ARTIGOComo será o mundocoorporativo em 2020?Carlos CruzCaminhamos para um futuro emque não haverá mais espaçopara o velho discurso: “A empresanão me reconhece. Não contribuicom o desenvolvimento de minhacarreira”. Foi-se o tempo em que olema era vida na empresa. A tendênciaé de que a responsabilidade pelacarreira passe a ser do próprio indivíduo.Até 2020, com o mundo cadadia mais veloz e interligado, essahistória de emprego como fonte derenda deve não existir mais. O lemaserá: trabalhe com amor, foque emresultados e cobre por isso.Trabalhar com prazer e liberdadepara buscar a realização semperder de vista os resultados esperadostomará conta da nossa realidade.Os 30 dias de férias porano perderão lugar para a possibilidadede tirá-las em qualquerperíodo do ano. Pensando destaforma, parece uma ilusão e vocêpode se perguntar: como vou pagaras contas no final do mês? Esseserá o nosso desafio, aprender alidar com a autonomia para saberdividir o trabalho com as outras áreas da vida e,ainda assim, aumentar a rentabilidade com qualidadede vida.Não teremos mais de cumprir horários rígidos eo que vai nos governar é nossa própria responsabilidade.Estabeleceremos nossos próprios horários, cientesdos prazos estabelecidos, ou seja, o que serálevado em conta serão apenas os resultados. Dessamaneira, cada indivíduo será chefe de si próprio e,por isso, deverá saber se autodisciplinar.A pergunta que nãoquer calar é: vocêestá preparado paraas tendências dofuturo? Trabalharcom liberdade semperder os resultadosserá a realidadeFoto: DivulgaçãoAs hierarquias rígidas e autoritáriasjá estão perdendo espaçooutras mais flexíveis. Será a era daprestação de serviços, projetos detrabalho com prazos determinados,em muitos casos como freelance,no esquema colaborativo. A perguntaque não quer calar é: vocêhoje está preparado para as tendênciasdo futuro?Esqueça os valores fixos pagosmês a mês e aprenda a negociar umaremuneração por trabalhos realizados.Diga adeus ao holerite. Dadosdo governo dos Estados Unidos mostramque pelo menos um terço dosamericanos se consideram trabalhadoresindependentes, uma categoriaque inclui autônomos, pessoas quefazem serviço por empreitadas e profissionaistemporários. Já no Brasil,o IBGE realizou uma pesquisa comos dados do Cadastro Nacional dePessoa Jurídica e mostrou que, de2000 a 2006, ele aumentou de 3,7milhões de pessoas para 5,1 milhõesde pessoas.Eu tive apenas um registro naminha carteira de trabalho e desde cedo trabalho comoempregador independente, ou seja, presto serviços comfoco em resultados e cobro por isso. Confesso quenão foi fácil aprender a administrar o tempo e a terdisciplina, mas hoje não fico limitado apenas a umainstituição e posso aprender com a realidade de diversasempresas, pulverizando minha rentabilidade.No começo vivi um momento de muita insegurança.É um exercício penoso de desapego para quemainda se baseia no salário fixo. Vale a pena analisar24<strong>Fenacon</strong> em Serviços – Julho/Agosto 2009
ARTIGOos prós e os contras e, até mesmo, criar uma estratégiapara se adequar a essas tendências. A princípiopode parecer que existem mais contras do que prós,mas com o tempo asseguro que isso pode mudar emuito. Minha estratégia para ter essa tranquilidadefinanceira foi encontrar clientes que estão se adequandoa essa nova realidade e, em alguns casos, proporessa nova forma de trabalho como uma experiência.Como deu certo, fechei contratos de trabalho comprazo e metas definidos.Tecnologias como smartphones, notebooks maisem conta e conexão wi-fi abundante acabarão com ovelho hábito de trabalhar apenas da porta da empresapara dentro. Demorei em adquirir meu smartphone,mas hoje vejo toda a praticidade que ele oferece. Issoporque não preciso estar no escritório para respondere-mails, ou seja, posso levar meu carro para lavar às15 horas e, enquanto espero, posso adiantar minhasatividades por e-mail.Obviamente que algumas profissões ainda nãoestão alinhadas com essa realidade, por ser muitomanuais e operacionais. Reflita sobre sua realidadehoje e faça as escolhas profissionais baseadasem seus valores, ou seja, com o que realmenteimporta para você. Afinal de contas, as novastecnologias vão ampliar ainda mais as possibilidadesde trabalhar ao redor do globo, em qualquerhorário.Os profissionais com mais tempo de experiênciae condicionados com o velho modelo de trabalhoestão tendo de aprender com a nova geração, quenormalmente já tem a combinação tecnologia-velocidade-flexibilidade-cooperação.Desenvolva a sua capacidade de cooperação eassuma uma posição pró-ativa, a fim de encontrar novasformas de trabalho. Atitudes como essa são fundamentaispara que você alcance mais resultados e,consequentemente, sua autorrealização.Carlos Cruz atua como coach executivo, de equipese como conferencista em Desenvolvimento Humano.<strong>Fenacon</strong> em Serviços – Julho/Agosto 2009 25