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Arranjo Físico e Redução de Custos do Processo Produtivo: estudo ...

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<strong>Arranjo</strong> Físico e Redução <strong>de</strong> <strong>Custos</strong> <strong>do</strong> <strong>Processo</strong> <strong>Produtivo</strong>: estu<strong>do</strong> multicasos noparque ceramista <strong>de</strong> ItuiutabaResumoAs cerâmicas têm papel importante para a economia <strong>do</strong> país e estratégias que maximizem aprodutivida<strong>de</strong> e reduzam, ao mesmo tempo, custos <strong>de</strong> produção as tornam mais produtivas e,por conseguinte, competitivas. A implantação, no ambiente operacional <strong>de</strong> tecnologiascompatíveis com as necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> tempo e custos <strong>do</strong> processo produtivo, incluia<strong>de</strong>quações no layout produtivo e melhor utilização <strong>do</strong> espaço disponível. Este estu<strong>do</strong> tevepor objetivo verificar se o arranjo físico <strong>de</strong> empresas localizadas em Ituiutaba (MG) éestrutura<strong>do</strong> <strong>de</strong> forma a minimizar custos. Caracterizada como <strong>de</strong>scritiva, a pesquisa foirealizada em empresas <strong>do</strong> parque ceramista e por meio <strong>de</strong> entrevista estruturada e observaçãodireta, coletou-se da<strong>do</strong>s relativos ao ambiente produtivo e aos processos <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>s naprodução <strong>de</strong> telhas e tijolos. Verificou-se que <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à realocação <strong>de</strong> equipamentos einvestimentos em maquinários estrategicamente instala<strong>do</strong>s, empresas <strong>do</strong> setor aumentaram ovolume <strong>de</strong> produção e reduziram custos e tempo <strong>do</strong> processo produtivo, evi<strong>de</strong>ncian<strong>do</strong> efeitospositivos ocorri<strong>do</strong>s em conseqüência <strong>de</strong> reestruturação no arranjo físico. Os resulta<strong>do</strong>sevi<strong>de</strong>nciam, também, que os gestores <strong>do</strong> setor estão sempre dispostos a buscarem tecnologiaspara rea<strong>de</strong>quação <strong>do</strong> layout <strong>do</strong> ambiente <strong>de</strong> produção e se mostram dispostos a investirem emequipamentos que reduzam custos e perdas produtivas.Palavras-Chave: Parque ceramista; <strong>Arranjo</strong> físico; <strong>Custos</strong> <strong>de</strong> produção.1. INTRODUÇÃOO parque ceramista possui importante papel para a economia <strong>do</strong> país, comparticipação significativa no Produto Interno Bruto. Para se manterem competitivas a<strong>do</strong>tamestratégias que maximizam a produtivida<strong>de</strong> e, por conseguinte, reduzem os custos <strong>de</strong>produção.Dentre os principais setores cerâmicos <strong>de</strong>stacam-se a cerâmica vermelha, cerâmicabranca e revestimentos. O setor <strong>de</strong> cerâmica vermelha, no Brasil, gera, como principaisprodutos telhas, tijolos, lajes, lajotas, ladrilhos vermelhos, tubos e agrega<strong>do</strong>s leves (ANICER,2007).A Associação Nacional da Indústria Cerâmica – ANICER (2007) aponta que omerca<strong>do</strong> conta com cerca <strong>de</strong> 5.500 empresas entre cerâmicas e olarias, sen<strong>do</strong> responsável pormais <strong>de</strong> 400 mil empregos diretos, 1,25 milhões indiretos e geran<strong>do</strong> um faturamento anual <strong>de</strong>R$ 6 bilhões (4,8% <strong>do</strong> faturamento da indústria da construção civil). Por outro la<strong>do</strong>, aAssociação Brasileira <strong>de</strong> Cerâmica – ABC (2008) contabiliza, especificamente para acerâmica vermelha, a existência <strong>de</strong> 11.000 empresas <strong>de</strong> pequeno porte distribuídas pelo País,empregan<strong>do</strong> cerca <strong>de</strong> 300 mil pessoas, e geran<strong>do</strong> um faturamento da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> R$ 2,8bilhões.7Ressaltan<strong>do</strong> a relevância <strong>do</strong> setor para a economia nacional, da<strong>do</strong>s divulga<strong>do</strong>s<strong>de</strong>stacam que, 2005, foram produzidas 63,6 bilhões <strong>de</strong> peças, das quais 75% foramblocos/tijolos. A produção total aponta um crescimento <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 113% em relação a 2004(crescimento por produto: tijolos/blocos (90,5%) e telhas (239%) (ANICER, 2007; ABC,2008).


De acor<strong>do</strong> com da<strong>do</strong>s divulga<strong>do</strong>s pelo Serviço Nacional <strong>de</strong> Aprendizagem Industrial –SENAI (2009) existem 3.600 indústrias <strong>do</strong> setor <strong>de</strong> cerâmica vermelha, na região Su<strong>de</strong>ste <strong>do</strong>Brasil, sen<strong>do</strong> 1.600 <strong>de</strong>las classificadas como cerâmica, produzin<strong>do</strong> em média 500.000peças/mês e com 40 funcionários cada e 2.000 olarias, com 8 funcionários cada, produzin<strong>do</strong>75.000 peças/mês.O processo produtivo, no parque ceramista, é caracteriza<strong>do</strong> por duas etapas distintas –a primária, que envolve exploração da matéria-prima e outra, a etapa <strong>de</strong> transformação, queenvolve vários processos, para elaboração <strong>do</strong> produto final. A implantação, no ambienteoperacional, <strong>de</strong> tecnologias compatíveis com as necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> tempo e custos <strong>do</strong>processo produtivo, inclui a<strong>de</strong>quações no layout produtivo e a melhor utilização <strong>do</strong> espaçodisponível (SLACK; CHAMBERS; JOHNSTON, 2002; SEBRAE, 2008).A distribuição a<strong>de</strong>quada e racional, no ambiente operacional, <strong>de</strong> tecnologiascompatíveis com as necessida<strong>de</strong>s gerenciais <strong>de</strong> controle <strong>do</strong>s elementos que compõem afabricação <strong>de</strong> produtos cerâmicos, provoca melhorias no processo produtivo e resultam emmelhor uso <strong>do</strong> espaço disponível.A concorrência observada no segmento e a <strong>de</strong>manda constante por produtos fabrica<strong>do</strong>spelo segmento cerâmico, especialmente pelo setor <strong>de</strong> cerâmica vermelha, pressupõem aorganização das ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> produção assim como <strong>do</strong>s equipamentos necessários aoprocesso para a obtenção <strong>de</strong> um arranjo físico a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>, proporcionan<strong>do</strong>, comoconseqüência, redução nos custos.Nesse contexto, este estu<strong>do</strong> <strong>de</strong>scritivo buscou verificar se o arranjo físico <strong>de</strong> empresas<strong>do</strong> parque ceramista, localizadas em Ituiutaba (MG), no Pontal <strong>do</strong> Triângulo Mineiro, éestrutura<strong>do</strong> <strong>de</strong> forma a minimizar custos <strong>de</strong> produção. Os da<strong>do</strong>s, obti<strong>do</strong>s por meio <strong>de</strong>entrevista estrutura e observação direta, evi<strong>de</strong>nciam informações relativas ao ambienteprodutivo e aos processos <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>s na produção <strong>de</strong> telhas e tijolos.Os resulta<strong>do</strong>s apura<strong>do</strong>s são apresenta<strong>do</strong>s nesse estu<strong>do</strong> que se subdivi<strong>de</strong> em cincosessões, sen<strong>do</strong> a primeira esta breve introdução. Na sequência têm-se a revisão <strong>de</strong> literatura,os procedimentos meto<strong>do</strong>lógicos a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong>s. Finalmente são discuti<strong>do</strong>s os da<strong>do</strong>s e apresentamseas consi<strong>de</strong>rações.2. REVISÃO DE LITERATURA2.1. Histórico da Indústria Cerâmica no BrasilNo Brasil, há mais <strong>de</strong> 2000 anos, antes mesmo da sua “<strong>de</strong>scoberta” pelos portugueses,já existia a ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fabricação <strong>de</strong> cerâmicas, representada por potes, baixelas e outrosartefatos cerâmicos.Estu<strong>do</strong>s relatam que a cerâmica mais elaborada foi encontrada na Ilha <strong>de</strong> Marajó; <strong>do</strong>tipo marajoara, tem sua origem na avançada cultura indígena da Ilha. Entretanto, estu<strong>do</strong>sarqueológicos indicam que a presença <strong>de</strong> uma cerâmica mais simples ocorreu na regiãoamazônica, há mais <strong>de</strong> 5000 anos atrás (PDP, 2008).No que tange à cerâmica vermelha, as escassas e imprecisas informações referem-se àutilização no perío<strong>do</strong> colonial, a partir <strong>de</strong> técnicas <strong>de</strong> produção rudimentares introduzidaspelos jesuítas, que necessitavam <strong>de</strong> tijolos para construção <strong>de</strong> colégios e conventos.Estu<strong>do</strong> divulga<strong>do</strong> pela Assembléia Legislativa <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo – ALESP(2005) relativo ao histórico da industria cerâmica no Brasil registra três fases distintas <strong>de</strong><strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong> setor. A primeira fase é classificada como artesanal. Na segunda fase


observa-se a expansão da industrialização enquanto que na terceira fase verifica-se amo<strong>de</strong>rnização e incorporação ao processo industrial <strong>do</strong>s conceitos <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> eprodutivida<strong>de</strong>.O Plano <strong>de</strong> Desenvolvimento Preliminar – PDP (2007), sobre o arranjo produtivo local<strong>de</strong> cerâmica vermelha <strong>de</strong> Vargem Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong> Sul (SP) <strong>de</strong>staca que a primeira fase da indústriacerâmica é marcada pela produção indígena, e perpassa pelas manufaturas <strong>do</strong> perío<strong>do</strong> coloniale se mantém até o inicio <strong>do</strong> século XX. Nessa fase, a produção é manual e nos processosprodutivos utilizam-se alguns equipamentos rudimentares movi<strong>do</strong>s por tração animal ouenergia hidráulica. O trabalho é volta<strong>do</strong> à produção <strong>de</strong> artefatos utilitários e <strong>de</strong> a<strong>do</strong>rno,objetos funerários, tijolos, telhas e tubos que suprem, basicamente, as necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>proprieda<strong>de</strong>s rurais, pequenos lugarejos e comunida<strong>de</strong>s indígenas (PDP, 2007).O mesmo PDP (2007) <strong>de</strong>staca que na segunda fase ocorre a industrialização <strong>do</strong>processo produtivo cerâmico. O perío<strong>do</strong> é marca<strong>do</strong> pela implantação <strong>de</strong> empreendimentosindustriais que teve como causa a substituição da ma<strong>de</strong>ira por tijolos e telhas nas edificações,por razões sanitárias e <strong>de</strong> escassez <strong>de</strong>ssa matéria-prima e, sobretu<strong>do</strong>, em <strong>de</strong>corrência dastransformações socioeconômicas <strong>do</strong> País, quan<strong>do</strong> o <strong>de</strong>senvolvimento industrial e a aceleração<strong>do</strong> crescimento urbano impulsionaram a <strong>de</strong>manda por produtos cerâmicos <strong>de</strong>stina<strong>do</strong>s àconstrução civil. Observa-se a massificação <strong>de</strong> cerâmicas próximas a centros urbanos em<strong>de</strong>trimento das olarias, que operavam <strong>de</strong> forma familiar. Gran<strong>de</strong>s importações <strong>de</strong>equipamentos industriais e processos europeus marcam essa fase produtiva (PDP, 2007).Nessa segunda fase, a partir da 2ª Guerra Mundial, verifica-se gran<strong>de</strong> expansão <strong>do</strong>parque cerâmico nacional, com a instalação <strong>de</strong> inúmeras indústrias e <strong>de</strong> produçãodiversificada. A produção, que até então se concentrava na fabricação <strong>de</strong> produtos dacerâmica vermelha para a construção civil passaram a produzir materiais <strong>de</strong> revestimento(pisos, azulejos e pastilhas), cerâmica sanitária, isola<strong>do</strong>res elétricos <strong>de</strong> porcelana, louça eporcelana <strong>de</strong> mesa, <strong>de</strong> a<strong>do</strong>rno e técnica, materiais abrasivos e refratários.A terceira fase, cujo inicio se dá na década <strong>de</strong> 1990, compreen<strong>de</strong> a fase <strong>de</strong>incorporação ao processo industrial <strong>do</strong>s conceitos <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> e produtivida<strong>de</strong>. As indústrias,participan<strong>do</strong> <strong>de</strong> um merca<strong>do</strong> globaliza<strong>do</strong> e competitivo, investem em programas <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>,adaptan<strong>do</strong>-se às exigências crescentes <strong>do</strong>s consumi<strong>do</strong>res e às novas regulamentaçõescomerciais, com esforços dirigi<strong>do</strong>s também à ampliação <strong>de</strong> sua inserção no merca<strong>do</strong>internacional. Embora se verifique, claramente, os três perío<strong>do</strong>s no <strong>de</strong>senvolvimento daindústria cerâmica brasileira, é conveniente ressaltar que ainda coexistem os três perío<strong>do</strong>sevolutivos – artesanal, industrial e <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>/ mo<strong>de</strong>rnização, mesmo nas regiões mais<strong>de</strong>senvolvidas <strong>do</strong> País.2.1.1 Histórico da Indústria Cerâmica na região Su<strong>de</strong>steUma avaliação sobre da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> 2005 disponíveis em pesquisa <strong>do</strong> Instituto Brasileiro <strong>de</strong>Geografia Estatística – IBGE revelou que a maioria da empresas produtoras <strong>de</strong> produtoscerâmicos, incluin<strong>do</strong> as cerâmicas vermelhas, se concentra na região Su<strong>de</strong>ste (41,7%),enquanto 30,2% estão na região Sul e na região Nor<strong>de</strong>ste está 15,7%.De acor<strong>do</strong> com Mariano e Lucena (2008), apesar <strong>do</strong> maior número <strong>de</strong> olarias seconcentrarem região Sul, é na região Su<strong>de</strong>ste que se produz o maior número <strong>de</strong> telhas etijolos, com a maior concentração <strong>de</strong> empregos diretos <strong>do</strong> país. Na região Su<strong>de</strong>ste, o esta<strong>do</strong> <strong>de</strong>Minas Gerais se posiciona atrás, apenas <strong>de</strong> São Paulo em relação a geração <strong>de</strong> empregosdiretos e <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong>, esses da<strong>do</strong>s comprovam a importância da indústria <strong>de</strong> cerâmica


vermelha <strong>de</strong> Minas Gerais e justifica o interesse no estu<strong>do</strong> relativo ao ambiente produtivo eaos processos produtivos <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>s nessas empresas.Na região Su<strong>de</strong>ste, mais especificamente no Triângulo Mineiro, as cida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> MonteCarmelo e Ituiutaba, em Minas Gerais, próximas <strong>de</strong> alguns gran<strong>de</strong>s centros consumi<strong>do</strong>rescomo Brasília, Goiânia, Belo Horizonte, Uberlândia, Uberaba e outros <strong>de</strong>senvolvemincessante ativida<strong>de</strong> industrial <strong>de</strong> cerâmica vermelha (FONSECA, 2006).O parque cerâmico existente no Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba congrega mais <strong>de</strong>cem indústrias <strong>de</strong> cerâmica vermelha, segun<strong>do</strong> o Sindicato das Indústrias <strong>de</strong> Cerâmica eOlaria <strong>do</strong> Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba – SINCOTAP/Ituiutaba e a Associação <strong>do</strong>sCeramistas <strong>de</strong> Monte Carmelo - ACEMC / Monte Carmelo.Observa-se, no entanto, que apesar <strong>do</strong> gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> empresas ceramistas asindústrias produtoras <strong>de</strong> cerâmica vermelha, em gran<strong>de</strong> maioria classificadas como empresas<strong>de</strong> pequeno e médio porte, utilizam tecnologias e equipamentos ultrapassa<strong>do</strong>s tanto noprocesso <strong>de</strong> produção (extração e preparo <strong>de</strong> matérias – primas, conformação, secagem equeima), quanto em relação ao maquinário e nível <strong>de</strong> automação (MARIANO; LUCENA,2008). Tal evidência justifica a baixa produtivida<strong>de</strong> média brasileira que gira em torno <strong>de</strong>12.000 peças/operário/mês quan<strong>do</strong> comparada com a produtivida<strong>de</strong> européia que atinge amédia <strong>de</strong> 200.000 peças/operário/mês.2.1.2 Indústria Cerâmica no Triângulo MineiroNo Triângulo Minério e Alto Paranaíba, duas cida<strong>de</strong>s pólos se <strong>de</strong>stacam na produção<strong>de</strong> telhas e tijolos: Ituiutaba, com <strong>de</strong>zesseis indústrias e, Monte Carmelo que possui cerca <strong>de</strong>quarenta industrias ceramistas (MARIANO; LUCENA, 2008). Nessas duas regiões, oconsumo mensal <strong>de</strong> argila gira em torno <strong>de</strong> 122.000 m3; o consumo <strong>de</strong> lenha é <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong>75.000 m3, a produção <strong>de</strong> telhas <strong>de</strong> diversos tipos alcança números da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 52 milhões<strong>de</strong> peças/mês.Ituiutaba é uma cida<strong>de</strong> que possui uma população atual estimada em 96.122habitantes, sen<strong>do</strong> que a população economicamente ativa é <strong>de</strong> 49.862 habitantes. O total <strong>de</strong>empresas é 5.273, sen<strong>do</strong> que o número <strong>de</strong> estabelecimentos industriais é <strong>de</strong> 189;estabelecimentos comerciais totalizam 1.255 empresas, enquanto que os estabelecimentospresta<strong>do</strong>res <strong>de</strong> serviços correspon<strong>de</strong>m a 3.829, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong>-se, inclusive os profissionaisliberais (PREFEITURA DE ITUIUTABA, 2009).Das <strong>de</strong>zesseis cerâmicas <strong>de</strong> Ituiutaba, apenas três são certificadas <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com oSindicato das Indústrias <strong>de</strong> Cerâmica e Olaria <strong>do</strong> Triângulo e Alto Paranaíba – SINCOTAP(2010). Apesar <strong>de</strong> possuir número menor <strong>de</strong> indústrias que Monte Carmelo a base sindical <strong>do</strong>setor cerâmico se concentra em Ituiutaba, dada à organização setorial que se verifica nomunicípio e ao <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> tecnologias <strong>de</strong> produção.Explicita-se, na sequência, as etapas <strong>do</strong> processo produtivo verificadas nas cerâmicas<strong>de</strong> Ituiutaba.2.1.3 <strong>Processo</strong> <strong>Produtivo</strong> da Cerâmica VermelhaEstu<strong>do</strong>s <strong>de</strong> merca<strong>do</strong> relativos a arranjos produtivos locais da cerâmica vermelha(SEBRAE, 2008) e outro <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> por Santos (2003) caracterizam o processo produtivoda cerâmica vermelha em subprocessos que compreen<strong>de</strong>m (1) <strong>Processo</strong> da matéria-prima:coleta, sazonamento, estoque e mistura da matéria-prima; (2) <strong>Processo</strong> <strong>de</strong> beneficiamento:


mistura<strong>do</strong>r, lamina<strong>do</strong>r e mistura<strong>do</strong>r; (3) <strong>Processo</strong> <strong>de</strong> fabricação: extrusão, corte e prensa; (4)<strong>Processo</strong> <strong>de</strong> queima e inspeção.Em cada um <strong>de</strong>sses subprocessos ocorrem etapas <strong>de</strong> fabricação da cerâmica vermelha.Sobre os processos produtivos e ambiente operacional apresenta-se a discussão a seguir.2.1.3.1 Etapas da Fabricação da Cerâmica Vermelha BARREIRA: local <strong>do</strong> qual é extraí<strong>do</strong> a argila ou barro, localizada geralmente emfazendas em que o proprietário ven<strong>de</strong> o direito <strong>de</strong> exploração da matéria-prima. A extração é feitapor máquinas escava<strong>de</strong>iras. TRANSPORTE: feito em caminhões, carrega<strong>do</strong>s pelas máquinas que fazem a extração,até os <strong>de</strong>pósitos das cerâmicas. NAS CERÂMICAS: a argila é estocada em <strong>de</strong>pósitos localiza<strong>do</strong>s, tanto no interior damesma, quanto fora, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que fique num raio bem próximo da mesma. A MISTURA: é o primeiro passo a ser da<strong>do</strong> para colocação da matéria-prima na linha<strong>de</strong> produção, da<strong>do</strong> que a qualida<strong>de</strong> e textura da argila são variadas, e para obter a qualida<strong>de</strong> e opadrão <strong>do</strong> produto faz-se necessário tal mistura processada por tratores. CAIXÃO DOSADOR: local on<strong>de</strong> a argila misturada é colocada para que seja <strong>do</strong>sada aquantida<strong>de</strong> a ser transportada nas esteiras. É o início propriamente dito <strong>do</strong> processo <strong>de</strong>transformação da matéria-prima. DESINTEGRADOR: máquina on<strong>de</strong> o barro transporta<strong>do</strong> pela esteira é coloca<strong>do</strong> a fim<strong>de</strong> fragmentar as gran<strong>de</strong>s porções <strong>de</strong> argila concentrada (torrões <strong>de</strong> barro). LAMINADOR: após a fragmentação, seguin<strong>do</strong> em condução pela esteira, o barro<strong>de</strong>speja<strong>do</strong> nesta máquina é corta<strong>do</strong>, transforman<strong>do</strong>-se em pequenas massas bem finas. MISTURADOR: novamente o barro é mistura<strong>do</strong> nesta máquina, a fim <strong>de</strong> dar maiorhomogeneida<strong>de</strong> e também ser ume<strong>de</strong>cida <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com a exigência necessária para se ter talhomogeneida<strong>de</strong>. MAROMBA: máquina encarregada <strong>de</strong> compactar o barro em forma <strong>de</strong> cilindros. CORTADOR: encarrega<strong>do</strong> <strong>de</strong> cortar o barro compacta<strong>do</strong> em cilindros <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com otamanho necessário para cada tipo <strong>de</strong> telha produzida. PRENSA: máquina que comprime o cilindro <strong>de</strong> barro, dan<strong>do</strong>-lhe a forma <strong>de</strong> telha. VAGONETA: pequeno vagão utiliza<strong>do</strong> para o transporte da telha após ser retirada daprensa. SECAGEM: local on<strong>de</strong> se dá o processo <strong>de</strong> secagem da telha, constituin<strong>do</strong>-se <strong>de</strong> umespaço retangular, on<strong>de</strong> ventila<strong>do</strong>res encarregam-se <strong>de</strong> espalhar o ar quente proveniente <strong>do</strong>sfornos <strong>de</strong> queima, por meio <strong>de</strong> canais construí<strong>do</strong>s no solo. FORNOS: locais on<strong>de</strong> é feita a queima da telha objetivan<strong>do</strong> dar resistência eimpermeabilida<strong>de</strong> ao produto. DEPÓSITO OU PÁTIO: espaço reserva<strong>do</strong> para as telhas retiradas <strong>do</strong>s fornos após oesfriamento, até que sejam colocadas em caminhões que farão o transporte até o local <strong>de</strong>comercialização.


2.2. <strong>Arranjo</strong> físicoO arranjo físico <strong>de</strong> uma operação produtiva preocupa-se com o posicionamento físico<strong>do</strong>s recursos <strong>de</strong> transformação (SLACK; CHAMBERS; JOHNSTON, 2002) e estabelecerelações físicas das ativida<strong>de</strong>s da empresa, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a organizar ou reorganizar os recursostransforma<strong>do</strong>res, ou seja, máquinas, equipamentos e mão <strong>de</strong> obra produtiva para se obter umadisposição mais agradável e eficiente.O planejamento <strong>do</strong> arranjo físico significa organizar a localização <strong>de</strong> todas asmáquinas, utilida<strong>de</strong>s, estações <strong>de</strong> trabalho, áreas <strong>de</strong> atendimento, áreas <strong>de</strong> armazenamento <strong>de</strong>materiais, corre<strong>do</strong>res, banheiros, refeitórios e ainda padrões <strong>de</strong> fluxo <strong>de</strong> materiais e pessoas(SLACK; CHAMBERS; JOHNSTON, 2002).A <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> arranjo físico é uma parte da estratégia da operação. Um projeto bemelabora<strong>do</strong> <strong>de</strong> arranjo físico é capaz <strong>de</strong> refletir e alavancar <strong>de</strong>sempenhos competitivos<strong>de</strong>sejáveis.2.2.1 Objetivos <strong>do</strong> arranjo físicoNa produção, o arranjo físico tem por objetivo planejar taticamente melhorias noprocesso produtivo, utilizan<strong>do</strong>-se melhor <strong>do</strong> espaço disponível, crian<strong>do</strong> ou alteran<strong>do</strong> umaestrutura já existente em benefício <strong>de</strong> maior eficiência na produção, redução <strong>do</strong> tempo <strong>de</strong>processamento e conseqüentemente <strong>de</strong> entrega <strong>de</strong> pedi<strong>do</strong>s e para que isso ocorra é necessário:Melhorar a estrutura da empresa;Diminuir o tempo <strong>de</strong> produção;Estabelecer ao opera<strong>do</strong>r um posto <strong>de</strong> trabalho seguro e confortável;Flexibilida<strong>de</strong> nas operações;Utilização <strong>do</strong> espaço disponível da forma mais eficiente possível;Diminuir o custo <strong>de</strong> tratamento <strong>do</strong> material;Minimizar o investimento no equipamento;Melhorar o processo <strong>de</strong> produção;Diminuir a variação <strong>do</strong>s tipos <strong>de</strong> equipamentos <strong>de</strong> tratamento <strong>do</strong> material.Slack, Chambers e Johnston (2002) citam que as <strong>de</strong>cisões que o estu<strong>do</strong> <strong>do</strong> arranjofísico leva em consi<strong>de</strong>ração os seguintes aspectos: (1) proporcionar um fluxo <strong>de</strong> comunicaçãoentre as unida<strong>de</strong>s organizacionais <strong>de</strong> maneira eficiente, eficaz e efetiva; (2) tornar o fluxo <strong>de</strong>trabalho eficiente; (3) proporcionar facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nação; (4) proporcionar situaçãofavorável a clientes e visitantes; e (5) ter flexibilida<strong>de</strong> ampla, ten<strong>do</strong> em vista as variaçõesnecessárias com o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong>s sistemas correlaciona<strong>do</strong>s.2.2.2 Tipos Básicos <strong>de</strong> arranjo físicoA <strong>de</strong>terminação <strong>do</strong> arranjo físico será a forma geral <strong>do</strong> arranjo <strong>do</strong>s recursos produtivos<strong>de</strong> operação que na prática <strong>de</strong>rivam <strong>de</strong> quatro tipos:1. <strong>Arranjo</strong> físico posicional: também conheci<strong>do</strong> como arranjo físico <strong>de</strong> posição fixa é,<strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com Slack, Chambers, Johnston (2002) uma contradição, haja vista que os recursostranforma<strong>do</strong>s não se movem entre os recursos transforma<strong>do</strong>res, manten<strong>do</strong>, portanto


estacionário o material (ou pessoa) processa<strong>do</strong> pela operação, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à impossibilida<strong>de</strong>,inviabilida<strong>de</strong> ou inconveniência <strong>de</strong> fazê-lo mover-se entre as etapas <strong>do</strong> processo. Esse arranjoé utiliza<strong>do</strong> em produções em que o produto é volumoso e a quantida<strong>de</strong> produzida é pequena.2. <strong>Arranjo</strong> físico por processo: nesse formato as necessida<strong>de</strong>s e conveniências <strong>do</strong>srecursos transforma<strong>do</strong>res, que constituem o processo na operação, <strong>do</strong>minam a <strong>de</strong>cisão sobre oarranjo físico (SLACK; CHAMBERS; JOHNSTON, 2002). Nele funcionários e máquinas sãodispostos em torno <strong>do</strong> processo, organiza<strong>do</strong>s por <strong>de</strong>partamentos. A lógica <strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong>arranjo é a <strong>de</strong> juntar recursos com função ou processo similar.3. <strong>Arranjo</strong> físico celular: caracteriza-se por agrupar em células <strong>do</strong>is ou mais postos <strong>de</strong>trabalhos distintos localiza<strong>do</strong>s proximamente, neste caso os produtos são feitos em pequenasquantida<strong>de</strong>s. Este arranjo tenta expandir as eficiências <strong>do</strong> geralmente ineficiente arranjo físicofuncional, tentan<strong>do</strong>, entretanto, não per<strong>de</strong>r muito <strong>de</strong> sua <strong>de</strong>sejável flexibilida<strong>de</strong>. Nesseformato os recursos transforma<strong>do</strong>s que entram na operação, são pré-seleciona<strong>do</strong>s (ou préselecionam-sea sí próprios) para movimentarem-se para uma parte específica da operação (oucélula) on<strong>de</strong> encontam-se to<strong>do</strong>s os recursos transforma<strong>do</strong>res necessários a aten<strong>de</strong>r suasnecessia<strong>de</strong>s imediatas <strong>de</strong> processamento (SLACK; CHAMBERS; JOHNSTON, 2002).4. <strong>Arranjo</strong> físico por produto: este formato consiste na localização <strong>do</strong>s recursosprodutivos transforma<strong>do</strong>res inteiramente segun<strong>do</strong> a melhor conveniência <strong>do</strong> recurso que estásen<strong>do</strong> transforma<strong>do</strong> (SLACK; CHAMBERS; JOHNSTON, 2002). Esse arranjo é maissuscetível a paradas, menor flexibilida<strong>de</strong> quanto à mudanças <strong>de</strong> produtos, os operários e asmáquinas são fixos e as tarefas especializadas, há redução <strong>de</strong> movimentações e estoque emprocesso. <strong>Arranjo</strong>s físicos por produtos são projeta<strong>do</strong>s para acomodar apenas alguns poucosprojetos <strong>de</strong> produto pois permitem um fluxo linear <strong>de</strong> materiais ao longo da instalação quetrata da fabricação <strong>do</strong>s produtos.Como os arranjos produtivos são elabora<strong>do</strong>s para facilitar o processo nas indústrias<strong>de</strong>preen<strong>de</strong>-se que minimiza custos. Discutem-se, na sequência, conceitos relativos a custos <strong>de</strong>produção.2.3 <strong>Custos</strong> <strong>de</strong> produçãoDe acor<strong>do</strong> com Martins (2006), a contabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> custos passou <strong>de</strong> mera auxiliar naavaliação <strong>de</strong> estoques e lucros globais para importante fonte <strong>de</strong> controle e <strong>de</strong>cisão gerencial.Com o aumento da competitivida<strong>de</strong> que ocorre mundialmente, seja nos merca<strong>do</strong>s industriais,comerciais ou <strong>de</strong> serviços, os custos tornam-se altamente relevantes na tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões.A contabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> custos me<strong>de</strong> e relata as informações financeiras e outrasinformações relativas à aquisição ou ao consumo <strong>do</strong>s recursos <strong>de</strong> uma organizaçãoproporciona<strong>do</strong> informações para a contabilida<strong>de</strong> gerencial e a contabilida<strong>de</strong> financeira(HORNGREN; DATAR; FOSTER, 2004). Dentre essas informações estão aquelasrelacionadas a custos <strong>do</strong> processo produtivo das organizações industriais.Os conta<strong>do</strong>res, relativamente ao conceito <strong>de</strong> custos <strong>de</strong>finem-no como um recursosacrifica<strong>do</strong> ou renuncia<strong>do</strong> para conseguir um objetivo específico (HORNGREN; DATAR;FOSTER, 2004). Martins (2006) afirma que os custos são gastos utiliza<strong>do</strong>s com bem ouserviço na produção <strong>de</strong> outros bens ou serviços.Um gasto, por sua vez, consiste na compra <strong>de</strong> um produto ou serviço qualquer, quegera sacrifício financeiro para a entida<strong>de</strong> (<strong>de</strong>sembolso), sacrifício esse representa<strong>do</strong> porentrega ou promessa <strong>de</strong> entrega <strong>de</strong> ativos, que po<strong>de</strong>m ser representa<strong>do</strong>s por produtos e aindapor dinheiro (MARTINS, 2006). Autores como Perez Júnior, Oliveira e Costa (2006)


concluem que gasto é o consumo genérico <strong>de</strong> bens e serviços e que ocorrem a to<strong>do</strong> instante eem qualquer setor da empresa.3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOSO <strong>de</strong>lineamento a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong> nesta pesquisa caracteriza-se como sen<strong>do</strong> um estu<strong>do</strong><strong>de</strong>scritivo. Beuren (2006) <strong>de</strong>staca que os estu<strong>do</strong>s <strong>de</strong>scritivos têm, como principal objetivo, a<strong>de</strong>scrição das características <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminada população ou fenômeno ou o estabelecimento <strong>de</strong>relações entre as variáveis.A população investigada consistiu, inicialmente <strong>de</strong> todas as empresas, <strong>de</strong>zesseis nototal, localizadas na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Ituiutaba (MG), entretanto a amostra final limitou-se a duascerâmicas que se dispuseram a respon<strong>de</strong>r o instrumento <strong>de</strong> pesquisa e permitiram que aspesquisa<strong>do</strong>ras visitassem as instalações fabris e observassem, in loco e em tempo real, oprocesso produtivo.O instrumento <strong>de</strong> pesquisa utiliza<strong>do</strong> para a coleta <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s foi uma entrevistaestruturada que possibilitou um entendimento sobre o assunto, realiza<strong>do</strong> pessoalmente com osresponsáveis pelo setor <strong>de</strong> produção e qualida<strong>de</strong> da produção das cerâmicas.No que se refere à análise <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s, ten<strong>do</strong> em vista os objetivos <strong>de</strong>fini<strong>do</strong>s, classificaseeste estu<strong>do</strong> como quantitativo, pois <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com Richardson (1999) caracteriza-se peloemprego <strong>de</strong> quantificação tanto nas modalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> informações, quanto notratamento <strong>de</strong>las por meio <strong>de</strong> técnicas estatísticas.A análise <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s coleta<strong>do</strong>s é apresentada na próxima sessão.4. ANÁLISE DE DADOS4.1. Caracterização das Empresas Analisadas e <strong>do</strong> <strong>Processo</strong> <strong>Produtivo</strong>As duas empresas ceramistas que participaram <strong>de</strong>ste estu<strong>do</strong> têm como pontos comunsa produção <strong>de</strong> telhas e tijolos, muito embora concentrem a maioria <strong>de</strong> seus esforçosprodutivos na fabricação <strong>de</strong> telhas.Apesar <strong>de</strong> não serem certificadas ambientalmente, ambas também apresentamcertifica<strong>do</strong> forneci<strong>do</strong> pelo CCB/INMETRO.Na análise <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s coleta<strong>do</strong>s, verificou-se que as empresas atuam no merca<strong>do</strong> hámais <strong>de</strong> 10 anos e estão classificadas no subsetor <strong>de</strong> cerâmica vermelha ou estrutural.Juridicamente são classificadas como empresas por cotas <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> limitada. Cadauma possui em média 50 funcionários. A Cerâmica Maracá, uma das empresas <strong>de</strong>ste estu<strong>do</strong>,possui faturamento anual superior a 1 milhão <strong>de</strong> reais enquanto na Cerâmica Santorini, ofaturamento anual atinge valor próximo, também, a 1 milhão <strong>de</strong> reais.As cerâmicas, Maracá e Santorini, para facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> redação, foram chamadas naapresentação <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s como Empresa A e Empresa B, respectivamente. As empresas nãoexportam seus produtos para outros países, comercializan<strong>do</strong> toda a produção internamentepara os esta<strong>do</strong>s <strong>de</strong> Goiás, São Paulo, Mato Grosso e para outros municípios <strong>de</strong> Minas Gerais.A extração <strong>de</strong> argila é feita no leito <strong>do</strong> Rio Paranaíba, nos meses <strong>de</strong> estiagem e apóssua retirada permanece em esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> maturação por um perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> um a <strong>do</strong>is anos. Otransporte da área <strong>de</strong> maturação para o <strong>de</strong>posito é feito diariamente através <strong>de</strong> caminhões.Após chegar á empresa, a argila passa por um processo <strong>de</strong> pré-preparação da massa, para oqual se utiliza um trator com enxada rotativa. Após esse procedimento a mesma é passada


para o caixão, on<strong>de</strong> é medida, seguin<strong>do</strong> para o <strong>de</strong>sintegra<strong>do</strong>r <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong> “quebra-torrão”.Depois <strong>de</strong> quebra<strong>do</strong>s os torrões <strong>de</strong> argila, este seguem para o lamina<strong>do</strong>r e em seguida para omistura<strong>do</strong>r on<strong>de</strong> a argila é misturada com água. A próxima etapa é a fase <strong>de</strong> extrusão oumaromba, on<strong>de</strong> o barro é compacta<strong>do</strong> em cilindros retangulares que são corta<strong>do</strong>s e prensa<strong>do</strong>s,adquirin<strong>do</strong> então o formato <strong>do</strong> produto <strong>de</strong>seja<strong>do</strong> – telha ou tijolo – para, em seguida, passarempara a secagem on<strong>de</strong> o produto fica a uma temperatura <strong>de</strong> 30ºC por um perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> 24 horas.Após esse perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> secagem o produto é transferi<strong>do</strong> para um segun<strong>do</strong> seca<strong>do</strong>r comtemperatura superior a 100ºC. Até nesse ponto <strong>do</strong> processo a matéria-prima po<strong>de</strong> serreutilizada, caso o produto apresente <strong>de</strong>feitos como trincas ou rachaduras. Depois <strong>de</strong> ocorri<strong>do</strong>o processo <strong>de</strong> secagem o produto segue para a queima, por um perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> 26 a 72 horas, emfornos cujas temperaturas crescentes po<strong>de</strong>m chegar até 900ºC. Após a queima o produto ficanuma etapa <strong>de</strong> resfriamento, <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> próprio forno por um dia e na sequência segue para oestoque.Após o processo <strong>de</strong> queima, caso o controle <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong>tecte produtos compequenas imperfeições estes são vendi<strong>do</strong>s como produtos <strong>de</strong> 2ª linha, a um preço menor.Entretanto quan<strong>do</strong> o dano é muito gran<strong>de</strong> o produto é <strong>de</strong>scarta<strong>do</strong>, verifican<strong>do</strong>-se perda total,haja vista que é cedi<strong>do</strong>, gratuitamente, ao município para cascalhamento e/ou aterramento <strong>de</strong>estradas vicinais.Na empresa A os fornos são alimenta<strong>do</strong>s por cavacos, restos <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> eucaliptorefloresta<strong>do</strong>, <strong>de</strong> origem da Indústria Faber Castell situada na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Prata (MG), distanteem média 90 km <strong>de</strong> Ituiutaba, ou <strong>de</strong> palletes negocia<strong>do</strong>s com a DPA Nestlé. O uso <strong>de</strong>ste tipo<strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira para alimentação <strong>do</strong>s fornos reduz os impactos ambientais ao meio ambiente eacumula créditos <strong>de</strong> carbono. Ressalta-se que essa empresa, para reduzir custos com a lenhaque alimenta os fornos e com a própria energia elétrica consumida no processo fezinvestimentos na aquisição <strong>de</strong> fornos elétricos e novos gera<strong>do</strong>res <strong>de</strong> energia, fato esse queresultou em redução <strong>do</strong> custo pago por este fator produtivo.Na empresa B, as etapas produtivas ocorrem <strong>de</strong> forma análoga à discutida na EmpresaA, entretanto o processo aqui difere da Empresa A, haja vista que esta empresa, foi adquiridauma corta<strong>de</strong>ira elétrica que agiliza o processo <strong>de</strong> corte <strong>do</strong>s cilindros <strong>de</strong> argila e reduzem otempo gasto no processo produtivo aumentan<strong>do</strong> o volume <strong>de</strong> produção, como será<strong>de</strong>monstrada no <strong>de</strong>correr da discussão.Em ambas as empresas, obteve-se a informação que <strong>de</strong> toda a produção, 90% éresultante da fabricação <strong>de</strong> telhas e apenas 10% resulta <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> tijolos. O milheiro <strong>de</strong>telha, conforme informação <strong>do</strong> gestor, é vendida por R$550,00. Segun<strong>do</strong> os diretores existeuma sazonalida<strong>de</strong> com relação à venda <strong>de</strong> telhas e tijolos e, nas épocas consi<strong>de</strong>radas “boas”ven<strong>de</strong>-se, em média 350.000 telhas e 50.000 tijolos por mês. Nas épocas “ruins” a vendatotaliza 300.000 telhas e 30.000 tijolos.As duas empresas realizam testes internos <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> a cada 3 meses e passam porauditorias externas a cada 6 meses. Tais procedimentos as qualificaram com a certificaçãoINMETRO. A Cerâmica Santorini obteve também a certificação ISO 9001:2008 que garante ocomprometimento da empresa na melhoria contínua <strong>de</strong> seus processos. Os equipamentosprodutivos estão organiza<strong>do</strong>s <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com o arranjo físico por processo estan<strong>do</strong> osfuncionários e maquinários dispostos em torno <strong>do</strong> processo, organiza<strong>do</strong>s por <strong>de</strong>partamentos.4.2. Impactos Resultantes da Reestruturação <strong>do</strong> <strong>Arranjo</strong> Físico e Aquisição <strong>de</strong>Equipamentos


Devi<strong>do</strong> ao fato <strong>de</strong> ambas as empresas terem investi<strong>do</strong> em tecnologias, os gestoresinformaram que foi necessária a rea<strong>de</strong>quação <strong>do</strong> arranjo físico <strong>de</strong> forma que pu<strong>de</strong>ssem seracondiciona<strong>do</strong>s e dispostos por processo, em conformida<strong>de</strong> com o layout a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong>. Devi<strong>do</strong> àessas aquisições buscou-se verificar qual o impacto verifica<strong>do</strong> na produtivida<strong>de</strong> e nos custosprodutivos.A tabela abaixo, ilustra os gastos com energia elétrica, verificada ao longo <strong>de</strong> <strong>de</strong>zmeses, antes da aquisição e após a aquisição <strong>do</strong> gera<strong>do</strong>r elétrico que substituiu a queima feitaem fornos à lenha pela queima em fornos elétricos, na Cerâmica Maracá. Esperava-se que,com o uso <strong>de</strong> gera<strong>do</strong>res, o custo com energia elétrica apresentasse uma redução <strong>de</strong>, nomínimo, R$ 2.220,00.TABELA 1 – Variações nos níveis <strong>de</strong> custos com energia elétrica com e sem o uso <strong>de</strong>gera<strong>do</strong>res elétricosMesesValor (em R$) gasto emenergia elétricaTipo <strong>de</strong> situação0 sem gera<strong>do</strong>r1 com gera<strong>do</strong>r1 23.100,00 02 23.500,00 03 22.800,00 04 22.900,00 05 23.400,00 06 21.000,00 17 20.500,00 18 21.200,00 19 20.900,00 110 21.000,00 1Fonte: as autoras (2010)Espera-se que com o uso <strong>de</strong> gera<strong>do</strong>res para a produção, o aumento <strong>de</strong> um gera<strong>do</strong>rprovocaria a redução média <strong>de</strong> R$2220,00 no preço da energia elétrica (variável <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte).Sem o uso <strong>de</strong> gera<strong>do</strong>res, o custo com energia elétrica permaneceria o mesmo. Os cálculos<strong>de</strong>monstram que o R² = 0,950621094 ou 95,06% enquanto o r = 0,974997996 ou 97,50%.Com o R² igual a 95,06% po<strong>de</strong>-se concluir que a variação <strong>do</strong> preço da energia elétricaé estatisticamente explicada pelo uso ou não <strong>de</strong> gera<strong>do</strong>res. O valor positivo da correlação estábasea<strong>do</strong> na observação <strong>de</strong> que a inclinação <strong>de</strong> β¹ da reta <strong>de</strong> regressão é positiva, portanto, opreço da energia e o uso ou não <strong>de</strong> gera<strong>do</strong>res estão relaciona<strong>do</strong>s positivamente.Conclui-se, também, com 95% <strong>de</strong> confiança que o valor <strong>de</strong> β¹ (energia elétrica) varia<strong>de</strong> -2.632,51056 a -1.807,48944, confirman<strong>do</strong> a redução no gasto com energia elétrica, <strong>de</strong>acor<strong>do</strong> com a expectativa <strong>do</strong>s gestores.Na Cerâmica Santorini, por sua vez a expectativa era <strong>de</strong> que com a aquisição dacorta<strong>de</strong>ira elétrica, em substituição ao processo manual <strong>de</strong> corte <strong>do</strong>s cilindros <strong>de</strong> argila aprodução variável <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte, aumentasse. A tabela evi<strong>de</strong>ncia os da<strong>do</strong>s relativos ao volume<strong>de</strong> produção forneci<strong>do</strong> pelos diretores da empresa.TABELA 2 – Variações nos níveis <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com diferentes situaçõesMesesProdução(em quantida<strong>de</strong>s)Tipo <strong>de</strong> situação0 produção manual1 produção mecanizada1 19.200 02 19.300 03 19.250 04 19.700 0


5 19.450 06 46.000 17 47.500 18 48.000 19 46.800 110 48.000 1Fonte: as autoras (2010)Esperava-se que com um aumento <strong>de</strong> cada unida<strong>de</strong> da produção, <strong>de</strong>corrente daaquisição <strong>do</strong> equipamento, ocorresse um aumento estima<strong>do</strong> médio da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 47.260unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> produção. Os cálculos estatísticos evi<strong>de</strong>nciam um R² = 0,998399569 ou 99,83%enquanto o r = 0,999199464 ou 99,99%.Po<strong>de</strong>-se concluir que 99,83% da variação da produção é estatisticamente explicadapelo tipo usa<strong>do</strong> na produção (manual / elétrica). O valor positivo da correlação está basea<strong>do</strong>na observação <strong>de</strong> que a inclinação <strong>de</strong> β¹ da reta <strong>de</strong> regressão é positiva, portanto, a produção eo tipo usa<strong>do</strong> na produção (manual / elétrica) estão relaciona<strong>do</strong>s positivamente, também.Admitin<strong>do</strong>-se o nível <strong>de</strong> confiança <strong>de</strong> 95% infere-se que o valor <strong>de</strong> β¹ varia <strong>de</strong> 26969,93144 a28790,06856.Assim, os da<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s <strong>de</strong>monstram que houve redução <strong>de</strong> custos com energiaelétrica na Cerâmica Maracá após a construção <strong>do</strong> gera<strong>do</strong>r <strong>de</strong> energia, alteração realizada noarranjo físico. Na Cerâmica Santorini, após a implantação da máquina corta<strong>de</strong>ira, observa-se,também, que a empresa conseguiu alavancar a produção média e reduzir os custos com mão<strong>de</strong> obra produtiva.5. CONSIDERAÇÕES FINAISCom total <strong>de</strong>dicação, preocupação com a qualida<strong>de</strong> e satisfação <strong>do</strong>s clientes, ascerâmicas visitadas foram em busca <strong>de</strong> novas tecnologias e méto<strong>do</strong>s <strong>de</strong> produção queproporcionassem crescimento e competitivida<strong>de</strong> <strong>de</strong> merca<strong>do</strong>.Como as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> manutenção e controle <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> estão entre os princípiosbásicos que constituem a estruturação <strong>de</strong> um arranjo físico observou-se, nas empresasvisitadas, que investimentos foram direciona<strong>do</strong>s à construção <strong>de</strong> Laboratório <strong>de</strong> Testes <strong>de</strong>Qualida<strong>de</strong> para monitaração mais eficiente <strong>de</strong> to<strong>do</strong> o processo produtivo. Enquanto aCerâmica Santorini optou pela construção fora <strong>de</strong> seu espaço fabril a Cerâmica Maracá,construiu-o <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> sua fábrica.Dada a importância <strong>do</strong> arranjo físico, e a <strong>de</strong>scrição da essencialida<strong>de</strong> <strong>do</strong> planejamentoestrutural que vise a redução <strong>do</strong> risco <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes para os trabalha<strong>do</strong>res, verificou-se que,para aten<strong>de</strong>r a esse aspecto, modificações no ambiente fabril foram realiza<strong>do</strong>s.No entanto, questões relativas à segurança <strong>do</strong> ambiente produtivo merecem atençãohaja vista que se verificou, em uma das cerâmicas que há uma cavida<strong>de</strong> profunda oriunda dainstalação <strong>de</strong> uma máquina que hoje não mais utilizada, e essa cavida<strong>de</strong> está próxima <strong>do</strong>strabalha<strong>do</strong>res não existin<strong>do</strong> isolamento que <strong>de</strong>marque ou restrinja a passagem. Ainda nessacerâmica, percebeu-se que os funcionários não trajavam protetores auditivos, obrigatórios naprodução. Na segunda cerâmica notou-se que as escadas externas <strong>de</strong> acesso á fábrica nãopossuem corrimão.As instalações da fábrica são <strong>de</strong>terminadas a fim <strong>de</strong> facilitar a disposição <strong>do</strong>s centrosdas ativida<strong>de</strong>s. Foi observa<strong>do</strong> que o fluxo da produção entre <strong>de</strong>partamentos é continuo eocorre sem obstáculos. As cerâmicas analisadas otimizaram o espaço disponível da formamais eficiente possível. Os <strong>de</strong>partamentos foram dispostos com o mínimo <strong>de</strong> distância


possível entre eles. Naqueles processos consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s <strong>de</strong> setores intermediários da produção,prensa, coleta e posicionamento das telhas na vagoneta, os funcionários ficam para<strong>do</strong>s e oprocesso gira em torno <strong>de</strong>les por meio <strong>de</strong> esteiras transporta<strong>do</strong>ras. A redução <strong>do</strong> <strong>de</strong>slocamento<strong>do</strong>s funcionários proporcionou ganho <strong>de</strong> tempo na produção.Outra constatação foi que, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à preocupação com a redução <strong>de</strong> custos e aumentoda produtivida<strong>de</strong>, as cerâmicas realizaram modificações em seus arranjos físicos. A CerâmicaMaracá construiu um novo seca<strong>do</strong>r, colocou trilhos que levam as vagonetas on<strong>de</strong> sãopreenchidas e conduzidas até o seca<strong>do</strong>r. Essa mudança provocou um efeito positivo, poisfacilitou a comunicação entre os <strong>de</strong>partamentos, reduziu o número <strong>de</strong> mão <strong>de</strong> obra que antestotaliza 15 funcionários para realizar esse trabalho e ainda diminuiu o risco <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>trabalho, uma vez que os trabalha<strong>do</strong>res carregavam as telhas para o seca<strong>do</strong>r num carrinho <strong>de</strong>mão e hoje, o processo é mecaniza<strong>do</strong>.Outra modificação verificada, na Cerâmica Santorini, é a construção <strong>de</strong> mais 4 fornosna sua fábrica, projeto esse i<strong>de</strong>aliza<strong>do</strong> visan<strong>do</strong> aumento da produtivida<strong>de</strong> e redução <strong>de</strong> custos.Os fornos, construí<strong>do</strong>s em conformida<strong>de</strong> com os fluxos produtivos da fábrica, respeitam olayout previamente estuda<strong>do</strong> e <strong>de</strong>fini<strong>do</strong> para o ambiente operacional.Conclui-se que os gestores <strong>do</strong> setor ceramista estão dispostos a investirem emequipamentos que reduzam custos e perdas produtivas confirman<strong>do</strong> o pressuposto <strong>de</strong> que asempresas ceramistas estruturam seu arranho físico <strong>de</strong> forma a agilizar e facilitar a produção.Ressalta-se é pretensão realizar a mesma investigação nas <strong>de</strong>mais empresas <strong>do</strong> setor,localizadas em Ituiutaba, para i<strong>de</strong>ntificar se a preocupação com a a<strong>de</strong>quação <strong>do</strong> espaço físicoé preocupação comum a to<strong>do</strong>s e para contribuir com as conclusões <strong>de</strong> que tais estratégiasmaximizam ganhos e produtivida<strong>de</strong>.REFERÊNCIASANICER. Da<strong>do</strong>s da Associação Nacional da Indústria Cerâmica. Disponível em: . Acesso em 17 mar. 2010.ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE SÃO PAULO. <strong>Arranjo</strong>s <strong>Produtivo</strong>sLocais e o <strong>de</strong>senvolvimento Sustenta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo. CD ROM. São Paulo.2005.ASSOCIACAO BRASILEIRA DE CERÂMICAS. Imprensa: notícia – qualida<strong>de</strong> nacerâmica vermelha. Disponível em: . Acesso em 16 mai. 2008.BEUREN, I. M. Como elaborar trabalhos monográficos em contabilida<strong>de</strong>: teoria eprática. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2006.FONSECA, A. P. Estu<strong>do</strong> comparativo <strong>de</strong> concretos com agrega<strong>do</strong> graú<strong>do</strong> recicla<strong>do</strong> <strong>de</strong>telha cerâmica e agrega<strong>do</strong> graú<strong>do</strong> natura. 223 f. Dissertação (Mestra<strong>do</strong> em EngenhariaCivil) – Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Engenharia Civil, Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Uberlândia – UFU,Uberlândia, 2006.INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA ESTATÍSTICA. Pesquisa Industria – PIA.Diponivel em


http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/economia/prodlist_industria/2006/<strong>de</strong>fault.shtm> .Acesso em 14 ago. 2010.MARIANO, C. A. M.; LUCENA, C. A. História, Trabalho e Educação: um estu<strong>do</strong> sobre aIndústria <strong>de</strong> Cerâmica Em Monte Carmelo–MG (1980–2008). Disponível em Acesso em 13 ago. 2010MARTINS, E. Contabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> custos. 9.ed. São Paulo: Atlas, 2006.MINISTERIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR.Plano <strong>de</strong> Desenvolvimento Preliminar – PDP. Disponível em. Acesso em 13 ago. 2010.OLIVEIRA, D. P. R. Sistemas, organização e méto<strong>do</strong>s: uma abordagem gerencial. 18.ed.São Paulo: Atlas, 2009.PEREZ JR., J. H.; OLIVEIRA, L. M. <strong>de</strong>; COSTA, R. G. Gestão estratégica <strong>de</strong> custos. 4.ed.São Paulo: Atlas, 2005.PLANO DE DESENVOLVIMENTO PRELIMINAR. <strong>Arranjo</strong> <strong>Produtivo</strong> Local <strong>de</strong>Cerâmica Vermelha <strong>de</strong> Vargem Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong> Sul – SP.2007. Disponível emhttp://www.mdic.gov.br/arquivos/dwnl_1248288303.pdf. Acesso em 15 mar. 2010.PREFEITURA DE ITUIUTABA. Da<strong>do</strong>s Populacionais. Disponível em. Acesso em 15 mar. 2010.RICHARDSON, J. Pesquisa social: méto<strong>do</strong>s e técnicas. 3.ed.São Paulo: Atlas, 1999.SEBRAE. <strong>Arranjo</strong>s <strong>Produtivo</strong>s Locais. Disponível em:. Acesso em 08 ago. 2010.SINCOTAP. Estrutura Sindical das Cerâmicas e Olarias <strong>do</strong> Triângulo e Alto Paranaíba.Disponível em http://www.fiemg.com.br/sindicatos/sincotap/. Acesso em 13 ago. 2010.VIEIRA E SILVA, A. Análise <strong>do</strong> processo produtivo <strong>de</strong> tijolos cerâmicos no esta<strong>do</strong> <strong>do</strong>Ceará – da extração da matéria-prima à fabricação. 104 f. Trabalho <strong>de</strong> Conclusão <strong>de</strong>Curso (Curso <strong>de</strong> Engenharia Civil) – Centro <strong>de</strong> Tecnologia da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>do</strong> Ceará,2009.

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