406de pacientes hipertensos, porém aincidência aumenta com a melhoriados métodos diagnósticos 27 (C).A causa, em 65% a 75% dos casos,é o adenoma produtor de aldosterona,seguido das hiperplasias uni ou bilateriais.A maioria dos pacientes evolui deforma assintomática ou apresenta sintomassecundários à hipocalemia. Ahipertensão arterial moderada ou severafreqüentemente é resistente, sendoas alterações do fundo de olho discretasou ausentes. A investigação laboratorialestá esquematizada na figura 1 27,28 (B).Os adenomas sem imagem podemser diferenciados das hiperplasias peladosagem simultânea da aldosterona nasveias supra-renais ou pelo teste dadeambulação 29 (C). Os adenomas e ahiperplasia unilateral são tratados comadrenalectomia unilateral convencionalou laparoscópica. Os pacientes devemreceber, previamente à cirurgia,espironolactona pelo período de, pelomenos, um mês para liberar a reninaplasmática, normalizar os níveis depotássio corporal e evitar o hipoaldosteronismopós-operatório. Seguimentoclínico é necessário, pois 50% dos pacientesmantêm hipertensão após acirurgia. Na hiperplasia bilateral, otratamento é feito com a espironolactona.Outras causasendócrinasHipotireoidismoÉ relativamente comum, principalmenteem mulheres, pois alcançaprevalência de aproximadamente 8%na população geral. Hipertensão,principalmente diastólica, chega a40%. Pode ser diagnosticado precocementepela elevação dos níveisséricos de TSH e confirmado com adiminuição gradativa dos níveis dafração livre de T4. Indica-se tratamentoconvencional da hipertensão,se persistir, após a correção comtiroxina 30 (C).HipertireoidismoA prevalência de formas clínica esubclínica em adultos varia de 0,5% a5%. Ante a suspeita clínica, recomenda-sea dosagem de TSH ultrasensível.A correção geralmente seacompanha de normalização dapressão arterial 31 (C).HiperparatireoidismoA hipertensão está presente em até40% dos pacientes com hiperparatireoidismoprimário e melhora apóscorreção cirúrgica. O diagnóstico deveser suspeitado quando houver calculoserenal recidivante, perda de massa óssea,poliúria, gastrite e depressão, comconfirmação pelo cálcio alto, fósforobaixo e PTH elevado 32 (C).AcromegaliaDecorre do excesso de produçãode hormônio do crescimento. Hipertensãoé muito freqüente, ocorrendoem graus moderado e severo emmais de 50% dos pacientes. O diagnósticoclínico deve ser confirmadopela dosagem de hormônio docrescimento e somatomedina (IGF1).Pode haver cura ou controle dahipertensão com diagnóstico etratamento precoces 33 (C).↓ ↓ ↓Suspender espironolactona, inibidor da ECA, betabloqueador e diurético por pelo menos 15 dias▼15 o dia – potássio sérico < 3,5 m Eq/1, potássio urinário > 30 mEq/24h▼Dosar aldosterona (Aldo) e renina plasmáticas (ARP)▼▼▼APR , Aldo , Aldo/APR ≤ 10 APR↓ ,Aldo (>15 ng/dl), Aldo/APR > 30 APR↓, Aldo↓▼Hiperaldosteronismo secundário Provável hiperaldosteronismo primário Mineralocorticismo Aldo-independente▼Sobrecarga salina 12 g/dia por 3 dias▼3 o dia – Aldo urinário ≥ 14 µg/24 h, sódio urinário ≥ 200 mEq/24h▼Hiperaldosteronismo primário confirmado▼Tomografia ou ressonância das adrenaisFigura 1 – Investigação laboratorial de hiperaldosteronismo.IV Diretrizes Brasileiras de Hipertensão ArterialRev Bras Hipertens vol 9(4): outubro/dezembro de 2002
407Síndrome de CushingComo causa rara de hipertensão, deveser suspeitada em todo paciente comobesidade centrípeta, pele atrófica, estriasvioláceas, face de lua cheia, fraquezamuscular e instabilidade emocional.O diagnóstico se baseia na elevaçãodo cortisol urinário de 24 horas ou nanão-supressão do cortisol plasmático às8h após a administração de 1 mg dedexametasona à 0h. Cerca de 80% dospacientes são hipertensos em diferentesgraus. O tratamento anti-hipertensivo navigência da síndrome muitas vezes requero uso de combinação de hipotensores,sendo recomendados os inibidores daECA, prazosin e espironolactona 34 (C).Referências1. Claybutin EB, Di Pette. DJ. Hypertensioninduced by drugs and other substances.Semin Nephrol 1995; 15: 72–86.2. Caetano ER, Zatz R, Saldanha LB,Praxedes JN. Hipertensive nephrosclerosisas a relevant cause of chronic renal failure.Hypertension 2001; 38: 171-6.3. Klag MJ, Whelton PK, Randall BL et al.Blood Pressure and End-Stage RenalDisease in Men. N Eng J Med 1996; 334:13-8.4. Klahr S, Levey AS, Beck GJ et al.Modification of Diet in Renal DiseaseStudy Group. The effects of dietaryprotein restriction and blood-pressurecontrol on the progression of chronicrenal disease. N Engl J Med 1994; 330:877-84.5. Randomised placebo-controlled trial ofeffect of ramipril on decline in glomerularfiltration rate and risk of terminal renalfailure in proteinuric, non-diabeticnephropathy. The GISEN Group(Gruppo Italiano di Studi Epidemiologiciin Nefrologia). Lancet 1997; 349: 1857.6. Brenner BM, Cooper ME, Zeeuw D.Effects of losartan on renal andcardiovascular outcomes in patients withtype 2 diabetes and nephropathy. N EnglJ Med 2001; 345: 861-9.7. Lewis EJ, Hunsicker LG, Clarke WR etal. Collaborative Study Group. Renoprotectiveeffect of the angiotensinreceptorantagonist irbersatan in patientswith nephropathy due to type 2 diabetes.N Eng J Med 2001; 345: 851-60.8. Bakris GL. Copley JB. Vicknais N et al.Calcium-channel blockers versus other antihypertensivetherapies on progressionNIDDM associated nephropathy. KidneyInt 1996; 50: 1641-50.9. De Lima JJ, Vieira ML, Abensur H,Krieger EM. Baseline blood pressureand other variables influencingsurvival on hemodialysis of patientswithout overt cardiovascular disease.Nephrol Dial Transplant 2001; 16(4):793-7 - B.10. Port FK, Hulbert-Shearon TE, Wolfe RAet al. Predialysis blood pressure andmortality risk in a national sample ofmaintenance hemodialysis patients. Am JKidney Dis 1999; 33: 507-17 - A.11. Fagugli RM, Reboldi G, Quintaliani G etal. Short daily hemodialysis: Bloodpressure control and left ventricular massreduction in Hypertensive hemodialysispatients. Am J Kidney Diseases 2001;38(2): 371-6 - B.12. Fernandez-Fresnedo G, Palomar R,Escallada R et al. Hypertension and longtermrenal allograft survival: effect ofearly glomerular filtration rate. NephrolDial Transplant 2001; 16(Suppl 1): 105-9 - B.13. Hernandez D, Lacalzada J, Salido et al.Regression of left ventricularhypertrophy by lisinopril after renaltransplation: role of ACE genepolymorphism. Kidney Int 2000; 58(2):889-97 - B.14. Venkat-Raman G, Feehally J, Elliott HLet al. Renal and haemodynamic effects ofamlodipine and nifedipine inhypertensive renal transplant recipients.Nephrol Dial Transplant 1998; 13(10):2612-6 - C.15. Mann S, Pickering TG. Detection ofrenovascular hypertension. Ann InternMed 1992; 117: 845-53.16. Kaplan MN. Screening for renovascularhypertension. UpToDate. 2001; 9(1) vol9, no 1.17. Minram A. Renal effects ofantihypertensive agents in parenchimalrenal disease and renovascularhypertension. J Cardiovasc Pharmacol1992; 19(Suppl 6): S45-S50 – D.18. Novick AC, Pohl MA, Schreiber M et al.Renovascularization for preservation ofrenal function in patients with atheroscleroticrenovascular disease. Urol ClinNorth Am 1984; 11: 477-87 – C.19. Oskin TC, Hansen KJ, Ditch JS et al.Chronic renal artery occlusion:nephrectomy versus revascularization. JVasc Surg 1999; 29: 140-9 – C.20. Ramsay LE, Walter PC. Blood pressureresponse to percutaneous transluminalangioplasty for renovascular hypertension:an overview of publishedseries. Br Med J 1990; 300: 569-72.21. Blum U, Krumme B, Flugel P et al.Treatment of ostial renal artery stenosiswith vascular endoprostheses afterunsuccessful balloon angioplasty. NEngl J Med 1997; 336: 459-65 – C.22. Pacak K, Linehan WM, Eisenhofer G etal. Recent advances in genetics, diagnosis,localization, and treatment of pheochromocytoma.Ann Inter Med 2001;315-29.23. Goldstein RE, O’Neill Jr JA, HolcombGWIII et al. Clinical experience over 48years with pheochromocytoma. AnnSurg1999; 229(6): 755-64.24. Maurea S, Cuocolo A, Reynolds JC,Tumeh SS et al. Iodine-131-metaiodobenzylguanidinescintigraphy inpreoperative and postoperativeevaluation of paragangliomas:comparison with CT and MRI. J NuclMed 1993; 34: 173-9.25. Ulchaker JC, Goldfarb DA, Bravo EL,Novick AC. Succesful outcomes inpheochromocytoma surgery in themodern era. J Urol 1999; 161: 764-7.26. Young WF Jr. Pheochromocytoma:issues in diagnosis & treatment.Compreensive Therapy 1997; 23: 319-26.27. Ganguly A. Primary aldosteronism. NEng J Med 1998; 339: 1828-34.28. Young Jr WF. Primary aldosteronism: acommon and curable form ofhypertension. Cardiology in review1999; 7: 2107-14.29. Foo R, O´Shaughnessy, Brown MJ.Hyperaldosteronism: recent concepts,IV Diretrizes Brasileiras de Hipertensão ArterialRev Bras Hipertens vol 9(4): outubro/dezembro de 2002