16.07.2015 Views

A-nova-sinfonia-paulistana

A-nova-sinfonia-paulistana

A-nova-sinfonia-paulistana

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

jornalistas”. Xingou de “canalha ética”, “bandido moral” e “delinquente intelectual” umgrupo de pessoas que defendia o regime venezuelano, entre as quais o escritor FernandoMorais, “aquele mistificador”. “É por isso que a esquerda é nojenta. Eu souconservador. Tentem achar um texto meu defendendo o Pinochet, a ditadura militarargentina ou a brasileira”, desafiou.Na boca de Azevedo, Raúl Castro vira o “anão assassino”; Che Guevara é o “porcofedorento”; Cristina Kirchner, a “beiçola de Buenos Aires”; Kim Jong IL, o “gordinhotarado”. Lula é sempre o “babalorixá de Banânia”. Aliás, na sua versão radiofônica,Azevedo imita com frequência – e bem – o ex-presidente, a quem costuma mandarrecados: “Você, Lula, é o pior caminho entre dois pontos.” Ao dizer que o petista é um“cadáver político”, parafraseou o filme O Sexto Sentido: “I see dead people. Quandovejo o Lula, „eu vejo gente morta‟.” Às vezes empolga-se tanto na virulência quetropeça nas palavras. Ele mesmo brinca, dizendo que se “afogou com guspe”, citandoexpressão de Dois Córregos, cidade do interior paulista onde nasceu.Era uma segunda-feira, dia 22 de junho, e Azevedo parecia especialmente animado. “Eaí, tomou umas Brahma, Reginaldo?”, perguntou de saída, gargalhando. ReginaldoLopes, a quem chega a citar dezenas de vezes enquanto está no ar, é o operador de somdo programa. Ao lado do jornalista Patrick Santos, de 42 anos, e de Victor LaRegina, de20 anos e ainda estudante, Lopes é um personagem que serve de escada para Azevedobrilhar.“Esse negócio de Brahma tá rendendo, hein, Reginaldo?”, continuou. Fazia alusão aonoticiário do fim de semana, no qual Lula aparecia numa suspeita troca de e-mails entreempreiteiros, com a alcunha da marca de cerveja. Naquele dia, o ex-presidente era oalvo do “editorial”, comentário que Azevedo lê no ar logo no início do programa: “Eudiria que ele está abaixo do volume morto. Mas, também, não é boa a expressão.Volume morto é a água que está abaixo da linha de captação. Pode ser tratada econsumida. O Lula já não tem mais como ser consumido. Nem o PT. É incompatívelcom o consumo humano.”Por quase onze minutos, Azevedo criticou declarações de Lula sobre o PT, a imprensa ea democracia. Referiu-se à “espantosa ignorância” do “chefão petista” para concluir seueditorial: “É impressionante que o Brasil tenha produzido essa monstruosidade políticadisfarçada de operário bonachão e bom camarada. #ProntoFalei.”Naquela tarde, ironicamente, Azevedo comentou que não precisava “sair xingando”ninguém “para aparecer em rede social”. Era uma alusão velada ao jornalista RicardoBoechat, da BandNews, que dias antes havia virado hit nas redes depois de mandar, aovivo, o pastor Silas Malafaia “procurar uma rola”.No dia 16 de abril, um dos assuntos de Os Pingos nos Is era uma manifestação em SãoPaulo contra o prefeito Fernando Haddad. Prato cheio para Azevedo, o alvo era oprojeto “De Braços Abertos”, que oferece tratamento e abrigo em hotéis do Centro dacidade, além de uma pequena remuneração – em troca de serviços de varrição – ausuários de crack. “Imagina o que é, caro ouvinte, o prefeito juntar no mesmo prédio

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!