07PORTUGAL POST - Juli 12 Druck:portugal POST Feb 09
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PORTUGAL <strong>POST</strong><br />
ANO XIX • Nº 216 • Julho 20<strong>12</strong> • Publicação mensal • 2.00 €<br />
Portugal Post Verlag, Burgholzstr. 43 • 44145 Dortmund • Tel.: 0231-83 90 289 • Telefax 0231- 8390351 • E Mail: correio@free.de • www. <strong>portugal</strong>post.de • K 25853 •ISSN 0340-3718<br />
VPU com nova direcção e nova vida<br />
Entrevista com o novo presidente, Rogério Pires Pág. 3<br />
A nova direcção da Federação de Empresários Portugueses na Alemanha (VPU). Da esq.: Michaela Ferreira do Santos,<br />
Dra. Carla Batuca – Branco, Rogério Pires e Rosário Pinho Bayer. Foto: Paulo Santos<br />
Portugal Post - Burgholzstr 43 - 44145 Do<br />
PVST Deutsche Post AG - Entgelt bezahlt K25853<br />
Portugal<br />
abandonado<br />
Crónica<br />
de Cristina Krippahl Pág. 5<br />
Portugueses<br />
em Miltenberg<br />
Conversa com Joachim Bieber<br />
Presidente da Câmara Pág. 11<br />
PUB<br />
www.<strong>portugal</strong>post.de<br />
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2<br />
Director: Mário dos Santos<br />
Redação e Colaboradores<br />
Cristina Dangerfield-Vogt: Berlim<br />
Cristina Krippahl: Bona<br />
Joaquim Peito: Hanôver<br />
Luísa Costa Hölzl: Munique<br />
Correspondentes<br />
António Horta: Gelsenkirchen<br />
Elisabete Araújo: Euskirchen<br />
Fernando Roldão: Frankfurt/M<br />
João Ferreira: Singen<br />
Jorge Martins Rita: Estugarda<br />
Manuel Abrantes: Weilheim-Teck<br />
Maria dos Anjos Santos: Hamburgo<br />
Maria do Rosário Loures: Nuremberga<br />
Vitor Lima: Weinheim<br />
Colunistas<br />
António Justo: Kassel<br />
Carlos Gonçalves: Lisboa<br />
Glória de Sousa: Bona<br />
Helena Ferro de Gouveia: Bona<br />
Joaquim Nunes: Offenbach<br />
José Eduardo: Frankfurt / M<br />
Lagoa da Silva: Lisboa<br />
Luciano Caetano da Rosa: Berlim<br />
Marco Bertoloso: Colónia<br />
Paulo Pisco: Lisboa<br />
Rui Paz: Dusseldórfia<br />
Teresa Soares: Nuremberga<br />
Tradução Barbara Böer-Alves<br />
Assuntos Sociais<br />
José Gomes Rodrigues<br />
Consultório Jurídico:<br />
Catarina Tavares, Advogada<br />
Michaela Azevedo dos Santos, Advogada<br />
Miguel Krag, Advogado<br />
Fotógrafos: Fernando Soares<br />
Publicidade: Alfredo Cardoso (Norte) e<br />
Fernando Roldão (Sul)<br />
Agências: Lusa. DPA<br />
Impressão: Portugal Post Verlag<br />
Redacção, Assinaturas Publicidade<br />
Burgholzstr. 43 • 44145 Dortmund<br />
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Registo Legal: Portugal Post Verlag<br />
ISSN 0340-3718<br />
PVS K 25853<br />
Propriedade: Portugal Post Verlag<br />
Registo Comercial: HRA 13654<br />
Os textos publicados na rubrica Opinião são<br />
da exclusiva responsabilidade de quem os assina<br />
e não veiculam qualquer posição do jornal<br />
PORTUGAL <strong>POST</strong><br />
PORTUGAL <strong>POST</strong> Nº 216 • Julho 20<strong>12</strong><br />
PORTUGAL <strong>POST</strong> Editorial<br />
Agraciado com a Medalha da Liberdade<br />
e Democracia da Assembleia da República<br />
Fundado em 1993<br />
Mário dos Santos<br />
VPU – Um recomeço feliz<br />
C<br />
om a eleição de uma nova direcção,<br />
a Federação de Empresários<br />
Portugueses na<br />
Alemanha irá ganhar um novo<br />
impulso quanto mais não seja<br />
por ter no seu seio três mulheres, um acontecimento<br />
que se deve sublinhar, sabendo<br />
que não é normal haver um poder feminino<br />
em agremiações do género.<br />
As mulheres, a saber: as advogadas Michaela<br />
Ferreira dos Santos (Colónia) e Rosário<br />
Pinho Bayer (Berlin), bem como a<br />
Dra. Carla Batuca-Branco, são elementos<br />
que, devido à forte ligação à VPU e, por<br />
outro lado, à sua sensibilidade no que à área<br />
empresarial diz respeito, tendem puxar a federação<br />
para aquilo que foi criada há cerca<br />
de 16 anos, isto é, tornar-se no principal in-<br />
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se mudou ou vai mudar<br />
de endereço<br />
Fax: 0231 - 83 90 351<br />
Tel.: 0231 - 83 90 289<br />
terlocutor dos interesses empresariais entre<br />
a Alemanha – Portugal – Alemanha. Naturalmente<br />
que em razão disto, a VPU tornase<br />
também num importante parceiro dos<br />
interesses portugueses na Alemanha no que<br />
se refere às questões económicas.<br />
Para além dos três elementos femininos,<br />
a VPU conta também com um novo presidente,<br />
Rogério Pires, eleito por unanimidade<br />
e em quem se depõe muitas<br />
esperanças e se espera que faça da federação<br />
uma instituição de referência de modo<br />
a colocá-la no centro da actividade empresarial<br />
portuguesa na Alemanha.<br />
Para além de ser a primeira vez que a<br />
direcção da VPU é dirigida unicamente por<br />
portugueses (o que pode ser apenas um<br />
coincidência), tanto Rogério Pires com os<br />
Preencha de forma legível, recorte e envie este cupão para:<br />
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Veja os preços e formas de encomenda na página 26<br />
restantes membros da direcção da VPU<br />
conhecem como ninguém o terreno em que<br />
se movem.<br />
A sua juventude aliada à experiência, ao<br />
Know-how adquirido e aos contactos e<br />
prestígio que a VPU foi angariando ao<br />
longo dos seus dezasseis anos de existência<br />
pode constituir um (re)começo feliz da federação<br />
em direcção a um futuro em que,<br />
nesta área, todos devem remar para o<br />
mesmo lado.<br />
Sendo a Alemanha talvez um dos mais<br />
importantes parceiros comerciais de Portugal<br />
na Europa, é justo que se deseje uma<br />
Federação de Empresários lusos forte e<br />
com condições humanas e materiais que lhe<br />
permita corresponder àquilo que todos esperam<br />
dela<br />
PUB
PORTUGAL <strong>POST</strong> Nº 216 • Julho 20<strong>12</strong><br />
Rogério Pires, recém-eleito presidente da Federação de Empresários Portugueses na Alemanha<br />
“A VPU pode abrir portas junto de empresários e<br />
associações empresariais alemãs”<br />
Fundada em 1996 em Bona, a Federação de Empresários Portugueses<br />
na Alemanha (vulgo VPU) elegeu em meados do passado mês<br />
de Junho a sua nova direcção.<br />
Rogério Pires, responsável da representação do banco Santander<br />
Totta na Alemanha, candidatou-se e foi eleito o novo presidente<br />
da agremiação dos empresários lusos na Alemanha.<br />
Na primeira entrevista que dá ao PP, o novo presidente da VPU revela<br />
as linhas pelas quais vai pautar a sua acção num momento em<br />
que se antevê uma viragem após 16 anos de vida e de experiência<br />
da única federação de empresários lusos neste país.<br />
Com o senhor à frente da nova<br />
direcção da Federação de Empresários<br />
Portugueses na Alemanha,<br />
de que forma é que pensa<br />
dirigir uma agremiação virada<br />
para os interesses empresários<br />
lusos neste país?<br />
Rogério Pires: Os interesses dos<br />
empresários portugueses na Alemanha<br />
devem ser sempre representados<br />
ao mais alto nível possível.<br />
Num país como a Alemanha,<br />
onde a distância é um obstáculo, a<br />
minha função, enquanto Presidente,<br />
irá ser em apostar na descentralização,<br />
criando representações e mais<br />
parcerias estratégicas que correspondam<br />
aos interesses dos associados.<br />
Serão três as tarefas fundamentais<br />
da minha presidência: aumentar o número<br />
dos associados; continuar com<br />
a defesa e a representação dos interesses<br />
dos empresários, assim como darlhes<br />
assistência em termos de<br />
prestação de serviços e contactos<br />
úteis. Por outro lado, a VPU estará<br />
orientada para intensificar a (in)formação<br />
dos pequenos empresários e<br />
desenvolver eventos e exposições no<br />
sentido da divulgação dos nossos produtos<br />
com a colaboração e parceria<br />
das empresas do pequeno comércio e<br />
não só.<br />
Como é que o Governo português<br />
pode aproveitar, no bom<br />
sentido, a VPU num momento<br />
em que a aposta dos governantes<br />
é a diplomacia económica?<br />
Rogério Pires: Não é por acaso<br />
que o Sr. Ministro dos Negócios<br />
Estrangeiros, Dr. Paulo Portas, quer<br />
que os diplomatas portugueses façam<br />
estágios nas empresas, criando, assim,<br />
experiência no universo empresarial.<br />
Este anúncio demonstra que todas as<br />
associações empresariais preenchem<br />
um papel fundamental na nova política<br />
económica de Portugal.<br />
No que diz respeito à nossa responsabilidade,<br />
digo-lhe que a VPU,<br />
enquanto única federação empresarial<br />
portuguesa na Alemanha, pode<br />
abrir portas junto de empresários, associações<br />
empresariais alemãs etc.<br />
Penso, que se deve aproveitar as nossas<br />
sinergias para esse objectivo.<br />
Existem, como é sabido, várias<br />
formas de desenvolver e cativar novos<br />
negócios, e algumas delas passam<br />
pela VPU, a qual dispõe de instrumentos<br />
e conhecimentos eficazes para<br />
quem procura parcerias, investimentos<br />
e ou comercialização de novos<br />
produtos na Alemanha.<br />
Conquistar os pequenos comerciantes<br />
para a federação foi sempre<br />
um objectivo pouco<br />
conseguido. De que forma é que<br />
a nova direcção vai promover a<br />
VPU com o objectivo da conquista<br />
de mais associados?<br />
Rogério Pires: Sabe, esse, além de<br />
outros, é um dos grandes objectivos<br />
para estes dois anos. Infelizmente, o<br />
pequeno comerciante não está, ou está<br />
pouco, organizado, porque não vê<br />
vantagens imediatas numa filiação.<br />
Mas acho que é nesse pensamento<br />
que está o grande equívoco. Nesse<br />
segmento tem que haver uma atenção<br />
redobrada da VPU de modo a criar<br />
condições para a adesão desses empresários.<br />
Temos pequenos empresários<br />
com enorme potencial de<br />
crescimento cuja actividade pode ser<br />
útil à criação de uma rede de multiplicadores<br />
dos produtos e do bom nome<br />
de Portugal.<br />
Quais as vantagens que se oferecem<br />
aos empresários a partir do<br />
momento em que aderem à fede-<br />
À venda 2ª edição<br />
Directório com centenas de empresas luso-alemãs.<br />
Um meio de contactos disponível para todos -<br />
particulares e empresas<br />
ração?<br />
Rogério Pires: A VPU serve<br />
como plataforma para os seus associados<br />
e dispõe de contactos comerciais<br />
e de serviços personalizados e<br />
adequados para a uma boa performance<br />
das empresas no mercado alemão,<br />
nomeadamente em: Assistência<br />
Jurídica e Fiscal; Assistência na<br />
Constituição da Empresa; Planeamento<br />
e Desenvolvimento de Projectos/Modelos<br />
de Negócio; Gestão<br />
Empresarial; Consultaria de Mercados<br />
e Marketing; Consultaria de Recursos<br />
Humanos.<br />
A nossa presença na internet tem<br />
sido uma mais valia para os associados.<br />
Desde o início do ano incluímos<br />
uma Bolsa de Emprego para a qual<br />
chamo a atenção<br />
Recordo que somos uma das úni-<br />
Rogério Pires, o novo presidente da VPU<br />
cas federações que dispõe de um programa<br />
de análise empresarial o qual<br />
irá estar em breve no nosso site da internet.<br />
Além desses aspectos, a VPU<br />
vê-se como interlocutor dos interesses<br />
dos empresários associados e os órgãos<br />
oficiais.<br />
Qual é o perfil dos associados da<br />
VPU e que interesses têm?<br />
Rogério Pires: Os associados abrangem<br />
todos os sectores de actividade<br />
economia com interesses na<br />
Alemanha e em Portugal.<br />
Como é que os interessados<br />
podem contactar a VPU?<br />
Rogério Pires: A VPU está presente<br />
na Internet através do seu site<br />
(www.vpu.org), que já sofreu algumas<br />
alterações e continua a ser actua-<br />
DIRECTÓRIO EMPRESARIAL LUSO-ALEMÃO<br />
Foto: Paulo Santos<br />
Encomenda de exemplares e pedido de informações<br />
Tel.: 0231 - 83 90 289 ou pot fax: 0231: 83 90 289<br />
<strong>portugal</strong>post@free.de<br />
Burgholzstr.43 44145 Dortmund<br />
Preço: € 7,50 + portes (particulares)<br />
€ <strong>12</strong>,50 + portes (empresas)<br />
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Entrevista<br />
3<br />
lizado para bem de todos. No que<br />
concerne à internet, actualmente<br />
temos uma parte interna com acesso<br />
exclusivo para os associados e a outra<br />
comum com acesso geral. A VPU está<br />
também contactável via telefone:<br />
0221- 9<strong>12</strong>65721, Postfach 102711,<br />
50467 Köln e também via e-mail:<br />
info@vpu.org.<br />
Com cerca de 16 anos de existência<br />
não será o tempo de a VPU<br />
pensar num modelo de estrutura<br />
e funcionamento diferente, por<br />
exemplo, semelhante à de uma<br />
câmara de comércio?<br />
Rogério Pires: A actuação actual<br />
da VPU já é semelhante à de uma câmara<br />
de comércio, com uma diferença<br />
que é a falta de uma estrutura permanente<br />
ao serviços dos associados.<br />
Essa facto é substancial, mas não relevante,<br />
numa boa estrutura onde cada<br />
associado tem o poder de corresponder<br />
a uma solicitação de fora ou interna.<br />
Numa altura em que Portugal<br />
vive uma crise económico-financeira<br />
e considerando que a Alemanha<br />
é o segundo mercado<br />
europeu para as exportações<br />
portuguesas, de que forma é que<br />
a VPU pode contribuir para reforço<br />
das exportações lusas para<br />
este país?<br />
Rogério Pires: Como já referi, a<br />
VPU dispõe de um excelente conhecimento<br />
do mercado, de bons contactos<br />
empresariais e políticos, de<br />
uma estrutura de sócios empresariais<br />
em todos os ramos significativos que<br />
podem ser multiplicadores de negócios<br />
na Alemanha. Dispomos de parcerias<br />
estratégicas para uma boa<br />
comercialização e implementação de<br />
novas oportunidades de negócio.<br />
Quais são os elementos que<br />
fazem parte dos actuais corpos<br />
gerentes?<br />
Rogério Pires: Além da minha<br />
pessoa fazem parte da actual direcção<br />
a Doutora Carla Batuca-Branco, a Senhora<br />
Michaela Ferreira dos Santos e<br />
a Senhora Rosário Pinho Bayer,<br />
membros cujo conhecimento é fundamental<br />
para a VPU.<br />
Há já algum plano de iniciativas<br />
para os próximos tempos?<br />
Rogério Pires: Ainda este ano<br />
vamos promover duas iniciativas em<br />
colaboração com a casa editora do<br />
PORTUGAL <strong>POST</strong>, a saber: o lançamento<br />
da terceira edição do directório<br />
empresarial luso-alemão, uma<br />
série de exposições “Made in Portugal”<br />
em 4 pontos da Alemanha; o alargamento<br />
e reforço da nossa presença<br />
na internet, assim como desenvolvimento<br />
e implementação de novos projectos,<br />
os quais divulgaremos no<br />
nosso site e no PORTUGAL <strong>POST</strong>.<br />
Mário dos Santos
4<br />
ENSINO<br />
Nacional & Comunidades<br />
Manuais para alunos de português no<br />
estrangeiro distribuídos apenas em 2013<br />
A distribuição de livros aos alunos de português no estrangeiro<br />
como contrapartida pelo pagamento de uma propina de <strong>12</strong>0 euros<br />
vai avançar apenas no ano lectivo de 2013/2014, disse o secretário<br />
de Estado das Comunidades.<br />
A propina, que começará a ser<br />
cobrada já no próximo ano<br />
lectivo, sofrerá uma redução equivalente<br />
ao valor dos manuais escolares,<br />
disse José Cesário, sem<br />
avançar o valor do corte.<br />
„É preciso um diploma para a<br />
introdução da propina no sistema<br />
e concluiu-se que esse diploma<br />
deveria ser o decreto-lei 165, e<br />
sendo esse decreto é preciso fazer<br />
a sua revisão. É um processo que<br />
já começamos e que pressupõe<br />
um conjunto de audições, nomeadamente<br />
dos sindicatos de professores.<br />
Enquanto este processo não<br />
estiver concluído não é possível<br />
aplicar a propina, se não é possivel<br />
aplicar a propina não podemos<br />
iniciar um conjunto de actos, nomeadamente<br />
a distribuição de manuais<br />
escolares“, disse José<br />
Cesário.<br />
O titular da pasta a Emigração,<br />
que tutela o ensino de português<br />
no estrangeiro através do Instituto<br />
Camões, mostrou-se convencido<br />
de que a propina „possa ser aplicada<br />
logo após o verão“, lembrando<br />
que no presente ano<br />
PUB<br />
lectivo não poderá incluir os manuais<br />
escolares, que „estão a ser<br />
escolhidos agora e deverão estar<br />
na mão dos alunos em Agosto“.<br />
„A propina vai ser aplicada<br />
neste ano lectivo, mas parcialmente.[…]<br />
Terá um valor mais reduzido<br />
uma vez que não terá uma<br />
componente“, sublinhou.<br />
O Governo determinou o pagamento<br />
de uma propina de <strong>12</strong>0<br />
euros para os alunos de português<br />
no ensino paralelo no estrangeiro,<br />
que foram ainda obrigados a fazer<br />
uma pré-inscrição „online“.<br />
A propina destina-se, segundo<br />
o Governo, a custear a inscrição,<br />
os manuais escolares, o aumento<br />
da formação de professores e a<br />
certificação dos cursos.<br />
Para o próximo ano lectivo, o<br />
Governo estima que estejam inscritos<br />
mais de 26 mil alunos,<br />
menos 9.000 do que os 35 mil alunos<br />
que compunham o universo a<br />
que se dirigia esta inscrição.<br />
O deputado socialista Paulo<br />
Pisco, que já por duas vezes questionou<br />
a falta de legislação sobre<br />
esta matéria em requerimentos di-<br />
rigidos ao Governo, criticou a<br />
forma extemporânea como tudo<br />
foi feito.<br />
„Tudo foi definido antes de<br />
haver o devido enquadramento<br />
legal e só agora é que o governo<br />
surge a dizer que terá de haver primeiro<br />
a revisão do decreto-lei<br />
165. Estava tudo definido e foi definido<br />
extemporaneamente e sem<br />
qualquer enquadramento legal“,<br />
disse. Para o parlamentar desde o<br />
início que havia um „problema de<br />
legalidade que só agora foi reconhecido<br />
pelo Governo“, disse<br />
Paulo Pisco.<br />
„A verdade é que agora estamos<br />
praticamente na fase final de<br />
constituição dos horários e ainda<br />
não há revisão do decreto-lei, nem<br />
sabemos se vai ser aprovado a<br />
tempo para que a propina possa<br />
ser aplicada antes do ano letivo“,<br />
sublinhou. Para Paulo Pisco, há<br />
também um problema de constitucionalidade,<br />
já que a Constituição<br />
portuguesa prevê ensino básico e<br />
secundário gratuito para os filhos<br />
dos emigrantes.<br />
Por isso, o deputado socialista<br />
pediu ao provedor de Justiça que<br />
se pronunciasse sobre a medida.<br />
„Tratando-se de uma questão<br />
que tem um prazo de validade, o<br />
provedor de Justiça já se devia ter<br />
pronunciado sobre a constitucionalidade<br />
da decisão de cobrar a<br />
propina“, disse Paulo Pisco.<br />
Fonte da provedoria de Justiça<br />
adiantou à agencia Lusa que o<br />
„assunto está a ser estudado e<br />
acompanhado“.<br />
Parlamento aprova por unanimidade fim da „discriminação“<br />
relativa à iniciativa legislativa dos emigrantes<br />
O Parlamento aprovou por unanimidade<br />
em votação final global<br />
o fim da „discriminação“<br />
existente em relação à iniciativa<br />
legislativa dos emigrantes, que<br />
a partir de agora vão poder<br />
apresentar diplomas sobre todo<br />
o tipo de assuntos.<br />
Tinham sido apresentados dois<br />
projectos de lei, pelo PSD e pelo<br />
PS, que deram origem ao texto<br />
final apresentado pela comissão<br />
de Assuntos Constitucionais e que<br />
mereceu o voto favorável de todas<br />
as bancadas parlamentares.<br />
A Lei n.º 17/2003, de 4 de<br />
Junho, sobre a Iniciativa Legislativa<br />
de Cidadãos, previa que 35<br />
mil cidadãos possam apresentar<br />
no parlamento iniciativas legislativas,<br />
mas os emigrantes só podiam<br />
apresentar iniciativas<br />
legislativas sobre assuntos que<br />
lhes digam directamente respeito.<br />
O novo diploma elimina essa<br />
diferenciação em função do lugar<br />
onde os cidadãos residem.<br />
Também em votação final global<br />
foi aprovada a proposta de lei<br />
do Governo para alterar o regime<br />
de entrada, permanência, saída e<br />
afastamento de estrangeiros do<br />
território nacional.<br />
O diploma, aprovado com o<br />
voto favorável do PSD, CDS-PP e<br />
PS e o voto contra das restantes<br />
bancadas parlamentares, criminaliza<br />
a contratação de imigração<br />
ilegal, cria um novo tipo de autorização<br />
de residência denominado<br />
´Cartão Azul UE’ e reforça o combate<br />
aos casamentos e uniões de<br />
facto de conveniência.<br />
Por outro lado, são ainda introduzidas<br />
alterações ao „instituto<br />
do reagrupamento familiar“ e é<br />
feita uma clarificação da figura do<br />
„emigrante empreendedor“, facilitando<br />
os projectos de investimento<br />
em Portugal.<br />
PORTUGAL <strong>POST</strong> Nº 216 • Julho 20<strong>12</strong><br />
REMESSAS<br />
Há dez anos que<br />
emigrantes não<br />
enviavam tanto<br />
dinheiro para Portugal<br />
As remessas dos emigrantes portugueses<br />
aumentaram no início<br />
do ano para níveis de há dez<br />
anos, alcançando 822,4 milhões<br />
de euros entre Janeiro e Abril.<br />
Este valor representa mais<br />
17,6% do que no mesmo período<br />
do ano passado e é o mais elevado<br />
desde 2002, segundo dados<br />
do Banco de Portugal noticiados<br />
no Diário Económico.<br />
Estes números sugerem uma<br />
inversão da tendência de queda<br />
das remessas, a par do aumento<br />
do número de portugueses que<br />
sai do país para trabalhar. Em<br />
20<strong>09</strong> caíram 8,2% e no ano passado<br />
estabilizaram, subindo apenas<br />
0,19%.<br />
O aumento da emigração nos<br />
últimos anos e o agravamento da<br />
situação em Portugal poderá<br />
estar a levar os que estão fora a<br />
sentirem-se compelidos a ajudar<br />
mais os familiares que ficaram<br />
em Portugal, segundo especialistas<br />
ouvidos por aquele jornal.<br />
Numa primeira fase, quem<br />
emigra tem mais tendência para<br />
gastar dinheiro devido às novas<br />
despesas, refere Filipa Pinho, do<br />
Observatório da Emigração.<br />
Mesmo assim, o aumento das dificuldades<br />
“pode levar a que uma<br />
emigração mais antiga seja impelida<br />
a ajudar os seus familiares”,<br />
diz Jorge Malheiros, do Centro<br />
de Estudos Geográficos da Universidade<br />
de Lisboa.<br />
PUB
PORTUGAL <strong>POST</strong> Nº 216 • Julho 20<strong>12</strong> Ncional & Comunidades 5<br />
Portugal abandonado<br />
A emigração é decerto um mal.<br />
Porque aqueles que se oferecem<br />
mostram ser, por essa resolução,<br />
os mais enérgicos e os mais<br />
rijamente decididos; e num país<br />
de fracos e de indolentes, é um<br />
prejuízo perder as raras vontades<br />
firmes e os poucos braços<br />
viris.<br />
P<br />
alavras publicadas no dia<br />
8 de Dezembro de 1871,<br />
nas “Farpas” de Eça de<br />
Queiroz e Ramalho Ortigão.<br />
Pareceu-me oportuno<br />
repeti-las aqui, tendo em<br />
conta o debate em torno da<br />
“nova” emigração portuguesa.<br />
“Porque a emigração entre nós,<br />
não é como em toda a parte a<br />
transbordação de uma população<br />
que sobra, é a fuga de uma<br />
população que sofre;”<br />
No final do século XIX, em<br />
meados do século XX e no início<br />
do século XXI: ninguém sobra em<br />
Portugal, todos são necessários<br />
para tirar o país da miséria em que<br />
se encontra. Mas os nossos governantes,<br />
então como hoje, discordam.<br />
Acham que devem encorajar<br />
o Zé Povinho a partir para as<br />
Alemanhas e Franças, os Brasis e<br />
Angolas, fazer qualquer trabalho<br />
que consigam arranjar. O que importa<br />
é que enviem as remessas<br />
para sanear as contas por eles des-<br />
feitas. Deste modo, a nossa elite,<br />
mais sobrinhos, cunhados e comadres,<br />
poderão continuar tranquilamente<br />
a gozar os tachos<br />
passados de mão em mão, afirmando-se<br />
salvadores da nação<br />
abandonada pelos seus melhores<br />
cidadãos. Levá-los a emigrar, a<br />
construir longe uma vida impossível<br />
no seu país, sempre é muito<br />
menos trabalhoso e muito mais<br />
cómodo do que lhes criar as condições<br />
para que possam ter uma<br />
vida digna desse nome na terra<br />
onde nasceram. Havia que trabalhar<br />
para isso, havia que lutar contra<br />
os interesses estabelecidos, as<br />
estruturas da cunha e corrupção, a<br />
inércia de quem se agarra ao<br />
tacho, a prepotência dos pequenos<br />
déspotas na administração pública,<br />
a vergonha que é a Justiça,<br />
e muito mais. Para quê, se o problema<br />
se resolve bem como de<br />
costume? Podem confiar que os<br />
portugueses acatam e não se defendem.<br />
Até a imprensa internacional<br />
já o noticiou. A apatia é<br />
apanágio nacional.<br />
“Porque não é o espírito de indústria,<br />
de actividade, de expansão,<br />
de criação, que leva os<br />
nossos colonos, - como leva os<br />
ingleses à Austrália e à Índia - é<br />
a miséria de um país esterilizado<br />
que expulsa, sacode e que<br />
instiga a emigrar, a procurar<br />
longe o pão;”<br />
É a luta para dar casa e pão<br />
aos filhos e mantê-los na escola<br />
num país onde, até hoje, apenas<br />
30% da população tem o ensino<br />
secundário. Há quem tenha partido<br />
para o estrangeiro também<br />
para assegurar as propinas elevadas<br />
dos filhos na escola particular.<br />
Não porque o ensino seja necessariamente<br />
melhor, mas porque há<br />
aqui a possibilidade de fazer hoje<br />
os bons contactos que amanhã<br />
abrem as portas à cunha e ao<br />
tacho. A esperança é que a grande<br />
crise mais que previsível da próxima<br />
geração – já que nada vai<br />
mudar – passe ao lado da prole a,<br />
e que toque a outros abandonar,<br />
mais uma vez, o país, os pais, a<br />
mulher, o marido, os filhos e os<br />
amigos. O progresso à portuguesa<br />
nunca tem nada a ver com trabalhar<br />
para o bem comum.<br />
Porque não basta, como é<br />
óbvio, apontar o dedo aos que seguram<br />
as rédeas e escusar-se de<br />
toda a responsabilidade pela situação.<br />
Empurrar responsabilidades<br />
para cima dos outros é um desporto<br />
nacional no qual somos<br />
campeões. Já assumir responsabilidades<br />
é um curso sem frequentação.<br />
Mais de 40% dos<br />
portugueses nem sentem que têm<br />
o dever de votar. Embora gostem<br />
de se queixar dos governantes que<br />
têm. E todos os piores vícios e<br />
corrupções apontados ás elites são<br />
piamente copiados no plano privado<br />
e profissional. É o chamado<br />
“desenrascanço”, a solução à portuguesa<br />
que nunca perde tempo<br />
Crónica<br />
Cristina Krippahl<br />
para perguntar se o meu comportamento<br />
prejudica o colega, o<br />
amigo, a família ou a sociedade<br />
em geral. A má consciência –<br />
onde existe, e é raro - é afogada<br />
numa cervejola e esquecida diante<br />
dum jogo de futebol. Os filhos<br />
aprendem em casa e depois ensinam<br />
aos próprios filhos.<br />
Poderia ter sido diferente. Se<br />
o ensino e a formação tivessem<br />
sido a prioridade dos nossos governantes<br />
desde a década de 80,<br />
quando a falta de fundos, graças à<br />
Europa, deixou de ser desculpa.<br />
Mas não houve quem ensinasse ás<br />
novas gerações que o cidadão tem<br />
direitos, mas também tem deveres.<br />
Em vez disso aprenderam que<br />
o “chico-espertismo” é que rende,<br />
e o resto que vá às favas. Se os<br />
dinheiros da Europa tivessem sido<br />
investidos para instruir um povo,<br />
despertar a sua curiosidade pelo<br />
funcionamento do mundo, encorajá-lo<br />
a pesquisar, criar e inovar,<br />
a situação hoje seria diferente.<br />
Mas já Salazar sabia perfeitamente<br />
que gente instruída e conhecedora<br />
dos seus direitos não se<br />
deixa manipular como um rebanho<br />
de ovelhas. Que gente que<br />
pensa pela própria cabeça um dia<br />
acaba por perceber que só a prosperidade<br />
de todos garante o bemestar<br />
individual. Seria o fim dos<br />
tachos. A lição não passou despercebida<br />
aos herdeiros de Salazar.<br />
Portugal no século XXI. E Eça de<br />
Queiroz e Ramalho Ortigão às<br />
voltas na campa.<br />
Foto: lusa<br />
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Das Lehrwerk<br />
„Está bem“<br />
Mit der neuen<br />
portugiesischen<br />
Rechtschreibung!<br />
Als erstes Portugiesisch-Lehrwerk für europäisches<br />
Portugiesisch berücksichtigt<br />
das einbändige Lehrbuch „Está bem“ die<br />
Rechtschreibung von 2010.<br />
„Está bem“ kann an VHS und Hochschulseminaren,<br />
jedoch auch im Selbststudium<br />
eingesetzt werden.<br />
In 24 Lektionen, die in zügiger Progression<br />
bis zur Sprachbeherrschung auf<br />
Stufe B2 führen, wird das jeweils neu<br />
einzuführende Vokabular anhand von<br />
Dialogen und authentischen Texten vorgestellt,<br />
grammatische Phänomene werden<br />
systematisiert dargestellt und durch<br />
ein breitgefächertes, abwechslungsreiches<br />
Übungsangebot aufbereitet.<br />
Dabei vermittelt das Lehrbuch ein aktuelles,<br />
situativ ausgerichtetes Vokabular,<br />
das auch die Besonderheiten des brasilianischen<br />
Portugiesisch berücksichtigt,<br />
und weist gezielt auf klassische Fehlerquellen<br />
für deutschsprachige LernerInnen<br />
hin.<br />
Besonderes Augenmerk legt das Programm<br />
auf die soziokulturelle Realität<br />
der lusophonen Welt. Teilweise authentische<br />
Sachtexte beleuchten gesellschaftliche<br />
und historische Aspekte und<br />
vermitteln ein differenziertes landeskundliches<br />
Wissen.<br />
Mit integriertem Vokabelregister und<br />
einem umfangreichen Verzeichnis von<br />
Verbformen.<br />
Zum Lehrbuch sind eine Audio-CD sowie<br />
ein Lösungsheft mit integrierter Kurzgrammatik<br />
erhältlich<br />
Der Autor<br />
Joaquim Peito ist Lektor für Portugiesisch<br />
an der Georg-August-Universität von<br />
Göttingen<br />
So urteilt die Presse:<br />
«... für die sprachliche Grundausbildung<br />
an Universitäten ist es wohl uneingeschränkt<br />
geeignet. Ihm sind weitere Neuauflagen<br />
... sowie zahlreiche Benutzer zu wünschen.»<br />
Daniel Reimann in «Zeitschrift für romanische<br />
Sprachen und ihre Didaktik», 10/08<br />
Joaquim Peito, Está bem! Intensivkurs Portugiesisch,<br />
Schmetterling Verlag, 3., überarbeitete<br />
Auflage, ISBN 3-89657-872-3
6 PORTUGAL <strong>POST</strong> Nº 216 • Julho 20<strong>12</strong><br />
A importância da língua e o desprezo pelo ensino<br />
E<br />
m Novembro do ano<br />
passado, o Presidente<br />
da República, quando<br />
discursava em Nova<br />
Iorque no Conselho<br />
de Segurança das Nações<br />
Unidas, fez questão de<br />
chamar a atenção para a importância<br />
da Língua Portuguesa.<br />
Cavaco Silva disse então<br />
que fazia questão de se dirigir<br />
a todos em Português, porque<br />
Clássicos<br />
do Cinema<br />
Português<br />
em DVD.<br />
Veja a nossa colecção<br />
na página 26<br />
Reveja os sucessos<br />
que fizeram rir<br />
gerações de portugueses<br />
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as suas palavras seriam entendidas<br />
logo à partida por mais<br />
de 250 milhões de cidadãos de<br />
oito países e ainda por “muitos<br />
outros milhões que a estudaram,<br />
ou estudam, por nela<br />
verem um importante ativo<br />
identitário, cultural ou económico”.<br />
Dizia ainda o Presidente<br />
que falava<br />
“num dos idiomas<br />
em maior expan-<br />
são em todo o<br />
mundo, que já é a<br />
terceira língua europeia<br />
em número<br />
global de falantes<br />
e a sexta a nível<br />
mundial”.<br />
O Presidente tem toda a<br />
razão. E seria bom que este<br />
imenso potencial da Língua<br />
Portuguesa fosse entendido em<br />
todas as suas dimensões pelo<br />
Governo. Infelizmente não é<br />
isso que se passa. Bem pelo<br />
contrário. A demonstrá-lo está<br />
o número cada vez mais reduzido<br />
de professores e alunos<br />
nos cursos de Português no<br />
Estrangeiro. E a inédita e inqualificável<br />
decisão de despedir<br />
49 professores a meio do<br />
ano, deixando milhares de alunos<br />
sem aulas.<br />
“ Está, assim, em causa o cumprimento do artigo<br />
9º da Constituição da República, que<br />
estabelece que incumbe ao Estado defender<br />
o uso e a difusão internacional da Língua<br />
portuguesa.<br />
Uma das dimensões mais<br />
relevantes da Lusofonia,<br />
aquilo que o Governo agora assumiu<br />
sob o slogan “Lusofonia<br />
Global”, está relacionada com<br />
a expansão do ensino de Português<br />
no estrangeiro. E, neste<br />
campo, infelizmente, assistimos<br />
a um desinvestimento sem<br />
precedentes.<br />
Não se trata apenas da decisão<br />
de cobrar uma propina<br />
ter sido tomada de forma displicente<br />
e sem qualquer enquadramento<br />
legal. Trata-se<br />
também e, acima de tudo, de ir<br />
em sentido contrário<br />
ao que diz a Constituição<br />
da República<br />
no que respeita à<br />
criação de condições<br />
a que o Estado está<br />
obrigado para facilitar<br />
o acesso ao ensino<br />
da Língua e da<br />
cultura portuguesa.<br />
Como o acesso aos cursos<br />
de Português está cada vez<br />
mais difícil, apesar de haver<br />
um claro aumento dos fluxos<br />
migratórios, é também a sua<br />
valorização e expansão que<br />
está em causa. Está, assim, em<br />
19 anos ao serviço da Informação<br />
Assine e receba comodamente em casa<br />
O porta voz da Comunidade Portuguesa<br />
na Alemanha<br />
Telefone-nos: 0231-8390289<br />
Opinião<br />
Paulo Pisco*<br />
causa o cumprimento do artigo<br />
9º da Constituição da República,<br />
que estabelece que incumbe<br />
ao Estado defender o<br />
uso e a difusão internacional<br />
da Língua portuguesa. Além, é<br />
claro, do evidente desrespeito<br />
da Constituição quanto à gratuitidade<br />
do ensino, também<br />
reafirmada na Lei de Bases do<br />
Ensino.<br />
Bem pode, pois, o Governo<br />
tentar iludir os portugueses residentes<br />
no estrangeiro proclamando<br />
que o ensino seria “a<br />
âncora das políticas para as comunidades.<br />
Não é, como se<br />
está a ver. E o atual Secretário<br />
de Estado das Comunidades,<br />
José Cesário, ficará como o<br />
governante que mais prejudicou<br />
o Ensino de Português no<br />
Estrangeiro.<br />
* Deputado do PS eleito pelas<br />
Comunidades
PORTUGAL <strong>POST</strong> Nº 216 • Julho 20<strong>12</strong> Comunidades 7<br />
CELEBRAÇÕES DO DIA DE PORTUGAL EM BERLIM<br />
“Não celebramos grandes batalhas,<br />
nem celebramos vitórias!...”<br />
O embaixador de Portugal<br />
prometeu e cumpriu.<br />
A Festa do Dia de Camões,<br />
de Portugal e das Comunidades<br />
foi a mais bonita de<br />
sempre na opinião de muitos<br />
dos convidados!<br />
E foi uma festa que<br />
conseguiu reunir as várias<br />
sinergias da comunidade<br />
portuguesa em Berlim,<br />
além dos convidados que<br />
viajaram de toda a<br />
Alemanha para Berlim-Zehlendorf<br />
com o fim de conhecer<br />
pessoalmente o<br />
Dr. Luís D’Almeida Sampaio<br />
e a embaixatriz e celebrar<br />
em português esta data<br />
nacional tão importante.<br />
Recepção protocolar<br />
Num fim de tarde frio, no passado<br />
dia 5 de Junho, os diplomatas<br />
liderados pelo novo<br />
embaixador de Portugal e a sua<br />
esposa esperavam e cumprimentavam<br />
os convidados por ordem<br />
de entrada que iam ocupando o<br />
espaçoso jardim. Ao fundo deste<br />
avistavam-se as tendas com as<br />
mesas onde os cozinheiros preparavam<br />
alguns acepipes tipicamente<br />
portugueses. A<br />
gastronomia da festa esteve a<br />
cargo dos hotéis Pestana e Sana,<br />
hotéis de capital português situados<br />
na capital, enquanto as bebidas<br />
foram oferecidas pela<br />
Sogrape. Não faltaram os pastéis<br />
de nata nem o bacalhau, nem os<br />
vinhos branco, rosé e tinto, nem<br />
os canapés para acompanhar que<br />
Alugam-se<br />
Algarve<br />
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circulavam apetitosos em bandejas.<br />
O jardim encheu e animou-se<br />
de conversas.<br />
Um discurso inovador<br />
e optimista<br />
Entretanto, o Senhor Embaixador<br />
anunciou o hino português<br />
e o alemão, seguindo-se o discurso<br />
aos convidados. Agradeceu<br />
a presença dos amigos alemães,<br />
dos colegas e amigos do<br />
corpo diplomático e de<br />
todos aqueles que viajaram<br />
de perto ou de<br />
longe para estarem presentes<br />
na festa, destacando<br />
o Senhor António<br />
Manuel Pires, director<br />
geral da Auto Europa da<br />
Volkswagen em Portugal,<br />
que se deslocou<br />
especialmente a Berlim<br />
para as celebrações da-<br />
quele dia. Chamou também a<br />
atenção para o facto de o Dia de<br />
Portugal ser habitualmente festejado<br />
na data presumida da morte<br />
do nosso grande poeta Camões. E,<br />
afirmou, que seremos talvez a<br />
única nação, entre as antigas, em<br />
que não se celebra o dia do país<br />
com uma grande vitória, ou uma<br />
grande batalha, ou um grande<br />
feito histórico, político ou religioso,<br />
mas sim com a nossa cultura<br />
e herança linguística. Luís de<br />
Camões, que viveu no sec. XVI, o<br />
grande século da história de Portugal,<br />
o século dos descobrimentos,<br />
imortalizou a nossa história<br />
nos Lusíadas – disse o embaixador,<br />
que lembrou que, durante os<br />
O embaixador afirmou, que seremos talvez a<br />
única nação, entre as antigas, em que não se<br />
celebra o dia do país com uma grande vitória,<br />
ou uma grande batalha, ou um grande feito<br />
histórico, político ou religioso, mas sim com a<br />
nossa cultura e herança linguística. Luís de Camões,<br />
que viveu no sec. XVI, o grande século<br />
da história de Portugal, o século dos descobrimentos,<br />
imortalizou a nossa história nos Lusíadas.<br />
seiscentos anos da nossa história,<br />
sobrevivemos muitas crises e vivemos<br />
muitos sucessos e que, na<br />
crise actual, não estamos sozinhos<br />
porque pertencemos ao melhor<br />
clube de todos, a União Europeia.<br />
Por esta razão não estaríamos sós<br />
porque os nossos parceiros euro-<br />
peus e os nossos amigos alemães<br />
nos apoiam. Como motor político,<br />
social e económico da União Europeia<br />
a Alemanha tem uma responsabilidade<br />
que os<br />
portugueses admiram. O nosso<br />
embaixador na Alemanha acredita<br />
que a União Europeia precisa de<br />
uma história de sucesso, e que nós<br />
vamos ser essa história de sucesso.<br />
Inovações festivas<br />
Inovador nesta festa foi a tômbola,<br />
sorteando pelos convidados<br />
estadias em hotéis portugueses e<br />
duas viagens da TAP para Portugal.<br />
As celebrações tiveram também<br />
pela primeira vez uma<br />
vertente cultural com actuações<br />
num pequeno palco do prestigiado<br />
músico de jazz, e baixista, Carlos<br />
Bica e esteve também presente o<br />
grupo Lavoisier, até há bem<br />
pouco tempo desconhecido, que<br />
nos encantou com a sua música.<br />
Apoios e sinergias<br />
Esta foi a primeira festa da<br />
nova era da diplomacia económica<br />
iniciada por Luís D’Almeida<br />
Sampaio na capital. A primeira<br />
festa do Dia de Portugal com uma<br />
dimensão sobretudo económica e<br />
empresarial. E, sublinhando que o<br />
transporte é importante para o desenvolvimento<br />
económico, fundamentou<br />
a escolha do dia 5 de<br />
Junho para as celebrações com a<br />
data do início dos voos directos<br />
Lisboa-Berlim. O Senhor Embaixador<br />
agradeceu também os<br />
apoios da TAP e da Caixa Geral<br />
dos Depósitos, do Hotel Pestana,<br />
do Hotel Sana e da So-<br />
grape que contribuíram<br />
para o sucesso das celebrações<br />
daquele dia.<br />
O novo embaixador<br />
português parece ser, de<br />
facto, o que prega - um<br />
homem de acção que<br />
veio para mudar mentalidades<br />
e acabar com os<br />
fatalismos, reunindo<br />
forças e juntando sinergias<br />
locais para aproveitar<br />
o que temos de positivo no<br />
nosso país – para dizermos ao<br />
mundo: aqui estamos nós, somos<br />
um país pequeno mas de muita<br />
qualidade. Luís D’Almeida Sampaio<br />
terminou o seu discurso, dizendo:<br />
“Divirtam-se!”<br />
Cristina Dangerfield-Vogt<br />
TAP inaugura os voos<br />
directos Lisboa-Berlim<br />
A TAP iniciou os voos directos<br />
Lisboa-Berlim no passado dia 5<br />
de Junho, celebrando este importante<br />
passo com um cocktail<br />
de lançamento na Universal Osthafen<br />
em Berlim.<br />
Estiveram presentes o novo<br />
director geral da TAP na Alemanha<br />
e Áustria, Carlos Lourenço,<br />
Sigrid Bacelar de Mello,<br />
directora de vendas em Berlim,<br />
vários parceiros comercias,<br />
desde operadores a agentes, e<br />
também jornalistas alemães e<br />
portugueses ligados ao sector<br />
do turismo. Um grupo de jornalistas<br />
portugueses participou no<br />
voo inaugural Lisboa-Berlim da<br />
TAP. Apesar das dificuldades<br />
criadas pelo adiamento da inauguração<br />
do novo aeroporto internacional<br />
de Berlim, Willy<br />
Brand, até ao próximo ano, a<br />
TAP iniciou os seus voos directos<br />
entre Lisboa e Berlim,<br />
conforme previamente divulgado<br />
e planeado, mantendo o<br />
mesmo horário, e a operar do<br />
aeroporto de Schönefeld, no Sueste<br />
da cidade de Berlim.<br />
Sigrid Bacelar de Mello<br />
apresentou a rota dos destinos<br />
da TAP e o responsável da TAP<br />
na Alemanha, Carlos Lourenço,<br />
afirmou ao Portugal Post que<br />
foram vendidos mais de setenta<br />
por cento dos lugares disponíveis<br />
para os meses de verão.<br />
Isto significa que, apesar do fiasco<br />
e do escândalo ligado ao<br />
atraso na abertura do novo aeroporto<br />
de Berlim, situação que<br />
está a ser muito criticada e, no<br />
processamento da qual, já começaram<br />
a rolar as cabeças dos<br />
presumíveis responsáveis, e,<br />
apesar, da concorrência das<br />
companhias aéreas “discounter”,<br />
a TAP está a impor-se no<br />
mercado e tem boas possibilidades<br />
comerciais no futuro.<br />
Com a provável transmissão<br />
de programas sobre o turismo<br />
em Portugal em alguns órgãos<br />
de comunicação social alemães<br />
depois do regresso às aulas,<br />
prevê-se um surto no turismo<br />
alemão rumo ao nosso país e<br />
consequente aumento de voos<br />
para Portugal. No âmbito destas<br />
notícias positivas, a celebração<br />
do lançamento dos voos directos<br />
Lisboa-Berlim teve lugar<br />
num clima de franco optimismo.<br />
C:D:-V.
8<br />
Comunidades<br />
HAMBURGO<br />
Uma longa tradição<br />
Comunidade lusa em Hamburgo festejou dia de Portugal<br />
Decorreram nos dias 2 e 3 de<br />
Junho de 20<strong>12</strong>, no Museu de Etnologia<br />
da Cidade Livre e Hanseática<br />
de Hamburgo, as Comemorações<br />
do “Dia de Portugal, de Camões e<br />
das Comunidades Portuguesas” relativas<br />
àquela área de jurisdição<br />
consular. Sob a iniciativa de um<br />
grupo da Comunidade local, com<br />
o patrocínio do BPI e da CGD bem<br />
como com a colaboração e apoio<br />
do Museu e do Consulado Geral de<br />
Portugal em Hamburgo, o evento<br />
integrou um vasto conjunto de actividades<br />
que assinalaram a data<br />
evocando as raízes mais genuínas<br />
da identidade e cultura portuguesas<br />
que incluiu a apresentação de<br />
ranchos folclóricos, do recém-formado<br />
“Grupo dos Zés Pereiras de<br />
Hamburgo”, concerto de Fado com<br />
guitarristas que vieram de Portugal,<br />
exposição sobre o ”Fado” e<br />
conferências sobre o tema.<br />
À noite o grupo de Hamburgo<br />
“Dá-lhe Gás” animou os mais jovens<br />
até de madrugada. As tradicionais<br />
iguarias da gastronomia<br />
popular portuguesa foram servidas<br />
a preceito pelo “Grupo Cultural e<br />
Recreativo de Harburg”, por vo-<br />
ESTUGARDA<br />
Deputado Paulo Pisco:<br />
luntárias da Missão Católica Portuguesa<br />
de Hamburgo e pelo<br />
“Grupo Cultural / Retalhos de Portugal”.<br />
Perante assinalável número<br />
de participantes, portugueses e alemães,<br />
o Cônsul-Geral de Portugal<br />
em Hamburgo, António Alves de<br />
Carvalho, dirigiu breves palavras,<br />
sublinhando a importância das comemorações<br />
do “Dia de Portugal”,<br />
na diáspora, referiu que a semana<br />
que então se iniciava seria marcada<br />
por diversos eventos num<br />
espírito de unidade e ligação entre<br />
todos os portugueses e luso-descendentes<br />
dá área de jurisdição e<br />
apelou à sua força e iniciativa para<br />
reforçarem o associativismo, solidariedade<br />
e voluntariado com o<br />
objectivo “ de afirmarem identidades<br />
e valores da Cultura, da Língua<br />
e História que nos caracterizam<br />
como portugueses fora da Mãe-Pátria”<br />
com esperança no futuro e<br />
confiança perante os desafios e adversidades<br />
do presente.<br />
O Cônsul-Geral sublinhou<br />
ainda a importância do envolvimento<br />
e do papel das escolas, dos<br />
professores, dos pais e alunos<br />
como agentes de integração e de<br />
afirmação de Portugal no Mundo a<br />
pensar nas novas gerações. Na<br />
ocasião, ofereceu ao anfitrião, o<br />
Professor Wulf Köpke, Director do<br />
Museu, a Medalha Oficial das Comemorações<br />
do “Dia de Portugal”<br />
Funcionários do consulado em Estugarda estão exaustos<br />
O deputado Paulo Pisco (PS) disse<br />
que os funcionários do consulado<br />
de Estugarda estão “exaustos” pelo<br />
aumento de trabalho e pela distância<br />
que alguns deles têm de percorrer<br />
entre as suas residências e os<br />
locais de trabalho.<br />
Paulo Pisco, deputado pela<br />
Emigração pelo círculo da Europa,<br />
deslocou-se recentemente à Alemanha.<br />
“Aquilo que pude constatar é<br />
que os funcionários do consulado<br />
estão exaustos, porque estão com<br />
grandes dificuldades em dar vazão<br />
ao atendimento no consulado, às<br />
solicitações (…)”, disse o parlamentar<br />
socialista.<br />
Paulo Pisco referiu que no consulado<br />
de Estugarda “o movimento<br />
está próximo de ter dobrado” e isto<br />
aconteceu depois do encerramento<br />
do vice-consulado de Frankfurt,<br />
pois estão a receber as pessoas que<br />
pertenciam a aquela área consular.<br />
Segundo o deputado, “metade<br />
dos funcionários que agora estão a<br />
atender no consulado de Estugarda<br />
vieram do extinto vice-consulado<br />
de Frankfurt” e, todos os dias,<br />
“têm de fazer uma viagem de duas<br />
horas e meia em cada sentido”.<br />
“Esta é uma situação que deveria<br />
ser olhada pelo Governo para<br />
dar uma solução, para que houvesse<br />
um bom atendimento no<br />
consulado de Estugarda”, referiu.<br />
“Isso vem confirmar que a decisão<br />
de encerrar o vice-consulado<br />
de Frankfurt foi disparatada, que a<br />
poupança é nula e os transtornos<br />
para os portugueses, em todos os<br />
níveis, são imensos”, sublinhou<br />
Cônsul-Geral de Portugal enquanto discursava durante as celebrações<br />
do Dia de Portugal<br />
ainda.<br />
O deputado também se encontrou<br />
com membros da associação<br />
de pais da Escola Portuguesa de<br />
Estugarda, que demonstraram receio<br />
por um recuo do número de<br />
crianças nos cursos de língua portuguesa<br />
devido à aplicação da propina<br />
de <strong>12</strong>0 euros no Ensino do<br />
Português no Estrangeiro (EPE).<br />
De acordo com a associação,<br />
cerca de metade dos alunos que fi-<br />
de 20<strong>12</strong>. Outros eventos tiveram<br />
lugar em diversas localidades da<br />
área de Hamburgo como foi o caso<br />
de Wahlstedt (Schsleswig-Holstein),<br />
Cuxhaven e Osnabrück<br />
(Baixa Saxónia).<br />
O deputado do PS também aproveitou a deslocação a Estugarda para se encontrar com os militantes<br />
socialistas naquela cidade. Foto: PP<br />
zeram a pré-inscrição no EPE,<br />
cerca de 300, não pretendem fazer<br />
a inscrição definitiva.<br />
O governo determinou a cobrança<br />
de uma propina de <strong>12</strong>0<br />
euros nos cursos paralelos do EPE,<br />
que entrará em vigor a partir do<br />
próximo ano lectivo (20<strong>12</strong>-2013)<br />
ainda com um valor reduzido (a<br />
ser determinado pelo Governo) e<br />
em pleno no ano escolar 20<strong>12</strong>-<br />
2014.<br />
PORTUGAL <strong>POST</strong> Nº 216 • Julho 20<strong>12</strong><br />
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PORTUGAL <strong>POST</strong> Nº 216 • Julho 20<strong>12</strong> Comunidades 9<br />
BERLIM<br />
Sardinhada e guitarradas no Dia de Portugal<br />
em Berlim<br />
O Dia de Portugal, de Camões<br />
e das Comunidades foi<br />
celebrado na capital com<br />
uma Sardinhada e Guitarradas.<br />
O churrasco foi organizado<br />
por dois portugueses e<br />
veteranos de Berlim.<br />
Prelúdio – O “Monbi”<br />
No passado dia 10 de Junho, teve<br />
lugar uma sardinhada no parque de<br />
Monbijou (conhecido por Monbi), no<br />
antigo centro-leste de Berlim. Este<br />
parque é ladeado a norte pela Oranienburgerstrasse,<br />
e a sul separado da<br />
Ilha dos Museus pelo rio Spree. É um<br />
dos poucos parques em Berlim onde<br />
ainda é permitido fazer churrascos, já<br />
que as exorbitantes despesas causadas<br />
pela remoção dos detritos deixados<br />
pelos “bacantes” ou “churrasqueiros”<br />
obrigaram o governo local a banir os<br />
“churrascos” do parque emblemático<br />
da cidade, o Tiergarten, onde numa<br />
faixa do relvado mesmo em frente ao<br />
palácio Bellevue, a residência oficial<br />
do presidente alemão na capital, se<br />
grelhava todos os verões e o parque se<br />
transformava numa mini-Istambul.<br />
Mas num Schluss mit Lustig pôs-se<br />
fim à multiculturalidade tradicional<br />
que animava os verdes tranquilos do<br />
parque mais central de Berlim. Felizmente<br />
ainda temos o Monbi, um parque<br />
que foi restaurado há uns anos, e<br />
onde, inicialmente, fora mandado<br />
construir o palácio de Monbijou por<br />
Frederico I para a condessa de Wartenberg.<br />
Bombardeado durante a II<br />
Guerra Mundial e depois de arrasadas<br />
as suas ruínas nos tempos da DDR,<br />
por razões ideológicas, o lugar do antigo<br />
palácio foi transformado num<br />
parque.<br />
Andante accelerando –<br />
Brumas lusitanas e outras<br />
ESTUGARDA<br />
Os dois iniciadores do evento:<br />
Pedro Jacinto e o Tiny Domingos<br />
Foto: PP<br />
A umas ruas de distância, e a tropeçar<br />
nas Stolpersteine do Scheunenviertel,<br />
o antigo bairro judeu de boas<br />
e más memórias (1), já se sentia no ar<br />
o perfume pouco habitual da sardinha<br />
portuguesa naquele bairro. Quando o<br />
PORTUGAL <strong>POST</strong> lá chegou, o<br />
Pedro Jacinto e o Tiny Domingos estavam<br />
de volta do churrasco meio envoltos<br />
pela fumarada. Foram eles que<br />
compraram as sardinhas congeladas<br />
em caixas e os pães para a sardinha no<br />
pão e abriram a “Churrasqueira do<br />
Monbi” em pleno centro da cidade<br />
leste, isto apesar das dificuldades de<br />
acesso devidas aos cordões que fecharam<br />
o centro para o Velothon. Algumas<br />
crianças ajoelhadas à volta de um<br />
plástico preto cheio de sardinhas congeladas<br />
batiam e escovavam de rostos<br />
sorridentes e concentrados o gelo que<br />
envolvia o peixe nacional tão energeticamente<br />
que quase se ouvia os “ais”<br />
de sofrimento das sardinhas, salgando<br />
depois as ditas com sal marinho<br />
ganho manualmente das salinas portuguesas.<br />
Mas já a Helena Araújo, a<br />
bloguista de Berlim, exibia um esqueleto<br />
“sardínico” perfeito, testemunhando<br />
que apesar da sova imerecida<br />
as sardinhas estavam de se comer e<br />
chorar por mais!<br />
Vivace ma non troppo –<br />
os Portugueses como exóticos<br />
Entretanto, iam chegando mais<br />
portugueses de Berlim; o sol aquecia<br />
as conversas enfeitadas de gargalhadas<br />
e o perfume intenso daquela fumarada<br />
desconhecida e exótica<br />
provocava os olhares curiosos de alguns<br />
dos domingueiros flaneurs e dos<br />
turistas que, nas suas aventuras pela<br />
cidade, descobriam não só uma Berlim<br />
alternativa aos guias turísticos<br />
mas, mais ainda, uma capital alemã<br />
única e meridional apanhada num<br />
flash de sorte. Os cachecóis que Giselle<br />
Ataíde tinha distribuído identificavam<br />
não só o banco português que<br />
representa na capital como as cores<br />
nacionais e o nosso Portugal escrito a<br />
amarelo situavam-nos inequivocamente<br />
no extremo sul mais ocidental<br />
da Europa. E mostrámos ao mundo<br />
circundante que os cidadãos de um<br />
país em crise ainda se sabem divertir<br />
e acreditam absolutamente na sua<br />
equipa nacional.<br />
Finale –<br />
Guitarradas inesperadas<br />
Depois apareceu a Anne de Halle<br />
com uma caixa de viola à tiracolo,<br />
que era afinal uma guitarra portuguesa,<br />
e que a miúda alemã aprendera<br />
a tocar durante os cinco anos que estudara<br />
em Coimbra. “Mas só toco o<br />
fado de Coimbra” – disse, sorridente,<br />
e lá dedilhou umas notas coimbrenses!<br />
Envolvidos pelos fumos de alegres<br />
memórias, dizem os<br />
organizadores que, entre portugueses<br />
e alemães e crianças, teriam por lá<br />
passado umas cem pessoas – pelo<br />
menos os cem pães para as sardinhas<br />
no pão não deixaram rasto nem se teriam<br />
multiplicado. Estão de parabéns<br />
os portugueses de Berlim que prepararam<br />
e ajudaram em mais uma festa<br />
bem-sucedida e também todos os que<br />
por lá apareceram e contribuíram para<br />
a animação e o convívio entre os portugueses<br />
estrangeirados nesta cosmopolita<br />
e criativa cidade!<br />
(1) vejam a nossa reportagem “A<br />
propósito da Queda do Muro de Berlim”<br />
de Novembro 2011<br />
Cristina Dangerfield-Vogt em Berlim<br />
TSV SCHMIDEn 1902 E.V.<br />
Maria João dos Santos Loureiro (guardaredes)<br />
e Jessica Correia Tabaio (avançada)<br />
são duas jovens luso-descendentes<br />
que integram a equipa feminina TSV<br />
Schmiden 1902 e.V. que, pela primeira<br />
vez no historial do clube, ganha um campeonato<br />
(Meisterschaft Kreisstaffel<br />
2011/20<strong>12</strong>)<br />
Esta equipa é constituída por jogadoras<br />
de várias nacionalidades onde par-ticipam<br />
as duas jovens portuguesas oriundas do<br />
dístrito de Viseu, nascidas na Alemanha.<br />
Durante esta época também participaram<br />
em vários torneios de futebol da mesma<br />
classe, com uma boa prestação, tendo<br />
vencido alguns.<br />
Direito de Resposta<br />
“Voto dainconsciência/<br />
deputados dão luz verde ao<br />
fim do EPE”<br />
Fiquei muito surpreendido com o<br />
artigo na última edição do PP da<br />
Drª Teresa Soares com o título<br />
“Voto da inconsciência/deputados<br />
dão luz verde ao fim do<br />
EPE”, porque é incorreto e induz<br />
em erro quem o lê. Quando vi o<br />
comunicado na net pela primeira<br />
vez em meados de Maio, que falava<br />
no “voto de inconsciência”<br />
dos deputados, incluindo os do<br />
PS, falei com a Drª Teresa a explicar<br />
que não era verdade que o<br />
PS tivesse votado contra a Resolução<br />
do BE e que deveria corrigir<br />
o que disse.<br />
Votámos contra a Proposta de<br />
Resolução do PCP, mas votámos<br />
favoravelmente a do Bloco de<br />
Esquerda e expliquei as razões.<br />
Entre elas, o facto da Resolução<br />
do PCP ser inócua, injustamente<br />
acusatória em relação ao anterior<br />
Governo e não defender a anulação<br />
do pagamento da propina.<br />
Punha praticamente no mesmo<br />
saco o anterior Governo e o atual<br />
e isso é inaceitável. Mas o PS<br />
votou favoravelmente a Resolução<br />
do BE, porque era substancial,<br />
fazia uma boa defesa do<br />
EPE e defendia a eliminação do<br />
pagamento da propina, o que<br />
também defendemos.<br />
O PS decidiu não apresentar<br />
nenhuma Resolução porque,<br />
além que estarem condenadas à<br />
partida pela maioria PSD-CDS,<br />
considerou mais importante requerer<br />
a presença do Secretário<br />
de Estado das Comunidades na<br />
Comissão dos Negócios Estrangeiros,<br />
o que aconteceu no passado<br />
dia 26 de Junho, para dar<br />
explicações relativamente ao estado<br />
atual do EPE e as suas perspetivas<br />
futuras, dada a forte<br />
redução no número de alunos inscritos<br />
para o próximo ano letivo.<br />
É inaceitável, por isso, que<br />
mesmo assim, a Drª Teresa Soares<br />
tenha decidido avançar com a<br />
publicação do artigo no Portugal<br />
Post, aliás, em contradição com o<br />
desmentido que fez, a meu pedido,<br />
e divulgado na internet logo<br />
no dia 23 de Maio.<br />
Não creio que a Drª Teresa<br />
Soares com este tipo de atitude<br />
injusta em relação à defesa que<br />
eu e o PS temos feito do EPE esteja<br />
a defender da melhor maneira<br />
o Ensino do Português no<br />
Estrangeiro. E lamento que assim<br />
seja.<br />
Paulo Pisco<br />
Deputado do PS eleito pelas<br />
Comunidades
10<br />
Comunidades<br />
MILTENBERG<br />
Inauguração das novas instalações do Centro Português de Miltenberg<br />
Uma casa portuguesa, com certeza<br />
Fernando Roldão,<br />
Correspondente<br />
Foi no dia 2 de Junho de 20<strong>12</strong> que os<br />
portugueses de Miltenberg vestiram<br />
os seus fatos domingueiros para assistir<br />
e participar na inauguração das<br />
novas instalações do Centro Português<br />
de Miltenberg.<br />
Diga-se que foi um dia especial<br />
de ambiente festivo e um acontecimento<br />
importante e que não queriam<br />
de todo perder.<br />
Para muitos foi o descansar de<br />
muitas horas de trabalho, sacrificando<br />
a sua família e o seu lazer, para poderem,<br />
finalmente, contemplar a obra<br />
feita nas suas horas livres, com muito<br />
suor e carinho.<br />
Era um pouco de cada um deles<br />
que estava ali, quase como um pedaço<br />
de terra da mãe pátria.<br />
Mas não foram só portugueses<br />
que estiveram presentes na festa, também<br />
os alemães marcaram a sua presença,<br />
a começar pelo presidente da<br />
edilidade Joachim Bieber.<br />
Pelo lado oficial, Portugal esteve<br />
representado na pessoa do Cônsul-<br />
Geral de Estugarda, Gomes Samuel,<br />
manifestando com a sua presença a<br />
sua solidariedade para com esta associação.<br />
Também a missão católica marcou<br />
presença, como de resto sempre o<br />
tem feito, através do padre Joaquim<br />
Costa (ver foto em baixo).<br />
As novas instalações do Centro<br />
estão localizadas numa zona sossegada,<br />
na Fahrweg 41, com bastante<br />
espaço exterior, que permite o estacionamento<br />
de um número razoável<br />
de viaturas. Tem um pateo exterior,<br />
onde um rancho pode dançar sem problemas<br />
ou instalar um palco para<br />
eventos: arraiais ou bailes ao ar livre.<br />
Foi o que aconteceu. O Rancho<br />
Folclórico Flores do Main, com os<br />
seus vivos e coloridos trajes minhotos,<br />
actuou e arrancou enormes aplausos<br />
para contentamento do grupo e da<br />
sua ensaiadora, Graça Fraga. Uma pa-<br />
Momento em que o Cônsul-Geral de Portugal em Estugarda e o Presidente da Câmara local descerram a lápide alusiva<br />
à inauguração do Centro. A presidente do Centro assiste ao acto. Fotos: PP<br />
lavra também para a acordeonista<br />
Sandra Antunes que fez vibrar o som<br />
também ele colorido das músicas populares<br />
portuguesas.<br />
Os membros do grupo aproveitaram<br />
a presença do Portugal PORTU-<br />
GAL <strong>POST</strong> para apelar aos homens<br />
que se juntem ao grupo, pois há falta<br />
deles para formar pares.<br />
A recepção oficial<br />
Na recepção às individualidades,<br />
convidados e associados, a presidente<br />
do Centro, Fernanda Belfiore, fez as<br />
honras da casa num discurso em alemão,<br />
secundada pelo presidente da assembleia-geral<br />
José Lopes que fez eco<br />
do mesmo na língua de Camões.<br />
Uma palavra para a restante direcção,<br />
a saber: o tesoureiro Rui Cireneu,<br />
o vice-presidente Fernando<br />
Santos, a secretária Elizabete Paulo e<br />
restantes membros do concelho fiscal<br />
e vogais.<br />
O presidente da autarquia de Miltenberg,<br />
Joachim Bieber, elogiou a<br />
comunidade portuguesa na sua ci-<br />
dade, dizendo em breves palavras,<br />
que os portugueses já são parte da comunidade.<br />
Fez a entrega de um envelope<br />
com a quantia de quatro mil euros,<br />
para reforço da saúde da tesouraria.<br />
Um contributo assinalável da autarquia<br />
local, demonstrando, com este<br />
gesto, as boas relações que existem<br />
entre as duas comunidades.<br />
Depois foi a vez de discursar do<br />
Cônsul-Geral de Portugal em Estugarda<br />
que destacou o apoio e esforço<br />
do governo português a este projecto,<br />
sublinhando o papel do centro “na<br />
aproximacão aos jovens, aos menos<br />
jovens e aos idosos.Como área de<br />
lazer, é um dos objectivos que todas<br />
as comunidades portuguesas e que a<br />
nossa diáspora no exterior deve ter<br />
presente.”<br />
Procedeu-se então à benção das<br />
instalações pelo padre Joaquim, seguindo-se<br />
o descerramento de uma<br />
placa comemorativa do evento.<br />
Falaram alguns dos patrocinadores<br />
que ajudaram, na medida do possível,<br />
a tornar possível esta realidade.<br />
Seguiu-se um jantar volante para<br />
todos num ambiente informal, ocasião<br />
para se trocar opiniões e fazer novos<br />
conhecimentos.<br />
Numa visita guiada às novas instalações,<br />
levamos os leitores através<br />
de uma sala com capacidade para<br />
cerca de 80 a 100 pessoas ,com uma<br />
área estimada em cerca de 60 metros<br />
quadrados onde se espera receber<br />
muitos visitantes. De seguida passamos<br />
pelo Bar e pela entrada com bastante<br />
espaço onde nos leva a uma<br />
cozinha moderna e bem equipadada,<br />
culminado numas instalações sanitárias<br />
bem apresentáveis. Depois descemos<br />
à cave e deparamo-nos com um<br />
salão de jogos com quase a mesma<br />
área do salão.<br />
Em suma, novas instalações para<br />
uma nova vida e um futuro promissor.<br />
O Portugal Post agradece o convite<br />
que lhe foi enderecado para este<br />
evento e também para estar presente<br />
nas festas da comemoração dos 775<br />
anos do município de Miltenberg<br />
onde a comunidade portuguesa vai<br />
marcar a sua presença.<br />
PORTUGAL <strong>POST</strong> Nº 216 • Julho 20<strong>12</strong><br />
Í<br />
Informação<br />
Consular<br />
Cartão do Cidadão<br />
Do ponto de vista físico, o Cartão<br />
de Cidadão tem um formato "smart<br />
card" e substitui os actuais bilhete<br />
de identidade, cartão do contribuinte,<br />
cartão de beneficiário da Segurança<br />
Social, cartão de eleitor e<br />
cartão de utente do Serviço Nacional<br />
de Saúde.<br />
Do ponto de vista visual, o cartão<br />
exibe, na frente, a fotografia e os<br />
elementos de identificação civil. No<br />
verso, tem os números de identificação<br />
dos diferentes organismos<br />
cujos cartões agrega e substitui,<br />
uma zona de leitura óptica e o chip.<br />
Do ponto de vista electrónico, tem<br />
um chip de contacto, com certificados<br />
digitais (para autenticação e assinatura<br />
electrónica), tendo a<br />
mesma informação do cartão físico,<br />
completada por outros dados, designadamente<br />
a morada.<br />
No âmbito da reforma das normas<br />
que regem a elaboração do recenseamento<br />
eleitoral, foi eliminado o<br />
cartão de eleitor, passando a ser utilizado<br />
apenas o cartão de cidadão.<br />
A obtenção do cartão de cidadão é<br />
obrigatória para todos os cidadãos<br />
nacionais a partir dos 6 anos de<br />
idade ou logo que a sua apresentação<br />
seja exigida, como por exemplo,<br />
para requerer um passaporte<br />
electrónico.<br />
Os bilhetes de identidade, cartões<br />
de contribuinte, cartões de utentes<br />
dos serviços de saúde e cartões de<br />
identificação da segurança social<br />
válidos, continuam a produzir os<br />
seus efeitos enquanto não tiver sido<br />
entregue o cartão de cidadão aos<br />
respectivos titulares.<br />
Legislação aplicável: Lei nº 7/2007,<br />
de 5 de Fevereiro, que cria o cartão<br />
de cidadão e rege a sua emissão,<br />
substituição, utilização e cancelamento.<br />
Nota importante:<br />
tem-se verificado que muitos nacionais<br />
solicitaram a emissão do cartão<br />
de cidadão durante as férias, não<br />
estando na sua posse por não lhes<br />
ter sido possível proceder ao levantamento.<br />
Por isso, é importante<br />
lembrar que só o próprio é que pode<br />
proceder ao levantamento do cartão<br />
de cidadão, por aposição das impressões<br />
digitais.<br />
Fonte; Consulado_Geral de Portugal<br />
em Hamburgo<br />
Caro/a Leitor/a:<br />
Se é assinante,<br />
avise-nos se<br />
mudou ou vai<br />
mudar de<br />
residência.<br />
Ligue-nos:<br />
0231-83 90 289
PORTUGAL <strong>POST</strong> Nº 216 • Julho 20<strong>12</strong> Comunidades 11<br />
O encanto e o desencanto das férias em Portugal<br />
J<br />
á lá vão os tempos em que os<br />
(e)imigrantes contavam os<br />
dias que faltavam para as férias<br />
do verão em Portugal,<br />
como as crianças contam as<br />
noites que é preciso dormir até ao dia<br />
do seu aniversário. Uma vez por ano,<br />
aquelas quatro ou cinco semanas de<br />
verão que os patrões nos concediam<br />
em bloco constituiam o eixo à volta<br />
do qual o ano girava. Passava-se metade<br />
do ano a contar das últimas férias<br />
vividas e das suas aventuras, das<br />
horas que precisámos para a viagem,<br />
dos encontros e desencontros, do que<br />
se fez e do que ficou por fazer. A outra<br />
metade do ano falava-se das férias<br />
que aí vêm, já marcaste?, quando é<br />
que vais?, vais de carro? por quantas<br />
semanas?<br />
Que seria o ano na emigração,<br />
sem este tempo de férias em Portugal?!<br />
Inimaginável ! E para além das<br />
férias, uma vez no ano, não se voltava<br />
a Portugal a não ser por razões muito<br />
graves. Aconteceu alguma coisa? –<br />
era a pergunta que nos esperava<br />
quando se tornava conhecido que<br />
fomos lá baixo.<br />
Hoje, e de há uns anos para cá<br />
Entrevista Presidente da Câmara de Miltenberg, Joachim Bieber<br />
Os portugueses fazem parte de Miltenberg<br />
No âmbito da inauguração<br />
das novas instalações do<br />
Centro Português e, Miltenberh<br />
/M, o PORTUGAL <strong>POST</strong><br />
teve a oportunidade de escutar<br />
o Presidente da Câmara<br />
local, Joachim Bieber,<br />
sobre a presença lusa na<br />
“sua” cidade.<br />
Senhor Presidente da Câmara<br />
de Miltenberg, gostaria<br />
que me explicasse qual é o<br />
significado da sua presença<br />
nesta inauguração?<br />
Joachim Bieber: Para a cidade<br />
de Miltenberg, a comunidade portuguesa<br />
tem uma grande importância.<br />
Os portugueses já estão<br />
nesta cidade há muitas décadas,<br />
fazem parte da cidade, são uma<br />
parte de Miltenberg, integraramse<br />
aqui, colaboram, participam na<br />
vida da comunidade, e é por isso<br />
que nós, a Câmara Municipal,<br />
também oferecemos a nossa ajuda<br />
para que conseguissem ter uma<br />
Foto: Munícipio Miltenberg<br />
com tendência crescente, vamos a<br />
Portugal por qualquer toma-lá-dá- cá,<br />
por uma razão explícita ou sem motivo<br />
especial, simplesmente pelo prazer<br />
de ir. O factor decisivo desta<br />
mudança de comportamentos tem a<br />
ver com certeza com estes voos a preços<br />
espectaculares que as companhias<br />
low-cost nos “oferecem”. E o novo<br />
tema das nossas conversas é o de indagar<br />
quem é que consegue bilhetes<br />
mais baratos. E os preços têm vindo a<br />
baixar tanto, que às tantas até<br />
nos sugerem a impressão de<br />
Joachim Bieber<br />
“<br />
que, a continuar assim, qualquer<br />
dia ainda vamos receber<br />
dinheiro dessas companhias,<br />
como forma de agradecimento:<br />
“obrigado por nos ter<br />
preferido”, “obrigado por voar<br />
connosco”... Saberão elas que<br />
estão a desvalorizar as nossas<br />
férias em Portugal?! E que,<br />
qualquer dia, ir lá baixo e voltar<br />
torna-se uma coisa tão<br />
banal, que nos secam as fontes<br />
de alegria e de expectativa que<br />
tanto precisamos para um ano de trabalho,<br />
aqui por estas paragens, longe<br />
do sol e do mar?! E, isso sim, devia<br />
sede da associação. Antes tinham<br />
uma sede, na Caritas, mas, quando<br />
foi dissolvida, ajudámos a procurar,<br />
e ainda bem que estas instalações<br />
estavam livres. Na Câmara<br />
Municipal decidimos então unanimemente<br />
que os portugueses<br />
iriam receber estas instalações.<br />
Por isso, estamos também muito<br />
contentes por a nossa comunidade<br />
portuguesa ter agora uma sede<br />
própria da associação.<br />
ser motivo para essas companhias nos<br />
indemnizarem... banalizaram as nossas<br />
férias! Tiraram-lhe a magia eo o<br />
encanto !<br />
Bom, é verdade que mesmo já<br />
antes, a gente desejava sempre voltar<br />
mais vezes. Mesmo se os encontros<br />
com a família não tinham corrido<br />
bem. Mesmo se voltávamos de lá cansados<br />
de andar de casa em casa, a visitar<br />
este e aquele, e pouco tempo nos<br />
sobrava para o necessário descanso.<br />
E a propósito de casa, essas “obrinhas” que todos<br />
os anos é preciso fazer na casa que temos lá em<br />
baixo: Um ano é uma nova pintura, outro ano<br />
umas reparações no telhado a meter água... todos<br />
os anos há qualquer coisa. Sim, nem sempre as férias<br />
eram o que prometiam. Apesar de tudo, as férias<br />
em Portugal eram sagradas, eram um tempo<br />
de “encanto”, um “bálsamo” a aliviar a dureza da<br />
vida ao longo de todo o ano.<br />
Mesmo se nos fartávamos de gastar<br />
dinheiro nos convites aos amigos que<br />
era “obrigatório” fazer, para retribuir<br />
É público que a autarquia<br />
ajudou. Quais foram as motivações<br />
e o interesse da autarquia<br />
em dar esse apoio? Foi<br />
por a comunidade ser unida,<br />
por serem simpáticos e trabalhadores?<br />
Joachim Bieber: Sim. Nós<br />
temos muitos membros de outros<br />
Estados aqui e a colaboração funciona<br />
bem e às vezes menos bem,<br />
mas a colaboração com os portugueses<br />
funciona muito bem. Os<br />
nossos portugueses colaboram por<br />
exemplo quando há uma festa,<br />
eles participam na nossa festa da<br />
zona histórica, participam agora<br />
no aniversário da cidade, eles próprios<br />
mostram que se sentem bem<br />
em Miltenberg, que fazem parte<br />
da cidade; e os cidadãos de Miltenberg<br />
têm gosto em recebê-los.<br />
Isso também está relacionado com<br />
o facto de os portugueses e os alemães<br />
cooperarem bem uns com os<br />
outros, por exemplo na fábrica de<br />
papel, onde são colegas e amigos,<br />
e assim os alemães também vêem<br />
que os nossos cidadãos portugue-<br />
outros semelhantes. Mesmo se os casamentos<br />
onde fomos convidados<br />
foram uma grande maçada, com a fasquia<br />
da prenda aos noivos a aumentar<br />
de ano para ano (“fico contente se não<br />
for convidado...”). Mesmo se as nossas<br />
mulheres vinham de lá a suspirar,<br />
protestando que as férias foram tudo<br />
menos férias: com todo o trabalho de<br />
uma casa sempre cheia de gente. E a<br />
propósito de casa, essas “obrinhas”<br />
que todos os anos é preciso fazer na<br />
casa que temos lá em baixo:<br />
Um ano é uma nova pintura,<br />
outro ano umas reparações<br />
no telhado a meter água...<br />
todos os anos há qualquer<br />
coisa. Sim, nem sempre as<br />
férias eram o que prometiam.<br />
Apesar de tudo, as férias<br />
em Portugal eram<br />
sagradas, eram um tempo de<br />
“encanto”, um “bálsamo” a<br />
aliviar a dureza da vida ao<br />
longo de todo o ano.<br />
Férias em Portugal:<br />
agora que vamos mais vezes,<br />
temos de fazer alguma coisa, para<br />
manter-lhe o encanto e, ao mesmo<br />
tempo, aproveitar as ocasiões que a<br />
ses fazem parte da nossa comunidade.<br />
Muito simpático, acho<br />
eu, pessoalmente – embora não<br />
seja um assunto do Presidente<br />
da Câmara, mas eu sou católico<br />
–, é o facto de participarem<br />
na procissão de Corpo de<br />
Deus, com a Nossa Senhora de<br />
Fátima. Eles participam, eles<br />
Crónica<br />
Por Joaquim Nunes<br />
nova mobilidade nos oferece. Baratas,<br />
sim, mas não sem valor. Vamos<br />
menos tempo e mais vezes? Talvez<br />
possamos distribuir os afazeres que<br />
nos esperam. Vamos para visitar a família?<br />
Pois então tomamos tempo<br />
para visitar. Vamos por causa das<br />
obras na casa? Vamos a isso! Queremos<br />
descansar, apanhar sol, saborear<br />
o mar e a natureza, recuperar energias?<br />
Então, temos agora o tempo e as<br />
ocasiões que antes não tínhamos, porque<br />
era preciso fazer tudo ao mesmo<br />
tempo. Importante é repensar, fazer<br />
opções, valorizar as nossas escolhas.<br />
“Há um Portugal desconhecido<br />
que espera por si”, dizia um slogan<br />
publicitário. É verdade! Porque não<br />
aproveitar para descobrir os cantos de<br />
Portugal que ainda não conhecemos?<br />
Os lugares e as paisagens, as gentes<br />
e tradições, a história e a vida actual<br />
do nosso país dão “programa” para<br />
muitas e muitas semanas de férias...<br />
E, quem sabe, ainda nos vai sobrar<br />
uma semanita de férias para conhecer<br />
outras terras, outros países,<br />
igualmente bonitos e interessantes,<br />
sem que diminua em nós o encanto<br />
que envolve as férias em Portugal.<br />
fazem parte de Miltenberg.<br />
Está contente então com a integração<br />
dos portugueses em<br />
Miltenberg?<br />
Joachim Bieber: Sim, muito!<br />
Os portugueses são trabalhadores,<br />
são simpáticos. E vê-se bem o que<br />
fizeram aqui: isto estava uma<br />
ruína e agora está autêntica jóia.<br />
Gostaria de enviar uma mensagem<br />
final aos portugueses<br />
que estão em Miltenberg ou<br />
àqueles que querem vir para<br />
cá?<br />
Joachim Bieber: Estou muito<br />
contente por a comunidade portuguesa<br />
ter agora uma sede da associação,<br />
por agora ter um lar. Aqui<br />
podem encontrar-se e fazer novos<br />
planos para participar na sua cidade<br />
de Miltenberg. É um bom<br />
fundamento para a associação e<br />
para a colaboração entre a associação<br />
e a cidade.<br />
Fernando Roldão,<br />
Correspondente
<strong>12</strong><br />
Negócios<br />
Vinho do Porto Made in Germany<br />
Um viticultor da Renânia-Palatinado<br />
produz, desde 2003,<br />
um “Vintage Port” procurando<br />
seguir na sua confecção o método<br />
português. Até a pisa das<br />
uvas é feita com os pés.<br />
Enquanto o vinho do Porto<br />
português chega a incluir 40<br />
castas de uvas, segundo o<br />
Frankfurter Allgemeine de<br />
21.04.20<strong>12</strong>, o Pfaelzer (alemão<br />
do Palatinado) usa apenas a<br />
casta “Cabernet Cubin” pelo<br />
facto de amadurecer muito<br />
bem e ter um máximo de<br />
aroma. Enquanto as uvas em<br />
Portugal são tratadas a uma<br />
temperatura de 25 graus, o viticultor<br />
alemão fermenta-as a<br />
cinco graus. Aqui o direito de<br />
imitação atingiu o seu limite,<br />
revela o jornal alemão, afirmando<br />
que se compararmos o<br />
Vintage Port do Vale do Douro<br />
com o da Pfalz (Palatinado),<br />
“ao produto do Palatinado falta<br />
densidade de gosto, complexidade<br />
aromática e profundidade”.<br />
A singularidade do<br />
vinho do Douro vem-lhe do<br />
tipo de solo, das uvas, do clima<br />
e dos pipos, o que o do Palatinado<br />
não pode oferecer. Contudo,<br />
o viticultor alemão<br />
GRAND CAFE<br />
Almoços • Jantares • Gelados • Confeitaria<br />
Especialidades Portuguesas e o saboroso frango no churrasco<br />
Passe uns agradáveis momentos num ambiente acolhedor<br />
No centro de Osnabrück situa-se o GRAND CAFE, um local requintado<br />
onde o bom gosto se alia a um bom atendimento por pessoal preparado<br />
para o receber bem.<br />
São cerca de 500 metros quadrados (200 dos quais concebidos para<br />
fumadores, mas à parte do restanto espaço) à sua disposição para o<br />
satisfazer quando quiser fazer uma pausa no seu dia-a-dia, quer para<br />
almoçar ou jantar, tomar um café, provar a confeitaria ou simplesmente<br />
saborear com toda a família um saboroso gelado italiano na esplanada.<br />
conseguirá engarrafar com o<br />
vinho o exótico do porto e a fé<br />
da ecologia alemã.<br />
Numa sociedade de mercado<br />
de massas importa menos<br />
a especialidade (mais para<br />
apreciadores) porque quem<br />
manda é o consumidor e isto<br />
sabem-no bem os alemães que<br />
trazem para sua casa o que é<br />
melhor, a nível de produtos, do<br />
estrangeiro.<br />
Pelos vistos o Vinho do<br />
Porto é como os portugueses,<br />
deixa-se integrar bem na Alemanha!<br />
António Justo<br />
Lufthansa estuda ligações semanais entre<br />
a Madeira e a Alemanha<br />
A Lufthansa está a estudar a<br />
possibilidade de ligar semanalmente<br />
a Madeira à Alemanha,<br />
a partir do próximo inverno,<br />
disse o director da companhia<br />
aérea para Espanha e Portugal.<br />
Stephan Semsch adiantou,<br />
durante um encontro com a<br />
imprensa hoje, em Lisboa, que<br />
em causa estão ligações entre<br />
o Funchal e Berlim e Dusseldorf.<br />
Os voos Berlim-Funchal<br />
deverão avançar em setembro,<br />
enquanto as ligações Dusseldorf-Funchal<br />
deverão começar<br />
em Novembro.<br />
No encontro de hoje com a<br />
imprensa, o director da com-<br />
panhia aérea para Espanha e<br />
Portugal, afirmou que, no ano<br />
passado, a Lufthansa transportou<br />
mais de um milhão de passageiros<br />
de e para Portugal<br />
(Lisboa, Porto e Faro), o que<br />
representa um crescimento de<br />
10 por cento em comparação<br />
com 2010.<br />
A Lufthansa e a Swiss oferecem<br />
actualmente 72 voos semanais,<br />
proporcionando<br />
ligações a mais de 280 destinos<br />
e 105 países.<br />
Desde 2004<br />
em Osnabrück<br />
Grande Café • Möserstr. 5-6 • 49074 Osnabrück • Telf.: 0541-24034<br />
Horário de abertura: das <strong>09</strong>h00 à 01h00 •<br />
Fim-de-semana: das 9h00 às 03.00<br />
Domingos: pequenos almoços até às 14h00 • Com esplanada<br />
Visite-nos !!! PUB<br />
PORTUGAL <strong>POST</strong> Nº 216 • Julho 20<strong>12</strong><br />
Aveleda. Há 140 anos a criar brancos únicos.<br />
A Aveleda é uma empresa<br />
familiar que,<br />
desde a sua fundação<br />
em 1870, combina tradição<br />
e inovação.<br />
O saber secular da Aveleda<br />
e a sua vontade<br />
constante de inovar<br />
estão na origem de vinhos<br />
brancos de qualidade<br />
superior, que têm<br />
conquistado vários<br />
prémios nacionais e internacionais.<br />
O trabalho desenvolvido,<br />
ao longo dos anos, pela equipa de viticultura e enologia da Aveleda, com o apoio<br />
do Wine Consultant Denis Dubourdieu, considerado um dos maiores especialistas<br />
mundiais na produção de vinhos brancos, fizeram da Aveleda o maior exportador de<br />
vinhos brancos em Portugal.<br />
A especialização da empresa na produção de vinhos brancos levou ao lançamento da<br />
marca AVELEDA, uma marca exclusiva de vinhos brancos, de diversas regiões, com<br />
perfis distintos.<br />
O portfolio da marca AVELEDA dividese assim nas gamas Regiões, Colheitas Selecionadas<br />
e Reservas.<br />
REGIÕES:<br />
AVELEDA VINHO VERDE<br />
O Aveleda Vinho Verde reflete na perfeição o carácter da região<br />
dos Vinhos Verdes: vinho de cor citrina, jovem e equilibrado, apresenta<br />
um aroma suave e delicado, marcado por notas de fruta<br />
fresca. Na boca, revelase fresco e vibrante.<br />
AVELEDA DOURO<br />
Proveniente da região demarcada mais antiga do Mundo, este<br />
vinho é a prova de que no Douro não se fazem só tintos de grande<br />
qualidade. Aliando a vasta experiência da Aveleda na produção de<br />
vinhos brancos, a uma criteriosa seleção da melhor fruta da região, obtémse um vinho<br />
elegante no qual predominam notas tropicais e cítricas. Apresenta um final longo e<br />
frutado.<br />
COLHEITAS SELECIONADAS:<br />
QUINTA DA AVELEDA<br />
Produzido em exclusivo com uvas (das castas Loureiro e Alvarinho)<br />
da Quinta que lhe dá o nome, este vinho conjuga a qualidade vitícola<br />
da propriedade com o saber da Aveleda na produção de vinhos<br />
brancos de reconhecida qualidade.<br />
Os aromas florais da casta Loureiro fundemse na perfeição com<br />
as notas tropicais do Alvarinho, resultando num vinho bastante<br />
complexo e elegante.<br />
AVELEDA ALVARINHO<br />
Aclamada por muitos como sendo a casta “rainha” dos vinhos<br />
brancos em Portugal, o Alvarinho está na génese deste vinho monocasta,<br />
cujas uvas são provenientes da Aveleda.<br />
Vinho intenso e harmonioso, apresenta um ataque vivo e uma estrutura<br />
aveludada. Termina longo e frutado, com notas de maracujá,<br />
flores brancas e citrinos.<br />
RESERVAS:<br />
AVELEDA RESERVA DA FAMÍLIA<br />
“Terroir” reconhecido historicamente pela sua elevada apetência para a produção<br />
de vinhos de alta qualidade, a Quinta da Aguieira (propriedade que a<br />
Aveleda detém além da Quinta da Aveleda) situase na região da Bairrada.<br />
Os vinhos aqui produzidos têm vindo a ganhar notoriedade no panorama internacional,<br />
beneficiando das altas pontuações que lhes vêm sendo atribuídas.<br />
É aqui que a Aveleda produz o seu Reserva da Família Bairrada.<br />
Fruto da proximidade das vinhas ao oceano Atlântico, este vinho apresenta<br />
uma frescura exemplar. O solo, de composição argilocalcárea, e o baixo rendimento<br />
por planta, transmitemlhe uma complexidade e concentração únicas,<br />
que são completadas com os aromas bem fundidos das barricas de<br />
carvalho francês, nas quais o Chardonnay fermenta e estagia durante 8<br />
meses.
Pub
14 Livros<br />
PORTUGAL <strong>POST</strong> Nº 216 • Julho 20<strong>12</strong><br />
Um Olhar sobre as circunstâncias do Mundo –<br />
Jerusalém de Gonçalo M. Tavares<br />
Luísa Coelho *<br />
No dia <strong>12</strong> de junho, a Representação<br />
alemã da Comissão Europeia em Berlim,<br />
no âmbito das atividades da rede<br />
EUNIC, com o apoio do Instituto Camões<br />
e da Embaixada de Portugal, recebeu<br />
o escritor português Gonçalo<br />
M. Tavares. Gonçalo, em conversa<br />
com Thomas Wohlfahrt, falou da filosofia<br />
e da estética que está subjacente<br />
ao seu trabalho em geral e, sobretudo,<br />
apresentou a sua obra Jerusalém, traduzida<br />
para alemão por Marianne Gareis/DA<br />
com o título Die Versehrten.<br />
Este romance, publicado em Portugal<br />
em 2005 pela editora Caminho, recebeu<br />
vários prémios literários e foi selecionado<br />
para figurar na edição<br />
europeia dos “1001 livros para ler<br />
antes de morrer – um guia cronológico<br />
dos mais importantes romances<br />
de todos os tempos”. Gonçalo M. Tavares<br />
é o escritor português mais unanimemente<br />
elogiado da atualidade.<br />
Muito premiado, em Portugal, no<br />
Brasil e em França, publicou o seu<br />
primeiro texto em 2001 e desde essa<br />
data nunca mais parou, numa produtividade<br />
assustadora. É natural de<br />
Luanda, onde nasceu em 1970 e de<br />
onde veio para Portugal aos 3 anos.<br />
Da infância e adolescência em Aveiro<br />
passou a Lisboa para estudar na Universidade<br />
de Motricidade Humana,<br />
onde se licenciou e é, hoje em dia,<br />
Professor de Epistemologia.<br />
O livro Jerusalém, apresentado<br />
em Berlim, faz parte de uma tetralogia<br />
intitulada “O Reino - Livros Pretos”<br />
composta pelas seguintes obras:<br />
Um homem Klaus Klump (2003); A<br />
máquina de Joseph Walser (2004);<br />
Jerusalém (2005) e Aprender a rezar<br />
na era da técnica (2007). Em cada um<br />
destes quatro romances, cujo tema<br />
principal é o Mal, a acção passa-se<br />
numa cidade diferente, ocupada em<br />
tempo de guerra. No caso preciso da<br />
obra em questão, a cidade é Jerusalém,<br />
como cidade símbolo da encruzilhada<br />
de civilizações, remetendo<br />
para os caminhos obscuros que a<br />
mente humana pode percorrer. E o<br />
Reino a que referem estes Livros Pretos<br />
aparece-nos em filigrana como<br />
sendo apenas uno – o nosso Mundo<br />
(interior) – a nossa mente. São quatro<br />
romances árduos, com pequenos e<br />
bem definidos pontos de humor<br />
negro, onde o autor discorre sobre os<br />
comportamentos do homem moderno,<br />
os limites da razão e da religião, o<br />
pessimismo face ao futuro da humanidade,<br />
a desadequada utilização da<br />
tecnologia e sobre a nostalgia de um<br />
sagrado redentor.<br />
Através destes seus escritos, Gonçalo<br />
pega no Mundo, no Reino, e<br />
fragmenta-o para, de seguida, o reconstruir,<br />
aproximando perigosa-<br />
mente as fronteiras entre a loucura, o<br />
medo, a dor e a lucidez e a razão.<br />
Neles espelha a alienação do mundo<br />
contemporâneo, numa escrita que balança<br />
entre o romance, o teatro e o ensaio<br />
e onde nos mostra o lado sombrio<br />
da modernidade. Faz-nos ver que a<br />
neutralidade não existe. Nós somos,<br />
ao mesmo tempo, os dois lados da<br />
nossa circunstância, o lado sombrio e<br />
o luminoso. Não há, na escrita de<br />
Gonçalo, qualquer desperdício de palavras.<br />
Vemo-nos perante um tom<br />
brusco, inscrito num estilo enxuto:<br />
“Escrevo rapidamente e muito. E depois,<br />
lentamente, corto e volto a cortar”<br />
– diz-nos Gonçalo sobre a sua<br />
técnica que resulta despojada e que é,<br />
finalmente, muito trabalhada. O seu<br />
discurso, propositadamente livre de<br />
artifícios estilísticos, faz uso de um lé-<br />
xico corrente, com frases e parágrafos<br />
curtíssimos. A cada palavra corresponde<br />
o significado que cada leitor<br />
lhe quiser atribuir. Em traços sóbrios<br />
e contidos envolve-nos num labirinto<br />
de contradições humanas e absurdos<br />
que identificamos e reconhecemos.<br />
Que nos assustam. Os seus personagens<br />
e os espaços que percorrem têm<br />
nomes que nos são estranhos, para<br />
que o autor, e nós com ele, possamos<br />
criar uma distância entre o que conta<br />
e o que é contado, explica-nos Gonçalo.<br />
O leitor é uma peça chave na<br />
construção do sentido, no apagar do<br />
estranhamento. A ele, o autor, o criador<br />
do texto, compete-lhe dizer apenas<br />
o essencial.<br />
A estória de Jerusalém inicia-se<br />
na noite de 28 de maio, no momento<br />
em que quatro personagens vagueiam<br />
na escuridão. Uma força secreta parece<br />
atrai-los para um encontro inevitável<br />
e as suas estórias individuais<br />
cruzam-se num ambiente de loucura<br />
e violência que nos levam a pensar e<br />
questionar a barbárie do mundo contemporâneo<br />
e o nosso próprio comportamento.<br />
A trama central gira à<br />
volta de Mylia, uma mulher que sofre<br />
de uma doença mental e que é internada<br />
num hospício pelo seu médico<br />
que é também o seu marido, Theodor<br />
Busbeck. Este último é um cientista<br />
que desenvolve um trabalho onde<br />
procura tecer as relações que se inscrevem<br />
entre o Mal e o Horror, ao<br />
longo da história da humanidade. Não<br />
há muita empatia entre o leitor e as<br />
personagens trágicas de Jerusalém<br />
que acabam por nos deixar solitárias<br />
num mundo hostil e desencantado. “É<br />
uma obra sobre o desencanto”, disse<br />
alguém ao autor: “Desencanto é a interrupção<br />
do canto, é uma coisa que<br />
incomoda”, respondeu um dia o autor.<br />
É sobretudo, uma obra que nos obriga<br />
a um mergulho na mente humana, que<br />
não nos deixa indiferentes, nos remete<br />
em questão e desafia o nosso otimismo.<br />
* Leitora do Instituto Camões<br />
em Berlim<br />
Texto escrito de acordo com o Novo<br />
Acordo Ortográfico.<br />
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PORTUGAL <strong>POST</strong> Nº 216 • Julho 20<strong>12</strong> Turismo 15<br />
Rota Vicentina pelo sudoeste alentejano já tem 200 quilómetros<br />
Os aromas, as cores, os sons, os<br />
relevos e até os sabores do sudoeste<br />
alentejano podem agora<br />
ser experimentados a pé num percurso<br />
de 200 quilómetros por cenários<br />
mais ou menos selvagens.<br />
Quando estiver concluída, a<br />
„Rota Vicentina“, percurso pedestre<br />
entre Santiago do Cacém e o cabo<br />
de São Vicente, oferecerá mais de<br />
340 quilómetros de caminhos sinalizados.<br />
Para já, é possível desfrutar do<br />
percurso entre Santiago do Cacém<br />
e Odeceixe, onde Alentejo e Algarve<br />
se encontram.<br />
A agência Lusa aproveitou a inauguração<br />
da rota vicentina, esta<br />
sexta-feira, para se aventurar por<br />
um pequeno percurso, na serra do<br />
Cercal, numa zona de confluência<br />
entre os concelhos de Santiago do<br />
Cacém, Sines e Odemira.<br />
A imensidão de verde de ervas,<br />
arbustos e árvores é entrecortada<br />
pelo branco, amarelo e lilás de plantas<br />
como a giesta, a urze e o rosmaninho,<br />
com os odores a<br />
misturarem-se de forma indecifrável.<br />
Os medronheiros convidamnos<br />
a regressarmos no Outono,<br />
quando os seus frutos estarão madu-<br />
ros.Entre o chilrear indistinto das<br />
aves e o zumbido dos insectos a<br />
voar detecta-se, a espaços, o cucar<br />
de um cuco e, de repente, sentimonos<br />
especialistas em zoologia.<br />
São sensações como estas e outras<br />
que os amantes de turismo de<br />
natureza procuram nos seus destinos.<br />
Foi a pensar nisso que a Asso-<br />
ciação Casas Brancas, que reúne<br />
empresários da área do turismo da<br />
costa alentejana, decidiu implementar<br />
o projeto „Rota Vicentina“, em<br />
parceria com outras entidades.<br />
Marta Cabral, coordenadora do<br />
projecto, explicou à Lusa que, „para<br />
além de caminhos marcados, [os turistas]<br />
vão encontrar cultura, paisagem,<br />
pessoas que habitam estes<br />
caminhos e todos os serviços turísticos<br />
disponíveis nesta região“.<br />
Em declarações aos jornalistas<br />
à margem da inauguração, a secretária<br />
de Estado do Turismo, Cecília<br />
Meireles, afirmou que „esta rota<br />
conseguiu conjugar duas coisas que,<br />
muitas vezes, são dadas como inconciliáveis:<br />
Conseguiu juntar<br />
aquilo que é um trilho muito marí-<br />
timo e muito voltado para a costa,<br />
com outro trilho muito mais histórico<br />
e voltado mais para as populações<br />
e para a vida do interior“.<br />
„Este projecto mostra que a<br />
costa e os sítios que são menos litorais<br />
podem juntar-se num único produto<br />
que é excelente, que é a rota<br />
vicentina“, concluiu.<br />
Para Luís Freitas, proprietário<br />
de uma quinta de turismo rural em<br />
Bemposta (Odemira), a „rota vicentina<br />
vai activar e trazer novas soluções<br />
para a economia da região“.<br />
„Neste momento, com o norte<br />
de África em crise política, os caminhantes<br />
estão a virar-se para a<br />
Madeira e para os Açores, e creio<br />
que esta rota vicentina será uma<br />
mais-valia“, defendeu.<br />
Amílcar Romão, utilizador da<br />
serra do Cercal que a Lusa encontrou<br />
numa das suas corridas habituais<br />
de final de tarde, considerou<br />
este projeto „uma atitude bastante<br />
sensata por parte da Associação<br />
Casas Brancas“, apesar de ter lamentado<br />
que a inauguração não tivesse<br />
sido feita num dia de<br />
descanso, „afastando a população<br />
activa deste evento“.<br />
Paula Melo dos Santos, Lusa<br />
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16 História<br />
Muro de Berlim foi construído há 51 anos e quando<br />
caiu arrastou o regime comunista<br />
Há 51 anos, as autoridades da<br />
República Democrática Alemã<br />
(RDA) justificaram a construção<br />
do Muro, uma barreira<br />
quase intransponível que dividiu<br />
Berlim ao longo de 155 quilómetros,<br />
com a necessidade de<br />
estancar a emigração em massa<br />
para ocidente e a sangria económica<br />
daí resultante para o regime<br />
comunista.<br />
Segundo estatísticas oficiais,<br />
entre o ano da fundação da RDA,<br />
em 1949, e 13 de Agosto de 1961,<br />
início da construção do Muro,<br />
emigraram do leste para o ocidente<br />
cerca de três milhões de alemães,<br />
descontentes com a<br />
transformação gradual da RDA<br />
num “satélite” da União Soviética.<br />
Só entre Janeiro e Agosto de<br />
1961, mais de 160 mil alemães de<br />
leste decidiram mudar-se para a<br />
vizinha República Federal, em<br />
clima de agravamento das tensões<br />
na política internacional, em plena<br />
guerra fria.<br />
Em princípios de Junho de<br />
1961, na Cimeira de Viena, o líder<br />
soviético Nikita Krutschev tentou<br />
convencer, sem êxito, o Presi-<br />
dente norte-americano John F.<br />
Kennedy a aceitar a integração de<br />
Berlim Oeste no território da<br />
RDA, o que viria a revelar-se fundamental<br />
para a mudança da<br />
estratégia soviética na questão<br />
alemã. A 15 de Junho, o líder leste<br />
alemão Walter Ulbricht ainda che-<br />
gou a garantir que a RDA não tencionava<br />
erguer nenhum muro,<br />
numa conferência de imprensa em<br />
Berlim Leste que passaria à história<br />
como símbolo da hipocrisia do<br />
sistema comunista.<br />
Mas os preparativos já decorriam<br />
desde Janeiro. Ulbricht era o<br />
seu catalisador e obteve finalmente<br />
o beneplácito de Krutschev,<br />
desiludido com a firmeza de Kennedy,<br />
e menos de dois meses depois<br />
a maior metrópole alemã<br />
acordou dividida, com um dos<br />
lados convertido num enorme cativeiro.<br />
A sua satisfação é essencial para nós<br />
Seguros & Finanças<br />
Agência Eugénio<br />
Agência Eugénio<br />
Kieferstr. 16 - 44225 Dortmund<br />
Tel.: 0231 – 22 640 54 ou 0172 – 536 13 14<br />
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Estamos desde 1995 ao serviço dos nossos clientes do norte a sul da<br />
Alemanha. Ao longo dos anos inúmeros clientes depositaram em nós a<br />
sua confiança e continuam a apostar nos nossos serviços financeiros e<br />
nos produtos AXA, empresa líder mundial no setor de seguros.<br />
Os depoimentos dos nossos clientes falam por si:<br />
Nicole Mestre (24), Gevelsberg<br />
Als ich in nach der Schule in die Ausbildung<br />
gegangen bin, hatte ich mit Versicherungen<br />
und Finanzen überhaupt keine Erfahrungen.<br />
Da hat mir Sandra den nötigen Überblick<br />
verschafft und mich darüber<br />
aufgeklärt, welche Förderungen man vom Staat beziehen<br />
kann, welche Zulagen man vom Arbeitgeber erhalten<br />
kann, wie man Steuern und Sozialabgaben sparen<br />
kann und welche Risiken wirklich abzudecken sind. Bei<br />
Sandra kann ich mir sicher sein, eine faire und ehrliche<br />
Beratung und nur das wirklich erforderliche und für<br />
mich passende Angebot zu erhalten.<br />
Mário Paulo Martins (44), Bocholt<br />
Sou cliente da Sandra há alguns anos.<br />
Com ela tenho recebido sempre as informações<br />
mais convenientes para os seguros<br />
que me fazem falta. Mas só no Verão<br />
de 2011 é que vi que a Sandra não olha a meios para<br />
servir os seus clientes o melhor possível. A caminho<br />
de Portugal tivemos uma avaria no carro que implicou<br />
uma reparação demorada. Bastou um telefonema para<br />
a Sandra e ela organizou tudo: oficina e um hotel para<br />
ficar com a minha família e acima de tudo o apoio que<br />
PORTUGAL <strong>POST</strong> Nº 216 • Julho 20<strong>12</strong><br />
A operação, dirigida pelo líder<br />
das juventudes comunistas, Erich<br />
Honecker, começou na madrugada<br />
de um domingo.<br />
As milícias comunistas ergueram<br />
barreiras de arame farpado,<br />
esventraram ruas e ergueram barricadas<br />
na linha divisória entre o<br />
sector soviético e os sectores ocidentais<br />
de Berlim, impedindo a<br />
própria população de sair do país,<br />
e os alemães ocidentais de entrar<br />
em território da RDA.As potências<br />
ocidentais abdicaram de uma<br />
intervenção militar, para evitar um<br />
conflito directo que poderia conduzir<br />
a uma terceira guerra<br />
mundial.<br />
“É melhor um muro do que<br />
uma guerra”, disse Kennedy, segundo<br />
vários historiadores.<br />
Ao longo dos anos, a RDA reforçou<br />
o que ficou também conhecido<br />
como o “Muro da<br />
Vergonha”, erguendo uma dupla<br />
barreira de betão com uma “faixa<br />
da morte” onde foram colocadas<br />
minas anti-pessoais, armas de tiro<br />
automático e um sistema de vigilância<br />
que chegou a ter 47 mil guardas.<br />
PORTUGAL <strong>POST</strong> com Lusa<br />
nos deu naqueles dias. Aqui deixo o meu muito obrigado.<br />
Mário Reis (32), Borken<br />
Eiscafe Manuel <br />
Há vários anos que conheço e trabalho<br />
com a Sandra e o Nuno Eugénio e só<br />
tenho a dizer bem. Estão sempre prontos<br />
a ajudar a qualquer hora. Sabem olhar e zelar da<br />
melhor maneira pelos interesses dos seus clientes<br />
que acabam por se tornar seus amigos. Honestidade,<br />
competência, profissionalismo e confiança, é<br />
só o que se pode dizer. Se quer estar tranquilo e<br />
saber que está em boas mãos, sem dúvida que a<br />
Sandra e o Nuno são as pessoas certas!<br />
Marina Marques (29), Dortmund<br />
Depois de ter tido um acidente domiciliar<br />
e ter estado no hospital, pude verificar<br />
mais um vez que fui mesmo bem aconselhada<br />
pela Agência Eugénio e quanto é importante<br />
ter um seguro de acidentes pessoais. A<br />
Agência Eugénio tratou de toda a burocracia e afins.<br />
A AXA indemnizou os dias que faltei ao meu trabalho.<br />
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PORTUGAL <strong>POST</strong> Nº 216 • Julho 20<strong>12</strong><br />
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17
PORTUGAL <strong>POST</strong> SHOP - Livros<br />
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Português<br />
Os Portugueses<br />
Autor: Barry Hatton<br />
Preço: € 29,00<br />
Barry Hatton vive em Portugal há<br />
quase 25 anos. Correspondente da Associated<br />
Press em Portugal, o jornalista<br />
britânico revela no livro Os<br />
Portugueses aquilo que somos enquanto<br />
país e enquanto povo. Pelo<br />
menos aos olhos dos estrangeiros.<br />
No livro "Os Portugueses", Hatton relembra<br />
os principais momentos históricos<br />
que marcaram a nação, desde o<br />
período áureo dos Descobrimentos<br />
aos anos governados por Oliveira Salazar,<br />
sem esquecer a pela peculiar relação<br />
com Espanha, e termina com<br />
uma análise sobre a modernidade.<br />
«A minha intenção é lançar algumas<br />
luzes sobre este enigmático canto da Europa, descrever as idiossincrasias que tornam<br />
único este adorável e, por vezes, exasperante país e procurar explicações,<br />
fazendo o levantamento do caminho histórico que levou os portugueses até onde<br />
estão hoje.», avança o autor na nota prévia da obra.<br />
Paralelamente, a construção da identidade de Portugal enquanto povo e os vários<br />
estereótipos que (ainda) reinam além fronteiras são abordados e apresentados<br />
através de episódios vividos pelo autor ou por pessoas que lhe são próximas. De<br />
leitura obrigatória para todos quantos desconhecem a verdadeira alma lusa, portugueses<br />
ou não, "Os Portugueses" é uma obra obrigatória, escrita de forma<br />
apaixonada por um dos correspondentes mais antigos da imprensa internacional<br />
no nosso país.<br />
Grandes Obras<br />
Os Maias<br />
Eça de Queirós<br />
Livro de Bolso<br />
Preço: € 11,90<br />
Formas de pagamento<br />
Junte a este cupão um cheque à ordem de<br />
PORTUGAL <strong>POST</strong>VERLAG e envie-o para a morada<br />
do jornal ou, se preferir, pode pagar<br />
por débito na sua conta bancária.<br />
Se o desejar, pode ainda receber a sua encomenda<br />
à cobrança contra uma taxa que<br />
varia entre os 4 e os 7 € (para encomendas<br />
que ultrapassem os dois quilos) que é acrescida<br />
ao valor da sua encomenda.<br />
Não se aceitam devoluções.<br />
NOTA<br />
Nos preços já estão incluídos os custos de<br />
portes de correio nas encomendas pagas<br />
por débito (Lastschriftverfahren) e IVA<br />
PORTUGAL <strong>POST</strong> SHOP<br />
Tel.: 0231 - 83 90 289<br />
FAX 0231 - 8390351<br />
correio@free.de<br />
Preencha de forma legível, recorte e envie para:<br />
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Burgholzstr. 43 - 44145 Dortmund<br />
Queiram enviar a minha encomenda à cobrança<br />
Queiram debitar na minha conta o valor da encomenda<br />
Ich ermächtige die fälligen Beträge von dem u.g. Konto abzubuchen.<br />
Bankverbindung<br />
Kontonummer:<br />
Bankleitzahl:<br />
Datum: Unterschrift<br />
Jorge Amado<br />
Capitães da Areia<br />
Preço: € 10,00 <br />
Capitães da Areia é o livro de Jorge<br />
Amado mais vendido no mundo inteiro.<br />
Publicado em 1937, teve a sua<br />
primeira edição apreendida e queimada<br />
em praça pública pelas autoridades<br />
do Estado Novo.<br />
Em 1944 conheceu nova edição e,<br />
desde então, sucederam-se as edições<br />
nacionais e estrangeira, e as<br />
adaptações para a rádio, televisão e cinema.<br />
Jorge Amado descreve, em páginas carregadas de grande beleza<br />
e dramatismo, a vida dos meninos abandonados nas ruas de São<br />
Salvador da Bahia, conhecidos por Capitães da Areia.<br />
TRAVESSIA DE VERÃO<br />
Truman Capote<br />
PREÇO: 11.50<br />
Obra póstuma e inédita, Travessia de<br />
Verão é um primeiro romance precoce e<br />
seguro que mostra o sentido implacável<br />
da narração de um dos maiores escritores<br />
do século XX. Os seus fraseados imaculados,<br />
a sua crua ironia e a sua visão das subtilezas das<br />
diferenças de classe anunciam os futuros triunfos de<br />
Capote.<br />
Miguel Torga<br />
Bichos<br />
Preço: € 11.50<br />
«Querido leitor:<br />
São horas de te receber no portaló da minha<br />
pequena Arca de Noé. Tens sido de uma constância<br />
tão espontânea e tão pura a visitá-la,<br />
que é preciso que me liberte do medo de parecer<br />
ufano da obra, e venha delicadamente<br />
cumprimentar-me uma vez ao menos. Não se<br />
pagam gentilezas com descortesias, e eu sou<br />
instintivamente grato e correcto (…)»<br />
Irmãos Grimm<br />
Contos da Infância e do Lar. Volume I<br />
€ 30,90<br />
Os Contos da Infância e do Lar, de Jacob e Wilhelm<br />
Grimm, são a obra de língua alemã mais<br />
traduzida e editada no mundo. Publicada pela<br />
primeira vez em Berlim em 18<strong>12</strong> e em 1815, foi<br />
crescendo em popularidade ao longo do século<br />
XIX, consagrando-se como um dos tesouros da<br />
cultura popular alemã e europeia.<br />
Os três volumes da presente edição compreendem<br />
duzentos contos, dez lendas religiosas infantis,<br />
um apêndice com outros vinte e oito<br />
contos não incluídos na última edição em vida<br />
dos autores (1856-57), um conjunto de seis fragmentos<br />
de contos e um longo capítulo que inclui<br />
bibliografia relevante citada pelos autores nas<br />
suas notas e considerações gerais sobre diversas<br />
tradições nacionais, assim como uma reflexão<br />
final sobre a relação dos contos populares com a mitologia.<br />
Esta é a primeira edição integral em língua portuguesa com tradução, introdução e notas<br />
de Teresa Aica Bairos e coordenação científica de Francisco Vaz da Silva.<br />
Aprender Português<br />
Borges/ Tirone/ Gôja<br />
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TIMI 3 é um manual para alunos que estão a aprender<br />
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Este projeto inclui: Livro do Aluno com vocabulário ilustrado,<br />
diálogos, jogos e exercícios variados. Inclui um CD<br />
áudio com apresentação de vocabulário, dramatização<br />
das bandas-desenhadas, exercícios de oralidade e uma<br />
canção por unidade, composta com músicas e letras originais,<br />
que permitem ao aluno consolidar e aprofundar<br />
o vocabulário de uma forma lúdica e agradável. Livro do<br />
Professor que oferece, passo a passo, pistas de exploração<br />
por exercício, assim como inúmeras ideias e recursos para<br />
cada unidade. Inclui uma sinopse dos conteúdos de cada unidade e soluções dos exercícios.<br />
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NOTA DE ENCOMENDA<br />
Título Preço<br />
Soma
PORTUGAL <strong>POST</strong> Nº 216 • Julho 20<strong>12</strong> Alemanha 19<br />
Governo alemão recorre à internet<br />
para recrutar imigrantes<br />
A<br />
Alemanha lançou dois<br />
sítios na internet para<br />
atrair mão-de-obra<br />
qualificada e superar a escassez<br />
destes profissionais, a qual, conjugada<br />
com o envelhecimento da<br />
população, ameaça a sua boa<br />
saúde económica, noticiou a agência<br />
AFP.<br />
Lançados pelos ministérios do<br />
Desemprego e estatísticas<br />
O Instituto Nacional do Emprego<br />
(Arbeitsamt) ou Agencia de Trabalho<br />
(Jobcenter), como também é conhecido,<br />
tem a sua sede central na<br />
cidade bávara de Nuremberga. É<br />
um edifício de grande envergadura,<br />
luxuoso e rodeado de vidro que<br />
serve esta central.<br />
Todos os meses alimenta-nos com<br />
umas estatísticas sempre variáveis,<br />
sobre o número de desempregados<br />
na Alemanha. Constitui o termômetro<br />
da evolução da economia nacional.<br />
O leitor mais desprevenido, que<br />
acredita nos números que aquela<br />
grande máquina vai vomitando,<br />
chega mesmo a acreditar que o aumento<br />
do emprego vai de vento em<br />
popa.<br />
Teremos já chegado mesmo à<br />
luz ao fundo do túnel, como todos<br />
esperamos e sonhamos? Estará<br />
mesmo a economia alemã, ao ler<br />
estes números, na vanguarda dos<br />
restantes paises da Europa? A ver<br />
vamos!<br />
Uma leitura mais atenta, desprovida<br />
de ideologias que os diversos<br />
governos, independentemente<br />
do colorido político possam ter tido<br />
e, munidos duma certa curiosidade<br />
saudável e atenta, permite-nos obter<br />
uma leitura totalmente diferente.<br />
Descobrimos outros números tão<br />
diferentes, mas mesmo que nos<br />
Trabalho e da Economia e da<br />
Agência para o Emprego, os sítios<br />
dirigem-se ao pessoal qualificado<br />
na Alemanha (www.fachkraefteoffensive.de)<br />
e ao estrangeiro<br />
(www.make-it-in-germany.com).<br />
O primeiro quer facilitar o<br />
contacto entre os trabalhadores<br />
alemães e as empresas nos sectores<br />
onde a procura é forte, como<br />
possa doer, são mais realistas. Certificamo-nos<br />
então que estamos<br />
mesmo longe de alcançar essa luz,<br />
que os políticos têm, ao longo de<br />
décadas, prometido. No mês de<br />
Abril o luxuoso e grandioso Instituto<br />
brindou-nos com a existência<br />
de apenas 3.082 milhões de desempregados.<br />
É um número que<br />
não tinha sido alcançado nos anteriores<br />
vinte anos. Não seria motivo<br />
suficiente de entusiasmo e de orgulho?<br />
A ver vamos!<br />
Onde estão incluídas os mais de<br />
um milhão de pessoas que, por estarem<br />
a freqüentar cursos de readaptação<br />
profissional, subsidiados pelo<br />
mesmo instituto de trabalho? Estes<br />
desempregados não constam nessas<br />
estatísticas.<br />
Não fazem parte dessas estatísticas<br />
os que permanecem em casa,<br />
passivamente, esperando descansadamente<br />
a sua reforma, ao abrigo de<br />
acordos sociais com a empresa e o<br />
Instituo de Emprego. Outros, por se<br />
terem decidido por uma ocupação<br />
por conta própria, por não preverem<br />
qualquer futuro ativo estando inscritos<br />
nessas listas, mesmo que recebam<br />
incentivos financeiros do<br />
mesmo instituto. Estes brilham igualmente<br />
pela sua ausências nessas<br />
cegas estatísticas.<br />
A procissão dos que não estão<br />
tecnologias, telecomunicações ou<br />
medicina.<br />
Com mapas e números, mostra<br />
que os Estados (‘Lander’) de<br />
Baden-Wurtemberg, no Sul, e da<br />
Renânia-do-Norte-Vestefália, no<br />
Oeste, são os que apresentam<br />
maiores necessidades de pessoal<br />
qualificado e apela a “garantir em<br />
conjunto o futuro da Alemanha”.<br />
Quando a lebre sabe a gato<br />
contemplados nessas estatísticas<br />
poderá continuar, se somarmos<br />
ainda as muitas centenas de milhares<br />
que, apesar de possuírem no<br />
bolso um contrato de trabalho, estão<br />
a receber um complemento ao ordenado<br />
pelas entidades sociais da<br />
nação. A precariedade destes contratos<br />
não lhes permite saldarem os<br />
seus gastos fundamentais familiares<br />
e vitais. Não se poderão considerar<br />
estes como desempregados? Pelo<br />
menos parcialmente!<br />
A procissão ainda vai ainda no<br />
adro e deparamo-nos com as boas<br />
centenas de milhares de jovens que<br />
vegetam em casa, nos centros juvenis,<br />
sem um lugar de formação profissional<br />
e de trabalho que, por não<br />
terem direito, nem ao complemento<br />
de ajuda social ao desemprego por<br />
viverem a expensas e em casa dos<br />
pais, e outros que nem sequer tem<br />
direito ao seguro de desemprego<br />
por não terem ainda descontado o<br />
suficiente para este seguro. Quantos<br />
serão?<br />
Quantos serão os desempregados<br />
que, encontrando-se de baixa<br />
continuada estão a receber o subsidio<br />
correspondente das caixas de<br />
doença e não do Instituto de desemprego.<br />
Estes não contam para<br />
avaliar a temperatura desse termômetro.<br />
Quantos serão? Algumas<br />
O segundo sítio, disponível<br />
em alemão e em inglês, tem por<br />
objetivo elogiar a qualidade de<br />
vida na Alemanha e facilitar a procura<br />
de emprego e instalação aos<br />
estrangeiros.<br />
“Com o nosso portal, vamos<br />
mostrar aos trabalhadores estrangeiros<br />
qualificados porque vale a<br />
pena viver e trabalhar na Alemanha.<br />
Em particular, queremos<br />
mostrar-lhes que são sinceramente<br />
bem-vindos”, afirmou, em conferência<br />
de imprensa, o ministro da<br />
Economia, Philipp Rosler, salientando<br />
que a iniciativa dirige-se<br />
aos Estados da União Europeia,<br />
mas também a outros.<br />
O recrutamento de trabalhadores<br />
qualificados é uma prioridade<br />
governamental, dado que o envelhecimento<br />
acelerado da população<br />
e o desemprego baixo (6,7 por<br />
cento em Maio) compromete o futuro<br />
da economia alemã.<br />
“Em 2025, a Alemanha, por<br />
razões exclusivamente demográficas,<br />
terá falta de até seis milhões<br />
de pessoas em idade ativa”, afirmou,<br />
por seu turno, a ministra do<br />
Trabalho, Ursula von der Leyen.<br />
“Se ativarmos todos os recursos<br />
sem utilização, desde logo no<br />
país, mas também cada vez mais<br />
no estrangeiro, a Alemanha tem<br />
dezenas ou centenas de milhares?<br />
Quantas mulheres que, mesmo<br />
não tendo emprego oficialmente remunerado,<br />
estão há muito desligadas<br />
dessas estatísticas! Quantas<br />
serão? Há muito desistiram de mendigar<br />
um lugar de trabalho, deixando<br />
de se apresentarem<br />
periodicamente aos Serviços de<br />
Emprego. Deambulam de casa em<br />
casa em limpezas privadas, um serviço<br />
muitas vezes mal remunerado.<br />
Não descontam para a sua posterior<br />
reforma, prevendo-se engrossar<br />
mais tarde o número de pobres na<br />
sociedade. As estatísticas não perdem<br />
sequer uma silaba para as mencionar!<br />
Afinal quantos desempregados<br />
existem na Alemanha? Serão os<br />
estatísticos somente um meio para<br />
os mais incautos se deixarem inebriar,<br />
iludir e manter, deste modo,<br />
uma paz social camuflada? Será<br />
simplesmente propaganda política,<br />
nua e crua?<br />
Está comprovado que estas estatísticas<br />
são simplesmente manipuladas.<br />
Já em Março de 2008 as<br />
estatísticas de desemprego apresentavam<br />
um número irrisório de 3,<br />
434 milhões desempregados, considerado<br />
então um recorde. Numa entrevista<br />
feita por uma agencia<br />
noticiosa, a News Press, em Marco<br />
boas possibilidades de permanecer<br />
um país forte na concorrência<br />
mundial”, argumentou.<br />
Já o presidente da Agência<br />
para o Emprego, Frank-Jurgen<br />
Weise, defendeu, com vista ao<br />
aproveitamento do potencial alemão,<br />
o aumento da participação<br />
no mercado de trabalho das mulheres<br />
e dos idosos, a formação dos<br />
desempregados e o combate ao insucesso<br />
escolar.<br />
Em todo o caso, o recurso aos<br />
imigrantes é indispensável. Weise<br />
estima em 200 mil o número de<br />
trabalhadores estrangeiros qualificados<br />
por ano, para satisfazer a<br />
necessidade desta mão-de-obra.<br />
A crise que afeta a Europa do<br />
Sul está a aproveitar à Alemanha,<br />
que está a conseguir atrair numerosos<br />
jovens diplomados europeus,<br />
sem perspetiva de emprego<br />
nos seus países.<br />
Em 2011, esta situação permitiu-lhe<br />
acolher o maior número de<br />
imigrantes conhecido desde 1996.<br />
Em particular, o número de<br />
pessoas provenientes da Grécia,<br />
apesar de fraco em valor absoluto,<br />
conheceu um crescimento de 90<br />
por cento em relação a 2010, enquanto<br />
que o número dos chegados<br />
de Espanha cresceu em 52 por<br />
cento.<br />
de 2008, a um alto funcionário do<br />
Instituto de Emprego de Berlin,<br />
que, por razoes óbvias, mantiveram<br />
o anonimato, este teve afirmações<br />
que alarmaram então a opinião pública.<br />
Já desde 1974, a altura em que<br />
o desemprego alcançou o recorde<br />
de um milhão de desempregados, a<br />
manipulação destes números tem<br />
sido uma constante. No mês em que<br />
se efetuou a entrevista, previa-se<br />
que os sem trabalho ultrapassariam<br />
os 9 milhões contra o numero que a<br />
máquina de Nuremberg tinha já lançado<br />
para fora. Os números reais<br />
são escondidos para embelezar e<br />
colorir as medidas políticas e a falaz<br />
eficácia dos diversos governos. A<br />
mentira não deixa de ser mentira e<br />
só passa a ser verdade para os mais<br />
incautos. Mas não é só neste campo<br />
que as estatísticas são deturpadas e<br />
colocadas ao serviço duma política<br />
que sendo ineficaz é vendida como<br />
eficaz e coberta de êxito. Existem<br />
outros campos, infelizmente!<br />
Esta realidade reflete-se infelizmente<br />
noutras paises e noutros<br />
povos! Mantenhamo-nos atentos e<br />
não nos deixem que nos vendam<br />
gato por lebre!<br />
Joseé Gomes Rodrigues<br />
Fonte: Süddeutsche Zeitung,
20<br />
Consultório<br />
Miguel Krag, Advogado<br />
Portugal Haus<br />
Büschstr.7 -<br />
20354 Hamburgo<br />
Leopoldstr. 10<br />
44147 Dortmund<br />
Telf.: 040 - 20 90 52 74<br />
TRADUÇÕES<br />
PORTUGUÊS ALEMÃO<br />
Claus Stefan Becker<br />
Tradutor ajuramentado junto dos<br />
Consulados-Gerais de Portugal<br />
em Estugarda<br />
Im Schulerdobel 24<br />
79117 Freiburg i.Br<br />
Tel.: 0761 / 64 03 72<br />
Fax:0 761 /64 03 77<br />
E-Mail:info@portugiesisch-online.de<br />
ALEMÃO PORTUGUÊS<br />
O consultório jurídico tem a colaboração<br />
permanente dos advogados<br />
Catarina Tavares, Lisboa, Michaela Ferreira dos Santos, Bona<br />
e Miguel Krag, Hamburgo<br />
Heranças – Como agir depois de um óbito?<br />
Por Catarina Tavares,<br />
Advogada<br />
Av. Sidónio Pais, n.º 24, 5º Dto<br />
1050-215 Lisboa<br />
Tel: 00351 - 213 163 450<br />
catarina.tavares@mms.com.pt<br />
Após o falecimento de uma pessoa,<br />
os seus herdeiros têm algumas<br />
obrigações nomeadamente<br />
fiscais e relacionadas com a habilitação<br />
de herdeiros.<br />
Existindo vários herdeiros, é<br />
nomeado o cabeça-de-casal, que<br />
em regra é o cônjuge viúvo ou<br />
na ausência deste, o filho mais<br />
velho. Depende sempre da quantidade<br />
e qualidade dos herdeiros<br />
existentes à data do óbito.<br />
O cabeça-de-casal ficará responsável<br />
pela administração<br />
dos bens existentes do falecido,<br />
devendo prestar contas aos res-<br />
Caro/a Leitor/a:<br />
Se é assinante,<br />
avise-nos se mudou ou<br />
vai mudar de residência<br />
tantes herdeiros. As despesas e<br />
lucros fruto dos bens da herança,<br />
serão distribuídos pelos herdeiros<br />
de acordo com o seu quinhão<br />
hereditário, ou seja, a parte que<br />
cada um dos herdeiros detém na<br />
herança.<br />
A obrigação inicial que incumbe<br />
ao cabeça-de-casal é a<br />
participação do óbito em qualquer<br />
serviço de finanças. Esta<br />
comunicação deve ser efectuada<br />
até ao final do 3º mês seguinte<br />
ao do falecimento, caso contrário,<br />
os interessados terão de<br />
pagar uma coima que se agravará<br />
consoante o tempo que<br />
tiver decorrido desde o último<br />
dia do prazo legal.<br />
A par da comunicação, o cabeça<br />
de casal deve informar o<br />
serviço de finanças da existência<br />
de todos os herdeiros mediante<br />
JTM Consulting<br />
GmbH<br />
• Contabilidade<br />
• Consultadoria fiscal,<br />
empresarial e financeira<br />
Sede: JTM@consystem.com<br />
Fuchstanzstr 58<br />
60489 Frankfurt /Main<br />
TM: 0172- 6904623<br />
Tel.069- 7895832<br />
Fax: 069-78801943<br />
número de Identificação fiscal,<br />
bem como, juntar uma lista de<br />
todos os bens pertencentes à herança,<br />
sejam, imóveis, móveis,<br />
acções, participações sociais<br />
entre outros.<br />
Esta indicação e identificação<br />
de bens é obrigatória e crucial,<br />
uma vez, que quando os<br />
herdeiros decidirem fazer a partilha<br />
por herança, só poderão ser<br />
partilhados os bens que constam<br />
da relação de bens entregue no<br />
serviço de finanças.<br />
No caso de bens que apenas<br />
foram descobertos após a participação<br />
do óbito, é possível<br />
efectuar uma participação adicional<br />
de bens, regularizando<br />
desta forma a situação dos bens<br />
que compõem a herança.<br />
Outro passo imprescindível<br />
para quem pretenda fazer a ad-<br />
Consultas em<br />
Português<br />
ministração e partilha dos bens<br />
da herança é a realização de habilitação<br />
de herdeiros num cartório<br />
notarial ou no balcão das<br />
heranças.<br />
Será a habilitação de herdeiros<br />
que irá permitir identificar<br />
quem são os herdeiros de falecido,<br />
sendo que, este documento<br />
será sempre obrigatório para que<br />
se possa efectuar a partilha por<br />
herança e desta forma permitir a<br />
aquisição dos bens e registo dos<br />
mesmos na Conservatória em<br />
nome dos herdeiros.<br />
Actualmente já não é devido<br />
o “imposto sucessório” no momento<br />
da participação do óbito<br />
no serviço de finanças, ao contrário<br />
do que sucedia até 2004,<br />
quanto aos herdeiros que sejam<br />
cônjuge ou unido de facto, descendentes<br />
e ascendentes do fale-<br />
Rechtsanwalt/<br />
Advogado<br />
Victor Leitão Nunes<br />
Consultas em português<br />
40210 Düsseldorf Immermannstr. 27<br />
Ra.Nunes@web.de<br />
Tel.: 0211 / 38 83 68 6<br />
Fax: 0211 / 38 83 68 7<br />
PORTUGAL <strong>POST</strong> Nº 216 • Julho 20<strong>12</strong><br />
Michaela Ferreira dos Santos,<br />
Advogada<br />
Theodor-Heuss-Ring 23,<br />
50668 Köln<br />
0221 - 95 14 73 0<br />
Catarina Tavares,<br />
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Av. Sidónio Pais, n.º 24, 5º Dto<br />
1050-215 Lisboa<br />
Tel: 00351 - 213 163 450<br />
Fax: 213 163 459<br />
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E-Mail: info@ra-natalia-costa.de<br />
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Telefon: 040 6969 11 71<br />
Fax: 040 6969 11 38<br />
cido.<br />
Os impostos apenas serão<br />
devidos no momento em que a<br />
partilha dos bens é efectuada, e<br />
só para aqueles que levam a<br />
mais do que a sua quota na herança.<br />
É importante reiterar que<br />
antes de qualquer partilha de<br />
bens por herança, os interessados<br />
terão sempre de fazer a participação<br />
do óbito ao serviço de<br />
finanças competente, juntamente,<br />
com a identificação de<br />
todos os herdeiros e relação de<br />
bens, bem como, a habilitação<br />
de herdeiros.<br />
Não existe ordem prioritária<br />
entre estes dois actos, todavia, o<br />
prazo da comunicação do óbito<br />
deve ser tido em atenção, para<br />
que não sejam aplicadas multas<br />
aos interessados.
PORTUGAL <strong>POST</strong> Nº 216 • Julho 20<strong>12</strong><br />
José Gomes Rodrigues<br />
rodrigues@live.de<br />
3<br />
Desempregado, que fazer? • Como se integrar num mercado de trabalho exigente? •<br />
Discriminação por idade, que consequências?<br />
Ex.mo Sr. Diretor do Portugal Post<br />
Há alguns meses que estou desempregado<br />
e estamos a receber ajuda<br />
social ao desemprego (Hartz IV).<br />
Digo estamos porque agora até a<br />
minha esposa é considerada desempregada<br />
e o respectivo Instituto<br />
de Trabalho não nos deixam em<br />
paz. Temos de mendigar por todo o<br />
lado à procura dum lugar de trabalho.<br />
Apesar da nossa meia<br />
idade, muitas empresas rejeitam as<br />
nossas ofertas de mão de obra.<br />
Cada vez que nos dirigimos à responsável<br />
pelo nosso caso no “Arbeitsamt”<br />
o temor de obter<br />
respostas desagradáveis causa-nos<br />
até dores no estômago. A nossa<br />
saúde já não é o que era e o nosso<br />
alemão pode considerar-se com<br />
que seja básico. Nunca nos preocupamos<br />
pois trabalhámos sempre<br />
com portugueses e a minha esposa<br />
sempre se entendeu bem com as senhoras<br />
onde trabalha. O nosso<br />
filho já esta prestes a terminar a<br />
formação profissional. Nós estamos<br />
já cansados de mendigar de<br />
empresa em empresa. Será que poderá<br />
haver alguma possibilidade<br />
de libertar-nos desta dependência<br />
das autoridades? Antes de eu perder<br />
o meu lugar de trabalho, e estando<br />
a receber do seguro de<br />
desemprego, a minha esposa fazia<br />
algumas limpezas particulares.<br />
Agora nem isso! Digam o que poderemos<br />
fazer. Claro que podem<br />
colocar esta questão no nosso jornal.<br />
Desde já a nossa gratidão sincera!<br />
Leitor identificado<br />
Compreendemos a vossa condição<br />
que, infelizmente, se repete nos<br />
lares de muitos cidadãos a viverem<br />
na Alemanha e um pouco por toda<br />
a Europa. A saúde frágil, talvez até<br />
a idade, aliada aos reduzidos conhecimentos<br />
do alemão, como haveis<br />
indicado, pode condicionar e<br />
dificultar um novo emprego.<br />
A ajuda social ao desemprego é<br />
oriunda da caixa do povo, dos descontos<br />
dos cidadãos, ou seja, do<br />
Estado e, na sua aplicação em<br />
casos concretos de necessidade,<br />
tem em conta as necessidades de<br />
sobrevivência de todo o agregado<br />
familiar. Por esta razão, a sua esposa<br />
e, mesmo o seu filho, são<br />
tidos em conta neste processo.<br />
Como o seu filho está na formação<br />
profissional, não é considerado<br />
como desempregado o que não<br />
deixa de receber um subsídio de<br />
sobrevivência da mesma caixa.<br />
Este subsídio abarca uma soma fixa<br />
para cada elemento do agregado familiar,<br />
que varia conforme a idade<br />
e que e inclui os gastos básicos<br />
com a alimentação e outros. Os<br />
gastos com a habitação são divididos<br />
igualmente por cada elemento<br />
a viver sobre o mesmo teto.<br />
Continuando com a análise da sua<br />
carta e querendo dar-lhes uma informação<br />
a mais completa possível,<br />
a sua esposa pode continuar a<br />
realizar o trabalho que fazia antes<br />
de receber este auxílio financeiro.<br />
Claro que terá de declará-los junto<br />
à correspondente repartição, obrigando-se<br />
a apresentar periodicamente<br />
um formulário próprio sobre<br />
o valor dos diversos ordenados que<br />
aufere. Estas receitas, além de outras<br />
possíveis fontes, como juros,<br />
possíveis reformas, rendas de possíveis<br />
casas ou apartamentos, terá<br />
de dá-las a conhecer igualmente e<br />
são tidas parcialmente em consideração<br />
no pagamento do respectivo<br />
subsídio. Declarando-os terá vantagem<br />
de não ser tão incomodada<br />
pela administração local, pois a dependência<br />
de viver da caixa pública,<br />
dos dinheiros do Estado,<br />
diminui, deste modo, consideravelmente.<br />
Abrir-se às alternativas<br />
de integração no trabalho<br />
Uma das condições essenciais,<br />
para usufruírem deste subsídio de<br />
sobrevivência é a de que se façam<br />
tudo o que esteja ao vosso alcance<br />
para libertar-se dessa situação de<br />
desemprego. Têm de se sentir obrigados<br />
a aceitar as diversas iniciativas,<br />
como sejam acções e cursos<br />
oferecidos pelo Instituto de Trabalho<br />
com esse fim. Existem acções<br />
que têm como objectivo melhorar<br />
ou facilitar uma mais rápida integração<br />
no mercado de trabalho.<br />
Não deixem de se informar junto<br />
da mesma administração sobre as<br />
possíveis iniciativas existentes na<br />
sua zona de residência.<br />
Conforme descreve na sua carta,<br />
parece que o involuntário desconhecimento<br />
da língua alemã está a<br />
ser para os dois um impedimento<br />
para um possível emprego e assim<br />
delinear convenientemente o vosso<br />
futuro. O conhecimento da língua<br />
poderá abrir-vos muitas portas. Facilita-vos<br />
uma integração social e<br />
até cultural, abrindo-vos outros e<br />
novos horizontes. Talvez este passo<br />
poderia ser prioritário no vosso<br />
caso. Estes cursos são geralmente<br />
gratuitos havendo, em certos casos,<br />
subsídios para as vossas possíveis<br />
deslocações. Durante o tempo em<br />
que durarem estes cursos, não estais<br />
obrigados a “mendigar” emprego.<br />
O mesmo é válido na<br />
frequência de outras medidas de<br />
reintegração no mundo do trabalho.<br />
Valorize o seu tempo livre<br />
A idade pode até não constituir um<br />
impedimento importante para reiniciar<br />
uma nova carreira laboral. A<br />
vossa longa experiência de trabalho<br />
ter-vos-ão fornecido valores<br />
que poderão ser indispensáveis<br />
para esta nova reintegração. Pontualidade,<br />
responsabilidade são,<br />
entre outras, algumas ferramentas<br />
importantes e que contam muito na<br />
vossa balança perante uma possível<br />
selecção entre outros muitos candidatos<br />
a um possível lugar de trabalho.<br />
O importante nesta fase é nunca<br />
perderem a esperança e não se deixarem<br />
levar pelo pessimismo, que<br />
só leva a um comportamento passivo,<br />
à monotonia do nada fazer e<br />
até a entorpecer a própria vontade<br />
e mesmo a vossa moral. Pensem<br />
sempre positivo! Participem em actividades<br />
comunitárias e culturais.<br />
Ultrapassem, se vos for possível, as<br />
fronteiras nacionais. Do outro lado<br />
da barreira nacional, existe um<br />
mundo com muitas ofertas que o<br />
multiculturalismo lhe empresta<br />
uma beleza própria.<br />
Façam parte activa de movimentos<br />
ou grupos humanitários, sócios<br />
culturais, da defesa do ambiente ou<br />
de reflexão sobre o trabalho, até de<br />
religião onde possa reflectir e dar<br />
asas aos vossos sonhos. Sonhem<br />
sempre, visualizem já o vosso futuro!<br />
Valorizem o vosso tempo<br />
livre saindo de si mesmos. Dêem<br />
algo de vocês mesmos para Procurem<br />
ser activos e não deixem de<br />
perder as circunstâncias que se<br />
possam apresentar para enriquecerem<br />
humanamente. Quem procura<br />
e se esforça nada tem a temer. Com<br />
isto não tencionamos dar moral a<br />
ninguém. São ideias que podem<br />
ser-vos úteis a alcançar duas coisas<br />
importantes: um lugar de trabalho<br />
e libertá-lo desses temores que poderão<br />
permanecer infundados caso<br />
se coloque na disposição assinalada<br />
anteriormente. Não queiram<br />
ser dependentes de quem quer que<br />
seja, nem dos dinheiros públicos.<br />
Mantenham a vossa consciência e<br />
livre! O trabalho não significa só<br />
ganha pão, mas deveria ser mais<br />
que isso. É dignidade e colaborar<br />
na construção dum mundo justo e<br />
novo!<br />
Existe um outro caminho que muitos<br />
já tentaram e continuam a tentar<br />
palmilhar que é ser o vosso próprio<br />
chefe, estabelecendo-se por conta<br />
própria. Prometemos dedicar-nos a<br />
este tema numa das próximas edições<br />
do nosso e vosso jornal.<br />
Descriminação em virtude<br />
da idade? Será possível?<br />
Esta pode sair bem caro<br />
ao empregador<br />
Correu alguma tinta em muitos jornais<br />
a decisão dum tribunal de trabalho<br />
que, nas mais altas<br />
instâncias, condenou uma instituição<br />
de saúde ao tê-la condenada<br />
por descriminação dum funcionário<br />
superior dessa instituição.<br />
Aconteceu pela primeira vez que<br />
um tribunal toma a defesa dum alto<br />
funcionário contra a rescisão duma<br />
relação laboral por causa da idade.<br />
Foi a aplicação da lei anti-discriminatória<br />
que começou a fazer parte<br />
da lei alemã em 2006.<br />
Desenrolar da questão<br />
O desenrolar da questão é simples.<br />
Numa certa clínica em Colónia sob<br />
a responsabilidade da câmara local,<br />
tinha sido contratado em 2004 e<br />
por cinco anos, um médico que<br />
ocupava um alto cargo de responsabilidade<br />
nessa mesma clínica. Ao<br />
expirar em 31.05.20<strong>12</strong> o contrato e<br />
este não ter sido prorrogado, como<br />
se esperava, foram então dispensados<br />
os seus serviços. No seu lugar<br />
foi colocado um outro funcionário,<br />
contratado para o efeito, mais<br />
jovem com apenas 41 anos de<br />
idade. Na altura da rescisão do contrato<br />
tinha aquele 62 anos de idade.<br />
Na imprensa local apareceu uma<br />
noticia; indicando que o alto funcionário<br />
tinha sido dispensado para<br />
dar lugar a alguém com idêntica<br />
qualificação, mas muito mais<br />
jovem. Enfim, este sempre poderia<br />
permanecer por mais tempo e,<br />
deste modo, manter uma linha mais<br />
constante na organização.<br />
21<br />
Compensação por danos morais<br />
Segundo o § 22 dessa legislação<br />
(lei anti - discriminatória) terá o sujeito<br />
que se sente discriminado obrigado<br />
a apresentar provas<br />
suficientes e fidedignas que justifiquem<br />
esse pretexto. Em vão, tentou<br />
o conselho da administração amenizar<br />
a acusa aludida e, tentando<br />
em vão procurado retirar o peso da<br />
acusação. Foi considerado de injustificado<br />
as razoes que o patronato<br />
aludiu em sua defesa, e os<br />
indícios justificados de descriminação<br />
por causa da idade pelo não<br />
prolongamento do contrato. A clínica<br />
foi então condenada a pagar,<br />
por danos imateriais, ou seja, pela<br />
discriminação considerada por<br />
idade, ao réu a quantia de 36.600<br />
Euros.<br />
Foi opinião geral, assim como a do<br />
tribunal regional de Colónia que o<br />
valor desta compensação por danos<br />
morais causados, de insuficiente.<br />
Segundo decisão e a apreciação<br />
dum caso semelhante através do<br />
Tribunal Europeu, já em 1997, este<br />
considerou então que a penalidade,<br />
nestes casos, deve ser de tal forma<br />
que possa servir de exemplo para<br />
outras empresas e evitar-se, deste<br />
modo, a repetição de casos semelhantes.<br />
Convém ter em conta igualmente<br />
nesta apreciação, que a pessoa atingida<br />
teria de ser também compensada<br />
monetariamente pelos danos<br />
que ela sofreu ao ter sido relatado<br />
o seu caso na imprensa o que atentou<br />
contra a protecção da sua personalidade.<br />
Indemnização por perdas<br />
materiais<br />
A compensação por danos materiais<br />
causada pelo não prolongamento<br />
do contrato, foram enormes<br />
já que, tendo em conta as mínimas<br />
ou as nulas possibilidades de ser<br />
admitido numa outra empresa,<br />
olhando à idade. A clinica foi condenada<br />
a pagar o ordenado normal<br />
até ele completar os 65 anos de<br />
idade, mesmo permanecendo simplesmente<br />
em casa, já que a clínica<br />
recusou-se a readmiti-lo. Enfim<br />
duro golpe contra a discriminação<br />
pela idade...não estávamos habituados<br />
a este tipo de decisões de<br />
instâncias superiores!<br />
(Número do processo: Az: II ZR<br />
163/10)
22<br />
Agenda<br />
Tome Nota<br />
Endereços Úteis<br />
Embaixada de Portugal<br />
Zimmerstr.56 10117 Berlin<br />
Tel: 030 - 590063500<br />
Telefone de emergência<br />
(fora do horário normal<br />
de expediente):<br />
0171 - 9952844<br />
Consulado -Geral<br />
de Portugal em Hamburgo<br />
Büschstr 7<br />
20354 - Hamburgo<br />
Tel: 040/3553484<br />
Consulado-Geral<br />
de Portugal em Düsseldorf<br />
Friedrichstr, 20<br />
40217 -Düsseldorf<br />
Tel: 0211/13878-<strong>12</strong>;13<br />
Consulado-Geral<br />
de Portugal em Estugarda<br />
Königstr.20<br />
70173 Stuttgart<br />
Tel. 0711/2273974<br />
Conselho das Comunidades<br />
Portuguesas:<br />
Alfredo Cardoso,<br />
Telelefone: 0172- 53 520 47<br />
AlfredoCardoso@web.de<br />
IMPORTANTE<br />
Às associações, clubes, bandas , etc..<br />
As informações sobre os eventos a divulgar deverão<br />
dar entrada na nossa redacção até ao dia 15<br />
de cada mês Tel.: 0231 - 83 90 289<br />
Fax :0231-8390351 Email: correio@free.de<br />
Alfredo Stoffel<br />
Telefone: 0170 24 60 130<br />
Alfredo.Stoffel@gmx.de<br />
José Eduardo,<br />
Telefone: 06196 - 82049<br />
jeduardo@gmx.de<br />
Maria da Piedade Frias<br />
Telefone: 0711/8889895<br />
piedadefrias@gmail.com<br />
Fernando Genro<br />
Telefone: 0151- 15775156<br />
fernandogenro@hotmail.com<br />
AICEP Portugal<br />
Zimmerstr.56 - 10117 Berlim<br />
Tel.: 030 254106-0<br />
Federação de Empresários<br />
Portugueses (VPU)<br />
Hanauer Landstraße 114-116<br />
60314 Frankfurt<br />
Tel.: +49 (0)69 90 501 933<br />
Fax: +49 (0)69 597 99 529<br />
Federação das Associações<br />
Portuguesas na Alemanha<br />
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www.fapa-online.de<br />
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Fon : +49 (0) 251 922 06-0<br />
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Julho 20<strong>12</strong><br />
PORTUGAL <strong>POST</strong> Nº 216 • Julho 20<strong>12</strong><br />
Citações do mês<br />
"Um homem sensato pode apaixonar-se como um doido, mas não como um tolo<br />
François La Rochefoucauld<br />
"Com pouco nos divertimos, com muito menos nos afligimos<br />
Marquês Maricá<br />
Teatro<br />
6,7 e 8. 07.20<strong>12</strong> – COLÓnIA -<br />
Grupo de Teatro Lusotaque de Colónia<br />
apresenta: A última dança do Maxim’s.<br />
No famoso clube Maxim’s, o<br />
dia começa de noite: para fugirem do<br />
dia-a-dia e libertarem-se das obrigações<br />
da sociedade, os clientes embriagam-se<br />
com absinto e cocaína e<br />
entretêm-se com a roleta.<br />
Um após o outro, cada cliente acaba<br />
por ceder aos encantos das bailarinas<br />
frívolas, as “papillons”, que voam<br />
pelo crepúsculo ao ritmo do charleston,<br />
do tango e do swing como borboletas<br />
esvoaçantes.<br />
A realidade, contudo, rapidamente irá<br />
sobrepor-se a este vai e vem excessivo.<br />
Sob um novo governo, os dias<br />
do Maxim’s parecem estar contados.<br />
A proprietária, Dista, tenta desesperadamente<br />
salvar o seu clube – e para<br />
tal está disposta a tudo!<br />
“A última dança do Maxim’s” é uma<br />
adaptação livre de textos dos autores<br />
Fernando Pessoa, Mário de Sá-Carneiro,<br />
Almada Negreiros e Maria Judite<br />
de Carvalho e do encenador<br />
Filipe La Féria.<br />
O grupo Teatro Lusotaque convida à<br />
última dança do Maxim’s entre ganhos<br />
e derrotas, amor e ciúmes, vida<br />
e morte – faites vos jeux! Rien ne va<br />
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privilegiada a 200mts da praia,<br />
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Exposição<br />
10.07 a 31.08.20<strong>12</strong> – HAMBURGO<br />
– Exposição de Fotografia na Kulturinitiative<br />
Jenfeld, Kelogstrasse 38,<br />
22045 Hamburg.<br />
Até 16 de Julho – AACHEn - A exposição<br />
“História do Fado – Património<br />
imaterial da Humanidade” está<br />
patente ao público em Aachen, na<br />
RWTH Aachen, no Instituto de Filologia<br />
Românica.<br />
Associativismo<br />
7 e 8. 07.20<strong>12</strong> – MILTEnBERG / M<br />
– Festa dos 775 anos da cidade com<br />
participação cultural e gastronómica<br />
portuguesas.<br />
8.07.20<strong>12</strong> – FELLBACH - Festa de<br />
Verão ao ar livre organizada pelo<br />
Centro Português Fellbach e.V, e<br />
grupo Motard Lusitanos de Ludwigsburg,<br />
Estugarda,<br />
Missa campal às 11.00 h.<br />
Programa músical com os grupos da<br />
casa.<br />
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Splash e The-Funnkys e para animar<br />
o baile , duo musical J&F.<br />
Jogos tradicionais portugueses para as<br />
crianças.<br />
Grelhados à moda portuguesa acompanhados<br />
de um bom vinho.<br />
Concentração do grupo Motard Lusitanos<br />
de Ludwigsburg.<br />
Entrevista<br />
Pode ler na edição on-line do POR-<br />
TUGAL <strong>POST</strong><br />
(www.<strong>portugal</strong>post.de) a entrevista<br />
que o Embaixador de Portugal em<br />
Berlim concedeu ao nosso jornal.<br />
Leia e ficará a conhecer o pensamento<br />
do Embaixador sobre muitos assuntos<br />
que interessam à comunidade.<br />
Férias<br />
Para os que vão de férias neste mês de<br />
Julho, desejamos uma voa viagem e<br />
momentos de agradável descanso.<br />
FERNANDO ROLDÃO<br />
ORGANISTA<br />
CANTOR<br />
BAILES -<br />
CASAMENTOS<br />
FESTAS -<br />
EVENTOS - KARAOKE<br />
ALEMANHA<br />
CONTACTOS<br />
0151 451 724 90<br />
eferrenator@gmail.com<br />
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PORTUGAL <strong>POST</strong> Nº 216 • Julho 20<strong>12</strong> Serviço 23<br />
Anunciadas após o encerramento dos postos consulares em Osnabrück<br />
e Frankfurt / M, aí estão as permanências consulares prometidas pelo<br />
Governo.<br />
As permanências funcionarão em todas as áreas consulares com a<br />
deslocação de técnicos dos consulados a localidades previamente escolhidas<br />
e, na maioria dos casos, os utentes serão atendidos em associações<br />
ou em missões católicas onde estarão técnicos munidos de<br />
equipamento apropriado. Em termos gerais, as permanências consulares<br />
poderão realizar quase todos os actos consulares, evitando gran-<br />
Mapa das permanências consulares na Alemanha<br />
Consulado Geral de Portugal em Estugarda - Permanências Consulares 20<strong>12</strong> (por marcação)<br />
Consulado Geral de Portugal em Hamburgo - Permanências Consulares 20<strong>12</strong><br />
Osnabrück<br />
Local: Centro Português de Osnabrück, Bünderstr. 6 49084 Osnabrück<br />
Datas: 15 de Junho 29 de Junho 13 de Julho<br />
Horário: 10.00-15.00 h 10.00-15.00 h 10.00-15.00 h<br />
nordhorn<br />
Local: Centro Português de Nordhorn Heideweg 13 49529 Nordhorn<br />
Datas: 23 de Junho<br />
Horário: 10.00-15.00 h<br />
Cuxhaven<br />
Local: Centro Cultural Português Präsident-Herwigstr. 33-34 27472 Cuxhaven<br />
Datas: 7 de Julho<br />
Horário: 10.00-15.00 h<br />
Consulado Geral de Portugal em Düsseldorf - Permanências Consulares 20<strong>12</strong><br />
des deslocações dos utentes aos postos. Uma das vantagens destas permanências<br />
é todos os portugueses, independentemente de residirem<br />
noutra área consular, podem ver os seus assuntos resolvidos nas permanências<br />
consulares que são realizar realizar nas cidades que divulgamos<br />
nesta página.<br />
As permanências consulares vão poder facilitar a vida a muitos<br />
utentes. Não só por isto que, a funcionarem em pleno, poderão contribuir<br />
para uma melhoria dos serviços consulares prestados aos portugueses.<br />
Local: Missão Católica Portuguesa, Marienstrasse, 38, 63069 Offenbach<br />
Datas: Mensal, 1.ª sexta-feira de cada mês Funcionário responsável: Francisco Duarte, tel.:0711 / 22739 72<br />
Local: União D. Portuguesa de Mainz E. V Mombacherstr, 38, 55<strong>12</strong>2 Mainz<br />
Datas: Mensal, 2.ª sexta-feira de cada mês Funcionário responsável: Elisabete Marques, tel.:0711 / 22739 79<br />
Local: Associação Portuguesa de Desportos, Pariserstr.117 67655 Kaiserslautern<br />
Datas: Mensal, 3.ª sexta-feira de cada mês Funcionário responsável: Fernanda Silva, tell.: 0711 / 22739 77<br />
Local: Missão Católica de Munique, Landsbergerstr. 39 80339 Munique<br />
Datas: Mensal, 4.ª sexta-feira de cada mês Funcionário responsável: Eugénia Santos, tel.: 0711 / 22739 75<br />
Local: Missão Católica de Nuremberga, Pirckheimerstr.. <strong>12</strong> 90408 nuremberga<br />
Datas: Mensal, 1.ª terça-feira de cada mês Funcionário responsável: Isabel Popin, tel.: 0711 / 22739 79<br />
Local: Rathaus (Câmara Municipal) Hohgarten 2 78224 Singen<br />
Datas: 2.ª terça-feira de cada mês Funcionário responsável: Helena Fernandes 0711 / 22739 72<br />
NOTA - nos dias feriados, a permanência consular realizar-se-á no dia útil seguinte<br />
Münster<br />
Local: Missão Católica Portuguesa Beelerdstiege 3 48143 Münster<br />
Datas: 26.06.20<strong>12</strong> 25.<strong>09</strong>.20<strong>12</strong> 27.11.20<strong>12</strong><br />
Horário: 9.30-15.00 h<br />
Minden<br />
Local: Centro Português de Minden Memelerstr.6 32423 Minden<br />
Datas: 14.06.20<strong>12</strong> 13.<strong>09</strong>.20<strong>12</strong> 15.11.20<strong>12</strong><br />
Horário:<br />
Meschede<br />
Local: Associação Portuguesa de Meschede Hennestrasse <strong>12</strong> 59872 Meschede<br />
Datas: 21.06.20<strong>12</strong> 20.<strong>09</strong>.20<strong>12</strong> 22.11.20<strong>12</strong><br />
Horário:<br />
Fonte: Consulado-Geral de Portugal em Hamburgo<br />
Consulado-Geral de Portugal em Düsseldorf<br />
Consulado-Geral de Portugal em Estugarda<br />
#
24<br />
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anos de idade para construir harmoniosa<br />
relação. Contacto: TLM 0160 – 5011897 ou<br />
carta a este jornal Refª 0106<br />
CAVALHEIRO<br />
58 anos a residir da Alemanha, só, deseja<br />
conhecer senhora nas mesmas condições<br />
para fins de amizade.<br />
Resposta a este jornal Refª 0206<br />
Nota:<br />
Os anúncios para este espaço devem ser bem<br />
legíveis e dirigidos ao jornal devidamente<br />
identificados com nome, morada e telefone<br />
do/a anunciante.<br />
O custo para anunciar neste espaço é de<br />
17,50. Aqueles que têm resposta ao jornal,<br />
o custo é de € 27,50.<br />
+ Informações: 0231-8390289<br />
Caro/a Leitor/a:<br />
Se é assinante,<br />
avise-nos se mudou<br />
ou vai mudar de<br />
residência<br />
poesias de amor<br />
e de outros sentires<br />
A tua voz<br />
Baloiça<br />
nesta noite<br />
entre<br />
o meu coração<br />
e o silêncio<br />
que forma<br />
no ar<br />
o tempo perfeito<br />
da saudade<br />
Isaac Nin<br />
Saúde e Bem estar<br />
Alcoolismo<br />
O alcoolismo é a enfermidade caracterizada pelo habitual, compulsivo e alto<br />
consumo de álcool,além do desenvolvimento dos sintomas nefastos quando se<br />
deixa de beber repentinamente.<br />
SInTOMAS: Uma prolongada dependência do álcool traz como resultados sérios<br />
problemas:<br />
– No pâncreas (pancreatite aguda) ; No fígado (cirrose) ; No coração ; No aparelho<br />
urinário; Na pele; Nos órgãos sexuais (impotência); No aparelho digestivo<br />
(gastrite); No sistema nervoso, que fica totalmente desequilibrado devido à<br />
morte das células nervosas (neurónios), porque o álcool retira a água dessas células,<br />
produzindo uma série de transtornos nervosos, como a depressão, a angústia<br />
e, nos casos mais graves, o delirium tremens, que provoca alucinações.<br />
O álcool é uma substância que requer vitaminas e sais minerais para seu metabolismo.<br />
–Os filhos de mulheres alcoólicas podem contrair grandes problemas físicos e<br />
mentais. Elas apresentam abortos espontâneos mais facilmente, e produzem um<br />
retardo no crescimento do feto. Posteriormente, a criança se apresenta com hiperactividade<br />
e irritabilidade.<br />
Se uma pessoa grávida ingere álcool regularmente (assim como qualquer outra<br />
droga) o feto adquire uma dependência a tais drogas.<br />
CAUSAS DO ALCOOLISMO: Hereditário, meio ambiente, trabalho, beber<br />
socialmente, stress, depressão, ócio, personalidade imatura, solidão.<br />
TRATAMEnTO: Associação dos Alcoólicos Anónimos.<br />
RESSACA: Se você amanhece com a sensação de que a cabeça vai explodir<br />
depois de haver bebido álcool em excesso, siga os seguintes conselhos úteis<br />
para diminuir o seu mal-estar e para eliminar os resíduos tóxicos do álcool:<br />
a. O primeiro passo é tratar de remover o álcool que ainda se encontra no seu<br />
corpo, para o qual se usa um açúcar de nome frutose que queima rapidamente<br />
o álcool existente no corpo. Algumas frutas e, em maior quantidade, o mel de<br />
abelha, possuem frutose, por isso se recomenda a ingestão de um suco de maçã<br />
ou de papaia adoçados com mel de abelha.<br />
Além disso, ingerir uma boa quantidade de gel de aloé Vera, uma vez que ele é<br />
altamente hidratante e reduz a dilatação das artérias e veias da cabeça, reduzindo<br />
a dor, consequentemente.<br />
b. Se a dor de cabeça é forte de manhã, mesmo depois de ingerir a Aloé Vera,<br />
tome um chá de casca de sabugueiro ou duas aspirinas, preferencialmente antes<br />
de dormir e logo ao amanhecer (esta medida é recomendada pelo Dr. Kenneth<br />
Bloom, do Centro de Saúde da Universidade do Texas).<br />
c. Ingerir bastante água com suco de Aloé Vera antes de dormir e logo ao despertar<br />
no dia seguinte. Isto ajudará a neutralizar os efeitos da desidratação causada<br />
pelo álcool e você se sentirá melhor no dia seguinte.<br />
Fonte: Saúde e Bem estar<br />
DICA<br />
As pilhas gastas e velhas ainda podem ser reaproveitadas por mais algum tempo.<br />
Basta fervê-las com água. A fervura funciona como carga nova.<br />
RIR<br />
Uma senhora muito feia está gravemente doente e o marido chama o médico.<br />
— A sua esposa não me agrada nada — diz o médico.<br />
— Nem a mim, tão-pouco — responde o marido.<br />
Astrologia,<br />
Karma e Felicidade<br />
Preço, 20,99 €<br />
Autora: Cristina Candeias<br />
A astróloga residente do programa "Praça da Alegria",<br />
de Jorge Gabriel, tornouse um fenómeno<br />
nacional, com as suas previsões em directo. Este<br />
é o seu primeiro livro. O livro que nos ensina a<br />
atravessar o deserto para encontrar o oásis e a felicidade<br />
plena. É necessário reflectir sobre quem<br />
fomos, o que somos e o que temos de vir a ser. Só<br />
depois de aceitarmos os nossos processos de mudança<br />
a vida se nos revelará.<br />
Cupão de encomenda na página 18<br />
PORTUGAL <strong>POST</strong> Nº 216 • Julho 20<strong>12</strong><br />
Receitas Culinárias<br />
Escalopes de Porco com Maçã<br />
Ingredientes:<br />
800 gr de lombo de porco; Sal q.b.;Farinha para polvilhar ; 3 colh. sopa de<br />
óleo ; 2 colh. sopa de margarina ; 2 maçãs reinetas ; 1 garrrafa pequena de<br />
sumo natural de maçã ; 2 hastes de salsa<br />
Corte a carne em escalopes finos, de preferência todos do mesmo tamanho. Tempere<br />
com sal e polvilhe com farinha. Aqueça o óleo e a margarina numa frigideira.<br />
Frite os escalopes com a salsa até alourarem por igual. Coloque num<br />
prato, depois de devidamente escorridos. Lave, corte em meias luas, retire as<br />
sementes às maçãs e salteie-as na gordura. Reserve noutro prato, depois de as<br />
escorrer. Num pirex, coloque em camadas as maçãs e os escalopes alternadamente.<br />
Regue com o sumo de maçã, cubra o pirex e leve ao forno para cozer<br />
brandamente durante cerca de 30 minutos.<br />
Bom apetite<br />
Creme de Tomate<br />
Ingredientes:<br />
700g de tomate maduro; 1 cebola grande; 2 colheres de sopa de<br />
azeite; 1 dente de alho; 1 ramo de salsa; 1 folha de louro; 1L de<br />
caldo de carne; 4 colheres de sopa de arroz; sal; pimenta; 1 colher<br />
de sopa de manteiga.<br />
Pique a cebola, aloure-a com o azeite e junte o tomate sem peles<br />
e sem graínhas, o dente de alho esmagado, a salsa e o louro. Tape<br />
e deixe estufar durante 5 minutos. Regue com o caldo de carne,<br />
deixe levantar fervura, junte o arroz e tempere com pimenta.<br />
Deixe cozer durante 20 minutos. Retire a salsa e o louro e passe<br />
a sopa pelo passador. Rectifique o sal e, já fora do lume, junte a<br />
manteiga.<br />
Creme Gelado de Café e Amêndoas<br />
Ingredientes:<br />
1/2 lata de leite condensado; 1 colh. de sobremesa de café solúvel;<br />
4 dl de natas ;100 g de amêndoa torrada e picada; 3 gemas;<br />
1 cálice de Rum; Cerejas e amêndoas para decorar<br />
Misture o leite condensado com as amêndoas picadas, as gemas,<br />
o Rum, as natas e o café. Mexa bem até obter um creme homogéneo.<br />
Coloque em taças individuais no congelador, durante 4/5<br />
horas. Enfeite com cerejas e amêndoas picadas.<br />
Bom apetite<br />
Números em Síntese<br />
Quantidade aproximada de sangue<br />
que contém o corpo humano 5,5litros<br />
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Tratamos de toda a documentação.<br />
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PORTUGAL <strong>POST</strong> Nº 216 • Julho 20<strong>12</strong><br />
Histórias da emigração<br />
Deixei Portugal quando tinha quase 19 anos<br />
Caros Senhores,<br />
Ficaria muito contente se publicarem<br />
esta minha participação.<br />
A minha história é uma parte<br />
da minha vida, talvez aquela mais<br />
importante dos 60 anos que até<br />
agora vivi e que se tornou num<br />
passo que mudou radicalmente a<br />
minha vida e de que nunca me arrependerei.<br />
Tinha eu quase 19 anos<br />
quando decidi acompanhar dois<br />
amigos que iam a salto para<br />
França. Estávamos todos os três<br />
com um pé na tropa. Esses meus<br />
amigos sabiam o que estavam a<br />
fazer, isto é, estavam conscientes<br />
de que iam fugir à tropa por convicções<br />
contra o regime que ao<br />
tempo vigorava em Portugal. Pelo<br />
meu lado, fugir era para mim naquela<br />
altura sair de uma situação<br />
de miséria e encontrar modo de<br />
vida digno num outro país.<br />
Nessa altura era a França o<br />
destino de muito portugueses; de<br />
todos, mesmo daqueles que fugiam<br />
por convicções politicas ou<br />
que eram contra a guerra nas antigas<br />
colónias portuguesas.<br />
Nunca esquecerei o dia em<br />
que nos pusemos andar em direcção<br />
à fronteira. Para não despertar<br />
a atenção de ninguém não levávamos<br />
bagagem. Levámos a roupa<br />
que tínhamos no corpo e...fosse o<br />
que Deus quisesse!<br />
O dinheiro também não era<br />
muito. Feitas as contas concluímos<br />
que com o que tínhamos talvez<br />
desse para comer até chegar à<br />
fronteira entre a Espanha e a<br />
França. De modo que concluímos<br />
que deveríamos evitar comprar<br />
bilhetes de comboio para poupar.<br />
Quer dizer: tínhamos de viajar<br />
sem pagar, clandestinamente.<br />
Isto assim dito é fácil, mas<br />
fazê-lo é muito, mas muito complicado.<br />
Mas antes tínhamos outras<br />
realidades para enfrentar. Chegar<br />
à fronteira entre Portugal e<br />
Espanha. Atravessá-la sem dar nas<br />
vistas e chegar à primeira cidade<br />
espanhola para pormos o nosso<br />
plano de viajar sem pagar em<br />
acção.<br />
A passagem clandestina da<br />
fronteira espanhola foi feita durante<br />
a noite. Chegámos ali para<br />
os lados de Chaves a uma pequena<br />
localidade e, depois de comermos<br />
umas sandes numa<br />
taverna, pusemo-nos em marcha<br />
em direcção àquilo que pensávamos<br />
ser a Espanha.<br />
Foi duro. Muito duro. Atravessamos<br />
montes e florestas; despimo-nos<br />
da cinta para baixo para<br />
atravessar riachos; subimos e descemos<br />
encostas e depois, no fundo<br />
mais fundo da noite chegámos à<br />
fronteira que reconhecemos por<br />
mor de uma torre guardada por<br />
um vigilante que supusemos ser<br />
espanhol.<br />
Sem ruído, rastejamos durante<br />
largos minutos até deixarmos a<br />
torre para trás. Mais esperançados,<br />
caminhámos pela noite adentro<br />
até avistarmos um casario que<br />
àquela hora da manhã acordava.<br />
Passamos essa aldeia e<br />
uns quilómetros a seguir encontrámos<br />
por sorte um pequeno<br />
café. Lá nos<br />
indicaram o caminho até<br />
Ourense, Espanha. Indicaram,<br />
dizia eu, mas não disseram<br />
quanto tempo era<br />
preciso até chegar lá. Caminhámos<br />
por atalhos para<br />
evitar as estradas e qualquer<br />
encontros com as autoridades<br />
espanholas. Não verdade,<br />
não tínhamos<br />
passaporte. A única documentação<br />
que levávamos<br />
era a nossa Cédula Pessoal<br />
(uma espécie de BI). A Cédula<br />
era assim um livrinho<br />
com uma capa negra onde<br />
figuravam as informações<br />
de cada cidadão: nome, filiação,<br />
data e local de nascimento,<br />
sem fotografia, claro<br />
está.<br />
Chegámos a Ourense<br />
extenuados. Era já noite. Alugámos<br />
um quarto numa pensão e ali<br />
recuperámos algumas forças e ficávamos<br />
protegidos de encontros<br />
indesejáveis com a polícia.<br />
Mais tarde, fomos à estação<br />
estudar o ambiente e ver o horário<br />
de saída dos comboios. Apanhámos<br />
um e tentamos a nossa sorte<br />
sem bilhete. Estabelecemos um<br />
turno de vigia e de alerta caso tivéssemos<br />
a passagem de um revisor.<br />
Quando isso acontecia, e não<br />
foram poucas as vezes, colocávamo-nos<br />
no exterior do comboio<br />
agarrados à porta durante alguns<br />
minutos até que o revisor passasse.<br />
Sinceramente, hoje seria<br />
impossível fazer isso devido à impossibilidades<br />
de se abrir uma<br />
porta em andamento. Também<br />
com a velocidade a que hoje os<br />
comboios andam seria impossível<br />
fazer o que fizemos. Mas éramos<br />
jovens e a nossa vontade de cumprir<br />
o nosso destino fazia o resto.<br />
Bom, não fomos apanhados<br />
pelo revisor, mas sim por pior<br />
ainda. Quando dormitávamos<br />
convencidos que ninguém nos incomodaria,<br />
até porque o comboio<br />
rolava na noite sem grande afluxo<br />
de passageiros, deparamos com<br />
dois homens que nos acordavam<br />
pedindo-nos pelo bilhete e pela<br />
nossa identificação. Soubemos<br />
imediatamente a seguir que tínhamos<br />
à nossa frente dois policias à<br />
civil que controlavam o comboio<br />
devido à situação politica com<br />
que a Espanha se confrontava naquele<br />
tempo em que a ditadura do<br />
General Franco era atacada violentamente<br />
por grupos armados.<br />
Evidentemente que dissemos<br />
que éramos portugueses, que não<br />
tínhamos documentação e que o<br />
nosso destino era a França onde<br />
queríamos viver e trabalhar. Os<br />
polícias habituados a estes encontros<br />
com portugueses que iam a<br />
salto (ir a salto é uma forma de<br />
emigrar sem documentação) disseram-nos<br />
primeiramente que nos<br />
iam entregar na próxima<br />
paragem a uma esquadra<br />
da polícia. Digo primeiramente,<br />
mas depois de termos<br />
apelado aos seus<br />
sentimentos recorrendo a<br />
Deus que eles muito temiam<br />
lá nos deixaram em<br />
paz numa paragem que o<br />
comboio fez durante<br />
aquela viagem.<br />
Soubemos que a paragem<br />
era a cidade de<br />
Burgos. Vadiámos por ali.<br />
Comemos pão com chouriço<br />
e, à noite, voltamos<br />
ao mesmo jogo dos comboios<br />
exactamente da<br />
mesma forma e com os<br />
mesmos riscos.<br />
Três dias depois de<br />
deixamos Burgos chegámos<br />
a San Sebastian. Depois<br />
a Irun, na fronteira,<br />
onde vagueámos quase<br />
uma semana sem encontrarmos<br />
um modo de passar<br />
a fronteira entre os<br />
Vidas<br />
25<br />
dois países. Tentámos tudo, até<br />
atravessar um rio a nado, mas sem<br />
êxito devido à força da corrente<br />
que se fazia sentir. Já sem dinheiro<br />
e com uma fome danada tivemos<br />
a sorte de encontrar um<br />
dito “passador” português que nos<br />
pediu os olhos da cara para<br />
pormo-nos no outro lado. O encontro<br />
com esse dito “passador”<br />
foi proveitoso porque lá teve a generosidade<br />
de nos pagar umas<br />
sandes e uns copos de vinho e ternos<br />
indicado o modo de chegar ao<br />
outro lado, à desejada França,<br />
terra da Liberté, Égalité, Fraternité<br />
e, para nós, terra prometida.<br />
Não foi assim tão fácil como<br />
nos tinha pintado o tal simpático<br />
“passador ” portuga. Passamos as<br />
passa de todos os Algarves e mais<br />
alguns para chegar à França, que,<br />
segundo o nosso compatriota, era<br />
ali ao virar da esquina.<br />
Sei que “viajámos” no exterior<br />
de um comboio agarrados ao que<br />
se podia agarrar durante cerca de<br />
cinco, sete minutos – o tempo do<br />
trajecto entre Irun e Hendaye.<br />
Passadas outras dificuldades e<br />
não pequenos obstáculos lá chegamos<br />
a França.<br />
Os leitores poderão adivinhar<br />
o estado em que estávamos: feios,<br />
porcos e famintos.<br />
Esta foi a primeira fase de<br />
uma viagem que ainda iria demorar<br />
mais tempo e conhecer novas<br />
aventuras, dificuldades, lágrimas,<br />
desilusões, desânimos e sofrimentos.<br />
Os meus dois amigos de viagem<br />
ficaram em Paris. Hoje são<br />
duas pessoas bem postas na vida<br />
e muito reputadas. Eu, pelo meu<br />
lado, estive algum tempo em Paris<br />
até ter um passaporte válido por<br />
seis meses e aventurei-me com<br />
destino à Holanda onde estive dez<br />
anos. Depois, o meu destino foi a<br />
Alemanha onde permaneço e permanecerei<br />
como se estivesse a<br />
fazer uma viagem que ainda não<br />
chegou ao fim.<br />
Leitor identificado<br />
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PORTUGAL <strong>POST</strong> Nº 216 • Julho 20<strong>12</strong><br />
Aumentos salariais na Alemanha<br />
podem ajudar a reequilibrar<br />
competitividade na EU<br />
A redução dos níveis salariais<br />
ao longo da última década é<br />
um dos motivos para a elevada<br />
competitividade da Alemanha<br />
diante de seus<br />
parceiros europeus. Agora a<br />
situação começa a inverterse.<br />
Ao longo de uma década<br />
os sindicatos alemães privilegiaram<br />
a manutenção dos<br />
postos de trabalho em detrimento<br />
dos aumentos salariais.<br />
Com as suas<br />
negociações salariais moderadas,<br />
eles acabaram por contribuir<br />
involuntariamente<br />
para aprofundar um desequilíbrio<br />
interno na zona do<br />
euro: enquanto a Alemanha<br />
ganhava em competitividade,<br />
os países do sul do bloco<br />
viam seus custos de trabalho<br />
aumentarem, em consequência<br />
de um boom económico<br />
baseado no endividamento.<br />
O resultado é conhecido:<br />
esses países agora precisariam<br />
desvalorizar suas moedas<br />
para voltar a ser<br />
competitivos, mas não<br />
podem fazer isso porque<br />
adoptaram o euro, a moeda<br />
comum. Há algum tempo, a<br />
então ministra das Finanças<br />
da França, Christine Lagarde,<br />
actual responsável do<br />
Fundo Monetário Internacional<br />
(FMI), ressaltara que<br />
existe um segundo caminho:<br />
a Alemanha deveria consumir<br />
mais e pagar melhores<br />
salários.<br />
Declarações como essa<br />
desencadearam uma acalorada<br />
discussão: deveria a<br />
Alemanha reduzir propositadamente<br />
o seu nível de competitividade<br />
para amenizar os<br />
problemas da zona do euro?<br />
De maneira alguma, diziam<br />
os especialistas, pois isso retiraria<br />
a pressão sobre os países<br />
do sul, para que eles<br />
melhorem a própria competitividade.<br />
Mudanças perceptíveis<br />
Mas, de lá para cá, os<br />
tempos mudaram. „Vemos<br />
uma mudança em relação aos<br />
salários“, diz o economistachefe<br />
do banco alemão Commerzbank,<br />
Jörg Krämer. Em<br />
três anos, países como<br />
Espanha e Portugal terão<br />
conseguido recuperar suas<br />
perdas em competitividade<br />
frente a outros países europeus,<br />
por causa da visível redução<br />
dos custos do trabalho<br />
nestes países. Também a Irlanda<br />
estaria nesse caminho.<br />
Ou seja, os países em<br />
crise estão a ganhar competitividade<br />
em comparação com<br />
a Alemanha. A isso soma-se<br />
os altos acordos salariais fechados<br />
recentemente pelos<br />
sindicatos alemães, por<br />
exemplo nos serviços públicos.<br />
Os vencimentos para<br />
quase dois milhões de pessoas<br />
subiram 3,5% a partir de<br />
1º de Março deste ano. A partir<br />
de 1º de Janeiro de 2013,<br />
o aumento será de 1,4% e,<br />
em 1º de Agosto, de outros<br />
1,4%. Isso significa 4,9% ao<br />
final de 10 meses e 6,3% depois<br />
de 18 meses.<br />
Já os três milhões e meio<br />
de trabalhadores da indústria<br />
alemã da metalurgia e electrónica<br />
podem comemorar o<br />
melhor aumento salarial dos<br />
últimos 20 anos. Empregadores<br />
e sindicatos fecharam um<br />
acordo que prevê 4,3% de<br />
aumento.<br />
O sindicato do sector de<br />
mineração e energia química<br />
está a pedir 6% a mais nos<br />
vencimentos dos quase 550<br />
mil empregados da indústria<br />
química. Também dessa negociação<br />
deverá sair um<br />
acordo colectivo que deverá<br />
ficar acima da inflação, hoje<br />
na casa dos 2% ao ano.<br />
Apoio dos políticos<br />
Os sindicatos alemães<br />
podem contar até mesmo<br />
com o apoio dos governantes.<br />
O ministro alemão das<br />
Finanças, Wolfgang<br />
Schäuble, declarou recentemente<br />
que está „tudo bem se<br />
na Alemanha os salários subirem<br />
mais do que em outros<br />
países da União Europeia“.<br />
Segundo Schäuble, a Alemanha<br />
fez os seus trabalhos<br />
de casa no passado e pode<br />
hoje permitir-se acordos salariais<br />
com índices mais altos<br />
do que os outros países.<br />
„Passamos por muitos anos<br />
de reformas“, completou.<br />
O comissário europeu de<br />
Assuntos Económicos e Monetários,<br />
Olli Rehn, também<br />
vê a situação de maneira parecida.<br />
Durante a apresentação<br />
do relatório conjuntural<br />
da Comissão Europeia, Rehn<br />
afirmou que acompanha de<br />
perto o debate sobre melhores<br />
salários e afrouxamento<br />
da política inflacionária na<br />
Alemanha. „Custos salariais<br />
maiores vão estimular ainda<br />
mais a demanda interna [na<br />
Alemanha]. Isso é bom para<br />
um maior equilíbrio na economia<br />
de toda a zona do<br />
euro“.<br />
Os países do sul recuperam,<br />
os alemães diminuem<br />
sua competitividade aumentando<br />
salários: é essa a saída<br />
para a crise do euro? Os políticos<br />
concordam com esse<br />
nivelamento do desequilíbrio<br />
no bloco. Mas Kramer discorda:<br />
„A união monetária<br />
como um todo fica enfraquecida<br />
se a sua maior economia<br />
perde competitividade não<br />
apenas face aos países da periferia,<br />
mas também frente a<br />
outras economias de fora da<br />
Europa“.<br />
Rolf Wenkel, Cortesia DW<br />
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