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07PORTUGAL POST - Juli 12 Druck:portugal POST Feb 09

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PORTUGAL <strong>POST</strong><br />

ANO XIX • Nº 216 • Julho 20<strong>12</strong> • Publicação mensal • 2.00 €<br />

Portugal Post Verlag, Burgholzstr. 43 • 44145 Dortmund • Tel.: 0231-83 90 289 • Telefax 0231- 8390351 • E Mail: correio@free.de • www. <strong>portugal</strong>post.de • K 25853 •ISSN 0340-3718<br />

VPU com nova direcção e nova vida<br />

Entrevista com o novo presidente, Rogério Pires Pág. 3<br />

A nova direcção da Federação de Empresários Portugueses na Alemanha (VPU). Da esq.: Michaela Ferreira do Santos,<br />

Dra. Carla Batuca – Branco, Rogério Pires e Rosário Pinho Bayer. Foto: Paulo Santos<br />

Portugal Post - Burgholzstr 43 - 44145 Do<br />

PVST Deutsche Post AG - Entgelt bezahlt K25853<br />

Portugal<br />

abandonado<br />

Crónica<br />

de Cristina Krippahl Pág. 5<br />

Portugueses<br />

em Miltenberg<br />

Conversa com Joachim Bieber<br />

Presidente da Câmara Pág. 11<br />

PUB<br />

www.<strong>portugal</strong>post.de<br />

Publicidade


2<br />

Director: Mário dos Santos<br />

Redação e Colaboradores<br />

Cristina Dangerfield-Vogt: Berlim<br />

Cristina Krippahl: Bona<br />

Joaquim Peito: Hanôver<br />

Luísa Costa Hölzl: Munique<br />

Correspondentes<br />

António Horta: Gelsenkirchen<br />

Elisabete Araújo: Euskirchen<br />

Fernando Roldão: Frankfurt/M<br />

João Ferreira: Singen<br />

Jorge Martins Rita: Estugarda<br />

Manuel Abrantes: Weilheim-Teck<br />

Maria dos Anjos Santos: Hamburgo<br />

Maria do Rosário Loures: Nuremberga<br />

Vitor Lima: Weinheim<br />

Colunistas<br />

António Justo: Kassel<br />

Carlos Gonçalves: Lisboa<br />

Glória de Sousa: Bona<br />

Helena Ferro de Gouveia: Bona<br />

Joaquim Nunes: Offenbach<br />

José Eduardo: Frankfurt / M<br />

Lagoa da Silva: Lisboa<br />

Luciano Caetano da Rosa: Berlim<br />

Marco Bertoloso: Colónia<br />

Paulo Pisco: Lisboa<br />

Rui Paz: Dusseldórfia<br />

Teresa Soares: Nuremberga<br />

Tradução Barbara Böer-Alves<br />

Assuntos Sociais<br />

José Gomes Rodrigues<br />

Consultório Jurídico:<br />

Catarina Tavares, Advogada<br />

Michaela Azevedo dos Santos, Advogada<br />

Miguel Krag, Advogado<br />

Fotógrafos: Fernando Soares<br />

Publicidade: Alfredo Cardoso (Norte) e<br />

Fernando Roldão (Sul)<br />

Agências: Lusa. DPA<br />

Impressão: Portugal Post Verlag<br />

Redacção, Assinaturas Publicidade<br />

Burgholzstr. 43 • 44145 Dortmund<br />

Tel.: (0231) 83 90 289 • Fax: (0231) 83 90 351<br />

www.<strong>portugal</strong>post.de<br />

EMail: <strong>portugal</strong>post@free.de<br />

www.facebook.com/<strong>portugal</strong> post<br />

Registo Legal: Portugal Post Verlag<br />

ISSN 0340-3718<br />

PVS K 25853<br />

Propriedade: Portugal Post Verlag<br />

Registo Comercial: HRA 13654<br />

Os textos publicados na rubrica Opinião são<br />

da exclusiva responsabilidade de quem os assina<br />

e não veiculam qualquer posição do jornal<br />

PORTUGAL <strong>POST</strong><br />

PORTUGAL <strong>POST</strong> Nº 216 • Julho 20<strong>12</strong><br />

PORTUGAL <strong>POST</strong> Editorial<br />

Agraciado com a Medalha da Liberdade<br />

e Democracia da Assembleia da República<br />

Fundado em 1993<br />

Mário dos Santos<br />

VPU – Um recomeço feliz<br />

C<br />

om a eleição de uma nova direcção,<br />

a Federação de Empresários<br />

Portugueses na<br />

Alemanha irá ganhar um novo<br />

impulso quanto mais não seja<br />

por ter no seu seio três mulheres, um acontecimento<br />

que se deve sublinhar, sabendo<br />

que não é normal haver um poder feminino<br />

em agremiações do género.<br />

As mulheres, a saber: as advogadas Michaela<br />

Ferreira dos Santos (Colónia) e Rosário<br />

Pinho Bayer (Berlin), bem como a<br />

Dra. Carla Batuca-Branco, são elementos<br />

que, devido à forte ligação à VPU e, por<br />

outro lado, à sua sensibilidade no que à área<br />

empresarial diz respeito, tendem puxar a federação<br />

para aquilo que foi criada há cerca<br />

de 16 anos, isto é, tornar-se no principal in-<br />

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pode pagar por débito na sua conta bancária<br />

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innerhalb von 14 Tagen schriftlich bei der Portugal Post - Aboabteilung,<br />

Burgholzstr. 43 - 44145 Dortmund widerrufen kann. Zur Fristwahrung<br />

genügt die rechtzeitige Absendung.<br />

Das Abo verlängert sich um den angegebenen Zahlungzeitraum<br />

zum gültigen Bezugspreis, wenn es nicht drei Wochen vor Ablauf<br />

schriftlich gekündigt wird.<br />

Se é assinante, avise-nos<br />

se mudou ou vai mudar<br />

de endereço<br />

Fax: 0231 - 83 90 351<br />

Tel.: 0231 - 83 90 289<br />

terlocutor dos interesses empresariais entre<br />

a Alemanha – Portugal – Alemanha. Naturalmente<br />

que em razão disto, a VPU tornase<br />

também num importante parceiro dos<br />

interesses portugueses na Alemanha no que<br />

se refere às questões económicas.<br />

Para além dos três elementos femininos,<br />

a VPU conta também com um novo presidente,<br />

Rogério Pires, eleito por unanimidade<br />

e em quem se depõe muitas<br />

esperanças e se espera que faça da federação<br />

uma instituição de referência de modo<br />

a colocá-la no centro da actividade empresarial<br />

portuguesa na Alemanha.<br />

Para além de ser a primeira vez que a<br />

direcção da VPU é dirigida unicamente por<br />

portugueses (o que pode ser apenas um<br />

coincidência), tanto Rogério Pires com os<br />

Preencha de forma legível, recorte e envie este cupão para:<br />

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Datum: Unterschrift<br />

correio@free.de #<br />

Veja os preços e formas de encomenda na página 26<br />

restantes membros da direcção da VPU<br />

conhecem como ninguém o terreno em que<br />

se movem.<br />

A sua juventude aliada à experiência, ao<br />

Know-how adquirido e aos contactos e<br />

prestígio que a VPU foi angariando ao<br />

longo dos seus dezasseis anos de existência<br />

pode constituir um (re)começo feliz da federação<br />

em direcção a um futuro em que,<br />

nesta área, todos devem remar para o<br />

mesmo lado.<br />

Sendo a Alemanha talvez um dos mais<br />

importantes parceiros comerciais de Portugal<br />

na Europa, é justo que se deseje uma<br />

Federação de Empresários lusos forte e<br />

com condições humanas e materiais que lhe<br />

permita corresponder àquilo que todos esperam<br />

dela<br />

PUB


PORTUGAL <strong>POST</strong> Nº 216 • Julho 20<strong>12</strong><br />

Rogério Pires, recém-eleito presidente da Federação de Empresários Portugueses na Alemanha<br />

“A VPU pode abrir portas junto de empresários e<br />

associações empresariais alemãs”<br />

Fundada em 1996 em Bona, a Federação de Empresários Portugueses<br />

na Alemanha (vulgo VPU) elegeu em meados do passado mês<br />

de Junho a sua nova direcção.<br />

Rogério Pires, responsável da representação do banco Santander<br />

Totta na Alemanha, candidatou-se e foi eleito o novo presidente<br />

da agremiação dos empresários lusos na Alemanha.<br />

Na primeira entrevista que dá ao PP, o novo presidente da VPU revela<br />

as linhas pelas quais vai pautar a sua acção num momento em<br />

que se antevê uma viragem após 16 anos de vida e de experiência<br />

da única federação de empresários lusos neste país.<br />

Com o senhor à frente da nova<br />

direcção da Federação de Empresários<br />

Portugueses na Alemanha,<br />

de que forma é que pensa<br />

dirigir uma agremiação virada<br />

para os interesses empresários<br />

lusos neste país?<br />

Rogério Pires: Os interesses dos<br />

empresários portugueses na Alemanha<br />

devem ser sempre representados<br />

ao mais alto nível possível.<br />

Num país como a Alemanha,<br />

onde a distância é um obstáculo, a<br />

minha função, enquanto Presidente,<br />

irá ser em apostar na descentralização,<br />

criando representações e mais<br />

parcerias estratégicas que correspondam<br />

aos interesses dos associados.<br />

Serão três as tarefas fundamentais<br />

da minha presidência: aumentar o número<br />

dos associados; continuar com<br />

a defesa e a representação dos interesses<br />

dos empresários, assim como darlhes<br />

assistência em termos de<br />

prestação de serviços e contactos<br />

úteis. Por outro lado, a VPU estará<br />

orientada para intensificar a (in)formação<br />

dos pequenos empresários e<br />

desenvolver eventos e exposições no<br />

sentido da divulgação dos nossos produtos<br />

com a colaboração e parceria<br />

das empresas do pequeno comércio e<br />

não só.<br />

Como é que o Governo português<br />

pode aproveitar, no bom<br />

sentido, a VPU num momento<br />

em que a aposta dos governantes<br />

é a diplomacia económica?<br />

Rogério Pires: Não é por acaso<br />

que o Sr. Ministro dos Negócios<br />

Estrangeiros, Dr. Paulo Portas, quer<br />

que os diplomatas portugueses façam<br />

estágios nas empresas, criando, assim,<br />

experiência no universo empresarial.<br />

Este anúncio demonstra que todas as<br />

associações empresariais preenchem<br />

um papel fundamental na nova política<br />

económica de Portugal.<br />

No que diz respeito à nossa responsabilidade,<br />

digo-lhe que a VPU,<br />

enquanto única federação empresarial<br />

portuguesa na Alemanha, pode<br />

abrir portas junto de empresários, associações<br />

empresariais alemãs etc.<br />

Penso, que se deve aproveitar as nossas<br />

sinergias para esse objectivo.<br />

Existem, como é sabido, várias<br />

formas de desenvolver e cativar novos<br />

negócios, e algumas delas passam<br />

pela VPU, a qual dispõe de instrumentos<br />

e conhecimentos eficazes para<br />

quem procura parcerias, investimentos<br />

e ou comercialização de novos<br />

produtos na Alemanha.<br />

Conquistar os pequenos comerciantes<br />

para a federação foi sempre<br />

um objectivo pouco<br />

conseguido. De que forma é que<br />

a nova direcção vai promover a<br />

VPU com o objectivo da conquista<br />

de mais associados?<br />

Rogério Pires: Sabe, esse, além de<br />

outros, é um dos grandes objectivos<br />

para estes dois anos. Infelizmente, o<br />

pequeno comerciante não está, ou está<br />

pouco, organizado, porque não vê<br />

vantagens imediatas numa filiação.<br />

Mas acho que é nesse pensamento<br />

que está o grande equívoco. Nesse<br />

segmento tem que haver uma atenção<br />

redobrada da VPU de modo a criar<br />

condições para a adesão desses empresários.<br />

Temos pequenos empresários<br />

com enorme potencial de<br />

crescimento cuja actividade pode ser<br />

útil à criação de uma rede de multiplicadores<br />

dos produtos e do bom nome<br />

de Portugal.<br />

Quais as vantagens que se oferecem<br />

aos empresários a partir do<br />

momento em que aderem à fede-<br />

À venda 2ª edição<br />

Directório com centenas de empresas luso-alemãs.<br />

Um meio de contactos disponível para todos -<br />

particulares e empresas<br />

ração?<br />

Rogério Pires: A VPU serve<br />

como plataforma para os seus associados<br />

e dispõe de contactos comerciais<br />

e de serviços personalizados e<br />

adequados para a uma boa performance<br />

das empresas no mercado alemão,<br />

nomeadamente em: Assistência<br />

Jurídica e Fiscal; Assistência na<br />

Constituição da Empresa; Planeamento<br />

e Desenvolvimento de Projectos/Modelos<br />

de Negócio; Gestão<br />

Empresarial; Consultaria de Mercados<br />

e Marketing; Consultaria de Recursos<br />

Humanos.<br />

A nossa presença na internet tem<br />

sido uma mais valia para os associados.<br />

Desde o início do ano incluímos<br />

uma Bolsa de Emprego para a qual<br />

chamo a atenção<br />

Recordo que somos uma das úni-<br />

Rogério Pires, o novo presidente da VPU<br />

cas federações que dispõe de um programa<br />

de análise empresarial o qual<br />

irá estar em breve no nosso site da internet.<br />

Além desses aspectos, a VPU<br />

vê-se como interlocutor dos interesses<br />

dos empresários associados e os órgãos<br />

oficiais.<br />

Qual é o perfil dos associados da<br />

VPU e que interesses têm?<br />

Rogério Pires: Os associados abrangem<br />

todos os sectores de actividade<br />

economia com interesses na<br />

Alemanha e em Portugal.<br />

Como é que os interessados<br />

podem contactar a VPU?<br />

Rogério Pires: A VPU está presente<br />

na Internet através do seu site<br />

(www.vpu.org), que já sofreu algumas<br />

alterações e continua a ser actua-<br />

DIRECTÓRIO EMPRESARIAL LUSO-ALEMÃO<br />

Foto: Paulo Santos<br />

Encomenda de exemplares e pedido de informações<br />

Tel.: 0231 - 83 90 289 ou pot fax: 0231: 83 90 289<br />

<strong>portugal</strong>post@free.de<br />

Burgholzstr.43 44145 Dortmund<br />

Preço: € 7,50 + portes (particulares)<br />

€ <strong>12</strong>,50 + portes (empresas)<br />

PUB<br />

Entrevista<br />

3<br />

lizado para bem de todos. No que<br />

concerne à internet, actualmente<br />

temos uma parte interna com acesso<br />

exclusivo para os associados e a outra<br />

comum com acesso geral. A VPU está<br />

também contactável via telefone:<br />

0221- 9<strong>12</strong>65721, Postfach 102711,<br />

50467 Köln e também via e-mail:<br />

info@vpu.org.<br />

Com cerca de 16 anos de existência<br />

não será o tempo de a VPU<br />

pensar num modelo de estrutura<br />

e funcionamento diferente, por<br />

exemplo, semelhante à de uma<br />

câmara de comércio?<br />

Rogério Pires: A actuação actual<br />

da VPU já é semelhante à de uma câmara<br />

de comércio, com uma diferença<br />

que é a falta de uma estrutura permanente<br />

ao serviços dos associados.<br />

Essa facto é substancial, mas não relevante,<br />

numa boa estrutura onde cada<br />

associado tem o poder de corresponder<br />

a uma solicitação de fora ou interna.<br />

Numa altura em que Portugal<br />

vive uma crise económico-financeira<br />

e considerando que a Alemanha<br />

é o segundo mercado<br />

europeu para as exportações<br />

portuguesas, de que forma é que<br />

a VPU pode contribuir para reforço<br />

das exportações lusas para<br />

este país?<br />

Rogério Pires: Como já referi, a<br />

VPU dispõe de um excelente conhecimento<br />

do mercado, de bons contactos<br />

empresariais e políticos, de<br />

uma estrutura de sócios empresariais<br />

em todos os ramos significativos que<br />

podem ser multiplicadores de negócios<br />

na Alemanha. Dispomos de parcerias<br />

estratégicas para uma boa<br />

comercialização e implementação de<br />

novas oportunidades de negócio.<br />

Quais são os elementos que<br />

fazem parte dos actuais corpos<br />

gerentes?<br />

Rogério Pires: Além da minha<br />

pessoa fazem parte da actual direcção<br />

a Doutora Carla Batuca-Branco, a Senhora<br />

Michaela Ferreira dos Santos e<br />

a Senhora Rosário Pinho Bayer,<br />

membros cujo conhecimento é fundamental<br />

para a VPU.<br />

Há já algum plano de iniciativas<br />

para os próximos tempos?<br />

Rogério Pires: Ainda este ano<br />

vamos promover duas iniciativas em<br />

colaboração com a casa editora do<br />

PORTUGAL <strong>POST</strong>, a saber: o lançamento<br />

da terceira edição do directório<br />

empresarial luso-alemão, uma<br />

série de exposições “Made in Portugal”<br />

em 4 pontos da Alemanha; o alargamento<br />

e reforço da nossa presença<br />

na internet, assim como desenvolvimento<br />

e implementação de novos projectos,<br />

os quais divulgaremos no<br />

nosso site e no PORTUGAL <strong>POST</strong>.<br />

Mário dos Santos


4<br />

ENSINO<br />

Nacional & Comunidades<br />

Manuais para alunos de português no<br />

estrangeiro distribuídos apenas em 2013<br />

A distribuição de livros aos alunos de português no estrangeiro<br />

como contrapartida pelo pagamento de uma propina de <strong>12</strong>0 euros<br />

vai avançar apenas no ano lectivo de 2013/2014, disse o secretário<br />

de Estado das Comunidades.<br />

A propina, que começará a ser<br />

cobrada já no próximo ano<br />

lectivo, sofrerá uma redução equivalente<br />

ao valor dos manuais escolares,<br />

disse José Cesário, sem<br />

avançar o valor do corte.<br />

„É preciso um diploma para a<br />

introdução da propina no sistema<br />

e concluiu-se que esse diploma<br />

deveria ser o decreto-lei 165, e<br />

sendo esse decreto é preciso fazer<br />

a sua revisão. É um processo que<br />

já começamos e que pressupõe<br />

um conjunto de audições, nomeadamente<br />

dos sindicatos de professores.<br />

Enquanto este processo não<br />

estiver concluído não é possível<br />

aplicar a propina, se não é possivel<br />

aplicar a propina não podemos<br />

iniciar um conjunto de actos, nomeadamente<br />

a distribuição de manuais<br />

escolares“, disse José<br />

Cesário.<br />

O titular da pasta a Emigração,<br />

que tutela o ensino de português<br />

no estrangeiro através do Instituto<br />

Camões, mostrou-se convencido<br />

de que a propina „possa ser aplicada<br />

logo após o verão“, lembrando<br />

que no presente ano<br />

PUB<br />

lectivo não poderá incluir os manuais<br />

escolares, que „estão a ser<br />

escolhidos agora e deverão estar<br />

na mão dos alunos em Agosto“.<br />

„A propina vai ser aplicada<br />

neste ano lectivo, mas parcialmente.[…]<br />

Terá um valor mais reduzido<br />

uma vez que não terá uma<br />

componente“, sublinhou.<br />

O Governo determinou o pagamento<br />

de uma propina de <strong>12</strong>0<br />

euros para os alunos de português<br />

no ensino paralelo no estrangeiro,<br />

que foram ainda obrigados a fazer<br />

uma pré-inscrição „online“.<br />

A propina destina-se, segundo<br />

o Governo, a custear a inscrição,<br />

os manuais escolares, o aumento<br />

da formação de professores e a<br />

certificação dos cursos.<br />

Para o próximo ano lectivo, o<br />

Governo estima que estejam inscritos<br />

mais de 26 mil alunos,<br />

menos 9.000 do que os 35 mil alunos<br />

que compunham o universo a<br />

que se dirigia esta inscrição.<br />

O deputado socialista Paulo<br />

Pisco, que já por duas vezes questionou<br />

a falta de legislação sobre<br />

esta matéria em requerimentos di-<br />

rigidos ao Governo, criticou a<br />

forma extemporânea como tudo<br />

foi feito.<br />

„Tudo foi definido antes de<br />

haver o devido enquadramento<br />

legal e só agora é que o governo<br />

surge a dizer que terá de haver primeiro<br />

a revisão do decreto-lei<br />

165. Estava tudo definido e foi definido<br />

extemporaneamente e sem<br />

qualquer enquadramento legal“,<br />

disse. Para o parlamentar desde o<br />

início que havia um „problema de<br />

legalidade que só agora foi reconhecido<br />

pelo Governo“, disse<br />

Paulo Pisco.<br />

„A verdade é que agora estamos<br />

praticamente na fase final de<br />

constituição dos horários e ainda<br />

não há revisão do decreto-lei, nem<br />

sabemos se vai ser aprovado a<br />

tempo para que a propina possa<br />

ser aplicada antes do ano letivo“,<br />

sublinhou. Para Paulo Pisco, há<br />

também um problema de constitucionalidade,<br />

já que a Constituição<br />

portuguesa prevê ensino básico e<br />

secundário gratuito para os filhos<br />

dos emigrantes.<br />

Por isso, o deputado socialista<br />

pediu ao provedor de Justiça que<br />

se pronunciasse sobre a medida.<br />

„Tratando-se de uma questão<br />

que tem um prazo de validade, o<br />

provedor de Justiça já se devia ter<br />

pronunciado sobre a constitucionalidade<br />

da decisão de cobrar a<br />

propina“, disse Paulo Pisco.<br />

Fonte da provedoria de Justiça<br />

adiantou à agencia Lusa que o<br />

„assunto está a ser estudado e<br />

acompanhado“.<br />

Parlamento aprova por unanimidade fim da „discriminação“<br />

relativa à iniciativa legislativa dos emigrantes<br />

O Parlamento aprovou por unanimidade<br />

em votação final global<br />

o fim da „discriminação“<br />

existente em relação à iniciativa<br />

legislativa dos emigrantes, que<br />

a partir de agora vão poder<br />

apresentar diplomas sobre todo<br />

o tipo de assuntos.<br />

Tinham sido apresentados dois<br />

projectos de lei, pelo PSD e pelo<br />

PS, que deram origem ao texto<br />

final apresentado pela comissão<br />

de Assuntos Constitucionais e que<br />

mereceu o voto favorável de todas<br />

as bancadas parlamentares.<br />

A Lei n.º 17/2003, de 4 de<br />

Junho, sobre a Iniciativa Legislativa<br />

de Cidadãos, previa que 35<br />

mil cidadãos possam apresentar<br />

no parlamento iniciativas legislativas,<br />

mas os emigrantes só podiam<br />

apresentar iniciativas<br />

legislativas sobre assuntos que<br />

lhes digam directamente respeito.<br />

O novo diploma elimina essa<br />

diferenciação em função do lugar<br />

onde os cidadãos residem.<br />

Também em votação final global<br />

foi aprovada a proposta de lei<br />

do Governo para alterar o regime<br />

de entrada, permanência, saída e<br />

afastamento de estrangeiros do<br />

território nacional.<br />

O diploma, aprovado com o<br />

voto favorável do PSD, CDS-PP e<br />

PS e o voto contra das restantes<br />

bancadas parlamentares, criminaliza<br />

a contratação de imigração<br />

ilegal, cria um novo tipo de autorização<br />

de residência denominado<br />

´Cartão Azul UE’ e reforça o combate<br />

aos casamentos e uniões de<br />

facto de conveniência.<br />

Por outro lado, são ainda introduzidas<br />

alterações ao „instituto<br />

do reagrupamento familiar“ e é<br />

feita uma clarificação da figura do<br />

„emigrante empreendedor“, facilitando<br />

os projectos de investimento<br />

em Portugal.<br />

PORTUGAL <strong>POST</strong> Nº 216 • Julho 20<strong>12</strong><br />

REMESSAS<br />

Há dez anos que<br />

emigrantes não<br />

enviavam tanto<br />

dinheiro para Portugal<br />

As remessas dos emigrantes portugueses<br />

aumentaram no início<br />

do ano para níveis de há dez<br />

anos, alcançando 822,4 milhões<br />

de euros entre Janeiro e Abril.<br />

Este valor representa mais<br />

17,6% do que no mesmo período<br />

do ano passado e é o mais elevado<br />

desde 2002, segundo dados<br />

do Banco de Portugal noticiados<br />

no Diário Económico.<br />

Estes números sugerem uma<br />

inversão da tendência de queda<br />

das remessas, a par do aumento<br />

do número de portugueses que<br />

sai do país para trabalhar. Em<br />

20<strong>09</strong> caíram 8,2% e no ano passado<br />

estabilizaram, subindo apenas<br />

0,19%.<br />

O aumento da emigração nos<br />

últimos anos e o agravamento da<br />

situação em Portugal poderá<br />

estar a levar os que estão fora a<br />

sentirem-se compelidos a ajudar<br />

mais os familiares que ficaram<br />

em Portugal, segundo especialistas<br />

ouvidos por aquele jornal.<br />

Numa primeira fase, quem<br />

emigra tem mais tendência para<br />

gastar dinheiro devido às novas<br />

despesas, refere Filipa Pinho, do<br />

Observatório da Emigração.<br />

Mesmo assim, o aumento das dificuldades<br />

“pode levar a que uma<br />

emigração mais antiga seja impelida<br />

a ajudar os seus familiares”,<br />

diz Jorge Malheiros, do Centro<br />

de Estudos Geográficos da Universidade<br />

de Lisboa.<br />

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PORTUGAL <strong>POST</strong> Nº 216 • Julho 20<strong>12</strong> Ncional & Comunidades 5<br />

Portugal abandonado<br />

A emigração é decerto um mal.<br />

Porque aqueles que se oferecem<br />

mostram ser, por essa resolução,<br />

os mais enérgicos e os mais<br />

rijamente decididos; e num país<br />

de fracos e de indolentes, é um<br />

prejuízo perder as raras vontades<br />

firmes e os poucos braços<br />

viris.<br />

P<br />

alavras publicadas no dia<br />

8 de Dezembro de 1871,<br />

nas “Farpas” de Eça de<br />

Queiroz e Ramalho Ortigão.<br />

Pareceu-me oportuno<br />

repeti-las aqui, tendo em<br />

conta o debate em torno da<br />

“nova” emigração portuguesa.<br />

“Porque a emigração entre nós,<br />

não é como em toda a parte a<br />

transbordação de uma população<br />

que sobra, é a fuga de uma<br />

população que sofre;”<br />

No final do século XIX, em<br />

meados do século XX e no início<br />

do século XXI: ninguém sobra em<br />

Portugal, todos são necessários<br />

para tirar o país da miséria em que<br />

se encontra. Mas os nossos governantes,<br />

então como hoje, discordam.<br />

Acham que devem encorajar<br />

o Zé Povinho a partir para as<br />

Alemanhas e Franças, os Brasis e<br />

Angolas, fazer qualquer trabalho<br />

que consigam arranjar. O que importa<br />

é que enviem as remessas<br />

para sanear as contas por eles des-<br />

feitas. Deste modo, a nossa elite,<br />

mais sobrinhos, cunhados e comadres,<br />

poderão continuar tranquilamente<br />

a gozar os tachos<br />

passados de mão em mão, afirmando-se<br />

salvadores da nação<br />

abandonada pelos seus melhores<br />

cidadãos. Levá-los a emigrar, a<br />

construir longe uma vida impossível<br />

no seu país, sempre é muito<br />

menos trabalhoso e muito mais<br />

cómodo do que lhes criar as condições<br />

para que possam ter uma<br />

vida digna desse nome na terra<br />

onde nasceram. Havia que trabalhar<br />

para isso, havia que lutar contra<br />

os interesses estabelecidos, as<br />

estruturas da cunha e corrupção, a<br />

inércia de quem se agarra ao<br />

tacho, a prepotência dos pequenos<br />

déspotas na administração pública,<br />

a vergonha que é a Justiça,<br />

e muito mais. Para quê, se o problema<br />

se resolve bem como de<br />

costume? Podem confiar que os<br />

portugueses acatam e não se defendem.<br />

Até a imprensa internacional<br />

já o noticiou. A apatia é<br />

apanágio nacional.<br />

“Porque não é o espírito de indústria,<br />

de actividade, de expansão,<br />

de criação, que leva os<br />

nossos colonos, - como leva os<br />

ingleses à Austrália e à Índia - é<br />

a miséria de um país esterilizado<br />

que expulsa, sacode e que<br />

instiga a emigrar, a procurar<br />

longe o pão;”<br />

É a luta para dar casa e pão<br />

aos filhos e mantê-los na escola<br />

num país onde, até hoje, apenas<br />

30% da população tem o ensino<br />

secundário. Há quem tenha partido<br />

para o estrangeiro também<br />

para assegurar as propinas elevadas<br />

dos filhos na escola particular.<br />

Não porque o ensino seja necessariamente<br />

melhor, mas porque há<br />

aqui a possibilidade de fazer hoje<br />

os bons contactos que amanhã<br />

abrem as portas à cunha e ao<br />

tacho. A esperança é que a grande<br />

crise mais que previsível da próxima<br />

geração – já que nada vai<br />

mudar – passe ao lado da prole a,<br />

e que toque a outros abandonar,<br />

mais uma vez, o país, os pais, a<br />

mulher, o marido, os filhos e os<br />

amigos. O progresso à portuguesa<br />

nunca tem nada a ver com trabalhar<br />

para o bem comum.<br />

Porque não basta, como é<br />

óbvio, apontar o dedo aos que seguram<br />

as rédeas e escusar-se de<br />

toda a responsabilidade pela situação.<br />

Empurrar responsabilidades<br />

para cima dos outros é um desporto<br />

nacional no qual somos<br />

campeões. Já assumir responsabilidades<br />

é um curso sem frequentação.<br />

Mais de 40% dos<br />

portugueses nem sentem que têm<br />

o dever de votar. Embora gostem<br />

de se queixar dos governantes que<br />

têm. E todos os piores vícios e<br />

corrupções apontados ás elites são<br />

piamente copiados no plano privado<br />

e profissional. É o chamado<br />

“desenrascanço”, a solução à portuguesa<br />

que nunca perde tempo<br />

Crónica<br />

Cristina Krippahl<br />

para perguntar se o meu comportamento<br />

prejudica o colega, o<br />

amigo, a família ou a sociedade<br />

em geral. A má consciência –<br />

onde existe, e é raro - é afogada<br />

numa cervejola e esquecida diante<br />

dum jogo de futebol. Os filhos<br />

aprendem em casa e depois ensinam<br />

aos próprios filhos.<br />

Poderia ter sido diferente. Se<br />

o ensino e a formação tivessem<br />

sido a prioridade dos nossos governantes<br />

desde a década de 80,<br />

quando a falta de fundos, graças à<br />

Europa, deixou de ser desculpa.<br />

Mas não houve quem ensinasse ás<br />

novas gerações que o cidadão tem<br />

direitos, mas também tem deveres.<br />

Em vez disso aprenderam que<br />

o “chico-espertismo” é que rende,<br />

e o resto que vá às favas. Se os<br />

dinheiros da Europa tivessem sido<br />

investidos para instruir um povo,<br />

despertar a sua curiosidade pelo<br />

funcionamento do mundo, encorajá-lo<br />

a pesquisar, criar e inovar,<br />

a situação hoje seria diferente.<br />

Mas já Salazar sabia perfeitamente<br />

que gente instruída e conhecedora<br />

dos seus direitos não se<br />

deixa manipular como um rebanho<br />

de ovelhas. Que gente que<br />

pensa pela própria cabeça um dia<br />

acaba por perceber que só a prosperidade<br />

de todos garante o bemestar<br />

individual. Seria o fim dos<br />

tachos. A lição não passou despercebida<br />

aos herdeiros de Salazar.<br />

Portugal no século XXI. E Eça de<br />

Queiroz e Ramalho Ortigão às<br />

voltas na campa.<br />

Foto: lusa<br />

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Das Lehrwerk<br />

„Está bem“<br />

Mit der neuen<br />

portugiesischen<br />

Rechtschreibung!<br />

Als erstes Portugiesisch-Lehrwerk für europäisches<br />

Portugiesisch berücksichtigt<br />

das einbändige Lehrbuch „Está bem“ die<br />

Rechtschreibung von 2010.<br />

„Está bem“ kann an VHS und Hochschulseminaren,<br />

jedoch auch im Selbststudium<br />

eingesetzt werden.<br />

In 24 Lektionen, die in zügiger Progression<br />

bis zur Sprachbeherrschung auf<br />

Stufe B2 führen, wird das jeweils neu<br />

einzuführende Vokabular anhand von<br />

Dialogen und authentischen Texten vorgestellt,<br />

grammatische Phänomene werden<br />

systematisiert dargestellt und durch<br />

ein breitgefächertes, abwechslungsreiches<br />

Übungsangebot aufbereitet.<br />

Dabei vermittelt das Lehrbuch ein aktuelles,<br />

situativ ausgerichtetes Vokabular,<br />

das auch die Besonderheiten des brasilianischen<br />

Portugiesisch berücksichtigt,<br />

und weist gezielt auf klassische Fehlerquellen<br />

für deutschsprachige LernerInnen<br />

hin.<br />

Besonderes Augenmerk legt das Programm<br />

auf die soziokulturelle Realität<br />

der lusophonen Welt. Teilweise authentische<br />

Sachtexte beleuchten gesellschaftliche<br />

und historische Aspekte und<br />

vermitteln ein differenziertes landeskundliches<br />

Wissen.<br />

Mit integriertem Vokabelregister und<br />

einem umfangreichen Verzeichnis von<br />

Verbformen.<br />

Zum Lehrbuch sind eine Audio-CD sowie<br />

ein Lösungsheft mit integrierter Kurzgrammatik<br />

erhältlich<br />

Der Autor<br />

Joaquim Peito ist Lektor für Portugiesisch<br />

an der Georg-August-Universität von<br />

Göttingen<br />

So urteilt die Presse:<br />

«... für die sprachliche Grundausbildung<br />

an Universitäten ist es wohl uneingeschränkt<br />

geeignet. Ihm sind weitere Neuauflagen<br />

... sowie zahlreiche Benutzer zu wünschen.»<br />

Daniel Reimann in «Zeitschrift für romanische<br />

Sprachen und ihre Didaktik», 10/08<br />

Joaquim Peito, Está bem! Intensivkurs Portugiesisch,<br />

Schmetterling Verlag, 3., überarbeitete<br />

Auflage, ISBN 3-89657-872-3


6 PORTUGAL <strong>POST</strong> Nº 216 • Julho 20<strong>12</strong><br />

A importância da língua e o desprezo pelo ensino<br />

E<br />

m Novembro do ano<br />

passado, o Presidente<br />

da República, quando<br />

discursava em Nova<br />

Iorque no Conselho<br />

de Segurança das Nações<br />

Unidas, fez questão de<br />

chamar a atenção para a importância<br />

da Língua Portuguesa.<br />

Cavaco Silva disse então<br />

que fazia questão de se dirigir<br />

a todos em Português, porque<br />

Clássicos<br />

do Cinema<br />

Português<br />

em DVD.<br />

Veja a nossa colecção<br />

na página 26<br />

Reveja os sucessos<br />

que fizeram rir<br />

gerações de portugueses<br />

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as suas palavras seriam entendidas<br />

logo à partida por mais<br />

de 250 milhões de cidadãos de<br />

oito países e ainda por “muitos<br />

outros milhões que a estudaram,<br />

ou estudam, por nela<br />

verem um importante ativo<br />

identitário, cultural ou económico”.<br />

Dizia ainda o Presidente<br />

que falava<br />

“num dos idiomas<br />

em maior expan-<br />

são em todo o<br />

mundo, que já é a<br />

terceira língua europeia<br />

em número<br />

global de falantes<br />

e a sexta a nível<br />

mundial”.<br />

O Presidente tem toda a<br />

razão. E seria bom que este<br />

imenso potencial da Língua<br />

Portuguesa fosse entendido em<br />

todas as suas dimensões pelo<br />

Governo. Infelizmente não é<br />

isso que se passa. Bem pelo<br />

contrário. A demonstrá-lo está<br />

o número cada vez mais reduzido<br />

de professores e alunos<br />

nos cursos de Português no<br />

Estrangeiro. E a inédita e inqualificável<br />

decisão de despedir<br />

49 professores a meio do<br />

ano, deixando milhares de alunos<br />

sem aulas.<br />

“ Está, assim, em causa o cumprimento do artigo<br />

9º da Constituição da República, que<br />

estabelece que incumbe ao Estado defender<br />

o uso e a difusão internacional da Língua<br />

portuguesa.<br />

Uma das dimensões mais<br />

relevantes da Lusofonia,<br />

aquilo que o Governo agora assumiu<br />

sob o slogan “Lusofonia<br />

Global”, está relacionada com<br />

a expansão do ensino de Português<br />

no estrangeiro. E, neste<br />

campo, infelizmente, assistimos<br />

a um desinvestimento sem<br />

precedentes.<br />

Não se trata apenas da decisão<br />

de cobrar uma propina<br />

ter sido tomada de forma displicente<br />

e sem qualquer enquadramento<br />

legal. Trata-se<br />

também e, acima de tudo, de ir<br />

em sentido contrário<br />

ao que diz a Constituição<br />

da República<br />

no que respeita à<br />

criação de condições<br />

a que o Estado está<br />

obrigado para facilitar<br />

o acesso ao ensino<br />

da Língua e da<br />

cultura portuguesa.<br />

Como o acesso aos cursos<br />

de Português está cada vez<br />

mais difícil, apesar de haver<br />

um claro aumento dos fluxos<br />

migratórios, é também a sua<br />

valorização e expansão que<br />

está em causa. Está, assim, em<br />

19 anos ao serviço da Informação<br />

Assine e receba comodamente em casa<br />

O porta voz da Comunidade Portuguesa<br />

na Alemanha<br />

Telefone-nos: 0231-8390289<br />

Opinião<br />

Paulo Pisco*<br />

causa o cumprimento do artigo<br />

9º da Constituição da República,<br />

que estabelece que incumbe<br />

ao Estado defender o<br />

uso e a difusão internacional<br />

da Língua portuguesa. Além, é<br />

claro, do evidente desrespeito<br />

da Constituição quanto à gratuitidade<br />

do ensino, também<br />

reafirmada na Lei de Bases do<br />

Ensino.<br />

Bem pode, pois, o Governo<br />

tentar iludir os portugueses residentes<br />

no estrangeiro proclamando<br />

que o ensino seria “a<br />

âncora das políticas para as comunidades.<br />

Não é, como se<br />

está a ver. E o atual Secretário<br />

de Estado das Comunidades,<br />

José Cesário, ficará como o<br />

governante que mais prejudicou<br />

o Ensino de Português no<br />

Estrangeiro.<br />

* Deputado do PS eleito pelas<br />

Comunidades


PORTUGAL <strong>POST</strong> Nº 216 • Julho 20<strong>12</strong> Comunidades 7<br />

CELEBRAÇÕES DO DIA DE PORTUGAL EM BERLIM<br />

“Não celebramos grandes batalhas,<br />

nem celebramos vitórias!...”<br />

O embaixador de Portugal<br />

prometeu e cumpriu.<br />

A Festa do Dia de Camões,<br />

de Portugal e das Comunidades<br />

foi a mais bonita de<br />

sempre na opinião de muitos<br />

dos convidados!<br />

E foi uma festa que<br />

conseguiu reunir as várias<br />

sinergias da comunidade<br />

portuguesa em Berlim,<br />

além dos convidados que<br />

viajaram de toda a<br />

Alemanha para Berlim-Zehlendorf<br />

com o fim de conhecer<br />

pessoalmente o<br />

Dr. Luís D’Almeida Sampaio<br />

e a embaixatriz e celebrar<br />

em português esta data<br />

nacional tão importante.<br />

Recepção protocolar<br />

Num fim de tarde frio, no passado<br />

dia 5 de Junho, os diplomatas<br />

liderados pelo novo<br />

embaixador de Portugal e a sua<br />

esposa esperavam e cumprimentavam<br />

os convidados por ordem<br />

de entrada que iam ocupando o<br />

espaçoso jardim. Ao fundo deste<br />

avistavam-se as tendas com as<br />

mesas onde os cozinheiros preparavam<br />

alguns acepipes tipicamente<br />

portugueses. A<br />

gastronomia da festa esteve a<br />

cargo dos hotéis Pestana e Sana,<br />

hotéis de capital português situados<br />

na capital, enquanto as bebidas<br />

foram oferecidas pela<br />

Sogrape. Não faltaram os pastéis<br />

de nata nem o bacalhau, nem os<br />

vinhos branco, rosé e tinto, nem<br />

os canapés para acompanhar que<br />

Alugam-se<br />

Algarve<br />

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circulavam apetitosos em bandejas.<br />

O jardim encheu e animou-se<br />

de conversas.<br />

Um discurso inovador<br />

e optimista<br />

Entretanto, o Senhor Embaixador<br />

anunciou o hino português<br />

e o alemão, seguindo-se o discurso<br />

aos convidados. Agradeceu<br />

a presença dos amigos alemães,<br />

dos colegas e amigos do<br />

corpo diplomático e de<br />

todos aqueles que viajaram<br />

de perto ou de<br />

longe para estarem presentes<br />

na festa, destacando<br />

o Senhor António<br />

Manuel Pires, director<br />

geral da Auto Europa da<br />

Volkswagen em Portugal,<br />

que se deslocou<br />

especialmente a Berlim<br />

para as celebrações da-<br />

quele dia. Chamou também a<br />

atenção para o facto de o Dia de<br />

Portugal ser habitualmente festejado<br />

na data presumida da morte<br />

do nosso grande poeta Camões. E,<br />

afirmou, que seremos talvez a<br />

única nação, entre as antigas, em<br />

que não se celebra o dia do país<br />

com uma grande vitória, ou uma<br />

grande batalha, ou um grande<br />

feito histórico, político ou religioso,<br />

mas sim com a nossa cultura<br />

e herança linguística. Luís de<br />

Camões, que viveu no sec. XVI, o<br />

grande século da história de Portugal,<br />

o século dos descobrimentos,<br />

imortalizou a nossa história<br />

nos Lusíadas – disse o embaixador,<br />

que lembrou que, durante os<br />

O embaixador afirmou, que seremos talvez a<br />

única nação, entre as antigas, em que não se<br />

celebra o dia do país com uma grande vitória,<br />

ou uma grande batalha, ou um grande feito<br />

histórico, político ou religioso, mas sim com a<br />

nossa cultura e herança linguística. Luís de Camões,<br />

que viveu no sec. XVI, o grande século<br />

da história de Portugal, o século dos descobrimentos,<br />

imortalizou a nossa história nos Lusíadas.<br />

seiscentos anos da nossa história,<br />

sobrevivemos muitas crises e vivemos<br />

muitos sucessos e que, na<br />

crise actual, não estamos sozinhos<br />

porque pertencemos ao melhor<br />

clube de todos, a União Europeia.<br />

Por esta razão não estaríamos sós<br />

porque os nossos parceiros euro-<br />

peus e os nossos amigos alemães<br />

nos apoiam. Como motor político,<br />

social e económico da União Europeia<br />

a Alemanha tem uma responsabilidade<br />

que os<br />

portugueses admiram. O nosso<br />

embaixador na Alemanha acredita<br />

que a União Europeia precisa de<br />

uma história de sucesso, e que nós<br />

vamos ser essa história de sucesso.<br />

Inovações festivas<br />

Inovador nesta festa foi a tômbola,<br />

sorteando pelos convidados<br />

estadias em hotéis portugueses e<br />

duas viagens da TAP para Portugal.<br />

As celebrações tiveram também<br />

pela primeira vez uma<br />

vertente cultural com actuações<br />

num pequeno palco do prestigiado<br />

músico de jazz, e baixista, Carlos<br />

Bica e esteve também presente o<br />

grupo Lavoisier, até há bem<br />

pouco tempo desconhecido, que<br />

nos encantou com a sua música.<br />

Apoios e sinergias<br />

Esta foi a primeira festa da<br />

nova era da diplomacia económica<br />

iniciada por Luís D’Almeida<br />

Sampaio na capital. A primeira<br />

festa do Dia de Portugal com uma<br />

dimensão sobretudo económica e<br />

empresarial. E, sublinhando que o<br />

transporte é importante para o desenvolvimento<br />

económico, fundamentou<br />

a escolha do dia 5 de<br />

Junho para as celebrações com a<br />

data do início dos voos directos<br />

Lisboa-Berlim. O Senhor Embaixador<br />

agradeceu também os<br />

apoios da TAP e da Caixa Geral<br />

dos Depósitos, do Hotel Pestana,<br />

do Hotel Sana e da So-<br />

grape que contribuíram<br />

para o sucesso das celebrações<br />

daquele dia.<br />

O novo embaixador<br />

português parece ser, de<br />

facto, o que prega - um<br />

homem de acção que<br />

veio para mudar mentalidades<br />

e acabar com os<br />

fatalismos, reunindo<br />

forças e juntando sinergias<br />

locais para aproveitar<br />

o que temos de positivo no<br />

nosso país – para dizermos ao<br />

mundo: aqui estamos nós, somos<br />

um país pequeno mas de muita<br />

qualidade. Luís D’Almeida Sampaio<br />

terminou o seu discurso, dizendo:<br />

“Divirtam-se!”<br />

Cristina Dangerfield-Vogt<br />

TAP inaugura os voos<br />

directos Lisboa-Berlim<br />

A TAP iniciou os voos directos<br />

Lisboa-Berlim no passado dia 5<br />

de Junho, celebrando este importante<br />

passo com um cocktail<br />

de lançamento na Universal Osthafen<br />

em Berlim.<br />

Estiveram presentes o novo<br />

director geral da TAP na Alemanha<br />

e Áustria, Carlos Lourenço,<br />

Sigrid Bacelar de Mello,<br />

directora de vendas em Berlim,<br />

vários parceiros comercias,<br />

desde operadores a agentes, e<br />

também jornalistas alemães e<br />

portugueses ligados ao sector<br />

do turismo. Um grupo de jornalistas<br />

portugueses participou no<br />

voo inaugural Lisboa-Berlim da<br />

TAP. Apesar das dificuldades<br />

criadas pelo adiamento da inauguração<br />

do novo aeroporto internacional<br />

de Berlim, Willy<br />

Brand, até ao próximo ano, a<br />

TAP iniciou os seus voos directos<br />

entre Lisboa e Berlim,<br />

conforme previamente divulgado<br />

e planeado, mantendo o<br />

mesmo horário, e a operar do<br />

aeroporto de Schönefeld, no Sueste<br />

da cidade de Berlim.<br />

Sigrid Bacelar de Mello<br />

apresentou a rota dos destinos<br />

da TAP e o responsável da TAP<br />

na Alemanha, Carlos Lourenço,<br />

afirmou ao Portugal Post que<br />

foram vendidos mais de setenta<br />

por cento dos lugares disponíveis<br />

para os meses de verão.<br />

Isto significa que, apesar do fiasco<br />

e do escândalo ligado ao<br />

atraso na abertura do novo aeroporto<br />

de Berlim, situação que<br />

está a ser muito criticada e, no<br />

processamento da qual, já começaram<br />

a rolar as cabeças dos<br />

presumíveis responsáveis, e,<br />

apesar, da concorrência das<br />

companhias aéreas “discounter”,<br />

a TAP está a impor-se no<br />

mercado e tem boas possibilidades<br />

comerciais no futuro.<br />

Com a provável transmissão<br />

de programas sobre o turismo<br />

em Portugal em alguns órgãos<br />

de comunicação social alemães<br />

depois do regresso às aulas,<br />

prevê-se um surto no turismo<br />

alemão rumo ao nosso país e<br />

consequente aumento de voos<br />

para Portugal. No âmbito destas<br />

notícias positivas, a celebração<br />

do lançamento dos voos directos<br />

Lisboa-Berlim teve lugar<br />

num clima de franco optimismo.<br />

C:D:-V.


8<br />

Comunidades<br />

HAMBURGO<br />

Uma longa tradição<br />

Comunidade lusa em Hamburgo festejou dia de Portugal<br />

Decorreram nos dias 2 e 3 de<br />

Junho de 20<strong>12</strong>, no Museu de Etnologia<br />

da Cidade Livre e Hanseática<br />

de Hamburgo, as Comemorações<br />

do “Dia de Portugal, de Camões e<br />

das Comunidades Portuguesas” relativas<br />

àquela área de jurisdição<br />

consular. Sob a iniciativa de um<br />

grupo da Comunidade local, com<br />

o patrocínio do BPI e da CGD bem<br />

como com a colaboração e apoio<br />

do Museu e do Consulado Geral de<br />

Portugal em Hamburgo, o evento<br />

integrou um vasto conjunto de actividades<br />

que assinalaram a data<br />

evocando as raízes mais genuínas<br />

da identidade e cultura portuguesas<br />

que incluiu a apresentação de<br />

ranchos folclóricos, do recém-formado<br />

“Grupo dos Zés Pereiras de<br />

Hamburgo”, concerto de Fado com<br />

guitarristas que vieram de Portugal,<br />

exposição sobre o ”Fado” e<br />

conferências sobre o tema.<br />

À noite o grupo de Hamburgo<br />

“Dá-lhe Gás” animou os mais jovens<br />

até de madrugada. As tradicionais<br />

iguarias da gastronomia<br />

popular portuguesa foram servidas<br />

a preceito pelo “Grupo Cultural e<br />

Recreativo de Harburg”, por vo-<br />

ESTUGARDA<br />

Deputado Paulo Pisco:<br />

luntárias da Missão Católica Portuguesa<br />

de Hamburgo e pelo<br />

“Grupo Cultural / Retalhos de Portugal”.<br />

Perante assinalável número<br />

de participantes, portugueses e alemães,<br />

o Cônsul-Geral de Portugal<br />

em Hamburgo, António Alves de<br />

Carvalho, dirigiu breves palavras,<br />

sublinhando a importância das comemorações<br />

do “Dia de Portugal”,<br />

na diáspora, referiu que a semana<br />

que então se iniciava seria marcada<br />

por diversos eventos num<br />

espírito de unidade e ligação entre<br />

todos os portugueses e luso-descendentes<br />

dá área de jurisdição e<br />

apelou à sua força e iniciativa para<br />

reforçarem o associativismo, solidariedade<br />

e voluntariado com o<br />

objectivo “ de afirmarem identidades<br />

e valores da Cultura, da Língua<br />

e História que nos caracterizam<br />

como portugueses fora da Mãe-Pátria”<br />

com esperança no futuro e<br />

confiança perante os desafios e adversidades<br />

do presente.<br />

O Cônsul-Geral sublinhou<br />

ainda a importância do envolvimento<br />

e do papel das escolas, dos<br />

professores, dos pais e alunos<br />

como agentes de integração e de<br />

afirmação de Portugal no Mundo a<br />

pensar nas novas gerações. Na<br />

ocasião, ofereceu ao anfitrião, o<br />

Professor Wulf Köpke, Director do<br />

Museu, a Medalha Oficial das Comemorações<br />

do “Dia de Portugal”<br />

Funcionários do consulado em Estugarda estão exaustos<br />

O deputado Paulo Pisco (PS) disse<br />

que os funcionários do consulado<br />

de Estugarda estão “exaustos” pelo<br />

aumento de trabalho e pela distância<br />

que alguns deles têm de percorrer<br />

entre as suas residências e os<br />

locais de trabalho.<br />

Paulo Pisco, deputado pela<br />

Emigração pelo círculo da Europa,<br />

deslocou-se recentemente à Alemanha.<br />

“Aquilo que pude constatar é<br />

que os funcionários do consulado<br />

estão exaustos, porque estão com<br />

grandes dificuldades em dar vazão<br />

ao atendimento no consulado, às<br />

solicitações (…)”, disse o parlamentar<br />

socialista.<br />

Paulo Pisco referiu que no consulado<br />

de Estugarda “o movimento<br />

está próximo de ter dobrado” e isto<br />

aconteceu depois do encerramento<br />

do vice-consulado de Frankfurt,<br />

pois estão a receber as pessoas que<br />

pertenciam a aquela área consular.<br />

Segundo o deputado, “metade<br />

dos funcionários que agora estão a<br />

atender no consulado de Estugarda<br />

vieram do extinto vice-consulado<br />

de Frankfurt” e, todos os dias,<br />

“têm de fazer uma viagem de duas<br />

horas e meia em cada sentido”.<br />

“Esta é uma situação que deveria<br />

ser olhada pelo Governo para<br />

dar uma solução, para que houvesse<br />

um bom atendimento no<br />

consulado de Estugarda”, referiu.<br />

“Isso vem confirmar que a decisão<br />

de encerrar o vice-consulado<br />

de Frankfurt foi disparatada, que a<br />

poupança é nula e os transtornos<br />

para os portugueses, em todos os<br />

níveis, são imensos”, sublinhou<br />

Cônsul-Geral de Portugal enquanto discursava durante as celebrações<br />

do Dia de Portugal<br />

ainda.<br />

O deputado também se encontrou<br />

com membros da associação<br />

de pais da Escola Portuguesa de<br />

Estugarda, que demonstraram receio<br />

por um recuo do número de<br />

crianças nos cursos de língua portuguesa<br />

devido à aplicação da propina<br />

de <strong>12</strong>0 euros no Ensino do<br />

Português no Estrangeiro (EPE).<br />

De acordo com a associação,<br />

cerca de metade dos alunos que fi-<br />

de 20<strong>12</strong>. Outros eventos tiveram<br />

lugar em diversas localidades da<br />

área de Hamburgo como foi o caso<br />

de Wahlstedt (Schsleswig-Holstein),<br />

Cuxhaven e Osnabrück<br />

(Baixa Saxónia).<br />

O deputado do PS também aproveitou a deslocação a Estugarda para se encontrar com os militantes<br />

socialistas naquela cidade. Foto: PP<br />

zeram a pré-inscrição no EPE,<br />

cerca de 300, não pretendem fazer<br />

a inscrição definitiva.<br />

O governo determinou a cobrança<br />

de uma propina de <strong>12</strong>0<br />

euros nos cursos paralelos do EPE,<br />

que entrará em vigor a partir do<br />

próximo ano lectivo (20<strong>12</strong>-2013)<br />

ainda com um valor reduzido (a<br />

ser determinado pelo Governo) e<br />

em pleno no ano escolar 20<strong>12</strong>-<br />

2014.<br />

PORTUGAL <strong>POST</strong> Nº 216 • Julho 20<strong>12</strong><br />

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PORTUGAL <strong>POST</strong> Nº 216 • Julho 20<strong>12</strong> Comunidades 9<br />

BERLIM<br />

Sardinhada e guitarradas no Dia de Portugal<br />

em Berlim<br />

O Dia de Portugal, de Camões<br />

e das Comunidades foi<br />

celebrado na capital com<br />

uma Sardinhada e Guitarradas.<br />

O churrasco foi organizado<br />

por dois portugueses e<br />

veteranos de Berlim.<br />

Prelúdio – O “Monbi”<br />

No passado dia 10 de Junho, teve<br />

lugar uma sardinhada no parque de<br />

Monbijou (conhecido por Monbi), no<br />

antigo centro-leste de Berlim. Este<br />

parque é ladeado a norte pela Oranienburgerstrasse,<br />

e a sul separado da<br />

Ilha dos Museus pelo rio Spree. É um<br />

dos poucos parques em Berlim onde<br />

ainda é permitido fazer churrascos, já<br />

que as exorbitantes despesas causadas<br />

pela remoção dos detritos deixados<br />

pelos “bacantes” ou “churrasqueiros”<br />

obrigaram o governo local a banir os<br />

“churrascos” do parque emblemático<br />

da cidade, o Tiergarten, onde numa<br />

faixa do relvado mesmo em frente ao<br />

palácio Bellevue, a residência oficial<br />

do presidente alemão na capital, se<br />

grelhava todos os verões e o parque se<br />

transformava numa mini-Istambul.<br />

Mas num Schluss mit Lustig pôs-se<br />

fim à multiculturalidade tradicional<br />

que animava os verdes tranquilos do<br />

parque mais central de Berlim. Felizmente<br />

ainda temos o Monbi, um parque<br />

que foi restaurado há uns anos, e<br />

onde, inicialmente, fora mandado<br />

construir o palácio de Monbijou por<br />

Frederico I para a condessa de Wartenberg.<br />

Bombardeado durante a II<br />

Guerra Mundial e depois de arrasadas<br />

as suas ruínas nos tempos da DDR,<br />

por razões ideológicas, o lugar do antigo<br />

palácio foi transformado num<br />

parque.<br />

Andante accelerando –<br />

Brumas lusitanas e outras<br />

ESTUGARDA<br />

Os dois iniciadores do evento:<br />

Pedro Jacinto e o Tiny Domingos<br />

Foto: PP<br />

A umas ruas de distância, e a tropeçar<br />

nas Stolpersteine do Scheunenviertel,<br />

o antigo bairro judeu de boas<br />

e más memórias (1), já se sentia no ar<br />

o perfume pouco habitual da sardinha<br />

portuguesa naquele bairro. Quando o<br />

PORTUGAL <strong>POST</strong> lá chegou, o<br />

Pedro Jacinto e o Tiny Domingos estavam<br />

de volta do churrasco meio envoltos<br />

pela fumarada. Foram eles que<br />

compraram as sardinhas congeladas<br />

em caixas e os pães para a sardinha no<br />

pão e abriram a “Churrasqueira do<br />

Monbi” em pleno centro da cidade<br />

leste, isto apesar das dificuldades de<br />

acesso devidas aos cordões que fecharam<br />

o centro para o Velothon. Algumas<br />

crianças ajoelhadas à volta de um<br />

plástico preto cheio de sardinhas congeladas<br />

batiam e escovavam de rostos<br />

sorridentes e concentrados o gelo que<br />

envolvia o peixe nacional tão energeticamente<br />

que quase se ouvia os “ais”<br />

de sofrimento das sardinhas, salgando<br />

depois as ditas com sal marinho<br />

ganho manualmente das salinas portuguesas.<br />

Mas já a Helena Araújo, a<br />

bloguista de Berlim, exibia um esqueleto<br />

“sardínico” perfeito, testemunhando<br />

que apesar da sova imerecida<br />

as sardinhas estavam de se comer e<br />

chorar por mais!<br />

Vivace ma non troppo –<br />

os Portugueses como exóticos<br />

Entretanto, iam chegando mais<br />

portugueses de Berlim; o sol aquecia<br />

as conversas enfeitadas de gargalhadas<br />

e o perfume intenso daquela fumarada<br />

desconhecida e exótica<br />

provocava os olhares curiosos de alguns<br />

dos domingueiros flaneurs e dos<br />

turistas que, nas suas aventuras pela<br />

cidade, descobriam não só uma Berlim<br />

alternativa aos guias turísticos<br />

mas, mais ainda, uma capital alemã<br />

única e meridional apanhada num<br />

flash de sorte. Os cachecóis que Giselle<br />

Ataíde tinha distribuído identificavam<br />

não só o banco português que<br />

representa na capital como as cores<br />

nacionais e o nosso Portugal escrito a<br />

amarelo situavam-nos inequivocamente<br />

no extremo sul mais ocidental<br />

da Europa. E mostrámos ao mundo<br />

circundante que os cidadãos de um<br />

país em crise ainda se sabem divertir<br />

e acreditam absolutamente na sua<br />

equipa nacional.<br />

Finale –<br />

Guitarradas inesperadas<br />

Depois apareceu a Anne de Halle<br />

com uma caixa de viola à tiracolo,<br />

que era afinal uma guitarra portuguesa,<br />

e que a miúda alemã aprendera<br />

a tocar durante os cinco anos que estudara<br />

em Coimbra. “Mas só toco o<br />

fado de Coimbra” – disse, sorridente,<br />

e lá dedilhou umas notas coimbrenses!<br />

Envolvidos pelos fumos de alegres<br />

memórias, dizem os<br />

organizadores que, entre portugueses<br />

e alemães e crianças, teriam por lá<br />

passado umas cem pessoas – pelo<br />

menos os cem pães para as sardinhas<br />

no pão não deixaram rasto nem se teriam<br />

multiplicado. Estão de parabéns<br />

os portugueses de Berlim que prepararam<br />

e ajudaram em mais uma festa<br />

bem-sucedida e também todos os que<br />

por lá apareceram e contribuíram para<br />

a animação e o convívio entre os portugueses<br />

estrangeirados nesta cosmopolita<br />

e criativa cidade!<br />

(1) vejam a nossa reportagem “A<br />

propósito da Queda do Muro de Berlim”<br />

de Novembro 2011<br />

Cristina Dangerfield-Vogt em Berlim<br />

TSV SCHMIDEn 1902 E.V.<br />

Maria João dos Santos Loureiro (guardaredes)<br />

e Jessica Correia Tabaio (avançada)<br />

são duas jovens luso-descendentes<br />

que integram a equipa feminina TSV<br />

Schmiden 1902 e.V. que, pela primeira<br />

vez no historial do clube, ganha um campeonato<br />

(Meisterschaft Kreisstaffel<br />

2011/20<strong>12</strong>)<br />

Esta equipa é constituída por jogadoras<br />

de várias nacionalidades onde par-ticipam<br />

as duas jovens portuguesas oriundas do<br />

dístrito de Viseu, nascidas na Alemanha.<br />

Durante esta época também participaram<br />

em vários torneios de futebol da mesma<br />

classe, com uma boa prestação, tendo<br />

vencido alguns.<br />

Direito de Resposta<br />

“Voto dainconsciência/<br />

deputados dão luz verde ao<br />

fim do EPE”<br />

Fiquei muito surpreendido com o<br />

artigo na última edição do PP da<br />

Drª Teresa Soares com o título<br />

“Voto da inconsciência/deputados<br />

dão luz verde ao fim do<br />

EPE”, porque é incorreto e induz<br />

em erro quem o lê. Quando vi o<br />

comunicado na net pela primeira<br />

vez em meados de Maio, que falava<br />

no “voto de inconsciência”<br />

dos deputados, incluindo os do<br />

PS, falei com a Drª Teresa a explicar<br />

que não era verdade que o<br />

PS tivesse votado contra a Resolução<br />

do BE e que deveria corrigir<br />

o que disse.<br />

Votámos contra a Proposta de<br />

Resolução do PCP, mas votámos<br />

favoravelmente a do Bloco de<br />

Esquerda e expliquei as razões.<br />

Entre elas, o facto da Resolução<br />

do PCP ser inócua, injustamente<br />

acusatória em relação ao anterior<br />

Governo e não defender a anulação<br />

do pagamento da propina.<br />

Punha praticamente no mesmo<br />

saco o anterior Governo e o atual<br />

e isso é inaceitável. Mas o PS<br />

votou favoravelmente a Resolução<br />

do BE, porque era substancial,<br />

fazia uma boa defesa do<br />

EPE e defendia a eliminação do<br />

pagamento da propina, o que<br />

também defendemos.<br />

O PS decidiu não apresentar<br />

nenhuma Resolução porque,<br />

além que estarem condenadas à<br />

partida pela maioria PSD-CDS,<br />

considerou mais importante requerer<br />

a presença do Secretário<br />

de Estado das Comunidades na<br />

Comissão dos Negócios Estrangeiros,<br />

o que aconteceu no passado<br />

dia 26 de Junho, para dar<br />

explicações relativamente ao estado<br />

atual do EPE e as suas perspetivas<br />

futuras, dada a forte<br />

redução no número de alunos inscritos<br />

para o próximo ano letivo.<br />

É inaceitável, por isso, que<br />

mesmo assim, a Drª Teresa Soares<br />

tenha decidido avançar com a<br />

publicação do artigo no Portugal<br />

Post, aliás, em contradição com o<br />

desmentido que fez, a meu pedido,<br />

e divulgado na internet logo<br />

no dia 23 de Maio.<br />

Não creio que a Drª Teresa<br />

Soares com este tipo de atitude<br />

injusta em relação à defesa que<br />

eu e o PS temos feito do EPE esteja<br />

a defender da melhor maneira<br />

o Ensino do Português no<br />

Estrangeiro. E lamento que assim<br />

seja.<br />

Paulo Pisco<br />

Deputado do PS eleito pelas<br />

Comunidades


10<br />

Comunidades<br />

MILTENBERG<br />

Inauguração das novas instalações do Centro Português de Miltenberg<br />

Uma casa portuguesa, com certeza<br />

Fernando Roldão,<br />

Correspondente<br />

Foi no dia 2 de Junho de 20<strong>12</strong> que os<br />

portugueses de Miltenberg vestiram<br />

os seus fatos domingueiros para assistir<br />

e participar na inauguração das<br />

novas instalações do Centro Português<br />

de Miltenberg.<br />

Diga-se que foi um dia especial<br />

de ambiente festivo e um acontecimento<br />

importante e que não queriam<br />

de todo perder.<br />

Para muitos foi o descansar de<br />

muitas horas de trabalho, sacrificando<br />

a sua família e o seu lazer, para poderem,<br />

finalmente, contemplar a obra<br />

feita nas suas horas livres, com muito<br />

suor e carinho.<br />

Era um pouco de cada um deles<br />

que estava ali, quase como um pedaço<br />

de terra da mãe pátria.<br />

Mas não foram só portugueses<br />

que estiveram presentes na festa, também<br />

os alemães marcaram a sua presença,<br />

a começar pelo presidente da<br />

edilidade Joachim Bieber.<br />

Pelo lado oficial, Portugal esteve<br />

representado na pessoa do Cônsul-<br />

Geral de Estugarda, Gomes Samuel,<br />

manifestando com a sua presença a<br />

sua solidariedade para com esta associação.<br />

Também a missão católica marcou<br />

presença, como de resto sempre o<br />

tem feito, através do padre Joaquim<br />

Costa (ver foto em baixo).<br />

As novas instalações do Centro<br />

estão localizadas numa zona sossegada,<br />

na Fahrweg 41, com bastante<br />

espaço exterior, que permite o estacionamento<br />

de um número razoável<br />

de viaturas. Tem um pateo exterior,<br />

onde um rancho pode dançar sem problemas<br />

ou instalar um palco para<br />

eventos: arraiais ou bailes ao ar livre.<br />

Foi o que aconteceu. O Rancho<br />

Folclórico Flores do Main, com os<br />

seus vivos e coloridos trajes minhotos,<br />

actuou e arrancou enormes aplausos<br />

para contentamento do grupo e da<br />

sua ensaiadora, Graça Fraga. Uma pa-<br />

Momento em que o Cônsul-Geral de Portugal em Estugarda e o Presidente da Câmara local descerram a lápide alusiva<br />

à inauguração do Centro. A presidente do Centro assiste ao acto. Fotos: PP<br />

lavra também para a acordeonista<br />

Sandra Antunes que fez vibrar o som<br />

também ele colorido das músicas populares<br />

portuguesas.<br />

Os membros do grupo aproveitaram<br />

a presença do Portugal PORTU-<br />

GAL <strong>POST</strong> para apelar aos homens<br />

que se juntem ao grupo, pois há falta<br />

deles para formar pares.<br />

A recepção oficial<br />

Na recepção às individualidades,<br />

convidados e associados, a presidente<br />

do Centro, Fernanda Belfiore, fez as<br />

honras da casa num discurso em alemão,<br />

secundada pelo presidente da assembleia-geral<br />

José Lopes que fez eco<br />

do mesmo na língua de Camões.<br />

Uma palavra para a restante direcção,<br />

a saber: o tesoureiro Rui Cireneu,<br />

o vice-presidente Fernando<br />

Santos, a secretária Elizabete Paulo e<br />

restantes membros do concelho fiscal<br />

e vogais.<br />

O presidente da autarquia de Miltenberg,<br />

Joachim Bieber, elogiou a<br />

comunidade portuguesa na sua ci-<br />

dade, dizendo em breves palavras,<br />

que os portugueses já são parte da comunidade.<br />

Fez a entrega de um envelope<br />

com a quantia de quatro mil euros,<br />

para reforço da saúde da tesouraria.<br />

Um contributo assinalável da autarquia<br />

local, demonstrando, com este<br />

gesto, as boas relações que existem<br />

entre as duas comunidades.<br />

Depois foi a vez de discursar do<br />

Cônsul-Geral de Portugal em Estugarda<br />

que destacou o apoio e esforço<br />

do governo português a este projecto,<br />

sublinhando o papel do centro “na<br />

aproximacão aos jovens, aos menos<br />

jovens e aos idosos.Como área de<br />

lazer, é um dos objectivos que todas<br />

as comunidades portuguesas e que a<br />

nossa diáspora no exterior deve ter<br />

presente.”<br />

Procedeu-se então à benção das<br />

instalações pelo padre Joaquim, seguindo-se<br />

o descerramento de uma<br />

placa comemorativa do evento.<br />

Falaram alguns dos patrocinadores<br />

que ajudaram, na medida do possível,<br />

a tornar possível esta realidade.<br />

Seguiu-se um jantar volante para<br />

todos num ambiente informal, ocasião<br />

para se trocar opiniões e fazer novos<br />

conhecimentos.<br />

Numa visita guiada às novas instalações,<br />

levamos os leitores através<br />

de uma sala com capacidade para<br />

cerca de 80 a 100 pessoas ,com uma<br />

área estimada em cerca de 60 metros<br />

quadrados onde se espera receber<br />

muitos visitantes. De seguida passamos<br />

pelo Bar e pela entrada com bastante<br />

espaço onde nos leva a uma<br />

cozinha moderna e bem equipadada,<br />

culminado numas instalações sanitárias<br />

bem apresentáveis. Depois descemos<br />

à cave e deparamo-nos com um<br />

salão de jogos com quase a mesma<br />

área do salão.<br />

Em suma, novas instalações para<br />

uma nova vida e um futuro promissor.<br />

O Portugal Post agradece o convite<br />

que lhe foi enderecado para este<br />

evento e também para estar presente<br />

nas festas da comemoração dos 775<br />

anos do município de Miltenberg<br />

onde a comunidade portuguesa vai<br />

marcar a sua presença.<br />

PORTUGAL <strong>POST</strong> Nº 216 • Julho 20<strong>12</strong><br />

Í<br />

Informação<br />

Consular<br />

Cartão do Cidadão<br />

Do ponto de vista físico, o Cartão<br />

de Cidadão tem um formato "smart<br />

card" e substitui os actuais bilhete<br />

de identidade, cartão do contribuinte,<br />

cartão de beneficiário da Segurança<br />

Social, cartão de eleitor e<br />

cartão de utente do Serviço Nacional<br />

de Saúde.<br />

Do ponto de vista visual, o cartão<br />

exibe, na frente, a fotografia e os<br />

elementos de identificação civil. No<br />

verso, tem os números de identificação<br />

dos diferentes organismos<br />

cujos cartões agrega e substitui,<br />

uma zona de leitura óptica e o chip.<br />

Do ponto de vista electrónico, tem<br />

um chip de contacto, com certificados<br />

digitais (para autenticação e assinatura<br />

electrónica), tendo a<br />

mesma informação do cartão físico,<br />

completada por outros dados, designadamente<br />

a morada.<br />

No âmbito da reforma das normas<br />

que regem a elaboração do recenseamento<br />

eleitoral, foi eliminado o<br />

cartão de eleitor, passando a ser utilizado<br />

apenas o cartão de cidadão.<br />

A obtenção do cartão de cidadão é<br />

obrigatória para todos os cidadãos<br />

nacionais a partir dos 6 anos de<br />

idade ou logo que a sua apresentação<br />

seja exigida, como por exemplo,<br />

para requerer um passaporte<br />

electrónico.<br />

Os bilhetes de identidade, cartões<br />

de contribuinte, cartões de utentes<br />

dos serviços de saúde e cartões de<br />

identificação da segurança social<br />

válidos, continuam a produzir os<br />

seus efeitos enquanto não tiver sido<br />

entregue o cartão de cidadão aos<br />

respectivos titulares.<br />

Legislação aplicável: Lei nº 7/2007,<br />

de 5 de Fevereiro, que cria o cartão<br />

de cidadão e rege a sua emissão,<br />

substituição, utilização e cancelamento.<br />

Nota importante:<br />

tem-se verificado que muitos nacionais<br />

solicitaram a emissão do cartão<br />

de cidadão durante as férias, não<br />

estando na sua posse por não lhes<br />

ter sido possível proceder ao levantamento.<br />

Por isso, é importante<br />

lembrar que só o próprio é que pode<br />

proceder ao levantamento do cartão<br />

de cidadão, por aposição das impressões<br />

digitais.<br />

Fonte; Consulado_Geral de Portugal<br />

em Hamburgo<br />

Caro/a Leitor/a:<br />

Se é assinante,<br />

avise-nos se<br />

mudou ou vai<br />

mudar de<br />

residência.<br />

Ligue-nos:<br />

0231-83 90 289


PORTUGAL <strong>POST</strong> Nº 216 • Julho 20<strong>12</strong> Comunidades 11<br />

O encanto e o desencanto das férias em Portugal<br />

J<br />

á lá vão os tempos em que os<br />

(e)imigrantes contavam os<br />

dias que faltavam para as férias<br />

do verão em Portugal,<br />

como as crianças contam as<br />

noites que é preciso dormir até ao dia<br />

do seu aniversário. Uma vez por ano,<br />

aquelas quatro ou cinco semanas de<br />

verão que os patrões nos concediam<br />

em bloco constituiam o eixo à volta<br />

do qual o ano girava. Passava-se metade<br />

do ano a contar das últimas férias<br />

vividas e das suas aventuras, das<br />

horas que precisámos para a viagem,<br />

dos encontros e desencontros, do que<br />

se fez e do que ficou por fazer. A outra<br />

metade do ano falava-se das férias<br />

que aí vêm, já marcaste?, quando é<br />

que vais?, vais de carro? por quantas<br />

semanas?<br />

Que seria o ano na emigração,<br />

sem este tempo de férias em Portugal?!<br />

Inimaginável ! E para além das<br />

férias, uma vez no ano, não se voltava<br />

a Portugal a não ser por razões muito<br />

graves. Aconteceu alguma coisa? –<br />

era a pergunta que nos esperava<br />

quando se tornava conhecido que<br />

fomos lá baixo.<br />

Hoje, e de há uns anos para cá<br />

Entrevista Presidente da Câmara de Miltenberg, Joachim Bieber<br />

Os portugueses fazem parte de Miltenberg<br />

No âmbito da inauguração<br />

das novas instalações do<br />

Centro Português e, Miltenberh<br />

/M, o PORTUGAL <strong>POST</strong><br />

teve a oportunidade de escutar<br />

o Presidente da Câmara<br />

local, Joachim Bieber,<br />

sobre a presença lusa na<br />

“sua” cidade.<br />

Senhor Presidente da Câmara<br />

de Miltenberg, gostaria<br />

que me explicasse qual é o<br />

significado da sua presença<br />

nesta inauguração?<br />

Joachim Bieber: Para a cidade<br />

de Miltenberg, a comunidade portuguesa<br />

tem uma grande importância.<br />

Os portugueses já estão<br />

nesta cidade há muitas décadas,<br />

fazem parte da cidade, são uma<br />

parte de Miltenberg, integraramse<br />

aqui, colaboram, participam na<br />

vida da comunidade, e é por isso<br />

que nós, a Câmara Municipal,<br />

também oferecemos a nossa ajuda<br />

para que conseguissem ter uma<br />

Foto: Munícipio Miltenberg<br />

com tendência crescente, vamos a<br />

Portugal por qualquer toma-lá-dá- cá,<br />

por uma razão explícita ou sem motivo<br />

especial, simplesmente pelo prazer<br />

de ir. O factor decisivo desta<br />

mudança de comportamentos tem a<br />

ver com certeza com estes voos a preços<br />

espectaculares que as companhias<br />

low-cost nos “oferecem”. E o novo<br />

tema das nossas conversas é o de indagar<br />

quem é que consegue bilhetes<br />

mais baratos. E os preços têm vindo a<br />

baixar tanto, que às tantas até<br />

nos sugerem a impressão de<br />

Joachim Bieber<br />

“<br />

que, a continuar assim, qualquer<br />

dia ainda vamos receber<br />

dinheiro dessas companhias,<br />

como forma de agradecimento:<br />

“obrigado por nos ter<br />

preferido”, “obrigado por voar<br />

connosco”... Saberão elas que<br />

estão a desvalorizar as nossas<br />

férias em Portugal?! E que,<br />

qualquer dia, ir lá baixo e voltar<br />

torna-se uma coisa tão<br />

banal, que nos secam as fontes<br />

de alegria e de expectativa que<br />

tanto precisamos para um ano de trabalho,<br />

aqui por estas paragens, longe<br />

do sol e do mar?! E, isso sim, devia<br />

sede da associação. Antes tinham<br />

uma sede, na Caritas, mas, quando<br />

foi dissolvida, ajudámos a procurar,<br />

e ainda bem que estas instalações<br />

estavam livres. Na Câmara<br />

Municipal decidimos então unanimemente<br />

que os portugueses<br />

iriam receber estas instalações.<br />

Por isso, estamos também muito<br />

contentes por a nossa comunidade<br />

portuguesa ter agora uma sede<br />

própria da associação.<br />

ser motivo para essas companhias nos<br />

indemnizarem... banalizaram as nossas<br />

férias! Tiraram-lhe a magia eo o<br />

encanto !<br />

Bom, é verdade que mesmo já<br />

antes, a gente desejava sempre voltar<br />

mais vezes. Mesmo se os encontros<br />

com a família não tinham corrido<br />

bem. Mesmo se voltávamos de lá cansados<br />

de andar de casa em casa, a visitar<br />

este e aquele, e pouco tempo nos<br />

sobrava para o necessário descanso.<br />

E a propósito de casa, essas “obrinhas” que todos<br />

os anos é preciso fazer na casa que temos lá em<br />

baixo: Um ano é uma nova pintura, outro ano<br />

umas reparações no telhado a meter água... todos<br />

os anos há qualquer coisa. Sim, nem sempre as férias<br />

eram o que prometiam. Apesar de tudo, as férias<br />

em Portugal eram sagradas, eram um tempo<br />

de “encanto”, um “bálsamo” a aliviar a dureza da<br />

vida ao longo de todo o ano.<br />

Mesmo se nos fartávamos de gastar<br />

dinheiro nos convites aos amigos que<br />

era “obrigatório” fazer, para retribuir<br />

É público que a autarquia<br />

ajudou. Quais foram as motivações<br />

e o interesse da autarquia<br />

em dar esse apoio? Foi<br />

por a comunidade ser unida,<br />

por serem simpáticos e trabalhadores?<br />

Joachim Bieber: Sim. Nós<br />

temos muitos membros de outros<br />

Estados aqui e a colaboração funciona<br />

bem e às vezes menos bem,<br />

mas a colaboração com os portugueses<br />

funciona muito bem. Os<br />

nossos portugueses colaboram por<br />

exemplo quando há uma festa,<br />

eles participam na nossa festa da<br />

zona histórica, participam agora<br />

no aniversário da cidade, eles próprios<br />

mostram que se sentem bem<br />

em Miltenberg, que fazem parte<br />

da cidade; e os cidadãos de Miltenberg<br />

têm gosto em recebê-los.<br />

Isso também está relacionado com<br />

o facto de os portugueses e os alemães<br />

cooperarem bem uns com os<br />

outros, por exemplo na fábrica de<br />

papel, onde são colegas e amigos,<br />

e assim os alemães também vêem<br />

que os nossos cidadãos portugue-<br />

outros semelhantes. Mesmo se os casamentos<br />

onde fomos convidados<br />

foram uma grande maçada, com a fasquia<br />

da prenda aos noivos a aumentar<br />

de ano para ano (“fico contente se não<br />

for convidado...”). Mesmo se as nossas<br />

mulheres vinham de lá a suspirar,<br />

protestando que as férias foram tudo<br />

menos férias: com todo o trabalho de<br />

uma casa sempre cheia de gente. E a<br />

propósito de casa, essas “obrinhas”<br />

que todos os anos é preciso fazer na<br />

casa que temos lá em baixo:<br />

Um ano é uma nova pintura,<br />

outro ano umas reparações<br />

no telhado a meter água...<br />

todos os anos há qualquer<br />

coisa. Sim, nem sempre as<br />

férias eram o que prometiam.<br />

Apesar de tudo, as férias<br />

em Portugal eram<br />

sagradas, eram um tempo de<br />

“encanto”, um “bálsamo” a<br />

aliviar a dureza da vida ao<br />

longo de todo o ano.<br />

Férias em Portugal:<br />

agora que vamos mais vezes,<br />

temos de fazer alguma coisa, para<br />

manter-lhe o encanto e, ao mesmo<br />

tempo, aproveitar as ocasiões que a<br />

ses fazem parte da nossa comunidade.<br />

Muito simpático, acho<br />

eu, pessoalmente – embora não<br />

seja um assunto do Presidente<br />

da Câmara, mas eu sou católico<br />

–, é o facto de participarem<br />

na procissão de Corpo de<br />

Deus, com a Nossa Senhora de<br />

Fátima. Eles participam, eles<br />

Crónica<br />

Por Joaquim Nunes<br />

nova mobilidade nos oferece. Baratas,<br />

sim, mas não sem valor. Vamos<br />

menos tempo e mais vezes? Talvez<br />

possamos distribuir os afazeres que<br />

nos esperam. Vamos para visitar a família?<br />

Pois então tomamos tempo<br />

para visitar. Vamos por causa das<br />

obras na casa? Vamos a isso! Queremos<br />

descansar, apanhar sol, saborear<br />

o mar e a natureza, recuperar energias?<br />

Então, temos agora o tempo e as<br />

ocasiões que antes não tínhamos, porque<br />

era preciso fazer tudo ao mesmo<br />

tempo. Importante é repensar, fazer<br />

opções, valorizar as nossas escolhas.<br />

“Há um Portugal desconhecido<br />

que espera por si”, dizia um slogan<br />

publicitário. É verdade! Porque não<br />

aproveitar para descobrir os cantos de<br />

Portugal que ainda não conhecemos?<br />

Os lugares e as paisagens, as gentes<br />

e tradições, a história e a vida actual<br />

do nosso país dão “programa” para<br />

muitas e muitas semanas de férias...<br />

E, quem sabe, ainda nos vai sobrar<br />

uma semanita de férias para conhecer<br />

outras terras, outros países,<br />

igualmente bonitos e interessantes,<br />

sem que diminua em nós o encanto<br />

que envolve as férias em Portugal.<br />

fazem parte de Miltenberg.<br />

Está contente então com a integração<br />

dos portugueses em<br />

Miltenberg?<br />

Joachim Bieber: Sim, muito!<br />

Os portugueses são trabalhadores,<br />

são simpáticos. E vê-se bem o que<br />

fizeram aqui: isto estava uma<br />

ruína e agora está autêntica jóia.<br />

Gostaria de enviar uma mensagem<br />

final aos portugueses<br />

que estão em Miltenberg ou<br />

àqueles que querem vir para<br />

cá?<br />

Joachim Bieber: Estou muito<br />

contente por a comunidade portuguesa<br />

ter agora uma sede da associação,<br />

por agora ter um lar. Aqui<br />

podem encontrar-se e fazer novos<br />

planos para participar na sua cidade<br />

de Miltenberg. É um bom<br />

fundamento para a associação e<br />

para a colaboração entre a associação<br />

e a cidade.<br />

Fernando Roldão,<br />

Correspondente


<strong>12</strong><br />

Negócios<br />

Vinho do Porto Made in Germany<br />

Um viticultor da Renânia-Palatinado<br />

produz, desde 2003,<br />

um “Vintage Port” procurando<br />

seguir na sua confecção o método<br />

português. Até a pisa das<br />

uvas é feita com os pés.<br />

Enquanto o vinho do Porto<br />

português chega a incluir 40<br />

castas de uvas, segundo o<br />

Frankfurter Allgemeine de<br />

21.04.20<strong>12</strong>, o Pfaelzer (alemão<br />

do Palatinado) usa apenas a<br />

casta “Cabernet Cubin” pelo<br />

facto de amadurecer muito<br />

bem e ter um máximo de<br />

aroma. Enquanto as uvas em<br />

Portugal são tratadas a uma<br />

temperatura de 25 graus, o viticultor<br />

alemão fermenta-as a<br />

cinco graus. Aqui o direito de<br />

imitação atingiu o seu limite,<br />

revela o jornal alemão, afirmando<br />

que se compararmos o<br />

Vintage Port do Vale do Douro<br />

com o da Pfalz (Palatinado),<br />

“ao produto do Palatinado falta<br />

densidade de gosto, complexidade<br />

aromática e profundidade”.<br />

A singularidade do<br />

vinho do Douro vem-lhe do<br />

tipo de solo, das uvas, do clima<br />

e dos pipos, o que o do Palatinado<br />

não pode oferecer. Contudo,<br />

o viticultor alemão<br />

GRAND CAFE<br />

Almoços • Jantares • Gelados • Confeitaria<br />

Especialidades Portuguesas e o saboroso frango no churrasco<br />

Passe uns agradáveis momentos num ambiente acolhedor<br />

No centro de Osnabrück situa-se o GRAND CAFE, um local requintado<br />

onde o bom gosto se alia a um bom atendimento por pessoal preparado<br />

para o receber bem.<br />

São cerca de 500 metros quadrados (200 dos quais concebidos para<br />

fumadores, mas à parte do restanto espaço) à sua disposição para o<br />

satisfazer quando quiser fazer uma pausa no seu dia-a-dia, quer para<br />

almoçar ou jantar, tomar um café, provar a confeitaria ou simplesmente<br />

saborear com toda a família um saboroso gelado italiano na esplanada.<br />

conseguirá engarrafar com o<br />

vinho o exótico do porto e a fé<br />

da ecologia alemã.<br />

Numa sociedade de mercado<br />

de massas importa menos<br />

a especialidade (mais para<br />

apreciadores) porque quem<br />

manda é o consumidor e isto<br />

sabem-no bem os alemães que<br />

trazem para sua casa o que é<br />

melhor, a nível de produtos, do<br />

estrangeiro.<br />

Pelos vistos o Vinho do<br />

Porto é como os portugueses,<br />

deixa-se integrar bem na Alemanha!<br />

António Justo<br />

Lufthansa estuda ligações semanais entre<br />

a Madeira e a Alemanha<br />

A Lufthansa está a estudar a<br />

possibilidade de ligar semanalmente<br />

a Madeira à Alemanha,<br />

a partir do próximo inverno,<br />

disse o director da companhia<br />

aérea para Espanha e Portugal.<br />

Stephan Semsch adiantou,<br />

durante um encontro com a<br />

imprensa hoje, em Lisboa, que<br />

em causa estão ligações entre<br />

o Funchal e Berlim e Dusseldorf.<br />

Os voos Berlim-Funchal<br />

deverão avançar em setembro,<br />

enquanto as ligações Dusseldorf-Funchal<br />

deverão começar<br />

em Novembro.<br />

No encontro de hoje com a<br />

imprensa, o director da com-<br />

panhia aérea para Espanha e<br />

Portugal, afirmou que, no ano<br />

passado, a Lufthansa transportou<br />

mais de um milhão de passageiros<br />

de e para Portugal<br />

(Lisboa, Porto e Faro), o que<br />

representa um crescimento de<br />

10 por cento em comparação<br />

com 2010.<br />

A Lufthansa e a Swiss oferecem<br />

actualmente 72 voos semanais,<br />

proporcionando<br />

ligações a mais de 280 destinos<br />

e 105 países.<br />

Desde 2004<br />

em Osnabrück<br />

Grande Café • Möserstr. 5-6 • 49074 Osnabrück • Telf.: 0541-24034<br />

Horário de abertura: das <strong>09</strong>h00 à 01h00 •<br />

Fim-de-semana: das 9h00 às 03.00<br />

Domingos: pequenos almoços até às 14h00 • Com esplanada<br />

Visite-nos !!! PUB<br />

PORTUGAL <strong>POST</strong> Nº 216 • Julho 20<strong>12</strong><br />

Aveleda. Há 140 anos a criar brancos únicos.<br />

A Aveleda é uma empresa<br />

familiar que,<br />

desde a sua fundação<br />

em 1870, combina tradição<br />

e inovação.<br />

O saber secular da Aveleda<br />

e a sua vontade<br />

constante de inovar<br />

estão na origem de vinhos<br />

brancos de qualidade<br />

superior, que têm<br />

conquistado vários<br />

prémios nacionais e internacionais.<br />

O trabalho desenvolvido,<br />

ao longo dos anos, pela equipa de viticultura e enologia da Aveleda, com o apoio<br />

do Wine Consultant Denis Dubourdieu, considerado um dos maiores especialistas<br />

mundiais na produção de vinhos brancos, fizeram da Aveleda o maior exportador de<br />

vinhos brancos em Portugal.<br />

A especialização da empresa na produção de vinhos brancos levou ao lançamento da<br />

marca AVELEDA, uma marca exclusiva de vinhos brancos, de diversas regiões, com<br />

perfis distintos.<br />

O portfolio da marca AVELEDA divide­se assim nas gamas Regiões, Colheitas Selecionadas<br />

e Reservas.<br />

REGIÕES:<br />

AVELEDA VINHO VERDE<br />

O Aveleda Vinho Verde reflete na perfeição o carácter da região<br />

dos Vinhos Verdes: vinho de cor citrina, jovem e equilibrado, apresenta<br />

um aroma suave e delicado, marcado por notas de fruta<br />

fresca. Na boca, revela­se fresco e vibrante.<br />

AVELEDA DOURO<br />

Proveniente da região demarcada mais antiga do Mundo, este<br />

vinho é a prova de que no Douro não se fazem só tintos de grande<br />

qualidade. Aliando a vasta experiência da Aveleda na produção de<br />

vinhos brancos, a uma criteriosa seleção da melhor fruta da região, obtém­se um vinho<br />

elegante no qual predominam notas tropicais e cítricas. Apresenta um final longo e<br />

frutado.<br />

COLHEITAS SELECIONADAS:<br />

QUINTA DA AVELEDA<br />

Produzido em exclusivo com uvas (das castas Loureiro e Alvarinho)<br />

da Quinta que lhe dá o nome, este vinho conjuga a qualidade vitícola<br />

da propriedade com o saber da Aveleda na produção de vinhos<br />

brancos de reconhecida qualidade.<br />

Os aromas florais da casta Loureiro fundem­se na perfeição com<br />

as notas tropicais do Alvarinho, resultando num vinho bastante<br />

complexo e elegante.<br />

AVELEDA ­ ALVARINHO<br />

Aclamada por muitos como sendo a casta “rainha” dos vinhos<br />

brancos em Portugal, o Alvarinho está na génese deste vinho monocasta,<br />

cujas uvas são provenientes da Aveleda.<br />

Vinho intenso e harmonioso, apresenta um ataque vivo e uma estrutura<br />

aveludada. Termina longo e frutado, com notas de maracujá,<br />

flores brancas e citrinos.<br />

RESERVAS:<br />

AVELEDA RESERVA DA FAMÍLIA<br />

“Terroir” reconhecido historicamente pela sua elevada apetência para a produção<br />

de vinhos de alta qualidade, a Quinta da Aguieira (propriedade que a<br />

Aveleda detém além da Quinta da Aveleda) situa­se na região da Bairrada.<br />

Os vinhos aqui produzidos têm vindo a ganhar notoriedade no panorama internacional,<br />

beneficiando das altas pontuações que lhes vêm sendo atribuídas.<br />

É aqui que a Aveleda produz o seu Reserva da Família ­ Bairrada.<br />

Fruto da proximidade das vinhas ao oceano Atlântico, este vinho apresenta<br />

uma frescura exemplar. O solo, de composição argilo­calcárea, e o baixo rendimento<br />

por planta, transmitem­lhe uma complexidade e concentração únicas,<br />

que são completadas com os aromas bem fundidos das barricas de<br />

carvalho francês, nas quais o Chardonnay fermenta e estagia durante 8<br />

meses.


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14 Livros<br />

PORTUGAL <strong>POST</strong> Nº 216 • Julho 20<strong>12</strong><br />

Um Olhar sobre as circunstâncias do Mundo –<br />

Jerusalém de Gonçalo M. Tavares<br />

Luísa Coelho *<br />

No dia <strong>12</strong> de junho, a Representação<br />

alemã da Comissão Europeia em Berlim,<br />

no âmbito das atividades da rede<br />

EUNIC, com o apoio do Instituto Camões<br />

e da Embaixada de Portugal, recebeu<br />

o escritor português Gonçalo<br />

M. Tavares. Gonçalo, em conversa<br />

com Thomas Wohlfahrt, falou da filosofia<br />

e da estética que está subjacente<br />

ao seu trabalho em geral e, sobretudo,<br />

apresentou a sua obra Jerusalém, traduzida<br />

para alemão por Marianne Gareis/DA<br />

com o título Die Versehrten.<br />

Este romance, publicado em Portugal<br />

em 2005 pela editora Caminho, recebeu<br />

vários prémios literários e foi selecionado<br />

para figurar na edição<br />

europeia dos “1001 livros para ler<br />

antes de morrer – um guia cronológico<br />

dos mais importantes romances<br />

de todos os tempos”. Gonçalo M. Tavares<br />

é o escritor português mais unanimemente<br />

elogiado da atualidade.<br />

Muito premiado, em Portugal, no<br />

Brasil e em França, publicou o seu<br />

primeiro texto em 2001 e desde essa<br />

data nunca mais parou, numa produtividade<br />

assustadora. É natural de<br />

Luanda, onde nasceu em 1970 e de<br />

onde veio para Portugal aos 3 anos.<br />

Da infância e adolescência em Aveiro<br />

passou a Lisboa para estudar na Universidade<br />

de Motricidade Humana,<br />

onde se licenciou e é, hoje em dia,<br />

Professor de Epistemologia.<br />

O livro Jerusalém, apresentado<br />

em Berlim, faz parte de uma tetralogia<br />

intitulada “O Reino - Livros Pretos”<br />

composta pelas seguintes obras:<br />

Um homem Klaus Klump (2003); A<br />

máquina de Joseph Walser (2004);<br />

Jerusalém (2005) e Aprender a rezar<br />

na era da técnica (2007). Em cada um<br />

destes quatro romances, cujo tema<br />

principal é o Mal, a acção passa-se<br />

numa cidade diferente, ocupada em<br />

tempo de guerra. No caso preciso da<br />

obra em questão, a cidade é Jerusalém,<br />

como cidade símbolo da encruzilhada<br />

de civilizações, remetendo<br />

para os caminhos obscuros que a<br />

mente humana pode percorrer. E o<br />

Reino a que referem estes Livros Pretos<br />

aparece-nos em filigrana como<br />

sendo apenas uno – o nosso Mundo<br />

(interior) – a nossa mente. São quatro<br />

romances árduos, com pequenos e<br />

bem definidos pontos de humor<br />

negro, onde o autor discorre sobre os<br />

comportamentos do homem moderno,<br />

os limites da razão e da religião, o<br />

pessimismo face ao futuro da humanidade,<br />

a desadequada utilização da<br />

tecnologia e sobre a nostalgia de um<br />

sagrado redentor.<br />

Através destes seus escritos, Gonçalo<br />

pega no Mundo, no Reino, e<br />

fragmenta-o para, de seguida, o reconstruir,<br />

aproximando perigosa-<br />

mente as fronteiras entre a loucura, o<br />

medo, a dor e a lucidez e a razão.<br />

Neles espelha a alienação do mundo<br />

contemporâneo, numa escrita que balança<br />

entre o romance, o teatro e o ensaio<br />

e onde nos mostra o lado sombrio<br />

da modernidade. Faz-nos ver que a<br />

neutralidade não existe. Nós somos,<br />

ao mesmo tempo, os dois lados da<br />

nossa circunstância, o lado sombrio e<br />

o luminoso. Não há, na escrita de<br />

Gonçalo, qualquer desperdício de palavras.<br />

Vemo-nos perante um tom<br />

brusco, inscrito num estilo enxuto:<br />

“Escrevo rapidamente e muito. E depois,<br />

lentamente, corto e volto a cortar”<br />

– diz-nos Gonçalo sobre a sua<br />

técnica que resulta despojada e que é,<br />

finalmente, muito trabalhada. O seu<br />

discurso, propositadamente livre de<br />

artifícios estilísticos, faz uso de um lé-<br />

xico corrente, com frases e parágrafos<br />

curtíssimos. A cada palavra corresponde<br />

o significado que cada leitor<br />

lhe quiser atribuir. Em traços sóbrios<br />

e contidos envolve-nos num labirinto<br />

de contradições humanas e absurdos<br />

que identificamos e reconhecemos.<br />

Que nos assustam. Os seus personagens<br />

e os espaços que percorrem têm<br />

nomes que nos são estranhos, para<br />

que o autor, e nós com ele, possamos<br />

criar uma distância entre o que conta<br />

e o que é contado, explica-nos Gonçalo.<br />

O leitor é uma peça chave na<br />

construção do sentido, no apagar do<br />

estranhamento. A ele, o autor, o criador<br />

do texto, compete-lhe dizer apenas<br />

o essencial.<br />

A estória de Jerusalém inicia-se<br />

na noite de 28 de maio, no momento<br />

em que quatro personagens vagueiam<br />

na escuridão. Uma força secreta parece<br />

atrai-los para um encontro inevitável<br />

e as suas estórias individuais<br />

cruzam-se num ambiente de loucura<br />

e violência que nos levam a pensar e<br />

questionar a barbárie do mundo contemporâneo<br />

e o nosso próprio comportamento.<br />

A trama central gira à<br />

volta de Mylia, uma mulher que sofre<br />

de uma doença mental e que é internada<br />

num hospício pelo seu médico<br />

que é também o seu marido, Theodor<br />

Busbeck. Este último é um cientista<br />

que desenvolve um trabalho onde<br />

procura tecer as relações que se inscrevem<br />

entre o Mal e o Horror, ao<br />

longo da história da humanidade. Não<br />

há muita empatia entre o leitor e as<br />

personagens trágicas de Jerusalém<br />

que acabam por nos deixar solitárias<br />

num mundo hostil e desencantado. “É<br />

uma obra sobre o desencanto”, disse<br />

alguém ao autor: “Desencanto é a interrupção<br />

do canto, é uma coisa que<br />

incomoda”, respondeu um dia o autor.<br />

É sobretudo, uma obra que nos obriga<br />

a um mergulho na mente humana, que<br />

não nos deixa indiferentes, nos remete<br />

em questão e desafia o nosso otimismo.<br />

* Leitora do Instituto Camões<br />

em Berlim<br />

Texto escrito de acordo com o Novo<br />

Acordo Ortográfico.<br />

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PORTUGAL <strong>POST</strong> Nº 216 • Julho 20<strong>12</strong> Turismo 15<br />

Rota Vicentina pelo sudoeste alentejano já tem 200 quilómetros<br />

Os aromas, as cores, os sons, os<br />

relevos e até os sabores do sudoeste<br />

alentejano podem agora<br />

ser experimentados a pé num percurso<br />

de 200 quilómetros por cenários<br />

mais ou menos selvagens.<br />

Quando estiver concluída, a<br />

„Rota Vicentina“, percurso pedestre<br />

entre Santiago do Cacém e o cabo<br />

de São Vicente, oferecerá mais de<br />

340 quilómetros de caminhos sinalizados.<br />

Para já, é possível desfrutar do<br />

percurso entre Santiago do Cacém<br />

e Odeceixe, onde Alentejo e Algarve<br />

se encontram.<br />

A agência Lusa aproveitou a inauguração<br />

da rota vicentina, esta<br />

sexta-feira, para se aventurar por<br />

um pequeno percurso, na serra do<br />

Cercal, numa zona de confluência<br />

entre os concelhos de Santiago do<br />

Cacém, Sines e Odemira.<br />

A imensidão de verde de ervas,<br />

arbustos e árvores é entrecortada<br />

pelo branco, amarelo e lilás de plantas<br />

como a giesta, a urze e o rosmaninho,<br />

com os odores a<br />

misturarem-se de forma indecifrável.<br />

Os medronheiros convidamnos<br />

a regressarmos no Outono,<br />

quando os seus frutos estarão madu-<br />

ros.Entre o chilrear indistinto das<br />

aves e o zumbido dos insectos a<br />

voar detecta-se, a espaços, o cucar<br />

de um cuco e, de repente, sentimonos<br />

especialistas em zoologia.<br />

São sensações como estas e outras<br />

que os amantes de turismo de<br />

natureza procuram nos seus destinos.<br />

Foi a pensar nisso que a Asso-<br />

ciação Casas Brancas, que reúne<br />

empresários da área do turismo da<br />

costa alentejana, decidiu implementar<br />

o projeto „Rota Vicentina“, em<br />

parceria com outras entidades.<br />

Marta Cabral, coordenadora do<br />

projecto, explicou à Lusa que, „para<br />

além de caminhos marcados, [os turistas]<br />

vão encontrar cultura, paisagem,<br />

pessoas que habitam estes<br />

caminhos e todos os serviços turísticos<br />

disponíveis nesta região“.<br />

Em declarações aos jornalistas<br />

à margem da inauguração, a secretária<br />

de Estado do Turismo, Cecília<br />

Meireles, afirmou que „esta rota<br />

conseguiu conjugar duas coisas que,<br />

muitas vezes, são dadas como inconciliáveis:<br />

Conseguiu juntar<br />

aquilo que é um trilho muito marí-<br />

timo e muito voltado para a costa,<br />

com outro trilho muito mais histórico<br />

e voltado mais para as populações<br />

e para a vida do interior“.<br />

„Este projecto mostra que a<br />

costa e os sítios que são menos litorais<br />

podem juntar-se num único produto<br />

que é excelente, que é a rota<br />

vicentina“, concluiu.<br />

Para Luís Freitas, proprietário<br />

de uma quinta de turismo rural em<br />

Bemposta (Odemira), a „rota vicentina<br />

vai activar e trazer novas soluções<br />

para a economia da região“.<br />

„Neste momento, com o norte<br />

de África em crise política, os caminhantes<br />

estão a virar-se para a<br />

Madeira e para os Açores, e creio<br />

que esta rota vicentina será uma<br />

mais-valia“, defendeu.<br />

Amílcar Romão, utilizador da<br />

serra do Cercal que a Lusa encontrou<br />

numa das suas corridas habituais<br />

de final de tarde, considerou<br />

este projeto „uma atitude bastante<br />

sensata por parte da Associação<br />

Casas Brancas“, apesar de ter lamentado<br />

que a inauguração não tivesse<br />

sido feita num dia de<br />

descanso, „afastando a população<br />

activa deste evento“.<br />

Paula Melo dos Santos, Lusa<br />

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16 História<br />

Muro de Berlim foi construído há 51 anos e quando<br />

caiu arrastou o regime comunista<br />

Há 51 anos, as autoridades da<br />

República Democrática Alemã<br />

(RDA) justificaram a construção<br />

do Muro, uma barreira<br />

quase intransponível que dividiu<br />

Berlim ao longo de 155 quilómetros,<br />

com a necessidade de<br />

estancar a emigração em massa<br />

para ocidente e a sangria económica<br />

daí resultante para o regime<br />

comunista.<br />

Segundo estatísticas oficiais,<br />

entre o ano da fundação da RDA,<br />

em 1949, e 13 de Agosto de 1961,<br />

início da construção do Muro,<br />

emigraram do leste para o ocidente<br />

cerca de três milhões de alemães,<br />

descontentes com a<br />

transformação gradual da RDA<br />

num “satélite” da União Soviética.<br />

Só entre Janeiro e Agosto de<br />

1961, mais de 160 mil alemães de<br />

leste decidiram mudar-se para a<br />

vizinha República Federal, em<br />

clima de agravamento das tensões<br />

na política internacional, em plena<br />

guerra fria.<br />

Em princípios de Junho de<br />

1961, na Cimeira de Viena, o líder<br />

soviético Nikita Krutschev tentou<br />

convencer, sem êxito, o Presi-<br />

dente norte-americano John F.<br />

Kennedy a aceitar a integração de<br />

Berlim Oeste no território da<br />

RDA, o que viria a revelar-se fundamental<br />

para a mudança da<br />

estratégia soviética na questão<br />

alemã. A 15 de Junho, o líder leste<br />

alemão Walter Ulbricht ainda che-<br />

gou a garantir que a RDA não tencionava<br />

erguer nenhum muro,<br />

numa conferência de imprensa em<br />

Berlim Leste que passaria à história<br />

como símbolo da hipocrisia do<br />

sistema comunista.<br />

Mas os preparativos já decorriam<br />

desde Janeiro. Ulbricht era o<br />

seu catalisador e obteve finalmente<br />

o beneplácito de Krutschev,<br />

desiludido com a firmeza de Kennedy,<br />

e menos de dois meses depois<br />

a maior metrópole alemã<br />

acordou dividida, com um dos<br />

lados convertido num enorme cativeiro.<br />

A sua satisfação é essencial para nós<br />

Seguros & Finanças<br />

Agência Eugénio<br />

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Estamos desde 1995 ao serviço dos nossos clientes do norte a sul da<br />

Alemanha. Ao longo dos anos inúmeros clientes depositaram em nós a<br />

sua confiança e continuam a apostar nos nossos serviços financeiros e<br />

nos produtos AXA, empresa líder mundial no setor de seguros.<br />

Os depoimentos dos nossos clientes falam por si:<br />

Nicole Mestre (24), Gevelsberg<br />

Als ich in nach der Schule in die Ausbildung<br />

gegangen bin, hatte ich mit Versicherungen<br />

und Finanzen überhaupt keine Erfahrungen.<br />

Da hat mir Sandra den nötigen Überblick<br />

verschafft und mich darüber<br />

aufgeklärt, welche Förderungen man vom Staat beziehen<br />

kann, welche Zulagen man vom Arbeitgeber erhalten<br />

kann, wie man Steuern und Sozialabgaben sparen<br />

kann und welche Risiken wirklich abzudecken sind. Bei<br />

Sandra kann ich mir sicher sein, eine faire und ehrliche<br />

Beratung und nur das wirklich erforderliche und für<br />

mich passende Angebot zu erhalten.<br />

Mário Paulo Martins (44), Bocholt<br />

Sou cliente da Sandra há alguns anos.<br />

Com ela tenho recebido sempre as informações<br />

mais convenientes para os seguros<br />

que me fazem falta. Mas só no Verão<br />

de 2011 é que vi que a Sandra não olha a meios para<br />

servir os seus clientes o melhor possível. A caminho<br />

de Portugal tivemos uma avaria no carro que implicou<br />

uma reparação demorada. Bastou um telefonema para<br />

a Sandra e ela organizou tudo: oficina e um hotel para<br />

ficar com a minha família e acima de tudo o apoio que<br />

PORTUGAL <strong>POST</strong> Nº 216 • Julho 20<strong>12</strong><br />

A operação, dirigida pelo líder<br />

das juventudes comunistas, Erich<br />

Honecker, começou na madrugada<br />

de um domingo.<br />

As milícias comunistas ergueram<br />

barreiras de arame farpado,<br />

esventraram ruas e ergueram barricadas<br />

na linha divisória entre o<br />

sector soviético e os sectores ocidentais<br />

de Berlim, impedindo a<br />

própria população de sair do país,<br />

e os alemães ocidentais de entrar<br />

em território da RDA.As potências<br />

ocidentais abdicaram de uma<br />

intervenção militar, para evitar um<br />

conflito directo que poderia conduzir<br />

a uma terceira guerra<br />

mundial.<br />

“É melhor um muro do que<br />

uma guerra”, disse Kennedy, segundo<br />

vários historiadores.<br />

Ao longo dos anos, a RDA reforçou<br />

o que ficou também conhecido<br />

como o “Muro da<br />

Vergonha”, erguendo uma dupla<br />

barreira de betão com uma “faixa<br />

da morte” onde foram colocadas<br />

minas anti-pessoais, armas de tiro<br />

automático e um sistema de vigilância<br />

que chegou a ter 47 mil guardas.<br />

PORTUGAL <strong>POST</strong> com Lusa<br />

nos deu naqueles dias. Aqui deixo o meu muito obrigado.<br />

Mário Reis (32), Borken<br />

Eiscafe Manuel 
<br />

Há vários anos que conheço e trabalho<br />

com a Sandra e o Nuno Eugénio e só<br />

tenho a dizer bem. Estão sempre prontos<br />

a ajudar a qualquer hora. Sabem olhar e zelar da<br />

melhor maneira pelos interesses dos seus clientes<br />

que acabam por se tornar seus amigos. Honestidade,<br />

competência, profissionalismo e confiança, é<br />

só o que se pode dizer. Se quer estar tranquilo e<br />

saber que está em boas mãos, sem dúvida que a<br />

Sandra e o Nuno são as pessoas certas!<br />

Marina Marques (29), Dortmund<br />

Depois de ter tido um acidente domiciliar<br />

e ter estado no hospital, pude verificar<br />

mais um vez que fui mesmo bem aconselhada<br />

pela Agência Eugénio e quanto é importante<br />

ter um seguro de acidentes pessoais. A<br />

Agência Eugénio tratou de toda a burocracia e afins.<br />

A AXA indemnizou os dias que faltei ao meu trabalho.<br />

Faça como eu e opte pela Agência Eugénio!<br />

Fale connosco para obter mais informações sobre os nossos serviços e produtos:<br />

Seguro Automóvel, Seguro de Advogados, Seguro de Habitação, Seguros de Acidentes Pessoais, Seguro<br />

de Vida, Financiamentos para compra de casa, Poupanças Reforma...<br />

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PORTUGAL <strong>POST</strong> Nº 216 • Julho 20<strong>12</strong><br />

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17


PORTUGAL <strong>POST</strong> SHOP - Livros<br />

Ler +<br />

Português<br />

Os Portugueses<br />

Autor: Barry Hatton<br />

Preço: € 29,00<br />

Barry Hatton vive em Portugal há<br />

quase 25 anos. Correspondente da Associated<br />

Press em Portugal, o jornalista<br />

britânico revela no livro Os<br />

Portugueses aquilo que somos enquanto<br />

país e enquanto povo. Pelo<br />

menos aos olhos dos estrangeiros.<br />

No livro "Os Portugueses", Hatton relembra<br />

os principais momentos históricos<br />

que marcaram a nação, desde o<br />

período áureo dos Descobrimentos<br />

aos anos governados por Oliveira Salazar,<br />

sem esquecer a pela peculiar relação<br />

com Espanha, e termina com<br />

uma análise sobre a modernidade.<br />

«A minha intenção é lançar algumas<br />

luzes sobre este enigmático canto da Europa, descrever as idiossincrasias que tornam<br />

único este adorável e, por vezes, exasperante país e procurar explicações,<br />

fazendo o levantamento do caminho histórico que levou os portugueses até onde<br />

estão hoje.», avança o autor na nota prévia da obra.<br />

Paralelamente, a construção da identidade de Portugal enquanto povo e os vários<br />

estereótipos que (ainda) reinam além fronteiras são abordados e apresentados<br />

através de episódios vividos pelo autor ou por pessoas que lhe são próximas. De<br />

leitura obrigatória para todos quantos desconhecem a verdadeira alma lusa, portugueses<br />

ou não, "Os Portugueses" é uma obra obrigatória, escrita de forma<br />

apaixonada por um dos correspondentes mais antigos da imprensa internacional<br />

no nosso país.<br />

Grandes Obras<br />

Os Maias<br />

Eça de Queirós<br />

Livro de Bolso<br />

Preço: € 11,90<br />

Formas de pagamento<br />

Junte a este cupão um cheque à ordem de<br />

PORTUGAL <strong>POST</strong>VERLAG e envie-o para a morada<br />

do jornal ou, se preferir, pode pagar<br />

por débito na sua conta bancária.<br />

Se o desejar, pode ainda receber a sua encomenda<br />

à cobrança contra uma taxa que<br />

varia entre os 4 e os 7 € (para encomendas<br />

que ultrapassem os dois quilos) que é acrescida<br />

ao valor da sua encomenda.<br />

Não se aceitam devoluções.<br />

NOTA<br />

Nos preços já estão incluídos os custos de<br />

portes de correio nas encomendas pagas<br />

por débito (Lastschriftverfahren) e IVA<br />

PORTUGAL <strong>POST</strong> SHOP<br />

Tel.: 0231 - 83 90 289<br />

FAX 0231 - 8390351<br />

correio@free.de<br />

Preencha de forma legível, recorte e envie para:<br />

PORTUGAL <strong>POST</strong> SHOP<br />

Burgholzstr. 43 - 44145 Dortmund<br />

Queiram enviar a minha encomenda à cobrança<br />

Queiram debitar na minha conta o valor da encomenda<br />

Ich ermächtige die fälligen Beträge von dem u.g. Konto abzubuchen.<br />

Bankverbindung<br />

Kontonummer:<br />

Bankleitzahl:<br />

Datum: Unterschrift<br />

Jorge Amado<br />

Capitães da Areia<br />

Preço: € 10,00
<br />

Capitães da Areia é o livro de Jorge<br />

Amado mais vendido no mundo inteiro.<br />

Publicado em 1937, teve a sua<br />

primeira edição apreendida e queimada<br />

em praça pública pelas autoridades<br />

do Estado Novo.<br />

Em 1944 conheceu nova edição e,<br />

desde então, sucederam-se as edições<br />

nacionais e estrangeira, e as<br />

adaptações para a rádio, televisão e cinema.<br />

Jorge Amado descreve, em páginas carregadas de grande beleza<br />

e dramatismo, a vida dos meninos abandonados nas ruas de São<br />

Salvador da Bahia, conhecidos por Capitães da Areia.<br />

TRAVESSIA DE VERÃO<br />

Truman Capote<br />

PREÇO: 11.50<br />

Obra póstuma e inédita, Travessia de<br />

Verão é um primeiro romance precoce e<br />

seguro que mostra o sentido implacável<br />

da narração de um dos maiores escritores<br />

do século XX. Os seus fraseados imaculados,<br />

a sua crua ironia e a sua visão das subtilezas das<br />

diferenças de classe anunciam os futuros triunfos de<br />

Capote.<br />

Miguel Torga<br />

Bichos<br />

Preço: € 11.50<br />

«Querido leitor:<br />

São horas de te receber no portaló da minha<br />

pequena Arca de Noé. Tens sido de uma constância<br />

tão espontânea e tão pura a visitá-la,<br />

que é preciso que me liberte do medo de parecer<br />

ufano da obra, e venha delicadamente<br />

cumprimentar-me uma vez ao menos. Não se<br />

pagam gentilezas com descortesias, e eu sou<br />

instintivamente grato e correcto (…)»<br />

Irmãos Grimm<br />

Contos da Infância e do Lar. Volume I<br />

€ 30,90<br />

Os Contos da Infância e do Lar, de Jacob e Wilhelm<br />

Grimm, são a obra de língua alemã mais<br />

traduzida e editada no mundo. Publicada pela<br />

primeira vez em Berlim em 18<strong>12</strong> e em 1815, foi<br />

crescendo em popularidade ao longo do século<br />

XIX, consagrando-se como um dos tesouros da<br />

cultura popular alemã e europeia.<br />

Os três volumes da presente edição compreendem<br />

duzentos contos, dez lendas religiosas infantis,<br />

um apêndice com outros vinte e oito<br />

contos não incluídos na última edição em vida<br />

dos autores (1856-57), um conjunto de seis fragmentos<br />

de contos e um longo capítulo que inclui<br />

bibliografia relevante citada pelos autores nas<br />

suas notas e considerações gerais sobre diversas<br />

tradições nacionais, assim como uma reflexão<br />

final sobre a relação dos contos populares com a mitologia.<br />

Esta é a primeira edição integral em língua portuguesa com tradução, introdução e notas<br />

de Teresa Aica Bairos e coordenação científica de Francisco Vaz da Silva.<br />

Aprender Português<br />

Borges/ Tirone/ Gôja<br />

Timi 3 livro do aluno (com CD-audio) acordo ortográfico<br />

Preço: € 30,90<br />

TIMI 3 é um manual para alunos que estão a aprender<br />

PLE / PL2.<br />

Este projeto inclui: Livro do Aluno com vocabulário ilustrado,<br />

diálogos, jogos e exercícios variados. Inclui um CD<br />

áudio com apresentação de vocabulário, dramatização<br />

das bandas-desenhadas, exercícios de oralidade e uma<br />

canção por unidade, composta com músicas e letras originais,<br />

que permitem ao aluno consolidar e aprofundar<br />

o vocabulário de uma forma lúdica e agradável. Livro do<br />

Professor que oferece, passo a passo, pistas de exploração<br />

por exercício, assim como inúmeras ideias e recursos para<br />

cada unidade. Inclui uma sinopse dos conteúdos de cada unidade e soluções dos exercícios.<br />

Name /Nome<br />

Straße Nr / Rua<br />

PLZ /Cód. Postal Ort / Cidade<br />

Telefone<br />

Ort. Datum. Unterschrift / Data e assinatura<br />

NOTA DE ENCOMENDA<br />

Título Preço<br />

Soma


PORTUGAL <strong>POST</strong> Nº 216 • Julho 20<strong>12</strong> Alemanha 19<br />

Governo alemão recorre à internet<br />

para recrutar imigrantes<br />

A<br />

Alemanha lançou dois<br />

sítios na internet para<br />

atrair mão-de-obra<br />

qualificada e superar a escassez<br />

destes profissionais, a qual, conjugada<br />

com o envelhecimento da<br />

população, ameaça a sua boa<br />

saúde económica, noticiou a agência<br />

AFP.<br />

Lançados pelos ministérios do<br />

Desemprego e estatísticas<br />

O Instituto Nacional do Emprego<br />

(Arbeitsamt) ou Agencia de Trabalho<br />

(Jobcenter), como também é conhecido,<br />

tem a sua sede central na<br />

cidade bávara de Nuremberga. É<br />

um edifício de grande envergadura,<br />

luxuoso e rodeado de vidro que<br />

serve esta central.<br />

Todos os meses alimenta-nos com<br />

umas estatísticas sempre variáveis,<br />

sobre o número de desempregados<br />

na Alemanha. Constitui o termômetro<br />

da evolução da economia nacional.<br />

O leitor mais desprevenido, que<br />

acredita nos números que aquela<br />

grande máquina vai vomitando,<br />

chega mesmo a acreditar que o aumento<br />

do emprego vai de vento em<br />

popa.<br />

Teremos já chegado mesmo à<br />

luz ao fundo do túnel, como todos<br />

esperamos e sonhamos? Estará<br />

mesmo a economia alemã, ao ler<br />

estes números, na vanguarda dos<br />

restantes paises da Europa? A ver<br />

vamos!<br />

Uma leitura mais atenta, desprovida<br />

de ideologias que os diversos<br />

governos, independentemente<br />

do colorido político possam ter tido<br />

e, munidos duma certa curiosidade<br />

saudável e atenta, permite-nos obter<br />

uma leitura totalmente diferente.<br />

Descobrimos outros números tão<br />

diferentes, mas mesmo que nos<br />

Trabalho e da Economia e da<br />

Agência para o Emprego, os sítios<br />

dirigem-se ao pessoal qualificado<br />

na Alemanha (www.fachkraefteoffensive.de)<br />

e ao estrangeiro<br />

(www.make-it-in-germany.com).<br />

O primeiro quer facilitar o<br />

contacto entre os trabalhadores<br />

alemães e as empresas nos sectores<br />

onde a procura é forte, como<br />

possa doer, são mais realistas. Certificamo-nos<br />

então que estamos<br />

mesmo longe de alcançar essa luz,<br />

que os políticos têm, ao longo de<br />

décadas, prometido. No mês de<br />

Abril o luxuoso e grandioso Instituto<br />

brindou-nos com a existência<br />

de apenas 3.082 milhões de desempregados.<br />

É um número que<br />

não tinha sido alcançado nos anteriores<br />

vinte anos. Não seria motivo<br />

suficiente de entusiasmo e de orgulho?<br />

A ver vamos!<br />

Onde estão incluídas os mais de<br />

um milhão de pessoas que, por estarem<br />

a freqüentar cursos de readaptação<br />

profissional, subsidiados pelo<br />

mesmo instituto de trabalho? Estes<br />

desempregados não constam nessas<br />

estatísticas.<br />

Não fazem parte dessas estatísticas<br />

os que permanecem em casa,<br />

passivamente, esperando descansadamente<br />

a sua reforma, ao abrigo de<br />

acordos sociais com a empresa e o<br />

Instituo de Emprego. Outros, por se<br />

terem decidido por uma ocupação<br />

por conta própria, por não preverem<br />

qualquer futuro ativo estando inscritos<br />

nessas listas, mesmo que recebam<br />

incentivos financeiros do<br />

mesmo instituto. Estes brilham igualmente<br />

pela sua ausências nessas<br />

cegas estatísticas.<br />

A procissão dos que não estão<br />

tecnologias, telecomunicações ou<br />

medicina.<br />

Com mapas e números, mostra<br />

que os Estados (‘Lander’) de<br />

Baden-Wurtemberg, no Sul, e da<br />

Renânia-do-Norte-Vestefália, no<br />

Oeste, são os que apresentam<br />

maiores necessidades de pessoal<br />

qualificado e apela a “garantir em<br />

conjunto o futuro da Alemanha”.<br />

Quando a lebre sabe a gato<br />

contemplados nessas estatísticas<br />

poderá continuar, se somarmos<br />

ainda as muitas centenas de milhares<br />

que, apesar de possuírem no<br />

bolso um contrato de trabalho, estão<br />

a receber um complemento ao ordenado<br />

pelas entidades sociais da<br />

nação. A precariedade destes contratos<br />

não lhes permite saldarem os<br />

seus gastos fundamentais familiares<br />

e vitais. Não se poderão considerar<br />

estes como desempregados? Pelo<br />

menos parcialmente!<br />

A procissão ainda vai ainda no<br />

adro e deparamo-nos com as boas<br />

centenas de milhares de jovens que<br />

vegetam em casa, nos centros juvenis,<br />

sem um lugar de formação profissional<br />

e de trabalho que, por não<br />

terem direito, nem ao complemento<br />

de ajuda social ao desemprego por<br />

viverem a expensas e em casa dos<br />

pais, e outros que nem sequer tem<br />

direito ao seguro de desemprego<br />

por não terem ainda descontado o<br />

suficiente para este seguro. Quantos<br />

serão?<br />

Quantos serão os desempregados<br />

que, encontrando-se de baixa<br />

continuada estão a receber o subsidio<br />

correspondente das caixas de<br />

doença e não do Instituto de desemprego.<br />

Estes não contam para<br />

avaliar a temperatura desse termômetro.<br />

Quantos serão? Algumas<br />

O segundo sítio, disponível<br />

em alemão e em inglês, tem por<br />

objetivo elogiar a qualidade de<br />

vida na Alemanha e facilitar a procura<br />

de emprego e instalação aos<br />

estrangeiros.<br />

“Com o nosso portal, vamos<br />

mostrar aos trabalhadores estrangeiros<br />

qualificados porque vale a<br />

pena viver e trabalhar na Alemanha.<br />

Em particular, queremos<br />

mostrar-lhes que são sinceramente<br />

bem-vindos”, afirmou, em conferência<br />

de imprensa, o ministro da<br />

Economia, Philipp Rosler, salientando<br />

que a iniciativa dirige-se<br />

aos Estados da União Europeia,<br />

mas também a outros.<br />

O recrutamento de trabalhadores<br />

qualificados é uma prioridade<br />

governamental, dado que o envelhecimento<br />

acelerado da população<br />

e o desemprego baixo (6,7 por<br />

cento em Maio) compromete o futuro<br />

da economia alemã.<br />

“Em 2025, a Alemanha, por<br />

razões exclusivamente demográficas,<br />

terá falta de até seis milhões<br />

de pessoas em idade ativa”, afirmou,<br />

por seu turno, a ministra do<br />

Trabalho, Ursula von der Leyen.<br />

“Se ativarmos todos os recursos<br />

sem utilização, desde logo no<br />

país, mas também cada vez mais<br />

no estrangeiro, a Alemanha tem<br />

dezenas ou centenas de milhares?<br />

Quantas mulheres que, mesmo<br />

não tendo emprego oficialmente remunerado,<br />

estão há muito desligadas<br />

dessas estatísticas! Quantas<br />

serão? Há muito desistiram de mendigar<br />

um lugar de trabalho, deixando<br />

de se apresentarem<br />

periodicamente aos Serviços de<br />

Emprego. Deambulam de casa em<br />

casa em limpezas privadas, um serviço<br />

muitas vezes mal remunerado.<br />

Não descontam para a sua posterior<br />

reforma, prevendo-se engrossar<br />

mais tarde o número de pobres na<br />

sociedade. As estatísticas não perdem<br />

sequer uma silaba para as mencionar!<br />

Afinal quantos desempregados<br />

existem na Alemanha? Serão os<br />

estatísticos somente um meio para<br />

os mais incautos se deixarem inebriar,<br />

iludir e manter, deste modo,<br />

uma paz social camuflada? Será<br />

simplesmente propaganda política,<br />

nua e crua?<br />

Está comprovado que estas estatísticas<br />

são simplesmente manipuladas.<br />

Já em Março de 2008 as<br />

estatísticas de desemprego apresentavam<br />

um número irrisório de 3,<br />

434 milhões desempregados, considerado<br />

então um recorde. Numa entrevista<br />

feita por uma agencia<br />

noticiosa, a News Press, em Marco<br />

boas possibilidades de permanecer<br />

um país forte na concorrência<br />

mundial”, argumentou.<br />

Já o presidente da Agência<br />

para o Emprego, Frank-Jurgen<br />

Weise, defendeu, com vista ao<br />

aproveitamento do potencial alemão,<br />

o aumento da participação<br />

no mercado de trabalho das mulheres<br />

e dos idosos, a formação dos<br />

desempregados e o combate ao insucesso<br />

escolar.<br />

Em todo o caso, o recurso aos<br />

imigrantes é indispensável. Weise<br />

estima em 200 mil o número de<br />

trabalhadores estrangeiros qualificados<br />

por ano, para satisfazer a<br />

necessidade desta mão-de-obra.<br />

A crise que afeta a Europa do<br />

Sul está a aproveitar à Alemanha,<br />

que está a conseguir atrair numerosos<br />

jovens diplomados europeus,<br />

sem perspetiva de emprego<br />

nos seus países.<br />

Em 2011, esta situação permitiu-lhe<br />

acolher o maior número de<br />

imigrantes conhecido desde 1996.<br />

Em particular, o número de<br />

pessoas provenientes da Grécia,<br />

apesar de fraco em valor absoluto,<br />

conheceu um crescimento de 90<br />

por cento em relação a 2010, enquanto<br />

que o número dos chegados<br />

de Espanha cresceu em 52 por<br />

cento.<br />

de 2008, a um alto funcionário do<br />

Instituto de Emprego de Berlin,<br />

que, por razoes óbvias, mantiveram<br />

o anonimato, este teve afirmações<br />

que alarmaram então a opinião pública.<br />

Já desde 1974, a altura em que<br />

o desemprego alcançou o recorde<br />

de um milhão de desempregados, a<br />

manipulação destes números tem<br />

sido uma constante. No mês em que<br />

se efetuou a entrevista, previa-se<br />

que os sem trabalho ultrapassariam<br />

os 9 milhões contra o numero que a<br />

máquina de Nuremberg tinha já lançado<br />

para fora. Os números reais<br />

são escondidos para embelezar e<br />

colorir as medidas políticas e a falaz<br />

eficácia dos diversos governos. A<br />

mentira não deixa de ser mentira e<br />

só passa a ser verdade para os mais<br />

incautos. Mas não é só neste campo<br />

que as estatísticas são deturpadas e<br />

colocadas ao serviço duma política<br />

que sendo ineficaz é vendida como<br />

eficaz e coberta de êxito. Existem<br />

outros campos, infelizmente!<br />

Esta realidade reflete-se infelizmente<br />

noutras paises e noutros<br />

povos! Mantenhamo-nos atentos e<br />

não nos deixem que nos vendam<br />

gato por lebre!<br />

Joseé Gomes Rodrigues<br />

Fonte: Süddeutsche Zeitung,


20<br />

Consultório<br />

Miguel Krag, Advogado<br />

Portugal Haus<br />

Büschstr.7 -<br />

20354 Hamburgo<br />

Leopoldstr. 10<br />

44147 Dortmund<br />

Telf.: 040 - 20 90 52 74<br />

TRADUÇÕES<br />

PORTUGUÊS ALEMÃO<br />

Claus Stefan Becker<br />

Tradutor ajuramentado junto dos<br />

Consulados-Gerais de Portugal<br />

em Estugarda<br />

Im Schulerdobel 24<br />

79117 Freiburg i.Br<br />

Tel.: 0761 / 64 03 72<br />

Fax:0 761 /64 03 77<br />

E-Mail:info@portugiesisch-online.de<br />

ALEMÃO PORTUGUÊS<br />

O consultório jurídico tem a colaboração<br />

permanente dos advogados<br />

Catarina Tavares, Lisboa, Michaela Ferreira dos Santos, Bona<br />

e Miguel Krag, Hamburgo<br />

Heranças – Como agir depois de um óbito?<br />

Por Catarina Tavares,<br />

Advogada<br />

Av. Sidónio Pais, n.º 24, 5º Dto<br />

1050-215 Lisboa<br />

Tel: 00351 - 213 163 450<br />

catarina.tavares@mms.com.pt<br />

Após o falecimento de uma pessoa,<br />

os seus herdeiros têm algumas<br />

obrigações nomeadamente<br />

fiscais e relacionadas com a habilitação<br />

de herdeiros.<br />

Existindo vários herdeiros, é<br />

nomeado o cabeça-de-casal, que<br />

em regra é o cônjuge viúvo ou<br />

na ausência deste, o filho mais<br />

velho. Depende sempre da quantidade<br />

e qualidade dos herdeiros<br />

existentes à data do óbito.<br />

O cabeça-de-casal ficará responsável<br />

pela administração<br />

dos bens existentes do falecido,<br />

devendo prestar contas aos res-<br />

Caro/a Leitor/a:<br />

Se é assinante,<br />

avise-nos se mudou ou<br />

vai mudar de residência<br />

tantes herdeiros. As despesas e<br />

lucros fruto dos bens da herança,<br />

serão distribuídos pelos herdeiros<br />

de acordo com o seu quinhão<br />

hereditário, ou seja, a parte que<br />

cada um dos herdeiros detém na<br />

herança.<br />

A obrigação inicial que incumbe<br />

ao cabeça-de-casal é a<br />

participação do óbito em qualquer<br />

serviço de finanças. Esta<br />

comunicação deve ser efectuada<br />

até ao final do 3º mês seguinte<br />

ao do falecimento, caso contrário,<br />

os interessados terão de<br />

pagar uma coima que se agravará<br />

consoante o tempo que<br />

tiver decorrido desde o último<br />

dia do prazo legal.<br />

A par da comunicação, o cabeça<br />

de casal deve informar o<br />

serviço de finanças da existência<br />

de todos os herdeiros mediante<br />

JTM Consulting<br />

GmbH<br />

• Contabilidade<br />

• Consultadoria fiscal,<br />

empresarial e financeira<br />

Sede: JTM@consystem.com<br />

Fuchstanzstr 58<br />

60489 Frankfurt /Main<br />

TM: 0172- 6904623<br />

Tel.069- 7895832<br />

Fax: 069-78801943<br />

número de Identificação fiscal,<br />

bem como, juntar uma lista de<br />

todos os bens pertencentes à herança,<br />

sejam, imóveis, móveis,<br />

acções, participações sociais<br />

entre outros.<br />

Esta indicação e identificação<br />

de bens é obrigatória e crucial,<br />

uma vez, que quando os<br />

herdeiros decidirem fazer a partilha<br />

por herança, só poderão ser<br />

partilhados os bens que constam<br />

da relação de bens entregue no<br />

serviço de finanças.<br />

No caso de bens que apenas<br />

foram descobertos após a participação<br />

do óbito, é possível<br />

efectuar uma participação adicional<br />

de bens, regularizando<br />

desta forma a situação dos bens<br />

que compõem a herança.<br />

Outro passo imprescindível<br />

para quem pretenda fazer a ad-<br />

Consultas em<br />

Português<br />

ministração e partilha dos bens<br />

da herança é a realização de habilitação<br />

de herdeiros num cartório<br />

notarial ou no balcão das<br />

heranças.<br />

Será a habilitação de herdeiros<br />

que irá permitir identificar<br />

quem são os herdeiros de falecido,<br />

sendo que, este documento<br />

será sempre obrigatório para que<br />

se possa efectuar a partilha por<br />

herança e desta forma permitir a<br />

aquisição dos bens e registo dos<br />

mesmos na Conservatória em<br />

nome dos herdeiros.<br />

Actualmente já não é devido<br />

o “imposto sucessório” no momento<br />

da participação do óbito<br />

no serviço de finanças, ao contrário<br />

do que sucedia até 2004,<br />

quanto aos herdeiros que sejam<br />

cônjuge ou unido de facto, descendentes<br />

e ascendentes do fale-<br />

Rechtsanwalt/<br />

Advogado<br />

Victor Leitão Nunes<br />

Consultas em português<br />

40210 Düsseldorf Immermannstr. 27<br />

Ra.Nunes@web.de<br />

Tel.: 0211 / 38 83 68 6<br />

Fax: 0211 / 38 83 68 7<br />

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Michaela Ferreira dos Santos,<br />

Advogada<br />

Theodor-Heuss-Ring 23,<br />

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Catarina Tavares,<br />

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Carlos A. Campos Martins<br />

Direito alemão<br />

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Natália da Silva Costa<br />

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Weidestraße <strong>12</strong>2 b, 5. Etage<br />

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Telefon: 040 6969 11 71<br />

Fax: 040 6969 11 38<br />

cido.<br />

Os impostos apenas serão<br />

devidos no momento em que a<br />

partilha dos bens é efectuada, e<br />

só para aqueles que levam a<br />

mais do que a sua quota na herança.<br />

É importante reiterar que<br />

antes de qualquer partilha de<br />

bens por herança, os interessados<br />

terão sempre de fazer a participação<br />

do óbito ao serviço de<br />

finanças competente, juntamente,<br />

com a identificação de<br />

todos os herdeiros e relação de<br />

bens, bem como, a habilitação<br />

de herdeiros.<br />

Não existe ordem prioritária<br />

entre estes dois actos, todavia, o<br />

prazo da comunicação do óbito<br />

deve ser tido em atenção, para<br />

que não sejam aplicadas multas<br />

aos interessados.


PORTUGAL <strong>POST</strong> Nº 216 • Julho 20<strong>12</strong><br />

José Gomes Rodrigues<br />

rodrigues@live.de<br />

3<br />

Desempregado, que fazer? • Como se integrar num mercado de trabalho exigente? •<br />

Discriminação por idade, que consequências?<br />

Ex.mo Sr. Diretor do Portugal Post<br />

Há alguns meses que estou desempregado<br />

e estamos a receber ajuda<br />

social ao desemprego (Hartz IV).<br />

Digo estamos porque agora até a<br />

minha esposa é considerada desempregada<br />

e o respectivo Instituto<br />

de Trabalho não nos deixam em<br />

paz. Temos de mendigar por todo o<br />

lado à procura dum lugar de trabalho.<br />

Apesar da nossa meia<br />

idade, muitas empresas rejeitam as<br />

nossas ofertas de mão de obra.<br />

Cada vez que nos dirigimos à responsável<br />

pelo nosso caso no “Arbeitsamt”<br />

o temor de obter<br />

respostas desagradáveis causa-nos<br />

até dores no estômago. A nossa<br />

saúde já não é o que era e o nosso<br />

alemão pode considerar-se com<br />

que seja básico. Nunca nos preocupamos<br />

pois trabalhámos sempre<br />

com portugueses e a minha esposa<br />

sempre se entendeu bem com as senhoras<br />

onde trabalha. O nosso<br />

filho já esta prestes a terminar a<br />

formação profissional. Nós estamos<br />

já cansados de mendigar de<br />

empresa em empresa. Será que poderá<br />

haver alguma possibilidade<br />

de libertar-nos desta dependência<br />

das autoridades? Antes de eu perder<br />

o meu lugar de trabalho, e estando<br />

a receber do seguro de<br />

desemprego, a minha esposa fazia<br />

algumas limpezas particulares.<br />

Agora nem isso! Digam o que poderemos<br />

fazer. Claro que podem<br />

colocar esta questão no nosso jornal.<br />

Desde já a nossa gratidão sincera!<br />

Leitor identificado<br />

Compreendemos a vossa condição<br />

que, infelizmente, se repete nos<br />

lares de muitos cidadãos a viverem<br />

na Alemanha e um pouco por toda<br />

a Europa. A saúde frágil, talvez até<br />

a idade, aliada aos reduzidos conhecimentos<br />

do alemão, como haveis<br />

indicado, pode condicionar e<br />

dificultar um novo emprego.<br />

A ajuda social ao desemprego é<br />

oriunda da caixa do povo, dos descontos<br />

dos cidadãos, ou seja, do<br />

Estado e, na sua aplicação em<br />

casos concretos de necessidade,<br />

tem em conta as necessidades de<br />

sobrevivência de todo o agregado<br />

familiar. Por esta razão, a sua esposa<br />

e, mesmo o seu filho, são<br />

tidos em conta neste processo.<br />

Como o seu filho está na formação<br />

profissional, não é considerado<br />

como desempregado o que não<br />

deixa de receber um subsídio de<br />

sobrevivência da mesma caixa.<br />

Este subsídio abarca uma soma fixa<br />

para cada elemento do agregado familiar,<br />

que varia conforme a idade<br />

e que e inclui os gastos básicos<br />

com a alimentação e outros. Os<br />

gastos com a habitação são divididos<br />

igualmente por cada elemento<br />

a viver sobre o mesmo teto.<br />

Continuando com a análise da sua<br />

carta e querendo dar-lhes uma informação<br />

a mais completa possível,<br />

a sua esposa pode continuar a<br />

realizar o trabalho que fazia antes<br />

de receber este auxílio financeiro.<br />

Claro que terá de declará-los junto<br />

à correspondente repartição, obrigando-se<br />

a apresentar periodicamente<br />

um formulário próprio sobre<br />

o valor dos diversos ordenados que<br />

aufere. Estas receitas, além de outras<br />

possíveis fontes, como juros,<br />

possíveis reformas, rendas de possíveis<br />

casas ou apartamentos, terá<br />

de dá-las a conhecer igualmente e<br />

são tidas parcialmente em consideração<br />

no pagamento do respectivo<br />

subsídio. Declarando-os terá vantagem<br />

de não ser tão incomodada<br />

pela administração local, pois a dependência<br />

de viver da caixa pública,<br />

dos dinheiros do Estado,<br />

diminui, deste modo, consideravelmente.<br />

Abrir-se às alternativas<br />

de integração no trabalho<br />

Uma das condições essenciais,<br />

para usufruírem deste subsídio de<br />

sobrevivência é a de que se façam<br />

tudo o que esteja ao vosso alcance<br />

para libertar-se dessa situação de<br />

desemprego. Têm de se sentir obrigados<br />

a aceitar as diversas iniciativas,<br />

como sejam acções e cursos<br />

oferecidos pelo Instituto de Trabalho<br />

com esse fim. Existem acções<br />

que têm como objectivo melhorar<br />

ou facilitar uma mais rápida integração<br />

no mercado de trabalho.<br />

Não deixem de se informar junto<br />

da mesma administração sobre as<br />

possíveis iniciativas existentes na<br />

sua zona de residência.<br />

Conforme descreve na sua carta,<br />

parece que o involuntário desconhecimento<br />

da língua alemã está a<br />

ser para os dois um impedimento<br />

para um possível emprego e assim<br />

delinear convenientemente o vosso<br />

futuro. O conhecimento da língua<br />

poderá abrir-vos muitas portas. Facilita-vos<br />

uma integração social e<br />

até cultural, abrindo-vos outros e<br />

novos horizontes. Talvez este passo<br />

poderia ser prioritário no vosso<br />

caso. Estes cursos são geralmente<br />

gratuitos havendo, em certos casos,<br />

subsídios para as vossas possíveis<br />

deslocações. Durante o tempo em<br />

que durarem estes cursos, não estais<br />

obrigados a “mendigar” emprego.<br />

O mesmo é válido na<br />

frequência de outras medidas de<br />

reintegração no mundo do trabalho.<br />

Valorize o seu tempo livre<br />

A idade pode até não constituir um<br />

impedimento importante para reiniciar<br />

uma nova carreira laboral. A<br />

vossa longa experiência de trabalho<br />

ter-vos-ão fornecido valores<br />

que poderão ser indispensáveis<br />

para esta nova reintegração. Pontualidade,<br />

responsabilidade são,<br />

entre outras, algumas ferramentas<br />

importantes e que contam muito na<br />

vossa balança perante uma possível<br />

selecção entre outros muitos candidatos<br />

a um possível lugar de trabalho.<br />

O importante nesta fase é nunca<br />

perderem a esperança e não se deixarem<br />

levar pelo pessimismo, que<br />

só leva a um comportamento passivo,<br />

à monotonia do nada fazer e<br />

até a entorpecer a própria vontade<br />

e mesmo a vossa moral. Pensem<br />

sempre positivo! Participem em actividades<br />

comunitárias e culturais.<br />

Ultrapassem, se vos for possível, as<br />

fronteiras nacionais. Do outro lado<br />

da barreira nacional, existe um<br />

mundo com muitas ofertas que o<br />

multiculturalismo lhe empresta<br />

uma beleza própria.<br />

Façam parte activa de movimentos<br />

ou grupos humanitários, sócios<br />

culturais, da defesa do ambiente ou<br />

de reflexão sobre o trabalho, até de<br />

religião onde possa reflectir e dar<br />

asas aos vossos sonhos. Sonhem<br />

sempre, visualizem já o vosso futuro!<br />

Valorizem o vosso tempo<br />

livre saindo de si mesmos. Dêem<br />

algo de vocês mesmos para Procurem<br />

ser activos e não deixem de<br />

perder as circunstâncias que se<br />

possam apresentar para enriquecerem<br />

humanamente. Quem procura<br />

e se esforça nada tem a temer. Com<br />

isto não tencionamos dar moral a<br />

ninguém. São ideias que podem<br />

ser-vos úteis a alcançar duas coisas<br />

importantes: um lugar de trabalho<br />

e libertá-lo desses temores que poderão<br />

permanecer infundados caso<br />

se coloque na disposição assinalada<br />

anteriormente. Não queiram<br />

ser dependentes de quem quer que<br />

seja, nem dos dinheiros públicos.<br />

Mantenham a vossa consciência e<br />

livre! O trabalho não significa só<br />

ganha pão, mas deveria ser mais<br />

que isso. É dignidade e colaborar<br />

na construção dum mundo justo e<br />

novo!<br />

Existe um outro caminho que muitos<br />

já tentaram e continuam a tentar<br />

palmilhar que é ser o vosso próprio<br />

chefe, estabelecendo-se por conta<br />

própria. Prometemos dedicar-nos a<br />

este tema numa das próximas edições<br />

do nosso e vosso jornal.<br />

Descriminação em virtude<br />

da idade? Será possível?<br />

Esta pode sair bem caro<br />

ao empregador<br />

Correu alguma tinta em muitos jornais<br />

a decisão dum tribunal de trabalho<br />

que, nas mais altas<br />

instâncias, condenou uma instituição<br />

de saúde ao tê-la condenada<br />

por descriminação dum funcionário<br />

superior dessa instituição.<br />

Aconteceu pela primeira vez que<br />

um tribunal toma a defesa dum alto<br />

funcionário contra a rescisão duma<br />

relação laboral por causa da idade.<br />

Foi a aplicação da lei anti-discriminatória<br />

que começou a fazer parte<br />

da lei alemã em 2006.<br />

Desenrolar da questão<br />

O desenrolar da questão é simples.<br />

Numa certa clínica em Colónia sob<br />

a responsabilidade da câmara local,<br />

tinha sido contratado em 2004 e<br />

por cinco anos, um médico que<br />

ocupava um alto cargo de responsabilidade<br />

nessa mesma clínica. Ao<br />

expirar em 31.05.20<strong>12</strong> o contrato e<br />

este não ter sido prorrogado, como<br />

se esperava, foram então dispensados<br />

os seus serviços. No seu lugar<br />

foi colocado um outro funcionário,<br />

contratado para o efeito, mais<br />

jovem com apenas 41 anos de<br />

idade. Na altura da rescisão do contrato<br />

tinha aquele 62 anos de idade.<br />

Na imprensa local apareceu uma<br />

noticia; indicando que o alto funcionário<br />

tinha sido dispensado para<br />

dar lugar a alguém com idêntica<br />

qualificação, mas muito mais<br />

jovem. Enfim, este sempre poderia<br />

permanecer por mais tempo e,<br />

deste modo, manter uma linha mais<br />

constante na organização.<br />

21<br />

Compensação por danos morais<br />

Segundo o § 22 dessa legislação<br />

(lei anti - discriminatória) terá o sujeito<br />

que se sente discriminado obrigado<br />

a apresentar provas<br />

suficientes e fidedignas que justifiquem<br />

esse pretexto. Em vão, tentou<br />

o conselho da administração amenizar<br />

a acusa aludida e, tentando<br />

em vão procurado retirar o peso da<br />

acusação. Foi considerado de injustificado<br />

as razoes que o patronato<br />

aludiu em sua defesa, e os<br />

indícios justificados de descriminação<br />

por causa da idade pelo não<br />

prolongamento do contrato. A clínica<br />

foi então condenada a pagar,<br />

por danos imateriais, ou seja, pela<br />

discriminação considerada por<br />

idade, ao réu a quantia de 36.600<br />

Euros.<br />

Foi opinião geral, assim como a do<br />

tribunal regional de Colónia que o<br />

valor desta compensação por danos<br />

morais causados, de insuficiente.<br />

Segundo decisão e a apreciação<br />

dum caso semelhante através do<br />

Tribunal Europeu, já em 1997, este<br />

considerou então que a penalidade,<br />

nestes casos, deve ser de tal forma<br />

que possa servir de exemplo para<br />

outras empresas e evitar-se, deste<br />

modo, a repetição de casos semelhantes.<br />

Convém ter em conta igualmente<br />

nesta apreciação, que a pessoa atingida<br />

teria de ser também compensada<br />

monetariamente pelos danos<br />

que ela sofreu ao ter sido relatado<br />

o seu caso na imprensa o que atentou<br />

contra a protecção da sua personalidade.<br />

Indemnização por perdas<br />

materiais<br />

A compensação por danos materiais<br />

causada pelo não prolongamento<br />

do contrato, foram enormes<br />

já que, tendo em conta as mínimas<br />

ou as nulas possibilidades de ser<br />

admitido numa outra empresa,<br />

olhando à idade. A clinica foi condenada<br />

a pagar o ordenado normal<br />

até ele completar os 65 anos de<br />

idade, mesmo permanecendo simplesmente<br />

em casa, já que a clínica<br />

recusou-se a readmiti-lo. Enfim<br />

duro golpe contra a discriminação<br />

pela idade...não estávamos habituados<br />

a este tipo de decisões de<br />

instâncias superiores!<br />

(Número do processo: Az: II ZR<br />

163/10)


22<br />

Agenda<br />

Tome Nota<br />

Endereços Úteis<br />

Embaixada de Portugal<br />

Zimmerstr.56 10117 Berlin<br />

Tel: 030 - 590063500<br />

Telefone de emergência<br />

(fora do horário normal<br />

de expediente):<br />

0171 - 9952844<br />

Consulado -Geral<br />

de Portugal em Hamburgo<br />

Büschstr 7<br />

20354 - Hamburgo<br />

Tel: 040/3553484<br />

Consulado-Geral<br />

de Portugal em Düsseldorf<br />

Friedrichstr, 20<br />

40217 -Düsseldorf<br />

Tel: 0211/13878-<strong>12</strong>;13<br />

Consulado-Geral<br />

de Portugal em Estugarda<br />

Königstr.20<br />

70173 Stuttgart<br />

Tel. 0711/2273974<br />

Conselho das Comunidades<br />

Portuguesas:<br />

Alfredo Cardoso,<br />

Telelefone: 0172- 53 520 47<br />

AlfredoCardoso@web.de<br />

IMPORTANTE<br />

Às associações, clubes, bandas , etc..<br />

As informações sobre os eventos a divulgar deverão<br />

dar entrada na nossa redacção até ao dia 15<br />

de cada mês Tel.: 0231 - 83 90 289<br />

Fax :0231-8390351 Email: correio@free.de<br />

Alfredo Stoffel<br />

Telefone: 0170 24 60 130<br />

Alfredo.Stoffel@gmx.de<br />

José Eduardo,<br />

Telefone: 06196 - 82049<br />

jeduardo@gmx.de<br />

Maria da Piedade Frias<br />

Telefone: 0711/8889895<br />

piedadefrias@gmail.com<br />

Fernando Genro<br />

Telefone: 0151- 15775156<br />

fernandogenro@hotmail.com<br />

AICEP Portugal<br />

Zimmerstr.56 - 10117 Berlim<br />

Tel.: 030 254106-0<br />

Federação de Empresários<br />

Portugueses (VPU)<br />

Hanauer Landstraße 114-116<br />

60314 Frankfurt<br />

Tel.: +49 (0)69 90 501 933<br />

Fax: +49 (0)69 597 99 529<br />

Federação das Associações<br />

Portuguesas na Alemanha<br />

(FAPA)<br />

www.fapa-online.de<br />

Postfach 10 01 05<br />

D-42801 Remscheid<br />

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Fon : +49 (0) 251 922 06-0<br />

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Julho 20<strong>12</strong><br />

PORTUGAL <strong>POST</strong> Nº 216 • Julho 20<strong>12</strong><br />

Citações do mês<br />

"Um homem sensato pode apaixonar-se como um doido, mas não como um tolo<br />

François La Rochefoucauld<br />

"Com pouco nos divertimos, com muito menos nos afligimos<br />

Marquês Maricá<br />

Teatro<br />

6,7 e 8. 07.20<strong>12</strong> – COLÓnIA -<br />

Grupo de Teatro Lusotaque de Colónia<br />

apresenta: A última dança do Maxim’s.<br />

No famoso clube Maxim’s, o<br />

dia começa de noite: para fugirem do<br />

dia-a-dia e libertarem-se das obrigações<br />

da sociedade, os clientes embriagam-se<br />

com absinto e cocaína e<br />

entretêm-se com a roleta.<br />

Um após o outro, cada cliente acaba<br />

por ceder aos encantos das bailarinas<br />

frívolas, as “papillons”, que voam<br />

pelo crepúsculo ao ritmo do charleston,<br />

do tango e do swing como borboletas<br />

esvoaçantes.<br />

A realidade, contudo, rapidamente irá<br />

sobrepor-se a este vai e vem excessivo.<br />

Sob um novo governo, os dias<br />

do Maxim’s parecem estar contados.<br />

A proprietária, Dista, tenta desesperadamente<br />

salvar o seu clube – e para<br />

tal está disposta a tudo!<br />

“A última dança do Maxim’s” é uma<br />

adaptação livre de textos dos autores<br />

Fernando Pessoa, Mário de Sá-Carneiro,<br />

Almada Negreiros e Maria Judite<br />

de Carvalho e do encenador<br />

Filipe La Féria.<br />

O grupo Teatro Lusotaque convida à<br />

última dança do Maxim’s entre ganhos<br />

e derrotas, amor e ciúmes, vida<br />

e morte – faites vos jeux! Rien ne va<br />

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Apartamento situado numa zona<br />

privilegiada a 200mts da praia,<br />

ideal para investimento. Duplex<br />

c/terraço e churrasqueira, na cave,<br />

estacionamento e arrumos. Em<br />

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de alguns acabamentos.<br />

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(Bonnerstr. 284)<br />

Reserva de bilhetes através do n°<br />

0221/6<strong>12</strong>480<br />

Exposição<br />

10.07 a 31.08.20<strong>12</strong> – HAMBURGO<br />

– Exposição de Fotografia na Kulturinitiative<br />

Jenfeld, Kelogstrasse 38,<br />

22045 Hamburg.<br />

Até 16 de Julho – AACHEn - A exposição<br />

“História do Fado – Património<br />

imaterial da Humanidade” está<br />

patente ao público em Aachen, na<br />

RWTH Aachen, no Instituto de Filologia<br />

Românica.<br />

Associativismo<br />

7 e 8. 07.20<strong>12</strong> – MILTEnBERG / M<br />

– Festa dos 775 anos da cidade com<br />

participação cultural e gastronómica<br />

portuguesas.<br />

8.07.20<strong>12</strong> – FELLBACH - Festa de<br />

Verão ao ar livre organizada pelo<br />

Centro Português Fellbach e.V, e<br />

grupo Motard Lusitanos de Ludwigsburg,<br />

Estugarda,<br />

Missa campal às 11.00 h.<br />

Programa músical com os grupos da<br />

casa.<br />

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grupos de dança Hip-Hop, Mini<br />

Splash e The-Funnkys e para animar<br />

o baile , duo musical J&F.<br />

Jogos tradicionais portugueses para as<br />

crianças.<br />

Grelhados à moda portuguesa acompanhados<br />

de um bom vinho.<br />

Concentração do grupo Motard Lusitanos<br />

de Ludwigsburg.<br />

Entrevista<br />

Pode ler na edição on-line do POR-<br />

TUGAL <strong>POST</strong><br />

(www.<strong>portugal</strong>post.de) a entrevista<br />

que o Embaixador de Portugal em<br />

Berlim concedeu ao nosso jornal.<br />

Leia e ficará a conhecer o pensamento<br />

do Embaixador sobre muitos assuntos<br />

que interessam à comunidade.<br />

Férias<br />

Para os que vão de férias neste mês de<br />

Julho, desejamos uma voa viagem e<br />

momentos de agradável descanso.<br />

FERNANDO ROLDÃO<br />

ORGANISTA<br />

CANTOR<br />

BAILES -<br />

CASAMENTOS<br />

FESTAS -<br />

EVENTOS - KARAOKE<br />

ALEMANHA<br />

CONTACTOS<br />

0151 451 724 90<br />

eferrenator@gmail.com<br />

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PORTUGAL <strong>POST</strong> Nº 216 • Julho 20<strong>12</strong> Serviço 23<br />

Anunciadas após o encerramento dos postos consulares em Osnabrück<br />

e Frankfurt / M, aí estão as permanências consulares prometidas pelo<br />

Governo.<br />

As permanências funcionarão em todas as áreas consulares com a<br />

deslocação de técnicos dos consulados a localidades previamente escolhidas<br />

e, na maioria dos casos, os utentes serão atendidos em associações<br />

ou em missões católicas onde estarão técnicos munidos de<br />

equipamento apropriado. Em termos gerais, as permanências consulares<br />

poderão realizar quase todos os actos consulares, evitando gran-<br />

Mapa das permanências consulares na Alemanha<br />

Consulado Geral de Portugal em Estugarda - Permanências Consulares 20<strong>12</strong> (por marcação)<br />

Consulado Geral de Portugal em Hamburgo - Permanências Consulares 20<strong>12</strong><br />

Osnabrück<br />

Local: Centro Português de Osnabrück, Bünderstr. 6 49084 Osnabrück<br />

Datas: 15 de Junho 29 de Junho 13 de Julho<br />

Horário: 10.00-15.00 h 10.00-15.00 h 10.00-15.00 h<br />

nordhorn<br />

Local: Centro Português de Nordhorn Heideweg 13 49529 Nordhorn<br />

Datas: 23 de Junho<br />

Horário: 10.00-15.00 h<br />

Cuxhaven<br />

Local: Centro Cultural Português Präsident-Herwigstr. 33-34 27472 Cuxhaven<br />

Datas: 7 de Julho<br />

Horário: 10.00-15.00 h<br />

Consulado Geral de Portugal em Düsseldorf - Permanências Consulares 20<strong>12</strong><br />

des deslocações dos utentes aos postos. Uma das vantagens destas permanências<br />

é todos os portugueses, independentemente de residirem<br />

noutra área consular, podem ver os seus assuntos resolvidos nas permanências<br />

consulares que são realizar realizar nas cidades que divulgamos<br />

nesta página.<br />

As permanências consulares vão poder facilitar a vida a muitos<br />

utentes. Não só por isto que, a funcionarem em pleno, poderão contribuir<br />

para uma melhoria dos serviços consulares prestados aos portugueses.<br />

Local: Missão Católica Portuguesa, Marienstrasse, 38, 63069 Offenbach<br />

Datas: Mensal, 1.ª sexta-feira de cada mês Funcionário responsável: Francisco Duarte, tel.:0711 / 22739 72<br />

Local: União D. Portuguesa de Mainz E. V Mombacherstr, 38, 55<strong>12</strong>2 Mainz<br />

Datas: Mensal, 2.ª sexta-feira de cada mês Funcionário responsável: Elisabete Marques, tel.:0711 / 22739 79<br />

Local: Associação Portuguesa de Desportos, Pariserstr.117 67655 Kaiserslautern<br />

Datas: Mensal, 3.ª sexta-feira de cada mês Funcionário responsável: Fernanda Silva, tell.: 0711 / 22739 77<br />

Local: Missão Católica de Munique, Landsbergerstr. 39 80339 Munique<br />

Datas: Mensal, 4.ª sexta-feira de cada mês Funcionário responsável: Eugénia Santos, tel.: 0711 / 22739 75<br />

Local: Missão Católica de Nuremberga, Pirckheimerstr.. <strong>12</strong> 90408 nuremberga<br />

Datas: Mensal, 1.ª terça-feira de cada mês Funcionário responsável: Isabel Popin, tel.: 0711 / 22739 79<br />

Local: Rathaus (Câmara Municipal) Hohgarten 2 78224 Singen<br />

Datas: 2.ª terça-feira de cada mês Funcionário responsável: Helena Fernandes 0711 / 22739 72<br />

NOTA - nos dias feriados, a permanência consular realizar-se-á no dia útil seguinte<br />

Münster<br />

Local: Missão Católica Portuguesa Beelerdstiege 3 48143 Münster<br />

Datas: 26.06.20<strong>12</strong> 25.<strong>09</strong>.20<strong>12</strong> 27.11.20<strong>12</strong><br />

Horário: 9.30-15.00 h<br />

Minden<br />

Local: Centro Português de Minden Memelerstr.6 32423 Minden<br />

Datas: 14.06.20<strong>12</strong> 13.<strong>09</strong>.20<strong>12</strong> 15.11.20<strong>12</strong><br />

Horário:<br />

Meschede<br />

Local: Associação Portuguesa de Meschede Hennestrasse <strong>12</strong> 59872 Meschede<br />

Datas: 21.06.20<strong>12</strong> 20.<strong>09</strong>.20<strong>12</strong> 22.11.20<strong>12</strong><br />

Horário:<br />

Fonte: Consulado-Geral de Portugal em Hamburgo<br />

Consulado-Geral de Portugal em Düsseldorf<br />

Consulado-Geral de Portugal em Estugarda<br />

#


24<br />

Passar o Tempo<br />

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e amorável entre os 65 e 70<br />

anos de idade para construir harmoniosa<br />

relação. Contacto: TLM 0160 – 5011897 ou<br />

carta a este jornal Refª 0106<br />

CAVALHEIRO<br />

58 anos a residir da Alemanha, só, deseja<br />

conhecer senhora nas mesmas condições<br />

para fins de amizade.<br />

Resposta a este jornal Refª 0206<br />

Nota:<br />

Os anúncios para este espaço devem ser bem<br />

legíveis e dirigidos ao jornal devidamente<br />

identificados com nome, morada e telefone<br />

do/a anunciante.<br />

O custo para anunciar neste espaço é de<br />

17,50. Aqueles que têm resposta ao jornal,<br />

o custo é de € 27,50.<br />

+ Informações: 0231-8390289<br />

Caro/a Leitor/a:<br />

Se é assinante,<br />

avise-nos se mudou<br />

ou vai mudar de<br />

residência<br />

poesias de amor<br />

e de outros sentires<br />

A tua voz<br />

Baloiça<br />

nesta noite<br />

entre<br />

o meu coração<br />

e o silêncio<br />

que forma<br />

no ar<br />

o tempo perfeito<br />

da saudade<br />

Isaac Nin<br />

Saúde e Bem estar<br />

Alcoolismo<br />

O alcoolismo é a enfermidade caracterizada pelo habitual, compulsivo e alto<br />

consumo de álcool,além do desenvolvimento dos sintomas nefastos quando se<br />

deixa de beber repentinamente.<br />

SInTOMAS: Uma prolongada dependência do álcool traz como resultados sérios<br />

problemas:<br />

– No pâncreas (pancreatite aguda) ; No fígado (cirrose) ; No coração ; No aparelho<br />

urinário; Na pele; Nos órgãos sexuais (impotência); No aparelho digestivo<br />

(gastrite); No sistema nervoso, que fica totalmente desequilibrado devido à<br />

morte das células nervosas (neurónios), porque o álcool retira a água dessas células,<br />

produzindo uma série de transtornos nervosos, como a depressão, a angústia<br />

e, nos casos mais graves, o delirium tremens, que provoca alucinações.<br />

O álcool é uma substância que requer vitaminas e sais minerais para seu metabolismo.<br />

–Os filhos de mulheres alcoólicas podem contrair grandes problemas físicos e<br />

mentais. Elas apresentam abortos espontâneos mais facilmente, e produzem um<br />

retardo no crescimento do feto. Posteriormente, a criança se apresenta com hiperactividade<br />

e irritabilidade.<br />

Se uma pessoa grávida ingere álcool regularmente (assim como qualquer outra<br />

droga) o feto adquire uma dependência a tais drogas.<br />

CAUSAS DO ALCOOLISMO: Hereditário, meio ambiente, trabalho, beber<br />

socialmente, stress, depressão, ócio, personalidade imatura, solidão.<br />

TRATAMEnTO: Associação dos Alcoólicos Anónimos.<br />

RESSACA: Se você amanhece com a sensação de que a cabeça vai explodir<br />

depois de haver bebido álcool em excesso, siga os seguintes conselhos úteis<br />

para diminuir o seu mal-estar e para eliminar os resíduos tóxicos do álcool:<br />

a. O primeiro passo é tratar de remover o álcool que ainda se encontra no seu<br />

corpo, para o qual se usa um açúcar de nome frutose que queima rapidamente<br />

o álcool existente no corpo. Algumas frutas e, em maior quantidade, o mel de<br />

abelha, possuem frutose, por isso se recomenda a ingestão de um suco de maçã<br />

ou de papaia adoçados com mel de abelha.<br />

Além disso, ingerir uma boa quantidade de gel de aloé Vera, uma vez que ele é<br />

altamente hidratante e reduz a dilatação das artérias e veias da cabeça, reduzindo<br />

a dor, consequentemente.<br />

b. Se a dor de cabeça é forte de manhã, mesmo depois de ingerir a Aloé Vera,<br />

tome um chá de casca de sabugueiro ou duas aspirinas, preferencialmente antes<br />

de dormir e logo ao amanhecer (esta medida é recomendada pelo Dr. Kenneth<br />

Bloom, do Centro de Saúde da Universidade do Texas).<br />

c. Ingerir bastante água com suco de Aloé Vera antes de dormir e logo ao despertar<br />

no dia seguinte. Isto ajudará a neutralizar os efeitos da desidratação causada<br />

pelo álcool e você se sentirá melhor no dia seguinte.<br />

Fonte: Saúde e Bem estar<br />

DICA<br />

As pilhas gastas e velhas ainda podem ser reaproveitadas por mais algum tempo.<br />

Basta fervê-las com água. A fervura funciona como carga nova.<br />

RIR<br />

Uma senhora muito feia está gravemente doente e o marido chama o médico.<br />

— A sua esposa não me agrada nada — diz o médico.<br />

— Nem a mim, tão-pouco — responde o marido.<br />

Astrologia,<br />

Karma e Felicidade<br />

Preço, 20,99 €<br />

Autora: Cristina Candeias<br />

A astróloga residente do programa "Praça da Alegria",<br />

de Jorge Gabriel, tornouse um fenómeno<br />

nacional, com as suas previsões em directo. Este<br />

é o seu primeiro livro. O livro que nos ensina a<br />

atravessar o deserto para encontrar o oásis e a felicidade<br />

plena. É necessário reflectir sobre quem<br />

fomos, o que somos e o que temos de vir a ser. Só<br />

depois de aceitarmos os nossos processos de mudança<br />

a vida se nos revelará.<br />

Cupão de encomenda na página 18<br />

PORTUGAL <strong>POST</strong> Nº 216 • Julho 20<strong>12</strong><br />

Receitas Culinárias<br />

Escalopes de Porco com Maçã<br />

Ingredientes:<br />

800 gr de lombo de porco; Sal q.b.;Farinha para polvilhar ; 3 colh. sopa de<br />

óleo ; 2 colh. sopa de margarina ; 2 maçãs reinetas ; 1 garrrafa pequena de<br />

sumo natural de maçã ; 2 hastes de salsa<br />

Corte a carne em escalopes finos, de preferência todos do mesmo tamanho. Tempere<br />

com sal e polvilhe com farinha. Aqueça o óleo e a margarina numa frigideira.<br />

Frite os escalopes com a salsa até alourarem por igual. Coloque num<br />

prato, depois de devidamente escorridos. Lave, corte em meias luas, retire as<br />

sementes às maçãs e salteie-as na gordura. Reserve noutro prato, depois de as<br />

escorrer. Num pirex, coloque em camadas as maçãs e os escalopes alternadamente.<br />

Regue com o sumo de maçã, cubra o pirex e leve ao forno para cozer<br />

brandamente durante cerca de 30 minutos.<br />

Bom apetite<br />

Creme de Tomate<br />

Ingredientes:<br />

700g de tomate maduro; 1 cebola grande; 2 colheres de sopa de<br />

azeite; 1 dente de alho; 1 ramo de salsa; 1 folha de louro; 1L de<br />

caldo de carne; 4 colheres de sopa de arroz; sal; pimenta; 1 colher<br />

de sopa de manteiga.<br />

Pique a cebola, aloure-a com o azeite e junte o tomate sem peles<br />

e sem graínhas, o dente de alho esmagado, a salsa e o louro. Tape<br />

e deixe estufar durante 5 minutos. Regue com o caldo de carne,<br />

deixe levantar fervura, junte o arroz e tempere com pimenta.<br />

Deixe cozer durante 20 minutos. Retire a salsa e o louro e passe<br />

a sopa pelo passador. Rectifique o sal e, já fora do lume, junte a<br />

manteiga.<br />

Creme Gelado de Café e Amêndoas<br />

Ingredientes:<br />

1/2 lata de leite condensado; 1 colh. de sobremesa de café solúvel;<br />

4 dl de natas ;100 g de amêndoa torrada e picada; 3 gemas;<br />

1 cálice de Rum; Cerejas e amêndoas para decorar<br />

Misture o leite condensado com as amêndoas picadas, as gemas,<br />

o Rum, as natas e o café. Mexa bem até obter um creme homogéneo.<br />

Coloque em taças individuais no congelador, durante 4/5<br />

horas. Enfeite com cerejas e amêndoas picadas.<br />

Bom apetite<br />

Números em Síntese<br />

Quantidade aproximada de sangue<br />

que contém o corpo humano 5,5litros<br />

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Tratamos de toda a documentação.<br />

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PORTUGAL <strong>POST</strong> Nº 216 • Julho 20<strong>12</strong><br />

Histórias da emigração<br />

Deixei Portugal quando tinha quase 19 anos<br />

Caros Senhores,<br />

Ficaria muito contente se publicarem<br />

esta minha participação.<br />

A minha história é uma parte<br />

da minha vida, talvez aquela mais<br />

importante dos 60 anos que até<br />

agora vivi e que se tornou num<br />

passo que mudou radicalmente a<br />

minha vida e de que nunca me arrependerei.<br />

Tinha eu quase 19 anos<br />

quando decidi acompanhar dois<br />

amigos que iam a salto para<br />

França. Estávamos todos os três<br />

com um pé na tropa. Esses meus<br />

amigos sabiam o que estavam a<br />

fazer, isto é, estavam conscientes<br />

de que iam fugir à tropa por convicções<br />

contra o regime que ao<br />

tempo vigorava em Portugal. Pelo<br />

meu lado, fugir era para mim naquela<br />

altura sair de uma situação<br />

de miséria e encontrar modo de<br />

vida digno num outro país.<br />

Nessa altura era a França o<br />

destino de muito portugueses; de<br />

todos, mesmo daqueles que fugiam<br />

por convicções politicas ou<br />

que eram contra a guerra nas antigas<br />

colónias portuguesas.<br />

Nunca esquecerei o dia em<br />

que nos pusemos andar em direcção<br />

à fronteira. Para não despertar<br />

a atenção de ninguém não levávamos<br />

bagagem. Levámos a roupa<br />

que tínhamos no corpo e...fosse o<br />

que Deus quisesse!<br />

O dinheiro também não era<br />

muito. Feitas as contas concluímos<br />

que com o que tínhamos talvez<br />

desse para comer até chegar à<br />

fronteira entre a Espanha e a<br />

França. De modo que concluímos<br />

que deveríamos evitar comprar<br />

bilhetes de comboio para poupar.<br />

Quer dizer: tínhamos de viajar<br />

sem pagar, clandestinamente.<br />

Isto assim dito é fácil, mas<br />

fazê-lo é muito, mas muito complicado.<br />

Mas antes tínhamos outras<br />

realidades para enfrentar. Chegar<br />

à fronteira entre Portugal e<br />

Espanha. Atravessá-la sem dar nas<br />

vistas e chegar à primeira cidade<br />

espanhola para pormos o nosso<br />

plano de viajar sem pagar em<br />

acção.<br />

A passagem clandestina da<br />

fronteira espanhola foi feita durante<br />

a noite. Chegámos ali para<br />

os lados de Chaves a uma pequena<br />

localidade e, depois de comermos<br />

umas sandes numa<br />

taverna, pusemo-nos em marcha<br />

em direcção àquilo que pensávamos<br />

ser a Espanha.<br />

Foi duro. Muito duro. Atravessamos<br />

montes e florestas; despimo-nos<br />

da cinta para baixo para<br />

atravessar riachos; subimos e descemos<br />

encostas e depois, no fundo<br />

mais fundo da noite chegámos à<br />

fronteira que reconhecemos por<br />

mor de uma torre guardada por<br />

um vigilante que supusemos ser<br />

espanhol.<br />

Sem ruído, rastejamos durante<br />

largos minutos até deixarmos a<br />

torre para trás. Mais esperançados,<br />

caminhámos pela noite adentro<br />

até avistarmos um casario que<br />

àquela hora da manhã acordava.<br />

Passamos essa aldeia e<br />

uns quilómetros a seguir encontrámos<br />

por sorte um pequeno<br />

café. Lá nos<br />

indicaram o caminho até<br />

Ourense, Espanha. Indicaram,<br />

dizia eu, mas não disseram<br />

quanto tempo era<br />

preciso até chegar lá. Caminhámos<br />

por atalhos para<br />

evitar as estradas e qualquer<br />

encontros com as autoridades<br />

espanholas. Não verdade,<br />

não tínhamos<br />

passaporte. A única documentação<br />

que levávamos<br />

era a nossa Cédula Pessoal<br />

(uma espécie de BI). A Cédula<br />

era assim um livrinho<br />

com uma capa negra onde<br />

figuravam as informações<br />

de cada cidadão: nome, filiação,<br />

data e local de nascimento,<br />

sem fotografia, claro<br />

está.<br />

Chegámos a Ourense<br />

extenuados. Era já noite. Alugámos<br />

um quarto numa pensão e ali<br />

recuperámos algumas forças e ficávamos<br />

protegidos de encontros<br />

indesejáveis com a polícia.<br />

Mais tarde, fomos à estação<br />

estudar o ambiente e ver o horário<br />

de saída dos comboios. Apanhámos<br />

um e tentamos a nossa sorte<br />

sem bilhete. Estabelecemos um<br />

turno de vigia e de alerta caso tivéssemos<br />

a passagem de um revisor.<br />

Quando isso acontecia, e não<br />

foram poucas as vezes, colocávamo-nos<br />

no exterior do comboio<br />

agarrados à porta durante alguns<br />

minutos até que o revisor passasse.<br />

Sinceramente, hoje seria<br />

impossível fazer isso devido à impossibilidades<br />

de se abrir uma<br />

porta em andamento. Também<br />

com a velocidade a que hoje os<br />

comboios andam seria impossível<br />

fazer o que fizemos. Mas éramos<br />

jovens e a nossa vontade de cumprir<br />

o nosso destino fazia o resto.<br />

Bom, não fomos apanhados<br />

pelo revisor, mas sim por pior<br />

ainda. Quando dormitávamos<br />

convencidos que ninguém nos incomodaria,<br />

até porque o comboio<br />

rolava na noite sem grande afluxo<br />

de passageiros, deparamos com<br />

dois homens que nos acordavam<br />

pedindo-nos pelo bilhete e pela<br />

nossa identificação. Soubemos<br />

imediatamente a seguir que tínhamos<br />

à nossa frente dois policias à<br />

civil que controlavam o comboio<br />

devido à situação politica com<br />

que a Espanha se confrontava naquele<br />

tempo em que a ditadura do<br />

General Franco era atacada violentamente<br />

por grupos armados.<br />

Evidentemente que dissemos<br />

que éramos portugueses, que não<br />

tínhamos documentação e que o<br />

nosso destino era a França onde<br />

queríamos viver e trabalhar. Os<br />

polícias habituados a estes encontros<br />

com portugueses que iam a<br />

salto (ir a salto é uma forma de<br />

emigrar sem documentação) disseram-nos<br />

primeiramente que nos<br />

iam entregar na próxima<br />

paragem a uma esquadra<br />

da polícia. Digo primeiramente,<br />

mas depois de termos<br />

apelado aos seus<br />

sentimentos recorrendo a<br />

Deus que eles muito temiam<br />

lá nos deixaram em<br />

paz numa paragem que o<br />

comboio fez durante<br />

aquela viagem.<br />

Soubemos que a paragem<br />

era a cidade de<br />

Burgos. Vadiámos por ali.<br />

Comemos pão com chouriço<br />

e, à noite, voltamos<br />

ao mesmo jogo dos comboios<br />

exactamente da<br />

mesma forma e com os<br />

mesmos riscos.<br />

Três dias depois de<br />

deixamos Burgos chegámos<br />

a San Sebastian. Depois<br />

a Irun, na fronteira,<br />

onde vagueámos quase<br />

uma semana sem encontrarmos<br />

um modo de passar<br />

a fronteira entre os<br />

Vidas<br />

25<br />

dois países. Tentámos tudo, até<br />

atravessar um rio a nado, mas sem<br />

êxito devido à força da corrente<br />

que se fazia sentir. Já sem dinheiro<br />

e com uma fome danada tivemos<br />

a sorte de encontrar um<br />

dito “passador” português que nos<br />

pediu os olhos da cara para<br />

pormo-nos no outro lado. O encontro<br />

com esse dito “passador”<br />

foi proveitoso porque lá teve a generosidade<br />

de nos pagar umas<br />

sandes e uns copos de vinho e ternos<br />

indicado o modo de chegar ao<br />

outro lado, à desejada França,<br />

terra da Liberté, Égalité, Fraternité<br />

e, para nós, terra prometida.<br />

Não foi assim tão fácil como<br />

nos tinha pintado o tal simpático<br />

“passador ” portuga. Passamos as<br />

passa de todos os Algarves e mais<br />

alguns para chegar à França, que,<br />

segundo o nosso compatriota, era<br />

ali ao virar da esquina.<br />

Sei que “viajámos” no exterior<br />

de um comboio agarrados ao que<br />

se podia agarrar durante cerca de<br />

cinco, sete minutos – o tempo do<br />

trajecto entre Irun e Hendaye.<br />

Passadas outras dificuldades e<br />

não pequenos obstáculos lá chegamos<br />

a França.<br />

Os leitores poderão adivinhar<br />

o estado em que estávamos: feios,<br />

porcos e famintos.<br />

Esta foi a primeira fase de<br />

uma viagem que ainda iria demorar<br />

mais tempo e conhecer novas<br />

aventuras, dificuldades, lágrimas,<br />

desilusões, desânimos e sofrimentos.<br />

Os meus dois amigos de viagem<br />

ficaram em Paris. Hoje são<br />

duas pessoas bem postas na vida<br />

e muito reputadas. Eu, pelo meu<br />

lado, estive algum tempo em Paris<br />

até ter um passaporte válido por<br />

seis meses e aventurei-me com<br />

destino à Holanda onde estive dez<br />

anos. Depois, o meu destino foi a<br />

Alemanha onde permaneço e permanecerei<br />

como se estivesse a<br />

fazer uma viagem que ainda não<br />

chegou ao fim.<br />

Leitor identificado<br />

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PORTUGAL <strong>POST</strong> Nº 216 • Julho 20<strong>12</strong><br />

Aumentos salariais na Alemanha<br />

podem ajudar a reequilibrar<br />

competitividade na EU<br />

A redução dos níveis salariais<br />

ao longo da última década é<br />

um dos motivos para a elevada<br />

competitividade da Alemanha<br />

diante de seus<br />

parceiros europeus. Agora a<br />

situação começa a inverterse.<br />

Ao longo de uma década<br />

os sindicatos alemães privilegiaram<br />

a manutenção dos<br />

postos de trabalho em detrimento<br />

dos aumentos salariais.<br />

Com as suas<br />

negociações salariais moderadas,<br />

eles acabaram por contribuir<br />

involuntariamente<br />

para aprofundar um desequilíbrio<br />

interno na zona do<br />

euro: enquanto a Alemanha<br />

ganhava em competitividade,<br />

os países do sul do bloco<br />

viam seus custos de trabalho<br />

aumentarem, em consequência<br />

de um boom económico<br />

baseado no endividamento.<br />

O resultado é conhecido:<br />

esses países agora precisariam<br />

desvalorizar suas moedas<br />

para voltar a ser<br />

competitivos, mas não<br />

podem fazer isso porque<br />

adoptaram o euro, a moeda<br />

comum. Há algum tempo, a<br />

então ministra das Finanças<br />

da França, Christine Lagarde,<br />

actual responsável do<br />

Fundo Monetário Internacional<br />

(FMI), ressaltara que<br />

existe um segundo caminho:<br />

a Alemanha deveria consumir<br />

mais e pagar melhores<br />

salários.<br />

Declarações como essa<br />

desencadearam uma acalorada<br />

discussão: deveria a<br />

Alemanha reduzir propositadamente<br />

o seu nível de competitividade<br />

para amenizar os<br />

problemas da zona do euro?<br />

De maneira alguma, diziam<br />

os especialistas, pois isso retiraria<br />

a pressão sobre os países<br />

do sul, para que eles<br />

melhorem a própria competitividade.<br />

Mudanças perceptíveis<br />

Mas, de lá para cá, os<br />

tempos mudaram. „Vemos<br />

uma mudança em relação aos<br />

salários“, diz o economistachefe<br />

do banco alemão Commerzbank,<br />

Jörg Krämer. Em<br />

três anos, países como<br />

Espanha e Portugal terão<br />

conseguido recuperar suas<br />

perdas em competitividade<br />

frente a outros países europeus,<br />

por causa da visível redução<br />

dos custos do trabalho<br />

nestes países. Também a Irlanda<br />

estaria nesse caminho.<br />

Ou seja, os países em<br />

crise estão a ganhar competitividade<br />

em comparação com<br />

a Alemanha. A isso soma-se<br />

os altos acordos salariais fechados<br />

recentemente pelos<br />

sindicatos alemães, por<br />

exemplo nos serviços públicos.<br />

Os vencimentos para<br />

quase dois milhões de pessoas<br />

subiram 3,5% a partir de<br />

1º de Março deste ano. A partir<br />

de 1º de Janeiro de 2013,<br />

o aumento será de 1,4% e,<br />

em 1º de Agosto, de outros<br />

1,4%. Isso significa 4,9% ao<br />

final de 10 meses e 6,3% depois<br />

de 18 meses.<br />

Já os três milhões e meio<br />

de trabalhadores da indústria<br />

alemã da metalurgia e electrónica<br />

podem comemorar o<br />

melhor aumento salarial dos<br />

últimos 20 anos. Empregadores<br />

e sindicatos fecharam um<br />

acordo que prevê 4,3% de<br />

aumento.<br />

O sindicato do sector de<br />

mineração e energia química<br />

está a pedir 6% a mais nos<br />

vencimentos dos quase 550<br />

mil empregados da indústria<br />

química. Também dessa negociação<br />

deverá sair um<br />

acordo colectivo que deverá<br />

ficar acima da inflação, hoje<br />

na casa dos 2% ao ano.<br />

Apoio dos políticos<br />

Os sindicatos alemães<br />

podem contar até mesmo<br />

com o apoio dos governantes.<br />

O ministro alemão das<br />

Finanças, Wolfgang<br />

Schäuble, declarou recentemente<br />

que está „tudo bem se<br />

na Alemanha os salários subirem<br />

mais do que em outros<br />

países da União Europeia“.<br />

Segundo Schäuble, a Alemanha<br />

fez os seus trabalhos<br />

de casa no passado e pode<br />

hoje permitir-se acordos salariais<br />

com índices mais altos<br />

do que os outros países.<br />

„Passamos por muitos anos<br />

de reformas“, completou.<br />

O comissário europeu de<br />

Assuntos Económicos e Monetários,<br />

Olli Rehn, também<br />

vê a situação de maneira parecida.<br />

Durante a apresentação<br />

do relatório conjuntural<br />

da Comissão Europeia, Rehn<br />

afirmou que acompanha de<br />

perto o debate sobre melhores<br />

salários e afrouxamento<br />

da política inflacionária na<br />

Alemanha. „Custos salariais<br />

maiores vão estimular ainda<br />

mais a demanda interna [na<br />

Alemanha]. Isso é bom para<br />

um maior equilíbrio na economia<br />

de toda a zona do<br />

euro“.<br />

Os países do sul recuperam,<br />

os alemães diminuem<br />

sua competitividade aumentando<br />

salários: é essa a saída<br />

para a crise do euro? Os políticos<br />

concordam com esse<br />

nivelamento do desequilíbrio<br />

no bloco. Mas Kramer discorda:<br />

„A união monetária<br />

como um todo fica enfraquecida<br />

se a sua maior economia<br />

perde competitividade não<br />

apenas face aos países da periferia,<br />

mas também frente a<br />

outras economias de fora da<br />

Europa“.<br />

Rolf Wenkel, Cortesia DW<br />

27<br />

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