vermelha <strong>de</strong> Minas Gerais e justifica o interesse no estu<strong>do</strong> relativo ao ambiente produtivo eaos processos produtivos <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>s nessas empresas.Na região Su<strong>de</strong>ste, mais especificamente no Triângulo Mineiro, as cida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> MonteCarmelo e Ituiutaba, em Minas Gerais, próximas <strong>de</strong> alguns gran<strong>de</strong>s centros consumi<strong>do</strong>rescomo Brasília, Goiânia, Belo Horizonte, Uberlândia, Uberaba e outros <strong>de</strong>senvolvemincessante ativida<strong>de</strong> industrial <strong>de</strong> cerâmica vermelha (FONSECA, 2006).O parque cerâmico existente no Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba congrega mais <strong>de</strong>cem indústrias <strong>de</strong> cerâmica vermelha, segun<strong>do</strong> o Sindicato das Indústrias <strong>de</strong> Cerâmica eOlaria <strong>do</strong> Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba – SINCOTAP/Ituiutaba e a Associação <strong>do</strong>sCeramistas <strong>de</strong> Monte Carmelo - ACEMC / Monte Carmelo.Observa-se, no entanto, que apesar <strong>do</strong> gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> empresas ceramistas asindústrias produtoras <strong>de</strong> cerâmica vermelha, em gran<strong>de</strong> maioria classificadas como empresas<strong>de</strong> pequeno e médio porte, utilizam tecnologias e equipamentos ultrapassa<strong>do</strong>s tanto noprocesso <strong>de</strong> produção (extração e preparo <strong>de</strong> matérias – primas, conformação, secagem equeima), quanto em relação ao maquinário e nível <strong>de</strong> automação (MARIANO; LUCENA,2008). Tal evidência justifica a baixa produtivida<strong>de</strong> média brasileira que gira em torno <strong>de</strong>12.000 peças/operário/mês quan<strong>do</strong> comparada com a produtivida<strong>de</strong> européia que atinge amédia <strong>de</strong> 200.000 peças/operário/mês.2.1.2 Indústria Cerâmica no Triângulo MineiroNo Triângulo Minério e Alto Paranaíba, duas cida<strong>de</strong>s pólos se <strong>de</strong>stacam na produção<strong>de</strong> telhas e tijolos: Ituiutaba, com <strong>de</strong>zesseis indústrias e, Monte Carmelo que possui cerca <strong>de</strong>quarenta industrias ceramistas (MARIANO; LUCENA, 2008). Nessas duas regiões, oconsumo mensal <strong>de</strong> argila gira em torno <strong>de</strong> 122.000 m3; o consumo <strong>de</strong> lenha é <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong>75.000 m3, a produção <strong>de</strong> telhas <strong>de</strong> diversos tipos alcança números da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 52 milhões<strong>de</strong> peças/mês.Ituiutaba é uma cida<strong>de</strong> que possui uma população atual estimada em 96.122habitantes, sen<strong>do</strong> que a população economicamente ativa é <strong>de</strong> 49.862 habitantes. O total <strong>de</strong>empresas é 5.273, sen<strong>do</strong> que o número <strong>de</strong> estabelecimentos industriais é <strong>de</strong> 189;estabelecimentos comerciais totalizam 1.255 empresas, enquanto que os estabelecimentospresta<strong>do</strong>res <strong>de</strong> serviços correspon<strong>de</strong>m a 3.829, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong>-se, inclusive os profissionaisliberais (PREFEITURA DE ITUIUTABA, 2009).Das <strong>de</strong>zesseis cerâmicas <strong>de</strong> Ituiutaba, apenas três são certificadas <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com oSindicato das Indústrias <strong>de</strong> Cerâmica e Olaria <strong>do</strong> Triângulo e Alto Paranaíba – SINCOTAP(2010). Apesar <strong>de</strong> possuir número menor <strong>de</strong> indústrias que Monte Carmelo a base sindical <strong>do</strong>setor cerâmico se concentra em Ituiutaba, dada à organização setorial que se verifica nomunicípio e ao <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> tecnologias <strong>de</strong> produção.Explicita-se, na sequência, as etapas <strong>do</strong> processo produtivo verificadas nas cerâmicas<strong>de</strong> Ituiutaba.2.1.3 <strong>Processo</strong> <strong>Produtivo</strong> da Cerâmica VermelhaEstu<strong>do</strong>s <strong>de</strong> merca<strong>do</strong> relativos a arranjos produtivos locais da cerâmica vermelha(SEBRAE, 2008) e outro <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> por Santos (2003) caracterizam o processo produtivoda cerâmica vermelha em subprocessos que compreen<strong>de</strong>m (1) <strong>Processo</strong> da matéria-prima:coleta, sazonamento, estoque e mistura da matéria-prima; (2) <strong>Processo</strong> <strong>de</strong> beneficiamento:
mistura<strong>do</strong>r, lamina<strong>do</strong>r e mistura<strong>do</strong>r; (3) <strong>Processo</strong> <strong>de</strong> fabricação: extrusão, corte e prensa; (4)<strong>Processo</strong> <strong>de</strong> queima e inspeção.Em cada um <strong>de</strong>sses subprocessos ocorrem etapas <strong>de</strong> fabricação da cerâmica vermelha.Sobre os processos produtivos e ambiente operacional apresenta-se a discussão a seguir.2.1.3.1 Etapas da Fabricação da Cerâmica Vermelha BARREIRA: local <strong>do</strong> qual é extraí<strong>do</strong> a argila ou barro, localizada geralmente emfazendas em que o proprietário ven<strong>de</strong> o direito <strong>de</strong> exploração da matéria-prima. A extração é feitapor máquinas escava<strong>de</strong>iras. TRANSPORTE: feito em caminhões, carrega<strong>do</strong>s pelas máquinas que fazem a extração,até os <strong>de</strong>pósitos das cerâmicas. NAS CERÂMICAS: a argila é estocada em <strong>de</strong>pósitos localiza<strong>do</strong>s, tanto no interior damesma, quanto fora, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que fique num raio bem próximo da mesma. A MISTURA: é o primeiro passo a ser da<strong>do</strong> para colocação da matéria-prima na linha<strong>de</strong> produção, da<strong>do</strong> que a qualida<strong>de</strong> e textura da argila são variadas, e para obter a qualida<strong>de</strong> e opadrão <strong>do</strong> produto faz-se necessário tal mistura processada por tratores. CAIXÃO DOSADOR: local on<strong>de</strong> a argila misturada é colocada para que seja <strong>do</strong>sada aquantida<strong>de</strong> a ser transportada nas esteiras. É o início propriamente dito <strong>do</strong> processo <strong>de</strong>transformação da matéria-prima. DESINTEGRADOR: máquina on<strong>de</strong> o barro transporta<strong>do</strong> pela esteira é coloca<strong>do</strong> a fim<strong>de</strong> fragmentar as gran<strong>de</strong>s porções <strong>de</strong> argila concentrada (torrões <strong>de</strong> barro). LAMINADOR: após a fragmentação, seguin<strong>do</strong> em condução pela esteira, o barro<strong>de</strong>speja<strong>do</strong> nesta máquina é corta<strong>do</strong>, transforman<strong>do</strong>-se em pequenas massas bem finas. MISTURADOR: novamente o barro é mistura<strong>do</strong> nesta máquina, a fim <strong>de</strong> dar maiorhomogeneida<strong>de</strong> e também ser ume<strong>de</strong>cida <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com a exigência necessária para se ter talhomogeneida<strong>de</strong>. MAROMBA: máquina encarregada <strong>de</strong> compactar o barro em forma <strong>de</strong> cilindros. CORTADOR: encarrega<strong>do</strong> <strong>de</strong> cortar o barro compacta<strong>do</strong> em cilindros <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com otamanho necessário para cada tipo <strong>de</strong> telha produzida. PRENSA: máquina que comprime o cilindro <strong>de</strong> barro, dan<strong>do</strong>-lhe a forma <strong>de</strong> telha. VAGONETA: pequeno vagão utiliza<strong>do</strong> para o transporte da telha após ser retirada daprensa. SECAGEM: local on<strong>de</strong> se dá o processo <strong>de</strong> secagem da telha, constituin<strong>do</strong>-se <strong>de</strong> umespaço retangular, on<strong>de</strong> ventila<strong>do</strong>res encarregam-se <strong>de</strong> espalhar o ar quente proveniente <strong>do</strong>sfornos <strong>de</strong> queima, por meio <strong>de</strong> canais construí<strong>do</strong>s no solo. FORNOS: locais on<strong>de</strong> é feita a queima da telha objetivan<strong>do</strong> dar resistência eimpermeabilida<strong>de</strong> ao produto. DEPÓSITO OU PÁTIO: espaço reserva<strong>do</strong> para as telhas retiradas <strong>do</strong>s fornos após oesfriamento, até que sejam colocadas em caminhões que farão o transporte até o local <strong>de</strong>comercialização.