13.07.2015 Views

clipping adimb

clipping adimb

clipping adimb

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Caberá ao próximo governo paraguaio bater o martelo sobre o preço da energia de Itaipu quedeve ser oferecido à canadense Rio Tinto Alcan, interessada em instalar um complexo eletrointensivode produção de alumínio, acoplado a um distrito industrial com 24 fábricas para manufaturar aprodução. O grupo Rio Tinto está disposto a investir US$ 3,5 bilhões no Paraguai, montante superioraos US$ 3,3 bilhões existentes de investimento externo no país, de acordo com o Banco Centralparaguaio.Segundo cálculos do centro de estudos Cadep, formado por ex-ministros dos governosNicanor Duarte (2003-2008) e Fernando Lugo (2008-2012), que iniciaram a negociação com amultinacional, o complexo quando instalado terá um impacto de 3,5% a 7% ao ano no PIB do país. Oestudo avalia que as exportações de alumínio e derivado poderiam render cerca de US$ 1,3 bilhão aoano, ou 25% a mais do que os US$ 5,5 bilhões que o Paraguai exporta atualmente.O grupo Rio Tinto, que controla a subsidiária canadense produtora de alumínio, faturou noano passado US$ 65 bilhões, quase o triplo do PIB nominal paraguaio, de US$ 23 bilhões em 2011.Pelo conceito de paridade do poder de compra, o PIB foi de US$ 40 bilhões.Um memorando de entendimento foi assinado em dezembro, e o empreendimento deveconsumir uma potência instalada de 1.100 MW, ou uma turbina e meia da usina hidrelétrica deItaipu. Hoje, o Paraguai usa apenas uma turbina das 20 existentes em Itaipu e revende a energiaproduzida pelas nove restantes a que tem direito ao Brasil por US$ 240 milhões, o que equivale acerca de US$ 34 o MW de potência instalada.A definição de contratos de energia a baixo preço por espaços longos de tempo é essencialpara a indústria de alumínio, e a Rio Tinto reivindica um acordo por 30 anos. O investimento noParaguai estaria triplamente interligado ao Brasil: diminui a oferta de energia para o país de Itaipu; abauxita e a alumínio, matérias-primas do metal, seriam importadas do Brasil; e pelo menos metadeda produção do complexo paraguaio seria vendida ao país vizinho.O acordo entre o Paraguai e a Rio Tinto começou a ser negociado em 2009, no governo deFernando Lugo, destituído pelo Congresso em junho de 2012. Mas as forças ligadas ao antigo governosão as principais opositoras do governo, alegando que o complexo industrial terá um pesado custoambiental, sobretudo com a possibilidade de ocorrência de chuvas tóxicas que afetem a produçãoagrícola.Ex-vice-ministra de Minas e Energia de Lugo, Mercedes Canese, atualmente candidata adeputada federal, apresentou um estudo em que afirmou que o complexo emitiria a poluiçãoequivalente a 380 mil veículos por dia, ou o mesmo que toda a frota paraguaia. Como o projeto aindaé preliminar, não há estudo de impacto ambiental que corrobore essa avaliação.O projeto também é combatido pelos principais grupos de mídia do país, como o jornal "ABCColor", de Assunção. As preocupações no caso não são ambientais, mas com o preço da energiaelétrica a ser negociado, o atrelamento que o investimento representará ao mercado brasileiro e adiminuição da oferta de energia para outros usos.A usina de Itaipu tem potência de 14 mil MW e a de Yaciretá, na fronteira com a Argentina, de3,1 mil MW. Apesar de ter direito à metade da energia de cada uma, o Paraguai está limitado autilizar apenas 2,3 mil MW por faltas de linhas de transmissão.Uma onda de calor em Assunção levou a uma série de cortes de serviço na capital do país emdezembro, e a estatal de distribuição de energia, a Ande, anunciou neste mês um aumento de 25%na tarifa para custear investimentos.Principal entusiasta do acordo, o atual presidente Federico Franco já descartou a hipótese dese garantir à multinacional o mesmo preço praticado com o Brasil. "Em nenhum caso, sob nenhumacircunstância, se dará a energia ao mesmo preço que cedemos aos brasileiros", afirmou ao assinar omemorando, em dezembro.Fonte: Valor EconômicoData: 14/01/2013

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!