concluem que gasto é o consumo genérico <strong>de</strong> bens e serviços e que ocorrem a to<strong>do</strong> instante eem qualquer setor da empresa.3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOSO <strong>de</strong>lineamento a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong> nesta pesquisa caracteriza-se como sen<strong>do</strong> um estu<strong>do</strong><strong>de</strong>scritivo. Beuren (2006) <strong>de</strong>staca que os estu<strong>do</strong>s <strong>de</strong>scritivos têm, como principal objetivo, a<strong>de</strong>scrição das características <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminada população ou fenômeno ou o estabelecimento <strong>de</strong>relações entre as variáveis.A população investigada consistiu, inicialmente <strong>de</strong> todas as empresas, <strong>de</strong>zesseis nototal, localizadas na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Ituiutaba (MG), entretanto a amostra final limitou-se a duascerâmicas que se dispuseram a respon<strong>de</strong>r o instrumento <strong>de</strong> pesquisa e permitiram que aspesquisa<strong>do</strong>ras visitassem as instalações fabris e observassem, in loco e em tempo real, oprocesso produtivo.O instrumento <strong>de</strong> pesquisa utiliza<strong>do</strong> para a coleta <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s foi uma entrevistaestruturada que possibilitou um entendimento sobre o assunto, realiza<strong>do</strong> pessoalmente com osresponsáveis pelo setor <strong>de</strong> produção e qualida<strong>de</strong> da produção das cerâmicas.No que se refere à análise <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s, ten<strong>do</strong> em vista os objetivos <strong>de</strong>fini<strong>do</strong>s, classificaseeste estu<strong>do</strong> como quantitativo, pois <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com Richardson (1999) caracteriza-se peloemprego <strong>de</strong> quantificação tanto nas modalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> informações, quanto notratamento <strong>de</strong>las por meio <strong>de</strong> técnicas estatísticas.A análise <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s coleta<strong>do</strong>s é apresentada na próxima sessão.4. ANÁLISE DE DADOS4.1. Caracterização das Empresas Analisadas e <strong>do</strong> <strong>Processo</strong> <strong>Produtivo</strong>As duas empresas ceramistas que participaram <strong>de</strong>ste estu<strong>do</strong> têm como pontos comunsa produção <strong>de</strong> telhas e tijolos, muito embora concentrem a maioria <strong>de</strong> seus esforçosprodutivos na fabricação <strong>de</strong> telhas.Apesar <strong>de</strong> não serem certificadas ambientalmente, ambas também apresentamcertifica<strong>do</strong> forneci<strong>do</strong> pelo CCB/INMETRO.Na análise <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s coleta<strong>do</strong>s, verificou-se que as empresas atuam no merca<strong>do</strong> hámais <strong>de</strong> 10 anos e estão classificadas no subsetor <strong>de</strong> cerâmica vermelha ou estrutural.Juridicamente são classificadas como empresas por cotas <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> limitada. Cadauma possui em média 50 funcionários. A Cerâmica Maracá, uma das empresas <strong>de</strong>ste estu<strong>do</strong>,possui faturamento anual superior a 1 milhão <strong>de</strong> reais enquanto na Cerâmica Santorini, ofaturamento anual atinge valor próximo, também, a 1 milhão <strong>de</strong> reais.As cerâmicas, Maracá e Santorini, para facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> redação, foram chamadas naapresentação <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s como Empresa A e Empresa B, respectivamente. As empresas nãoexportam seus produtos para outros países, comercializan<strong>do</strong> toda a produção internamentepara os esta<strong>do</strong>s <strong>de</strong> Goiás, São Paulo, Mato Grosso e para outros municípios <strong>de</strong> Minas Gerais.A extração <strong>de</strong> argila é feita no leito <strong>do</strong> Rio Paranaíba, nos meses <strong>de</strong> estiagem e apóssua retirada permanece em esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> maturação por um perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> um a <strong>do</strong>is anos. Otransporte da área <strong>de</strong> maturação para o <strong>de</strong>posito é feito diariamente através <strong>de</strong> caminhões.Após chegar á empresa, a argila passa por um processo <strong>de</strong> pré-preparação da massa, para oqual se utiliza um trator com enxada rotativa. Após esse procedimento a mesma é passada
para o caixão, on<strong>de</strong> é medida, seguin<strong>do</strong> para o <strong>de</strong>sintegra<strong>do</strong>r <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong> “quebra-torrão”.Depois <strong>de</strong> quebra<strong>do</strong>s os torrões <strong>de</strong> argila, este seguem para o lamina<strong>do</strong>r e em seguida para omistura<strong>do</strong>r on<strong>de</strong> a argila é misturada com água. A próxima etapa é a fase <strong>de</strong> extrusão oumaromba, on<strong>de</strong> o barro é compacta<strong>do</strong> em cilindros retangulares que são corta<strong>do</strong>s e prensa<strong>do</strong>s,adquirin<strong>do</strong> então o formato <strong>do</strong> produto <strong>de</strong>seja<strong>do</strong> – telha ou tijolo – para, em seguida, passarempara a secagem on<strong>de</strong> o produto fica a uma temperatura <strong>de</strong> 30ºC por um perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> 24 horas.Após esse perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> secagem o produto é transferi<strong>do</strong> para um segun<strong>do</strong> seca<strong>do</strong>r comtemperatura superior a 100ºC. Até nesse ponto <strong>do</strong> processo a matéria-prima po<strong>de</strong> serreutilizada, caso o produto apresente <strong>de</strong>feitos como trincas ou rachaduras. Depois <strong>de</strong> ocorri<strong>do</strong>o processo <strong>de</strong> secagem o produto segue para a queima, por um perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> 26 a 72 horas, emfornos cujas temperaturas crescentes po<strong>de</strong>m chegar até 900ºC. Após a queima o produto ficanuma etapa <strong>de</strong> resfriamento, <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> próprio forno por um dia e na sequência segue para oestoque.Após o processo <strong>de</strong> queima, caso o controle <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong>tecte produtos compequenas imperfeições estes são vendi<strong>do</strong>s como produtos <strong>de</strong> 2ª linha, a um preço menor.Entretanto quan<strong>do</strong> o dano é muito gran<strong>de</strong> o produto é <strong>de</strong>scarta<strong>do</strong>, verifican<strong>do</strong>-se perda total,haja vista que é cedi<strong>do</strong>, gratuitamente, ao município para cascalhamento e/ou aterramento <strong>de</strong>estradas vicinais.Na empresa A os fornos são alimenta<strong>do</strong>s por cavacos, restos <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> eucaliptorefloresta<strong>do</strong>, <strong>de</strong> origem da Indústria Faber Castell situada na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Prata (MG), distanteem média 90 km <strong>de</strong> Ituiutaba, ou <strong>de</strong> palletes negocia<strong>do</strong>s com a DPA Nestlé. O uso <strong>de</strong>ste tipo<strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira para alimentação <strong>do</strong>s fornos reduz os impactos ambientais ao meio ambiente eacumula créditos <strong>de</strong> carbono. Ressalta-se que essa empresa, para reduzir custos com a lenhaque alimenta os fornos e com a própria energia elétrica consumida no processo fezinvestimentos na aquisição <strong>de</strong> fornos elétricos e novos gera<strong>do</strong>res <strong>de</strong> energia, fato esse queresultou em redução <strong>do</strong> custo pago por este fator produtivo.Na empresa B, as etapas produtivas ocorrem <strong>de</strong> forma análoga à discutida na EmpresaA, entretanto o processo aqui difere da Empresa A, haja vista que esta empresa, foi adquiridauma corta<strong>de</strong>ira elétrica que agiliza o processo <strong>de</strong> corte <strong>do</strong>s cilindros <strong>de</strong> argila e reduzem otempo gasto no processo produtivo aumentan<strong>do</strong> o volume <strong>de</strong> produção, como será<strong>de</strong>monstrada no <strong>de</strong>correr da discussão.Em ambas as empresas, obteve-se a informação que <strong>de</strong> toda a produção, 90% éresultante da fabricação <strong>de</strong> telhas e apenas 10% resulta <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> tijolos. O milheiro <strong>de</strong>telha, conforme informação <strong>do</strong> gestor, é vendida por R$550,00. Segun<strong>do</strong> os diretores existeuma sazonalida<strong>de</strong> com relação à venda <strong>de</strong> telhas e tijolos e, nas épocas consi<strong>de</strong>radas “boas”ven<strong>de</strong>-se, em média 350.000 telhas e 50.000 tijolos por mês. Nas épocas “ruins” a vendatotaliza 300.000 telhas e 30.000 tijolos.As duas empresas realizam testes internos <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> a cada 3 meses e passam porauditorias externas a cada 6 meses. Tais procedimentos as qualificaram com a certificaçãoINMETRO. A Cerâmica Santorini obteve também a certificação ISO 9001:2008 que garante ocomprometimento da empresa na melhoria contínua <strong>de</strong> seus processos. Os equipamentosprodutivos estão organiza<strong>do</strong>s <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com o arranjo físico por processo estan<strong>do</strong> osfuncionários e maquinários dispostos em torno <strong>do</strong> processo, organiza<strong>do</strong>s por <strong>de</strong>partamentos.4.2. Impactos Resultantes da Reestruturação <strong>do</strong> <strong>Arranjo</strong> Físico e Aquisição <strong>de</strong>Equipamentos