global de US$ 40 por MWh. Com a redução anunciada pelo governo em setembro do ano passado, de28%, o valor chegaria perto de US$ 45. No entanto, empresários calculam que o corte deve ficarpróximo de 11% e, neste momento, tentam conseguir mais.Para os preços, as perspectivas nos próximos anos não são animadoras. Naopinião do presidente da Alcoa, a cotação não vai subir neste ano. "O volume de estoques continuasubindo, e a China continua aumentando sua produção. Muitas das fábricas chinesas são estatais e émais difícil de serem fechadas", afirma Feder.Analistas que acompanham o metal também não preveem altas expressivas. Briggs, do BNPParibas, calcula um preço de US$ 2.200 por tonelada neste ano, pouco acima dos US$ 2.100 atuais. Omesmo preço foi projetado pelo Bank of America Merrill Lynch, que cortou em dezembro suaprevisão em 4%. O banco australiano Macquire, por sua vez, reduziu em 2,9% sua estimativa para ometal em 2013 na semana passada, para US$ 2.075 por tonelada. Na mesma linha, a agência de riscoStandard & Poor’s disse em relatório recente que o mercado global de alumínio continua desafiador.Fonte: Valor EconômicoData: 17/01/2013A DIFÍCIL TAREFA DE CUTIFANI PARA RECUPERAR A ANGLO AMERICAN"Sou um engenheiro de minas - tenho de seguir o princípio da simplicidade", disse MarkCutifani, ao declarar sua ambição de tornar a Anglo American a melhor mineradora do mundo.Embora Cutifani possa ser uma pessoa que valorize a simplicidade, a tarefa com que sedefronta será tudo, menos simples.A Anglo American, cujo comando Cutifani assumirá no início de abril, enfrenta desafios quevão desde os mais corriqueiros até os de ordem existencial.Cutifani - um australiano que se esforçou ao máximo para conquistar um bom grau decredibilidade na África do Sul - terá de fazer frente a todos eles. Precisará recuperar o que foi descritopor analistas do Deutsche Bank como "elo perdido" entre a direção da Anglo e suas divisões, dar umasolução para o problemático projeto Minas-Rio no Brasil e enfrentar as difíceis relações que a Anglomantém com a África do Sul, onde a empresa foi fundada.A Anglo enfrenta dificuldades para concorrer no cenário mundial desde que transferiu seuregistro principal da bolsa de Johannesburgo para a de Londres, em 1999, ficando bem atrás doslíderes mundiais do setor - a BHP Billiton e a Rio Tinto - em termos de capitalização de mercado.A Cynthia Carroll, que anunciou que deixaria o cargo de principal executiva em outubropassado, foi atribuído o mérito de ter melhorado as relações da empresa com as autoridades sulafricanas.Mas as violentas greves ocorridas no país no ano passado e a perspectiva de novas tensões
salariais no terceiro trimestre deste ano fizeram os investidores internacionais voltarem a dirigir seufoco para as distorções que marcam as atitudes da Anglo para com o país. Por outro lado, seusmaiores investidores domésticos gostariam que a mineradora assumisse suas raízes.Cutifani, relutante em se deixar adiantar em relação à data de sua posse, limitou-se acorroborar o sentimento do presidente do conselho de administração, Sir John Parker, de que aAnglo é uma "mineradora global que se orgulha de sua herança sul-africana".Os acionistas mostraram-se calorosos em elogiar Cutifani. "Trata-se de uma indicação muitoboa", disse Ralph Mupita, executivo-sênior da empresa de serviços financeiros Old Mutual. "Ele érespeitado. Há desafios, certamente, para a Anglo, mas tenho certeza de que ele sabe o que precisaser feito para contorná-los."A estatal Public Investment Corporation, que tinha feito um apelo público em favor de umprincipal executivo sul-africano, elogiou a escolha do conselho de administração, louvando a "amplaexperiência" de Cutifani.Sua nomeação permite pressupor que uma drástica reformulação da empresa - como umaseparação parcial ou total dos ativos sul-africanos do grupo - está fora de cogitação."Mark é um operador - um personagem consagrado na África do Sul -, não uma pessoa quevai pensar o impensável na esfera estratégica", disse Paul Gait, analista da Bernstein que trabalhouna Anglo por oito anos, até 2011. Os acionistas, em vez disso, estarão em busca de uma solução paraas dores de cabeça operacionais da Anglo, como a mina chilena de Los Bronces, cuja produção decobre decepcionou.Outra alta prioridade será decidir como enfrentar as dificuldades do projeto Minas-Rio.Acossada por adiamentos de origem burocrática e acusada por alguns investidores e analistas dequerer dar um passo maior que as pernas, a Anglo disse no ano passado que a construção do Minas-Rio custará agora pelo menos US$ 8 bilhões - mais que o dobro da estimativa original."Os problemas operacionais em Los Bronces devem ser coisa elementar para uma pessoa coma experiência de Mark", disse Gait. "O Minas-Rio deve ser coisa que ele é mais do que capaz deresolver e sua experiência em operar no Brasil certamente será positiva para esse projeto."Uma maior carga tributária talvez esteja rondando a acossada divisão de platina da Anglo,enredada num setor às voltas com a fragilidade dos preços e a superoferta.Para a Anglo, a onda de greves do ano passado que afetou os setores de platina e de ouro naÁfrica do Sul significou ter de fechar suas onerosas minas de Rustenburg, que respondem por cercade 30 a 35% de sua produção.As minas voltaram a operar normalmente. Mas o fechamento de minas antieconômicas numsetor historicamente fixado em onças, e não em lucros, é exatamente a atitude que os investidoresvêm torcendo para ver da parte da Anglo, a líder do setor, com 40% do abastecimento mundial. Alongamente esperada reavaliação da divisão de platina está prevista para dentro de algumassemanas - antes da posse do novo chefe."Precisamos manter o assunto em pauta... porque nos ocupamos dele boa parte do anopassado", disse Sir John Parker ontem, acrescentando que o conselho de administração prometeuaos acionistas um plano para melhorar os retornos, inaceitavelmente baixos.A esperança, disse Gait da Bernstein, é de que a Anglo acabe ganhando duplamente, com aavaliação, por Cutifani, das perspectivas de mais longo prazo da divisão após uma rodada inicial dereestruturação que ajudará a sustentar o preço da platina e melhorar os fluxos de caixa."A interpretação menos benevolente é a de que Sir John detém a estratégia e Mark estásendo encarregado de executá-la", acrescentou ele, o que reforça a percepção reinante em algunscírculos de que o conselho de administração da Anglo vem revelando um grau de ingerência fora docomum.Os investidores ansiosos por ouvir o projeto de Cutifani para a Anglo terão de esperar atédepois da análise estratégica anual de junho.Mas o designado para o posto de principal executivo disse que estarão entre suas prioridades"assegurar que o portfólio seja o portfólio correto". "No fim", acrescentou, "se não criarmos valor