História da Cultura e das Artes - Resumos.net
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Gonçalo Vaz de Carvalho - 2008<br />
característico romano) foram aplica<strong>da</strong>s a to<strong>da</strong>s as novas ci<strong>da</strong>des: os eixos norte-sul e nascente-poente, a malha<br />
ortogonal de ruas...<br />
_O tratado de Vitrúvio<br />
Através de Vitrúvio e do seu tratado, a c. séc. I a.C., Augusto conseguiu estabelecer as regras de boa<br />
edificação — solidez, utili<strong>da</strong>de, beleza e decoro —, definindo também um conjunto de normas técnicas e<br />
estéticas <strong>da</strong> arquitectura romana e <strong>da</strong> activi<strong>da</strong>de do próprio arquitecto.<br />
O classicismo grego fez <strong>da</strong> arquitectura uma disciplina na qual ordem, intuição, visão, idealização e<br />
símbolo contribuem para uma construção e ordenação racional do espaço habitável. Este tratado de arquitectura<br />
baseia-se na arquitectura grega, pelo que deverá ser entendido como uma produção greco-romana. As ordens<br />
gregas, a noção de proporção ideal, o ritmo dos elementos (por exemplo, o ritmo <strong>da</strong>s colunas, definido pela<br />
relação entre o seu diâmetro e o seu número, ou relacionando o intercolúnio) são retomados dos cânones e<br />
regras gregos.<br />
Contudo, os romanos também apresentaram inovações ao nível <strong>da</strong> construção: a finali<strong>da</strong>de e função do<br />
edifício foram características valoriza<strong>da</strong>s e que condicionaram a estrutura e organização interior do edifício. Ao<br />
contrário do que se assiste na arquitectura grega, a romana vai preocupar-se com o espaço interior, sendo isto<br />
possível com a introdução de novas estruturas construtivas como o arco de volta perfeita, a abóba<strong>da</strong> de berço e<br />
as paredes facilmente articuláveis.<br />
Os interiores na arquitectura romana apresentavam-se, então, como espaços confortáveis, grandiosos,<br />
decorados conforme o ambiente que ca<strong>da</strong> espaço requer.<br />
Outras características dos edifícios romanos são a sua monumentali<strong>da</strong>de (que era consegui<strong>da</strong> através, por<br />
exemplo, de um podium em que assentava todo o edifício) e a simetria <strong>da</strong> composição dos alçados e significam<br />
o equilíbrio e digni<strong>da</strong>de que nos edifícios se relaciona com o espaço urbano em que se inserem.<br />
A nível de tipologias arquitectónicas, há uma grande varie<strong>da</strong>de destas: de uso público temos, por<br />
exemplo, os templos; civis temos as termas, estúdios, circos, anfiteatros, teatros, fóruns, basílicas...<br />
_Ara Pacis — o Altar <strong>da</strong> Paz<br />
O monumento mais importante erguido por Augusto foi o Altar <strong>da</strong> Paz. É o emblema do período que<br />
Augusto iniciou — a pax romana — e segue o modelo helenístico do Altar de Zeus e Atena, em Pérgamo.<br />
Este monumento nasceu <strong>da</strong> necessi<strong>da</strong>de de edificar uma obra que consagrasse o estado e a prosperi<strong>da</strong>de<br />
do império. Erigiu-se, então, um volume paralelepipédico, com uma decoração distribuí<strong>da</strong> em dois níveis — o<br />
interior, uma decoração com motivos vegetais; o exterior, um alto relevo de uma procissão protocolar do<br />
império, com Augusto como protagonista — e com um altar no centro do seu interior.<br />
_Panem et Circences<br />
Nos primeiros séculos do império, a inexistência de guerras e conflitos internos e externos e o próspero<br />
desenvolvimento permitiram uma paz social aparente e um relativo bem-estar para o patriciado. O séc. I d.C.<br />
foi o “século do pão e do circo”, uma vez que a satisfação dos romanos passava apenas pela existência de<br />
alimento e espectáculos no circo. Roma viveu, então, durante este século, uma estabili<strong>da</strong>de que perdurou<br />
durante o período imperial. As gerações que se seguiram a Augusto apenas continuaram o seu trabalho:<br />
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