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SEQÜESTRO DE CARBONO PELA HEVEICULTURA Tarcísio José ...

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Usando as informações constantes na literatura, propôs-se 3 cenários possíveis baseados naspremissas básicas já definidas nas diversas conferências para aprovação de projetos MDL, sendo ocarbono armazenado na biomassa florestal; a emissão evitada ao se produzir um produto renovável(borracha natural) em substituição a um não-renovável (borracha sintética); e na possibilidade de geraçãode créditos ao considerar o produto florestal látex (C 5 H 8 ) como armazenador de carbono, considerou-secomo cenário de referencia ou “linha de base”, uma área degradada, em que possa ser implantado umseringal, assumindo como zero o acúmulo de carbono, assim todo carbono armazenado ou evitado peloprojeto será adicional.Para cálculo da quantidade de carbono armazenado na biomassa florestal e da produção deborracha seca de um seringal utilizou-se o estudo de Fernandes, (2003) sendo que para a Biomassa foiutilizado um total de 68,00 toneladas de carbono e de 36,9 toneladas de borracha seca por hectare. Assim,pode-se inferir que um Seringal pode contribuir com cerca de 277,60 toneladas de carbono, ou seja,aproximadamente 1019 toneladas de CO 2 equivalente, considerando o somatório de todos os cenáriospossíveis.Vale ressaltar que a emissão evitada de carbono ao se produzir a borracha natural em substituiçãoàs sintéticas representa cerca de 63,8% do potencial máximo de geração de CER’s; a biomassa comoarmazenadora de carbono 24,5%; e a borracha 11,7%. Se considerarmos apenas a biomassa florestalcomo armazenadora de carbono, que é o mais utilizado para outras culturas florestais na comercializaçãodos CER’s, a heveicultura mesmo apresentando acúmulo de carbono (68 tC/ha) menor que o do eucalipto,por exemplo, merece destaque, tendo em vista que o tempo de armazenamento do carbono em um seringalé de mais de 30 anos, o que não ocorre com o eucalipto, em que os ciclos são curtos para a maioria dosusos finais da madeira.Pelos resultados apresentados pode-se inferir que a heveicultura apresenta grande potencial parageração de CER’s, por meio do armazenamento de carbono na biomassa e na borracha natural e daemissão evitada ao se utilizar a borracha natural em substituição à sintética; a inclusão dos CER’s naheveicultura poderá contribuir para a solução da falta de recursos existentes na fase inicial da cultura, já queas primeiras receitas com a venda da borracha ocorrem, geralmente, a partir do sexto ano.Finalmente, deve-se ressaltar que as soluções para que se evite ou pelo menos retarde os efeitosdo aquecimento global são, do ponto de vista acadêmico, bem simples sendo elas: diminuir a emissãoatmosférica de CO 2 pela queima de combustíveis fósseis; diminuir a emissão atmosférica de CO 2 pelaqueima de florestas; e promover o florestamento e reflorestamento em larga escala, entretanto, na práticaexistem várias limitações, principalmente econômicas, que dificultam a diminuição da quantidade de GEEda atmosfera. Diante do exposto, conclui-se que a heveicultura é uma atividade florestal que merecedestaque perante o MDL, principalmente para o Brasil, tendo em vista seus benefícios sociais, ambientais eeconômicos. A inclusão dos CER’s como receita extra produção pode vir a estimular produtores eempresários a optar pela cultura, fazendo com que o Brasil, atualmente importador de borracha natural,possa vir a tornar-se auto-sustentável neste setor.REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICASBORRACHA NATURAL brasileira – Borracha via e-mail, 22 de Nov. 2003. disponível emhttp://www.borrachanatural.agr.br/borrachaviaemail/html. Acesso em: 24 de nov de 2003COTTA, M. K. Quantificação de biomassa e geração de certificados de emissões reduzidas noconsórcio seringueira-cacau. Viçosa: UFV,2005. 89f. Dissertação (Mestrado em Ciência Florestal) –Universidade Federal de Viçosa.FERNAN<strong>DE</strong>S, T. J. G. Contribuição dos Certificados de Emissões Reduzidas (CER`s) na viabilidadeEconômica da Heveicultura. Viçosa: UFV, 2003. 69 f. Dissertação (Mestrado em Ciência Florestal) –Universidade Federal de Viçosa.HAMEL, O.; ESCHBACH, J. M. Impact potential du mécanisme de développement prope dans I’avenir descultures pérennes: état des négociations internationales et analyse prospective a travers I’exemple de lafilière de production du caoutchouc naturel. OCL, Montpellier, v. 8, n.6, p. 599-610, 2001.NISHI, M.H. O MDL e o atendimento aos critérios de elegibilidade e indicadores de sustentabilidadepor diferentes atividades florestais. 2003. 66 p. Dissertação (Mestrado em Ciência Florestal) –Universidade Federal de Viçosa, Viçosa/MG.RAHAMAN, W. A. Natural rubber as a greem commodity – Part I. The Planter, v. 71, n. 830, p. 219-224,1995.RAHAMAN W. A.; SIVAKUMARAN S. Studies of carbon sequestration in rubber. Bali: UNCTAD/IRSGRubber Forum,1998.

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