhor Presi<strong>de</strong>nte.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Tem V. Exa. a palavra.O SR. ENIO TATTO – PT – Sr. Presi<strong>de</strong>nte, eu proponho que V. Exa. e a Mesa <strong>de</strong>terminemum calendário com a presença garantida das pessoas. Não dá para chegar todasegunda-feira aqui, convoca-se <strong>do</strong>is, um não vem ou não vem nenhum <strong>do</strong>s <strong>do</strong>is.O SR. MILTON FLÁVIO – PSDB – Pela or<strong>de</strong>m, Presi<strong>de</strong>nte.O SR. ENIO TATTO – PT – Então proponho que tenha certeza que garanta pelomenos <strong>do</strong>is em cada. É possível fazer isso. É só fazer uma agenda, convocar to<strong>do</strong>s e elesmesmos <strong>de</strong>terminam quan<strong>do</strong> po<strong>de</strong>m vir.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Eu quero louvar a vossa preocupação,nobre Deputa<strong>do</strong> Enio Tatto, até porque outro dia o jornal me perguntava se eu não ia apressarlogo a CPI para que ela não se esten<strong>de</strong>sse até o próximo ano e nós pudéssemos aqui,não concluin<strong>do</strong>, pedir aqui uma prorrogação. Mas vejo que V. Exa. é quem está preocupa<strong>do</strong>que esse processo rapidamente se esgote. Mas nós vamos fazer, obe<strong>de</strong>cen<strong>do</strong> ao apelo <strong>de</strong> V.Exa., nós vamos agilizar para que rapidamente nós possamos concluir.O SR. MILTON FLÁVIO – PSDB – Pela or<strong>de</strong>m, Presi<strong>de</strong>nte.O SR. ENIO TATTO – PT – Pela or<strong>de</strong>m, senhor Presi<strong>de</strong>nte. Até para não <strong>de</strong>ixar dúvidas.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Antes que eu passe a palavra a V. Exa.vou passar ao nobre Deputa<strong>do</strong> Milton Flávio, que já havia pedi<strong>do</strong> anteriormente.O SR. MILTON FLÁVIO – PSDB – Presi<strong>de</strong>nte, nós já temos um <strong>de</strong>poente na Mesa parafalar. Eu acho que essa discussão po<strong>de</strong>ria ser feita <strong>de</strong>pois. Eu acho que é uma in<strong>de</strong>lica<strong>de</strong>za,inclusive, com alguém que foi convida<strong>do</strong> ou convoca<strong>do</strong> pela Casa, está na posição para serouvi<strong>do</strong> e para ser inquiri<strong>do</strong> pela CPI e nós estamos <strong>de</strong>baten<strong>do</strong> outros temas que, na verda<strong>de</strong>,não dizen<strong>do</strong> respeito a este <strong>de</strong>poimento. Eu queria pedir, por uma questão <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m,esses assuntos são relevantes, mas nós temos um <strong>de</strong>poente.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Eu concor<strong>do</strong> com vossa excelência.E quero pon<strong>de</strong>rar aqui, Deputa<strong>do</strong> Enio Tatto, para que a gente, em respeito ao <strong>de</strong>poente,possamos ouvir e, num segun<strong>do</strong> momento, possamos incluir esse <strong>de</strong>bate e encaminhar issopara as próximas sessões nossas. Tu<strong>do</strong> bem? É possível?O SR. ENIO TATTO – PT – Tu<strong>do</strong> bem. Só vou registrar que minha preocupação não é ofim da CPI. A minha preocupação é ouvir as pessoas que foram convocadas. Mesmo porquea gente sabe e tem conhecimento, que nós somos em <strong>do</strong>is na CPI e a qualquer momentopo<strong>de</strong>-se prorrogar ou não prorrogar a CPI.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Quero dizer que a sua preocupaçãoe também a preocupação <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os que estão aqui, eu tenho certeza, porque é o nossopapel. O papel que V. Exa. representa aqui é o mesmo que representa to<strong>do</strong>s os <strong>de</strong>puta<strong>do</strong>s<strong>de</strong>sta Casa.Bom-dia. Sr. Gabriel Vassilios Píperas, o senhor foi convoca<strong>do</strong> para comparecer aesta CPI constituída pelo Ato n. 60, <strong>de</strong> 2009, Requerimento n. 3528, <strong>de</strong> 2007, com a finalida<strong>de</strong><strong>de</strong> investigar <strong>de</strong>núncias <strong>de</strong> frau<strong>de</strong>s em licitações para a construção <strong>de</strong> casas pelaCompanhia <strong>de</strong> Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU). E, como testemunha, comfundamento no art. 213 e 218, ambos <strong>do</strong> Código <strong>de</strong> Processo Penal, combina<strong>do</strong> com o §2º <strong>do</strong> art. 13 da Constituição <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, e art. 3º da Lei Estadual 11.124, <strong>de</strong> 10 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong>2002, bem como <strong>de</strong>mais normas constitucionais e infraconstitucionais aplicáveis à espécie,cumpre-nos adverti-lo que <strong>de</strong>ve dizer a verda<strong>de</strong>, não po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> fazer afirmação falsa, calarou negar a verda<strong>de</strong> a respeito <strong>do</strong>s fatos <strong>de</strong> seu conhecimento, por incorrer no crime previstono art. 4º, inciso II, da Lei Fe<strong>de</strong>ral n. 1579, <strong>de</strong> 18 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 1952.Em seguida eu gostaria que o senhor pu<strong>de</strong>sse respon<strong>de</strong>r ao termo <strong>de</strong> qualificação.Nome completo.O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Gabriel Vassilios Píperas.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Ida<strong>de</strong>.O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – 43 anos.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Esta<strong>do</strong> civil.O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Casa<strong>do</strong>.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – En<strong>de</strong>reço da residência.O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Rua José Lopes Berruezo, 121.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Profissão.O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Engenheiro Agrônomo.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Local <strong>de</strong> trabalho.O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Prefeitura Municipal <strong>de</strong> Narandiba.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – En<strong>de</strong>reço <strong>de</strong> trabalho.O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Casa <strong>de</strong> Cultura <strong>de</strong> Narandiba.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Cargo.O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Engenheiro Agrônomo.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Tem grau <strong>de</strong> parentesco com algumadas partes envolvidas no nosso inquérito?O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Não.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Quais as suas relações com quaisquerdas partes? Não tem?O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Nenhuma.


12 – <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, 119 (222) – Suplemento Diário Oficial Po<strong>de</strong>r Legislativo sába<strong>do</strong>, 28 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 2009O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Peço a V. Sa. a gentileza <strong>de</strong> relatar oque souber, explican<strong>do</strong> sempre as razões <strong>de</strong> sua ciência ou as circunstâncias pelas quaispossa avaliar-se <strong>de</strong> sua credibilida<strong>de</strong>.O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Primeiramente, quero dar meu bom-dia a to<strong>do</strong>se a todas.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Antes <strong>de</strong> iniciar, queria que o senhorpu<strong>de</strong>sse ler esse termo <strong>de</strong> compromisso.O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Sob a minha palavra <strong>de</strong> honra, prometo dizera verda<strong>de</strong> <strong>do</strong> que souber e que me for pergunta<strong>do</strong> relaciona<strong>do</strong> com a investigação a cargo<strong>de</strong>sta Comissão Parlamentar <strong>de</strong> Inquérito.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Tem V. Sa. a palavra.O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Meu bom-dia a to<strong>do</strong>s e a todas.É com extrema alegria que estou aqui nesta manhã, agra<strong>de</strong>cen<strong>do</strong> já ao convite <strong>de</strong>antemão <strong>de</strong>sta Casa <strong>de</strong> Leis para dirimir qualquer dúvida sobre esta CPI da CDHU.Quero dizer aos senhores e às senhoras que é <strong>de</strong> extrema importância que o esta<strong>do</strong>que esta Casa <strong>de</strong> Leis esteja preocupada com essa operação que se passou, OperaçãoPomar, lá especificamente na minha região, segunda região mais pobre <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>São</strong><strong>Paulo</strong>, que, infelizmente, ela só é falada ou anunciada com tragédias: CPI <strong>de</strong> CDHU, presídios,construção <strong>de</strong> pedágios. Eu quero registrar isso e o meu <strong>de</strong>scontentamento.Mas quero dizer para os senhores e senhoras que estou à disposição para dirimirqualquer dúvida <strong>de</strong>sta Casa <strong>de</strong> Leis. Dizer que nunca fui ouvi<strong>do</strong> a respeito <strong>de</strong> qualquer caso<strong>de</strong>ssa Operação Pomar aí, nem qualquer dúvida. Simplesmente fui atingi<strong>do</strong> drasticamentepela Câmara Municipal on<strong>de</strong> a qual fui ex-Prefeito <strong>de</strong> Narandiba, concorri à eleição eperdi por 20 votos. E causou esse transtorno na mídia. A Câmara Municipal <strong>de</strong> Narandiba,aproveitan<strong>do</strong> o fato da Operação Pomar, e Narandiba sen<strong>do</strong> uma cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> quatromil habitantes, uma cida<strong>de</strong> pequena on<strong>de</strong> o Prefeito é o pai, a mãe, fala com to<strong>do</strong> mun<strong>do</strong>,e simplesmente foi construída naquela cida<strong>de</strong> 120 casas e estamos aqui hoje para dirimirqualquer dúvida <strong>do</strong>s senhores <strong>de</strong>puta<strong>do</strong>s.Causa estranheza a mim, eu sen<strong>do</strong> Prefeito <strong>de</strong> quatro mil pessoas, e não estar narelação das pessoas. Causa estranheza em mim <strong>de</strong> Prefeituras que construíram cerca <strong>de</strong>mil casas populares não estar nessa relação <strong>de</strong> <strong>de</strong>poimentos. Mas nós estamos aqui paradirimir qualquer dúvida. Teve Prefeituras que construíram mil casas, estão nessa operaçãoe não foram intimadas. Mas eu, como ex-Prefeito da Cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Narandiba, <strong>de</strong> quatro milhabitantes e construção <strong>de</strong> 120 casas, estamos à disposição.Quero já, <strong>de</strong> antemão, agra<strong>de</strong>cer e estou à disposição <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os senhores paradirimir qualquer dúvida.O SR. MILTON FLÁVIO – PSDB – Pela or<strong>de</strong>m, senhor Presi<strong>de</strong>nte.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Tem V. Exa. a palavra.O SR. MILTON FLÁVIO – PSDB – Eu queria, primeiro, ficar feliz com a vinda <strong>do</strong> Prefeito.Eu só queria começar e pediria que meu tempo fosse registra<strong>do</strong>, porque vou fazerem vários momentos essas minhas intervenções, eu senti um tom <strong>de</strong> crítica <strong>do</strong> Prefeito aesta CPI, se sentin<strong>do</strong> eventualmente prejudica<strong>do</strong> ou penaliza<strong>do</strong> por ter si<strong>do</strong> ele convoca<strong>do</strong>,enquanto outros Prefeitos que na opinião <strong>de</strong>le <strong>de</strong>veriam estar aqui ainda não foram ouvi<strong>do</strong>s.Eu queria que V. Exa. <strong>de</strong>clinasse o nome <strong>do</strong>s Prefeitos que V. Exa. acha que cometeram<strong>de</strong>slizes maiores que o <strong>de</strong> V. Exa. e que <strong>de</strong>veriam estar no seu lugar já, antes <strong>de</strong> V. Exa.O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Eu não digo, nobre <strong>de</strong>puta<strong>do</strong>...O SR. MILTON FLÁVIO – PSDB – Não. V. Exa. citou que outros Prefeitos que construírammais casas e que provavelmente <strong>de</strong>veriam estar aqui não estão. Eu queria que V. Exa.sugerisse ou V. Sa. sugerisse esse nome ou esses nomes.O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Eu vou citar. A Operação Pomar, não é estranha<strong>de</strong> ninguém, saiu em toda mídia, e nós temos to<strong>do</strong> processo aí e eu tive a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ler to<strong>do</strong> o processo para vir a esta Casa <strong>de</strong> Leis para informar aos senhores sobre esta CPI.O que eu digo a respeito, cida<strong>de</strong>s como Rancharia e como Álvares Macha<strong>do</strong> fizerammais <strong>de</strong> mil casas, estão enquadradas no Projeto Pomar e nos causa estranheza não serchama<strong>do</strong> as pessoas responsáveis. Não digo que eles têm culpa. Eu digo que eles também<strong>de</strong>veriam ser chama<strong>do</strong>s por serem responsáveis pela construção <strong>de</strong> mil casas e a FT ser responsávelpela construção <strong>de</strong>ssas casas.O SR. MILTON FLÁVIO – PSDB – A segunda pergunta que eu queria fazer ao Prefeito.V. Exa. disse que per<strong>de</strong>u a eleição, a sua reeleição por 20 votos. A pergunta que eu queriaenten<strong>de</strong>r é a seguinte: V. Exa. teria renuncia<strong>do</strong> ao mandato?O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Positivo.O SR. MILTON FLÁVIO – PSDB – Então V. Exa. não se candidatou à reeleição? Se V.Exa. era renunciante, não era Prefeito, não po<strong>de</strong>ria ser candidato à reeleição.O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Não. Eu renunciei e fui candidato normalmente.O SR. MILTON FLÁVIO – PSDB – Mas não à reeleição.O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Não. Eu disse reeleição?O SR. MILTON FLÁVIO – PSDB – V. Sa. não era. E por que renunciou se pretendia emseguida se candidatar a Prefeito novamente?O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – É fácil dizer, respon<strong>de</strong>r a essa palavra. Renuncieisimplesmente, eu acho que os senhores são to<strong>do</strong>s políticos aqui nesta Casa <strong>de</strong> Leis, eunão tinha maioria na Câmara e eles aproveitaram ensejos, introduziram várias CPIs parajustamente transtornar o nosso mandato. E um verea<strong>do</strong>r que era base da minha base <strong>de</strong>verea<strong>do</strong>res, ele era filho <strong>do</strong> vice e em comum acor<strong>do</strong> se reuniram e instauraram várias CPIs.Chegou a um certo ponto que não era mais sustentável. E nós sabemos que o juiz não julgao mérito, ele só julga as etapas da CPI e chegou um momento que eu não tive mais situaçãopara ficar no po<strong>de</strong>r e o aconselhamento <strong>do</strong>s meus amigos e da população renunciar e terdireito a concorrer à nova eleição. E foi por isso. Inclusive a CPI que montaram foi arquivadaantes da eleição, mas eu já tinha renuncia<strong>do</strong>. Então, infelizmente, o juiz julga a forma comque é feita a CPI. Não julga o mérito.O SR. MILTON FLÁVIO – PSDB – É só para meu esclarecimento. Quer dizer, V. Sa.então renunciou ao mandato porque a Câmara havia instaura<strong>do</strong> CPIs inclusive para investigaresses fatos que a nossa CPI agora investiga?O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Um <strong>de</strong>les é e inclusive foi arquiva<strong>do</strong>.O SR. MILTON FLÁVIO – PSDB – Foi arquiva<strong>do</strong> <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> sua renúncia?O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Foi <strong>de</strong>pois da renúncia.O SR. MILTON FLÁVIO – PSDB – Essa construção <strong>de</strong> pouco mais <strong>de</strong> 100 casas que V.Sa. reputa insignificante frente a outras construções ou conjuntos maiores que foram objetoou que foi objeto da investigação Pomar, essa contratação se manteve ou esse contrato semanteve, foi executa<strong>do</strong>, ou foi rescindi<strong>do</strong>.O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Para explicar melhor para os nobres <strong>de</strong>puta<strong>do</strong>s,foram concluídas 64 casas e <strong>de</strong>pois nós entramos com pedi<strong>do</strong> no CDHU <strong>de</strong> mais 57 casas.No caso, a CPI da Câmara Municipal, aproveitan<strong>do</strong> to<strong>do</strong> o transtorno da Operação Pomar,foi instaurada em cima <strong>de</strong>ssas 57 casas e elas não foram terminadas até hoje, e foi rescindi<strong>do</strong>o contrato, a pedi<strong>do</strong> <strong>do</strong> Ministério Público. Como estava to<strong>do</strong> o <strong>de</strong>sembaraço da OperaçãoPomar, houve primeiro o pedi<strong>do</strong> <strong>do</strong> Ministério Público, nós não aceitamos porque estavana conformida<strong>de</strong>, tu<strong>do</strong>, o nosso contrato, a forma como foi feita a licitação, mas a priori,<strong>de</strong>pois <strong>do</strong> <strong>de</strong>senrolar da carruagem, conforme a Câmara aproveitou o ensejo <strong>de</strong> toda essaoperação, nós achamos melhor cancelar o contrato <strong>de</strong>ssa empresa que, aliás, para os nobres<strong>de</strong>puta<strong>do</strong>s saberem que não faz parte da Operação Pomar.O SR. MILTON FLÁVIO – PSDB – Só para que eu entenda. V. Exa. disse que na CâmaraV. Exa. não tinha a maioria. V. Sa. acredita que também no Ministério Público houvesseum complô contra a sua gestão? Porque quem pe<strong>de</strong> que o contrato seja rescindi<strong>do</strong> é oMinistério Público. Parece que lá não havia ingerência partidária. V. Exa. acredita que tambémno Ministério Público houve segundas intenções que justificam inclusive esse pedi<strong>do</strong><strong>de</strong> rescisão <strong>do</strong> contrato por enten<strong>de</strong>r irregular ou insatisfatório?O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Deixe eu esclarecer melhor. Não foi um pedi<strong>do</strong>,foi uma sugestão <strong>do</strong> Ministério Público. Ele sugeriu que fosse rescindi<strong>do</strong> o contrato até <strong>de</strong>svendarto<strong>do</strong> esse mistério da Operação Pomar. Como essa empresa que gerenciava essas 57casas não estava na lista da Operação Pomar, eu, com meu, com nosso advoga<strong>do</strong>...O SR. VITOR SAPIENZA – PPS – Pela or<strong>de</strong>m, senhor Presi<strong>de</strong>nte.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Tem V. Exa. a palavra.O SR. VITOR SAPIENZA – PPS – Queria dar uma sugestão. Eu gostaria, assim que oDeputa<strong>do</strong> Milton me permitir, que houvesse uma sequência, <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> seguinte quadro. OPrefeito iniciaria dizen<strong>do</strong> o seguinte: houve um contrato com o CDHU; houve a concorrência;nós entramos em contato com a empresa; tal fornece<strong>do</strong>r fez isso e isso. Aí daria condições,Deputa<strong>do</strong> Milton, <strong>de</strong> os <strong>de</strong>mais membros da Comissão começarem interagir, porquenós estamos começan<strong>do</strong> uma CPI ouvin<strong>do</strong> o <strong>de</strong>poente pela meta<strong>de</strong>. Ele <strong>de</strong> repente chega ediz que houve uma CPI na Câmara Municipal. Ninguém sabe o que aconteceu antes. Porqueeu acredito que para ter ocorri<strong>do</strong> uma CPI, Deputa<strong>do</strong> Milton, na Câmara Municipal, <strong>de</strong>va teraconteci<strong>do</strong> alguma coisa antes que justificasse essa CPI.Então eu queria fazer uma sugestão, se o Deputa<strong>do</strong> Milton me permitir, que elecomeçasse <strong>do</strong> início. Houve necessida<strong>de</strong> da construção, ele foi ao CDHU; foi feito em sistema<strong>de</strong> mutirão; lá aconteceu uma irregularida<strong>de</strong> assim. Não sei se os <strong>de</strong>mais companheirosda CPI concordam comigo para dar condições <strong>de</strong> uma dúvida que o Deputa<strong>do</strong> Tatto tiver eleter condições, o Deputa<strong>do</strong> Mentor, porque da forma como está sen<strong>do</strong> colocada estamos nameta<strong>de</strong> e ninguém sabe o que aconteceu antes, Presi<strong>de</strong>nte.Então fica essa minha sugestão que o Prefeito começasse <strong>do</strong> início. Aconteceu queele sentiu que tinha necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> construção <strong>de</strong> casas; ele entrou em contato com oCDHU; o sistema foi mutirão; foi feita uma licitação, venceu tal firma. Aí nós vamos ter condição<strong>de</strong> saber on<strong>de</strong> aconteceu irregularida<strong>de</strong>.O SR. MILTON FLÁVIO – PSDB – Pela or<strong>de</strong>m, Presi<strong>de</strong>nte. Como eu estava com apalavra, mas, na verda<strong>de</strong>, eu, como sempre, tenho no nosso eterno presi<strong>de</strong>nte um gran<strong>de</strong>conselheiro. Eu queria agora, se for possível, passar para ele, porque acho que ele <strong>de</strong> fato<strong>de</strong>u, e eu concor<strong>do</strong>, uma orientação que me parece a mais a<strong>de</strong>quada possível. E eu até gostariaque essa sugestão que o <strong>de</strong>puta<strong>do</strong> faz agora ele próprio pu<strong>de</strong>sse expressá-la, talvezorientan<strong>do</strong> o <strong>de</strong>poente para que ele pu<strong>de</strong>sse seguir em frente no seu <strong>de</strong>poimento, porqueeu concor<strong>do</strong>. Eu interrompo a minha interpelação, acato a sugestão por entendê-la relevantee a<strong>de</strong>quada <strong>do</strong> Deputa<strong>do</strong> Vitor Sapienza, e pediria até que ele próprio pu<strong>de</strong>sse fazer esseencaminhamento.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Esta Presidência enten<strong>de</strong>u a formulação<strong>do</strong> Deputa<strong>do</strong> Vitor Sapienza e eu concor<strong>do</strong>. Eu acho que o <strong>de</strong>poimento podia aqui fazerum relato. Ele não fez até quem sabe por falta <strong>de</strong>ssa orientação. Só falou eu fui Prefeito taltempo e estou aqui hoje nesta CPI para investigar o que aconteceu no nosso contrato com aCDHU, foi <strong>de</strong> tal forma; fizemos opção pelo mutirão; arranjamos o terreno; tinha uma populaçãoorganizada que foi junto conosco; compra <strong>de</strong> material foi maravilha; não teve frau<strong>de</strong>.É isso que o senhor po<strong>de</strong>ria falar aqui. Ou teve frau<strong>de</strong>. O senhor falar aquilo que o senhorachar que <strong>de</strong>ve falar.O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Eu vou tentar então resumir <strong>de</strong> uma forma bemsucinta como aconteceu na minha administração, <strong>de</strong> 2005 a mea<strong>do</strong>s <strong>de</strong> 2008. Afinal, ossenhores ficaram saben<strong>do</strong> que eu efetuei uma renúncia.Nós <strong>de</strong>paramos, quan<strong>do</strong> entramos na Prefeitura, em 2005, um gran<strong>de</strong> déficit <strong>de</strong>casas para a nossa cida<strong>de</strong>. E construímos essas 64 casas e <strong>de</strong>pois pedimos mais. Construímospor que essas 64 casas? Porque já havia uma licitação anterior. Simplesmente eu executeia licitação anterior <strong>do</strong> meu mandato. Por quê? Porque as pessoas estavam, andavamnum déficit muito <strong>de</strong> casas para a nossa população. Efetuamos essa construção, efetivamenteentregamos essas casas, mas aí havia a necessida<strong>de</strong>. Por quê? Nesse meio tempo nósconseguimos levar uma usina para essa cida<strong>de</strong>, para Narandiba, acho que to<strong>do</strong>s conhecem,é a Usina Cocal, Cocal II, <strong>de</strong> Paraguaçu Paulista. Aí em contato com o pessoal da usina, elesfalaram que havia necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma construção <strong>de</strong> casas e aí nós já tínhamos o terreno;por sinal, quan<strong>do</strong> eu acabei <strong>de</strong> construir as 64 casas, nós já fizemos toda a infraestruturapara o Narandiba C, chama Narandiba C, então já tinha esgoto, já tinha tu<strong>do</strong> arruma<strong>do</strong>.Então nós viemos aqui ao CDHU, formulamos o pedi<strong>do</strong>. E, como na nossa região era acoqueluche o sistema <strong>de</strong> autoconstrução porque o nome <strong>do</strong> programa é autoconstrução;mutirão era um mo<strong>do</strong> que eles faziam: reunia as pessoas sorteadas e cada uma <strong>de</strong>las, duasvezes por semana, faziam, ajudavam a construir essas casas que, segun<strong>do</strong> o CDHU, ficariacom um custo mais barato.Então, formulamos o pedi<strong>do</strong>. Foi, se não me engano, não lembro o nome, Arnal<strong>do</strong>Negri, não sei, foi uma pessoa que conseguiu, autorizou lá para a gente, aí começou o processo.Fizemos a licitação. Nessa licitação que eu fiz <strong>do</strong> Narandiba C, essa empresa aí quefala da Operação Pomar não foi ela que construiu as minhas casas, que começou a construira casa.


sába<strong>do</strong>, 28 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 2009 Diário Oficial Po<strong>de</strong>r Legislativo <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, 119 (222) – Suplemento – 13O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Qual é a empresa?O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – A empresa foi <strong>de</strong> Presi<strong>de</strong>nte Venceslau, quenão me lembro o nome, mas foi uma empresa <strong>de</strong> Presi<strong>de</strong>nte Venceslau que ela não consta,ela não fez parte da Operação Pomar essa empresa.O SR. MILTON FLÁVIO – PSDB – Foi essa empresa que ganhou a concorrência?O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Que ganhou a concorrência <strong>do</strong> Narandiba C. ONarandiba B foi a FT Construções, que não fui eu que fiz essa licitação, foi o ex-Prefeito quefez; simplesmente eu <strong>de</strong>i continuida<strong>de</strong> a essa licitação, por causa <strong>do</strong> déficit habitacional.E aí correu, houve a licitação e correu nos passos normais. Eu não consigo assim <strong>de</strong>clararbem. Aí quan<strong>do</strong> começamos a fazer as casas, aí <strong>de</strong>flagrou a Operação Pomar, aí a Câmara,todas as Câmaras da nossa região, eu não sei se posso dizer assim, que não tinha basegovernista já entrava com CPI imediatamente para apurar os casos, tal e tal, e aconteceuassim na minha cida<strong>de</strong>. Entrou a CPI, conforme os senhores já sabem disso, e foram to<strong>do</strong>souvi<strong>do</strong>s, mas eu não cheguei nem a ser ouvi<strong>do</strong> nem uma vez, mas aconteceu isso.O SR. VITOR SAPIENZA – PPS – Pela or<strong>de</strong>m, Presi<strong>de</strong>nte.O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Hoje o Narandiba C ainda não está sen<strong>do</strong>...O SR. VITOR SAPIENZA – PPS – Pela or<strong>de</strong>m, Presi<strong>de</strong>nte.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Antes <strong>de</strong> passar a palavra a V. Exa., oDeputa<strong>do</strong> Enio Tatto havia pedi<strong>do</strong> a palavra. Tem a palavra o Deputa<strong>do</strong> Enio Tatto.O SR. ENIO TATTO – PT – (Inaudível.)O SR. VITOR SAPIENZA – PPS – Normalmente, Prefeito, quan<strong>do</strong> se pe<strong>de</strong> uma CPI serelata o porquê se pediu a CPI. O verea<strong>do</strong>r que solicitou a CPI na Câmara Municipal quaisas razões que ele apresentou para pedir a CPI contra o senhor? Porque normalmente essaCPI está em <strong>de</strong>corrência <strong>de</strong> um processo que está em andamento. Logicamente, na CâmaraMunicipal alguém levantou, um verea<strong>do</strong>r levantou alguma irregularida<strong>de</strong> que teria ocorri<strong>do</strong>.O que é que ele alegou para os <strong>de</strong>mais pares apoiarem e ser instaurada a CPI?O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – O que eu me recor<strong>do</strong> que foi aprova<strong>do</strong> ali foisuposta frau<strong>de</strong> na licitação, porque já estava aquela coqueluche toda, mesmo não sen<strong>do</strong> aempresa...O SR. VITOR SAPIENZA – PPS – Mas o senhor mencionou que a licitação não foi feitana sua época. O senhor disse. É a segunda parte?O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – A segunda parte. A primeira foi na outra. ANarandiba... Depois eu posso até esclarecer melhor. A Narandiba B foi a outra gestão quefez. A Narandiba C, o caso da CPI que o senhor está perguntan<strong>do</strong>, eles alegaram o seguinte:frau<strong>de</strong> na licitação, que foi on<strong>de</strong> o Ministério Público apurou, e problema..., questionaram osistema <strong>de</strong> mutirão, eles questionaram, mas era um sistema pronto que vinha para a Prefeitura<strong>do</strong> CDHU. Enten<strong>de</strong>u? E mesmo assim nós conversan<strong>do</strong> e eu explican<strong>do</strong> para eles simplesmenteeles falaram assim: nós não concordamos com esse sistema e me con<strong>de</strong>naram.Nós não concordamos com sistema <strong>de</strong> mutirão, está erra<strong>do</strong>. Mas já era <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> contratoexigia o sistema mutirão, então eu fui obriga<strong>do</strong> a fazer isso. Inclusive eu me recor<strong>do</strong> queuma verea<strong>do</strong>ra eu falei para ela exatamente o que estou falan<strong>do</strong> para os senhores: o sistemamutirão já vem elabora<strong>do</strong> <strong>do</strong> CDHU. Ela falou assim: mas o problema é <strong>de</strong>les e eu nãoconcor<strong>do</strong>. Então aí não concorda e acabou. Ele vota contra, o voto que vai cassar e acabou.Eles não julgam o mérito. O juiz não julga o mérito. Ele julga o <strong>de</strong>senvolvimento da CPI.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Eu só queria tentar aqui, não é nem perguntar; ésó um esclarecimento, porque nas Câmaras Municipais, normalmente o procedimento paracassação <strong>de</strong> uma autorida<strong>de</strong> se dá da seguinte forma: primeiro uma comissão especial<strong>de</strong> inquérito, uma CEI; <strong>de</strong>pois uma comissão processante. A partir <strong>do</strong> que for apura<strong>do</strong> nacomissão especial <strong>de</strong> inquérito se forma uma comissão processante. V. Sa. tem se referi<strong>do</strong>aí a uma CPI que foi motivo inclusive da sua renúncia porque fatalmente seria cassa<strong>do</strong> e acorrelação <strong>de</strong> forças era contrária ao governo. Mas foi uma comissão especial <strong>de</strong> inquéritoou foi já a comissão processante?O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Já foi comissão processante.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Então não é uma CPI. É uma comissão processantecom o objetivo <strong>de</strong> cassar o mandato <strong>do</strong> Prefeito?O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Isso.Positivo.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Antes <strong>de</strong>la não houve uma comissão especial <strong>de</strong>inquérito?O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Não. Já foi...O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Já foi direto para a comissão processante?O SR. MILTON FLÁVIO – PSDB – E qual era o objeto, qual era a razão <strong>do</strong> pedi<strong>do</strong> <strong>do</strong>impeachment da sua cassação? Há que ter um motivo. Ninguém propõe a cassação semmotivo. O motivo era? Qual era o motivo alega<strong>do</strong>?O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Frau<strong>de</strong> na licitação.O SR. MILTON FLÁVIO – PSDB – Frau<strong>de</strong> na licitação.O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – E mutirão.O SR. MILTON FLÁVIO – PSDB – E esse pedi<strong>do</strong> se baseou, para que eu possa enten<strong>de</strong>r,na sugestão ou no processo que foi movi<strong>do</strong> pelo Ministério Público? É isso? Porque vejabem. V. Exa. disse que essa licitação ela não está na Operação Pomar, portanto, aparentemente,V. Sa. insiste que em nenhum momento ela foi questionada na Operação Pomar. Noentanto, o Ministério Público questionou. Foi basea<strong>do</strong> nesse questionamento <strong>do</strong> MinistérioPúblico que a Câmara, embora não tenha feito a comissão especial, a CEI, que ela pretendiapedir a sua cassação?O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – O Promotor <strong>de</strong>pois... Quem enviou o processoà comissão foi a Câmara para o Promotor. O Promotor, na realida<strong>de</strong>, ele sugeriu, man<strong>do</strong>u<strong>do</strong>cumentos, até tenho lá comigo, sugeriu os <strong>do</strong>cumentos, mas quem man<strong>do</strong>u acho que oprocesso para o Ministério Público foi a Câmara. Não partiu <strong>do</strong> Promotor. Partiu da Câmara.Tu<strong>do</strong> que eles faziam eles enviavam para o Promotor.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Deputa<strong>do</strong> Enio Tatto, passo a palavrapara vossa excelência. Já havia pedi<strong>do</strong> há algum tempo.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Só mais uma questão até <strong>de</strong> esclarecimento paraa gente compreen<strong>de</strong>r um pouco melhor como é o funcionamento em pequenas CâmarasMunicipais, em cida<strong>de</strong>s menores. Tem um dita<strong>do</strong> no interior, o Deputa<strong>do</strong> Milton Flávio certamente<strong>de</strong>ve conhecer: para cassar um Prefeito não precisa ter motivo; precisa ter voto. Eeu acho que é um pouco essa preocupação que eu quis levantar aqui quan<strong>do</strong> eu indaguei arespeito da realização ou não <strong>de</strong> uma comissão especial <strong>de</strong> inquérito para apurar primeiro.Primeiro apura. Tem motivo? Tem. Aí abre uma comissão processante e aí cassa o Prefeito.Essa forma sumaríssima que foi utilizada lá, na verda<strong>de</strong>, foi um mecanismo <strong>de</strong> pressão paraque V. Sa. tomasse uma outra providência, como <strong>de</strong> fato tomou que foi a sua renúncia.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Então, a título <strong>de</strong> esclarecimento, euqueria... V. Sa. falou aqui o seguinte: que esse pacote que veio <strong>do</strong> CDHU já veio pronto, indican<strong>do</strong>o mutirão. Então esse processo o senhor recebeu e disse é esse que eu quero? Porqueo Prefeito tem autonomia municipal. O Esta<strong>do</strong> não po<strong>de</strong> impor. O Esta<strong>do</strong> não po<strong>de</strong> imporum mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> contrato. É o senhor quem vai buscar isso. Geralmente, quan<strong>do</strong> o processo<strong>de</strong> mutirão pressupõe uma população organizada que reivindica <strong>do</strong> Prefeito para fazer, oPrefeito arranja o terreno e há uma ação tripartite – município com a socieda<strong>de</strong> e o CDHUpassan<strong>do</strong> o recurso ou a Caixa Econômica Fe<strong>de</strong>ral. Então queria que V. Sa. pu<strong>de</strong>sse explicarsobre isso, esse pacote que veio.O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – O senhor concorda comigo? Como Prefeito lá<strong>do</strong> fun<strong>do</strong> aí <strong>do</strong> esta<strong>do</strong>, <strong>de</strong> quatro mil habitantes, a maioria <strong>do</strong>s vizinhos constrói autoconstruçãoe disse nesse pacote aí que é o mais barato, a prestação é mais barata, constrói-semais rapidamente e os mutirantes participam. Não tem como você escolher. Ah! Não! Voulicitar para entregar a obra pronta para uma empresa pronta. Nem sei se na época existiaesse tipo <strong>de</strong> processo no CDHU, porque eu não sei quanto fica uma casa hoje sem o mutirão,mas <strong>de</strong>ve ficar acho que duas ou três vezes mais e a parcela muito maior. Então, naépoca nós ganhamos a Prefeitura e fomos em reivindicações. Então não é que eu fui lá atrás<strong>de</strong> um pacote pronto, mas to<strong>do</strong> mun<strong>do</strong> construía assim e dizia-se que era mais barato, porqueas pessoas participavam da mão <strong>de</strong> obra. Então foi isso que aconteceu.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Deixa eu só...O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Gostaria que o senhor pu<strong>de</strong>sse respon<strong>de</strong>ro que eu perguntei. O senhor como Prefeito, V. Sa., veio aqui no CDHU ou foi alguémque foi lá na Prefeitura? Porque, veja, existem duas formas <strong>de</strong> fazer isso. O Prefeito reconhecen<strong>do</strong>o déficit habitacional, V. Sa. não falou qual era o seu déficit habitacional, vai aoCDHU e fala: Olha, a minha cida<strong>de</strong> precisa <strong>de</strong> casas; eu quero ver qual é o processo que euposso ter. Outra coisa é vir um cidadão, vai na Prefeitura e fala: Olha, eu tenho um jeito paraarranjar casa e dinheiro para você. Ah! Tem? Então vai lá e trás. Queria que V. Sa. pu<strong>de</strong>sseexplicar isso. Foi V. Sa. que foi no CDHU e fez a proposta e o CDHU disse é esse o mo<strong>de</strong>lo,ou foi alguém que intermediou? Como foi isso?O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Isso é fácil <strong>de</strong> falar. Nós viemos aqui em <strong>São</strong><strong>Paulo</strong> pedir, fazer o pedi<strong>do</strong> da casa. Nós viemos aqui em <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>; ninguém foi lá na Prefeiturapedir não. Nós fomos lá pedir, reivindicar essas 57 casas. Inclusive tem um pedi<strong>do</strong>,tinha um pedi<strong>do</strong> aí <strong>de</strong> 400 casas por causa <strong>de</strong> que... Ah! Mas é uma cida<strong>de</strong> pequena. Não.Por causa que o pessoal, os empresários que estavam montan<strong>do</strong> a usina reivindicavam, porqueia aumentar um monte <strong>de</strong> coisa que acontece em um município, igual ao nosso. A gente<strong>de</strong>ixa bem claro que o meu município é <strong>de</strong> quatro mil habitantes. A política que gira emtorno, conforme o nobre <strong>de</strong>puta<strong>do</strong> disse, eles não têm que ter um motivo para cassar; elescassam porque você não é conveniente para eles. Enten<strong>de</strong>u? Então é complica<strong>do</strong>. Se tivermais voto, vota-se e acabou e pronto. E infelizmente é assim.Mas respon<strong>de</strong>n<strong>do</strong> à pergunta <strong>de</strong> V. Exa., nós viemos aqui, formulamos o pedi<strong>do</strong> parao pessoal <strong>do</strong> CDHU, e não me recor<strong>do</strong> certinho, mas o que foi apresenta<strong>do</strong>, o sistema maisviável para a nossa região carente, a segunda mais pobre <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, é esse <strong>de</strong> autoconstruçãoque era o mais barato.O SR. VITOR SAPIENZA – PPS – Presi<strong>de</strong>nte, me dá um aparte, Deputa<strong>do</strong> Tatto?O SR. ENIO TATTO – PT – Pois não.O SR. VITOR SAPIENZA – PPS – Eu vou fazer um quadro, com base no que o senhorfalou até agora e na pergunta que o nosso Presi<strong>de</strong>nte fez ao senhor. Ele indagou ao senhorse alguém havia procura<strong>do</strong> para ser intermediário em alguma coisa e o senhor falou quenão, que o senhor veio até aqui <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>. Na fase preliminar, o senhor mostrou que osenhor estava estranhan<strong>do</strong> por que o senhor estava sen<strong>do</strong> convoca<strong>do</strong> e outros locais, outrosmunicípios on<strong>de</strong> foram construídas mais casas ninguém mencionou. A pergunta que eufaço ao senhor é a seguinte: houve, em algum momento, alguma insinuação <strong>de</strong> bola parao senhor? Ou <strong>de</strong> alguma proposta <strong>de</strong>sonesta por parte <strong>de</strong> alguém, <strong>do</strong> empreiteiro? Alguémchegou ao senhor e fez alguma insinuação que pu<strong>de</strong>sse consi<strong>de</strong>rar uma frau<strong>de</strong>? Essa é aprimeira. Não acabei ainda.Segun<strong>do</strong>. Como o senhor mencionou e o senhor <strong>de</strong>ve ser, eu conheço <strong>de</strong> passagemNarandiba, são vários municípios um perto <strong>do</strong> outro, o senhor soube <strong>de</strong> alguma história<strong>de</strong> que tenha corri<strong>do</strong> algum objeto misterioso para facilitar para construir na sua região?Porque da forma como o senhor começou dizen<strong>do</strong> que o senhor estranhava o fato <strong>de</strong> tersi<strong>do</strong> coloca<strong>do</strong> <strong>de</strong>sse jeito, o senhor <strong>de</strong>ve saber <strong>de</strong> alguma história. E para nós interessa, se osenhor souber <strong>de</strong>ssa história, e que nós também fiquemos conhecen<strong>do</strong>, para a gente po<strong>de</strong>rir um pouco mais fun<strong>do</strong> nessas investigações.O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – A história que eu conheço é a que to<strong>do</strong>s conhecemnos jornais. Certo? Essa aí é a história que a gente conhece.Oferecimento. Nunca ofereceram nada para mim, porque uma que o contato queeu tive com a licitação <strong>do</strong> rapaz que ganhou não faz parte da Operação Pomar, e nunca fezparte. Está fora <strong>de</strong>ssa operação.O SR. VITOR SAPIENZA – PPS – Não é <strong>de</strong>sse jeito que eu estou perguntan<strong>do</strong>. Euestou perguntan<strong>do</strong>... Esquece um pouquinho essa operação. Eu quero saber <strong>do</strong> senhor,quero saber da região. Eu não quero saber da operação, porque parece que o senhor leuvárias vezes essa operação, porque vira e mexe o senhor fala nela. Eu não quero saber.Nós queremos saber <strong>de</strong> Narandiba e o que aconteceu em torno <strong>do</strong>s Prefeitos em torno <strong>de</strong>Narandiba.O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Eu peço <strong>de</strong>sculpas, mas eu falo porque eu achoque eu estou por esse motivo. Não é por causa da Operação Pomar?O SR. VITOR SAPIENZA – PPS – Não. O senhor está porque nós estamos queren<strong>do</strong>saber o que aconteceu na região. Não é só nessa operação.O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Positivo. Então, não foi oferta<strong>do</strong> nada paramim. Inclusive eu peguei já uma licitação pronta. Então nem contato eu tive com isso. Eessa, o rapaz que ganhou também, ganhou...O SR. MILTON FLÁVIO – PSDB – Prefeito, <strong>de</strong>sculpa. Desculpa interromper. V. Exa.insiste. V. Sa. insiste nessa tese. A construção das primeiras 54 casas esquece. V. Sa. recebeuo processo. Nós estamos discutin<strong>do</strong> aquilo que V. Sa. fez. V. Sa. procurou. Vamos tentar loca-


14 – <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, 119 (222) – Suplemento Diário Oficial Po<strong>de</strong>r Legislativo sába<strong>do</strong>, 28 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 2009lizar, porque senão vai dizer peguei... Não. Esquece isso. V. Sa. foi e é isso que o Presi<strong>de</strong>ntejá lhe perguntou e até agora V. Sa. não respon<strong>de</strong>u. Só para dar um exemplo. Na minha cida<strong>de</strong>,durante oito anos, nós tivemos um Prefeito <strong>do</strong> PT.O SR. ENIO TATTO – PT – Senhor Presi<strong>de</strong>nte.O SR. MILTON FLÁVIO – PSDB – Em nenhum momento ele construiu nenhuma casa.Embora em muitos momentos, eu como <strong>de</strong>puta<strong>do</strong> tenha leva<strong>do</strong> para lá propostas. Ele nãoenten<strong>de</strong>u a<strong>de</strong>quada. Ele não enten<strong>de</strong>u a<strong>de</strong>quada, não achou conveniente, não fez nenhumacasa pelo CDHU. Quer dizer, em nenhum momento ele se sentiu nem constrangi<strong>do</strong>, nempressiona<strong>do</strong> pela população. Preferiu fazer com a Caixa Econômica Fe<strong>de</strong>ral, o Governo Fe<strong>de</strong>ral,e a cida<strong>de</strong> acolheu essa sua opinião. Portanto, eu acho estranho que lá em Narandibahouvesse, a não ser essa indicação: Olha, para o tamanho da sua cida<strong>de</strong>, a melhor modalida<strong>de</strong>é o mutirão ou autoconstrução. A partir daí aí sim começa uma preocupação nossa. V.Sa. fez uma licitação, uma <strong>de</strong>terminada empresa ganhou a licitação, alguém <strong>de</strong>ve ter ganhoo contrato para fazer a fiscalização, para fazer treinamento das pessoas. É isso que euqueria saber. Como é que foi feita essa licitação? Qual era a...? Como é que a comunida<strong>de</strong>se fez representar? Qual era a associação <strong>de</strong> mutirantes que efetivamente se configurou,se conformou para po<strong>de</strong>r fazer isso? Porque aqui em <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, por exemplo, você tem jáuma associação, associações já organizadas e que pleiteiam construção <strong>de</strong> casas, são milmembros e às vezes constroem 100 casas, e você sorteia entre os mil as 100 casas queserão construídas, os que ganharão e os que não ganharão. O que nós queremos saber éa partir <strong>do</strong> momento que V. Sa. enten<strong>de</strong>n<strong>do</strong> até que não tinha outra alternativa, optou ouassumiu essa modalida<strong>de</strong>, a partir daí vários passos foram realiza<strong>do</strong>s. O que nós queremossaber é isso. Quem ganhou? Como é que chama a empresa que ganhou a licitação? Se elatreinou ou não treinou os mutirantes. Quem é que fiscalizava a execução? Quem compravao material? Como eram feitos os repasses? <strong>São</strong> essas coisas que V. Sa., me parece simples,um município pequenininho, como V. Sa. disse, não <strong>de</strong>ve ter tantas obras, portanto, não vejodificulda<strong>de</strong>s em que V. Sa. possa explicitar <strong>de</strong> maneira muito clara para a gente quais foramos passos e a partir <strong>de</strong> que momento o Ministério Público enten<strong>de</strong>u, ou em que passos oMinistério Público enten<strong>de</strong>u, porque ele não está questionan<strong>do</strong> a autoconstrução. Por quê?Porque ela continua ocorren<strong>do</strong> até hoje. Aliás, continua ocorren<strong>do</strong> no Governo Fe<strong>de</strong>ral também.Então não me parece que a modalida<strong>de</strong> esteja em questão. O que o Ministério Público<strong>de</strong>ve ter questiona<strong>do</strong> é algum passo, em algum momento, algo que aconteceu. Ou enten<strong>de</strong>uque os preços das compras foram superfatura<strong>do</strong>s, ou que a medição não foi a<strong>de</strong>quada.Enfim, é isso que esta CPI quer saber <strong>de</strong> V. Sa. e V. Sa. continua não dizen<strong>do</strong>.O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Vou tentar ser mais claro, então.O SR. MILTON FLÁVIO – PSDB – Não. Não é ser mais. É ser claro, porque V. Exa. atéagora não disse ao que veio.O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Então...O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Pela or<strong>de</strong>m, senhor Presi<strong>de</strong>nte. Eu penso que oDeputa<strong>do</strong> Milton Flávio está extrapolan<strong>do</strong>. Nós estamos enten<strong>de</strong>n<strong>do</strong> perfeitamente até aquio que foi dito pelo <strong>de</strong>poente. Não há nada que não tenha si<strong>do</strong> claro. Agora, se não é o queo Deputa<strong>do</strong> Milton Flávio quer ouvir, essa é uma outra história.O SR. MILTON FLÁVIO – PSDB – Sr. Presi<strong>de</strong>nte, pela or<strong>de</strong>m.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – É preciso.O SR. MILTON FLÁVIO – PSDB – Presi<strong>de</strong>nte, pela or<strong>de</strong>m. Eu gostaria. Deputa<strong>do</strong> Mentor,eu estou com a palavra. Eu estou com a palavra e vossa excelência...O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Não é possível que o senhor trate aqui o <strong>de</strong>poente<strong>de</strong>ssa maneira. Ele está sen<strong>do</strong> claro, objetivo, respon<strong>de</strong>n<strong>do</strong> às perguntas que estão sen<strong>do</strong>formuladas a ele.O SR. MILTON FLÁVIO – PSDB – De novo, eu não reconheço em V. Exa. o papel <strong>de</strong>Correge<strong>do</strong>r <strong>de</strong>sta Casa. As minhas opiniões são minhas opiniões e eu não explicitei.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Eu estou me dirigin<strong>do</strong> ao Presi<strong>de</strong>nte da Comissão.Eu estou me dirigin<strong>do</strong> ao Presi<strong>de</strong>nte da Comissão Parlamentar <strong>de</strong> Inquérito e não a vossasenhoria.O SR. MILTON FLÁVIO – PSDB – É a minha opinião. É a minha opinião.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – V. Sa. espere a sua vez para falar.O SR. MILTON FLÁVIO – PSDB – Eu estou com a palavra.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Sr. Presi<strong>de</strong>nte, garanta a minha palavra. Garanta aminha palavra.O SR. MILTON FLÁVIO – PSDB – Eu estou com a palavra.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – O senhor não está mais com a palavra. Eu pedi pelaor<strong>de</strong>m para o Presi<strong>de</strong>nte, o Presi<strong>de</strong>nte me <strong>de</strong>u a palavra e eu quero terminar as minhas consi<strong>de</strong>raçõesme dirigin<strong>do</strong> ao senhor Presi<strong>de</strong>nte. Não estou me referin<strong>do</strong> a vossa excelência.Estou me referin<strong>do</strong> àquilo que foi aqui coloca<strong>do</strong> que é a sua opinião e que é diferente daminha e eu também tenho direito <strong>de</strong> expressar aqui a minha opinião.O <strong>de</strong>poente, <strong>do</strong> meu ponto <strong>de</strong> vista, está sen<strong>do</strong> claro e objetivo nas suas consi<strong>de</strong>rações.Respon<strong>de</strong>u a todas as questões que foram formuladas a ele. Agora, se as questões queforam formuladas não aten<strong>de</strong>m aos interesses <strong>do</strong> Deputa<strong>do</strong> Milton Flávio, isso é uma outradiscussão. Nós po<strong>de</strong>mos fazer aqui também. Qual é o interesse <strong>do</strong> Deputa<strong>do</strong> Milton Flávio?Vamos dizer claramente aqui e nós vamos discutir sobre esses interesses também.O SR. MILTON FLÁVIO – PSDB – Pela or<strong>de</strong>m, Presi<strong>de</strong>nte.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Tem V. Exa. a palavra.O SR. MILTON FLÁVIO – PSDB – A primeira questão que quero colocar, Presi<strong>de</strong>nte,eu acho que o Deputa<strong>do</strong> Mentor foi extremamente in<strong>de</strong>lica<strong>do</strong> com este <strong>de</strong>puta<strong>do</strong>. Eventualmenteme falta a inteligência e o brilhantismo <strong>do</strong> Deputa<strong>do</strong> Mentor que neste momentose sente satisfeito com as respostas. Eu não posso respon<strong>de</strong>r, repito eu mais uma vez, peloDeputa<strong>do</strong> Mentor. Este <strong>de</strong>puta<strong>do</strong> não se sentiu esclareci<strong>do</strong> e este <strong>de</strong>puta<strong>do</strong> que, aliás, équem faz as perguntas e, portanto, é a quem <strong>de</strong>ve ser respondi<strong>do</strong>, quem tem que se sentirsatisfeito pela pergunta ou pela resposta é quem perguntou. E quem perguntou e quemestá perguntan<strong>do</strong> neste momento é este <strong>de</strong>puta<strong>do</strong>. Portanto, não po<strong>de</strong> e não <strong>de</strong>ve sernenhum outro <strong>de</strong>puta<strong>do</strong> <strong>de</strong>sta Casa e <strong>de</strong>sta CPI que vai dizer ao Deputa<strong>do</strong> Milton Flávio sea resposta que ele obteve é a resposta que ele esperava ouvir. Não no senti<strong>do</strong> daquilo queele vai me dizer. Eu estou dizen<strong>do</strong> que eu gostaria que o Presi<strong>de</strong>nte, se fosse o caso, repetissepara mim se algumas das perguntas que eu estou fazen<strong>do</strong> já foram efetivamente respondidas;se alguém aqui, a não ser talvez o Deputa<strong>do</strong> Mentor, sabe qual foi a empresa queganhou a concorrência; se alguém aqui nesta CPI sabe qual foi a associação <strong>de</strong> mutirantesque ganhou ou que participou <strong>de</strong>sse processo, <strong>de</strong>sse evento; se alguém aqui, além <strong>do</strong> Deputa<strong>do</strong>Mentor, sabe quais foram as irregularida<strong>de</strong>s que o Ministério Público enten<strong>de</strong>u ocorreremno contrato. Porque se efetivamente os outros <strong>de</strong>puta<strong>do</strong>s souberem disso, retiro aquia minha pergunta. Ou se V. Exa. como Presi<strong>de</strong>nte já tem essas informações, que me pareceserem da proprieda<strong>de</strong>, da posse e <strong>do</strong> conhecimento <strong>do</strong> Deputa<strong>do</strong> Mentor. Eu não os conheço.Por não conhecer essas questões é que eu insisto. Eu quero, <strong>de</strong> maneira clara: nome daempresa que venceu; nome da associação que participou; qual foi o valor <strong>do</strong> contrato; emque momento o Ministério Público enten<strong>de</strong>u e por que enten<strong>de</strong>u que as situações ou queeventualmente algo <strong>do</strong> contrato não estava a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>. Porque o que o Prefeito até agoratem tenta<strong>do</strong> dizer é <strong>de</strong> que, primeira coisa, é que a Justiça não julga o mérito. Ao contrário.A Justiça só julga o mérito. Não julga o mérito, eventualmente, em manda<strong>do</strong> <strong>de</strong> segurança,porque aí por uma questão até <strong>de</strong> prece<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong> toma essa <strong>de</strong>cisão, garante asegurança <strong>do</strong> interessa<strong>do</strong> e não julga o mérito. Mas num processo só se faz julgar o mérito.Portanto, eu tenho a impressão <strong>de</strong> que o Prefeito não foi bem esclareci<strong>do</strong> sobre o papel daJustiça e o papel <strong>do</strong> Juiz e <strong>do</strong> Promotor Público.Eu quero insistir, para completar, é exatamente essa. Desculpe, Prefeito, este <strong>de</strong>puta<strong>do</strong>tem limitações intelectuais e, por tê-las, é que eu preciso que V. Sa. seja muito claro paraque eu possa enten<strong>de</strong>r. Nome, valor. Eu preciso <strong>de</strong>ssas informações com muita clareza, paraque eu possa enten<strong>de</strong>r, <strong>de</strong>sculpe, pelas limitações que eu tenho.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Pela or<strong>de</strong>m, senhor Presi<strong>de</strong>nte.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Tem V. Exa. a palavra.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Só também para esclarecer ao Deputa<strong>do</strong> Milton Flávioquan<strong>do</strong> o nosso <strong>de</strong>poente se referiu que a Justiça não julga o mérito, ele estava dizen<strong>do</strong>a respeito <strong>do</strong> processo legislativo <strong>de</strong> cassação <strong>de</strong> mandato. Ela não julga o mérito. Ela julgaeventuais irregularida<strong>de</strong>s que possam acontecer durante o processo: se as formalida<strong>de</strong>sforam cumpridas; se foi garanti<strong>do</strong> o amplo direito <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa. <strong>São</strong> essas questões que elapo<strong>de</strong> interferir. No mérito ela não julga e o <strong>de</strong>poente tem razão.O SR. MILTON FLÁVIO – PSDB – Pela or<strong>de</strong>m, senhor Presi<strong>de</strong>nte.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Deputa<strong>do</strong> Milton Flávio.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Deputa<strong>do</strong> Milton Flávio.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Deputa<strong>do</strong> Milton Flávio, nós estamos reuni<strong>do</strong>s háuma hora e o senhor já falou 50 minutos <strong>de</strong>ssa uma hora. Eu também tenho o direito <strong>de</strong>falar. Queria que V. Exa. tivesse humilda<strong>de</strong> para me ouvir.O SR. MILTON FLÁVIO – PSDB – Estou justifican<strong>do</strong> o meu salário.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – É claro! Mas não precisa justificar sozinho. Nóstambém recebemos salário aqui e queremos justificar o nosso. V. Exa. quer falar sozinho.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Eu pediria um pouquinho <strong>de</strong> calmaentre os <strong>de</strong>puta<strong>do</strong>s.O SR. ENIO TATTO – PT – Pela or<strong>de</strong>m, senhor Presi<strong>de</strong>nte.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Eu estou absolutamente calmo.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Eu pediria até para retirar. Teve ummomento aqui que o Deputa<strong>do</strong> Antonio Mentor chamou <strong>de</strong> V. Sa. o <strong>de</strong>puta<strong>do</strong>. Essas coisasacontecem quan<strong>do</strong> o clima não está bom. Então, vamos maneirar um pouquinho e ter umarelação mais fraterna entre nós.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Isso não há dúvida nenhuma. Eu tenho um gran<strong>de</strong>apreço pelo Deputa<strong>do</strong> Milton Flávio. Inclusive sobre suas virtu<strong>de</strong>s intelectuais; é um homem<strong>de</strong> extrema inteligência. Agora, usa da forma que interessa para ele usar em <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>smomentos. Neste momento, ele fez quatro ou cinco indagações objetivas ao <strong>de</strong>poente quenão tinha si<strong>do</strong> feitas anteriormente. Portanto, o <strong>de</strong>poente só po<strong>de</strong>rá respon<strong>de</strong>r às suasindagações a partir das suas perguntas e elas foram feitas agora. Anteriormente, todas asrespostas que o <strong>de</strong>poente prestou a esta Comissão foram claras e objetivas. Foi isso que eudisse. Não estou julgan<strong>do</strong> as respostas que ele vá dar ainda às suas indagações, Deputa<strong>do</strong>Milton Flávio. Estou dizen<strong>do</strong> que essas perguntas que o senhor fez agora não tinham si<strong>do</strong>feitas anteriormente. As que tinham si<strong>do</strong> feitas anteriormente o <strong>de</strong>poente respon<strong>de</strong>u tranquilamentee com muita objetivida<strong>de</strong>. Agora, o senhor fez cinco indagações. Nós vamosouvir as respostas agora.O SR. MILTON FLÁVIO – PSDB – Pela or<strong>de</strong>m, Presi<strong>de</strong>nte.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Tem V. Exa. a palavra.O SR. MILTON FLÁVIO – PSDB – Só para acrescentar, primeiro fazer um comentário,Deputa<strong>do</strong> Mentor. Eu já participei <strong>de</strong> várias CPIs. É a primeira vez que eu vejo uma CPI on<strong>de</strong>os <strong>de</strong>puta<strong>do</strong>s assumem aqui o papel <strong>de</strong> advoga<strong>do</strong> <strong>do</strong> <strong>de</strong>poente. Via <strong>de</strong> regra nós investigamos.V. Exa. aqui neste momento inclusive esclarece o que disse o <strong>de</strong>poente, interpreta oque ele disse. Eu gostaria <strong>de</strong> pedir ao Presi<strong>de</strong>nte que permitisse ao <strong>de</strong>poente que ele próprioesclarecesse ao <strong>de</strong>puta<strong>do</strong> aquilo que ele pensa. Enten<strong>do</strong> eu que ele seja capaz, Prefeitoque foi, quase reeleito, que ele é capaz <strong>de</strong> se expressar <strong>de</strong> própria voz. Não precisa nestemomento <strong>de</strong> intermediários.Segun<strong>do</strong>. Eu só queria perguntar ao Prefeito, e aí é uma questão <strong>de</strong> curiosida<strong>de</strong>, masfica como uma pergunta clara, a que parti<strong>do</strong> pertence vossa senhoria.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Pela or<strong>de</strong>m, senhor Presi<strong>de</strong>nte.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Tem V. Exa. a palavra.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Deputa<strong>do</strong> Milton Flávio, não aceito essa insinuaçãomal<strong>do</strong>sa que V. Exa. fez a meu respeito. Repilo integralmente a sua insinuação.O SR. MILTON FLÁVIO – PSDB – É <strong>de</strong> seu direito.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Gostaria muitíssimo pelo respeito que eu sei queV. Exa. tem por mim que V. Exa. retirasse o que disse. E peço isso encarecidamente. O queeu disse, e repito, é a interpretação clara daquilo que foi dito pelo <strong>de</strong>poente com relaçãoao processo <strong>de</strong> investigação ao qual ele foi submeti<strong>do</strong>. E disse isso pela experiência que eutenho em Câmaras Municipais, Deputa<strong>do</strong> Milton Flávio. Eu sei que é <strong>de</strong>ssa forma. <strong>São</strong> essesos procedimentos. Não estou aqui <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> “a” nem “b”. Essa insinuação não me cabe,absolutamente. Em to<strong>do</strong>s os <strong>de</strong>poimentos nesta Comissão Parlamentar <strong>de</strong> Inquérito e naoutra que eu também tive a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> presidir nunca houve qualquer tentativa <strong>de</strong><strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r essa ou aquela posição, senão a posição <strong>de</strong> investigar e buscar a verda<strong>de</strong>. Gostariaque V. Exa. retirasse.O SR. MILTON FLÁVIO – PSDB – Deputa<strong>do</strong> Mentor, pelo respeito que tenho por V.Exa. e pela amiza<strong>de</strong> que sempre mantivemos, e se essa minha insinuação po<strong>de</strong> arranharessa relação, eu a retiro sem nenhuma preocupação.


sába<strong>do</strong>, 28 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 2009 Diário Oficial Po<strong>de</strong>r Legislativo <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, 119 (222) – Suplemento – 15O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Ela não arranha a relação, Deputa<strong>do</strong> Milton Flávio.Nós vamos continuar manten<strong>do</strong> a mesma relação <strong>de</strong> respeito. Mas arranha a minha integrida<strong>de</strong>,a minha dignida<strong>de</strong> enquanto parlamentar.O SR. MILTON FLÁVIO – PSDB – Se V. Exa. assim enten<strong>de</strong> a minha manifestação, jáestá retirada.O SR. VITOR SAPIENZA – PPS – Pela or<strong>de</strong>m, senhor Presi<strong>de</strong>nte. Eu queria fazer umasugestão a vossa excelência. Eu talvez tenha feito várias indagações ao <strong>de</strong>poente, porém euenten<strong>do</strong> que por incrível que pareça, não sen<strong>do</strong> <strong>do</strong> PSDB, ambos os la<strong>do</strong>s têm razão. Explico.Nunca, em momento algum, foi feita uma pergunta objetiva como o Deputa<strong>do</strong> Miltonfez. Por outro la<strong>do</strong> também tem razão o Deputa<strong>do</strong> Mentor, mesmo porque quan<strong>do</strong> indaga<strong>do</strong>,em momento algum eu perguntei para ele qual foi a empresa, qual foi o valor <strong>do</strong> contrato,como foi feito a escolha. Ele respon<strong>de</strong>u tu<strong>do</strong> que eu perguntei. Porém, ocorre o seguinte.O Deputa<strong>do</strong> Milton foi objetivo. E que falta à sua exposição, <strong>de</strong>sculpe, Deputa<strong>do</strong> Mentor,um pouco mais <strong>de</strong> objetivismo. Ele dançou, dançou, fez o meio <strong>de</strong> campo porque ele tinhamaioria, <strong>de</strong>pois minoria, <strong>de</strong>pois volta e meio ele falava <strong>do</strong> contrato antigo; ninguém perguntounada disso aí.Então, nesse quadro, Presi<strong>de</strong>nte, eu sugiro a V. Exa. o seguinte. Que a gente continue<strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> objetivismo <strong>do</strong> Deputa<strong>do</strong> Milton Flávio, com a retirada, e eu também vou sersincero, se eu estivesse no lugar <strong>do</strong> Mentor ficaria também chatea<strong>do</strong> quan<strong>do</strong> foi atribuí<strong>do</strong> amim a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> advoga<strong>do</strong>, coisa que V. Exa. não fez. V. Exa. procurou ser objetivo. Então<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>sse quadro, para que a coisa caminhe, Presi<strong>de</strong>nte, eu sugiro que a gente dê sequênciaàs colocações <strong>do</strong> Deputa<strong>do</strong> Milton Flávio, passan<strong>do</strong> praticamente uma esponja emto<strong>do</strong> esse <strong>de</strong>bate que aconteceu antes.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Farei isso.Quero que o senhor responda, com precisão, às perguntas feitas pelo Deputa<strong>do</strong> MiltonFlávio.O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – A empresa que ganhou a licitação foi umaempresa <strong>de</strong> Presi<strong>de</strong>nte Venceslau. Eu não me recor<strong>do</strong> o nome agora, mas foi <strong>de</strong> Presi<strong>de</strong>nteVenceslau a empresa. O valor <strong>do</strong> contrato específico mesmo, o valor em si eu não lembro,mas eu posso falar arre<strong>do</strong>ndadamente. Eram 57 casas, o valor das casas era <strong>de</strong> 12 a 13 milmais ou menos, então vai ser em torno <strong>de</strong> 700 mil reais, mais ou menos o contrato. Mais oumenos.O SR. MILTON FLÁVIO – PSDB – Foi adita<strong>do</strong> em algum momento ou não?O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Não. Não foi, porque até hoje não acabou,<strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a problemas políticos que teve aí e um monte <strong>de</strong> coisas.O parti<strong>do</strong> a que eu pertenço é o PT, com muito orgulho.O que mais foi pergunta<strong>do</strong>?O SR. MILTON FLÁVIO – PSDB – O nome da associação <strong>de</strong> mutirantes.O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – O nome eu não me lembro. A associação foifeita assim. Ganhou a empresa e a empresa que ganhou para administrar chamou todas aspessoas selecionadas, houve uma reunião entre essas pessoas, entre os mutirantes, fizeramuma reunião entre eles lá e <strong>de</strong>terminaram <strong>do</strong>is dias para cada um, não podia faltar, tinhaum monte <strong>de</strong> requisitos para que a pessoa conseguisse essa casa. E assim eu não acompanhavabem <strong>de</strong> perto a construção.A medida era feita assim. Acho que o senhor perguntou da medida. A medida eraassim: vinha a medição <strong>do</strong> CDHU, aí chegava, a medição <strong>do</strong> CDHU vinha, a pessoa daempreiteira sabia o valor, aí chegava o valor mediante a conta da Prefeitura, e a genterepassava o dinheiro exatamente que chegava para a empreiteira.O SR. MILTON FLÁVIO – PSDB – E quais foram os fatos ou quais foram as ações queo Ministério enten<strong>de</strong>u, embora <strong>de</strong> forma incorreta na visão <strong>de</strong> V. Sa., ina<strong>de</strong>quadas, fraudulentas,e que justificaram a sugestão <strong>do</strong> Ministério Público para que o contrato fosse rescindi<strong>do</strong>.Quais foram as ações que o Ministério Público enten<strong>de</strong>u que sobre os quais havia pelomenos uma suspeição? Foi a compra <strong>do</strong> material? Era na medição da obra? Qual era?O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Isso aí eu já respondi. Não foi isso. Foi frau<strong>de</strong>na licitação e esquema <strong>de</strong> mutirão que a Câmara encaminhou para o Ministério Público. Apriori ele fez uma recomendação para mim para paralisar a obra por causa <strong>de</strong> um problemaque surgiu, que eu não vou mais falar da Operação Pomar, é a última vez. Ocorreu tu<strong>do</strong> aquiali e ele sugeriu para a gente esperar para ver o que ia acontecer. Aí o meu advoga<strong>do</strong> insistiu,man<strong>do</strong>u requerimento para ele e falou: nós vamos continuar até dar mais problema.Nesse meio tempo, a Câmara montou um requerimento, não sei, e man<strong>do</strong>u para o MinistérioPúblico. Mas aí ele não pediu para mim encerrar o contrato. Nós encerramos por si só.O SR. MILTON FLÁVIO – PSDB – Foi o Prefeito mesmo que rescindiu?O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Fui eu mesmo. Não foi o Ministério Público.Fomos nós mesmos.O SR. MILTON FLÁVIO – PSDB – Só para <strong>de</strong>ixar registra<strong>do</strong>. Queria que ficasse <strong>de</strong>poisregistra<strong>do</strong> nas Atas. E eu queria aqui no mínimo estranhar, mas eu prefiro dizer que eulamento que o ex-Prefeito ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> convoca<strong>do</strong> ou convida<strong>do</strong> para vir a CPI, saben<strong>do</strong> queo objeto <strong>de</strong>sta investigação era um <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> contrato, vem aqui, neste momento, e nãosaiba me informar o nome da empresa que venceu – é uma só, não existem duas, com certezaé um município pequenininho. Esta é a gran<strong>de</strong> obra que o Prefeito realizou na sua gestão.Não acredito que tenha havi<strong>do</strong> outra obra <strong>de</strong>ste porte no seu município e ele não sabeo nome da empresa vence<strong>do</strong>ra, ele não sabe o nome da associação <strong>de</strong> mutirantes e ele nãosabe o valor <strong>do</strong> contrato. Seriam preocupações mínimas <strong>de</strong> alguém que vem aqui a uma CPIe que sabe que será aqui inquiri<strong>do</strong> sobre isso. Eu só queria <strong>de</strong>ixar registra<strong>do</strong>. Eu diria quaseque um <strong>de</strong>sprezo a esta Casa e a esta CPI ao não trazer, pelo menos essas informações, quesão mínimas. O mínimo que a gente po<strong>de</strong>ria aqui saber eram essas informações básicas e,infelizmente, não nos foram oferecidas até agora.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Deputa<strong>do</strong> Milton Flávio, o <strong>de</strong>poente vaiestar respon<strong>de</strong>n<strong>do</strong> às suas indagações.O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – A priori eu quero dizer o seguinte para o nobre<strong>de</strong>puta<strong>do</strong>. Eu nem sabia que era contra o Narandiba C; eu achava que era contra a NarandibaB, porque, na realida<strong>de</strong>, quem licitou o Narandiba B foi o ex-Prefeito, e se é para dizernome <strong>de</strong> parti<strong>do</strong> eu vou dizer, é PSDB. Licitou, ganhou a FT. Eu achava que era por causadisso daí, por isso que eu não me importei <strong>de</strong> pegar nome <strong>de</strong> empresa. Como essa empresanão fez parte <strong>de</strong>sse problema to<strong>do</strong> lá, como essa empresa não coisa, eu não peguei <strong>de</strong>talhe.Eu achava, então eu vim até engana<strong>do</strong>, eu achava que era parte <strong>do</strong> Narandiba B que foi atéa FT que fez a obra lá na minha cida<strong>de</strong>, que não fui eu que fez a licitação, simplesmente <strong>de</strong>icontinuida<strong>de</strong>. Agora, pelo menos eu <strong>de</strong>i o <strong>de</strong>talhe. A empresa foi <strong>de</strong> Presi<strong>de</strong>nte Venceslau,foi feito mutirão e o valor <strong>do</strong> contrato mais ou menos no valor <strong>de</strong> 700 mil reais, porque agente sabe que era 12 ou 13 mil reais. Mas eu podia ter me prepara<strong>do</strong> melhor então, porqueeu achava que era <strong>do</strong> Narandiba B.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Deputa<strong>do</strong> Enio Tatto, V. Exa. já se <strong>de</strong>cidiuse vai fazer uso da palavra? Eu quero passar a palavra para vossa excelência.O SR. ENIO TATTO – PT – Obriga<strong>do</strong>, senhor Presi<strong>de</strong>nte.Queria cumprimentar to<strong>do</strong>s os Deputa<strong>do</strong>s; cumprimentar o <strong>de</strong>poente Sr. GabrielPíperas e agra<strong>de</strong>cer que <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> uma hora <strong>de</strong> inscrito regimentalmente V. Exa. me <strong>de</strong>u apalavra. Isso é muito bom.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Quero explicar aqui que vossa excelência...Aliás, eu acho que hoje... Eu até estava estranhan<strong>do</strong>. Acho que V. Exa. <strong>de</strong>ve ter participa<strong>do</strong>aqui <strong>do</strong> Dia Internacional <strong>de</strong> Cultura <strong>de</strong> Paz. Eu nunca lhe vi assim tão quieto. V. Exa.foi ce<strong>de</strong>n<strong>do</strong> sua parte para to<strong>do</strong> mun<strong>do</strong>. Eu até imaginei que V. Exa. nem ia utilizar mais.Mas tem V. Exa. a palavra. Será um prazer lhe ouvir.O SR. ENIO TATTO – PT – Não cedi um aparte para ninguém, mesmo porque eu nãoestava com a palavra. Eu só posso ce<strong>de</strong>r aparte se eu estou com a palavra.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – V. Exa. ce<strong>de</strong>u a vez por diversas vezes.Eu posso? Posso? Posso? O Deputa<strong>do</strong> Antonio Mentor pediu; o Deputa<strong>do</strong> Milton Fláviopediu. E V. Exa. ali anuin<strong>do</strong>. Eu imaginei até que V. Exa. estava, ao fazer esse gesto, V. Exa.estava captan<strong>do</strong> e concluin<strong>do</strong> a sua síntese para <strong>de</strong> forma brilhante fazer a sua intervenção.O SR. ENIO TATTO – PT – Vamos tentar lançar, senhor Presi<strong>de</strong>nte.Sr. Gabriel, primeiro queria saber o seguinte. O senhor pegou um contrato já licita<strong>do</strong>e foi concluí<strong>do</strong> as 64 casas. Gostaria que fosse um pingue-pongue assim, para a gente atéenten<strong>de</strong>r bem o caso. Me dá o nome <strong>do</strong> Prefeito que licitou e que o senhor suce<strong>de</strong>u nesseprimeiro contrato Narandiba B, que foi a construção <strong>de</strong> 64 casas.O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Gestão <strong>de</strong> 2004. Prefeito Fi<strong>de</strong>lcino Magro,PSDB.O SR. ENIO TATTO – PT – Não tenha dificulda<strong>de</strong>. Vou pedir também <strong>de</strong> outras Prefeiturasque é <strong>do</strong> PT. Não tem problema. V. Exa. já falou que é um Prefeito <strong>do</strong> PT.Nessa construção <strong>de</strong> 64 casas que a FT ganhou, a Câmara Municipal investigou,levantou algumas <strong>de</strong>núncias?O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Lógico que não.O SR. ENIO TATTO – PT – Não precisa sorrir, não. Estou fazen<strong>do</strong> a pergunta, porquequero chegar a alguma conclusão.O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Não. Foi só investiga<strong>do</strong> o Narandiba C. ONarandiba B, como não foi eu que fiz a licitação, não foi investiga<strong>do</strong>.O SR. ENIO TATTO – PT – Aí veio a contratação <strong>de</strong> mais 57 casas que o senhor veiono CDHU pediu e obviamente o CDHU regional encaminhou isso e começou o processo. Foilicitação ou tomada <strong>de</strong> preços? Tem diferença né? Carta-convite? O que foi?O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Foi carta-convite, se não me engano.O SR. ENIO TATTO – PT – Carta-convite.O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – É.O SR. ENIO TATTO – PT – Nessa carta-convite das 57, a FT não participou? Não foiconvidada? Não participou?O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Não. A FT não participou.O SR. ENIO TATTO – PT – Não participou. E aí o senhor começou... Ganhou umaempresa <strong>de</strong> Ferraz, que o senhor colocou, e aí...O SR. MILTON FLÁVIO – PSDB – Deputa<strong>do</strong>, V. Exa. me dá um aparte?O SR. ENIO TATTO – PT – Eu estou com a palavra. Não vou dar aparte para ninguém,não. Eu vou concluir meus 10 minutos, porque fiquei esperan<strong>do</strong> uma hora.Quan<strong>do</strong> começou e a FT não participou, não foi convidada, não participou e nãoganhou, começou a construção <strong>de</strong>ssas casas. E aí a Câmara começou a atuar?O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Aí, nesse momento, quan<strong>do</strong> começou a construçãodas casas, <strong>de</strong>flagrou essa operação aí, essa dita cuja aí. Aí eles cataram o gancho ecomeçaram.O SR. ENIO TATTO – PT – Essas 57 casas foi feita carta-convite, foi ganha umaempresa e em nenhum momento o Ministério Público entrou nesse caso ou teve <strong>de</strong>núnciapara o Ministério Público?O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Não.O SR. ENIO TATTO – PT – E nem apareceu na Operação Pomar?O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Não.O SR. ENIO TATTO – PT – Não. Então, quem provocou o Ministério Público a respeito<strong>de</strong>ssas 54 casas?O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – A Câmara Municipal.O SR. ENIO TATTO – PT – Pergunta que eu faço: chegan<strong>do</strong> no Ministério Públicoprovoca<strong>do</strong> pela Câmara naquele processo, começou já o processo <strong>de</strong> cassação, o MinistérioPúblico convocou o senhor para <strong>de</strong>por?O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Não.O SR. ENIO TATTO – PT – Vou fazer uma outra pergunta para o senhor. Na OperaçãoPomar, o senhor já falou que não fez parte, e isso até para tirar dúvida: o <strong>de</strong>lega<strong>do</strong> que presidiuo inquérito da Operação Pomar convocou o senhor alguma vez para...?O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Não.O SR. ENIO TATTO – PT – Quan<strong>do</strong> chegou esse processo envia<strong>do</strong> pela Câmara Municipalo senhor estava na Prefeitura ainda ou já tinha renuncia<strong>do</strong>?O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Qual processo?O SR. ENIO TATTO – PT – O processo da Câmara Municipal, a comissão processante?O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Eu estava na Prefeitura ainda.O SR. ENIO TATTO – PT – Estava na Prefeitura. Aí a Câmara man<strong>do</strong>u isso para oMinistério Público? O que o Ministério Público fez? Achou alguma coisa? Não chamou osenhor? Como foi?O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Não. Não chamou e <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> um certo tempoarquivou o processo.O SR. ENIO TATTO – PT – Uma outra pergunta. Então o Ministério Público simplesmentearquivou. Não achou nada? Não tinha problema nenhum?


16 – <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, 119 (222) – Suplemento Diário Oficial Po<strong>de</strong>r Legislativo sába<strong>do</strong>, 28 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 2009O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Não. Arquivou.O SR. ENIO TATTO – PT – A Câmara Municipal ouviu o senhor?O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – A Câmara Municipal ouviu.O SR. ENIO TATTO – PT – Me diz uma coisa. O senhor colocou no início que outrasPrefeituras construíram muito mais casas e o senhor colocou que uma <strong>de</strong>las foi em Rancharia.É isso mesmo?O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Positivo.O SR. ENIO TATTO – PT – Rancharia. Quem? O Prefeito <strong>de</strong> Rancharia quem é? Nãoprecisa dar o nome. De que parti<strong>do</strong> que é?O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – PSDB.O SR. ENIO TATTO – PT – Outro município que o senhor colocou foi Álvares Macha<strong>do</strong>?O Prefeito é <strong>de</strong> que parti<strong>do</strong>?O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – PSDB também.O SR. ENIO TATTO – PT – PSDB. E esses <strong>do</strong>is municípios fazem parte e estão no processoe no inquérito da Operação Pomar?O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Positivo.O SR. ENIO TATTO – PT – Sr. Presi<strong>de</strong>nte, primeiro, logo <strong>de</strong> cara, eu não sei o que oPrefeito <strong>de</strong> Narandiba está fazen<strong>do</strong> aqui. E logo <strong>de</strong> cara a gente vai preparar, mas temosque convocar quem faz parte da Operação Pomar e que está no inquérito. Ele está servin<strong>do</strong>muito, foi muito boa a vinda <strong>de</strong>le para esclarecer um monte <strong>de</strong> coisa e a gente começara enten<strong>de</strong>r. E enten<strong>de</strong>r inclusive as convocações. Então a gente vai fazer um requerimentoaqui convocan<strong>do</strong> o Prefeito <strong>de</strong> Rancharia, que faz parte da Operação Pomar e está noinquérito, está no objeto; convocan<strong>do</strong> o Prefeito <strong>de</strong> Álvares Macha<strong>do</strong>, que está na OperaçãoPomar, faz parte <strong>do</strong> processo; porque eu acho que nós temos que ouvir realmente quem tem<strong>de</strong>núncia e quem está no processo e não quem o Ministério Público já avaliou e arquivouporque não consta nada. Se constasse <strong>do</strong> Prefeito, realmente a gente tinha que pedir paraele realmente esclarecer.O que eu estou perceben<strong>do</strong> o seguinte. Que lá na Câmara Municipal e na regiãoalguém se sentiu incomoda<strong>do</strong> porque a bendita, a dita cuja FT não foi convidada para participarda tomada <strong>de</strong> preços <strong>de</strong>ssa construção. Quan<strong>do</strong> ela não foi convidada e que entrouuma outra empresa, eu acho que aí começou to<strong>do</strong> um esquema para tentar cassar o Prefeito.E aí as consequências eu não vou entrar no mérito. Então só para enten<strong>de</strong>r o caso.Para mim eu acho que foi interessante a vinda <strong>do</strong> Prefeito Gabriel Píperas aquipara a gente começar a enten<strong>de</strong>r um pouco mais, um pouco mais como foi a situação lá naregião e por que ele teve que renunciar e por quê... Eu não sabia, por exemplo, que o MinistérioPúblico não investigou nada. Foi oferecida a <strong>de</strong>núncia da Câmara Municipal, enten<strong>de</strong>n<strong>do</strong>porque a Câmara Municipal fez isso, já entendi, e chegan<strong>do</strong> no Ministério Público elesimplesmente analisou e arquivou porque não constava nada contra o Prefeito.O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Um aparte? Ele ouviu as empresas, a queganhou; ouviu o pessoal da licitação da minha Prefeitura; ele ouviu to<strong>do</strong> mun<strong>do</strong> e não mechamou. Aí <strong>de</strong>pois ele chegou à conclusão <strong>de</strong>le lá.Eu acho importante. Não sei se eu posso, <strong>de</strong>puta<strong>do</strong>. Já que é para saber minúcias,por que não chamar o ex-Prefeito <strong>de</strong> Narandiba também que fez a licitação e a FT ganhou.Eu acho importante saber por que ele fez. Por que faltan<strong>do</strong> três meses para ele sair <strong>do</strong>mandato, ele já era reeleito, porque acaban<strong>do</strong> o mandato <strong>de</strong>le a FT ganhou a licitação? Ele<strong>de</strong>ixasse eu licitar. Já que a CDHU já tinha disponibiliza<strong>do</strong> para ele esse regime <strong>de</strong> autoconstrução,porque ele não esperou para licitar <strong>de</strong>pois no outro ano?O SR. ENIO TATTO – PT – Sr. Presi<strong>de</strong>nte, eu estou começan<strong>do</strong> a enten<strong>de</strong>r também aquestão da outra vez que o Sr. Piffani também não soube explicar e o Prefeito também nãosabe explicar, porque a questão <strong>do</strong>s mutirantes aí também estou perceben<strong>do</strong> que quemganha a licitação e quem forma o contrato <strong>do</strong>s mutirantes. Foi criada uma associação <strong>do</strong>smutirantes?O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Então, vem já junto.O SR. ENIO TATTO – PT – Quem ganha traz a associação já?O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – É, a pessoa ganha para administrar. Não éisso? Dentro <strong>de</strong>sse contrato <strong>de</strong> autoconstrução tem uma empresa que concorre e ganhapara administrar os mutirões.O SR. ENIO TATTO – PT – Então a Prefeitura não tem nada a ver com os mutirantes?O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – A gente até participa da reunião. Mas aí a pessoapega e reúne os mutirantes, fala as regras <strong>do</strong> jogo.O SR. ENIO TATTO – PT – Então, Sr. Presi<strong>de</strong>nte, até para avançar eu queria, a gentevai fazer um requerimento aqui convocan<strong>do</strong> os Prefeitos <strong>de</strong> Rancharia e <strong>de</strong> Álvares Macha<strong>do</strong>,porque eu acho que eles têm muito a <strong>de</strong>por aqui, e convocar também o ex-Prefeito quefez a licitação que <strong>de</strong>pois foi três meses antes <strong>de</strong> terminar o mandato que entregou prontinhacom a FT para administrar, para gerenciar, para construir, aliás, as casas lá em Narandiba.Então esses três requerimentos a gente vai dar entrada.Só para fazer uma pergunta. Qual o papel <strong>do</strong> CDHU regional? Quem que...? Eles queintermediavam todas essas negociações? Eles iam junto com o senhor aqui no CDHU pedin<strong>do</strong>essas casas para aprovar?O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Não. Não vieram junto não. Nós íamos lá naregional, conversávamos da necessida<strong>de</strong> <strong>do</strong> município, eles informavam qual era o mo<strong>de</strong>loque tinha e a gente sabia que o que mais se usava na região era esse mo<strong>de</strong>lo. Praticamentenem sabia os outros mo<strong>de</strong>los, mas não era nada... Assim, lá na regional não era impulsiona<strong>do</strong>para a gente não. E a gente vinha fazer o requerimento, eles encaminhavam para <strong>São</strong><strong>Paulo</strong>. Aí <strong>de</strong>pois aí existe o <strong>de</strong>puta<strong>do</strong>. O <strong>de</strong>puta<strong>do</strong> vai lá e fala que aju<strong>do</strong>u a conseguir, masnão sei se tem alguma coisa a ver não.O SR. ENIO TATTO – PT – Quem fiscalizava, quem era responsável pelo CDHU lá daregião? Foi o consórcio que ganhou? Foi uma empresa que ganhou para fiscalizar?O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – LBR.O SR. ENIO TATTO – PT – LBR e o que mais?O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Aí não lembro mais.O SR. ENIO TATTO – PT – LBR-Tjofran?O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Isso. Eles fiscalizavam, mediam e mandavampara o CDHU, aí vinha para nós a medição e a empresa mandava a nota e era efetua<strong>do</strong> opagamento.O SR. ENIO TATTO – PT – Nessa comissão processante da Câmara esse consórcio foiconvoca<strong>do</strong> para <strong>de</strong>por?O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Na minha não. Na minha comissão processantefoi chama<strong>do</strong> o pessoal <strong>do</strong> CDHU, foi chama<strong>do</strong> algumas pessoas, to<strong>do</strong>s <strong>de</strong>poimentosme isentaram na comissão processante, mas, infelizmente, a Câmara achou que eu estavaerra<strong>do</strong> ainda. Eu fui isenta<strong>do</strong> nos 10 <strong>de</strong>poimentos que foi nessa CP, mas mesmo assim elesacharam que eu tinha culpa no negócio.O SR. ENIO TATTO – PT – E o Ministério Público? O senhor tem conhecimento seconvocou esse consórcio Tjofran e LBR para <strong>de</strong>por nesses casos?O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Nesse Narandiba C eu não me recor<strong>do</strong> se elefoi chama<strong>do</strong>.O SR. ENIO TATTO – PT – Sr. Presi<strong>de</strong>nte, eu vou ficar por aqui, reafirman<strong>do</strong> realmenteque foi boa a vinda <strong>de</strong>le, mas em termos <strong>de</strong> esclarecimento e <strong>de</strong> envolvimento em to<strong>do</strong>esse problema eu não entendi; eu acho que ele não <strong>de</strong>veria nem ter vin<strong>do</strong>. Não entendia convocação <strong>de</strong>le. Eu acho que nós temos que convocar, realmente, aqui foi bom que elecitou, o Prefeito <strong>de</strong> Rancharia, <strong>de</strong> Álvares Macha<strong>do</strong>, o ex-Prefeito <strong>de</strong> Narandiba. Eu conseguienten<strong>de</strong>r o xadrez e o porquê <strong>do</strong> pedi<strong>do</strong> <strong>de</strong> cassação <strong>de</strong>le e to<strong>do</strong> processo que aconteceu láem Narandiba.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Deputa<strong>do</strong> Bruno Covas, V. Exa. pediu apalavra.O SR. BRUNO COVAS – PSDB – O Deputa<strong>do</strong> Milton Flávio queria um aparte?O SR. MILTON FLÁVIO – PSDB – Eu só tentei, queria tentar, Deputa<strong>do</strong> Tatto, contribuir;não queria nem interromper, nem atrapalhar a sua manifestação. Apenas e tão-somentepara dizer que seguramente não foi carta-convite, que o Prefeito infelizmente informou<strong>de</strong> forma incorreta, porque pelos valores que aqui ele anunciou foi uma concorrência pública;pelo menos é o que <strong>de</strong>termina a legislação vigente hoje. Lamentavelmente o Prefeitotambém não se recordava. Mas não tem importância. Era só para esclarecer que não foicarta-convite. Que só po<strong>de</strong> ser utilizada essa modalida<strong>de</strong> em valores muito menores <strong>do</strong> queaquele que era objeto da concorrência.O SR. ENIO TATTO – PT – Pela or<strong>de</strong>m, senhor Presi<strong>de</strong>nte.O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Eu estou com a palavra.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Há um <strong>de</strong>puta<strong>do</strong> que pediu, pelaor<strong>de</strong>m, a palavra já há algum tempo, já há alguns minutos também. Daqui a pouco V. Exa.também vai reclamar que já espera há algum tempo. Mas tem V. Exa. a palavra.O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Sr. Presi<strong>de</strong>nte, queria solicitar à Mesa que quan<strong>do</strong>enviasse correspondência aos convoca<strong>do</strong>s, enviasse cópia <strong>do</strong> requerimento. No requerimentoaqui aprova<strong>do</strong> está explícito que o Sr. Gabriel Píperas foi convoca<strong>do</strong> para falar sobresupostas irregularida<strong>de</strong>s referentes ao Conjunto Habitacional Narandiba C. Então, se esserequerimento tivesse si<strong>do</strong> envia<strong>do</strong> ao <strong>de</strong>poente talvez ele pu<strong>de</strong>sse hoje dar mais <strong>do</strong>cumentos,trazer mais informações referentes ao Conjunto Narandiba C.Sr. Gabriel, o senhor diz que não se lembra qual foi a empresa que venceu a licitação23/06, referente à construção <strong>do</strong> Narandiba C. Por acaso foi a Pontal Engenharia?O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Acho que foi essa mesmo.O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Foi a Pontal Engenharia que venceu a licitação.O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Sim.O SR. BRUNO COVAS – PSDB – V. Exa. hoje respon<strong>de</strong> a algum processo referente aessa construção?O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Pelo que eu sei, não. Nunca fui ouvi<strong>do</strong>.O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Nenhum processo, nenhum inquérito corren<strong>do</strong> referentea essa construção?O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Não. Pelo menos nunca fui ouvi<strong>do</strong>.O SR. BRUNO COVAS – PSDB – V. Sa. disse que o Ministério Público recomen<strong>do</strong>u arescisão <strong>do</strong> contrato. É isso?O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Isso.O SR. BRUNO COVAS – PSDB – E o CDHU também recomen<strong>do</strong>u a rescisão <strong>do</strong> contrato?O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Não me lembro.O SR. BRUNO COVAS – PSDB – O senhor não se lembra.E aí V. Exa. resolveu rescindir o contrato?O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Depois <strong>de</strong> continuar a obra; <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> conversapara lá e para cá, aí o advoga<strong>do</strong> mesmo nosso falou assim: Olha, Gabriel, já que está essetumulto to<strong>do</strong>, a Câmara falan<strong>do</strong>, os mutirantes reclaman<strong>do</strong>... Aí virou uma guerra política.Não foi nem problema <strong>de</strong> execução <strong>de</strong> programa. Virou uma guerra política numa cida<strong>de</strong>pequena que até ameaça<strong>do</strong> <strong>de</strong> morte eu fui.Para só informá-lo, só para me <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r né? O próprio juiz me disse: eu julgo formalida<strong>de</strong>s.A Câmara tem auto<strong>do</strong>mínio sobre a CPI. Então, quer dizer o seguinte: o juiz nãopodia julgar o mérito. Então até para me <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r achan<strong>do</strong> que eu tive culpa no negócio aí.O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Perfeito. O senhor disse que mesmo não ten<strong>do</strong>nenhuma irregularida<strong>de</strong>, ainda assim V. Exa. rescindiu o contrato?O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Rescindi o contrato.O SR. BRUNO COVAS – PSDB – E o senhor sabe se o arquivamento <strong>do</strong> MinistérioPúblico referente a essa investigação foi antes ou <strong>de</strong>pois da rescisão <strong>do</strong> contrato?O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Foi <strong>de</strong>pois.O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Então, V. Exa. rescindiu o contrato e aí o MinistérioPúblico resolveu arquivar?O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Aí antes da eleição, faltan<strong>do</strong> uns três dias daeleição, ele arquivou.O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Perfeito. Então foi <strong>de</strong>pois da rescisão que o MinistérioPúblico...?O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Porque continuou ouvin<strong>do</strong> as pessoas. Não iarescindir o contrato com um ou <strong>do</strong>is meses e <strong>de</strong>pois aí o processo...O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Perfeito. Então o arquivo não foi antes da rescisão,foi <strong>de</strong>pois da rescisão?O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Não! Porque nem <strong>de</strong>u tempo para arquivar.Como ele vai ouvir tantas pessoas em um mês?!


sába<strong>do</strong>, 28 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 2009 Diário Oficial Po<strong>de</strong>r Legislativo <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, 119 (222) – Suplemento – 17O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Perfeito. V. Exa. conhece o Sr. Carlos Eduar<strong>do</strong> SampaioKauffmann?O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Não. Nunca ouvi falar. Eu conheço o nome queo senhor está falan<strong>do</strong> pelos jornais.O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Sim.O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Mas <strong>de</strong> pessoa não.O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Pessoalmente?O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Não.O SR. BRUNO COVAS – PSDB – E o Sr. Francisco Emílio <strong>de</strong> Oliveira?O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Também <strong>de</strong> falar também.O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Não conhece pessoalmente?O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Uma vez fui lá na FT, duas. Aliás, duas vezes eufui lá reivindican<strong>do</strong> para acabar o Narandiba B, porque era pressa e tal, fui umas duas vezeslá. Uma vez falei com ele e uma vez falei com a secretária <strong>de</strong>le.O SR. BRUNO COVAS – PSDB – V. Exa. nunca recebeu recursos <strong>do</strong> Sr. Carlos Eduar<strong>do</strong>Sampaio Kauffmann, nem <strong>do</strong> Sr. Francisco Emílio <strong>de</strong> Oliveira?O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Não.O SR. BRUNO COVAS – PSDB – V. Exa. disse que a <strong>de</strong>manda por casas populares foiaumentada <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à ida <strong>de</strong> uma usina para o município?O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Positivo.O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Por acaso houve algum... Foi dirigi<strong>do</strong> aos funcionáriosda usina a construção <strong>de</strong>ssas casas? Eles foram chama<strong>do</strong>s prioritariamente para aassociação <strong>de</strong> mutirantes?O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Não. Foi por inscrição. Não é foi essa... É, foipor inscrição. Até... Como fala? Do processo ali <strong>de</strong> autoconstrução, a pessoa tem que moraraté <strong>do</strong>is anos na cida<strong>de</strong>. Então o que a gente pensava? As pessoas se inscreveriam quemoravam na cida<strong>de</strong> ganhariam a casa e essas casas que moravam ficariam vazias.O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Perfeito. Só para recordar <strong>do</strong> início <strong>de</strong> vosso <strong>de</strong>poimento,V. Exa. disse que um <strong>do</strong>s verea<strong>do</strong>res inclusive mais entusiasma<strong>do</strong>s durante o processoda comissão processante era um parente <strong>do</strong> vice-Prefeito seu. É isso?O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Como que é o negócio?O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Você disse que havia um verea<strong>do</strong>r parente <strong>de</strong> umvice-Prefeito. É isso? Filho? Filho <strong>do</strong> vice-Prefeito?O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Sim.O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Perfeito. Eram só essas questões. Muito obriga<strong>do</strong>.O SR. MILTON FLÁVIO – PSDB – Deputa<strong>do</strong> Bruno. Só uma questão <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m, Sr. Presi<strong>de</strong>nte,para esclarecer. Eu estou curioso aqui, porque a gente assiste frequentemente e lêque pessoas que ganham e per<strong>de</strong>m licitação, entram na Justiça, recorrem quan<strong>do</strong> se enten<strong>de</strong>mprejudicadas. Existe uma firma Pontual. É isso?O SR. ENIO TATTO – PT – Pontal.O SR. MILTON FLÁVIO – PSDB – Ganhou uma licitação <strong>de</strong> 700 mil reais. A licitaçãonão tem e não teve nenhuma irregularida<strong>de</strong>. V. Sa. rescindiu o contrato e não aconteceunada? A empresa aceitou tranquilamente essa rescisão <strong>de</strong> um contrato legitimamenteganho?O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Não recorreu. Agora, eu não sei o que elepensou. Agora, é o seguinte. Estava aquele problema da Operação Pomar, da investigação,um monte <strong>de</strong> gente... A pessoa não recorreu. Não sei. Mas o advoga<strong>do</strong> nosso achou melhorrescindir o contrato. Não tinha irregularida<strong>de</strong>.O SR. MILTON FLÁVIO – PSDB – O contrato não tem nenhuma irregularida<strong>de</strong>. Euestou tentan<strong>do</strong> enten<strong>de</strong>r. Um contrato. Uma licitação pública. Essa pessoa entra. Nós estamosacostuma<strong>do</strong>s a ver pessoas que per<strong>de</strong>m licitação e entram na Justiça, bloqueiam, obrigama refazer a licitação, questionam pontuação, valores. Essa empresa ganha um contratolegítimo, lícito. V. Sa. que fez a licitação, e aí eu queria enten<strong>de</strong>r, só para complementar essapergunta, até para que entenda em outras e eu espero que <strong>de</strong> fato esses Prefeitos possamvir aqui e o seu <strong>de</strong>poimento vai ser muito importante para nos orientar inclusive em comoavaliá-los. V. Sa. tem clareza <strong>de</strong> que não houve nenhuma irregularida<strong>de</strong>, o Ministério Públicotem clareza <strong>de</strong> que não houve nenhuma irregularida<strong>de</strong>. Eu queria até enten<strong>de</strong>r quais são osmecanismos jurídicos que suportaram essa sua <strong>de</strong>cisão, para rescindir um contrato legítimo,um contrato correto. E V. Exa. enten<strong>de</strong> agora. A pergunta é essa: V. Sa. não tem receio <strong>de</strong>que sustenta<strong>do</strong> na sua fala inclusive essa empresa possa amanhã, legitimamente, ingressarem juízo e pedir <strong>de</strong> V. Sa. o ressarcimento <strong>do</strong>s prejuízos que seguramente ela teve com essarescisão? Porque V. Sa. está dizen<strong>do</strong> que o contrato é legítimo, que não havia nenhuma irregularida<strong>de</strong>.Portanto, a firma vence<strong>do</strong>ra era merece<strong>do</strong>ra da execução <strong>do</strong> contrato. Se eu souadvoga<strong>do</strong> hoje da empresa, eu entro amanhã com uma ação <strong>de</strong> ressarcimento e V. Sa. vaiter que pagar um valor pesa<strong>do</strong>, porque V. Sa. está <strong>de</strong> público aqui, em juramento, reconhecen<strong>do</strong>que a rescisão foi in<strong>de</strong>vida.O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Então, o aspecto jurídico eu não conheço; nemperguntei para o meu advoga<strong>do</strong>. Seria bom que ele estivesse aqui, ele explicitaria para osenhor totalmente como que foi o processo da coisa.O SR. BRUNO COVAS – PSDB – O senhor disse que foi por causa da questão políticae não da questão jurídica que houve a rescisão.O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – O quê?O SR. BRUNO COVAS – PSDB – O senhor disse que a rescisão...O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Mas quan<strong>do</strong> você rescin<strong>de</strong> o contrato é o advoga<strong>do</strong>que faz a rescisão. A política por conta da pressão política.O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Mas o motivo da rescisão foi o motivo político e nãojurídico. Isso o senhor disse.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Pela or<strong>de</strong>m, senhor Presi<strong>de</strong>nte.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Concluiu?O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Ainda estou <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong>s meus 10 minutos, Presi<strong>de</strong>nte?O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Não, não. Eu só quero perguntar se V.Exa. já concluiu.O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Eu concluí, só queria que...O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Que ele respon<strong>de</strong>sse às suas perguntas.Eu vou fazer a indagação das perguntas que ele fez, <strong>de</strong>pois eu passo a V. Exa. a palavra.O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Politicamente? Eu acho que vocês não enten<strong>de</strong>rampoliticamente o que aconteceu. Foi instaurada várias CPIs, certo? É difícil <strong>de</strong> vocêadministrar, certo? Agora, o cancelamento <strong>do</strong> contrato foi uma sugestão <strong>do</strong> MinistérioPúblico. Estava <strong>de</strong>flagrada essa operação, certo? Agora eu não me recor<strong>do</strong> <strong>de</strong>talhes. Atéseria humanamente impossível <strong>de</strong>talhes. Mas os aspectos jurídicos, se o senhor quiser saber,meu advoga<strong>do</strong> fez os aspectos jurídicos. Agora eu não consigo, por que foi para esse la<strong>do</strong>eu não consigo enten<strong>de</strong>r.O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Então teve motivação jurídica também a rescisão <strong>do</strong>contrato?O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Foi o advoga<strong>do</strong> que fez. Agora, o que estáescrito eu não sei.O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Que ele elaborou a rescisão, isso com certeza. Agora,a motivação também foi uma motivação jurídica por algum erro jurídico no contrato?O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Aí eu não sei. Eu não sou advoga<strong>do</strong>. Não sei.O SR. BRUNO COVAS – PSDB – V. Exa. não sabe por que então foi rescindi<strong>do</strong> o contrato.V. Exa. assinou a rescisão <strong>do</strong> contrato e não sabe por que foi rescindi<strong>do</strong> o contrato.O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Na época eu sabia. Agora eu não sei.O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Ah! Perfeito.O SR. ENIO TATTO – PT – Pela or<strong>de</strong>m, senhor Presi<strong>de</strong>nte.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Há um <strong>de</strong>puta<strong>do</strong> inscrito, Deputa<strong>do</strong>Antonio Mentor e agora vossa excelência.O SR. ENIO TATTO – PT – Pela or<strong>de</strong>m, senhor Presi<strong>de</strong>nte.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Tem V. Exa. a palavra.O SR. ENIO TATTO – PT – Sr. Presi<strong>de</strong>nte, apenas para tentar esclarecer esse assuntoque o Deputa<strong>do</strong> Bruno Covas está falan<strong>do</strong> sobre o Ministério Público.O senhor coloca que então realmente a rescisão <strong>do</strong> contrato foi uma orientação <strong>do</strong>Ministério Público, até mesmo porque estava <strong>de</strong>flagra<strong>do</strong> to<strong>do</strong> esse processo da questãoPomar na região? Então até por precaução o Ministério Público, e até pelo que estava acontecen<strong>do</strong>na Câmara Municipal, o Ministério Público sugeriu – não que levantou algum <strong>do</strong>sproblemas...O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Justamente.O SR. ENIO TATTO – PT – A rescisão <strong>do</strong> contrato. E aí, basea<strong>do</strong> nisso, o seu advoga<strong>do</strong>orientou realmente a fazer a rescisão. É isso?O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Isso.O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Então...O SR. ENIO TATTO – PT – Mais uma pergunta.O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Um aparte, Deputa<strong>do</strong>?O SR. ENIO TATTO – PT – Pois não.O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Só para constar então que há uma relação <strong>do</strong> Município<strong>de</strong> Narandiba com toda essa questão da Pomar. Não está nada <strong>de</strong>svia<strong>do</strong>.O SR. ENIO TATTO – PT – Sugestão <strong>do</strong> Ministério Público e ele rescindiu.O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Só para colocar que há...O SR. ENIO TATTO – PT – Lógico que há.O SR. BRUNO COVAS – PSDB – V. Exa. colocou aqui que não havia nenhuma ligação,que eram casos distintos e que não havia motivo da convocação.O SR. ENIO TATTO – PT – Não. Foi boa a vinda <strong>do</strong> Prefeito e até para mim para justificarque a rescisão <strong>do</strong> contrato <strong>de</strong>le foi uma sugestão <strong>do</strong> Ministério Público não porqueacusou corrupção, problema no contrato, mas por questão <strong>de</strong> um contexto na região que foiessa Operação Pomar.O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Inclusive os promotores se reuniram lá nãosó na nossa Região <strong>de</strong> Presi<strong>de</strong>nte Pru<strong>de</strong>nte; na Região <strong>de</strong> <strong>São</strong> José <strong>do</strong> Rio Preto também,ou Ribeirão Preto, eu não sei, que eles fizeram um complô, uma reunião e isso ele explicoupara o meu advoga<strong>do</strong>, eu não sei <strong>de</strong>talhes, mas ele falou: está <strong>de</strong>flagrada uma coisa, entãoé pru<strong>de</strong>nte a gente esperar e parar <strong>de</strong> executar o contrato. Ele falou isso: é pru<strong>de</strong>nte fazerisso.O SR. ENIO TATTO – PT – Teve oportunida<strong>de</strong>, conhece mais algum município quetambém rescindiu contrato em andamento?O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Eu não lembro, é difícil lembrar; mas se vocêspuxarem... Na nossa região era autoconstrução e as cida<strong>de</strong>s maiores faziam bem maiscasas.O SR. MILTON FLÁVIO – PSDB – Prefeito, só mais uma pergunta <strong>de</strong>ntro da mesmalinha, só para que a gente possa nos orientar e, se for o caso, até para solicitar ao Presi<strong>de</strong>nteque peça ao Ministério Público essa informação. Essa sugestão foi feita verbalmente oufoi feita...? Porque V. Sa. reitera em vários momentos que o Ministério Público sugeriu, sugeriu.Essa sugestão foi verbal? Gostaria <strong>de</strong> saber quem <strong>do</strong> Ministério Público. V. Exa. não selembrava nome <strong>de</strong> empresa, não se lembrava nome da associação <strong>de</strong> mutirantes, é provávelque também não se lembre <strong>do</strong> nome <strong>do</strong> promotor, mas quem sugeriu – o nome <strong>do</strong> promotor;e, se sugeriu, se essa sugestão foi feita verbalmente ou se foi por escrito? Porque se foipor escrito a CPI tem como recuperar essa solicitação, essa sugestão.O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Ah! Eu não me recor<strong>do</strong>. Posso passar <strong>de</strong>pois ainformação? Não sei se eu posso passar.O SR. MILTON FLÁVIO – PSDB – Mas foi verbalmente?O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Não me recor<strong>do</strong>. Eu não me recor<strong>do</strong>. Mas eulembro que foi sugeri<strong>do</strong>.O SR. MILTON FLÁVIO – PSDB – Não se recorda.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Eu posso falar? Eu quero falar.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – V. Exa. não estava apressa<strong>do</strong> e passoupara o outro <strong>de</strong>puta<strong>do</strong>, gentilmente ele já pegou também. E aqui a gente tem que ter essa...O interesse é muito gran<strong>de</strong> <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s nós, mas passo a palavra para V. Exa. e, em seguida, euestou inscrito aqui para falar; eu já estava inscrito e estou ce<strong>de</strong>n<strong>do</strong> para V. Exa. falar.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Se V. Exa. quiser falar na minha frente também...O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Não, não. Eu estava na sua frente, masprefiro que V. Exa. fale.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Sr. Presi<strong>de</strong>nte, quero cumprimentar também os<strong>de</strong>mais membros da Comissão e o <strong>de</strong>poente.


18 – <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, 119 (222) – Suplemento Diário Oficial Po<strong>de</strong>r Legislativo sába<strong>do</strong>, 28 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 2009O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Deputa<strong>do</strong>, com to<strong>do</strong> respeito a V. Exa.eu quero nominar aqui a presença <strong>do</strong> Deputa<strong>do</strong> José Cândi<strong>do</strong>, que nos honra com sua presença.Seja bem-vin<strong>do</strong> a esta nossa sessão, Deputa<strong>do</strong> José Cândi<strong>do</strong>.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Quero saudar também o Deputa<strong>do</strong> José Cândi<strong>do</strong>e dizer que o <strong>de</strong>bate ganhou aqui uma outra coloração até porque talvez o ex-Prefeito <strong>de</strong>Narandiba que hoje participa <strong>de</strong>sta sessão da Comissão Parlamentar <strong>de</strong> Inquérito seja oúnico ou um <strong>do</strong>s únicos Prefeitos ou ex-Prefeitos envolvi<strong>do</strong>s aí nesse <strong>de</strong>bate que tenha nasua sigla o Parti<strong>do</strong> <strong>do</strong>s Trabalha<strong>do</strong>res. Então, evi<strong>de</strong>ntemente, que aqui to<strong>do</strong>s nós fazemospolítica e temos os nossos compromissos partidários, e vamos respeitar esses compromissos.Daí porque as indagações sobre a memória <strong>do</strong> nosso <strong>de</strong>poente são tão frequentes, quan<strong>do</strong>na última reunião que nós tivemos aqui nós tivemos um <strong>de</strong>poente que sofria <strong>de</strong> amnésiaprofunda, não se recordava nem o nome da rua on<strong>de</strong> ele morou na época <strong>do</strong>s fatos. Mastambém isso evi<strong>de</strong>ntemente é um direito até que o <strong>de</strong>poente tem <strong>de</strong> não manifestar opiniõesque possam lhe trazer problemas. Faz parte <strong>do</strong>s direitos <strong>do</strong> <strong>de</strong>poente.O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Só como réu, excelência; não como testemunha.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Mas mesmo como testemunha, Deputa<strong>do</strong> BrunoCovas, ele também po<strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> respon<strong>de</strong>r...O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Não po<strong>de</strong>.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Po<strong>de</strong>.O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Não po<strong>de</strong>.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Bom, essa é sua opinião, vou respeitar e quero queo senhor respeite a minha também.O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Não é opinião, <strong>de</strong>puta<strong>do</strong>. É lei. Isso não se trata <strong>de</strong>opinião. Ninguém po<strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> respon<strong>de</strong>r perguntas aqui. Isso é lei e é para isso queserve...O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Sr. Presi<strong>de</strong>nte, está com a palavra o Deputa<strong>do</strong>Bruno Covas? O senhor <strong>de</strong>u a palavra ao Deputa<strong>do</strong> Bruno Covas?O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Que eu saiba o Bruno Covas fez umaindagação a V. Exa. e V. Exa. permitiu. Isso é uma coisa normal no parlamento. Esta Casa éuma casa <strong>de</strong> diálogos.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Mas presi<strong>de</strong>nte...O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Deputa<strong>do</strong> Antonio Mentor, V. Exa. temto<strong>do</strong> direito <strong>de</strong> dizer: Presi<strong>de</strong>nte, eu quero que garanta a minha palavra e eu garantirei.Agora, se V. Exa. escuta, retruca, mantém o diálogo, isso é uma coisa normal no parlamento.Isso faz parte <strong>de</strong>ssa boa convivência entre nós.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – É uma ótima convivência entre nós, mas é precisohaver regra e respeito. Regra e respeito. Quan<strong>do</strong> o <strong>de</strong>puta<strong>do</strong> estiver usan<strong>do</strong> a palavra, elepo<strong>de</strong>rá participar <strong>do</strong> <strong>de</strong>bate, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que autoriza<strong>do</strong> por aquele que tem o uso da palavragaranti<strong>do</strong> pelo presi<strong>de</strong>nte. É assim? É assim que vai ser?O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – É assim que tem si<strong>do</strong> sempre. Agora,antes disso eu acho que tem aqui uma convivência que a gente tem que manter. Nossarelação aqui tem que ser fraterna. É assim que a gente tem que fazer <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> parlamento:buscar as respostas, mas com respeito. E não há nada aqui que fira a ética <strong>de</strong> alguém indagaralguma coisa.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Fraterna, amistosa, harmoniosa, respeitosa e <strong>de</strong>ntrodas regras. Insisto que seja feito <strong>de</strong>ssa forma para que a gente possa manter a convivência.Sr. Presi<strong>de</strong>nte.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – E assim tem si<strong>do</strong>. Até porque V. Exa.como advoga<strong>do</strong> sabe <strong>do</strong>s costumes e que aqui nesta Casa existem costumes que passam aser regras.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Perfeitamente. Mas as que valem são as escritasnas normas <strong>do</strong> nosso Regimento Interno.Queria continuar se pu<strong>de</strong>r, para dizer o seguinte. Nós já sabemos por informação <strong>do</strong>nobre Deputa<strong>do</strong> Bruno Covas que a empresa contratada para o Narandiba C foi a PontalEngenharia. E sabemos também que a empresa contratada para o Narandiba B foi a FTConstruções, que é, na verda<strong>de</strong>, o pivô das investigações em to<strong>do</strong> processo Pomar; foi atravésda FT Construções que nasceram as acusações <strong>de</strong> irregularida<strong>de</strong>s e frau<strong>de</strong>s nos processos<strong>de</strong> construção e na constituição da máfia das casinhas. Portanto, nós não po<strong>de</strong>mos abrirmão, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> algum, <strong>de</strong> ter conhecimento a respeito <strong>do</strong>s fatos que ocorreram quan<strong>do</strong> <strong>do</strong>processo construtivo <strong>do</strong> Narandiba B, porque esse processo, apesar <strong>de</strong> não ter si<strong>do</strong> licita<strong>do</strong>pelo <strong>de</strong>poente, ele se <strong>de</strong>u na prática durante a gestão <strong>do</strong> <strong>de</strong>poente no ano <strong>de</strong> 2005. Portanto,<strong>de</strong>ve o ex-Prefeito ter as informações necessárias, principalmente sobre acompanhamentoda obra, processo <strong>de</strong> fiscalização, medição e pagamento da obra.Todas as menções feitas ao processo licitatório dizem respeito à carta-convite.Portanto, esta não será uma licitação nos mol<strong>de</strong>s convencionais. E parece que o convite àsempresas ele é feito para o gerenciamento <strong>do</strong> processo construtivo.Claro, <strong>de</strong>puta<strong>do</strong>.O SR. VITOR SAPIENZA – PPS – Me permite um apartezinho, Deputa<strong>do</strong> Mentor?O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Deputa<strong>do</strong> Mentor, V. Exa. conce<strong>de</strong>?O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Concedi a palavra.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Ah! É bom que o senhor afirme. Vouestar perguntan<strong>do</strong> agora.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Não precisa perguntar para mim, não. Eu concediimediatamente. O Deputa<strong>do</strong> Vitor me solicitou e faria a mesma coisa ao Deputa<strong>do</strong> BrunoCovas, se ele tivesse me pedi<strong>do</strong>.O SR. VITOR SAPIENZA – PPS – Normalmente, no contrato <strong>do</strong> CDHU, <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong>raciocínio <strong>do</strong> Deputa<strong>do</strong> Milton Flávio, não foi somente a Prefeitura ou os interessa<strong>do</strong>s naconstrução que vieram a per<strong>de</strong>r. O CDHU também per<strong>de</strong>u. Per<strong>de</strong>u porque ele interviu, <strong>de</strong>udinheiro. Seria interessante, porque é a primeira vez eu ouço na minha vida, e eu não souadvoga<strong>do</strong>, que alguém venha a rescindir contrato porque o Ministério Público pediu. Seriainteressante, mesmo porque, Deputa<strong>do</strong> Mentor, <strong>de</strong>ve estar ocorren<strong>do</strong> um outro processo<strong>de</strong> ressarcimento <strong>de</strong> prejuízos; se não for da empresa construtora, <strong>de</strong>ve ter si<strong>do</strong> também<strong>do</strong> CDH, mesmo porque os coita<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s mutuários também <strong>de</strong>ram tempo, dinheiro. Entãoque a gente, <strong>de</strong>ntro daquilo que é requeri<strong>do</strong> que a gente requeresse também ao CDHU umacópia da rescisão contratual que ocorreu em <strong>de</strong>corrência <strong>de</strong> um pedi<strong>do</strong>, na minha maneira<strong>de</strong> ver, isoladamente, absur<strong>do</strong> <strong>do</strong> Ministério Público, mesmo porque ele não tem essepo<strong>de</strong>r <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminar uma rescisão; ele po<strong>de</strong> até opinar, mas <strong>de</strong>terminar que se rescinda ocontrato, para mim o <strong>de</strong>puta<strong>do</strong> está como eu, que me parece que também não é bacharelem direito, eu não sou, mas para mim é chocante. Então <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>sse quadro eu pediria aminha assessoria que fizesse também um requerimento, no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> que o próprio CDHUnos fornecesse o porquê <strong>de</strong>ssa rescisão para a gente saber o que está embuti<strong>do</strong>, porque atéum <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> momento, com toda sincerida<strong>de</strong>, eu achei que a presença <strong>do</strong> Prefeito era<strong>de</strong>snecessária. Porém, quan<strong>do</strong> ele começou a explicar como é que as coisas aconteceram,nós começamos a ver alguma coisa <strong>de</strong>ntro da mesma linha <strong>do</strong> Deputa<strong>do</strong> Tatto que po<strong>de</strong> nosesclarecer e nos dar mais razões para a gente continuar nessa investigação. Então eu gostaria<strong>de</strong>pois <strong>de</strong> fazer esse tipo requerimento para envolver o CDHU e que ele nos fornecesse,Milton Flávio, o porquê <strong>de</strong>ssa <strong>de</strong>cisão.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Deputa<strong>do</strong> Antonio Mentor, V. Exa. po<strong>de</strong>terminar o seu pronunciamento.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Obriga<strong>do</strong> pela contribuição, Deputa<strong>do</strong> Vitor Sapienza.Eu queria continuar me referin<strong>do</strong> ainda ao Narandiba B. Durante o processo <strong>de</strong>construção <strong>do</strong> Narandiba B, Sr. Gabriel, houve algum questionamento sobre a regularida<strong>de</strong><strong>de</strong>sses procedimentos?O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Eu não entendi a pergunta.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Durante o processo <strong>de</strong> construção em regime <strong>de</strong>autoconstrução <strong>do</strong> Conjunto Narandiba B, houve algum questionamento <strong>de</strong> eventuais irregularida<strong>de</strong>sno processo, na medição, no controle da qualida<strong>de</strong>, enfim, houve algum questionamentoa sua administração?O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Não, não. Não houve. Era efetua<strong>do</strong> assim. Opessoal vinha; o pessoal <strong>do</strong> CDHU ou contrata<strong>do</strong> por eles vinha, olhava a obra, media, viase estava tu<strong>do</strong> certo e liberava o pagamento. Da mesma forma, nobre <strong>de</strong>puta<strong>do</strong>, o NarandibaC, enten<strong>de</strong>u? Eles vinham, olhavam, eles tinham o encargo <strong>de</strong> olhar a obra, eles quetinham a responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> olhar a obra e ver se estava bem feito ou não. Tanto que nósexecutamos a obra <strong>do</strong> Narandiba B e com um ano e cinco meses nós acabamos a obra.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Eram pessoas da CDHU ou eram pessoas <strong>de</strong> outraempresa encarregada <strong>de</strong> fazer a fiscalização da obra?O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Então, eles vinham em nome <strong>do</strong> CDHU, agoraa gente não consegue saber se era funcionário efetivo da CDHU ou era empresa contratadapor eles, mas era, assinava pelo CDHU.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Com o nome <strong>do</strong> CDHU?O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – É.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Durante esse perío<strong>do</strong> da construção, um ano e cincomeses?O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – É, por aí, mais ou menos. Menos <strong>de</strong> <strong>do</strong>is anos.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Nunca houve nenhum questionamento a respeito<strong>de</strong> nenhuma irregularida<strong>de</strong>, nada? Tu<strong>do</strong> passou tranquilamente? Enquanto era a FT queestava tocan<strong>do</strong> a obra não houve nenhum questionamento em momento algum?O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Não. Nunca houve questionamento. Vinha,media, vinha o dinheiro e a gente repassava.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Preço <strong>do</strong>s materiais, processo construtivo, nenhumquestionamento?O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Nunca houve questionamento.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Era tu<strong>do</strong> bem. Com a FT estava tu<strong>do</strong> em or<strong>de</strong>m?O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Tu<strong>do</strong> certo.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – As coisas começaram a se complicar na medida emque a FT <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> participar da licitação?O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – E daí, as outras empresas que ganhavam elesvinham... Depois que instaurou essa Operação Pomar, aí eles vieram com gosto <strong>de</strong> gás. Osfiscais da CDHU encontran<strong>do</strong> irregularida<strong>de</strong> em tu<strong>do</strong>. Até o presente momento não tinha.Mas aí <strong>de</strong>pois...O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Com a FT não houve problema?O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Não.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Com a Pontal Engenharia aí sim?O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Aí sim.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – É interessante. Posso continuar?Sr. Gilberto, V. Sa. tinha, revelou aqui que veio a CDHU fazer uma solicitação <strong>de</strong> mais57 unida<strong>de</strong>s para Narandiba. V. Sa. se recorda com quem falou aqui em <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>?O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Ah! Difícil lembrar agora. Eu conversei com oNegri, parece.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Quem?O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Negri.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Negri? Barjas Negri?O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – É. Barjas Negri.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Era o Presi<strong>de</strong>nte da CDHU na ocasião?O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Eu acho que era. Eu não me recor<strong>do</strong>.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Nessa reunião, o senhor se recorda como foi a conversa?Tem algum da<strong>do</strong> que pu<strong>de</strong>sse nos ajudar?O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Ah! Não consigo lembrar assim; o que foi conversa<strong>do</strong>eu não consigo lembrar.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Na região havia alguma representação da CDHU?O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Tinha em Presi<strong>de</strong>nte Pru<strong>de</strong>nte.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Nessa representação da CDHU o senhor se reportavaa alguém especialmente lá?O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Tinha um gerente regional que eu não consigolembrar, mas ele que reportava, conversava, direcionava.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Se eu disser o nome o senhor po<strong>de</strong> confirmar?O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Posso tentar lembrar. Era o gerente regional <strong>do</strong>CDHU.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Seria o senhor Climério?O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Não. Eu acho que ele não era gerente, não.


sába<strong>do</strong>, 28 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 2009 Diário Oficial Po<strong>de</strong>r Legislativo <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, 119 (222) – Suplemento – 19O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Esse senhor Climério teve algum contato com vossasenhoria?O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Comigo não. A gente sabe pelos jornais.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Mas o senhor conhece esse senhor Climério? Jáouviu falar?O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Já ouvi falar. Mas eu não... Eu conheço ele, masnão tive relação.Inclusive, <strong>de</strong>puta<strong>do</strong>, hoje extinguiram a regional <strong>de</strong> Presi<strong>de</strong>nte Pru<strong>de</strong>nte, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong>to<strong>do</strong> esse tumulto, e passaram até para Bauru, o que até prejudicou a região. Agora quan<strong>do</strong>quer alguma coisa tem que ir atrás <strong>de</strong> Bauru.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Deputa<strong>do</strong> Antonio Mentor, V. Exa. concluiu?O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Ainda não.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Então, por favor.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – O senhor quer que eu conclua ou eu posso continuar?O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Quero que V. Sa. conclua. V. Sa. quemestava apressa<strong>do</strong>.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Eu não. Eu estou formulan<strong>do</strong> aqui as minhas indagações.Mas, sempre obediente às suas orientações, se o senhor quiser que eu conclua, euconcluo. Se for um pedi<strong>do</strong> seu, eu aten<strong>do</strong>. Eu imagino que eu esteja ainda <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> meutempo regimental.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Não, não. Fique tranquilo. V. Exa. po<strong>de</strong>ficar tranquilo. Não tem nenhum problema.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Isso...O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Eu sei disso.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Isso V. Exa. não precisa nem me impedir.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – V. Exa. é uma pessoa da maior tranquilida<strong>de</strong>.Eu tenho inveja <strong>de</strong> vossa excelência.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Eu também tenho. Eu uso V. Exa. como meu espelhopara manter essa tranquilida<strong>de</strong> que marca a minha conduta aqui nesta Casa, eu me referenciosempre nas minhas avaliações no comportamento <strong>do</strong> meu presi<strong>de</strong>nte, Presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>staComissão Parlamentar <strong>de</strong> Inquérito, uma pessoa extraordinária.Senhor Gilberto... Perdão. Sr. Gabriel, o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> carta-convite nessa licitação, apesar<strong>de</strong> o valor ser aproximadamente aí <strong>de</strong> 700 mil reais, segun<strong>do</strong> sua projeção, por que estemo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> licitação, se numa obra <strong>de</strong>ste porte nós <strong>de</strong>veríamos ter uma licitação <strong>de</strong> outramodalida<strong>de</strong>? O senhor imagina por que tenha si<strong>do</strong> feito? Não apenas lá em Narandiba, masem todas as outras cida<strong>de</strong>s as informações que nós temos é que to<strong>do</strong>s os processos licitatóriosforam feitos no mo<strong>de</strong>lo carta-convite.O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Na nossa época lá, não sei se era direcionamentoou alguma coisa assim, mas nós <strong>de</strong>mos carta-convite para várias empresas e era<strong>de</strong>strinchada, parece, essa carta-convite: uma parte para mutirão, uma parte para material euma parte para empresa. Um negócio assim. E aí nós não enviamos para essa FT.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Esse procedimento não correspon<strong>de</strong>ria ao fracionamentoda licitação?O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – É. Po<strong>de</strong> ser.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – E o fracionamento <strong>de</strong> uma licitação significa umairregularida<strong>de</strong> à Lei 8666?O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Significa.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – E V. Sa. como Prefeito <strong>de</strong> uma cida<strong>de</strong> pequena, e agente sabe o funcionamento <strong>de</strong> uma cida<strong>de</strong> pequena, normalmente a gran<strong>de</strong> maioria <strong>do</strong>sprocessos passam pela mão <strong>do</strong> próprio Prefeito. Tem uma assessoria ali pequena, mas essasautorizações normalmente são dadas pelo Prefeito. Não é verda<strong>de</strong> isso?O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Positivo. Cida<strong>de</strong> pequena é assim mesmo.O SR. MILTON FLÁVIO – PSDB – Deputa<strong>do</strong> Mentor, V. Exa. me dá um aparte <strong>de</strong> umsegun<strong>do</strong>?O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Com o maior prazer, Deputa<strong>do</strong> Milton Flávio.O SR. MILTON FLÁVIO – PSDB – Eu só queria aproveitar o raciocínio que V. Exa. estáconduzin<strong>do</strong>, achei interessante. O Prefeito se louvou ainda há pouco <strong>de</strong> que embora nãotenha si<strong>do</strong> ele que tenha feito a licitação, a carta-convite, não sei como foi a primeira modalida<strong>de</strong>,mas que em um ano e cinco meses V. Sa. concluiu as casas.O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – É, mais ou menos em um ano e oito meses.Menos <strong>de</strong> <strong>do</strong>is anos.O SR. MILTON FLÁVIO – PSDB – Eu estou acompanhan<strong>do</strong> esse diálogo entre V. Sa. eV. Exa., Deputa<strong>do</strong> Mentor.O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Pois não.O SR. MILTON FLÁVIO – PSDB – Em nenhum momento houve nenhum tipo <strong>de</strong>questionamento sobre as condições em que esse contrato com a FT foi executa<strong>do</strong>: nem daCâmara, nem <strong>do</strong> Ministério Público e nem da própria Prefeitura. Em nenhum momento peloque eu senti V. Sa. questionou a execução da FT. É isso mesmo?O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Não, eu não questionei, por causa que é oseguinte: vinha o pessoal <strong>do</strong> CDHU, acompanhava a obra.O SR. MILTON FLÁVIO – PSDB – Não. Esquece. V. Sa. não sentiu, em nenhummomento, nada. Ao contrário. O processo correu rapidamente, pelo que eu entendi. É isso?O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – É. No momento eu não sentia nada. Vinhaor<strong>de</strong>m <strong>de</strong> pagamento, eu repassava o dinheiro para a firma.O SR. MILTON FLÁVIO – PSDB – Não. Mas a obra an<strong>do</strong>u bem.O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – An<strong>do</strong>u. Eu fui umas duas vezes lá ainda questionarpor que estava <strong>de</strong>moran<strong>do</strong>, mas a gente cobrava.O SR. MILTON FLÁVIO – PSDB – Tu<strong>do</strong> bem. Só para um esclarecimento, Por que V. Sa.não encaminhou também à FT, que era a empresa que fez a primeira parte, o Narandiba B,por que ela não recebeu a carta-convite <strong>de</strong> vossa senhoria?O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Por que como?O SR. MILTON FLÁVIO – PSDB – V. Sa. disse que não encaminhou a ela uma cartaconvite.Por quê? Ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> ela a empresa que, pelo que eu entendi, executou a obra numtempo razoável; se não existia nenhum tipo <strong>de</strong> questionamento <strong>de</strong> ninguém e nem <strong>de</strong> V. Sa.sobre a execução da obra, não senti em nenhum momento que houvesse críticas que V. Sa.tenha apresenta<strong>do</strong> àquela empresa que executou a obra; por que também ela, também elanão recebeu a carta-convite?O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – É fácil <strong>de</strong> respon<strong>de</strong>r. No meio <strong>do</strong> trâmite, éclaro que para acabar essa obra em menos <strong>de</strong> <strong>do</strong>is anos nós estivemos cobran<strong>do</strong>, eu cobravaou o fiscal cobrava. Está certo? E, na época, as pessoas já falavam, algumas pessoasfalavam da empresa, falavam alguma coisa. E nós achamos melhor não mandar para eles.Não tinha muito contato com eles. Então, o único contato, para receber o dinheiro, não eranem o pessoal da empresa, era um funcionário que vinha e pegava o cheque da Prefeitura,a gente repassava automaticamente.O SR. MILTON FLÁVIO – PSDB – Vocês não tinham muito contato, mas era o únicocontato que você tinha e era a única empresa que fazia casa na sua cida<strong>de</strong>. Podia não sermuito, mas era o único contato que você tinha e você preferiu nem entregar a carta-convitepara eles?O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Exatamente.O SR. MILTON FLÁVIO – PSDB – Está bom. Só para saber.O SR. ENIO TATTO – PT – Pela or<strong>de</strong>m, senhor Presi<strong>de</strong>nte. Com a permissão <strong>do</strong> nobreDeputa<strong>do</strong> Antonio Mentor.O SR. MILTON FLÁVIO – PSDB – Estou <strong>de</strong>volven<strong>do</strong> a palavra.O SR. ENIO TATTO – PT – Sr. Presi<strong>de</strong>nte, primeiro só para o Sr. Gabriel esclarecer.Quan<strong>do</strong> a gente falou Barjas Negri, o responsável pela construção <strong>de</strong> autogestão era o Sr.Arnal<strong>do</strong> Negri. Só para corrigir. E ele era o responsável inclusive para emitir as OIS, Or<strong>de</strong>mInicial <strong>de</strong> Serviço.O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Positivo.O SR. ENIO TATTO – PT – Só para esclarecer.O que eu estou perceben<strong>do</strong>, Sr. Presi<strong>de</strong>nte, e eu queria que o Prefeito <strong>de</strong>sse o seuparecer, que quan<strong>do</strong> há esses pedi<strong>do</strong>s <strong>de</strong> construção <strong>de</strong> casas nesses municípios, principalmentemunicípios pequenos, como é o caso <strong>de</strong> Narandiba, o papel da Prefeitura e <strong>do</strong>Prefeito ele não tem papel nem <strong>de</strong> fiscalizar. Pelo que eu percebi que o senhor colocou aquié que as empresas Tjofran, LBR, <strong>do</strong> consórcio, elas faziam a medição, faziam a fiscalização esimplesmente chegavam e davam o preço, o valor para a Prefeitura pagar. O papel da Prefeituraera pagar e mais nada?O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Papel <strong>de</strong> confiança. Eles davam tu<strong>do</strong>, vinha ovalor já, inclusive a nota vinha no valor certinho.O SR. ENIO TATTO – PT – Então se tivesse alguma irregularida<strong>de</strong> a Prefeitura nãotem nem condições <strong>de</strong> acompanhar e <strong>de</strong> saber o que está acontecen<strong>do</strong>?O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Confiava no CDHU.O SR. ENIO TATTO – PT – Era isso. Era só para tirar essa dúvida.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Para concluir, senhor Presi<strong>de</strong>nte. Para reafirmar aquia relação da LBR-Tjofran se dava com a Prefeitura ou com a CDHU? Quem contratou a LBRe a Tjofran?O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – A CDHU.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Foi a Prefeitura ou a CDHU?O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – CDHU.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Sempre a CDHU.Gabriel, aqui a gente está em busca da verda<strong>de</strong> em relação a esses episódios quemarcaram o trabalho da CDHU na Região <strong>de</strong> Pirapozinho e aí surgiram inúmeras <strong>de</strong>núncias,ten<strong>do</strong> como centro <strong>de</strong>ssas <strong>de</strong>núncias a LBR-Tjofran e a FT Construções. Na ocasião em queV. Exa. solicitou a construção <strong>de</strong> mais 57 unida<strong>de</strong>s, já havia <strong>de</strong>núncias, já havia algum tipo<strong>de</strong> consi<strong>de</strong>ração relativa à empresa FT Construções, colocan<strong>do</strong> em dúvida sua i<strong>do</strong>neida<strong>de</strong>, aexecução <strong>de</strong> irregularida<strong>de</strong>s? Já existia na época em que o senhor contratou a Pontal Engenharia,já existia alguma insinuação à FT Construções?O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Não. Não existia nada, não.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Os Prefeitos da região têm algum consórcio, têmalgum fórum <strong>de</strong> <strong>de</strong>bate on<strong>de</strong> eles se reúnem e discutem as questões relativas à região?O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Tem a Unipontal.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Quantas cida<strong>de</strong>s se reúnem ali?O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – 32 cida<strong>de</strong>s.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Nessas 32 cida<strong>de</strong>s, esses projetos <strong>de</strong> construção emregime <strong>de</strong> mutirão da CDHU aconteceram nas 32 ou...?O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Eu não me recor<strong>do</strong> o número, mas em bastante,mais da meta<strong>de</strong>.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Os Prefeitos nas ocasiões em que se reuniam para<strong>de</strong>bater os assuntos da região pautavam essas <strong>de</strong>mandas por habitação?O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Não. Nunca foi pauta<strong>do</strong> não.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Em nenhum momento V. Sa. conversou comnenhum Prefeito da região com relação a esses procedimentos da CDHU e esses processosconstrutivos nas cida<strong>de</strong>s, <strong>de</strong>mandas, olha eu pedi tantas casas e ele vai me dar tantas, ou aCDHU está me prometen<strong>do</strong> para quan<strong>do</strong>, nunca isso foi comenta<strong>do</strong>?O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Eu não me recor<strong>do</strong>. A gente não comentavanão. Só falava... Falava assim que tinha o sistema da construção, mas assim <strong>de</strong>talhes nãoreportava, não.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Está bom. Estou satisfeito.O SR. ENIO TATTO – PT – Pela or<strong>de</strong>m, senhor Presi<strong>de</strong>nte.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Eu estou inscrito e vou fazer minhasperguntas, já tinha anuncia<strong>do</strong> isso.Eu queria primeiro dizer para V. Exa., para V. Sa., que eu acho que foi importantetrazê-lo aqui para ouvir seu <strong>de</strong>poimento. Mas queria ouvir uma complementação.Primeiro, porque V. Sa. é funcionário da Prefeitura e já era antes <strong>de</strong> ser Prefeito. V. Sa.fez aqui na i<strong>de</strong>ntificação.Segun<strong>do</strong>, V. Sa. é forma<strong>do</strong> em um curso superior, então não é um Prefeito às vezesque tem dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> enten<strong>de</strong>r o seu papel <strong>de</strong> Prefeito.E eu queria dizer o seguinte. Quan<strong>do</strong> nós convocamos V. Sa. a vir aqui, primeiro V.Sa. com a sua formação <strong>de</strong>veria ter é muitas informações para nos trazer. Não dúvidas, nemfalta <strong>de</strong> lembrança.


20 – <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, 119 (222) – Suplemento Diário Oficial Po<strong>de</strong>r Legislativo sába<strong>do</strong>, 28 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 2009Mas mais <strong>do</strong> que isso. Tem uma questão aqui que ela é muito séria. V. Sa. falou porque não foi convoca<strong>do</strong> o Prefeito anterior que era <strong>do</strong> PSDB?! E eu perguntaria a vossasenhoria: Por que V. Sa. que recebeu um contrato <strong>do</strong> CDHU não cancelou esse contrato?V. Sa. po<strong>de</strong>ria fazer isso, você é o Prefeito, você é autorida<strong>de</strong> máxima. Você po<strong>de</strong> dizer oseguinte: Eu não quero mais esse contrato. E mais <strong>do</strong> que isso. Se eu recebesse um contratoque foi feito pelo meu adversário, eu ia investigar esse contrato. Era o senhor que tinha queinvestigar. V. Sa. é responsável <strong>de</strong> ir lá ver a obra. Uma cida<strong>de</strong> pequena. Uma obra importante.Então eu quero lhe perguntar isso. Por que não foi feita a rescisão <strong>de</strong>sse contrato? Porque V. Sa. não foi lá olhar cada passo?Então é nisso que V. Sa. po<strong>de</strong>ria nos ajudar aqui. Imagina se esse contrato que foifeito com a CDHU e com a FT foi objeto <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> investigação, V. Sa. já tivesse <strong>de</strong>nuncia<strong>do</strong>ele inclusive no curso <strong>de</strong>sses <strong>do</strong>is anos que o senhor conviveu com ele e que não sabe <strong>de</strong>nada, não viu. Era feito por alguém.Ora, veja. Eu se fosse Prefeito eu queria estar lá. Eu queria conhecer os mutirantes.Eu fui Prefeito já. Eu ia lá olhar. Eu estava lá em cima. Qualquer coisa. Se tivesse materialsuperfatura<strong>do</strong>. Isso foi uma indicação das investigações que superfaturava material. Osenhor já sabia. Aqui não! Na minha Prefeitura eu não vou permitir isso. E não só isso. Euiria romper esse contrato. Eu quero aqui que seja feito <strong>de</strong> forma transparente. Então esseera o seu papel. O papel <strong>de</strong> Prefeito é esse. É autorida<strong>de</strong> máxima. O CDHU não po<strong>de</strong> mandarno senhor. O CDHU não po<strong>de</strong> dizer esse aqui é o que o senhor vai querer. O senhor éque tem que escolher. O senhor tem que saber o que o senhor vai escolher. Se por acaso oCDHU disser: Não! Denuncia.Então eu quero ouvir por que o senhor não fez a rescisão <strong>do</strong> contrato se o senhorinclusive tinha <strong>de</strong>sconfiança. Porque o senhor diz: traz ele, traz o Prefeito anterior que era<strong>do</strong> PSDB. Suas <strong>de</strong>sconfianças quais são? Por que não fez a rescisão? E por que não fiscalizou?E mais. Essa questão <strong>de</strong> mutirão, sinceramente. Olha, o senhor falou uma coisa aquique eu fiquei... Que os mutirantes iam alguns dias. Alguns dias. Eu já vivenciei, eu fiz mutirãona minha cida<strong>de</strong>. Fui Prefeito e fiz mutirão. O mutirante to<strong>do</strong> dia tem que trabalhar. Aparte <strong>de</strong>le no contrato era a mão <strong>de</strong> obra <strong>de</strong>le. Não tinha essa história <strong>de</strong> o cara dizer <strong>do</strong>isdias por semana, isso aí é enrolação; isso é um contrato fraudulento. Estão fraudan<strong>do</strong>, estãodizen<strong>do</strong> que é mutirão e não é. É uma empresa que está fazen<strong>do</strong>.Então o senhor é uma pessoa inteligente, funcionário da Prefeitura, o senhor sabe. Osenhor podia nos ajudar aqui trazen<strong>do</strong> essas informações.O seu fiscal não viu nada? Essas empresas que viviam fazen<strong>do</strong>, a FT e outras, nãoofereceram nada, não houve superfaturamento? O senhor não sabe <strong>de</strong> nada sobre isso?Quer dizer, e o senhor disse que estava prepara<strong>do</strong> para essa. O senhor disse que estava prepara<strong>do</strong>para o Narandiba D. Então fale. Eu acho que o senhor <strong>de</strong>ve contribuir.Quan<strong>do</strong> o senhor foi convoca<strong>do</strong> aqui foi para nos ajudar, porque aqui não tem parti<strong>do</strong>.O interesse que eu tenho <strong>de</strong> esclarecimento é o mesmo que to<strong>do</strong>s os outros <strong>de</strong>puta<strong>do</strong>s.E como o senhor não é <strong>do</strong> parti<strong>do</strong> <strong>do</strong> Governo, provavelmente o senhor traria muitas informaçõespara a gente. Então para mim é uma surpresa que o senhor esteja aqui e não nosinforme, ainda mais com o papel <strong>de</strong> Prefeito, que é um papel <strong>de</strong> <strong>de</strong>cidir, é a sua <strong>de</strong>cisão. Oque tiver erra<strong>do</strong> lá o senhor é o responsável. O papel <strong>de</strong> um contrato foi feito <strong>de</strong> um Prefeitoanterior e o senhor não rescindiu, não fiscalizou e ainda não traz aqui nenhuma acusação.Diz que foi tu<strong>do</strong> bem, tu<strong>do</strong> normal. Eu quero ouvir o senhor sobre isso.O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Não é difícil <strong>de</strong> respon<strong>de</strong>r à pergunta <strong>do</strong> nobre<strong>de</strong>puta<strong>do</strong>.Por gentileza, o senhor foi Prefeito <strong>de</strong> município <strong>de</strong> quantos habitantes?O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Município <strong>de</strong> 400 mil habitantes. Issonão me impedia <strong>de</strong> em cada obra eu estar lá. Qualquer obra. Eu ia. Eu não mandava engenheironão. Eu ia. E tem mais uma coisa. Eu procurava ver preço <strong>de</strong> material. Existe umacosia. Veja bem, eu sou médico e o senhor é agrônomo. Existe a Secretaria <strong>de</strong> Obras Públicasque me dá indicação <strong>de</strong> preço <strong>de</strong> construção. Existe aí uma coisa chamada Secretaria<strong>de</strong> Obras Públicas e o FIT. Tem <strong>do</strong>is órgãos. Tem jornal publica<strong>do</strong> em Diário Oficial preço <strong>de</strong>obra. O senhor fazia isso. Tem aí. Diário Oficial sai preço <strong>de</strong> material. Na sua cida<strong>de</strong> tinhaloja. Eu que era Prefeito eu fazia isso, eu fazia essa investigação, eu ia olhar, eu sabia ospreços to<strong>do</strong>s. Não mandava engenheiro nem fiscal fazer; eu fazia, porque a responsabilida<strong>de</strong>era minha.O SR. ENIO TATTO – PT – Pela or<strong>de</strong>m, senhor Presi<strong>de</strong>nte.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Vamos ouvir o <strong>de</strong>poente, por favor.O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Então é... Como o senhor disse, eu sen<strong>do</strong> engenheiroagrônomo, sen<strong>do</strong> funcionário público, lutamos, conseguimos ganhar a eleição e to<strong>do</strong>iniciante tem aquela ansieda<strong>de</strong>, aquele <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> fazer tu<strong>do</strong> pelo povo. Via os problemasque tinha, assumimos a Prefeitura. O gabinete, no primeiro dia, 50 pessoas, 60, 80 pessoas.Parece até mentira, mas é verda<strong>de</strong>. Prefeitura pequena, <strong>de</strong> quatro mil habitantes, é 50 pessoas,é 70, é 80.Várias pessoas me indagavam: Gabriel, por que você não faz uma varredura nosprocessos <strong>de</strong>sse ex-Prefeito? É isso, aquilo. Eu falei: Gente, eu vim para administrar o município.E um município com meio milhão <strong>de</strong> real <strong>de</strong> dívida, eu vou começar a correr atrás <strong>de</strong>contrato <strong>de</strong> fulano, ciclano, ciclano. E as pessoas no meu gabinete: Ah! Eu não casa. Ah! Eunão tenho casa. Eu não tenho casa. O que eu fiz? Talvez por inexperiência. Hoje, não. Hojeeu iria numa Prefeitura, a primeira coisa que eu ia fazer é: Olha, um mês fecha<strong>do</strong>, quinzedias fecha<strong>do</strong>. Eu vou revisar tu<strong>do</strong> que tem para a gente po<strong>de</strong>r fazer. Falhei. Eu <strong>de</strong>via ter examina<strong>do</strong>,mas na ansieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> aten<strong>de</strong>r às pessoas eu continuei o contrato e continuei normale não via a priori nenhuma irregularida<strong>de</strong>, porque as pessoas vinham, vinha o pessoalfiscalizar, vinha o material, estava tu<strong>do</strong> certo, e foi continuan<strong>do</strong>. Não é que eu neguei o meuato <strong>de</strong> Prefeito por ter quatro mil. (Inaudível) Tem hora que eu nem tinha tempo. Eu pequei.Deixei o pessoal da licitação olhar as coisas, <strong>de</strong>ixei advoga<strong>do</strong>. Eu, como um Prefeito <strong>de</strong>quatro mil habitantes, não conseguia fiscalizar as coisas. E o senhor com 400 mil habitantestinha tempo assim. Eu acho que o senhor é honra<strong>do</strong> nessa palavra, porque é duro, numacida<strong>de</strong> pequena, você ter tempo. Você vai ver <strong>do</strong>ença, e vai em hospital. Infelizmente, cida<strong>de</strong>pequena é assim. Então foi por isso, nobre <strong>de</strong>puta<strong>do</strong>, que eu não fiscalizei o processo. Havianecessida<strong>de</strong>, a Prefeitura totalmente em dívida, pessoas totalmente carentes, a região sub<strong>de</strong>senvolvida<strong>do</strong> esta<strong>do</strong>. Então houve essas particularida<strong>de</strong>s aí igual eu disse.O que mais o senhor perguntou?O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Eu perguntei por que o senhor nãorescindiu o contrato? O senhor não fiscalizou. E veja bem. Eu vou falar aqui. O senhor comofuncionário da Prefeitura há muito tempo, eu já sabia quem era bom e quem não era. Porque<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma Prefeitura a rádio peão fala: Fulano <strong>de</strong> tal é o maior boleiro <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>,fiscal isso, fiscal aquilo. Você sabia <strong>de</strong> tu<strong>do</strong>. Você sabia qual era o engenheiro lá que nãomerecia confiança. Você sabia. O seu vezero(?) estava lá na frente. Então por que o senhornão fiscalizou?A questão <strong>do</strong>s preços. Quais são as questões <strong>de</strong>ssas obras que a FT fazia? Era superfaturamento<strong>de</strong> material; era licitação dirigida; compra dirigida; e outras falcatruas. Ora,se eles já vinham fazen<strong>do</strong> isso há algum tempo, provavelmente nessa sua também tinhamfeito e V. Sa. não viu, não colocou gente, ainda mais <strong>do</strong> seu adversário. Ora!A outra coisa é a seguinte. E o povo? O PT é um parti<strong>do</strong> que tem uma relação muitopróxima com movimentos. E se tinha um movimento <strong>de</strong> mutirantes eu ia na casa <strong>do</strong> pessoal.Eu ia lá: e aí, menino, como é que está? Vamos lá! Anima; questionava. Você não faziaisso?O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Os mutirantes participavam da obra. Os mutirantesparticipavam da obra, nunca falaram nada. Nós <strong>de</strong>mos a estrita confiança para opessoal <strong>do</strong> CDHU que vinha e media a obra. Em uma cida<strong>de</strong> pequena não tem técnicoespecialista em construção. Você dava confiança para o órgão público que é o CDHU. Infelizmenteposso até ter peca<strong>do</strong>. Depois que <strong>de</strong>flagrou to<strong>do</strong> esse problema aí <strong>de</strong>scobrimos quea CDHU não tinha lá o respal<strong>do</strong> suficiente para comandar uma obra, mas até o presentemomento para mim a CDHU era <strong>de</strong> suma confiança. Então vinha um lau<strong>do</strong> e a gente passava.Então eu pequei nisso. Eu confiei estritamente, muito no CDHU e acabei aí fazen<strong>do</strong> aobra, terminan<strong>do</strong> a obra, o pessoal mora na casa. Tanto que nem sabia que ainda pedi mais57 casas.O SR. ENIO TATTO – PT – Pela or<strong>de</strong>m, senhor Presi<strong>de</strong>nte.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Tem V. Exa. a palavra. Ele ainda não respon<strong>de</strong>utodas as minhas perguntas, mas tu<strong>do</strong> bem.O SR. ENIO TATTO – PT – Sr. Presi<strong>de</strong>nte, eu queria só fazer uma colocação. Como dizlá na roça, quan<strong>do</strong> eu trabalhava na roça, o senhor está queren<strong>do</strong> colher jabuticaba em pé<strong>de</strong> amora. Eu acho que nós estamos dan<strong>do</strong> – mais uma frase popular, nós estamos gastan<strong>do</strong>chumbo com passarinho morto. É óbvio e dá para compreen<strong>de</strong>r inclusive com a vinda<strong>do</strong> Prefeito Piffani, lá da outra cida<strong>de</strong>, que esse mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> construção <strong>do</strong> CDHU, o Prefeito,principalmente Prefeito <strong>de</strong> cida<strong>de</strong> pequena, o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong>le é pífio, a influência <strong>de</strong>le é pífia, ézero. Quem comanda tu<strong>do</strong> isso é o CDHU, é a diretoria regional <strong>do</strong> CDHU e as empreiteirasque ganham. O problema da cida<strong>de</strong> <strong>do</strong> Prefeito Gabriel só foi levanta<strong>do</strong> pela CâmaraMunicipal quan<strong>do</strong> se sentiram feri<strong>do</strong>s por que não foi a FT que ganhou a concorrência,que entrou uma outra empresa, e aí começou to<strong>do</strong> esse processo. Quan<strong>do</strong> eu falo que nósestamos gastan<strong>do</strong> chumbo com passarinho morto é porque nós temos que parar <strong>de</strong> ouvirPrefeito, no caso <strong>do</strong> Sr. Gabriel e até <strong>do</strong> Sr. Piffani, apesar <strong>de</strong> o Sr. Piffani estar incluí<strong>do</strong> noprocesso, no inquérito, teve escuta que ele recebeu valores, mas nós temos que começar apegar peixe graú<strong>do</strong>. Nós temos que começar a ouvir, convocar aqui a diretoria <strong>do</strong> CDHU;nós temos que convocar aqui os engenheiros, os <strong>do</strong>nos da FT e outras empresas. Aí a gentecomeça a caminhar com esta apuração, com esta CPI <strong>do</strong> CDHU. Caso contrário, V. Exa. estáfazen<strong>do</strong> uma pergunta para o Prefeito, só que lá nem o FT teve <strong>de</strong>núncia <strong>de</strong>ssa obra <strong>de</strong>construção da etapa <strong>do</strong> conjunto B. É lógico que não teve <strong>de</strong>núncia! Porque quem fiscalizava...O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Deputa<strong>do</strong> Enio Tatto, por favor. V. Exa.pediu a palavra, então V. Exa. se dirija. Se V. Exa. vai fazer as perguntas a ele, que faça asperguntas. A mim? V. Exa. está me indagan<strong>do</strong>?O SR. ENIO TATTO – PT – Estou concluin<strong>do</strong>.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Indagan<strong>do</strong> a mim? V. Exa. está erra<strong>do</strong>.O <strong>de</strong>poente é o Prefeito Gabriel. Não venha me indagar. V. Exa. está me indagan<strong>do</strong>, me critican<strong>do</strong>?O SR. ENIO TATTO – PT – Só concluin<strong>do</strong>. Nesse caso <strong>de</strong> Narandiba não teve <strong>de</strong>núncia,mas nem da FT. Por quê? Porque a Tjofran e a LBR que fiscalizava e que fazia as mediçõespassava as medições juntamente com a FT e o Prefeito simplesmente faz o cheque eassina. Não tem po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> fiscalização. E não tinha nem <strong>de</strong>núncia lá na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong>le. Masnem da FT e nem <strong>de</strong>sse conjunto B, Narandiba B. Tanto é que o Ministério Público olhou enão apurou nada. Então o questionamento <strong>do</strong> Prefeito é o quê? O senhor não fiscalizou?O senhor não foi atrás? O senhor não esteve na obra? Mas até agora não teve nada <strong>de</strong><strong>de</strong>núncia! Não teve nada <strong>de</strong> <strong>de</strong>núncia! Por quê? A maracutaia é tão bem feita que o Prefeitonão participa <strong>de</strong> bulhufa nenhuma. Quem participa é o CDHU, o consórcio que ganhapara fiscalizar, fazer as medições e a empresa que contrata. Então nós temos que ouvir essepessoal, aí a gente vai apurar realmente os problemas. E não aprovar aqui apenas Prefeitoque chega aqui e realmente fica com as mãos atadas, não tem po<strong>de</strong>r nenhum, não influenciouem nada; simplesmente fez a licitação e quan<strong>do</strong> o Prefeito fez e chamou uma empresaque não está no esquema, sofreu a cassação; teve que renunciar. É isso que aconteceu.Parar <strong>de</strong> achar, <strong>de</strong> querer dar uma <strong>de</strong>sviada. Daqui a uns dias vamos chamar um outro Prefeitoaí, vai chegar aqui na mesma situação, sem po<strong>de</strong>r nenhum, <strong>do</strong>i<strong>do</strong> para construir meiadúzia<strong>de</strong> casas e o esquema está to<strong>do</strong> monta<strong>do</strong> lá em cima.Então, Sr. Presi<strong>de</strong>nte, nós temos que aprovar os requerimentos, chamar os convoca<strong>do</strong>s<strong>de</strong>sses requerimentos para a gente ir no cerne <strong>de</strong>ssa questão, aquelas pessoas querealmente têm problema e fazem parte <strong>de</strong> toda essa maracutaia. Os consórcios que fiscalizaque faz a medição; as empresas que construíram. Aí a gente vai começar a caminhar e vaicomeçar a apurar. Aquilo que Ministério Público fez numa parte e que nós temos que fazernas outras cida<strong>de</strong>s, por exemplo, Rancharia, essas cida<strong>de</strong>s maiores que têm provavelmentecontrato milhares <strong>de</strong> vezes maior <strong>do</strong> que essas Prefeituras.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Deputa<strong>do</strong> Enio Tatto, com to<strong>do</strong> respeitoque eu tenho por V. Exa., V. Exa. numa outra sessão, quan<strong>do</strong> falou que o Prefeito não tinhacondições <strong>de</strong> escrever um livro e eu disse que o escritor tem direito a pesquisa, V. Exa. disseque eu estava advogan<strong>do</strong> a favor <strong>de</strong>le. Estou achan<strong>do</strong> que V. Exa. está advogan<strong>do</strong> ao vossoPrefeito aqui.E mais. Ora, se para V. Exa. não importa o <strong>de</strong>poimento <strong>de</strong>le, para mim importa. Éuma questão <strong>de</strong> ponto <strong>de</strong> vista. E tenho mais o seguinte. A certeza <strong>de</strong> que ele, conhecen<strong>do</strong>o parti<strong>do</strong> como eu conheço, o parti<strong>do</strong> <strong>de</strong> V. Exa. é um parti<strong>do</strong> que organiza reuniões com os


sába<strong>do</strong>, 28 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 2009 Diário Oficial Po<strong>de</strong>r Legislativo <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, 119 (222) – Suplemento – 21Prefeitos, que orienta os Prefeitos, os Prefeitos não estão sozinhos; não são um pobrezinhoscoita<strong>do</strong>s não. V. Exa. fala como se ele fosse um pobrezinho coita<strong>do</strong> que não mandasse nada.Prefeito <strong>do</strong> Parti<strong>do</strong> <strong>do</strong>s Trabalha<strong>do</strong>res? Prefeito <strong>do</strong> Parti<strong>do</strong> <strong>do</strong>s Trabalha<strong>do</strong>res é articula<strong>do</strong>,tem reuniões em Cajamar, se preparam. Então V. Exa. está aqui colocan<strong>do</strong> como se nósnão tivéssemos aqui a razão <strong>de</strong> trazer Prefeitos? V. Exa. está falan<strong>do</strong> aqui como se eu fossequem julgasse aqui. Os requerimentos são vota<strong>do</strong>s. Aqui é esta Plenária quem <strong>de</strong>ci<strong>de</strong>. Vaiser convoca<strong>do</strong> quem a Plenária encontrar que tem razões para ser. E a presença <strong>de</strong>le aquipo<strong>de</strong>ria nos ajudar muito. Quem sabe se V. Exa. tivesse busca<strong>do</strong> as regionais da região paraorientá-lo e mexesse com a memória <strong>de</strong>le, ele pu<strong>de</strong>sse trazer aqui informações que iriamconfirmar isso que V. Exa. está falan<strong>do</strong>; que o CDHU é responsável; que o CDHU fez maracutaia.Mas ele é o responsável. Juridicamente é ele que é o Prefeito. Quan<strong>do</strong> tem um contratofeito entre a Prefeitura e a CDHU só existe quan<strong>do</strong> o Prefeito assina. Ele tem autorida<strong>de</strong>para assinar. A Câmara autoriza, tem que ter o terreno. Tem regras. Assim como o Deputa<strong>do</strong>Mentor falou <strong>de</strong> regras, aqui também tem regras. Então não adianta dizer: pobrezinho <strong>do</strong>Prefeito, não manda nada e a CDHU... Não. Prefeito é autorida<strong>de</strong> máxima e ele tem que serresponsabiliza<strong>do</strong> por aquilo que é a obrigação <strong>de</strong>le e o papel <strong>de</strong>le como Prefeito. E é o casoaqui que está acontecen<strong>do</strong>.O SR. ENIO TATTO – PT – Permita-me, nobre Presi<strong>de</strong>nte?O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Pois não.O SR. ENIO TATTO – PT – Me fala uma irregularida<strong>de</strong> que cai sobre o PrefeitoGabriel? Um problema, a não ser a rescisão <strong>do</strong> contrato até por sugestão <strong>do</strong> MinistérioPúblico. V. Exa. está falan<strong>do</strong> que o Prefeito tinha que fiscalizar e ver as irregularida<strong>de</strong>s!O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Lógico.O SR. ENIO TATTO – PT – Não existe nenhuma irregularida<strong>de</strong> em cima <strong>do</strong> Prefeito.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Mas olha! Você está falan<strong>do</strong> aqui...O SR. ENIO TATTO – PT – V. Exa. me cita uma irregularida<strong>de</strong> por que o Prefeito foiconvoca<strong>do</strong>.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Você está esquecen<strong>do</strong>. O Prefeito foienvolvi<strong>do</strong> nessa questão. V. Exa. está dizen<strong>do</strong>...O SR. ENIO TATTO – PT – Ele foi inocenta<strong>do</strong>, senhor Presi<strong>de</strong>nte.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Deixa eu explicar para vossa excelência.A opinião <strong>de</strong> V. Exa. é diferente da minha, porque o Prefeito aqui afirmou no começo,está aqui nas notas taquigráficas, que essa questão da <strong>de</strong>núncia <strong>do</strong> contrato que ele fezpara o CDHU só aconteceu quan<strong>do</strong> – ele até fala da coqueluche que aconteceu na região,as <strong>de</strong>núncias em relação aos mutirões e aos processos irregulares. Então aí sim. Não foi aCâmara que resolveu. Não foi porque a FT não foi contratada. Foi porque o processo <strong>de</strong><strong>de</strong>núncia contra esse esquema fraudulento veio à tona e todas as Prefeituras que tinhamprovoca<strong>do</strong> isso...E olha. Quero dizer para vossa excelência o seguinte. Nós sabemos como é queessas coisas acontecem. Quan<strong>do</strong> uma empresa não entra, entra outra em comum acor<strong>do</strong>.Como é que o Francisco <strong>do</strong> CDHU fez o esquema <strong>de</strong>le? Ele articulava outras empresas e a<strong>de</strong>le é que ganhava. Havia um conluio entre essas empresas. Então essas questões... Nãopo<strong>de</strong>mos chegar aqui e dizer que o Prefeito é inocente. Quem vai julgar é a Justiça. Nósvamos estar ouvin<strong>do</strong>. Agora, a questão <strong>de</strong>le...O SR. ENIO TATTO – PT – Sr. Presi<strong>de</strong>nte, o Tribunal <strong>de</strong> Contas julgou irregular esseprocesso <strong>de</strong> Narandiba?O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – O Prefeito renunciou. Ele purou fora <strong>do</strong>barco. Isso acontece muito. Lá na <strong>Assembleia</strong> <strong>Legislativa</strong>... Lá no Congresso lá em Brasíliaquantos <strong>de</strong>puta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> mensalão renunciaram ao mandato para fugir <strong>do</strong> processo internoque abafaram?! O que é isso? O que é isso, Deputa<strong>do</strong> Enio Tatto!O SR. ENIO TATTO – PT – Sr. Presi<strong>de</strong>nte, o Tribunal <strong>de</strong> Contas não julgou irregular ocontrato. O Ministério Público não acatou a <strong>de</strong>núncia, arquivou. Nós estamos ouvin<strong>do</strong> umPrefeito que não pesa nada contra ele e <strong>de</strong>ixan<strong>do</strong> <strong>de</strong> ouvir gente importante, gente graúda,senhor Presi<strong>de</strong>nte.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – V. Exa. po<strong>de</strong> indicar.O SR. ENIO TATTO – PT – Não <strong>de</strong>svia o assunto, senhor Presi<strong>de</strong>nte.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Nós não estamos <strong>de</strong>svian<strong>do</strong>, não. Éimportante. Ele é importante estar aqui. É um Prefeito <strong>do</strong> PT que po<strong>de</strong>ria trazer muitosesclarecimentos para a gente. Eu aprovei, aju<strong>de</strong>i a aprovar aqui e jamais vou aqui fazernenhuma crítica aos meus companheiros, porque eu respeito a <strong>de</strong>mocracia. No dia em queo requerimento <strong>de</strong> V. Exa. for escolhi<strong>do</strong> aqui e vota<strong>do</strong> por maioria, eu não tenho o que criticara <strong>de</strong>cisão <strong>do</strong>s nossos Pares não. Farei. Mesmo que eu tenha críticas, ficarei aqui à mercêda maioria, porque respeito a <strong>de</strong>mocracia.O SR. ENIO TATTO – PT – Sr. Presi<strong>de</strong>nte, o processo continuou e foi arquiva<strong>do</strong>, senhorPresi<strong>de</strong>nte. Não inventa, senhor Presi<strong>de</strong>nte.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – V. Exa. me dá um aparte?O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – V. Exa. está com a palavra.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Apenas para dizer o seguinte. Nós temos conhecimento<strong>de</strong> algum outro Prefeito envolvi<strong>do</strong> em <strong>de</strong>núncias <strong>de</strong>ssa mesma natureza que tenhati<strong>do</strong> a Câmara a iniciativa <strong>de</strong> cassar o seu mandato, a não ser o Prefeito <strong>do</strong> PT? Nós temosnotícia <strong>de</strong> mais alguma outra Câmara Municipal que também ten<strong>do</strong> o seu município si<strong>do</strong>envolvi<strong>do</strong> na máfia das casinhas tomou a iniciativa <strong>de</strong> cassar o seu Prefeito ou foi apenasaquele que contratou outra empresa diferente da FT Construções? Isso me leva a compreen<strong>de</strong>r,Sr. Presi<strong>de</strong>nte, que os motivos que levaram a esse processo <strong>de</strong> cassação <strong>do</strong> mandatoestão ainda por ser esclareci<strong>do</strong>s, não foram esclareci<strong>do</strong>s ainda. No mínimo não foram esclareci<strong>do</strong>sainda.E só para concluir, senhor Presi<strong>de</strong>nte. Eu não acho que a gente <strong>de</strong>va tratar aqui o<strong>de</strong>poente como réu. Em primeiro lugar. Não acho que seja essa a nossa tarefa. Nós <strong>de</strong>vemosobter <strong>de</strong>le o maior número <strong>de</strong> informações possíveis, mas sempre tratan<strong>do</strong> <strong>de</strong> maneirarespeitosa, porque ele veio aqui, como V. Exa. mesmo mencionou, para nos ajudar, para contribuircom esta Comissão Parlamentar <strong>de</strong> Inquérito. Então o ataque, a crítica, a cobrançaetc., eu não acho que seja cabível neste momento, senhor Presi<strong>de</strong>nte. Me permita fazer essaobservação extremamente respeitosa a vossa excelência.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Eu quero dizer a V. Exa. que o <strong>de</strong>poenteveio aqui para nos esclarecer. E digo mais uma coisa no meu julgamento. Ora, eu já fui Prefeito.Ainda que a Câmara tivesse aberto um processo, como foi fala<strong>do</strong> aqui, que basta termaioria simples, e eu estivesse no meu direito, na certeza que eu não tinha cometi<strong>do</strong>, jamaiseu renunciaria. Eu iria enfrentar na Justiça, iria provar minha inocência, mesmo que eu passasse,a Justiça fosse <strong>de</strong>morada eu per<strong>de</strong>sse meu prazo <strong>de</strong> mandato. Mas eu renunciar aomandato que a população me <strong>de</strong>u? Jamais. Eu estou aqui só respon<strong>de</strong>n<strong>do</strong> a V. Exa. que mefez essa indagação e eu dizen<strong>do</strong> aqui o que é que eu penso sobre isso. Mas respeito tambémo direito <strong>de</strong>le <strong>de</strong> fazer isso, direito <strong>de</strong>le em fazer isso, mas eu não faria isso.Eu não sei se tem alguma pergunta mais ao <strong>de</strong>poente, porque eu acho que esse<strong>de</strong>bate a gente tem que fazer, liberar o <strong>de</strong>poente e fazer o nosso <strong>de</strong>bate interno aqui.O SR. ENIO TATTO – PT – Senhor Presi<strong>de</strong>nte...O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Por favor, então por favor se dirija ao<strong>de</strong>poente e faça a sua pergunta.O SR. ENIO TATTO – PT – Sr. Gabriel, o contato que o senhor teve no CDHU Regionalseria com o coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>r Sr. Mario Antonio Dale Ve<strong>do</strong>ve Moreno? Já ouviu falar <strong>de</strong>ssenome?O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Já.O SR. ENIO TATTO – PT – Que é o coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>r <strong>do</strong> Consórcio LBR-Tjofran.O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Isso.O SR. ENIO TATTO – PT – É isso mesmo? Está bom. Só queria saber isso.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Quer dizer que o contato que o senhorteve foi com ele?O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Não! Ele estava lá. Não foi só ele...O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Foi ele quem fez o seu contrato.O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Lógico que não. Contato. Contato. Não é contrato.O SR. ENIO TATTO – PT – Contato com um “t” só.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Mas o senhor contratou? Como foi essarelação que o senhor teve com ele?O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Não houve contrato. Houve informações.(Inaudível.) O contrato, <strong>de</strong>pois que você pe<strong>de</strong>, faz o requerimento, aí eles aceitam. É aqueletrâmite que vocês já conhecem. Não foi feito contrato.Eu gostaria <strong>de</strong> pedir um aparte.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Pois não.O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Em respeito à população <strong>de</strong> Narandiba, afinaleu trabalhei lá por três anos e quatro meses e perdi por 20 votos. E se eu tomei a <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong>renúncia não foi por minha própria vonta<strong>de</strong>. Minha vonta<strong>de</strong> era enfrentar a Câmara, mesmosen<strong>do</strong> o filho <strong>do</strong> vice-Prefeito o pêndulo da balança para o pai <strong>de</strong>le entrar no meu lugar. Eeles falavam que era muito melhor, como faltavam poucos meses para a eleição, enfrentaruma eleição contra aquela turma que se uniu toda contra mim e renunciar, <strong>do</strong> que esperar aJustiça, porque a gente sabe que a Justiça é morosa, mas se o senhor for lá na minha cida<strong>de</strong>perguntar sobre a minha moral, sobre a minha pessoa, sobre aquilo que eu fiz naquelacida<strong>de</strong>, o senhor po<strong>de</strong> ter certeza, quan<strong>do</strong> eu vou lá, que hoje eu estou afasta<strong>do</strong> <strong>de</strong> médico,quan<strong>do</strong> eu vou lá as pessoas cercam em 50 ou 100 pessoas e conversam e perguntam se euvou concorrer à eleição. Então eu não renunciei por me<strong>do</strong> não. Foi porque muitas pessoasme falaram renuncia e vamos tentar ganhar na urna que é melhor <strong>do</strong> que ganhar no tapetão.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Mas eu queria então fazer mais umapergunta para vossa senhoria. Ora, o senhor po<strong>de</strong>ria informar se o senhor acha que o processoque foi feito na Câmara contra o senhor se <strong>de</strong>u por conta <strong>de</strong> o senhor não ter contrata<strong>do</strong>a FT?O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Aí eu não consigo falar isso, porque tem umprocesso político. Eu não posso falar precisamente isso. Enten<strong>de</strong>u? Tem um processo políticoque aí é guerra política.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Mas quanto tempo a empresa que osenhor contratou, a Pontal Engenharia, conviveu com o seu governo fazen<strong>do</strong> as obras?O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Eles conseguiram fazer uns 30 “radier”, levantaramumas 15 casas mais ou menos. Em torno <strong>de</strong> quatro ou cinco meses, por aí.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Muito bem. Respondi<strong>do</strong>. Eu queriaesclarecer isso porque foi feito aqui algumas afirmações <strong>de</strong> que essa questão da Câmaraaconteceu porque não era a FT e era a Pontal. Eu acho que não era bem isso. Mas tu<strong>do</strong>bem.Alguém tem mais alguma pergunta a fazer para o <strong>de</strong>poente?O SR. ENIO TATTO – PT – Só uma pergunta. Não sei como está a pauta aí. Se nósvamos apreciar os requerimentos <strong>de</strong> convocação.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Provavelmente.O SR. ENIO TATTO – PT – Mesmo porque existe um requerimento <strong>de</strong> convocação<strong>do</strong> Sr. Mario Antonio Dale Ve<strong>do</strong>ve Moreno, que é o coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>r da LBR-Tjofran, que já foipedi<strong>do</strong> vista na reunião passada, e eu acho <strong>de</strong> extrema importância a vinda <strong>de</strong>sse senhor,porque ele era o coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>r <strong>do</strong> CDHU na região, <strong>de</strong>sse consórcio, e ele aparece, é impressionantecomo ele aparece constantemente nos autos.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Eu pensei que o senhor ia fazer perguntaao <strong>de</strong>poente.Não haven<strong>do</strong> mais nenhuma pergunta ao <strong>de</strong>poente, eu dispenso e agra<strong>de</strong>ço aqui asua presença. Obriga<strong>do</strong>.O SR. GABRIEL VASSILIOS PÍPERAS – Eu gostaria <strong>de</strong> agra<strong>de</strong>cer também à nobre<strong>Assembleia</strong> aí e coloco a minha pessoa à disposição. Desculpa se eu não soube dirimir todasas perguntas, mas eu agra<strong>de</strong>ço sobremaneira os senhores terem me atendi<strong>do</strong> bem e comrespeito.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Obriga<strong>do</strong>.Vamos ver agora os outros pontos <strong>de</strong> pauta.Nós temos aqui o ponto número <strong>do</strong>is. Apreciar requerimentos. Quais são os requerimentos?Nós temos aqui vários requerimentos.O SR. VITOR SAPIENZA – PPS – Presi<strong>de</strong>nte, para a gente ganhar tempo, eu vou pedirvista <strong>do</strong> Antonio Dias Felipe e <strong>do</strong> Mario Ve<strong>do</strong>ve.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Requerimento <strong>de</strong> Antonio Dias Felipeconcedi<strong>do</strong> vista ao Deputa<strong>do</strong> Vitor Sapienza.


22 – <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, 119 (222) – Suplemento Diário Oficial Po<strong>de</strong>r Legislativo sába<strong>do</strong>, 28 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 2009O SR. VITOR SAPIENZA – PPS – E Mario Ve<strong>do</strong>ve.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Mario Antonio Ve<strong>do</strong>ve Moreno concedi<strong>do</strong>vista.O SR. ENIO TATTO – PT – Pela or<strong>de</strong>m, senhor Presi<strong>de</strong>nte.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Tem V. Exa. a palavra.O SR. ENIO TATTO – PT – Se eu não pedi na vez anterior, queria pedir vista em conjunto.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – É regimental. Concedi<strong>do</strong> vista em conjuntoao Deputa<strong>do</strong> Vitor Sapienza e ao Deputa<strong>do</strong> Enio Tatto.Nós temos aqui ainda outros requerimentos. Vamos colocar em discussão e votação.Requerimento. Requeremos, nos termos regimentais, que esta Comissão Parlamentar<strong>de</strong> Inquérito oficie ao Exmo. Sr. Lair, Presi<strong>de</strong>nte da Companhia <strong>de</strong> Desenvolvimento, parafornecer a relação <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os empreendimentos da Companhia <strong>de</strong> Desenvolvimento Habitacionale Urbano, com as seguintes informações: nome <strong>do</strong> empreendimento; localização;data <strong>do</strong> contrato; valor <strong>do</strong> contrato; situação <strong>do</strong> empreendimento; regularização <strong>do</strong>s empreendimentos<strong>do</strong> CDHU. Justificativa. Essas informações po<strong>de</strong>m contribuir para esclarecer areal situação <strong>do</strong> empreendimento. Assinam: Deputa<strong>do</strong> Antonio Mentor e Deputa<strong>do</strong> EnioTatto.Em discussão. (Pausa.) Não haven<strong>do</strong> discussão, em votação.O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Pela or<strong>de</strong>m, senhor Presi<strong>de</strong>nte.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Tem V. Exa. a palavra.O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Solicitar a votação nominal.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – É regimental.Como vota o Deputa<strong>do</strong> Antonio Mentor?O SR. ANTONIO MENTOR – PT – A favor.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Como vota o nobre Deputa<strong>do</strong> EnioTatto?O SR. ENIO TATTO – PT – É requerimento <strong>de</strong> <strong>do</strong>cumentação para a gente tomarconhecimento. Favorável.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Como vota o nobre Deputa<strong>do</strong> BrunoCovas?O SR. BRUNO COVAS – PSDB – A requerimento <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os empreendimentos daCDHU votamos contra.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Como vota o nobre Deputa<strong>do</strong> VitorSapienza?O SR. VITOR SAPIENZA – PPS – Voto contra.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Esta Presidência vota contra também.Derrota<strong>do</strong> por três a <strong>do</strong>is.Requerimento. Requeremos, nos termos regimentais, que esta Comissão Parlamentar<strong>de</strong> Inquérito o fornecimento pelo CDHU <strong>do</strong> inteiro teor <strong>do</strong>s <strong>do</strong>cumentos abaixo menciona<strong>do</strong>s,bem como preste as informações solicitadas: contrato 1.030300/6.00.00.00/6103, assina<strong>do</strong>em 18 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 2003, referente à contratação <strong>do</strong> Consórcio Mati Habi, Lote 11,em Marília, Presi<strong>de</strong>nte Pru<strong>de</strong>nte, no valor <strong>de</strong> 11 milhões e 64 mil 672 reais e 36 centavos;to<strong>do</strong>s os aditamentos <strong>de</strong>sse contrato; valores pagos mensalmente; valores específicos <strong>de</strong>quanto foi pago mensalmente pelo empreendimento nos quais agia a máfia <strong>do</strong> CDHU daRegião <strong>de</strong> Presi<strong>de</strong>nte Pru<strong>de</strong>nte; inteiro teor <strong>do</strong> processo provisório 302.632/2008, no qualo CDHU concor<strong>do</strong>u com a proposta <strong>do</strong> Consórcio Mati Habi em ressarcir à empresa apenaso valor <strong>de</strong> 633 mil 547 e 25 centavos, em 10 vezes, por falha da execução <strong>do</strong> contrato n.1.030300/6.000000/6103; quan<strong>do</strong> os prejuízos ao erário público são bem superiores a essascifras. Seguem em anexo publicação <strong>do</strong> menciona<strong>do</strong> acor<strong>do</strong> na página 24, Diário Oficial,empresarial, <strong>de</strong> 04 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 2009, quan<strong>do</strong> o contrato é da<strong>do</strong> como rescindi<strong>do</strong>. AssinaDeputa<strong>do</strong> Enio Tatto.Em discussão. (Pausa.)O SR. ENIO TATTO – PT – Pela or<strong>de</strong>m, senhor Presi<strong>de</strong>nte.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Tem V. Exa. a palavra.O SR. ENIO TATTO – PT – Sr. Presi<strong>de</strong>nte, apenas em 20 segun<strong>do</strong>s. Se o requerimentofoi rejeita<strong>do</strong> por conta <strong>de</strong> muitos contratos <strong>do</strong> CDHU, esse pedi<strong>do</strong> <strong>de</strong>ssa <strong>do</strong>cumentação é <strong>de</strong>apenas um contrato. Então eu imagino que a Comissão <strong>de</strong>veria ter acor<strong>do</strong> e aprovar.O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Pela or<strong>de</strong>m, Presi<strong>de</strong>nte.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Tem V. Exa. a palavra.O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Este <strong>de</strong>puta<strong>do</strong> solicitou vista <strong>de</strong>sse requerimento nareunião passada até para verificar <strong>do</strong> que se tratava. Ten<strong>do</strong> em vista que trata <strong>do</strong> foco daCPI, vamos votar favorável ao requerimento.Em votação. Os que forem favoráveis permaneçam como estão. (Pausa.) Aprova<strong>do</strong>.Requerimento da Comissão Parlamentar <strong>de</strong> Inquérito constituída pelo Requerimento1506/2007. Requeremos, nos termos regimentais, que esta Comissão Parlamentar <strong>de</strong>Inquérito convoque para prestar esclarecimentos o Sr. Goro Hama, ex-presi<strong>de</strong>nte da CDHU– Companhia <strong>de</strong> Desenvolvimento Habitacional e Urbano. Justificativa: O Sr. Goro Hamaacusa<strong>do</strong>, processa<strong>do</strong>, em alguns casos con<strong>de</strong>na<strong>do</strong> em 1ª instância pelas irregularida<strong>de</strong>s noperío<strong>do</strong> em que presidiu a CDHU, conforme amplamente noticia<strong>do</strong> pela imprensa. Nessesenti<strong>do</strong>, faz-se necessário esta Comissão Parlamentar <strong>de</strong> Inquérito ouvi-lo.Em discussão. (Pausa.)O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Pela or<strong>de</strong>m, senhor Presi<strong>de</strong>nte.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Tem V. Exa. a palavra.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – É para solicitar vistas <strong>de</strong>sse requerimento.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – V. Exa. já pediu e <strong>de</strong>pois o Deputa<strong>do</strong>Enio Tatto também pediu, então não tem mais direito a vista.O SR. ENIO TATTO – PT – Foi pedi<strong>do</strong> vistas duas vezes?O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Foi pedi<strong>do</strong> vista pelo Deputa<strong>do</strong> AntonioMentor no dia 09/09; foi pedi<strong>do</strong> vista pelo Deputa<strong>do</strong> Enio Tatto no dia 16/09.O SR. ENIO TATTO – PT – É que nós gostaríamos <strong>de</strong> apreciar e <strong>de</strong>ixar a vinda <strong>de</strong>lemais para frente.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Em discussão. (Pausa.) Não haven<strong>do</strong>discussão, em votação.O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Pela or<strong>de</strong>m, senhor Presi<strong>de</strong>nte.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Tem V. Exa. a palavra.O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Solicitar votação nominal.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Como vota o nobre Deputa<strong>do</strong> AntonioMentor?O SR. ANTONIO MENTOR – PT – A favor.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Como vota o Deputa<strong>do</strong> Enio Tatto?O SR. ENIO TATTO – PT – Favorável. É imprescindível a vinda <strong>do</strong> ex-presi<strong>de</strong>nte.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Como vota o nobre Deputa<strong>do</strong> BrunoCovas?O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Contrário.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Como vota o nobre Deputa<strong>do</strong> VitorSapienza?O SR. VITOR SAPIENZA – PPS – Contra.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Esta Presidência vota contrário.Derrota<strong>do</strong> por três a <strong>do</strong>is.Requerimento à Comissão Parlamentar <strong>de</strong> Inquérito. Requeremos, nos termosregimentais, que esta Comissão Parlamentar <strong>de</strong> Inquérito convoque para prestar esclarecimentoso Sr. Lair, Presi<strong>de</strong>nte da Companhia <strong>de</strong> Habitação e Desenvolvimento Urbano. Justificativa.Recorrentemente a imprensa tem publica<strong>do</strong> matéria sobre as irregularida<strong>de</strong>s nosconjuntos não entregues, conjuntos resi<strong>de</strong>nciais inacaba<strong>do</strong>s...O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Pela or<strong>de</strong>m, senhor Presi<strong>de</strong>nte. Solicitar a suspensão<strong>do</strong>s trabalhos por um minuto.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – É regimental. Haven<strong>do</strong> acor<strong>do</strong>.* *A reunião está suspensa por um minuto.* *O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Reabrin<strong>do</strong> a sessão, em discussão.(Pausa.)O SR. ENIO TATTO – PT – Pela or<strong>de</strong>m, senhor Presi<strong>de</strong>nte.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Tem V. Exa. a palavra.O SR. ENIO TATTO – PT – Sr. Presi<strong>de</strong>nte, o Presi<strong>de</strong>nte Lair Krähenbühl eu acho queele <strong>de</strong>ve vir a esta Comissão, mas num momento mais a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>, a hora que avançarmosmais, mesmo porque ele é o atual presi<strong>de</strong>nte. Então queria pedir vista <strong>de</strong>sse requerimento.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – É regimental.O SR. VITOR SAPIENZA – PPS – Pela or<strong>de</strong>m, senhor Presi<strong>de</strong>nte.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Tem V. Exa. a palavra.O SR. VITOR SAPIENZA – PPS – Eu apresentei um requerimento hoje. Como esserequerimento não se refere à convocação e sim à busca <strong>de</strong> <strong>do</strong>cumento que possa vir elucidaros trabalhos <strong>de</strong>sta Comissão, eu pediria o consentimento <strong>do</strong>s Pares e gostaria que V.Exa. lesse e, se fosse o caso, como é pedi<strong>do</strong> <strong>de</strong> informações, <strong>do</strong>cumental, que a gente, sefosse o caso, aprovasse.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Eu encaminharia <strong>de</strong> forma diferente. Agente suspen<strong>de</strong> e busca um acor<strong>do</strong>. Se houver um acor<strong>do</strong>, a gente coloca.O SR. VITOR SAPIENZA – PPS – Eu sugeria a V. Exa. que lesse. Como é curtinho, sãotrês linhas.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Eu faço aqui a leitura e com a proposta<strong>do</strong> Deputa<strong>do</strong> Vitor Sapienza <strong>de</strong> incluir na pauta, caso haja acor<strong>do</strong>.O SR. ENIO TATTO – PT – Há um prece<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> incluir na pauta e outro <strong>de</strong> aprovar.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Então está aqui.Requeiro, nos termos regimentais, seja oficia<strong>do</strong> à Companhia <strong>de</strong> DesenvolvimentoHabitacional e Urbano <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> que seja fornecida a estaComissão Parlamentar <strong>de</strong> Inquérito informações sobre a rescisão contratual <strong>do</strong> ConjuntoHabitacional Narandiba C, situa<strong>do</strong> no Município <strong>de</strong> Narandiba. Sala das Comissões, 23 <strong>de</strong>setembro <strong>de</strong> 2009. Deputa<strong>do</strong> Vitor Sapienza.Então, se houver acor<strong>do</strong> nós colocamos em votação. Senão, fica para a próxima sessão.Em discussão. (Pausa.) Não haven<strong>do</strong> discussão, em votação. Tem acor<strong>do</strong>? Então, osque estiverem <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> permaneçam como estão. (Pausa.) Aprova<strong>do</strong>.O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Pela or<strong>de</strong>m, senhor Presi<strong>de</strong>nte. Agora seria... Já aprovamosa inclusão. Agora seria a aprovação <strong>do</strong> requerimento.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Muito bem. Então quero colocar emvotação o requerimento.Requeiro, nos termos regimentais, seja oficia<strong>do</strong> à Companhia <strong>de</strong> DesenvolvimentoHabitacional e Urbano <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> que seja fornecida a estaComissão Parlamentar <strong>de</strong> Inquérito informações sobre a rescisão contratual <strong>do</strong> ConjuntoHabitacional Narandiba C, situa<strong>do</strong> no Município <strong>de</strong> Narandiba.Em discussão. (Pausa.) Não haven<strong>do</strong> discussão, em votação. Os que estiverem <strong>de</strong>acor<strong>do</strong> permaneçam como estão. (Pausa.) Aprova<strong>do</strong>.Não haven<strong>do</strong> mais nenhum assunto a ser <strong>de</strong>bati<strong>do</strong>, <strong>do</strong>u por encerrada a presentesessão, agra<strong>de</strong>cen<strong>do</strong> aos presentes. Aos Deputa<strong>do</strong>s Vitor Sapienza, Deputa<strong>do</strong> Bruno, nobreDeputa<strong>do</strong> Antonio Mentor e V. Exa. nobre Deputa<strong>do</strong> Enio Tatto, além <strong>do</strong>s excelentíssimosoutros <strong>de</strong>puta<strong>do</strong>s.* *COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITOCDHUBK CONSULTORIA E SERVIÇOS LTDA.30/09/2009O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Bom-dia a to<strong>do</strong>s.Haven<strong>do</strong> número regimental, <strong>de</strong>claro aberta a 8ª Reunião da Comissão Parlamentar<strong>de</strong> Inquérito constituída com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> investigar <strong>de</strong>núncias <strong>de</strong> frau<strong>de</strong>s em licitaçõespara a construção <strong>de</strong> casas pela Companhia <strong>de</strong> Desenvolvimento Habitacional e Urbano(CDHU).O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Pela or<strong>de</strong>m, Presi<strong>de</strong>nte.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Tem V. Exa. a palavra.O SR. BRUNO COVAS – PSDB – É para solicitar a dispensa da leitura da Ata da reuniãoanterior.


sába<strong>do</strong>, 28 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 2009 Diário Oficial Po<strong>de</strong>r Legislativo <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, 119 (222) – Suplemento – 23O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – V. Exa. tem si<strong>do</strong> preciso. Já ia pedir aoSecretário para fazer a leitura. Mas é regimental o pedi<strong>do</strong> <strong>de</strong> V. Exa. Está dispensada a leiturada Ata.Quero cumprimentar os <strong>de</strong>puta<strong>do</strong>s presentes. Nobre Deputa<strong>do</strong> Antonio Mentor;nobre Deputa<strong>do</strong> Enio Tatto; nobre Deputa<strong>do</strong> Roberto Massafera; nobre Deputa<strong>do</strong> BrunoCovas; e Deputa<strong>do</strong> Vitor Sapienza. Obriga<strong>do</strong> pela presença.A nossa reunião <strong>de</strong> hoje tem uma pauta. Primeiro ponto, colher <strong>de</strong>poimentos. Nóstínhamos aqui uma convocação <strong>do</strong> ex-Prefeito <strong>de</strong> Presi<strong>de</strong>nte Venceslau, Sr. Ângelo CésarMalacrida, que ainda não chegou; e <strong>do</strong> Sr. José Fernan<strong>do</strong> Tole<strong>do</strong> Osório, responsável pelafiscalização <strong>de</strong> obra da CDHU na região, objeto da <strong>de</strong>núncia apresentada a esta CPI emnome <strong>do</strong> consórcio forma<strong>do</strong> pelas empresas LBR e Tjofran. O Sr. José Fernan<strong>do</strong> já se encontrapresente. Nós vamos convidá-lo para fazer parte da Mesa para iniciarmos aqui o nossointerrogatório. Sr. José Fernan<strong>do</strong> Tole<strong>do</strong> Osório, por favor.Sr. José Fernan<strong>do</strong> Osório, o senhor foi convoca<strong>do</strong> a comparecer a esta CPI constituídapelo Ato n. 60, <strong>de</strong> 2009, Requerimento n. 3528, <strong>de</strong> 2007, com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> investigar<strong>de</strong>núncias <strong>de</strong> frau<strong>de</strong>s em licitações para a construção <strong>de</strong> casas pela Companhia <strong>de</strong> DesenvolvimentoHabitacional e Urbano (CDHU). E, como testemunha, com fundamento no art.213 e 218, ambos <strong>do</strong> Código <strong>de</strong> Processo Penal, combina<strong>do</strong> com o § 2º <strong>do</strong> art. 13 da Constituição<strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, e art. 3º da Lei Estadual 11.124, <strong>de</strong> 10 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 2002, bem como <strong>de</strong>maisnormas constitucionais e infraconstitucionais aplicáveis à espécie, cumpre-nos adverti-lo <strong>de</strong>que <strong>de</strong>ve dizer a verda<strong>de</strong>, não po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> fazer afirmação falsa, calar ou negar a verda<strong>de</strong> arespeito <strong>do</strong>s fatos <strong>de</strong> seu conhecimento, por incorrer no crime previsto no art. 4º, inciso II,da Lei Fe<strong>de</strong>ral n. 1579, <strong>de</strong> 18 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 1952.Eu queria o senhor pu<strong>de</strong>sse respon<strong>de</strong>r a algumas questões. Seu nome completo.O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – José Fernan<strong>do</strong> Tole<strong>do</strong> Osório.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Ida<strong>de</strong>.O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – 62 anos.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Esta<strong>do</strong> civil.O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Casa<strong>do</strong>.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – En<strong>de</strong>reço da residência.O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Rua Eduar<strong>do</strong> da Silva Magalhães, 618,Parque Continental, <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Profissão.O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Engenheiro civil.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Local <strong>de</strong> trabalho.O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Rua Genebra, 264, 4º andar, conjunto 42.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Empresa.O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – LBR Engenharia, da qual sou sócio.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Cargo.O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Diretor-sócio.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Tem grau <strong>de</strong> parentesco com algumadas partes <strong>de</strong>ste processo?O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Não, senhor.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Qual a sua relação com quaisquer daspartes?O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Profissional.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Eu queria que o senhor pu<strong>de</strong>sse ler estetermo <strong>de</strong> compromisso.O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Sob minha palavra <strong>de</strong> honra, prometodizer a verda<strong>de</strong> <strong>do</strong> que souber e me for pergunta<strong>do</strong> relaciona<strong>do</strong> com a investigação a cargo<strong>de</strong>sta Comissão Parlamentar <strong>de</strong> Inquérito.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Eu peço a V. Sa. a gentileza <strong>de</strong> relataro que souber, explican<strong>do</strong> sempre às razões <strong>de</strong> sua ciência ou as circunstâncias pelas quaispossa avaliar-se <strong>de</strong> sua credibilida<strong>de</strong>.O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Este contrato a LBR ganhou em consórciocom a Empresa Tjofran, uma licitação para gerenciamento <strong>de</strong> obras na Região <strong>de</strong> Marília ePresi<strong>de</strong>nte Pru<strong>de</strong>nte, contrato esse que se iniciou em 2003.Esse contrato tem a intenção <strong>de</strong> fazer a fiscalização <strong>de</strong> obras, essas obras po<strong>de</strong>mser obras por empreitada, ou seja, aquelas contratadas com empreiteiras ou obras através<strong>de</strong> convênios efetua<strong>do</strong>s com Prefeituras, que era o chama<strong>do</strong> Habiteto, <strong>de</strong>pois Pró-Lar Autoconstrução,mas que tinha o mesmo objetivo; também com associações <strong>de</strong> mora<strong>do</strong>res queeventualmente se formassem essas associações para essa execução <strong>de</strong> contrato.Eu particularmente por uma <strong>de</strong>cisão <strong>do</strong> consórcio esse contrato foi gerencia<strong>do</strong> ecoor<strong>de</strong>na<strong>do</strong> por mim <strong>de</strong> 2003 a abril <strong>de</strong> 2006. Posteriormente, foi outro engenheiro que foicoor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>r; em função da própria importância <strong>de</strong>sse contrato <strong>de</strong>cidiu-se que um sóciofaria essa coor<strong>de</strong>nação.A região abrangida compõe 104 municípios, sen<strong>do</strong> 53 na Região <strong>de</strong> Presi<strong>de</strong>ntePru<strong>de</strong>nte e 51 municípios na Região <strong>de</strong> Marília. Desses municípios, foram realiza<strong>do</strong>s empreendimentose entregues, na Região <strong>de</strong> Presi<strong>de</strong>nte Pru<strong>de</strong>nte, 49 empreendimentos, <strong>do</strong>s quais46 foram <strong>do</strong> Programa Habiteto, ou seja, <strong>de</strong> mutirão, <strong>do</strong>is <strong>de</strong> programa <strong>de</strong> empreitada quecontrata<strong>do</strong> com empreiteiras e um no programa associativo. Foram atendi<strong>do</strong>s 32 municípios<strong>de</strong> empreendimentos inicia<strong>do</strong>s e concluí<strong>do</strong>s, ou inicia<strong>do</strong>s antes da nossa entrada. Empreendimentosem andamento foram 38 e aten<strong>de</strong>ram 14 municípios. O total <strong>de</strong> empreendimentosna Região <strong>de</strong> Presi<strong>de</strong>nte Pru<strong>de</strong>nte que nós trabalhamos foram 87 empreendimentos queaten<strong>de</strong>ram 53 municípios.Na Região <strong>de</strong> Marília nós participamos <strong>de</strong> 40 empreendimentos que foram entregues,<strong>do</strong>s quais 37 no Programa Habiteto, <strong>do</strong>is no programa EI – que era empreitadaintegral, e um que era morada indígena. Foram atendi<strong>do</strong>s nesses 40 empreendimentos 27municípios. Estavam em andamento 36 empreendimentos em 13 municípios. Ou seja, nóstrabalhamos na Região <strong>de</strong> Marília em 76 empreendimentos aten<strong>de</strong>n<strong>do</strong> um total <strong>de</strong> 40municípios.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Muito bem. Vamos abrir a palavra aossenhores <strong>de</strong>puta<strong>do</strong>s.O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Pela or<strong>de</strong>m, Presi<strong>de</strong>nte.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Tem V. Exa. a palavra.O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Queria dar bom-dia ao Sr. José Fernan<strong>do</strong>; a to<strong>do</strong>s os<strong>de</strong>puta<strong>do</strong>s; a assessoria aqui presente.Sr. José Fernan<strong>do</strong>, nessa construção <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s habitacionais pelo Programa Habiteto,nós tínhamos o envolvimento, portanto, da CDHU, das prefeituras, da associação <strong>de</strong>mutirão, e da LBR-Tjofran que fazia fiscalização e da construtora. Tinha diversas pessoasjurídicas participan<strong>do</strong>. Queria que V. Exa. pu<strong>de</strong>sse explanar qual é o grau <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong>e <strong>de</strong> atribuições <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s esses entes envolvi<strong>do</strong>s na construção das unida<strong>de</strong>s habitacionais.O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Pois não. Começan<strong>do</strong> pelo município, osistema Habiteto sofreu uma evolução no tempo, mas era um convênio realiza<strong>do</strong> entre aCDHU e o município, on<strong>de</strong> o município era responsável por <strong>do</strong>ar o terreno para o empreendimento,<strong>de</strong>senvolver os projetos – ou o município ou a própria CDHU, isso num primeiroinstante; era responsabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> município promover a inscrição <strong>do</strong>s interessa<strong>do</strong>s queseriam os mutirantes. A responsabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> município incluía, num certo momento, aenergização <strong>do</strong> empreendimento, a iluminação <strong>do</strong> empreendimento, a infraestrutura toda –guias, sarjetas, drenagem, água e esgoto, e era responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>le também aprovar esseempreendimento, esse projeto nos órgãos competentes, inclusive no próprio município.Isso era feito um convênio aí por gestões <strong>do</strong> prefeito, da prefeitura, junto à Secretaria<strong>de</strong> Habitação ou CDHU, se formalizava um convênio. O terreno só era aceito <strong>de</strong>pois <strong>de</strong>uma vistoria feita por técnicos da CDHU que analisavam a conformida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sse terreno comas exigências. Aprova<strong>do</strong> isso, se assinava esse convênio, que era CDHU e prefeitura, on<strong>de</strong> aCDHU fornecia à prefeitura verba para aquisição <strong>de</strong> materiais e uma outra verba que incluíaadministração <strong>de</strong>sse empreendimento, aquisição <strong>de</strong> ferramentas e assessoria técnica aoempreendimento.A responsabilida<strong>de</strong> da licitação para aquisição <strong>do</strong>s materiais ou contratação <strong>de</strong>ssaassessoria técnica ou eventualmente a montagem <strong>de</strong>ssa assessoria técnica, porque nemtodas as prefeituras se utilizavam <strong>de</strong> assessoria técnica contratada. Havia prefeituras quemontavam essa estrutura com esta verba existente, uma estrutura própria para <strong>de</strong>senvolvimento<strong>do</strong> empreendimento. Então, em termos <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> entre prefeitura e CDHUeu imagino que eu tenha...Houve um processo evolutivo nessa história, e num certo momento essas prefeiturasnem sempre tinham as condições financeiras para <strong>de</strong>senvolver a infraestrutura <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong><strong>de</strong>la, a CDHU passou também, no próprio convênio, isso num segun<strong>do</strong> tempo, afazer uma verba, ter uma previsão <strong>de</strong> uma verba para essa infraestrutura, quer dizer, seriauma parte da participação <strong>de</strong> custos; e na parte <strong>de</strong> universalização <strong>de</strong> energia as concessionáriaspassaram a cumprir uma obrigação <strong>de</strong> concessão que era energizar o empreendimento;anteriormente as prefeituras tinham que pagar por essa energização, botar posteação,esse tipo <strong>de</strong> coisa. A iluminação permaneceu sob responsabilida<strong>de</strong> ainda das prefeituras.Nós fomos contrata<strong>do</strong>s para fazer a fiscalização, o acompanhamento e as medições– o acompanhamento físico <strong>de</strong>ssas obras. Em que momento nós entrávamos no empreendimento?A CDHU nos dava or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> serviço para execução <strong>de</strong> cada empreendimento, nósentrávamos nesse empreendimento quan<strong>do</strong> a prefeitura havia passa<strong>do</strong> por todas as etapas<strong>de</strong> aquisição <strong>do</strong>s materiais, eventual contratação, montagem da sua estrutura técnica <strong>de</strong>assessoria aos mutirantes; eles já haviam feito um plano <strong>de</strong> trabalho que era o regulamento<strong>do</strong> mutirão, as pessoas já estavam <strong>de</strong>finidas quais seriam as famílias que seriam proprietárias<strong>de</strong>ssa casa futuramente. E eles assinavam um <strong>do</strong>cumento – o prefeito, o responsáveltécnico, o engenheiro responsável técnico da prefeitura, porque a responsabilida<strong>de</strong> técnicada execução da obra era da prefeitura, uma assistente social que fazia toda parte social <strong>de</strong>agregação <strong>do</strong>s mutirantes, da prefeitura, e to<strong>do</strong>s os mutirantes inscritos naquele programa.Neste momento a prefeitura já havia realiza<strong>do</strong> a terraplanagem; também era <strong>de</strong>responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>la fazer a conformação <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com o projeto e fazer a alocação dasobras. Nós iniciávamos fazen<strong>do</strong> a verificação <strong>de</strong>ssa alocação, a conformida<strong>de</strong> da alocação<strong>de</strong>sse projeto em relação ao projeto que nos era forneci<strong>do</strong>. A partir daí nós fazíamos oacompanhamento através <strong>de</strong> mestre <strong>de</strong> obras e engenheiro, acompanhamento <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimentoda obra. Fazíamos mensalmente medições <strong>de</strong> avanço físico; essas medições sãofeitas por uma formatação que a própria CDHU <strong>de</strong>fine; o engenheiro vai e verifica qual é oandamento da obra por etapas, tipo fundação, meia alvenaria, alvenaria completa, ma<strong>de</strong>iramento<strong>de</strong> telha<strong>do</strong>. Então tem toda uma regra <strong>de</strong>finida pela própria CDHU.Essa medição física feita pelo engenheiro no canteiro eventualmente era verificadapelo responsável da prefeitura, esse <strong>do</strong>cumento ia para o escritório e era transforma<strong>do</strong>,através <strong>de</strong> outra formatação que a CDHU <strong>de</strong>fine, em financeiro. Isto era assina<strong>do</strong> por nós,nosso engenheiro, o nosso coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>r, o coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>r regional da CDHU e vinha para cá.O pagamento era feito diretamente da CDHU à prefeitura. Então quan<strong>do</strong> eventualmente osenhor fala empreiteiro normalmente isso era uma assessoria.O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Qual era a atitu<strong>de</strong> quan<strong>do</strong> ocorresse essa mediçãocaso a empresa encontrasse alguma irregularida<strong>de</strong>? O que era feito?O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – As irregularida<strong>de</strong>s, a nossa fiscalização éuma fiscalização contínua, então o nosso mestre estava lá para acompanhar a evolução daobra e a qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s serviços executa<strong>do</strong>s. Evi<strong>de</strong>ntemente, num mutirão essa qualida<strong>de</strong> érelativa em função <strong>de</strong> serem executa<strong>do</strong>s por pessoas não qualificadas. Mas o que a gentefazia? A gente buscava, junto a essas equipes <strong>de</strong> trabalho, buscava obter o máximo <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>nessa obra.O que po<strong>de</strong>ria acontecer? Se tivesse alguma coisa ina<strong>de</strong>quada, nós tínhamos umaanotação, o nosso mestre <strong>de</strong> obra tinha um formulário <strong>de</strong> indicação das inconsistências ou<strong>do</strong>s erros da obra, ele passava isso para o nosso engenheiro, o engenheiro ia lá e verificava,comunicava ao responsável pela prefeitura para as correções, anotávamos isso em livro <strong>de</strong>obra, e este livro <strong>de</strong> obra ficava no canteiro e tinha uma cópia que encaminhava para a prefeitura.Não sei se eu consegui explicar.O SR. MILTON FLÁVIO – PSDB – Deputa<strong>do</strong> Bruno, V. Exa. me dá um pequeno aparte<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>ssa mesma linha?O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Claro.O SR. MILTON FLÁVIO – PSDB – Sr. José Fernan<strong>do</strong>, quan<strong>do</strong> o senhor disse que faziaessa verificação, controlava, fazia a medição da obra para saber em que etapa estava e seestava em conformida<strong>de</strong> eventualmente com o projeto que havia si<strong>do</strong> elabora<strong>do</strong>, eu imaginoo seguinte. Imagina-se que <strong>de</strong>va colocar azulejo até o teto, o azulejo não foi coloca<strong>do</strong>,


24 – <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, 119 (222) – Suplemento Diário Oficial Po<strong>de</strong>r Legislativo sába<strong>do</strong>, 28 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 2009isso é uma <strong>de</strong>sconformida<strong>de</strong>; a janela tem que ter <strong>do</strong>is metros e a janela está com ummetro e oitenta, é uma <strong>de</strong>sconformida<strong>de</strong>; o pé direito... É isso mesmo né? Agora, é isso queseria conformida<strong>de</strong> com o projeto?O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – É. É se o projeto estava sen<strong>do</strong> executa<strong>do</strong>,se a obra estava sen<strong>do</strong> executada em conformida<strong>de</strong> com o projeto. Não po<strong>de</strong>ria, porexemplo, ter uma janela que não estivesse num quarto, estivesse numa outra posição, numapare<strong>de</strong> que não estava prevista no projeto.O SR. MILTON FLÁVIO – PSDB – Era isso que eu queria enten<strong>de</strong>r.O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – As dimensões da janela tinham que seraquelas que estavam lá e no local que estava <strong>de</strong>fini<strong>do</strong>.O SR. MILTON FLÁVIO – PSDB – Essas seriam as <strong>de</strong>sconformida<strong>de</strong>s.O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Sim.O SR. MILTON FLÁVIO – PSDB – Agora só para eu enten<strong>de</strong>r. A sua empresa tinhaalguma responsabilida<strong>de</strong> no material compra<strong>do</strong>? Por exemplo, a janela está em conformida<strong>de</strong>,tem as dimensões estabelecidas, a sua empresa tinha responsabilida<strong>de</strong> em saber porque comprou “a” ou comprou “b”? Isso era responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> quem?O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Nós não tínhamos essa possibilida<strong>de</strong> porquequan<strong>do</strong> nós entrávamos no empreendimento isso já estava compra<strong>do</strong>.O SR. MILTON FLÁVIO – PSDB – E <strong>de</strong> quem era a responsabilida<strong>de</strong>?O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – O processo licitatório ele é feito pelaprefeitura. Nem a CDHU nem nós tínhamos qualquer interferência no processo, porque é umprocesso interno da prefeitura. A prefeitura tinha obrigação <strong>de</strong> cumprir as regras <strong>do</strong> convêniorelativas ao projeto, às conformida<strong>de</strong>s que <strong>de</strong>veriam ser em termos da própria qualida<strong>de</strong><strong>de</strong>sses materiais.O SR. MILTON FLÁVIO – PSDB – Obriga<strong>do</strong>.O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Tanto é que a responsabilida<strong>de</strong> pela execuçãoda obra era da prefeitura.O SR. MILTON FLÁVIO – PSDB – E a fiscalização da área técnica também era da prefeitura?O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Eles tinham a obrigação <strong>de</strong> acompanhare fazer <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> padrão <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>. Nós fazíamos o acompanhamento. Evi<strong>de</strong>nte que senós <strong>de</strong>parássemos com <strong>de</strong>feitos <strong>de</strong> materiais... A nossa verificação era visual, o convênionão previa qualquer tipo <strong>de</strong> recurso para que se fizesse controle tecnológico em laboratório,então nós fazíamos uma verificação visual.O SR. VITOR SAPIENZA – PPS – Pela or<strong>de</strong>m, Presi<strong>de</strong>nte.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Pois não.O SR. VITOR SAPIENZA – PPS – Dentro <strong>de</strong>sse quadro, se a responsabilida<strong>de</strong> era daprefeitura, qual era a responsabilida<strong>de</strong> vossa?O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – A nossa era ver se eles estavam executan<strong>do</strong><strong>de</strong> forma conforme ao projeto; fazer com que a obra fosse executada, nós tínhamosobrigação <strong>de</strong> fazer com que fosse cumpri<strong>do</strong>...O SR. VITOR SAPIENZA – PPS – Então vocês tinham responsabilida<strong>de</strong>?O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Tínhamos responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> acompanharo empreendimento. Era nossa responsabilida<strong>de</strong>.O SR. VITOR SAPIENZA – PPS – Um minutinho só. Acompanhar eu posso amanhã ou<strong>de</strong>pois pegar uma pessoa e falar: acompanha aquilo lá; ela vai lá e fica olhan<strong>do</strong>, acompanhan<strong>do</strong>.É muito vago acompanhar. Acompanhar é ir lá e ficar olhan<strong>do</strong> o que está acontecen<strong>do</strong>lá. Não! Me parece que seu escritório é escritório técnico, porque amanhã ou <strong>de</strong>poiseu posso acompanhar e eu não enten<strong>do</strong> nada <strong>de</strong> obra, então estou acompanhan<strong>do</strong>; agora,quan<strong>do</strong> eu contrato uma empresa <strong>de</strong> engenharia não é simplesmente acompanhar, é verificarse há distorção, se não há distorção; se aquela distorção que eu levantei foi corrigida.Concor<strong>do</strong> com o senhor quan<strong>do</strong> o senhor disse que o material que foi entregue era <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong>da prefeitura. Agora, acompanhar por acompanhar, não existe isso, então nãoprecisa <strong>de</strong> técnico, não precisa <strong>de</strong> empresa. Se é só para acompanhar e não ter a responsabilida<strong>de</strong>,não há necessida<strong>de</strong>. Obriga<strong>do</strong>.O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Eu tenho impressão <strong>de</strong> que o senhor nãoenten<strong>de</strong>u então.O SR. VITOR SAPIENZA – PPS – Então o senhor não foi feliz na explicação.O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Eu me fiz enten<strong>de</strong>r mal. Nós tínhamosobrigação <strong>de</strong> acompanhar o andamento <strong>do</strong> empreendimento <strong>do</strong> começo ao fim. Tanto éque no início eu falei: nós vamos lá e verificamos a alocação da obra se ela está correta; nóstemos obrigação <strong>de</strong> verificar se a fundação que foi feita ela está correta; se a alvenaria queestá sen<strong>do</strong> feita está correta.O SR. VITOR SAPIENZA – PPS – Dentro <strong>de</strong>ssa explicação que o senhor está dan<strong>do</strong>,vamos admitir que não estivesse correta, o que aconteceria?O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Nós apontávamos no livro <strong>de</strong> obra emandávamos corrigir.O SR. VITOR SAPIENZA – PPS – Então o senhor tinha responsabilida<strong>de</strong>.O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Não! Sim. Mas eu imaginei que estivesseme fazen<strong>do</strong> enten<strong>de</strong>r. Mas é isso que nós fazíamos. Por isso que nós tínhamos um mestre <strong>de</strong>obras que tinha um formulário <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> por nós para a verificação das não conformida<strong>de</strong>sda obra, ele passava isso ao engenheiro, o engenheiro solicitava e fazia com que secorrigisse isso. E isso era acompanha<strong>do</strong> semanalmente. Nós não estávamos direto na obra,mas semanalmente engenheiro e mestre estavam em cada uma <strong>de</strong>ssas obras.O SR. MILTON FLÁVIO – PSDB – Sr. José Fernan<strong>do</strong>, só para um esclarecimento.Vamos imaginar que sua empresa constatasse, como disse o Deputa<strong>do</strong>, ainda há pouco,uma <strong>de</strong>sconformida<strong>de</strong>, apontasse para o engenheiro responsável, para a prefeitura quetinha um escritório <strong>de</strong> engenharia responsável pela obra para corrigir a <strong>de</strong>sconformida<strong>de</strong> ea <strong>de</strong>sconformida<strong>de</strong> não era corrigida. Qual seria o próximo passo?O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – A gente tinha por obrigação informar àCDHU que não estava sen<strong>do</strong> cumpri<strong>do</strong> isso, porque nós éramos co-representantes da CDHU.O SR. MILTON FLÁVIO – PSDB – Então num primeiro momento a medida corretivaseria apontar para a CDHU que a obra não estava sen<strong>do</strong> executada, apesar das...O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Se o convenia<strong>do</strong> que é a prefeitura nãoquiser cumprir uma obrigação, eu não tenho ferramentas para obrigá-lo.O SR. MILTON FLÁVIO – PSDB – E aí a comunicação era feita ao CDHU que tomavaas providências que julgasse...O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Não. Nos orientava <strong>de</strong> como fazer. Eventualmente,a CDHU po<strong>de</strong>ria dizer: Olha, esses itens o senhor não me<strong>de</strong>. E eu não media.O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Esses critérios que o senhor disse que o mestre <strong>de</strong>obras tinha lá um ca<strong>de</strong>rno para verificar se estava <strong>de</strong> acor<strong>do</strong>, esses critérios eram estabeleci<strong>do</strong>spela LBR ou pela CDHU.O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – É o seguinte. Os mutirões não tinham o...Quan<strong>do</strong> você contrata uma empreiteira, a empreiteira tem que estar qualificada, para executarempreendimentos habitacionais na CDHU ela tem que estar qualificada no QUALIHAB.Os convênios com prefeituras não têm essa exigência, até porque existiria uma certa dificulda<strong>de</strong>.O que nós fazíamos? Basea<strong>do</strong>s nos parâmetros que existem <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong>s padrões quea CDHU tinha <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>, nós fazíamos uma itemização <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os itens que <strong>de</strong>veriamser verifica<strong>do</strong>s. Nós criamos isso inclusive para ter um limite, inclusive para ter um padrão<strong>de</strong> fiscalização, porque senão cada engenheiro nosso teria uma forma <strong>de</strong> agir, cada mestreteria uma forma <strong>de</strong> agir. Então nós criamos um padrão para que to<strong>do</strong>s agissem da mesmaforma.O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Perfeito. O padrão foi cria<strong>do</strong> pela empresa com baseentão nos critérios da CDHU.O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Critérios da CDHU.O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Perfeito. Então supon<strong>do</strong> não haver irregularida<strong>de</strong>constatada pelo mestre <strong>de</strong> obras, o caminho a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong> era: o mestre <strong>de</strong> obras passava esserelatório para o engenheiro da LBR e o engenheiro passava...O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Do consórcio.O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Desculpe, <strong>do</strong> consórcio. O engenheiro passava paraa diretoria <strong>do</strong> consórcio que passava o relatório para a CDHU. Era esse o dia-a-dia comum,não encontran<strong>do</strong> irregularida<strong>de</strong>, é isso?O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Nós tínhamos um processo <strong>de</strong> trabalhoon<strong>de</strong> nós fazemos uma reunião <strong>de</strong> planejamento toda segunda-feira. Nessa reunião <strong>de</strong> planejamentodiscutiam-se to<strong>do</strong>s os problemas encontra<strong>do</strong>s na semana anterior.O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Desculpe. A reunião <strong>de</strong> planejamento interna daempresa ou com a CDHU?O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – A gente convidava o responsável, osengenheiros e coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>res da CDHU para participação disso daí. Normalmente nessareunião havia a participação da CDHU. Fazia-se uma ata <strong>de</strong> reunião on<strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os problemasencontra<strong>do</strong>s, ou a própria CDHU porque ela nos auditava, em particular, eventualmente,ela saía, mandava os seus engenheiros, os seus mestres auditar o nosso trabalhopara ver se tinha inconsistência, não-conformida<strong>de</strong>. Ela fazia isso. Então nessa reunião <strong>de</strong>planejamento nós fazíamos, cada engenheiro, cada mestre responsável por um conjunto <strong>de</strong>empreendimentos colocava os problemas havi<strong>do</strong>s, que atitu<strong>de</strong>s haviam toma<strong>do</strong>, e se discutia,junto com a CDHU, soluções. Inclusive a gente discutia o andamento físico <strong>de</strong>ssas obras,os atrasos eventuais, os motivos pelos quais os atrasos aconteciam, as dificulda<strong>de</strong>s que aprefeitura estava encontran<strong>do</strong>, em particular quan<strong>do</strong> acontecia, por exemplo, quan<strong>do</strong> chegavana fase <strong>de</strong> infraestrutura. Tu<strong>do</strong> isso a gente discutia na nossa reunião semanal, tantona Regional <strong>de</strong> Marília quanto na Regional <strong>de</strong> Pru<strong>de</strong>nte. Tinha to<strong>do</strong> um planejamento paraa evolução <strong>do</strong> trabalho.O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Perfeito. Então o procedimento era: o mestre <strong>de</strong>obras fiscalizava in loco, passava isso para o engenheiro responsável e fiscalizava...O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Que também ia na obra.O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Ah! Então, perfeito. Acompanhava o mestre <strong>de</strong> obrasna fiscalização e esse mesmo engenheiro participava <strong>de</strong> uma reunião regional on<strong>de</strong> a CDHUparticipava, o senhor diz, uma reunião <strong>de</strong> planejamento.O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – É.O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Semanal. É isso?O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Participava os engenheiros, os mestres, opessoal <strong>de</strong> planejamento, o supervisor <strong>de</strong> obra, o coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>r, uma semana em cada, porqueé um coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>r para os <strong>do</strong>is...O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Era nessas reuniões então que o engenheiro <strong>do</strong> consórcioavisava inclusive quan<strong>do</strong> o responsável pela prefeitura não havia toma<strong>do</strong> as atitu<strong>de</strong>s.O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Quan<strong>do</strong> havia os problemas. Mas isso,além disso, tinha o registro no livro <strong>de</strong> obras.O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Perfeito.O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Tinha o registro no livro <strong>de</strong> obras porqueé...O SR. MILTON FLÁVIO – PSDB – Um <strong>do</strong>cumento legal?O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Faz parte <strong>do</strong>s <strong>do</strong>cumentos legais o registro,o livro <strong>de</strong> registro <strong>de</strong> obras.O SR. BRUNO COVAS – PSDB – O senhor conhece o senhor Mario Antônio DaleVe<strong>do</strong>ve Moreno?O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Sim. Ele, quan<strong>do</strong> nós iniciamos o contrato,ele já era engenheiro presta<strong>do</strong>r <strong>de</strong> serviços para outros consórcios, outras gerencia<strong>do</strong>ras;ele já estava na região há mais ou menos uns 12 anos fazen<strong>do</strong> esse tipo <strong>de</strong> serviço à CDHUpor intermédio <strong>de</strong> gerencia<strong>do</strong>ras. Como ele estava lá, conhecia, houve, não havia nenhumaindicação contrária a ele, ele foi, assumiu logo <strong>de</strong> cara a posição <strong>de</strong> supervisor que era aposição que ele tinha no outro consórcio que nos antece<strong>de</strong>u.O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Desculpe. O supervisor <strong>do</strong> consórcio LBR-Tjofran?O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Supervisor <strong>do</strong> nosso consórcio. Ele eraresponsável pela supervisão das obras na Regional <strong>de</strong> Presi<strong>de</strong>nte Pru<strong>de</strong>nte.Quan<strong>do</strong> eu saí da coor<strong>de</strong>nação, ele foi, assumiu a minha posição no consórcio.O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Então o senhor era...O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – O coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>r.O SR. BRUNO COVAS – PSDB – O responsável regional antes <strong>do</strong> Sr. Mario AntônioDale Ve<strong>do</strong>ve Moreno?O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> serviço inicial em março <strong>de</strong>2003 até abril <strong>de</strong> 2006, o coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>r <strong>do</strong> contrato fui eu por uma <strong>de</strong>cisão da socieda<strong>de</strong>, <strong>do</strong>consórcio.


sába<strong>do</strong>, 28 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 2009 Diário Oficial Po<strong>de</strong>r Legislativo <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, 119 (222) – Suplemento – 25O SR. BRUNO COVAS – PSDB – E o Sr. Mario Antônio começou a trabalhar no consórcioa partir <strong>de</strong> quan<strong>do</strong>?O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – De 2003.O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Antes ele não trabalhava?O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Ele já trabalhava em outras gerencia<strong>do</strong>rasque nos antece<strong>de</strong>ram.O SR. BRUNO COVAS – PSDB – O Sr. Mario Antônio foi con<strong>de</strong>na<strong>do</strong> no Processo 540,<strong>de</strong> 2006, que correu na Vara Judicial da Comarca <strong>de</strong> Pirapozinho, por formação <strong>de</strong> quadrilhae lavagem <strong>de</strong> dinheiro. O senhor tem conhecimento <strong>de</strong>sse processo?O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Eu tenho conhecimento <strong>do</strong> processo, atéporque, no dia 15 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 2007, eu fui surpreendi<strong>do</strong> por uma ligação avisan<strong>do</strong> que oSr. Mario havia si<strong>do</strong> preso junto com o gerente regional, o coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>r regional da CDHU.Então a partir daí nós tivemos todas as surpresas em relação a esse problema. Ele estevepreso. Pelo que eu sei ele está respon<strong>de</strong>n<strong>do</strong> a um processo. Inclusive eu fui indica<strong>do</strong> comotestemunha <strong>de</strong>les e prestei <strong>de</strong>poimento aqui no Fórum Criminal, aqui em <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>.O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Por que o Sr. Mario Antônio foi incluí<strong>do</strong> aqui no processo?O que foi imputa<strong>do</strong> a ele em relação ao esquema ali em Pirapozinho?O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Olha, isso eu realmente não saberiacolocar ao senhor. O que a gente ficou saben<strong>do</strong> é que houveram gravações <strong>de</strong> conversas<strong>de</strong>le com pessoas da FT, que era a assessoria contratada por alguns municípios, e que issoo incriminou. Eu realmente não tenho o <strong>de</strong>talhe <strong>de</strong>sses da<strong>do</strong>s. Isso foi um inquérito policialque houve.O SR. BRUNO COVAS – PSDB – O consórcio LBR-Tjofran abriu alguma sindicânciainterna, alguma apuração para verificar se o Sr. Mario Antônio, quan<strong>do</strong> respon<strong>de</strong>n<strong>do</strong> peloconsórcio, fez alguma irregularida<strong>de</strong>?O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Olha, o que nós fizemos foi no dia 16<strong>de</strong> maio nós afastamos ele <strong>do</strong> consórcio. Agora, as verificações que nós fizemos após issoforam todas verificações em conjunto com a própria CDHU para ver eventuais distorções. Sepreocupou muito com relação aos critérios <strong>de</strong> medição, se estavam corretos, não havia distorções.Quer dizer, não cabia a nós, a partir <strong>do</strong> momento que ele foi incluí<strong>do</strong> num processojudicial, eu acho que cabe à Justiça <strong>de</strong>cidir a culpa <strong>de</strong>le ou não. Eu realmente não me sintoem condições <strong>de</strong> fazer qualquer julgamento a respeito.O SR. BRUNO COVAS – PSDB – O senhor tem conhecimento se em algum momentoalgum prefeito ou algum funcionário da CDHU solicitou ao consórcio que dissesse que aobra estava ok, <strong>de</strong> conforme com os parâmetros e os critérios estabeleci<strong>do</strong>s, não estan<strong>do</strong> <strong>de</strong>acor<strong>do</strong> com esses parâmetros?O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Olha, esse tipo <strong>de</strong> solução, <strong>de</strong> solicitação,não é normal. Eu não tenho conhecimento <strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong> solicitação. Se foi feito, não chegouao meu conhecimento, porque a partir <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 2006 eu fiquei em <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong> e não acompanhavamais diretamente. Se houve qualquer coisa, eu pelo menos não conheço o registro.O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Qual era o papel das duas empresas LBR e daempresa Tjofran nesse consórcio? A LBR tem mais responsabilida<strong>de</strong>s?O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – O consórcio é forma<strong>do</strong> para juntar capacida<strong>de</strong>técnica e financeira para se cumprir uma exigência <strong>de</strong> uma licitação. A li<strong>de</strong>rança <strong>do</strong>consórcio era da LBR, a gestão <strong>do</strong> contrato era feita pela LBR. Nós dividíamos responsabilida<strong>de</strong><strong>de</strong> custos, isso fazia com que parte das pessoas contratadas eram contratadas pelaTjofran, parte pela LBR, isso para um equilíbrio financeiro. E a gestão <strong>do</strong> contrato ele eraacompanha<strong>do</strong> pela Tjofran junto com a LBR mês a mês em reuniões que nós fazíamos <strong>de</strong>gestão.O SR. BRUNO COVAS – PSDB – As pessoas contratadas para trabalhar ali na Região<strong>de</strong> Presi<strong>de</strong>nte Pru<strong>de</strong>nte foram contratadas pela LBR e pela Tjofran?O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Nós tínhamos <strong>do</strong>is tipos <strong>de</strong> contrato. Nóstínhamos pessoas CLT e tinha também por pessoa jurídica, então isso era variável em função<strong>do</strong> equilíbrio que se fazia. A estrutura administrativa <strong>de</strong> Presi<strong>de</strong>nte Pru<strong>de</strong>nte era da LBRe a estrutura administrativa <strong>de</strong> Marília era da Tjofran.O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Por ora é só, Presi<strong>de</strong>nte. Agra<strong>de</strong>ço ao Sr. José Fernan<strong>do</strong>por ter respondi<strong>do</strong> às questões.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Eu passo a palavra agora para o Deputa<strong>do</strong>Enio Tatto que havia pedi<strong>do</strong> a palavra.O SR. ENIO TATTO – PT – Pela or<strong>de</strong>m, senhor Presi<strong>de</strong>nte.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Tem V. Exa. a palavra.O SR. ENIO TATTO – PT – Como eu já comuniquei a V. Exa., eu vou me inscrever apósa inscrição <strong>do</strong> Deputa<strong>do</strong> Antonio Mentor. Queria que o senhor modificasse.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Eu não havia... Mas farei.O SR. ENIO TATTO – PT – É uma tática <strong>de</strong> bancada aqui.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Está certo. Muito bem. Quero então,com a anuência <strong>do</strong> Deputa<strong>do</strong> Enio Tatto, passar a palavra para o Deputa<strong>do</strong> Antonio Mentor.O SR. MILTON FLÁVIO – PSDB – Sr. Presi<strong>de</strong>nte, aqui na nossa bancada tambémhouve um acor<strong>do</strong> com o Bruno e eu fiquei para <strong>de</strong>pois.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Certo.O SR. MILTON FLÁVIO – PSDB – Para <strong>de</strong>pois <strong>do</strong> Deputa<strong>do</strong> Tatto.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Muito bem.O SR. MILTON FLÁVIO – PSDB – É uma questão <strong>de</strong> tática <strong>de</strong> bancada.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Não há nenhum problema. Esta Presidênciatambém é “expert” em tática e estratégia.O SR. ENIO TATTO – PT – Colocan<strong>do</strong> sempre que a gente está na ofensiva; a gentejoga no ataque.O SR. MILTON FLÁVIO – PSDB – E nós no contra-ataque.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Tem V. Exa. a palavra, Deputa<strong>do</strong> AntonioMentor.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Sr. Presi<strong>de</strong>nte, atacan<strong>do</strong> em leque e <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> em“x”, nós vamos iniciar aqui a nossa indagação cumprimento o senhor <strong>de</strong>poente e <strong>de</strong>mais<strong>de</strong>puta<strong>do</strong>s e esta presidência, a assessoria <strong>de</strong>sta Comissão Parlamentar <strong>de</strong> Inquérito.Queria, apenas a título <strong>de</strong> esclarecimento, solicitar uma precisão mais na sua informaçãorelativa à sua participação na empresa LBR. O senhor disse que é sócio?O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Sou sócio da empresa.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – O senhor trabalhou na qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sócio <strong>de</strong> 2003a 2006, no gerenciamento <strong>de</strong>sse projeto da CDHU na Região <strong>de</strong> Presi<strong>de</strong>nte Pru<strong>de</strong>nte e Marília.É isso?O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Eu assumi a posição <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>r <strong>do</strong>contrato. Era uma função que existia no organograma <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>r <strong>de</strong> contrato.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Nesse perío<strong>do</strong> o senhor era sócio da LBR?O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Sim.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Porque aqui nós temos uma informação, Sr. Fernan<strong>do</strong>,que nos diz que o senhor ingressou na socieda<strong>de</strong> em maio <strong>de</strong> 2005. Perdão, maio <strong>de</strong>2006. Confere?O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Confere. Nós tínhamos um contrato particularentre os sócios; eu era sócio.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Apenas para ser preciso em relação à informação.O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Eu nesse momento era sócio oculto. Eutenho como... Eu sou sócio. Eu tinha um contrato com os outros sócios.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Eu queria só puxar um pouco pela sua memória,me pareceu que o senhor tem ofereci<strong>do</strong> aqui muitas informações importantes. Consultá-losobre o seguinte. Qual é o valor que a CDHU pagava por unida<strong>de</strong> construída?O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Esses valores são... Eu vou pegar assimum valor que eu tenho <strong>de</strong> memória.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Eu vou me explicar melhor. O senhor nos informaaqui <strong>de</strong> que a Prefeitura ofereceu terreno, a infraestrutura, parte <strong>de</strong> terraplanagem, enfim,entregar o terreno em condições <strong>de</strong> iniciar a obra da construção. Agora, para a construção,efetivamente só para a construção, qual era o valor repassa<strong>do</strong> pela CDHU?O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Eu vou dar um exemplo <strong>de</strong> Pirapozinho.No I0 que era 2001 o valor total incluin<strong>do</strong> material e mão-<strong>de</strong>-obra que é mão-<strong>de</strong>-obra,material e administração, sete mil, trezentos e sessenta reais zero <strong>do</strong>is por unida<strong>de</strong> habitacional.Evi<strong>de</strong>ntemente que esses valores eram corrigi<strong>do</strong>s anualmente pelo FIPE, pelo índiceFIPE.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Então, nesse valor nós estamos consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> mão<strong>de</strong>-obrae material?O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Sim. Mais ou menos 25% <strong>de</strong>ste valorera o que era <strong>de</strong>stina<strong>do</strong> a ferramentas, administração da prefeitura e a mão-<strong>de</strong>-obra paraassessoria.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Porque na verda<strong>de</strong> a mão-<strong>de</strong>-obra era mutirante.O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Sim.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Então não tinha um custo assim tão pesa<strong>do</strong>. Naverda<strong>de</strong>, 25%, retiran<strong>do</strong> daqui 25%, o restante era material?O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Sim, senhor.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – O custo <strong>do</strong> gerenciamento, o trabalho executa<strong>do</strong>pelo consórcio LBR-Tjofran, quanto era, qual era o valor da remuneração por unida<strong>de</strong> que aCDHU oferecia ao consórcio?O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Olha, esse número eu não tenho assim <strong>de</strong>bate pronto, mas em função da quantida<strong>de</strong> das unida<strong>de</strong>s, porque é por unida<strong>de</strong> habitacional,num certo momento quan<strong>do</strong> nós estávamos gerencian<strong>do</strong> algo em torno <strong>de</strong> quatro milunida<strong>de</strong>s, o valor por unida<strong>de</strong> era alguma coisa como 70 reais. Isso é um número que euestou falan<strong>do</strong>, não tenho a precisão <strong>de</strong>sse número, porque tem que ter toda uma formulaçãopara esse cálculo em função da quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s que estão sen<strong>do</strong> gerencia<strong>do</strong>s;tinha um patamar até duas mil unida<strong>de</strong>s, <strong>de</strong> duas mil a não sei quanto; aí tinha e evi<strong>de</strong>ntementeque à medida que crescia o número <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s gerenciadas, o valor unitário caía.Era uma fórmula nesse senti<strong>do</strong>.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Nós estamos falan<strong>do</strong> <strong>do</strong>s <strong>do</strong>is setores: Marília ePru<strong>de</strong>nte, quatro mil unida<strong>de</strong>s, um número mais...O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Sim, senhor. Eu estou chutan<strong>do</strong> umnúmero assim médio.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Mas foram construídas mais <strong>do</strong> que quatro mil unida<strong>de</strong>ssimultaneamente durante esse perío<strong>do</strong> ou não?O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Como eu disse aos senhores no começo:unida<strong>de</strong>s entregues que nós gerenciamentos – em Presi<strong>de</strong>nte Pru<strong>de</strong>nte, foram três mil, seiscentase noventa e duas unida<strong>de</strong>s; em Marília foram duas mil, oitocentos e oitenta e duasunida<strong>de</strong>s; as que foram iniciadas antes ou durante o perío<strong>do</strong> que nós estávamos lá e queforam entregues. Em Presi<strong>de</strong>nte Pru<strong>de</strong>nte unida<strong>de</strong>s que estavam em andamento quan<strong>do</strong>nós <strong>de</strong>ixamos o contrato eram quatro mil, oitocentos e <strong>de</strong>zessete unida<strong>de</strong>s; e em Maríliatrês mil e noventa e três unida<strong>de</strong>s.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – A um custo <strong>de</strong> aproximadamente <strong>de</strong> 70 reais.O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Eu vou dizer que no máximo era mais oumenos isso. Quanto maior o número <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s...O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Não estou pedin<strong>do</strong> o número exato. Só para eu teruma referência.O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – O senhor me <strong>de</strong>sculpe eu não ter...O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Só para a gente ter uma referência <strong>de</strong> valor. O quesignificava para uma empresa como a LBR e Tjofran, e principalmente para as duas juntasum faturamento como esse. Ter a dimensão <strong>do</strong> significa<strong>do</strong> <strong>de</strong>sse faturamento para umaempresa, não digo nem como a LBR, porque a LBR, apesar <strong>de</strong> ser uma empresa importante,na relação com a Tjofran é uma relação diminuta, sem querer evi<strong>de</strong>ntemente fazer nenhumataque à LBR, ao contrário; comparan<strong>do</strong> a Tjofran, a empresa é <strong>de</strong> uma magnitu<strong>de</strong>, referênciaimportante no Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, uma empresa que tem uma história com o Esta<strong>do</strong><strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong> e construiu quase que um império no Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong> a Tjofran, nós sabemosdisso. Eu queria ver se era possível mensurar que importância tinha um contrato comoesse para a Tjofran que cuidava da parte <strong>de</strong> Marília, Marília é menos ainda, são duas mil...O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Ela não cuidava da parte <strong>de</strong> Marília.Quem cuidava éramos nós.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – O consórcio. Os custos estruturais.O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Ela tinha os custos estruturais. A gestão<strong>do</strong> consórcio era nossa. Então quem tomava as atitu<strong>de</strong>s éramos nós. Ela, por uma divisão<strong>de</strong> custos, que ao percentual era 50,5 para nós e 49,5 para eles. Então os custos tinham que


26 – <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, 119 (222) – Suplemento Diário Oficial Po<strong>de</strong>r Legislativo sába<strong>do</strong>, 28 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 2009ser equilibra<strong>do</strong>s. Então eles assumiram os custos <strong>de</strong> Marília; nós assumimos os custos <strong>de</strong>Pru<strong>de</strong>nte. E as <strong>de</strong>spesas outras, porque tinha inúmeras <strong>de</strong>spesas, <strong>de</strong>spesas <strong>de</strong> transporte,etc., isso era tu<strong>do</strong> dividi<strong>do</strong>.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – O contato e a relação com a CDHU, prestação <strong>de</strong>contas, apresentação da <strong>do</strong>cumentação, participação no processo licitatório, era feito porquem? Representantes da LBR e da Tjofran. Principalmente por quem? LBR ou Tjofran?O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Eu só queria enten<strong>de</strong>r quan<strong>do</strong> o senhorfala processo licitatório, licitatório da nossa licitação?O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Licitação que concluiu pela contratação <strong>do</strong> consórcioLBR e Tjofran.O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – No processo licitatório sempre é feito emconjunto.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Mas sempre tem uma representação mais forte,alguém que tenha uma experiência maior, um conhecimento maior na CDHU, que tenha umtrânsito mais fácil para resolver eventuais dificulda<strong>de</strong>s que possa ter.O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Essa licitação era uma licitação técnica epreço, on<strong>de</strong> tinha quantida<strong>de</strong> enorme <strong>de</strong> participantes.O SR. MILTON FLÁVIO – PSDB – Deputa<strong>do</strong> Mentor, V. Exa. me permite? Só para...Quan<strong>do</strong> o senhor diz que tinha uma enormida<strong>de</strong> <strong>de</strong> concorrentes, o senhor se lembra quantosforam que disputaram essa licitação com vocês? Só para minha orientação e se o Deputa<strong>do</strong>Mentor me permitir esse aparte. Quantas empresas concorreram aproximadamente:mais <strong>de</strong> cinco, mais <strong>de</strong> 10?O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Ah! Não. Eu acredito que tinha em torno<strong>de</strong> 20 empresas nesse processo licitatório. Eu não lembro o nosso, on<strong>de</strong> nós... Porque nósentramos em alguns lotes. Ganhamos o lote lá <strong>de</strong> Presi<strong>de</strong>nte Pru<strong>de</strong>nte e Marília. Agora, oprocesso licitatório é um processo licitatório sem... Vai para uma comissão <strong>de</strong> licitação eexiste uma <strong>de</strong>cisão. Quer dizer, a participação...O SR. VITOR SAPIENZA – PPS – Me dá um aparte?O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Claro.O SR. VITOR SAPIENZA – PPS – O <strong>de</strong>poente disse que a parte <strong>do</strong> consórcio era 70reais por unida<strong>de</strong>; disse que construíram cinco mil, em torno <strong>de</strong> cinco mil. Isso daria umtotal <strong>de</strong> 350 mil reais por to<strong>do</strong> serviço. Se projetar isso em três anos daria praticamente 10mil reais...O SR. MILTON FLÁVIO – PSDB – Acho que isso é mês. Eu tenho impressão que é mês.O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Desculpe, <strong>de</strong>puta<strong>do</strong>. É medição mensal.O SR. VITOR SAPIENZA – PPS – Ah! É mensal. A pergunta que o Deputa<strong>do</strong> Mentorfez foi global. Eu estive fazen<strong>do</strong> um cálculo...O SR. MILTON FLÁVIO – PSDB – É mensal.O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Não sei se eu não me expliquei corretamente.O SR. VITOR SAPIENZA – PPS – Aquilo que está acontecen<strong>do</strong> é o seguinte. Como euestou prestan<strong>do</strong> atenção e fazen<strong>do</strong> o cálculo, achei um absur<strong>do</strong>. Agora, que V. Exa. perguntouglobal, perguntou global. Se V. Sa. não enten<strong>de</strong>u talvez a forma como foi perguntada,respon<strong>de</strong>u mensal. Está esclareci<strong>do</strong>.O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Desculpa.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Eu havia pensa<strong>do</strong> no valor mensal, porque jamaisiria compreen<strong>de</strong>r que pu<strong>de</strong>sse ser o valor global para acompanhamento da obra.Quanto tempo, em média, se gastava para construir um conjunto? Do dia or<strong>de</strong>m <strong>de</strong>serviço até o dia da entrega da chave, em média?O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Em torno <strong>de</strong> <strong>do</strong>is anos.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Dois anos.O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Antes disso, dificilmente havia... Algunscasos aconteceram eventualmente, conjuntos menores, mas era um processo eventualmentelento porque não tinha mão-<strong>de</strong>-obra especializada, então esse era um processo mais lento<strong>do</strong> que se pegasse uma empresa especializada, uma empreiteira.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Você se referiu que o Sr. Moreno já havia trabalha<strong>do</strong>em outras gerencia<strong>do</strong>ras <strong>de</strong> obra da CDHU. O senhor saberia dizer qual gerencia<strong>do</strong>ra?O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Olha, que nos antece<strong>de</strong>ram tem a CNECe tem a... Eu acredito que ele tenha trabalha<strong>do</strong> na CNEC. Estou falan<strong>do</strong> das que nos antece<strong>de</strong>rame eu acredito que ele tenha trabalha<strong>do</strong>. Ele po<strong>de</strong> ter trabalha<strong>do</strong> na CONCREMAT;antes po<strong>de</strong> ter trabalha<strong>do</strong> eventualmente na CAA que foi uma empresa que trabalhou lá. Euestou falan<strong>do</strong> ao senhor as empresas que nos antece<strong>de</strong>ram e que eu me recor<strong>do</strong>. Agora, euacredito que tenha trabalha<strong>do</strong>, porque ele já estava lá. Agora, eu não sei se tinha... Eu estoulembran<strong>do</strong> os nomes das empresas principais, não sei se havia consórcios e se tinha outrasempresas que pu<strong>de</strong>ssem eventualmente estar ligada a uma outra empresa no consórcio.Isso eu não saberia respon<strong>de</strong>r para o senhor.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – O senhor também mencionou em relação ao Sr.Moreno que foi convoca<strong>do</strong> como testemunha no processo que ele respon<strong>de</strong>. Convoca<strong>do</strong>como testemunha <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa ou <strong>de</strong> acusação?O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Não. Foi <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa. Eles pediram que eufosse. Fui convoca<strong>do</strong> por eles para dar testemunho.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – O senhor fez um <strong>de</strong>poimento evi<strong>de</strong>ntemente aten<strong>de</strong>n<strong>do</strong>às solicitações <strong>do</strong>s advoga<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Sr. Moreno.O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Não. Não. Por acaso, só uma questãoassim só para esclarecimento, não havia advoga<strong>do</strong> <strong>do</strong> Sr. Moreno lá. Para nós foi uma surpresa,tanto é que no meu <strong>de</strong>poimento o Sr. Juiz <strong>de</strong>terminou um advoga<strong>do</strong>... Não sei como...O SR. ANTONIO MENTOR – PT – “Ad hoc”.O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – “Ad hoc”. Exato. Tinha um advoga<strong>do</strong> porindicação <strong>do</strong> Sr. Juiz que acompanhou o nosso <strong>de</strong>poimento. Não tinha advoga<strong>do</strong> <strong>de</strong>le.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Então quem pediu a sua convocação provavelmentenão sen<strong>do</strong> um advoga<strong>do</strong> <strong>de</strong>ve ter si<strong>do</strong> o Sr. Moreno mesmo.O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Eu acredito que através <strong>do</strong> advoga<strong>do</strong><strong>de</strong>le.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Eu estava aqui queren<strong>do</strong> enveredar pelo caminhoproposto pelo Deputa<strong>do</strong> Milton Flávio com relação à licitação que resultou no contrato <strong>do</strong>consórcio LBR-Tjofran. O senhor mesmo já mencionou que o consórcio se dá por conta dasexigências técnicas, financeiras, <strong>de</strong> capital etc., e também nos disse que foram aproximadamente20, em torno <strong>de</strong> 20, um gran<strong>de</strong> número. Para nós não dizermos <strong>de</strong> um número,vamos falar <strong>de</strong> um gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> licitantes.O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Com certeza maior que 10 ou 12. Comcerteza.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Com certeza mais <strong>de</strong> 10. O senhor se recorda quantosforam classifica<strong>do</strong>s para a fase <strong>de</strong> <strong>de</strong>finição <strong>do</strong> processo? Porque o senhor nos dissetambém que foi por técnica e preço, então na classificação...O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Se eu me recor<strong>do</strong>, <strong>de</strong>puta<strong>do</strong>, eu acho queninguém foi <strong>de</strong>sclassifica<strong>do</strong>.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – To<strong>do</strong>s?O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – To<strong>do</strong>s. Porque no procedimento técnicae preço tem um limite mínimo <strong>de</strong> condição técnica para po<strong>de</strong>r continuar no processo licitatório.Tem lá um parâmetro mínimo <strong>de</strong> pontuação técnica que inclui atesta<strong>do</strong>s, experiência<strong>do</strong>s profissionais e outras coisas. Eu acredito, eu não posso falar com firmeza, mas eu acreditoque não houve nenhum <strong>do</strong>s participantes que não passou pela fase classificatória.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Esse merca<strong>do</strong> é um merca<strong>do</strong> muito amplo. Apesar<strong>de</strong> terem participa<strong>do</strong> lá mais <strong>de</strong> 10 empresas na licitação, eventualmente po<strong>de</strong>mos ter maisumas 20 empresas, no máximo umas 30 empresas, que trabalham com essa condição, comessa história para po<strong>de</strong>r garantir que ela pu<strong>de</strong>sse participar, com essa condição financeira,com esse currículo técnico que era exigi<strong>do</strong> pela CDHU. O senhor se lembra <strong>de</strong> mais algumaou uma ou duas ou três que tenham participa<strong>do</strong> <strong>de</strong>ssa licitação?O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – <strong>São</strong> as empresas que ganharam as licitações.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Porque foi dividi<strong>do</strong> por lotes, não é?O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Eram lotes.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – O senhor citou aqui CNEC.O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – A CNEC, por exemplo, eu me recor<strong>do</strong> queo CNEC, o consórcio CNEC ganhou, se eu não me engano, ganhou a Região <strong>de</strong> Sorocaba,alguma coisa assim.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Esse consórcio...O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Aqui da capital, por exemplo, eu acho queeram cinco lotes ou seis lotes. Eu não me recor<strong>do</strong> exatamente o número <strong>de</strong> lotes, mas tinhaRibeirão Preto tinha lote, Bauru tinha.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – <strong>São</strong> José <strong>do</strong>s Campos?O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – O Vale <strong>do</strong> Paraíba tinha, acho que Santostinha, Campinas tinha. Agora se o senhor me perguntar quem é que estava em cada um...O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Ah! Não! Claro. Não vou chegar a isso.O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Por acaso me lembro <strong>de</strong> CNEC porque eraali <strong>de</strong> Sorocaba.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Não vou chegar a isso. Estou pedin<strong>do</strong> a sua ajudaporque essa é a nossa tarefa, nós temos que buscar informações que possam nos levar aalgumas conclusões que nós estamos buscan<strong>do</strong>. Se eu estiver exageran<strong>do</strong> em alguma dasminhas indagações eu quero que o senhor me <strong>de</strong>monstre isso e eu evi<strong>de</strong>ntemente não vouaqui, não tenho a menor intenção <strong>de</strong> maltratá-lo aqui, nem <strong>de</strong> exigir da sua memória aquiloque ela não po<strong>de</strong> oferecer.Mas voltan<strong>do</strong> à CNEC. É um consórcio. O senhor lembra <strong>de</strong> que empresas? Qualempresa? Que empresas participavam nesse consórcio? Conhece um pouco melhor?O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – CNEC? Não, não me recor<strong>do</strong>.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – CONCREMAT. Você lembra? É um consórcio também?É uma empresa?O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Consórcio. A gente normalmente lembra<strong>do</strong> lí<strong>de</strong>r, não lembra <strong>do</strong>s <strong>de</strong>mais.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Certo. Não se recorda <strong>de</strong> quem formou esse novoconsórcio da CONCREMAT?O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Não.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Nem CAA?O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Também não sei com quem ela estava.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Sempre era consórcio.O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Os lí<strong>de</strong>res eram ENGER, GERIBELLO. Temuma série <strong>de</strong> empresas aí, mas eu não sei dizer ao senhor, neste momento, quem eram oscomponentes <strong>do</strong>s consórcios. Realmente o senhor vai me <strong>de</strong>sculpar, mas eu não tenho essamemória.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Sr. Presi<strong>de</strong>nte, por enquanto eu estou satisfeito.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Deputa<strong>do</strong> Enio Tatto, tem V. Exa. a palavra.O SR. ENIO TATTO – PT – Cumprimentar o Sr. Presi<strong>de</strong>nte; cumprimentar to<strong>do</strong>s os<strong>de</strong>puta<strong>do</strong>s; cumprimentar o Sr. José Fernan<strong>do</strong> Tole<strong>do</strong> Osório.Eu vou seguir numa linha aqui <strong>de</strong> perguntas, talvez algumas até sejam repetitivas,mas gostaria que o senhor respon<strong>de</strong>sse até para a gente po<strong>de</strong>r ir construin<strong>do</strong> uma avaliaçãoe entendimento.O senhor conhece o con<strong>de</strong>na<strong>do</strong> Jovem Marcos Correa Miras?O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Conheço.O SR. ENIO TATTO – PT – Qual a relação que mantinha ou mantém com ele?O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – O Jovem Marcos Miras era sócio daempresa que fazia os serviços <strong>de</strong> topografia para nós.O SR. ENIO TATTO – PT – Qual a sua relação com o con<strong>de</strong>na<strong>do</strong> Mario Dale Ve<strong>do</strong>veMoreno?O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Ele era funcionário nosso. Ele inicioucomo supervisor e <strong>de</strong>pois, quan<strong>do</strong> eu <strong>de</strong>ixei, ele passou a ser o coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>r; <strong>de</strong>ixei a coor<strong>de</strong>nação,ele passou a ser o coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>r.O SR. ENIO TATTO – PT – A partir <strong>do</strong> momento em que ele passou a ser coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>r,o senhor Mario era seu subordina<strong>do</strong> direto?O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Ele era subordina<strong>do</strong> <strong>do</strong> gerente <strong>do</strong> contrato,porque na estrutura da nossa empresa, <strong>do</strong> consórcio, nós temos o contrato, no contratotem supervisor ou coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>r e coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>r, aí nós temos um gerente e <strong>de</strong>pois temos


sába<strong>do</strong>, 28 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 2009 Diário Oficial Po<strong>de</strong>r Legislativo <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, 119 (222) – Suplemento – 27um diretor. No caso <strong>de</strong>sse contrato em particular, eu era o diretor e era o coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>r etinha um gerente.O SR. ENIO TATTO – PT – Quem era o gerente?O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Era o Sr. Luiz Carlos Corsini Monteiro <strong>de</strong>Barros.O SR. ENIO TATTO – PT – O senhor tinha conhecimento <strong>do</strong> envolvimento <strong>do</strong> Sr.Mario Moreno com o também con<strong>de</strong>na<strong>do</strong> Jovem Marcos?O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Que envolvimento, excelência?O SR. ENIO TATTO – PT – Conhecimento na região?O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – O Jovem Marcos se subordinava ao engenheiroMario para execução <strong>do</strong>s trabalhos. Os trabalhos da empresa <strong>do</strong> Sr. Marcos Mirasera verificação <strong>do</strong>s serviços <strong>de</strong> locação das obras, a conformida<strong>de</strong> com os projetos. Ele faziaesse acompanhamento ao longo <strong>do</strong> trabalho, ele fazia essa verificação. Era o trabalho queele <strong>de</strong>senvolvia para o consórcio.O SR. ENIO TATTO – PT – Talvez aqui o senhor vai enten<strong>de</strong>r melhor o envolvimentoa que eu quis me referir. O senhor tinha conhecimento <strong>de</strong> que o Sr. Mario Moreno recebiavalores que eram repassa<strong>do</strong>s pelo Sr. Jovem Marcos Miras, que esses repasses eram feitosmensais em valores <strong>de</strong> quatro mil reais?O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Não. Não tinha conhecimento.O SR. ENIO TATTO – PT – O senhor conhece o con<strong>de</strong>na<strong>do</strong> Climério Tole<strong>do</strong> Pereira?O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – O Sr. Climério era... O engenheiro Climérioera o lí<strong>de</strong>r <strong>do</strong> núcleo <strong>de</strong> obras <strong>de</strong> Presi<strong>de</strong>nte Pru<strong>de</strong>nte. Nós éramos subordina<strong>do</strong>s a elena estrutura da CDHU. Local.O SR. VITOR SAPIENZA – PPS – Um apartezinho, Deputa<strong>do</strong> Tatto? Ele era funcionárioda CDHU? Porque essa expressão lí<strong>de</strong>r é muito genérica. Ele era funcionário da CDHU ou<strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> consórcio ele ocupava uma posição <strong>de</strong> li<strong>de</strong>rança?O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Não, senhor. Ele era da CDHU. A CDHUtinha as regionais. Tinha o gerente regional e o lí<strong>de</strong>r da parte técnica, que antigamentechamava-se coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>r <strong>de</strong> obras. Ele era o coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>r <strong>de</strong> obras da CDHU; ele era oresponsável da CDHU na Região <strong>de</strong> Presi<strong>de</strong>nte Pru<strong>de</strong>nte e nós nos subordinávamos a elenaquela regional.O SR. ENIO TATTO – PT – Qual a relação que o senhor mantinha ou mantém com ele,o senhor Climério?O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – A relação que nós mantínhamos eraprofissional. A gente tinha contatos diretos, até porque quan<strong>do</strong> eu estava coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>r nocontrato eu tinha que tratar com ele quase que diariamente, por força da função; nós nossubordinávamos a ele.O SR. ENIO TATTO – PT – Sr. José Fernan<strong>do</strong>, qual era o papel <strong>de</strong> fiscalização <strong>do</strong>CDHU, coor<strong>de</strong>nação <strong>do</strong> CDHU na região? Ou era só <strong>do</strong> consórcio?O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – O senhor está perguntan<strong>do</strong> da CDHU?A CDHU tinha que coor<strong>de</strong>nar o nosso trabalho, ela tinha que verificar a conformida<strong>de</strong> <strong>do</strong>nosso trabalho. A CDHU fazia contato com as prefeituras, ela tinha que tratar com os prefeitose nós, na parte <strong>de</strong> obras, <strong>de</strong> (inaudível) <strong>de</strong> obras, nós éramos o braço operacional nessaparte da CDHU.Agora, eles tinham uma estrutura, porque eventualmente eles faziam algumas coisasdiretas. Por exemplo, lá em Presi<strong>de</strong>nte Pru<strong>de</strong>nte tinha obras <strong>do</strong> ITESP em assentamentos.As obras nesses assentamentos foram fiscalizadas diretamente pela CDHU. Então elestinham uma pequena estrutura que...O SR. ENIO TATTO – PT – O senhor ou alguém, algum subordina<strong>do</strong> seu, gerente, diretor,como o senhor colocou aí numa escala, sabia da associação <strong>do</strong> Sr. Mario Moreno e o Sr.Climério, com Climério e Miras, com o objetivo <strong>de</strong> fraudar os contratos na região?O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Excelência, eu... No nosso contrato,estrutura nossa, tiveram <strong>do</strong>is profissionais que foram envolvi<strong>do</strong>s nesse processo: um é o Sr.Mario e o outro é o Sr. Reinal<strong>do</strong> <strong>de</strong> Galles. Agora, saber se eles sabiam <strong>de</strong>sses envolvimentos,eu não sei respon<strong>de</strong>r ao senhor. Eu não sabia.O SR. ENIO TATTO – PT – Já foi pergunta<strong>do</strong> aqui. O senhor é sócio <strong>de</strong> mais algumaempresa?O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Não. Já fui sócio.O SR. ENIO TATTO – PT – Antes <strong>de</strong> entrar na LBR?O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Foi meio que paralelo. Eu era sócio daLBR no início, <strong>de</strong>pois me afastei, fui sócio numa pequena construtora.O SR. ENIO TATTO – PT – Como era o nome?O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Lopes e Tole<strong>do</strong> Engenharia.O SR. ENIO TATTO – PT – O senhor hoje é sócio da CONCREMAT Engenharia e Tecnologia?O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – CONCREMAT? Não. Gostaria. É umagran<strong>de</strong> empresa.O SR. ENIO TATTO – PT – Mas sen<strong>do</strong> parceiro da Tjofran já é uma gran<strong>de</strong> coisa.O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Parceiro não é socieda<strong>de</strong>, né? Termina ocontrato, termina a parceria.O SR. ENIO TATTO – PT – A CONCREMAT também tem contrato com a CDHU?O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Tem, sim, senhor.O SR. ENIO TATTO – PT – A CONCREMAT também esteve em projetos no oeste paulista,na região?O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Antes <strong>do</strong> nosso contrato, a CONCREMATera a gerencia<strong>do</strong>ra da região. Ela e com o consórcio, que o senhor me <strong>de</strong>sculpa, mas eu nãome recor<strong>do</strong> quem era a outra empresa.O SR. ENIO TATTO – PT – O senhor conhece o senhor Johnny?O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Ele foi o responsável, acho que pela CON-CREMAT na região, antes <strong>de</strong> nós estarmos lá.O SR. ENIO TATTO – PT – O senhor tem conhecimento <strong>de</strong> on<strong>de</strong> o Sr. Johnny recebeua informação <strong>de</strong> que havia uma investigação da Polícia Civil em curso no oeste paulista, quetinha como foco os crimes contra o Esta<strong>do</strong> nos contratos <strong>do</strong> CDHU?O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Não sei respon<strong>de</strong>r isso ao senhor.O SR. ENIO TATTO – PT – O senhor tem conhecimento <strong>de</strong> que esse Sr. Johnny alertouo Sr. Jovem Marcos Correa <strong>de</strong>ssa operação?O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Não, senhor.O SR. ENIO TATTO – PT – O senhor tem conhecimento <strong>de</strong> que Jovem Marcos Correai<strong>de</strong>ntificou em <strong>de</strong>poimento a Johnny, se i<strong>de</strong>ntificou em <strong>de</strong>poimento ao Sr. Johnny como funcionárioda CONCREMAT?O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Não tenho conhecimento.O SR. ENIO TATTO – PT – Antiga gerencia<strong>do</strong>ra lá na região, como o senhor colocou?O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Como?O SR. ENIO TATTO – PT – Antiga gerencia<strong>do</strong>ra lá no conjunto habitacional?O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Sim, mas eu não tenho conhecimento<strong>de</strong>ssa... O senhor me <strong>de</strong>sculpe. A questão que o senhor colocou é se o Sr. Jovem Marcos...?O SR. ENIO TATTO – PT – I<strong>de</strong>ntificou, em <strong>de</strong>poimento, o Sr. Johnny como funcionárioda CONCREMAT?O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – É, ele po<strong>de</strong> ter feito isso, até porque elestrabalharam juntos antes e o Sr. Johnny era um <strong>do</strong>s responsáveis. Eu não sei qual era ocargo <strong>de</strong>le no consórcio, mas ele trabalhou no consórcio.O SR. ENIO TATTO – PT – O senhor entrou na LBR em 2006, 2005?O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Não. Eu entrei na LBR em 1996, 97, final<strong>de</strong> 96. Depois eu me afastei da socieda<strong>de</strong> durante um perío<strong>do</strong>, por problemas pessoais, e<strong>de</strong>pois eu voltei à socieda<strong>de</strong>, conforme o <strong>de</strong>puta<strong>do</strong> me corrigiu, oficialmente.O SR. ENIO TATTO – PT – Nesse perío<strong>do</strong>, essa empresa, os titulares era o Sr. Orlan<strong>do</strong>Bueno Ribeiro?O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – O Sr. Orlan<strong>do</strong> Bueno Ribeiro, Sr. Orlan<strong>do</strong> LaBella Filho e Sr. William <strong>de</strong> Jesus Barbosa.O SR. ENIO TATTO – PT – O senhor conhece a empresa AMAFI Comercial e ConstrutoraLtda.?O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – AMAFI?O SR. ENIO TATTO – PT – É.O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – É uma construtora?O SR. ENIO TATTO – PT – Isso.O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Conheço; conheço, mas não tenho ligaçõescom essa empresa. A gente conhece porque ela é <strong>do</strong> meio.O SR. ENIO TATTO – PT – O Sr. Orlan<strong>do</strong> La Bella e o Sr. Orlan<strong>do</strong> Bueno Ribeiro sãosócios <strong>de</strong>ssa empresa?O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Eu <strong>de</strong>sconheço, <strong>de</strong>puta<strong>do</strong>.O SR. ENIO TATTO – PT – Desconhece?O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Eu <strong>de</strong>sconheço. AMAFI?O SR. ENIO TATTO – PT – É. AMAFI Comercial e Construtora.O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Eu <strong>de</strong>sconheço.O SR. ENIO TATTO – PT – E <strong>de</strong>sconhece também processos <strong>de</strong> irregularida<strong>de</strong>s <strong>do</strong>CDHU com essa empresa <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 91?O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Essa empresa?O SR. ENIO TATTO – PT – É.O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Não.O SR. ENIO TATTO – PT – Inclusive que inclui, na época, o Sr. Goro Hama, que é Presi<strong>de</strong>nte<strong>do</strong> CDHU? O senhor não tem conhecimento <strong>de</strong> nada disso?O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Não.O SR. ENIO TATTO – PT – Sr. Orlan<strong>do</strong>... Sr. Fernan<strong>do</strong>, aliás, Sr. José Fernan<strong>do</strong>, o senhorcolocou aí sobre a responsabilida<strong>de</strong> respon<strong>de</strong>n<strong>do</strong> a uma pergunta <strong>do</strong> Deputa<strong>do</strong> BrunoCovas sobre a responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cada ente num contrato, num empreendimento. Nósouvimos aqui um prefeito <strong>de</strong> uma cida<strong>de</strong> pequena, <strong>do</strong>is ou três mil habitantes, e o que <strong>de</strong>upara enten<strong>de</strong>r é o seguinte. Que o prefeito não tem po<strong>de</strong>r nenhum. Ele obe<strong>de</strong>ce às or<strong>de</strong>ns<strong>do</strong> consórcio e <strong>do</strong> CDHU, mesmo porque ele não tem como se contrariar, ele não tem estrutura.Qual o entendimento que o senhor tem disso? O senhor acha que é por aí também?Qual a responsabilida<strong>de</strong>...?O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Para mim é surpresa um prefeito dizerisso, por menor que seja a cida<strong>de</strong> <strong>de</strong>le, porque, na nossa visão, a maior autorida<strong>de</strong> daquelemunicípio é o prefeito e nós não temos autorida<strong>de</strong> para <strong>de</strong>finir ou <strong>de</strong>terminar a um prefeitoo que ele vai fazer na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong>le. Os senhores que são políticos acho que enten<strong>de</strong>m melhor<strong>do</strong> que eu essa situação. Nós não temos como impor qualquer coisa a um prefeito. Nós,gerencia<strong>do</strong>ras, não temos. Po<strong>de</strong> ter é um diálogo entre CDHU e prefeito porque um é convenia<strong>do</strong>e outro é conveniente, então po<strong>de</strong> até ter um diálogo, mas nós gerencia<strong>do</strong>ras emnenhum momento, não importa o tamanho da prefeitura, o prefeito é a maior autorida<strong>de</strong>daquele município. Quem sou eu para chegar numa prefeitura e dar or<strong>de</strong>m num prefeito?!O SR. ENIO TATTO – PT – O senhor nunca foi procura<strong>do</strong>, por exemplo, por um prefeitoque não tem condições nenhuma financeira, técnica, para fazer um projeto técnico?O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Nós, na medida em que pediu orientação,por obrigação até, a gente orientava o prefeito: o que fazer e como fazer. Por exemplo, umprojeto só é leva<strong>do</strong> a cabo se ele for aprova<strong>do</strong> nos órgãos oficiais. Um terreno ele só adquiri<strong>do</strong>por um prefeito para <strong>do</strong>ar à CDHU se a CDHU aceitar esse terreno. Então o prefeito,nós estávamos na região, estávamos fiscalizan<strong>do</strong> obra no local, o prefeito, através da CDHU,pedia: é possível alguém verificar se essa área está a<strong>de</strong>quada, nós podíamos fazer <strong>de</strong>s<strong>de</strong>que fosse solicita<strong>do</strong> via CDHU. Só que isso daí era pego, vinha para a CDHU aqui em <strong>São</strong><strong>Paulo</strong>, a CDHU mandava um técnico e aprovava. Mas não tínhamos po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão emnenhum <strong>de</strong>sses tipos <strong>de</strong> trabalho.O SR. ENIO TATTO – PT – E dá para enten<strong>de</strong>r, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong>ssa relação com os subordina<strong>do</strong>s<strong>do</strong> consórcio junto com o responsável pelo CDHU, ambos constam aqui nos lau<strong>do</strong>sque realmente ali quem mandava era o consórcio e o CDHU; o prefeito tinha muito poucopo<strong>de</strong>r, ou quase nada, e não po<strong>de</strong>ria nem se contrariar a qualquer orientação <strong>do</strong> consórcioe <strong>do</strong> CDHU. Acho que é meio difícil <strong>de</strong> enten<strong>de</strong>r que eles têm condições <strong>de</strong> se contrapor aalguma coisa. Por exemplo, numa medição, num material, compra <strong>de</strong> material.O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Excelência, a licitação é feita pela prefeitura.Se a licitação é feita pela prefeitura, como é que alguém <strong>de</strong> fora po<strong>de</strong> opinar? É umavisão sua <strong>de</strong>ssa questão. Nós não enxergamos <strong>de</strong>ssa forma. Eu até acho que se a CDHUquisesse impor condições, a CDHU po<strong>de</strong>ria porque ela é o fornece<strong>do</strong>r <strong>de</strong> dinheiro, mas assinouo convênio, é um processo <strong>de</strong> fator interno da prefeitura. Eu acho muito difícil essa suaafirmativa po<strong>de</strong>r acontecer.


28 – <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, 119 (222) – Suplemento Diário Oficial Po<strong>de</strong>r Legislativo sába<strong>do</strong>, 28 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 2009O SR. ENIO TATTO – PT – Esses prefeitos to<strong>do</strong>s que participaram quantos foramenvolvi<strong>do</strong>s, sentencia<strong>do</strong>s nesse processo to<strong>do</strong>?O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Excelência, o número <strong>de</strong> prefeituras quetinham contrato com a empresa que foi <strong>de</strong>nunciada eram 16 prefeituras; 15 prefeituras,<strong>de</strong>sculpe.O SR. ENIO TATTO – PT – Sr. Presi<strong>de</strong>nte, eu fico por aqui. Depois a gente volta.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Vamos passar a palavra ao Deputa<strong>do</strong>Milton Flávio e, em seguida, passarei para V. Exa., Deputa<strong>do</strong> Massafera.O SR. MILTON FLÁVIO – PSDB – Eu vou ser bastante breve, porque eu me consi<strong>de</strong>rosatisfeito e esclareci<strong>do</strong> pelas informações que nos trouxe aqui o <strong>de</strong>poente.Mas apenas para reforçar a minha convicção pessoal, até porque o Deputa<strong>do</strong> Tattoinsistiu nessa pergunta e eu queria que ficasse registra<strong>do</strong> com clareza aqui, na gravação danossa CPI. O consórcio só passava a atuar <strong>de</strong>pois inclusive das compras já realizadas?O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Era condição para que <strong>de</strong>sse a or<strong>de</strong>m <strong>de</strong>serviço. Nós só entrávamos... Foi uma condição imposta pela CDHU que nós só receberíamosor<strong>de</strong>m <strong>de</strong> serviço quan<strong>do</strong> a obra fosse iniciar.O SR. MILTON FLÁVIO – PSDB – Portanto, o material já estaria compra<strong>do</strong>.O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Isso foi uma estratégia da CDHU até paraque não se ficasse gastan<strong>do</strong> com serviços que não existiam. A CDHU só dava or<strong>de</strong>m <strong>de</strong>serviço a hora que o empreendimento estivesse sen<strong>do</strong> executa<strong>do</strong>, porque como nós recebíamospor unida<strong>de</strong> habitacional, se a or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> serviço fosse dada antes <strong>de</strong> acontecer o inícioda obra, nós estávamos gerencian<strong>do</strong> algo que não existia; existia um projeto, um convênio,uma intenção <strong>de</strong> execução. Então nós entrávamos <strong>de</strong>pois que tu<strong>do</strong> isso estava resolvi<strong>do</strong> eque a terraplanagem <strong>do</strong> empreendimento estava resolvida. Então a licitação da assessoria,a licitação <strong>do</strong> material, ela já estava realizada, porque senão não se iniciava a obra. Osmateriais tinham que estar lá para po<strong>de</strong>r iniciar a obra.O SR. MILTON FLÁVIO – PSDB – Para mim ficou claro que, na verda<strong>de</strong>, inclusive, acompra <strong>do</strong> material ocorria antes; portanto, não resta inclusive qualquer tipo <strong>de</strong> suspeição<strong>de</strong> interferência que uma empresa que ainda não está contratada possa ter ingeri<strong>do</strong> paraqualquer prefeito na compra <strong>do</strong> eventual material.O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Nós até por condição <strong>de</strong> presta<strong>do</strong>r <strong>de</strong>serviços para a CDHU nós nunca imaginamos, eu, particularmente, que pu<strong>de</strong>sse chegar numprefeito e or<strong>de</strong>ná-lo <strong>de</strong> alguma coisa. Para mim isso não passa na cabeça, não está <strong>de</strong>ntro<strong>do</strong> nosso conceito <strong>de</strong> trabalho. A autorida<strong>de</strong> é o prefeito. Quem faz a licitação é a prefeitura,é quem <strong>de</strong>fine como vai ser feita a licitação. É a prefeitura.O SR. MILTON FLÁVIO – PSDB – Eu só tenho três perguntas para fazer. Eventualmente,se teve um empreendimento como aconteceu em uma das cida<strong>de</strong>s que o prefeito esteveaqui anteriormente, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um conjunto que está sen<strong>do</strong> construí<strong>do</strong> e novas unida<strong>de</strong>s sãoagregadas, o fato <strong>de</strong> trocar a empresa não muda a contratação que vocês já tinham para aregião? Quer dizer, se a FT entrou num empreendimento que tinha uma empresa anterior,isso para vocês era indiferente?O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Só para eu enten<strong>de</strong>r, excelência.O SR. MILTON FLÁVIO – PSDB – Como chama o prefeito, Presi<strong>de</strong>nte, que veio aquina nossa última sessão? Narandiba. Teve Narandiba II, Narandiba III. Narandiba B era umaempresa, Narandiba C era outra empresa. O fato <strong>de</strong> ter muda<strong>do</strong> isso para vocês era diferente?O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Não! É porque são empreendimentosdistintos, quem for executar, para nós... A nossa relação é com a prefeitura. A nossa relaçãoé com a prefeitura.O SR. MILTON FLÁVIO – PSDB – Isso para mim ficou claro.A segunda pergunta que eu queria fazer e que para mim é importante porque emboraum funcionário da empresa tenha si<strong>do</strong> indicia<strong>do</strong>, <strong>de</strong>nuncia<strong>do</strong> e eventualmente até con<strong>de</strong>na<strong>do</strong>em 1ª instância, isso <strong>de</strong>monstra que <strong>de</strong> fato ele cometeu um ilícito. A empresa – não ofuncionário, a empresa em algum momento esteve entre os <strong>de</strong>nuncia<strong>do</strong>s ou teve algum tipo<strong>de</strong> processo nessas...? A empresa.O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Excelência, no inquérito policial que nóstivemos acesso em nenhum momento houve qualquer citação <strong>do</strong> consórcio com relação aqualquer ilícito. Muito pelo contrário. Tem uma observação no meio <strong>do</strong> processo que foi utiliza<strong>do</strong>uma ma<strong>de</strong>ira, apesar <strong>de</strong> orientação, <strong>de</strong>terminação em contrário da LBR, porque falada LBR porque quem assinou esse <strong>do</strong>cumento fui eu.O SR. MILTON FLÁVIO – PSDB – E, por fim...O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Em nenhum momento nós tivemos qualquer<strong>de</strong>núncia na Justiça ou no inquérito policial que nos envolvesse em qualquer ilícito.O SR. MILTON FLÁVIO – PSDB – Para mim, por enquanto, seria minha última perguntae acho que será <strong>de</strong> fato a última pergunta, a menos que eventualmente eu tenha quevoltar a perguntar.O senhor nos disse que gerenciavam duas regiões, empresas, consórcio, seguramentecom várias outras empresas executan<strong>do</strong> obras. Além da FT, das empresas com as quaisvocês tinham contato, alguma outra empresa foi <strong>de</strong>nunciada ou eventualmente punida nasmesmas condições?O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Eu não sei respon<strong>de</strong>r ao senhor.O SR. MILTON FLÁVIO – PSDB – Vou mencionar...O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Eu não saberia respon<strong>de</strong>r ao senhor.O SR. MILTON FLÁVIO – PSDB – Mas que o senhor tenha conhecimento.O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Como o foco...O SR. MILTON FLÁVIO – PSDB – Mas que o senhor tenha conhecimento. Como osenhor estava na área, lembra-se <strong>de</strong> que alguma outra empresa, que não seja a FT, tenhasi<strong>do</strong> também envolvida também <strong>de</strong> maneira que lhe permitisse lembrar?O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Olha, excelência, o que aconteceu naquelemomento que houve é que levantou-se questões em todas as instâncias. Agora, eu nãome recor<strong>do</strong> <strong>de</strong> alguém que tenha si<strong>do</strong> presta<strong>do</strong>r <strong>de</strong> serviço como assessor <strong>de</strong> prefeitura,além da FT. O senhor me <strong>de</strong>sculpe, mas eu não saberia.O SR. MILTON FLÁVIO – PSDB – O único que o senhor se lembra é a FT?O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Que ficou mais foca<strong>do</strong>, quem tinha maiornúmero...O SR. MILTON FLÁVIO – PSDB – Só para registrar. Obriga<strong>do</strong>.O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Eu não sei respon<strong>de</strong>r se haveria outro.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Encerra<strong>do</strong>. Eu tenho aqui ainda <strong>do</strong>is<strong>de</strong>puta<strong>do</strong>s e eu também vou fazer algumas perguntas. Temos o Deputa<strong>do</strong> Massafera e oDeputa<strong>do</strong> Vitor Sapienza. Eu passaria a palavra ao Deputa<strong>do</strong> Vitor Sapienza.O SR. VITOR SAPIENZA – PPS – O <strong>de</strong>poente mencionou que o consórcio firmou contrato,teve início... Qual era o prazo final da ação <strong>do</strong> consórcio? Vou fazer outra pergunta. Oconsórcio iniciou fazen<strong>do</strong> a fiscalização quan<strong>do</strong>? E no contrato estava previsto que quan<strong>do</strong>terminaria?O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Nós iniciamos o contrato em março <strong>de</strong>2003. Esse contrato foi prorroga<strong>do</strong> o prazo <strong>de</strong>le.O SR. VITOR SAPIENZA – PPS – Para...?O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Para final <strong>de</strong> 2008, se eu não me engano.O SR. VITOR SAPIENZA – PPS – Agora vai minha pergunta.O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Pois não.O SR. VITOR SAPIENZA – PPS – Normalmente, quan<strong>do</strong> a gente coloca alguém paracoor<strong>de</strong>nar alguma coisa em que há uma sustação, eu substitua essa pessoa por outra pessoa,o senhor foi coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>r.O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Sim.O SR. VITOR SAPIENZA – PPS – Qual a razão que eles alegaram para substituir osenhor?O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Não. Eu é que saí.O SR. VITOR SAPIENZA – PPS – Por que o senhor saiu?O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Foi uma <strong>de</strong>cisão, problema da empresa.O SR. VITOR SAPIENZA – PPS – Um momentinho só. Eu acho estranho que sealguém está supervisionan<strong>do</strong>, a coisa está caminhan<strong>do</strong> a contento, segun<strong>do</strong> o senhor expôs,<strong>de</strong> repente há uma substituição e não se alega, não se fala porque a pessoa foi substituída,se o senhor me <strong>de</strong>r uma boa razão, po<strong>de</strong> até me convencer; mas eu acho estranho alguémestar participan<strong>do</strong> em algo importante, que tem uma receita também importante e, <strong>de</strong>repente, eu substituo alguém. Por quê?O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Posso explicar?O SR. VITOR SAPIENZA – PPS – Po<strong>de</strong>, não. Deve.O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – É o seguinte, excelência. Quan<strong>do</strong> nóscomeçamos esse contrato, foi uma <strong>de</strong>cisão da socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> que <strong>de</strong>veríamos ter alguémque fosse mais experiente, o contrato é um contrato longe da nossa se<strong>de</strong> e que pu<strong>de</strong>sseter uma ligação direta com o consórcio aqui <strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>. Então optou-se para que eu, quetinha uma experiência razoável nessa área, montasse o contrato. Ao longo <strong>de</strong>sse tempo <strong>de</strong>três anos nós nos sentimos seguros <strong>de</strong> que toda a estrutura estava acertada. Como sócioda empresa, nossa empresa é uma empresa pequena, on<strong>de</strong> nós não temos uma quantida<strong>de</strong>enorme <strong>de</strong> pessoas; nós mesmos, sócios, é que executamos os trabalhos. Então eu volteipara po<strong>de</strong>r ajudar a socieda<strong>de</strong> em outros negócios. Nada mais nada menos <strong>do</strong> que isso. Emparticular, em posso até ter erra<strong>do</strong>, mas em particular em me sentia seguro com a estruturaque estava montada. A estrutura que estava montada, a forma <strong>de</strong> fazer, porque funcionava.Estava funcionan<strong>do</strong>.O SR. VITOR SAPIENZA – PPS – É <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>ssa linha que me causa espécie, que ascoisas começaram a acontecer, segun<strong>do</strong> o <strong>de</strong>poimento <strong>de</strong> V. Sa., <strong>de</strong>pois <strong>de</strong>ssa substituiçãoentran<strong>do</strong> a outra pessoa que já tinha uma pseu<strong>do</strong>-experiência no seu lugar.Estou satisfeito.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Deputa<strong>do</strong> Massafera, tem V. Exa. apalavra.O SR. ROBERTO MASSAFERA – PSDB – Presi<strong>de</strong>nte, meus... Eu era membro substituto,titular e agora voltei a ser substituto, mas gostaria <strong>de</strong> participar cumprimentan<strong>do</strong> a to<strong>do</strong>s osmeus companheiros aqui.Eu queria fazer uma pergunta ao José Fernan<strong>do</strong>. Uma coisa interessante. Você citouo tipo <strong>de</strong> empreendimento: mutirão, associativo, empreitada e morada indígena. Quer dizer,tu<strong>do</strong> isso são os empreendimentos que o CDHU promove.O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Que promoveu lá.O SR. ROBERTO MASSAFERA – PSDB – Tá. Lá: morada indígena. Agora, mutirão. Me<strong>de</strong>fina claramente, juridicamente, como funciona o mutirão. Bem claro. Eu acho isso umacoisa importante. Hoje nós estamos tratan<strong>do</strong> aqui somente <strong>de</strong> mutirão. É isso?O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – É. A CDHU, naquele momento, previa <strong>do</strong>istipos <strong>de</strong> mutirão. Um mutirão feito por associação <strong>de</strong> mutirantes, que era um contrato queessa associação fazia com a CDHU, e essa associação com assessoria da CDHU <strong>de</strong>senvolviao empreendimento. E o mutirão através <strong>de</strong> convênio com as prefeituras cuja responsabilida<strong>de</strong><strong>de</strong> inscrição das pessoas, a coor<strong>de</strong>nação <strong>do</strong> trabalho, a responsabilida<strong>de</strong> técnica peloserviço era pela prefeitura. Os <strong>do</strong>is são mutirões. Só que um é através <strong>de</strong> associação <strong>de</strong>mutirantes e outro sob responsabilida<strong>de</strong> da prefeitura. A gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> empreendimentosna região, tanto Marília como Pru<strong>de</strong>nte, era <strong>de</strong>sta segunda alternativa, que é prefeituracrian<strong>do</strong> o grupo <strong>de</strong> interessa<strong>do</strong>s, os mutirantes, a população necessitan<strong>do</strong> <strong>de</strong> habitação,fazia a inscrição, <strong>de</strong>senvolvia o empreendimento, <strong>do</strong>ava o terreno à CDHU, <strong>de</strong>senvolviaprojetos, aprovava projetos e tu<strong>do</strong> mais; e fazia a execução da obra, contratan<strong>do</strong> material,administran<strong>do</strong>, compran<strong>do</strong> ferramentas e colocan<strong>do</strong> assessoria técnica. A assessoria técnicanada mais é <strong>do</strong> que ter oficiais que saibam fazer serviços <strong>de</strong> pedreiro, oficiais que saibamfazer serviços <strong>de</strong> encana<strong>do</strong>r, serviços <strong>de</strong> eletricista, serviços <strong>de</strong> carpinteiro. <strong>São</strong> essas. Nãosei se eu consegui explicar ao senhor.O SR. ROBERTO MASSAFERA – PSDB – Então, o mutirão, feito o convênio entre aprefeitura e CDHU, a prefeitura dava o terreno e fazia a terraplanagem e fazia as compras<strong>do</strong>s materiais?O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Sim.O SR. ROBERTO MASSAFERA – PSDB – Aqui na sentença, no inquérito criminal quenós já temos em andamento, a sentença, o juiz con<strong>de</strong>na os responsáveis exatamente naquestão <strong>de</strong> compras e to<strong>do</strong> esse conluio que foi organiza<strong>do</strong> era na compra <strong>do</strong>s materiaispelas prefeituras, ou seja, condição... A semana passada esteve aqui o prefeito fazen<strong>do</strong><strong>de</strong>poimento e eu acho que houve uma confusão, ele disse que ele não tinha controle <strong>do</strong> sistema,mas na verda<strong>de</strong> ele quis dizer que, como prefeito, ele tinha uma comissão <strong>de</strong> licitaçãoque fazia as compras, tinha um engenheiro fiscal que fiscalizava, e que ele não tinha comointervir na questão <strong>do</strong> engenheiro da prefeitura que fiscalizava as obras e dava parecer ou a


sába<strong>do</strong>, 28 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 2009 Diário Oficial Po<strong>de</strong>r Legislativo <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, 119 (222) – Suplemento – 29comissão <strong>de</strong> compras quan<strong>do</strong> comprava, efetuava suas compras. Aqui na sentença diz quehouve nas compras superfaturamentos ou qualitativos ou quantitativos, pelas prefeituras.Isso não chega a sua gestão <strong>de</strong> fiscalização?O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Excelência, nós fazíamos a fiscalização <strong>de</strong>unida<strong>de</strong> habitacional. Quer dizer, a casa tinha que ter pare<strong>de</strong>, tinha que ter telha<strong>do</strong>, tinhaque ter instalações sanitárias, tinha que ter energia elétrica, ter entrada <strong>de</strong> energia. Querdizer, a gente não verificava quantida<strong>de</strong> nem valores <strong>de</strong> materiais, até porque nós tínhamospor obrigação contratual com a CDHU que aquele empreendimento tivesse 20 casinhas; as20 casinhas estão lá executadas. Agora, não po<strong>de</strong>ria ter, por exemplo, um vaso sanitáriocom uma caixinha <strong>de</strong> <strong>de</strong>scarga daquelas <strong>de</strong> puxar a cordinha, é uma caixa com <strong>de</strong>scargaacoplada, bacia com <strong>de</strong>scarga acoplada; agora, o valor se as notas fiscais eram com quantida<strong>de</strong>maior, não cabia a nós verificar isso. Nós tínhamos que ver a casa, a unida<strong>de</strong> habitacionalera a nossa responsabilida<strong>de</strong>.O SR. ROBERTO MASSAFERA – PSDB – Então no caso também cita<strong>do</strong> aqui <strong>de</strong> que ascompras com notas fiscais frias nada disso passava sob a sua gestão?O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – As prestações <strong>de</strong> contas elas eram encaminhadas.A gente verificava a conformida<strong>de</strong> <strong>do</strong> material que estava nas notas fiscais paraencaminhamento para a CDHU, como eu disse; se eventualmente na prestação <strong>de</strong> contascom a CDHU aparecesse caixilhos <strong>de</strong> alumínio, nós <strong>de</strong>volveríamos à prefeitura, porque nãoera material que seria aplica<strong>do</strong> naquilo lá.O SR. ROBERTO MASSAFERA – PSDB – Mais uma coisa. Você falou que cabia à prefeiturafazer a infraestrutura <strong>do</strong> lote da urbanização, água, esgoto, iluminação. Esses lotesnão eram pavimenta<strong>do</strong>s? Nesses preços não incluía pavimentação?O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Não. Era responsabilida<strong>de</strong> da prefeitura.O SR. ROBERTO MASSAFERA – PSDB – Mas <strong>de</strong>veria fazê-lo?O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Não era obrigação. Pelo que eu me recor<strong>de</strong>não era obrigação <strong>de</strong> convênio, porque havia uma <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> habitabilida<strong>de</strong>. Habitabilida<strong>de</strong>implicava em que houvesse guias, sarjetas, drenagem, água, esgoto, energia elétricae iluminação.O SR. ROBERTO MASSAFERA – PSDB – Aqui na sentença nós temos uma questãomuito interessante que eu estava ven<strong>do</strong> aqui. O Sr. Climério <strong>de</strong> Tole<strong>do</strong> era funcionário <strong>de</strong>quem?O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Da CDHU. Ele, pelo que nos consta, eleera comissiona<strong>do</strong> e acho que originalmente ele era funcionário da CESP, comissiona<strong>do</strong> naCDHU.O SR. ROBERTO MASSAFERA – PSDB – Na sua <strong>de</strong>fesa, o Climério <strong>de</strong> Tole<strong>do</strong> iniciouseus memoriais finais sustentan<strong>do</strong> que ele não po<strong>de</strong>ria ser acusa<strong>do</strong> <strong>de</strong> crime <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong>por não ter exerci<strong>do</strong> nenhum cargo público, ou seja, se ele era funcionário <strong>do</strong> CDHUele exercia um cargo público.O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Olha, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que nós fomos para lá ele jáestava lá nessa função.O SR. ROBERTO MASSAFERA – PSDB – Na página 32 da sentença o interessante éque aqui fala engenheiro Climério Tole<strong>do</strong> Pereira, engenheiro da CDHU responsável pelaratificação das medições. Então, no próprio processo a <strong>de</strong>claração <strong>de</strong>le é mentirosa. Aqui dizque ele é engenheiro <strong>do</strong> CDHU e lá ele diz que não exercia cargo público.O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Todas as medições encaminhadas à CDHUaqui em <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong> eram assinadas por ele.O SR. ROBERTO MASSAFERA – PSDB – Está bom.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Eu queria fazer algumas perguntas parao Sr. José Fernan<strong>do</strong>.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Pela or<strong>de</strong>m, senhor Presi<strong>de</strong>nte. Apenas para título<strong>de</strong> esclarecimento, eu sei que o Presi<strong>de</strong>nte gosta <strong>de</strong> ser sempre o último a indagar o <strong>de</strong>poente.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Não há nenhum problema.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Em seguida, eu gostaria <strong>de</strong> me inscrever também.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Pois não.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – A não ser que o Presi<strong>de</strong>nte queira ser o último.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – De forma alguma. Vou fazer uma pergunta,mas isso não impe<strong>de</strong> que outras perguntas possam suce<strong>de</strong>r.Sr. José Fernan<strong>do</strong>, primeiro o senhor já explicou que o consórcio <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> fiscalizaressas obras pelo final <strong>do</strong> contrato. Não houve nenhum outro impedimento? Nenhuma outracausa?O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Quan<strong>do</strong> aconteceu o evento em quehouve a acusação da participação <strong>de</strong> <strong>do</strong>is funcionários nossos e que foram afasta<strong>do</strong>s imediatamente,a CDHU instaurou uma comissão <strong>de</strong> sindicância. Do dia 15 <strong>de</strong> maio até dia 31<strong>de</strong> julho nós continuamos executan<strong>do</strong> o trabalho para o qual nós fomos contrata<strong>do</strong>s, atéporque se parássemos po<strong>de</strong>ríamos ser penaliza<strong>do</strong>s pelo aban<strong>do</strong>no <strong>do</strong> contrato. Então foiinstaurada uma comissão <strong>de</strong> sindicância e essa comissão <strong>de</strong> sindicância, por volta <strong>de</strong>ssadata, sugeriu que a CDHU fizesse uma rescisão <strong>de</strong>sse contrato unilateral, amigável ou judicial.Então, no dia 31 <strong>de</strong> julho nós recebemos uma da CDHU para <strong>de</strong>smobilizar o contrato.Entre maio e 31 <strong>de</strong> julho nós continuamos fazen<strong>do</strong> o nosso trabalho, com solicitações <strong>de</strong>levantamento <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s e <strong>de</strong> informações pela própria CDHU; nós continuamos, afastadas aspessoas envolvidas, a executar as medições até porque existia inúmeras prefeituras que nãotinham nada a ver com o assunto e que se nós não fizéssemos as medições teriam problemassérios para a execução <strong>do</strong>s empreendimentos.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Uma outra questão que o senhor falou,o senhor fez aqui uma afirmação da responsabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> prefeito, <strong>do</strong> convênio que se davaentre a prefeitura e o CDHU. E mais. O senhor falou aqui que em algumas prefeituras quenão tinham o pessoal técnico para acompanhar a obra o CDHU disponibilizou um recursopara que isso fosse contrata<strong>do</strong>. É isso? É verda<strong>de</strong>?O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – O convênio previa isso. Os convêniospreviam. Em 2003, quan<strong>do</strong> nós começamos a fazer esse trabalho, os convênios já previammateriais, verba para aquisição <strong>de</strong> materiais, e verba para administração <strong>de</strong>sse empreendimento,compra <strong>de</strong> ferramentas para o empreendimento e assessoria técnica. Havia prefeiturasque licitavam essa assessoria técnica, pegavam uma empresa que fazia essa assessoriatécnica, e algumas prefeituras que optavam por montar ela mesma essa estrutura, algumasprefeituras fizeram diretamente isso.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – O consórcio o qual o senhor representavae o senhor pessoalmente fazia verificação <strong>de</strong> irregularida<strong>de</strong>s. Essas irregularida<strong>de</strong>s osenhor falou aqui que essa relação ficava com o prefeito, imediatamente. Prefeito, olha, temtal irregularida<strong>de</strong> e o senhor <strong>de</strong>ve corrigir. O senhor alertava o prefeito que ele era o responsável,que era ele quem tinha que proce<strong>de</strong>r isso antes <strong>de</strong> levar para o CDHU? E se por acasonão houve essa correção da irregularida<strong>de</strong>, o senhor comunicou ao CDHU que medidas oCDHU tomou? Houve um momento em que foi feita essa pergunta, mas o senhor não respon<strong>de</strong>uela na sua totalida<strong>de</strong>? Havia suspensão <strong>de</strong> pagamento? O CDHU vinha até o localconfirmar a irregularida<strong>de</strong>? Como era essa relação?O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Eu acho que eu me fiz enten<strong>de</strong>r mal. Agente passava a informação ao representante da prefeitura. A prefeitura tinha um mestre,alguém <strong>de</strong>ntro da obra que recebia essas informações, ou um engenheiro. Essas informaçõesnão eram ao prefeito; eram ao representante <strong>do</strong> prefeito na obra. O prefeito não faziao acompanhamento, não era ele quem fazia o acompanhamento da obra. Então a genteinformava ao responsável da prefeitura perante a obra. O que normalmente acontecia?Quan<strong>do</strong> a gente levantava a não-conformida<strong>de</strong>, eles faziam a correção. Isso normalmenteacontecia. E ao longo da obra esse trabalho era feito continuamente. O que acontecia aofinal da obra? Para a entrega final da obra nós fazemos uma verificação total, a obra pronta,todinha, fazia um “check list” <strong>de</strong> todas não-conformida<strong>de</strong>s, a prefeitura fazia as correçõese a obra era entregue com essas correções executadas.O SR. VITOR SAPIENZA – PPS – Pela or<strong>de</strong>m, senhor Presi<strong>de</strong>nte.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Tem V. Exa. a palavra.O SR. VITOR SAPIENZA – PPS – O <strong>de</strong>poente disse o seguinte. Que tão logo a CDHUentrou em contato com eles em <strong>de</strong>corrência da participação <strong>de</strong> <strong>do</strong>is funcionários <strong>do</strong> consórcioem possíveis irregularida<strong>de</strong>s, o contrato foi rescindi<strong>do</strong>. E a seguir ele disse que emalgumas localida<strong>de</strong>s continuaram os trabalhos <strong>do</strong> consórcio. Proce<strong>de</strong> esse <strong>de</strong>poimento oufoi rescindi<strong>do</strong> to<strong>do</strong> contrato?O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Não. O que eu expliquei, excelência, é oseguinte. De maio, quan<strong>do</strong> ocorreu o evento, até 31 <strong>de</strong> julho nós continuamos prestan<strong>do</strong> osserviços.O SR. VITOR SAPIENZA – PPS – Eu entendi <strong>de</strong>sse jeito.O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Exato. Nós continuamos prestan<strong>do</strong> osserviços porque em nenhum momento, neste perío<strong>do</strong>, a CDHU nos notificou para paralisar otrabalho.O SR. VITOR SAPIENZA – PPS – Até aí também entendi.O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Em 31 <strong>de</strong> julho nós fomos notifica<strong>do</strong>spara parar totalmente o trabalho.O SR. VITOR SAPIENZA – PPS – Em to<strong>do</strong>s os municípios?O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Foi totalmente <strong>de</strong>smobiliza<strong>do</strong> o contrato.O SR. VITOR SAPIENZA – PPS – Em to<strong>do</strong>s os municípios ou só lá?O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Não, não. Tanto em Marília como em Presi<strong>de</strong>ntePru<strong>de</strong>nte. O contrato foi suspenso, ele foi paralisa<strong>do</strong>, porque nós recebemos or<strong>de</strong>mpara parar o trabalho.O SR. VITOR SAPIENZA – PPS – O que eu gostaria que o senhor esclarecesse seriao seguinte. Se essas irregularida<strong>de</strong>s, pelo que consta <strong>do</strong> processo, elas existiram, em tese,somente na Região <strong>de</strong> Pru<strong>de</strong>nte, por que mandaram suspen<strong>de</strong>r também em Marília? Essa éa primeira questão.A segunda questão é a seguinte. Eu enten<strong>do</strong> que um contrato <strong>do</strong> porte como foimostra<strong>do</strong>, da importância <strong>de</strong>le, é estranho para mim que um consórcio receben<strong>do</strong> umanotificação <strong>do</strong> CDHU não procurasse <strong>de</strong>monstrasse ao CDHU as suas razões <strong>de</strong> inocência eacatasse simplesmente esse tipo <strong>de</strong> notificação. Só isso que eu gostaria que o <strong>de</strong>poente...O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Não. É que eu não <strong>de</strong>i as explicaçõescompletas.O SR. VITOR SAPIENZA – PPS – Então eu gostaria que o senhor as <strong>de</strong>sse.O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Quan<strong>do</strong> recebemos a notificação, nósfizemos a nossa <strong>de</strong>fesa prévia contestan<strong>do</strong> to<strong>do</strong>s os pontos havi<strong>do</strong>s na sindicância e nos<strong>de</strong>fen<strong>de</strong>mos ponto a ponto <strong>de</strong> cada um <strong>de</strong>sses questionamentos que foram feitos, porque asindicância quis impingir-nos responsabilida<strong>de</strong>s que nós não concordamos e não aceitamos.O SR. VITOR SAPIENZA – PPS – É que na forma como o senhor disse dava a enten<strong>de</strong>rque pacificamente ou passivamente vocês aceitaram isso.O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Excelência, nós fizemos a nossa <strong>de</strong>fesa.Em função <strong>de</strong>ssa <strong>de</strong>fesa caminhou-se para um acor<strong>do</strong>. Este acor<strong>do</strong> foi feita uma rescisãoamigável, nós po<strong>de</strong>ríamos ir à Justiça inclusive, não era conveniente ao consórcio essetipo <strong>de</strong> atitu<strong>de</strong>, até porque nós somos presta<strong>do</strong>res <strong>de</strong> serviço <strong>do</strong> governo. Agora, nós nos<strong>de</strong>fen<strong>de</strong>mos. Tanto é que não fomos, pela amiza<strong>de</strong>, porque a nossa <strong>de</strong>fesa era consistente.Nós tínhamos <strong>do</strong>cumentos mostran<strong>do</strong> que aquilo que fomos acusa<strong>do</strong>s não era verda<strong>de</strong>. Issoexiste e está no processo da rescisão, a nossa <strong>de</strong>fesa.O SR. ENIO TATTO – PT – Permita, nobre Deputa<strong>do</strong> Vitor Sapienza? Eu acho que realmentefoi, no meio <strong>de</strong> um valor, se não me engano 11 milhões, um acor<strong>do</strong> com o CDHU umacor<strong>do</strong> <strong>de</strong> 600 e poucos mil em 10 parcelas, realmente não tinha nem que aceitar mesmo.Agora, por que aceitaram esse acor<strong>do</strong> se o senhor coloca que a empresa que fiscalizava, oconsórcio que fiscalizava tinha as planilhas, tomadas, as medições, estava tu<strong>do</strong> em or<strong>de</strong>m?Por quê? Até esse valor que é insignificante, eu acho que qualquer um tem que renunciarpara questionar na Justiça a sua culpabilida<strong>de</strong>. O que teve <strong>de</strong> erra<strong>do</strong> para aceitar fazer esseacor<strong>do</strong>? Qual o favorecimento que teve?O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – O senhor me permite, o valor que osenhor tem aí é o valor final. O valor que foi imputa<strong>do</strong> a nós atualiza<strong>do</strong> à data <strong>do</strong> acor<strong>do</strong>foi quatro milhões e trezentos, aproximadamente. E nós tínhamos a receber da CDHU algoem torno <strong>de</strong> três milhões e seiscentos. E esta é a diferença <strong>de</strong> valores que nos foi imputa<strong>do</strong>.O nosso prejuízo foi <strong>de</strong> quatro milhões e trezentos. Não foi 600 mil reais. Agora, por quê?Foi uma <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> empresa. Enfrentar, os senhores <strong>de</strong>vem conhecer bem, uma pendênciajudicial 10, 15 anos, sen<strong>do</strong> presta<strong>do</strong>res <strong>de</strong> serviço <strong>do</strong> governo, é algo muito difícil para umaempresa como nós; então nós <strong>de</strong>cidimos fazer isso.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Então...


30 – <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, 119 (222) – Suplemento Diário Oficial Po<strong>de</strong>r Legislativo sába<strong>do</strong>, 28 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 2009O SR. ENIO TATTO – PT – Só complementan<strong>do</strong>.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – É que havia me pedi<strong>do</strong> um aparte. Mastu<strong>do</strong> bem, po<strong>de</strong> completar.O SR. ENIO TATTO – PT – Eu acho que talvez para a LBR, como foi coloca<strong>do</strong> aqui,com to<strong>do</strong> respeito, era difícil continuar prestan<strong>do</strong> serviço, mas em se tratan<strong>do</strong> <strong>de</strong> LBR eTjofran, o potencial da Tjofran, aceitar uma perda <strong>de</strong> quatro milhões, três milhões e maisessa multa, é muito estranho, uma empresa <strong>do</strong> porte da Tjofran, por exemplo, que faz parte<strong>de</strong>sse consórcio.O SR. MILTON FLÁVIO – PSDB – Sr. Presi<strong>de</strong>nte, só para eu enten<strong>de</strong>r, eu não souempresário, mas <strong>do</strong> que eu entendi, e às vezes eu não enten<strong>do</strong>, e às vezes eu acho que euenten<strong>do</strong> mais <strong>do</strong> que <strong>de</strong>via, o fato <strong>de</strong> vocês litigarem com o Esta<strong>do</strong> eventualmente impediriaa sua empresa <strong>de</strong> continuar sen<strong>do</strong> contratada? É isso?O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Sempre quan<strong>do</strong> você tem um processojudicial corren<strong>do</strong> você passa e po<strong>de</strong> ter dificulda<strong>de</strong>s num processo licitatório. Nós trabalhamospor licitação. Eu não sou contrata<strong>do</strong> diretamente; eu não consigo ser contrata<strong>do</strong> peloEsta<strong>do</strong> diretamente; eu tenho que passar por processo licitatório. E isso sempre é um problema.Nós temos <strong>de</strong> a cada processo licitatório explicar no processo licitatório o que estáocorren<strong>do</strong> em termos <strong>de</strong>ssa litigância. Então foi uma <strong>de</strong>cisão.O SR. MILTON FLÁVIO – PSDB – Pelo que eu entendi, a empresa enten<strong>de</strong>u que per<strong>de</strong>rnesse momento quatro milhões e trezentos mil reais talvez fosse um prejuízo menor <strong>do</strong>que eventualmente ficar 15 anos sem po<strong>de</strong>r trabalhar com o Esta<strong>do</strong>. É mais ou menos isso?O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Trabalhan<strong>do</strong> a gente recupera; não trabalhan<strong>do</strong>,não tem solução.O SR. MILTON FLÁVIO – PSDB – Entendi. Obriga<strong>do</strong>.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Tu<strong>do</strong> bem. Po<strong>de</strong> ir. No meu espíritoaqui, comungan<strong>do</strong> com seu espírito anterior, eu passo a palavra a vossa excelência.O SR. ENIO TATTO – PT – O Sr. Presi<strong>de</strong>nte é paz e amor hoje.Sr. José Fernan<strong>do</strong>, no início o senhor colocou que um consórcio é constituí<strong>do</strong> numaparceria para aten<strong>de</strong>r questões financeiras, técnicas e ao mesmo tempo no <strong>de</strong>correr aqui <strong>do</strong><strong>de</strong>poimento o senhor coloca que a LBR é uma empresa pequena em relação à Tjofran, seriao primo pobre <strong>do</strong> consórcio. Quan<strong>do</strong> teve esse acerto, teve esse prejuízo em torno <strong>de</strong> quatromilhões, isso é distribuí<strong>do</strong>, esse prejuízo, da mesma forma ou é ratea<strong>do</strong>...?O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – É na proporção da participação <strong>de</strong> cadaum <strong>do</strong> consórcio. Nós respon<strong>de</strong>mos por 50.5% <strong>de</strong>ste prejuízo e a Tjofran por 49.5%.O SR. ENIO TATTO – PT – Vocês respon<strong>de</strong>ram mais então?O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Sim, porque nós éramos os lí<strong>de</strong>res, nóséramos li<strong>de</strong>rança e pressupunha um percentual maior. Se o senhor me perguntar por que, éporque tecnicamente nós tínhamos uma experiência maior no assunto <strong>do</strong> que eles. Só isso.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Deixem só eu terminar minha últimapergunta. Eu estava ainda indagan<strong>do</strong> o senhor sobre a questão das irregularida<strong>de</strong>s e ocontrato que o senhor teve é um contrato muito gran<strong>de</strong>, quase oito mil casas na Região <strong>de</strong>Marília e na Região <strong>de</strong> Pru<strong>de</strong>nte. E o senhor com uma experiência. O senhor falou inclusiveque a sua ida, a escolha para que o senhor fosse o coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>r se <strong>de</strong>u pela sua experiência.E a sua relação com os prefeitos, apesar <strong>de</strong> o senhor dizer que os prefeitos eramautorida<strong>de</strong> máxima, e nas cida<strong>de</strong>s pequenas o senhor dizer que ele era o responsável direto,nunca teve contato nenhum com o prefeito?O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Não. Não disse isso. Mas no <strong>de</strong>senvolvimentoda obra, não tinha razão para ter contato com os prefeitos. É evi<strong>de</strong>nte que quan<strong>do</strong> aobra se iniciava, a gente ia lá e tinha contato com o prefeito; quan<strong>do</strong> havia inauguração, oprefeito estava lá inauguran<strong>do</strong>. Esses contatos. Agora o contato operacional não era com oprefeito.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Eu queria perguntar ao senhor oseguinte. Apesar que essa não era a responsabilida<strong>de</strong> incluída no seu contrato <strong>de</strong> fiscalização,mas o senhor com a sua experiência o senhor <strong>de</strong>veria verificar porque o senhor ia olharse na planta a janela estava no local, se tinha banheiro azuleja<strong>do</strong>, se a porta era <strong>de</strong> alumínio,se o sistema <strong>de</strong> elétrica estava completo. O senhor logicamente percebia que ali existiauma questão da qualida<strong>de</strong>. Não estava no seu contrato analisar a qualida<strong>de</strong>, mas o senhorera um homem experiente, um engenheiro, por isso mesmo o senhor foi assumir essacoor<strong>de</strong>nação, por que o senhor não alertou ao CDHU e aos prefeitos que o senhor tinhacontato? Olha, vocês têm que ter mais cuida<strong>do</strong>; não é minha obrigação, eu não vou..., ouincluir no relatório. Pelo menos, eu gostaria <strong>de</strong> alertar tal aspecto para que fosse verifica<strong>do</strong>o que aconteceu. Eu estou falan<strong>do</strong> porque o senhor fez um gerenciamento <strong>de</strong> quase oito milimóveis. Então eu queria que o senhor pu<strong>de</strong>sse falar sobre isso, <strong>de</strong>ssa sua experiência, <strong>de</strong>sseseu respeito pelos prefeitos como autorida<strong>de</strong> máxima e sobre essa visão que o senhor <strong>de</strong>veter ti<strong>do</strong>. O senhor <strong>de</strong>ve ter fala<strong>do</strong>: Olha, a coisa aqui não <strong>de</strong>ve estar bem. Eu não sou engenheiro,mas já fui prefeito e eu era cuida<strong>do</strong>so nessa questão. Eu ia lá: Opa, o que é isso?Que material é esse? A gente sabe o material <strong>de</strong> primeira e o material <strong>de</strong> segunda, isso dápara ver. Mesmo o alumínio. O alumínio tem um brilho diferente. O fio. Tem fio aí que nãopassa, apesar <strong>de</strong> ser vendi<strong>do</strong>, a gente sabe que é clan<strong>de</strong>stino, vem <strong>do</strong> Paraguai, e quemtrabalha com isso tem experiência para ver essas questões todas. Gostaria que o senhorpu<strong>de</strong>sse falar sobre essa questão.O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Excelência, esta questão que o senhorestá colocan<strong>do</strong>, o senhor me <strong>de</strong>sculpa, mas não foi assim que aconteceu. Os empreendimentosentregues eles tinham o mínimo <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>. Houve questionamentos <strong>de</strong> <strong>de</strong>svio<strong>de</strong> comportamento e <strong>de</strong>svio <strong>de</strong> dinheiro e <strong>de</strong> recursos, mas a qualida<strong>de</strong> para o tipo <strong>de</strong>empreendimento, e como o senhor disse, algo em torno <strong>de</strong> oito mil unida<strong>de</strong>s, elas estãolá, os empreendimentos, as pessoas estão moran<strong>do</strong> nas casas, elas foram entregues. O quehouve foi um momento em que se verificou um <strong>de</strong>svio, o Deputa<strong>do</strong> Massafera até fez umaobservação <strong>de</strong> que a impressão que dava é que era sonegação ou faturamento <strong>de</strong> materiaisfajutos, mas a qualida<strong>de</strong> da obra, <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong>s parâmetros <strong>de</strong>fini<strong>do</strong>s, ela estava a<strong>de</strong>quada, equan<strong>do</strong> não estavam nós solicitávamos a correção.Aquele sistema <strong>de</strong> planejamento <strong>de</strong> obras que nós fazíamos, nós fazíamos e havia aparticipação da CDHU; se tivesse dificulda<strong>de</strong>s e houvesse necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> falar ao prefeito, aCDHU falava. Eventualmente nós participávamos, até corpo técnico, o engenheiro que estavacuidan<strong>do</strong> daquela obra, e a CDHU fosse fazer uma reunião com o prefeito, participavajunto até para esclarecer. Eu participei <strong>de</strong> reuniões com um ou <strong>do</strong>is prefeitos ao longo <strong>de</strong>três anos. Foi quan<strong>do</strong> era uma crise completa e a prefeitura não conseguia tocar a obra, elanão conseguia fazer a obra. Nós fomos lá orientar o prefeito, junto com a CDHU, para queele se estruturasse para cumprir o contrato, porque ele tinha um convênio assina<strong>do</strong> coma CDHU e ele tinha que cumprir aquilo lá, até porque eu acredito que o não-cumprimentopo<strong>de</strong>ria incorrer e penalizações para ele. Nós fomos lá.Então o acompanhamento técnico <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> da obra nós fazíamos. Agora eu nãotinha ferramenta <strong>do</strong> tipo controle tecnológico. Era visual. Chamar um laboratório para fazerensaio, o convênio não previa isso.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Nós tínhamos aí a solicitação <strong>do</strong> Deputa<strong>do</strong>Antonio Mentor que ainda quer fazer indagações ao <strong>de</strong>poente. Então V. Exa. tem apalavra.O SR. MILTON FLÁVIO – PSDB – Só para que não haja nenhum inconveniente, eufui só esclarecer ao Deputa<strong>do</strong> José Augusto que tanto o Deputa<strong>do</strong> José Augusto como nóstemos compromissos ainda na Casa e se pu<strong>de</strong>sse apressar a reunião, para nós seria conveniente.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Eu queria aproveitar a oportunida<strong>de</strong>para dizer que na semana passada teve aqui um colóquio em função <strong>de</strong> eu ter convida<strong>do</strong>uma pessoa e não duas. Se nós tivéssemos mais uma hoje aqui eu queria ver como nós iríamosresolver o problema.O SR. VITOR SAPIENZA – PPS – Pela or<strong>de</strong>m, senhor Presi<strong>de</strong>nte.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Tem V. Exa. a palavra.O SR. VITOR SAPIENZA – PPS – Dentro <strong>de</strong>sse quadro, seria conveniente que nós iniciássemosos nossos trabalhos às 10 horas e não às 11 horas.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Não há nenhum problema. Eu acho queessa é uma questão que <strong>de</strong>pois nós vamos discutir.Deputa<strong>do</strong> Antonio Mentor, por favor.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Vou ser rápi<strong>do</strong>, Presi<strong>de</strong>nte, até em respeito aos<strong>de</strong>mais <strong>de</strong>puta<strong>do</strong>s que têm compromissos, compromissos como eu também tenho.O SR. MILTON FLÁVIO – PSDB – Deputa<strong>do</strong> Tatto também.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Deputa<strong>do</strong> Tatto, o Presi<strong>de</strong>nte, to<strong>do</strong>s nós aqui temosuma dinâmica <strong>de</strong> trabalho muito rigorosa. Mas apenas para mencionar, Sr. Presi<strong>de</strong>nte, parafazer o registro na Ata da nossa reunião, que a concorrência <strong>de</strong> número 141/2, objeto danossa discussão, no seu item <strong>de</strong> número 1.2 e 1.2 b3 coloca como exigência <strong>do</strong> contrato afiscalização da execução <strong>do</strong> projeto e a garantia da qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s materiais e serviços. Éobrigação, na esteira da pergunta que o Presi<strong>de</strong>nte fez ao nosso <strong>de</strong>poente, que respon<strong>de</strong>uque não é possível fazer a verificação <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> sem que se contrate um laboratório oufaça uma análise mais criteriosa. Evi<strong>de</strong>ntemente que não será só a experiência <strong>do</strong>s seus técnicosque vai a olho nu garantir a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um material.Mas queria fazer rápidas perguntas aí para o Sr. Fernan<strong>do</strong>. Sr. Fernan<strong>do</strong>, o senhortem <strong>de</strong> memória qual foi o faturamento da LBR-Tjofran neste contrato? Po<strong>de</strong> ser aproxima<strong>do</strong>.Não precisa ser...O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Algo em torno <strong>de</strong>, valores corrigi<strong>do</strong>s, algoem torno <strong>de</strong> 18 milhões, mais ou menos.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – 18 milhões. Eu tinha feito uma conta aqui aproximada,levan<strong>do</strong> em consi<strong>de</strong>ração oito mil unida<strong>de</strong>s, em média 24 meses para produzir cadaunida<strong>de</strong>, 70 reais por unida<strong>de</strong> fiscalizada, alguma coisa em torno <strong>de</strong> 13 milhões <strong>de</strong> reaisque talvez corrigi<strong>do</strong> vai chegar aí a esses 18 e uma aplicação <strong>de</strong> uma penalida<strong>de</strong> da or<strong>de</strong>m<strong>de</strong> quatro milhões <strong>de</strong> reais. Ou seja, mais <strong>de</strong> um terço <strong>do</strong> faturamento em números foi aplicadaa título <strong>de</strong> multa. Para a LBR foi pesada, para a Tjofran eu sei que não, para a Tjofraneu sei que essa é uma gota d’água no oceano, mas para a LBR eu imagino que tenha si<strong>do</strong>aí uma penalização forte, ten<strong>do</strong> em vista que pela mesma conta o consórcio recebia algumacoisa em torno <strong>de</strong> 300, 350 mil reais por mês, o que correspon<strong>de</strong> à LBR algo em torno <strong>de</strong>160, 170 mil reais por mês, um valor que para a LBR, para a Tjofran não, eu sei, mas para aLBR um valor significativo.Uma das questões que mais chamou a atenção <strong>de</strong>sta CPI neste seu <strong>de</strong>poimento dizrespeito à fiscalização. E V. Sa. nos informou aqui com muita clareza qual era o limite que oconsórcio LBR-Tjofran tinha nas ações da sua responsabilida<strong>de</strong>. Mas alguém tinha que fiscalizarisso, fiscalizar as compras, a prestação <strong>de</strong> contas. A prefeitura fazia uma prestação <strong>de</strong>contas, Deputa<strong>do</strong> Vitor Sapienza, diretamente à CDHU, não era o consórcio que fiscalizava acompra <strong>do</strong>s materiais, quem fiscalizava era a CDHU, que tinha como obrigação averiguar sea prestação <strong>de</strong> contas era regular ou não. Evi<strong>de</strong>ntemente que a CDHU, pelo menos em relaçãoa essas prefeituras e esses convênios que foram <strong>de</strong>nuncia<strong>do</strong>s como irregulares, <strong>de</strong>veriater percebi<strong>do</strong>.Nota fiscal fria. O Deputa<strong>do</strong> Vitor Sapienza é <strong>de</strong> uma experiência enorme na análise<strong>de</strong> <strong>do</strong>cumentos fiscais, pela sua carreira, pela sua profissão, bateu o olho sabe, não sabe?O SR. VITOR SAPIENZA – PPS – Mais ou menos.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Ah! Sabe. Sabe. Sabe. Mais ainda. Quan<strong>do</strong> umaempresa <strong>do</strong> porte da CDHU tem lá uma equipe especializada em verificar, bateu o olho,sabe.O SR. VITOR SAPIENZA – PPS – Me dá um apartezinho?O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Claro, Deputa<strong>do</strong> Vitor Sapienza.O SR. VITOR SAPIENZA – PPS – Para quebrar um pouquinho o gelo. Eu lembro bemum fiscal novato, e o Deputa<strong>do</strong> Tatto também tem experiência na área até vai rir, perguntarampara ele se a nota fiscal era fria, ele falou: eu tentei, pus no rosto. Como se a nota fiscalestivesse <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma gela<strong>de</strong>ira.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Então fica mais compreensível neste momentoquais eram as atribuições <strong>de</strong> cada setor. Aqui nós falamos já com <strong>do</strong>is ex-prefeitos, falamoscom a empresa, o consórcio contrata<strong>do</strong> para fazer o acompanhamento, que, na verda<strong>de</strong>,esse gerenciamento, pelo que entendi, tinha como responsabilida<strong>de</strong> principal, quase queexclusiva, fazer a conferência da medição da obra; falar: está feito, até aqui po<strong>de</strong> pagar àprefeitura. Isso que eles tinham que certificar à CDHU que era quem contratou o consórcio.Falar: Foi feito realmente aqui a parte <strong>de</strong>... Como chama?O SR. MILTON FLÁVIO – PSDB – Alvenaria, azulejo?O SR. ANTONIO MENTOR – PT – É. Essa parte. Foi feito.O SR. MILTON FLÁVIO – PSDB – Fundação.


sába<strong>do</strong>, 28 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 2009 Diário Oficial Po<strong>de</strong>r Legislativo <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, 119 (222) – Suplemento – 31O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Po<strong>de</strong> pagar. Fez a medição, eles atestam que po<strong>de</strong>pagar. Essa é a grosso mo<strong>do</strong> a função <strong>do</strong> consórcio LBR-Tjofran.Quem tem responsabilida<strong>de</strong> pela fiscalização das compras das licitações, além <strong>do</strong>Tribunal <strong>de</strong> Contas, é a CDHU. E é a quem nós precisamos ouvir aqui. Nós precisamos ouvira CDHU. Como é que era feito isso? Se na CDHU alguém tinha essa sensibilida<strong>de</strong> da orelhapara saber se a nota era fria. Como é que po<strong>de</strong> uma empresa FT Construções fornecer materialpara tanta casa?! A FT Construções, Deputa<strong>do</strong> Enio Tatto, a FT Construções forneceumaterial para construir centenas e centenas <strong>de</strong> casas. Então menos 15 prefeituras, 15 cida<strong>de</strong>s,será que ninguém percebeu? Ninguém botou a nota na orelha para ver?O SR. VITOR SAPIENZA – PPS – No rosto. Não é na orelha. É no rosto.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Então foi esse o erro, porque puseram na orelha enão puseram no rosto, mas se tivesse ao menos um termômetro, uma barômetro, algumacoisa, porque, na verda<strong>de</strong>, o caroço <strong>do</strong> abacate aqui, Presi<strong>de</strong>nte, é esse. On<strong>de</strong> está a irregularida<strong>de</strong>?On<strong>de</strong> é que foi feita a maracutaia? Foi na compra, compra <strong>do</strong> material? Entãoessa consi<strong>de</strong>ração que queria fazer para insistir.O SR. ENIO TATTO – PT – Me conce<strong>de</strong> um aparte?O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Claro!O SR. ENIO TATTO – PT – Tem que ter um envolvimento, um conluio aí <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s ossetores, porque alguém tinha que fiscalizar alguém ou perceber. Quan<strong>do</strong> tem um item aquique é cita<strong>do</strong>, usaram eucalipto in natura, como ma<strong>de</strong>ira, é 50% preço menor <strong>do</strong> que ma<strong>de</strong>ira<strong>de</strong> lei que <strong>de</strong>veria ter usa<strong>do</strong> e estava no contrato, não precisa especialista ou sei lá umteste para perceber a irregularida<strong>de</strong>. Infelizmente era feita a medição, era assinada, entãoto<strong>do</strong> mun<strong>do</strong> participava. To<strong>do</strong> mun<strong>do</strong> participava.O SR. VITOR SAPIENZA – PPS – Pela or<strong>de</strong>m, Deputa<strong>do</strong> Mentor.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Claro!O SR. VITOR SAPIENZA – PPS – É que normalmente, face à experiência que V. Exa.atribuiu a mim, normalmente quan<strong>do</strong> existe um esquema <strong>de</strong>sse se não houver conluio <strong>de</strong>to<strong>do</strong> o pessoal, sem exceção, não existe. Porque se você pegar qualquer esquema <strong>de</strong> sonegaçãoou <strong>de</strong> sinecura ou <strong>de</strong> falsida<strong>de</strong>, qualquer tipo, se todas as peças não se encaixaremacaba não acontecen<strong>do</strong>. É só essa pon<strong>de</strong>ração que eu queria fazer.O SR. ENIO TATTO – PT – Ainda, só permita, me preocupa quan<strong>do</strong> você nomeia umapessoa para te substituir, para acompanhar, para ser o gerente coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>r, porque eleconhece a região. O que é esse conhecer a região? Aí me preocupa muito.O SR. MILTON FLÁVIO – PSDB – Senhor Presi<strong>de</strong>nte.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Eu queria só indagar ao Deputa<strong>do</strong>Antonio Mentor se já fez a pergunta ao <strong>de</strong>poente. Quer que ele responda?O SR. ANTONIO MENTOR – PT – A pergunta que eu tinha a fazer a ele eu já fiz eagora estou fazen<strong>do</strong> algumas consi<strong>de</strong>rações a respeito <strong>do</strong> que foi dito pelo nosso <strong>de</strong>poente,mas, principalmente, para assinar embaixo no que foi aqui apresenta<strong>do</strong> por uma frase conclusiva,brilhantemente conclusiva pelo Deputa<strong>do</strong> Vitor Sapienza. Não é possível acontecero que aconteceu sem que haja um conluio entre as partes que estão envolvidas <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong>episódio.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Deputa<strong>do</strong> Milton Flávio.O SR. MILTON FLÁVIO – PSDB – Se acabou o <strong>de</strong>poimento... Depois eu faço o comentário,porque eu acho que algumas das questões não dizem respeito ao <strong>de</strong>poente e não vejopor que fazê-las na presença <strong>do</strong> <strong>de</strong>poente.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Tem alguma pergunta? Deputa<strong>do</strong>, osenhor está aguardan<strong>do</strong> alguma resposta <strong>do</strong> <strong>de</strong>poente?O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Não. Absolutamente, Presi<strong>de</strong>nte.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Não ten<strong>do</strong> mais nenhuma pergunta aser feita ao <strong>de</strong>poente, nós queremos dispensar, agra<strong>de</strong>cen<strong>do</strong> a presença. O senhor quer falaralguma coisa? Por favor.O SR. JOSÉ FERNANDO TOLEDO OSÓRIO – Só um esclarecimento. Esse contrato <strong>de</strong>gerenciamento era um contrato para fazer gerenciamento inclusive <strong>de</strong> empreendimentoscontrata<strong>do</strong>s com empreiteiras que é completamente diferente <strong>de</strong>ste <strong>de</strong> mutirão. Nestecontrato a empreiteira é obrigada a ter QUALIHAB, ela tem um plano <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> da obrae nós temos que fazer esse acompanhamento. Neste acompanhamento existe controle tecnológico<strong>do</strong>s materiais, fornecimento <strong>de</strong> materiais qualifica<strong>do</strong>s pelo QUALIHAB. Então esteé um contrato, quan<strong>do</strong> o senhor fala <strong>do</strong>s itens <strong>de</strong> nossa responsabilida<strong>de</strong>, ele é um contratoque abrange vários tipos <strong>de</strong> serviços. No caso <strong>do</strong> mutirão, nós não tínhamos ferramentaspara fazer controle <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>, mas fazíamos controle visual.Com relação à observação <strong>do</strong> Deputa<strong>do</strong> Enio Tatto, o eucalipto aten<strong>de</strong> perfeitamenteàs normas brasileiras. Se o senhor pegar o eucalipto nas condições, seco etc., o senhor faz oensaio <strong>do</strong> eucalipto, ele aten<strong>de</strong> todas as normas brasileiras para a utilização em telha<strong>do</strong>. Nocomeço <strong>de</strong> 2006, a preocupação da CDHU ven<strong>do</strong> o crescimento da utilização <strong>do</strong> eucaliptona estrutura <strong>de</strong> telha<strong>do</strong> foi solicitar que o eucalipto fosse utiliza<strong>do</strong> trata<strong>do</strong>. Por quê? Porquestão <strong>de</strong> durabilida<strong>de</strong>. Ele está sujeito a fungos, a brocas. Então era uma preocupaçãocom durabilida<strong>de</strong> da habitação. Agora, se o senhor pegar os estu<strong>do</strong>s <strong>do</strong> IPT eles passam,eles aten<strong>de</strong>m às normas brasileiras.Outra coisa que é complicada. Ma<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> lei. É conseguir ma<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> lei certificadahoje? Não sei. É muito mais conveniente usar uma ma<strong>de</strong>ira exótica, tipo eucalipto, com os<strong>de</strong>vi<strong>do</strong>s cuida<strong>do</strong>s, eu enten<strong>do</strong> isso, <strong>do</strong> que ma<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> lei, porque, com certeza, é <strong>de</strong>smatamentoilegal.Eu só queria fazer essa observação.O SR. ENIO TATTO – PT – Mesmo porque é mais barata, 50% <strong>do</strong> preço. Então é bastante...Uma economia enorme.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Encerra<strong>do</strong> então o <strong>de</strong>poimento <strong>do</strong> Sr.José Fernan<strong>do</strong>, eu quero agra<strong>de</strong>cer a sua presença. E vamos continuar nossa pauta aqui,rapidamente. Sei que o tempo é exíguo.Primeiro, recebemos agora, às 12h28min, um comunica<strong>do</strong> <strong>de</strong> Presi<strong>de</strong>nte Venceslau,eu vou ler: “Preza<strong>do</strong> senhor, motivos alheios à minha vonta<strong>de</strong> que se apresentaram inesperadamenteno início da noite <strong>de</strong> ontem impediram o meu comparecimento na <strong>Assembleia</strong><strong>Legislativa</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong> nesta data, para prestar informações à CPI da CDHUpresidida por vossa senhoria. Coloco-me à sua inteira disposição para tal em qualquer outradata previamente agendada. Certo <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r contar com sua compreensão, respeitosamente,apresento minhas sinceras <strong>de</strong>sculpas. Ângelo Cesar Malacrida, Prefeito <strong>de</strong> Presi<strong>de</strong>nte Venceslau.”O SR. MILTON FLÁVIO – PSDB – Já fica convoca<strong>do</strong> para a próxima reunião.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Ele tinha si<strong>do</strong> convoca<strong>do</strong>.O SR. MILTON FLÁVIO – PSDB – Já fica automaticamente.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Agora, veja bem. Nós tínhamos discuti<strong>do</strong>a convocação <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> um. Então se isso acontecer, nós vamos ter que se prepararpara entrar tar<strong>de</strong> a<strong>de</strong>ntro porque, olha esse. E ainda gostaria <strong>de</strong> fazer mais perguntas paraele.O SR. VITOR SAPIENZA – PPS – Sr. Presi<strong>de</strong>nte, que possa entrar, mas <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que inicieos nossos trabalhos às 10 horas.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Tu<strong>do</strong> bem.O SR. VITOR SAPIENZA – PPS – Só para V. Exa. acompanhar, nas quartas-feiras nóstemos reunião da Comissão <strong>de</strong> Finanças. Hoje tem 35 itens. Daqui para frente nós vamos tero Orçamento, nós vamos ter uma série <strong>de</strong> outras exigências e que, <strong>de</strong> repente, a gente nãovai po<strong>de</strong>r continuar participan<strong>do</strong> e vai acabar cain<strong>do</strong> a sessão.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Muito bem. Já há um acor<strong>do</strong> aqui. Nósconvocamos o Sr. Malacrida para a próxima sessão para ser ouvi<strong>do</strong>. E tem alguns requerimentosque nós podíamos ver aqui o que nós vamos votar. Tem aqui cinco requerimentos.O SR. MILTON FLÁVIO – PSDB – Coloca em votação.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Vamos colocar em votação.O SR. ENIO TATTO – PT – Pela or<strong>de</strong>m, senhor Presi<strong>de</strong>nte.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Tem V. Exa. a palavra.O SR. ENIO TATTO – PT – Sr. Presi<strong>de</strong>nte, eu já levantei esse problema e vou reafirmar.Não sei se a assessoria po<strong>de</strong>ria nos informar quantas sessões ou quanto tempo que nóstemos ainda <strong>de</strong> CPI para atingir os 120 dias. É lógico que tem a prorrogação.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Nós vamos estar aqui até o dia 03 <strong>de</strong>novembro. Nós temos o mês <strong>de</strong> outubro to<strong>do</strong>.O SR. ENIO TATTO – PT – Então vai ser umas quatro semanas?O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Quatro semanas.O SR. ENIO TATTO – PT – Quatro semanas e nós ouvimos apenas três, duas pessoas.Eu volto a insistir. Se a gente não começar a ouvir duas, três pessoas por sessão, inclusiveque já estão até aprovadas, os requerimentos, muitos requerimentos vão ser aprova<strong>do</strong>sainda, nós não vamos ter tempo para nada. E aí eu faço um apelo que é o seguinte: que odia que tiver reunião <strong>de</strong> CPI da CDHU que nós não tenhamos problema <strong>de</strong> tempo. Concor<strong>do</strong>plenamente com o Deputa<strong>do</strong> Vitor Sapienza que nós temos Comissão <strong>de</strong> Finanças e Orçamento.Então se fosse o caso a gente verificar e começar mais ce<strong>do</strong>, mudar o dia.O SR. MILTON FLÁVIO – PSDB – Dez e meia.O SR. VITOR SAPIENZA – PPS – Dez horas.O SR. ENIO TATTO – PT – Nós não po<strong>de</strong>mos terminar a CPI e não <strong>de</strong>senvolver o trabalhoque precisa ser feito por conta <strong>de</strong> tempo.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – A próxima reunião será às <strong>de</strong>z horas damanhã.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Pela or<strong>de</strong>m, senhor Presi<strong>de</strong>nte.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Essa questão das <strong>de</strong>z horas, das onzehoras, tinha si<strong>do</strong> uma proposta <strong>do</strong>s Deputa<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Parti<strong>do</strong> <strong>do</strong>s Trabalha<strong>do</strong>res que pedirampara que fosse às onze. Mas tu<strong>do</strong> bem, faremos às <strong>de</strong>z horas.Tem a palavra o Deputa<strong>do</strong> Antonio Mentor.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Mais uma sugestão relativa à nossa agenda, quese possa fazer a reunião da CPI nesse perío<strong>do</strong> da manhã, das <strong>de</strong>z até a uma, uma e meia,e, se for o caso, suspen<strong>de</strong>r a reunião, os <strong>de</strong>puta<strong>do</strong>s vão cumprir as suas tarefas outras, nósvoltamos <strong>de</strong>pois, quatro horas, cinco horas, seis horas, sete horas, à noite, e po<strong>de</strong>mos marcar<strong>de</strong>poimentos, por exemplo, para as sete horas da noite, e ouvimos mais um <strong>de</strong>poente naquarta-feira à noite.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Tu<strong>do</strong> bem.O SR. VITOR SAPIENZA – PPS – Um apartezinho. Principalmente <strong>de</strong>pois <strong>do</strong> <strong>de</strong>cidi<strong>do</strong>na Comissão que as <strong>de</strong>spesas que porventura o <strong>de</strong>poente tiver a <strong>Assembleia</strong> vai cobrir. Acreditoque V. Exa. já tenha entra<strong>do</strong> com a Presidência, no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> obter recursos para essafinalida<strong>de</strong>. Foi <strong>de</strong>cidi<strong>do</strong> isso em nossa reunião.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Já temos recurso e já estamos utilizan<strong>do</strong>o recurso. Depois nossa Comissão prestará contas aqui para que não se abra nenhumprocesso.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Sindicância. Vão contratar uma empresa paragerenciar esses recursos.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Vamos então colocar. Aqui nós temos osrequerimentos. Vamos colocar então em votação.Requerimento assina<strong>do</strong> pelo Deputa<strong>do</strong> Antonio Mentor e Deputa<strong>do</strong> Enio Tatto.Requeremos, nos termos regimentais, que a Comissão Parlamentar <strong>de</strong> Inquérito convoquepara prestar esclarecimentos o Sr. Antonio Dias Felipe, responsável pela empresa TjofranEngenharia. Justificativa. O referi<strong>do</strong> é responsável pela empresa Tjofran que atua como terceirizadano interior nas imediações das obras da mesma região oeste paulista e segun<strong>do</strong><strong>de</strong>núncias <strong>do</strong> Ministério Público (inaudível) lesaram o erário público.Em discussão. (Pausa.)O SR. ENIO TATTO – PT – Pela or<strong>de</strong>m, senhor Presi<strong>de</strong>nte.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Pela or<strong>de</strong>m, senhor Presi<strong>de</strong>nte.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Tem V. Exa. a palavra.O SR. ENIO TATTO – PT – Po<strong>de</strong> falar.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Queria pedir vistas <strong>do</strong> requerimento.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – V. Exa. já pediu vista uma vez.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Está marca<strong>do</strong> primeiro vista <strong>do</strong> Deputa<strong>do</strong> VitorSapienza.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Não. Primeira vista foi <strong>de</strong> vossa excelência.O Deputa<strong>do</strong> Antonio Mentor em 09/09 pediu vista; no dia 16/09, o Deputa<strong>do</strong> BrunoCovas pediu vista; no daí 23/09 Deputa<strong>do</strong> Vitor e Deputa<strong>do</strong> Enio pediram vista novamente.Então já tem aqui to<strong>do</strong>s. O único <strong>de</strong>puta<strong>do</strong> aqui que não pediu vista foi o Deputa<strong>do</strong> MiltonFlávio.


32 – <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, 119 (222) – Suplemento Diário Oficial Po<strong>de</strong>r Legislativo sába<strong>do</strong>, 28 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 2009O SR. MILTON FLÁVIO – PSDB – Eu vou aten<strong>de</strong>r a solicitação, para manter o clima <strong>de</strong>cordialida<strong>de</strong>, peço vistas <strong>do</strong> requerimento.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – É regimental o pedi<strong>do</strong> <strong>de</strong> vista <strong>de</strong> vossaexcelência.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Agra<strong>de</strong>cer ao Deputa<strong>do</strong> Milton Flávio. Sempre gentil.O SR. MILTON FLÁVIO – PSDB – V. Exa. merece esse <strong>de</strong>ferimento.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Requerimento assina<strong>do</strong> pelo Deputa<strong>do</strong>Enio Tatto. Requeremos nos termos regimentais que esta Comissão Parlamentar <strong>de</strong> Inquéritoconvoque para prestar esclarecimentos o Sr. Lair.O SR. MILTON FLÁVIO – PSDB – Peço vista, senhor Presi<strong>de</strong>nte. Preten<strong>do</strong> aprovar nofuturo.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Também este já tem vista <strong>do</strong> Deputa<strong>do</strong>Antonio Mentor, Deputa<strong>do</strong> Enio Tatto, Deputa<strong>do</strong> Bruno Covas. Vista concedida ao Deputa<strong>do</strong>Milton Flávio.Mais um requerimento assina<strong>do</strong> pelo Deputa<strong>do</strong> Antonio Mentor e Deputa<strong>do</strong> EnioTatto. Requeremos, nos termos regimentais, que esta Comissão Parlamentar <strong>de</strong> Inquéritoconvoque para prestar esclarecimentos o Sr. Mario Antônio Dale Ve<strong>do</strong>ve Moreno, coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>rda empresa LBR-Tjofran, na Região <strong>de</strong> Presi<strong>de</strong>nte Pru<strong>de</strong>nte e Marília. As omissões <strong>do</strong>referi<strong>do</strong> em fiscalizar as obras da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Pirapozinho foram <strong>de</strong>terminadas nessa práticae em irregularida<strong>de</strong>s na construção das casas, consequentemente, causaram prejuízo aoerário público.Em discussão. (Pausa.) Não haven<strong>do</strong> nenhum <strong>de</strong>puta<strong>do</strong> inscrito, em votação.O SR. MILTON FLÁVIO – PSDB – Pediria votação nominal, Presi<strong>de</strong>nte.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Como vota V. Exa. Deputa<strong>do</strong> AntonioMentor.O SR. ANTONIO MENTOR – PT – A favor <strong>do</strong> requerimento.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Como vota V. Exa. Deputa<strong>do</strong> Enio Tatto.O SR. ENIO TATTO – PT – Até <strong>de</strong>pois <strong>do</strong> <strong>de</strong>poimento <strong>do</strong> Sr. José Fernan<strong>do</strong>, acho queesse daí é imprescindível que venha, foi cita<strong>do</strong> um monte <strong>de</strong> vezes. Voto favorável sim.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Como vota o Deputa<strong>do</strong> Milton Flávio.O SR. MILTON FLÁVIO – PSDB – Eu acho que o Presi<strong>de</strong>nte <strong>do</strong> Consórcio esteve aquihoje presente e esse indivíduo é réu, na minha opinião eu acho que eu já me sinto esclareci<strong>do</strong>e não vejo nada que esse cidadão que já está sen<strong>do</strong> inclusive processa<strong>do</strong> e con<strong>de</strong>na<strong>do</strong>pela Justiça possa trazer <strong>de</strong> informação para nós. É o meu voto. Eu voto contra a convocação.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Como vota o nobre Deputa<strong>do</strong> VitorSapienza.O SR. VITOR SAPIENZA – PPS – Eu voto sim.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Já é vitorioso. Três votos a favor é vitorioso.Eu voto também, se eu tiver que votar. Eu voto favorável também.Requerimento aprova<strong>do</strong>.Requerimento assina<strong>do</strong> pelo Deputa<strong>do</strong> Antonio Mentor e Deputa<strong>do</strong> Enio Tatto.Requeremos, nos termos regimentais, que esta Comissão Parlamentar <strong>de</strong> Inquérito convi<strong>de</strong>para prestar esclarecimentos o Sr. Fi<strong>de</strong>lcino Magro, ex-Prefeito <strong>de</strong> Narandiba que, no perío<strong>do</strong>em que foi contratada a construção <strong>do</strong> empreendimento Narandiba, chefiava o executivolocal. Justificativa. A Cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Narandiba teve um empreendimento construí<strong>do</strong> pelo sistema<strong>de</strong> autoconstrução em mutirão. O prefeito foi (inaudível) construção <strong>de</strong> casas, empresaenvolvida no chama<strong>do</strong> escândalo das casinhas (inaudível) neste município.Em discussão. (Pausa.)O SR. ENIO TATTO – PT – Pela or<strong>de</strong>m, senhor Presi<strong>de</strong>nte.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Tem V. Exa. a palavra.O SR. ENIO TATTO – PT – Eu apenas queria lembrar que Narandiba teve o NarandibaB e C. O B foi construí<strong>do</strong> pela FT e que não teve problema nenhum. Quan<strong>do</strong> tiraram a FT dalicitação que não conseguiu participar, aí teve to<strong>do</strong> aquele processo, aquele movimento <strong>do</strong>sverea<strong>do</strong>res para cassar o prefeito.O SR. MILTON FLÁVIO – PSDB – Não tenho nada contra a convocação.O SR. ENIO TATTO – PT – Eu acho importantíssimo que esse prefeito venha realmente.O SR. MILTON FLÁVIO – PSDB – Também acho.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Vamos colocar em votação. Em votaçãoo requerimento. Os <strong>de</strong>puta<strong>do</strong>s que estiverem favoráveis à aprovação <strong>do</strong> requerimento permaneçamcomo estão. (Pausa.) Aprova<strong>do</strong>.Ainda aqui o requerimento assina<strong>do</strong> pelo Deputa<strong>do</strong> Antonio Mentor e Deputa<strong>do</strong>Enio Tatto. Requeremos, nos termos regimentais, que esta Comissão Parlamentar <strong>de</strong> Inquéritooficie ao Sr. Roberto Fernan<strong>de</strong>s, Delega<strong>do</strong> Geral <strong>do</strong> Departamento <strong>de</strong> Polícia Judiciária<strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong> – DEINTER-8 <strong>de</strong> Presi<strong>de</strong>nte Pru<strong>de</strong>nte para que remeta cópia <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os autos<strong>do</strong>s inquéritos da Operação Pomar, bem como a relação <strong>de</strong> inquérito concluí<strong>do</strong> que porventuratenham instruí<strong>do</strong> processos cíveis e criminais.Em discussão. (Pausa.)O SR. MILTON FLÁVIO – PSDB – Aprova<strong>do</strong>. Não tenho nada contra.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Eu queria dizer o seguinte. Eu acho esserequerimento eu vou votar favorável, mas eu acho que nós temos aqui a cópia da Justiça noprocesso. Mas tu<strong>do</strong> bem.O SR. MILTON FLÁVIO – PSDB – Presi<strong>de</strong>nte, são coisas distintas.Só para <strong>de</strong>ixar registra<strong>do</strong>. Eu tenho que me ausentar. Só para justificar o meu votocom relação à situação anterior, Deputa<strong>do</strong> Vitor Sapienza. Não é que eu não imagino. É queeu acho que esse cidadão é réu confesso, é con<strong>de</strong>na<strong>do</strong> e enten<strong>do</strong> que a sua presença aquipossa não nos ajudar e, ao contrário, que ele tente, em função da sua con<strong>de</strong>nação, tentarcompartilhar e dividir com pessoas até que sejam pessoas <strong>de</strong> ilibada reputação. Mas sóqueria justificar isso.Agora, posso fazer uma brinca<strong>de</strong>ira, <strong>de</strong>puta<strong>do</strong>? Eu não quis conturbar quan<strong>do</strong> eu viaqui ainda há pouco, dizen<strong>do</strong> que esses fatos acontecem e que nem sempre a gente po<strong>de</strong>aceitar que fatos como essa gravida<strong>de</strong> possam acontecer sem que to<strong>do</strong>s estejam participan-<strong>do</strong>, a menos que a gente acuse alguém ou algum alopra<strong>do</strong>. Que a gente acuse alguém ouum alopra<strong>do</strong> que possa fazer isso no meio <strong>do</strong> caminho.O SR. VITOR SAPIENZA – PPS – Senhor Presi<strong>de</strong>nte.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Eu queria colocar em votação aqui paraa gente finalizar.Em votação. Os que estiverem favoráveis permaneçam como estão. (Pausa.) Aprova<strong>do</strong>o requerimento.Tem V. Exa. a palavra.O SR. VITOR SAPIENZA – PPS – Sr. Presi<strong>de</strong>nte, <strong>de</strong>ntro daquilo que estava sen<strong>do</strong>discuti<strong>do</strong>, por que não passa, em vez <strong>de</strong> quarta, para quinta? Porque quinta-feira não temvotação.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Não tem nenhum problema. Se a maioriaaqui acatar, faremos na quinta-feira.O SR. VITOR SAPIENZA – PPS – Sim, porque aí não tem...O SR. ENIO TATTO – PT – Por que não votar na terça?O SR. VITOR SAPIENZA – PPS – Terça tem reunião <strong>de</strong> lí<strong>de</strong>r, tem um monte <strong>de</strong> confusão.Na quinta-feira não tem nem votação.O SR. ENIO TATTO – PT – Nós temos dificulda<strong>de</strong>s na quinta-feira. Então vamos manterna quarta.O SR. PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO – PSDB – Tu<strong>do</strong> bem. Mantém-se na quarta-feira.Não haven<strong>do</strong> mais o que discutir, está encerrada a reunião, agra<strong>de</strong>cen<strong>do</strong> a presença<strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os <strong>de</strong>puta<strong>do</strong>s aqui presentes: Deputa<strong>do</strong> Vitor Sapienza, Deputa<strong>do</strong> Milton Flávio,nobre Deputa<strong>do</strong> Enio Tatto e nobre Deputa<strong>do</strong> Antonio Mentor. As excelências aqui <strong>do</strong>s<strong>de</strong>puta<strong>do</strong>s presentes.* * *5) Atas <strong>de</strong> ReuniãoCPI CDHU - 16ª Legislatura03/06/2009 - Reunião EspecialAta da Reunião Especial da Comissão Parlamentar <strong>de</strong> Inquérito constituída com afinalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> “investigar <strong>de</strong>núncias <strong>de</strong> frau<strong>de</strong>s em licitações para a construção <strong>de</strong> casaspela Companhia <strong>de</strong> Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU)”Aos três dias <strong>do</strong> mês <strong>de</strong> junho <strong>do</strong> ano <strong>de</strong> <strong>do</strong>is mil e nove, às quinze horas e trintaminutos, no Plenário Tira<strong>de</strong>ntes da Assembléia <strong>Legislativa</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, realizousea Reunião Especial da Comissão Parlamentar <strong>de</strong> Inquérito constituída com a finalida<strong>de</strong><strong>de</strong> “investigar <strong>de</strong>núncias <strong>de</strong> frau<strong>de</strong>s em licitações para a construção <strong>de</strong> casas pela Companhia<strong>de</strong> Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU)”, convocada nos termos <strong>do</strong> § 2.º<strong>do</strong> artigo 36 da XII Consolidação <strong>do</strong> Regimento Interno, sob a presidência <strong>do</strong> Senhor Deputa<strong>do</strong>José Augusto. Presentes os Senhores Deputa<strong>do</strong>s Bruno Covas, Milton Flávio, AntonioMentor, Eli Corrêa Filho, Roberto Morais e Roque Barbiere. Ausentes os Senhores Deputa<strong>do</strong>sÊnio Tatto e Chico Sar<strong>de</strong>lli. Presentes ainda, acompanhan<strong>do</strong> os trabalhos da Comissão,os Senhores Deputa<strong>do</strong>s Jonas Donizette e Samuel Moreira. Haven<strong>do</strong> número regimental,o Senhor Presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>clarou aberta a reunião e expôs seu objeto: proce<strong>de</strong>r à eleição <strong>do</strong>Presi<strong>de</strong>nte e Vice-Presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>ste órgão técnico. Ato contínuo, indagou se havia indicaçõespara o cargo <strong>de</strong> Presi<strong>de</strong>nte da Comissão. Pela or<strong>de</strong>m, o Senhor Deputa<strong>do</strong> Milton Fláviosugeriu o adiamento da eleição <strong>do</strong> Presi<strong>de</strong>nte e <strong>do</strong> Vice-Presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>sta CPI. Contan<strong>do</strong>com a anuência <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s, foi acatada pelo Presi<strong>de</strong>nte da reunião a sugestão <strong>de</strong> adiamento.Em seguida, o Senhor Presi<strong>de</strong>nte suspen<strong>de</strong>u os trabalhos por <strong>do</strong>is minutos. Reaberta areunião, o Senhor Presi<strong>de</strong>nte, Deputa<strong>do</strong> José Augusto, comunicou a realização da próximareunião no dia nove <strong>de</strong> junho, às treze horas e trinta minutos, nesta Casa <strong>de</strong> Leis. Nada maishaven<strong>do</strong> a tratar, o Senhor Presi<strong>de</strong>nte suspen<strong>de</strong>u os trabalhos por cinco minutos para alavratura da presente ata. Reabertos os trabalhos à hora aprazada e com o mesmo quorum,foi a ata lida e aprovada. Após agra<strong>de</strong>cer a presença <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s, o Senhor Presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>clarouencerra<strong>do</strong>s os trabalhos, que foram grava<strong>do</strong>s pelo Serviço <strong>de</strong> Audiofonia, e após transcriçãofarão parte <strong>de</strong>sta Ata que eu, Letícia Chamy Farkuh, Agente Técnico Legislativo, lavrei e assinoapós sua Excelência. Plenário Tira<strong>de</strong>ntes, em 03 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2009.Deputa<strong>do</strong> JOSÉ AUGUSTOPresi<strong>de</strong>nteLetícia Chamy FarkuhSecretáriaCPI CDHU - 16ª Legislatura09/06/2009 - Reunião Especial <strong>de</strong> Eleição <strong>de</strong> Presi<strong>de</strong>nte e Vice-Presi<strong>de</strong>nteAta da Reunião Especial <strong>de</strong> Eleição <strong>de</strong> Presi<strong>de</strong>nte e Vice-Presi<strong>de</strong>nte da ComissãoParlamentar <strong>de</strong> Inquérito constituída com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> “investigar <strong>de</strong>núncias <strong>de</strong> frau<strong>de</strong>sem licitações para a construção <strong>de</strong> casas pela Companhia <strong>de</strong> Desenvolvimento Habitacionale Urbano (CDHU)”.Aos nove dias <strong>do</strong> mês <strong>de</strong> junho <strong>do</strong> ano <strong>de</strong> <strong>do</strong>is mil e nove, às treze horas e trintaminutos, no Plenário Tira<strong>de</strong>ntes da <strong>Assembleia</strong> <strong>Legislativa</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, realizousea Reunião Especial <strong>de</strong> Eleição <strong>de</strong> Presi<strong>de</strong>nte e Vice-Presi<strong>de</strong>nte da Comissão Parlamentar<strong>de</strong> Inquérito constituída com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> “investigar <strong>de</strong>núncias <strong>de</strong> frau<strong>de</strong>s em licitaçõespara a construção <strong>de</strong> casas pela Companhia <strong>de</strong> Desenvolvimento Habitacional e Urbano(CDHU)”, convocada nos termos regimentais pelo Senhor Deputa<strong>do</strong> José Augusto. Presentesos Senhores Deputa<strong>do</strong>s Bruno Covas, José Augusto, Milton Flávio, Ênio Tatto, AntonioMentor, Roberto Morais, Eli Corrêa Filho (membros efetivos) e, no <strong>de</strong>correr <strong>do</strong>s trabalhos,o Senhor Deputa<strong>do</strong> Chico Sar<strong>de</strong>lli (membro efetivo). Ausente o Senhor Deputa<strong>do</strong> RoqueBarbiere. Presentes também, no início da reunião, os Senhores Deputa<strong>do</strong>s Samuel Moreira,Lí<strong>de</strong>r <strong>do</strong> PSDB, e Rui Falcão, Lí<strong>de</strong>r <strong>do</strong> PT. Haven<strong>do</strong> número regimental, o Senhor Presi<strong>de</strong>nte<strong>de</strong>clarou abertos os trabalhos, cumprimentan<strong>do</strong> os Senhores Deputa<strong>do</strong>s. Ato contínuo,o Senhor Presi<strong>de</strong>nte consultou os Senhores Deputa<strong>do</strong>s se havia indicação <strong>de</strong> nome paraocupar a Presidência da CPI, Pela or<strong>de</strong>m, o Senhor Deputa<strong>do</strong> Bruno Covas indicou o SenhorDeputa<strong>do</strong> José Augusto, e o Senhor Deputa<strong>do</strong> Antonio Mentor indicou o Senhor Deputa<strong>do</strong>Ênio Tatto. Uma vez indica<strong>do</strong> seu nome, o Senhor Presi<strong>de</strong>nte passou a direção <strong>do</strong>s trabalhosao Senhor Deputa<strong>do</strong> Milton Flávio para que conduzisse a votação <strong>do</strong>s nomes indica<strong>do</strong>s.Pela or<strong>de</strong>m, o Senhor Deputa<strong>do</strong> Antonio Mentor explicou que a indicação <strong>do</strong> nome <strong>do</strong>Senhor Deputa<strong>do</strong> Ênio Tatto dava-se por causa da tradição <strong>de</strong>mocrática nesta Casa <strong>de</strong> ele-


sába<strong>do</strong>, 28 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 2009 Diário Oficial Po<strong>de</strong>r Legislativo <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, 119 (222) – Suplemento – 33CPI CDHU - 16ª Legislatura23/06/2009 - Deliberar sobre requerimentos protocola<strong>do</strong>s e tratar <strong>de</strong> assuntos <strong>de</strong>interesse da CPIAta da Segunda Reunião da Comissão Parlamentar <strong>de</strong> Inquérito constituída com afinalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> “investigar <strong>de</strong>núncias <strong>de</strong> frau<strong>de</strong>s em licitações para a construção <strong>de</strong> casaspela Companhia <strong>de</strong> Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU)”.Aos vinte e três dias <strong>do</strong> mês <strong>de</strong> junho <strong>do</strong> ano <strong>de</strong> <strong>do</strong>is mil e nove, às <strong>de</strong>z horas etrinta minutos, no Plenário Tira<strong>de</strong>ntes da <strong>Assembleia</strong> <strong>Legislativa</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>,realizou-se a Segunda Reunião da Comissão Parlamentar <strong>de</strong> Inquérito constituída com afinalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> “investigar <strong>de</strong>núncias <strong>de</strong> frau<strong>de</strong>s em licitações para a construção <strong>de</strong> casaspela Companhia <strong>de</strong> Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU)”, convocada, nostermos regimentais, e presidida pelo Senhor Deputa<strong>do</strong> José Augusto. Presentes os SenhoresDeputa<strong>do</strong>s José Augusto, Bruno Covas, Milton Flávio, Enio Tatto, Antonio Mentor, RobertoMorais, Chico Sar<strong>de</strong>lli, (membros efetivos), Edmir Chedid e Vitor Sapienza (membros substitutos).Ausentes os Senhores Deputa<strong>do</strong>s Eli Corrêa Filho e Roque Barbiere. Haven<strong>do</strong> númeroregimental, o Senhor Presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>clarou abertos os trabalhos, sen<strong>do</strong> dispensada a leiturada ata da reunião anterior e a ata dada por aprovada. A reunião tinha a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>liberarsobre requerimentos protocola<strong>do</strong>s neste órgão técnico e tratar <strong>de</strong> assuntos <strong>de</strong> interesseda CPI. Passou-se à apreciação da seguinte pauta: Item 1 - Requerimento <strong>do</strong>s Deputa<strong>do</strong>sAntonio Mentor e Enio Tatto, que requerem que a CPI oficie ao Excelentíssimo Senhor EdgarCamargo Rodrigues, Presi<strong>de</strong>nte <strong>do</strong> Tribunal <strong>de</strong> Contas <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, para prestarinformações relacionadas ao objeto da CPI. Concedida vista ao Deputa<strong>do</strong> Bruno Covas.Item 2 - Requerimento <strong>do</strong>s Deputa<strong>do</strong>s Antonio Mentor e Enio Tatto, que requerem que aCPI convoque, para prestar esclarecimentos, o Doutor Lan<strong>do</strong>lfo Andra<strong>de</strong> <strong>de</strong> Souza, Promotor<strong>de</strong> Justiça da Comarca <strong>de</strong> Pirapozinho. Concedida vista ao Deputa<strong>do</strong> Bruno Covas.Item 3 - Requerimento <strong>do</strong>s Deputa<strong>do</strong>s Antonio Mentor e Enio Tatto, que requerem que aCPI convoque, para prestar esclarecimentos, o Doutor Luiz Forti, Delega<strong>do</strong> <strong>de</strong> Polícia Civil.Concedida vista ao Deputa<strong>do</strong> Bruno Covas. Item 4 - Requerimento <strong>do</strong>s Deputa<strong>do</strong>s AntonioMentor e Enio Tatto, que requerem que a CPI oficie ao Excelentíssimo Senhor Fernan<strong>do</strong>Grella Vieira, Procura<strong>do</strong>r-Geral <strong>de</strong> Justiça <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, para prestar informaçõesrelacionadas ao objeto da CPI. Concedida vista ao Deputa<strong>do</strong> Bruno Covas. Em seguida, oSenhor Presi<strong>de</strong>nte suspen<strong>de</strong>u os trabalhos por cinco minutos. Transcorri<strong>do</strong> esse tempo, oSenhor Presi<strong>de</strong>nte reabriu a reunião. O Senhor Deputa<strong>do</strong> Enio Tatto inquiriu <strong>do</strong> Senhor Presi<strong>de</strong>nteo encaminhamento <strong>de</strong> ofício em atendimento a formulações feitas pelos SenhoresDeputa<strong>do</strong>s Edmir Chedid e Roberto Massafera na reunião anterior. Em seguida, o SenhorDeputa<strong>do</strong> Enio Tatto leu o requerimento <strong>de</strong> sua autoria e <strong>do</strong> Deputa<strong>do</strong> Antonio Mentor, item1 da pauta, <strong>do</strong> qual o Senhor Deputa<strong>do</strong> Bruno Covas havia pedi<strong>do</strong> vista. O Senhor Deputa<strong>do</strong>Milton Flávio colocou que o objeto da CPI não era o mesmo <strong>do</strong> requerimento <strong>do</strong> Deputa<strong>do</strong>Enio Tatto. O Senhor Deputa<strong>do</strong> Enio Tatto solicitou ao Senhor Presi<strong>de</strong>nte que lesse o ato<strong>de</strong> constituição da CPI. Usaram da palavra os Senhores Deputa<strong>do</strong>s Antonio Mentor, BrunoCovas e Edmir Chedid, Enio Tatto, Milton Flávio. O Senhor Presi<strong>de</strong>nte respon<strong>de</strong>u ao SenhorDeputa<strong>do</strong> Milton Flávio que era consensual o objeto da CPI a partir <strong>de</strong> Pirapozinho. Colocagercomo Presi<strong>de</strong>nte o preponente da CPI e por causa das condições <strong>do</strong> Senhor Deputa<strong>do</strong>Enio Tatto para conduzir a Comissão. Pela or<strong>de</strong>m, o Senhor Deputa<strong>do</strong> Ênio Tatto <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>uo princípio <strong>de</strong> o preponente <strong>de</strong> uma CPI presidi-la. Disse que era a única CPI protocoladapela oposição e que era legítimo o <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> a oposição presidi-la. O Senhor Deputa<strong>do</strong> RuiFalcão consi<strong>de</strong>rou um erro grave <strong>de</strong>srespeitar a tradição e disse que na Casa tem si<strong>do</strong> feitauma oposição propositiva, fiscaliza<strong>do</strong>ra e muito fraterna quanto ao relacionamento <strong>do</strong>sSenhores Deputa<strong>do</strong>s. O Senhor Deputa<strong>do</strong> Samuel Moreira disse que preferencialmente eraeleito Presi<strong>de</strong>nte o preponente da CPI, mas que não havia uma regra rígida e que, por isso,tinham exceções. Pela or<strong>de</strong>m, o Senhor Deputa<strong>do</strong> Antonio Mentor usou da palavra parauma questão <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m. Pela or<strong>de</strong>m, o Senhor Deputa<strong>do</strong> Donisete Braga ce<strong>de</strong>u seu tempopara o Senhor Deputa<strong>do</strong> Antonio Mentor, que <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>u a indicação <strong>do</strong> nome <strong>do</strong> SenhorDeputa<strong>do</strong> Ênio Tatto. O Senhor Deputa<strong>do</strong> Ênio Tatto usou da palavra para uma questão<strong>de</strong> or<strong>de</strong>m e pediu ao Senhor Presi<strong>de</strong>nte a suspensão <strong>do</strong>s trabalhos por cinco minutos. Nãohaven<strong>do</strong> acor<strong>do</strong> para a suspensão, o Senhor Presi<strong>de</strong>nte, Deputa<strong>do</strong> Milton Flávio, proce<strong>de</strong>u àvotação nominal <strong>do</strong>s <strong>do</strong>is nomes indica<strong>do</strong>s, ten<strong>do</strong> os Senhores Deputa<strong>do</strong>s Bruno Covas, JoséAugusto, Eli Corrêa Filho, Roberto Morais e Milton Flávio, na presidência, vota<strong>do</strong> a favor <strong>do</strong>Senhor Deputa<strong>do</strong> José Augusto; e os Senhores Deputa<strong>do</strong>s Ênio Tatto e Antonio Mentor vota<strong>do</strong>a favor <strong>do</strong> Deputa<strong>do</strong> Ênio Tatto. Assumin<strong>do</strong> a direção <strong>do</strong>s trabalhos, o Senhor Presi<strong>de</strong>nte,Deputa<strong>do</strong> José Augusto, colocou que era um direito seu querer a Presidência da Comissão,e que seu papel era conduzir os trabalhos da CPI com justiça, e que não tinha nenhumpretexto <strong>de</strong> encobrir nada, agra<strong>de</strong>cen<strong>do</strong> aos Senhores Deputa<strong>do</strong>s sua eleição. Pela or<strong>de</strong>m,o Senhor Deputa<strong>do</strong> Ênio Tatto cumprimentou o Senhor Presi<strong>de</strong>nte pela eleição e solicitou asuspensão <strong>do</strong>s trabalhos por cinco minutos ao Senhor Presi<strong>de</strong>nte, que suspen<strong>de</strong>u a reunião.Transcorri<strong>do</strong> esse tempo, a reunião foi reaberta com o mesmo “quorum” e com a presença<strong>do</strong> Senhor Deputa<strong>do</strong> Chico Sar<strong>de</strong>lli, que parabenizou o Senhor Presi<strong>de</strong>nte pela eleição. Emseguida, após o Senhor Deputa<strong>do</strong> Milton Flávio propor a suspensão <strong>do</strong>s trabalhos até as<strong>de</strong>zesseis horas e quinze minutos, o Senhor Presi<strong>de</strong>nte suspen<strong>de</strong>u a reunião até o tempoproposto. À hora aprazada e haven<strong>do</strong> o mesmo “quorum”, com as ausências <strong>do</strong>s SenhoresDeputa<strong>do</strong>s Chico Sar<strong>de</strong>lli e Roque Barbiere, o Senhor Presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>clarou reabertos os trabalhos.Estavam também presentes os Senhores Deputa<strong>do</strong>s Vitor Sapienza, Rui Falcão e Vaz<strong>de</strong> Lima, Lí<strong>de</strong>r <strong>do</strong> Governo. Pela or<strong>de</strong>m, o Senhor Deputa<strong>do</strong> Roberto Morais propôs a suspensão<strong>do</strong>s trabalhos por mais alguns minutos. O Senhor Deputa<strong>do</strong> Ênio Tatto iniciou a leitura<strong>de</strong> alguns requerimentos <strong>de</strong> sua autoria. Interrompen<strong>do</strong> a leitura, o Senhor Presi<strong>de</strong>ntecomunicou ao Senhor Deputa<strong>do</strong> Ênio Tatto que Sua Excelência podia protocolizar à vonta<strong>de</strong>os requerimentos, apenas não <strong>de</strong>via lê-los em consi<strong>de</strong>ração ao objeto da reunião. Lembran<strong>do</strong>os Senhores Deputa<strong>do</strong>s da proposta <strong>do</strong> Senhor Deputa<strong>do</strong> Roberto Morais, o Senhor Presi<strong>de</strong>ntesuspen<strong>de</strong>u os trabalhos por cinco minutos. Transcorri<strong>do</strong> esse tempo, o Senhor Presi<strong>de</strong>ntereabriu os trabalhos, indagan<strong>do</strong> acerca da indicação <strong>de</strong> nome para a Vice-Presidência.O Senhor Deputa<strong>do</strong> Bruno Covas indicou o nome <strong>do</strong> Senhor Milton Flávio. Usaram dapalavra os Senhores Deputa<strong>do</strong>s Ênio Tatto e Rui Falcão. Após a manifestação <strong>do</strong> Senhor Presi<strong>de</strong>nte,usaram da palavra os Senhores Deputa<strong>do</strong>s Vaz <strong>de</strong> Lima, Ênio Tatto, Antonio Mentore Bruno Covas. A seguir, o Senhor Presi<strong>de</strong>nte colocou em votação nominal o nome indica<strong>do</strong>.Votaram favoravelmente os Deputa<strong>do</strong>s Bruno Covas, Milton Flávio, Eli Corrêa Filho, RobertoMorais e o Senhor Presi<strong>de</strong>nte, sen<strong>do</strong> registradas as abstenções <strong>do</strong>s Senhores Deputa<strong>do</strong>sÊnio Tatto e Antonio Mentor. Em seguida, o Senhor Deputa<strong>do</strong> Ênio Tatto leu os requerimentosprotocoliza<strong>do</strong>s. Na sequência, foram discuti<strong>do</strong>s o dia e o horário das reuniões ordináriasda CPI, fican<strong>do</strong> acerta<strong>do</strong> <strong>de</strong> a Comissão reunir-se ordinariamente às terças-feiras, às <strong>de</strong>zhoras e trinta minutos. O Senhor Deputa<strong>do</strong> Milton Flávio solicitou um objeto mais claro daCPI ao Senhor Presi<strong>de</strong>nte, que <strong>de</strong>terminou à secretaria que encaminhasse para os SenhoresDeputa<strong>do</strong>s o objeto da CPI. Nada mais haven<strong>do</strong> a tratar, o Senhor Presi<strong>de</strong>nte suspen<strong>de</strong>u ostrabalhos por <strong>de</strong>z minutos para a lavratura da presente ata. À hora aprazada, a reunião, quefoi <strong>de</strong>vidamente gravada pelo Serviço <strong>de</strong> Audiofonia e cuja transcrição fará parte integranteda ata, foi reaberta e, constata<strong>do</strong> “quorum”, esta ata foi lida e aprovada, sen<strong>do</strong> assinadapelo Senhor Presi<strong>de</strong>nte e por mim, A<strong>de</strong>mar Trinda<strong>de</strong> Cruz, Agente Técnico Legislativo, que alavrei. Plenário Tira<strong>de</strong>ntes, em 09/06/2009.Deputa<strong>do</strong> JOSÉ AUGUSTOPresi<strong>de</strong>nte da CPIA<strong>de</strong>mar Trinda<strong>de</strong> CruzSecretárioCPI CDHU - 16ª Legislatura17/06/2009 - Deliberar sobre requerimentos protocola<strong>do</strong>sAta da Primeira Reunião da Comissão Parlamentar <strong>de</strong> Inquérito constituída com afinalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> “investigar <strong>de</strong>núncias <strong>de</strong> frau<strong>de</strong>s em licitações para a construção <strong>de</strong> casaspela Companhia <strong>de</strong> Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU)”.Aos <strong>de</strong>zessete dias <strong>do</strong> mês <strong>de</strong> junho <strong>do</strong> ano <strong>de</strong> <strong>do</strong>is mil e nove, às <strong>de</strong>z horas e trintaminutos, no Plenário D. Pedro I da <strong>Assembleia</strong> <strong>Legislativa</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, realizousea Primeira Reunião da Comissão Parlamentar <strong>de</strong> Inquérito constituída com a finalida<strong>de</strong><strong>de</strong> “investigar <strong>de</strong>núncias <strong>de</strong> frau<strong>de</strong>s em licitações para a construção <strong>de</strong> casas pela Companhia<strong>de</strong> Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU)”, convocada, nos termos regimentais,e presidida pelo Senhor Deputa<strong>do</strong> José Augusto. Presentes os Senhores Deputa<strong>do</strong>s JoséAugusto, Bruno Covas, Milton Flávio, Enio Tatto, Antonio Mentor, Eli Corrêa Filho, RobertoMorais, Chico Sar<strong>de</strong>lli, Roque Barbiere (membros efetivos), Roberto Massafera, Edmir Chedi<strong>de</strong> Vitor Sapienza (membros substitutos). Presente também, no <strong>de</strong>correr <strong>do</strong>s trabalhos,a Senhora Deputada Maria Lúcia Amary. Haven<strong>do</strong> número regimental, o Senhor Presi<strong>de</strong>nte<strong>de</strong>clarou aberta a reunião, que tinha a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>liberar sobre requerimentos protocola<strong>do</strong>sneste órgão técnico e tratar <strong>de</strong> assuntos <strong>de</strong> interesse da Comissão. Pela or<strong>de</strong>m, oSenhor Deputa<strong>do</strong> Milton Flávio solicitou ao Senhor Presi<strong>de</strong>nte que <strong>de</strong>finisse o objeto daativida<strong>de</strong> da CPI e o perío<strong>do</strong> a que vai restringi-la. O Senhor Presi<strong>de</strong>nte leu o Ato <strong>de</strong> criaçãoda CPI e disse que o objeto está liga<strong>do</strong> ao fato <strong>de</strong> várias cida<strong>de</strong>s fraudarem as licitaçõescom envolvimento <strong>de</strong> prefeituras e <strong>de</strong> outras pessoas, no perío<strong>do</strong> 2002-2006. Usaram dapalavra os Senhores Deputa<strong>do</strong>s Enio Tatto, Antonio Mentor e o Senhor Presi<strong>de</strong>nte, que disseque partiria <strong>do</strong> episódio <strong>de</strong> Pirapozinho, das licitações fraudulentas e <strong>de</strong> pessoas envolvidascom funcionários da CDHU. A primeira coisa a buscar seria a matéria <strong>de</strong> inquérito policial,solicitar o material sobre as pessoas ouvidas. Usaram da palavra os Senhores Deputa<strong>do</strong>sBruno Covas, Enio Tatto e Antonio Mentor. Na sequência, o Senhor Presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>signoucomo Relator o Senhor Deputa<strong>do</strong> Roberto Morais, que agra<strong>de</strong>ceu ao Senhor Presi<strong>de</strong>nte erespon<strong>de</strong>u à pergunta formulada pelo Senhor Deputa<strong>do</strong> Enio Tatto sobre a pretensão <strong>do</strong>Relator em <strong>de</strong>signar sub-relatores. Em seguida, o Senhor Presi<strong>de</strong>nte leu o item 1 - Requerimento<strong>do</strong>s Deputa<strong>do</strong>s Antonio Mentor e Enio Tatto, que requerem que a CPI oficie ao ExcelentíssimoSenhor Edgar Camargo Rodrigues, Presi<strong>de</strong>nte <strong>do</strong> Tribunal <strong>de</strong> Contas <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong><strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, para prestar informações relacionadas ao objeto da CPI. Usaram da palavraos Senhores Deputa<strong>do</strong>s Milton Flávio, Antonio Mentor e Roberto Morais, que propôs queo Senhor Presi<strong>de</strong>nte requisitasse cópia <strong>do</strong> inquérito existente. O Senhor Deputa<strong>do</strong> RobertoMassafera falou <strong>do</strong>s projetos <strong>de</strong> <strong>de</strong>creto legislativo (PDL) existentes na Casa, sobre a CDHU.Consi<strong>de</strong>rou importante a presença, em reunião da CPI, <strong>do</strong> Presi<strong>de</strong>nte <strong>do</strong> Tribunal <strong>de</strong> Contase <strong>do</strong> Presi<strong>de</strong>nte da CDHU. Ten<strong>do</strong> o Senhor Deputa<strong>do</strong> Enio Tatto solicita<strong>do</strong> a suspensão <strong>do</strong>strabalhos por três minutos, o Senhor Presi<strong>de</strong>nte suspen<strong>de</strong>u a reunião e a reabriu após otranscurso <strong>do</strong> referi<strong>do</strong> tempo. Em discussão o requerimento, o Senhor Presi<strong>de</strong>nte conce<strong>de</strong>uvista <strong>do</strong> mesmo ao Deputa<strong>do</strong> Milton Flávio. Usaram da palavra os Senhores Deputa<strong>do</strong>s EnioTatto, Roberto Massafera e Bruno Covas, que sugeriu ao Senhor Presi<strong>de</strong>nte solicitar a <strong>do</strong>cumentaçãoreferente ao processo <strong>de</strong> Pirapozinho. O Senhor Deputa<strong>do</strong> Edmir Chedid sugeriuao Senhor Presi<strong>de</strong>nte que oficiasse à CDHU para informar a real situação hoje <strong>do</strong> caso <strong>de</strong>Pirapozinho. O Senhor Presi<strong>de</strong>nte solicitou ao Senhor Deputa<strong>do</strong> Edmir Chedid que encaminhassesua proposta por escrito. Usaram da palavra os Senhores Deputa<strong>do</strong>s Enio Tatto, VitorSapienza, Roberto Massafera, Antonio Mentor e Milton Flávio. A seguir, o Senhor Presi<strong>de</strong>nteleu os outros itens. Item 2 - Requerimento <strong>do</strong>s Deputa<strong>do</strong>s Antonio Mentor e Enio Tatto, querequerem que a CPI convoque, para prestar esclarecimentos, o Doutor Lan<strong>do</strong>lfo Andra<strong>de</strong><strong>de</strong> Souza, Promotor <strong>de</strong> Justiça da Comarca <strong>de</strong> Pirapozinho. Concedida vista conjunta aosDeputa<strong>do</strong>s Milton Flávio e Antonio Mentor. Item 3 - Requerimento <strong>do</strong>s Deputa<strong>do</strong>s AntonioMentor e Enio Tatto, que requerem que a CPI convoque, para prestar esclarecimentos, oDoutor Luiz Forti, Delega<strong>do</strong> <strong>de</strong> Polícia Civil. Concedida vista conjunta aos Deputa<strong>do</strong>s MiltonFlávio e Antonio Mentor. Item 4 - Requerimento <strong>do</strong>s Deputa<strong>do</strong>s Antonio Mentor e Enio Tatto,que requerem que a CPI oficie ao Excelentíssimo Senhor Fernan<strong>do</strong> Grella Vieira, Procura<strong>do</strong>r-Geral <strong>de</strong> Justiça <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, para prestar informações relacionadas ao objetoda CPI. Concedida vista ao Deputa<strong>do</strong> Milton Flávio. Item 5 - Requerimento <strong>do</strong> Deputa<strong>do</strong>Bruno Covas, que requer a convocação <strong>do</strong> Senhor Sérgio Pinaffi, para prestar esclarecimentossobre <strong>de</strong>núncias pertinentes ao objeto <strong>de</strong>sta CPI. Aprova<strong>do</strong> o requerimento. Item6 - Requerimento <strong>do</strong> Deputa<strong>do</strong> Bruno Covas, que requer a convocação <strong>do</strong> Senhor FranciscoEmílio <strong>de</strong> Oliveira, para prestar esclarecimentos sobre <strong>de</strong>núncias pertinentes ao objeto <strong>de</strong>staCPI. Aprova<strong>do</strong> o requerimento. Em seguida, manifestaram-se os Senhores Deputa<strong>do</strong>s AntonioMentor e Milton Flávio e o Senhor Presi<strong>de</strong>nte. Nada mais haven<strong>do</strong> a tratar, o SenhorPresi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>clarou encerrada a reunião, que foi gravada pelo Serviço <strong>de</strong> Audiofonia e cujatranscrição passará a fazer parte <strong>de</strong>sta ata, que eu, A<strong>de</strong>mar Trinda<strong>de</strong> Cruz, Agente TécnicoLegislativo, lavrei e a assino após o Senhor Presi<strong>de</strong>nte. Aprovada em reunião <strong>de</strong> 23/06/2009.Deputa<strong>do</strong> JOSÉ AUGUSTOPresi<strong>de</strong>nte da CPIA<strong>de</strong>mar Trinda<strong>de</strong> CruzSecretário


34 – <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, 119 (222) – Suplemento Diário Oficial Po<strong>de</strong>r Legislativo sába<strong>do</strong>, 28 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 2009<strong>do</strong> em votação o referi<strong>do</strong> objeto, o mesmo foi aprova<strong>do</strong>. O Senhor Deputa<strong>do</strong> Antonio Mentorrequereu votação nominal. Os Senhores Deputa<strong>do</strong>s Antonio Mentor e Enio Tatto votaramcontra o objeto proposto e com a proposta <strong>do</strong> Regimento Interno da Casa. Em seguida, oSenhor Presi<strong>de</strong>nte leu ofício en<strong>de</strong>reça<strong>do</strong> ao Excelentíssimo Senhor Juiz <strong>de</strong> Direito da VaraÚnica da Comarca <strong>de</strong> Pirapozinho, requeren<strong>do</strong> a Sua Excelência que encaminhe a esta CPIcópia <strong>do</strong>s autos <strong>do</strong> processo nº 540/2006 em que figuram Sergio Pinaffi e outros como réusem ação penal proposta pelo Ministério Público <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>. Assumin<strong>do</strong> a direção<strong>do</strong>s trabalhos, o Senhor Deputa<strong>do</strong> Milton Flávio colocou em discussão e em votação orequerimento, que foi aprova<strong>do</strong>. Reassumin<strong>do</strong> a direção <strong>do</strong>s trabalhos e nada mais haven<strong>do</strong>a tratar, o Senhor Presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>clarou encerrada a reunião, que foi gravada pelo Serviço <strong>de</strong>Audiofonia e cuja transcrição passará a fazer parte <strong>de</strong>sta ata, que eu, A<strong>de</strong>mar Trinda<strong>de</strong> Cruz,Agente Técnico Legislativo, lavrei e a assino após o Senhor Presi<strong>de</strong>nte. Aprovada em reunião<strong>de</strong> 18/08/2009.Deputa<strong>do</strong> JOSÉ AUGUSTOPresi<strong>de</strong>nte da CPIA<strong>de</strong>mar Trinda<strong>de</strong> CruzSecretárioCPI CDHU - 16ª Legislatura18/08/2009 - 3ª Reunião - Deliberar sobre requerimentos e tratar <strong>de</strong> assuntos <strong>de</strong>interesse da CPIAta da Terceira Reunião da Comissão Parlamentar <strong>de</strong> Inquérito constituída com afinalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> “investigar <strong>de</strong>núncias <strong>de</strong> frau<strong>de</strong>s em licitações para a construção <strong>de</strong> casaspela Companhia <strong>de</strong> Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU)”Aos <strong>de</strong>zoito dias <strong>do</strong> mês <strong>de</strong> agosto <strong>do</strong> ano <strong>de</strong> <strong>do</strong>is mil e nove, às <strong>de</strong>z horas e trintaminutos, no Plenário Tira<strong>de</strong>ntes da <strong>Assembleia</strong> <strong>Legislativa</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, realizousea Terceira Reunião da Comissão Parlamentar <strong>de</strong> Inquérito constituída com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong>“investigar <strong>de</strong>núncias <strong>de</strong> frau<strong>de</strong>s em licitações para a construção <strong>de</strong> casas pela Companhia<strong>de</strong> Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU)”, sob a presidência <strong>do</strong> Senhor Deputa<strong>do</strong>José Augusto. Presentes os Senhores Deputa<strong>do</strong>s José Augusto, Bruno Covas, MiltonFlávio, Enio Tatto, Antonio Mentor, Eli Corrêa Filho, Chico Sar<strong>de</strong>lli (membros efetivos) e VitorSapienza (membro substituto). Ausentes os Senhores Deputa<strong>do</strong>s Roberto Morais (justificada)e Roque Barbiere. Haven<strong>do</strong> número regimental, o Senhor Presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>clarou abertos ostrabalhos, sen<strong>do</strong> dispensada a leitura da ata da reunião anterior e a ata dada por aprovada.Inicialmente, o Senhor Presi<strong>de</strong>nte justificou a ausência <strong>do</strong> Senhor Deputa<strong>do</strong> Roberto Morais,por encontrar-se em licença médica. Em seguida, passou-se à apreciação da seguinte pauta:Item 1 - Documento <strong>de</strong> autoria <strong>do</strong>s Deputa<strong>do</strong>s Enio Tatto e Antonio Mentor, encaminha<strong>do</strong>pela Presidência da ALESP à CPI, para manifestação a respeito da solicitação <strong>de</strong> parecer daProcura<strong>do</strong>ria sobre o fato <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> da CPI. Fazen<strong>do</strong> uso da palavra, o Senhor Presi<strong>de</strong>ntemanifestou-se no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> que trata-se <strong>de</strong> matéria já discutida em reuniões anteriores,ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> estabeleci<strong>do</strong> que as investigações partiriam <strong>do</strong> episódio ocorri<strong>do</strong> em Pirapozinho;para tanto, foram convoca<strong>do</strong>s <strong>do</strong>is <strong>do</strong>s envolvi<strong>do</strong>s no caso para reunião no próximodia vinte e cinco, além <strong>de</strong> ter si<strong>do</strong> expedi<strong>do</strong> ofício ao Juízo da Comarca <strong>de</strong> Pirapozinho paraque encaminhe a esta CPI os autos <strong>do</strong> Processo que investiga o episódio. Ato contínuo, oSenhor Presi<strong>de</strong>nte proce<strong>de</strong>u à leitura da resposta recebida pela CPI <strong>do</strong> Juízo <strong>de</strong> Pirapozinho.Na sequência, fez uso da palavra o Senhor Deputa<strong>do</strong> Bruno Covas, que sugeriu fosse anexa<strong>do</strong>ao <strong>do</strong>cumento a ata da reunião que já discutira o assunto. Após, manifestou-se o SenhorDeputa<strong>do</strong> Enio Tatto, também no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> que trata-se <strong>de</strong> matéria já vencida, apoian<strong>do</strong>o rumo <strong>do</strong>s trabalhos da<strong>do</strong> pelo Senhor Presi<strong>de</strong>nte. Em seguida, passou-se à apreciação <strong>do</strong>item 2 - Deliberar sobre requerimentos: a) Requerimento <strong>do</strong>s Deputa<strong>do</strong>s Antonio Mentor eEnio Tatto, que requerem que a CPI oficie ao Excelentíssimo Senhor Edgar Camargo Rodrigues,Presi<strong>de</strong>nte <strong>do</strong> Tribunal <strong>de</strong> Contas <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, para prestar informaçõesrelacionadas ao objeto da CPI. Não haven<strong>do</strong> ora<strong>do</strong>res que quisessem discutir, em votação,o Senhor Deputa<strong>do</strong> Bruno Covas solicitou votação nominal. Votaram contrariamente aorequerimento os Senhores Deputa<strong>do</strong>s Bruno Covas, Vitor Sapienza, Chico Sar<strong>de</strong>lli, Eli CorrêaFilho, Milton Flávio e o Senhor Presi<strong>de</strong>nte, Deputa<strong>do</strong> José Augusto; votaram favoravelmenteos Senhores Deputa<strong>do</strong>s Enio Tatto e Antonio Mentor; foi portanto rejeita<strong>do</strong> o requerimento.b) Requerimento <strong>do</strong>s Deputa<strong>do</strong>s Antonio Mentor e Enio Tatto, que requerem que a CPI convoque,para prestar esclarecimentos, o Doutor Lan<strong>do</strong>lfo Andra<strong>de</strong> <strong>de</strong> Souza, Promotor <strong>de</strong> Justiçada Comarca <strong>de</strong> Pirapozinho. Em discussão, fizeram uso da palavra os Senhores Deputa<strong>do</strong>sMilton Flavio, Enio Tatto e Antonio Mentor. Em votação, o Senhor Deputa<strong>do</strong> AntonioMentor solicitou votação nominal. Votaram contrariamente ao requerimento os SenhoresDeputa<strong>do</strong>s Bruno Covas, Vitor Sapienza, Chico Sar<strong>de</strong>lli, Eli Corrêa Filho, Milton Flávio e oSenhor Presi<strong>de</strong>nte, Deputa<strong>do</strong> José Augusto; votaram favoravelmente os Senhores Deputa<strong>do</strong>sEnio Tatto e Antonio Mentor; foi portanto rejeita<strong>do</strong> o requerimento. c) Requerimento <strong>do</strong>sDeputa<strong>do</strong>s Antonio Mentor e Enio Tatto, que requerem que a CPI convoque, para prestaresclarecimentos, o Doutor Luiz Forti, Delega<strong>do</strong> <strong>de</strong> Polícia Civil. Em discussão, fizeram uso dapalavra os Senhores Deputa<strong>do</strong>s Enio Tatto, Milton Flavio, Antonio Mentor e Bruno Covas. Emvotação, o Senhor Deputa<strong>do</strong> Antonio Mentor solicitou votação nominal. Votaram contrariamenteao requerimento os Senhores Deputa<strong>do</strong>s Bruno Covas, Vitor Sapienza, Chico Sar<strong>de</strong>lli,Eli Corrêa Filho, Milton Flávio e o Senhor Presi<strong>de</strong>nte, Deputa<strong>do</strong> José Augusto; votaramfavoravelmente os Senhores Deputa<strong>do</strong>s Enio Tatto e Antonio Mentor; foi portanto rejeita<strong>do</strong>o requerimento. d) Requerimento <strong>do</strong>s Deputa<strong>do</strong>s Antonio Mentor e Enio Tatto, que requeremque a CPI oficie ao Excelentíssimo Senhor Fernan<strong>do</strong> Grella Vieira, Procura<strong>do</strong>r-Geral <strong>de</strong>Justiça <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, para prestar informações relacionadas ao objeto da CPI. Emdiscussão, fizeram uso da palavra os Senhores Deputa<strong>do</strong>s Milton Flavio, Enio Tatto, VitorSapienza e Antonio Mentor, que solicitou a retirada <strong>do</strong> requerimento, <strong>de</strong> sua autoria. e)Requerimento <strong>do</strong>s Deputa<strong>do</strong>s Antonio Mentor e Enio Tatto, que requerem que a CPI reúnae disponibilize para serem analisa<strong>do</strong>s por seus integrantes a <strong>do</strong>cumentação entregue peloSr. Lázaro Piunti (ex-presi<strong>de</strong>nte da CDHU) por ocasião <strong>de</strong> seu <strong>de</strong>poimento à Comissão <strong>de</strong>Serviços e Obras Públicas. Em discussão, fizeram uso da palavra os Senhores Deputa<strong>do</strong>sMilton Flavio, Enio Tatto e Antonio Mentor. Em votação, o Senhor Deputa<strong>do</strong> Antonio Mentorsolicitou votação nominal. Votaram contrariamente ao requerimento os Senhores Deputa<strong>do</strong>sBruno Covas, Vitor Sapienza, Chico Sar<strong>de</strong>lli, Eli Corrêa Filho, Milton Flávio e o SenhorPresi<strong>de</strong>nte, Deputa<strong>do</strong> José Augusto; votaram favoravelmente os Senhores Deputa<strong>do</strong>s EnioTatto e Antonio Mentor; foi portanto rejeita<strong>do</strong> o requerimento. f) Requerimento <strong>do</strong>s Deputa-<strong>do</strong>s Antonio Mentor e Enio Tatto, que requerem que a CPI oficie o Senhor Lair Krahenbuhl,Presi<strong>de</strong>nte da CDHU, para prestar informações relacionadas ao objeto da CPI. Foi concedidavista ao Senhor Deputa<strong>do</strong> Antonio Mentor. g) Requerimento <strong>do</strong> Deputa<strong>do</strong> Bruno Covas, querequer seja oficia<strong>do</strong> o Presi<strong>de</strong>nte da CDHU para prestar esclarecimentos relaciona<strong>do</strong>s aoobjeto da CPI. Em discussão, fizeram uso da palavra os Senhores Deputa<strong>do</strong>s Enio Tatto eBruno Covas. Em votação, o Senhor Deputa<strong>do</strong> Enio Tatto solicitou votação nominal, ten<strong>do</strong>si<strong>do</strong> aprova<strong>do</strong> o requerimento por unanimida<strong>de</strong>. Nada mais haven<strong>do</strong> a tratar, o SenhorPresi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>clarou encerrada a reunião, que foi gravada pelo Serviço <strong>de</strong> Audiofonia e apóstranscrição passará a fazer parte <strong>de</strong>sta ata que eu, Letícia Chamy Farkuh, Agente TécnicoLegislativo, lavrei e a assino após Sua Excelência. Aprovada em reunião <strong>de</strong> 25/08/2009.Deputa<strong>do</strong> JOSÉ AUGUSTOPresi<strong>de</strong>nte da CPILetícia Chamy FarkuhSecretáriaCPI CDHU - 16ª Legislatura25/08/2009 - 4ª Reunião - Apreciar requerimentos e assuntos <strong>de</strong> interesse da CPIAta da Quarta Reunião da Comissão Parlamentar <strong>de</strong> Inquérito constituída com afinalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> “investigar <strong>de</strong>núncias <strong>de</strong> frau<strong>de</strong>s em licitações para a construção <strong>de</strong> casaspela Companhia <strong>de</strong> Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU)”.Aos vinte e cinco dias <strong>do</strong> mês <strong>de</strong> agosto <strong>do</strong> ano <strong>de</strong> <strong>do</strong>is mil e nove, às <strong>de</strong>z horas etrinta minutos, no Plenário Tira<strong>de</strong>ntes da <strong>Assembleia</strong> <strong>Legislativa</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>,realizou-se a Quarta Reunião da Comissão Parlamentar <strong>de</strong> Inquérito constituída com afinalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> “investigar <strong>de</strong>núncias <strong>de</strong> frau<strong>de</strong>s em licitações para a construção <strong>de</strong> casaspela Companhia <strong>de</strong> Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU)”, convocada, nostermos regimentais, e presidida pelo Senhor Deputa<strong>do</strong> José Augusto. Presentes os SenhoresDeputa<strong>do</strong>s José Augusto, Bruno Covas, Enio Tatto, Antonio Mentor, Chico Sar<strong>de</strong>lli (membrosefetivos) e Vitor Sapienza (membro substituto). Ausentes os Senhores Deputa<strong>do</strong>s MiltonFlávio, Eli Corrêa Filho, Roberto Morais (em licença médica) e Roque Barbiere. Haven<strong>do</strong>número regimental, o Senhor Presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>clarou abertos os trabalhos, sen<strong>do</strong> dispensadaa leitura da ata da reunião anterior e a ata dada por aprovada. A reunião tinha a seguintepauta: 1. colher os <strong>de</strong>poimentos <strong>do</strong>s Senhores Sergio Pinaffi e Francisco Emílio <strong>de</strong> Oliveira,convoca<strong>do</strong>s com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> prestar esclarecimentos sobre o objeto da CPI; 2. apreciarrequerimentos; 3. assuntos <strong>de</strong> interesse da CPI. Pela or<strong>de</strong>m, o Senhor Deputa<strong>do</strong> AntonioMentor entregou ao Senhor Presi<strong>de</strong>nte cópia da <strong>de</strong>núncia (da Promotoria <strong>de</strong> Justiça <strong>de</strong>Pirapozinho) e cópia da con<strong>de</strong>nação <strong>do</strong>s envolvi<strong>do</strong>s (<strong>do</strong> Po<strong>de</strong>r Judiciário da Comarca <strong>de</strong>Pirapozinho, Feito nº 540/06). O Senhor Presi<strong>de</strong>nte informou que tinha em mãos <strong>do</strong>cumentono mesmo teor, <strong>de</strong>ven<strong>do</strong>-se fazer um <strong>de</strong>bate sobre a questão. Ten<strong>do</strong> o Senhor Deputa<strong>do</strong>Vitor Sapienza pedi<strong>do</strong> uma cópia, o Senhor Presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>terminou à secretaria o encaminhamento<strong>de</strong> cópia aos Senhores Deputa<strong>do</strong>s da Comissão. Sobre o primeiro item da pauta,o Senhor Presi<strong>de</strong>nte comunicou aos Senhores Deputa<strong>do</strong>s que o Senhor Sergio Pinaffi não foiencontra<strong>do</strong> pelos Correios para o recebimento da Convocação, enquanto o Senhor FranciscoEmílio <strong>de</strong> Oliveira não foi localiza<strong>do</strong> por estar foragi<strong>do</strong>. O Senhor Deputa<strong>do</strong> Antonio Mentorperguntou ao Senhor Presi<strong>de</strong>nte sobre o encaminhamento a respeito e sugeriu ao SenhorPresi<strong>de</strong>nte oficiar à Secretaria <strong>de</strong> Segurança Pública para que provi<strong>de</strong>nciasse a busca <strong>do</strong>sconvoca<strong>do</strong>s a fim <strong>de</strong> trazê-los à CPI. O Senhor Deputa<strong>do</strong> Chico Sar<strong>de</strong>lli sugeriu que oSenhor Presi<strong>de</strong>nte oficiasse à Procura<strong>do</strong>ria da Casa para ajudar nesta questão. O SenhorPresi<strong>de</strong>nte acatou as duas sugestões. O Senhor Deputa<strong>do</strong> Vitor Sapienza sugeriu ao SenhorPresi<strong>de</strong>nte, antes <strong>de</strong> oficiar à Secretaria, entrar em contato com a Procura<strong>do</strong>ria para ter umaposição a respeito. Tal sugestão também foi acatada. A seguir, o Senhor Presi<strong>de</strong>nte, passan<strong>do</strong>para o segun<strong>do</strong> item da pauta, leu o Requerimento <strong>do</strong>s Deputa<strong>do</strong>s Antonio Mentor eEnio Tatto, que requerem que a CPI oficie ao Senhor Lair Krahenbuhl, presi<strong>de</strong>nte da CDHU,para que preste informações e forneça a relação <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os empreendimentos da CDHU,com as seguintes informações: nome <strong>do</strong> empreendimento; localização; data da contrataçãoe data prevista inicialmente para a entrega; valor <strong>do</strong> contrato e valores <strong>do</strong>s aditamentos;situação <strong>do</strong> empreendimento; regularização <strong>do</strong>s empreendimentos. O Senhor Deputa<strong>do</strong> EnioTatto falou da <strong>de</strong>socupação <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> duas mil pessoas que viviam na favela, no CapãoRe<strong>do</strong>n<strong>do</strong>, no dia <strong>de</strong> anterior, conforme notícia <strong>do</strong>s jornais. Sugeriu que fosse tirada umacomissão em nome da CPI para fazer uma visita ao local. Outra sugestão: chamar o Presi<strong>de</strong>nteda CDHU para explicar o andamento <strong>do</strong>s projetos, bem como ouvir as li<strong>de</strong>ranças <strong>do</strong>movimento para fazerem um relato da situação. O Senhor Deputa<strong>do</strong> Chico Sar<strong>de</strong>lli propôsque o assunto fosse leva<strong>do</strong> à reunião <strong>do</strong> Colégio <strong>de</strong> Lí<strong>de</strong>res. O Senhor Presi<strong>de</strong>nte disse queiria ao Colégio <strong>de</strong> Lí<strong>de</strong>res juntamente com os Senhores Deputa<strong>do</strong>s Vitor Sapienza e AntonioMentor. Concedida vista conjunta <strong>do</strong> requerimento aos Deputa<strong>do</strong>s Bruno Covas e Enio Tatto.Em seguida, o Senhor Presi<strong>de</strong>nte consultou os Senhores Deputa<strong>do</strong>s a respeito da mudança<strong>do</strong> dia e <strong>do</strong> horário das reuniões da Comissão, fican<strong>do</strong> acorda<strong>do</strong> que as reuniões passariama ser realizadas às quartas-feiras, às onze horas. Nada mais haven<strong>do</strong> a tratar, o SenhorPresi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>clarou encerrada a reunião, que foi gravada pelo Serviço <strong>de</strong> Audiofonia e cujatranscrição passará a fazer parte <strong>de</strong>sta ata, que eu, A<strong>de</strong>mar Trinda<strong>de</strong> Cruz, Agente TécnicoLegislativo, lavrei e a assino após o Senhor Presi<strong>de</strong>nte. Aprovada em reunião <strong>de</strong> 09/09/2009.Deputa<strong>do</strong> JOSÉ AUGUSTOPresi<strong>de</strong>nte da CPIA<strong>de</strong>mar Trinda<strong>de</strong> CruzSecretárioCPI CDHU - 16ª Legislatura09/09/2009 - 5ª Reunião - Depoimento <strong>do</strong> Sr. Sergio Pinaffi e apreciação <strong>de</strong> requerimentosAta da Quinta Reunião da Comissão Parlamentar <strong>de</strong> Inquérito constituída com afinalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> “investigar <strong>de</strong>núncias <strong>de</strong> frau<strong>de</strong>s em licitações para a construção <strong>de</strong> casaspela Companhia <strong>de</strong> Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU)”.Aos nove dias <strong>do</strong> mês <strong>de</strong> setembro <strong>do</strong> ano <strong>de</strong> <strong>do</strong>is mil e nove, às onze horas, noPlenário Tira<strong>de</strong>ntes da <strong>Assembleia</strong> <strong>Legislativa</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, realizou-se a QuintaReunião da Comissão Parlamentar <strong>de</strong> Inquérito constituída com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> “investigar<strong>de</strong>núncias <strong>de</strong> frau<strong>de</strong>s em licitações para a construção <strong>de</strong> casas pela Companhia <strong>de</strong> DesenvolvimentoHabitacional e Urbano (CDHU)”, convocada, nos termos regimentais, e presidida


sába<strong>do</strong>, 28 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 2009 Diário Oficial Po<strong>de</strong>r Legislativo <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, 119 (222) – Suplemento – 35pelo Senhor Deputa<strong>do</strong> José Augusto. Presentes os Senhores Deputa<strong>do</strong>s José Augusto, BrunoCovas, Milton Flávio, Enio Tatto, Antonio Mentor, Chico Sar<strong>de</strong>lli (membros efetivos), RobertoMassafera e Vitor Sapienza (membros substitutos). Ausentes os Senhores Deputa<strong>do</strong>s EliCorrêa Filho, Roberto Morais (em licença médica) e Roque Barbiere. Presentes, no <strong>de</strong>correr<strong>do</strong>s trabalhos, os Senhores Deputa<strong>do</strong>s Camilo Gava e Fernan<strong>do</strong> Capez. Haven<strong>do</strong> númeroregimental, o Senhor Presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>clarou abertos os trabalhos, sen<strong>do</strong> dispensada a leiturada ata da reunião anterior e a ata dada por aprovada. A reunião tinha a seguinte pauta:1. colher o <strong>de</strong>poimento <strong>do</strong> Senhor Sergio Pinaffi, convoca<strong>do</strong> com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> prestaresclarecimentos sobre o objeto da CPI; 2. apreciar requerimentos; 3. assuntos <strong>de</strong> interesseda CPI. Pela or<strong>de</strong>m, o Senhor Deputa<strong>do</strong> Enio Tatto registrou a presença <strong>de</strong> companheirosda Frente <strong>de</strong> Luta pela Moradia. Em seguida, o Senhor Presi<strong>de</strong>nte convi<strong>do</strong>u o Senhor SergioPinaffi a tomar assento à Mesa e pediu a Sua Senhoria que lesse o termo <strong>de</strong> compromissoperante a CPI e respon<strong>de</strong>sse algumas questões referentes à sua qualificação. Com apalavra, o Senhor Sergio Pinaffi disse que havia si<strong>do</strong> prefeito da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Pirapozinho em<strong>do</strong>is mandatos e que havia uma necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> construção <strong>de</strong> casas. Na cida<strong>de</strong> havia umapequena favela, área on<strong>de</strong> as casas foram <strong>de</strong>stinadas, pois a pretensão era atingir o pessoal<strong>de</strong> menor renda, num processo <strong>de</strong> mutirão. A seguir, o Senhor Presi<strong>de</strong>nte abriu a palavra aosSenhores Deputa<strong>do</strong>s. O Senhor Deputa<strong>do</strong> Bruno Covas levantou questões sobre a construção<strong>de</strong> casas através <strong>de</strong> convênio com a CDHU; sobre a responsabilida<strong>de</strong> da CDHU e da prefeitura;sobre a solicitação <strong>de</strong> recursos ao Senhor Francisco Emílio <strong>de</strong> Oliveira; sobre o mo<strong>do</strong><strong>de</strong> seleção das empresas que recebiam as cartas-convite da prefeitura; sobre convênio daCDHU com outras cida<strong>de</strong>s da região. O Senhor Deputa<strong>do</strong> Enio Tatto perguntou quem participouda licitação; quem fiscalizava a obra; quem eram os representantes da LBR-Tejofrane da CDHU; quem era o presi<strong>de</strong>nte da CDHU na época. O Senhor Deputa<strong>do</strong> Roberto Massaferaquis saber sobre a modalida<strong>de</strong> <strong>do</strong> mutirão; sobre a licitação para a construção dascasas; sobre o fornecimento <strong>de</strong> mão <strong>de</strong> obra complementar. O Senhor Deputa<strong>do</strong> AntonioMentor quis saber se a empresa FT foi escolhida para administrar a construção por sistema<strong>de</strong> mutirão; quem comprava o material; o nome da empresa que fez a terraplanagem. OSenhor Presi<strong>de</strong>nte pediu a Sua Senhoria que falasse sobre o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> contrato, sobre aassociação <strong>de</strong> mutirão, sobre o convênio e as partes envolvidas. Depois das respostas, oSenhor Presi<strong>de</strong>nte agra<strong>de</strong>ceu ao Senhor Sergio Pinaffi. Em seguida, o Senhor Presi<strong>de</strong>nte,aten<strong>de</strong>n<strong>do</strong> à solicitação <strong>do</strong> Senhor Deputa<strong>do</strong> Antonio Mentor, suspen<strong>de</strong>u a reunião porcinco minutos. Reaberta a reunião, o Senhor Presi<strong>de</strong>nte passou à apreciação <strong>do</strong>s seguintesrequerimentos: 1 - Requerimento <strong>do</strong>s Deputa<strong>do</strong>s Antonio Mentor e Enio Tatto, que requeremque a CPI convoque, para prestar esclarecimentos, o Senhor Jovem Marcos Corrêa Miras, daempresa HMI Engenharia. Aprova<strong>do</strong> o requerimento. 2 - Requerimento <strong>do</strong>s Deputa<strong>do</strong>s AntonioMentor e Enio Tatto, que requerem que a CPI convoque, para prestar esclarecimentos, oSenhor Climério <strong>de</strong> Tole<strong>do</strong> Pereira, engenheiro atuante na Região Oeste Paulista, acusa<strong>do</strong><strong>de</strong> envolvimento no caso <strong>de</strong> Pirapozinho. Aprova<strong>do</strong> o requerimento. 3 - Requerimento <strong>do</strong>Deputa<strong>do</strong> Bruno Covas, que requer a convocação <strong>do</strong> Senhor Ângelo César Malacrida, exprefeito<strong>de</strong> Presi<strong>de</strong>nte Venceslau, para que compareça à CPI, com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> prestarinformações sobre frau<strong>de</strong>s em licitações para a construção <strong>de</strong> casas pela CDHU. Aprova<strong>do</strong>o requerimento. 4 - Requerimento <strong>do</strong> Deputa<strong>do</strong> Bruno Covas, que requer a convocação <strong>do</strong>Senhor Gabriel Vassílios Píperas, ex-prefeito <strong>de</strong> Narandiba, para que compareça à CPI, coma finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> prestar informações sobre a prática <strong>de</strong> irregularida<strong>de</strong>s na construção <strong>do</strong>conjunto habitacional Narandiba C, no município <strong>de</strong> Narandiba. Aprova<strong>do</strong> o requerimento.5 - Requerimento <strong>do</strong>s Deputa<strong>do</strong>s Antonio Mentor e Enio Tatto, que requerem que a CPI oficieao Senhor Lair Krahenbuhl, presi<strong>de</strong>nte da CDHU, para que preste informações e forneçaa relação <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os empreendimentos da CDHU, <strong>de</strong>ntre outras informações. Concedidavista ao Deputa<strong>do</strong> Milton Flávio. 6 - Requerimento <strong>do</strong>s Deputa<strong>do</strong>s Antonio Mentor e EnioTatto, que requerem que a CPI convoque, para prestar esclarecimentos, o Senhor AntonioDias Felipe, responsável pela empresa Tejofran Engenharia. Concedida vista ao Deputa<strong>do</strong>Antonio Mentor. 7 - Requerimento <strong>do</strong> Deputa<strong>do</strong> Enio Tatto, que requer que a CPI convoque,para prestar esclarecimentos, o Senhor Goro Hama, ex-presi<strong>de</strong>nte da CDHU. Concedida vistaao Deputa<strong>do</strong> Antonio Mentor. 8 - Requerimento <strong>do</strong> Deputa<strong>do</strong> Enio Tatto, que requer que aCPI convi<strong>de</strong>, para prestar esclarecimentos, a Senhora Felícia Men<strong>de</strong>s Dias, representante <strong>do</strong>Fórum <strong>de</strong> Moradia e Meio Ambiente <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>. Concedida vista ao Deputa<strong>do</strong>Antonio Mentor. 9 - Requerimento <strong>do</strong> Deputa<strong>do</strong> Enio Tatto, que requer que a CPI convoque,para prestar esclarecimentos, o Senhor Lair Krähenbühl, presi<strong>de</strong>nte da CDHU. Concedidavista ao Deputa<strong>do</strong> Antonio Mentor. 10 - Requerimento <strong>do</strong> Deputa<strong>do</strong> Enio Tatto, que requerque a CPI convi<strong>de</strong>, para prestar esclarecimentos, o Senhor Osmar Silva Borges, representanteda Frente <strong>de</strong> Luta por Moradia <strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>. Concedida vista ao Deputa<strong>do</strong> AntonioMentor. 11 - Requerimento <strong>do</strong> Deputa<strong>do</strong> Enio Tatto, que requer o fornecimento pela CDHU<strong>de</strong> <strong>do</strong>cumentos menciona<strong>do</strong>s e informações menciona<strong>do</strong>s. Concedida vista ao Deputa<strong>do</strong>Antonio Mentor. Nada mais haven<strong>do</strong> a tratar, o Senhor Presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>clarou encerrada areunião, que foi gravada pelo Serviço <strong>de</strong> Audiofonia e cuja transcrição passará a fazer parte<strong>de</strong>sta ata, que eu, A<strong>de</strong>mar Trinda<strong>de</strong> Cruz, Agente Técnico Legislativo, lavrei e a assino após oSenhor Presi<strong>de</strong>nte. Aprovada em reunião <strong>de</strong> 16/09/2009.Deputa<strong>do</strong> JOSÉ AUGUSTOPresi<strong>de</strong>nte da CPIA<strong>de</strong>mar Trinda<strong>de</strong> CruzSecretárioCPI CDHU - 16ª Legislatura16/09/2009 - 6ª Reunião - Apreciar requerimentos e assuntos <strong>de</strong> interesse da CPIAta da Sexta Reunião da Comissão Parlamentar <strong>de</strong> Inquérito constituída com a finalida<strong>de</strong><strong>de</strong> “investigar <strong>de</strong>núncias <strong>de</strong> frau<strong>de</strong>s em licitações para a construção <strong>de</strong> casas pelaCompanhia <strong>de</strong> Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU)”.Aos <strong>de</strong>zesseis dias <strong>do</strong> mês <strong>de</strong> setembro <strong>do</strong> ano <strong>de</strong> <strong>do</strong>is mil e nove, às onze horas, noPlenário Tira<strong>de</strong>ntes da <strong>Assembleia</strong> <strong>Legislativa</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, realizou-se a SextaReunião da Comissão Parlamentar <strong>de</strong> Inquérito constituída com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> “investigar<strong>de</strong>núncias <strong>de</strong> frau<strong>de</strong>s em licitações para a construção <strong>de</strong> casas pela Companhia <strong>de</strong> DesenvolvimentoHabitacional e Urbano (CDHU)”, convocada, nos termos regimentais, e presididapelo Senhor Deputa<strong>do</strong> José Augusto. Presentes os Senhores Deputa<strong>do</strong>s José Augusto, BrunoCovas, Milton Flávio, Enio Tatto, Antonio Mentor (membros efetivos), Vitor Sapienza (membrosubstituto) e Camilo Gava (membro substituto eventual <strong>de</strong>signa<strong>do</strong> pela respectiva li<strong>de</strong>-rança partidária). Ausentes os Senhores Deputa<strong>do</strong>s Eli Corrêa Filho, Chico Sar<strong>de</strong>lli, RobertoMorais (em licença médica) e Roque Barbiere. Haven<strong>do</strong> número regimental, o Senhor Presi<strong>de</strong>nte<strong>de</strong>clarou aberta reunião, sen<strong>do</strong> dispensada a leitura da ata da reunião anterior e aata dada por aprovada. A reunião tinha a seguinte pauta: 1. colher o <strong>de</strong>poimento <strong>do</strong> SenhorGabriel Vassílios Píperas, ex-prefeito <strong>de</strong> Narandiba, convoca<strong>do</strong> com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> prestaresclarecimentos sobre o objeto da CPI; 2. apreciar requerimentos; 3. assuntos <strong>de</strong> interesseda CPI. O Senhor Presi<strong>de</strong>nte informou aos Senhores Deputa<strong>do</strong>s que tinha si<strong>do</strong> enviadaconvocação ao Senhor Gabriel Vassílios Píperas, que enviou um telegrama dizen<strong>do</strong> que nãopodia comparecer por não exercer nenhum cargo público e não ter nenhum meio <strong>de</strong> transportepara vir à reunião. O Senhor Deputa<strong>do</strong> Milton Flávio sugeriu ao Senhor Presi<strong>de</strong>nteconsultar o Presi<strong>de</strong>nte da Casa sobre a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um carro transportar o <strong>de</strong>poente ousobre a liberação <strong>de</strong> recurso para pagar a passagem <strong>do</strong> mesmo. O Senhor Presi<strong>de</strong>nte acatoua sugestão. O Senhor Deputa<strong>do</strong> Enio Tatto não concor<strong>do</strong>u com a justificativa <strong>do</strong> convoca<strong>do</strong>e consi<strong>de</strong>rou que o Senhor Presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>veria solicitar providências junto ao Presi<strong>de</strong>nte daCasa. O Senhor Deputa<strong>do</strong> Antonio Mentor sugeriu que as <strong>de</strong>spesas <strong>do</strong> convoca<strong>do</strong> fossempagas pela CPI e que <strong>de</strong>veria constar na convocação que as <strong>de</strong>spesas <strong>de</strong> viagem e estadiaseriam pagas pela Casa. O Senhor Deputa<strong>do</strong> Vitor Sapienza consi<strong>de</strong>rou que na convocação<strong>de</strong>veria constar que a ausência <strong>do</strong> convoca<strong>do</strong> po<strong>de</strong>rá ocasionar consequências penais. Aseguir, usaram da palavra os Senhores Deputa<strong>do</strong>s Camilo Gava e Bruno Covas. A pedi<strong>do</strong><strong>do</strong> Senhor Deputa<strong>do</strong> Enio Tatto, o Senhor Presi<strong>de</strong>nte suspen<strong>de</strong>u a reunião por <strong>do</strong>is minutos.Reaberta a reunião, o Senhor Presi<strong>de</strong>nte submeteu à apreciação <strong>do</strong>s Senhores Deputa<strong>do</strong>s osseguintes requerimentos: 1 - Requerimento <strong>do</strong>s Deputa<strong>do</strong>s Antonio Mentor e Enio Tatto, querequerem que a CPI oficie ao Senhor Lair Krahenbuhl, presi<strong>de</strong>nte da CDHU, para que presteinformações e forneça a relação <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os empreendimentos da CDHU, <strong>de</strong>ntre outrasinformações. Concedida vista ao Deputa<strong>do</strong> Vitor Sapienza. 2 - Requerimento <strong>do</strong>s Deputa<strong>do</strong>sAntonio Mentor e Enio Tatto, que requerem que a CPI convoque, para prestar esclarecimentos,o Senhor Antonio Dias Felipe, responsável pela empresa Tejofran Engenharia. Concedidavista ao Deputa<strong>do</strong> Bruno Covas. 3 - Requerimento <strong>do</strong> Deputa<strong>do</strong> Enio Tatto, que requerque a CPI convoque, para prestar esclarecimentos, o Senhor Goro Hama, ex-presi<strong>de</strong>nte daCDHU. Concedida vista ao Deputa<strong>do</strong> Enio Tatto. 4 - Requerimento <strong>do</strong> Deputa<strong>do</strong> Enio Tatto,que requer que a CPI convi<strong>de</strong>, para prestar esclarecimentos, a Senhora Felícia Men<strong>de</strong>s Dias,representante <strong>do</strong> Fórum <strong>de</strong> Moradia e Meio Ambiente <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>. Em votaçãonominal, o requerimento foi rejeita<strong>do</strong>. Votaram contra os Senhores Deputa<strong>do</strong>s Bruno Covas,Vitor Sapienza, Milton Flávio e José Augusto; votaram favoravelmente os Senhores Deputa<strong>do</strong>sEnio Tatto e Antonio Mentor. 5 - Requerimento <strong>do</strong> Deputa<strong>do</strong> Enio Tatto, que requerque a CPI convoque, para prestar esclarecimentos, o Senhor Lair Krähenbühl, presi<strong>de</strong>nteda CDHU. Concedida vista ao Deputa<strong>do</strong> Bruno Covas. 6 - Requerimento <strong>do</strong> Deputa<strong>do</strong> EnioTatto, que requer que a CPI convi<strong>de</strong>, para prestar esclarecimentos, o Senhor Osmar SilvaBorges, representante da Frente <strong>de</strong> Luta por Moradia <strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>. Em discussão, usou dapalavra o Senhor Deputa<strong>do</strong> Enio Tatto. Em votação nominal, o requerimento foi rejeita<strong>do</strong>.Votaram contra os Senhores Deputa<strong>do</strong>s Milton Flávio, Vitor Sapienza, Bruno Covas e JoséAugusto; votaram favoravelmente os Senhores Deputa<strong>do</strong>s Enio Tatto e Antonio Mentor. 7 -Requerimento <strong>do</strong> Deputa<strong>do</strong> Enio Tatto, que requer o fornecimento pela CDHU <strong>de</strong> <strong>do</strong>cumentosmenciona<strong>do</strong>s e informações mencionadas. Concedida vista ao Deputa<strong>do</strong> Milton Flávio. 8- Requerimento <strong>do</strong>s Deputa<strong>do</strong>s Antonio Mentor e Enio Tatto, que requerem que a CPI convoque,para prestar esclarecimentos, o Senhor Clau<strong>de</strong>mir Antônio <strong>de</strong> Matos, então presi<strong>de</strong>nteda comissão municipal <strong>de</strong> licitação. Aprova<strong>do</strong> o requerimento. 9 - Requerimento <strong>do</strong>s Deputa<strong>do</strong>sAntonio Mentor e Enio Tatto, que requerem que a CPI convoque, para prestar esclarecimentos,o Senhor Mário Antônio Dale Ve<strong>do</strong>ve Moreno, coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>r da empresa LBR-Tejofranna região <strong>de</strong> Presi<strong>de</strong>nte Pru<strong>de</strong>nte e Marília. Concedida vista ao Deputa<strong>do</strong> Bruno Covas.10 - Requerimento <strong>do</strong>s Deputa<strong>do</strong>s Antonio Mentor e Enio Tatto, que requerem que a CPIconvoque, para prestar esclarecimentos, o Senhor Dejair Bistaffa, funcionário da prefeitura<strong>de</strong> Pirapozinho. Aprova<strong>do</strong> o requerimento. 11 - Requerimento <strong>do</strong>s Deputa<strong>do</strong>s Antonio Mentore Enio Tatto, que requerem que a CPI convoque, para prestar esclarecimentos, o SenhorJoão Degair Favareto, engenheiro civil da prefeitura <strong>de</strong> Pirapozinho. Aprova<strong>do</strong> o requerimento.12 - Requerimento <strong>do</strong> Deputa<strong>do</strong> Bruno Covas, que requer a convocação <strong>do</strong> Senhor JoséFernan<strong>do</strong> Tole<strong>do</strong> Osório, para prestar esclarecimentos sobre <strong>de</strong>núncias pertinentes ao objetoda CPI. Aprova<strong>do</strong> o requerimento. O Senhor Presi<strong>de</strong>nte propôs a inclusão na pauta <strong>do</strong>srequerimentos seguintes. Aprovadas as inclusões, os requerimentos foram então aprecia<strong>do</strong>s.13 - Requerimento <strong>do</strong> Deputa<strong>do</strong> Antonio Mentor e Enio Tatto, que requerem que a CPI soliciteao Senhor Delega<strong>do</strong> responsável pela Delegacia <strong>de</strong> Polícia Seccional <strong>de</strong> Presi<strong>de</strong>nte Pru<strong>de</strong>nteenviar cópias <strong>do</strong>s inquéritos e <strong>de</strong>mais procedimentos investigatórios instaura<strong>do</strong>s nas<strong>de</strong>legacias da jurisdição daquela Seccional, em <strong>de</strong>corrência da chamada “Operação Pomar”que investiga atos pratica<strong>do</strong>s por agentes públicos acerca da construção <strong>de</strong> casas popularesna Região Oeste Paulista. Aprova<strong>do</strong> o requerimento. 14 - Requerimento <strong>do</strong> Deputa<strong>do</strong> MiltonFlávio, que requer que a CPI oficie a Companhia <strong>de</strong> Desenvolvimento Habitacional e Urbano(CDHU), no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> encaminhar as eventuais providências tomadas, no âmbito <strong>do</strong> Po<strong>de</strong>rJudiciário, sobre as irregularida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>nunciadas e cometidas na construção <strong>de</strong> casas comrecursos da Companhia. Aprova<strong>do</strong> o requerimento. 15 - Requerimento <strong>do</strong>s Deputa<strong>do</strong>s AntonioMentor e Enio Tatto, que requerem que a CPI convi<strong>de</strong> a Senhora Evaniza Alves Rodrigues,da coor<strong>de</strong>nação da União <strong>do</strong>s Movimentos <strong>de</strong> Moradia, para relatar a experiência<strong>do</strong>s mutirões na Cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o final <strong>do</strong>s anos oitenta. Em votação nominal,o requerimento foi rejeita<strong>do</strong>. Votaram contra os Senhores Deputa<strong>do</strong>s Bruno Covas, VitorSapienza, Milton Flávio e José Augusto; votaram favoravelmente os Senhores Deputa<strong>do</strong>sEnio Tatto e Antonio Mentor. Nada mais haven<strong>do</strong> a tratar, o Senhor Presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>clarouencerrada a reunião, que foi gravada pelo Serviço <strong>de</strong> Audiofonia e cuja transcrição passaráa fazer parte <strong>de</strong>sta ata, que eu, A<strong>de</strong>mar Trinda<strong>de</strong> Cruz, Agente Técnico Legislativo, lavrei e aassino após o Senhor Presi<strong>de</strong>nte. Aprovada em reunião <strong>de</strong> 23/09/2009.Deputa<strong>do</strong> JOSÉ AUGUSTOPresi<strong>de</strong>nte da CPIA<strong>de</strong>mar Trinda<strong>de</strong> CruzSecretárioCPI CDHU - 16ª Legislatura23/09/2009 - 7ª Reunião - Depoimento <strong>do</strong> Sr. Gabriel Vassílios Píperas e apreciarrequerimentosAta da Sétima Reunião da Comissão Parlamentar <strong>de</strong> Inquérito constituída com afinalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> “investigar <strong>de</strong>núncias <strong>de</strong> frau<strong>de</strong>s em licitações para a construção <strong>de</strong> casaspela Companhia <strong>de</strong> Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU)”.


36 – <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, 119 (222) – Suplemento Diário Oficial Po<strong>de</strong>r Legislativo sába<strong>do</strong>, 28 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 2009Aos vinte e três dias <strong>do</strong> mês <strong>de</strong> setembro <strong>do</strong> ano <strong>de</strong> <strong>do</strong>is mil e nove, às onze horas,no Plenário Tira<strong>de</strong>ntes da <strong>Assembleia</strong> <strong>Legislativa</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, realizou-se aSétima Reunião da Comissão Parlamentar <strong>de</strong> Inquérito constituída com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong>“investigar <strong>de</strong>núncias <strong>de</strong> frau<strong>de</strong>s em licitações para a construção <strong>de</strong> casas pela Companhia<strong>de</strong> Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU)”, convocada, nos termos regimentais,e presidida pelo Senhor Deputa<strong>do</strong> José Augusto. Presentes os Senhores Deputa<strong>do</strong>s JoséAugusto, Bruno Covas, Milton Flávio, Enio Tatto, Antonio Mentor (membros efetivos), VitorSapienza (membro substituto). Ausentes os Senhores Deputa<strong>do</strong>s Eli Corrêa Filho, Chico Sar<strong>de</strong>lli,Roberto Morais (em licença médica) e Roque Barbiere. Presente, no <strong>de</strong>correr <strong>do</strong>s trabalhos,o Senhor Deputa<strong>do</strong> José Candi<strong>do</strong>. Haven<strong>do</strong> número regimental, o Senhor Presi<strong>de</strong>nte<strong>de</strong>clarou aberta reunião, sen<strong>do</strong> dispensada a leitura da ata da reunião anterior e a atadada por aprovada. A reunião tinha a seguinte pauta: 1. colher os <strong>de</strong>poimentos <strong>do</strong> SenhorGabriel Vassílios Píperas, ex-prefeito <strong>de</strong> Narandiba; <strong>do</strong> Senhor José Fernan<strong>do</strong> Tole<strong>do</strong> Osório,responsável pela fiscalização <strong>de</strong> obras da CDHU; 2. apreciar requerimentos; 3. assuntos <strong>de</strong>interesse da CPI. O Senhor Presi<strong>de</strong>nte convi<strong>do</strong>u o Senhor Gabriel Vassílios Píperas a tomarassento à Mesa. Pela or<strong>de</strong>m, o Senhor Deputa<strong>do</strong> Enio Tatto perguntou sobre o motivo danão vinda <strong>do</strong> outro <strong>de</strong>poente. O Senhor Presi<strong>de</strong>nte leu ofício <strong>do</strong> Senhor José Fernan<strong>do</strong> Tole<strong>do</strong>Osório, que solicitava o adiamento <strong>do</strong> seu <strong>de</strong>poimento para semana seguinte em virtu<strong>de</strong>da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> preparar-se para <strong>de</strong>por. Em seguida, o Senhor Presi<strong>de</strong>nte solicitou aoSenhor Gabriel Vassílios Píperas que respon<strong>de</strong>sse às perguntas referentes à sua qualificaçãoe que lesse o termo <strong>de</strong> compromisso perante a CPI. Com a palavra, Sua Senhoria se predispôsa dirimir qualquer dúvida <strong>do</strong>s Senhores Deputa<strong>do</strong>s. Usaram da palavra os SenhoresDeputa<strong>do</strong>s Milton Flávio e Vitor Sapienza, que sugeriu que o <strong>de</strong>poente começasse <strong>do</strong> início,narran<strong>do</strong> os acontecimentos sobre a construção <strong>de</strong> casas. O Senhor Gabriel Vassílios Píperasfalou da sua administração, da construção <strong>de</strong> Narandiba C e da Operação Pomar. Usaramda palavra os Senhores Deputa<strong>do</strong>s Vitor Sapienza, Antonio Mentor, Milton Flávio, Enio Tatto,Bruno Covas e o Senhor Presi<strong>de</strong>nte, que fizeram suas questões ao <strong>de</strong>poente. Após agra<strong>de</strong>cerao Senhor Gabriel Vassílios Píperas, que se pôs à disposição da CPI, o Senhor Presi<strong>de</strong>ntepassou à apreciação <strong>do</strong>s requerimentos em pauta. 1 - Requerimento <strong>do</strong>s Deputa<strong>do</strong>s AntonioMentor e Enio Tatto, que requerem que a CPI convoque, para prestar esclarecimentos,o Senhor Antonio Dias Felipe, responsável pela empresa Tejofran Engenharia. Concedidavista conjunta aos Deputa<strong>do</strong>s Vitor Sapienza e Enio Tatto. 2 - Requerimento <strong>do</strong>s Deputa<strong>do</strong>sAntonio Mentor e Enio Tatto, que requerem que a CPI convoque, para prestar esclarecimentos,o Senhor Mário Antônio Dale Ve<strong>do</strong>ve Moreno, coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>r da empresa LBR-Tejofranna região <strong>de</strong> Presi<strong>de</strong>nte Pru<strong>de</strong>nte e Marília. Concedida vista conjunta aos Deputa<strong>do</strong>s VitorSapienza e Enio Tatto. 3 - Requerimento <strong>do</strong>s Deputa<strong>do</strong>s Antonio Mentor e Enio Tatto, querequerem que a CPI oficie ao Senhor Lair Krahenbuhl, presi<strong>de</strong>nte da CDHU, para que presteinformações e forneça a relação <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os empreendimentos da CDHU, <strong>de</strong>ntre outrasinformações. Em votação nominal, o requerimento foi rejeita<strong>do</strong>. Votaram contra os SenhoresDeputa<strong>do</strong>s Bruno Covas, Vitor Sapienza e José Augusto; votaram favoravelmente osSenhores Deputa<strong>do</strong>s Antonio Mentor e Enio Tatto. 4 - Requerimento <strong>do</strong> Deputa<strong>do</strong> Enio Tatto,que requer o fornecimento pela CDHU <strong>de</strong> <strong>do</strong>cumentos menciona<strong>do</strong>s e informações mencionadas.Em discussão, usou da palavra o Senhor Deputa<strong>do</strong> Enio Tatto. Aprova<strong>do</strong> o requerimento.5 - Requerimento <strong>do</strong> Deputa<strong>do</strong> Enio Tatto, que requer que a CPI convoque, paraprestar esclarecimentos, o Senhor Goro Hama, ex-presi<strong>de</strong>nte da CDHU. Em votação nominal,o requerimento foi rejeita<strong>do</strong>. Votaram contra os Senhores Deputa<strong>do</strong>s Bruno Covas, VitorSapienza e José Augusto; votaram favoravelmente os Senhores Deputa<strong>do</strong>s Antonio Mentore Enio Tatto. 6 - Requerimento <strong>do</strong> Deputa<strong>do</strong> Enio Tatto, que requer que a CPI convoque,para prestar esclarecimentos, o Senhor Lair Krähenbühl, presi<strong>de</strong>nte da CDHU. A pedi<strong>do</strong> <strong>do</strong>Senhor Deputa<strong>do</strong> Bruno Covas, o Senhor Presi<strong>de</strong>nte suspen<strong>de</strong>u os trabalhos por um minuto.Reaberta a reunião, foi concedida vista <strong>do</strong> requerimento ao Deputa<strong>do</strong> Enio Tatto. O SenhorDeputa<strong>do</strong> Vitor Sapienza propôs a inclusão <strong>de</strong> requerimento <strong>de</strong> sua autoria na pauta. Aprovadaa inclusão. 7 - Requerimento <strong>do</strong> Deputa<strong>do</strong> Vitor Sapienza, que requer seja oficiada aCDHU para que sejam fornecidas à CPI informações sobre a rescisão contratual <strong>do</strong> ConjuntoHabitacional Narandiba C, situa<strong>do</strong> no Município <strong>de</strong> Narandiba. Aprova<strong>do</strong> o requerimento.Nada mais haven<strong>do</strong> a tratar, o Senhor Presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>clarou encerrada a reunião, que foi gravadapelo Serviço <strong>de</strong> Audiofonia e cuja transcrição passará a fazer parte <strong>de</strong>sta ata, que eu,A<strong>de</strong>mar Trinda<strong>de</strong> Cruz, Agente Técnico Legislativo, lavrei e a assino após o Senhor Presi<strong>de</strong>nte.Aprovada em reunião <strong>de</strong> 30/09/2009.Deputa<strong>do</strong> JOSÉ AUGUSTOPresi<strong>de</strong>nte da CPIA<strong>de</strong>mar Trinda<strong>de</strong> CruzSecretárioCPI CDHU - 16ª Legislatura30/09/2009 - 8ª Reunião - Depoimento <strong>do</strong> Sr. José Fernan<strong>do</strong> Tole<strong>do</strong> Osório e apreciarrequerimentosAta da Oitava Reunião da Comissão Parlamentar <strong>de</strong> Inquérito constituída com afinalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> “investigar <strong>de</strong>núncias <strong>de</strong> frau<strong>de</strong>s em licitações para a construção <strong>de</strong> casaspela Companhia <strong>de</strong> Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU)”.Aos trinta dias <strong>do</strong> mês <strong>de</strong> setembro <strong>do</strong> ano <strong>de</strong> <strong>do</strong>is mil e nove, às onze horas, noPlenário Tira<strong>de</strong>ntes da <strong>Assembleia</strong> <strong>Legislativa</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, realizou-se a OitavaReunião da Comissão Parlamentar <strong>de</strong> Inquérito constituída com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> “investigar<strong>de</strong>núncias <strong>de</strong> frau<strong>de</strong>s em licitações para a construção <strong>de</strong> casas pela Companhia <strong>de</strong> DesenvolvimentoHabitacional e Urbano (CDHU)”, convocada, nos termos regimentais, e presididapelo Senhor Deputa<strong>do</strong> José Augusto. Presentes os Senhores Deputa<strong>do</strong>s José Augusto,Bruno Covas, Milton Flávio, Enio Tatto, Antonio Mentor (membros efetivos), Vitor Sapienza eRoberto Massafera (membros substitutos). Ausentes os Senhores Deputa<strong>do</strong>s Eli Corrêa Filho,Chico Sar<strong>de</strong>lli, Roberto Morais (em licença médica) e Roque Barbiere. Haven<strong>do</strong> númeroregimental, o Senhor Presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>clarou aberta reunião, sen<strong>do</strong> dispensada a leitura da atada reunião anterior e a ata dada por aprovada. A reunião tinha a seguinte pauta: 1. colheros <strong>de</strong>poimentos <strong>do</strong> Senhor Ângelo César Malacrida, ex-prefeito <strong>de</strong> Presi<strong>de</strong>nte Venceslau;<strong>do</strong> Senhor José Fernan<strong>do</strong> Tole<strong>do</strong> Osório, responsável pela fiscalização <strong>de</strong> obras da CDHU naregião objeto das <strong>de</strong>núncias apresentadas a esta CPI, em nome <strong>do</strong> consórcio forma<strong>do</strong> pelasempresas LBR-Tejofran; 2. apreciar requerimentos; 3. assuntos <strong>de</strong> interesse da CPI. O SenhorPresi<strong>de</strong>nte cumprimentou os Senhores Deputa<strong>do</strong>s e convi<strong>do</strong>u o Senhor José Fernan<strong>do</strong> Tole-<strong>do</strong> Osório para compor a Mesa <strong>do</strong>s trabalhos. Em seguida, o Senhor Presi<strong>de</strong>nte solicitou ao<strong>de</strong>poente que respon<strong>de</strong>sse algumas questões referentes à sua qualificação e que lesse otermo <strong>de</strong> compromisso perante a CPI. Com a palavra, Sua Senhoria falou <strong>do</strong> contrato queganhou a licitação e foi inicia<strong>do</strong> em 2003. Usaram da palavra os Senhores Deputa<strong>do</strong>s BrunoCovas, Antonio Mentor, Enio Tatto, Milton Flávio, Vitor Sapienza, Roberto Massafera e oSenhor Presi<strong>de</strong>nte, que levantaram, entre outras, as seguintes questões: o grau <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong><strong>do</strong>s entes envolvi<strong>do</strong>s na construção; conhecimento <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> con<strong>de</strong>nação<strong>do</strong> Senhor Mário Antônio Dale Ve<strong>do</strong>ve Moreno; participação da empresa LBR; valor que aCDHU pagava por unida<strong>de</strong> construída; número <strong>de</strong> empresas que concorreram no processolicitatório; tempo para construir um conjunto; licitação que resultou no consórcio da LBR-Tejofran; compra <strong>de</strong> material pela prefeitura; a causa que levou o consórcio a <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong>fiscalizar as obras. O Senhor Presi<strong>de</strong>nte comunicou aos Senhores Deputa<strong>do</strong>s o recebimento<strong>de</strong> um fax envia<strong>do</strong> pelo Senhor Ângelo César Malacrida, comunican<strong>do</strong> que motivos alheiosa sua vonta<strong>de</strong> impediram seu comparecimento à reunião para prestar informações à CPI ese colocan<strong>do</strong> à disposição em qualquer outra data. Em seguida, o Senhor Presi<strong>de</strong>nte submeteuà apreciação <strong>do</strong>s Senhores Deputa<strong>do</strong>s os seguintes requerimentos: 1 - Requerimento<strong>do</strong>s Deputa<strong>do</strong>s Antonio Mentor e Enio Tatto, que requerem que a CPI convoque, para prestaresclarecimentos, o Senhor Antonio Dias Felipe, responsável pela empresa Tejofran Engenharia.Concedida vista ao Deputa<strong>do</strong> Milton Flávio. 2 - Requerimento <strong>do</strong> Deputa<strong>do</strong> Enio Tatto,que requer que a CPI convoque, para prestar esclarecimentos, o Senhor Lair Krähenbühl,presi<strong>de</strong>nte da CDHU. Concedida vista ao Deputa<strong>do</strong> Milton Flávio. 3 - Requerimento <strong>do</strong>sDeputa<strong>do</strong>s Antonio Mentor e Enio Tatto, que requerem que a CPI convoque, para prestaresclarecimentos, o Senhor Mário Antônio Dale Ve<strong>do</strong>ve Moreno, coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>r da empresaLBR-Tejofran na região <strong>de</strong> Presi<strong>de</strong>nte Pru<strong>de</strong>nte e Marília. Em votação nominal, votaramfavorável ao requerimento os Senhores Deputa<strong>do</strong>s Antonio Mentor, Enio Tatto, Vitor Sapienzae José Augusto; votou contra o Senhor Deputa<strong>do</strong> Milton Flávio. 4 - Requerimento <strong>do</strong>sDeputa<strong>do</strong>s Antonio Mentor e Enio Tatto, que requerem que a CPI convi<strong>de</strong>, para prestaresclarecimentos, o Senhor Fi<strong>de</strong>lcino Magro, ex-prefeito <strong>de</strong> Narandiba, que no perío<strong>do</strong> emfoi contratada a construção <strong>do</strong> empreendimento Narandiba “B” chefiava o executivo local.Aprova<strong>do</strong> o requerimento. 5 - Requerimento <strong>do</strong>s Deputa<strong>do</strong>s Antonio Mentor e Enio Tatto,que requerem que a CPI oficie o Senhor Roberto Fernan<strong>de</strong>s, Delega<strong>do</strong> Geral <strong>do</strong> Departamento<strong>de</strong> Polícia Judiciária <strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>-Interior (DEINTER-8), <strong>de</strong> Presi<strong>de</strong>nte Pru<strong>de</strong>nte, paraque remeta cópias <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os autos <strong>do</strong>s inquéritos no âmbito da Operação Pomar, bemcomo a relação <strong>de</strong> inquéritos concluí<strong>do</strong>s que por ventura tenham instruí<strong>do</strong> processos cíveise criminais. Aprova<strong>do</strong> o requerimento. Nada mais haven<strong>do</strong> a tratar, o Senhor Presi<strong>de</strong>nte<strong>de</strong>clarou encerrada a reunião, que foi gravada pelo Serviço <strong>de</strong> Audiofonia e cuja transcriçãopassará a fazer parte <strong>de</strong>sta ata, que eu, A<strong>de</strong>mar Trinda<strong>de</strong> Cruz, Agente Técnico Legislativo,lavrei e a assino após o Senhor Presi<strong>de</strong>nte. Aprovada em reunião <strong>de</strong> 07/10/2009.Deputa<strong>do</strong> JOSÉ AUGUSTOPresi<strong>de</strong>nte da CPIA<strong>de</strong>mar Trinda<strong>de</strong> CruzSecretárioCPI CDHU - 16ª Legislatura07/10/2009 - 9ª Reunião - Depoimento <strong>do</strong> Sr. Climério <strong>de</strong> Tole<strong>do</strong> Pereira e apreciarrequerimentosAta da Nona Reunião da Comissão Parlamentar <strong>de</strong> Inquérito constituída com a finalida<strong>de</strong><strong>de</strong> “investigar <strong>de</strong>núncias <strong>de</strong> frau<strong>de</strong>s em licitações para a construção <strong>de</strong> casas pelaCompanhia <strong>de</strong> Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU)”.Aos sete dias <strong>do</strong> mês <strong>de</strong> outubro <strong>do</strong> ano <strong>de</strong> <strong>do</strong>is mil e nove, às <strong>de</strong>z horas e trintaminutos, no Plenário Tira<strong>de</strong>ntes da <strong>Assembleia</strong> <strong>Legislativa</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, realizousea Nona Reunião da Comissão Parlamentar <strong>de</strong> Inquérito constituída com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong>“investigar <strong>de</strong>núncias <strong>de</strong> frau<strong>de</strong>s em licitações para a construção <strong>de</strong> casas pela Companhia<strong>de</strong> Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU)”, convocada, nos termos regimentais,e presidida pelo Senhor Deputa<strong>do</strong> José Augusto. Presentes os Senhores Deputa<strong>do</strong>s JoséAugusto, Bruno Covas, Milton Flávio, Enio Tatto, Antonio Mentor (membros efetivos) e VitorSapienza (membro substituto). Ausentes os Senhores Deputa<strong>do</strong>s Eli Corrêa Filho, Chico Sar<strong>de</strong>lli,Roberto Morais e Roque Barbiere. Haven<strong>do</strong> número regimental, o Senhor Presi<strong>de</strong>nte<strong>de</strong>clarou aberta reunião, sen<strong>do</strong> dispensada a leitura da ata da reunião anterior e a ata dadapor aprovada. A reunião tinha a seguinte pauta: 1. colher os <strong>de</strong>poimentos <strong>do</strong> Senhor ÂngeloCésar Malacrida, ex-prefeito <strong>de</strong> Presi<strong>de</strong>nte Venceslau; <strong>do</strong> Senhor Climério <strong>de</strong> Tole<strong>do</strong> Pereira,engenheiro atuante na região oeste paulista, acusa<strong>do</strong> <strong>de</strong> envolvimento no caso Pirapozinho.2. apreciar requerimentos. 3. assuntos <strong>de</strong> interesse da CPI. O Senhor Presi<strong>de</strong>nte cumprimentouos Senhores Deputa<strong>do</strong>s e, passan<strong>do</strong> para o item um da pauta, informou que o SenhorÂngelo César Malacrida havia solicita<strong>do</strong> uma nova data, em virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> ter que se apresentarem outro local, na presente data. O Senhor Presi<strong>de</strong>nte convi<strong>do</strong>u o Senhor Climériopara fazer parte da Mesa <strong>do</strong>s trabalhos e solicitou ao <strong>de</strong>poente a leitura <strong>do</strong> termo <strong>de</strong> compromissoperante a CPI, bem como respon<strong>de</strong>sse às questões referentes à sua qualificação.Com a palavra, Sua Senhoria falou da sua carreira profissional na prefeitura municipal, naCESP e na CDHU, em Presi<strong>de</strong>nte Pru<strong>de</strong>nte, on<strong>de</strong> foi comissiona<strong>do</strong> como o único engenheiroda CDHU na Região. Pela or<strong>de</strong>m, o Senhor Deputa<strong>do</strong> Vitor Sapienza propôs que o <strong>de</strong>poentefalasse das possíveis irregularida<strong>de</strong>s. Pela or<strong>de</strong>m, o Senhor Deputa<strong>do</strong> Milton Flávio perguntouquais foram as razões que o Ministério Público o incluiu entre os acusa<strong>do</strong>s e fez outrasquestões ao <strong>de</strong>poente, que as respon<strong>de</strong>u. Fizeram uso da palavra os Senhores Deputa<strong>do</strong>sBruno Covas, Enio Tatto, Milton Flávio, Antonio Mentor e o Senhor Presi<strong>de</strong>nte, que levantaram,entre outras, as seguintes questões: grampeamento <strong>do</strong> telefone <strong>do</strong> <strong>de</strong>poente; omotivo <strong>de</strong> o <strong>de</strong>poente ter si<strong>do</strong> associa<strong>do</strong> à quadrilheiros; relação da CDHU com o consórcioLBR-Tejofran e FT Construções; compra <strong>de</strong> postes; as reuniões semanais <strong>do</strong> consórcio paramedições das incorreções; responsabilida<strong>de</strong> das pessoas jurídicas em torno da construção;relação com o Senhor Francisco Emílio <strong>de</strong> Oliveira; relações com o Senhor Chiquinho daCDHU. Em seguida, o Senhor Presi<strong>de</strong>nte agra<strong>de</strong>ceu a presença <strong>do</strong> Senhor Climério e <strong>do</strong>seu advoga<strong>do</strong>, Doutor Marcelo Manfrini, e passou para o segun<strong>do</strong> item da pauta, sobre aapreciação <strong>de</strong> requerimentos. 1 - Requerimento <strong>do</strong>s Deputa<strong>do</strong>s Antonio Mentor e Enio Tatto,que requerem que a CPI convoque, para prestar esclarecimentos, o Senhor Antonio DiasFelipe, responsável pela empresa Tejofran Engenharia. Em votação nominal, foi rejeita<strong>do</strong> orequerimento. Votaram contra o requerimento os Senhores Deputa<strong>do</strong>s Milton Flávio, Bruno


sába<strong>do</strong>, 28 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 2009 Diário Oficial Po<strong>de</strong>r Legislativo <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, 119 (222) – Suplemento – 37Covas, Vitor Sapienza e José Augusto; votou favoravelmente o Senhor Deputa<strong>do</strong> Enio Tatto.2 - Requerimento <strong>do</strong> Deputa<strong>do</strong> Enio Tatto, que requer que a CPI convoque, para prestaresclarecimentos, o Senhor Lair Krähenbühl, presi<strong>de</strong>nte da CDHU. O Senhor Deputa<strong>do</strong> BrunoCovas sugeriu que fosse feito convite no lugar <strong>de</strong> convocação. Aprovada tal sugestão, foiaprova<strong>do</strong> o requerimento. 3 - Requerimento <strong>do</strong>s Deputa<strong>do</strong>s Antonio Mentor e Enio Tatto,que requerem que a CPI convoque, para prestar esclarecimentos, o Senhor Vitorino FranciscoAntunes Neto, Procura<strong>do</strong>r da Fazenda junto ao Tribunal <strong>de</strong> Contas <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>São</strong><strong>Paulo</strong>, OAB/SP 54.051, na época que ocorreu o julgamento, pelo menciona<strong>do</strong> tribunal, <strong>do</strong>contrato da CDHU com o consórcio Maxihabi. Concedida vista ao Deputa<strong>do</strong> Bruno Covas.4 - Requerimento <strong>do</strong>s Deputa<strong>do</strong>s Antonio Mentor e Enio Tatto, que requerem que a CPIconvoque, para prestar esclarecimentos, o Senhor Sérgio Ciquera Rossi, Secretário - DiretorGeral <strong>do</strong> Tribunal <strong>de</strong> Contas <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, na época que ocorreu o julgamento,pelo menciona<strong>do</strong> tribunal, <strong>do</strong> contrato da CDHU com o consórcio Maxihabi. Concedida vistaao Deputa<strong>do</strong> Bruno Covas. Nada mais haven<strong>do</strong> a tratar, o Senhor Presi<strong>de</strong>nte agra<strong>de</strong>ceu ato<strong>do</strong>s e <strong>de</strong>clarou encerrada a reunião, que foi gravada pelo Serviço <strong>de</strong> Audiofonia e cujatranscrição passará a fazer parte <strong>de</strong>sta ata, que eu, A<strong>de</strong>mar Trinda<strong>de</strong> Cruz, Agente TécnicoLegislativo, lavrei e a assino após o Senhor Presi<strong>de</strong>nte. Aprovada em reunião <strong>de</strong> 14/10/2009.Deputa<strong>do</strong> JOSÉ AUGUSTOPresi<strong>de</strong>nte da CPIA<strong>de</strong>mar Trinda<strong>de</strong> CruzSecretário6) Aspectos RelevantesDa análise <strong>do</strong>s <strong>do</strong>cumentos coleta<strong>do</strong>s por essa comissão, combina<strong>do</strong> com os esclarecimentospresta<strong>do</strong>s pelos <strong>de</strong>poentes convoca<strong>do</strong>s a <strong>de</strong>por nesta casa <strong>de</strong> leis, po<strong>de</strong>mos inferirque a Região <strong>de</strong> Presi<strong>de</strong>nte Pru<strong>de</strong>nte, objeto da Operação Pomar, envolvia 53 Municípios.A CDHU, em contato com as diversas Prefeituras Municipais, firmou convênios pararepasse <strong>de</strong> recursos financeiros na modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong>nominada Habiteto.De acor<strong>do</strong> com o <strong>de</strong>poimento <strong>do</strong> Sr. José Fernan<strong>do</strong> Tole<strong>do</strong> Osório, o convênio Habiteto:“(...) sofreu uma evolução no tempo, mas era um convênio realiza<strong>do</strong> entre a CDHUe o município, on<strong>de</strong> o município era responsável por <strong>do</strong>ar o terreno para o empreendimento,<strong>de</strong>senvolver os projetos – ou o município ou a própria CDHU, isso num primeiro instante;era responsabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> município promover a inscrição <strong>do</strong>s interessa<strong>do</strong>s que seriam osmutirantes. A responsabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> município incluía, num certo momento, a energização <strong>do</strong>empreendimento, a iluminação <strong>do</strong> empreendimento, a infraestrutura toda – guias, sarjetas,drenagem, água e esgoto, e era responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>le também aprovar esse empreendimento,esse projeto nos órgãos competentes, inclusive no próprio município.Isso era feito um convênio aí por gestões <strong>do</strong> prefeito, da prefeitura, junto à Secretaria<strong>de</strong> Habitação ou CDHU, se formalizava um convênio. O terreno só era aceito <strong>de</strong>pois <strong>de</strong>uma vistoria feita por técnicos da CDHU que analisavam a conformida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sse terreno comas exigências. Aprova<strong>do</strong> isso, se assinava esse convênio, que era CDHU e prefeitura, on<strong>de</strong> aCDHU fornecia à prefeitura verba para aquisição <strong>de</strong> materiais e uma outra verba que incluíaadministração <strong>de</strong>sse empreendimento, aquisição <strong>de</strong> ferramentas e assessoria técnica aoempreendimento.A responsabilida<strong>de</strong> da licitação para aquisição <strong>do</strong>s materiais ou contratação <strong>de</strong>ssaassessoria técnica ou eventualmente a montagem <strong>de</strong>ssa assessoria técnica, porque nemtodas as prefeituras se utilizavam <strong>de</strong> assessoria técnica contratada. Havia prefeituras quemontavam essa estrutura com esta verba existente, uma estrutura própria para <strong>de</strong>senvolvimento<strong>do</strong> empreendimento. Então, em termos <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> entre prefeitura e CDHUeu imagino que eu tenha...Houve um processo evolutivo nessa história, e num certo momento essas prefeiturasnem sempre tinham as condições financeiras para <strong>de</strong>senvolver a infraestrutura <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong><strong>de</strong>la, a CDHU passou também, no próprio convênio, isso num segun<strong>do</strong> tempo, afazer uma verba, ter uma previsão <strong>de</strong> uma verba para essa infraestrutura, quer dizer, seriauma parte da participação <strong>de</strong> custos; e na parte <strong>de</strong> universalização <strong>de</strong> energia as concessionáriaspassaram a cumprir uma obrigação <strong>de</strong> concessão que era energizar o empreendimento;anteriormente as prefeituras tinham que pagar por essa energização, botar posteação,esse tipo <strong>de</strong> coisa. A iluminação permaneceu sob responsabilida<strong>de</strong> ainda das prefeituras.Nós fomos contrata<strong>do</strong>s para fazer a fiscalização, o acompanhamento e as medições– o acompanhamento físico <strong>de</strong>ssas obras. Em que momento nós entrávamos no empreendimento?A CDHU nos dava or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> serviço para execução <strong>de</strong> cada empreendimento, nósentrávamos nesse empreendimento quan<strong>do</strong> a prefeitura havia passa<strong>do</strong> por todas as etapas<strong>de</strong> aquisição <strong>do</strong>s materiais, eventual contratação, montagem da sua estrutura técnica <strong>de</strong>assessoria aos mutirantes; eles já haviam feito um plano <strong>de</strong> trabalho que era o regulamento<strong>do</strong> mutirão, as pessoas já estavam <strong>de</strong>finidas quais seriam as famílias que seriam proprietárias<strong>de</strong>ssa casa futuramente. E eles assinavam um <strong>do</strong>cumento – o prefeito, o responsáveltécnico, o engenheiro responsável técnico da prefeitura, porque a responsabilida<strong>de</strong> técnicada execução da obra era da prefeitura, uma assistente social que fazia toda parte social <strong>de</strong>agregação <strong>do</strong>s mutirantes, da prefeitura, e to<strong>do</strong>s os mutirantes inscritos naquele programa.Neste momento a prefeitura já havia realiza<strong>do</strong> a terraplanagem; também era <strong>de</strong>responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>la fazer a conformação <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com o projeto e fazer a alocação dasobras. Nós iniciávamos fazen<strong>do</strong> a verificação <strong>de</strong>ssa alocação, a conformida<strong>de</strong> da alocação<strong>de</strong>sse projeto em relação ao projeto que nos era forneci<strong>do</strong>. A partir daí nós fazíamos oacompanhamento através <strong>de</strong> mestre <strong>de</strong> obras e engenheiro, acompanhamento <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimentoda obra. Fazíamos mensalmente medições <strong>de</strong> avanço físico; essas medições sãofeitas por uma formatação que a própria CDHU <strong>de</strong>fine; o engenheiro vai e verifica qual é oandamento da obra por etapas, tipo fundação, meia alvenaria, alvenaria completa, ma<strong>de</strong>iramento<strong>de</strong> telha<strong>do</strong>. Então tem toda uma regra <strong>de</strong>finida pela pró pria CDHU.Essa medição física feita pelo engenheiro no canteiro eventualmente era verificadapelo responsável da prefeitura, esse <strong>do</strong>cumento ia para o escritório e era transforma<strong>do</strong>,através <strong>de</strong> outra formatação que a CDHU <strong>de</strong>fine, em financeiro. Isto era assina<strong>do</strong> por nós,nosso engenheiro, o nosso coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>r, o coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>r regional da CDHU e vinha para cá.O pagamento era feito diretamente da CDHU à prefeitura. Então quan<strong>do</strong> eventualmente osenhor fala empreiteiro normalmente isso era uma assessoria.” (citação extraída da transcrição<strong>do</strong> <strong>de</strong>poimento <strong>do</strong> Sr. José Fernan<strong>do</strong> Tole<strong>do</strong> Osório, presta<strong>do</strong> no dia 30.09.2009).Notamos ainda, da análise <strong>do</strong>s <strong>de</strong>mais <strong>de</strong>poimentos, cujas transcrições e atas acompanhamo presente relatório, que a CDHU agia como agente financeiro e repassa<strong>do</strong>r <strong>do</strong>srecursos, corroboran<strong>do</strong> o <strong>de</strong>poimento acima transcrito.A Prefeitura era a responsável por localizar o terreno on<strong>de</strong> seriam erguidas as casas,adquirí-lo (por <strong>de</strong>sapropriação ou negociação amigável), <strong>do</strong>á-lo para a CDHU, licitar aconstrução <strong>do</strong>s conjuntos, aprovar nos órgãos públicos a obra a que se preten<strong>de</strong> executar e,eventualmente, a contratar empresa para prestar assessoria técnica à Prefeitura durante aconstrução das casas.A CDHU era responsável pelo repasse <strong>do</strong>s valores, por avaliar a viabilida<strong>de</strong> técnica<strong>de</strong> implementação <strong>do</strong> Conjunto Habitacional na área escolhida pela Prefeitura, fornecer oorçamento e projeto básico das edificações, aprovar as medições e fazer os pagamentos<strong>de</strong>vi<strong>do</strong>s em função das medições.As medições eram realizadas pela empresa contratada para prestar o gerenciamentodas obras na região.Neste tocante, importa frisar o fato <strong>de</strong> que, conforme informa<strong>do</strong> pelo Sr. José Fernan<strong>do</strong>,nos convênios firma<strong>do</strong>s pela modalida<strong>de</strong> Habiteto, a atuação da gerencia<strong>do</strong>ra restringiaseàs medições, visto que o acompanhamento das obras eram <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong>sengenheiros das Prefeituras, tanto que a Anotação <strong>de</strong> Responsabilida<strong>de</strong> Técnica, expedidapelo CREA, o era em nome <strong>de</strong>sses profissionais.Tais assertivas encontram fundamento no próprio convênio firma<strong>do</strong> com as Prefeituras,como po<strong>de</strong>mos observar nos convênios junta<strong>do</strong>s a este relatório, firma<strong>do</strong> coma Prefeitura Municipal <strong>de</strong> Pirapozinho, vi<strong>de</strong> cláusulas 9.1., “i”, “j”, “n”, <strong>do</strong> Convênio nº1.03.00.00/6.00.00.00/574/2002.Assim, e diante <strong>de</strong>sses fatos, observamos que as irregularida<strong>de</strong>s existiram, mascingiram-se àquilo trata<strong>do</strong> na Ação Penal noticiada.7) Providências A<strong>do</strong>tadasEm 02 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 2007, em virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> investigações sobre o assunto trata<strong>do</strong> poressa CPI, o Grupo <strong>de</strong> Atuação Especial Regional para Prevenção e Repressão ao Crime Organiza<strong>do</strong>,GAERCO – Presi<strong>de</strong>nte Pru<strong>de</strong>nte, Ministério Público <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, expediuo Ofício nº 84/2007 – GAERCO PP, à CDHU, Requisitan<strong>do</strong> Documentos sobre os diversosempreendimentos da Região.As informações foram <strong>de</strong>vidamente prestadas ao GAERCO, no prazo requisita<strong>do</strong>.Concluída a investigação e procedida às prisões preventivas iniciou-se inquérito policialpara apurar a materialida<strong>de</strong> e autoria <strong>do</strong>s crimes supostamente pratica<strong>do</strong>s.Paralelamente às estas provi<strong>de</strong>ncias policiais, uma vez notificada da existência dasinvestigações, a CDHU constituiu comissão <strong>de</strong> sindicância cuja conclusão foi pela dispensa<strong>de</strong> funcionários e revisão <strong>do</strong> programa Habiteto.Essas recomendações foram seguidas, mediante criação <strong>de</strong> Grupo <strong>de</strong> Trabalho paraa revisão <strong>do</strong> programa, que veio a ser <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong> Programa <strong>de</strong> Parceria com Municípios, eos funcionários envolvi<strong>do</strong>s, frise-se, foram <strong>de</strong>vidamente dispensa<strong>do</strong>s.Ainda quanto às providências da CDHU, o contrato com o Consórcio Maxihab foirescindi<strong>do</strong> e penalida<strong>de</strong>s foram aplicadas.No âmbito Judicial, o Po<strong>de</strong>r Judiciário da Comarca <strong>de</strong> Pirapozinho acolheu a <strong>de</strong>núnciafeita pelo Ministério Público julgan<strong>do</strong> os envolvi<strong>do</strong>s, o que culminou com a sentença <strong>de</strong>17 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 2009, exarada nos autos nº 540/06.Verifica-se, <strong>de</strong>sta maneira, que aqueles indícios aventa<strong>do</strong>s foram <strong>de</strong>vidamente investiga<strong>do</strong>se medida judicial <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m criminal foi <strong>de</strong>vidamente aplicada. A <strong>de</strong>speito <strong>de</strong> a sentençacriminal ainda não ter firma<strong>do</strong> sua <strong>de</strong>finitivida<strong>de</strong>, com a incidência da coisa julgada,já que sob o crivo da Instância Recursal, leia-se, o Tribunal <strong>de</strong> Justiça, conclui-se que houveefetiva repressão sobre o fato <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>, ora sob investigação <strong>de</strong>sta CPI.Visan<strong>do</strong> corrigir as irregularida<strong>de</strong>s apontadas, a CDHU firmou Termos <strong>de</strong> Ajustamento<strong>de</strong> Conduta (TAC) junto às Prefeituras Municipais da Região e com o Ministério Público<strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, em 47 empreendimentos. O que isto significa? Significa que foramutiliza<strong>do</strong>s mecanismos jurídicos <strong>de</strong> controle <strong>do</strong>s atos da Administração Indireta, <strong>de</strong> correçãoe saneamento <strong>de</strong> irregularida<strong>de</strong>s, <strong>de</strong> a<strong>de</strong>quação à correta interpretação da lei <strong>de</strong> licitaçõese contratos, sem que tu<strong>do</strong> isso <strong>de</strong>mandasse mais prejuízos ao Erário e sem paralisar osprojetos habitacionais <strong>do</strong> Governo estadual, os quais tornaram possível a concretização <strong>do</strong>sonho da casa própria para <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> milhares <strong>de</strong> pessoas e famílias.Em empreendimentos cujo TAC não foi viabiliza<strong>do</strong>, a CDHU ingressou com ações<strong>de</strong> produção antecipada <strong>de</strong> provas, objetivan<strong>do</strong>, como medida preventiva, a apuração <strong>do</strong>s<strong>de</strong>feitos nas construções e o auferimento e mensuração <strong>de</strong> prejuízos. Ou seja, a CDHU a<strong>do</strong>touas medidas administrativas e judiciais cabíveis, seja para punir os maus emprega<strong>do</strong>sque eventualmente ocuparam lugar na empresa, ou, seja para recuperar valores <strong>de</strong>spendi<strong>do</strong>sirregularmente, ao arrepio <strong>do</strong>s interesses da empresa. Enfim, não se po<strong>de</strong> dizer que asirregularida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>tectadas e que configuraram o fato <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> para a instalação <strong>de</strong>staCPI tenham si<strong>do</strong> relegadas para o campo da impunid a<strong>de</strong>.Ao contrário. A CDHU pautou-se por cumprir os princípios constitucionais da moralida<strong>de</strong>e eficiência administrativa, punin<strong>do</strong> empresas e pessoas <strong>de</strong> má-fé que ousaram lograro contribuinte paulista.Se estes comportamentos da CDHU e da Justiça Criminal não tivessem si<strong>do</strong> a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong>s,ai, sim, po<strong>de</strong>r-se-ia falar em apuração e repressão ao fato <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>. Neste caso,ocorreu o contrário: a investigação levada à cabo por esta CPI redun<strong>do</strong>u no reconhecimentoda concretização <strong>do</strong>s instrumentos jurídicos disponíveis para a restauração da moralida<strong>de</strong>administrativa. Esta é a conclusão que <strong>de</strong>vemos chegar após estes trabalhos <strong>de</strong> investigação.As obras na região, <strong>de</strong> um mo<strong>do</strong> geral, foram retomadas visan<strong>do</strong> a substituição <strong>do</strong>material, correção <strong>de</strong> eventuais falhas e a conclusão <strong>do</strong>s empreendimentos.O que nos resta, agora, e fica como medida <strong>de</strong> sugestão, é aguardar os resulta<strong>do</strong>s<strong>de</strong>stas medidas a<strong>do</strong>tadas e as suas consequências.8) ConclusõesO objetivo <strong>de</strong> uma CPI é reunir o maior número <strong>de</strong> indícios para caracterizar um fatoirregular (ou fatos irregulares) ocorri<strong>do</strong> <strong>de</strong>ntro da órbita <strong>de</strong> competência <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>-membro.


38 – <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, 119 (222) – Suplemento Diário Oficial Po<strong>de</strong>r Legislativo sába<strong>do</strong>, 28 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 2009Portanto, po<strong>de</strong>rá a CPI não chegar às minúcias ou profun<strong>de</strong>zas das variantes quecercam o tema em questão, envolven<strong>do</strong> a Companhia <strong>de</strong> Desenvolvimento Habitacional eUrbano <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, Prefeituras Municipais e empresas que participaram daslicitações para a construção <strong>de</strong> conjuntos habitacionais, <strong>de</strong>ven<strong>do</strong>, contu<strong>do</strong>, apontar, aos<strong>de</strong>mais órgãos públicos com competência constitucional e legal para aplicar a quem <strong>de</strong>direito as <strong>de</strong>vidas sanções legais, caminhos concretos para o <strong>de</strong>sempenho <strong>do</strong> seu papelinstitucional.A análise <strong>do</strong>s <strong>do</strong>cumentos e <strong>do</strong>s <strong>de</strong>poimentos presta<strong>do</strong>s nos levaram a concluir queos elementos plausíveis <strong>de</strong> futura investigação pelas <strong>de</strong>mais autorida<strong>de</strong>s competentes, apenalização daqueles que eventualmente participaram <strong>de</strong> maneira in<strong>de</strong>vida nas licitaçõesenvolven<strong>do</strong> as prefeituras municipais e as presta<strong>do</strong>ras <strong>de</strong> serviços, em especial, aquelesliga<strong>do</strong>s aos aspectos da gestão econômico-financeira <strong>do</strong>s contratos, foram tomadas peloMinistério Público e pelo Po<strong>de</strong>r Judiciário <strong>de</strong> nosso Esta<strong>do</strong>, sen<strong>do</strong> apontadas em sentençacon<strong>de</strong>natória exarada pelo MM Juiz <strong>de</strong> Direito da Comarca <strong>de</strong> Pirapozinho, portanto, sen<strong>do</strong>exercida a ativida<strong>de</strong> jurisdicional <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> e sen<strong>do</strong> tomadas as medidas <strong>de</strong> proteção aoerário e ao consumi<strong>do</strong>r <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> estatal.Desta forma, diante <strong>do</strong> acervo probatório forma<strong>do</strong> por esta CPI, sugerimos asseguintes propostas :a) Encaminhamento <strong>do</strong> relatório final ao Tribunal <strong>de</strong> Contas <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>,para que ele empreenda a fiscalização da correta aplicação <strong>de</strong> recursos públicos estaduaispelas prefeituras municipais na execução <strong>do</strong>s convênios realiza<strong>do</strong>s visan<strong>do</strong> a construção <strong>de</strong>residências populares, principalmente pelo sistema <strong>de</strong> mutirão.b) Encaminhamento ao Ministério Público <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, na condição <strong>de</strong>agente legitima<strong>do</strong> para proteção <strong>do</strong>s interesses coletivos, individuais homogêneos e difusos,<strong>de</strong> cópia <strong>de</strong>ste relatório final, objetivan<strong>do</strong> seja dada continuida<strong>de</strong> na fiscalização da execução<strong>do</strong>s contratos realiza<strong>do</strong>s entre as prefeituras municipais e empresas ganha<strong>do</strong>ras daslicitações.c) Encaminhamento <strong>do</strong> relatório final ao Senhor Governa<strong>do</strong>r <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>com o objetivo <strong>de</strong> informar ao executivo as conclusões <strong>de</strong>sta CPI.d) Recomendação ao Senhor Governa<strong>do</strong>r <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, que no uso <strong>de</strong>suas atribuições <strong>de</strong>termine à CDHU a<strong>do</strong>tar providências, para que, manten<strong>do</strong> as já tomadasneste aspecto, aprofun<strong>de</strong> os mecanismos <strong>de</strong> fiscalização nos convênios firma<strong>do</strong>s com osMunicípios.Por fim, po<strong>de</strong>-se sugerir, na forma <strong>de</strong> uma Indicação ao Sr. Governa<strong>do</strong>r <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong><strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, para a instituição <strong>de</strong> um cadastro <strong>de</strong> empresas que, após a constatação <strong>de</strong>finitivada prática <strong>de</strong> frau<strong>de</strong> ou qualquer irregularida<strong>de</strong> no cumprimento <strong>de</strong> contratos com o po<strong>de</strong>rpúblico estadual, ficariam impedidas <strong>de</strong> participar <strong>de</strong> certames licitatórios junto à administraçãopública, salvo após a extinção <strong>do</strong>s efeitos da con<strong>de</strong>nação criminal.Quanto aos <strong>do</strong>cumentos que serviram <strong>de</strong> prova para os trabalhos <strong>de</strong> investigaçãoda CPI, os mesmos <strong>de</strong>verão ser encaminha<strong>do</strong>s aos órgãos supra para que possam tomar asprovidências que lhe competem.9) Agra<strong>de</strong>cimentos e Requerimento FinalOs membros <strong>de</strong>sta CPI agra<strong>de</strong>cem ao Presi<strong>de</strong>nte da <strong>Assembleia</strong> <strong>Legislativa</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong><strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, Deputa<strong>do</strong> Barros Munhoz, pelo apoio irrestrito ao bom <strong>de</strong>sempenho <strong>do</strong>strabalhos. Esten<strong>de</strong>-se o agra<strong>de</strong>cimento aos <strong>de</strong>mais Membros da Egrégia Mesa, bem comoaos Nobres Deputa<strong>do</strong>s que nos auxiliaram e cooperaram para o correto e regimental <strong>de</strong>senvolvimento<strong>do</strong>s trabalhos <strong>de</strong>sta Comissão Especial.O mesmo agra<strong>de</strong>cimento se faz ao trabalho realiza<strong>do</strong> pelos servi<strong>do</strong>res <strong>de</strong>sta Casa,em especial, ao Departamento <strong>de</strong> Comissões da Secretaria Geral Parlamentar e à Procura<strong>do</strong>riada <strong>Assembleia</strong> <strong>Legislativa</strong>, bem como a to<strong>do</strong>s os assessores <strong>do</strong>s gabinetes <strong>do</strong>s <strong>de</strong>puta<strong>do</strong>smembros <strong>de</strong>sta CPI e das Li<strong>de</strong>ranças <strong>do</strong>s respectivos Parti<strong>do</strong>s Políticos.Pelo exposto, requer a aprovação <strong>de</strong>ste Relatório Final.<strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, 05 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 2009.APROVADO O RELATÓRIO FINAL, COM A INCLUSÃO DE ITEM SUGERIDONESTA REUNIÃO, APRESENTADO EM ANEXO.Plenário Tira<strong>de</strong>ntes, em 05/11/2009a) Deputa<strong>do</strong> José Augusto - Presi<strong>de</strong>ntea) Deputa<strong>do</strong> José Augustoa) Deputa<strong>do</strong> Milton Flavioa) Deputa<strong>do</strong> Bruno Covasa) Deputa<strong>do</strong> Chico Sar<strong>de</strong>llia) Deputa<strong>do</strong> Eli Corrêa Filhoa) Deputa<strong>do</strong> Antonio Mentor (com o voto em separa<strong>do</strong>)a) Deputa<strong>do</strong> Enio Tatto (com o voto em separa<strong>do</strong>)ANEXO IInclusão <strong>de</strong> item no Relatório Final da CPI - Comissão Parlamentar <strong>de</strong> Inquérito,instaurada pelo Ato nº 60/2009, com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> investigar <strong>de</strong>núncias <strong>de</strong> frau<strong>de</strong>s emlicitações para a construção <strong>de</strong> casas pela Companhia <strong>de</strong> Desenvolvimento Habitacional eUrbano (CDHU)Esta Relatoria, ten<strong>do</strong> em vista a <strong>de</strong>liberação e aprovação pelos <strong>de</strong>puta<strong>do</strong>s membrosda CPI - Comissão Parlamentar <strong>de</strong> Inquérito com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> investigar <strong>de</strong>núncias <strong>de</strong>frau<strong>de</strong>s em licitações para a construção <strong>de</strong> casas pela Companhia <strong>de</strong> DesenvolvimentoHabitacional e Urbano (CDHU), vem, nesta oportunida<strong>de</strong>, incluir o seguinte item no RelatórioFinal:Item sugeri<strong>do</strong> pelo Deputa<strong>do</strong> Bruno Covas:Inclusão no parágrafo final <strong>do</strong> Item 6 (Aspectos Relevantes), que passará a ter aseguinte redação:“Assim, e diante <strong>de</strong>sses fatos, observamos que as irregularida<strong>de</strong>s existiram, mascingiram-se àquilo trata<strong>do</strong> na Ação Penal noticiada, que é aquela que corre em Pirapozinho(autos nº 540/06) e que culminou com a sentença <strong>de</strong> 17 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 2009.Neste aspecto é importante ressaltar que se preten<strong>de</strong>u <strong>de</strong>svirtuar as investigaçõesjá apuradas em inquéritos policiais para apuração <strong>de</strong> fatos correlatos àqueles da ação penalmencionada, com níti<strong>do</strong> caráter <strong>de</strong> esmorecer os trabalhos realiza<strong>do</strong>s pelos órgãos compe-tentes. As investigações já realizadas pela Polícia e pelo Judiciário, e os trabalhos <strong>de</strong>ssa CPI,reforçaram a certeza <strong>de</strong> que as irregularida<strong>de</strong>s existentes são aquelas narradas e comprovadaspela sentença exarada pelo MM. Juiz <strong>de</strong> Pirapozinho, sen<strong>do</strong> os responsáveis por taisirregularida<strong>de</strong>s aqueles processa<strong>do</strong>s e con<strong>de</strong>na<strong>do</strong>s pela Justiça <strong>de</strong> Pirapozinho. Referidasentença <strong>de</strong>ve, aliás, acompanhar o presente relatório, <strong>de</strong>le fazen<strong>do</strong> parte integrante, portrazer refletidas as conclusões da presente CPI”.Sala das Comissões, em 05 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 2009.Deputa<strong>do</strong> ROBERTO MORAISRelator da CPIAPROVADA A INCLUSÃO DO ITEM SUPRA NO RELATÓRIO FINAL.Plenário Tira<strong>de</strong>ntes, em 05/11/2009a) Deputa<strong>do</strong> José Augusto - Presi<strong>de</strong>ntea) Deputa<strong>do</strong> José Augustoa) Deputa<strong>do</strong> Milton Flavioa) Deputa<strong>do</strong> Bruno Covasa) Deputa<strong>do</strong> Chico Sar<strong>de</strong>llia) Deputa<strong>do</strong> Eli Corrêa Filhoa) Deputa<strong>do</strong> Antonio Mentor (com o voto em separa<strong>do</strong>)a) Deputa<strong>do</strong> Enio Tatto (com o voto em separa<strong>do</strong>)Segue abaixo a integra da sentença proferida pelo MM. Juiz <strong>de</strong> Direito da Vara Judicialda Comarca da Pirapozinho – Feito nº 540/06:Vistos.FRANCISCO EMÍLIO DE OLIVEIRA, vulgo “Chiquinho da CDHU”, CARLOS EDUARDOSAMPAIO KAUFFMANN, LUIS PAULO SAMPAIO KAUFFMANN, ARTHUR KAUFFMANN, CELSOHIDEMI NISHIMOTO, LOURIVAL MONTI, AMÉLIO LUÍS BALSAN, vulgo “Gaúcho”, AMAURIARNALDO MONTEIRO, vulgo “VM”, EDSON MENESES, CAIO CESAR GONÇALVES BERTASSO,JOSÉ ROBERTO KOL, ROSELI SUSIE DE OLIVEIRA SOUZA, EDILENE LUIZ FERREIRA, ROSALYSYLVIA RAMALHO SAMPAIO, LUCILIA FERNANDES DE SOUZA, JOVEM MARCOS CORREAMIRAS, LIGIA SUSIE DE OLIVEIRA, MARIO ANTÔNIO DALE VEDOVE MORENO, REINALDODE GALLES, CLIMÉRIO DE TOLEDO PEREIRA, SIDNEI FLORES DOS SANTOS, ALVARO JOSÉBOTINI, DEJAIR BISTAFFA, SÉRGIO PINAFFI, RICARDO MANOEL DOS SANTOS, CLAUDEMIRANTÔNIO DE MATOS, OSVALDO JOSÉ VANCINE, AFONSO JORGE MARTINHO JERONYMOE PAULO ANTÔNIO SARQUIS PINTO, foram <strong>de</strong>nuncia<strong>do</strong>s como incursos no artigo 288 <strong>do</strong>Código Penal. Ainda, FRANCISCO EMÍLIO DE OLIVEIRA, como incurso por nove vezes noartigo 90 da Lei n. 8.666/93; por duas vezes no artigo 96 da Lei n. 8.666/93; por duas vezesno artigo 299, c.c. o artigo 71, caput, ambos <strong>do</strong> Código Penal; no artigo 298 <strong>do</strong> CP; portrês vezes no artigo 1º, incisos V e VI, da Lei 9.613/98 e por duas vezes no artigo 1º, I, <strong>do</strong>Decreto-lei n. 201/67, c.c. os artigos 30 e 71, ambos <strong>do</strong> CP; CARLOS EDUARDO SAMPAIOKAUFFMANN, como incurso como incurso por sete vezes no artigo 90 da Lei n. 8.666/93;por duas vezes no artigo 96 da Lei n. 8.666/93; por duas vezes no artigo 299, c.c. o artigo71, caput, ambos <strong>do</strong> Código Penal e por duas vezes no artigo 1º, I, <strong>do</strong> Decreto-lei n. 201/67,c.c. os artigos 30 e 71, ambos <strong>do</strong> CP; LUIS PAULO SAMPAIO KAUFFMANN, como incurso noartigo 90 da Lei n. 8.666/93; por duas vezes no artigo 96 da Lei n. 8.666/93; no artigo 299,c.c. o artigo 71, caput, ambos <strong>do</strong> Código Penal e no artigo 1º, I, <strong>do</strong> Decreto-lei n. 201/67, c.c.os artigos 30 e 71, ambos <strong>do</strong> CP; ARTHUR SAMPAIO KAUFFMANN, como incurso por trêsvezes no artigo 90 da Lei n. 8.666/93; no artigo 96 da Lei n. 8.666/93; no artigo 299, c.c. oartigo 71, caput, ambos <strong>do</strong> Código Penal e no artigo 1º, I, <strong>do</strong> Decreto-lei n. 201/67, c.c. osartigos 30 e 71, ambos <strong>do</strong> CP; CELSO HIDEMI NISHIMOTO, como incurso por duas vezes noartigo 90 da Lei n. 8.666/93; no artigo 96 da Lei n. 8.666/93; no artigo 299, c.c. o artigo 71,caput, ambos <strong>do</strong> Código Penal, no artigo 1º, incisos V e VII da Lei 9.613/98 e no artigo 1º, I,<strong>do</strong> Decreto-lei n. 201/67, c.c. os artigos 30 e 71, ambos <strong>do</strong> CP; LOURIVAL MONTI e LUCÍLIAFERNANDES DE SOUZA, como incursos no artigo 90 da Lei n. 8.666/93; no artigo 96 da Lein. 8.666/93; no artigo 299, c.c. o artigo 71, caput, ambos <strong>do</strong> Código Penal, e no artigo 1º, I,<strong>do</strong> Decreto-lei n. 201/67, c.c. os artigos 30 e 71, ambos <strong>do</strong> CP; AMÉLIO LUÍS BALSAN, vulgo“Gaúcho”, como incurso no artigo 90 da Lei n. 8.666/93; no artigo 96 da Lei n. 8.666/93; noartigo 299, c.c. o artigo 71, caput, ambos <strong>do</strong> Código Penal, e no artigo 1º, I, <strong>do</strong> Decreto-lei n.201/67, c.c. os artigos 30 e 71, ambos <strong>do</strong> CP; AMAURI ARNALDO MONTEIRO, como incursono artigo 90 da Lei n. 8.666/93; no artigo 96 da Lei n. 8.666/93; no artigo 299, c.c. o artigo71, caput, ambos <strong>do</strong> Código Penal, e no artigo 1º, I, <strong>do</strong> Decreto-lei n. 201/67, c.c. os artigos30 e 71, ambos <strong>do</strong> CP; EDSON MENESES, como incurso no artigo 298 <strong>do</strong> Código Penal; CAIOCESAR GONÇALVES BERTASSO, como incurso no artigo 298 <strong>do</strong> Código Penal e no artigo1º, incisos V e VII da Lei 9.613/98; EDILENE LUIZ FERREIRA, como incursa por sete vezes noartigo 90 da Lei n. 8.666/93 e por duas vezes no artigo 1º, incisos V e VI, da Lei 9.613/98;ROSALY SYLVIA RAMALHO SAMPAIO, como incursa no artigo 90 da Lei n. 8.666/93; no artigo96 da Lei n. 8.666/93; no artigo 299, c.c. o artigo 71, caput, ambos <strong>do</strong> Código Penal, e noartigo 1º, I, <strong>do</strong> Decreto-lei n. 201/67, c.c. os artigos 29 e 71, ambos <strong>do</strong> CP; JOVEM MARCOSCORREA MIRAS, como incurso, por duas vezes, no artigo 1º, incisos V e VII, da Lei 9.613/98;LIGIA SUSIE DE OLIVEIRA, como incursa no artigo 1º, incisos V e VII, da Lei 9.613/98; MARIOANTÔNIO DALE VEDOVE MORENO, como incurso, por duas vezes, no artigo 96 da lei n.8.666/93; no artigo 1º, incisos V e VII da Lei 9.613/98, e por duas vezes no artigo 1º, I, <strong>do</strong>Decreto-lei n. 201/67, c.c. os artigos 30 e 71, ambos <strong>do</strong> CP; REINALDO DE GALLES, comoincurso, por duas vezes, no artigo 96 da lei n. 8.666/93, e por duas vezes no artigo 1º, I, <strong>do</strong>Decreto-lei n. 201/67, c.c. os artigos 30 e 71, ambos <strong>do</strong> CP; CLIMÉRIO DE TOLEDO PEREIRA,como incurso, por duas vezes, no artigo 96 da lei n. 8.666/93, e por duas vezes no artigo 1º,I, <strong>do</strong> Decreto-lei n. 201/67, c.c. os artigos 30 e 71, ambos <strong>do</strong> CP; SIDNEI FLORES DOS SAN-TOS, como incurso, por três vezes, no artigo 90 da lei n. 8.666/93; DEJAIR BISTAFFA, comoincurso no artigo 90 da lei n. 8.666/93 e no artigo 317, c.c. o art. 30, ambos <strong>do</strong> CP; SÉRGIOPINAFFI, como incurso por nove vezes no artigo 90 da Lei n. 8.666/93; por duas vezes noartigo 96 da Lei n. 8.666/93; por duas vezes no artigo 317 <strong>do</strong> Código Penal e por duas vezesno artigo 1º, I, <strong>do</strong> Decreto-lei n. 201/67, c.c. o artigo 71 <strong>do</strong> CP; RICARDO MANOEL DOSSANTOS, como incurso no artigo 90 da Lei n. 8.666/93; CLAUDEMIR ANTÔNIO DE MATOS,


sába<strong>do</strong>, 28 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 2009 Diário Oficial Po<strong>de</strong>r Legislativo <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, 119 (222) – Suplemento – 39como incurso por oito vezes no artigo 90 da Lei n. 8.666/93; OSVALDO JOSÉ VANCINE,como incurso por duas vezes no artigo 90 da Lei n. 8.666/93; AFONSO JORGE MARTINHOJERONYMO, como incurso por quatro vezes no artigo 90 da Lei n. 8.666/93; PAULO ANTÔ-NIO SARQUIS PINTO, como incurso por duas vezes no artigo 90 da Lei n. 8.666/93.Descreve a <strong>de</strong>núncia que a organização criminosa i<strong>de</strong>ntificada engendrou um esquemacapaz <strong>de</strong> criar com muita rapi<strong>de</strong>z várias empresas, com as quais participa <strong>de</strong> licitações,sempre para a construção <strong>de</strong> conjuntos habitacionais com verbas repassadas pela CDHU.Tal grupo é o responsável pelos projetos, planilhas <strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> materiais que serãoemprega<strong>do</strong>s nas construções das unida<strong>de</strong>s habitacionais e, posteriormente, na infra-estrutura<strong>do</strong> conjunto. Para atingir suas metas ilícitas, pagam valores a funcionários e prefeitosmunicipais, a funcionários da CDHU, bem como a engenheiros das terceirizadas.Ainda segun<strong>do</strong> a <strong>de</strong>núncia, houve a prática <strong>do</strong>s seguintes crimes:- No dia 28 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 2003, nesta cida<strong>de</strong> e Comarca <strong>de</strong> Pirapozinho, os <strong>de</strong>nuncia<strong>do</strong>sFRANCISCO EMÍLIO DE OLIVEIRA, CARLOS EDUARDO SAMPAIO KAUFFMANN, EDILENELUIZ FERREIRA, SÉRGIO PINAFFI e RICARDO MANOEL DOS SANTOS, previamente ajusta<strong>do</strong>se agin<strong>do</strong> em concurso <strong>de</strong> pessoas, caracteriza<strong>do</strong> pela unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>sígnios e conjugação<strong>de</strong> esforços para a obtenção <strong>de</strong> um resulta<strong>do</strong> comum, fraudaram, mediante ajuste, combinação,ou qualquer outro expediente, o caráter competitivo da Tomada <strong>de</strong> Preços n.º 05/03,realizada para a contratação da empresa especializada em serviços técnicos <strong>de</strong> engenhariaconsultiva, para a administração da obra e treinamento <strong>de</strong> mutirantes em canteiro e cessão<strong>de</strong> equipamentos, pelo regime autoconstrução no empreendimento <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong> Pirapozinho“D”;- No dia 29 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 2004, nesta cida<strong>de</strong> e Comarca <strong>de</strong> Pirapozinho, os <strong>de</strong>nuncia<strong>do</strong>sFRANCISCO EMÍLIO DE OLIVEIRA, CARLOS EDUARDO SAMPAIO KAUFFMANN,EDILENE LUIZ FERREIRA, SÉRGIO PINAFFI e CLAUDEMIR ANTÔNIO DE MATOS, previamenteajusta<strong>do</strong>s e agin<strong>do</strong> em concurso <strong>de</strong> pessoas, fraudaram, mediante ajuste, combinação, ouqualquer outro expediente, o caráter competitivo da Carta-Convite n.º 07/04, realizada paraa contratação da empresa que prestou serviço <strong>de</strong> Terraplanagem no empreendimento <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong>Pirapozinho “D”;- No dia 03 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 2005, nesta cida<strong>de</strong> e Comarca <strong>de</strong> Pirapozinho, os <strong>de</strong>nuncia<strong>do</strong>sFRANCISCO EMÍLIO DE OLIVEIRA, CARLOS EDUARDO SAMPAIO KAUFFMANN, EDI-LENE LUIZ FERREIRA, SÉRGIO PINAFFI, CLAUDEMIR ANTÔNIO DE MATOS, SIDNEI FLORESe CELSO HIDEMI NINSHIMOTO, previamente ajusta<strong>do</strong>s e agin<strong>do</strong> em concurso <strong>de</strong> pessoas,fraudaram, mediante ajuste, combinação, ou qualquer outro expediente, o caráter competitivoda Carta-Convite n.º 02/05, realizada para a contratação da empresa que prestou serviço<strong>de</strong> Terraplanagem no empreendimento Pirapozinho “D”;- No dia 17 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 2006, nesta cida<strong>de</strong> e Comarca <strong>de</strong> Pirapozinho, os <strong>de</strong>nuncia<strong>do</strong>sFRANCISCO EMÍLIO DE OLIVEIRA, CARLOS EDUARDO SAMPAIO KAUFFMANN, EDI-LENE LUIZ FERREIRA, SÉRGIO PINAFFI, CLAUDEMIR ANTÔNIO DE MATOS, DEJAIR BISTAFFA,AFONSO JORGE MARTINHO JERONYMO e OSVALDO JOSÉ VANCINE, previamente ajusta<strong>do</strong>se agin<strong>do</strong> em concurso <strong>de</strong> pessoas, fraudaram, mediante ajuste, combinação, ou qualqueroutro expediente, o caráter competitivo da Carta-convite n.º 04/06, realizada para a contratação<strong>de</strong> empresa especializada para prestação <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> administração <strong>de</strong> obra etreinamento <strong>de</strong> mutirantes em canteiro <strong>do</strong> empreendimento <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong> Pirapozinho “D”;- No dia 02 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 2006, nesta cida<strong>de</strong> e Comarca <strong>de</strong> Pirapozinho, os <strong>de</strong>nuncia<strong>do</strong>sFRANCISCO EMÍLIO DE OLIVEIRA, CARLOS EDUARDO SAMPAIO KAUFFMANN, EDI-LENE LUIZ FERREIRA, SÉRGIO PINAFFI, CLAUDEMIR ANTÔNIO DE MATOS, OSVALDO JOSÉVANCINE e AFONSO JORGE MARTINHO JERONYMO, previamente ajusta<strong>do</strong>s e agin<strong>do</strong> emconcurso <strong>de</strong> pessoas, fraudaram, mediante ajuste, combinação, ou qualquer outro expediente,o caráter competitivo da Carta-convite n.º 10/06, realizada para a contratação <strong>de</strong>empresa especializada para prestação <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> administração <strong>de</strong> obra e treinamento<strong>de</strong> mutirantes em canteiro <strong>do</strong> empreendimento <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong> Pirapozinho “D”;- No dia 12 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 2006, nesta cida<strong>de</strong> e Comarca <strong>de</strong> Pirapozinho, os <strong>de</strong>nuncia<strong>do</strong>sFRANCISCO EMÍLIO DE OLIVEIRA, ARTHUR SAMPAIO KAUFFMANN, EDILENE LUIZ FER-REIRA, SÉRGIO PINAFFI, CLAUDEMIR ANTÔNIO DE MATOS, SIDNEI FLORES, AFONSO JORGEMARTINHO JERONYMO e PAULO ANTÔNIO SARQUIS PINTO, previamente ajusta<strong>do</strong>s e agin<strong>do</strong>em concurso <strong>de</strong> pessoas, fraudaram, mediante ajuste, combinação, ou qualquer outroexpediente, o caráter competitivo da Carta-convite n.º 14/06, realizada para a contratação<strong>de</strong> empresa com mão-<strong>de</strong>-obra, e fornecimento <strong>de</strong> materiais para execução <strong>de</strong> re<strong>de</strong> <strong>de</strong> água,re<strong>de</strong> coletora <strong>de</strong> esgoto e linha <strong>de</strong> recalque no Conjunto Habitacional Pirapozinho “D”;- No dia 26 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 2006, nesta cida<strong>de</strong> e Comarca <strong>de</strong> Pirapozinho, os <strong>de</strong>nuncia<strong>do</strong>sFRANCISCO EMÍLIO DE OLIVEIRA, ARTHUR SAMPAIO KAUFFMANN, EDILENE LUIZFERREIRA, SÉRGIO PINAFFI, CLAUDEMIR ANTÔNIO DE MATOS, SIDNEI FLORES, AFONSOJORGE MARTINHO JERONYMO e PAULO ANTÔNIO SARQUIS PINTO, previamente ajusta<strong>do</strong>se agin<strong>do</strong> em concurso <strong>de</strong> pessoas, fraudaram, mediante ajuste, combinação, ou qualqueroutro expediente, o caráter competitivo da Carta-convite n.º 17/06, realizada para a contratação<strong>de</strong> empresa com mão-<strong>de</strong>-obra, e fornecimento <strong>de</strong> materiais para execução da estaçãoelevatória <strong>do</strong> Conjunto Habitacional Pirapozinho “D”;- No dia 18 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2003, nesta cida<strong>de</strong> e Comarca <strong>de</strong> Pirapozinho, os <strong>de</strong>nuncia<strong>do</strong>sFRANCISCO EMÍLIO DE OLIVEIRA, CARLOS EDUARDO SAMPAIO KAUFFMANN, SÉRGIOPINAFFI, CLAUDEMIR ANTÔNIO DE MATOS, ROSALY SYLVIA RAMALHO SAMPAIO e CELSOHIDEMI NISHIMOTO, previamente ajusta<strong>do</strong>s e agin<strong>do</strong> em concurso <strong>de</strong> pessoas, fraudaram,mediante ajuste, combinação, ou qualquer outro expediente, o caráter competitivo da ConcorrênciaPública n. 02/03, realizada para a aquisição <strong>de</strong> materiais <strong>de</strong> construção para aprodução <strong>de</strong> 201 (duzentos e uma) unida<strong>de</strong>s habitacionais pelo regime <strong>de</strong> autoconstrução,no empreendimento <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong> Pirapozinho “D”;- Durante a produção das 201 (duzentos e uma) unida<strong>de</strong>s habitacionais <strong>do</strong> empreendimento<strong>de</strong>nomina<strong>do</strong> Pirapozinho “D”, os <strong>de</strong>nuncia<strong>do</strong>s FRANCISCO EMÍLIO DE OLIVEIRA,CARLOS EDUARDO SAMPAIO KAUFFMANN, SÉRGIO PINAFFI, ROSALY SYLVIA RAMALHOSAMPAIO, CELSO HIDEMI NISHIMOTO, CLIMÉRIO DE TOLEDO PEREIRA, REINALDO DEGALLES e MARIO ANTÔNIO DALE VEDOVE MORENO, previamente ajusta<strong>do</strong>s e agin<strong>do</strong> emconcurso <strong>de</strong> pessoas, fraudaram, em prejuízo da Fazenda Pública, o contrato <strong>de</strong>corrente daConcorrência Pública n. 02/03, para aquisição <strong>de</strong> cestas <strong>de</strong> materiais <strong>de</strong> construção, sejaentregan<strong>do</strong> uma merca<strong>do</strong>ria por outra, seja alteran<strong>do</strong> substância, qualida<strong>de</strong> e quantida<strong>de</strong>das merca<strong>do</strong>rias fornecidas;- No dia 18 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 2006, nesta cida<strong>de</strong> e Comarca <strong>de</strong> Pirapozinho, os <strong>de</strong>nuncia<strong>do</strong>sFRANCISCO EMÍLIO DE OLIVEIRA, CARLOS EDUARDO SAMPAIO KAUFFMANN, LUISPAULO SAMPAIO KAUFFMANN, ARTHUR KAUFFMANN, AMAURI ARNALDO MONTEIRO,AMÉLIO LUIZ BALSAN, LUCÍLIA FERNANDES DE SOUZA, LOURIVAL MONTI, SÉRGIO PINA-FFI e CLAUDEMIR ANTÔNIO DE MATOS, previamente ajusta<strong>do</strong>s e agin<strong>do</strong> em concurso <strong>de</strong>pessoas, fraudaram, mediante ajuste, combinação, ou qualquer outro expediente, o carátercompetitivo <strong>do</strong> Pregão Presencial n. 16/06, realiza<strong>do</strong> para a aquisição <strong>de</strong> materiais <strong>de</strong> construçãopara a produção <strong>de</strong> 18 (<strong>de</strong>zoito) unida<strong>de</strong>s habitacionais <strong>do</strong> Conjunto HabitacionalPirapozinho “E”, e 33 (trinta e três) unida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> Conjunto Habitacional Pirapozinho “E2”,pelo regime <strong>de</strong> autoconstrução;- Durante a produção das 51 (cinqüenta e uma) unida<strong>de</strong>s habitacionais <strong>do</strong>s empreendimentos<strong>de</strong>nomina<strong>do</strong>s Pirapozinho “E” e “E2”, os <strong>de</strong>nuncia<strong>do</strong>s FRANCISCO EMÍLIO DEOLIVEIRA, CARLOS EDUARDO SAMPAIO KAUFFMANN, LUIS PAULO SAMPAIO KAUFFMANN,ARTHUR KAUFFMANN, AMAURI ARNALDO MONTEIRO, AMÉLIO LUIZ BALSAN, LUCÍLIA FER-NANDES DE SOUZA, LOURIVAL MONTI, SÉRGIO PINAFFI, CLIMÉRIO DE TOLEDO PEREIRA,REINALDO DE GALLES e MARIO ANTÔNIO DALE VEDOVE MORENO, previamente ajusta<strong>do</strong>se agin<strong>do</strong> em concurso <strong>de</strong> pessoas, fraudaram, em prejuízo da Fazenda Pública, o contrato<strong>de</strong>corrente <strong>do</strong> Pregão Presencial n. 16/06, para aquisição <strong>de</strong> cestas <strong>de</strong> materiais <strong>de</strong> construção,seja entregan<strong>do</strong> uma merca<strong>do</strong>ria por outra, seja alteran<strong>do</strong> substância, qualida<strong>de</strong> equantida<strong>de</strong> das merca<strong>do</strong>rias fornecidas;- Durante a execução <strong>do</strong> contrato <strong>de</strong>corrente da Concorrência Pública n. 02/03,nesta cida<strong>de</strong> e Comarca <strong>de</strong> Pirapozinho, os <strong>de</strong>nuncia<strong>do</strong>s FRANCISCO EMÍLIO DE OLIVEIRA,CARLOS EDUARDO SAMPAIO KAUFFMANN, ROSALY SYLVIA RAMALHO SAMPAIO e CELSOHIDEMI NISHIMOTO, previamente ajusta<strong>do</strong>s e agin<strong>do</strong> em continuida<strong>de</strong> <strong>de</strong>litiva, inseriramem <strong>do</strong>cumentos <strong>de</strong>clarações falsas, com o fim <strong>de</strong> alterar a verda<strong>de</strong> sobre fato juridicamenterelevante;- Durante a execução <strong>do</strong> contrato <strong>de</strong>corrente <strong>do</strong> Pregão Presencial n. 16/06, nestacida<strong>de</strong> e Comarca <strong>de</strong> Pirapozinho, os <strong>de</strong>nuncia<strong>do</strong>s FRANCISCO EMÍLIO DE OLIVEIRA,CARLOS EDUARDO SAMPAIO KAUFFMANN, LUIS PAULO SAMPAIO KAUFFMANN, ARTHURKAUFFMANN, AMAURI ARNALDO MONTEIRO, AMÉLIO LUIZ BALSAN, LOURIVAL MONTI eLUCÍLIA FERNANDES DE SOUZA, previamente ajusta<strong>do</strong>s e agin<strong>do</strong> em continuida<strong>de</strong> <strong>de</strong>litiva,inseriram em <strong>do</strong>cumentos <strong>de</strong>clarações falsas, com o fim <strong>de</strong> alterar a verda<strong>de</strong> sobre fato juridicamenterelevante;- No dia 30 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 2006, nesta cida<strong>de</strong> e Comarca <strong>de</strong> Pirapozinho, os <strong>de</strong>nuncia<strong>do</strong>sCAIO CESAR GONÇALES BERTASSO, FRANCISCO EMÍLIO DE OLIVEIRA e EDSONMENESES, previamente ajusta<strong>do</strong>s e em concurso <strong>de</strong> pessoas, falsificaram <strong>do</strong>cumento particular;- Nos dia 06 <strong>de</strong> janeiro e 12 <strong>de</strong> março, ambos <strong>do</strong> ano <strong>de</strong> 2007, nesta cida<strong>de</strong> eComarca <strong>de</strong> Pirapozinho, o <strong>de</strong>nuncia<strong>do</strong> SÉRGIO PINAFFI, solicitou, para si ou para outrem,direta ou indiretamente, em razão da função, vantagem in<strong>de</strong>vida. Na primeira data, referidasolicitação foi feita com o auxílio <strong>do</strong> <strong>de</strong>nuncia<strong>do</strong> DEJAIR BISTAFFA;- No dia 02 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 2004, o <strong>de</strong>nuncia<strong>do</strong> MARIO ANTÔNIO DALE VEDOVE MORE-NO dissimulou a origem <strong>de</strong> valores provenientes, direta ou indiretamente, <strong>de</strong> crime pratica<strong>do</strong>por organização criminosa contra a Administração Pública;- Os <strong>de</strong>nuncia<strong>do</strong>s FRANCISCO EMÍLIO DE OLIVEIRA, EDILENE LUIZ FERREIRA, JOVEMMARCOS CORREA MIRAS, LIGIA SUSIE DE OLIVERIA e CAIO CESAR GONÇALVES BERTASSOdissimularam a origem <strong>de</strong> valores provenientes, direta ou indiretamente, <strong>de</strong> crime pratica<strong>do</strong>por organização criminosa contra a Administração Pública;- Os <strong>de</strong>nuncia<strong>do</strong>s FRANCISCO EMÍLIO DE OLIVEIRA, EDILENE LUIZ FERREIRA eCELSO HIDEMI NISHIMOTO dissimularam a origem <strong>de</strong> valores provenientes, direta ou indiretamente,<strong>de</strong> crime pratica<strong>do</strong> por organização criminosa contra a Administração Pública;- Os <strong>de</strong>nuncia<strong>do</strong>s FRANCISCO EMÍLIO DE OLIVEIRA, EDILENE LUIZ FERREIRA eJOVEM MARCOS CORREA MIRAS dissimularam a origem <strong>de</strong> valores provenientes, direta ouindiretamente, <strong>de</strong> crime pratica<strong>do</strong> por organização criminosa contra a Administração Pública;- Durante a execução <strong>do</strong> empreendimento Pirapozinho “D”, no qual foram construídas197 (cento e noventa e sete) unida<strong>de</strong>s habitacionais pelo programa <strong>de</strong> autoconstruçãoda CDHU, nesta cida<strong>de</strong> e Comarca, o <strong>de</strong>nuncia<strong>do</strong> SÉRGIO PINAFFI, contan<strong>do</strong> com o auxílio<strong>do</strong>s <strong>de</strong>nuncia<strong>do</strong>s FRANCISCO EMÍLIO DE OLIVEIRA, CARLOS EDUARDO SAMPAIO KAUFF-MANN, ROSALY SYLVIA RAMALHO SAMPAIO, CELSO HIDEMI NISHIMOTO, CLIMÉRIO DETOLEDO PEREIRA, REINALDO DE GALLES e MARIO ANTÔNIO DALE VEDOVE MORENO, <strong>de</strong>sviourendas públicas em proveito próprio e alheio;- Por fim, que durante a execução <strong>do</strong>s empreendimentos <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong>s Pirapozinho“E” e “E2”, nos quais foram construídas 51 (cinqüenta e uma) unida<strong>de</strong>s habitacionais,nesta cida<strong>de</strong> e Comarca, o <strong>de</strong>nuncia<strong>do</strong> SÉRGIO PINAFFI, contan<strong>do</strong> com o auxílio <strong>do</strong>s <strong>de</strong>nuncia<strong>do</strong>sFRANCISCO EMÍLIO DE OLIVEIRA, CARLOS EDUARDO SAMPAIO KAUFFMANN, LUISPAULO SAMPAIO KAUFFMANN, ARTHUR KAUFFMANN, AMAURI ARNALDO MONTEIRO,AMÉLIO LUIZ BALSAN, LUCÍLIA FERNANDES DE SOUZA, CLIMÉRIO DE TOLEDO PEREIRA,REINALDO DE GALLES e MARIO ANTÔNIO DALE VEDOVE MORENO, <strong>de</strong>sviou rendas públicasem proveito próprio e alheio.A <strong>de</strong>núncia foi recebida no dia 24.05.2007 (fls. 4.632/4.639), ocasião em que se<strong>de</strong>cretou a prisão preventiva <strong>do</strong>s <strong>de</strong>nuncia<strong>do</strong>s Artur Kauffmann, Carlos Eduar<strong>do</strong> Kauffmann,Climério <strong>de</strong> Tole<strong>do</strong> pereira, Francisco Emílio <strong>de</strong> Oliveira, José Roberto Kol, Jovem marcosCorrea Miras, Luiz <strong>Paulo</strong> Sampaio Kauffmann, Mário Antônio Dale Ve<strong>do</strong>ve Moreno e CáioCésar Gonçalves Bertasso.O aditamento à <strong>de</strong>núncia foi recebi<strong>do</strong> no dia 29 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 2007 (fls. 4.797/4.798).O <strong>de</strong>nuncia<strong>do</strong> Clau<strong>de</strong>mir Antônio <strong>de</strong> Matos, notifica<strong>do</strong> nos ditames <strong>do</strong> artigo 514<strong>do</strong> CPP, apresentou sua <strong>de</strong>fesa preliminar às fls. 4934/4939 (vol. 24º). Em relação a ele, a<strong>de</strong>núncia foi recebida no dia 15.06.2007 (4995/4996 – vol. 24º).O <strong>de</strong>nuncia<strong>do</strong> Climério <strong>de</strong> Tole<strong>do</strong> Pereira, também notifica<strong>do</strong> a apresentar <strong>de</strong>fesapreliminar, o fez no prazo legal <strong>de</strong> 15 (quinze) dias, conforme se <strong>de</strong>preen<strong>de</strong> <strong>do</strong> teor <strong>de</strong> fls.5028/5024 (vol. 26º). Em relação a tal réu, a <strong>de</strong>núncia foi recebida no dia 22.07.2007 (fls.5148/5149 – vol. 26º).To<strong>do</strong>s os acusa<strong>do</strong>s foram <strong>de</strong>vidamente cita<strong>do</strong>s (fls. 4913/4917; 5000/5001;5008/5009; 7137/7138; 7158; 7255; 7380; 7402/7404; 7422/7424 e 7454).


40 – <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, 119 (222) – Suplemento Diário Oficial Po<strong>de</strong>r Legislativo sába<strong>do</strong>, 28 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 2009Na seqüência, os réus foram interroga<strong>do</strong>s: Francisco Emílio <strong>de</strong> Oliveira (fls.7139/7145- vol. 36º); Carlos Eduar<strong>do</strong> Sampaio Kauffmann (fls. 7410/7412 – vol. 38º); Luis<strong>Paulo</strong> Sampaio Kauffmann (fls. 7425/7427 – vol. 38º); Arthur Sampaio Kauffmann (fls.7408/7409 – vol. 38º); Edson Meneses (fls. 7439/7442 – vol. 38º); José Roberto Kol (fls.7416/7418– vol. 38º); Roseli Susie <strong>de</strong> Oliveira Souza (fls. 7438/7439 – vol. 38º); EdileneLuiz Ferreira (fls. 7391 – vol. 37º); Jovem Marcos Correia Miras (fls. 7146/7149– vol. 36º);Mario Antonio Dale Ve<strong>do</strong>ve Moreno (fls. 7389/7390 – vol. 37º); Climério <strong>de</strong> Tole<strong>do</strong> Pereira(fls.7159/7162 – vol. 36º); Álvaro José Botini (fls. 6954/6955 – vol. 35º); Celso Hi<strong>de</strong>miNishimoto (fls. 7413/7415 – vol. 38º); Amauri Arnal<strong>do</strong> Monteiro (fls. 7392/7393 – vol. 37º);Rosaly Sylvia Ramalho Sampaio (fls. 7430/7432 – vol. 38º); Ligia Susie <strong>de</strong> Oliveira (fls.7466/7467 – vol. 38º); Reinal<strong>do</strong> <strong>de</strong> Galles (fls. 7433/7435– vol. 38º); Osval<strong>do</strong> José Vancine(fls. 7428/7429- vol. 38º); Afonso Jorge Martinho Jeronymo (fls. 7405/7407– vol. 38º); <strong>Paulo</strong>Antonio Sarquis Pinto (fls. 7259/7261 – vol. 37º); Sidnei Flores <strong>do</strong>s Santos (fls. 5071/5078 –vol. 26º); Sérgio Pinaffi (fls. 5047/5070 – vol. 26º); Dejair Bistaffa (fls. 5079/5086 – vol. 26º);Ricar<strong>do</strong> Manoel <strong>do</strong>s Santos (fls. 5105/5114 – vol. 26º); Lourival Monti (fls. 5115/5124 – vol.26º); Lucilia Fernan<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Souza (fls. 5125/5137 – vol. 26º); Caio Cesar Gonçalves Bertasso(fls. 5087/5104 – vol. 26º); Amélio Balsan (fls. 5140/5142 – vol. 26º) e Clau<strong>de</strong>mir Antonio <strong>de</strong>Matos (fls. 5143/5146 – vol. 26º).Os <strong>de</strong>fensores <strong>do</strong>s acusa<strong>do</strong>s, então, apresentaram as <strong>de</strong>fesas prévias: FranciscoEmílio <strong>de</strong> Oliveira (fls. 5185/5187 – vol. 26º); Carlos Eduar<strong>do</strong> Sampaio Kauffmann (fls.5174/5176 – vol. 26º); Luis <strong>Paulo</strong> Sampaio Kauffmann (fls. 5177/5178 – vol. 26º); ArthurSampaio Kauffmann (fls. 5174/5176 – vol. 26º); Edson Meneses (fls. 6853/6854 – vol. 35º);José Roberto Kol (fls.5189 – vol. 26º); Roseli Susie <strong>de</strong> Oliveira Souza (fls. 5177/5178 – vol.26º); Edilene Luiz Ferreira (fls. 7273/7275 – vol. 37º); Jovem Marcos Correia Miras (fls.6836/6850 – vol. 35º); Mario Antonio Dale Ve<strong>do</strong>ve Moreno (fls. 7276/7283 – vol. 37º); Climério<strong>de</strong> Tole<strong>do</strong> Pereira (fls. 6803/6835 – vol. 35º); Álvaro José Botini (fls. 6956/6962 – vol.35º); Celso Hi<strong>de</strong>mi Nishimoto (fls. 7846/7847 – vol. 40º); Amauri Arnal<strong>do</strong> Monteiro (fls.7815/7817 – vol. 40º); Rosaly Sylvia Ramalho Sampaio (fls. 5177/5178 - vol. 26º); LigiaSusie <strong>de</strong> Oliveira (fls. 7273/7275 – vol. 37º); Reinal<strong>do</strong> <strong>de</strong> Galles (fls. 7120/7121 – vol. 36º);Osval<strong>do</strong> José Vancine (fls. 5171 – vol. 26º); Afonso Jorge Martinho Jeronymo (fls. 7178/7179– vol. 36º); <strong>Paulo</strong> Antonio Sarquis Pinto (fls. 7224/7225 – vol. 37º); Sidnei Flores <strong>do</strong>s Santos(fls. 5025/5026 – vol. 26º); Sérgio Pinaffi (fls. 5023/5024 – vol. 26º); Dejair Bistaffa (fls.6851/6852 – vol. 35º); Ricar<strong>do</strong> Manoel <strong>do</strong>s Santos (fls. 5015/5016 – vol. 26º); Lourival Monti(fls. 5011/5012 – vol. 26º); Lucilia Fernan<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Souza (fls. 5013/5014 – vol. 26º); Caio CesarGonçalves Bertasso (fls. 4994 – vol. 25º); Amélio Balsan (fls. 7118/7119 – vol. 36º), e Clau<strong>de</strong>mirAntonio <strong>de</strong> Matos (fls. 4934/4939– vol. 25º).Na fase <strong>de</strong> instrução, foram ouvidas 09 (nove) testemunhas <strong>de</strong> acusação, a saber:Aline Lima (fls. 7905/7911 – vol. 40); Oseas Arlin<strong>do</strong> Lima (fls. 7912/7920 - vol. 40); JoãoDegair Favareto (fls. 7921/7943 – vol. 40); testemunha ouvida nos termos <strong>do</strong> Provimenton. 32/00 da CGJ (fls. 7963/7969); José Renato <strong>de</strong> Faria Avansini (fls. 8203/8216 – vol. 42);Maria Suzana Pinheiro (fls. 8217/8238 – vol. 42); Mauro Marques <strong>de</strong> Lima (fls. 8239/8249 –vol. 42 e Nuno Ramos Junior (fls. 8250/8253 – vol. 17), e 24 (vinte e quatro) testemunhas <strong>de</strong><strong>de</strong>fesa (fls. 8450/8482; 8493; 8500; 8562; 8575/8632 e 8692/8739).Fez a <strong>de</strong>fesa ouvir suas testemunhas, assim discriminadas:.réu JOVEM MARCOS MIRAS - fls. 8395 – Vol. 43;.réu SERGIO PINAFFI - fls. 8450/8458, 8575/8595, 10.219 – Vol. 43, 44 e 52;.réu AFONSO JORGE MARTINHO – fls. 8480/8482, 8731/8732 – Vol. 43 e 45;.réu MARIO VEDOVE – fls. 8493, 8692/8703, 8716/8718, 8952/8954 e 9296 – Vol.44, 45, 46 e 48;.réu JOSÉ ROBERTO KOL - fls. 8522/8523, 8733/8734, 8971 – Vol. 44, 45 e 46;.réu AMELIO LUIS BALSAM - fls. 8562 – Vol. 44;.réu DEJAIR BISTAFA - fls. 8596/8599 – Vol. 44;.réu PAULO SARQUIS - fls. 8628/8633 – Vol. 44;.réu ARTHUR KAUFFMANN - fls. 8704/8705 – Vol. 45;.réu REINALDO VEDOVE - fls. 8706/8708, 8719/8724, 8729/8730 – Vol. 45 e 46;.réu EDSON MENESES - fls. 8709/8711, 8727/8728 – Vol. 45;.réu LUIZ KAUFAMANN - fls. 8712/8715 – Vol. 45;.réu CLIMÉRIO DE TOLEDO - fls. 8725/8726, 9260, 9270, 9305/9306 e 9307 – Vol. 45,47 e 48;.ré LIGIA SUSIE - fls. 9003 – Vol. 46;.réu FRANCISCO EMILIO - fls. 9004 – Vol. 46;.réu EDILENE - fls. 9005 – Vol. 46;.réu AMAURI MONTEIRO - fls. 9008, 9009 – Vol. 46;.ré ROSALY SILVIA - fls. 8712/8715 – Vol. 45;.ré ROSELI SUSIE - fls. 8712/8715 – Vol. 45;Encerrada a instrução criminal, vieram-nos os autos para a apresentação <strong>do</strong>s <strong>de</strong>rra<strong>de</strong>irosmemoriais escritos.Em memoriais finais, o Ministério Público requereu a absolvição <strong>do</strong>s réus EDSONMENEZES e FRANCISCO EMLÍLIO DE OLIVEIRA da prática <strong>do</strong> crime previsto no artigo 298<strong>do</strong> Código Penal, nos termos <strong>do</strong> artigo 386, IV, <strong>do</strong> Código <strong>de</strong> Processo Penal, e a con<strong>de</strong>nação<strong>do</strong>s <strong>de</strong>mais pelas acusações a eles imputadas na <strong>de</strong>núncia. Requereu, ainda, a perda<strong>do</strong>s bens <strong>de</strong>scritos nos tópicos n.º 17, 18, 19, e 20, em favor da União, no termos <strong>do</strong> artigo7º, inciso I, da Lei n. 9613/98.Apresentaram os Drs. Defensores <strong>do</strong> réus memoriais finais, assim localiza<strong>do</strong> nosautos:réu: PAULO SARQUIS - Fls: 9310/9321 – Vol. 48.réu: JOVEM MARCOS – Fls: 9323/9545 e 9886/10.003 - Vol. 48/49 e 51.réu DEJAIR BISTAFFA – Fls. 9547/9551 – Vol. 49.réu CAIO BERTASSO – Fls. 9562/9715 – Vol. 49 e 50.réu OSVALDO VANCINE – Fls. 9717/9726 – Vol. 50.réu CLAUDEMIR MATOS – Fls. 9728/9744 – Vol. 50.réu MARIO DALE VEDOVE – Fls. 9746/9796 – Vol. 50.réu FRANCISCO EMILIO – Fls. 9800/9861 – Fls. 50.réu CARLOS KAUFFMANN – Fls. 9800/9861 – Vol. 50.réu LUIZ PAULO KAUFFMANN – Fls. 9800/9861 – Vol. 50.réu ARTHUR KAUFFMANN – Fls. 9800/9861 – Vol. 50.réu ROSELI SUSIE – Fls. 9800/9861 – Vol. 50.réu EDILENE LUIZ – Fls. 9800/9861 – Vol. 50.réu ROSALY SYLVIA – Fls. 9800/9861 – Vol. 50.réu LIGIA SUSIE – Fls. 9800/9861 – Vol. 50.réu EDSON MENESES – Fls. 9862/9866 – Vol. 51.réu AMELIO LUIZ BALSAM – Fls. 9868/9884 – Vol. 51.réu SÉRGIO PINAFFI – Fls. 10006/10047 – Vol. 51.réu REINALDO DE GALLES – Fls. 10050/10134.réu SIDNEI FLORES – Fls. 10137/10143 – Vol. 52.réu AMAURI A. MONTEIRO – Fls. 10146/10154 – Vol. 52.réu RICARDO MANOEL – Fls. 10156/10165 – Vol. 52.réu LUCILIA FERNANDES – Fls. 10177/10187 – Vol. 52.réu LOURIVAL MONTI – Fls. 10189/10199 – Vol. 52.réu CELSO NISHIMOTO – Fls. 10224/10232 – Vol. 52.réu AFONSO JORGE – Fls. 10272/10276 – Vol. 53.réu JOSÉ ROBERTO KOL – Fls. 10278/10293 – Vol. 53.réu CLIMÉRIO DE TOLEDO – Fls. 10295/10313 – Vol. 53.réu ALVARO BOTINI – Suspenso no art. 89 da Lei 9099/95.A <strong>de</strong>fesa <strong>do</strong> réu DEJAIR BISTAFA sustentou pela improcedência da ação penal porinsuficiência <strong>de</strong> provas, admitin<strong>do</strong> evidência contra outros réus. Alegou dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesapor falta <strong>de</strong> perfeita <strong>de</strong>scrição <strong>de</strong> sua conduta.A <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong> EDSON MENEZES sustentou pela improcedência da ação por falta <strong>de</strong>provas. Fez uma explanação sobre o surgimento da Associação Habitar Vida Nova, bemcomo sua atuação. Também comentou sobre a aquisição da empresa Êxo<strong>do</strong>. Rechaçou asacusações.A <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong> PAULO SARQUIS sustentou não ser possível fraudar uma licitação seuma das empresas convidadas não aceitar participar <strong>do</strong> esquema fraudulentoA <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong> JOVEM MARCOS levantou uma preliminar <strong>de</strong> inépcia da <strong>de</strong>núncia,sustentan<strong>do</strong> que a acusação tirada da Lei nº 9.613/98 não fez exposição ao fato criminosoe das circunstâncias. No mérito, sustentou que a acusação erigiu em crime <strong>de</strong> lavagem<strong>de</strong> dinheiro a singela aquisição <strong>de</strong> bens com o suposto proveito <strong>de</strong> crime. Na sequência,colocou a nobre <strong>de</strong>fesa ter se mal compreendi<strong>do</strong> passagens da conversa telefônica, comoa conversa <strong>de</strong>gravada em fls. 2315 <strong>do</strong> feito 18/06 da Correge<strong>do</strong>ria (memorial final – fls.9331/9332). Questionou todas as acusações e sustentou por ausência <strong>de</strong> provas para umacon<strong>de</strong>nação. Discorreu sobre a aquisição da proprieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Palmerópolis-TO, aduzin<strong>do</strong> ter<strong>de</strong>corri<strong>do</strong> <strong>do</strong> fruto <strong>de</strong> seu trabalho, assim como da esposa Helena e ainda <strong>de</strong> Edilene LuizFerreira, sen<strong>do</strong> no mesmo senti<strong>do</strong> a explicação para o fato <strong>do</strong> artigo 20 da <strong>de</strong>núncia (proprieda<strong>de</strong>em Narandiba), segun<strong>do</strong> a <strong>de</strong>fesa, fruto <strong>de</strong> lícito trabalho. Suas razões finais foraminstruídas com <strong>do</strong>cumentos (fls. 9364/9545). Em fls. 9886, juntou <strong>de</strong>clarações <strong>de</strong> imposto <strong>de</strong>renda (fls. 9887/1003).A <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong> CAIO BERTASSO iniciou seus memoriais finais anotan<strong>do</strong> uma inépciada inicial por falta <strong>de</strong> <strong>de</strong>scrição <strong>de</strong> conduta. Discorreu, no mais, sobre o regular e legítimoexercício <strong>do</strong> réu <strong>de</strong> sua ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conta<strong>do</strong>r, rebaten<strong>do</strong> as acusações. Fez juntar a <strong>de</strong>fesa<strong>do</strong>cumentos quan<strong>do</strong> da apresentação <strong>do</strong>s memoriais finais, junta<strong>do</strong>s em fls. 9594/9715.A <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong> OSVALDO JOSÉ VANCINI sustentou pela insuficiência <strong>de</strong> provas. Colocouque na hipótese <strong>de</strong> con<strong>de</strong>nação <strong>de</strong>va-se consi<strong>de</strong>rar a confissão <strong>do</strong> acusa<strong>do</strong>, levantan<strong>do</strong>,ainda, a figura <strong>do</strong> crime continua<strong>do</strong>.A <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong> CLAUDEMIR ANTONIO DE MATOS sustentou pela insuficiência <strong>de</strong> provas.Hasteou uma exclu<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> culpabilida<strong>de</strong>, a prevista no artigo 22 <strong>do</strong> Código Penal.A <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong> MARIO ANTONIO DALE VEDOVE MORENO levantou uma preliminar <strong>de</strong>cerceamento <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa, por não ter se ouvi<strong>do</strong> todas suas testemunhas. No mérito, sustentoupela improcedência da ação penal. Colocou que ao contrário <strong>do</strong> que a acusação tenta fazercrer, o réu não realizou medições nos conjuntos habitacionais <strong>de</strong> Pirapozinho. Insurgiuseà acusação <strong>de</strong> recebimento <strong>de</strong> propina, explican<strong>do</strong>, a seu mo<strong>do</strong>, o recebimento <strong>de</strong> R$4.000,00. Rechaçou, no mais, particularmente as acusações. Fez juntar <strong>do</strong>cumentos ás fls.9771/97970.A <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong> FRANCISCO EMÍLIO, CARLOS KAUFFMANN, LUIZ PAULO KAUFFMANN,ARTHUR KAUFFMANN, ROSELI SUSIE, EDILENE LUIZ, ROSALY SYLVIA e LIGIA SUSIE, apresentarammemoriais finais conjuntos, em peça única.Atacou a <strong>de</strong>núncia por não <strong>de</strong>screver condutas, como da ré ROSELI SUSIE DE OLI-VEIRA SOUZA, <strong>de</strong>nunciada também por associação por quadrilha. Sustentou pela improcedênciada acusação por vários ângulos, como por ausência <strong>de</strong> <strong>do</strong>lo específico no crimetipifica<strong>do</strong> como associação em quadrilha. Criticou a forma <strong>de</strong> construção das casas populares.Reputou a fiscalização nas empresas como fruto <strong>de</strong> perseguição, como <strong>do</strong> fiscal MAUROMARQUES. Questionou a apreensão <strong>do</strong>s <strong>do</strong>cumentos, reputan<strong>do</strong> a ação <strong>de</strong> ilegal e postulan<strong>do</strong>por seu <strong>de</strong>sentranhamento <strong>do</strong>s autos. Questionou a valida<strong>de</strong> da interceptação telefônica,alegan<strong>do</strong> que não inserida num contexto probatório, reputan<strong>do</strong>-a <strong>de</strong> prova ilícita.Sustentou, no mais, que as empresas tinham vida própria, sen<strong>do</strong> autônomas, fazen<strong>do</strong> umapassagem por to<strong>do</strong>s os pregões que dizem respeito aos réus. Teceu consi<strong>de</strong>rações sobre as<strong>de</strong>clarações <strong>do</strong> co-réu OSVALDO, alegan<strong>do</strong> que ele (Osval<strong>do</strong>) tentou se safar da imputação<strong>de</strong> formação <strong>de</strong> quadrilha. Questionou, ainda, os lau<strong>do</strong>s carrea<strong>do</strong>s aos autos, segun<strong>do</strong> a<strong>de</strong>fesa, elabora<strong>do</strong> por pessoas sem capacida<strong>de</strong> técnica para tanto. Atacou relatório <strong>de</strong> sindicância<strong>do</strong> CDHU que aponta a vultosa quantia <strong>de</strong> R$ 2.184.836,37. Atacou a QUALIHAB.Fez-se consi<strong>de</strong>rações sobre a prova oral. Rechaçou, por fim, particularmente as acusações,como <strong>de</strong> lavagem <strong>de</strong> dinheiro, dizen<strong>do</strong> que eventual punição por essa acusação configura“bis in i<strong>de</strong>m”.A <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong> AMÉLIO LUÍS BALSAN fez uma explanação sobre sua ativida<strong>de</strong> comercialno ramo <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>iras, rechaçan<strong>do</strong> o título <strong>de</strong> “empresa <strong>de</strong> fachada”. Rechaçou as acusações.A <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong> SÉRGIO PINAFI fez uma introdução sobre o empobrecimento financeiro<strong>de</strong>le com a vida pública, bem como os regulares convênios firma<strong>do</strong>s para as construções,por mutirão, <strong>do</strong> CDHU. Sustentou por ausência <strong>de</strong> provas para sua con<strong>de</strong>nação, dan<strong>do</strong> explicaçõespara o pedi<strong>do</strong> <strong>de</strong> dinheiro para o co-réu FRANCISCO. Questionou e rebateu alguns<strong>de</strong>poimentos colhi<strong>do</strong>s na instrução processual, como <strong>de</strong> JOAO DEGAIR, ti<strong>do</strong> por contraditório.Rechaçou <strong>de</strong>tidamente as acusações, todas as frau<strong>de</strong>s pelas quais respon<strong>de</strong>, assim comoas <strong>de</strong>mais acusações, levantan<strong>do</strong> questões jurídicas, como conflito aparente <strong>de</strong> normas. Já


sába<strong>do</strong>, 28 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 2009 Diário Oficial Po<strong>de</strong>r Legislativo <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, 119 (222) – Suplemento – 41no final das razões, atacou a acusação <strong>do</strong> artigo 96 da Lei 8.666/93, aduzin<strong>do</strong> que a falta <strong>de</strong>imputação objetiva <strong>do</strong> verbo implicou em inépcia <strong>de</strong>ssa acusação. Por fim, atacou a escutatelefônica, com o fundamento <strong>de</strong> que houve excesso na concessão.A <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong> REINALDO DE GALES aduziu que ele não falhou no <strong>de</strong>ver funcional, <strong>de</strong>medi<strong>do</strong>r <strong>do</strong>s serviços. Sustentou que ele não po<strong>de</strong>ria ter frauda<strong>do</strong> licitações se <strong>de</strong>las nãoparticipava. Fez a <strong>de</strong>fesa, ainda, uma passagem sobre alguns itens <strong>de</strong> materiais da obra,como ma<strong>de</strong>iramento (eucalipto). No meio <strong>do</strong>s memoriais finais encartou <strong>do</strong>cumentos (fls.10.065/10.070, 10.072/10.088). Na sequência levantou uma inépcia da <strong>de</strong>núncia, com oargumento <strong>de</strong> que o tipo <strong>do</strong> artigo 96 da Lei 8.666/93 e artigo 1º <strong>do</strong> Decreto-lei 201/67 temo mesmo senti<strong>do</strong>. Por fim, reportou-se à figura <strong>do</strong> crime continua<strong>do</strong>. Ao final juntou outros<strong>do</strong>cumentos (fls. 10.096/10.134).A <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong> SIDNEY FLORES iniciou seus memoriais dizen<strong>do</strong> que a <strong>de</strong>núncia nãonarra o fato criminoso, pelo que é inepta. No mais, rechaçou as acusações.A <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong> AMAURI MONTEIRO rebateu a afirmação da <strong>de</strong>núncia <strong>de</strong> ser proprietário<strong>de</strong> empresa <strong>de</strong> fachada. Sustentou ter agi<strong>do</strong> nos estritos limites da legalida<strong>de</strong>. Questionoua atuação <strong>do</strong> QUALIHAB. Insistiu na ausência <strong>de</strong> provas para uma con<strong>de</strong>nação.A <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong> RICARDO MANOEL DOS SANTOS ressaltou que ele, como membro dacomissão <strong>de</strong> licitações, apenas assinava os <strong>do</strong>cumentos que lhe eram apresenta<strong>do</strong>s, osquais vinham acompanha<strong>do</strong>s <strong>de</strong> pareceres jurídicos. Rechaçou as acusações.As <strong>de</strong>fesas <strong>de</strong> LUCILIA FERNANDES e LOURIVAL MONTI, na pessoa <strong>do</strong> mesmoadvoga<strong>do</strong>, rebateu <strong>de</strong>tidamente as acusações, sustentan<strong>do</strong> por ausência <strong>de</strong> provas para acon<strong>de</strong>nação.A <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong> CELSO HIDEMI levantou uma preliminar <strong>de</strong> inépcia da <strong>de</strong>núncia. Nomérito, sustentou pela improcedência da ação penal por insuficiência <strong>de</strong> provas. Questionou,ao final, a apreensão <strong>de</strong> <strong>do</strong>cumentos, requeren<strong>do</strong> o <strong>de</strong>sentranhamento <strong>do</strong>s autos.A <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong> AFONSO JORGE reiterou pedi<strong>do</strong> <strong>de</strong> fls. 10.234/10.235 <strong>de</strong> repetição <strong>de</strong>atos processuais por falta <strong>de</strong> uma intimação. No mérito, sustentou por ausência <strong>de</strong> provascontra seu cliente.A <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong> JOSE ROBERTO KOL iniciou seus memoriais finais com uma alegação <strong>de</strong>inépcia da <strong>de</strong>núncia quanto à acusação <strong>de</strong> formação <strong>de</strong> quadrilha, alegan<strong>do</strong> falta <strong>de</strong> <strong>de</strong>scriçãoda conduta subsumível à figura típica. No mérito, sustentou não ter o réu cometi<strong>do</strong>crime algum mas tão-somente exercen<strong>do</strong> regular e licitamente sua profissão <strong>de</strong> conta<strong>do</strong>r,não haven<strong>do</strong> no direito penal responsabilida<strong>de</strong> penal objetiva.A <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong> CLIMÉRIO DE TOLEDO iniciou seus memoriais finais sustentan<strong>do</strong> queele não po<strong>de</strong> ser acusa<strong>do</strong> <strong>de</strong> crime <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> por não ter exerci<strong>do</strong> cargo público.Na sequência discorreu sobre a elaboração das planilhas. Atacou as acusações <strong>de</strong> frau<strong>de</strong> àlicitação, <strong>do</strong>s artigos 90 e 96 da Lei 8.666/93. Na sequência rechaçou todas as <strong>de</strong>mais acusações,como <strong>de</strong> falsida<strong>de</strong> i<strong>de</strong>ológica e associação em quadrilha. Por fim, reputou <strong>de</strong> ilegala medida <strong>de</strong> escuta telefônica por não se ter respeita<strong>do</strong> os 15 dias <strong>de</strong> prazo, prorrogávelsomente um vez, previsto na lei.É o breve relato <strong>do</strong> essencial.Decisão:Neste momento da sentença, farei inicialmente um resumo <strong>do</strong> esquema criminoso,como introdução. Em seguida, avançarei sobre <strong>de</strong>talhes <strong>do</strong> esquema criminoso, já servin<strong>do</strong><strong>de</strong> fundamentação para a con<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> alguns réus, fechan<strong>do</strong>, na sequência, com anotaçõessobre a situação processual-penal <strong>de</strong> casa réu.RESUMO - INTRODUÇÃO:Apurou-se nestes autos, numa aliança <strong>de</strong> provas colhidas na fase policial e judicial,um gran<strong>de</strong> esquema <strong>de</strong> frau<strong>de</strong>s nas construções <strong>do</strong>s conjuntos habitacionais “PirapozinhoD” e “Pirapozinho E”. Em lapidar síntese, fora a empresa FT Construções contratada, adre<strong>de</strong>ajusta<strong>do</strong> pelo grupo criminoso, para gerenciar a obra. Assim obti<strong>do</strong>, passou-se a se manipularo edital da licitação para a aquisição <strong>de</strong> cestas <strong>de</strong> materiais, proporcionan<strong>do</strong> que aspropostas das empresas, abertas para esse fim, <strong>do</strong> grupo fossem invencíveis. Na sequência,contou-se com a participação <strong>do</strong>s fiscais da obra, coopta<strong>do</strong>s ao esquema, tanto os engenheirosda empresa que presta serviço ao CDHU, no caso a “LBR-Tjofran”, como por fiscaisda Prefeitura <strong>de</strong> Pirapozinho. Tais fiscais eram responsáveis da conferência <strong>do</strong>s materiais eexecução das obras, ratifican<strong>do</strong> irregularida<strong>de</strong>s. A empresa “LBR-Tjofran”, responsável pelasmedições das obras, legitimava o esquema. Para aumentar a rentabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> grupo, não serespeitava a qualida<strong>de</strong> exigida <strong>do</strong> material pela CDHU para a construção das casas populares,como, por exemplo, o uso <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>iras <strong>de</strong> lei na aplicação da cobertura das moradias, aqual fora substituída por ma<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> eucalipto “in natura”, que tem preço 50% inferior àsma<strong>de</strong>iras consi<strong>de</strong>radas <strong>de</strong> lei.Contou a investigação com interceptação telefônica autorizada pela Justiça. A leitura<strong>do</strong>s relatórios das interceptações telefônicas, <strong>do</strong>cumentadas no feito n. 18/06 da Correge<strong>do</strong>riada Polícia Judiciária (fls. 02/04; 64/69; 165/171; 1503/1505 e 1581/1589), é interessantepara a visão <strong>de</strong> como atuava a organização.O esquema criminoso é <strong>de</strong> vulto, envolven<strong>do</strong> várias Prefeituras, espalhan<strong>do</strong>-se peloEsta<strong>do</strong>.Um trecho <strong>de</strong> interceptação telefônica legal, obtida às vésperas da <strong>de</strong>cretação daprisão preventiva <strong>de</strong> envolvi<strong>do</strong>s, dá uma idéia da triste amplitu<strong>de</strong> <strong>do</strong> esquema.Na conversa <strong>de</strong>gravada em fls. 2305, <strong>do</strong> Feito 18/06, datada <strong>de</strong> 08/05/07, o réuJOVEM MIRAS conversa com Carlos Marques, <strong>de</strong> Rio Preto, então funcionáriom da empresaConstrutora Tarraf, informações prestadas pelo próprio JOVEM MIRAS em fls. 4.099. Citotrechos da conversa:Carlos: Vai caí a casa aí em Pru<strong>de</strong>nte, viu....Carlos: ...e junto com e, uns prefeitos da, fizeram um esquema aí.Miras: Ah, mas é tanto prefeitos que acho que eles vão ter que fazer um, vão ter quepegar, vão te que pega um ônibus, né.Miras: E <strong>de</strong>talhe, vai espaiá no Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong> inteiro, né” (fls. 2.305).VISÃO DO ESQUEMA:Num resumo um pouco mais <strong>de</strong>talha<strong>do</strong> <strong>do</strong> coloca<strong>do</strong> supra, anoto que o esquemafora guia<strong>do</strong> pelo réu FRANCISO, administran<strong>do</strong> e ven<strong>de</strong>n<strong>do</strong> materiais para construçõespopulares, CDHU. Inicia<strong>do</strong> a execução, teve FRANCISCO problemas com o fisco estadual,com apreensão <strong>de</strong> vários <strong>do</strong>cumentos. JOVEM MARCOS, amigo <strong>do</strong> conta<strong>do</strong>r CAIO CESARGONÇALVEZ BERTASSO, procurou este, apresentan<strong>do</strong> FRANCISCO. Provi<strong>de</strong>nciou CAIO,então, a transferência <strong>de</strong> uma empresa para FRANCISCO, a “Dois Irmãos, <strong>de</strong> Estrela <strong>do</strong>Norte”, vin<strong>do</strong> a abrir para FRANCISCO, num curto perío<strong>do</strong>, outras, no caso a “Êxo<strong>do</strong> Locações<strong>de</strong> Máquinas, Pirapó Center” e “J. Bom Comércio <strong>de</strong> Cimentos” (ler <strong>de</strong>clarações <strong>de</strong>CAIO CESAR BERTASSO (conta<strong>do</strong>r) em fls. 4045/4051 e 5087/5104).Deixou assente CAIO, nas <strong>de</strong>clarações citadas, que essas empresas foram direcionadaspor FRANCISCO para as obras da CDHU. Declarou, mais, que em certo temporeceou pelo que pu<strong>de</strong>sse advir, preocupan<strong>do</strong>-se com o esquema <strong>de</strong> empresas montadas porFRANCISCO. Proce<strong>de</strong>nte o receio <strong>de</strong> esquema ilegal, pois a FT, como empresa gerencia<strong>do</strong>ra,jamais po<strong>de</strong>ria ven<strong>de</strong>r para a obra.Descobriu-se várias empresas montadas por FRANCISCO (ver quadro mais abaixo),como a “Lucília Fernan<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Souza-ME”, da ré LUCÍLIA. Das <strong>de</strong>clarações prestadas porLUCÍLIA em juízo (fls. 5125/5137), evi<strong>de</strong>nciou-se que a empresa não fora aberta por suainiciativa, mas sim por FRANCISCO, valen<strong>do</strong>-se <strong>do</strong> esposo <strong>de</strong> LUCÍLIA, o também réu LOU-RIVAL MONTI, funcionário <strong>de</strong> FRANCISCO na empresa FT (comentarei sobre esse interrogatóriomais abaixo). O mari<strong>do</strong> <strong>de</strong> LUCÍLIA, LOURIVAL MONTI, funcionário <strong>de</strong> FRANCISCO,também abriu uma Empresa, a “Lourival Monti Materiais para Construção-ME”, ven<strong>de</strong>n<strong>do</strong>materiais para Prefeituras. A própria “Serraria Gaúcho”, <strong>do</strong> réu AMÉLIO, infere-se <strong>do</strong>s autoster a concorrência direta <strong>de</strong> FRANCISCO (ler tópico próprio aberto abaixo sobre o réu AME-LIO LUIS BALSAN).Abriu FRANCISCO, então, várias empresas <strong>de</strong> fachada (ver quadro em tópico próprio),utilizan<strong>do</strong> parentes, funcionários e outras pessoas, com o intuito <strong>de</strong> fraudar licitaçõespara construção <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s habitacionais a partir <strong>de</strong> convênio firma<strong>do</strong> entre o CDHU e oMunicípio.Foi, para a FT, necessário a abertura das empresas porque a mesma não po<strong>de</strong>ria ven<strong>de</strong>r,como gestora da construção, materiais. Uma das responsabilida<strong>de</strong>s da empresa gerencia<strong>do</strong>rada obra, no caso a FT, é <strong>de</strong> controlar o consumo <strong>do</strong>s materiais, tanto <strong>do</strong> ponto <strong>de</strong>vista quantitativo como qualitativo. Para burlar tal vedação, a organização criminosa criouvárias empresas <strong>de</strong> “fachada”, com as quais conseguiu concorrer nas licitações <strong>de</strong> materiais<strong>do</strong> mesmo empreendimento em que a FT, como no fato 09 narra<strong>do</strong> na <strong>de</strong>núncia.Montada essa estrutura empresarial, fomentouse a criação <strong>do</strong>s grupos <strong>de</strong> mutirantesnas cida<strong>de</strong>s da região, por meio das associações “RENASCER” e “HABITAR VIDA NOVA”(criadas pelo réu FRANCISCO EMÍLIO).A Associação “HABITAR VIDA NOVA” <strong>de</strong> Presi<strong>de</strong>nte Pru<strong>de</strong>nte, presidida pelo réuEDSON MENEZES, é <strong>de</strong> fato <strong>do</strong> réu FRANCISCO EMÍLIO, localiza<strong>do</strong> na rua Bela, 75, imóvelque está em nome da mãe <strong>de</strong> FRANCISCO, Sra. Isaura Gomes <strong>de</strong> Oliveira (IP: fls. 1886 e2541 a 2550, notadamente 2543). Admitin<strong>do</strong>, em juízo (fls. 7439/7442), prestar serviço paraa FT, EDSON MENEZES <strong>de</strong>clarou que essa associação, a Habitar, foi instalada em imóvelcedi<strong>do</strong> pela FT, a qual arcava com as <strong>de</strong>spesas, como <strong>de</strong> água e luz. (fls. 7439/7442).Cito trecho <strong>de</strong> suas <strong>de</strong>clarações:“Ainda é o presi<strong>de</strong>nte da Associação. A empresa foi instalada e fubncionou em imóvelcedi<strong>do</strong> pela empresa FT, na rua Bela, nº 75, nesta cida<strong>de</strong>. As <strong>de</strong>spesas <strong>de</strong> água e luz daassociação são suportadas pela empresa FT” (fls. 7.441).Certo, então, que o réu FRANCISCO, <strong>do</strong>no da FT, comandava a “ASSOCIAÇÃO HABI-TAR”.A “Associação Habitar”, conforme anota<strong>do</strong> pelo Dr. Promotor <strong>de</strong> Justiça, informaçãotirada <strong>do</strong> site <strong>do</strong> CDHU, foi responsável por 220 casas populares, no conjunto habitacionalPresi<strong>de</strong>nte Pru<strong>de</strong>nte “S” ou Diolinda Flor <strong>do</strong> Nascimento, na Avenida Tancre<strong>do</strong> Neves, confluênciacom a Rua Abílio Nascimento, no valor original <strong>de</strong> R$ 2.681.616,68, atualiza<strong>do</strong> emR$ 3.466.783,57. O início da obra foi no ano <strong>de</strong> 2002 e comercialização em 2005.A “Associação Renascer”, ten<strong>do</strong> como responsável o investiga<strong>do</strong> RONI VON GOESDE ANDRADE (verea<strong>do</strong>r <strong>de</strong> Pres. Epitácio), também é comandada pelo investiga<strong>do</strong> FRAN-CISCO (fontes no IP: fls. 2032 a 2060, notadamente 2060). A “Renascer”, segun<strong>do</strong> portaleletrônico da CDHU, informação comentada pelo Ministério Público, tem sob sua responsabilida<strong>de</strong>a construção <strong>de</strong> 442 unida<strong>de</strong>s no conjunto habitacional G1, G2 e G3, na AvenidaTibiriçá, s/n, em Epitácio, com início da obra em 21 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 2006, com valor original <strong>de</strong>R$ 5.209.137,96, atualiza<strong>do</strong> em R$ 6.481.650,31.Monta<strong>do</strong>s os grupos <strong>de</strong> mutirantes, é feito o contato com a Prefeitura Municipal,como o fora aqui em Pirapozinho, que faz a solicitação <strong>de</strong> repasse <strong>de</strong> verbas ao CDHU, viabilizan<strong>do</strong>a celebração <strong>de</strong> convênios. Uma vez disponibiliza<strong>do</strong>s os recursos, fican<strong>do</strong> à cargoda Prefeitura, esta realiza a licitação, sen<strong>do</strong> o grupo, normalmente, o vence<strong>do</strong>r. A FT gerenciavaa obra, manipulan<strong>do</strong> o edital da licitação, notadamente para aquisição <strong>de</strong> cestas <strong>de</strong>materiais (ler, neste particular, <strong>de</strong>poimento da testemunha João Degair Favareto, engenheiroda Prefeitura <strong>de</strong> Pirapozinho – fls. 2664/2667, 2668). Declarou o réu RICARDO MANOEL,lota<strong>do</strong> no setor <strong>de</strong> comissão da Prefeitura, que não havia conferência <strong>do</strong>s editais, informaçãoreforçada pela testemunha João Degair, cita<strong>do</strong> entre parênteses logo acima.Com efeito, firma<strong>do</strong> o convênio, duas licitações principais são realizadas pela Prefeitura.Uma para a contratação <strong>de</strong> uma empresa para o gerenciamento das obras e treinamento<strong>do</strong>s mutirantes e outra para a contratação <strong>de</strong> empresas fornece<strong>do</strong>ras <strong>de</strong> cestas <strong>de</strong>materiais <strong>de</strong> construção. As cartas-convites <strong>do</strong>s processos licitatórios que tiveram por objetoa contratação <strong>de</strong> empresas para o gerenciamento da construção <strong>do</strong>s empreendimentosPirapozinho “D”, “E” e “E2” foram fraudadas, o que possibilitou que a empresa “FT Construções”e “Comércio Tarabai Ltda” saísse vence<strong>do</strong>ra em todas elas.Em se tratan<strong>do</strong> <strong>de</strong> obras pequenas, fraudam-se as cartas-convite. Para obras maiores,conseguem a inclusão <strong>de</strong> quesitos que inibem a participação em tomadas <strong>de</strong> preço.Para a frau<strong>de</strong> seria necessário contar com agentes públicos. Logrou a organizaçãoobter essa participação, cooptan<strong>do</strong> o então Prefeito Municipal e aqui réu SÉRGIO PINAFIe alguns <strong>de</strong> seus encarrega<strong>do</strong>s <strong>do</strong> setor <strong>de</strong> compras, como os acusa<strong>do</strong>s DEJAIR BISTAFFAe SIDNEI FLORES DOS SANTOS. O réu SERGIO PINAFI é incrimina<strong>do</strong> em várias passagensda investigação criminal e instrução processual, como pelas <strong>de</strong>clarações contun<strong>de</strong>ntes <strong>do</strong>


42 – <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, 119 (222) – Suplemento Diário Oficial Po<strong>de</strong>r Legislativo sába<strong>do</strong>, 28 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 2009co-réu CLAUDEMIR ANTONIO DE MATOS, funcionário municipal coloca<strong>do</strong>, pelo PINAFI,na comissão <strong>de</strong> licitação. Relatou CLAUDEMIR as frau<strong>de</strong>s praticadas por PINAFI e SIDNEIFLORES (fls. 2702/2706, 3663/3664 e 5143/5146). Comentarei mais sobre as <strong>de</strong>clarações <strong>de</strong>CLAUDEMIR no <strong>de</strong>senvolver da sentença.Após vencer a licitação para o gerenciamento das obras, o próprio grupo fornecea planilha superdimensionada <strong>do</strong>s materiais a serem adquiri<strong>do</strong>s. Referida planilha é lançadaem <strong>do</strong>cumento da prefeitura e passa a integrar o edital <strong>de</strong> licitação (ler <strong>de</strong>poimentoda testemunha João Degair Favareto – fls. 2664/2667, 2668). Com isso, nos pregões ouconcorrências, as empresas <strong>do</strong> grupo po<strong>de</strong>m lançar preços bem inferiores ao <strong>de</strong> merca<strong>do</strong>,porque sabem que a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> materiais constante <strong>do</strong> memorial <strong>de</strong>scritivo é superfaturada.Informou a testemunha João Degair (fls. 7921/7943), engenheiro civil da prefeitura,que atuou na elaboração <strong>de</strong> projetos referentes aos conjuntos habitacionais da CDHU,que somente após o esquema fraudulento ter si<strong>do</strong> divulga<strong>do</strong> pela imprensa é que o CDHUpassou a elaborar as planilhas quantitativas. Havia, até então, essa brecha, <strong>de</strong>ixan<strong>do</strong>-se àempresa gerencia<strong>do</strong>ra, no caso a FT, a elaboração da planilha, sem qualquer controle prévioou posterior.Eis trecho <strong>de</strong> seu longo <strong>de</strong>poimento:“E a relação quantitativa? Não vinha junto com os projetos, esse quantitativo sófoi me manda<strong>do</strong> <strong>de</strong>pois que os problemas começaram a ocorrer, aí que a CDHU man<strong>do</strong>uos projetos, especificamente o quantitativo <strong>de</strong> materiais que constava na planilha, antesdisso só tinha os projetos básicos. Somente <strong>de</strong>pois <strong>do</strong>s problemas que o senhor se refere é adivulgação pela imprensa?” Exatamente (fls. 7.938).Confirmou o co-réu CLAUDEMIR ANTONIO DE MATOS (fls. 2702/2706, 3663/3664 e5143/5146), então integrante da comissão <strong>de</strong> licitação, que as planilhas <strong>de</strong> material a sercompra<strong>do</strong> estavam superdimensionadas, constatação tirada, também, pelo engenheiro daPrefeitura João Degair (<strong>de</strong>poimento cita<strong>do</strong> supra).Repisan<strong>do</strong>, conseguiam as empresas pertencentes ao grupo por ocasião <strong>do</strong>s pregõesapresentarem propostas invencíveis. Primeiro porque sabiam que a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> materiais<strong>de</strong>scriminada no memorial <strong>de</strong>scritivo constante <strong>do</strong> edital <strong>de</strong> licitação estava superfaturada.Segun<strong>do</strong> porque sabiam que a fiscalização da entrega <strong>do</strong>s materiais era feita por outraempresa <strong>do</strong> grupo, a saber, a FT Construções, e por funcionários da prefeitura, que conheciame participavam <strong>do</strong> esquema criminoso, o que possibilitava que o superfaturamentoocorresse não apenas na quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> materiais pagos, como também na qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong>tais materiais.Os memoriais <strong>de</strong>scritivos constantes <strong>do</strong>s editais <strong>de</strong> licitação para contratação <strong>de</strong>empresas fornece<strong>do</strong>ras <strong>de</strong> materiais <strong>de</strong> construção foram entregues pela própria organizaçãocriminosa, por meio da FT Construções, à Comissão <strong>de</strong> Licitação, que tão-somenteinseriu o timbre da Prefeitura no <strong>do</strong>cumento e lançou-o no edital.Mas para o esquema dar certo seria necessário, ainda, cooptar os responsáveis pelamedição, problema resolvi<strong>do</strong> pela quadrilha ao corromper os agentes responsáveis por isso,no caso MARIO ANTONIO DALE VEDOVE MORENO (engenheiro da “LBR – Tjofran”, responsávelpelas medições) e CLIMÉRIO DE TOLEDO PEREIRA (engenheiro <strong>do</strong> CDHU responsávelpela ratificação das medições).A empresa “LBR-Tjofran” presta serviço para a CDHU, fican<strong>do</strong> responsável pelasmedições das obras.Assim, as medições foram feitas por agentes da própria organização criminosa, quena condição <strong>de</strong> engenheiros que executam e fiscalizam as medições, possibilitam a liberação<strong>do</strong> pagamento <strong>de</strong> verbas pelo CDHU, mesmo estan<strong>do</strong> a construção em absoluta dissonânciaquantitativa e qualitativa com o convênio e o próprio contrato (o material utiliza<strong>do</strong>nas obras são <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> inferior ao licita<strong>do</strong> e não são realiza<strong>do</strong>s os serviços <strong>de</strong>clara<strong>do</strong>snas licitações.E assim o esquema conseguiu com que empresas <strong>do</strong> grupo vencessem várias licitações,as quais serão comentadas em tópico próprio.EMPRESAS DE FACHADA E CAIXA ÚNICO:A organização criminosa criou empresas <strong>de</strong> fachada, todas consistin<strong>do</strong> numa extensão,uma ramificação, da FT CONSTRUÇÕES, assim como utilizou-se <strong>de</strong> outras.Eis as empresas <strong>de</strong> fachada i<strong>de</strong>ntificadas na investigação e na instrução processual:.Francisco Emílio <strong>de</strong> Oliveira Júnior ME;.Luiz Eduar<strong>do</strong> <strong>de</strong> Castro Kauffmann;.Loca<strong>do</strong>ra <strong>de</strong> Máquinas Dois Irmãos1; (adquirida por Francisco – fls., <strong>de</strong>ntre outras,2576, 3369, 3371/3381, 4045, 5087/5146)..Pirapó Materiais para Construção;.Gaúcho Comércio <strong>de</strong> Ma<strong>de</strong>iras Ltda ME; (réu Amélio, o gaúcho);.Roseli Susie <strong>de</strong> Oliveira Souza ME; (materiais <strong>de</strong> construção, da ré ROSELI, irmã <strong>do</strong>réu FRANCISCO);.Lourival Monti Materiais para Construção ME; (réu Lourival Monti, mari<strong>do</strong> <strong>de</strong> Lucília);.Lucília Fernan<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Souza-ME (ré Lucília Fernan<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Souza);.Monte Alto Materiais para Construção Ltda; (<strong>do</strong> réu LUIZ PAULO KAUFFMANN,on<strong>de</strong> atuou o co-réu ARTHUR KAUFFMANN);.J.Bom Comércio (aberta em nome <strong>de</strong> uma irmã <strong>de</strong> FRANCISCO. Comércio <strong>de</strong> cimento.Não chegou a funcionar – fls. 7144);.Rosaly Sylvia Ramalho Sampaio (RMS Materiais para Construção – da ré ROSALY,mãe <strong>do</strong>s réus Kauffamann. Amiga íntima da esposa <strong>de</strong> FRANCISCO (fls. 7431); o filho <strong>de</strong>la,o réu CARLOS EDUARDO, trabalha para FRANCISCO;.Celso Hi<strong>de</strong>mi Hishimoto ME (<strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong> <strong>do</strong> réu que empresta o nome – fls.7413/7415 - é a loja Pop Materiais para Construção);.Virgili & Monteiro Ltda ME (VM); (réu Amauri Arnal<strong>do</strong> Monteiro, o VM);.Tibet Comércio e Construções Ltda; (<strong>do</strong> próprio réu FRANCISCO, <strong>do</strong>no da FT - fls.2697/2699, 7428/7429, 7413/7415). Uma das primeiras empresas abertas pelo réu FRAN-CISCO EMÍLIO, em socieda<strong>de</strong> com CELSO HIDEMI, empresas abertas pelo conta<strong>do</strong>r JOSEROBERTO KOL (ler seu interrogatório em fls. 7416/7418). Francisco assinava pela empresa(fls. 1568/1572, vol. 8º);.VM Materiais para Construção (<strong>do</strong> réu AMAURI ARNALDO MONTEIRO, vulgo “VM”,funcionário da empresa FT, pessoa muito ligada a FT, com autonomia para pegar dinheiro naboca <strong>do</strong> caixa da FT, informação prestada pela testemunha Hélio (fls. 4713);.Coimbrater Serviços <strong>de</strong> Terraplanagem e Const. LTDA (<strong>de</strong> Edilene, mãe <strong>de</strong> Francisco,em socieda<strong>de</strong> com o réu Celso Hi<strong>de</strong>mi – fls. 7413/7415). Uma das primeiras empresas abertaspelo réu FRANCISCO EMÍLIO, em socieda<strong>de</strong> com CELSO HIDEMI NISHIMOTO, empresasabertas pelo conta<strong>do</strong>r JOSE ROBERTO KOL (ler seu interrogatório em fls. 7416/7418). Oadministra<strong>do</strong>r à época era o <strong>de</strong>nuncia<strong>do</strong> Celso Hi<strong>de</strong>mi Nishimoto (fls. 1563/1567, vol. 8º)Outras empresas foram utilizadas ilicitamente pela quadrilha:.Êxo<strong>do</strong> Locação <strong>de</strong> Máquinas Agrícolas. Tem como objeto aluguel <strong>de</strong> máquinas eequipamentos agrícolas. Aberta pela testemunha OSEAS – (fls. 31), transferida para o réuEDSON MENEZES por pedi<strong>do</strong> <strong>do</strong> réu CAIO CESAR BERTASSO, para o específico fim <strong>de</strong> serutilizada em licitações (citarei <strong>de</strong>poimentos abaixo). Aline Lima, em nome <strong>de</strong> quem estava afirma, afirmou que falsificaram sua assinatura numa alteração contratual da empresa datada<strong>de</strong> 30.01.06 (fls. 31);.AJMJ – Engenharia Comércio e Serviços LTDA. Do réu Afonso. Em oitiva na fase<strong>do</strong> inquérito, foi-lhe apresenta<strong>do</strong> um recibo <strong>de</strong> entrega da carta-convite <strong>de</strong> n. 04/06, <strong>de</strong>17/01/06, <strong>de</strong>ssa empresa (AJMJ), afirman<strong>do</strong> AFONSO que os <strong>do</strong>cumentos são falsos; que elenão lançou sua assinatura e que a letra não é sua. Disse não ter funcionários (fls. 2700);.Jovan Construtora LTDA. Do co-réu OSVALDO VANCINE. Apesar <strong>de</strong> não se comprovarter si<strong>do</strong> criada como empresa <strong>de</strong> fachada, atuou em frau<strong>de</strong>s, sen<strong>do</strong> o réu OSVALDOVANCINE confesso nesse senti<strong>do</strong>. O co-réu CARLOS EDUARDO KAUFFMANN encenou comprá-la,iludin<strong>do</strong> VANCINE e assim conseguin<strong>do</strong> que VANCINE assinasse propostas em branco- ler fls. 7429, 2697/2699, 7428).Chama a atenção uma formal manifestação da Receita Estadual sobre as empresasafetas ao grupo investiga<strong>do</strong>. Transcrevo trecho da manifestação:“Cumpre <strong>de</strong>stacar que, da análise <strong>do</strong>s <strong>do</strong>cumentos e arquivos magnéticos apreendi<strong>do</strong>spelo fisco, restou comprova<strong>do</strong> que, <strong>de</strong> fato, as empresas mencionadas no relatóriofiscal funcionam como uma espécie <strong>de</strong> consórcio constituí<strong>do</strong> com o objetivo <strong>de</strong> <strong>de</strong>monstrara existência <strong>de</strong> um número e diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> concorrentes participantes <strong>de</strong> certames licitatórios,ou seja, este consórcio efetivamente se trata apenas <strong>de</strong> uma empresa disfarçada emdiversos nomes, <strong>de</strong>nominações e razões sociais, comprovan<strong>do</strong>-se, inclusive, a existência <strong>de</strong>um caixa único” (Feito 10/07 – Correge<strong>do</strong>ria – fls. 1294).Farei em tópicos próprios <strong>de</strong> certos réus, que constam como proprietários dasempresas <strong>de</strong>clinadas, comentários sobre o <strong>do</strong>mínio <strong>de</strong>ssas empresas pela FT.Um ex-funcionário da FT, a testemunha Hélio Tênis Martins, prestou importantesinformações. Hélio cui<strong>do</strong>u <strong>do</strong> setor financeiro da empresa FT por meses. Trata-se <strong>de</strong> umapessoa com passa<strong>do</strong> profissional respeitável, ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> gerente <strong>do</strong> Bra<strong>de</strong>sco. Ouvi<strong>do</strong> nafase policial, disse que todas as empresas <strong>de</strong>clinadas no início <strong>do</strong> <strong>de</strong>poimento (“Monte Alto,Rosali, Pirapó Center, Gaúcho, Êxo<strong>do</strong>, Loca<strong>do</strong>ra <strong>do</strong>is Irmãos, Celso I<strong>de</strong>mi, Lourival Monti,Lucília Fernan<strong>de</strong>s, Roseli e VM”) tinham o controle <strong>de</strong> caixa da empresa FT (fls. 4712). Emjuízo procurou favorecer aos acusa<strong>do</strong>s, <strong>de</strong> tão explícito que chegou a ser preso em flagrante<strong>de</strong>lito (fls. 7956/7962). Mesmo <strong>de</strong>pon<strong>do</strong> em níti<strong>do</strong> direcionamento para ajudar aos réus,tira-se <strong>de</strong> seu <strong>de</strong>poimento que circulava dinheiro livremente entre essas empresas. Eis trecho<strong>de</strong> seu <strong>de</strong>poimento (fls. 7963/7968):“Atuava no controle <strong>de</strong>ssa flutuação <strong>de</strong> dinheiro nas contas empresas EU, a funcionáriaSUSANA (da FT) e o CELSO IDEMI, este também proprietário <strong>de</strong> uma das empresas<strong>de</strong>clinadas”.Ora, se a testemunha Hélio era funcionário da FT e controlava a flutuação <strong>de</strong> dinheirodas contas <strong>de</strong> todas as empresas citadas, contan<strong>do</strong> com o concurso da funcionária Susana,é lógico que a FT controlava a movimentação financeira das empresas. E sobre a interligaçãodas empresas, mesmo <strong>de</strong>pon<strong>do</strong> <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a favorecer os réus a testemunha Héliodisse que essas empresas se ajudavam mutuamente, haven<strong>do</strong> livre circulação <strong>de</strong> dinheiroentre elas.Coloco que é como se tivessem um caixa comum. Isso é inexplicável em qualquerativida<strong>de</strong> econômica, na qual impera a concorrência e não a benevolência. Há somente umaexplicação, é óbvia, que as empresas tinham um único controla<strong>do</strong>r, no caso o <strong>do</strong>no da FT, oréu FRANCISCO.Convincente, a valer, as <strong>de</strong>clarações prestadas pela testemunha Hélio para o Dr.Delega<strong>do</strong> <strong>de</strong> Polícia que presidiu o inquérito, Dr. Luís Otávio Forti e para o Dr. Promotor <strong>de</strong>Justiça, Dr. André Luís Felício, <strong>de</strong>clarações que prestou na presença <strong>de</strong> um advoga<strong>do</strong>2, Dr.Helton Honorato <strong>de</strong> Souza.Hélio fala <strong>de</strong> um caixa comum, <strong>de</strong> notas fiscais forjadas, <strong>de</strong> propina e outras ilegalida<strong>de</strong>s.Cito trechos <strong>de</strong> seu <strong>de</strong>poimento:“Que sabe <strong>do</strong> controle <strong>de</strong> caixa da empresa FT. Construções, sabe que as empresas“Monte Alto, Rosali, Pirapó Center, Gaúcho, Êxo<strong>do</strong>, Loca<strong>do</strong>ra <strong>do</strong>is Irmãos, Celso I<strong>de</strong>mi,Lourival Monti, Lucília Fernan<strong>de</strong>s, Roseli e VM”, todas pertencentes ao grupo li<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> pelaFT Construções...Que as medições geradas eram passadas para LUÍS PAULO e ele emitia asnotas fiscais ou mandava funcionários da FT loca<strong>do</strong>s nas empresas citadas ou que somenteemprestavam o nome faazerem as emissões <strong>de</strong> notas. Que o pagamento vinha e entrava naconta <strong>de</strong> cada empresa, em seguida as sobras iam para o caixa central da FT...” (fls. 4712).Um membro da comissão <strong>de</strong> licitações, montada pelo então Prefeito Municipal SER-GIO PINAFI, o co-réu CLAUDEMIR, <strong>de</strong>clarou, em juízo (fls. 5145), que em certa data ouviuque algumas empresas vence<strong>do</strong>ras para o fornecimento <strong>de</strong> materiais, como a “Virgílio Monteiro”e “Monte Alto”, pertenciam à FT.No dia 09 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 2007, por volta das 16h23min, Luís <strong>Paulo</strong>, recebeu umaligação <strong>de</strong> seu irmão Arthur, o qual lhe pediu para tirar da empresa Monte Alto tu<strong>do</strong> o quefosse relaciona<strong>do</strong> à FT Construções LTDA, pois recebera a informação, <strong>de</strong> um funcionário <strong>do</strong>Posto Fiscal, <strong>de</strong> que o agente da receita estadual Mauro Marques faria uma visita à empresaMonte Alto, assim que voltasse <strong>de</strong> férias. Na ocasião, Arthur ainda pediu para Luis <strong>Paulo</strong>avisar o réu Amauri Monteiro (fls. 1587, vol. VIII). Na sequência, Luis <strong>Paulo</strong> telefonou parao acusa<strong>do</strong> Amauri Arnal<strong>do</strong> Monteiro, representante da empresa “Virgili & Monteiro LTDA-ME”, e lhe avisou da possível visita <strong>do</strong> fiscal Mauro Marques e <strong>de</strong>terminou que sumissecom to<strong>do</strong>s os <strong>do</strong>cumentos relaciona<strong>do</strong>s à empresa FT Construções LTDA (fls. 1862, vol. X).Por fim, Luis <strong>Paulo</strong> telefonou para o acusa<strong>do</strong> Lourival Monti, representante da empresa


sába<strong>do</strong>, 28 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 2009 Diário Oficial Po<strong>de</strong>r Legislativo <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, 119 (222) – Suplemento – 43Lucília Fernan<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Souza - ME, e lhe avisou da visita <strong>de</strong> Mauro Marques e lhe pediu paraavisar o Gaúcho (Amélio Luis Balsan) (fls. 1862, vol. X).De se concordar com a afirmação <strong>do</strong> Dr. Promotor <strong>de</strong> Justiça <strong>de</strong> que “as conversasacima apontadas, relativas à possível visita <strong>do</strong> agente fiscal Mauro Marques às empresas<strong>do</strong> grupo, <strong>de</strong>monstram a preocupação <strong>do</strong>s acusa<strong>do</strong>s em ocultar a ingerência da empresa FTConstruções LTDA sobre as <strong>de</strong>mais, notadamente a existência <strong>de</strong> um caixa único”.PREJUÍZOS:Na construção das casas a organização fazia contabilizar uma quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> materialque <strong>de</strong> fato não fora emprega<strong>do</strong>. Aí a frau<strong>de</strong> quantitativa <strong>de</strong> material. Ainda, utilizavammaterial <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> muito inferior, aí a frau<strong>de</strong> qualitativa <strong>de</strong> material.Contam os autos com diversas conferências e trabalhos periciais, os quais, alia<strong>do</strong>sà prova oral, dão uma noção <strong>do</strong> prejuízo causa<strong>do</strong> ao sistema <strong>do</strong> CDHU. Pela extensão <strong>do</strong>sconjuntos, diversida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> itens emprega<strong>do</strong>s nas obras e outras variantes, como má qualida<strong>de</strong><strong>de</strong> execução, <strong>de</strong> difícil mensuração, não se tem um trabalho pericial global a apontaro real prejuízo. Mas como coloca<strong>do</strong>, provas materiais e orais carreadas aos autos, dão umanoção <strong>do</strong> enorme prejuízo, a se citar o trabalho junta<strong>do</strong> em fls. 7.329/7.338, elabora<strong>do</strong> pelaCDHU, que aponta um prejuízo estima<strong>do</strong> <strong>de</strong> estima<strong>do</strong>, no empreendimento “Pirapozinho“D”, <strong>de</strong> R$ 2.184.836,37 (<strong>do</strong>is milhões, cento e oitenta e quatro mil, oitocentos e trinta eseis reais e trinta e sete centavos).Faço uma passagem pelos autos sobre outros elementos <strong>de</strong> convicção sobre osdanos financeiros ao sistema <strong>de</strong> construção <strong>de</strong> casas populares.Sobre a frau<strong>de</strong> qualitativa, cita-se, como exemplo, a utilização <strong>de</strong> eucalipto “innatura” (IP – fls. 2239/2241), proibi<strong>do</strong> pelo edital (IP – fls. 2232), <strong>de</strong> valor muito inferioràs autorizadas, em torno <strong>de</strong> 50%. O ma<strong>de</strong>iramento <strong>de</strong> cobertura não po<strong>de</strong>ria ser feito comeucalipto “in natura”, como o foi, constatan<strong>do</strong>-se que muitas casas já apresentavam vigasempenadas (fls. 7237,7322 e 7326, vol. 37; fls. 8300, vol.43). Ainda, a colocação <strong>de</strong> caixad´água <strong>de</strong> fibrocimento em vez <strong>de</strong> plástico, como constata<strong>do</strong> pela testemunha João Degair(fls. 7.936).No lau<strong>do</strong> <strong>de</strong> exame pericial junta<strong>do</strong> ás fls. 8037/8058, os peritos <strong>do</strong> Instituto <strong>de</strong>Criminalística concluíram pela irregularida<strong>de</strong> na qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s seguintes materiais emprega<strong>do</strong>sna produção das unida<strong>de</strong>s habitacionais: caixa d’água; esquadrias e portas metálicas;ma<strong>de</strong>iramento; mangueira <strong>de</strong> embutir; caixas <strong>de</strong> embutir e estrutura. Em relatório da sindicânciainterna da CDHU, junta<strong>do</strong> às fls. 7229/7247 (vol. 37), <strong>de</strong>monstra que os materiaisemprega<strong>do</strong>s na produção das unida<strong>de</strong>s habitacionais <strong>do</strong> conjunto Pirapozinho “E2”, principalmenteno tocante ao ma<strong>de</strong>iramento da cobertura e caixilharia, não estavam qualifica<strong>do</strong>sno Programa Qualihab, nem haviam si<strong>do</strong> submeti<strong>do</strong>s a processo <strong>de</strong> controle tecnológico <strong>de</strong>qualida<strong>de</strong>. Apontou-se no mesmo relatório, também, execução <strong>de</strong> serviço insatisfatório.Confirmou o co-réu CLAUDEMIR ANTONIO DE MATOS (fls. 2702/2706, 3663/3664 e5143/5146), então integrante da comissão <strong>de</strong> licitação, que as planilhas <strong>de</strong> material a sercompra<strong>do</strong> estavam superdimensionadas. Em interrogatório policial respon<strong>de</strong>u que o superdimensionamentochegava em torno <strong>de</strong> 30% a 40%. Em juízo (fls. 5145) disse ter chuta<strong>do</strong>esse percentual sem estu<strong>do</strong> técnico, <strong>de</strong> toda sorte manten<strong>do</strong> que afirmou esse percentual.Prestou a testemunha João Degair Favareto, engenheiro da Prefeitura Municipal <strong>de</strong>Pirapozinho há uma década, ten<strong>do</strong> atua<strong>do</strong> na elaboração e acompanhamento <strong>do</strong>s conjuntos“D”, “E” e “E2” <strong>de</strong> Pirapozinho, esclarece<strong>do</strong>r <strong>de</strong>poimento, confirman<strong>do</strong> que as planilhaselaboradas pela empresa FT, as quais não passavam por conferência, a<strong>do</strong>tan<strong>do</strong>-se umperigoso méto<strong>do</strong> <strong>de</strong> “confiança”, continham quantida<strong>de</strong> excessiva. Discorreu, ainda, sobremanobras encetadas pela setor <strong>de</strong> licitação da Prefeitura <strong>de</strong> Pirapozinho, à cargo <strong>do</strong> réuSIDNEY FLORES e <strong>do</strong> então Prefeito SÉRGIO PINAFFI para que ele, João Degair, aprovasse ereferendasse horas a mais no serviço <strong>de</strong> terraplenagem.Consoante se infere <strong>do</strong> teor <strong>do</strong> <strong>de</strong>poimento <strong>de</strong> um mestre <strong>de</strong> obras da empresa FTConstruções LTDA, a lista <strong>de</strong> insumos constante <strong>do</strong> referi<strong>do</strong> “LIVRÃO” retrata a realida<strong>de</strong> daquantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> materiais efetivamente emprega<strong>do</strong>s na produção das unida<strong>de</strong>s habitacionais<strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os empreendimentos administra<strong>do</strong>s pela empresa na região <strong>de</strong> Presi<strong>de</strong>nte Pru<strong>de</strong>nte(fls. 7172/7174, vol. 36).A Polícia Civil, em cumprimento <strong>de</strong> manda<strong>do</strong>s <strong>de</strong> busca e apreensão, logrou êxitoem encontrar e apreen<strong>de</strong>r os “Livrões” <strong>de</strong> vários empreendimentos administra<strong>do</strong>s pelaempresa FT Construções LTDA na região <strong>de</strong> Presi<strong>de</strong>nte Pru<strong>de</strong>nte, possibilitan<strong>do</strong> a conferência<strong>do</strong> prejuízo quantitativa e qualitativo. Discorrei mais <strong>de</strong>tidamente a respeito no curso dasentença, mais abaixo, no tópico da frau<strong>de</strong> à Carta-Convite n. 02/03.Prestou a testemunha Luiz Alves <strong>de</strong> Oliveira, a respeito, esclarecimentos(fls. 7173).Com efeito, a FT Construções LTDA economizava na produção das casas, <strong>de</strong>srespeitan<strong>do</strong>o projeto original da CDHU. A comparação entre a lista quantitativa <strong>de</strong> materiaislicitada (fls. 100/106, vol. I, <strong>do</strong> I. Policial n. 116/07) e a relação <strong>de</strong> materiais <strong>do</strong> chama<strong>do</strong>“Livrão” (<strong>do</strong>cumento em anexo), verda<strong>de</strong>ira referência da quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> materiais emprega<strong>do</strong>sna produção <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s habitacionais <strong>de</strong> empreendimentos assessora<strong>do</strong>s pela “FTConstruções LTDA”, <strong>de</strong>monstra o superfaturamento quantitativo, artifício emprega<strong>do</strong> pelogrupo para, ao mesmo tempo, fraudar o processo licitatório e obter um enriquecimentoin<strong>de</strong>vi<strong>do</strong>.Parecer <strong>do</strong> perito contábil <strong>do</strong> Ministério Público (<strong>do</strong>cumento em anexo – fls.9.041/9.066) aponta superfaturamento quantitativo em diversos itens da lista <strong>de</strong> materiaise falta <strong>de</strong> aplicação <strong>de</strong> materiais constantes na lista <strong>do</strong> edital. Em muitos itens compara<strong>do</strong>s,o superfaturamento supera 100%. Em vários itens a margem <strong>de</strong> superfaturamento éastronômica, a citar fios <strong>de</strong> cobre (347,37%), ma<strong>de</strong>irite plastifica<strong>do</strong> (840%), tábua cedrinho(605%) e pregos 2.540%.O prejuízo <strong>de</strong>corrente <strong>do</strong> emprego <strong>de</strong> materiais sem a qualida<strong>de</strong> exigida pela CDHUno empreendimento “Pirapozinho E2”, em fase inicial <strong>de</strong> construção (fls. 7.231/7.232), foiestima<strong>do</strong> em R$ 70.976,87 (setenta mil, novecentos e setenta e seis reais e oitenta e setecentavos), conforme se <strong>de</strong>preen<strong>de</strong> <strong>do</strong> teor <strong>do</strong> relatório <strong>de</strong> quantificação <strong>de</strong> prejuízos junta<strong>do</strong>a fls. 7334 (vol. 37).Houve superfaturamento na produção das unida<strong>de</strong>s habitacionais no conjunto “PirapozinhoD”. A quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> materiais utilizada na construção das 197 (cento e noventa esete) unida<strong>de</strong>s habitacionais foi inferior à quantida<strong>de</strong> paga pela Prefeitura <strong>de</strong> Pirapozinhoàs empresas fornece<strong>do</strong>ras.Não se produziu um trabalho pericial específico <strong>do</strong> prejuízo quantitavivo. Somenteo qualitativo, contu<strong>do</strong>, já é suficiente para este processo penal. Como bem observou o Dr.Promotor <strong>de</strong> Justiça, neste particular (quantitativo), seria necessária a realização <strong>de</strong> umaperícia contábil, a partir <strong>do</strong> exame pericial junta<strong>do</strong> às fls. 8037/8058, com a análise das correspon<strong>de</strong>ntesnotas <strong>de</strong> empenho, porém bastan<strong>do</strong> as provas já carreadas aos autos.Relatório da Comissão <strong>de</strong> Sindicância da CDHU conclui que marcas <strong>de</strong> produtosemprega<strong>do</strong>s nos conjuntos habitacionais da região não eram qualificadas ao ProgramaQualihab, que garante qualida<strong>de</strong> da obra. De 37 fabricantes analisa<strong>do</strong>s, direciona<strong>do</strong> a produtoscomo ma<strong>de</strong>iramento <strong>de</strong> cobertura, caixilharia e quadro <strong>de</strong> distribuição <strong>de</strong> circuitos<strong>de</strong> energia elétrica, 25 não estavam qualifica<strong>do</strong>s ao programa, portanto num percentual <strong>de</strong>67,5%.No lau<strong>do</strong> pericial <strong>de</strong> fls. 2179/2210, no conjunto “Pirapozinho D”, <strong>de</strong> 197 prédios,constatou-se a má qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> material, como tinta. Neste particular – tinta -, utiliza-se ao termo má qualida<strong>de</strong> ou alta diluição da tinta (fls. 2.194). Esse lau<strong>do</strong>, em aliança com o <strong>de</strong>fls. 2821/2823, dá idéia da <strong>de</strong>sproporção <strong>do</strong> material previsto com o que realmente é utiliza<strong>do</strong>na obra.Ainda sobre esse lau<strong>do</strong>, apurou-se uma diferença <strong>de</strong> R$ 355.565,77 (trezentos e cinqüentae cinco mil, quinhentos e sessenta e cinco reais e setenta e sete centavos), em valorunitário <strong>de</strong> R$ 1.804,90 (um mil, oitocentos e quatro reais e noventa centavos, tu<strong>do</strong> emsimples estimativa, <strong>de</strong>ixan<strong>do</strong>-se assente que “para apuração <strong>do</strong> valor real seria necessário ocálculo <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os itens <strong>do</strong>s materiais aplica<strong>do</strong>s e profissional com conhecimentos técnicosespecíficos da área (fls. 2822).Informou CAIO CESAR BERTASSO (fls. 5.104) que a empresa HMI, <strong>do</strong> co-réu JOVEMMARCOS, teve uma renda em 2006 R$ 1.200.000,00 (um milhão e duzentos mil). A HMIpresta serviço para a TJOFRAN, empresa coor<strong>de</strong>nada, nesta região, pelo co-réu MÁRIOANTONIO DALE VEDOVE MORENO:Por diversos elementos <strong>de</strong> convicção carrea<strong>do</strong>s aos autos tem-se, inequivocamente,a comprovação <strong>do</strong> enorme prejuízo causa<strong>do</strong> ao sistema <strong>de</strong> construção <strong>de</strong> casas pelo CDHU.Artifícios emprega<strong>do</strong>s. Uso <strong>de</strong> notas fiscais falsas:Na empreitada criminosa valeu-se <strong>de</strong> notas fiscais falsas, prática que fez parte <strong>do</strong>esquema.Para que as empresas possam ven<strong>de</strong>r aquela quantida<strong>de</strong> licitada, necessitam comporestoque, compran<strong>do</strong> notas fiscais contrafeitas ou <strong>de</strong> empresas <strong>de</strong> fachada, forman<strong>do</strong>estoque e também creditan<strong>do</strong>-se em ICMS lança<strong>do</strong>s nas notas fiscais <strong>de</strong> fornecimento.Reporta-se a investigação, neste particular, na transcrição das conversas mantidasentre funcionários da Monte alto e uma pessoa i<strong>de</strong>ntificada como Álvaro Botini, da cida<strong>de</strong><strong>de</strong> Paranavaí-PR, na qual ouve-se negociação <strong>de</strong> notas <strong>de</strong> fios elétricos para a empresaMonte Alto (IP – fls. 2014/2016), citan<strong>do</strong>-se quatrocentos mil. Conversa monitorada notelefone alvo (18) 3906 2859, no dia 17/01/07, 17:01:09, apresentam uma negociação entreLUIS PAULO e Marcio <strong>do</strong> escritório Agroeste, sobre o lançamento <strong>de</strong> notas frias para diminuiro montante <strong>de</strong> ICMS a ser pago. Reporta-se a autorida<strong>de</strong> policial, ainda, como forma<strong>de</strong> provar o uso <strong>de</strong> notas fiscais contrafeitas, expediente junta<strong>do</strong> em fls. 3692/3725, referenteao indiciamento <strong>de</strong> Luiz <strong>Paulo</strong> Kaufmann, em <strong>São</strong> José <strong>do</strong> Rio Preto, por infração à lei8137/90, em seu artigo 1º, ítem III.A testemunha Hélio, que foi responsável pelo setor financeiro da FT por algunsmeses, informou que havia a prática, pela FT, <strong>de</strong> compra <strong>de</strong> notas fiscais falsas ou <strong>de</strong> empresasinexistentes, as quais eram obtidas pelo réu LUIZ PAULO KAUYFFMANN (ler trechotranscrito mais acima).O co-réu EDSON MENEZES, interroga<strong>do</strong> em juízo, disse que o réu LUIZ PAULO KAU-FFAMNN emitia as notas fiscais da empresa Êxo<strong>do</strong> e da associação Habitar (fls. 7441).Em comunicações telefônicas interceptadas no dia 08 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 2007, o acusa<strong>do</strong>ÁLVARO JOSÉ BOTINI é flagra<strong>do</strong> oferecen<strong>do</strong> notas fiscais “frias” para LUIS PAULO, funcionárioda empresa FT Construções LTDA (fls. 1820 e 1823, vol. X).Em comunicações telefônicas interceptadas no dia 08 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 2007, o acusa<strong>do</strong>ÁLVARO JOSÉ BOTINI é flagra<strong>do</strong> oferecen<strong>do</strong> notas fiscais “frias” para LUIS PAULO (fls. 1820e 1823, vol. X).Artifícios emprega<strong>do</strong>s. Frau<strong>de</strong> na terraplenagem e fracionamento da licitação:É <strong>do</strong>s autos, ainda, frau<strong>de</strong>s gritantes na terraplenagem <strong>do</strong> conjunto habitacionalD, a citar apresentação <strong>de</strong> cartas convites por empresas preparadas pelo grupo frauda<strong>do</strong>re concorrência entre empresas formadas por titulares liga<strong>do</strong>s, sen<strong>do</strong> até mesmo parentes(reporto-me, neste particular, à leitura <strong>de</strong> fls. 3793/3794 da representação).A terraplenagem foi dividi<strong>do</strong> em duas licitações. Na primeira participaram as empresas“Encotel”, “Delfino & Sá Construções Ltda”. Ouvi<strong>do</strong> o representante legal da Delfino, Sr.José Carlos Delfino, disse não ter participa<strong>do</strong> <strong>do</strong> certame, notician<strong>do</strong> uma frau<strong>de</strong> <strong>de</strong> assinatura(fls. 1461/1462).Consta, ainda, fracionamento in<strong>de</strong>vi<strong>do</strong> da licitação e a<strong>do</strong>ção <strong>de</strong> modalida<strong>de</strong> incorreta<strong>de</strong> licitação (troca <strong>de</strong> tomada <strong>de</strong> preço por carta convite). Chamativo, neste particular,assim como em outros, o <strong>de</strong>poimento <strong>do</strong> funcionário municipal Clau<strong>de</strong>mir Antonio <strong>de</strong> Matos(fls. 3663/3664). Eis trecho <strong>de</strong> seu <strong>de</strong>poimento:“Que assim que o convênio foi firma<strong>do</strong>, o então Prefeito Municipal, Sr. Sérgio Pinaffi,indagou ao <strong>de</strong>clarante se po<strong>de</strong>ria ser aberto <strong>do</strong>is convites, dividin<strong>do</strong>-se o valor. Que o <strong>de</strong>clarantena qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> presi<strong>de</strong>nte da comissão <strong>de</strong> licitação <strong>de</strong>u parecer indican<strong>do</strong> que amodalida<strong>de</strong> correta <strong>de</strong> licitação seria tomada <strong>de</strong> preço, visto que o valor ultrapassaria os R$150.000,00, valor este previsto para engenharia na lei <strong>de</strong> licitação. Que disse ainda que oobjeto <strong>do</strong> convênio era único e não po<strong>de</strong>ria ser fraciona<strong>do</strong>. Que o Sr. Sérgio Pinaffi <strong>de</strong>terminouque fosse dividi<strong>do</strong> em duas cartas convites, neste momento o <strong>de</strong>clarante disse que nãofaria, argumentou que caso ele <strong>de</strong>sejasse assim agir arcaria com as conseqüências. Que emseguida o setor <strong>de</strong> engenharia apresentou uma planilha para licitar e após alguns dias outraplanilha, totalizan<strong>do</strong> aproximadamente R$ 270.000,00 ... nesta época o <strong>de</strong>clarante estava<strong>de</strong>sconfia<strong>do</strong> <strong>de</strong> algo erra<strong>do</strong>, visto que a empresa FT Construções era vence<strong>do</strong>ra da maioriadas licitações...”Ouvi<strong>do</strong> na Delegacia <strong>de</strong> Polícia e em Juízo, JOAO DEGAIR expõe, em várias passagens,inconformismo com o esquema <strong>de</strong> <strong>de</strong>smembramento <strong>de</strong> notas e <strong>de</strong>mais situações


44 – <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, 119 (222) – Suplemento Diário Oficial Po<strong>de</strong>r Legislativo sába<strong>do</strong>, 28 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 2009sobre as horas da terreplenagem. Pincelan<strong>do</strong> somente trechos colhi<strong>do</strong>s em juízo, cita-seque:“... quan<strong>do</strong> chegou o papel <strong>de</strong> maisa <strong>de</strong> mil horas, falei “não vou”, sem explicaçõesplausíveis, não vou mais vistar nota <strong>de</strong> vocês... (J) - Na seqüência, seu João, o senhorcomentou que chamou a atenção <strong>do</strong> senhor que já tinha atingi<strong>do</strong> o limite, o senhor falouque não ia vistar mais as notas, que <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> todas as notas já pagas o senhor recebeuuma <strong>de</strong> nove mil reais e o senhor recusou o pagamento. (T) – Confirmou, recusei... (J) – Quepassa<strong>do</strong>s quatro dias o senhor recebeu outras fuás no valor <strong>de</strong> quatro mil e quinhentosreais. (T) – Confirmo. Fiquei surpreso, a nota foi <strong>de</strong>s<strong>do</strong>brada em duas <strong>de</strong> quanto e quinhentose eu não vistei <strong>de</strong> novo...” (fls. 7932/7933).PROPINA:Revelou-se nestes autos, numa união harmônica das informações colhidas na fasepolicial e instrução em juízo, contan<strong>do</strong> com provas oral e <strong>do</strong>cumental, incluin<strong>do</strong>-se interceptaçãotelefônica, um esquema <strong>de</strong> propina que rompeu as fronteiras da comarca <strong>de</strong> Pirapozinho.Apreen<strong>de</strong>u-se o livro caixa da empresa FT. No livro consta a sigla “QLN”.Significa, essa abreviatura (QLN), “quanto leva nisso”, prova <strong>do</strong>cumental <strong>do</strong> pagamento<strong>de</strong> propinas, informação prestada por duas testemunhas que atuavam na FT, MariaSuzana Pinheiro e Hélio Tênis Martins.Um ex-funcionário da FT, a testemunha Hélio Tênis Martins, prestou importantesinformações. Hélio cui<strong>do</strong>u <strong>do</strong> setor financeiro da empresa FT por meses. Trata-se <strong>de</strong> umapessoa com passa<strong>do</strong> profissional respeitável, ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> gerente <strong>do</strong> Bra<strong>de</strong>sco.I<strong>de</strong>ntifica Hélio o significa<strong>do</strong> da sigla ”QLN”: Numa primeira oitiva, na fase policial,esclareceu:“Que a sigla ”QLN” significa “propina”, dinheiro não contabiliza<strong>do</strong>, apenas lança<strong>do</strong>no caixa para abatimento <strong>do</strong> sal<strong>do</strong>. Que significa “QUANTO LEVO NISSO” (fls. 4712).Hélio ratifica essa informação, quan<strong>do</strong> ouvi<strong>do</strong> em fls. 6234:“Declara com certeza que o termo ”QLN” significa “quanto levo nisso”, significan<strong>do</strong>valores não contabiliza<strong>do</strong>s, ou melhor dizen<strong>do</strong>, o termo diz respeito a caixa <strong>do</strong>is, dinheiroque não tem qualquer registro, que não tem comprovante <strong>de</strong> pagamento na contabilida<strong>de</strong>oficial da empresa. O termo é utiliza<strong>do</strong> basicamente para pagamento <strong>de</strong> propinas. Com opassar <strong>do</strong> tempo passaram a utilizar a letra “Q” (fls. 6234).Num tópico acima, “das empresas <strong>de</strong> fachada”, fiz um comentário sobre a testemunhaHélio Tênis Martins, um ex-funcionário da FT que cui<strong>do</strong>u <strong>do</strong> setor financeiro da empresa,sobre o que se <strong>de</strong>ve tirar <strong>de</strong> suas <strong>de</strong>clarações.Sobre propina, i<strong>de</strong>ntifica a testemunha recibos constantes nos autos, citan<strong>do</strong>-se asfolhas, como <strong>de</strong> pagamento <strong>de</strong> propina. I<strong>de</strong>ntifica a letra <strong>de</strong> LUIS PAULO KUFFMANN (fls.6.235) em alguns recibos. Na seqüência i<strong>de</strong>ntifica várias abreviaturas como <strong>de</strong>stinatários <strong>do</strong>dinheiro. Declina a testemunha vários Prefeitos da região que receberam propina, explican<strong>do</strong>as formas <strong>de</strong> pagamento (são muitos os que receberam, segun<strong>do</strong> a testemunha, propina,pelo que não transcreverei, recomendan<strong>do</strong>-se leitura <strong>de</strong> fls. 4712/4713 e 6234/6236).Em juízo a testemunha <strong>de</strong>liberou, sabe lá o motivo, omitir a verda<strong>de</strong>, trazen<strong>do</strong> umafantasiosa versão <strong>de</strong> que obteve <strong>do</strong> réu FRANCISCO a informação <strong>de</strong> que “QLN”, lança<strong>do</strong>nos livros caixas, significava “quanto que FRANCISCO ganhava com a obra” (sic), passan<strong>do</strong>a testemunha, então, a a<strong>do</strong>tar essa sigla (“QLN”) nos lançamentos que fazia no livro caixa.Não faz o mínimo <strong>de</strong> senti<strong>do</strong>. Não há o mínimo <strong>de</strong> coerência. Muitos <strong>de</strong>sses lançamentostrazem <strong>de</strong>stinatários vários. Lógico que não é controle <strong>de</strong> lucro <strong>do</strong> réu FRANCISCO,mas sim pagamentos escusos.E incorreu em contradição a testemunha Hélio, quan<strong>do</strong> disse, após afirmar que“QLN” era o lucro <strong>de</strong> FRANCISCO, que lançava, a testemunha, a sigla “QLN” como adiantamento<strong>de</strong> caixa administrativo, para se pagar <strong>de</strong>spesas como luz e cantina. Isso nada tem aver com “pró-labore” <strong>do</strong> réu FRANCISCO!Tornan<strong>do</strong> ao <strong>de</strong>poimento policial <strong>de</strong> Hélio, disse que o réu REINALDO DE GALLEScomparecia no escritório da FT para levar planilhas para o FRANCISCO e que certa vez foilhesepara<strong>do</strong> R$ 500,00.Outra ex-funcionária da FT, Maria Suzana Pinheiro, citada acima, afirmou tantoperante a autorida<strong>de</strong> policial (fls. 4710), como em juízo (fls. 8217), que havia um esquema<strong>de</strong> “pagamento por fora” para algumas pessoas que freqüentavam o escritório da referidaempresa, <strong>de</strong>ntre as quais <strong>de</strong>stacou os réus Reinal<strong>do</strong> <strong>de</strong> Gales e Climério <strong>de</strong> Tole<strong>do</strong> Pereira.Documentos insertos em fls. 1140, 1257, 1299 e 1332 corroboram que <strong>de</strong> fato REINALDODE GALES recebia propina <strong>do</strong> grupo.Segun<strong>do</strong> Maria Suzana, normalmente o lançamento <strong>de</strong> tais pagamentos no livrocaixa era feito no dia seguinte ao da visita <strong>do</strong> beneficiário, e era registra<strong>do</strong> com a sigla QLN.A confirmar essa informação, <strong>de</strong> Maria Suzana, tem-se nos autos cópias <strong>do</strong> livrocaixa da empresa FT (fls. 1140, 1257, 1299 e 1332), constan<strong>do</strong> o lançamento <strong>de</strong> pagamentospara o acusa<strong>do</strong> REINALDO, i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s pela sigla “QLN - Reinal<strong>do</strong>”.Também há prova material em ao acusa<strong>do</strong> CLIMÉRIO, como a <strong>de</strong>correntes <strong>de</strong> interceptaçõestelefônicas, que <strong>de</strong>monstram o recebimento <strong>de</strong> propina.Refiro-me à conversa entre Climério e Francisco Emílio, datada <strong>de</strong> 13 <strong>de</strong> março <strong>de</strong>2007, na qual os réus ajustaram a entrega <strong>de</strong> alguns materiais que seriam <strong>de</strong>svia<strong>do</strong>s <strong>de</strong> umcanteiro <strong>de</strong> obras <strong>do</strong> município <strong>de</strong> Tarabai em favor <strong>de</strong> Climério (Feito Correge<strong>do</strong>ria 18/06- fls. 2174, vol. XI). Na referida conversa, o acusa<strong>do</strong> Climério telefonou para Francisco eperguntou-lhe sobre uns postes que estavam fora <strong>do</strong> padrão num empreendimento situa<strong>do</strong>no município <strong>de</strong> Tarabai. Francisco informou que os postes já haviam si<strong>do</strong> substituí<strong>do</strong>s eentão Climério disse que estava queren<strong>do</strong> os postes. Francisco <strong>de</strong>u risada e disse que estavatu<strong>do</strong> bem. Na seqüência, Climério disse que precisaria <strong>de</strong> uns seis ou sete postes daquelesque haviam si<strong>do</strong> substituí<strong>do</strong>s. Conversaram, ainda, sobre a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Climério portaralgumas notas fiscais <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento <strong>do</strong>s referi<strong>do</strong>s postes, como precaução. No final, Franciscoainda disse para Climério que po<strong>de</strong>ria aproveitar o caminhão que iria buscar os postes,para também levar outras coisas, com o que Climério concor<strong>do</strong>u.Alia-se às provas constantes no processo um <strong>do</strong>cumento apreendi<strong>do</strong> no escritório<strong>do</strong> réu Climério, consistente numa planilha elaborada por um funcionário da FT ConstruçõesLTDA, que constitui prova material <strong>do</strong> <strong>de</strong>svio <strong>de</strong> materiais das obras administradas pelareferida empresa, que eram entregues no sítio <strong>do</strong> cita<strong>do</strong> acusa<strong>do</strong> (fls. 4272, vol. 22). Tem-se,mais a apreensão <strong>de</strong> duas notas fiscais (fls. 4273 e 4275) <strong>de</strong>monstran<strong>do</strong> que o réu Climériorecebeu vantagens in<strong>de</strong>vidas das empresas FT Construções LTDA e Monte Alto Materiaispara Construções LTDA-ME, ambas pertencentes ao grupo criminoso, como contraprestaçãopor sua participação no esquema criminoso, caracterizada, fundamentalmente, pela ratificaçãodas medições falsas realizadas pelos engenheiros da empresa LBR-Tjofran nos canteiros<strong>de</strong> obras <strong>do</strong>s empreendimentos da CDHU.Maria informou, ainda, que durante o ano <strong>de</strong> 2006, os prefeitos <strong>de</strong> várias cida<strong>de</strong>s daregião visitaram o escritório da empresa FT Construções LTDA com certa freqüência, citan<strong>do</strong>os municípios <strong>de</strong> Tarabai, Pirapozinho, Iepê, Narandiba, Martinópolis, Rancharia, Rosana,Presi<strong>de</strong>nte Venceslau, Alfre<strong>do</strong> Marcon<strong>de</strong>s e Emilianópolis. Depois das visitas <strong>do</strong>s prefeitos, a<strong>de</strong>poente sempre lançava os valores a ela informa<strong>do</strong>s com a sigla QLN, com a indicação <strong>do</strong>nome <strong>do</strong> município.Em relação ao réu Reinal<strong>do</strong> <strong>de</strong> Gales, tem-se cópias <strong>do</strong> livro caixa da empresa FTConstruções LTDA (fls. 1140, 1257, 1299 e 1332), nas quais se constata o lançamento <strong>de</strong>pagamentos para o acusa<strong>do</strong> em questão, i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s pela sigla “QLN Reinal<strong>do</strong>”.Lê-se <strong>do</strong> feito 18/06, da Correge<strong>do</strong>ria, passagens sobre contatos telefônicos nosquais se comenta sobre propina, comprometen<strong>do</strong> o ex-Prefeito SERGIO PINAFI e FRAN-CISCO EMÍLIO, boa parte, das conversas entre o LUIS PAULO e o CHICO (em fls. 1442,1443, 1445, 1451 e 2208 lê-se conversas sugestivas <strong>de</strong> propina; em fls. 1446 sugere-se umnegócio ilícito, e <strong>de</strong> vulto). Sobre essa última passagem, refere-se a uma conversa entre Luis<strong>Paulo</strong> (LP – sigla em fls. 1462) e Carlos Eduar<strong>do</strong> (CE – sigla em fls. 1461). Cito um trecho da<strong>de</strong>gravação, <strong>de</strong> fls. 1446):CE – O cara é novo, vinte e poucos anos, vinte e sete anos, boyzinho.LP – Há, ta bom.CE – Ele, cê vai dar quinhentão pra ele, ele vai tomar quinze, <strong>de</strong>z milhões.LP – Tá bom.CE – Com quinhentão, nós vamos tomar <strong>de</strong>z milhões.Reporto-me novamente à conversa <strong>de</strong> fls. fls. 2305, <strong>do</strong> Feito 18/06, datada <strong>de</strong>08/05/07, citada no início <strong>de</strong>sta sentença (tópico <strong>de</strong> introdução), a <strong>de</strong>monstrar a amplitu<strong>de</strong><strong>do</strong> esquema <strong>de</strong> corrupção, quan<strong>do</strong> o réu JOVEM MIRAS, tiran<strong>do</strong> graça <strong>de</strong> on<strong>de</strong> só se temconsternação, fala da quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> prefeitos envolvi<strong>do</strong>s, dizen<strong>do</strong> que teriam que pegar umônibus para pegar a to<strong>do</strong>s.Outra passagem a merecer nota é a <strong>do</strong> Secretário <strong>de</strong> Planejamento <strong>de</strong> Presi<strong>de</strong>ntePru<strong>de</strong>nte, MILTON IKEUCHI, flagra<strong>do</strong> pedin<strong>do</strong>, por telefone, R$ 3.000,00 para o réu CHIQUI-NHO, justifican<strong>do</strong> a ele que o juiz havia corta<strong>do</strong> R$ 2.750,00 <strong>de</strong> seu salário.Milton Ikeuchi, então Secretário <strong>de</strong> Planejamento <strong>do</strong> Município <strong>de</strong> Presi<strong>de</strong>nte Pru<strong>de</strong>nte,pediu <strong>de</strong>missão logo após a divulgação pela imprensa das notícias relacionadas aocaso, o que foi aceito pelo então Prefeito Agripino Lima.Fez o Dr. Promotor <strong>de</strong> Justiça uma passagem histórica sobre prefeitos da região afasta<strong>do</strong>s<strong>do</strong> cargo por medidas cautelares concedidas em ações civis por atos <strong>de</strong> improbida<strong>de</strong>administrativa ajuizadas pelo Ministério Público <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, bem como renúncias<strong>de</strong> outros, assim como o verea<strong>do</strong>r Roni Von Góes <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong>.A testemunha Hélio disse ter obti<strong>do</strong> <strong>de</strong> FRANCISCO a informação <strong>de</strong> que os valorespagos aos prefeitos da região, como propina, era por unida<strong>de</strong>, por casa, no valor <strong>de</strong> R$850,00 (fls. 6236).Comprova<strong>do</strong>, por prova <strong>do</strong>cumental (recibos e livro caixa), interceptação telefônica etestemunhal, a propina.O réu EDSON MENEZES, proprietário <strong>de</strong> empresa Êxo<strong>do</strong> e presi<strong>de</strong>nte da associaçãoHABITAR, pessoa muito próxima <strong>do</strong> réu FRANCISCO, <strong>de</strong>clarou ter leva<strong>do</strong>, diversas vezes,dinheiro no diretório político <strong>de</strong> Mauro Bragato. Essa <strong>de</strong>claração foi colhida tanto na polícia(fls. 6232/6233) como em juízo (fls. 7440). Eis trechos da <strong>de</strong>claração em juízo:“Recebeu a incumbência <strong>de</strong> próprio <strong>de</strong>nuncia<strong>do</strong> FRANCISCO para entregar um envelopecom dinheiro no diretório <strong>do</strong> político Mauro Bragato. Na ocasião entregou o envelopepara a pessoa <strong>de</strong> AVANCINI. Alega que assim agiu várias vezes e o <strong>de</strong>stinatário <strong>do</strong> dinheirosegun<strong>do</strong> a <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Francisco era o próprio Avancini. O dinheiro sempre estava emenvelope lacra<strong>do</strong>, razão pela qual não sabia a quantida<strong>de</strong>. Pelo que sabe Avancini é umaespécie <strong>de</strong> tesoureiro <strong>do</strong> diretório ou parti<strong>do</strong>. Assim, agia, levan<strong>do</strong> sempre os envelopes comdinheiro, porque fazia parte <strong>do</strong> parti<strong>do</strong> e conhecia as pessoas. Francisco nunca explicou aointerrogan<strong>do</strong> a razão da remessa <strong>de</strong> envelopes com dinheiro. Alega que essas remessas <strong>de</strong>dinheiro ao parti<strong>do</strong> político Mauro Bragato ocorreram por aproximadamente 03 anos. Noenvelope não havia qualquer anotação. As entregas que fez <strong>de</strong> dinheiro foram sempre nodiretório <strong>do</strong> parti<strong>do</strong>. A primeira se<strong>de</strong> <strong>do</strong> escritório <strong>do</strong> parti<strong>do</strong> ficava atrás <strong>de</strong> uma igreja, <strong>do</strong>outro la<strong>do</strong> da linha, e o escritório atual perto da loja Sonetec” (fls. 7440).Declarou o réu EDSON MENESES, o proprietário da empresa “Jovan ConstrutoraLtda”3, ter ouvi<strong>do</strong> <strong>do</strong> próprio réu CARLOS EDUARDO SAMPAIO KAUFFMAN que o grupofazia pagamentos aos prefeitos da região no esquema da frau<strong>de</strong> às licitações (fls. 2698).Disse, mais, ter ouvi<strong>do</strong> comentários <strong>de</strong> que o réu FRANCISCO fazia os pagamentos aos prefeitospor cada unida<strong>de</strong> habitacional construída (mesma folha citada).É <strong>do</strong>s autos que o esquema <strong>de</strong> propina rompeu fronteiras, alastran<strong>do</strong>-se por diversosmunicípios, como pincela<strong>do</strong> acima. A citar que no dia 03 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 2007, por exemplo,os réus Luis <strong>Paulo</strong> e Francisco Emílio conversaram sobre o pagamento <strong>de</strong> propina ao Prefeito<strong>de</strong> Iepê, Faiad Habib Zakir, na importância <strong>de</strong> R$ 6.000,00 (seis mil reais) (fls. 1510, vol.VIII, feito n. 18/06).Estão nos autos, também, recibos junta<strong>do</strong>s às fls. 4363/4369 revelan<strong>do</strong> pagamentomensal <strong>de</strong> propinas ao réu Mario Antônio Dale Ve<strong>do</strong>ve Moreno (da empresa “LBR-Tjofran”),feito diretamente pelo acusa<strong>do</strong> Jovem Marcos, no perío<strong>do</strong> compreendi<strong>do</strong> entre os meses <strong>de</strong>janeiro a <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2006.Seguramente <strong>de</strong>monstra<strong>do</strong> que houve um gran<strong>de</strong> esquema <strong>de</strong> pagamento <strong>de</strong> propinas.ACUSAÇÕES:A <strong>de</strong>núncia atribui vários <strong>de</strong>litos, distribuin<strong>do</strong>-os aos réus <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com participaçõesindividuais, bem individualizan<strong>do</strong> as condutas e as enquadran<strong>do</strong> nos tipos penaisrespectivos.


sába<strong>do</strong>, 28 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 2009 Diário Oficial Po<strong>de</strong>r Legislativo <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, 119 (222) – Suplemento – 45Conta a acusação com o crime tipifica<strong>do</strong> no artigo 288 <strong>do</strong> CP (formação <strong>de</strong> quadrilha),artigos 90 e 96 da Lei n. 8.666/93 (frau<strong>de</strong> à licitação), artigo 299 <strong>do</strong> CP (falsida<strong>de</strong>i<strong>de</strong>ológica), artigo 298 <strong>do</strong> CP (falsificação <strong>de</strong> <strong>do</strong>cumento particular); o artigo 1º, incisos V eVI, da Lei 9.613/98 (lavagem <strong>de</strong> dinheiro) e artigo 1º, I, <strong>do</strong> Decreto-lei n. 201/67 (crime <strong>de</strong>responsabilida<strong>de</strong>).Faço consi<strong>de</strong>rações sobre o concurso <strong>de</strong> crimes atribuí<strong>do</strong>s, analisan<strong>do</strong> eventual conflito<strong>de</strong> normas, uma das teses <strong>de</strong>fensivas.Da acusação <strong>de</strong> crime <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong>:Inicio este ponto colocan<strong>do</strong> ser <strong>de</strong> entendimento pacífico no Supremo TribunalFe<strong>de</strong>ral que é admissível a <strong>de</strong>núncia contra terceiro em co-autoria com Prefeito Municipal econtra quem é promovida ação penal infração prevista no artigo 1º <strong>de</strong> Decreto-lei nº 201/67(crime <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong>) (a citar, STF-RHC, Rel. Min. Oscar Correia, RT 603/464).No presente caso, porém, respon<strong>de</strong>n<strong>do</strong> os <strong>de</strong>mais réus (alguns) especificamente portipos penais próprios da frau<strong>de</strong> à licitação, não será estendi<strong>do</strong> a eles o crime <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong>,acusação essa que se restringirá ao ex-Prefeito Municipal.Quanto ao ex-Prefeito Municipal, no caso o réu SERGIO PINAFFI, subsiste, em tese, aacusação <strong>do</strong> concurso <strong>de</strong> frau<strong>de</strong> à licitação e crime <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong>.Enfrentou o Superior Tribunal <strong>de</strong> Justiça a discussão sobre o concurso <strong>de</strong> crimeenvolven<strong>do</strong> prefeitos atinente ao crime <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> cumula<strong>do</strong> com outros tipospenais previstos em outras leis, concluin<strong>do</strong> pela ocorrência <strong>do</strong> concurso <strong>de</strong> crimes.Pela didática da <strong>de</strong>cisão, transcreverei alguns trechos, dispensan<strong>do</strong>-se, pela clareza<strong>de</strong> redação, comentários.A ementa:“O Prefeito Municipal, como or<strong>de</strong>na<strong>do</strong>r <strong>de</strong> <strong>de</strong>spesas, não po<strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> ser responsabiliza<strong>do</strong>criminalmente, nos termos <strong>do</strong> artigo 89, da Lei nº 8.666/93, quan<strong>do</strong> burla aexigência <strong>de</strong> licitação, através <strong>de</strong> expedientes fraudulentos, como o fracionamento <strong>de</strong> <strong>de</strong>spesaou, ainda, quan<strong>do</strong> frauda o próprio certame, com propostas conten<strong>do</strong> data anterior à<strong>do</strong> convite, condutas estas, a<strong>de</strong>mais, diversas da <strong>de</strong>scrita no artigo 1º, XI, <strong>do</strong> Decreto-Lei nº201/67, pelo que não há falar em bis in i<strong>de</strong>m.”No corpo <strong>do</strong> acórdão lê-se:“Não pertine, igualmente, o argumento recursal <strong>de</strong> que a con<strong>de</strong>nação <strong>do</strong> apelantepor violação <strong>do</strong> artigo 89 da Lei nº 8.666/93, concomitantemente com a con<strong>de</strong>nação emdispositivos <strong>do</strong> Dec.-Lei nº 201/67, teria configura<strong>do</strong> uma dualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sanções penais pelomesmo fato, eis que tanto a imposição, ao mesmo, <strong>de</strong> reprimendas capituladas no estatutoregula<strong>do</strong>r <strong>do</strong>s crimes <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>u-se à vista da incidência <strong>de</strong> hipóteses antijurídicasabsolutamente diversas, quanto o dispositivo <strong>de</strong> lei sanciona<strong>do</strong>ra remanescente prevê,<strong>de</strong> mo<strong>do</strong> expresso, no seu artigo 82, que as penas correspon<strong>de</strong>ntes aplicam-se sem prejuízo<strong>de</strong> outras responsabilida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> agente, nos campos civil e penal.O Prefeito Municipal, contu<strong>do</strong>, como or<strong>de</strong>na<strong>do</strong>r <strong>de</strong> <strong>de</strong>spesas, não po<strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> serresponsabiliza<strong>do</strong> criminalmente quan<strong>do</strong> burla a exigência <strong>de</strong> licitação, através <strong>de</strong> expedientesfraudulentos, como o fracionamento da <strong>de</strong>spesa ou, ainda, quan<strong>do</strong> frauda o próprio certame,com propostas conten<strong>do</strong> data anterior à <strong>do</strong> convite, ten<strong>do</strong> em vista que tais condutasestão <strong>de</strong>finidas em outra Lei fe<strong>de</strong>ral como crimes (artigo 89, da Lei nº 8.666/76).É certo que se <strong>de</strong>terminada conduta estiver igualmente <strong>de</strong>scrita em duas leis comocrime, haverá <strong>de</strong> se aplicar a que tiver cunho especial para a hipótese, o que não é o caso,pois, vale repetir, os fatos atribuí<strong>do</strong>s ao réu e pelos quais restou con<strong>de</strong>na<strong>do</strong> estão previstosapenas na Lei nº 8.666/93 (STJ, 5ª T., RE nº 504.785 - PB (2002/0174356-9), Rel. Min. JoséArnal<strong>do</strong> da Fonseca, j. <strong>de</strong> 02.10.03, DJ 28.10.03).Admitida, em tese, o concurso <strong>de</strong> crimes com relação ao ex-Prefeito Municipal, réuSÉRGIO PINAFFI, no mérito o veredicto é pela improcedência.Pelos atos pratica<strong>do</strong>s, praticou o réu SERGIO crime <strong>de</strong> associação em quadrilha,frau<strong>de</strong> à licitação (art. 90 da Lei n. 8.666/93) e corrupção passiva (art. 317 <strong>do</strong> CP). Não sesustenta, contu<strong>do</strong>, a acusação <strong>de</strong> <strong>de</strong>svio <strong>de</strong> dinheiro público.Repisan<strong>do</strong>, pelos atos pratica<strong>do</strong>s incorreu PINAFFI em concursos <strong>de</strong> crimes bem <strong>de</strong>fini<strong>do</strong>s,autônomos. Não enten<strong>do</strong>, porém, ter se apropria<strong>do</strong> ou <strong>de</strong>svia<strong>do</strong> renda pública. Ele secorrompeu e por será puni<strong>do</strong> pelas frau<strong>de</strong>s e corrupção, além da associação em quadrilha.Frau<strong>de</strong>s à licitação:O procedimento licitatório visa selecionar a proposta mais vantajosa para o contrato<strong>de</strong> seu interesse, propician<strong>do</strong> igual oportunida<strong>de</strong> a to<strong>do</strong>s os interessa<strong>do</strong>s e atuan<strong>do</strong> comofator <strong>de</strong> eficiência e moralida<strong>de</strong> nos negócios administrativos.Da acusação <strong>do</strong> crime previsto no artigo 90 e 96 da Lei 8.666/93:No particular <strong>do</strong>s crimes previstos na Lei 8.666/93 (crimes <strong>de</strong> frau<strong>de</strong> à licitação),foram alguns réus <strong>de</strong>nuncia<strong>do</strong>s no artigo 90 e 96. Subsiste somente a tipificação legal <strong>do</strong>artigo 90. Não constou da <strong>de</strong>núncia em qual inciso <strong>do</strong> artigo 96 estariam os réus incursos, oque era imprescindível para que eles pu<strong>de</strong>ssem se <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r. A omissão inviabilizou a <strong>de</strong>fesa.Trata-se, o <strong>de</strong>lito <strong>do</strong> artigo 96, <strong>de</strong> <strong>de</strong>lito <strong>de</strong> ação múltipla ou plurissubsistente, exigin<strong>do</strong>-sea ligação da conduta <strong>do</strong> agente a uma das hipóteses previstas nos incisos.Não se extrain<strong>do</strong>, da <strong>de</strong>núncia, o fato criminoso previsto no artigo 96 da Lei n.8.666/93, com seus elementos constitutivos <strong>do</strong> tipo penal, não se autorizar dar-se nova<strong>de</strong>finição legal na sentença. E o momento processual, vencida a produção <strong>de</strong> provas emprocesso por <strong>de</strong>mais longo e complexo, não é mais viável para um aditamento da <strong>de</strong>núncia,não se recomendan<strong>do</strong> a aplicação <strong>do</strong> artigo 384 <strong>do</strong> CPP, impon<strong>do</strong>-se, neste particular, oreconhecimento <strong>de</strong> inépcia <strong>de</strong>ssa acusação, fato que não prejudica o julgamento <strong>do</strong> méritodas <strong>de</strong>mais acusações, solução a<strong>do</strong>tada pela Corte Maior <strong>de</strong>ste país4.Tivessem presentes os elementos <strong>do</strong> crime previsto no Artigo 96 da Lei 8.666/93,seria analisa<strong>do</strong> eventual concurso <strong>de</strong> crimes com a <strong>do</strong> artigo 905.Quanto a acusação <strong>do</strong> artigo 90 da Lei n. 8.666/93, está comprovada nos autos,transbordan<strong>do</strong> <strong>do</strong>s autos as provas. Os elementos <strong>de</strong> convicção foram discorri<strong>do</strong>s acima econtinuarão a ser discorri<strong>do</strong>s na sequência <strong>de</strong>sta sentença, neste mesmo tópico.E por este <strong>de</strong>lito respon<strong>de</strong>m to<strong>do</strong>s integrantes da quadrilha que tiveram participação,condutas relevantes para o êxito <strong>do</strong> esquema criminoso.Como já <strong>de</strong>cidi<strong>do</strong> pela Augusta Quarta Câmara <strong>do</strong> Egrégio Tribunal <strong>de</strong> Justiça <strong>de</strong><strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, aludin<strong>do</strong> ao julga<strong>do</strong> inserto na RT 504/296, “tu<strong>do</strong> quan<strong>do</strong> é pratica<strong>do</strong> para queo evento se produza, é causa indivisível <strong>de</strong>le. Há na participação criminosa uma associação<strong>de</strong> causas conscientes, uma convergência <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> que são, no seu incindível conjunto,a causa única <strong>do</strong> evento e, portanto, a cada uma das forças concorrentes <strong>de</strong>ve ser atribuída,solidariamente, a responsabilida<strong>de</strong> pelo to<strong>do</strong>” (Ap. Criminal nº 172.341-3/8, Rel. Des. CerqueiraLeite, julg. 11.11.94).Em outro julga<strong>do</strong>, compila<strong>do</strong> da jurisprudência <strong>do</strong> Tribunal <strong>de</strong> Justiça <strong>do</strong> EspíritoSanto, assentou-se que “para a caracterização da co-autoria no concurso <strong>de</strong> pessoas, énecessário somente a colaboração <strong>do</strong> agente para o <strong>de</strong>slin<strong>de</strong> da prática <strong>de</strong>lituosa, inexigin<strong>do</strong>que to<strong>do</strong>s os participantes tenham consuma<strong>do</strong> atos típicos <strong>de</strong> execução. O emprego<strong>de</strong> arma é circunstância objetiva que agrava o roubo, e por essa razão se comunica ao coautor”(TJES – ACr. nº 048010118718 – 1ª C.Crim. – Rel. Des. Sérgio Luiz Teixeira Gama – J.14.05.2003).Didático um julga<strong>do</strong> <strong>do</strong> SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, com a autorida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisãoque lhe é diferenciada, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> nosso sistema jurídico. Cogita<strong>do</strong> julga<strong>do</strong> é da lavra <strong>do</strong>brilhante Ministro Celso <strong>de</strong> Mello: “A participação <strong>do</strong> réu no evento <strong>de</strong>lituoso, caracterizadapor ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> inequívoca colaboração material e pelo <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong> conduta previamenteajustada com os <strong>de</strong>mais agentes, torna-o suscetível <strong>de</strong> punição penal, eis que, ante a<strong>do</strong>utrina monista perfilhada pelo legisla<strong>do</strong>r, to<strong>do</strong>s os que contribuem para a integração <strong>do</strong><strong>de</strong>lito cometem o mesmo crime, pois, em tal hipótese, Há unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> crime e pluralida<strong>de</strong> <strong>de</strong>agentes (Damásio E. <strong>de</strong> Jesus, Código Penal Anota<strong>do</strong>, p. 108, 3ª ed., 1993, Saraiva) (STF –HC 71.293 – RJ – 1ª T. – Rel. Min. Celso <strong>de</strong> Mello – DJU 18.08.1995).Pela acusação <strong>do</strong> art. 90 da Lei n. 8.666/93, serão con<strong>de</strong>na<strong>do</strong>s os réus particulariza<strong>do</strong>sno tópico das posições individuais.A se dizer que sobre o crime <strong>de</strong> frau<strong>de</strong> à Tomada <strong>de</strong> Preço n.05/03, imputa<strong>do</strong> aosréus FRANCISCO EMÍLIO DE OLIVEIRA, CARLOS EDUARDO SAMPAIO KAUFFMANN, EDILENELUIZ FERREIRA, SÉRGIO PINAFFI e RICARDO MANOEL DOS SANTOS, com exceção <strong>de</strong> EDILE-NE e RICARDO, os <strong>de</strong>mais serão con<strong>de</strong>na<strong>do</strong>s.Relembran<strong>do</strong>, no dia 28 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 2003, nesta cida<strong>de</strong> e Comarca <strong>de</strong> Pirapozinho, osacusa<strong>do</strong>s Francisco Emílio <strong>de</strong> Oliveira, Carlos Eduar<strong>do</strong> Sampaio Kauffmann e Sérgio Pinaffi,fraudaram o caráter competitivo da Tomada <strong>de</strong> Preços n. 05/03, realizada para a contratação<strong>de</strong> empresa especializada em serviços técnicos <strong>de</strong> engenharia consultiva, para a administraçãoda obra e treinamento <strong>de</strong> mutirantes em canteiro e cessão <strong>de</strong> equipamentos, peloregime <strong>de</strong> autoconstrução, no empreendimento <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong> Pirapozinho “D”.A empresa vence<strong>do</strong>ra da licitação supramencionada foi a FT. Construções LTDA (fls.85/95 <strong>do</strong> I. Policial n. 116/07). Para obter tal êxito, contou com o auxílio <strong>do</strong> então Prefeito<strong>do</strong> Município <strong>de</strong> Pirapozinho, Sérgio Pinaffi, constan<strong>do</strong> <strong>do</strong> respectivo edital, a pedi<strong>do</strong> <strong>do</strong>sréus Francisco Emílio <strong>de</strong> Oliveira e Carlos Eduar<strong>do</strong> Sampaio Kauffmann, algumas exigênciasque impediram a participação <strong>de</strong> outros concorrentes.Os quesitos i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s, que frustraram o caráter competitivo da licitação, foram osseguintes: (1) exigência <strong>de</strong> acervo técnico (fls. 23 <strong>do</strong> I. Policial n. 116/07) e (2) exigência <strong>de</strong>prova <strong>de</strong> cadastro junto à CDHU, especificamente para a execução <strong>do</strong> objeto licita<strong>do</strong> “acessóriatécnica em regime <strong>de</strong> mutirão” (fls. 22 <strong>do</strong> I. Policial n. 116/07).A responsabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> réu Carlos Eduar<strong>do</strong> Sampaio Kauffmann <strong>de</strong>corre <strong>do</strong> fato <strong>de</strong>ter participa<strong>do</strong> ativamente <strong>do</strong> procedimento licitatório manifestamente fraudulento, conformese <strong>de</strong>preen<strong>de</strong> <strong>do</strong>s <strong>do</strong>cumentos junta<strong>do</strong>s às fls. 39, exigência exclusiva para essa tomada<strong>de</strong> preço.A violação da igualda<strong>de</strong> <strong>de</strong> condições vem retrata<strong>do</strong> no <strong>de</strong>poimento da testemunhaMichel Santana <strong>de</strong> Carvalho (fls. 3597/3598, vol. 18º).De se notar que nenhuma empresa concorreu com a FT. Construções LTDA (fls. 81 <strong>do</strong>I. Policial n. 116/09).A se dizer que sobre o crime <strong>de</strong> frau<strong>de</strong> à Tomada <strong>de</strong> Preço n.07/04, imputa<strong>do</strong> aosréus FRANCISCO EMÍLIO DE OLIVEIRA, CARLOS EDUARDO SAMPAIO KAUFFMANN, EDILENELUIZ FERREIRA, SÉRGIO PINAFFI e CLAUDEMIR ANTONIO DE MATOS, com exceção <strong>de</strong> EDI-LENE e CLAUDEMIR, os <strong>de</strong>mais serão con<strong>de</strong>na<strong>do</strong>s.No dia 29 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 2004, nesta cida<strong>de</strong> e Comarca <strong>de</strong> Pirapozinho, os acusa<strong>do</strong>sFrancisco Emílio <strong>de</strong> Oliveira, Carlos Eduar<strong>do</strong> Sampaio Kauffmann e Sérgio Pinaffi, fraudaramo caráter competitivo da Carta-Convite n.º 07/04, realizada para a contratação da empresapara prestação serviços <strong>de</strong> Terraplanagem no empreendimento <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong> Pirapozinho“D”.Extrai-se <strong>do</strong>s autos que o serviço <strong>de</strong> terraplanagem no empreendimento Pirapozinho“D” foi fraciona<strong>do</strong>, ilegalmente, com as or<strong>de</strong>ns <strong>do</strong> réu Sérgio Pinaffi, então prefeito municipal,com o objetivo <strong>de</strong> reduzir o valor <strong>do</strong>s contratos e, por conseguinte, afastar a exigênciada licitação na modalida<strong>de</strong> tomada <strong>de</strong> preços. Afastada ilicitamente a exigência da tomada<strong>de</strong> preços, foi promovi<strong>do</strong>, com a participação <strong>do</strong>s co-réus Francisco Emílio <strong>de</strong> Oliveira e CarlosEduar<strong>do</strong> Sampaio Kauffmann, <strong>do</strong>is simulacros <strong>de</strong> Cartas-Convites (07/04 e 02/05), queforam vencidas pela FT Construções LTDA.Nesse contexto, a primeira carta-convite (n.º 07/04) teve por objeto a contratação<strong>de</strong> empresa <strong>de</strong> terraplanagem para executar o serviço nas quadras D, E, G, H e I, todas<strong>do</strong> empreendimento <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong> “Pirapozinho D” (fls. 1472/1474- vol. 8º). Já a segundacarta-convite (n.º 02/05), teve por objeto a contratação <strong>de</strong> empresa <strong>de</strong> terraplanagem paraexecutar o serviço nas quadras A, B, C e J, <strong>do</strong> mesmo empreendimento “Pirapozinho D” (fls.1531/1533, vol. 8º).O fracionamento da licitação configurou manobra manifestamente fraudulenta. É<strong>do</strong>s autos, ainda, que houve frau<strong>de</strong> na Carta-convite nº. 07/04, consistente na falsificaçãoda assinatura <strong>de</strong> José Carlos Delfino (fls. 1461/1462), representante <strong>de</strong> uma das empresassupostamente convidadas, Delfino & Sá Construções LTDA. Noticia-se que a falsificaçãoda assinatura <strong>de</strong> José Carlos Delfino ocorreu tanto no recibo <strong>de</strong> entrega da carta-convite(1481), como na respectiva proposta (fls. 1493), afirmação que se po<strong>de</strong> tirar <strong>do</strong> <strong>de</strong>poimentoda testemunha José Carlos Delfino (fls. 1461/1462) e da comparação das assinaturas lançadasnos <strong>do</strong>cumentos supracita<strong>do</strong>s com o material gráfico por ele forneci<strong>do</strong> às fls.1463/1464.Outra frau<strong>de</strong> <strong>de</strong>u-se com a Carta-Convite n. 02/05. Por esse <strong>de</strong>lito há provas paraa con<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> FRANCISCO EMÍLIO DE OLIVEIRA, CARLOS EDUARDO SAMPAIO KAUFF-MANN, SÉRGIO PINAFFI e SIDNEI FLORES.Pela Carta-Convite n.º 02/05 realizou-se a contratação da empresa que prestou serviço<strong>de</strong> Terraplanagem no empreendimento Pirapozinho “D”. Teve por objeto a contratação<strong>de</strong> empresa para a execução <strong>de</strong> tal serviço nas quadras A, B, C e J, <strong>do</strong> referi<strong>do</strong> conjuntohabitacional (fls. 1531/1533, vol. 8º).


46 – <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, 119 (222) – Suplemento Diário Oficial Po<strong>de</strong>r Legislativo sába<strong>do</strong>, 28 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 2009As empresas participantes foram <strong>do</strong> grupo FT (já <strong>de</strong>staca<strong>do</strong> em quadro acima), nocaso a Tibet Comércio e Construções LTDA, Coimbrater Serviços <strong>de</strong> Terraplanagem e Const.LTDA e FT. Construções e Comércio Tarabai LTDA.Venceu a FT a carta-convite <strong>de</strong> nº 02/05, concorren<strong>do</strong> com a empresa “Tibet” e“Coimbrater”. Conforme informa<strong>do</strong> pelo próprio <strong>do</strong>no da FT, o réu FRANCISCO, teve participaçãona empresa “Tibet” e a “Coimbrater” já teve como sócia sua esposa (fls. 7143),escancaran<strong>do</strong> que as licitações foram “<strong>de</strong> fachada”, organizadas e conduzidas pela organização,em flagrante frau<strong>de</strong> ao caráter competitivo <strong>do</strong> certame.Foi a Carta-convite n.º 02/05 expedida pelo <strong>de</strong>nuncia<strong>do</strong> Sidnei Flores <strong>do</strong>s Santos (fls.1550), aten<strong>de</strong>n<strong>do</strong> a <strong>de</strong>terminações <strong>do</strong> então prefeito municipal Sérgio Pinaffi.Outra frau<strong>de</strong> <strong>de</strong>u-se com a Carta-Convite n. 04/06. Por esse <strong>de</strong>lito há provas paraa con<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> FRANCISCO EMÍLIO DE OLIVEIRA, CARLOS EDUARDO SAMPAIO KAUFF-MANN, SÉRGIO PINAFFI, DEJAIR BISTAFFA e OSVALDO JOSÉ VANCINE.Apurou-se que no dia 17 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 2006, os réus supracita<strong>do</strong>s, fraudaram o carátercompetitivo da Carta-convite n.º 04/06, realizada para a contratação <strong>de</strong> empresa especializadapara prestação <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> administração <strong>de</strong> obra e treinamento <strong>de</strong> mutirantesem canteiro <strong>do</strong> empreendimento <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong> Pirapozinho “E”.O acusa<strong>do</strong> Osval<strong>do</strong> José Vancine (representante <strong>de</strong> uma das empresas convidadas,a saber, Jovan Construtora LTDA) confessou, tanto na fase inquisitiva (fls. 2697/2699 – vol.14º), como em juízo (fls. 7428/7429 = vol. 38º), que assinou a proposta da Carta-conviten. 04/06 da Prefeitura <strong>de</strong> Pirapozinho (fls. 349 <strong>do</strong> I. Policial n. 116/07 – vol. II), a pedi<strong>do</strong> <strong>de</strong>Carlos Eduar<strong>do</strong> Sampaio Kauffmann, administra<strong>do</strong>r da FT Construções LTDA, que lhe haviaprometi<strong>do</strong> comprar sua empresa. Pela pertinência, transcrevemos importante trecho <strong>de</strong> seuinterrogatório judicial.No tópico “posições individuais” transcrevo trecho das <strong>de</strong>clarações.O réu Afonso Jorge Martinho Jeronymo, (representante da outra empresa convidada:AJMJ – Engenharia Comércio e Serviços LTDA), interroga<strong>do</strong> na fase inquisitiva (fls.2700/2701 – vol. 14º), afirmou que nunca participou <strong>de</strong> licitação na modalida<strong>de</strong> cartaconvitepara assessoria técnica, gerenciamento <strong>de</strong> obra, com treinamento <strong>de</strong> mutirantes ecessão <strong>de</strong> ferramentas em Pirapozinho. Na ocasião, quan<strong>do</strong> a autorida<strong>de</strong> policial lhe exibiuo recibo <strong>de</strong> entrega (fls. 346 <strong>do</strong> I. Policial n. 116/07 – vol. II) e a respectiva proposta da suaempresa (fls. 351 <strong>do</strong> I. Policial n. 116/07 – vol. II) na Carta-Convite n. 04/06 da PrefeituraMunicipal <strong>de</strong> Pipapozinho, o acusa<strong>do</strong> asseverou peremptoriamente que as assinaturas alilançadas não eram suas. Disse mais, que tais <strong>do</strong>cumentos eram falsos, pois que nunca haviapreenchi<strong>do</strong> tal carta-convite, tampouco recebi<strong>do</strong> tal <strong>do</strong>cumento. Segun<strong>do</strong> o acusa<strong>do</strong>, trabalhavasozinho em sua empresa, e não possuía funcionários, nem representantes. Afirmou,ainda, que não foi procura<strong>do</strong> para lançar da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> sua empresa na citada carta-convite. A<strong>de</strong>speito da negativa <strong>do</strong> acusa<strong>do</strong> Afonso Jorge Martinho Jorge Jeronymo, o lau<strong>do</strong> <strong>de</strong> examepericial junta<strong>do</strong> às fls. 2161/2168 (vol. 11) comprova que a assinatura lançada na propostada empresa AJMJ – Engenharia Comércio e Serviços LTDA na Carta-Convite n. 04/04 partiu<strong>de</strong> seu punho. Por outro la<strong>do</strong>, o mesmo lau<strong>do</strong> <strong>de</strong> exame pericial concluiu: (1) que as assinaturasconstantes <strong>do</strong>s recibos <strong>de</strong> entrega da Carta-Convite n. 04/06 não partiram <strong>do</strong>s punhos<strong>do</strong>s réus Osval<strong>do</strong> José Vancine e Afonso Jorge Martinho Jeronymo; (2) que a assinatura lançadana proposta da empresa Jovan Construtora LTDA partiu <strong>do</strong> punho <strong>do</strong> acusa<strong>do</strong> Osval<strong>do</strong>José Vancine. Os resulta<strong>do</strong>s colhi<strong>do</strong>s no referi<strong>do</strong> lau<strong>do</strong> <strong>de</strong> exame pericial corroboram a<strong>de</strong>lação <strong>do</strong> acusa<strong>do</strong> Osval<strong>do</strong> José Vancine e infirmam as negativas <strong>do</strong> réu Afonso Jorge MartinhoJeronymo quan<strong>do</strong> interroga<strong>do</strong> pela autorida<strong>de</strong> policial.Decerto por isso mesmo, ao ser interroga<strong>do</strong> em juízo, já ciente <strong>do</strong> resulta<strong>do</strong> <strong>do</strong>cita<strong>do</strong> lau<strong>do</strong>, Afonso Jorge Martinho Jeronymo apresentou versão diferente. Disse que emrelação ao <strong>do</strong>cumento a ele apresenta<strong>do</strong> pela autorida<strong>de</strong> policial, relativo à proposta <strong>de</strong>sua empresa na Carta-Convite n. 04/06 <strong>de</strong> Pirapozinho, como a assinatura estava bastantefraca, não pô<strong>de</strong> concluir se era sua, ten<strong>do</strong> dito ao <strong>de</strong>lega<strong>do</strong> que não po<strong>de</strong>ria reconhecê-la.De se concluir que os réus Osval<strong>do</strong> e Afonso não receberam, pessoalmente, a cartaconviteem comento, pois que nem estiveram na se<strong>de</strong> da Prefeitura <strong>de</strong> Pirapozinho, nãoparticipan<strong>do</strong>, efetivamente, da referida licitação.A frau<strong>de</strong> foi praticada com o consentimento e conivência <strong>do</strong>s acusa<strong>do</strong>s Sérgio Pinaffi,então Prefeito Municipal e Dejair Bistaffa, então chefe <strong>do</strong> setor <strong>de</strong> compras e encarrega<strong>do</strong><strong>de</strong> entregar as cartas-convite.De fato, enquanto o acusa<strong>do</strong> Sérgio Pinaffi foi corrompi<strong>do</strong> pelo grupo para viabilizara frau<strong>de</strong> em questão, <strong>de</strong>terminou ao réu Dejair Bistaffa que colaborasse no esquema fraudulento,simulan<strong>do</strong> a entrega das cartas-convite às empresas por ele indicadas (fls. 341/346<strong>do</strong> I. Policial 116/07, vol. II).Outra frau<strong>de</strong> <strong>de</strong>u-se com a Carta-Convite n. 10/06. Por esse <strong>de</strong>lito há provas paraa con<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> FRANCISCO EMÍLIO DE OLIVEIRA, CARLOS EDUARDO SAMPAIO KAUFF-MANN, SÉRGIO PINAFFI, DEJAIR BISTAFFA e OSVALDO JOSÉ VANCINE.Refere-se a frau<strong>de</strong> ao fato <strong>do</strong> dia 02 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 2006, sobre o caráter competitivoda Carta-convite n.º 10/06, realizada para a contratação <strong>de</strong> empresa especializada paraprestação <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> administração <strong>de</strong> obra e treinamento <strong>de</strong> mutirantes em canteiro <strong>do</strong>empreendimento <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong> Pirapozinho “E2”.É <strong>do</strong>s autos que os réus nomina<strong>do</strong>s supra, para lograrem fraudar o caráter competitivoda Carta-convite n. 10/06, utilizaram-se <strong>do</strong> mesmo modus operandi emprega<strong>do</strong> nafrau<strong>de</strong> da carta-convite n. 04/06 (tópico nº 05).O réu Osval<strong>do</strong> José Vancine, (representante <strong>de</strong> uma das empresas convidadas, asaber, Jovan Construtora LTDA) confessou, tanto na fase inquisitiva (fls. 2697/2699 – vol.14º), como em juízo (fls. 7428/7429 = vol. 38º), que assinou a proposta da Carta-conviten. 10/06 da Prefeitura <strong>de</strong> Pirapozinho (fls. 349 <strong>do</strong> I. Policial n. 116/07 – vol. II), a pedi<strong>do</strong> <strong>de</strong>Carlos Eduar<strong>do</strong> Sampaio Kauffmann, administra<strong>do</strong>r da FT Construções LTDA, que lhe haviaprometi<strong>do</strong> comprar sua empresa.A empresa <strong>do</strong> acusa<strong>do</strong> Afonso Jorge Martinho Jeronymo (AJMJ Engenharia Comércioe Serviços LTDA) foi utilizada pelo <strong>de</strong>nuncia<strong>do</strong> Carlos Eduar<strong>do</strong> Sampaio Kauffmann,como uma das firmas convidadas, com utilização <strong>de</strong> carimbo e falsificação <strong>de</strong> assinatura noenvelope <strong>de</strong> proposta, como faz prova o lau<strong>do</strong> <strong>de</strong> exame pericial junta<strong>do</strong> às fls. 2163/2168,<strong>do</strong> qual se infere que a assinatura da proposta apresentada pela empresa AJMJ – EngenhariaComércio e Serviços LTDA não partiu <strong>do</strong> punho <strong>do</strong> acusa<strong>do</strong> Afonso Jorge MartinhoJeronymo.O cita<strong>do</strong> lau<strong>do</strong> <strong>de</strong> exame pericial <strong>de</strong>monstra, outrossim, que os acusa<strong>do</strong>s Osval<strong>do</strong>José Vancine e Afonso Jorge Martinho Jeronymo não receberam, pessoalmente, a carta-conviteem comento, pois que nem se dirigiram à se<strong>de</strong> da Prefeitura <strong>de</strong> Pirapozinho, não participan<strong>do</strong>,efetivamente, da referida licitação. Com efeito, os peritos subscritores <strong>do</strong> lau<strong>do</strong> emcomento concluíram que as assinaturas constantes <strong>do</strong>s recibos <strong>de</strong> entrega da Carta-conviten. 10/06 não partiram <strong>do</strong>s punhos <strong>do</strong>s <strong>de</strong>nuncia<strong>do</strong>s Osval<strong>do</strong> José Vancine e Afonso JorgeMartinho Jeronymo (cf. fls. 2162/2168).Por outro la<strong>do</strong>, restou comprova<strong>do</strong> que o acusa<strong>do</strong> Sérgio Pinaffi foi corrompi<strong>do</strong> pelogrupo para viabilizar a frau<strong>de</strong> em questão, <strong>de</strong>terminan<strong>do</strong> ao réu Dejair Bistaffa que colaborasseno esquema fraudulento, simulan<strong>do</strong> a entrega das cartas-convite às empresas por eleindicadas (fls. 818; 820 e 822 <strong>do</strong> I. Policial 116/07, vol. V).Outra frau<strong>de</strong> <strong>de</strong>u-se com a Carta-Convite n. 14/06. Por esse <strong>de</strong>lito há provas para acon<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> FRANCISCO EMÍLIO DE OLIVEIRA, ARTHUR SAMPAIO KAUFFMANN, SÉRGIOPINAFFI e SIDNEI FLORES DEJAIR BISTAFFA.Refere-se a frau<strong>de</strong> ao fato <strong>do</strong> dia 12 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 2006, sobre o caráter competitivoda Carta-convite n.º 14/06, realizada para a contratação <strong>de</strong> empresa com mão-<strong>de</strong>-obra, efornecimento <strong>de</strong> materiais para execução <strong>de</strong> re<strong>de</strong> <strong>de</strong> água, re<strong>de</strong> coletora <strong>de</strong> esgoto e linha<strong>de</strong> recalque no Conjunto Habitacional Pirapozinho “D”.Encerrada a instrução criminal, restou comprova<strong>do</strong> que a licitação em questão foifraudada pelos acusa<strong>do</strong>s em epígrafe, fato que esvaziou o caráter competitivo <strong>do</strong> certame,senão vejamos.Extrai-se <strong>do</strong>s autos que a contratação <strong>de</strong> empresa para a execução das obras <strong>de</strong>infra-estrutura <strong>de</strong> re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> adução <strong>de</strong> água, re<strong>de</strong>s coletoras <strong>de</strong> esgoto, ligações <strong>do</strong>miciliares,estação elevatória <strong>de</strong> esgoto e linha <strong>de</strong> recalque <strong>do</strong> empreendimento Pirapozinho “D” foifracionada, ilegalmente, pelo <strong>de</strong>nuncia<strong>do</strong> Sérgio Pinaffi, então prefeito municipal, com oobjetivo <strong>de</strong> reduzir o valor <strong>do</strong>s contratos e, por conseguinte, afastar a exigência da licitaçãona modalida<strong>de</strong> tomada <strong>de</strong> preços.Afastada ilicitamente a exigência da tomada <strong>de</strong> preços, os acusa<strong>do</strong>s Sérgio Pinaffi,previamente ajusta<strong>do</strong>s e em concurso com os co-réus Francisco Emílio <strong>de</strong> Oliveira e ArthurSampaio Kauffmann, promoveram <strong>do</strong>is simulacros <strong>de</strong> Cartas-Convites (14/06 e 17/06), queforam vencidas pela FT Construções LTDA.A primeira carta-convite (n.º 14/06) teve por objeto a contratação <strong>de</strong> empresacom mão-<strong>de</strong>-obra, e fornecimento <strong>de</strong> materiais, para execução <strong>de</strong> re<strong>de</strong> <strong>de</strong> água, coletora<strong>de</strong> esgoto e linha <strong>de</strong> recalque no empreendimento <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong> “Pirapozinho D” (fls.3427/3508 - vol. 18º). Já a segunda carta-convite (n.º 17/06), teve por objeto a contratação<strong>de</strong> empresa com mão-<strong>de</strong>-obra e fornecimento <strong>de</strong> materiais para a execução da estação elevatória<strong>do</strong> mesmo empreendimento “Pirapozinho D” (fls. 3509/3573, vol. 18º).O fracionamento da licitação configurou manobra manifestamente fraudulenta, poisque os serviços <strong>de</strong> engenharia contrata<strong>do</strong>s <strong>de</strong> forma separada consistem, verda<strong>de</strong>iramente,em parcelas <strong>de</strong> um mesmo serviço (conf. art. 24, inciso I, da Lei 8.666/93), consoante seinfere <strong>do</strong> teor <strong>do</strong> convênio n.º 1.03.00.00/6.00.00.00/0666/05, que integrou as duas cartasconvites supramencionadas (fls. 3447/3450 e 3517/3520, vol. 18º).Nessa linha, conforme bem observa<strong>do</strong> pela autorida<strong>de</strong> policial em seu relatório final<strong>de</strong> investigações, o valor não fraciona<strong>do</strong> <strong>do</strong> contrato, a saber, R$ 271.668,00 (duzentos esetenta e um mil, seiscentos e sessenta e oito reais)6, exigiria a tomada <strong>de</strong> preços (art. 23,inciso I, alínea “b”, da Lei 8.666/93), o que não convinha ao grupo criminoso, pois que,nesta modalida<strong>de</strong> licitatória, a publicida<strong>de</strong> e a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> real concorrência entre virtuaisinteressa<strong>do</strong>s eram inevitáveis.Tais frau<strong>de</strong>s foram praticadas com o consentimento e conivência <strong>do</strong>s acusa<strong>do</strong>sSérgio Pinaffi, então Prefeito Municipal, e Sidnei Flores, então chefe <strong>do</strong> setor <strong>de</strong> compras eencarrega<strong>do</strong> <strong>de</strong> entregar as cartas-convite (fls. 5145), que possibilitaram que a empresa FT.Construções vencesse mais um certame relaciona<strong>do</strong> ao conjunto habitacional Pirapozinho“D”.Outra frau<strong>de</strong> <strong>de</strong>u-se com a Carta-Convite n. 17/06. Por esse <strong>de</strong>lito há provas para acon<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> FRANCISCO EMÍLIO DE OLIVEIRA, ARTHUR SAMPAIO KAUFFMANN, SÉRGIOPINAFFI e SIDNEI.Refere-se a frau<strong>de</strong> ao fato <strong>do</strong> dia 26 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 2006, sobre o caráter competitivoda Carta-convite n.º 17/06, realizada para a contratação <strong>de</strong> empresa com mão-<strong>de</strong>-obra, efornecimento <strong>de</strong> materiais para execução da estação elevatória <strong>do</strong> Conjunto HabitacionalPirapozinho “D” (fls. 3509/3585, vol. 18).Esse crime constitui a segunda fase <strong>do</strong> fracionamento ilegal da licitação que tevepor objeto a contratação <strong>de</strong> empresa para execução <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> infra-estrutura noempreendimento “Pirapozinho D”, previstos no convênio n.º 1.03.00.00/6.00.00.00/0666/05(fls. 3517/3520).Extrai-se <strong>do</strong>s autos que os <strong>de</strong>nuncia<strong>do</strong>s em epígrafe, para lograrem fraudar o carátercompetitivo da Carta-convite n. 17/06, utilizaram-se <strong>do</strong> mesmo modus operandi emprega<strong>do</strong>na frau<strong>de</strong> da carta-convite n. 14/06.Os réus Afonso Jorge Martinho Jeronymo e <strong>Paulo</strong> Antônio Sarquis Pinto (fls.3587/3589, vol. 18), representantes das empresas convidadas (AJMJ – Engenharia Comércioe Serviços LTDA e Construtora Turim LTDA, respectivamente), assinaram as propostas daCarta-convite n. 17/06 da Prefeitura <strong>de</strong> Pirapozinho, a pedi<strong>do</strong> <strong>do</strong> <strong>de</strong>nuncia<strong>do</strong> Arthur SampaioKauffmann, funcionário da empresa FT. Construções, que também fora convidada aparticipar <strong>do</strong> certame.A frau<strong>de</strong> foi praticada com o consentimento e conivência <strong>do</strong>s <strong>de</strong>nuncia<strong>do</strong>s SérgioPinaffi, então Prefeito Municipal e Sidnei Flores, então chefe <strong>do</strong> setor <strong>de</strong> compras e encarrega<strong>do</strong><strong>de</strong> entregar as cartas-convites (fls. 5145, vol. 26º).Tanto na Carta-Convite n. 17/06, como na Carta-Convite n. 14/06, o acusa<strong>do</strong> SérgioPinaffi, flagra<strong>do</strong> em diversas interceptações telefônicas autorizadas pela justiça pedin<strong>do</strong>propina para o réu Francisco Emílio <strong>de</strong> Oliveira, foi quem “selecionou” as empresas convidadas(fls. 5144/5146, vol. 26º).Outra frau<strong>de</strong> <strong>de</strong>u-se com a Carta-Convite n. 02/03. Por esse <strong>de</strong>lito há provas paraa con<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> FRANCISCO EMÍLIO DE OLIVEIRA, CARLOS EDUARDO SAMPAIO KAUFF-MANN, SÉRGIO PINAFFI, ROSALY SYLVIA RAMALHO SAMPAIO e CELSO HIDEMI NISHIMOTO.Refere-se a frau<strong>de</strong> ao fato <strong>do</strong> dia 18 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2003, sobre o caráter competitivoda Carta-convite n.º 02/03, realizada para a aquisição <strong>de</strong> materiais <strong>de</strong> construção para a


sába<strong>do</strong>, 28 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 2009 Diário Oficial Po<strong>de</strong>r Legislativo <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, 119 (222) – Suplemento – 47produção <strong>de</strong> 201 (duzentos e uma) unida<strong>de</strong>s habitacionais pelo regime <strong>de</strong> autoconstrução,no empreendimento <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong> Pirapozinho “D”.Noticiam os autos uma série <strong>de</strong> artifícios fraudulentos emprega<strong>do</strong>s pela organizaçãocriminosa na Concorrência Pública n. 02/03, notadamente: (1) inserção, no edital, <strong>de</strong> lista <strong>de</strong>materiais elaborada pela organização criminosa, em quantida<strong>de</strong> superior à prevista na listaoficial da CDHU; (2) participação da empresa FT Construções LTDA no certame, por meio <strong>de</strong>suas empresas <strong>de</strong> “fachada” Rosaly Sylvia Ramalho Sampaio e Celso Hi<strong>de</strong>mi Nishimoto–ME.É certo que a empresa vence<strong>do</strong>ra da licitação para administração das obras nãopo<strong>de</strong>ria concorrer na licitação para fornecimento <strong>de</strong> cestas <strong>de</strong> materiais <strong>de</strong> construção. Istoporque uma das responsabilida<strong>de</strong>s da empresa gerencia<strong>do</strong>ra da obra consiste em controlaro consumo <strong>do</strong>s materiais, tanto <strong>do</strong> ponto <strong>de</strong> vista quantitativo, como qualitativo. Para burlartal vedação, a organização criminosa utilizou-se <strong>de</strong> empresas <strong>de</strong> “fachada”, como já discorri<strong>do</strong>em tópico acima.De início, a organização criminosa logrou êxito em vencer, mediante as frau<strong>de</strong>salhures apontadas (tópico nº. 02), a Tomada <strong>de</strong> Preços n. 05/03, que teve por objeto a contratação<strong>de</strong> uma empresa para a administração da obra e o treinamento <strong>do</strong>s mutirantes noempreendimento Pirapozinho “D”. Na seqüência, a própria FT Construções LTDA, por meio<strong>do</strong>s <strong>de</strong>nuncia<strong>do</strong>s Francisco Emílio <strong>de</strong> Oliveira e Carlos Eduar<strong>do</strong> Sampaio Kauffmann, elaborouuma planilha quantitativa superfaturada <strong>de</strong> materiais para a construção das unida<strong>de</strong>shabitacionais <strong>do</strong> empreendimento Pirapozinho “D” e fez com que os <strong>de</strong>nuncia<strong>do</strong>s SérgioPinaffi e Clau<strong>de</strong>mir Antônio <strong>de</strong> Matos inserissem tal planilha no correspon<strong>de</strong>nte edital <strong>de</strong>licitação, com o timbre da Prefeitura Municipal <strong>de</strong> Pirapozinho (fls. 140/144, vol. I, <strong>do</strong> I. Policialn. 116/07).A testemunha João Degair Favareto, engenheiro civil, funcionário público <strong>do</strong> município<strong>de</strong> Pirapozinho, encarrega<strong>do</strong> <strong>do</strong> Setor <strong>de</strong> Engenharia, <strong>de</strong>clarou tanto na fase inquisitiva(fls. 2663/2667, vol. 14), como em juízo (fls. 7921/7943, vol. 40), que a lista <strong>de</strong> materiaisque ele lançou com o timbre da Prefeitura (fls. 100/106, vol. I, <strong>do</strong> I. Policial n. 116/07) e quepassou a integrar o edital da Concorrência pública n.º 02/03, foi produzida pela própria FT.Construções LTDA, empresa encarregada da assessoria técnica da obra (fls. 2.664/2.665 -vol. 14).Em outro trecho <strong>de</strong> seu <strong>de</strong>poimento, comenta sobre a ingerência <strong>do</strong> acusa<strong>do</strong> SérgioPinaffi: “Era ele que cobrava da gente as planilhas, ‘não vieram?, o prazo é curto’, agente tinha que correr atrás da empresa para que mandasse a planilha com mais tempopra gente fazer a licitação (...) sim, realmente a gente conversou sobre isso daí, ele falou ‘aempresa tem experiência com conjuntos, vai passar certinho, não fica preocupa<strong>do</strong> não” (fls.7928/7229, vol. 40).Conforme restou apura<strong>do</strong>, inclusive pelos <strong>de</strong>poimentos da testemunha supracitada,a relação <strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> materiais a ser empregada na construção <strong>de</strong> uma unida<strong>de</strong>habitacional no regime <strong>de</strong> autoconstrução <strong>de</strong>veria ser encaminhada para a Prefeitura pelaprópria CDHU, juntamente com o convênio firma<strong>do</strong> entre tal órgão e o Município7, pois eraparte integrante <strong>de</strong>ste. Contu<strong>do</strong>, estranhamente, referida lista não foi encaminhada comoanexo ao convênio. Em seu lugar, a CDHU encaminhou uma lista <strong>de</strong> serviços, que é coisabem diferente (fls. 117/125, vol. I, <strong>do</strong> I. Policial n. 116/07). Por isso, o Município <strong>de</strong> Pirapozinhonão possuía um parâmetro seguro e fi<strong>de</strong>digno que o auxiliasse na <strong>de</strong>finição da listaglobal <strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> materiais que seriam necessários para a construção das unida<strong>de</strong>shabitacionais <strong>do</strong> empreendimento e que, por conseguinte, <strong>de</strong>veria constar <strong>do</strong> edital <strong>de</strong> licitação.Decerto que o não fornecimento da lista <strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> materiais pela CDHUconsistiu na gran<strong>de</strong> “brecha” <strong>do</strong> negócio jurídico firma<strong>do</strong> entre referida empresa pública eo Município <strong>de</strong> Pirapozinho, na medida em que viabilizou a frau<strong>de</strong> e o direcionamento daslicitações da Prefeitura para a aquisição <strong>de</strong> materiais <strong>de</strong> construção, mesmo nas modalida<strong>de</strong>slicitatórias da concorrência e <strong>do</strong> pregão.A par disso (superfaturamento <strong>de</strong> materiais licitada e da lista oficial), estranhamentenão fornecida pela CDHU, a organização criminosa possuía uma terceira lista, chamada“LIVRÃO”, esta sim utilizada pelos mestres-<strong>de</strong>-obras da FT Construções LTDA como verda<strong>de</strong>iroparâmetro <strong>de</strong> relação <strong>de</strong> materiais para a construção <strong>de</strong> uma unida<strong>de</strong> habitacional naTipologia 24–A da CDHU.Ler, a respeito, <strong>de</strong>poimento da testemunha Luiz Alves <strong>de</strong> Oliveira (fls. 7172/7174, vol.36), funcionário da FT Construções LTDA que atuou como mestre <strong>de</strong> obras na construção <strong>de</strong>casas populares da CDHU em empreendimentos nos municípios <strong>de</strong> Presi<strong>de</strong>nte Bernar<strong>de</strong>s eAlfre<strong>do</strong> Marcon<strong>de</strong>s, ambos com a mesma tipologia <strong>do</strong>s empreendimentos Pirapozinho “D”,“E” e “E2” (Tipologia 24-A).A Polícia Civil, em cumprimento <strong>de</strong> manda<strong>do</strong>s <strong>de</strong> busca e apreensão, logrou êxitoem encontrar e apreen<strong>de</strong>r os “Livrões” <strong>de</strong> vários empreendimentos administra<strong>do</strong>s pelaempresa FT Construções LTDA na região <strong>de</strong> Presi<strong>de</strong>nte Pru<strong>de</strong>nte, to<strong>do</strong>s eles da Tipologia24-A, ven<strong>do</strong>-se que a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> materiais discriminada no tópico “insumos”, consi<strong>de</strong>radacomo a necessária para a produção <strong>de</strong> uma casa, era praticamente a mesma, commínimas variações, absolutamente insignificantes.A respeito, prestou a testemunha Luiz Alves <strong>de</strong> Oliveira importantes esclarecimentos:“(...) Que afirma que o ‘livrão’ forneci<strong>do</strong> pela FT era padrão para to<strong>do</strong>s os conjuntosque eles edificavam visto que o mo<strong>de</strong>lo da casa era idêntico, com a mesma estrutura, ouseja, radier e mesma metragem(...).(...) Que o livrão tinha que ser segui<strong>do</strong> corretamente, nada po<strong>de</strong>ria ser diferente.Que nunca seguiu a planilha da Prefeitura, nunca seguiu o licita<strong>do</strong> pela prefeitura, tanto <strong>de</strong>Alfre<strong>do</strong> Marcon<strong>de</strong>s como <strong>de</strong> Presi<strong>de</strong>nte Bernar<strong>de</strong>s. Não sabe como eram feitas as planilhas<strong>do</strong>s materiais, seguia apenas o que era da<strong>do</strong> pela FT Construções. Que pelo que sabe a FTtinha obras em várias, como Pirapozinho, Mirante <strong>do</strong> Paranapanema, Alfre<strong>do</strong> Marcon<strong>de</strong>s,Presi<strong>de</strong>nte Pru<strong>de</strong>nte, Presi<strong>de</strong>nte Epitácio e Presi<strong>de</strong>nte Bernar<strong>de</strong>s, todas construíam o mesmotipo <strong>de</strong> casa, todas seguiam o mesmo ‘livrão’ (fls. 7173).A FT Construções LTDA economizava na produção das casas, <strong>de</strong>srespeitan<strong>do</strong> o projetooriginal da CDHU. Contu<strong>do</strong>, as empresas <strong>do</strong> grupo que forneciam materiais eram pagascomo se tivessem forneci<strong>do</strong> toda a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> materiais que havia si<strong>do</strong> licitada, ou seja,com base na lista superfaturada, constante <strong>do</strong> edital <strong>de</strong> licitação, produzida pela própria FTConstruções LTDA.Cientes <strong>de</strong> tu<strong>do</strong> isso, as empresas Rosaly Sylvia Ramalho Sampaio e Celso Hi<strong>de</strong>miNishimoto–ME - ambas criadas pelo grupo criminoso para burlar a vedação supramencionada8– apresentaram preços abaixo da média <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> e lograram êxito em vencera Concorrência n.02/03 (fls. 310 <strong>do</strong> IP n. 116/07), porquanto sabiam que a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong>materiais constante da planilha <strong>do</strong> edital <strong>de</strong> licitação estava superfaturada, mesmo porquesabiam, antecipadamente, que o material que <strong>de</strong>veriam fornecer seria <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> inferiorà exigida no convênio da CDHU.A simples comparação entre a lista quantitativa <strong>de</strong> materiais licitada (fls. 100/106,vol. I, <strong>do</strong> I. Policial n. 116/07) e a relação <strong>de</strong> materiais <strong>do</strong> chama<strong>do</strong> “LIVRÃO” (<strong>do</strong>cumentoem anexo), verda<strong>de</strong>ira referência da quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> materiais emprega<strong>do</strong>s na produção <strong>de</strong>unida<strong>de</strong>s habitacionais <strong>de</strong> empreendimentos assessora<strong>do</strong>s pela FT Construções LTDA., ésuficiente para <strong>de</strong>monstrar o superfaturamento quantitativo, artifício emprega<strong>do</strong> pelo grupopara, ao mesmo tempo, fraudar o processo licitatório e obter um enriquecimento in<strong>de</strong>vi<strong>do</strong>.Parecer <strong>do</strong> perito contábil <strong>do</strong> Ministério Público (<strong>do</strong>cumento em anexo – fls.9.041/9.066) aponta superfaturamento quantitativo em diversos itens da lista <strong>de</strong> materiaise falta <strong>de</strong> aplicação <strong>de</strong> materiais constantes na lista <strong>do</strong> edital. Em muitos itens compara<strong>do</strong>s,o superfaturamento supera 100%. Em vários itens a margem <strong>de</strong> superfaturamento éastronômica, a citar fios <strong>de</strong> cobre (347,37%), ma<strong>de</strong>irite plastifica<strong>do</strong> (840%), tábua cedrinho(605%) e pregos 2.540%.Nas consi<strong>de</strong>rações finais, o assistente técnico <strong>do</strong> Ministério Público conclui que “(...) a maioria <strong>do</strong>s itens apresentaram superfaturamento quantitativo”.A prática <strong>do</strong> crime em epígrafe restou incontroversa nos autos, razão pela qual acon<strong>de</strong>nação <strong>do</strong>s acusa<strong>do</strong>s Francisco Emílio <strong>de</strong> Oliveira, Carlos Eduar<strong>do</strong> Sampaio Kauffmann,Sérgio Pinaffi, Clau<strong>de</strong>mir Antônio <strong>de</strong> Matos, Rosaly Sylvia Ramalho Sampaio e Celso Hi<strong>de</strong>miNishimoto é medida <strong>de</strong> rigor.Da acusação <strong>de</strong> lavagem <strong>de</strong> dinheiro:Proce<strong>de</strong> a acusação.Fatos <strong>de</strong>scritos nos itens 18, 19 e 20 da <strong>de</strong>núncia.Discorre a <strong>de</strong>nunciam em itens próprios (18/20), sobre a dissimulação da origem <strong>de</strong>dinheiro na aquisição <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong>s, como uma rural em Palmeirópolis-TO, envolven<strong>do</strong> osréus FRANCISCO, JOVEM MARCOS, EDILENE, LIGIA SUSIE e CAIO CESAR. Ainda, a aquisição<strong>de</strong> uma proprieda<strong>de</strong> no município <strong>de</strong> Presi<strong>de</strong>nte Pru<strong>de</strong>nte, construin<strong>do</strong>-se um con<strong>do</strong>míniovertical, registran<strong>do</strong> o imóvel em nome <strong>de</strong> uma das empresas <strong>do</strong> grupo. Também, a aquisição<strong>de</strong> uma proprieda<strong>de</strong> no município <strong>de</strong> Narandiba-SP, por meio <strong>de</strong> uma empresa <strong>de</strong>proprieda<strong>de</strong> <strong>do</strong> réu JOVEM MARCOS. Discorre, ainda, sobre a utilização por parte <strong>do</strong> réuMARIO VEDOVE <strong>de</strong> uma conta corrente <strong>de</strong> uma empresa <strong>de</strong> sua esposa para ocultar o recebimento<strong>de</strong> valores.Confirmam-se as frau<strong>de</strong>s.Acusação contra Mario Antônio Dale Ve<strong>do</strong>ve Moreno:Ao se valer <strong>de</strong> uma conta corrente <strong>de</strong> titularida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma empresa da qual suaesposa era sócia-proprietária, MARIO agiu com o inequívoco intento <strong>de</strong> ocultar a origem ilícitadas “propinas” que recebia da organização criminosa para ratificar as medições falsasrealizadas nos canteiros <strong>de</strong> obras pelos funcionários da empresa LBR-Tjofran, a ele subordina<strong>do</strong>s.Auferin<strong>do</strong> vantagem ilícita pelas autenticida<strong>de</strong>s que dava, solicitou e recebeu propina(fls. 1078; 1082/1083; 1116 e 4362/4369). No dia 02 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 2004, MARIO recebeu,in<strong>de</strong>vidamente, R$ 4.000,00 (quatro mil reais) em espécie. Para dissimular a origem ilícita<strong>do</strong> dinheiro, solicitou à empresa “FT Construções” que o <strong>de</strong>pósito fosse feito na conta daempresa da sua sogra, “Dalva Nascimento <strong>do</strong>s Santos Pais – ME”, da qual sua esposa ValériaRodrigues é sócia (fls. 1082/1083 –vol. 6º, e 2254 – vol. 12º).Ouvida perante a autorida<strong>de</strong> policial (fls. 2254/2255, vol. 12º), Valéria Rodrigues nãoconseguiu explicar a origem <strong>do</strong> <strong>de</strong>pósito acima referi<strong>do</strong>. Na ocasião, inclusive, afirmou quenunca prestou serviços para a empresa “FT Construções LTDA” pela empresa Dalva Nascimento<strong>do</strong>s Santos Paisagismo – ME. Questionada sobre o recibo <strong>de</strong> <strong>de</strong>pósito na importância<strong>de</strong> R$ 4.000,00 (quatro mil reais) a ela apresenta<strong>do</strong> (fls. 1083), disse que provavelmenteseria relativo a um serviço que prestou para a “FT Construções LTDA”, através <strong>de</strong> outraempresa, a “Valéria Rodrigues Moreno Regente Feijó – LTDA”, mas não soube dizer quan<strong>do</strong>,on<strong>de</strong> e qual o valor <strong>de</strong> tal serviço que teria si<strong>do</strong> presta<strong>do</strong>. Disse, ainda, que não havia emiti<strong>do</strong>nota fiscal <strong>de</strong> tal serviço e não se recordava se fornecera recibo.Num outro caso, auferin<strong>do</strong> proveito financeiro ilícito, FRANCISCO adquiriu umaproprieda<strong>de</strong> rural no município <strong>de</strong> Palmeirópolis-TO, em nome <strong>de</strong> EDILENE. Posteriormente,simulou-se uma venda para o réu Jovem Marcos Correa Miras, que <strong>de</strong> forma consciente evoluntária, concorreu para o crime (fls. 2013/2026). JOVEM MARCOS tinha contato estreitocom FRANCISCO e participava ativamente da organização.A fazenda <strong>de</strong> Palmeirópolis-TO fora adquirida por JOVEM MARCOS e FRANCISCO,no ano <strong>de</strong> 2003, por R$ 250.000,00 (duzentos e cinqüenta mil reais), consoante informaçãoduma própria testemunha <strong>de</strong> JOVEM MARCOS (fls. 8500). Como informa<strong>do</strong> por essa testemunha,repise-se, <strong>do</strong> próprio réu JOVEM MARCOS (fls. 8500/8502), a aquisição <strong>de</strong>u-se noano <strong>de</strong> 2003, sen<strong>do</strong> a área <strong>de</strong> 1000 hectares, no valor <strong>de</strong> R$ 250.000,00.Na sequência, firmou-se um fictício contrato <strong>de</strong> arrendamento da mesma proprieda<strong>de</strong>rural para a <strong>de</strong>nunciada Ligia Susie <strong>de</strong> Oliveira, filha <strong>de</strong> Francisco e Edilene (fls.2013/2026, vol. 11; fls. 4050, vol. 21; fls. 4503/4505 e 4494).Num outro caso, FRANCISCO adquiriu uma proprieda<strong>de</strong> no município <strong>de</strong> Presi<strong>de</strong>ntePru<strong>de</strong>nte, localizada na Rua David Cerqueira Leite (antiga chácara Mantã), medin<strong>do</strong> 3380metros quadra<strong>do</strong>s (fls. 2007, 2274, 933 e 3369/3381), tiran<strong>do</strong>-se <strong>do</strong>s autos que com dinheiroproveniente das frau<strong>de</strong>s aqui noticiadas.O imóvel fora registra<strong>do</strong> em nome <strong>de</strong> uma das empresas <strong>do</strong> grupo (fls., <strong>de</strong>ntreoutras, fls. 3369 3371/3381), “Loca<strong>do</strong>ra Dois Irmãos <strong>de</strong> Estrela <strong>do</strong> Norte LTDA – ME”(empresa listada no tópico <strong>de</strong>sta sentença “empresas <strong>de</strong> fachada”), <strong>de</strong>monstração inequívocada intenção <strong>de</strong> ocultar a aquisição <strong>do</strong> referi<strong>do</strong> bem, <strong>de</strong> origem ilícita.Não se sustenta a acusação, contu<strong>do</strong>, contra o réu CELSO HIDEMI. Segun<strong>do</strong> a<strong>de</strong>núncia, CELSO HIDEMI teria auxilia<strong>do</strong> no crime <strong>de</strong>scrito no item “19” da <strong>de</strong>núncia.Entretanto a <strong>de</strong>núncia não individualiza a conduta <strong>do</strong> réu CELSO HIDEMI, sen<strong>do</strong>,neste particular, inepta.Num outro caso, auferin<strong>do</strong> proveito financeiro ilícito, FRANCISCO e JOVEM MARCOS,dia 22 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 2007, adquiriram, em socieda<strong>de</strong>, uma proprieda<strong>de</strong> no município <strong>de</strong>


48 – <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, 119 (222) – Suplemento Diário Oficial Po<strong>de</strong>r Legislativo sába<strong>do</strong>, 28 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 2009Narandiba, <strong>de</strong>nominada “Sítio <strong>São</strong> Joaquim”, medin<strong>do</strong> 3,75 alqueires, com dinheiro provenientedas frau<strong>de</strong>s a licitações.Deu-se a aquisição em nome <strong>de</strong> uma empresa <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong> <strong>do</strong> <strong>de</strong>nuncia<strong>do</strong> JovemMarcos (HMI Engenharia e Consultoria LTDA) e outra que estava cadastrada em nome <strong>de</strong>lee da esposa <strong>do</strong> <strong>de</strong>nuncia<strong>do</strong> Francisco Emílio <strong>de</strong> Oliveira (Oliveira & Miras Incorpora<strong>do</strong>ra eEmpreendimentos Imobiliários S/S LTDA) (fls. 334, 2759/2995, 3404 e 3384/3391), inequivocamentepara ocultar a origem ilícita <strong>do</strong>s recursos emprega<strong>do</strong>s para a aquisição.E sobre esse imóvel forma-se a ilação <strong>de</strong> que a compra foi estratégica para, valen<strong>do</strong>se<strong>do</strong> esquema fraudulento monta<strong>do</strong> e em curso, aumentar os ganhos ilícitos. É que o imóvelestava situa<strong>do</strong> em área rural e a partir da aprovação da Lei Municipal n. 1138, <strong>de</strong> 06 <strong>de</strong>março <strong>de</strong> 2007, <strong>de</strong> iniciativa <strong>do</strong> Chefe <strong>do</strong> Executivo, passou a ser consi<strong>de</strong>rada área urbana(fls. 2760). No dia 21 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 2007, averbou-se no registro <strong>de</strong> imóveis referida alteração.No dia seguinte (22 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 2007), registrou-se na matrícula <strong>do</strong> imóvel a aquisiçãoem favor das empresas supra citadas. A polícia civil, em serviço <strong>de</strong> campo realiza<strong>do</strong> nacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Narandiba, obteve a informação <strong>de</strong> que parte da área adquirida pelos cita<strong>do</strong>sacusa<strong>do</strong>s seria <strong>de</strong>sapropriada pela Prefeitura local para construção <strong>de</strong> um conjunto habitacionalem parceria com a CDHU. Essa informação foi confirmada no interrogatório <strong>de</strong> JovemMarcos, que <strong>de</strong>clarou que na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Narandiba existia a projeção para construção <strong>de</strong>outro conjunto, afirman<strong>do</strong>, inclusive, que po<strong>de</strong>ria ser na área por ele adquirida, caso fosse<strong>de</strong>sapropriada pelo Município.Ao objetivaram ocultar e dissimular a origem <strong>do</strong> valor obti<strong>do</strong> diretamente com oesquema criminoso, incorreram os réus9 FRANCISCO e JOVEN MARCOS, neste crime.A relação, no presente caso, entre o crime <strong>de</strong> frau<strong>de</strong> à licitação e lavagem <strong>de</strong> dinheiro,é que a frau<strong>de</strong> à licitação é antece<strong>de</strong>nte ao crime <strong>de</strong> lavagem <strong>de</strong> dinheiro.Emprestan<strong>do</strong> lição <strong>de</strong> Vicente Greco Filho, na obra “Dos Crimes da Lei <strong>de</strong> Licitações”,consto que: “o crime <strong>de</strong> lavagem <strong>de</strong> dinheiro não tem existência própria; <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>do</strong>crime antece<strong>de</strong>nte, a cuja existência está condiciona<strong>do</strong>. Existe para complementar a proteçãoao bem jurídico <strong>do</strong> crime anterior e evitar que daquele se venha a auferir lucro impunemente.Essa vinculação afigura-se essencial e indissolúivel, na perspectiva <strong>de</strong> que somenteexiste o crime <strong>de</strong> lavagem porque existe o bem jurídico nuclear, saú<strong>de</strong> pública, no crime <strong>de</strong>tráfico <strong>de</strong> entorpecente, Administração Pública etc., ou qualquer crime pratica<strong>do</strong> por intermédio<strong>de</strong> organização criminosa” (obra citada, Saraiva, 2ª edição, pág. 33).O crime <strong>de</strong> lavagem <strong>de</strong> dinheiro tem como bem jurídico nuclear o <strong>do</strong> crime antece<strong>de</strong>ntee, portanto, participa <strong>de</strong> sua natureza jurídica.Não há dúvida <strong>de</strong> que os crimes previstos na Lei 8.666/93 (frau<strong>de</strong> à licitação), por setratar <strong>de</strong> crimes cujo bem jurídico tutela<strong>do</strong> é a Administração Pública, po<strong>de</strong>rão ser antece<strong>de</strong>ntes<strong>do</strong> crime <strong>de</strong> lavagem, nos termos <strong>do</strong> artigo 1º, V, da Lei nº 9.613/98.Transcrevo o tipo penal cita<strong>do</strong>:“Art. 1º- Ocultar ou dissimular a natureza, origem, localização, disposição, movimentaçãoou proprieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> bens, direito ou valores provenientes, direta ou indiretamente, <strong>de</strong>crime:...V- contra a Administração Pública, inclusive a exigência, para si ou para outrem,direta ou indiretamente, <strong>de</strong> qualquer vantagem, como condição ou preço para a prática ouomissão <strong>de</strong> atos administrativos;Pois bem.O gran<strong>de</strong> esquema criminoso monta<strong>do</strong>, com muitas empresas <strong>de</strong> fachadas e muitossegmentos envolvi<strong>do</strong>s, contan<strong>do</strong> com particulares, empresas responsáveis pela fiscalizaçãodas obras, advoga<strong>do</strong>s, conta<strong>do</strong>res, membros da Administração Pública, até seu chefe maior,então Prefeito Municipal, ocultaram e dissimularam a origem criminosa <strong>de</strong> recursos em<strong>de</strong>trimento da Administração Pública, com vantagem (suborno) para agentes públicos.Gran<strong>de</strong> parte <strong>do</strong> produto <strong>do</strong> crime tem <strong>de</strong>stino <strong>de</strong>sconheci<strong>do</strong>, por certo oculto emnome <strong>de</strong> terceiros, o que já configura o crime. Outra parte insere-se nas próprias empresas<strong>de</strong> fachada montadas pelo grupo. E outra parte, ainda, foi empregada na aquisição <strong>de</strong> imóveis.Não se tratou <strong>de</strong> simples consi<strong>de</strong>ração em crime <strong>de</strong> lavagem <strong>de</strong> dinheiro a aquisição<strong>de</strong> bens com o suposto proveito <strong>de</strong> crime, como inteligentemente coloca<strong>do</strong> pelos Drs. JoãoBaptista Mimesse e Sophia Giovanini Gonçalves, <strong>de</strong>fensores <strong>do</strong> co-réu CLIMÉRIO.Com efeito, o fato <strong>do</strong> articula<strong>do</strong>r <strong>do</strong> esquema criminoso, o réu FRANCISCO, nãoadquirir nada em seu nome, explicita a intenção <strong>de</strong> escon<strong>de</strong>r a origem ilícita <strong>do</strong>s recursos.Tornan<strong>do</strong> à lição <strong>de</strong> Vicente Greco Filho, “a natureza jurídica <strong>do</strong> crime <strong>de</strong> lavagem,quan<strong>do</strong> o crime antece<strong>de</strong>nte for um <strong>do</strong>s crimes <strong>de</strong> licitação, será <strong>de</strong> crime contra a AdministraçãoPública, ou seja, mesma natureza <strong>do</strong> crime antece<strong>de</strong>nte. Isso porque, no planoontológico, o crime <strong>de</strong> lavagem é mais um elo na ca<strong>de</strong>ia <strong>do</strong> crime <strong>de</strong> licitação, cujo bemjurídico é a Administração Pública; o crime <strong>de</strong> licitação é elementar <strong>do</strong> crime <strong>de</strong> lavagem; ocrime <strong>de</strong> lavagem é pratica<strong>do</strong> para garantir o proveito <strong>do</strong> crime <strong>de</strong> licitação, haven<strong>do</strong> entreeles uma conexão material, além <strong>do</strong> indício <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m legal, na regra <strong>de</strong> competência da Leinº 9.613/98” (grifei) (obra citada, pág. 34/35).Mudan<strong>do</strong> o tema, possível o concurso material <strong>de</strong> <strong>de</strong>litos entre a frau<strong>de</strong> à licitação eos crimes <strong>de</strong> falso previstos nos artigos 298 e 299 <strong>do</strong> Código Penal.Da acusação <strong>de</strong> crimes <strong>de</strong> falso:Esses crimes serviram <strong>de</strong> “crime-meio” para o fim, no caso frau<strong>de</strong> à licitação, <strong>de</strong>ven<strong>do</strong>,pelo princípio da consunção, ser absorvi<strong>do</strong>s. Sen<strong>do</strong> explícito o crime-meio, neste caso,não afasta a absorção o fato <strong>do</strong> crime <strong>de</strong> falso ter pena mais elevada. A propósito, a penamínima <strong>do</strong> crime tipifica<strong>do</strong> no artigo 90 da Lei 8.666/93 é superior, haven<strong>do</strong>, então, umaequivalência <strong>de</strong> gravida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>lito.Na obra “Código Penal e sua Interpretação Jurispru<strong>de</strong>ncial10”, reportam-se osautores ao concurso <strong>do</strong>s crimes <strong>de</strong> falso com outros. Apesar <strong>de</strong> não se ater especificamentesobre o concurso com frau<strong>de</strong> à licitação, traz situações similares. Ocupan<strong>do</strong>-se <strong>do</strong> crimeprevisto no artigo 298 <strong>do</strong> Código Penal, anotam os autores: “Se o objeto material for notafiscal, fatura, duplicata, nota <strong>de</strong> venda ou qualquer <strong>do</strong>cumento relativo a operação tributável,incidirá o disposto no artigo 1º, III, da Lei n. 8.137/90 (neste senti<strong>do</strong> é a posição <strong>de</strong>Mirabete e <strong>de</strong> Sylvio <strong>do</strong> Amaral). “Se a finalida<strong>de</strong> <strong>do</strong> agente for a alteração <strong>do</strong> <strong>do</strong>cumentopara fins eleitorais, então haverá a incidência <strong>do</strong> artigo 348 <strong>do</strong> Código Eleitoral”. (obra citada,pág. 1399). Ocupan<strong>do</strong>-se <strong>do</strong> crime previsto no artigo 299 <strong>do</strong> Código Penal, os autoresfazem as mesmas observações.Tiran<strong>do</strong> por exemplo o concurso <strong>do</strong> falso com sonegação fiscal, tem-se que “o <strong>de</strong>lito<strong>de</strong> sonegação fiscal absorve a falsida<strong>de</strong> i<strong>de</strong>ológica” (RT, 531, 538:338 e 488:304; RJTJSP,29:302, 37:285, 56:316. 65:369, 83:406 e 91:480 – julga<strong>do</strong>s cita<strong>do</strong>s na obra “Código PenalAnota<strong>do</strong>”, <strong>de</strong> Damásio E. <strong>de</strong> Jesus, Saraiva, 18ª ed., pág. 933).Com efeito, referem-se os crimes <strong>de</strong> falso imputa<strong>do</strong>s na <strong>de</strong>núncia, em várias passagens,à frau<strong>de</strong>s <strong>de</strong> cartas-convite, planilhas superdimensionadas <strong>do</strong>s materiais a seremadquiri<strong>do</strong>s (falsida<strong>de</strong> i<strong>de</strong>ológica), escrituração <strong>de</strong> notas fiscais contrafeitas, falsificação <strong>de</strong>assinatura em carta-convite e colheita <strong>de</strong> assinatura em branco em outras cartas, bem comoassinaturas conscientes em cartas-convite direcionadas para um resulta<strong>do</strong> final. Po<strong>de</strong>-seextrair, ainda, medições falsas.Todas essas hipóteses são ações “sine qua non” para a consecução da frau<strong>de</strong> à licitação.Com efeito, os crimes <strong>de</strong> falso foram meios emprega<strong>do</strong>s para se conseguir fraudaràs licitações.Certo é que, em regra, pelo princípio da consunção (ou absorção), o crime <strong>de</strong> âmbitomaior, mais gravemente apena<strong>do</strong>, absorve o menor. Mesmo visto por essa única ótica – gravida<strong>de</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>litos -, ainda assim a frau<strong>de</strong> à licitação absorve o falso. Muito embora os crimes<strong>de</strong> falso, os <strong>do</strong>s artigos 298 e 299 tenham pena máxima maior (05 anos), têm a pena mínima(01 ano) inferior ao crime tipifica<strong>do</strong> no artigo 90 da Lei 8.666/93 (que é <strong>de</strong> <strong>do</strong>is anos).O legisla<strong>do</strong>r consi<strong>de</strong>rou tanto a pena máxima como a mínima para <strong>de</strong>finir a gravida<strong>de</strong> <strong>de</strong>alguns <strong>de</strong>litos <strong>de</strong> menor potencial ofensivo, sen<strong>do</strong> certo que o crime <strong>do</strong> artigo 90 da Lei8.666.93 comportaria suspensão condicional <strong>do</strong> processo (art. 89 da Lei 9.009/95), benefícionão aplicável aos crimes <strong>de</strong> falsos tipifica<strong>do</strong>s nos artigos 298 e 299 <strong>do</strong> Código Penal. De serconsi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>, ainda, que a gran<strong>de</strong> maioria das fixações <strong>de</strong> penas ficam no mínimo ou próximo<strong>do</strong> mínimo, raramente aproximan<strong>do</strong> ou chegan<strong>do</strong> no máximo.Da acusação formação <strong>de</strong> quadrilha:É crime autônomo.As frau<strong>de</strong>s ao caráter competitivo <strong>de</strong> licitações, objeto da aplicação da Lei nº.8.666/93, moveram as ações <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> parte <strong>do</strong>s réus, capitanea<strong>do</strong>s pelo réu FRANCISCO.Com efeito, inconcussa a formação <strong>de</strong> quadrilha, <strong>de</strong>monstran<strong>do</strong>-se que os integrantesda quadrilha estavam reuni<strong>do</strong>s, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> estável e permanente, para a prática <strong>de</strong> crimesvários, notadamente frau<strong>de</strong> à licitação.Por esse <strong>de</strong>lito <strong>de</strong>vem ser con<strong>de</strong>na<strong>do</strong>s FRANCISCO EMILIO DE OLIVEIRA, CELSOHIDEMI, JOVEM MARCOS, SERGIO PINAFFI, MARIO ANTONIO DALE VEDOVE MORENO,CLIMERIO DE TOLEDO PEREIRA, REINALDO DE GALLES, CARLOS EDUARDO KAUFFMANN,ARTHUR KAUFFMANN, LUIS PAULO KAUFFMANN, EDSON MENEZES, SIDNEI FLORES DOSSANTOS,Não cumpre diferenciar quadrilha <strong>de</strong> ban<strong>do</strong>, pois são termos que a lei empregacomo sinônimos.As condutas estão bem <strong>de</strong>lineadas (ler, nesta sentença, parte introdutória e posiçõesindividuais). E nem seria exigível um mergulho profun<strong>do</strong>, na análise <strong>de</strong>sse <strong>de</strong>lito (formação<strong>de</strong> quadrilha) nas ações individuais. É que “pelo seu caráter plurissubjetivo, dispensao exame aprofunda<strong>do</strong> <strong>do</strong> grau <strong>de</strong> participação <strong>de</strong> cada um na ação <strong>de</strong>lituosa, bastan<strong>do</strong> ofato da integração na quadrilha para figurar o acor<strong>do</strong> para a prática <strong>de</strong> crimes” (STJ, RT655/319). O crime <strong>de</strong> formação <strong>de</strong> quadrilha é consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> infração permanente e sua consumaçãose dá coma a só associação, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente da prática <strong>de</strong> algum crime. “Incasu”, vários <strong>de</strong>litos foram pratica<strong>do</strong>s pela quadrilha.Presente, <strong>de</strong>starte, o concurso material <strong>de</strong> <strong>de</strong>litos imputa<strong>do</strong>s na <strong>de</strong>núncia, assimcomo a figura <strong>do</strong> crime continua<strong>do</strong> em relação à repetição <strong>de</strong> alguns crimes da mesmaespécie, precisamente a seqüência <strong>de</strong> frau<strong>de</strong>s à licitação e seqüência <strong>de</strong> lavagem <strong>de</strong> dinheiro.Houve, repetin<strong>do</strong>, vários crimes, como bem tipifica<strong>do</strong> na <strong>de</strong>núncia, to<strong>do</strong>s autônomos,<strong>de</strong>ven<strong>do</strong> as penas ser aplicadas cumulativamente, em concurso material <strong>de</strong> <strong>de</strong>litos,conquanto houve uma pluralida<strong>de</strong> <strong>de</strong> resulta<strong>do</strong>s autônomos e puníveis. É a regra <strong>do</strong> concursomaterial <strong>de</strong> <strong>de</strong>litos, prevista no artigo 69 <strong>do</strong> Código Penal. Com relação a repetição <strong>de</strong>alguns crimes <strong>de</strong> mesma espécie, como já anota<strong>do</strong> acima, tem-se a ficção jurídica <strong>do</strong> crimecontinua<strong>do</strong>, isso pelas condições <strong>de</strong> tempo, lugar, maneira <strong>de</strong> execução e outras semelhantes.O concurso material <strong>de</strong> <strong>de</strong>litos e a figura <strong>do</strong> crime continua<strong>do</strong> serão aplica<strong>do</strong>s na fixaçãoda pena.Ainda dizen<strong>do</strong> sobre o concurso material, houve uma pluralida<strong>de</strong> <strong>de</strong> crimes, nãouma unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> crime, não se vislumbran<strong>do</strong>, também, algum conflito aparente <strong>de</strong> normas.Bens jurídicos distintos, como patrimônio, Administração Pública, fé pública, paz pública,foram atingi<strong>do</strong>s.POSIÇÕES INDIVIDUAIS:Farei, neste momento da sentença, anotações e consi<strong>de</strong>rações particulares sobre osréus, em justaposição como o que já fora discorri<strong>do</strong> até aqui.FRANCISCO E FAMÍLIA:FRANCISCO EMÍLIO DE OLIVEIRA:Incrimina<strong>do</strong> por vários co-réus e por testemunhas. No corpo <strong>de</strong>sta sentença já fizvárias citações <strong>de</strong>sse réu, como as <strong>de</strong>clarações <strong>do</strong> co-réu EDSON MENEZES. Montou váriasempresas, citadas nesta sentença, para abastecer <strong>de</strong> produtos e serviços as construções <strong>do</strong>CDHU, como a “Êxo<strong>do</strong>”, em nome <strong>do</strong> co-réu cita<strong>do</strong> neste parágrafo, Edson Menezes, e a“Tibet”, citada pelo co-réu VANCINE em fls. 7429.Dono da FT Construções, é o comandante maior <strong>do</strong> esquema criminoso, crian<strong>do</strong>empresas com a exclusiva finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fornecer para o CDHU.Ressai <strong>do</strong>s autos provas contra ele. Na fundamentação já lançada nesta sentençasobressaem passagens sobre o réu FRANCISCO, pelo que pouco há a acrescentar neste tópicopróprio.Interroga<strong>do</strong> em Juízo, <strong>de</strong>clarou FRANCISCO (fls. 7142/7145) ser necessário 90(noventa) sacos <strong>de</strong> cimento para a edificação <strong>de</strong> uma unida<strong>de</strong> e que os 50 (cinqüenta)constantes no “livrão” apreendi<strong>do</strong> diz respeito a um estu<strong>do</strong> prévio. Declarou, mais, que o


sába<strong>do</strong>, 28 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 2009 Diário Oficial Po<strong>de</strong>r Legislativo <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, 119 (222) – Suplemento – 49material das licitações eram adquiri<strong>do</strong>s <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com o memorial <strong>de</strong>scritivo, orçamentoe projeto da CDHU, sustentan<strong>do</strong> que se os valores fossem superfatura<strong>do</strong>s a Prefeitura teriaque injetar dinheiro porque a CDHU não o faria. Colocou que o material era adquiri<strong>do</strong> pelaPrefeitura através <strong>de</strong> licitações.Essas afirmações foram <strong>de</strong>smentidas por LUIZ ALVES DE OLIVEIRA, mestre-<strong>de</strong>-obrasda FT CONSTRUÇÕES. Ouvi<strong>do</strong> por autorida<strong>de</strong> competente, Delega<strong>do</strong> <strong>de</strong> Polícia, no dia 02<strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 2007 (fls. 7.172), LUIZ ALVES afirmou que na verda<strong>de</strong> eram necessários 50(cinqüenta) sacos <strong>de</strong> cimentos para a construção <strong>de</strong> uma unida<strong>de</strong> (é quase meta<strong>de</strong> <strong>de</strong> 90).Esclareceu haver um “livrão” forneci<strong>do</strong> pela FT em que constam as quantias <strong>de</strong> materiaisque po<strong>de</strong>riam ser utiliza<strong>do</strong>s, seguin<strong>do</strong> fielmente esse “livrão” e não alguma planilha daPrefeitura. O “livrão”, prossegue LUIZ ALVES, era padrão para to<strong>do</strong>s os conjuntos, pois osmo<strong>de</strong>los das casas eram iguais, citan<strong>do</strong> os conjuntos habitacionais das cida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Pirapozinho,Mirante <strong>do</strong> Paranapanema, Alfre<strong>do</strong> Marcon<strong>de</strong>s, Presi<strong>de</strong>nte Pru<strong>de</strong>nte, Presi<strong>de</strong>nteEpitácio e Presi<strong>de</strong>nte Bernar<strong>de</strong>s. Expôs ALVES que na quantida<strong>de</strong> constante no “livrão” já seprevia uma perda <strong>de</strong> material pelos mutirantes, numa margem <strong>de</strong> 5%, apesar <strong>de</strong> ser muitodifícil a perda por causa <strong>do</strong> controle e reaproveitamento <strong>de</strong> material, até tijolos quebra<strong>do</strong>s.Sobre perda, não é porque a obra conta com mão-<strong>de</strong>-obra <strong>de</strong> mutirantes que se temuma expressiva margem <strong>de</strong> perda. Os mutirantes trabalham por interesse próprio e <strong>de</strong>vem,pelo contrato, ser treina<strong>do</strong>s pela empresa gerencia<strong>do</strong>ra, no caso pela FT.Na conversa entre os investiga<strong>do</strong>s FRANCISCO (CHICO) e CLIMÉRIO conversamsobre manobras11 para escon<strong>de</strong>r situações irregulares sobre a execução da obra (fls. 2325).Em fiscalização na empresa FT, pela Delegacia Regional Tributária, viu-se <strong>do</strong>cumentosda Associação Renascer. Em cadastro da Junta Comercial <strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong> (Jucesp), apareceo réu FRANCISCO em ata, juntamente com sua irmã ROSELI.É incrimina<strong>do</strong> pelo co-réu OSVALDO JOSÉ VANCINE. Este, confessan<strong>do</strong> ter assina<strong>do</strong>propostas <strong>de</strong> licitação para o co-réu CARLOS EDUARDO KAUFFAMAN, ciente <strong>de</strong> que seriautilizada para se fraudar licitação (fls. 7429), disse que CARLOS EDUARDO trabalhava paraFRANCISCO, o que é patente, pelo que não seria necessário dizer.Praticou o réu os crimes que lhes foram imputa<strong>do</strong>s (ler tópico <strong>do</strong>s “crimes pratica<strong>do</strong>s”).EDILENE LUIZ FERREIRA:Os autos não sustentam uma con<strong>de</strong>nação.Acusada da prática <strong>do</strong>s fatos criminosos <strong>de</strong>scritos nos itens 01, 02, 03, 04, 05, 06,07, 08, 18, 19 e 20 da <strong>de</strong>núncia.Esposa <strong>do</strong> réu FRANCISCO, o <strong>do</strong>no da FT.Não há provas para sua con<strong>de</strong>nação.O fato <strong>de</strong> ter imóveis em seu nome, por si só, não há incrimina.Figura como proprietária da empresa “FT Construções”. Interrogada em juízo, <strong>de</strong>clarouque a FT está em seu nome por segurança financeira (fls. 7391).Não se <strong>de</strong>monstrou que tivesse participação no esquema criminoso, que agisse emconcurso com os integrantes da quadrilha, que, em vonta<strong>de</strong> comum, unisse esforços para aconsecução <strong>do</strong> resulta<strong>do</strong> criminoso.LIGIA SUSIE DE OLIVEIRA:Os autos não sustentam uma con<strong>de</strong>nação.Acusada da prática <strong>do</strong>s fatos criminosos <strong>de</strong>scritos nos itens 01 e 18 da <strong>de</strong>núncia.Filha <strong>de</strong> Francisco Emilio <strong>de</strong> Oliveira e Edilene Luiz Ferreira.Vejo-a na mesma posição <strong>de</strong> sua mãe, a também ré EDILENE. Não se <strong>de</strong>monstrouque tivesse participação no esquema criminoso, que agisse em concurso com os integrantesda quadrilha; que, em vonta<strong>de</strong> comum, unisse esforços para a consecução <strong>do</strong> resulta<strong>do</strong> criminoso.Seu interrogatório encontra-se em fls. 7436.Nada <strong>de</strong> concreto se trouxe aos autos a <strong>de</strong>monstrar atos criminosos.ROSELI SUSIE DE OLIVEIRA SOUZA:Os autos não sustentam uma con<strong>de</strong>nação.Irmã <strong>do</strong> réu FRANCISCO.Respon<strong>de</strong> somente pela acusação <strong>de</strong> associação em quadrilha. Por isso, não recaiasobre ela algum fato específico sobre alguma licitação.Vejo-a na mesma posição, quanto à sorte processual, das rés Edilene e Ligia. Porausência <strong>de</strong> provas, impõe-se sua absolvição.Não se <strong>de</strong>monstrou que tivesse participação no esquema criminoso, que agisse emconcurso com os integrantes da quadrilha; que, em vonta<strong>de</strong> comum, unisse esforços para aconsecução <strong>do</strong> resulta<strong>do</strong> criminoso.Proprietária <strong>de</strong> uma loja <strong>de</strong> materiais <strong>de</strong> construção, a firma “Roseli Susie <strong>de</strong> OliveiraSouza ME”, assegura a ré ROSELI ter geri<strong>do</strong> a empresa, trabalhan<strong>do</strong> efetivamente nocomércio (interrogatório junta<strong>do</strong> em fls. 7436/7438).Não participou, sua empresa, <strong>de</strong> licitações <strong>do</strong>s conjuntos habitacionais <strong>de</strong> Pirapozinho.RÉUS PRÓXIMOS A FRANCISCO:JOVEM MARCOS.Os autos sustentam sua con<strong>de</strong>nação.Proprietário da empresa “HMI Engenharia”, que prestava serviço para a “LBR”, estaresponsável pelo serviço <strong>de</strong> medição para a CDHU, conforme <strong>de</strong>clara<strong>do</strong> por ele próprio (fls.7147).Trabalhan<strong>do</strong> para a “LBR-Tjofran”, tem proximida<strong>de</strong> <strong>do</strong> réu MARIO ANTONIO. Apropósito, recibos junta<strong>do</strong>s às fls. 4363/4369, revelam pagamento mensal <strong>de</strong> propinas aoréu Mario Antônio, feito diretamente pelo acusa<strong>do</strong> Jovem Marcos, no perío<strong>do</strong> compreendi<strong>do</strong>entre os meses <strong>de</strong> janeiro a <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2006.Também é liga<strong>do</strong> a CLIMÉRIO, segun<strong>do</strong> o próprio JOVEM, “o chefe <strong>de</strong> seu chefe” (fls.7148). Liga<strong>do</strong> ao ex-Prefeito SERGIO PINAFI, tanto que, juntamente com EDILENE, passouR$ 180.000,00 para a filha <strong>de</strong> SERGIO pagar por uma área remida (<strong>de</strong>claração <strong>do</strong> próprioJOVEM MARCOS – fls. 7148).Seguramente <strong>de</strong>monstra<strong>do</strong> ser parceiro, no senti<strong>do</strong> criminal, <strong>de</strong> FRANCISCO. FoiJOVEM MARCOS quem procurou CAIO CESAR, o conta<strong>do</strong>r, para apresentar-lhe para FRAN-CISCO, <strong>de</strong>sse contato, <strong>de</strong> FRANCISCO com CAIO, obten<strong>do</strong> aquele várias empresas, umas portransferências e outras abertas, conforme já anota<strong>do</strong> nesta sentença.Atuou na lavagem <strong>de</strong> dinheiro, participan<strong>do</strong>, com CHICO, da simulação <strong>de</strong> negóciosjurídicos (conforme discorri<strong>do</strong> no corpo <strong>de</strong>sta sentença).Engenheiro agrimensor. Acusa<strong>do</strong> <strong>de</strong> possuir forte influência em prefeituras <strong>do</strong> oestepaulista e ter conta<strong>do</strong> direto com a CDHU em <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong> e no escritório regional local. Responsávelpelo levantamento topográfico <strong>do</strong>s terrenos on<strong>de</strong> são construí<strong>do</strong>s os conjuntoshabitacionais.Prova <strong>de</strong> sua socieda<strong>de</strong> com CHIQUINHO é a conversa <strong>de</strong> CHIQUINHO e CLIMÉRIO,dizen<strong>do</strong> CHIQUINHO que JOVEM MARCOS participaria <strong>de</strong> uma reunião em Santos paraobter vários habitetos (casas construídas pelo sistema <strong>de</strong> autoconstrução), a ser construídaem Santos. Outra prova é a aquisição <strong>de</strong> uma Fazenda em Palmeirópolis-TO feito por JOVEMMARCOS e CHIQUINHO (ler <strong>de</strong>poimento <strong>de</strong> fls. 8500/8502).Informou CAIO CESAR BERTASSO (fls. 5.104) que a empresa HMI, <strong>do</strong> co-réu JOVEMMARCOS, teve uma renda em 2006 R$ 1.200.000,00 (um milhão e duzentos mil). A HMIpresta serviço para a TJOFRAN, empresa coor<strong>de</strong>nada, nesta região, pelo co-réu MÁRIOANTONIO DALE VEDOVE MORENO.Num tópico aberto na sentença com o título <strong>de</strong> “propina”, cito uma conversa <strong>de</strong>JOVEM MIRAS com CARLOS MARQUES, alertan<strong>do</strong> este sobre uma ação judicial sobre oesquema, fazen<strong>do</strong> JOVEM MIRAS um comentário <strong>de</strong> que sen<strong>do</strong> muitos os prefeitos envolvi<strong>do</strong>s,necessitaria, a ação, <strong>de</strong> um ônibus.A prova é contun<strong>de</strong>nte contra JOVEM MIRAS. Como ele sabia <strong>do</strong> envolvimento <strong>de</strong>tantos prefeitos e <strong>de</strong> que a revelação <strong>do</strong> esquema afetaria to<strong>do</strong> o Esta<strong>do</strong>?Informou a testemunha João Degair (já citada) que o serviço <strong>de</strong> georeferenciamento<strong>do</strong>s conjuntos D, E e E2 foram realiza<strong>do</strong>s pelo escritório <strong>do</strong> engenheiro agrimensor JOVEMMARCOS MIRAS. Estava JOVEM MARCOS envolvi<strong>do</strong> umbilicalmente com o esquema <strong>do</strong>sconjuntos habitacionais <strong>do</strong> CDHU.De rigor sua con<strong>de</strong>nação.CELSO HIDEMI NISHIMOTO:Os autos sustentam sua con<strong>de</strong>nação.É acusa<strong>do</strong> <strong>do</strong>s fatos criminosos <strong>de</strong>scritos nos itens 01, 09, 10, 13, 19 e 21 da <strong>de</strong>núncia.Foi apresenta<strong>do</strong> ao conta<strong>do</strong>r CAIO BERTASSO, quan<strong>do</strong> este foi procura<strong>do</strong> para abrirempresas, como sócio <strong>do</strong> co-réu FRANCISCO.É ti<strong>do</strong>, pela acusação, como “gerente <strong>do</strong> grupo”.Se não se comprovou exercer a “gerência <strong>do</strong> grupo”, bem <strong>de</strong>monstra<strong>do</strong> a ligaçãoestreita <strong>de</strong> CELSO com o grupo FT.Admitiu CELSO, em interrogatório judicial (fls. 7413/7415), ter si<strong>do</strong> o gerente <strong>de</strong> umadas empresas <strong>de</strong> FRANCISCO, a “Tibet”. Ainda, ter administra<strong>do</strong> um arrendamento <strong>de</strong> umafazenda <strong>do</strong> réu JOVEM MARCOS, arrendada para LIGIA DE OLIVEIRA, filha <strong>de</strong> FRANCISCO.Admitiu mais, ter possuí<strong>do</strong>, em socieda<strong>de</strong> com a esposa <strong>de</strong> FRANCISCO EMÍLIO (EDILENELUÍS FERREIRA), a empresa “COIMBRATER”. Admitiu, ainda, ter participa<strong>do</strong> <strong>de</strong> licitaçõescom sua empresa “Celso Hi<strong>de</strong>mi Nishimoto”, vencen<strong>do</strong> no conjunto habitacional “PirapozinhoD, para o qual forneceu materiais.Foi muito comprometi<strong>do</strong> pela testemunha Hélio Tênis (cita<strong>do</strong> em outras passagens<strong>de</strong>sta sentença). Informou Hélio que CELSO HIDEMI separa <strong>do</strong>cumentos (fls. 4712). Ainda,que levou, mais <strong>de</strong> uma vez, propina para o prefeito <strong>de</strong> Pirapozinho (fls. 4712). Que atendiao fiscal CLIMÉRIO (fls. 4713).Então se confirma que CELSO HIDEMI atuava na empresa FT, com ligação direta como réu FRANCISCO, entabulan<strong>do</strong> frau<strong>de</strong>s e participan<strong>do</strong> <strong>do</strong> esquema <strong>de</strong> pagamento <strong>de</strong> propina.Declarou o co-réu MARIO ANTONIO DALE VEDOVE MORENO que CELSO HIDEMI <strong>de</strong>fato trabalhava para o co-réu FRANCISCO (fls. 4057).Não confere a informação <strong>de</strong> FRANCISCO (fls. 7144) <strong>de</strong> que CELSO HIDEMI somenteprestou-lhe assessoria contábil há muito tempo.O co-réu OSVALDO JOSÉ VANCINE confirma que CELSO HIDEMI é funcionário <strong>do</strong>“CHICO” (fls. 2698 e 7429).FISCAIS DAS OBRAS:MÁRIO ANTONIO DALE VEDOVE MORENO:Coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>r da empresa LBR-Tjofran na região <strong>de</strong> Pru<strong>de</strong>nte e Marília, empresa terceirizadapela CDHU.Confirmou-se na instrução processual que <strong>de</strong>u autenticida<strong>de</strong> ao quantitativo e qualitativoutiliza<strong>do</strong> nas obras, pelo que noticiam os autos mediante recebimento <strong>de</strong> propina.Peça importante para o êxito da empreitada criminosa, passan<strong>do</strong> a fazer parte daquadrilha montada para fraudar as licitações, <strong>de</strong>ven<strong>do</strong>, por esse crime (associação em quadrilha),ser con<strong>de</strong>na<strong>do</strong>.Safar-se-á da acusação <strong>de</strong> frau<strong>de</strong> às licitações por uma questão técnica, pela inépciada acusação referente ao artigo 96 da Lei 8.666/93. Não, entretanto, da acusação <strong>de</strong> lavagem<strong>de</strong> dinheiro (artigo 1º, incisos V e VII, da Lei 9.613/98).Como adianta<strong>do</strong> supra, confirmou-se a acusação <strong>de</strong> lavagem <strong>de</strong> dinheiro.Nos tópicos da sentença “lavagem <strong>de</strong> dinheiro” e “propina”, discorri sobre a comprovaçãoda autoria <strong>do</strong> réu MARIO VEDOVE.De se lembrar que recibo junta<strong>do</strong>s às fls. 4363/4369, revelam pagamento mensal <strong>de</strong>propinas ao réu Mario Antônio, feito diretamente pelo acusa<strong>do</strong> Jovem Marcos, no perío<strong>do</strong>compreendi<strong>do</strong> entre os meses <strong>de</strong> janeiro a <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2006.Informou a testemunha Hélio que MARIO ligava no escritório da FT e falava comFRANCISCO, passan<strong>do</strong> uma conta para <strong>de</strong>pósito. As vezes os <strong>de</strong>pósitos eram feitos na conta<strong>de</strong> MARIO e da empresa <strong>de</strong> sua esposa, Valéria. Completa a testemunha Hélio que a empresa<strong>de</strong> Valéria <strong>de</strong>nomina-se “Quintal Paisagismo”, em nome <strong>de</strong> uma tal <strong>de</strong> Dalva (fls. 6235).A propósito <strong>de</strong>ssa empresa, <strong>de</strong> paisagismo, da sogra <strong>de</strong> MARIO ANTONIO, <strong>de</strong>claroueste que <strong>de</strong> fato houve <strong>de</strong>pósito por parte <strong>de</strong> FRANCISCO na conta da firma, procuran<strong>do</strong>justificar que em razão <strong>de</strong> serviço presta<strong>do</strong> (fls. 7390). Na sua conta pessoal, MARIO dissenão se recordar se houve <strong>de</strong>pósito.


50 – <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, 119 (222) – Suplemento Diário Oficial Po<strong>de</strong>r Legislativo sába<strong>do</strong>, 28 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 2009Indica a testemunha Hélio (fls. 6236) outros vários recibos <strong>de</strong> propina paga aMARIO, afirman<strong>do</strong> que ele recebia uma mensalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> R$ 4.000,00. Cito trecho <strong>do</strong> <strong>de</strong>poimento:“O “QLN” Mário, em to<strong>do</strong>s os lançamentos, dizem respeito à propina que MárioMoreno recebia. Segun<strong>do</strong> o <strong>de</strong>clarante, Mário recebia um mensalida<strong>de</strong> no valor <strong>de</strong> R$4.000,00 (quatro mil reais). O <strong>de</strong>clarante salienta que os valores eram <strong>de</strong>posita<strong>do</strong>s na conta<strong>de</strong> um tal <strong>de</strong> Valéria, em nome da empresa Dalva Paisagismo”.De se lembrar que Hélio foi ouvi<strong>do</strong> na Delegacia <strong>de</strong> Polícia acompanha<strong>do</strong> <strong>de</strong> umadvoga<strong>do</strong>, o mesmo que o assistiu na oitiva judicial.Interroga<strong>do</strong> em Juízo, afirmou ter um relacionamento com o co-réu FRANCISCO“estritamente profissional” (fls. 7390). Na Polícia, porém, <strong>de</strong>clarou participar <strong>de</strong> festa nacasa <strong>de</strong> FRANCISCO, precisamente “festa <strong>de</strong> final <strong>de</strong> ano”. Ora, quem passa festa <strong>de</strong> final<strong>de</strong> ano em casa <strong>de</strong> outrem é porque tem afinida<strong>de</strong>. Demonstrada a afinida<strong>de</strong> entre MARIOANTONIO e FRANSCISCO. Tem MARIO ANTONIO, também, conta<strong>do</strong> mais próximo com o coréuJOVEM MIRAS, com este já trabalhan<strong>do</strong> em parceria (fls. 4056).Confirman<strong>do</strong> a manobra <strong>do</strong> réu, <strong>de</strong> dissimular a origem <strong>do</strong> dinheiro, no dia 02 <strong>de</strong>abril <strong>de</strong> 2004 recebeu R$ 4.000,00, em espécie, fazen<strong>do</strong> com que fosse <strong>de</strong>posita<strong>do</strong> na contada empresa da qual sua esposa é sócia, “Dalva nascimento <strong>do</strong>s Santos Pais - ME”, conforme<strong>do</strong>cumentação inserta em fls. 108212/1083 e 2255). Essa <strong>do</strong>cumentação, justaposta àinstrução <strong>do</strong>cumental em seu to<strong>do</strong> e aos testemunhos cita<strong>do</strong>s supras, estribam a con<strong>de</strong>naçãopor lavagem <strong>de</strong> dinheiro.De rigor sua con<strong>de</strong>nação.CLIMÉRIO DE TOLEDO PEREITA:Coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>r regional, <strong>do</strong> CDHU, <strong>de</strong> obras nesta região. Engenheiro <strong>do</strong> CDHU responsávelpela ratificação das medições e fiscalizações das obras.Reunia-se semanalmente com o co-réu REINALDO DE GALES (da LBR), conformecoloca<strong>do</strong> por este (fls. 7434). Declarou REINALDO que CLIMÉRIO comparecia nas obrasesporadicamente. Negligenciava, então, à tarefa <strong>de</strong> conferir as medições. Admitiu que quasenão visitava os canteiros <strong>de</strong> obras (fls. 7160).No início <strong>de</strong> seu interrogatório judicial já externa a ligação com o grupo FT, <strong>de</strong>claran<strong>do</strong>que esta construin<strong>do</strong> uma casa numa proprieda<strong>de</strong> rural, em Gardênia, distrito <strong>de</strong>Agisse, adquirin<strong>do</strong> o material da FT Construções (fls. 7160). Ainda, que utilizou <strong>de</strong> umaretroescava<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong> da empresa FT, dizen<strong>do</strong> que por aluguel, porém não fazen<strong>do</strong>prova disso. Informa, mais, que <strong>de</strong> fato conversou por telefone com FRANCISCO sobreseu (<strong>de</strong> Climério) interesse em adquirir postes usa<strong>do</strong>s na re<strong>de</strong> temporária <strong>de</strong> energia.No tópico aberto acima como “propina”, tirei trechos <strong>do</strong> processo que <strong>de</strong>monstram,inequivocamente, que o réu CLIMÉRIO recebeu propina. A lembrar uma interceptação dascomunicações telefônicas entre Climério e Francisco Emílio, no dia 13 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 2007,na qual os réus ajustaram a entrega <strong>de</strong> alguns materiais, que seriam <strong>de</strong>svia<strong>do</strong>s <strong>de</strong> um canteiro<strong>de</strong> obras <strong>do</strong> município <strong>de</strong> Tarabai, em favor <strong>de</strong> Climério (Feito Correge<strong>do</strong>ria 18/06 - fls.2174, vol. XI). Também, as duas notas fiscais (fls. 4273 e 4275) que <strong>de</strong>monstram o recebimento<strong>de</strong> vantagens in<strong>de</strong>vidas das empresas FT.Em conversa entre os investiga<strong>do</strong>s FRANCISCO (CHICO) e CLIMÉRIO, conversamsobre manobras13 para escon<strong>de</strong>r situações irregulares sobre a execução da obra (Feito18/06 – Correge<strong>do</strong>ria - fls. 2325).Foi visto por um ex-funcionário da FT, Hélio, várias vezes no escritório da FT, semprea conversar com FRANCISCO (fls. 4713).Fora incrimina<strong>do</strong> por uma ex-funcionária da FT, Maria Suzana Pinheiro, que afirmoutanto perante a autorida<strong>de</strong> policial (fls. 4710), como em juízo (fls. 8217), que havia umesquema <strong>de</strong> “pagamento por fora” para algumas pessoas que freqüentavam o escritório dareferida empresa, <strong>de</strong>ntre as quais <strong>de</strong>stacou os réus Reinal<strong>do</strong> <strong>de</strong> Gales e Climério <strong>de</strong> Tole<strong>do</strong>Pereira.De rigor sua con<strong>de</strong>nação.REINALDO DE GALLES:Engenheiro civil. Gerencia<strong>do</strong> pela empresa “LBR”, era incumbi<strong>do</strong> <strong>de</strong> fazer mediçõesnos três conjuntos habitacionais <strong>de</strong> Pirapozinho.É <strong>de</strong>lata<strong>do</strong> pela testemunha Hélio, que foi encarrega<strong>do</strong> <strong>do</strong> financeiro da FT pormeses. Disse Hélio que REINALDO comparecia no escritório da FT para levar planilhas parao FRANCISCO e que certa vez foi-lhe separa<strong>do</strong> R$ 500,00 (fls. 4713).Também fora incrimina<strong>do</strong> por uma outra ex-funcionária da FT, Maria Suzana Pinheiro,que afirmou tanto perante a autorida<strong>de</strong> policial (fls. 4710), como em juízo (fls. 8217),que havia um esquema <strong>de</strong> “pagamento por fora” para algumas pessoas que freqüentavamo escritório da referida empresa, <strong>de</strong>ntre as quais <strong>de</strong>stacou os réus Reinal<strong>do</strong> <strong>de</strong> Gales e Climério<strong>de</strong> Tole<strong>do</strong> Pereira.Acrescenta Hélio (fls. 6236) que REINALDO recebia uma mensalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> R$1.000,00. Cito trecho <strong>do</strong> <strong>de</strong>poimento:“Que Reinal<strong>do</strong> da CDHU recebia uma mensalida<strong>de</strong> no valor <strong>de</strong> R$ 1.000,00 (milreais)”.Reforça a convicção <strong>de</strong> ter se corrompi<strong>do</strong> pelo sistema monta<strong>do</strong> pelo grupo FT ofato <strong>de</strong> ter presta<strong>do</strong> serviços particulares para o réu FRANCISCO EMÍLIO. Declarou REINAL-DO (fls. 7434) ter feito análise técnica <strong>de</strong> <strong>do</strong>cumentação visan<strong>do</strong> a liberação <strong>de</strong> financiamentobancário na Caixa Econômica Fe<strong>de</strong>ral, isso em 2004. Procurou justificar as idas aoescritório <strong>do</strong> FRANCISCO dizen<strong>do</strong> que era para tratar <strong>de</strong>sse assunto, <strong>do</strong> serviço que prestoupara FRANCISCO. Ocorre que o serviço foi em 2004.Tira-se <strong>de</strong>ssas <strong>de</strong>clarações uma ligação particular <strong>de</strong> REINALDO com FRANCISCO,bem como uma admissão <strong>de</strong> REINALDO que <strong>de</strong> fato esteve no escritório <strong>de</strong> FRANCISCO.Disse REINALDO, em seu interrogatório, que a verificação da qualida<strong>de</strong> da ma<strong>de</strong>iraera feita visualmente (fls. 7435). Ocorre que não <strong>de</strong>nunciou a ma<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> beminferior empregada nos conjuntos, ao contrário, afirmou que era <strong>de</strong> boa qualida<strong>de</strong> (fls.7434).No tópico aberto acima como “propina”, tirei trechos <strong>do</strong> processo que <strong>de</strong>monstram,inequivocamente, que o réu REINALDO recebeu propina <strong>do</strong> grupo. A lembrar as cópias <strong>do</strong>livro caixa da empresa FT Construções LTDA (fls. 1140, 1257, 1299 e 1332), nas quais seconstata o lançamento <strong>de</strong> pagamentos para o acusa<strong>do</strong> em questão, i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s pela siglaQLN Reinal<strong>do</strong>.Documentos insertos em fls. fls. 1140, 1257, 1299 e 1332 corroboram que <strong>de</strong> fatorecebia propina <strong>do</strong> grupo.De rigor sua con<strong>de</strong>nação.CONTADORES AUTÔNOMOS:CAIO CÉSAR GONÇALVES BERTASSO:É acusa<strong>do</strong> <strong>do</strong>s fatos criminosos <strong>de</strong>scritos nos itens 01, 15 e 18.Não reúnem os autos provas suficientes para estribar a con<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> CAIO.Não se confirmou a acusação <strong>de</strong> ser conta<strong>do</strong>r da quadrilha.Abriu, <strong>de</strong> fato, as empresas “Dois Irmãos”, “Pirapó Center” e “J. Bom.”, receben<strong>do</strong>pelo acompanhamento contábil <strong>de</strong>las.Não me convenço <strong>de</strong>le ter <strong>de</strong> associa<strong>do</strong> ao réu FRANCISCO em quadrilha, com oobjetivo <strong>de</strong> fraudar licitações. Foi impru<strong>de</strong>nte em se manter liga<strong>do</strong>, profissionalmente, aempresas suspeitas, sem, contu<strong>do</strong>, incorrer no grave crime <strong>de</strong> formação <strong>de</strong> quadrilha.JOSÉ ROBERTO KOL:Acusa<strong>do</strong> somente <strong>de</strong> integrar a quadrilha, portanto como incurso no artigo 288 <strong>do</strong>CP.Não reúnem os autos provas suficientes para estribar a con<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> KOL.Segun<strong>do</strong> a acusação, um <strong>do</strong>s conta<strong>do</strong>res da quadrilha. Ainda segun<strong>do</strong> a acusação,criou empresas <strong>de</strong> fachada, administran<strong>do</strong> as escriturações da FT.Foi, <strong>de</strong> fato, o cria<strong>do</strong>r das primeiras empresas <strong>do</strong> grupo, no caso as empresas“Tibet”, “Coimbater” e <strong>de</strong>pois a “FT Construções”. Ele admite isso (fls. 7416/7418).Não se <strong>de</strong>monstrou que ele, JOSÉ ROBERTO KOL, tivesse participa<strong>do</strong> <strong>de</strong> um esquemacriminoso; que soubesse <strong>do</strong>s propósitos ilícitos da organização; que, em seu escritório, forjasseou adulterasse algum <strong>do</strong>cumento.Quer parecer, por ausência <strong>de</strong> prova em contrária, que se limitou a trabalhar comoconta<strong>do</strong>r, a propósito como por ele <strong>de</strong>clara<strong>do</strong> em fls. 7417.FAMÍLIA KAUFFMANN:CARLOS EDUARDO KAUFMANN:Acusa<strong>do</strong> <strong>do</strong>s fatos criminosos <strong>de</strong>scritos nos itens 01, 02, 05, 09, 10, 11, 12, 13, 14,21 e 22.Há provas para sua con<strong>de</strong>nação.Consoante informa<strong>do</strong> pelo próprio <strong>do</strong>no da FT, o réu FRANCISCO, CARLOS EDUARDOera quem acompanhava as licitações.Interroga<strong>do</strong> em Juízo (fls. 7410/7412), <strong>de</strong>clarou ser advoga<strong>do</strong> <strong>do</strong> co-réu FRANCISCO<strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1996. A partir <strong>de</strong> 2001, passou a trabalhar para a FT, atuan<strong>do</strong> não só como advoga<strong>do</strong>como no <strong>de</strong>partamento administrativo, em razão <strong>do</strong> que acompanhava a empresa em certamespúblicos (fls. 7411).Organizava as licitações, em todas modalida<strong>de</strong>s. Participou <strong>do</strong> pagamento <strong>de</strong> propinasa servi<strong>do</strong>res públicos. Teve papel <strong>de</strong>staca<strong>do</strong> nas frau<strong>de</strong>s às licitações.Foi muito comprometi<strong>do</strong> pelo co-réu OSVALDO VANCINE (proprietário da empresa“Jovan”), tanto no interrogatório policial como judicial. No inquérito policial relatou quecomo sua empresa sem ativida<strong>de</strong> procurou CARLOS KAUFFMANN, por saber que era daempresa FT e atuava no ramo da construção civil, oferecen<strong>do</strong>-lhe a empresa “Jovan”. DisseCARLOS KAUFFMANN que teria, sim, interesse na empresa. Alimentan<strong>do</strong> a expectativa <strong>de</strong>compra, CARLOS pediu à VANCINE que assinasse propostas em branco, ten<strong>do</strong> atendi<strong>do</strong>VANCINE, confirman<strong>do</strong> VANCINE que não participou das licitações, somente assinan<strong>do</strong> aspropostas (fls. 2697/2699 e 7428/7429).Disse o co-réu OSVALDO VANCINE, na fase policial, ter ouvi<strong>do</strong> <strong>do</strong> réu CARLOS EDU-ARDO que se faziam pagamentos <strong>de</strong> certas quantias em dinheiro aos prefeitos da região(fls. 2698).Em juízo, longe <strong>de</strong> qualquer dúvida sobre a expressão <strong>de</strong> vonta<strong>de</strong> e realida<strong>de</strong> dasinformações prestadas pelo réu, livre <strong>de</strong> qualquer vício <strong>de</strong> consentimento, <strong>de</strong>clarou OSVAL-DO VANCINE, confessan<strong>do</strong> sua participação na frau<strong>de</strong>:“Que <strong>de</strong> fato, pelo <strong>de</strong>nuncia<strong>do</strong> CARLOS AEDUARDO KAUFFMANN lhe foram apresentadas,em duas oportunida<strong>de</strong>s, duas cartas convites, ambas da Prefeitura <strong>de</strong> Pirapozinho.Nas duas ocasiões limitou-se a assinar os <strong>do</strong>cumentos, aten<strong>de</strong>n<strong>do</strong> ao pedi<strong>do</strong> <strong>de</strong> CarlosEduar<strong>do</strong>. As cartas já estavam preenchidas... Alega que em virtu<strong>de</strong> da dificulda<strong>de</strong> financeira<strong>de</strong> sua empresa resolveu vendê-la...No entanto, até mesmo com o intuito <strong>de</strong> agradá-lo, econseguir efetivar a venda <strong>de</strong> sua empresa, acabou aten<strong>de</strong>n<strong>do</strong> a pedi<strong>do</strong> <strong>de</strong>le e assina<strong>do</strong>as cartas convites...Na ocasião Carlos chegou a informar ao interrogan<strong>do</strong> a finalida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s<strong>do</strong>cumentos que estava assinan<strong>do</strong>, que visavam justamente fraudar licitações” (fls. 7429)(grifei).Informam os autos que o acusa<strong>do</strong> CARLOS EDUARDO, chegou a produzir o edital <strong>de</strong>licitação, com os respectivos anexos, conduzin<strong>do</strong> até mesmo atas <strong>de</strong> abertura.Segun<strong>do</strong> o Ministério Público, é aponta<strong>do</strong> como o “gênio das licitações”, e não àtoa.Em interceptação telefônica legal (Feito 18/06), é flagra<strong>do</strong> em conversas compromete<strong>do</strong>ras.No tópico <strong>de</strong>sta sentença “propina”, cito um trecho <strong>de</strong> uma conversa sua com seuirmão Luis <strong>Paulo</strong> sobre negócios escusos.ARTHUR KAUFFMANN:Acusa<strong>do</strong> <strong>do</strong>s fatos criminosos <strong>de</strong>scritos nos itens 01, 06, 07, 08, 11, 12, 14 e 22 da<strong>de</strong>núncia.Há provas para sua con<strong>de</strong>nação.Irmão <strong>de</strong> LUÍS PAULO. Têm eles papel semelhante. Participa da arrecadação <strong>de</strong>dinheiro ilícito nas Prefeituras. Responsáveis pela cooptação <strong>de</strong> agentes e funcionáriospúblicos. Participou da frau<strong>de</strong> <strong>de</strong> pregões e cartas-convites.É incrimina<strong>do</strong> pelo co-réu PAULO SARQUIS. Este, interroga<strong>do</strong> na fase policial, <strong>de</strong>clarouter si<strong>do</strong> procura<strong>do</strong> por ARTHUR que lhe pediu para assinar duas cartas convites dacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Pirapozinho, o que foi feito. Informou que as cartas já estavam preenchidas nosvalores já <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s. (fls. 3587/3589).Em juízo, PAULO SARQUIS procurou <strong>de</strong>sdizer essa passagem <strong>de</strong> seu interrogatóriopolicial (fls. 7260). Admitiu, contu<strong>do</strong>, que seu interrogatório policial foi acompanhada por


sába<strong>do</strong>, 28 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 2009 Diário Oficial Po<strong>de</strong>r Legislativo <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, 119 (222) – Suplemento – 51sua irmã, advogada (presença não constante no termo), que lhe orientou sobre o ato <strong>do</strong>interrogatório (fls. 7260). Esse fato – acompanhamento por uma advogada, irmã, dá consistênciaao ato. E não quer parecer, nada autorizan<strong>do</strong> a essa conclusão, que tenha a autorida<strong>de</strong>policial inventa<strong>do</strong> essa passagem. Deu PAULO da<strong>do</strong>s peculiares a essa passagem, comoo local que fora aborda<strong>do</strong> pelo co-réu ARTHUR (fora <strong>de</strong> sua empresa, quan<strong>do</strong> vistoriavauma obra).Admitiu, em juízo, que comparecia na Prefeitura, na data <strong>do</strong>s pregões, representan<strong>do</strong>seu irmão LUIZ PAULO, discutin<strong>do</strong> preços (fls. 7408/7409).LUIZ PAULO KAUFFMANN:Acusa<strong>do</strong> <strong>do</strong>s fatos criminosos <strong>de</strong>scritos nos itens 01, 11, 12, 14 e 22.Há provas para sua con<strong>de</strong>nação.Interroga<strong>do</strong> em juízo (fls. 7425/7427), negou as acusações.Desempenhou várias funções na organização, emitin<strong>do</strong>, conforme <strong>de</strong>lata<strong>do</strong> pelo coréuEDSON MENEZES (fls. 7441), notas fiscais para a empresa Êxo<strong>do</strong> e Associação Renascer.Autoriza-se dizer atuar LUÍS PAULO na conta<strong>do</strong>ria <strong>do</strong> grupo FT. Com efeito, o <strong>do</strong>no da FT,o réu FRANCISCO, informa que LUÍS PAULO prestava assessoria contábil (fls. 7143). O coréuMARIO ANTONIO confirma que LUÍS PAULO era tesoureiro <strong>do</strong> FRANCISCO EMÍLIO (fls.4056).Dentre o leque <strong>de</strong> atuações, efetuava, conforme informa<strong>do</strong> por FRANCISCO (fls.7144), pagamentos para a FT, nesta região e em <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, on<strong>de</strong> trabalhou através <strong>de</strong> umasubempreiteira para a CDHU, daí, por certo, sua escolha para atuar em <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, peloconhecimento <strong>do</strong>s caminhos da CDHU na capital.Proprietário da empresa Monte Alto. Fez alguns pregões, pagamentos <strong>de</strong> subornosà funcionários e políticos (OBS: pagou propina ao FAIAD). A Monte Alto foi criada para participardas licitações. Responsável pela organização das contas da organização, cooptan<strong>do</strong>agentes e funcionários públicos.LUIZ PAULO é cita<strong>do</strong>, <strong>de</strong>ntre outras passagens, pela testemunha João Degair Favareto(já cita<strong>do</strong>). Como funcionário da FT, o réu LUÍS PAULO entregava, por vezes, a planilha <strong>de</strong>uso <strong>de</strong> material nas unida<strong>de</strong>s para João Degair.A testemunha Hélio, que foi responsável pelo setor financeiro da FT por algunsmeses, informou que LUÍS PAULO monitorava o faturamento da empresa, o que entrava <strong>de</strong>dinheiro (fls. 7963/7969. Informou que havia a prática, pela FT, <strong>de</strong> compra <strong>de</strong> notas fiscaisfalsas ou <strong>de</strong> empresas inexistentes, as quais eram obtidas pelo réu LUIZ PAULO KAUYFF-MANN (fls. 4.713).Reconheceu essa testemunha ser a grafia <strong>de</strong> LUIS PAULO em vários recibos <strong>de</strong> propinajunta<strong>do</strong>s aos autos (fls. 4712/4713, 6234/6235).Repisan<strong>do</strong>, a testemunha Hélio Tênisélio i<strong>de</strong>ntifica recibos constantes nos autos,citan<strong>do</strong>-se as folhas, como <strong>de</strong> pagamento <strong>de</strong> propina. I<strong>de</strong>ntifica a letra <strong>de</strong> LUIS PAULOKUFFMANN (fls. 6.235) em alguns recibos. Na seqüência i<strong>de</strong>ntifica várias abreviaturas como<strong>de</strong>stinatários <strong>do</strong> dinheiro. Declina a testemunha vários Prefeitos da região que receberampropina, explican<strong>do</strong> as formas <strong>de</strong> pagamento.Convincente, a valer, as <strong>de</strong>clarações prestadas pela testemunha Hélio para o Dr.Delega<strong>do</strong> <strong>de</strong> Polícia que presidiu o inquérito, Dr. Luís Otávio Forti e para o Dr. Promotor <strong>de</strong>Justiça, Dr. André Luiz Felício, <strong>de</strong>clarações que prestou na presença <strong>de</strong> um advoga<strong>do</strong>14, Dr.Helton Honorato <strong>de</strong> Souza.A propósito <strong>de</strong>sses recibos, esses <strong>do</strong>cumentos e tantos outros <strong>do</strong>cumentos foramapreendi<strong>do</strong>s na casa <strong>de</strong> LUIS PAULO, prova inequívoca <strong>de</strong> sua participação ativa, <strong>de</strong> relevo,na organização criminosa.Conversas telefônicas externam que LUIS PAULO exercia função <strong>de</strong> alçada no grupocriminoso. Ler, neste particular, parágrafos constantes no tópico da sentença aberto como“empresas <strong>de</strong> fachada e caixa único”.Em interceptação telefônica legal (Feito 18/06), é flagra<strong>do</strong> em conversas compromete<strong>do</strong>ras.No tópico <strong>de</strong>sta sentença “propina”, cito um trecho <strong>de</strong> uma conversa sua com seuirmão Luis <strong>Paulo</strong> sobre negócios escusos.ROSALY SYLVIA RAMALHO SAMPAIO:Genitora <strong>do</strong>s irmãos Kauffmann.Há provas para sua con<strong>de</strong>nação, não, porém, <strong>de</strong> associação em quadrilha.Participou <strong>de</strong> licitações, como anota<strong>do</strong> na <strong>de</strong>núncia, consoante confirma<strong>do</strong> pelo coréuCELSO (fls. 7414).A empresa “Rosaly Sylvia Ramalho” (materiais <strong>de</strong> construção) é <strong>de</strong> fachada. Essaempresa, uma microempresa, pertence ao grupo FT.Afirma-se ser <strong>de</strong> fachada por evidências e provas.ROSALY é amiga íntima da esposa <strong>de</strong> FRANCISCO, conforme <strong>de</strong>clarou em fls. 7431.O filho <strong>de</strong>la, o réu CARLOS EDUARDO, trabalha para FRANCISCO, em função <strong>de</strong> alçada. Seufilho LUIZ PAULO, outro acusa<strong>do</strong>, é quem fazia a contabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ssa firma (fls. 7431). Resi<strong>de</strong>nteem Presi<strong>de</strong>nte Pru<strong>de</strong>nte, ROSALY abriu a firma na pequena (muito pequena) Tarabai,cida<strong>de</strong> vizinha <strong>de</strong> Pirapozinho, on<strong>de</strong> o grupo FT agia com o criminoso esquema fraudulentonas licitações atinentes à construção <strong>do</strong>s conjuntos habitacionais da CDHU.Admitiu ROSALY (fls. 7432) ter aberto a firma com a finalida<strong>de</strong> precípua <strong>de</strong> participar<strong>de</strong> licitações, não visan<strong>do</strong> o merca<strong>do</strong> diário, praticamente não fazen<strong>do</strong> venda ao público.Evi<strong>de</strong>nte que quem encetou a firma foi o grupo FT, praticamente monopolizan<strong>do</strong>to<strong>do</strong> fornecimento <strong>de</strong> material para o conjunto <strong>do</strong> CDHU.Importa relembrar que a FT não po<strong>de</strong>ria concorrer na licitação para fornecimento <strong>de</strong>cestas <strong>de</strong> materiais, daí porque valeu-se <strong>de</strong> empresas <strong>de</strong> fachada.Se é <strong>de</strong> fachada, como o é, foi utilizada criminosamente para participar <strong>de</strong> licitações,<strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> esquema montada pelo réu FRANCISCO e comparsas, vencen<strong>do</strong> licitações. Venceua licitação objeto da concorrência pública <strong>de</strong> nº 02/03, referente a aquisição <strong>de</strong> materiais <strong>de</strong>construção para a produção <strong>de</strong> 201 unida<strong>de</strong>s habitacionais pelo regime <strong>de</strong> autoconstrução,no empreendimento <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong> “Pirapozinho D”, praticou, ROSALY, o crime que lhe éimputa<strong>do</strong>.Praticou o crime, uma vez, <strong>de</strong> frau<strong>de</strong> à licitação. Não me convenço <strong>de</strong>la ter se associa<strong>do</strong>em quadrilha. Trata-se <strong>de</strong> uma senhora sexagenária, parecen<strong>do</strong>-me que se <strong>de</strong>ixouutilizar num <strong>do</strong>s crimes, não ao ponto, contu<strong>do</strong>, <strong>de</strong> se associar em quadrilha.MEMBROS DA PREFEITURA DE PIRAPOZINHO:SÉRGIO PINAFI foi Prefeito <strong>de</strong> Pirapózinho <strong>de</strong> 2001 a 2006. SIDNEY FLORES foi responsávelpelo setor <strong>de</strong> compras <strong>de</strong> 2003 a 2005, sen<strong>do</strong> sucedi<strong>do</strong> por DEJAIR BISTAFA, queficou <strong>de</strong> 2005 a 2007. CLAUDEMIR ANTONIO DE MATOS e RICARDO MANOEL DOS SANTOSforam responsáveis pelo setor <strong>de</strong> licitação.SÉRGIO PINAFI:Há provas para sua con<strong>de</strong>nação.Foi Prefeito <strong>de</strong> Pirapozinho <strong>de</strong> 2003 a final <strong>de</strong> 2006, quan<strong>do</strong> foi afasta<strong>do</strong> por <strong>de</strong>cisãojudicial. Participou diretamente das frau<strong>de</strong>s nos empreendimentos Pirapozinho “D”, “E” e“E2”, mediante corrupção, receben<strong>do</strong> dinheiro da organização.Interroga<strong>do</strong> em Juízo, negou todas acusações (fls. 5047/5070).Evi<strong>de</strong>nciou-se ter menti<strong>do</strong>, um direito que lhe cabe, em diversos pontos, além <strong>de</strong> secontradizer com as <strong>de</strong>clarações prestadas na Delegacia <strong>de</strong> Polícia.No início <strong>de</strong> seu interrogatório judicial disse ter pouco contato com o co-réu FRAN-CISCO, o Chiquinho. Pergunta<strong>do</strong> sobre o trecho da gravação no qual pe<strong>de</strong> e recebe R$5.000,00 <strong>do</strong> FRANCISCO, justifica que passava por uma situação financeira difícil, ten<strong>do</strong>recebi<strong>do</strong>, em sua casa, o FRANCISCO, o qual se sensibilizou por sua situação <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong>,oferecen<strong>do</strong>-lhe R$ 5.000,00.Não é o que se espera, esse ato <strong>de</strong> generosida<strong>de</strong>, com visita <strong>do</strong>miciliar, <strong>de</strong> quem nãolhe é próximo.Contradisse-se SERGIO PINAFI na versão, sobre os R$ 5.000,00, escrita logo acima.No interrogatório policial (fls. 4059/4067) negou, inicialmente, ter recebi<strong>do</strong> qualquerdinheiro <strong>de</strong> FRANCISCO. No curso <strong>do</strong> interrogatório, disse ter pedi<strong>do</strong> uma ajuda para aFEJUPI15, não complementan<strong>do</strong> se houve a ajuda.Inovou SERGIO PINAFI, assim, em Juízo, ao admitir ter recebi<strong>do</strong> o dinheiro. Decertoaban<strong>do</strong>nou a tese <strong>de</strong> que o dinheiro teria si<strong>do</strong> para uma <strong>do</strong>ação para a FEJUPI por nãocoincidir as datas. No interrogatório judicial <strong>de</strong> SERGIO, quan<strong>do</strong> lhe perguntei sobre a propinaele contraperguntou, antes <strong>de</strong> respon<strong>de</strong>r, qual era a data que a acusação apontava.Seguramente <strong>de</strong>monstra<strong>do</strong> o pagamento <strong>de</strong> propina.Demonstra<strong>do</strong>, à sacieda<strong>de</strong>, o contato próximo <strong>de</strong> SERGIO PINAFI com FRANCISCO,fato comenta<strong>do</strong> por réus e testemunhas.Não é crível que PINAFI não soubesse nem sequer da existência das empresas tidas<strong>de</strong> fachada, indagação que lhe fora feito.Negou PINAFI ter participa<strong>do</strong> <strong>do</strong> fracionamento <strong>de</strong> licitação, sen<strong>do</strong> <strong>de</strong>smenti<strong>do</strong> peloco-réu CLAUDEMIR ANTONIO DE MATOS, funcionário municipal, <strong>do</strong> setor <strong>de</strong> licitação. CLAU-DEMIR, ouvi<strong>do</strong> em inquérito policial (fls. 3663/3664), <strong>de</strong>clarou:“Que assim que o convênio foi firma<strong>do</strong>, o então Prefeito Municipal, Sr. Sérgio Pinaffi,indagou ao <strong>de</strong>clarante se po<strong>de</strong>ria ser aberto <strong>do</strong>is convites, dividin<strong>do</strong>-se o valor. Que o <strong>de</strong>clarantena qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> presi<strong>de</strong>nte da comissão <strong>de</strong> licitação <strong>de</strong>u parecer indican<strong>do</strong> que amodalida<strong>de</strong> correta <strong>de</strong> licitação seria tomada <strong>de</strong> preço, visto que o valor ultrapassaria os R$150.000,00, valor este previsto para engenharia na lei <strong>de</strong> licitação. Que disse ainda que oobjeto <strong>do</strong> convênio era único e não po<strong>de</strong>ria ser fraciona<strong>do</strong>. Que o Sr. Sérgio Pinaffi <strong>de</strong>terminouque fosse dividi<strong>do</strong> em duas cartas convites, neste momento o <strong>de</strong>clarante disse que nãofaria, argumentou que caso ele <strong>de</strong>sejasse assim agir arcaria com as conseqüências. Que emseguida o setor <strong>de</strong> engenharia apresentou uma planilha para licitar e após alguns dias outraplanilha, totalizan<strong>do</strong> aproximadamente R$ 270.000,00 ... nesta época o <strong>de</strong>clarante estava<strong>de</strong>sconfia<strong>do</strong> <strong>de</strong> algo erra<strong>do</strong>, visto que a empresa FT Construções era vence<strong>do</strong>ra da maioriadas licitações...”Perguntei a PINAFI sobre essa <strong>de</strong>claração, não saben<strong>do</strong> ele respon<strong>de</strong>r convincentemente.Não levantou PINAFI qualquer inimiza<strong>de</strong> com CLAUDEMIR ANTONIO DE MATOS. Nãoconvence que CLAUDEMIR incriminasse PINAFI somente para se <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r. Há outros meios<strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa.Confirmou CLAUDEMIR, em juízo, as <strong>de</strong>clarações colocadas supra (fls. 5143/5146).Deixou claro CLAUDEMIR, e fez questão disso, que PINAFI escolhia as empresas que receberiamas cartas-convites, pegan<strong>do</strong> pessoalmente os convites das mãos <strong>de</strong> CLADEMIR. Ainda,que PINAFI interferia <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a escolha <strong>do</strong> terreno. Confirmou que na planilha elaboradapelo setor <strong>de</strong> engenharia da Prefeitura se constava material a mais. Perto <strong>do</strong> final <strong>de</strong> seuinterrogatório, fez CLAUDEMIR um relato que muito incrimina PINAFI, o qual reproduzo (“inverbis”):“Faço um comentário específico <strong>do</strong> procedimento licitatório referente às cartasconvite 14/06 e 17/06. A licitação referiu-se à compra <strong>de</strong> material para a re<strong>de</strong> <strong>de</strong> adução<strong>de</strong> água, re<strong>de</strong>s coletoras <strong>de</strong> esgoto, ligações <strong>do</strong>miciliares e estação elevatória <strong>de</strong> esgoto.Para essa obra, orçada em torno <strong>de</strong> R$-330.000,00, firmou-se um convênio entre a CDHU,a Pref. De Pirapozinho e a SABESP. O Prefeito Municipal da época, o Sr. SÉRGIO PINAFFI,perguntou-me se po<strong>de</strong>ria ser, essa licitação, na modalida<strong>de</strong> carta-convite. Eu respondi quepelo valor <strong>do</strong> convênio não seria possível, até mesmo pela natureza <strong>do</strong> convênio, enten<strong>de</strong>n<strong>do</strong>que era global, indivisível. O Sr. SÉRGIO PINAFFI ficou nitidamente irrita<strong>do</strong>, chegan<strong>do</strong> aesbravejar comigo. Recor<strong>do</strong>-me que ele exclamava palavras e frases como: “quem mandaaqui sou eu; a coisa será feita <strong>do</strong> meu jeito”. Eu respondi tão-somente que se ele a<strong>do</strong>tasseesse procedimento a responsabilida<strong>de</strong> seria exclusivamente sua. Fiquei preocupa<strong>do</strong> por terdivergi<strong>do</strong> <strong>do</strong> meu superior máximo, no caso o Senhor Prefeito Municipal, e entristeci<strong>do</strong> pelotratamento que recebi <strong>de</strong>le, que exclamou comigo em alto tom. Passa<strong>do</strong> um ou alguns dias,após esse fato, chegou até mim uma planilha referente a aquisição <strong>de</strong>sses materiais, elaboradapelo Setor <strong>de</strong> Engenharia da Prefeitura, constatan<strong>do</strong> eu que <strong>de</strong> fato haviam dividi<strong>do</strong>o procedimento licitatório em <strong>do</strong>is. Nada mais comentei com o senhor SÉRGIO PINAFFI,sobre meu entendimento que não se po<strong>de</strong>ria seccionar essa licitação, por parecer-me claroque a questão já estava <strong>de</strong>cidida. Seguin<strong>do</strong> o procedimento que o sr. Prefeito a<strong>do</strong>tou naslicitações que eu relatei, ele indicou as empresas, não me recordan<strong>do</strong> quais, receben<strong>do</strong> ascartas-convite da Comissão <strong>de</strong> Licitação em mãos próprias. Na abertura <strong>do</strong>s envelopes, pelaComissão <strong>de</strong> Licitação, chamou-me a atenção o fato <strong>de</strong> nenhum concorrente se fazer presente”(fls. 5145).


52 – <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, 119 (222) – Suplemento Diário Oficial Po<strong>de</strong>r Legislativo sába<strong>do</strong>, 28 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 2009Objetivou-se, com o <strong>de</strong>s<strong>do</strong>bramento <strong>de</strong>ssa licitação, reduzir o valor <strong>do</strong>s contratos epor conseguinte afastar a exigência da modalida<strong>de</strong> tomada <strong>de</strong> preços.Inconcusso que SÉRGIO PINAFI estava coopta<strong>do</strong> pelo esquema.João Degair Favareto, engenheiro civil da Prefeitura <strong>de</strong> Pirapozinho, concursa<strong>do</strong>, contan<strong>do</strong>com <strong>de</strong>z anos <strong>de</strong> serviço público, foi arrola<strong>do</strong> como testemunha por ter participa<strong>do</strong>da elaboração <strong>do</strong>s projetos para a construção <strong>de</strong> conjuntos habitacionais. Confirmou ele,na Delegacia <strong>de</strong> Polícia, o esquema discorri<strong>do</strong> no início <strong>de</strong>sta sentença, resumidamente ogerenciamento das obras pela empresa “FT”, <strong>do</strong> réu FRANCISCO, a qual elaborava a planilha<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> material. Nesta planilha, que corriqueiramente lhe era apresentadapelo próprio réu FRANCISCO, da FT, lançava Favareto o timbre da Prefeitura, passan<strong>do</strong> aservir <strong>de</strong> guia para a licitação. Percebeu uma quantida<strong>de</strong>, na planilha, superior ao que serianecessário, enfatizan<strong>do</strong> que o Prefeito, o réu SÉRGIO PINAFI, recomendava-lhe que seguissetal procedimento. A propósito <strong>de</strong> pedi<strong>do</strong>s <strong>do</strong> réu PINAFI, na qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Prefeito, informouque este lhe <strong>de</strong>terminou para requisitar 2000 horas <strong>de</strong> serviço <strong>de</strong> máquina para o serviço<strong>de</strong> terraplenagem <strong>do</strong> empreendimento “Pirapozinho D”, quan<strong>do</strong>, no máximo, se chegariaa 1000 horas. Informou que a or<strong>de</strong>m procedia <strong>do</strong> Prefeito e <strong>do</strong> chefe <strong>do</strong> setor <strong>de</strong> compras,no caso <strong>do</strong> réu SIDNEI FLORES (<strong>de</strong>poimentos <strong>de</strong> fls. 2663/2667, 2668/2670, 2574/2575 e3382/3383). Em Juízo João Degair se manteve praticamente na íntegra essas informações,com pequenas divergências, próprias da extensão <strong>do</strong>s fatos. Sobre a solicitação <strong>de</strong> horas amais <strong>do</strong> serviço <strong>de</strong> terraplenagem, disse em juízo que chegou a ficar a ira<strong>do</strong> com a tentativa<strong>de</strong> que ele vistasse horas <strong>de</strong>snecessárias, conversan<strong>do</strong>, sobre isso, com o réu SIDNEY FLO-RES, responsável pelo setor <strong>de</strong> licitação.Procurou a <strong>de</strong>fesa <strong>do</strong>s réus DEJAIR, SERGIO PINAFI e SIDNEY FLORES, justificar ashoras a mais trabalhadas no conjunto “Pirapozinho D”, fazen<strong>do</strong> ouvir a testemunha JaimeSimões Pato (fls. 8585/8592), encarrega<strong>do</strong> <strong>do</strong> pessoal que operavam as máquinas. DisseJaime que cerca <strong>de</strong> 50% da terraplenagem <strong>do</strong> conjunto “D” foi feito sobre terreno muitoduro, aumentan<strong>do</strong> a carga horária das máquinas. Não se justifica, contu<strong>do</strong>, a requisição <strong>de</strong>2000 horas quan<strong>do</strong>, pelo controle <strong>de</strong> João Degair, não chegou a 1000. A propósito, disseJaime que não controlava o horário <strong>de</strong> trabalho das máquinas.Tanto na Carta-Convite n. 17/06, como na Carta-Convite n. 14/06, o acusa<strong>do</strong> SérgioPinaffi, flagra<strong>do</strong> em diversas interceptações telefônicas autorizadas pela justiça pedin<strong>do</strong>propina para o réu Francisco Emílio <strong>de</strong> Oliveira, foi quem “selecionou” as empresas convidadas(fls. 5144/5146, vol. 26º).Cito trecho das <strong>de</strong>clarações <strong>de</strong> CLAUDEMIR MATOS:“Quem escolheu as empresas para as quais seriam dirigidas as cartas-convite foi oSr. Prefeito Municipal, Sr. Sérgio Pinaffi. Isso eu quero <strong>de</strong>ixar claro, que era o Sr. Sérgio Pinaffiquem escolhia as empresas” (fls. 5144).Sobre a frau<strong>de</strong> sobre o caráter competitivo da Carta-convite n.º 02/03, realizadapara a aquisição <strong>de</strong> materiais <strong>de</strong> construção para a produção <strong>de</strong> 201 (duzentos e uma)unida<strong>de</strong>s habitacionais pelo regime <strong>de</strong> autoconstrução, no empreendimento <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong>Pirapozinho “D”, relatou a testemunha João Degair Favareto, engenheiro civil, funcionáriopúblico <strong>do</strong> município <strong>de</strong> Pirapozinho, encarrega<strong>do</strong> <strong>do</strong> Setor <strong>de</strong> Engenharia, que SÉRGIOPINAFFI cobrava <strong>do</strong> setor as planilhas. Cito trecho <strong>do</strong> <strong>de</strong>poimento: “Era ele que cobrava dagente as planilhas, ‘não vieram?, o prazo é curto’, a gente tinha que correr atrás da empresapara que mandasse a planilha com mais tempo pra gente fazer a licitação (...) sim, realmentea gente conversou sobre isso daí, ele falou ‘a empresa tem experiência com conjuntos, vaipassar certinho, não fica preocupa<strong>do</strong> não” (fls. 7928/7229, vol. 40).Praticou o réu SERGIO PINAFFI os <strong>de</strong>litos a ele imputa<strong>do</strong>s, com exceção da acusação<strong>de</strong> crime <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> tipifica<strong>do</strong> no artigo 1º, inciso I, <strong>do</strong> Dec.Lei 201/67.Pelos atos pratica<strong>do</strong>s, praticou o réu SERGIO crime <strong>de</strong> associação em quadrilha,frau<strong>de</strong> à licitação (art. 90 da Lei n. 8.666/93) e corrupção passiva (art. 317 <strong>do</strong> CP). Não sesustenta, contu<strong>do</strong>, a acusação <strong>de</strong> <strong>de</strong>svio <strong>de</strong> dinheiro público, mesmo porque absorvida pelas<strong>de</strong>mais.DEJAIR BISTAFFA:Acusa<strong>do</strong> nos fatos 01, 05 e 16 da <strong>de</strong>núncia.Autoriza-se sua con<strong>de</strong>nação somente pela acusação <strong>do</strong> item 05 da <strong>de</strong>núncia, pelafrau<strong>de</strong> ao caráter competitivo da Carta-convite nº 04/06, realizada para a contratação <strong>de</strong>empresa especializada para prestação <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> administração <strong>de</strong> obra e treinamento<strong>de</strong> mutirantes em canteiro <strong>do</strong> empreendimento <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong> “Pirapozinho E”.A frau<strong>de</strong> foi praticada com seu auxílio.Era da comissão <strong>de</strong> compras e cunha<strong>do</strong> <strong>do</strong> ex-prefeito Sérgio Pinaffi.Negou, em interrogatório judicial, ter entregue cartas-convites (fls. 5079/5086).É <strong>de</strong>smenti<strong>do</strong>, neste particular, pelos réus RICARDO MANOEL DOS SANTOS eCLAUDEMIR ANTONIO DE MATOS, interroga<strong>do</strong>s na polícia (fls. 4888/4890, 2702/2706 e3663/3664), que afirmaram que DEJAIR e SIDNEY eram os encarrega<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s envios dascartas-convite. Em Juízo, RICARDO tentou amenizar o impacto <strong>de</strong> sua <strong>de</strong>claração <strong>de</strong> queSIDNEI e DEJAIR entregavam as cartas-convites, dizen<strong>do</strong> que tirou essa conclusão somentepor <strong>do</strong>cumentos. De toda sorte, manteve a afirmação <strong>de</strong> que eles entregavam.De fato, enquanto o acusa<strong>do</strong> Sérgio Pinaffi foi corrompi<strong>do</strong> pelo grupo para viabilizara frau<strong>de</strong> em questão, <strong>de</strong>terminou ao réu Dejair Bistaffa que colaborasse no esquema fraudulento,simulan<strong>do</strong> a entrega das cartas-convite às empresas por ele indicadas (fls. 341/346<strong>do</strong> I. Policial 116/07, vol. II).Por somente esse ato, não me convenço <strong>de</strong> ter ele se associa<strong>do</strong>, na acepção jurídica<strong>do</strong> crime <strong>de</strong> associação em quadrilha, ao esquema criminoso.Não se sustenta, também, a acusação <strong>de</strong> corrupção passiva <strong>de</strong>scrita no item “16”da <strong>de</strong>núncia, on<strong>de</strong> consta que DEJAIR teria si<strong>do</strong> o intermediário para que o co-réu SERGIOPINAFFI recebesse, numa das vezes, propina da FT.O fato <strong>de</strong> constar numa conversa telefônica que SERGIO PINAFFI solicitou R$5.000,00, em contato com FRANCISCO EMILIO, importância que <strong>de</strong>veria ser paga por intermédio<strong>de</strong> DEJAIR BISTAFFA, não incrimina, por si só, a este.Fica, neste particular (corrupção passiva), somente a <strong>de</strong>sconfiança <strong>de</strong> que DEJAIRestava coopta<strong>do</strong>.SIDNEI FLORES DOS SANTOS:Deve ser con<strong>de</strong>na<strong>do</strong>.Diretor <strong>do</strong> setor <strong>de</strong> compras da Prefeitura <strong>de</strong> Pirapozinho, na administração <strong>de</strong>Sérgio Pinaffi, executou, por certo, or<strong>de</strong>ns ilegais <strong>do</strong> então prefeito para os setores <strong>de</strong> engenhariae licitação, com o intuito <strong>de</strong> fraudar certames e lesar o erário público (fls. 2663, 2670e 3382).Foi a Carta-convite n.º 02/05 expedida pelo <strong>de</strong>nuncia<strong>do</strong> Sidnei Flores <strong>do</strong>s Santos (fls.1550), aten<strong>de</strong>n<strong>do</strong> a <strong>de</strong>terminações <strong>do</strong> então prefeito municipal Sérgio Pinaffi.Negou, em interrogatório judicial, ter entregue cartas-convites (fls. 5071/5078).Fora <strong>de</strong>smenti<strong>do</strong>, neste particular, pela ata <strong>de</strong> recebimento <strong>do</strong>s envelopes conten<strong>do</strong>as propostas atinente à carta-convite 02/05, juntada em fls. 1550. Eis parte <strong>do</strong> teor da ata:“Foram convidadas pelo Diretor <strong>de</strong> Compras, Senhor Sidnei Flores <strong>do</strong>s Santos, três empresas...”.É uma ata municipal.É <strong>de</strong>smenti<strong>do</strong>, ainda, pelos réus RICARDO MANOEL DOS SANTOS e CLAUDEMIRANTONIO DE MATOS, interroga<strong>do</strong>s na polícia (fls. 4888/4890, 2702/2706 e 3663/3664),que afirmaram que DEJAIR e SIDNEY eram os encarrega<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s envios das cartas-convite.Em Juízo, RICARDO tentou amenizar o impacto <strong>de</strong> sua <strong>de</strong>claração <strong>de</strong> que SIDNEI e DEJAIRentregavam as cartas-convites, dizen<strong>do</strong> que tirou essa conclusão somente por <strong>do</strong>cumentos.De toda sorte, manteve a afirmação <strong>de</strong> que eles entregavam.Fora incrimina<strong>do</strong> pelo co-réu CLAUDEMIR ANTONIO DE MATOS.Confirmou CLAUDEMIR que SIDNEY FLORES entregava cartas-convites. Não era função<strong>de</strong> SIDNEY. Que interesse tinha ele nessas entregas, uma vez que não era da comissão<strong>de</strong> licitação, mas sim <strong>de</strong> compra? Interesse escuso. Esclareceu CLAUDEMIR que as cartasconvitessaíam <strong>do</strong> setor <strong>de</strong> SIDNEY FLORES, prova disso os vistos que ele (FLORES) lançavanas cartas. Reproduzo trecho <strong>do</strong> interrogatório <strong>de</strong> CLAUDEMIR:“Chamou-me a atenção o fato <strong>de</strong> em todas as cartas-convite, ou quase todas, havero visto <strong>do</strong> Sr. SIDNEI FLORES, indican<strong>do</strong> que as cartas saíam <strong>do</strong> setor <strong>de</strong>le, <strong>de</strong> Compras. Ele,o SIDNEI, era pessoa <strong>de</strong> confiança <strong>do</strong> SÉRGIO PINAFFI, a propósito, usan<strong>do</strong> seu contatodireto com o sr. Prefeito Municipal para se impor sobre outros setores da Prefeitura, como onosso Setor <strong>de</strong> Licitação. Ele chegava a se impor <strong>de</strong> forma truculenta”.É incrimina<strong>do</strong>, ainda, pela testemunha João Degair Favareto, sobre a or<strong>de</strong>m <strong>de</strong>requisitar 2000 horas <strong>de</strong> serviço <strong>de</strong> máquina quan<strong>do</strong> seria necessário somente 1000 (fizanotações <strong>de</strong>sse <strong>de</strong>poimento no tópico <strong>do</strong> réu SÉRGIO PINAFI). Sobre a solicitação <strong>de</strong> horasa mais <strong>do</strong> serviço <strong>de</strong> terraplenagem, disse em juízo que chegou a ficar a ira<strong>do</strong> com a tentativa<strong>de</strong> que ele vistasse horas <strong>de</strong>snecessárias, conversan<strong>do</strong>, sobre isso, com o réu SIDNEYFLORES, responsável pelo setor <strong>de</strong> licitação.I<strong>de</strong>ntificou a testemunha Hélio (fls. 6235), ex-funcionário da FT, <strong>do</strong>cumento (<strong>do</strong>c. 32)<strong>de</strong> recibo no valor <strong>de</strong> R$ 500,00 que foi entregue a SIDNEI. Acrescentou a testemunha quemesmo fora <strong>do</strong> po<strong>de</strong>r SIDNEI ainda recebia propina com freqüência <strong>de</strong> FRANCISCO. I<strong>de</strong>ntificaa testemunha Hélio (fls. 6236) outro pagamento <strong>de</strong> propina para SIDNEI com prova<strong>do</strong>cumental, no caso o <strong>do</strong> dia 05 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 2005, i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong> como “Pirapó-Nei”.Integrante <strong>do</strong> grupo organiza<strong>do</strong> para fraudar licitações. Praticou, <strong>de</strong>starte, os crimesimputa<strong>do</strong>-lhes na <strong>de</strong>núncia.CLAUDEMIR ANTÔNIO DE MATOS:Deve ser absolvi<strong>do</strong>.Funcionário público municipal <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1993. Foi coloca<strong>do</strong>, pelo então prefeito SERGIOPINAFI, na comissão <strong>de</strong> licitação, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> oportunista, sen<strong>do</strong> conduzi<strong>do</strong>, manipula<strong>do</strong> e ludibria<strong>do</strong>por SÉRGIO PINAFI e SIDNEY FLORES.Não me convenço da autoria criminosa <strong>de</strong> CLAUDEMIR.E certo que o co-réu RICARDO MANOEL, também funcionário da comissão da licitação,<strong>de</strong>clarou, em juízo que <strong>de</strong> fato praticamente não atuou nos procedimentos licitatórios eque as poucas vezes que atuou fora chama<strong>do</strong> por CLAUDEMIR para acompanhar a abertura<strong>do</strong>s editais.Declarou CLAUDEMIR (fls. 5143/5146), convincentemente, que cumpria um procedimento<strong>de</strong>fini<strong>do</strong> pelos réus SÉRGIO PINAFI e SIDNEY FLORES.Depõe a favor <strong>de</strong> CLAUDEMIR o fato <strong>de</strong>le ter solicita<strong>do</strong> ao setor <strong>de</strong> engenharia e àFT, empresa administra<strong>do</strong>ra das obras, a revisão da planilha <strong>de</strong> materiais a serem utiliza<strong>do</strong>snas obras, uma vez que representantes <strong>de</strong> algumas empresas estavam reclaman<strong>do</strong> <strong>do</strong>superdimensionamento. Quan<strong>do</strong> ele soube – é o que <strong>de</strong>clarou -, da ligação <strong>de</strong> PINAFI comFRANCISCO (da FT), bem como que as empresas que vinham ganhan<strong>do</strong> as licitações pertenciamà FT, já era tar<strong>de</strong>, não mais trabalhan<strong>do</strong> em alguma licitação.Com efeito, a acusação mais acentuada que pesa sobre ele é a <strong>do</strong> <strong>de</strong>smembramentoda licitação <strong>de</strong> terraplanagem no empreendimento Pirapozinho “D” (item 03 da acusação).Convenceu-me as explicações, a respeito, <strong>de</strong> CLAUDEMIR, discordan<strong>do</strong> da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> PINAFI<strong>de</strong> seccionar a licitação, ouvin<strong>do</strong> <strong>de</strong> PINAFI uma bronca. Esse convencimento, da inocência<strong>de</strong> CLAUDEMIR, não foi reverti<strong>do</strong> pela instrução processual, não se produzin<strong>do</strong> provas contraCLAUDEMIR a alicerçar sua con<strong>de</strong>nação.CLAUDEMIR aparentou dizer a verda<strong>de</strong>, tiran<strong>do</strong>-se <strong>de</strong> suas <strong>de</strong>clarações fatos incrimina<strong>do</strong>res<strong>do</strong> réu SÉRGIO PINAFI.No tópico aberto para o co-réu RICARDO, colega <strong>de</strong> comissão <strong>de</strong> CLAUDEMIR, tecereioutros comentários sobre quem capitaneava as licitações, adiantan<strong>do</strong> ser os réus SERGIOPINAFI, SIDNEY FLORES e DEJAIR BISTAFA, esse trio.RICARDO MANOEL DOS SANTOS:Respon<strong>de</strong> pelo fato 02 da <strong>de</strong>núncia.Deve ser absolvi<strong>do</strong>.É genro <strong>de</strong> Pinafi.Membro da comissão <strong>de</strong> municipal <strong>de</strong> licitação.Teria concorri<strong>do</strong> para a frau<strong>de</strong> da Tomada <strong>de</strong> Preços N.º 05/03. Como membro dacomissão municipal <strong>de</strong> licitação, teria consta<strong>do</strong> <strong>do</strong> respectivo edital, a pedi<strong>do</strong> <strong>do</strong>s <strong>de</strong>nuncia<strong>do</strong>sFRANCISCO EMÍLIO DE OLIVEIRA e CARLOS EDUARDO SAMPAIO KAUFFMANN, algumasexigências que impediram a participação <strong>de</strong> outros concorrentes.


sába<strong>do</strong>, 28 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 2009 Diário Oficial Po<strong>de</strong>r Legislativo <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, 119 (222) – Suplemento – 53Concluo, ao final da instrução processual, que RICARDO fora coloca<strong>do</strong> na comissão<strong>de</strong> licitação, sen<strong>do</strong> genro <strong>de</strong> PINAFI, somente para preencher um posto <strong>de</strong> confiança, emnepotismo, uma figura alheia à função que ocupava.Declarou que participava somente da abertura <strong>do</strong>s envelopes, por uma questão <strong>de</strong>formalida<strong>de</strong>. Atuava, sim, na garagem municipal.Com efeito, <strong>de</strong>monstrou-se que os procedimentos licitatórios eram conduzi<strong>do</strong>s porSIDNEY FLORES e DEJAIR BISTAVA, os encarrega<strong>do</strong>s <strong>do</strong> setor <strong>de</strong> compras <strong>de</strong> Prefeitura,conjuntamente com SÉRGIO PINAFI. SIDNEY e DEJAIR ocupavam-se <strong>de</strong> função estranha àsquais eram lota<strong>do</strong>s, <strong>de</strong>ixan<strong>do</strong> o Sr. Prefeito Municipal, no setor próprio <strong>de</strong> licitação, pessoasalheias ao que <strong>de</strong> fato ocorria.Evi<strong>de</strong>nte que RICARDO mentiu em juízo ao tentar esclarecer que quan<strong>do</strong> disse, nointerrogatório policial, que SIDNEY e DEJAIR entregavam as cartas-convites, o fez somentepor <strong>do</strong>cumentos que compulsava naquele ato (interrogatório). Mas essa mentira não alterasua sorte processual.Assegurou CLAUDEMIR ANTONIO DE MATOS (fls. 5146), o parceiro <strong>de</strong> RICARDO nacomissão <strong>de</strong> licitação, que RICARDO <strong>de</strong> fato nunca teve participação da elaboração <strong>do</strong>seditais.DONOS DE EMPRESAS DE FACHADA:EDSON MENEZES:Acusa<strong>do</strong> <strong>de</strong> se associar-se à quadrilha e <strong>do</strong> crime <strong>de</strong> falsificação <strong>de</strong> <strong>do</strong>cumentopúblico, tipifica<strong>do</strong> no artigo 297 <strong>do</strong> CP, item 15 da <strong>de</strong>núncia.Deve ser con<strong>de</strong>na<strong>do</strong> pela acusação <strong>de</strong> associação em quadrilha. A acusação <strong>de</strong> falsoserá absorvida, em tópico mais abaixo, pela frau<strong>de</strong>.Presi<strong>de</strong>nte, <strong>de</strong> fachada (empresa seu nome), da Associação Habitar, é o proprietáriocontratual da empresa Êxo<strong>do</strong> e mestre <strong>de</strong> obras da FT.É mestre <strong>de</strong> obras da FT, fato admiti<strong>do</strong> (fls. 4076).A empresa em seu nome, a Êxo<strong>do</strong>, na verda<strong>de</strong> é <strong>de</strong> FRANCISCO.Ouvi<strong>do</strong> em Juízo, a testemunha Oséas Arlin<strong>do</strong> Lima (fls. 7912/7920) relatou a transferênciada empresa “ÊXODO” para o réu EDSON MENEZES, informan<strong>do</strong> que o interesse <strong>de</strong>EDSON era justamente participar <strong>de</strong> licitações (fls. 7916).Confirma o co-réu OSVALDO VANCINE que o réu EDSON fica na empresa HABITAR,esta <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong> <strong>do</strong> FRANCISCO (fls. 2698).LOURIVAL MONTI:Acusa<strong>do</strong> da prática <strong>do</strong>s fatos criminosos <strong>de</strong>scritos nos itens 01, 11, 12 e 14 da<strong>de</strong>núncia.Será con<strong>de</strong>na<strong>do</strong> por frau<strong>de</strong> à licitação, por incursão ao artigo 90 da Lei 8.666/93.Funcionário da FT. Segun<strong>do</strong> FRANCISCO, LOURIVAL é encarrega<strong>do</strong> da FT.Abriu uma empresa, a “Monti Materiais para Construção ME”, participan<strong>do</strong> <strong>de</strong>outra, em nome <strong>de</strong> sua esposa (ler título abaixo), empresas abertas para fraudar o carátercompetitivo das licitações.Sen<strong>do</strong> funcionário da FT, é certo que a empresa fora aberta a pedi<strong>do</strong> <strong>de</strong> FRANCISCO,seu patrão.Declarou LOURIVAL, em juízo (fls. 5115/5124), praticamente não ter movimenta<strong>do</strong>a empresa. Ven<strong>de</strong>u, porém, para a Prefeitura Municipal, como <strong>de</strong>veria ser, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com opropósito ilícito. Mesmo durante o funcionamento <strong>de</strong> sua empresa continuou trabalhan<strong>do</strong>para a FT.Evi<strong>de</strong>nte que a empresa aberta em seu nome era regida por FRANCISCO.Praticou, logo, o <strong>de</strong>lito imputa<strong>do</strong> no item 11, atuan<strong>do</strong> na frau<strong>de</strong> ao caráter competitivo<strong>do</strong> Pregão Presencial n. 16/06, realiza<strong>do</strong> para a aquisição <strong>de</strong> materiais <strong>de</strong> construçãopara a produção <strong>de</strong> 18 (<strong>de</strong>zoito) unida<strong>de</strong>s habitacionais <strong>do</strong> Conjunto Habitacional Pirapozinho“E”, e 33 (trinta e três) unida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> Conjunto Habitacional Pirapozinho “E2”, peloregime <strong>de</strong> autoconstrução. Valen<strong>do</strong> <strong>de</strong> uma planilha quantitativa superfaturada <strong>de</strong> matériaspara produção das unida<strong>de</strong>s habitacionais <strong>do</strong>s empreendimentos “E” e “E2”, a empresa<strong>do</strong> réu, criada pelo grupo criminoso, apresentou preço baixo. Ainda, sabia que a forneceriaquantida<strong>de</strong> inferior, tu<strong>do</strong> adre<strong>de</strong> prepara<strong>do</strong>.Não se associou em quadrilha, mas sim aten<strong>de</strong>u a um coman<strong>do</strong> <strong>de</strong> uma pessoa,FRANCISCO, seu patrão.Quanto ao fato <strong>de</strong>scrito no item 14 da <strong>de</strong>núncia – falsida<strong>de</strong> i<strong>de</strong>ológica -, não extraio<strong>do</strong>s autos provas a incriminar LOURIVAL.LUCILIA FERNANDES DE SOUZA:Acusada da prática <strong>do</strong>s fatos criminosos <strong>de</strong>scritos nos itens 01, 11, 12, 14 e 22 da<strong>de</strong>núncia.Será con<strong>de</strong>na<strong>do</strong> por frau<strong>de</strong> à licitação, por incursão ao artigo 90 da Lei 8.666/93.Esposa <strong>de</strong> Lourival. Possuir uma empresa <strong>de</strong> fachada em seu nome, que leva seunome, ME.Interrogada em Juízo (fls. 5125/5137), não conseguiu fazer crer que a empresalhe pertencesse <strong>de</strong> fato. Ao contrário, <strong>de</strong>ixou inequívoco que alguém estava por trás, essealguém só po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> ser o réu FRANCISCO, esposo <strong>de</strong> seu mari<strong>do</strong>, o também réu LOURIVALMONTI.Aberta a empresa, que leva o nome <strong>de</strong> Lucília, em mea<strong>do</strong>s <strong>de</strong> 2005, ganhou váriaslicitações, como <strong>de</strong> Iepê, Mirante e Pirapozinho, para o fornecimento <strong>de</strong> vidros, ten<strong>do</strong> concorri<strong>do</strong>com as empresas Monte Alto (é <strong>do</strong> grupo), Virgili e Monteiro (é <strong>do</strong> réu Amauri),<strong>de</strong>ntre outras.Eis as evidências <strong>de</strong> que a empresa não é gerida por ela:. quem teve a idéia <strong>de</strong> abri-la foi seu mari<strong>do</strong>, funcionário <strong>do</strong> FRANCISCO:. não sabe o nome <strong>do</strong> funcionário da empresa;. o funcionário da empresa foi contrata<strong>do</strong> pelo conta<strong>do</strong>r que abriu a empresa, porum tal <strong>de</strong> Joaquim;. não sabe o custo aproxima<strong>do</strong> mensal para manter essa empresa aberta;. essa empresa praticamente não chegou a efetuar vendas, fican<strong>do</strong> em compasso <strong>de</strong>espera <strong>do</strong> fornecimento <strong>de</strong> vidros para os conjuntos habitacionais <strong>do</strong> CDHU;. seu dinheiro seria consumi<strong>do</strong> por uma empresa aberta mas sem venda alguma;. não sabe quanto paga para o conta<strong>do</strong>r da empresa, apesar <strong>de</strong> afirmar que mensalmentelhe paga, pessoalmente, em dinheiro.Praticou, logo, o <strong>de</strong>lito imputa<strong>do</strong> no item 11, atuan<strong>do</strong> na frau<strong>de</strong> ao caráter competitivo<strong>do</strong> Pregão Presencial n. 16/06, realiza<strong>do</strong> para a aquisição <strong>de</strong> materiais <strong>de</strong> construçãopara a produção <strong>de</strong> 18 (<strong>de</strong>zoito) unida<strong>de</strong>s habitacionais <strong>do</strong> Conjunto Habitacional Pirapozinho“E”, e 33 (trinta e três) unida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> Conjunto Habitacional Pirapozinho “E2”, peloregime <strong>de</strong> autoconstrução. Valen<strong>do</strong> <strong>de</strong> uma planilha quantitativa superfaturada <strong>de</strong> matériaspara produção das unida<strong>de</strong>s habitacionais <strong>do</strong>s empreendimentos “E” e “E2”, a empresa<strong>do</strong> réu, criada pelo grupo criminoso, apresentou preço baixo. Ainda, sabia que a forneceriaquantida<strong>de</strong> inferior, tu<strong>do</strong> adre<strong>de</strong> prepara<strong>do</strong>.Não se associou em quadrilha, mas sim aten<strong>de</strong>u a um comanda <strong>de</strong> duas pessoas, nocaso <strong>de</strong> seu mari<strong>do</strong> LOURIVAL e FRANCISCO, seu patrão.A acusação <strong>de</strong> falso será absorvida, em tópico mais abaixo, pela frau<strong>de</strong>.Quanto ao fato <strong>de</strong>scrito no item 14 da <strong>de</strong>núncia – falsida<strong>de</strong> i<strong>de</strong>ológica -, não extraio<strong>do</strong>s autos provas a incriminar LUCÍLIA.AMÉLIO LUÍS BALSAN: vulgo “Gaúcho”.Será con<strong>de</strong>na<strong>do</strong> por frau<strong>de</strong> à licitação, por incursão ao artigo 90 da Lei 8.666/93.Proprietário da empresa “GAÚCHO COMERCIO DE MADEIRAS”.Demonstra<strong>do</strong> que abriu a empresa citada acima para participar, <strong>de</strong> forma fraudulenta,<strong>de</strong> licitações para construção <strong>do</strong>s conjuntos habitacionais da CDHU.Declarou, em juízo (fls. 5140/5142), ter aberto a serraria somente há um ano. Abriua,portanto, para <strong>de</strong> pronto participar e ganhar licitações, para fornecimento <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira.Conhecia o co-réu FRANCISCO <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1983. Comentou sobre uma estranha história<strong>de</strong> FRANCISCO ter-lhe fica<strong>do</strong> <strong>de</strong>ven<strong>do</strong> uma quantia, tempos atrás, compensan<strong>do</strong>-lhe comum também estranho aval.Confirma FRANCISCO o contato próximo com a FT quan<strong>do</strong> afirma ter recebi<strong>do</strong> cópia<strong>do</strong> lau<strong>do</strong> <strong>de</strong> análise <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sua ma<strong>de</strong>ira com Patrícia, funcionária da FT.Não é <strong>de</strong> se acreditar que não soubesse da qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira que <strong>de</strong>veria fornecer.Praticou, logo, o <strong>de</strong>lito imputa<strong>do</strong> no item 11.AMAURI ARNALDO MONTEIRO: vulgo “VM”.Acusa<strong>do</strong> <strong>de</strong> ter pratica<strong>do</strong> os fatos criminosos <strong>de</strong>scritos nos itens 01, 11, 12, 14 e 22da <strong>de</strong>núncia.Será con<strong>de</strong>na<strong>do</strong> por frau<strong>de</strong> à licitação, por incursão ao artigo 90 da Lei 8.666/93.Proprietário da empresa “VM Materiais para Construção”, que está em nome <strong>de</strong> suafilha HELEN e esposa RITA, empresa ligada à frau<strong>de</strong>.É mais um das pessoas ligadas ao co-réu FRANCISCO que se prestou a ce<strong>de</strong>r o nomepara se abrir um empresa, voltada unicamente para fornecer material para a construção dascasas <strong>do</strong> CDHU, porém em esquema fraudulento.Funcionário da empresa FT, conforme admiti<strong>do</strong> pelo próprio réu FRANCISCO. Comefeito, foi funcionário da empresa FT por cinco anos, conforme ele próprio informa (fls.7392). Montou a empresa “VM” na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Regente Feijó, a mesma (cida<strong>de</strong>) <strong>de</strong> FRANCIS-CO, fortalecen<strong>do</strong> a suspeita inicial da empresa ter si<strong>do</strong> engendrada por FRANCISCO, suspeitatransformada em certeza.Presente na FT. Tinha autonomia para pegar dinheiro na boca <strong>do</strong> caixa da FT, informaçãoprestada pela testemunha Hélio (fls. 4713).Praticou, logo, o <strong>de</strong>lito imputa<strong>do</strong> no item 11.Quanto ao fato <strong>de</strong>scrito no item 14 da <strong>de</strong>núncia – falsida<strong>de</strong> i<strong>de</strong>ológica -, não extraio<strong>do</strong>s autos provas a incriminar LOURIVAL.OSVALDO JOSÉ VANCINE:Denuncia<strong>do</strong> como incurso no artigo 90 da Lei 8.666/93, por duas vezes. E por issoserá con<strong>de</strong>na<strong>do</strong>, por frau<strong>de</strong> à licitação, por duas vezes, em crime continua<strong>do</strong>.É réu confesso nesses <strong>do</strong>is crimes.Relatou que como sua empresa sem ativida<strong>de</strong> procurou CARLOS KAUFFMANN, porsaber que era da empresa FT e atuava no ramo da construção civil, oferecen<strong>do</strong>-lhe a empresa“Jovan”. Disse CARLOS KAUFFMANN que teria, sim, interesse na empresa. Alimentan<strong>do</strong>a expectativa <strong>de</strong> compra, CARLOS pediu à VANCINE que assinasse propostas em branco,ten<strong>do</strong> atendi<strong>do</strong> VANCINE, confirman<strong>do</strong> VANCINE que não participou das licitações, somenteassinan<strong>do</strong> as propostas (fls. 2697/2699 e 7428/7429).Em juízo, longe <strong>de</strong> qualquer dúvida sobre a expressão <strong>de</strong> vonta<strong>de</strong> e realida<strong>de</strong> dasinformações prestadas pelo réu, livre <strong>de</strong> qualquer vício <strong>de</strong> consentimento, torneou a confessarsua participação:“Que <strong>de</strong> fato, pelo <strong>de</strong>nuncia<strong>do</strong> CARLOS AEDUARDO KAUFFMANN lhe foram apresentadas,em duas oportunida<strong>de</strong>s, duas cartas convites, ambas da Prefeitura <strong>de</strong> Pirapozinho.Nas duas ocasiões limitou-se a assinar os <strong>do</strong>cumentos, aten<strong>de</strong>n<strong>do</strong> ao pedi<strong>do</strong> <strong>de</strong> CarlosEduar<strong>do</strong>. As cartas já estavam preenchidas... Alega que em virtu<strong>de</strong> da dificulda<strong>de</strong> financeira<strong>de</strong> sua empresa resolveu vendê-la...No entanto, até mesmo com o intuito <strong>de</strong> agradá-lo, econseguir efetivar a venda <strong>de</strong> sua empresa, acabou aten<strong>de</strong>n<strong>do</strong> a pedi<strong>do</strong> <strong>de</strong>le e assina<strong>do</strong>as cartas convites...Na ocasião Carlos chegou a informar ao interrogan<strong>do</strong> a finalida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s<strong>do</strong>cumentos que estava assinan<strong>do</strong>, que visavam justamente fraudar licitações” (fls. 7429)(grifei).AFONSO JORGE MARTINHO JERONYMO:Acusa<strong>do</strong> da práticas <strong>do</strong>s fatos criminosos <strong>de</strong>scritos nos itens 05, 06, 07 e 08 da<strong>de</strong>núncia, todas por frau<strong>de</strong> à licitação, conduta tipificada no artigo 90 da Lei 8.666/93.Não há prova para sua con<strong>de</strong>nação.Proprietário da empresa “AJMJ – Engenharia Comércio e Serviço Ltda”. Seria, pelaacusação, um “concorrente <strong>de</strong> fachada” da licitação.Participou <strong>do</strong> certame carta-convite referente ao conjunto “Pirapozinho D”.Segun<strong>do</strong> a <strong>de</strong>núncia, conforme coloca<strong>do</strong> em seu item 05, os <strong>de</strong>nuncia<strong>do</strong>s OSVALDOJOSÉ VANCINE (representante <strong>de</strong> uma das empresas convidadas, a saber, Jovan ConstrutoraLTDA) e AFONSO JORGE MARTINHO JERONYMO, representante da outra empresa (<strong>de</strong>clina-


54 – <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, 119 (222) – Suplemento Diário Oficial Po<strong>de</strong>r Legislativo sába<strong>do</strong>, 28 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 2009da supra), assinaram as propostas da Carta-convite n. 04/06 da Prefeitura <strong>de</strong> Pirapozinho, apedi<strong>do</strong> <strong>do</strong> <strong>de</strong>nuncia<strong>do</strong> CARLOS EDUARDO SAMPAIO KAUFFMANN, que lhes apresentou um<strong>do</strong>cumento em branco.Nega o réu a acusação (fls. 7406).Interroga<strong>do</strong> na fase policial (fls. 2700/2701) comprometeu o grupo envolvi<strong>do</strong> naslicitações. Ali, mostran<strong>do</strong>-lhe a carta convite nº 04/06, em nome <strong>de</strong> sua empresa, respon<strong>de</strong>u(“in verbis”): “Informa que os <strong>do</strong>cumentos são falsos, ele não lançou sua assinatura em taispapéis, nunca preencheu tal carta convite, não recebeu o <strong>do</strong>cumento <strong>de</strong>scrito, a letra não ésua...que nunca participou <strong>de</strong> tal licitação”.Em juízo disse que, na Delegacia <strong>de</strong> Polícia, não conseguiu i<strong>de</strong>ntificar sua assinaturapela fraqueza da impressão.Certo é que, à teor <strong>do</strong> lau<strong>do</strong> <strong>de</strong> exame pericial junta<strong>do</strong> às fls. 2162/2168, a assinaturaconstante <strong>do</strong>s recibos <strong>de</strong> entrega da carta-convite n. 04/06 não partiu <strong>do</strong> punho <strong>do</strong> réuAFONSO, o que enfraquece a acusação contra sua pessoa.Disse AFONSO, na fase policial, ao se lhe mostrar o <strong>do</strong>cumento, que a assinatura nãoera sua (fls. 2700). Não se sabe, contu<strong>do</strong>, como que obtiveram o <strong>do</strong>cumento e quem falsificoua assinatura. Pela falsificação da assinatura, não se comprovan<strong>do</strong> a concorrência <strong>do</strong>réu, não se autoriza incriminar o réu pelas acusações que lhe foram atribuídas.Assim como com relação ao réu PAULO SARQUIS, não se <strong>de</strong>monstrou uma ligaçãopróxima <strong>de</strong> CHICO, assim esvazian<strong>do</strong> a acusação.PAULO ANTÔNIO SARQUIS PINTO:Acusa<strong>do</strong> <strong>de</strong> ter pratica<strong>do</strong> os fatos criminosos <strong>de</strong>scritos nos itens 07 e 08 da <strong>de</strong>núncia.Não há prova para sua con<strong>de</strong>nação.Proprietário <strong>de</strong> uma construtora. Proprietário da empresa “Turim Ltda ME”. Seria,pela acusação, um “concorrente <strong>de</strong> fachada” da licitação.Nega a acusação (fls. 7259/7261).Participou <strong>do</strong> certame carta-convite referente ao conjunto “Pirapozinho D”. Participouda licitação nº 1706 em Pirapozinho.Pesa a seu favor o fato <strong>de</strong> sua empresa ser antiga, sen<strong>do</strong> aberta no ano <strong>de</strong> 1990.Ainda, não se <strong>de</strong>monstrou uma ligação próxima <strong>de</strong> CHICO, assim esvazian<strong>do</strong> a acusação.Com efeito, PAULO foi uma figura nova na <strong>de</strong>núncia, não ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> indicia<strong>do</strong> no início enão se pedin<strong>do</strong> sua prisão.Tem-se, contra o réu PAULO, <strong>de</strong> mais contun<strong>de</strong>nte, o fato <strong>de</strong> ter aceita<strong>do</strong> assinar cartasconvites para o co-réu ARTHUR, informação confirmada por PAULO na fase policial. Masali mesmo, na fase policial, <strong>de</strong>u uma explicação para esse fato, dizen<strong>do</strong> que fora aborda<strong>do</strong>fora <strong>de</strong> sua empresa, portanto em ambiente informal, quan<strong>do</strong> vistoriava uma obra, nãosaben<strong>do</strong> <strong>do</strong> propósito da frau<strong>de</strong> em licitação (fls. 3587/3589).No contexto da instrução processual, a absolvição se lhe apresenta.ÁLVARO JOSÉ BOTINI:Com relação à ALVARO BOTINI, o processo fora SUSPENSO NO ARTIGO 89 da Lei9099/95.DAS PENAS:FRANCISCO EMÍLIO DE OLIVEIRA:Aten<strong>de</strong>n<strong>do</strong> as circunstâncias judiciais expostas no artigo 59 <strong>do</strong> Código Penal, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong>que o réu FRANCISCO foi o organiza<strong>do</strong>r maior <strong>do</strong> esquema <strong>de</strong> frau<strong>de</strong> ao dinheiropúblico, o mentor, prejudican<strong>do</strong> carentes e humil<strong>de</strong>s mutuários, bem como a socieda<strong>de</strong> emsi (quem se apropria <strong>de</strong> dinheiro público lesa toda a socieda<strong>de</strong>); consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> a expressivoprejuízo causa<strong>do</strong> aos cofres públicos e o prejuízo moral que se difundiu <strong>do</strong> esquema,causan<strong>do</strong> indignação e <strong>de</strong>scrença não só à mutuários como à to<strong>do</strong> cidadão; consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong>retardamento provoca<strong>do</strong> nas obras e consequente retardamento da expectativa <strong>de</strong> muitoscarentes <strong>de</strong> obterem a sonhada casa, o que é uma frustração; consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> a estruturamontada pela quadrilha para se enriquecer ilicitamente com dinheiro público, abrin<strong>do</strong>-semuitas empresas <strong>de</strong> fachada, contan<strong>do</strong> com a participação <strong>de</strong> muitas pessoas, estrategicamenteescolhidas para o êxito da empreitada criminosa, envolven<strong>do</strong> profissionais <strong>de</strong> nívelsuperior, como engenheiros e advoga<strong>do</strong>s, cooptan<strong>do</strong> e corrompen<strong>do</strong> agentes públicos, fixareia pena base <strong>do</strong> crime <strong>de</strong> formação <strong>de</strong> quadrilha (artigo 288 <strong>do</strong> CP) no máximo, portantoem 03 (três) anos <strong>de</strong> reclusão. Quanto os <strong>de</strong>mais <strong>de</strong>litos por ele pratica<strong>do</strong>, fixarei as penasbases na meta<strong>de</strong> acima da mínima, portanto em 03 (três) anos <strong>de</strong> <strong>de</strong>tenção e 15 (quinze)dias-multa para o crime tipifica<strong>do</strong> no artigo 90 da Lei n. 8.666/93 e 04 (quatro) anos e 06(seis) meses <strong>de</strong> reclusão e 15 (quinze) dias-multa para o crime tipifica<strong>do</strong> no artigo 1º, incisosV e VI, da Lei 9.613/98.Dei um tratamento diferencia<strong>do</strong>, na fixação da pena, para o crime <strong>de</strong> formação <strong>de</strong>quadrilha, para uma melhor proporção na fixação da pena, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> as disparida<strong>de</strong>sentre as penas mínimas e máximas previstas para cada tipo penal. Ainda, por ter si<strong>do</strong> o<strong>de</strong>lito que reuniu muitos acusa<strong>do</strong>s. Acusações particulares à parte, a formação <strong>de</strong> quadrilhaenvolveu percentual expressiva <strong>de</strong> réus que estão sen<strong>do</strong> con<strong>de</strong>na<strong>do</strong>s nesta sentença.Na segunda fase da <strong>do</strong>sagem da pena coloco não haver circunstâncias atenuantesou agravantes. Na terceira e última fase, na qual inci<strong>de</strong> as causas <strong>de</strong> aumento ou diminuiçãoda pena, <strong>de</strong>ve-se acrescer a pena <strong>do</strong> crime tipifica<strong>do</strong> no artigo 90 da Lei 8.666/93 (frau<strong>de</strong>à licitação), pela regra <strong>do</strong> artigo 71 <strong>do</strong> CP (crime continua<strong>do</strong>). Consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> o expressivonúmero <strong>de</strong> <strong>de</strong>litos pratica<strong>do</strong>s <strong>de</strong> frau<strong>de</strong> à licitação, nove, aumento pena no máximo permiti<strong>do</strong>,<strong>de</strong> 2/3, perfazen<strong>do</strong>, então, 05 (cinco) anos <strong>de</strong> <strong>de</strong>tenção e 22 (vinte e <strong>do</strong>is) dias-multa.Também se <strong>de</strong>ve acrescer a pena <strong>do</strong> crime tipifica<strong>do</strong> no artigo 1º, incisos V e VI, daLei 9.613/98, pela regra <strong>do</strong> artigo 71 <strong>do</strong> CP (crime continua<strong>do</strong>). Aumento a pena, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong>a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>litos pratica<strong>do</strong>s, três, <strong>de</strong> 1/6, perfazen<strong>do</strong>, então 05 (cinco) anos e03 (três) meses <strong>de</strong> reclusão e 18 dias-multa.Assim, CONDENO o réu FRANCISCO EMÍLIO DE OLIVEIRA a:- 03 (três) anos <strong>de</strong> reclusão, para o crime tipifica<strong>do</strong> no artigo 288 <strong>do</strong> CP;- 05 (cinco) anos <strong>de</strong> <strong>de</strong>tenção e 22 (vinte e <strong>do</strong>is) dias-multa, para o crime tipifica<strong>do</strong>no artigo 90 da Lei n. 8.666/93;- 05 (cinco) anos e 03 (três) meses <strong>de</strong> reclusão e 18 dias-multa, para o crime tipifica<strong>do</strong>no artigo 1º, incisos V e VI, da Lei 9.613/98;Pelas razões <strong>de</strong>clinadas para a fixação da pena base, fixo, para o <strong>de</strong>lito puni<strong>do</strong> com<strong>de</strong>tenção, o regime prisional semi-aberto e para os <strong>de</strong> reclusão o regime prisional fecha<strong>do</strong>,<strong>de</strong>ven<strong>do</strong>, na execução, observar o disposto no artigo 76 <strong>do</strong> Código Penal e 111 da Lei dasExecuções Penais.Do não direito <strong>de</strong> recorrer em liberda<strong>de</strong> pela necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma prisão:Não se ignora que o STF <strong>de</strong>cidiu recentemente pela possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> que um réucon<strong>de</strong>na<strong>do</strong> possa recorrer em liberda<strong>de</strong> até o trânsito em julga<strong>do</strong> da sentença —quan<strong>do</strong>não cabem mais recursos. De acor<strong>do</strong> com o Supremo, um réu con<strong>de</strong>na<strong>do</strong> em primeira instânciasó será preso após a con<strong>de</strong>nação final.Não afastou, contu<strong>do</strong>, mesmo porque com previsão “ex vi legis”, a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>prisão quan<strong>do</strong> presentes motivos objetivos; quan<strong>do</strong> se <strong>de</strong>cretaria uma prisão preventiva.Com efeito, consoante reafirma<strong>do</strong> recentemente (25/06/09) pelo Superior Tribunal<strong>de</strong> Justiça, “por força <strong>do</strong> princípio constitucional da presunção <strong>de</strong> inocência, as prisões <strong>de</strong>natureza cautelar – assim entendidas as que antece<strong>de</strong>m o trânsito em julga<strong>do</strong> da <strong>de</strong>cisãocon<strong>de</strong>natória –, são medidas <strong>de</strong> ín<strong>do</strong>le excepcional, que somente po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong>cretadas(ou mantidas) caso venham acompanhadas <strong>de</strong> efetiva fundamentação”. (STJ, 6ª turma, HC113567/RJ - Habeas Corpus 2008/0180785-1, Ministro OG FERNANDES, DJe 03/08/2009).Pois bem.FRANCISCO, como anota<strong>do</strong>, foi o mentor maior <strong>do</strong> esquema. Em liberda<strong>de</strong> representauma ameaça à or<strong>de</strong>m pública, da<strong>do</strong> o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> articulação <strong>de</strong> esquema criminoso efacilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> arregimentação <strong>de</strong> parceiros. Ainda, sua prisão é <strong>de</strong> interesse para a certezada execução da lei penal, uma vez que sua pena somou 13 anos <strong>de</strong> prisão. Não lhe conce<strong>do</strong>,<strong>de</strong>starte, o direito <strong>de</strong> apelar em liberda<strong>de</strong>.Expeça-se manda<strong>do</strong> <strong>de</strong> prisão.Fixo o valor <strong>do</strong> dia-multa, ante a aparente condição financeira <strong>do</strong> réu tirada <strong>do</strong>sautos, em 02 (<strong>do</strong>is) salários mínimos vigente ao tempo da intimação <strong>de</strong>sta sentença, atualiza<strong>do</strong>s<strong>de</strong>s<strong>de</strong> então.CELSO HIDEMI NISHIMOTO:Aten<strong>de</strong>n<strong>do</strong> as circunstâncias judiciais expostas no artigo 59 <strong>do</strong> Código Penal, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong>o reconhecimento, nesta sentença, da estreita ligação <strong>de</strong> CELSO com FRANCISCO,manten<strong>do</strong> socieda<strong>de</strong> com este, haven<strong>do</strong> <strong>de</strong>latos <strong>de</strong> fazer o pagamento <strong>de</strong> propinas (fls.4712), ten<strong>do</strong> atuação <strong>de</strong> alçada no grupo criminoso, reproduzin<strong>do</strong>, no mais, as consi<strong>de</strong>raçõeslançadas para a fixação da pena <strong>do</strong> réu FRANCISCO, sobre as consequências <strong>do</strong>silícitos, fixo as penas bases em 1/3 (um terço) acima <strong>do</strong> mínimo legal, portanto em 01 (um)ano e 04 (quatro) meses <strong>de</strong> reclusão para o crime <strong>do</strong> artigo 288 <strong>do</strong> CP e 02 (<strong>do</strong>is) anos e 08(oito) meses <strong>de</strong> <strong>de</strong>tenção e 13 (treze) dias-multa para o crime tipifica<strong>do</strong> no artigo 90 da Lein. 8.666/93.Na segunda fase da <strong>do</strong>sagem da pena coloco não haver circunstâncias atenuantesou agravantes. Na terceira e última fase, na qual inci<strong>de</strong> as causas <strong>de</strong> aumento ou diminuiçãoda pena, <strong>de</strong>ve-se acrescer a pena <strong>do</strong> crime tipifica<strong>do</strong> no artigo 90 da Lei 8.666/93(frau<strong>de</strong> à licitação), pela regra <strong>do</strong> artigo 71 <strong>do</strong> CP (crime continua<strong>do</strong>), pelo que aumento apena <strong>de</strong> 1/6 (um sexto), perfazen<strong>do</strong>, então, 03 (três) anos e 01 (um) mês <strong>de</strong> <strong>de</strong>tenção e 15dias-multa, tornan<strong>do</strong>-a <strong>de</strong>finitiva à míngua <strong>de</strong> causas modifica<strong>do</strong>ras.Assim, CONDENO o réu CELSO HIDEMI HISHIMOTO a:- 01 (um) ano e 04 (quatro) meses <strong>de</strong> reclusão, para o crime tipifica<strong>do</strong> no artigo 288<strong>do</strong> CP;- 03 (três) anos e 01 (um) mês <strong>de</strong> <strong>de</strong>tenção e 15 dias-multa, para o crime tipifica<strong>do</strong>no artigo 90 da Lei n. 8.666/93;Pelas razões <strong>de</strong>clinadas para a fixação da pena base, fixo, para o <strong>de</strong>lito puni<strong>do</strong> com<strong>de</strong>tenção, o regime prisional semi-aberto e para o <strong>de</strong> reclusão o regime prisional fecha<strong>do</strong>,<strong>de</strong>ven<strong>do</strong>, na execução, observar o disposto no artigo 76 <strong>do</strong> Código Penal e 111 da Lei dasExecuções Penais. E também pelos motivos <strong>de</strong>clina<strong>do</strong>s, não faz o réu jus a substituição dapena privativa <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong> ou obtenção <strong>de</strong> sursis.Po<strong>de</strong>rá apelar em liberda<strong>de</strong>.Fixo o valor <strong>do</strong> dia-multa, ante a aparente condição financeira <strong>do</strong> réu tirada <strong>do</strong>sautos, em 02 (<strong>do</strong>is) salários mínimo vigente ao tempo da intimação <strong>de</strong>sta sentença, atualiza<strong>do</strong>s<strong>de</strong>s<strong>de</strong> então.JOVEN MARCOSAten<strong>de</strong>rei as circunstâncias judiciais expostas no artigo 59 <strong>do</strong> Código Penal. Oréu tem curso superior (engenheiro civil), pessoa instruída, utilizan<strong>do</strong> sua instrução parao crime. Faz parte da espinha <strong>do</strong>rsal da organização criminosa, parceiro intelectual <strong>de</strong>FRANCISCO. Reproduzo, no mais, as consi<strong>de</strong>rações lançadas para a fixação da pena <strong>do</strong> réuFRANCISCO, sobre as consequências <strong>do</strong>s ilícitos. Fixarei a pena base <strong>do</strong> crime <strong>de</strong> formação<strong>de</strong> quadrilha (artigo 288 <strong>do</strong> CP) no <strong>do</strong>bro da mínima, exatamente no meio termo entre omáximo e mínimo previsto para esse tipo penal, portanto em 02 (<strong>do</strong>is) anos <strong>de</strong> reclusão.Para o outro <strong>de</strong>lito pelo qual é con<strong>de</strong>na<strong>do</strong> o réu, tipifica<strong>do</strong> no artigo 1º, incisos V e VI, da Lei9.613/98, fixo a pena base na meta<strong>de</strong> acima da mínima, portanto e 04 (quatro) anos e 06(seis) meses <strong>de</strong> reclusão e 15 (quinze) dias-multa.Dei um tratamento diferencia<strong>do</strong>, na fixação da pena, para o crime <strong>de</strong> formação <strong>de</strong>quadrilha, para uma melhor proporção na fixação da pena, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> as disparida<strong>de</strong>sentre as penas mínimas e máximas previstas para cada tipo penal. Ainda, por ter si<strong>do</strong> o<strong>de</strong>lito que reuniu muitos acusa<strong>do</strong>s. Acusações particulares à parte, a formação <strong>de</strong> quadrilhaenvolveu percentual expressiva <strong>de</strong> réus que estão sen<strong>do</strong> con<strong>de</strong>na<strong>do</strong>s nesta sentença.Na segunda fase da <strong>do</strong>sagem da pena coloco não haver circunstâncias atenuantesou agravantes. Na terceira e última fase, na qual inci<strong>de</strong> as causas <strong>de</strong> aumento ou diminuiçãoda pena, <strong>de</strong>ve-se acrescer a pena <strong>do</strong> crime tipifica<strong>do</strong> no artigo 1º, incisos V e VI, da Lei9.613/98 pela regra <strong>do</strong> artigo 71 <strong>do</strong> CP, pelo que acresço <strong>de</strong> 1/6 (um sexto), perfazen<strong>do</strong>-se05 (cinco) anos e 03 (três) meses <strong>de</strong> reclusão e 18 dias-multa.Assim, CONDENO o réu JOVEN MARCOS a:- 02 (<strong>do</strong>is) anos <strong>de</strong> reclusão, para o crime tipifica<strong>do</strong> no artigo 288 <strong>do</strong> CP;- 05 (cinco) anos e 03 (três) meses <strong>de</strong> reclusão e 18 dias-multa, para o crime tipifica<strong>do</strong>no artigo 1º, incisos V e VI, da Lei 9.613/98.


sába<strong>do</strong>, 28 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 2009 Diário Oficial Po<strong>de</strong>r Legislativo <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, 119 (222) – Suplemento – 55Pelas razões <strong>de</strong>clinadas para a fixação da pena base, fixo o regime fecha<strong>do</strong> para ocumprimento da pena <strong>de</strong> reclusão. E também pelos motivos <strong>de</strong>clina<strong>do</strong>s, não faz o réu jus asubstituição da pena privativa <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong> ou obtenção <strong>de</strong> sursis.Po<strong>de</strong>rá apelar em liberda<strong>de</strong>.Fixo o valor <strong>do</strong> dia-multa, ante a aparente condição financeira <strong>do</strong> réu tirada <strong>do</strong>sautos, em 02 (<strong>do</strong>is) salários mínimo vigente ao tempo da intimação <strong>de</strong>sta sentença, atualiza<strong>do</strong>s<strong>de</strong>s<strong>de</strong> então.SÉRGIO PINAFFI:Aten<strong>de</strong>rei as circunstâncias judiciais expostas no artigo 59 <strong>do</strong> Código Penal. O réutem instrução, ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> proprietário <strong>de</strong> supermerca<strong>do</strong> e prefeito municipal. Praticou o<strong>de</strong>lito quan<strong>do</strong> era Prefeito Municipal, utilizan<strong>do</strong> <strong>do</strong> cargo público para obter vantagem in<strong>de</strong>vida,<strong>de</strong>ixan<strong>do</strong>-se corromper, train<strong>do</strong> a confiança <strong>de</strong> seus eleitores. Reproduzo, no mais, asconsi<strong>de</strong>rações lançadas para a fixação da pena <strong>do</strong> réu FRANCISCO, sobre as consequências<strong>do</strong>s ilícitos, como a paralisação das obras.Fixo a pena base <strong>do</strong> crime <strong>de</strong> formação <strong>de</strong> quadrilha (artigo 288 <strong>do</strong> CP) no <strong>do</strong>broda mínima, exatamente no meio termo entre o máximo e mínimo previsto para esse tipopenal, portanto em 02 (<strong>do</strong>is) anos <strong>de</strong> reclusão, tornan<strong>do</strong>-a <strong>de</strong>finitivas à míngua<strong>de</strong> causas modifica<strong>do</strong>ras. Para o outro <strong>de</strong>lito pratica<strong>do</strong> pelo réu, tipifica<strong>do</strong> no artigo (90 daLei n. 8.666/93), fixo a pena base no <strong>do</strong>bro da pena mínima, portanto em 03 (três) anos <strong>de</strong><strong>de</strong>tenção e 15 (quinze) dias-multa. Para a acusação <strong>de</strong> incursão no artigo (317 <strong>do</strong> CP), fixoa pena base no <strong>do</strong>bro da pena mínima, portanto em 02 (<strong>do</strong>is) anos <strong>de</strong> reclusão e 20 (vinte)dias-multa.Na segunda fase da <strong>do</strong>sagem da pena coloco não haver circunstâncias atenuantesou agravantes. Na terceira e última fase, na qual inci<strong>de</strong> as causas <strong>de</strong> aumento ou diminuiçãoda pena, <strong>de</strong>ve-se acrescer a pena <strong>do</strong> crime tipifica<strong>do</strong> no artigo 90 da Lei 8.666/93 (frau<strong>de</strong>à licitação), pela regra <strong>do</strong> artigo 71 <strong>do</strong> CP (crime continua<strong>do</strong>). Consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> o expressivonúmero <strong>de</strong> <strong>de</strong>litos pratica<strong>do</strong>s <strong>de</strong> frau<strong>de</strong> à licitação, nove, aumento pena no máximo permiti<strong>do</strong>,<strong>de</strong> 2/3, perfazen<strong>do</strong>, então, 05 (cinco) anos <strong>de</strong> <strong>de</strong>tenção e 22 (vinte e <strong>do</strong>is) dias-multa.Resta elevar a pena <strong>do</strong> crime tipifica<strong>do</strong> no artigo 317 <strong>do</strong> CP pela regra <strong>do</strong> artigo 71 <strong>do</strong> CP.Como foram <strong>do</strong>is crimes <strong>de</strong>ssa natureza, aumento a pena no mínimo legal, 1/6, tornan<strong>do</strong>-a<strong>de</strong>finitiva em 02 (<strong>do</strong>is) anos e 06 (seis) meses <strong>de</strong> reclusão e 23 (vinte e três) dias-multa.Assim, CONDENO o réu SERGIO PINAFFI a:- 02 (<strong>do</strong>is) anos <strong>de</strong> reclusão, para o crime tipifica<strong>do</strong> no artigo 288 <strong>do</strong> CP;- 05 (cinco) anos <strong>de</strong> <strong>de</strong>tenção e 22 (vinte e <strong>do</strong>is) dias-multa, para o crime tipifica<strong>do</strong>no artigo 90 da Lei n. 8.666/93;- 02 (<strong>do</strong>is) anos e 06 (seis) meses <strong>de</strong> reclusão e 23 (vinte e três) dias-multa, para ocrime tipifica<strong>do</strong> no artigo 317 <strong>do</strong> Código Penal. -Pelas razões <strong>de</strong>clinadas para a fixação da pena base, fixo, para o <strong>de</strong>lito puni<strong>do</strong> com<strong>de</strong>tenção, o regime prisional semi-aberto e para os <strong>de</strong> reclusão o regime prisional fecha<strong>do</strong>,<strong>de</strong>ven<strong>do</strong>, na execução, observar o disposto no artigo 76 <strong>do</strong> Código Penal e 111 da Lei dasExecuções Penais.Po<strong>de</strong>rá apelar em liberda<strong>de</strong>.Fixo o valor <strong>do</strong> dia-multa, ante a aparente condição financeira <strong>do</strong> réu tirada <strong>do</strong>sautos, em 02 (<strong>do</strong>is) salários mínimo vigente ao tempo da intimação <strong>de</strong>sta sentença, atualiza<strong>do</strong>s<strong>de</strong>s<strong>de</strong> então.DEJAIR BISTAFFA:Aten<strong>de</strong>n<strong>do</strong> as circunstâncias judiciais expostas no artigo 59 <strong>do</strong> Código Penal, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong>a primarieda<strong>de</strong> e bons antece<strong>de</strong>ntes <strong>do</strong> réu, fixo a pena base no mínimo legal, em02 (<strong>do</strong>is) anos <strong>de</strong> reclusão e 10 (<strong>de</strong>z) dias-multa, tornan<strong>do</strong>-a <strong>de</strong>finitiva à míngua <strong>de</strong> causasmodifica<strong>do</strong>ras. Defino o regime aberto para o cumprimento da pena privativa <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong>.Fixo o valor <strong>do</strong> dia-multa, ante a aparente condição financeira <strong>do</strong> réu tirada <strong>do</strong>s autos, em1/30 (um trigésimo) <strong>do</strong> salário mínimo vigente ao tempo da intimação <strong>de</strong>sta sentença, atualiza<strong>do</strong>s<strong>de</strong>s<strong>de</strong> então.Presentes os requisitos <strong>do</strong> artigo 44, I, <strong>do</strong> CP, substituo a pena privativa <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong>por duas restritivas <strong>de</strong> direito (art. 44, § 2º, CP), uma na espécie <strong>de</strong> prestação <strong>de</strong> serviço àcomunida<strong>de</strong> (art. 43, VI, <strong>do</strong> CP), pelo mesmo prazo (art. 55 – CP). A prestação <strong>de</strong> serviço àcomunida<strong>de</strong> obe<strong>de</strong>cerá aos ditames <strong>do</strong> artigo 46 e parágrafos <strong>do</strong> Código Penal, a seremestabelecidas quan<strong>do</strong> da execução. A outra consistente em prestação pecuniária (art. 43,I, <strong>do</strong> CP), consistente no pagamento <strong>de</strong> 01 (um) salário-mínimo (art. 45, par. 1º, <strong>do</strong> CP) emfavor <strong>de</strong> instituição beneficente a ser escolhida pelo juízo da execução.OSVALDO JOSÉ VANCINEAten<strong>de</strong>n<strong>do</strong> as circunstâncias judiciais expostas no artigo 59 <strong>do</strong> Código Penal, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong>a primarieda<strong>de</strong> e bons antece<strong>de</strong>ntes <strong>do</strong> réu, bem como sua confissão (não ignoran<strong>do</strong>tratar-se, a confissão, <strong>de</strong> causa atenuante, e não <strong>de</strong> baliza para a fixação da pena base),fixo a pena base no mínimo legal, em 02 (<strong>do</strong>is) anos <strong>de</strong> <strong>de</strong>tenção e 10 (<strong>de</strong>z) dias-multa.Acresço a pena <strong>de</strong> 1/6 (um sexto) pela regra <strong>do</strong> crime continua<strong>do</strong>, perfazen<strong>do</strong>-se 02 (<strong>do</strong>is)anos e 04 (quatro) meses <strong>de</strong> <strong>de</strong>tenção e 11 (onze) dias-multa, tornan<strong>do</strong>-a <strong>de</strong>finitiva à míngua<strong>de</strong> causas modifica<strong>do</strong>ras. Defino o regime aberto para o cumprimento da pena privativa<strong>de</strong> liberda<strong>de</strong>. Fixo o valor <strong>do</strong> dia-multa, ante a condição financeira <strong>do</strong> réu, em 1/30 (umtrigésimo) <strong>do</strong> salário mínimo vigente ao tempo da intimação <strong>de</strong>sta sentença, atualiza<strong>do</strong>s<strong>de</strong>s<strong>de</strong> então.Presentes os requisitos <strong>do</strong> artigo 44, I, <strong>do</strong> CP, substituo a pena privativa <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong>por duas restritivas <strong>de</strong> direito (art. 44, § 2º, CP), uma na espécie <strong>de</strong> prestação <strong>de</strong> serviço àcomunida<strong>de</strong> (art. 43, VI, <strong>do</strong> CP), pelo mesmo prazo (art. 55 – CP). A prestação <strong>de</strong> serviço àcomunida<strong>de</strong> obe<strong>de</strong>cerá aos ditames <strong>do</strong> artigo 46 e parágrafos <strong>do</strong> Código Penal, a seremestabelecidas quan<strong>do</strong> da execução. A outra consistente em prestação pecuniária (art. 43,I, <strong>do</strong> CP), consistente no pagamento <strong>de</strong> 01 (um) salário-mínimo (art. 45, par. 1º, <strong>do</strong> CP) emfavor <strong>de</strong> instituição beneficente a ser escolhida pelo juízo da execução.ROSALY SÍLVIA RAMALHO SAMPAIOAten<strong>de</strong>n<strong>do</strong> as circunstâncias judiciais expostas no artigo 59 <strong>do</strong> Código Penal, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong>a primarieda<strong>de</strong> e bons antece<strong>de</strong>ntes da ré, fixo a pena base no mínimo legal, em02 (<strong>do</strong>is) anos <strong>de</strong> <strong>de</strong>tenção e 10 (<strong>de</strong>z) dias-multa, tornan<strong>do</strong>-a <strong>de</strong>finitiva à míngua <strong>de</strong> causasmodifica<strong>do</strong>ras. Defino o regime aberto para o cumprimento da pena privativa <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong>.Fixo o valor <strong>do</strong> dia-multa, ante a condição financeira <strong>do</strong> réu, em 1/30 (um trigésimo) <strong>do</strong>salário mínimo vigente ao tempo da intimação <strong>de</strong>sta sentença, atualiza<strong>do</strong>s <strong>de</strong>s<strong>de</strong> então.Presentes os requisitos <strong>do</strong> artigo 44, I, <strong>do</strong> CP, substituo a pena privativa <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong>por duas restritivas <strong>de</strong> direito (art. 44, § 2º, CP), uma na espécie <strong>de</strong> prestação <strong>de</strong> serviço àcomunida<strong>de</strong> (art. 43, VI, <strong>do</strong> CP), pelo mesmo prazo (art. 55 – CP). A prestação <strong>de</strong> serviço àcomunida<strong>de</strong> obe<strong>de</strong>cerá aos ditames <strong>do</strong> artigo 46 e parágrafos <strong>do</strong> Código Penal, a seremestabelecidas quan<strong>do</strong> da execução. A outra consistente em prestação pecuniária (art. 43,I, <strong>do</strong> CP), consistente no pagamento <strong>de</strong> 01 (um) salário-mínimo (art. 45, par. 1º, <strong>do</strong> CP) emfavor <strong>de</strong> instituição beneficente a ser escolhida pelo juízo da execução.MÁRIO ANTONIO DALE VEDOVE MORENOAten<strong>de</strong>rei as circunstâncias judiciais expostas no artigo 59 <strong>do</strong> Código Penal. O réutem curso superior, sen<strong>do</strong> engenheiro civil (fls. 4053), pessoa instruída, utilizan<strong>do</strong> sua instruçãopara o crime. Foi peça importante no esquema criminoso (fiscal das obras), train<strong>do</strong>a confiança <strong>de</strong> fiscal <strong>de</strong> obras <strong>de</strong> interesse <strong>de</strong> classe carente da população, <strong>de</strong>ixan<strong>do</strong>-secorromper. Reproduzo, no mais, as consi<strong>de</strong>rações lançadas para a fixação da pena <strong>do</strong> réuFRANCISCO, sobre as consequências <strong>do</strong>s ilícitos, como paralisação das obras.Fixarei a pena base <strong>do</strong> crime <strong>de</strong> formação <strong>de</strong> quadrilha (artigo 288 <strong>do</strong> CP) no <strong>do</strong>broda mínima, exatamente no meio termo entre o máximo e mínimo previsto para esse tipopenal, portanto em 02 (<strong>do</strong>is) anos <strong>de</strong> reclusão. Para o outro <strong>de</strong>lito pelo qual é con<strong>de</strong>na<strong>do</strong>o réu, tipifica<strong>do</strong> no artigo 1º, incisos V e VII, da Lei 9.613/98, fixo a pena base nameta<strong>de</strong> acima da mínima, portanto e 04 (quatro) anos e 06 (seis) meses <strong>de</strong> reclusão e 15(quinze) dias-multa, tornan<strong>do</strong>-as <strong>de</strong>finitivas à míngua <strong>de</strong> causas modifica<strong>do</strong>ras.Assim, CONDENO o réu MÁRIO ANTONIO DALE VEDOVE MORENO a:- 02 (<strong>do</strong>is) anos <strong>de</strong> reclusão, para o crime tipifica<strong>do</strong> no artigo 288 <strong>do</strong> CP;- 04 (quatro) anos e 06 (seis) meses <strong>de</strong> reclusão e 15 (quinze) dias-multa, para ocrime tipifica<strong>do</strong> no artigo 1º, incisos V e VII, da Lei 9.613/98.Pelas razões <strong>de</strong>clinadas para a fixação da pena base, fixo o regime fecha<strong>do</strong> para ocumprimento da pena <strong>de</strong> reclusão. E também pelos motivos <strong>de</strong>clina<strong>do</strong>s, não faz o réu jus asubstituição da pena privativa <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong> ou obtenção <strong>de</strong> sursis.Po<strong>de</strong>rá apelar em liberda<strong>de</strong>.Fixo o valor <strong>do</strong> dia-multa, ante a aparente condição financeira <strong>do</strong> réu que se extrai<strong>do</strong>s autos, em 02 (<strong>do</strong>is) salários mínimo vigente ao tempo da intimação <strong>de</strong>sta sentença, atualiza<strong>do</strong>s<strong>de</strong>s<strong>de</strong> então.CLIMÉRIO DE TOLEDO PEREITA:Aten<strong>de</strong>rei as circunstâncias judiciais expostas no artigo 59 <strong>do</strong> Código Penal. O réutem curso superior (engenheiro), pessoa instruída, utilizan<strong>do</strong> sua instrução para o crime. Foipeça importante no esquema criminoso (coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>r regional <strong>do</strong> CDHU, responsável pelaratificação das medições e fiscalizações das obras), train<strong>do</strong> a confiança <strong>de</strong> fiscal <strong>de</strong> obras<strong>de</strong> interesse <strong>de</strong> classe carente da população, <strong>de</strong>ixan<strong>do</strong>-se corromper. Reproduzo, no mais, asconsi<strong>de</strong>rações lançadas para a fixação da pena <strong>do</strong> réu FRANCISCO, sobre as consequências<strong>do</strong>s ilícitos, como paralisação das obras.Por isso, fixarei a pena base <strong>do</strong> crime <strong>de</strong> formação <strong>de</strong> quadrilha (artigo 288 <strong>do</strong> CP)no <strong>do</strong>bro da mínima, exatamente no meio termo entre o máximo e mínimo previsto paraesse tipo penal, portanto em 02 (<strong>do</strong>is) anos <strong>de</strong> reclusão, tornan<strong>do</strong>-a <strong>de</strong>finitivas àmíngua <strong>de</strong> causas modifica<strong>do</strong>ras.Assim, CONDENO o réu CLIMÉRIO DE TOLEDO PEREITA à pena <strong>de</strong> 02 (<strong>do</strong>is) anos <strong>de</strong>reclusão pelo crime <strong>de</strong> associação em quadrilha.Pelas razões <strong>de</strong>clinadas para a fixação da pena base, fixo o regime fecha<strong>do</strong> para ocumprimento da pena <strong>de</strong> reclusão. E também pelos motivos <strong>de</strong>clina<strong>do</strong>s, não faz o réu jus asubstituição da pena privativa <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong> ou obtenção <strong>de</strong> sursis.Po<strong>de</strong>rá apelar em liberda<strong>de</strong>.REINALDO DE GALLES:Aten<strong>de</strong>rei as circunstâncias judiciais expostas no artigo 59 <strong>do</strong> Código Penal. O réutem curso superior (engenheiro), pessoa instruída, utilizan<strong>do</strong> sua instrução para o crime. Foipeça importante no esquema criminoso (incumbi<strong>do</strong> <strong>de</strong> fazer medições nos conjuntos habitacionais),train<strong>do</strong> a confiança <strong>de</strong> fiscal <strong>de</strong> obras <strong>de</strong> interesse <strong>de</strong> classe carente da população,<strong>de</strong>ixan<strong>do</strong>-se corromper. Reproduzo, no mais, as consi<strong>de</strong>rações lançadas para a fixação dapena <strong>do</strong> réu FRANCISCO, sobre as consequências <strong>do</strong>s ilícitos, como paralisação das obras.Por isso, fixarei a pena base <strong>do</strong> crime <strong>de</strong> formação <strong>de</strong> quadrilha (artigo 288 <strong>do</strong> CP)no <strong>do</strong>bro da mínima, exatamente no meio termo entre o máximo e mínimo previsto paraesse tipo penal, portanto em 02 (<strong>do</strong>is) anos <strong>de</strong> reclusão, tornan<strong>do</strong>-a <strong>de</strong>finitivas àmíngua <strong>de</strong> causas modifica<strong>do</strong>ras.Assim, CONDENO o réu REINALDO DE GALLES à pena <strong>de</strong> 02 (<strong>do</strong>is) anos <strong>de</strong> reclusãopelo crime <strong>de</strong> associação em quadrilha.Pelas razões <strong>de</strong>clinadas para a fixação da pena base, fixo o regime fecha<strong>do</strong> para ocumprimento da pena <strong>de</strong> reclusão. E também pelos motivos <strong>de</strong>clina<strong>do</strong>s, não faz o réu jus asubstituição da pena privativa <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong> ou obtenção <strong>de</strong> sursis.Po<strong>de</strong>rá apelar em liberda<strong>de</strong>.CARLOS EDUARDO KAUFMANN:Aten<strong>de</strong>rei as circunstâncias judiciais expostas no artigo 59 <strong>do</strong> Código Penal. O réutem curso superior (Direito), sen<strong>do</strong> advoga<strong>do</strong>, pessoa instruída, utilizan<strong>do</strong> sua instruçãopara o crime. Foi peça fundamental no esquema criminoso, com papel <strong>de</strong>staca<strong>do</strong> (organizavae acompanhava as licitações). Advoga<strong>do</strong> <strong>do</strong> co-réu FRANCISCO <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1996. A partir <strong>de</strong>2001, passou a trabalhar para a FT, atuan<strong>do</strong> não só como advoga<strong>do</strong> como no <strong>de</strong>partamentoadministrativo, em razão <strong>do</strong> que acompanhava a empresa em certames públicos). Ti<strong>do</strong>pelas instituições que atuaram na investigação – Polícia Civil e Ministério Público -, comoo “gênio das licitações”. Reproduzo, no mais, as consi<strong>de</strong>rações lançadas para a fixação dapena <strong>do</strong> réu FRANCISCO, sobre as consequências <strong>do</strong>s ilícitos, como paralisação das obras.Por tu<strong>do</strong> isso e o que mais se tem nos autos, fixarei a pena base <strong>do</strong> crime <strong>de</strong> formação<strong>de</strong> quadrilha (artigo 288 <strong>do</strong> CP) no máximo, portanto em 03 (três) anos <strong>de</strong> reclusão,


56 – <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, 119 (222) – Suplemento Diário Oficial Po<strong>de</strong>r Legislativo sába<strong>do</strong>, 28 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 2009tornan<strong>do</strong>-a <strong>de</strong>finitivas à míngua <strong>de</strong> causas modifica<strong>do</strong>ras. Para o outro <strong>de</strong>lito pratica<strong>do</strong> peloréu, tipifica<strong>do</strong> no artigo 90 da Lei n. 8.666/93), fixo a pena base no <strong>do</strong>bro da pena mínima,portanto em 03 (três) anos <strong>de</strong> <strong>de</strong>tenção e 15 (quinze) dias-multa.Dei um tratamento diferencia<strong>do</strong>, na fixação da pena, para o crime <strong>de</strong> formação <strong>de</strong>quadrilha, para uma melhor proporção na fixação da pena, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> as disparida<strong>de</strong>sentre as penas mínimas e máximas previstas para cada tipo penal. Ainda, por ter si<strong>do</strong> o<strong>de</strong>lito que reuniu muitos acusa<strong>do</strong>s. Acusações particulares à parte, a formação <strong>de</strong> quadrilhaenvolveu percentual expressiva <strong>de</strong> réus que estão sen<strong>do</strong> con<strong>de</strong>na<strong>do</strong>s nesta sentença.Na segunda fase da <strong>do</strong>sagem da pena coloco não haver circunstâncias atenuantesou agravantes. Na terceira e última fase, na qual inci<strong>de</strong> as causas <strong>de</strong> aumento ou diminuiçãoda pena, <strong>de</strong>ve-se acrescer a pena <strong>do</strong> crime tipifica<strong>do</strong> no artigo 90 da Lei 8.666/93 (frau<strong>de</strong>à licitação), pela regra <strong>do</strong> artigo 71 <strong>do</strong> CP (crime continua<strong>do</strong>). Consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> o expressivonúmero <strong>de</strong> <strong>de</strong>litos pratica<strong>do</strong>s <strong>de</strong> frau<strong>de</strong> à licitação, sete, aumento pena no máximo permiti<strong>do</strong>,<strong>de</strong> 2/3, perfazen<strong>do</strong>, então, 05 (cinco) anos <strong>de</strong> <strong>de</strong>tenção e 22 (vinte e <strong>do</strong>is) dias-multa.Assim, CONDENO o réu CARLOS EDUARDO KAUFMANN a:- 03 (três) anos <strong>de</strong> reclusão, para o crime tipifica<strong>do</strong> no artigo 288 <strong>do</strong> CP;- 05 (cinco) anos <strong>de</strong> <strong>de</strong>tenção e 22 (vinte e <strong>do</strong>is) dias-multa, para o crime tipifica<strong>do</strong>no artigo 90 da Lei n. 8.666/93;Pelas razões <strong>de</strong>clinadas para a fixação da pena base, fixo, para o <strong>de</strong>lito puni<strong>do</strong> com<strong>de</strong>tenção, o regime prisional semi-aberto e para os <strong>de</strong> reclusão o regime prisional fecha<strong>do</strong>,<strong>de</strong>ven<strong>do</strong>, na execução, observar o disposto no artigo 76 <strong>do</strong> Código Penal e 111 da Lei dasExecuções Penais.Do não direito <strong>de</strong> recorrer em liberda<strong>de</strong> pela necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma prisão:Reporto-me, como introdução <strong>de</strong>sse tema, ao consigna<strong>do</strong>, sobre a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>prisão, sobre o co-réu FRANCISCO.Pois bem.CARLOS KAUFMANN, como anota<strong>do</strong>, foi peça imprescindível da quadrilha. Em liberda<strong>de</strong>representa uma ameaça à or<strong>de</strong>m pública, da<strong>do</strong> sua inteligência criminosa e po<strong>de</strong>r <strong>de</strong>articulação. Ainda, sua prisão é <strong>de</strong> interesse para a certeza da execução da lei penal, postoque sua pena somou oito anos <strong>de</strong> prisão. Não lhe conce<strong>do</strong>, <strong>de</strong>starte, o direito <strong>de</strong> apelar emliberda<strong>de</strong>.Expeça-se manda<strong>do</strong> <strong>de</strong> prisão.Fixo o valor <strong>do</strong> dia-multa, ante a condição financeira <strong>do</strong> réu, em 02 (<strong>do</strong>is) saláriosmínimo vigente ao tempo da intimação <strong>de</strong>sta sentença, atualiza<strong>do</strong>s <strong>de</strong>s<strong>de</strong> então.ARTHUR KAUFFMANN:Aten<strong>de</strong>rei as circunstâncias judiciais expostas no artigo 59 <strong>do</strong> Código Penal. Foipeça importante no esquema criminoso, auxilian<strong>do</strong> seus irmãos LUIZ PAULO e CARLOSEDUARDO, porém com menor participação <strong>do</strong> que seus irmãos. Reproduzo, no mais, as consi<strong>de</strong>raçõeslançadas para a fixação da pena <strong>do</strong> réu FRANCISCO, sobre as consequências <strong>do</strong>silícitos, como paralisação das obras.Fixarei, então, as penas bases em 1/3 (um terço) acima <strong>do</strong> mínimo legal, portantoem 01 (um) ano e 04 (quatro) meses <strong>de</strong> reclusão para o crime <strong>do</strong> artigo 288 <strong>do</strong> CP e 02(<strong>do</strong>is) anos e 08 (oito) meses <strong>de</strong> <strong>de</strong>tenção e 13 (treze) dias-multa para o crime tipifica<strong>do</strong> noartigo 90 da Lei n. 8.666/93.Na segunda fase da <strong>do</strong>sagem da pena coloco não haver circunstâncias atenuantesou agravantes. Na terceira e última fase, na qual inci<strong>de</strong> as causas <strong>de</strong> aumento ou diminuiçãoda pena, <strong>de</strong>ve-se acrescer a pena <strong>do</strong> crime tipifica<strong>do</strong> no artigo 90 da Lei 8.666/93 (frau<strong>de</strong>à licitação), pela regra <strong>do</strong> artigo 71 <strong>do</strong> CP (crime continua<strong>do</strong>). Consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> o número<strong>de</strong> <strong>de</strong>litos pratica<strong>do</strong>s <strong>de</strong> frau<strong>de</strong> à licitação, três, aumento pena <strong>de</strong> 1/6, perfazen<strong>do</strong>, então, 03(três) anos, 01 (um) mês e 10 (<strong>de</strong>z) dias-multa <strong>de</strong> <strong>de</strong>tenção e 15 (quinze) dias-multa.Assim, CONDENO o réu ARTHUR KAUFMANN a:-01 (um) ano e 04 (quatro) meses <strong>de</strong> reclusão, para o crime tipifica<strong>do</strong> no artigo 288<strong>do</strong> CP;-03 (três) anos, 01 (um) mês e 10 (<strong>de</strong>z) dias-multa <strong>de</strong> <strong>de</strong>tenção e 15 (quinze) diasmulta,para o crime tipifica<strong>do</strong> no artigo 90 da Lei n. 8.666/93;Pelas razões <strong>de</strong>clinadas para a fixação da pena base, fixo, para o <strong>de</strong>lito puni<strong>do</strong> com<strong>de</strong>tenção, o regime prisional semi-aberto e para o <strong>de</strong> reclusão o regime prisional fecha<strong>do</strong>,<strong>de</strong>ven<strong>do</strong>, na execução, observar o disposto no artigo 76 <strong>do</strong> Código Penal e 111 da Lei dasExecuções Penais.Não observo, com relação a esse réu, a presença <strong>de</strong> alguma causa a justificar umaprisão preventiva, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong>, logo, recorrer em liberda<strong>de</strong>. Com o trânsito em julga<strong>do</strong>, expeçasemanda<strong>do</strong> <strong>de</strong> prisão.Fixo o valor <strong>do</strong> dia-multa, ante a condição financeira <strong>do</strong> réu, em meio (1/2) saláriomínimo vigente ao tempo da intimação <strong>de</strong>sta sentença, atualiza<strong>do</strong>s <strong>de</strong>s<strong>de</strong> então.LUIS PAULO SAMPAIO KAUFMANN:Aten<strong>de</strong>rei as circunstâncias judiciais expostas no artigo 59 <strong>do</strong> Código Penal. Desempenhouo réu, como coloca<strong>do</strong> no corpo da sentença, várias funções na organização, autorizan<strong>do</strong>-sea dizer que atuava na conta<strong>do</strong>ria <strong>do</strong> grupo FT. Proprietário da empresa “MonteAlto”, criada para participar das licitações. Reproduzo, no mais, as consi<strong>de</strong>rações lançadaspara a fixação da pena <strong>do</strong> réu FRANCISCO, sobre as consequências <strong>do</strong>s ilícitos, como paralisaçãodas obras.Por isso, fixarei a pena base <strong>do</strong> crime <strong>de</strong> formação <strong>de</strong> quadrilha (artigo 288 <strong>do</strong> CP)no <strong>do</strong>bro da mínima, exatamente no meio termo entre o máximo e mínimo previsto paraesse tipo penal, portanto em 02 (<strong>do</strong>is) anos <strong>de</strong> reclusão, tornan<strong>do</strong>-a <strong>de</strong>finitivas àmíngua <strong>de</strong> causas modifica<strong>do</strong>ras. Para o outro <strong>de</strong>lito pratica<strong>do</strong> pelo réu, tipifica<strong>do</strong> no artigo90 da Lei n. 8.666/93), fixo a pena base no <strong>do</strong>bro da pena mínima, portanto em 03 (três)anos <strong>de</strong> <strong>de</strong>tenção e 15 (quinze) dias-multa. Torno essas penas <strong>de</strong>finitivas à míngua <strong>de</strong> causasmodifica<strong>do</strong>ras.Assim, CONDENO o réu LUIS PAULO SAMPAIO KAUFMANN a:- 02 (<strong>do</strong>is) anos <strong>de</strong> reclusão, para o crime tipifica<strong>do</strong> no artigo 288 <strong>do</strong> CP;- 03 (três) anos <strong>de</strong> <strong>de</strong>tenção e 15 (quinze) dias-multa, para o crime tipifica<strong>do</strong> no artigo90 da Lei n. 8.666/93;Pelas razões <strong>de</strong>clinadas para a fixação da pena base, fixo, para o <strong>de</strong>lito puni<strong>do</strong> com<strong>de</strong>tenção, o regime prisional semi-aberto e para o <strong>de</strong> reclusão o regime prisional fecha<strong>do</strong>,<strong>de</strong>ven<strong>do</strong>, na execução, observar o disposto no artigo 76 <strong>do</strong> Código Penal e 111 da Lei dasExecuções Penais.Po<strong>de</strong>rá apelar em liberda<strong>de</strong>.Fixo o valor <strong>do</strong> dia-multa, ante a condição financeira <strong>do</strong> réu, em 02 (<strong>do</strong>is) saláriosmínimo vigente ao tempo da intimação <strong>de</strong>sta sentença, atualiza<strong>do</strong>s <strong>de</strong>s<strong>de</strong> então.LOURIVAL MONTIAten<strong>de</strong>n<strong>do</strong> as circunstâncias judiciais expostas no artigo 59 <strong>do</strong> Código Penal, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong>a primarieda<strong>de</strong> e bons antece<strong>de</strong>ntes <strong>do</strong> réu, fixo a pena base no mínimo legal, em02 (<strong>do</strong>is) anos <strong>de</strong> reclusão e 10 (<strong>de</strong>z) dias-multa, tornan<strong>do</strong>-a <strong>de</strong>finitiva à míngua <strong>de</strong> causasmodifica<strong>do</strong>ras. Defino o regime aberto para o cumprimento da pena privativa <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong>.Fixo o valor <strong>do</strong> dia-multa, ante a condição financeira <strong>do</strong> réu, em 1/30 (um trigésimo) <strong>do</strong>salário mínimo vigente ao tempo da intimação <strong>de</strong>sta sentença, atualiza<strong>do</strong>s <strong>de</strong>s<strong>de</strong> então.Presentes os requisitos <strong>do</strong> artigo 44, I, <strong>do</strong> CP, substituo a pena privativa <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong>por duas restritivas <strong>de</strong> direito (art. 44, § 2º, CP), uma na espécie <strong>de</strong> prestação <strong>de</strong> serviço àcomunida<strong>de</strong> (art. 43, VI, <strong>do</strong> CP), pelo mesmo prazo (art. 55 – CP). A prestação <strong>de</strong> serviço àcomunida<strong>de</strong> obe<strong>de</strong>cerá aos ditames <strong>do</strong> artigo 46 e parágrafos <strong>do</strong> Código Penal, a seremestabelecidas quan<strong>do</strong> da execução. A outra consistente em prestação pecuniária (art. 43,I, <strong>do</strong> CP), consistente no pagamento <strong>de</strong> 01 (um) salário-mínimo (art. 45, par. 1º, <strong>do</strong> CP) emfavor <strong>de</strong> instituição beneficente a ser escolhida pelo juízo da execução.LUCILIA FERNANDES DE SOUZA:Aten<strong>de</strong>n<strong>do</strong> as circunstâncias judiciais expostas no artigo 59 <strong>do</strong> Código Penal, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong>a primarieda<strong>de</strong> e bons antece<strong>de</strong>ntes da ré, fixo a pena base no mínimo legal, em02 (<strong>do</strong>is) anos <strong>de</strong> reclusão e 10 (<strong>de</strong>z) dias-multa, tornan<strong>do</strong>-a <strong>de</strong>finitiva à míngua <strong>de</strong> causasmodifica<strong>do</strong>ras. Defino o regime aberto para o cumprimento da pena privativa <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong>.Fixo o valor <strong>do</strong> dia-multa, ante a condição financeira da ré, em 1/30 (um trigésimo) <strong>do</strong> saláriomínimo vigente ao tempo da intimação <strong>de</strong>sta sentença, atualiza<strong>do</strong>s <strong>de</strong>s<strong>de</strong> então.Presentes os requisitos <strong>do</strong> artigo 44, I, <strong>do</strong> CP, substituo a pena privativa <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong>por duas restritivas <strong>de</strong> direito (art. 44, § 2º, CP), uma na espécie <strong>de</strong> prestação <strong>de</strong> serviço àcomunida<strong>de</strong> (art. 43, VI, <strong>do</strong> CP), pelo mesmo prazo (art. 55 – CP). A prestação <strong>de</strong> serviço àcomunida<strong>de</strong> obe<strong>de</strong>cerá aos ditames <strong>do</strong> artigo 46 e parágrafos <strong>do</strong> Código Penal, a seremestabelecidas quan<strong>do</strong> da execução. A outra consistente em prestação pecuniária (art. 43,I, <strong>do</strong> CP), consistente no pagamento <strong>de</strong> 01 (um) salário-mínimo (art. 45, par. 1º, <strong>do</strong> CP) emfavor <strong>de</strong> instituição beneficente a ser escolhida pelo juízo da execução.AMELIO LUIS BALSAN:Aten<strong>de</strong>n<strong>do</strong> as circunstâncias judiciais expostas no artigo 59 <strong>do</strong> Código Penal, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong>a primarieda<strong>de</strong> e bons antece<strong>de</strong>ntes <strong>do</strong> réu, fixo a pena base no mínimo legal, em02 (<strong>do</strong>is) anos <strong>de</strong> reclusão e 10 (<strong>de</strong>z) dias-multa, tornan<strong>do</strong>-a <strong>de</strong>finitiva à míngua <strong>de</strong> causasmodifica<strong>do</strong>ras. Defino o regime aberto para o cumprimento da pena privativa <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong>.Fixo o valor <strong>do</strong> dia-multa, ante a condição financeira <strong>do</strong> réu, em 1/30 (um trigésimo) <strong>do</strong>salário mínimo vigente ao tempo da intimação <strong>de</strong>sta sentença, atualiza<strong>do</strong>s <strong>de</strong>s<strong>de</strong> então.Presentes os requisitos <strong>do</strong> artigo 44, I, <strong>do</strong> CP, substituo a pena privativa <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong>por duas restritivas <strong>de</strong> direito (art. 44, § 2º, CP), uma na espécie <strong>de</strong> prestação <strong>de</strong> serviço àcomunida<strong>de</strong> (art. 43, VI, <strong>do</strong> CP), pelo mesmo prazo (art. 55 – CP). A prestação <strong>de</strong> serviço àcomunida<strong>de</strong> obe<strong>de</strong>cerá aos ditames <strong>do</strong> artigo 46 e parágrafos <strong>do</strong> Código Penal, a seremestabelecidas quan<strong>do</strong> da execução. A outra consistente em prestação pecuniária (art. 43,I, <strong>do</strong> CP), consistente no pagamento <strong>de</strong> 01 (um) salário-mínimo (art. 45, par. 1º, <strong>do</strong> CP) emfavor <strong>de</strong> instituição beneficente a ser escolhida pelo juízo da execução.AMAURI ARNALDO MONTEIRO:Aten<strong>de</strong>n<strong>do</strong> as circunstâncias judiciais expostas no artigo 59 <strong>do</strong> Código Penal, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong>a primarieda<strong>de</strong> e bons antece<strong>de</strong>ntes <strong>do</strong> réu, fixo a pena base no mínimo legal, em02 (<strong>do</strong>is) anos <strong>de</strong> reclusão e 10 (<strong>de</strong>z) dias-multa, tornan<strong>do</strong>-a <strong>de</strong>finitiva à míngua <strong>de</strong> causasmodifica<strong>do</strong>ras. Defino o regime aberto para o cumprimento da pena privativa <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong>.Fixo o valor <strong>do</strong> dia-multa, ante a condição financeira <strong>do</strong> réu, em 1/30 (um trigésimo) <strong>do</strong>salário mínimo vigente ao tempo da intimação <strong>de</strong>sta sentença, atualiza<strong>do</strong>s <strong>de</strong>s<strong>de</strong> então.Presentes os requisitos <strong>do</strong> artigo 44, I, <strong>do</strong> CP, substituo a pena privativa <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong>por duas restritivas <strong>de</strong> direito (art. 44, § 2º, CP), uma na espécie <strong>de</strong> prestação <strong>de</strong> serviço àcomunida<strong>de</strong> (art. 43, VI, <strong>do</strong> CP), pelo mesmo prazo (art. 55 – CP). A prestação <strong>de</strong> serviço àcomunida<strong>de</strong> obe<strong>de</strong>cerá aos ditames <strong>do</strong> artigo 46 e parágrafos <strong>do</strong> Código Penal, a seremestabelecidas quan<strong>do</strong> da execução. A outra consistente em prestação pecuniária (art. 43,I, <strong>do</strong> CP), consistente no pagamento <strong>de</strong> 01 (um) salário-mínimo (art. 45, par. 1º, <strong>do</strong> CP) emfavor <strong>de</strong> instituição beneficente a ser escolhida pelo juízo da execução.EDSON MENESES:Aten<strong>de</strong>rei as circunstâncias judiciais expostas no artigo 59 <strong>do</strong> Código Penal. O réuvaleu-se <strong>de</strong> uma associação sem fins lucrativo, a “Habitar”, apresentan<strong>do</strong>-se como diretor<strong>de</strong>ssa associação, para fraudar o caráter competitivo das licitações para construção dascasas <strong>do</strong> CDHU. É proprietário contratual da empresa “Êxo<strong>do</strong>”. Foi peça importante noesquema criminoso, na exploração, como dito, da Associação Habitar.Por tu<strong>do</strong> isso, fixarei a pena base <strong>do</strong> crime <strong>de</strong> formação <strong>de</strong> quadrilha (artigo 288<strong>do</strong> CP) no <strong>do</strong>bro da mínima, exatamente no meio termo entre o máximo e mínimo previstopara esse tipo penal, portanto em 02 (<strong>do</strong>is) anos <strong>de</strong> reclusão, tornan<strong>do</strong>-a <strong>de</strong>finitivas àmíngua <strong>de</strong> causas modifica<strong>do</strong>ras.Assim, CONDENO o réu EDSON MENESES à pena <strong>de</strong> 02 (<strong>do</strong>is) anos <strong>de</strong> reclusão pelocrime <strong>de</strong> associação em quadrilha.Pelas razões <strong>de</strong>clinadas para a fixação da pena base, fixo o regime fecha<strong>do</strong> para ocumprimento da pena <strong>de</strong> reclusão. E também pelos motivos <strong>de</strong>clina<strong>do</strong>s, não faz o réu jus asubstituição da pena privativa <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong> ou obtenção <strong>de</strong> sursis.Po<strong>de</strong>rá EDSON recorrer em liberda<strong>de</strong>, posto que, com relação a ele, não fazespresentes os motivos enseja<strong>do</strong>res <strong>de</strong> uma prisão preventiva. Com o trânsito em julga<strong>do</strong>,expeça-se manda<strong>do</strong> <strong>de</strong> prisão.SIDNEI FLORES DOS SANTOS:


sába<strong>do</strong>, 28 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 2009 Diário Oficial Po<strong>de</strong>r Legislativo <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, 119 (222) – Suplemento – 57Aten<strong>de</strong>rei as circunstâncias judiciais expostas no artigo 59 <strong>do</strong> Código Penal. Comodiretor <strong>do</strong> setor <strong>de</strong> compras da Prefeitura <strong>de</strong> Pirapozinho, na administração <strong>de</strong> Sérgio Pinaffi,foi peça importante no esquema criminoso.Fixarei, então, as penas bases em 1/3 (um terço) acima <strong>do</strong> mínimo legal, portantoem 01 (um) ano e 04 (quatro) meses <strong>de</strong> reclusão para o crime <strong>do</strong> artigo 288 <strong>do</strong> CP e 02(<strong>do</strong>is) anos e 08 (oito) meses <strong>de</strong> <strong>de</strong>tenção e 13 (treze) dias-multa para o crime tipifica<strong>do</strong> noartigo 90 da Lei n. 8.666/93.Na segunda fase da <strong>do</strong>sagem da pena coloco não haver circunstâncias atenuantesou agravantes. Na terceira e última fase, na qual inci<strong>de</strong> as causas <strong>de</strong> aumento ou diminuiçãoda pena, <strong>de</strong>ve-se acrescer a pena <strong>do</strong> crime tipifica<strong>do</strong> no artigo 90 da Lei 8.666/93 (frau<strong>de</strong>à licitação), pela regra <strong>do</strong> artigo 71 <strong>do</strong> CP (crime continua<strong>do</strong>). Consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> o número<strong>de</strong> <strong>de</strong>litos pratica<strong>do</strong>s <strong>de</strong> frau<strong>de</strong> à licitação, três, aumento pena <strong>de</strong> 1/6, perfazen<strong>do</strong>, então, 03(três) anos, 01 (um) mês e 10 (<strong>de</strong>z) dias-multa <strong>de</strong> <strong>de</strong>tenção e 15 (quinze) dias-multa.Assim, CONDENO o réu SIDNEI FLORES a:-01 (um) ano e 04 (quatro) meses <strong>de</strong> reclusão, para o crime tipifica<strong>do</strong> no artigo 288<strong>do</strong> CP;-03 (três) anos, 01 (um) mês e 10 (<strong>de</strong>z) dias-multa <strong>de</strong> <strong>de</strong>tenção e 15 (quinze) diasmulta,para o crime tipifica<strong>do</strong> no artigo 90 da Lei n. 8.666/93;Pelas razões <strong>de</strong>clinadas para a fixação da pena base, fixo, para o <strong>de</strong>lito puni<strong>do</strong> com<strong>de</strong>tenção, o regime prisional semi-aberto e para o <strong>de</strong> reclusão o regime prisional fecha<strong>do</strong>,<strong>de</strong>ven<strong>do</strong>, na execução, observar o disposto no artigo 76 <strong>do</strong> Código Penal e 111 da Lei dasExecuções Penais.Não observo, com relação a esse réu, a presença <strong>de</strong> alguma causa a justificar umaprisão preventiva, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong>, logo, recorrer em liberda<strong>de</strong>. Com o trânsito em julga<strong>do</strong>, expeçasemanda<strong>do</strong> <strong>de</strong> prisão.Fixo o valor <strong>do</strong> dia-multa, ante a condição financeira <strong>do</strong> réu, em meio (1/2) saláriomínimo vigente ao tempo da intimação <strong>de</strong>sta sentença, atualiza<strong>do</strong>s <strong>de</strong>s<strong>de</strong> então.PARTE DISPOSITIVA FINAL:Pelo longo arrazoa<strong>do</strong> e pelo mais que <strong>do</strong>s autos consta, JULGO PARCIALMENTEPROCEDENTE a acusação, assim <strong>de</strong>cidi<strong>do</strong>:01) Julgo inepta a acusação <strong>do</strong> artigo 96 da Lei 8.666/93;02) Julgo inepta a acusação <strong>de</strong> crime <strong>de</strong> lavagem <strong>de</strong> dinheiro (artigo 1º, incisosV e VII, da Lei 9.613/98) lançada contra o réu CELSO HIDEMI (item “19” da <strong>de</strong>núncia);03) Julgo absorvi<strong>do</strong>s os crimes <strong>de</strong> falso, tipifica<strong>do</strong>s nos artigos 298 e 299 <strong>do</strong> CódigoPenal, como “crimes meio”, pelo crime <strong>de</strong> frau<strong>de</strong> á licitação, a<strong>do</strong>tan<strong>do</strong> o princípio da consunção;04) Pela acusação <strong>de</strong> crime <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong>, tipifica<strong>do</strong> no artigo 1º, inciso I, <strong>do</strong>Decreto-lei nº. 201/67, será o réu SERGIO PINAFFI, ex-Prefeito Municipal <strong>de</strong> Pirapozinho,absolvi<strong>do</strong>, afastan<strong>do</strong>-se essa acusação quanto aos <strong>de</strong>mais acusa<strong>do</strong>s;05) Pela acusação <strong>de</strong> formação <strong>de</strong> quadrilha (artigo 288 <strong>do</strong> CP), serão con<strong>de</strong>na<strong>do</strong>sos réus FRANCISCO EMILIO DE OLIVEIRA, CELSO HIDEMI, JOVEM MARCOS, SERGIO PINA-FFI, MARIO ANTONIO DALE VEDOVE MORENO, CLIMERIO DE TOLEDO PEREIRA, REINALDODE GALLES, CARLOS EDUARDO KAUFFMANN, ARTHUR KAUFFMANN, LUIS PAULO KAUFF-MANN, EDSON MENEZES, SIDNEI FLORES DOS SANTOS, absolven<strong>do</strong> os <strong>de</strong>mais acusa<strong>do</strong>s<strong>de</strong>sta acusação.06) Assim coloca<strong>do</strong>, <strong>de</strong>fino a situação, individualmente, <strong>do</strong>s acusa<strong>do</strong>s:FRANCISCO EMÍLIO DE OLIVEIRA:Con<strong>de</strong>no-o como incurso nas penas <strong>do</strong> artigo 288 <strong>do</strong> Código Penal; por nove vezesno artigo 90 da Lei n. 8.666/93 (na forma <strong>do</strong> artigo 71 <strong>do</strong> CP); por três vezes no artigo 1º,incisos V e VII16, da Lei 9.613/98 (na forma <strong>do</strong> artigo 71 <strong>do</strong> CP), à pena fixada supra, afastan<strong>do</strong>as <strong>de</strong>mais acusações nos termos iniciais <strong>de</strong>ste tópico.CELSO HIDEMI NISHIMOTO:Con<strong>de</strong>no-o como incurso nas penas <strong>do</strong> artigo 288 <strong>do</strong> Código Penal e por duas vezesno artigo 90 da Lei n. 8.666/93 (na forma <strong>do</strong> artigo 71 <strong>do</strong> CP), à pena fixada supra, afastan<strong>do</strong>as <strong>de</strong>mais acusações nos termos iniciais <strong>de</strong>ste tópico.JOVEN MARCOSCon<strong>de</strong>no-o como incurso nas penas <strong>do</strong> artigo 288 <strong>do</strong> Código Penal e por duas vezesno artigo 1º, incisos V e VII, da Lei 9.613/98 (na forma <strong>do</strong> artigo 71 <strong>do</strong> CP), à pena fixadasupra, afastan<strong>do</strong> as <strong>de</strong>mais acusações nos termos iniciais <strong>de</strong>ste tópico.SÉRGIO PINAFFI:Con<strong>de</strong>no-o como incurso nas penas <strong>do</strong> artigo 288 <strong>do</strong> Código Penal, por nove vezesno artigo 90 da Lei n. 8.666/93 e duas vezes no artigo 317 <strong>do</strong> Código Penal (na forma <strong>do</strong>artigo 71 <strong>do</strong> CP), à pena fixada supra, absolven<strong>do</strong>-o da acusação <strong>de</strong> incursão no artigo 1º,inciso I, <strong>do</strong> Decreto-lei n. 201/67, nos termos <strong>do</strong> artigo 386, VII, <strong>do</strong> CPP, afastan<strong>do</strong> as <strong>de</strong>maisacusações nos termos iniciais <strong>de</strong>ste tópico.DEJAIR BISTAFFA:Con<strong>de</strong>no-o como incurso nas penas <strong>do</strong> artigo 90 da Lei n. 8.666/93, à pena fixadasupra, absolven<strong>do</strong>-o da <strong>de</strong>mais acusação (associação em quadrilha e corrupção passiva),com apoio no artigo 386, inciso VII, <strong>do</strong> Código <strong>de</strong> Processo Penal.OSVALDO JOSÉ VANCINE:Con<strong>de</strong>no-o com incurso nas penas <strong>do</strong> artigo 90 da Lei 8.666/93, por duas vezes (naforma <strong>do</strong> artigo 71 <strong>do</strong> CP), à pena fixada supra, afastan<strong>do</strong> outras acusações nos termosiniciais <strong>de</strong>ste tópico e ABSOLVENDO-O das <strong>de</strong>mais acusações na forma <strong>do</strong> artigo 386, VI, <strong>do</strong>CPP.ROSALY SÍLVIA RAMALHO SAMPAIO:Con<strong>de</strong>no-a como incursa nos artigos 90 da Lei 8.666/93, à pena fixada supra, afastan<strong>do</strong>outras acusações nos termos iniciais <strong>de</strong>ste tópico e ABSOLVENDO-A das <strong>de</strong>mais acusaçõesna forma <strong>do</strong> artigo 386, VI, <strong>do</strong> CPP.MÁRIO ANTONIO DALE VEDOVE MORENO:Con<strong>de</strong>no-o como incurso nas penas <strong>do</strong> artigo 288 <strong>do</strong> Código Penal e artigo 1º, incisosV e VII, da Lei 9.613/98, à pena fixada supra, afastan<strong>do</strong> as <strong>de</strong>mais acusações nos termosiniciais <strong>de</strong>ste tópico.CLIMÉRIO DE TOLEDO PEREITA:Con<strong>de</strong>no-o como incurso nas penas <strong>do</strong> artigo 288 <strong>do</strong> Código, à pena fixada supra,afastan<strong>do</strong> as <strong>de</strong>mais acusações nos termos iniciais <strong>de</strong>ste tópico.REINALDO DE GALLES:Con<strong>de</strong>no-o como incurso nas penas <strong>do</strong> artigo 288 <strong>do</strong> Código Penal, à pena fixadasupra, afastan<strong>do</strong> as <strong>de</strong>mais acusações nos termos iniciais <strong>de</strong>ste tópico.CARLOS EDUARDO KAUFMANN:Con<strong>de</strong>no-o como incurso nas penas <strong>do</strong> artigo 288 <strong>do</strong> Código Penal e por sete vezesno artigo 90 da Lei n. 8.666/93 (na forma <strong>do</strong> artigo 71 <strong>do</strong> CP), à pena fixada supra, afastan<strong>do</strong>as <strong>de</strong>mais acusações nos termos iniciais <strong>de</strong>ste tópico.ARTHUR KAUFFMANN:Con<strong>de</strong>no-o como incurso nas penas <strong>do</strong> artigo 288 <strong>do</strong> Código Penal e por três vezesno artigo 90 da Lei n. 8.666/93 (na forma <strong>do</strong> artigo 71 <strong>do</strong> CP), à pena fixada supra, afastan<strong>do</strong>as <strong>de</strong>mais acusações nos termos iniciais <strong>de</strong>ste tópico.LUIZ PAULO KAUFFMANNCon<strong>de</strong>no-o como incurso nas penas <strong>do</strong> artigo 288 <strong>do</strong> Código Penal e artigo 90 da Lein. 8.666/93, à pena fixada supra, afastan<strong>do</strong> as <strong>de</strong>mais acusações nos termos iniciais <strong>de</strong>stetópico.LOURIVAL MONTICon<strong>de</strong>no-o como incurso no artigo 90 da Lei 8.666/93, à pena fixada supra, afastan<strong>do</strong>outras acusações nos termos iniciais <strong>de</strong>ste tópico e ABSOLVENDO-A das <strong>de</strong>mais acusaçõesna forma <strong>do</strong> artigo 386, VI, <strong>do</strong> CPP.LUCILIA FERNANDES DE SOUZA:Con<strong>de</strong>no-a como incursa no artigo 90 da Lei 8.666/93, à pena fixada supra, afastan<strong>do</strong>outras acusações nos termos iniciais <strong>de</strong>ste tópico e ABSOLVENDO-A das <strong>de</strong>mais acusaçõesna forma <strong>do</strong> artigo 386, VI, <strong>do</strong> CPP.AMELIO LUIS BALSAN:Con<strong>de</strong>no-o como incurso no artigo 90 da Lei 8.666/93, à pena fixada supra, afastan<strong>do</strong>outras acusações nos termos iniciais <strong>de</strong>ste tópico e ABSOLVENDO-A das <strong>de</strong>mais acusaçõesna forma <strong>do</strong> artigo 386, VI, <strong>do</strong> CPP.AMAURI ARNALDO MONTEIRO:Con<strong>de</strong>no-o como incurso no artigo 90 da Lei 8.666/93, à pena fixada supra, afastan<strong>do</strong>outras acusações nos termos iniciais <strong>de</strong>ste tópico e ABSOLVENDO-A das <strong>de</strong>mais acusaçõesna forma <strong>do</strong> artigo 386, VI, <strong>do</strong> CPP.EDSON MENESES:Con<strong>de</strong>no-o como incurso no artigo 288 <strong>do</strong> Código Penal, à pena fixada supra, afastan<strong>do</strong>a acusação <strong>de</strong> incursão no artigo 298 <strong>do</strong> CP, nos termos iniciais <strong>de</strong>ste tópico.SIDNEI FLORES DOS SANTOS:Con<strong>de</strong>no-o como incurso nas penas <strong>do</strong> artigo 288 <strong>do</strong> Código Penal e por três vezesno artigo 90 da Lei n. 8.666/93 (na forma <strong>do</strong> artigo 71 <strong>do</strong> CP, à pena fixada supra.07) ABSOLVO os réus EDILENE LUIZ FERREIRA, LIGIA SUSIE DE OLIVEIRA, ROSELISUSIE DE OLIVEIRA SOUZA, CAIO CÉSAR GONÇALVES BERTASSO, JOSÉ ROBERTO KOL,RICARDO MANOEL DOS SANTOS, CLAUDEMIR ANTÔNIO DE MATOS, AFONSO JORGE MAR-TINHO JERONYMO, PAULO ANTÔNIO SARQUIS PINTO das acusações que lhes pesam, nosfulcro no artigo 386, inciso VII, <strong>do</strong> Código <strong>de</strong> Processo Penal, bem como parte introdutória<strong>de</strong>ste tópico da sentença, quan<strong>do</strong> se julgou inepta certar acusações e absorvidas outras.Con<strong>de</strong>no os réus, ainda, ao pagamento das custas processuais, no valor <strong>de</strong> 100UFESPs, nos termos <strong>do</strong> artigo 4º, parágrafo 9º, “a”, da Lei Estadual nº 11.608/03.P. R. I. C.Pirapozinho, 17 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 2009.DARCI LOPES BERALDOJUIZ DE DIREITONOTAS1 A empresa “Loca<strong>do</strong>ra Dois Irmãos <strong>de</strong> Estrela <strong>do</strong> Norte LTDA – ME” está relacionadano relatório <strong>do</strong> Fisco Estadual <strong>de</strong> fls. 1294/1296, vol. VII, <strong>do</strong> feito n. 10/07, como sen<strong>do</strong>uma das empresas <strong>de</strong> “fachada”, pertencentes à FT Construções LTDA.2 Termo subscrito em po<strong>de</strong>r da serventia <strong>do</strong> Juízo, utiliza<strong>do</strong> para a prisão em flagrante<strong>de</strong>lito <strong>de</strong> falso testemunho da testemunha ouvida em fls. 7963/7968. Termo <strong>de</strong> audiência,com <strong>de</strong>creto <strong>de</strong> prisão, em fls. 7956/7962).3 Utilizada criminosamente pela quadrilha, na pessoa <strong>do</strong> co-réu CARLOS EDUARDO(ler <strong>de</strong>clarações <strong>do</strong> próprio réu VANCINE – fls. 2697/2699 e 7428/7429).4 No julgamento <strong>do</strong> HC n. 81.295-3-<strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, ten<strong>do</strong> como relatora a Min. EllenGracie, o STF, por sua 1ª Turma, <strong>de</strong>feriu parcialmente a or<strong>de</strong>m, fazen<strong>do</strong>-o para <strong>de</strong>clarar ineptaa <strong>de</strong>núncia quanto aos crimes <strong>de</strong> falsida<strong>de</strong> i<strong>de</strong>ológica e apropriação <strong>de</strong> rendas públicas,prosseguin<strong>do</strong>-se a ação penal nos seus <strong>de</strong>mais termos (julga<strong>do</strong> <strong>de</strong> 06.11.01, DJ 14.12.01,ementário n. 2053-6).5 Posiciona-se Vicente Greco Filho pela ocorrência <strong>do</strong> concurso (“Dos Crimes da Leidas Licitações”, Saraiva, 2007, pág. 120. Rui Stoco posiciona-se pela não ocorrência – “Licitação,in Leis Penais e sua interpretação jurispru<strong>de</strong>ncial”, 7ª ed., pág. 2590).6 Tal valor correspon<strong>de</strong> ao resulta<strong>do</strong> da soma <strong>do</strong>s valores <strong>do</strong>s <strong>do</strong>is serviços, conformeorçamentos <strong>do</strong> próprio setor <strong>de</strong> engenharia da Prefeitura Municipal <strong>de</strong> Pirapozinho (fls.3445 e 3513) nas Cartas-Convites n. 14/06 e n. 17/06.7 Nesse senti<strong>do</strong>, o convênio relativo ao empreendimento Pirapozinho “D” previa,como anexo I, a lista <strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> materiais (fls. 116, vol. I, <strong>do</strong> I. policial 116/07).8 Referidas empresas estão relacionadas no relatório <strong>do</strong> Fisco Estadual <strong>de</strong> fls.1294/1296, vol. VII, <strong>do</strong> feito n. 10/07, como empresas <strong>de</strong> “fachada”, pertencentes à FTConstruções LTDA.9 Os réus EDILENE, LIGIA e CAIO, acusa<strong>do</strong>s da prática <strong>de</strong>sse crime (lavagem <strong>de</strong>dinheiro) e <strong>de</strong> outros, estão sen<strong>do</strong> absolvi<strong>do</strong>s. O réu CELSO HIDEMI, também acusa<strong>do</strong> <strong>de</strong>ssecrime, está se safan<strong>do</strong> <strong>de</strong>ssa acusação por inépcia, quanto a ele, da <strong>de</strong>núncia.10 Coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>res Alberto Silva Franco e Rui Stoco, RT, 8ª edição.11 Falam sobre montar um “processinho” e sobre dinheiro (fls. 2325).12 Relatório <strong>do</strong> Livro Caixa da FT, constan<strong>do</strong> o lançamento “QLN” (quanto levanisso), em nome <strong>do</strong> réu Mário, no valor <strong>de</strong> R$ 4.000,00.13 Falam sobre montar um “processinho” e sobre dinheiro (fls. 2325).


58 – <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, 119 (222) – Suplemento Diário Oficial Po<strong>de</strong>r Legislativo sába<strong>do</strong>, 28 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 200914 Termo subscrito em po<strong>de</strong>r da serventia <strong>do</strong> Juízo, utiliza<strong>do</strong> para a prisão em flagrante<strong>de</strong>lito <strong>de</strong> falso testemunho da testemunha ouvida em fls. 7963/7968. Termo <strong>de</strong> audiência,com <strong>de</strong>creto <strong>de</strong> prisão, em fls. 7956/7962).15 Festa junina tradicional na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Pirapozinho.16 Na <strong>de</strong>núncia constou, por claro equivoco, o inciso VI em vez <strong>de</strong> VII, sem qualquerprejuízo.VOTO EM SEPARADOVoto em separa<strong>do</strong> apresenta<strong>do</strong> pelos Deputa<strong>do</strong>s Antonio Mentor e Enio Tatto, integrantesda Bancada <strong>do</strong> Parti<strong>do</strong> <strong>do</strong>s Trabalha<strong>do</strong>res (PT) ao Relatório da CPI da Companhia<strong>de</strong> Desenvolvimento Habitacional e Urbano – CDHU apresenta<strong>do</strong> pelo Deputa<strong>do</strong> RobertoMorais em 03 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 2009.Comissão Parlamentar <strong>de</strong> Inquérito (CPI) com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> investigar <strong>de</strong>nuncias<strong>de</strong> frau<strong>de</strong>s em licitações para a construção <strong>de</strong> casas populares pela Companhia <strong>de</strong> DesenvolvimentoHabitacional e Urbano – CDHU, conforme o requerimento nº 1506, <strong>de</strong> 2007.Deputa<strong>do</strong> Antonio Mentor Deputa<strong>do</strong> Enio TattoPT PT<strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, 05 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 2009SUMÁRIO1.INTRODUÇÃO2. ORGANIZAÇÃO DOS TRABALHOS3.TRABALHOS REALIZADOS4. ILEGALIDADES E IRREGULARIDADES DO RELATÓRIO APRESENTADO5. IRREGULARIDADES E ILEGALIDADES PRATICADAS POR AGENTES PÚBLICOS* TCE* Caso <strong>São</strong> José <strong>do</strong>s Campos* Caso Pirapozinho* Caso Americana6. PROVIDÊNCIAS QUE CABERIAM À CPI E NÃO FORAM ADOTADAS7. CONCLUSÕES8. RECOMENDAÇÕES À CDHU9. ENCAMINHAMENTOS10. ANEXOS1-INTRODUÇÃOO requerimento solicitan<strong>do</strong> a instauração da CPI teve por base inúmeras <strong>de</strong>nuncias<strong>de</strong> irregularida<strong>de</strong>s na Companhia <strong>de</strong> Desenvolvimento Habitacional e Urbano – CDHU. Osrequerentes ilustraram o seu pedi<strong>do</strong> com matéria divulgadas pelo Jornal “Folha <strong>de</strong> <strong>São</strong><strong>Paulo</strong>”, segun<strong>do</strong> a qual a Polícia Civil <strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong> e o Ministério Público <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> apurarama existência <strong>de</strong> um esquema envolven<strong>do</strong> políticos, empresários, advoga<strong>do</strong>s e funcionáriosda CDHU para fraudar as licitações para a construção <strong>de</strong> casas populares com recursosda própria CDHU (Folha <strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, 16/05/07, C7). Conforme a matéria citada, as frau<strong>de</strong>senvolviam <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a aquisição <strong>de</strong> terrenos até a construção das casas, e movimentavam cerca<strong>de</strong> R$ 2 milhões/mês.Na justificativa apresentada no requerimento <strong>de</strong> constituição <strong>de</strong> CPI é ressaltada aagilida<strong>de</strong> que a Comissão Parlamentar <strong>de</strong> Inquérito propicia bem como a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>investigar atos que vão na contramão <strong>do</strong>s princípios que <strong>de</strong>vem pautar as ações <strong>do</strong>s agentespúblicos, especialmente numa área em que é mais <strong>do</strong> que necessário que a utilização<strong>do</strong>s recursos tenha por finalida<strong>de</strong> única e exclusiva, a diminuição <strong>do</strong> déficit habitacional epromoção da melhoria das condições <strong>de</strong> vida da população <strong>de</strong> baixíssima renda.Também merece <strong>de</strong>staque a menção <strong>de</strong> que o Tribunal <strong>de</strong> Contas <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>São</strong><strong>Paulo</strong> já havia aponta<strong>do</strong> inúmeras irregularida<strong>de</strong>s em centenas <strong>de</strong> processos licitatórios promovi<strong>do</strong>spela CDHU, processos estes que foram encaminha<strong>do</strong>s à Assembléia <strong>Legislativa</strong> e aoMinistério Público.Ficou evi<strong>de</strong>nte, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> quan<strong>do</strong> foi protocola<strong>do</strong> o requerimento para a sua instalação,que esta CPI, assim como outras <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> tentativas <strong>de</strong> investigação, não contava e nãoconta com a simpatia da base governista.A CPI da CDHU só foi instalada após o ajuizamento <strong>de</strong> Ação Direta <strong>de</strong> Inconstitucionalida<strong>de</strong>- ADIN pela Bancada <strong>do</strong> Parti<strong>do</strong> <strong>do</strong>s Trabalha<strong>do</strong>res-PT, que questionou a não instalação<strong>de</strong> CPIS no âmbito <strong>do</strong> legislativo estadual. Além disso, não foi manti<strong>do</strong> o hábito dasCasas Parlamentares <strong>de</strong> que o presi<strong>de</strong>nte da Comissão é o autor <strong>do</strong> requerimento, no casoos Deputa<strong>do</strong>s Enio Tatto e Antonio Mentor.A afirmação <strong>de</strong> que não havia interesse e empenho, por parte da base governista,em investigar po<strong>de</strong> ser constatada não utilização das prerrogativas investigativas inerentesa uma CPI. Nenhum <strong>do</strong>cumento foi junta<strong>do</strong>, pouquíssimos <strong>de</strong>poimentos foram colhi<strong>do</strong>s,nenhuma diligencia foi realizada o que culminou em um relatório vazio.A CPI não tinha a menor condição <strong>de</strong> ser extinta neste momento, ainda há muito oque buscar, investigar, <strong>de</strong>monstrar e evitar.É certo que o Ministério Público <strong>de</strong> alguns municípios está sen<strong>do</strong> zeloso, agin<strong>do</strong> na<strong>de</strong>fesa <strong>do</strong>s interesses da população mais carente e da correta aplicação e utilização <strong>do</strong>srecursos públicos. Mas e o Legislativo? Agentes públicos estão respon<strong>de</strong>n<strong>do</strong> civil e criminalmentepelos atos ilícitos que praticaram. Como exemplo po<strong>de</strong>mos citar o Sr. Goro Hama querespon<strong>de</strong> a quase uma centena <strong>de</strong> processos, ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> con<strong>de</strong>na<strong>do</strong> em alguns. Mas, comoficam outros atores importantes <strong>de</strong>sta trama? Como o Sr. Arnal<strong>do</strong> Negri e outros tantosagentes graú<strong>do</strong>s <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> que se apossaram da máquina pública em benefício <strong>de</strong> interesses<strong>de</strong> grupos políticos em <strong>de</strong>trimento <strong>do</strong>s interesses da população paulista.Há ainda, que se esclarecer o papel representa<strong>do</strong> por diversas empresas que sãofavorecidas em processos licitatórios.Como saber se houve outras burlas à lei <strong>de</strong> licitações? Os valores pratica<strong>do</strong>s continuamsen<strong>do</strong> superfatura<strong>do</strong>s? Continua haven<strong>do</strong> pagamento <strong>de</strong> propina? Em quais outroscontratos isso ocorre? Qual é o prejuízo causa<strong>do</strong> aos cofres públicos? Infelizmente estas eoutras questões ficam em aberto ante a <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> enterrar ainda viva esta CPI.Causou-nos perplexida<strong>de</strong> o relatório apresenta<strong>do</strong> na reunião da Comissão <strong>do</strong> dia03/11/09, pois afirma que:“A <strong>de</strong>speito <strong>de</strong> a sentença criminal ainda não ter firma<strong>do</strong> sua <strong>de</strong>finitivida<strong>de</strong>, com aincidência da coisa julgada, já que sob o crivo da Instância Recursal, leia-se o Tribunal <strong>de</strong>Justiça, conclui-se que houve efetiva repressão sobre o fato <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>, ora sob investigação<strong>de</strong>sta CPI”Qual a razão da recusa em continuar investigan<strong>do</strong>? Muitos esclarecimentos aindapo<strong>de</strong>riam ser presta<strong>do</strong>s. A <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> apresentar o relatório na forma como foi feito, reiteramos:é como enterrar alguém que esteja vivo.Aprovar esta conduta e o relatório que a corrobora é ignorar o princípio da separação<strong>de</strong> po<strong>de</strong>res que jamais po<strong>de</strong> ser afasta<strong>do</strong>. Assim, Vincular as <strong>de</strong>cisões <strong>do</strong> Po<strong>de</strong>r Legislativoexclusivamente à atuação <strong>do</strong> Po<strong>de</strong>r Judiciário é abrir mão <strong>de</strong> prerrogativas constitucionaisconferidas por meio <strong>do</strong> mandato popular que nos foi outorga<strong>do</strong>.2. Organização <strong>do</strong>s trabalhosAtravés <strong>do</strong> Requerimento nº 1.506, <strong>de</strong> 2007, <strong>de</strong> autoria da Bancada <strong>de</strong> Deputa<strong>do</strong>s<strong>do</strong> PT, e outros, foi solicitada a instauração <strong>de</strong> Comissão Parlamentar <strong>de</strong> Inquérito com afinalida<strong>de</strong> <strong>de</strong>, no prazo <strong>de</strong> 120 dias, investigar <strong>de</strong>núncias <strong>de</strong> frau<strong>de</strong>s em licitações para aconstrução <strong>de</strong> casas pela Companhia <strong>de</strong> Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU);O Ato nº 41, <strong>de</strong> 06 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 2009, criou a Comissão Parlamentar <strong>de</strong> Inquérito,conforme o Requerimento nº 1.506, <strong>de</strong> 2007;O Ato n.º 60 <strong>de</strong> 2009, constituiu a Comissão, nomean<strong>do</strong> seus membros, indica<strong>do</strong>spelos respectivos Lí<strong>de</strong>res:EFETIVOSSUBSTITUTOSPSDBPSDBDep. Bruno CovasDep. Cássio NavarroDep. José AugustoDep. Hélio NishimotoDep. Milton FlávioDep. Roberto MassaferaPTPTDep. Ênio TattoDep. Simão PedroDep. Antonio MentorDep. Ana <strong>do</strong> CarmoDEMDEMDep. Eli Corrêa FilhoDep. Edmir ChedidPPSPPSDep. Roberto MoraisDep. Vitor SapienzaPVPVDep. Chico Sar<strong>de</strong>lliDep. Afonso LobatoPTBPTBDep. Roque BarbiereDep. Campos Macha<strong>do</strong>No curso <strong>de</strong> seus trabalhos, a CPI da CDHU realizou 14 reuniões ordinárias no perío<strong>do</strong>compreendi<strong>do</strong> entre 03/06/09, e 03/11/09, nesse perío<strong>do</strong> realizou inquirição <strong>de</strong> testemunhas.Foi realizada uma síntese <strong>de</strong> cada um <strong>do</strong>s <strong>de</strong>poimentos, apresentada a seguir:Data <strong>do</strong> <strong>de</strong>poimento: 09/09/2009Depoente: Sérgio Pinaffi, ex-prefeito da Cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Pirapozinho.Sobre a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> o ex-prefeito ser vítima para encobrir outros problemas daCDHU no Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, ele afirmou: “Eu acho e achar não quer dizer que é, po<strong>de</strong> serque plantaram o problema que po<strong>de</strong> ter existi<strong>do</strong> em algum lugar e levaram para a minhaCida<strong>de</strong> e acharam os elementos para compor essa história”.Data <strong>do</strong> <strong>de</strong>poimento: 23/09/2009Depoente: Gabriel Vassílios Píperas, ex-prefeito da Cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Narandiba.Segun<strong>do</strong> o ex-prefeito “A Operação Pomar não é estranha <strong>de</strong> ninguém, saiu em todamídia, e nós temos to<strong>do</strong> processo aí e eu tive a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ler to<strong>do</strong> o processo para vira esta Casa <strong>de</strong> Leis para informar aos senhores esta CPI. O que eu digo a respeito, Cida<strong>de</strong>scomo Rancharia e como Álvares Macha<strong>do</strong> fizeram mais <strong>de</strong> mil casas, estão enquadradas noProjeto Pomar e causa estranheza não ser chamada as pessoas responsáveis”.“Nós não concordamos com sistema <strong>de</strong> mutirão, está erra<strong>do</strong>. Mas já era <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong>contrato exigia o sistema mutirão, então fui obriga<strong>do</strong> a fazer isso. Inclusive eu me recor<strong>do</strong>que uma verea<strong>do</strong>ra eu falei para ele exatamente o que estou falan<strong>do</strong> para os senhores: oSistema mutirão já vem elabora<strong>do</strong> da CDHU”.Respon<strong>de</strong>n<strong>do</strong> o <strong>de</strong>puta<strong>do</strong> José Augusto que indagou sobre a autonomia <strong>do</strong> municípioo ex-prefeito Píperas afirmou: “O senhor concorda comigo? Como prefeito lá <strong>do</strong> fun<strong>do</strong>aí <strong>do</strong> esta<strong>do</strong>, <strong>de</strong> quatro mil habitantes, a maioria <strong>do</strong>s vizinhos constrói autoconstrução, edisse nesse pacote aí que é o mais barato, a prestação é mais barata, constrói-se mais rapidamentee os mutirantes participam. Não tem como você escolher”.Sobre a medição das obras o ex-prefeito afirmou: “A medida era assim. Acho queo senhor (José Augusto) perguntou da medida. A medida era assim: vinha a medição daCDHU, aí chegava, a medição da CDHU vinha, a pessoa da empreiteira sabia o valor, aíchegava o valor mediante a conta da prefeitura, e a gente repassava o dinheiro exatamenteque chegava para a empreiteira”.Indaga<strong>do</strong> sobre quem licitou o primeiro contrato chama<strong>do</strong> <strong>de</strong> Narandiba B, paraconstrução <strong>de</strong> 64 casas, Píperas respon<strong>de</strong>: “Gestão <strong>de</strong> 2004. Prefeito Fi<strong>de</strong>lcino Magro,PSDB”.Pergunta<strong>do</strong> quem fiscalizava, quem era responsável pela CDHU lá da região? Foi oconsórcio que ganhou? Foi uma empresa que ganhou para fiscalizar? O ex-prefeito afirma:“LBR-Tjofran. Eles fiscalivam, mediam e mandavam a nota e era efetua<strong>do</strong> o pagamento”.A empresa contratada para o Narandiba C (57 unida<strong>de</strong>s) foi a Pontal Engenhariae para o Narandiba B (64 unida<strong>de</strong>s) foi a FT Construções, principal responsável por to<strong>do</strong>o processo <strong>de</strong> investigação. O contrato <strong>do</strong> Narandiba B foi feito na gestão <strong>do</strong> ex-prefeitoFi<strong>de</strong>lcino Magro, PSDB.Eram pessoas da CDHU ou eram pessoas <strong>de</strong> outras empresas encarregadas <strong>de</strong> fazera fiscalização da obra? O ex-prefeito diz: “Então, eles vinham em nome da CDHU, agoraagente não consegue saber se era funcionário efetivo da CDHU ou era empresa contratadapor eles, mas era, assinava pela CDHU”.


sába<strong>do</strong>, 28 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 2009 Diário Oficial Po<strong>de</strong>r Legislativo <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, 119 (222) – Suplemento – 59Data <strong>do</strong> <strong>de</strong>poimento: 30/09/2009Depoente: Engenheiro José Fernan<strong>do</strong> Tole<strong>do</strong> Osório - ex-gerente regional da CDHUem Presi<strong>de</strong>nte Pru<strong>de</strong>nte.Osório: “Este contrato a LBR ganhou em consórcio com a empresa Tjofran, umalicitação para gerenciamento <strong>de</strong> obas nas regiões <strong>de</strong> Marília e Presi<strong>de</strong>nte Pru<strong>de</strong>nte, contratoesse que se iniciou em 2003”. Continua: “Esse Contrato tem a intenção <strong>de</strong> fazer a fiscalização<strong>de</strong> obas, essas obras po<strong>de</strong>m ser obras por empreitada, ou seja, aquelas contratadas comempreiteiras ou obras através <strong>de</strong> convênios efetua<strong>do</strong>s com prefeituras, que era o chama<strong>do</strong>Habiteto, <strong>de</strong>pois Pró-Lar Autoconstrução, mas que tinha o mesmo objetivo; também comassociações <strong>de</strong> mora<strong>do</strong>res que eventualmente se formasse essas associações para essa execução<strong>de</strong> contrato”.Segun<strong>do</strong> Osório o faturamento <strong>do</strong> consórcio LBR-Tjofran neste contato foi “Algo emtorno <strong>de</strong>, valores corrigi<strong>do</strong>s, algo <strong>de</strong> 18 milhões, mais ou menos”.Data <strong>do</strong> <strong>de</strong>poimento: 07/10/2009Depoente: Climério <strong>de</strong> Tole<strong>do</strong> Pereira – ex-gerente regional da CDHU em Presi<strong>de</strong>ntePru<strong>de</strong>nteDeputa<strong>do</strong> Mentor – essa relação da CDHU com o consórcio LBR-Tjofran, FT Construçõese prefeitura. Nós precisamos saber on<strong>de</strong> é que a CDHU entra, porque aqui, na verda<strong>de</strong>,V. Sa. está falan<strong>do</strong> em nome da CDHU, não está falan<strong>do</strong> em nome <strong>do</strong> Engenheiro Climérioapenas, está falan<strong>do</strong> em nome da CDHU; era o agente da CDHU responsável pelo pagamentodas obras que eram realizadas lá. Era assim: fazia a medição e autorizava o pagamento.Era isso ou não?CLIMÉRIO DE TOLEDO PEREIRA – Eu não fazia medição <strong>de</strong> campo. A medição erafeita pelo consórcio Maxihab.ANTONIO MENTOR – A assessoria nos disse aqui que o consórcio fazia a medição eque V. Sra. era quem autorizava o pagamento.CLIMÉRIO DE TOLEDO PEREIRA – Reconhecia os cálculosCLIMÉRIO DE TOLEDO PEREIRA – Me orientaram a fazer uma medição negativa.Depois ficou a dúvida se era melhor a prefeitura <strong>de</strong>volver tu<strong>do</strong> para a CDHU para ela <strong>de</strong>positarnovamente, redirecionar ou não. Aí no fim não sei como é que resolveram, não seicomo acabou resolven<strong>do</strong>.ENIO TATTO – A respeito <strong>de</strong>sse assunto, Sr. Climério, vocês fizeram uma reunião, emSantos.CLIMÉRIO DE TOLEDO PEREIRA – Sim, senhor.ENIO TATTO – Juntamente com o Sr. Antonio Carlos Trevisani e o Sr. Silvio Vasconcelos.Quem são essas duas pessoas?CLIMÉRIO DE TOLEDO PEREIRA – O engenheiro Antonio Carlos Trevisani era o superinten<strong>de</strong>nte<strong>de</strong> obras <strong>do</strong> interior da CDHU; o engenheiro Silvio Vasconcelos era superinten<strong>de</strong>nte<strong>de</strong> programação, orçamento e controle da CDHU.ENIO TATTO – O objetivo da reunião qual era? Só um <strong>de</strong>talhe. Nessa reunião tambémteve um representante <strong>do</strong> consórcio LBR-Tjofran?CLIMÉRIO DE TOLEDO PEREIRA – Acho que fomos aproveitar para fazer alguma visitatécnica, <strong>de</strong>puta<strong>do</strong>. Eu não me lembro. Porque eventualmente quan<strong>do</strong> tinha...Data <strong>do</strong> <strong>de</strong>poimento: 14/10/2009Depoente: Ângelo César Malacrida, ex-prefeito <strong>de</strong> Presi<strong>de</strong>nte Venceslau.O ex-prefeito <strong>de</strong> Presi<strong>de</strong>nte Venceslau, Ângelo César Malacrida, <strong>de</strong>pôs na CPI daCDHU, na quarta-feira (14/10), e confirmou que havia um esquema pronto para que algumasempresas vencessem as licitações <strong>de</strong>stinadas à construção <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s habitacionaisno Oeste Paulista, por meio <strong>de</strong> convênios entre prefeituras e a CDHU.Em sua explicação, Malacrida disse que as empresas vence<strong>do</strong>ras <strong>do</strong>s certames licitatóriosjá vinham com um pacote pronto para eliminar possíveis concorrentes.Segun<strong>do</strong> o ex-prefeito, “havia um pacote pronto para eliminar possíveis concorrentes”e que o município <strong>de</strong> Presi<strong>de</strong>nte Venceslau, assim como a maioria <strong>do</strong>s municípios daregião, tem déficit habitacional e que, portanto, tinha o interesse pelos projetos da CDHU.Malacrida, que governou a cida<strong>de</strong> entre 2005 e 2008, foi eleito pelo PT. Sua convocaçãofoi pedida da base governista, com a aprovação <strong>do</strong>s <strong>de</strong>puta<strong>do</strong>s Enio Tatto e AntonioMentor, não se opuseram a convocação numa <strong>de</strong>monstração <strong>de</strong> que querem apurar as irregularida<strong>de</strong>ssejam quem forem os responsáveis. A convocação <strong>de</strong> Ângelo Malacrida, assimcomo a <strong>de</strong> Gabriel Vassilios Péras, ex-prefeito <strong>de</strong> Narandiba (também eleito pelo PT), foiproposta pelo PSDB como tentativa <strong>de</strong> intimidar os <strong>de</strong>puta<strong>do</strong>s petistas.Para <strong>de</strong>cepção <strong>do</strong>s <strong>de</strong>puta<strong>do</strong>s da base governista, nos <strong>do</strong>is <strong>de</strong>poimentos <strong>do</strong>s exprefeitosficou claro que ambos não tiveram qualquer envolvimento com a chamada “Máfiadas Casinhas” e que não foram sequer cita<strong>do</strong>s em nenhuma das investigações <strong>do</strong> MinistérioPúblico e da Polícia Civil <strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>.Em seu <strong>de</strong>poimento, Malacrida informou que, na ocasião <strong>do</strong> escândalo, ficou saben<strong>do</strong>das <strong>de</strong>núncias pela imprensa e que preocupa<strong>do</strong> chegou a consultar o IPT (Instituto <strong>de</strong>Pesquisas Tecnológicas) para que analisassem as construções, pois temia pela segurançadas famílias, entretanto <strong>de</strong>sistiu da idéia frente ao eleva<strong>do</strong> custo. Para tranqüilizar os mora<strong>do</strong>resdas 125 unida<strong>de</strong>s foi feita uma análise com os técnicos da própria Prefeitura e, maistar<strong>de</strong>, conseguiu que a CDHU analisasse as construções. Os <strong>de</strong>feitos i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s foramcorrigi<strong>do</strong>s por um Termo <strong>de</strong> Ajustamento <strong>de</strong> Conduta entre a Prefeitura, CDHU e MinistérioPúblico.Malacrida esclareceu que a responsabilida<strong>de</strong> técnica das edificações era da empresacontratada pela CDHU para fazer a fiscalização da obra, ou seja, o Consórcio Maxihabi –informação confirmada pelo contrato da CDHU com o Consórcio.Falta a transcrição <strong>do</strong>s <strong>de</strong>poimentos <strong>do</strong> dia e 28/10, a saber: João Degair Favareto eDejair Bistafa. ( não foram entregues à CPI até a data da votação <strong>do</strong>s relatórios).3. TRABALHOS REALIZADOSSomente se permitiu a inquirição <strong>de</strong> testemunhas, a base governista impediu a prorrogação<strong>do</strong>s trabalhos da Comissão, não ouvin<strong>do</strong> os apelos <strong>do</strong>s <strong>de</strong>puta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Parti<strong>do</strong> <strong>do</strong>sTrabalha<strong>do</strong>res O único caso investiga<strong>do</strong> foi o <strong>de</strong> Pirapozinho.4. ILEGALIDADES E OMISSÕES DO RELATÓRIO APRESENTADO4.1. DO RELATÓRIOO RELATÓRIO APRESENTADO À APRECIAÇÃO DA COMISSÃO PARLAMENTAR DEINQUÉRITO ESTÁ EIVADO DE ILEGALIDADES E OMISSÕES E NÃO SE SUSTENTA JURIDICA EFATICAMENTE.Às fls. 01 a fls. 05, vê-se breve apanha<strong>do</strong> sobre aspectos formais da criação daComissão Parlamentar <strong>de</strong> Inquérito.Às fls. 06 a 174, na parte que <strong>de</strong>veriam se apresentar relatório <strong>do</strong>s fatos investiga<strong>do</strong>s,temos a burocrática e estéril transcrição das atas <strong>de</strong> reunião realizadas –As fls. 175 a 177, sob a <strong>de</strong>nominação <strong>de</strong> ´6. ASPECTOS RELEVANTES`, são apresenta<strong>do</strong>spelo Relator 17 parágrafos :- 07 parágrafos trazem transcrição <strong>de</strong> ata <strong>de</strong> reunião, na qual certo <strong>de</strong>poente explicacomo funciona o projeto HABITETO;- 09 parágrafos repetem da<strong>do</strong>s técnicos que constam nos convênios firma<strong>do</strong>s pelaCDHU com as prefeituras para execução <strong>do</strong> projeto HABITETO.Em um único e final parágrafo, totalmente <strong>de</strong>sconecta<strong>do</strong> com o anteriormente relata<strong>do</strong>,o Relator conclui ´que as irregularida<strong>de</strong>s existiram mas cingiram-se àquilo trata<strong>do</strong> naação penal noticiada`, remição à informação sobre ação proposta pelo Ministério PúblicoEstadual no bojo da chamada Operação Pomar – processo no. 540/06 que tramitou naComarca <strong>de</strong> Pirapozinho.Eis finaliza<strong>do</strong> o tópico ´6.ASPECTOS RELEVANTES´, na ótica <strong>do</strong> Relator.Às fls. 177 a 179, apresenta-se então o item `7. PROVIDÊNCIAS ADOTADAS´ no qualo Relator <strong>de</strong> fato não informa sequer uma providência a<strong>do</strong>tada.O item se resume à apresentação <strong>do</strong> que foi feito pelo Ministério Público Estadual eà apresentação <strong>do</strong> que foi feito pela CDHU a partir da ação <strong>do</strong> Ministério Público.O relatório, nesta parte, po<strong>de</strong> ser toma<strong>do</strong> como um memorial elabora<strong>do</strong> pela própriaCDHU , pela entida<strong>de</strong> investigada, tão parcial se apresenta, a ponto <strong>de</strong> constar `A CDHUpautou-se por cumprir os princípios constitucionais da moralida<strong>de</strong> e eficiência administrativa,punin<strong>do</strong> empresas e pessoas <strong>de</strong> má-fé que ousaram lograr o contribuinte paulista.´Na tentativa <strong>de</strong> apresentar uma providência a<strong>do</strong>tada pela Comissão Parlamentar <strong>de</strong>Inquérito, o relator informa que ´a investigação levada à cabo por esta Comissão Parlamentar<strong>de</strong> Inquérito redun<strong>do</strong>u no reconhecimento da concretização <strong>do</strong>s instrumentos jurídicosdisponíveis para a restauração da moralida<strong>de</strong> administrativa.´O que isso quer dizer efetivamente? Como se traduz em fato `o reconhecimentoda concretização <strong>do</strong>s instrumentos jurídicos disponíveis para a restauração da moralida<strong>de</strong>administrativa`? De fato, nada neste item é providência a<strong>do</strong>tada pela Comissão Parlamentar<strong>de</strong> Inquérito ou providência a<strong>do</strong>tada a partir da Comissão Parlamentar <strong>de</strong> Inquérito.Às fls. 179 e 180, temos o item ´8. CONCLUSÕES` , no qual o Relator expõe o queenten<strong>de</strong> objetivo <strong>de</strong> uma Comissão Parlamentar <strong>de</strong> Inquérito para, a seguir, afirmar que asmedidas a serem tomadas já o foram, na ação 540/06 que tramitou na Comarca <strong>de</strong> Pirapozinho;neste item, sugere as 04 medidas <strong>de</strong> encaminhamento <strong>de</strong> cópias que enten<strong>de</strong>upertinente, ao Tribunal <strong>de</strong> Contas <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, ao Ministério Público, ao Governa<strong>do</strong>r <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>e apresenta uma sugestão final, <strong>de</strong> criação <strong>de</strong> cadastro <strong>de</strong> impedidas <strong>de</strong> participar <strong>de</strong> licitaçõesestaduais.Às fls. 180, finalmente, o relatório contém o item ´9. AGRADECIMENTOS E REQUERI-MENTO FINAL`; nele, loas às autorida<strong>de</strong>s no item mencionadas pelo cumprimento <strong>de</strong> suasobrigações legais e o pedi<strong>do</strong> final <strong>de</strong> aprovação <strong>do</strong> relatório.4.2. DAS ILEGALIDADES DO RELATÓRIO APRESENTADODOS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DA LEGALIDADE, MOTIVAÇÃO E RAZOABILIDA-DE E DOS DISPOSITIVOS DO REGIMENTO INTERNO DA <strong>Assembleia</strong> <strong>Legislativa</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong><strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>Dispõe a Constituição Estadual:Artigo 111 - A administração pública direta, indireta ou fundacional, <strong>de</strong> qualquer<strong>do</strong>s Po<strong>de</strong>res <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, obe<strong>de</strong>cerá aos princípios <strong>de</strong> legalida<strong>de</strong>, impessoalida<strong>de</strong>, moralida<strong>de</strong>,publicida<strong>de</strong>, razoabilida<strong>de</strong>, finalida<strong>de</strong>, motivação, interesse público e eficiência.(grifo nosso)Dispõe o Regimento Interno da <strong>Assembleia</strong> <strong>Legislativa</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>Artigo 34 – A Assembléia <strong>Legislativa</strong>, mediante requerimento <strong>de</strong> um terço <strong>de</strong> seusmembros, e observada a or<strong>de</strong>m cronológica <strong>de</strong> solicitação, criará Comissão Parlamentar <strong>de</strong>Inquérito com po<strong>de</strong>res <strong>de</strong> investigação próprios das autorida<strong>de</strong>s judiciais, além <strong>de</strong> outrosprevistos em lei e neste Regimento, para apuração <strong>de</strong> fato <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>, por prazo certo ecom indicação <strong>do</strong> número <strong>de</strong> seus componentes....(grifo nosso)O relatório apresenta<strong>do</strong> afronta a natureza da Comissão Parlamentar <strong>de</strong> Inquéritoconferida pelo Regimento Interno da <strong>Assembleia</strong> <strong>Legislativa</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong> e osprincípios constitucionais da legalida<strong>de</strong>, razoabilida<strong>de</strong> e da motivação.Nos termos <strong>do</strong> art. 34 <strong>do</strong> referi<strong>do</strong> Regimento Interno, a Comissão Parlamentar <strong>de</strong>Inquérito tem natureza <strong>de</strong> inquérito administrativo, reconhecida inclusive por julga<strong>do</strong>s <strong>do</strong>Supremo Tribunal Fe<strong>de</strong>ral1.O relatório é a conclusão, portanto, <strong>do</strong> inquérito administrativo que, em si, é oconjunto <strong>de</strong> medidas tomadas pela Comissão Parlamentar <strong>de</strong> Inquérito. Nele <strong>de</strong>vem estarobserva<strong>do</strong>s princípios constitucionais e normas legais.Não é o caso <strong>do</strong> relatório da Comissão Parlamentar <strong>de</strong> Inquérito <strong>do</strong> CDHU :1. No item 6. ASPECTOS RELEVANTES, não há reflexão <strong>do</strong>s membros da ComissãoParlamentar <strong>de</strong> Inquérito sobre os fatos investiga<strong>do</strong>s, apenas mera transcrição <strong>de</strong> <strong>de</strong>poimentoe repetição <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s técnicos, caracterizan<strong>do</strong> violação da natureza da ComissãoParlamentar <strong>de</strong> Inquérito;2. No item 6.ASPECTOS RELEVANTES, ainda, a conclusão apresentada, <strong>de</strong> que ´asirregularida<strong>de</strong>s existiram mas cingiram-se àquilo trata<strong>do</strong> na ação penal noticiada` não temfundamento fático ou jurídico e viola o princípio da motivação;3. O item `7. PROVIDÊNCIAS ADOTADAS´, temos <strong>de</strong> fato libelo <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa da CDHU,violan<strong>do</strong> o princípio da razoabilida<strong>de</strong>;4. No item ´8. CONCLUSÕES´, as medidas sugeridas não cumprem o que estabelece oregimento interno da <strong>Assembleia</strong> <strong>Legislativa</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>2, violan<strong>do</strong> o princípio


60 – <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, 119 (222) – Suplemento Diário Oficial Po<strong>de</strong>r Legislativo sába<strong>do</strong>, 28 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 2009da legalida<strong>de</strong> e a sugestão <strong>de</strong> criação <strong>de</strong> cadastro <strong>de</strong> impedidas <strong>de</strong> participar <strong>de</strong> licitaçõesestaduais é <strong>de</strong> fato <strong>de</strong>snecessária, à luz <strong>do</strong> que dispõe a Lei Fe<strong>de</strong>ral 8666/93, art. 87, inciso II3.4.3. DAS OMISSÕES DO RELATÓRIO APRESENTADOO relatório apresenta<strong>do</strong> omite o fato <strong>de</strong> não terem si<strong>do</strong> encaminhadas medidas quesubstanciam a Comissão Parlamentar <strong>de</strong> Inquérito no seu caráter <strong>de</strong> inquérito administrativo.Foram requeridas medidas <strong>de</strong> investigação como a solicitação <strong>de</strong> <strong>do</strong>cumentos, aoitiva <strong>de</strong> autorida<strong>de</strong>s, a realização <strong>de</strong> diligências, todas previstas no Regimento Interno da<strong>Assembleia</strong> <strong>Legislativa</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong> como <strong>de</strong> competência <strong>de</strong> Comissão Parlamentar<strong>de</strong> Inquérito:Artigo 34-B – A Comissão Parlamentar <strong>de</strong> Inquérito po<strong>de</strong>rá, observada a legislaçãoespecífica:I – requisitar à Mesa servi<strong>do</strong>res <strong>do</strong>s serviços administrativos da Assembléia, bemcomo, em caráter transitório, os <strong>de</strong> qualquer órgão ou entida<strong>de</strong> da administração públicadireta, indireta e fundacional <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, necessários aos seus trabalhos;II – <strong>de</strong>terminar diligências, ouvir indicia<strong>do</strong>s, inquirir testemunhas sob compromisso,requisitar <strong>de</strong> órgãos e entida<strong>de</strong>s da administração pública, inclusive concessionários <strong>de</strong> serviçopúblico, informações e <strong>do</strong>cumentos, requerer a audiência <strong>de</strong> Deputadas, Deputa<strong>do</strong>s eSecretários <strong>de</strong> Esta<strong>do</strong>, tomar <strong>de</strong>poimentos e requisitar os serviços <strong>de</strong> quaisquer autorida<strong>de</strong>s,inclusive policiais;III – incumbir qualquer <strong>de</strong> seus membros ou funcionários requisita<strong>do</strong>s da realização<strong>de</strong> sindicâncias ou diligências necessárias aos seus trabalhos, dan<strong>do</strong> conhecimento prévio àMesa;IV – <strong>de</strong>slocar-se a qualquer ponto <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> para a realização <strong>de</strong> investigações eaudiências públicas;V – estipular prazo para o atendimento <strong>de</strong> qualquer providência ou realização <strong>de</strong>diligência sob as penas da lei, exceto quan<strong>do</strong> da alçada <strong>de</strong> autorida<strong>de</strong> judiciária;VI – se forem diversos os fatos inter-relaciona<strong>do</strong>s objeto <strong>do</strong> inquérito, dizer em separa<strong>do</strong>sobre cada um, mesmo antes <strong>de</strong> findar a investigação <strong>do</strong>s <strong>de</strong>mais;VII – <strong>de</strong>terminar a quebra <strong>do</strong> sigilo bancário, fiscal e <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s telefônicos, requisitan<strong>do</strong>as respectivas informações <strong>do</strong>s agentes e órgãos públicos competentes, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> queobserva<strong>do</strong>s os seguintes requisitos:a) <strong>de</strong>vida motivação;b) pertinência temática com o que se investiga;c) limitação temporal;d) necessida<strong>de</strong> absoluta da medida, pois o resulta<strong>do</strong> por apurar não adviria <strong>de</strong>nenhum outro meio ou fonte lícita <strong>de</strong> prova;VIII – requisitar o auxílio das polícias civil e militar para auxiliar os trabalhos daComissão, zelar pela segurança <strong>de</strong> testemunha, <strong>de</strong> terceiros relaciona<strong>do</strong>s aos fatos investiga<strong>do</strong>se <strong>de</strong> seus membros;IX – pedir à autorida<strong>de</strong> judicial que <strong>de</strong>termine busca e apreensão....Especificamente foram requeridas as seguintes medidas:- requerimento <strong>de</strong> informações ao CDHU sobre providências tomadas junto ao Po<strong>de</strong>rJudiciário relativas às irregularida<strong>de</strong>s praticadas na construção das casas;- requerimento à CDHU <strong>de</strong> inteiros teores <strong>do</strong> contrato e aditamentos <strong>do</strong> CONSÓRCIOMAXIHABI – LOTE 11 ;- requerimento para a Comissão <strong>de</strong> Obras Públicas <strong>de</strong> disponibilização <strong>de</strong> <strong>do</strong>cumentosentregues pelo Sr. Lazaro Piunti àquela Comissão em 08.02.2000;- requerimento para oitiva <strong>do</strong> Sr. Lair Krahenbuhl, Secretário <strong>de</strong> Esta<strong>do</strong> da Habitaçãoe Presi<strong>de</strong>nte da CDHU.Não há menção no relatório a tais solicitações e aos encaminhamentos a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong>sface à sua apresentação.5. IRREGULARIDADES E ILEGALIDADES PRATICADAS POR AGENTES PÚBLICOSGoverna<strong>do</strong>res Mario Covas e Geral<strong>do</strong> Alckmin: nomeação e manutenção <strong>do</strong> Sr. GoroHama como Assessor Especial no Palácio <strong>do</strong>s Ban<strong>de</strong>irantes mesmo após as <strong>de</strong>núncias envolven<strong>do</strong>sua gestão como dirigente da CDHU.Goro Hama: As ilegalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>tectadas nas licitações e nas execuções <strong>do</strong>s contratosenvolven<strong>do</strong> a CDHU remontam 1995. Nessa época Goro Hama presidia a CDHU, on<strong>de</strong>permaneceu até 2000. Após <strong>de</strong>nuncias envolven<strong>do</strong>-o, foi transferi<strong>do</strong> da CDHU porém, foimanti<strong>do</strong> no staff <strong>do</strong> Governo <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, na qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ASSESSOR ESPECIAL no Palácio<strong>do</strong>s Ban<strong>de</strong>irantes on<strong>de</strong> permaneceu até março <strong>de</strong> 2001.O Sr. Goro Hama respon<strong>de</strong> a 85 processos judiciais interpostos pelo MPE, por <strong>de</strong>svio<strong>de</strong> R$ 685,7 milhões <strong>de</strong> reais <strong>do</strong>s cofres públicos.Arnal<strong>do</strong> Negri: Em 1999, Arnal<strong>do</strong> Negri foi aponta<strong>do</strong> por uma auditoria da CDHUcomo participante <strong>de</strong> uma quadrilha que recomercializava unida<strong>de</strong>s habitacionais construídaspelo Esta<strong>do</strong>. Ele foi exonera<strong>do</strong> em 2001. Dois anos <strong>de</strong>pois, quan<strong>do</strong> seu irmão BarjasNegri assumiu a direção <strong>do</strong> CDHU, ele foi reconduzi<strong>do</strong> gloriosamente como gestor <strong>do</strong>Programa Habiteto para dar prosseguimento ao seu “trabalho”. (Jornal Hora <strong>do</strong> Povo em01/06/07).Oportuno <strong>de</strong>stacar que, segun<strong>do</strong> o Ministério Público, o foco das irregularida<strong>de</strong>senvolven<strong>do</strong> a CDHU é o Programa Habiteto e o envolvimento <strong>de</strong> agentes públicos noesquema. “Os crimes sub judice representam, indiscutivelmente, um <strong>do</strong>s maiores casos <strong>de</strong>corrupção, se não o maior, da história <strong>do</strong> Oeste Paulista. Há provas cabais <strong>do</strong> envolvimento<strong>de</strong> agentes públicos estaduais e <strong>do</strong> Município <strong>de</strong> Pirapozinho em esquemas <strong>de</strong> frau<strong>de</strong> alicitação que causaram gran<strong>de</strong>s prejuízos ao erário e à população carente beneficiária <strong>do</strong>programa estadual <strong>de</strong> habitação <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong> “Habiteto”. (fls. 9078 - Memoriais <strong>do</strong> MP –processo 540/06 – Comarca <strong>de</strong> Pirapozinho).As investigações da organização criminosa duraram seis meses e ocorreram sob sigilo.Porém, quan<strong>do</strong> as investigações caminharam para a <strong>de</strong>scoberta <strong>do</strong> elo entre a quadrilhaque operava no Oeste Paulista e a cúpula da CDHU, aconteceu um provi<strong>de</strong>ncial vazamentoque obrigou a <strong>de</strong>flagração das prisões para a preservação <strong>do</strong> que se havia investiga<strong>do</strong> atéentão.É o que relata o MP, fls. 9098 <strong>do</strong>s Memoriais <strong>do</strong> processo 540/06 da Comarca <strong>de</strong>Pirapozinho, . “De se registrar, pela importância e gravida<strong>de</strong> <strong>do</strong> fato, que imediatamenteapós a interceptação <strong>de</strong> comunicações telefônicas <strong>do</strong> investiga<strong>do</strong> Arnal<strong>do</strong> Negri, entãogestor <strong>do</strong> Programa Habiteto da CDHU, por indícios <strong>de</strong> seu envolvimento com a organizaçãocriminosa em tela (cf. fls. 2288/2289), o sigilo da investigação foi viola<strong>do</strong>, consoante se infere<strong>do</strong> teor <strong>de</strong> fls. 2298; 2304/2310).Tal vazamento, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> seis meses <strong>de</strong> interceptações telefônicas sob sigilo, evi<strong>de</strong>ntementeprejudicou as investigações, que se aproximavam <strong>de</strong> funcionários <strong>do</strong> alto escalãoda Companhia.”Após as <strong>de</strong>nuncias envolven<strong>do</strong> a CDHU na operação Pomar, foi exonera<strong>do</strong> em 2007.5.1 – Material TCE* DOS 631 CONTRATOS DA CDHU JULGADOS IRREGULARES PELO TRIBUNAL DECONTAS DO ESTADOPor força <strong>do</strong> disposto na Constituição Estadual, art. 33, inciso XIV4, são envia<strong>do</strong>spara a <strong>Assembleia</strong> <strong>Legislativa</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong> os contratos julga<strong>do</strong>s irregulares peloTCE.Na Or<strong>de</strong>m <strong>do</strong> Dia <strong>de</strong> 17 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 2009 da <strong>Assembleia</strong> <strong>Legislativa</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong><strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, constavam 631 contratos da CDHU julga<strong>do</strong>s irregulares pelo Tribunal <strong>de</strong> Contas<strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong> ao longo <strong>do</strong>s últimos 10 anos, que aguardavam a apreciação <strong>de</strong>Projetos <strong>de</strong> Decretos Legislativos referentes aos encaminhamentos aprova<strong>do</strong>s.Em valores corrigi<strong>do</strong>s, o somatório <strong>do</strong>s 631 contratos alcança cerca <strong>de</strong> R$ 5,3bilhões, valor suficiente para construir 133.000 unida<strong>de</strong>s habitacionais, no valor <strong>de</strong> R$ 39mil cada, e que correspon<strong>de</strong> a quatro e meio orçamentos anuais da CDHU para investimentos.Face aos valores envolvi<strong>do</strong>s, um conjunto forma<strong>do</strong> por 30 contratos, com recursosenvolvi<strong>do</strong>s da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> R$ 295 milhões, <strong>de</strong>staca-se entre os 631 contratos julga<strong>do</strong>s irregularessupramenciona<strong>do</strong>s.Tais contratos foram firma<strong>do</strong>s para a prestação <strong>de</strong> serviços em várias das regiõesadministrativas <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong> – vi<strong>de</strong> <strong>do</strong>c. 01 relação <strong>de</strong> 30 contratos relevantes <strong>do</strong>CDHU julga<strong>do</strong>s irregulares pelo Tribunal <strong>de</strong> Contas <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>.As irregularida<strong>de</strong>s apontadas convergem e apontam para o conluio entre os empresáriosenvolvi<strong>do</strong>s, a administração <strong>do</strong> CDHU e servi<strong>do</strong>res <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>.* GORO HAMA - ANTÔNIO FRANCISCO RIBEIRO JÚNIOR - BENEDITO ARANHAFILHO - FERNANDO ANTÔNIO DE CARVALHO - FERNANDO MATHIAS MAZZUCHELLI -MAÇAHICO TISAKA - ORLANDO BUENO RIBEIRO - ORLANDO LABELLA FILHO* CONTRATOS IRREGULARES – IMPROBIDADES – DANOS AO ERÁRIOGoro Hama, ex-presi<strong>de</strong>nte da CDHU na gestão Mário Covas, e diversos diretores daCDHU nos últimos anos, entre os quais Antônio Francisco Ribeiro Júnior, Benedito AranhaFilho, Fernan<strong>do</strong> Antônio <strong>de</strong> Carvalho, Fernan<strong>do</strong> Mathias Mazzuchelli, Maçahico Tisaka,Orlan<strong>do</strong> Bueno Ribeiro e Orlan<strong>do</strong> Labella Filho são réus em Ações Civis Públicas propostaspelo Ministério Público <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> S. <strong>Paulo</strong> em que se requer o ressarcimento <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong>R$ 1,1 bilhão <strong>de</strong> reais aos cofres públicos em razão da existência <strong>de</strong> 110 contratos irregularesfirma<strong>do</strong>s sob a gestão <strong>de</strong> tais agentes públicos pela CDHU – <strong>do</strong>c. 02 relação <strong>de</strong> processosjudiciais em curso face aos réus supra nomina<strong>do</strong>s; <strong>do</strong>c. 03 notÍcia sobre ajuizamento <strong>de</strong>ação pelo Ministério Público <strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>.As principais irregularida<strong>de</strong>s constatadas se referem aos seguintes tópicos :a) inserção na mesma licitação <strong>de</strong> 2 objetos distintos – como compra <strong>de</strong> terreno e<strong>de</strong> contrato <strong>de</strong> empreitada;b) existência <strong>de</strong> cláusula restritiva à concorrência – como a exigência da titularida<strong>de</strong><strong>de</strong> terreno para participar da licitação;c) <strong>de</strong>scumprimento <strong>do</strong> edital – como a exigência <strong>de</strong> área mínima para certa gleba,<strong>de</strong>scumprida pela licitante vence<strong>do</strong>ra;d) valor <strong>de</strong> propostas vence<strong>do</strong>ras superarem o valor <strong>de</strong> merca<strong>do</strong>;e) ilegalida<strong>de</strong> <strong>do</strong> reajuste <strong>do</strong> preço <strong>do</strong> terreno pela variação <strong>do</strong> índice FIPE, aplicávelapenas à construção civil,f) existência <strong>de</strong> sobrepreço no valor <strong>do</strong>s contratos, pela aplicação da correção monetáriasobre a parcela <strong>do</strong> BDI.* CONSÓRCIO DUCTOR/EARTH TECH – MÁRIO MARIOTTO E ÁLVARO LUIZ ROSSET-TO DE SOUZA – RENATO AMAURY DE MEDEIROS E OSWALDO LONGO - VITORINO FRAN-CISCO ANTUNES NETO* IMPROBIDADE – DANOS AO ERÁRIOPara o projeto HABITETO, a CDHU optou por dividir o Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong> em 11regiões e licitar o gerenciamento das obras por região.Foi realizada a concorrência 141/02, analisada no TC 10106/026/03, referente à contratação<strong>do</strong> Consórcio Ductor / Earth Tech pela CDHU.No TC 10106/026/03, constam 07 pareceres <strong>de</strong> áreas técnicas <strong>do</strong> Tribunal <strong>de</strong> Contas<strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> apontan<strong>do</strong> irregularida<strong>de</strong>s na licitação e na contratação.Embora fosse da<strong>do</strong> prazo para a CDHU se manifestar e juntar <strong>do</strong>cumentos em, pelomenos, três ocasiões, as alegações não sanaram as irregularida<strong>de</strong>s apontadas.Estes fatos fizeram com que a ATJ – Unida<strong>de</strong> Jurídica ratificasse pareceres anteriores,opinan<strong>do</strong> pelas irregularida<strong>de</strong>s no processo licitatório e no contrato.Após esses pareceres que apontavam diversas irregularida<strong>de</strong>s, após mais <strong>de</strong> umano <strong>de</strong> discussões, on<strong>de</strong> a CDHU foi instada a apresentar justificativas e <strong>do</strong>cumentos sobreas irregularida<strong>de</strong>s constatadas, Vitorino Francisco Antunes Neto, Procura<strong>do</strong>r da FazendaEstadual junto ao Tribunal <strong>de</strong> Contas <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, profere parecer, basea<strong>do</strong> em pontos irrelevantes,manifestan<strong>do</strong>-se pela regularida<strong>de</strong> da licitação e <strong>do</strong> contrato, subsidian<strong>do</strong> entãoo julgamento <strong>de</strong> regularida<strong>de</strong> <strong>do</strong> contrato e da licitação pelos Conselheiros <strong>do</strong> Tribunal <strong>de</strong>Contas <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> – vi<strong>de</strong> <strong>do</strong>c. 04 resumo circunstancia<strong>do</strong> <strong>do</strong>s autos <strong>do</strong> TC 10106/026/03 e<strong>do</strong>c. 05 cópia integral <strong>do</strong> TC 10106/026/03.O TC 10106/026/03, em que se analisou a contratação <strong>do</strong> Consórcio Ductor / EarthTech pela CDHU, foi ti<strong>do</strong> como o processo piloto pela CDHU e tal contratação serviu <strong>de</strong>paradigma para os contratos <strong>de</strong> gerenciamento <strong>de</strong> obras das outras 10 regiões administrativas<strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> – em outras palavras, tu<strong>do</strong> que se constata no contrato Consórcio Ductor /Earth Tech e CDHU se repete em to<strong>do</strong> o Esta<strong>do</strong>.


sába<strong>do</strong>, 28 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 2009 Diário Oficial Po<strong>de</strong>r Legislativo <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, 119 (222) – Suplemento – 61Um <strong>do</strong>s contratos foi firma<strong>do</strong> entre a CDHU e a, consorcio sob a <strong>de</strong>nominaçãoMAXIHABI, abaixo expostos.* CONSÓRCIO MAXIHABI– TELMO GIOLITO PORTO – VITORINO FRANCISCO ANTU-NES NETO* IMPROBIDADE – DANOS AO ERÁRIONo TC 10107/026/03, constam 11 pareceres <strong>de</strong> áreas técnicas <strong>do</strong> Tribunal <strong>de</strong> Contas<strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> apontan<strong>do</strong> irregularida<strong>de</strong>s na licitação e na contratação pela CDHU <strong>do</strong> ConsórcioMAXIHABI, para prestação <strong>de</strong> serviços técnicos <strong>de</strong> gerenciamento nas unida<strong>de</strong>s habitacionaisda região <strong>de</strong> Presi<strong>de</strong>nte Pru<strong>de</strong>nte e Marília.Também nesse caso foi concedi<strong>do</strong> prazo para a CDHU se manifestar e juntar <strong>do</strong>cumentosem, pelo menos, três ocasiões, as alegações não sanaram as irregularida<strong>de</strong>s apontadas.Estes fatos fizeram com que a ATJ – Unida<strong>de</strong> Jurídica ratificasse pareceres anteriores,opinan<strong>do</strong> pelas irregularida<strong>de</strong>s no processo licitatório e no contrato.Após esses pareceres que apontavam diversas irregularida<strong>de</strong>s, após mais <strong>de</strong> umano <strong>de</strong> discussões, on<strong>de</strong> a CDHU foi instada a apresentar justificativas e <strong>do</strong>cumentos sobreas irregularida<strong>de</strong>s constatadas, novamente Vitorino Francisco Antunes Neto, Procura<strong>do</strong>r daFazenda Estadual junto ao Tribunal <strong>de</strong> Contas <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, profere parecer, novamente basea<strong>do</strong>em pontos irrelevantes, manifestan<strong>do</strong>-se pela regularida<strong>de</strong> da licitação e <strong>do</strong> contrato,dan<strong>do</strong> elementos para o julgamento <strong>de</strong> regularida<strong>de</strong> <strong>do</strong> contrato e da licitação pelos Conselheiros<strong>do</strong> Tribunal <strong>de</strong> Contas <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> - vi<strong>de</strong> <strong>do</strong>c. 06 resumo circunstancia<strong>do</strong> <strong>do</strong>s autos <strong>do</strong>TC 10107/026/03 e <strong>do</strong>c 07 cópia integral <strong>do</strong> TC 10107/026/03.5.2 – Caso <strong>São</strong> José <strong>do</strong>s CamposDenúncias com relação às obras <strong>de</strong> construção <strong>de</strong> casas populares custeadas peloconvênio entre a CDHU e a Prefeitura <strong>de</strong> <strong>São</strong> José <strong>do</strong>s CamposFoi encaminhada <strong>de</strong>núncia ao Ministério Público contra o prefeito Eduar<strong>do</strong> Cury(PSDB) e a CDHU (Companhia <strong>de</strong> Desenvolvimento Habitacional e Urbano) apontan<strong>do</strong> osuperfaturamento <strong>de</strong> casas populares construídas na zona sul da cida<strong>de</strong>. Segun<strong>do</strong> a <strong>de</strong>núnciaos materiais <strong>de</strong> construção usa<strong>do</strong>s nas obras foram compra<strong>do</strong>s por preços até 400%acima <strong>do</strong>s pratica<strong>do</strong>s no merca<strong>do</strong>.A representação é baseada em planilhas <strong>de</strong> custos apresentadas pelas construtorase que <strong>de</strong>monstram uma gran<strong>de</strong> diferença entre o que foi pago pela prefeitura e o preço <strong>de</strong>varejo. Quan<strong>do</strong> compara<strong>do</strong>s aos preços <strong>de</strong> ataca<strong>do</strong>, as diferenças aumentam ainda mais.A <strong>de</strong>núncia envolve a construção <strong>de</strong> 121 casas populares no Campo <strong>do</strong>s Alemães-- executadas pelas construtoras Guaibê Engenharia -- e 342 no Parque Dom Pedro II -- acargo da construtora Boreal. Juntos, os conjuntos consumiram R$ 10 milhões em investimentos.Boreal Engenharia:Construção <strong>de</strong> 342 casas no bairro Dom Pedro II contrato 13832/05 no valor <strong>de</strong> R$7.326.923,65 assina<strong>do</strong> em 28/07/2005).Guaibê Engenharia:Construção <strong>de</strong> 121 casas nos bairros Campo <strong>do</strong>s Alemães e Dom Pedro I (contrato14356/05 no valor <strong>de</strong> R$ 2.658.691.32 assina<strong>do</strong> em 19/12/2005) e 150 casas no bairroCampo <strong>do</strong>s Alemães (contrato 10412/03 no valor <strong>de</strong> R$ 2.357.805,58, adita<strong>do</strong> em R$400.159,22. A obra teve início em 05/05/03 e término em 29/07/04).Irregularida<strong>de</strong>s apontadas nas obrasConstatou-se, à época, que em muitos <strong>do</strong>s itens utiliza<strong>do</strong>s nas construções os preçospagos estão muito acima <strong>do</strong>s pratica<strong>do</strong>s pelo merca<strong>do</strong>, atingin<strong>do</strong> uma diferença <strong>de</strong> até400% (quatrocentos por cento) em <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s casos. Alguns exemplos:1) Poste e caixa <strong>de</strong> ligaçãoNo merca<strong>do</strong> esse item era encontra<strong>do</strong> com preços que variavam <strong>de</strong> R$ 324,00 a R$360,00, (com mão-<strong>de</strong>-obra para instalação já incluída). O valor pago às construtoras foi R$546,81 (Boreal) e R$ 577,11 (Guaibê).2) Vasos sanitários (Bacia <strong>de</strong> louça)No merca<strong>do</strong> era encontra<strong>do</strong> com preços entre R$ 80,00 a R$ 119,17. O valor pagopelo item foi R$ 207,17 (Boreal) e R$ 218,74 (Guaibê).Somente nestes <strong>do</strong>is itens, levan<strong>do</strong> em conta a totalida<strong>de</strong> das casas construídas háuma diferença <strong>de</strong> preço <strong>de</strong> R$ 154.230,98.A <strong>de</strong>núncia cita indícios <strong>de</strong> preços acima <strong>de</strong> merca<strong>do</strong>, em mais <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>zena <strong>de</strong>produtos .Os preços pagos pelas empreiteiras aos seus fornece<strong>do</strong>res não justificavam as planilhasapresentadas por estas mesmas construtoras para os recebimentos <strong>do</strong>s valores pagospela prefeitura.Por outro la<strong>do</strong>, houve gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> reclamações sobre a qualida<strong>de</strong> das unida<strong>de</strong>shabitacionais, sen<strong>do</strong> que mais <strong>de</strong> 70 (setenta) <strong>de</strong>las apresentaram problemas estruturais,conforme noticia<strong>do</strong> pela imprensa local.Obras semelhantes preços diferentes:A empresa Guaibê Engenharia, nos anos 2003 e 2005, executou serviços semelhantesutilizan<strong>do</strong> itens comuns nas duas oportunida<strong>de</strong>s, entretanto esses itens sofreram estratosféricosaumentos sem qualquer razão aparente.Em 2003, por exemplo, 150 casas foram construídas ao preço <strong>de</strong> R$ 1.838.464,50(média <strong>de</strong> R$ 12.256,43 por unida<strong>de</strong>). Em 2005, 121 casas foram construídas ao preço total<strong>de</strong> R$ 2.143.343,20 (média <strong>de</strong> R$ 17.713,58 por unida<strong>de</strong>). Mesmo levan<strong>do</strong>-se em containtervalo <strong>de</strong> tempo entre uma e outra obra, é difícil compreen<strong>de</strong>r como razoáveis reajustesda or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 44,52% no valor das construções.Qualida<strong>de</strong> das obrasPo<strong>de</strong>-se constatar, no material fotográfico anexo, que a qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong> material utiliza<strong>do</strong>,bem como a <strong>do</strong>s serviços presta<strong>do</strong>s pelas empreiteiras executoras das unida<strong>de</strong> habitacionaisda CDHU é muito ruim.As reclamações <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res são freqüentes e dizem respeito a diversos problemascomo instalações elétricas e hidráulicas além da infra-estrutura que as casas apresentam.Também são aponta<strong>do</strong>s problemas <strong>de</strong> falta <strong>de</strong> acabamento em unida<strong>de</strong>s entreguespoucos dias antes das eleições <strong>de</strong> 2006, o que <strong>de</strong>nota uso político e eleitoral da obra.Empresas <strong>do</strong>aram para a campanha eleitoral <strong>do</strong> presi<strong>de</strong>nte <strong>do</strong> CDHUOutro aspecto importante <strong>de</strong> ser nota<strong>do</strong> são as datas em que foram assina<strong>do</strong>s oscontratos para a construção <strong>de</strong>stas unida<strong>de</strong>s.O Convênio entre prefeitura e a CDHU nº 1.03.00.00/3.00.00.00/303/2004 P.P.42.15.08-protocolo nº. 202090/04 foi assina<strong>do</strong> em 29/06/2004, à época o Prefeito <strong>de</strong> <strong>São</strong>José <strong>do</strong>s Campos era o Sr. Emanuel Fernan<strong>de</strong>s.O contrato <strong>do</strong> município com as empresas Boreal (28/07/2005) e Guaibê(19/12/2005) foi pago por verbas da CDHU órgão subordina<strong>do</strong> à Secretaria <strong>de</strong> Esta<strong>do</strong> daHabitação, que tinha como titular da pasta o Sr. Emanuel Fernan<strong>de</strong>s.Essas mesmas empresas (Guaibê e Boreal), tornaram-se <strong>do</strong>a<strong>do</strong>ras da campanha eleitoral<strong>de</strong> 2006, para o então candidato a <strong>de</strong>puta<strong>do</strong> fe<strong>de</strong>ral Emanuel Fernan<strong>de</strong>s.Ou seja, enquanto prefeito Emanuel assinou contrato com o CDHU, logo apóstornar-se presi<strong>de</strong>nte <strong>do</strong> CDHU liberou verbas para que as empresas Boreal e Guaibê fossemcontratadas pela prefeitura e, concluídas as obras em 2006, já no perío<strong>do</strong> eleitoral, essasempresas contribuíram para sua campanha eleitoral.De fato, na prestação <strong>de</strong> contas <strong>de</strong> campanha <strong>do</strong> <strong>de</strong>puta<strong>do</strong> Emanuel Fernan<strong>de</strong>s,consta uma série <strong>de</strong> construtoras que prestaram serviço à prefeitura <strong>de</strong> <strong>São</strong> José <strong>do</strong>s Campose também à CDHU.As matérias da imprensa abaixo reproduzidas indicam claramente o que afirmamos:CDHU cobrou propina no interior <strong>de</strong> SP, diz ex-gerenteFolha Vale (http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u52828.shtml)13/06/2002 - 10h58O ex-gerente <strong>do</strong> escritório regional da CDHU (Companhia <strong>de</strong> Desenvolvimento Habitacionale Urbano) João Maroun Bouéri Neto disse ontem que funcionários <strong>do</strong> alto escalãoda companhia estão envolvi<strong>do</strong>s em um esquema <strong>de</strong> cobrança <strong>de</strong> propina <strong>de</strong> construtorasque participaram <strong>do</strong> projeto Chamamento Empresarial, no interior <strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>.O ex-gerente disse que empreiteiras que construíram unida<strong>de</strong>s em Jacareí e Taubatéforam pressionadas a pagar propina para conseguirem a liberação <strong>de</strong> verba para a conclusãodas obras.Segun<strong>do</strong> ele, a construtora Estrela, com se<strong>de</strong> em Fortaleza (CE), que construiu 1.024apartamentos no Cecap 3, em Taubaté, teve que pagar R$ 72 mil <strong>de</strong> propina.“Membros <strong>do</strong> CDHU não queriam liberar a verba para o término das obras semreceber o dinheiro. Não tenho <strong>do</strong>cumentos para provar porque ‘ladrão’ não <strong>de</strong>ixa recibo’”,afirmou.Outra obra que foi entregue somente mediante pagamento <strong>de</strong> propina, segun<strong>do</strong>Bouéri Neto, é o resi<strong>de</strong>ncial Ban<strong>de</strong>ira Branca, com 640 casas, em Jacareí.“O conjunto levou um ano para ser entregue porque o lugar não tinha esgoto e a obratinha que estar completa para a entrega.”Segun<strong>do</strong> Bouéri Neto, durante a solenida<strong>de</strong>, ele ficou saben<strong>do</strong> da quantia cobrada<strong>de</strong> propina por cada apartamento.“Cada apartamento custava R$ 19 mil. A construtora teve que pagar 7% <strong>do</strong> valor<strong>de</strong> cada uma essas pessoas [funcionários da CDHU]. Infelizmente não posso divulgar osnomes”, explicou.A construtora responsável pela obra era a Menin, <strong>de</strong> Marília (SP), que foi subcontratadapara executar a obra. As construtoras não foram localizadas ontem.Segun<strong>do</strong> o ex-presi<strong>de</strong>nte, na época, o esquema foi <strong>de</strong>nuncia<strong>do</strong> a Geral<strong>do</strong> Alckmin(PSDB), que ocupava o cargo <strong>de</strong> governa<strong>do</strong>r interinamente.“Estive no gabinete por pelo menos duas horas com o Alckmin. Ele ficou enfureci<strong>do</strong>dizen<strong>do</strong> que ‘limparia’ isso tu<strong>do</strong>.”Bouéri Neto disse que pouco antes <strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar o cargo, em abril <strong>do</strong> ano passa<strong>do</strong>,durante uma visita à região, Alckmin foi cobra<strong>do</strong> por ele sobre o assunto.“Ele [o governa<strong>do</strong>r] disse que havia passa<strong>do</strong> o caso para a Casa Civil. Des<strong>de</strong> então,não vi nenhuma investigação a respeito”, disse.O ex-gerente afirmou que resolveu <strong>de</strong>nunciar o esquema só agora porque ficouindigna<strong>do</strong> com a atuação da CDHU.Outro la<strong>do</strong>Segun<strong>do</strong> uma nota oficial, divulgada ontem pelo secretário <strong>de</strong> Comunicação <strong>do</strong>Esta<strong>do</strong>, Luiz Salga<strong>do</strong> Ribeiro, o governa<strong>do</strong>r Geral<strong>do</strong> Alckmin nunca recebeu as <strong>de</strong>núnciasdas irregularida<strong>de</strong>s apontadas pelo ex-dirigente da CDHU na região.De acor<strong>do</strong> com a nota, o governo espera que Bouéri Neto faça a <strong>de</strong>núncia das irregularida<strong>de</strong>s,formalmente, e aponte quem são as pessoas envolvidas no suposto esquema<strong>de</strong> cobrança <strong>de</strong> propina que ele alega existir.Presi<strong>de</strong>nte exige provas sobre propina<strong>São</strong> José <strong>do</strong>s Campos 13/06/02O presi<strong>de</strong>nte da CDHU (Companhia <strong>de</strong> Desenvolvimento Habitacional e Urbano),Luiz Antônio Carvalho Pacheco, cobrou a apresentação <strong>de</strong> provas que atestem as <strong>de</strong>núncias<strong>de</strong> suposta cobrança <strong>de</strong> propina na companhia.As supostas irregularida<strong>de</strong>s foram <strong>de</strong>nunciadas ao ValeParaibano pelo ex-gerenteregional da entida<strong>de</strong> João Maroun Bouéri Neto.“A gente espera que ele (Bouéri) traga alguma prova que isso <strong>de</strong> fato aconteceu. Setivesse feito no passa<strong>do</strong> teria se instala<strong>do</strong> uma sindicância para apuração <strong>do</strong>s fatos”, disse.Segun<strong>do</strong> Pacheco, as mudanças no primeiro escalão da companhia ocorreram por“motivos políticos”.“A mudança que houve na companhia, na diretoria e na presidência, não foi levadaem momento nenhum por questões <strong>de</strong> <strong>de</strong>núncias, acusações ou suspeitas.”Pacheco disse ainda que Bouéri não teria encaminha<strong>do</strong> à direção da CDHU as<strong>de</strong>núncias <strong>de</strong> irregularida<strong>de</strong>s. “Não paira e nunca pairou na companhia dúvida sobre a i<strong>do</strong>neida<strong>de</strong><strong>do</strong>s funcionários.”PROVAS - Bouéri disse que consi<strong>de</strong>ra “ingênuo” o pedi<strong>do</strong> <strong>de</strong> provas feito por Pacheco.


62 – <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, 119 (222) – Suplemento Diário Oficial Po<strong>de</strong>r Legislativo sába<strong>do</strong>, 28 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 2009“Eu gostaria que o Ministério Público encampasse o caso porque não tenho po<strong>de</strong>rpara pedir quebra <strong>de</strong> sigilo bancário e para tomar uma série <strong>de</strong> providências que a Justiçapo<strong>de</strong>. Ladrão não passa recibo. É muito ingênuo pedir prova”, disse o ex-gerente.“Imaginei que to<strong>do</strong>s seriam <strong>de</strong>miti<strong>do</strong>s”12/07/2002 http://jornal.valeparaibano.com.br/2002/06/12/sjc/cdhu2.html<strong>São</strong> José <strong>do</strong>s Campos.O ex-gerente regional da CDHU João Maroun Bouéri Neto disse ter relata<strong>do</strong> pessoalmenteas supostas irregularida<strong>de</strong>s na companhia ao governa<strong>do</strong>r Geral<strong>do</strong> Alckmin (PSDB).ValeParaibano - O senhor relatou essas <strong>de</strong>núncias ao governa<strong>do</strong>r?Bouéri Neto- Fui ao Palácio e fiquei mais <strong>de</strong> uma hora com Geral<strong>do</strong> (na ocasião vicegoverna<strong>do</strong>r).Fui com a coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>ra <strong>de</strong> Desenvolvimento Social da CDHU, Gilcia Gil. Euexpus ao Geral<strong>do</strong> tu<strong>do</strong> que estava acontecen<strong>do</strong> na CDHU, todas as tramóias da CDHU, asmaracutais <strong>de</strong>ntro da CDHU e as extorsões <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro da CDHU. Contei tu<strong>do</strong> para ele e ela(Gilcia) confirmou, disse: ‘Geral<strong>do</strong> é isso mesmo’. Nós éramos <strong>de</strong>tentores da confiança <strong>de</strong>le.Ele (Alckmin) prometeu que isso iria mudar.VP- Por que o senhor não tornou públicas essas supostas irregularida<strong>de</strong>s na épocaem que elas ocorreram?Bouéri- Eu sabia, mas eu guardava para mim para não prejudicar o Geraldinho. Euprocurei corrigir. Fui ao Palácio, contei para o Geraldinho. Tomei essas providências que<strong>de</strong>veria. Na hora que estávamos falan<strong>do</strong>, ele (Alckmin) ficou nervoso. Imaginei que ele iriamandar to<strong>do</strong> mun<strong>do</strong> embora, mas não aconteceu nada.VP- O senhor sabe se foi tomada alguma providência?Bouéri- A última vez que eu estive com Geraldinho e cobrei sobre esse assunto, elefalou para mim que encaminhou o caso para o Walter Feldmann, (na época) secretário daCasa Civil. Para mim, o caso acabou. O governa<strong>do</strong>r, que está no exercício <strong>do</strong> po<strong>de</strong>r, tem uma<strong>de</strong>núncia e para que fazer a coisa voltar se já estava na mão <strong>de</strong>le? E rigorosamente não foifeito nada.Fatos recentesEm 2009, o prefeito <strong>de</strong> <strong>São</strong> José <strong>do</strong>s Campos Eduar<strong>do</strong> Cury encaminhou para votaçãona Câmara Municipal um projeto <strong>de</strong> Lei Complementar que “Desafeta as áreas queespecifica, classifica-as como bens <strong>do</strong>minicais e autoriza a Prefeitura Municipal a <strong>do</strong>á-laspara a Companhia <strong>de</strong> Desenvolvimento Habitacional e Urbano <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>(CDHU), para a implantação <strong>de</strong> programa habitacional no Município, e dá outras providências.”Pela proposta, aprovada pela Câmara Municipal <strong>de</strong> <strong>São</strong> José <strong>do</strong>s Campos no início<strong>do</strong> mês <strong>de</strong> outubro restaram <strong>de</strong>safetas 177 (cento e setenta e sete) áreas <strong>de</strong> terra localizadasno Distrito <strong>de</strong> Eugênio <strong>de</strong> Melo, que passaram a ser classificadas como bens <strong>do</strong>miniais,fican<strong>do</strong> a Prefeitura Municipal autorizada a <strong>do</strong>á-las para a Companhia <strong>de</strong> DesenvolvimentoHabitacional e Urbano <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong> (CDHU).Entretanto, essas áreas, na prática, já foram cedidas à Companhia há pelo menos<strong>do</strong>is anos, antes da reeleição <strong>do</strong> prefeito. No local foi edifica<strong>do</strong> o “Resi<strong>de</strong>ncial Ribeira”, com175 unida<strong>de</strong>s habitacionais e um custo <strong>de</strong> R$ 4.321.888,81 (quatro milhões trezentos evinte e um mil oitocentos e oitenta e oito reais e oitenta e um centavos), <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com osda<strong>do</strong>s constantes <strong>do</strong> site oficial <strong>do</strong> município.Ainda <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com as informações oficiais, as obras teriam si<strong>do</strong> entregues emmarço <strong>de</strong> 2008.Provavelmente em <strong>de</strong>corrência da falta <strong>de</strong> autorização legislativa, os mora<strong>do</strong>resaguardam ainda hoje a regularização da <strong>do</strong>cumentação <strong>do</strong>s imóveis.Embora o projeto tenha si<strong>do</strong> aprova<strong>do</strong> na Câmara Municipal a lei ainda não foi sancionadapelo prefeito.Esse tipo <strong>de</strong> situação mostra a irresponsabilida<strong>de</strong> da CDHU, que mesmo sem ter acessão da área liberou os recursos, as obras foram concluídas e entregues, porém <strong>de</strong> maneirairregular. Como acontece em diversos outros casos que são aponta<strong>do</strong>s frequentemente,somente para citar outro exemplo o empreendimento conheci<strong>do</strong> como Conjunto Liga dasSenhoras Católicas, localiza<strong>do</strong> no bairro <strong>do</strong> Butantã on<strong>de</strong> diversas famílias mesmo ten<strong>do</strong>quita<strong>do</strong> seu imóvel não possuem a escritura porque o empreendimento está irregular nosregistros da Prefeitura <strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>.5.3 Caso PirapozinhoO Caso Pirapozinho – Modus OperandiEm 28 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 2007, no município <strong>de</strong> Pirapozinho, os promotores <strong>de</strong> Justiça Dr.Lan<strong>do</strong>fo Andra<strong>de</strong> <strong>de</strong> Souza, <strong>de</strong> Pirapozinho, Dr. André Luis Felício, <strong>do</strong> GAERCO <strong>de</strong> Presi<strong>de</strong>ntePru<strong>de</strong>nte e Dr.Mário Coimbra, <strong>de</strong> Pirapozinho ofertaram <strong>de</strong>núncia contra 29 pessoas sob aacusação <strong>de</strong> “associaram-se em quadrilha ou ban<strong>do</strong>, para o fim <strong>de</strong> cometerem crimes naregião <strong>de</strong> Presi<strong>de</strong>nte Pru<strong>de</strong>nte, inclusive nesta Comarca <strong>de</strong> Pirapozinho”.“Segun<strong>do</strong> o apura<strong>do</strong>, a organização criminosa em tela engendrou um esquemacapaz <strong>de</strong> criar com muita rapi<strong>de</strong>z várias empresas, com as quais participa <strong>de</strong> licitações,sempre para a construção <strong>de</strong> conjuntos habitacionais com verbas repassadas pela CDHU.Tal grupo é o responsável pelos projetos, planilhas <strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> materiais que serãoemprega<strong>do</strong>s nas construções das unida<strong>de</strong>s habitacionais e, posteriormente, na infraestrutura<strong>do</strong> conjunto. Para atingir suas metas ilícitas, pagam valores a funcionários e prefeitosmunicipais, a funcionários da CDHU, bem como a engenheiros das terceirizadas.As obras são compostas, em parte, por gerenciamento e treinamento <strong>de</strong> mutirantes,o que representa cerca <strong>de</strong> 20,85% <strong>do</strong> valor global <strong>do</strong> empreendimento. O restante é compostopela aquisição <strong>de</strong> materiais <strong>de</strong> construção. O grupo quase sempre logra vencer aslicitações para gerenciamento da obra.Em se tratan<strong>do</strong> <strong>de</strong> obras pequenas, fraudam-se as cartas-convite. Para obras maiores,conseguem a inclusão <strong>de</strong> quesitos que inibem a participação em tomadas <strong>de</strong> preço.Após vencer a licitação para o gerenciamento das obras, o próprio grupo fornece aplanilha super dimensionada <strong>do</strong>s materiais a serem adquiri<strong>do</strong>s. Referida planilha é lançadaem <strong>do</strong>cumento da prefeitura e passa a integrar o edital <strong>de</strong> licitação. Com isso, nos pregõesou concorrências, as empresas <strong>do</strong> grupo po<strong>de</strong>m lançar preços bem inferiores ao <strong>de</strong> merca<strong>do</strong>,porquanto sabem que a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> materiais constante <strong>do</strong> memorial <strong>de</strong>scritivo é superfaturada.Não bastasse isso, as empresas <strong>do</strong> grupo também sabem que o material que irãofornecer é <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> inferior à exigida no contrato, o que acaba sen<strong>do</strong> ratifica<strong>do</strong> pelosetor <strong>de</strong> engenharia da Prefeitura, pelos engenheiros da empresa LBR-Tjofran, responsáveispela fiscalização e medição das obras, bem pelo engenheiro da regional da CDHU em Presi<strong>de</strong>ntePru<strong>de</strong>nte.Em suma: a organização criminosa sub análise, contratada fraudulentamente pelaPrefeitura, por meio da FT Construções, para gerenciar a obra, manipula o edital da licitaçãopara a aquisição <strong>de</strong> cestas <strong>de</strong> materiais, o que <strong>de</strong>termina que as propostas das empresas<strong>do</strong> grupo sejam invencíveis. Depois, a própria FT Construções, por meio das empresas <strong>de</strong>“fachada”, ven<strong>de</strong> para ela mesma, na medida em que recebe as cestas <strong>de</strong> construçõesnos canteiros <strong>de</strong> obras. E não é só. O engenheiro da Prefeitura encarrega<strong>do</strong> <strong>de</strong> conferir aentrega <strong>do</strong>s materiais e a execução das obras, obe<strong>de</strong>cen<strong>do</strong> a or<strong>de</strong>ns <strong>do</strong> Prefeito, ratifica asentregas <strong>de</strong> cestas em quantida<strong>de</strong>s e qualida<strong>de</strong>s inferiores às exigidas. Por fim, o consórcio,responsável pelas medições das obras, também legitima o esquema, porque seus engenheirosmedi<strong>do</strong>res são pagos pelo grupo para falsearem i<strong>de</strong>ologicamente as planilhas, o queviabiliza o repasse das correspon<strong>de</strong>ntes verbas pelo CDHU.Toda a infraestrutura <strong>do</strong>s empreendimentos é feita pelo grupo. Assim, conseguemaumentar a receita, pois que a qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong> material que empregam é <strong>de</strong> péssima qualida<strong>de</strong>.Fraudam testes <strong>do</strong>s materiais, sempre com a conivência <strong>de</strong> funcionários públicos. Nãopagam tributos. A partir <strong>do</strong> momento que uma das empresas tem a inscrição cassada, elesjá possuem outra para atuar no lugar. O dinheiro obti<strong>do</strong> com as ativida<strong>de</strong>s ilícitas <strong>do</strong> grupoestá sen<strong>do</strong> lava<strong>do</strong> em sua maioria na compra <strong>de</strong> imóveis.Os elementos <strong>de</strong> convicção colhi<strong>do</strong>s na fase inquisitiva indicam que a organizaçãoem questão, utilizan<strong>do</strong>-se <strong>do</strong> modus operandi acima narra<strong>do</strong>, po<strong>de</strong> ter frauda<strong>do</strong> licitaçõespara a construção <strong>de</strong> casas populares em mais <strong>de</strong> trinta e cinco municípios <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong><strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>. (g.n.) (<strong>do</strong>c. Xxx)Pelo exposto, fica evi<strong>de</strong>ncia<strong>do</strong> que nenhum crime seria possível se não fosse a totalcomplacência <strong>do</strong>s funcionários das empresas <strong>do</strong> Consórcio, contrata<strong>do</strong> pela CDHU para afiscalização da execução <strong>do</strong>s contratos e <strong>de</strong> funcionários e diretores da CDHU.As construções só eram fraudadas porque as medições também eram. Os fiscais <strong>do</strong>Consórcio Maxihabi recebiam valores da empresa FT Construções para que fechassem osolhos para as irregularida<strong>de</strong>s. A CDHU, através <strong>de</strong> seus dirigentes na região, fazia o mesmo,e assim o dinheiro era libera<strong>do</strong> mesmo sem a necessária fiscalização. To<strong>do</strong>s os envolvi<strong>do</strong>seram recompensa<strong>do</strong>s por suas ações ou omissões que permitiam o sucesso da organizaçãocriminosa.Consórcio Maxihabi e CDHUMuito embora a responsabilização no âmbito <strong>do</strong> processo 540/06 <strong>do</strong>s crimes pratica<strong>do</strong>spela organização criminosa tenha-se da<strong>do</strong> na esfera criminal, é inevitável que estaCPI exija a responsabilização <strong>do</strong>s diretores das empresas responsáveis pelo crime leva<strong>do</strong> aefeito por seus colabora<strong>do</strong>res, tanto na esfera criminal quanto cível e administrativa, porimpossível que fossem pratica<strong>do</strong>s sem o conhecimento <strong>do</strong>s mesmos.Nos autos <strong>do</strong> processo supramenciona<strong>do</strong> consta o <strong>de</strong>poimento presta<strong>do</strong> à PolíciaCivil pelo senhor Climério <strong>de</strong> Tole<strong>do</strong> Pereira, Engenheiro Civil, coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>r regional <strong>de</strong>obras da regional <strong>de</strong> Presi<strong>de</strong>nte Pru<strong>de</strong>nte da CDHU (fls. 4039) em que afirma claramenteque os problemas ocorri<strong>do</strong>s na região eram <strong>do</strong> conhecimento <strong>do</strong> alto escalão da companhia,inclusive os diretores e gerentes <strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong> participaram da “solução” <strong>de</strong> uma dasirregularida<strong>de</strong>s. “...Que a expressão medição negativa significa a liberação antecipada <strong>de</strong>15% <strong>do</strong> valor <strong>do</strong> convênio por ocasião da emissão da OIS, este valor serve para implementaro início da obra, quan<strong>do</strong> há a supressão significativa <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s habitacionais o valorinicial libera<strong>do</strong> <strong>de</strong> 15% é maior que o valor residual correspon<strong>de</strong>nte ao número <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>sque estão sen<strong>do</strong> realmente construídas. Que tal fato ocorreu em Mirante <strong>do</strong> Paranapanema.Lá foram feitas medições negativas em fevereiro, que isto foi acerta<strong>do</strong> na reunião em Santos,realiza<strong>do</strong> com o superior <strong>do</strong> interroga<strong>do</strong>, engenheiro Antonio Carlos Trevisani e o engenheiroSilvio Vasconcelos, este superinten<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> programação e controle da CDHU. Queno caso <strong>de</strong> Mirante <strong>do</strong> Paranapanema, no Assentamento rural on<strong>de</strong> estaria sen<strong>do</strong> construí<strong>do</strong>06 unida<strong>de</strong>s, suprimiu-se 05, porém, o valor correspon<strong>de</strong>nte já está <strong>de</strong>posita<strong>do</strong> na contada prefeitura, assim, o interroga<strong>do</strong> foi instruí<strong>do</strong> pelos <strong>do</strong>is superinten<strong>de</strong>ntes supracita<strong>do</strong>scomo <strong>de</strong>veria agir com a prefeitura para elaborar a <strong>de</strong>volução <strong>do</strong> dinheiro. Que conversouna prefeitura <strong>de</strong> Mirante <strong>do</strong> Paranapanema sobre a <strong>de</strong>volução <strong>do</strong> dinheiro. Que nesta reuniãoem Santos Mário Dale Ve<strong>do</strong>ve (Moreno – fiscal <strong>do</strong> Consórcio Maxihabi) estava junto.Que falou com “Francisco” (Chiquinho da CDHU)(...)” (g.n)É público e notório para qualquer cidadão minimamente informa<strong>do</strong>, que o esquema<strong>de</strong>sbarata<strong>do</strong> na região Oeste <strong>de</strong> nosso Esta<strong>do</strong> é apenas a reprodução no microcosmo <strong>de</strong> umprática antiga nos negócios envolven<strong>do</strong> o Governo <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> e a CDHU que perdura impunemente.No rol <strong>de</strong> proprietários da empresa LBR Engenharia e Consultoria Ltda. figuram, <strong>de</strong>ntreoutros, os senhores Orlan<strong>do</strong> LaBella Filho e Orlan<strong>do</strong> Bueno Ribeiro, frequentes em outrosprocedimentos investigatórios envolven<strong>do</strong> contratos irregulares com a CDHU, visto que <strong>de</strong>lajá foram diretores e possuem trânsito tanto com a alta cúpula da Companhia como comintegrantes <strong>do</strong> alto escalão <strong>do</strong> Governo <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, inclusive com con<strong>de</strong>nação já <strong>de</strong>terminadapelo judiciário. Ora estão <strong>de</strong> um la<strong>do</strong> (CDHU) ora <strong>de</strong> outro (empreiteiras). Mudam-se osnomes, mas os agentes são sempre os mesmos a dilapidar os cofres <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>.Como é possível que mesmo ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> con<strong>de</strong>na<strong>do</strong>s por diversas vezes junto com osenhor Goro Hama em frau<strong>de</strong>s em contratos com a CDHU estes senhores sejam contrata<strong>do</strong>spara a fiscalização <strong>de</strong> obras da mesma CDHU? Impossível não verificar ação <strong>do</strong>losa com ointuito <strong>de</strong> dilapidar o Patrimônio Público e lesar a população carente que tanto necessita <strong>de</strong>um lar.Portanto, por si só, a contratação <strong>de</strong> um consórcio que tenham como participes cidadãossobre os quais recaem sérias acusações <strong>de</strong> lesão ao Patrimônio Público, por suas açõese omissões na execução <strong>de</strong> contratos com a CDHU, é um <strong>de</strong>scalabro.5.4 Caso AmericanaRelatório conclusivo CEI- Comissão Especial <strong>de</strong> Inquérito na Câmara Municipal <strong>de</strong>Americana para apurar indícios <strong>de</strong> superfaturamento na construção das casas populares <strong>do</strong>Parque da Liberda<strong>de</strong>.


sába<strong>do</strong>, 28 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 2009 Diário Oficial Po<strong>de</strong>r Legislativo <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, 119 (222) – Suplemento – 63O empreendimento em questão teve seu início a partir da realização <strong>de</strong> um convênioentre a CDHU-Companhia <strong>de</strong> Desenvolvimento Habitacional e Urbano <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>São</strong><strong>Paulo</strong> e a Prefeitura Municipal <strong>de</strong> Americana. Com a realização <strong>do</strong> convênio <strong>de</strong>u-se início aoprocesso licitatório para a contratação das empresas para a construção e gerenciamento daobra.O processo <strong>de</strong> frau<strong>de</strong>s pelo que a CEI-Comissão Especial <strong>de</strong> Inquérito <strong>do</strong> Município<strong>de</strong> Americana apurou, teve seu início já no processo Licitatório. Pois foi apresenta<strong>do</strong> no edital<strong>de</strong> habilitação das empresas a seguinte exigência.-exigência <strong>de</strong> capital mínimo por parte das empresas participantes, excluin<strong>do</strong> <strong>de</strong>imediato as empresas pequenas e médias <strong>do</strong> setor, ferin<strong>do</strong> assim o principio da isonomiao primeiro a figurar entre os princípios <strong>do</strong> art. 3º da Lei 8.666, Saben<strong>do</strong>-se que, como nodizer <strong>de</strong> Ruy Barbosa, isonomia não é senão a igualda<strong>de</strong> entre os iguais, e a <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>entre os <strong>de</strong>siguais na exata medida das suas <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s, a Lei 8.666 possibilitou à Administraçãouma “<strong>de</strong>sigualação prévia” entre possíveis licitantes, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a apenas permitirque, entre eles, alguns, com características <strong>de</strong> suficiência técnica e econômica capazes <strong>de</strong>oferecer segurança, à Administração, <strong>do</strong> cumprimento <strong>de</strong> futuro contrato, possam ter suaspropostas examinadas, em fase posterior à prévia habilitação.Assim é que os artigos 28 a 32 e em parte, também o art. 29- da lei 8.666 fixaramexigências aos licitantes, as quais os <strong>de</strong>sigualarão, sem dúvida, porém <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> constitucionale legítimo. É exatamente esse o propósito da licitação: <strong>de</strong>sigualar propostas, ou obterpropostas <strong>de</strong>siguais, a mais vantajosa <strong>de</strong>las <strong>de</strong>ven<strong>do</strong> ser a escolhida.Dessa forma, violarão o princípio da igualda<strong>de</strong>, nas licitações,-exigência <strong>de</strong> capital registra<strong>do</strong> <strong>de</strong>smedidamente alto, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a alijar alguns excelentespossíveis licitantes- Ainda segun<strong>do</strong> o edital venceria a concorrência e empresa que oferecesse o maior<strong>de</strong>sconto a partir <strong>do</strong> valor máximo fixa<strong>do</strong>.A CEI <strong>de</strong> Americana apurou que na licitação <strong>de</strong> 04 lotes, para a construção <strong>de</strong> casaspopulares em 04 diferentes municípios, entre os quais Americana, exatamente 04 empresasenviaram propostas idênticas, “empatan<strong>do</strong>” no valor máximo.A ocorrência <strong>de</strong>ste “empate” pelo preço teto aponta o conluio que se evi<strong>de</strong>nciounesta licitação, o não respeito ao princípio <strong>de</strong> garantia da proposta mais vantajosa à administração,que é o <strong>de</strong> contratar a melhor proposta pelo menor preço, pois neste caso nãohouve nenhum <strong>de</strong>ságio ao contrário, todas as propostas apresentadas apresentaram omaior valor.Ainda para ratificar tais suposições, reforça-se o fato, a constatação da subjetivida<strong>de</strong><strong>do</strong>s critérios <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempate possibilitan<strong>do</strong> mais uma vez o direcionamento, suscitan<strong>do</strong> dúvidasaté mesmo pelo tribunal <strong>de</strong> Contas <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, que fez críticas ao mo<strong>de</strong>lo a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong>, “...não objetivou a CDHU a construção <strong>de</strong> casas populares em uma concorrência em que estativesse o menor preço, objetivou o empate ( George Oswal<strong>do</strong> Nogueira - Conselheiro TCE)A partir <strong>de</strong>ste “empate” forja<strong>do</strong>, as empresas realizaram entre si permuta entre asconstruções a serem realizadas.Pasmem senhores, a partir <strong>de</strong>sta permuta entre as empresas ocorreu um fato inusita<strong>do</strong>,uma das empreiteiras repassou seus direitos <strong>de</strong> construção a <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> Banco,<strong>de</strong>monstran<strong>do</strong> a especulação financeira propiciada pela CDHU a estes empreiteiros.O Tribunal <strong>de</strong> Contas <strong>de</strong>u parecer contrário a esse tipo <strong>de</strong> processo licitatório, poissegun<strong>do</strong> o TCE com esse critério surge a predisposição ao empate, o que <strong>de</strong> fato ocorreu.Ainda segun<strong>do</strong> o conselheiro George Oswal<strong>do</strong> Nogueira, <strong>do</strong> Tribunal <strong>de</strong> Contas <strong>do</strong>Esta<strong>do</strong> “... tu<strong>do</strong> foi feito dan<strong>do</strong> a aparência <strong>de</strong> legalida<strong>de</strong>, se analisarmos bem, nada maisfoi feito <strong>do</strong> que simular o princípio da concorrência e os objetivos e a razão <strong>de</strong> ser <strong>do</strong> processolicitatório”.Edital <strong>do</strong> Conjunto Habitacional Americana CDenomina<strong>do</strong> inicialmente Projeto Americana que previa a construção <strong>de</strong> 700 unida<strong>de</strong>shabitacionais e terraplanagem, e que posteriormente passou a chamar Projeto AmericanaC. Para esta obra não houve nova licitação, mas sim aditamento para construção <strong>de</strong> umaquadra Poliesportiva, Pré-Escola e Creche, mais Centro Posto e Centro Comunitário.A partir <strong>de</strong>stes aditamentos, o custo global da obra foi eleva<strong>do</strong> em 6,74%.A Empresa Betumarco S.A. Engenharia contratada, concluiu 96,70% <strong>do</strong> Projetoinicial e, para a construção <strong>de</strong> menos <strong>de</strong> 4% da obra foi contratada a empresa MúltiplaEngenharia Ltda, e a valores da época recebeu a importância <strong>de</strong> R$ 181.456,22, mesmoreceben<strong>do</strong> essa importância e empresa Múltipla Engenharia Ltda não concluiu a obra para aqual havia si<strong>do</strong> contratada.A Prefeitura Municipal <strong>de</strong> Americana à época fez então outro convênio com o Esta<strong>do</strong><strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong> para a conclusão da obra, dispôs <strong>de</strong> recursos municipais para esta obra queera <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>.O po<strong>de</strong>r municipal à época fez mais uma licitação no valor <strong>de</strong> R$ 58.984,91, e maisuma vez as obras não foram realizadas, o que caracterizou indícios <strong>de</strong> mais irregularida<strong>de</strong>s.Depois houveram ainda mais <strong>do</strong>is aditamentos no valor <strong>de</strong> R$ 14.481,70 e mesmo assim aempresa Elo Construção Ltda não concluiu a obra.Destes aditamentos com respectivos pagamentos e não términos das obras contratadas,infere-se pelo menos total <strong>de</strong>srespeito com a dinheiro público.Irregularida<strong>de</strong>s na Construção das Unida<strong>de</strong>s Habitacionais- redução da obra, retirada <strong>de</strong> uma pare<strong>de</strong> divisória entre a cozinha e a sala, oque constitui parcela da obra não realizada <strong>de</strong> 3,23m² por unida<strong>de</strong>, totalizan<strong>do</strong> 2.261m²não realiza<strong>do</strong> porém efetivamente cobra<strong>do</strong>. A esta parcela da obra não realizada soma-se aredução <strong>de</strong> área construída <strong>de</strong> 35,39m² para 33,39m², totalizan<strong>do</strong> 3.661m² cobra<strong>do</strong>s ilegalmente<strong>do</strong>s mutuários.Qualida<strong>de</strong> da Construção apresentou Problemas nos seguintes quesitos- Problemas <strong>de</strong> Esgoto-Instalações elétricas-Infiltração <strong>de</strong> água-Trinca-Superfaturamento no item pintura <strong>de</strong> quase 100%- A Terraplanagem também apresentou superfaturamentoSuperfaturamento <strong>do</strong>s Materiais Utiliza<strong>do</strong>sO relatório apresenta uma tabela comparativa on<strong>de</strong> no valor unitário <strong>de</strong> 28 itens <strong>de</strong>material utiliza<strong>do</strong> na construção verificou-se um superfaturamento com variação <strong>de</strong> até 469% acima <strong>do</strong> preço referência da construção civil. Aliada a esta questão <strong>do</strong> superfaturamentoapurou-se a qualida<strong>de</strong> bem inferior <strong>do</strong> material utiliza<strong>do</strong> causan<strong>do</strong> sérios prejuízos aosmora<strong>do</strong>res.Nesse emaranha<strong>do</strong> <strong>de</strong> irregularida<strong>de</strong>s, não se justifica que o mutuário fosse ogran<strong>de</strong> prejudica<strong>do</strong> e recebesse uma construção em péssimo esta<strong>do</strong> como <strong>de</strong> fato ocorreu.Mesmo porque foi contratada para a função <strong>de</strong> fiscalizar a obra a empresa DUCTORIMPLANTAÇÃO DE PROJETOS S.A. que recebeu por essa contratação o valor correspon<strong>de</strong>ntea 4,76% <strong>do</strong> valor total da obra.A investigação da Comissão Especial <strong>de</strong> Inquérito-CEI <strong>de</strong> Americana concluiu quehouve negligência da empresa fiscaliza<strong>do</strong>ra Ductor Implantação <strong>de</strong> Projetos S.A. em relaçãoà fiscalização <strong>do</strong>s trabalhos realiza<strong>do</strong>s pela construtora Betumarco S.A. Engenharia,permitin<strong>do</strong> que uma série <strong>de</strong> irregularida<strong>de</strong>s fossem cometidas em prejuízo <strong>do</strong>s mutuários,e verificou ainda que as empresas infratoras não sofreram, pelo que aferiu a CEI, nenhumapenalização prevista nos contratos estabeleci<strong>do</strong>s entre a CDHU e as empresas.Do ponto <strong>de</strong> vista técnico <strong>de</strong> engenharia a CDHU firmou contrato com a empresaDuctor que <strong>de</strong>veria acompanhar a execução da obra, garantin<strong>do</strong> o estrito cumprimento<strong>do</strong> contrato, <strong>do</strong> ponto <strong>de</strong> vista da qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong> material, da metragem da construção, daevolução física <strong>do</strong> empreendimento o que resultaria na verificação <strong>do</strong> prazo <strong>de</strong> entrega aosmutuários, enfim assegurar <strong>de</strong> forma correta o acompanhamento e a fiscalização da obrapara a qual foi contratada.Uma consulta realizada pela CEI e à JUCESP( Junta Comercial <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>São</strong><strong>Paulo</strong>) verificou que o então governa<strong>do</strong>r <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> Sr. Mario Covas Júnior e o Sr. MichaelPaul Zeitlin então Secretário <strong>de</strong> Transportes <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, além <strong>de</strong> outros nomes <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>influência na alta esfera política <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong> constavam como sócios funda<strong>do</strong>resda empresa Ductor.Desta forma a Comissão apurou que a Ductor Implantação <strong>de</strong> Projetos S.A. foi tambémresponsável por parcela significativa <strong>do</strong>s prejuízos sofri<strong>do</strong>s por 700 famílias americanensesmutuarias <strong>do</strong> Parque da Liberda<strong>de</strong>.A CEI apurou também que o valor <strong>de</strong>sembolsa<strong>do</strong> foi praticamente o mesmo contrata<strong>do</strong>integralmente, porém, com a mudança da empreiteira Betumarco S.A. Engenhariapara a empresa Múltipla Engenharia S.A. verificou-se a não conclusão da escola, a não edificação<strong>de</strong> uma creche, obras estas previstas para a realização <strong>do</strong>s aditamentos.Por fim, conclui a Comissão Especial <strong>de</strong> Inquérito que ocorreu um exorbitante acréscimono custo final <strong>do</strong> empreendimento, pela ação <strong>de</strong>sastrosa da CDHU e seus parceiros.6 . Providências que caberiam à CPI e não foram a<strong>do</strong>tadasDas ações que não ocorreram no âmbito da CPINão realização <strong>de</strong> diligências, não aprovação <strong>do</strong>s requerimentos <strong>de</strong> informação.Além da oitiva <strong>de</strong> testemunhas, a CPI analisou <strong>do</strong>cumentação, referente aos contratosfirma<strong>do</strong>s <strong>do</strong> empreendimento <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong> Pirapozinho.Não aprovação <strong>de</strong> requerimentos <strong>de</strong> informação.Os <strong>de</strong>puta<strong>do</strong>s Antonio Mentor e Enio Tatto, <strong>do</strong> Parti<strong>do</strong> <strong>do</strong>s Trabalha<strong>do</strong>res que integrama CPI encaminharam diversos requerimentos à Presidência da CPI solicitan<strong>do</strong> providênciascom a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> municiar a Comissão com informações e <strong>do</strong>cumentos para umaconclusão sobre os fatos investiga<strong>do</strong>s.Diversos <strong>de</strong>sses requerimentos foram rejeita<strong>do</strong>s pela Comissão, num claro sinal <strong>de</strong>que os representantes da base governista numa postura vassalar ao Executivo não tinhamqualquer intenção <strong>de</strong> investigar os graves fatos que originaram ao pedi<strong>do</strong> <strong>de</strong> instauração<strong>de</strong> CPI pelos <strong>de</strong>puta<strong>do</strong>s <strong>de</strong> oposição. Vale ressaltar que, a bancada <strong>de</strong> oposição protocolou<strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> pedi<strong>do</strong>s <strong>de</strong> CPI que foram solenemente ignora<strong>do</strong>s pela Presidência da Casafatos que levaram a bancada <strong>do</strong> PT a recorrer ao STF para que fosse garanti<strong>do</strong> o direito <strong>de</strong>investigar os atos irregulares <strong>do</strong> Governo <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>.CPI CDHU - requerimentos13.11.09Requerimento Proponente situaçãoREQUERIMENTO DE PRORROGAÇÃO DA CPI POR 60 DIASREQUERIMENTO DE PRORROGAÇÃO DA CPI POR 30 DIASREQUERIMENTO DE PRORROGAÇÃO DA CPI POR 22 DIASAntonio MentorEnio Tatto 27/10/09Antonio MentorEnio Tatto 29/10/09Antonio MentorEnio Tatto 29/10/09Rejeita<strong>do</strong>28/10/09Rejeita<strong>do</strong>03/11/09Rejeita<strong>do</strong>03/11/09REQUERIMENTO DE PRORROGAÇÃO DA CPI POR 15 DIAS Bruno Covas 28/10 Rejeita<strong>do</strong>03/11/09VITORINO FRANCISCO ANTUNES NETO – Procura<strong>do</strong>r da Fazenda juntoao TCE na época em que ocorreu o julgamento pelo TCE <strong>do</strong> contratoCDHU/Consórcio MaxihabiSERGIO CIQUEIRA ROSSI diretor <strong>do</strong> TCE na época em que ocorreu ojulgamento <strong>do</strong> contrato CDHU/Consórcio MaxihabiLUIZ FORTI Delega<strong>do</strong> <strong>de</strong> Policia <strong>de</strong> Pirapozinho – responsável peloinquéritoLANDOLFO ANDRADE DE SOUZA – Promotor <strong>de</strong> Justiça Pirapozinho –responsável pela <strong>de</strong>núncia <strong>do</strong> casoTCE - EDGAR CAMARGO RODRIGUES – solicitação <strong>de</strong> informaçõessobre contratos julga<strong>do</strong>s irregulares pelo TCE/SP envolven<strong>do</strong> a CDHUAntonio MentorEnio Tatto 30/09/09Antonio MentorEnio TattoAntonio MentorEnio Tatto 09/06/09Antonio MentorEnio Tatto09/06/09Antonio MentoEnio TattoVistaBruno Covas07/10VistaBruno Covas07/10Rejeita<strong>do</strong>18/08/09Rejeita<strong>do</strong>18/08/09Rejeita<strong>do</strong>23/08/09


Diário OficialEsta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>Volume 119 • Número 222 • <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, sába<strong>do</strong>, 28 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 2009MP – FERNANDO GRELLA VIEIRA solicitação <strong>de</strong> informações sobre osprocessos envolven<strong>do</strong> a CDHU informan<strong>do</strong> os contratos investiga<strong>do</strong>s<strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1.995 <strong>de</strong>talhan<strong>do</strong> nome das empresas, valor <strong>do</strong>s contratos,localização, data assinatura e se a origem foi através <strong>de</strong> comunicação<strong>do</strong> TCE/SP, se houve ressarcimento aos órgãos públicos, bem como asituação em que se encontram perante o MP/SP.LÁZARO PIUNTI Requerimento para a CPI disponibilize aos membros<strong>do</strong>cumentos entregues em 08/02/2000, em <strong>de</strong>poimento <strong>de</strong> Piunti àComissão <strong>de</strong> Serviços e Obras da Alesp.GORO HAMA - ex- presi<strong>de</strong>nte CDHUANTONIO DIAS FELIPE Diretor Responsável pela Tejofran EngenhariaLAIR KRAHENBUHL Requerimento <strong>de</strong> informações solicitan<strong>do</strong> a relação<strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os empreendimentos da CDHU com informações <strong>de</strong>talhadas<strong>de</strong> cada um (nome, localização, data da contratação e previsão <strong>de</strong>entrega, valor <strong>do</strong> contrato e aditamentos, situação <strong>do</strong> empreendimento:obras físicas, unida<strong>de</strong>s previstas e entregues, regularização <strong>do</strong>smesmos junto aos órgãos públicos)OSMAR SILVA BORGES – Frente <strong>de</strong> Luta por Moradia <strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>EVANIZA ALVES RODRIGUES – União <strong>do</strong>s Movimentos Por MoradiaFELÍCIA MENDES DIAS – Fórum <strong>de</strong> Moradia e Meio AmbienteAntonio MentorEnio TattoAntonio MentorEnio Tatto23/06/09Antonio MentorEnio Tatto 02/09/09Antonio MentorEnio Tatto 25/08/09Antonio MentorEnio Tatto23/06/09Antonio MentorEnio Tatto 02/09/0Antonio MentorEnio Tatto 16/09/09Antonio MentorEnio Tatto 16/09/09Rejeita<strong>do</strong>23/08/09Rejeita<strong>do</strong>18/08/09Rejeita<strong>do</strong> em23/09/09Rejeita<strong>do</strong> em07/10Rejeita<strong>do</strong>23/08/09Rejeita<strong>do</strong>16/09/09Rejeita<strong>do</strong> em16/09/09Rejeita<strong>do</strong> em16/09/09É INADMISSIVEL que a Comissão Parlamentar <strong>de</strong> Inquérito criada com a objetivo <strong>de</strong>apurar irregularida<strong>de</strong>s na execução <strong>de</strong> contratos envolven<strong>do</strong> a Companhia <strong>de</strong> DesenvolvimentoHabitacional e Urbano <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong> – CDHU tenha o seu trabalho restritoa fatos já conheci<strong>do</strong>s e apura<strong>do</strong>s no âmbito <strong>do</strong> que se chamou Operação Pomar, <strong>de</strong>flagradaem 2007 que culminou com o <strong>de</strong>smonte <strong>de</strong> um esquema que saqueou os cofres <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong><strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início <strong>do</strong> ano 2000 até o seu <strong>de</strong>sfecho, não avançan<strong>do</strong> as investigações, <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong>exercício das prerrogativas conferidas aos parlamentares no âmbito <strong>de</strong>sta CPI.Ao restringir sua atuação exclusivamente a <strong>de</strong>poimentos relaciona<strong>do</strong>s à operaçãoPomar, os membros da CPI <strong>de</strong>ixaram <strong>de</strong> cumprir o seu PODER-DEVER <strong>de</strong> investigar os fatos,não impediram assim, que possam continuar ocorren<strong>do</strong> no Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>. Vale citar ocaso <strong>do</strong> município <strong>de</strong> <strong>São</strong> José <strong>do</strong>s Campos, cujas graves <strong>de</strong>núncias <strong>de</strong> corrupção, amplamentedivulga<strong>do</strong>s pela imprensa, mereceriam apuração mais <strong>de</strong>talhada.Mesmo que limita<strong>do</strong>s pela tropa <strong>de</strong> choque governista que impediu o maior aprofundamento<strong>do</strong>s trabalhos, pu<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>cifrar o modus operandi não só da organizaçãocriminosa já <strong>de</strong>smantelada e con<strong>de</strong>nada, mas <strong>de</strong> própria CDHU, como restará comprova<strong>do</strong>.7- CONCLUSÕESA CPI da CDHU foi a primeira CPI instalada <strong>de</strong> todas as que foram requeridas pelaoposição nestes últimos 10 anos.Po<strong>de</strong>ria ter <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> um excelente trabalho <strong>de</strong> investigação, apuração <strong>de</strong> irregularida<strong>de</strong>se <strong>de</strong>svio <strong>de</strong> recursos pratica<strong>do</strong>s por agentes públicos. Se assim proce<strong>de</strong>sse, lançarialuz na obscurida<strong>de</strong> das relações <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminadas empresas e pessoas com o ExecutivoPaulista.Não po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>rar o fato <strong>de</strong> que a CDHU tem sim responsabilida<strong>de</strong> na fiscalizaçãoda utilização <strong>do</strong>s recursos públicos repassa<strong>do</strong>s aos municípios, tanto isso é verda<strong>de</strong>que mantinha a contratação <strong>de</strong> empresa gerencia<strong>do</strong>ra com tal finalida<strong>de</strong>, cujos contratosmostram com clareza essa responsabilida<strong>de</strong>.Mesmo diante <strong>de</strong>stas provas a base <strong>do</strong> governo, certamente orientada pelo Palácio<strong>do</strong>s Ban<strong>de</strong>irantes, insiste em isentar a CDHU, seus dirigentes e os altos mandatários <strong>do</strong>Governo <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong> <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong>s. Preferem, apontar o <strong>de</strong><strong>do</strong> contra técnicos,servi<strong>do</strong>res e prefeitos <strong>de</strong> pequenos municípios.O fato <strong>de</strong> que somente na Região <strong>de</strong> Presi<strong>de</strong>nte Pru<strong>de</strong>nte, foram firma<strong>do</strong>s pelaCDHU 47 Termos <strong>de</strong> Ajustamento <strong>de</strong> Conduta –TAC é um forte indicativo <strong>do</strong> quanto é necessáriouma profunda investigação nos procedimentos da CDHU em especial no programaHabiteto, pois estas irregularida<strong>de</strong>s estão espalhadas por to<strong>do</strong> o Esta<strong>do</strong>.Infelizmente, o que se po<strong>de</strong> concluir é que a CDHU, assim como outros entes <strong>do</strong>governo estadual, representa uma verda<strong>de</strong>ira caixa preta <strong>de</strong> on<strong>de</strong> pouco ou quase nada seconsegue extrair.Lamentavelmente o que constatamos ao final <strong>do</strong>s nossos trabalhos é que existe umabundante discurso pregan<strong>do</strong> a transparência. Entretanto os atos são obscuros assim comoa forma <strong>de</strong> <strong>de</strong>stas pessoas governarem.A CPI da CDHU, infelizmente mimetizou o processo investigativo. Em outras palavras,fez <strong>de</strong> conta que investigou para tentar assim atestar a i<strong>do</strong>neida<strong>de</strong> <strong>de</strong> irresponsáveisgestores públicos em <strong>de</strong>trimento da <strong>de</strong>fesa <strong>do</strong> erário.8.RECOMENDAÇÕES À CDHU1. realização <strong>de</strong> auditoria pela CDHU nas licitações e nos contratos <strong>de</strong> teor semelhante,verifican<strong>do</strong>-se procedimentos incompatíveis com a lei <strong>de</strong> licitações, com <strong>de</strong>staquepara a quebra <strong>do</strong> principio da isonomia entre os licitantes e para a aferição da compatibilida<strong>de</strong><strong>do</strong>s preços pratica<strong>do</strong>s nos contratos com os preços pratica<strong>do</strong>s no merca<strong>do</strong>;2. suspensão da execução <strong>do</strong>s contratos pela CDHU com irregularida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>tectadaspelo TCE/SP, ainda que sem o trânsito em julga<strong>do</strong> da <strong>de</strong>cisão, e inclusão <strong>de</strong>ssas licitações econtratos na auditoria <strong>de</strong> que trata o item anterior;3. solicitar a a<strong>do</strong>ção <strong>de</strong> medidas judiciais visan<strong>do</strong> o ressarcimento aos cofres públicos<strong>do</strong>s prejuízos causa<strong>do</strong>s pelos agentes públicos.9. ENCAMINHAMENTOSDispõe o Regimento Interno da ALESP:Artigo 34-C – Ao término <strong>do</strong>s trabalhos a Comissão apresentará relatório circunstancia<strong>do</strong>,com suas conclusões, que será publica<strong>do</strong> no “Diário da Assembléia” e encaminha<strong>do</strong>:I – à Mesa, para as providências <strong>de</strong> sua alçada ou <strong>do</strong> Plenário, oferecen<strong>do</strong>-se, conformeo caso, projeto <strong>de</strong> lei, <strong>de</strong> <strong>de</strong>creto legislativo ou <strong>de</strong> resolução, que será publica<strong>do</strong> eimediatamente incluí<strong>do</strong> em Pauta;II – ao Ministério Público, à Procura<strong>do</strong>ria-Geral <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> e à Defensoria Pública,respectivamente, com a cópia da <strong>do</strong>cumentação, para que promovam a responsabilida<strong>de</strong>criminal ou civil, por infrações apuradas, e a<strong>do</strong>tem outras medidas <strong>de</strong>correntes <strong>de</strong> suas funçõesinstitucionais;III – ao Po<strong>de</strong>r Executivo, para a<strong>do</strong>tar as providências sanea<strong>do</strong>ras <strong>de</strong> caráter disciplinare administrativo <strong>de</strong>correntes <strong>do</strong> artigo 37, §§ 2º a 6º, da Constituição Fe<strong>de</strong>ral, e <strong>de</strong>maisdispositivos constitucionais e legais aplicáveis, assinalan<strong>do</strong> prazo hábil para seu cumprimento;IV – à Comissão Permanente que tenha maior pertinência com a matéria, à qualincumbirá fiscalizar o atendimento <strong>do</strong> prescrito no inciso anterior;V – à Comissão <strong>de</strong> Fiscalização e Controle, e ao Tribunal <strong>de</strong> Contas <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, paraas providências previstas no artigo 33 e seguintes da Constituição <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>.Parágrafo único – Nos casos <strong>do</strong>s incisos II, III, V e VI a remessa será feita por intermédio<strong>do</strong> Presi<strong>de</strong>nte da Assembléia, no prazo <strong>de</strong> até 10 sessões.O caput <strong>do</strong> dispositivo é impositivo, não haven<strong>do</strong> dúvidas quanto ao cumprimento.Dessa forma, requer-se o encaminhamento <strong>de</strong>ste relatório para publicação no DiárioOficial <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> e posterior envio a todas as unida<strong>de</strong>s mencionadas no art. 34-C.No que se refere ao inciso I, requer-se o envio à Mesa da ALESP; quanto ao inciso IV,o envio à Comissão <strong>de</strong> Fiscalização e Controle, Comissão <strong>de</strong> Habitação e Comissão <strong>de</strong> ObrasPúblicas.10.ANEXOSDOC.DESCRIÇÃO01 Relação <strong>de</strong> 30 contratos relevantes <strong>do</strong> CDHU julga<strong>do</strong>s irregulares peloTribunal <strong>de</strong> Contas <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>02 Relação <strong>de</strong> processos judiciais em curso face aos réus supra nomina<strong>do</strong>s03 Notícia sobre ajuizamento <strong>de</strong> ação pelo Ministério Público <strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>.04 Resumo circunstancia<strong>do</strong> <strong>do</strong>s autos <strong>do</strong> TC 10106/026/03 e05 Cópia integral <strong>do</strong> TC 10106/026/03.06 Resumo circunstancia<strong>do</strong> <strong>do</strong>s autos <strong>do</strong> TC 10107/026/03 e07 Cópia integral <strong>do</strong> TC 10107/026/03.NOTAS1 Julga<strong>do</strong>s <strong>do</strong> STF sobre a natureza das Comissão Parlamentar <strong>de</strong> Inquérito´S: MS23452/ RJ – Rio <strong>de</strong> Janeiro, Relator(a): Min. Celso De Mello, Julgamento: 16/09/1999,Tribunal Pleno, DJ 12-05-2000 ; HC 71039/Rio <strong>de</strong> Janeiro, Relator(a): Min. <strong>Paulo</strong> Brossard,Julgamento: 07/04/1994, Tribunal Pleno, DJ 06-12-19962Artigo 34-C – Ao término <strong>do</strong>s trabalhos a Comissão apresentará relatório circunstancia<strong>do</strong>,com suas conclusões, que será publica<strong>do</strong> no “Diário da Assembléia” eencaminha<strong>do</strong>:I – à Mesa, para as providências <strong>de</strong> sua alçada ou <strong>do</strong> Plenário, oferecen<strong>do</strong>-se,conforme o caso, projeto <strong>de</strong> lei, <strong>de</strong> <strong>de</strong>creto legislativo ou <strong>de</strong> resolução, que será publica<strong>do</strong> eimediatamente incluí<strong>do</strong> em Pauta;II – ao Ministério Público, à Procura<strong>do</strong>ria-Geral <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>e à Defensoria Pública, respectivamente, com a cópia da <strong>do</strong>cumentação, para que promovama responsabilida<strong>de</strong> criminal ou civil, por infrações apuradas, e a<strong>do</strong>tem outras medidas<strong>de</strong>correntes <strong>de</strong> suas funções institucionais;III – ao Po<strong>de</strong>r Executivo, para a<strong>do</strong>tar as providênciassanea<strong>do</strong>ras <strong>de</strong> caráter disciplinar e administrativo <strong>de</strong>correntes <strong>do</strong> artigo 37, §§ 2ºa 6º, da Constituição Fe<strong>de</strong>ral, e <strong>de</strong>mais dispositivos constitucionais e legais aplicáveis, assinalan<strong>do</strong>prazo hábil para seu cumprimento;IV – à Comissão Permanente que tenha maiorpertinência com a matéria, à qual incumbirá fiscalizar o atendimento <strong>do</strong> prescrito no incisoanterior;V – à Comissão <strong>de</strong> Fiscalização e Controle, e ao Tribunal <strong>de</strong> Contas <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, paraas providências previstas no artigo 33 e seguintes da Constituição <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>.Parágrafoúnico – Nos casos <strong>do</strong>s incisos II, III, V e VI a remessa será feita por intermédio <strong>do</strong> Presi<strong>de</strong>nteda Assembléia, no prazo <strong>de</strong> até 10 sessões.3Lei 8666/93 – Art. 87. Pela inexecução total ou parcial <strong>do</strong> contrato a Administraçãopo<strong>de</strong>rá, garantida a prévia <strong>de</strong>fesa, aplicar ao contrata<strong>do</strong> as seguintes sanções:I - advertência;II - multa, na forma prevista no instrumento convocatório ou no contrato;III - suspensão temporária <strong>de</strong> participação em licitação e impedimento <strong>de</strong> contratar com aAdministração, por prazo não superior a 2 (<strong>do</strong>is) anos; (grifo nosso)4 Constituição Estadual – Artigo 33 - O controle externo, a cargo da Assembléia<strong>Legislativa</strong>, será exerci<strong>do</strong> com auxílio <strong>do</strong> Tribunal <strong>de</strong> Contas <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, ao qual compete: ..XIV - comunicar à Assembléia <strong>Legislativa</strong> qualquer irregularida<strong>de</strong> verificada nas contas ouna gestão públicas, envian<strong>do</strong>-lhe cópia <strong>do</strong>s respectivos <strong>do</strong>cumentos;...

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