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A-nova-sinfonia-paulistana

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Queria contar sobre as mudanças que estava implementando e explicar a demissão deCarlos Belmonte, chefe de reportagem da emissora, que saiu da Pan alegando ter sidodispensado por ser “um homem de esquerda”. “Desprezo a escola Reinaldo Azevedo, oumelhor, desprezo Reinaldo Azevedo”, disse Belmonte, numa redesocial, após 24 anosde Jovem Pan.Durante duas horas, intercalando um “bosta” aqui e um “merda” acolá, Tutinha expôssua visão da conjuntura política do país e as razões que o levaram a apostar numa linhaeditorial antipetista. Admitiu que alguns comentaristas falavam “umas merdas”, masdisse que traziam audiência, citando os vídeos de Sheherazade no portal da emissora.Disse que sua decisão era ousada e que por enquanto lhe dava prejuízos. Mas queprecisava fazer algo, afinal os jornais da emissora eram uma “bosta”. “Aos poucos voureerguendo essa merda.”Apesar do discurso e da guerra declarada ao governo nos microfones da rádio, os donosda Jovem Pan andaram passando o chapéu pelos corredores do Palácio do Planalto. Nodia 12 de março, segundo registros da Presidência, ele e o irmão estiveram reunidoscom o então ministro da Comunicação Social, Thomas Traumann, no 2º andar doPalácio do Planalto, a poucos metros da “governanta”. Dois meses depois, em meadosde maio, representantes da Pan voltaram a Brasília, dessa vez para fazer pontes com onovo ministro, Edinho Silva. Após uma semana, em 26 de maio, <strong>nova</strong> reunião, naredação da Jovem Pan, da qual participaram sete pessoas, entre as quais o diretor dejornalismo, José Carlos Pereira. Os encontros seguiram rituais parecidos: um ladoreclamou da verba publicitária rarefeita, o outro questionou a linha editorial e aabundância de adjetivos contra Dilma e o PT. No meio da conversa, Tutinha exaltou ofato de não fazer mais um jornalismo “água de salsicha”, insosso, para o qual ninguémdava bola. Comemorou a alta na audiência, mas reclamou, de novo, que a liderança nãohavia se traduzido em dinheiro.O governo sinalizou com <strong>nova</strong>s campanhas, entre elas uma pregando mais “tolerância”entre os brasileiros. Dias depois da visita do ministro, estreou um quadro no Jornal daManhã, chamado “Boa notícia”. O patrocinador é a administradora de cartões Elo,controlada pelo Bradesco, Caixa e Banco do Brasil.Há pouco mais de um ano, a Jovem Pan promoveu um evento com o mercadopublicitário para formalizar a chegada de Tutinha à presidência da emissora. Noencontro, com seu ar enfadado, o empresário anunciou: “Eu me coloquei uma margem:se for mal em três anos, tchau. Nova York que me espere. Eu não fico mais aqui.”Doutor Pimpolho, com certeza, aprovaria a decisão.

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