07PORTUGAL POST - Juli 12 Druck:portugal POST Feb 09
07PORTUGAL POST - Juli 12 Druck:portugal POST Feb 09
07PORTUGAL POST - Juli 12 Druck:portugal POST Feb 09
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
4<br />
ENSINO<br />
Nacional & Comunidades<br />
Manuais para alunos de português no<br />
estrangeiro distribuídos apenas em 2013<br />
A distribuição de livros aos alunos de português no estrangeiro<br />
como contrapartida pelo pagamento de uma propina de <strong>12</strong>0 euros<br />
vai avançar apenas no ano lectivo de 2013/2014, disse o secretário<br />
de Estado das Comunidades.<br />
A propina, que começará a ser<br />
cobrada já no próximo ano<br />
lectivo, sofrerá uma redução equivalente<br />
ao valor dos manuais escolares,<br />
disse José Cesário, sem<br />
avançar o valor do corte.<br />
„É preciso um diploma para a<br />
introdução da propina no sistema<br />
e concluiu-se que esse diploma<br />
deveria ser o decreto-lei 165, e<br />
sendo esse decreto é preciso fazer<br />
a sua revisão. É um processo que<br />
já começamos e que pressupõe<br />
um conjunto de audições, nomeadamente<br />
dos sindicatos de professores.<br />
Enquanto este processo não<br />
estiver concluído não é possível<br />
aplicar a propina, se não é possivel<br />
aplicar a propina não podemos<br />
iniciar um conjunto de actos, nomeadamente<br />
a distribuição de manuais<br />
escolares“, disse José<br />
Cesário.<br />
O titular da pasta a Emigração,<br />
que tutela o ensino de português<br />
no estrangeiro através do Instituto<br />
Camões, mostrou-se convencido<br />
de que a propina „possa ser aplicada<br />
logo após o verão“, lembrando<br />
que no presente ano<br />
PUB<br />
lectivo não poderá incluir os manuais<br />
escolares, que „estão a ser<br />
escolhidos agora e deverão estar<br />
na mão dos alunos em Agosto“.<br />
„A propina vai ser aplicada<br />
neste ano lectivo, mas parcialmente.[…]<br />
Terá um valor mais reduzido<br />
uma vez que não terá uma<br />
componente“, sublinhou.<br />
O Governo determinou o pagamento<br />
de uma propina de <strong>12</strong>0<br />
euros para os alunos de português<br />
no ensino paralelo no estrangeiro,<br />
que foram ainda obrigados a fazer<br />
uma pré-inscrição „online“.<br />
A propina destina-se, segundo<br />
o Governo, a custear a inscrição,<br />
os manuais escolares, o aumento<br />
da formação de professores e a<br />
certificação dos cursos.<br />
Para o próximo ano lectivo, o<br />
Governo estima que estejam inscritos<br />
mais de 26 mil alunos,<br />
menos 9.000 do que os 35 mil alunos<br />
que compunham o universo a<br />
que se dirigia esta inscrição.<br />
O deputado socialista Paulo<br />
Pisco, que já por duas vezes questionou<br />
a falta de legislação sobre<br />
esta matéria em requerimentos di-<br />
rigidos ao Governo, criticou a<br />
forma extemporânea como tudo<br />
foi feito.<br />
„Tudo foi definido antes de<br />
haver o devido enquadramento<br />
legal e só agora é que o governo<br />
surge a dizer que terá de haver primeiro<br />
a revisão do decreto-lei<br />
165. Estava tudo definido e foi definido<br />
extemporaneamente e sem<br />
qualquer enquadramento legal“,<br />
disse. Para o parlamentar desde o<br />
início que havia um „problema de<br />
legalidade que só agora foi reconhecido<br />
pelo Governo“, disse<br />
Paulo Pisco.<br />
„A verdade é que agora estamos<br />
praticamente na fase final de<br />
constituição dos horários e ainda<br />
não há revisão do decreto-lei, nem<br />
sabemos se vai ser aprovado a<br />
tempo para que a propina possa<br />
ser aplicada antes do ano letivo“,<br />
sublinhou. Para Paulo Pisco, há<br />
também um problema de constitucionalidade,<br />
já que a Constituição<br />
portuguesa prevê ensino básico e<br />
secundário gratuito para os filhos<br />
dos emigrantes.<br />
Por isso, o deputado socialista<br />
pediu ao provedor de Justiça que<br />
se pronunciasse sobre a medida.<br />
„Tratando-se de uma questão<br />
que tem um prazo de validade, o<br />
provedor de Justiça já se devia ter<br />
pronunciado sobre a constitucionalidade<br />
da decisão de cobrar a<br />
propina“, disse Paulo Pisco.<br />
Fonte da provedoria de Justiça<br />
adiantou à agencia Lusa que o<br />
„assunto está a ser estudado e<br />
acompanhado“.<br />
Parlamento aprova por unanimidade fim da „discriminação“<br />
relativa à iniciativa legislativa dos emigrantes<br />
O Parlamento aprovou por unanimidade<br />
em votação final global<br />
o fim da „discriminação“<br />
existente em relação à iniciativa<br />
legislativa dos emigrantes, que<br />
a partir de agora vão poder<br />
apresentar diplomas sobre todo<br />
o tipo de assuntos.<br />
Tinham sido apresentados dois<br />
projectos de lei, pelo PSD e pelo<br />
PS, que deram origem ao texto<br />
final apresentado pela comissão<br />
de Assuntos Constitucionais e que<br />
mereceu o voto favorável de todas<br />
as bancadas parlamentares.<br />
A Lei n.º 17/2003, de 4 de<br />
Junho, sobre a Iniciativa Legislativa<br />
de Cidadãos, previa que 35<br />
mil cidadãos possam apresentar<br />
no parlamento iniciativas legislativas,<br />
mas os emigrantes só podiam<br />
apresentar iniciativas<br />
legislativas sobre assuntos que<br />
lhes digam directamente respeito.<br />
O novo diploma elimina essa<br />
diferenciação em função do lugar<br />
onde os cidadãos residem.<br />
Também em votação final global<br />
foi aprovada a proposta de lei<br />
do Governo para alterar o regime<br />
de entrada, permanência, saída e<br />
afastamento de estrangeiros do<br />
território nacional.<br />
O diploma, aprovado com o<br />
voto favorável do PSD, CDS-PP e<br />
PS e o voto contra das restantes<br />
bancadas parlamentares, criminaliza<br />
a contratação de imigração<br />
ilegal, cria um novo tipo de autorização<br />
de residência denominado<br />
´Cartão Azul UE’ e reforça o combate<br />
aos casamentos e uniões de<br />
facto de conveniência.<br />
Por outro lado, são ainda introduzidas<br />
alterações ao „instituto<br />
do reagrupamento familiar“ e é<br />
feita uma clarificação da figura do<br />
„emigrante empreendedor“, facilitando<br />
os projectos de investimento<br />
em Portugal.<br />
PORTUGAL <strong>POST</strong> Nº 216 • Julho 20<strong>12</strong><br />
REMESSAS<br />
Há dez anos que<br />
emigrantes não<br />
enviavam tanto<br />
dinheiro para Portugal<br />
As remessas dos emigrantes portugueses<br />
aumentaram no início<br />
do ano para níveis de há dez<br />
anos, alcançando 822,4 milhões<br />
de euros entre Janeiro e Abril.<br />
Este valor representa mais<br />
17,6% do que no mesmo período<br />
do ano passado e é o mais elevado<br />
desde 2002, segundo dados<br />
do Banco de Portugal noticiados<br />
no Diário Económico.<br />
Estes números sugerem uma<br />
inversão da tendência de queda<br />
das remessas, a par do aumento<br />
do número de portugueses que<br />
sai do país para trabalhar. Em<br />
20<strong>09</strong> caíram 8,2% e no ano passado<br />
estabilizaram, subindo apenas<br />
0,19%.<br />
O aumento da emigração nos<br />
últimos anos e o agravamento da<br />
situação em Portugal poderá<br />
estar a levar os que estão fora a<br />
sentirem-se compelidos a ajudar<br />
mais os familiares que ficaram<br />
em Portugal, segundo especialistas<br />
ouvidos por aquele jornal.<br />
Numa primeira fase, quem<br />
emigra tem mais tendência para<br />
gastar dinheiro devido às novas<br />
despesas, refere Filipa Pinho, do<br />
Observatório da Emigração.<br />
Mesmo assim, o aumento das dificuldades<br />
“pode levar a que uma<br />
emigração mais antiga seja impelida<br />
a ajudar os seus familiares”,<br />
diz Jorge Malheiros, do Centro<br />
de Estudos Geográficos da Universidade<br />
de Lisboa.<br />
PUB