17.08.2015 Views

Relatório Anual de Atividades 2005

Relatório Anual de Atividade 2005.

Relatório Anual de Atividade 2005.

SHOW MORE
SHOW LESS
  • No tags were found...

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

ÍNDICEEDITORIAL .................................................................. 4FORTALECIMENTO DA SOCIEDADE CIVILUMA ESTRATÉGIA DE AÇÃO .................................... 6RELATO DOS PROGRAMAS• Programa <strong>de</strong> Gênero ............................................. 13• Programa <strong>de</strong> Educação do Campo ....................... 20• Programa <strong>de</strong> Políticas Públicas ............................... 31• Programa <strong>de</strong> Fortalecimento da AgriculturaFamiliar no Semi-Árido .......................................... 47• Programa <strong>de</strong> Água e Segurança Alimentar ............ 55• Programa <strong>de</strong> Comunicação ................................... 59PROJETOS ESPECIAIS• Projeto Vida Nova ................................................. 69• Ações <strong>de</strong> Apoio aos Territórios Rurais .................. 72• Projeto ATER Jovens ............................................. 74ANEXOS• Tabelas <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong>s ............................................. 81• Prêmios .................................................................. 98• Pessoal ................................................................... 99• Recursos Financeiros ............................................. 103• O reconhecimento público ao nosso trabalho ...... 104• Peças Institucionais ................................................. 108• Glossário ................................................................ 1103


EDITORIALO MOC é uma entida<strong>de</strong> da socieda<strong>de</strong> civil, reconhecidacomo <strong>de</strong> utilida<strong>de</strong> pública fe<strong>de</strong>ral, estadual e municipal einscrito no Conselho Nacional <strong>de</strong> Assistência Social. Na suatrajetória histórica, o MOC sempre se colocou ao lado dosmais pobres e excluídos, suscitando a busca da autoorganização,da luta pelos direitos, nos campos os maisvariados: terra, água, educação, gênero, moradia, crédito,assistência técnica, lazer, interferência nas políticas. Nestecontexto, o MOC sempre se situou no campo<strong>de</strong>mocrático-popular. Por isso, sua filiação à ABONG, ASA,e às variadas re<strong>de</strong>s que têm por objetivo articular epotenciar as lutas dos mais pobres e tornar sua presençamais efetiva e eficaz no campo da construção e do controlesocial das políticas públicas.Hoje, o MOC se volta para a construção, execução econtrole social <strong>de</strong> políticas, especialmente aquelas que seinserem no campo da segurança alimentar e nutricional e<strong>de</strong> convivência com o semi-árido.Sua atuação se <strong>de</strong>senvolve através <strong>de</strong> programas, nos quaisse concretizam as linhas estratégicas da instituição, todoseles voltados para a formação <strong>de</strong> pessoas/li<strong>de</strong>ranças,fortalecimento <strong>de</strong> organizações/instituições populares e ainterferência em espaços on<strong>de</strong> se dão a construção,elaboração e controle social <strong>de</strong> políticas públicas, comênfase naqueles <strong>de</strong> caráter regional (Conselhos, Comissões,Fóruns...) e municipal, sem minimizar a importânciaestratégica da interferência a nível nacional.4Estes programas, que estarão mais <strong>de</strong>talhados no corpo<strong>de</strong>ste relatório, são os seguintes: Educação do Campo,Fortalecimento da Agricultura Familiar no semi-árido,incluindo-se ações <strong>de</strong> assistência técnica, crédito,beneficiamento da produção e comercialização, numa linhasolidária; Água e Segurança Alimentar e Nutricional;


Comunicação, enfatizando-se a<strong>de</strong>mocratização da comunicação na região ea divulgação das ações do MOC e seusparceiros, na região e fora <strong>de</strong>la; PolíticasPúblicas, com ênfase no fortalecimento dasorganizações da socieda<strong>de</strong> civil para umainterferência forte e consistente nas políticaspúblicas; Gênero, com acentuação para ofortalecimento da representação dasmulheres nos vários espaços e a inserção dadimensão <strong>de</strong> gênero nas ações do MOC enaquelas das entida<strong>de</strong>s da região.O conjunto <strong>de</strong>stes programas atua, por suavez, buscando construir o <strong>de</strong>senvolvimentoterritorial e sustentável das regiões on<strong>de</strong>estamos inseridos.Relatar e refletir, num texto, as ações doMOC, na região e fora <strong>de</strong>la é, antes <strong>de</strong> maisnada, i<strong>de</strong>ntificar, reconhecer e valorizar asações <strong>de</strong> uma entida<strong>de</strong> que não sabe e nãoquer agir sozinha, fazendo-o sempre numintenso processo <strong>de</strong> parceria, que seconcretiza, na base, com os Pólos Sindicais,os Sindicatos <strong>de</strong> Trabalhadores Rurais daRegião, o Movimento <strong>de</strong> MulheresTrabalhadoras Rurais, as AssociaçõesComunitárias e suas articulações, asCooperativas <strong>de</strong> Produção e as inúmerasiniciativas <strong>de</strong> industrializar e comercializar osprodutos da agricultura familiar, asCooperativas <strong>de</strong> Crédito e iniciativas <strong>de</strong>viabilizar o crédito para a agricultura familiare pequenos empreendimentos; os variadosmovimentos <strong>de</strong> jovens e os grupos múltiplosque surgem e se <strong>de</strong>senvolvem na caminhadado trabalho. Por outro lado, não são poucas asarticulações e re<strong>de</strong>s que sustentam estemesmo processo <strong>de</strong> intervenção.Por isso, publicar este relatório significareconhecer o trabalho dos pequenos e dosgran<strong>de</strong>s grupos e dizer que, sem eles, nadadisso po<strong>de</strong>ria acontecer e nem ter sido feito.Significa, ao mesmo tempo, reconhecer asfalhas que tivemos quando não conseguimospotenciar mais as parcerias e o nossocompromisso com ações mais conseqüentes eeficazes na linha da socieda<strong>de</strong> solidária e <strong>de</strong>justiça que nos interessa construir.Significa, igualmente, dizer aos nossosparceiros, da cooperação internacional, dopo<strong>de</strong>r público, das empresas que nos apóiam,que valeu a pena o nosso esforço e que, graçasao nosso trabalho, melhores condições <strong>de</strong> vidachegam a mais pessoas, que começam aocupar um lugar ao sol, buscar seus direitos.O relatório vai a lume como do MOC.Gostaríamos, no entanto, que cada grupo ecada parceiro, tanto os que apóiam como osque realizam as ações a nível <strong>de</strong> presença nosmais variados espaços, sintam-se aípresentes, construindo, a seu modo e com suaespecífica contribuição, o mundo diferenteque todos buscamos.Naidison <strong>de</strong> Quintella BaptistaSecretário Executivo5


FORTALECIMENTO DA SOCIEDADEConstruir, participativamente, o<strong>de</strong>senvolvimento territorial sustentável, cominterferência efetiva da socieda<strong>de</strong> civil e dopo<strong>de</strong>r público.Este tem sido, constantemente, o sonho queperpassa e povoa todas as ações do MOC,quando <strong>de</strong>senvolve projetos, sistematizaprocessos, interfere e participa emconselhos, comissões e instâncias variadas <strong>de</strong>elaboração e controle <strong>de</strong> políticas públicas,tanto a nível municipal, regional, quantonaquele nacional.Ousar se inserir na construção do<strong>de</strong>senvolvimento sustentável, em atuaçãoconjunta com o po<strong>de</strong>r público e outrosatores significa:• Referenciar-se a uma proposta <strong>de</strong>socieda<strong>de</strong> que possa nortear as açõesestratégicas, negociações, posturas e avida da entida<strong>de</strong>;• Ter claro que a própria proposta não é aúnica existente e que, num mundo plural,<strong>de</strong> várias experiências e visões, ela seconsubstancia como uma das que estãoem jogo no processo em construção do<strong>de</strong>senvolvimento;• Dispor-se ao diálogo e ao <strong>de</strong>bate com osatores envolvidos na caminhada, tendodiante <strong>de</strong> si duas questões básicas: para aefetivação do diálogo é importante eindispensável manter a própriai<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>, clareza do próprio projeto,seus princípios; <strong>de</strong> outro lado, segurança eclareza não significam e nem se i<strong>de</strong>ntificamcom intransigência. É preciso saber aquilo<strong>de</strong> que não se po<strong>de</strong> abrir mão e éinegociável e o que é possível <strong>de</strong>ixar cair;• 6 Reconhecer teórica e praticamente que o<strong>de</strong>senvolvimento é uma construçãocoletiva, on<strong>de</strong> a atuação da socieda<strong>de</strong> civile do po<strong>de</strong>r público são indispensáveis.O MOC tem procurado pautar suas ações eestratégias <strong>de</strong> intervenção nos princípiosacima <strong>de</strong>lineados. Nas suas ações <strong>de</strong>formação no território tem, para isso,privilegiado a formação e qualificação dasorganizações da socieda<strong>de</strong> civil, enten<strong>de</strong>ndoque o inserir-se na construção do<strong>de</strong>senvolvimento sustentável e <strong>de</strong> políticas,significa investir em uma socieda<strong>de</strong> civil fortee organizada, capaz <strong>de</strong>:• Desenvolver seu próprio projeto políticoe estratégico, tanto a nível <strong>de</strong> cada umadas entida<strong>de</strong>s quanto naquele daarticulação entre as mesmas, para que,<strong>de</strong>ste modo, se possa interferir, comfirmeza e resultados, na construção daspolíticas.• Relacionar-se com o po<strong>de</strong>r público eoutros atores, sem se <strong>de</strong>ixar cooptar, semabdicar da própria visão <strong>de</strong> mundo, dopróprio projeto político, mas numapostura <strong>de</strong> diálogo.Essa é uma das estratégias centrais da açãodo MOC e este relatório, <strong>de</strong> modo especial,torna isso transparente. De modo didático epedagógico, tenta-se chamar a atenção paraalguns aspectos <strong>de</strong>sta caminhada,<strong>de</strong>stacando-a pelos Programas <strong>de</strong> Ação.1. O Programa <strong>de</strong> Comunicação centrousuas ativida<strong>de</strong>s no fortalecimento <strong>de</strong> duasentida<strong>de</strong>s populares <strong>de</strong> âmbito regional, naperspectiva da comunicação: a AgênciaMandacaru <strong>de</strong> Comunicação, um grupo <strong>de</strong>Jovens <strong>de</strong>dicado a um trabalho <strong>de</strong>


CIVIL UMA ESTRATÉGIA DE AÇÃO<strong>de</strong>mocratização dos processos <strong>de</strong>comunicação a nível das entida<strong>de</strong>s popularese a nível regional; e a Abraço Sisalentida<strong>de</strong> que aglutina as rádios comunitáriasda região, na linha <strong>de</strong> lhes garantir o direito<strong>de</strong> existência , assim como a qualida<strong>de</strong> dacomunicação, levando a todos informaçõese <strong>de</strong>bates capazes <strong>de</strong> fazer com que osgrupos e entida<strong>de</strong>s se insiram como sujeitosno <strong>de</strong>senvolvimento.2. O Programa <strong>de</strong> Educação do Campoque <strong>de</strong>senvolve uma linha <strong>de</strong> açãovalorizadora da realida<strong>de</strong>, da cultura e davida do homem e da mulher do campo.Simultaneamente, incentiva a que a escola seinsira como produtora <strong>de</strong> conhecimentosque possam instrumentar as comunida<strong>de</strong>s amodificar para melhor a realida<strong>de</strong> <strong>de</strong> suasvidas e realida<strong>de</strong>s. É evi<strong>de</strong>nte que, por setratar <strong>de</strong> uma interferência na educaçãoformal, o Programa se obriga, na construçãoe execução das políticas, a uma relaçãoformal e sistemática com o po<strong>de</strong>r público,especialmente aquele municipal. Esta é umadas estratégias fortes do Programa. Noentanto, uma linha <strong>de</strong> educação que valorizao homem e a mulher do campo e os assumecomo produtores <strong>de</strong> conhecimento esujeitos do <strong>de</strong>senvolvimento, nunca sepo<strong>de</strong> concretizar sem uma forte interferênciapropositiva e <strong>de</strong> controle social da socieda<strong>de</strong>civil, especialmente os movimentos sociaisdo campo. Daí <strong>de</strong>corre a outra estratégia doprograma: fortalecer a socieda<strong>de</strong> civil,oferecendo-lhe insumos, informações, para aformulação <strong>de</strong> propostas <strong>de</strong> educação docampo, que possam ser negociadas com opo<strong>de</strong>r público, assim como fazer o controlesocial da educação oferecida na re<strong>de</strong> escolardos municípios.3. O Programa <strong>de</strong> Fortalecimento daAgricultura Familiar assume trêsdimensões intercomplementares <strong>de</strong>processos fortalecedores da agriculturafamiliar no semi-árido, todas elas voltadaspara a socieda<strong>de</strong> civil.Num primeiro nível, o subprograma <strong>de</strong>assistência técnica que atua em conjuntocom várias organizações da socieda<strong>de</strong> civil,especialmente os sindicatos <strong>de</strong> trabalhadoresrurais, na busca <strong>de</strong> oferecer uma assistênciatécnica agroecológica e <strong>de</strong> convivência como semi-árido aos agricultores e, a partir dasexperiências se possa sistematizar, <strong>de</strong>bater epropor políticas públicas <strong>de</strong> assistênciatécnica.Num segundo nível, em perspectivassemelhantes, atua o subprograma <strong>de</strong>agroindústria e comercialização,incentivando grupos e organizações paraativida<strong>de</strong>s e ações <strong>de</strong> beneficiamento daprodução e ocupação <strong>de</strong> espaços, na busca<strong>de</strong> comercialização dos produtos, com ênfaseem princípios da economia solidária, tantono comércio tradicional, como,principalmente, no mercado institucional,com seu enorme potencial <strong>de</strong> geração <strong>de</strong>renda, circulação <strong>de</strong> riquezas,<strong>de</strong>senvolvimento sustentável. Novamente,constata-se presente e forte, a perspectiva dofortalecimento da socieda<strong>de</strong> civil, em virtu<strong>de</strong><strong>de</strong> serem os grupos os protagonistas <strong>de</strong>stesprocessos.Num terceiro nível, a perspectiva docrédito, a partir do acesso aos programasoficiais do Governo Fe<strong>de</strong>ral, dasCooperativas <strong>de</strong> Crédito da Agricultura7


FORTALECIMENTO DA SOCIEDADEFamiliar e do COGEFUR, implica tambémem processos <strong>de</strong> fortalecimento dasorganizações da socieda<strong>de</strong> civil para quepossam interferir nesta caminhada comeficiência.4. O Programa <strong>de</strong> Gênero – suaperspectiva fundamental é fazer perpassarpelos processos <strong>de</strong> trabalho dasorganizações parceiras do MOC e do<strong>de</strong>senvolvimento sustentável que se querconstruir, a dimensão <strong>de</strong> eqüida<strong>de</strong> <strong>de</strong>gênero; para isso, fundamental são duaslinhas <strong>de</strong> ação: por um lado, fazer com que asorganizações da socieda<strong>de</strong> civil entendam eincorporem em suas políticas a dimensão <strong>de</strong>eqüida<strong>de</strong> <strong>de</strong> gênero e, <strong>de</strong> outro, motivar eapoiar as mulheres trabalhadoras rurais, paraque se organizem em instâncias próprias, apartir das quais possam interferir em políticaspúblicas, <strong>de</strong>bater mais explicitamente seusproblemas e propostas, ocupar espaços emConselhos e Comissões, interferir econtrolar políticas públicas e fazer com quenestas esteja presente a dimensão eqüitativa<strong>de</strong> gênero.Para a operacionalização <strong>de</strong>sta caminhada, oforte do Programa é, justamente, ofortalecimento da socieda<strong>de</strong> civil.5. Programa <strong>de</strong> Políticas Públicas – atuaem três dimensões, todas centradas emprocessos <strong>de</strong> fortalecimento da socieda<strong>de</strong>civil.De um lado, o Fortalecimento daSocieda<strong>de</strong> Civil, materializado nostrabalhos com os Pólos Sindicais,associações, organizações <strong>de</strong> jovens, naperspectiva 8 <strong>de</strong> que estas organizaçõespossam agir estrategicamente na região, naconstrução <strong>de</strong> um projeto <strong>de</strong> justiça eeqüida<strong>de</strong>. Trata-se <strong>de</strong> assessorar estasorganizações, todas <strong>de</strong> caráter regional, paraque construam seus projetos políticos e seusplanos estratégicos, voltados para umaatuação organizada, sistemática, na região,construindo políticas que se voltem para amelhoria da qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida das pessoas.De outro, a interferência especifica empolíticas que se materializam nosubprograma <strong>de</strong> Conselhos voltado,simultaneamente, para fortalecer asorganizações da socieda<strong>de</strong> civil para queentendam e se insiram construtiva epoliticamente nos processos dos Conselhos,especialmente, os <strong>de</strong> assistência social eaqueles da Criança e Adolescência. E,assessorar os próprios Conselhos <strong>de</strong> Gestãopara que conheçam sua realida<strong>de</strong>, construamum planejamento a partir <strong>de</strong>sta realida<strong>de</strong>concreta e interfiram nas políticas, <strong>de</strong> modoque possam trazer modificações na realida<strong>de</strong>,a serviço da melhoria da qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vidadas pessoas, especialmente as mais pobres.Forte acento neste subprograma énovamente o Fortalecimento da Socieda<strong>de</strong>Civil, tanto para que se articule como atorespecífico nesta caminhada, quanto para quesua presença nos Conselhos seja forte econstrutiva.Finalmente, o eixo <strong>de</strong> execução e controlesocial <strong>de</strong> políticas públicas. Isso sematerializa na execução <strong>de</strong> processos e <strong>de</strong>controle social, ligados ao ProgramaNacional/Estadual <strong>de</strong> Erradicação doTrabalho Infantil, no Estado da Bahia, comações <strong>de</strong> formação das famílias, educação,geração <strong>de</strong> renda e outros. E se materializa,


CIVIL UMA ESTRATÉGIA DE AÇÃOigualmente, na busca <strong>de</strong> concretizarprocessos, ligados ao acesso à terra, naregião. Novamente, aparece comoestratégico e fundamental que, para fazerfrente a estes processos, a socieda<strong>de</strong> civil seorganize, tenha suas estratégias, diga suapalavra.6. Programa <strong>de</strong> Água e SegurançaAlimentar.Este programa, inserido numa dimensão <strong>de</strong>semi-árido, centra sua atenção para acaptação <strong>de</strong> água em duas perspectivas: <strong>de</strong>um lado, água das chuvas para consumohumano, através da coor<strong>de</strong>nação, na região,do P1MC, da ASA e, numa outra linha <strong>de</strong>iniciativas outras <strong>de</strong> captação <strong>de</strong> água dachuva para a produção, através <strong>de</strong>tecnologias acessíveis e governáveis pelapopulação rural e, hoje, já testadas e emexecução em pequena escala, aqui em nossaregião, e em escalas mais massivas em outrasregiões do semi-árido brasileiro.É evi<strong>de</strong>nte que estas duas dimensões doprograma se intercomplementam na linha dasegurança alimentar e nutricional, reforçandoa segurança hídrica das pessoas e, por outrolado, garantindo possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> produção<strong>de</strong> alimentos.Todas as linhas do programa se efetuamatravés da socieda<strong>de</strong> civil organizada dosmunicípios e regiões envolvidas. O controle<strong>de</strong>stes processos está nas mãos dascomissões municipais e regionais da ASA,instâncias estas que é mister fortalecer a cadadia que se passa.7. Projetos Especiais - <strong>de</strong>stacamos aquitrês eixos outros <strong>de</strong> trabalhos, on<strong>de</strong> sematerializam processos <strong>de</strong> fortalecimento dasocieda<strong>de</strong> civil.O Projeto Vida Nova voltado para ofortalecimento <strong>de</strong> grupos e organizações dasocieda<strong>de</strong> civil, na perspectiva da busca eexercício dos direitos das crianças eadolescentes, o Projeto <strong>de</strong> Territórios, cujoobjetivo é a construção <strong>de</strong> políticas <strong>de</strong><strong>de</strong>senvolvimento territorial, em base a umprocesso forte <strong>de</strong> participação eenvolvimento da socieda<strong>de</strong> civil em suaconstrução e Projeto <strong>de</strong> Acesso à Terra.Conclusivamente, diríamos serem ostrabalhos dinamizados pelo MOC uma buscaconstante <strong>de</strong> construção <strong>de</strong> políticas quematerializem mais qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida paracrianças, adolescentes, agricultores eagricultoras familiares, através da mudançapara melhor, do processo <strong>de</strong> acesso á terra,crédito, assistência técnica, <strong>de</strong>senvolvimento<strong>de</strong> experiências <strong>de</strong> economia solidária,educação, saú<strong>de</strong>, entre outros.Isso se dá nos projetos <strong>de</strong>senvolvidos nascomunida<strong>de</strong>s e nos grupos, e organizações,mas somente uma socieda<strong>de</strong> civil forte,consciente <strong>de</strong> sua própria proposta, capaz <strong>de</strong>dialogar, <strong>de</strong> interferir na construção <strong>de</strong>políticas é capaz <strong>de</strong> fazer com que osprojetos e experiências saiam da pequenaescala e se transformem em políticas. Porisso, o MOC, em todos os seus programas eprojetos, sempre prioriza fortalecer,organizar a socieda<strong>de</strong> civil, ajudando osgrupos a <strong>de</strong>finir seus projetos políticos e suasestratégias <strong>de</strong> ação.9


O Programa <strong>de</strong> Gênero tem como propósito contribuir para a mudança dasrelações sociais <strong>de</strong> gênero, prioritariamente, nos territórios do Sisal e Bacia doJacuípe.O trabalho <strong>de</strong>senvolvido com as organizações <strong>de</strong> mulheres se configurou comoo principal do programa, mas nossas ações perpassaram também pelos outros programasda instituição e por organizações populares.Nesse sentido, relatamos abaixo as ações estratégicas e resultados oriundosdos esforços conjuntos do MOC, das organizações parceiras, em especial as organizadaspor mulheres, e das próprias mulheres e o faremos a partir <strong>de</strong> eixos estratégicos..O primeiro dos três eixos estratégicos diz respeito ao fortalecimento políticoe gerencial das organizações <strong>de</strong> mulheres rurais para interferir em políticas públicas.O segundo, correspon<strong>de</strong> ao fortalecimento e articulação dos grupos <strong>de</strong> produçãofemininos para inserção da produção nos mercados locais. E o terceiro, compreen<strong>de</strong>a transversalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> gênero junto aos programas do MOC e seus públicos <strong>de</strong>atuação.1. Fortalecimento político e gerencial das organizações <strong>de</strong> mulheresrurais para interferir em políticas públicasNesse eixo, trabalhamos a estrutura organizacional dos grupos/organizações<strong>de</strong> mulheres trabalhadoras rurais <strong>de</strong> forma a promover uma maior eficiência e qualida<strong>de</strong>gerencial. E assessoria e monitoramento das ações das li<strong>de</strong>ranças femininaspara influenciar nas políticas públicas setoriais.No campo da estrutura organizacional atuamos com as organizações específicas<strong>de</strong> mulheres no âmbito local, regional e inter-regional e com organizações mistasque possuem, em suas estruturas, secretarias ou <strong>de</strong>partamentos <strong>de</strong> mulheres.Eis alguns exemplos:MMTR´s locais, regional e inter regional. Foram <strong>de</strong>senvolvidas ativida<strong>de</strong>sque promovessem um maior planejamento do trabalho a ser <strong>de</strong>senvolvido pelosgrupos e/ou organizações <strong>de</strong> mulheres e <strong>de</strong>finidos os espaços estratégicos <strong>de</strong> representaçãopolítica das mulheres rurais que possibilitasse uma maior influencia natomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão na construção <strong>de</strong> políticas públicas setoriais.Secretaria <strong>de</strong> Mulheres do Pólo Sindical do Sisal. Foram realizadas ações<strong>de</strong> lineamento das concepções e entendimentos quanto ao papel <strong>de</strong>ssas estruturasinternas no interior da organização, e <strong>de</strong>limitadas as competências das diferentesinstituições que prestam assessoria/acompanhamento às mesmas.Como resultados <strong>de</strong>ssa ação po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>stacar:a) Estrutura organizacionalA elaboração dos planos <strong>de</strong> ação dos MMTR´s <strong>de</strong> 06 municípios e do MMTR13


egional, a rearticulação do MMTR inter-regional em substituição do MMTR-BA, umamelhor estruturação das organizações <strong>de</strong> mulheres envolvidas através da escolha coletivadas gestoras da organização, assim como aumento no numero <strong>de</strong> sócias.b) Representação política em organizações e articulaçõesespecíficas <strong>de</strong> mulheresHouve a <strong>de</strong>finição da representação <strong>de</strong> li<strong>de</strong>ranças do MMTR Inter-regionalna direção do MMTR-NE e na Red Latino Americana <strong>de</strong> Trabalhadoras Rurais,uma maior influência dos MMTR´s regional e inter-regional nas <strong>de</strong>finiçõespolíticas e na co-execução <strong>de</strong> ações <strong>de</strong>senvolvidas por essas organizações, aapresentação e negociação <strong>de</strong> propostas <strong>de</strong> interesse das mulheres rurais naDeclaração final do II Encontro <strong>de</strong> Mulheres Rurais da América Latina e Caribe -Tlaxcala/México.c) Representação política em organizações e articulaçõesda socieda<strong>de</strong> civil localOs MMTR´s locais influenciaram mais em organizações mistas da socieda<strong>de</strong>civil, com uma atitu<strong>de</strong> mais propositiva dos grupos <strong>de</strong> mulheres e a participaçãomais qualitativa em instancias <strong>de</strong>cisórias <strong>de</strong>ssas organizações, através <strong>de</strong> uma açãointencional, articulada e estratégica.d) Interferência em Políticas14Foram <strong>de</strong>senvolvidas ações <strong>de</strong> formação, assessoria e monitoramento as li<strong>de</strong>rançasdos MMTR´s dos três níveis para potenciar suas competências e habilida<strong>de</strong>s, oferecerinformações e conhecimentos específicos para uma atuação pró-ativa na construção,proposição, negociação e controle social <strong>de</strong> políticas públicas setoriais na perspectivado empo<strong>de</strong>ramento político e econômico das mulheres dos territórios rurais.


Nesse sentido, tivemos duas gran<strong>de</strong>s linhas <strong>de</strong> ação. A primeira <strong>de</strong>las, nos trêsníveis <strong>de</strong> atuação dos MMTR´s, teve como centralida<strong>de</strong> o campo dos direitos e dacidadania que envolveu acesso à documentação, acesso à água potável, direitos dascrianças e dos adolescentes, política <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> renda, entre outros. E a segunda,ainda mais específica, tratou <strong>de</strong> políticas <strong>de</strong> crédito, através da continuida<strong>de</strong> daatuação junto as jovens li<strong>de</strong>ranças femininas i<strong>de</strong>ntificadas e integrantes das organizaçõeslocais <strong>de</strong> mulheres. Eis alguns resultados:• No âmbito localEnvolvimento das mulheres dos municípios na Mobilização Social pelo PactoNacional pela Infância com representação <strong>de</strong> li<strong>de</strong>ranças na MMTR na ComissãoRegional e como articuladoras titulares da socieda<strong>de</strong> civil em alguns municípios. Interferênciamais efetiva dos MMTR´s <strong>de</strong> Santa Bárbara, Serrinha e também Retirolândianas Comissões Municipais e Regional <strong>de</strong> Água do P1MC e na operacionalização<strong>de</strong> todas as fazes da construção das cisternas. Na negociação <strong>de</strong> mais 14 cisternasa serem construídas em dois municípios <strong>de</strong> abrangência do P1MC.• No âmbito regionalA apresentação e negociação <strong>de</strong> propostas <strong>de</strong> crédito, acesso a documentaçãoe a saú<strong>de</strong> ao SAEB/SAC; ASCOOB; SICOOB; Prefeitura Municipal e SEBRAE,a participação do MMTR regional na construção do Plano <strong>de</strong> DesenvolvimentoTerritorial com apresentação <strong>de</strong> propostas [Pronat infra-estrutura e PAISM] e compondoos grupos <strong>de</strong> trabalho <strong>de</strong> agricultura familiar, educação e saú<strong>de</strong> do CODES- Sisal, a participação na Comissão Estadual do Programa Nacional <strong>de</strong> Documentaçãoda Mulher Rural para operacionalização do mesmo na região, co-organizaçãodo Mutirão da Documentação promovido pela Delegacia Fe<strong>de</strong>ral do DesenvolvimentoAgrário/INCRA em parceria com o STRAF, APAEB e o Sicoob domunicípio <strong>de</strong> Serrinha, negociação e aprovação pelo COGEFUR <strong>de</strong> uma linha créditoespecífica para as mulheres - Mulher Empreen<strong>de</strong>r e a apresentação <strong>de</strong> propostasno campo da saú<strong>de</strong>, violência contra a mulher, e infra-estrutura ao orçamentopúblico do Estado da Bahia.• No âmbito inter-regionalInclusão <strong>de</strong> proposta <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> renda, documentação e violência conta amulher] da inter-regional no documento apresentado a SPM pelo MMTR-NE, a inserção<strong>de</strong> 03 grupos <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> mulheres, filiados da Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> Produtoras, noPrograma <strong>de</strong> Promoção da Igualda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Gênero <strong>de</strong>senvolvido pelo MDA atravésda atuação do MMTR inter-regional no Programa <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> Renda do MMTR-NE, a retomada das negociações com a Secretaria da Fazenda do Estado para elaboração<strong>de</strong> novos produtos <strong>de</strong> divulgação do SIMBAHIA Rural.15


e) Na Formação/Acompanhamento/Monitoramento das Jovens Li<strong>de</strong>rançasFemininas, foi dada continuida<strong>de</strong> ao processo <strong>de</strong> formação das jovens trabalhandoquestões que foram <strong>de</strong>s<strong>de</strong> as relações sociais <strong>de</strong> gênero até as políticasafirmativas <strong>de</strong> crédito para mulheres rurais.Uma das ações principais <strong>de</strong>senvolvidas neste ano foi à finalização do levantamentodos grupos <strong>de</strong> produção organizados por mulheres nas regiões do Sisal, LitoralNorte e Paraguaçu. Do total <strong>de</strong> 144 grupos i<strong>de</strong>ntificados nos 15 municípios <strong>de</strong>atuação das jovens, 31 foram escolhidos pelas organizações <strong>de</strong> mulheres para participaremdo processo <strong>de</strong> animação, bem como para integrarem futuros projetosbuscados pelos MMTR´s e seus parceiros.I<strong>de</strong>ntificadas as necessida<strong>de</strong>s, três estratégias prioritárias foram direcionadas.A primeira foi à sensibilização e reflexão sobre as questões <strong>de</strong> gênero, i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> eauto-estima, refletindo os aspectos que influenciaram a aglutinação das mulheresnos seus respectivos grupos. A segunda relacionada a processos mínimos <strong>de</strong> estruturaçãoassociativa interna. A terceira foi uma ação articulada nos níveis local e regional,que foi a sistematização das <strong>de</strong>mandas dos grupos feitas com as organizações<strong>de</strong> mulheres, em especial MMTR´s e Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> Produtoras, transformando numaproposta <strong>de</strong> linha <strong>de</strong> crédito específico – Mulher Empreen<strong>de</strong>r.2. Fortalecimento e articulação dos grupos <strong>de</strong> produção femininospara inserção da produção nos mercados locaisNesse eixo estratégico objetiva-se fortalecer e articular os grupos <strong>de</strong> produçãofemininos para inserção da produção nos mercados locais. Para tanto, as açõesestratégicas priorizadas foram a assessoria à Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> Produtoras para <strong>de</strong>finição doseu projeto político, planejamento estratégico e gestão e o apoio a Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> Produtorase empreendimentos filiados em ações <strong>de</strong> articulação no campo da economiasolidária e organização local.Essa ação se configurou como uma das mais <strong>de</strong>safiadoras para o programa <strong>de</strong>gênero, pois se por um lado à história do programa está diretamente ligada à organizaçãopolítica das mulheres, por outro a escassez dos recursos humanos e financeirosnão permitiram a atuação direta junto aos empreendimentos locais, provocandoo foco da ação no nível regional e pontualmente, através da Coor<strong>de</strong>naçãoExecutiva da Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> Produtoras, nos níveis locais.A partir da assessoria à Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> Produtoras, foram realizados momentos <strong>de</strong>reflexão, formação e <strong>de</strong>finição política nos quais foram <strong>de</strong>finidos o projeto político,planejamento estratégico e a sua estrutura <strong>de</strong> gestão, a partir dos quais a Re<strong>de</strong> atuaem quatro área estratégicas:.16Articulação política com outras organizações <strong>de</strong> mulheres – A partir daparticipação no MMTR Feira e Sisal a Re<strong>de</strong> começa a inserir no seu cotidiano discussõespolíticas específicas <strong>de</strong> mulheres <strong>de</strong>fendidas pelo MMTR. Assim <strong>de</strong> forma inte-


grada MMTR´s, Re<strong>de</strong> e Empreendimentos participaram <strong>de</strong> processos <strong>de</strong> construçãoe implementação como I Semana das Mulheres, da construção e negociação da linha<strong>de</strong> crédito Mulher Empreen<strong>de</strong>r e do Seminário Nacional para construção do Projeto<strong>de</strong> Apoio aos Grupos Produtivos Organizados por Mulheres Rurais, seminário promovidopela Coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> Gênero do Ministério do Desenvolvimento Agrário.Ainda nesta área, a Re<strong>de</strong> continua a integrar a Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> Produtoras do Nor<strong>de</strong>ste.Atuação no movimento da economia solidária – os empreendimentos secaracterizam como <strong>de</strong> economia solidária. Contudo, a inserção no processo maisamplo da economia solidária era pequeno. Este quadro foi-se modificando a partirda participação da Unicafes Nor<strong>de</strong>ste e Brasil e do Fórum Estadual <strong>de</strong> EconomiaSolidária, neste integrando a Coor<strong>de</strong>nação Estadual.Através <strong>de</strong>ssa ação,a Re<strong>de</strong>, articulada com outras organizações locais, regionaise estaduais se fez presente em momentos importantes como O Cadastro Nacionaldos Empreendimentos Solidários 1 , Cadastro Nacional do Comércio Justo,Fundação da Unicafes Nor<strong>de</strong>ste e Brasil e Inscrição <strong>de</strong> produtos dos empreendimentosfiliados a Re<strong>de</strong> na Cesta do Fome Zero a ser negociada pelo Ministério doDesenvolvimento Social com re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> supermercados.Acesso a mercados locais e regionais – com poucos recursos legais efinanceiros, a Re<strong>de</strong> atuou através da articulação com organizações locais, regionais,_______________1Cadastro organizado pelo Fórum Nacional <strong>de</strong> Economia Solidária em parceria com a Secretaria Nacionalda Economia Solidária17


estaduais e nacionais no sentido <strong>de</strong> garantir a sua participação e dos empreendimentosfiliados nos principais espaços <strong>de</strong> comercialização solidária do país.A Arco-Sertão vem se consolidando como um parceiro estratégico na região,especialmente no que refere a comercialização solidária, seja através das férias regionais,estaduais e nacionais, seja através da Central <strong>de</strong> Vendas Riquezas do Sertão.Para participar em diversas feiras <strong>de</strong> comercialização solidária as mulherespassaram a praticar a intercooperação através da comercialização conjunta dos produtos<strong>de</strong> todos os grupos, ação que tem viabilização à representação em tantosespaços regionais, estaduais e nacionais..Outra estratégia que tem viabilizado essa ação, é a continuida<strong>de</strong> do FundoSolidário, constituído com 5% das vendas totais <strong>de</strong> cada empreendimento atravésda Re<strong>de</strong>, o qual vem sendo utilizado para custear <strong>de</strong>spesas com a participação emFeira e Eventos, bem como para pequenos empréstimos aos grupos para adquirirmatéria prima para a produção.A gestão organizacional – a outra área <strong>de</strong> atuação da Re<strong>de</strong> se dá no querefere a sua gestão, buscando enten<strong>de</strong>r o funcionamento <strong>de</strong> um empreendimentoauto-gestionário, o que ainda é uma fragilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> todas as mulheres que integram aarticulação.3. Transversalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> gênero junto aos programas do MOCe seus públicosO terceiro eixo estratégico, buscou promover a transversalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> gênerojunto aos programas do MOC e seus públicos <strong>de</strong> atuação.As ações giraram em torno <strong>de</strong> oferecer conteúdos específicos aos públicos dosprogramas acima mencionados para qualificar suas propostas políticas <strong>de</strong> intervençãonos territórios rurais e oferecer dados e instrumentos para uma leitura crítica da realida<strong>de</strong>on<strong>de</strong> estão inseridos. Em relação à assessoria aos programas institucionais, buscou-sepriorizar junto às equipes-técnicas um trabalho <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> dados e uma primeirasistematização das principais medidas e procedimentos que os programas têmbuscado inserir em suas estratégias <strong>de</strong> trabalho para estimular a participação ativa dasmulheres e construir novas práticas e valores <strong>de</strong> <strong>de</strong>mocracia <strong>de</strong> gênero.Como resultados <strong>de</strong>ssa ação estratégica, <strong>de</strong>stacamos uma maior sensibilida<strong>de</strong>por parte dos grupos para a temática e a inclusão <strong>de</strong> iniciativas que proporcionassema participação das mulheres em espaços <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão e construção <strong>de</strong> uma imagemnão sexista das mulheres rurais.a) Programa <strong>de</strong> Comunicação18Verificamos a ampliação da visibilida<strong>de</strong> dos grupos organizados <strong>de</strong> mulheresna impressa local escrita, radiofônica e televisiva; maior participação das mulheres


nas rádios comunitárias; a adoção <strong>de</strong> uma linguagem direcionada ao público feminino;maior preocupação com a representação feminina na composição <strong>de</strong> comissões,grupos <strong>de</strong> trabalho e instâncias <strong>de</strong> representação e maior participação dasmulheres nas ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> formação política e capacitação técnica.b) Programa <strong>de</strong> Educação RuralMantém-se a inserção da dimensão <strong>de</strong> gênero nos instrumentos pedagógicosutilizados pelos professores(as), o reconhecimento do trabalho realizado pelas mulherescomo integrantes do <strong>de</strong>senvolvimento, a abertura e ampliação da participaçãodas mulheres na tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão na gestão escolar, exposição dos trabalhosrealizados pelas mulheres nos encontros municipais e comunitários promovidos pelasescolas, o envolvimento dos pais nas ativida<strong>de</strong>s escolares e comunitárias, o aumentodo número <strong>de</strong> mulheres em espaços <strong>de</strong> discussão e representação política [ComissãoEstadual <strong>de</strong> Monitores], o aumento da participação das mulheres nas instâncias<strong>de</strong> <strong>de</strong>finição coletiva do Programa <strong>de</strong> Educação Rural e nos Conselhos Municipais<strong>de</strong> Educação entre outros.No processo <strong>de</strong> formação das jovens li<strong>de</strong>ranças femininas, é preciso <strong>de</strong>stacarque a dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> interpretação da leitura apresentada pela maior parte das jovensfez surgir nova interface junto ao Programa <strong>de</strong> Educação, mais especificamenteo sub-programa Baú <strong>de</strong> Leitura. Nessa ação foram utilizados os livros do projetoBaú <strong>de</strong> Leitura que tratam questões como gênero, i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>, auto-estima e organização,todos <strong>de</strong> forma lúdica, criativa e prazerosa, utilizando esse processo comofio condutor para a prática da leitura e interpretação.c) Programa <strong>de</strong> ÁguaDestaca-se uma maior receptivida<strong>de</strong> à questão <strong>de</strong> gênero junto às ComissõesMunicipais e Comissão Regional, participação mais qualificada das mulheres nos espaços<strong>de</strong> gestão do Programa P1MC, aumento do número <strong>de</strong> mulheres nas ativida<strong>de</strong>s<strong>de</strong> formação e capacitação técnica, a exemplo das capacitações <strong>de</strong> construção<strong>de</strong> cisternas e bombas.No que diz respeito à assessoria/acompanhamento aos programas da instituiçãopara promoção da dimensão <strong>de</strong> gênero em suas ações estratégicas, apontamoscomo principal resultado à elaboração <strong>de</strong> um documento <strong>de</strong> avaliação <strong>de</strong> impactosda inserção da dimensão <strong>de</strong> gênero em todos os programas institucionais com <strong>de</strong>staquepara a i<strong>de</strong>ntificação dos instrumentos e procedimentos que hoje se constituemnovas práticas e valores trabalhados pelas equipes técnicas, das pautas, das mudançasmais significativas e das dificulda<strong>de</strong>s dos programas em trabalhar essa transversalida<strong>de</strong>em <strong>de</strong>terminadas áreas.19


O Programa <strong>de</strong> Educação do Campo <strong>de</strong>senvolve ações buscando contribuirna construção <strong>de</strong> uma proposta <strong>de</strong> política pública a serviço do <strong>de</strong>senvolvimentosustentável local e territorial, valorizando a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> e cultura locais. Em <strong>2005</strong>,atuou em quatro linhas <strong>de</strong> ações específicas: a) Subprograma <strong>de</strong> formação continuada<strong>de</strong> professores/as do campo – Projeto CAT; b) Subprograma Formação continuada<strong>de</strong> Monitores/as e Coor<strong>de</strong>nadores/as da Jornada Ampliada do PETI; c)Subprograma Formação <strong>de</strong> educadores/as e Coor<strong>de</strong>nadores/as para atuarem noProjeto Baú <strong>de</strong> Leitura e d) Integração das Ações Educativas. Dentro <strong>de</strong>stasquatro linhas, trabalhou-se com alguns eixos <strong>de</strong> atuação como: fortalecimento dasocieda<strong>de</strong> civil, fortalecimento da agricultura familiar, meio ambiente, segurança alimentar,água e incentivo à construção, implementação, execução e controle <strong>de</strong>políticas públicas.A seguir as principais ativida<strong>de</strong>s realizadas em <strong>2005</strong> em cada linha <strong>de</strong> ação.1. Subprograma <strong>de</strong> Formação Continuada <strong>de</strong> professores/asdo Campo - CATO processo <strong>de</strong> formação continuada <strong>de</strong> professores municipais do campo éuma proposta pedagógica <strong>de</strong>senvolvida há 12 anos em parceria entre prefeiturasmunicipais da Região Sisaleira, a UEFS, Movimentos Sociais e o MOC.Busca-se fortalecer o <strong>de</strong>senvolvimento, colocando a escola como produtora<strong>de</strong> conhecimento voltado para esta realida<strong>de</strong>, centrando-se a atenção na agriculturafamiliar e no campo e que as crianças percebam a importância, o valor, a contribuiçãodas ativida<strong>de</strong>s que seus familiares realizam para a sustentabilida<strong>de</strong> alimentar daspessoas e o <strong>de</strong>senvolvimento do município e da região.Trabalha-se com a metodologia <strong>de</strong> Conhecer a realida<strong>de</strong> através <strong>de</strong> pesquisacom os pais, Analisá-la, para ver o que há <strong>de</strong> bom e o que precisa melhorar, daícriando e ampliando conhecimentos que aju<strong>de</strong>m as pessoas a viverem melhor. Emseguida, <strong>de</strong>volvem-se estes conhecimentos à comunida<strong>de</strong>, para se buscar Transformara realida<strong>de</strong> naquele aspecto pesquisado; daí a sigla CAT.A i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> pessoal e local, e Censo Ambiental, pesquisando-se o meio-ambientee a ação das pessoas sobre o mesmo, foram temas planejados, conjuntamente,construindo-se uma Ficha Pedagógica, espécie <strong>de</strong> roteiro para o trabalho do/aeducador/a.Estratégias <strong>de</strong> Atuação:a) Nos municípios Novos20A partir da inserção do eixo educação do campo e da elaboração <strong>de</strong> um diagnósticosobre educação no CODES por solicitação dos próprios municípios, houveuma ampliação do Projeto CAT, para mais oito municípios <strong>de</strong>sta região.


Nestes municípios novos optou-se por uma estratégia <strong>de</strong> formar equipesmunicipais envolvendo professores municipais e representantes dos movimentossociais do campo, buscando dar uma sustentabilida<strong>de</strong> pedagógica e política ao processo.Foi composta, em cada município, uma equipe <strong>de</strong> 04 ou 05 pessoas oriundasda Secretaria <strong>de</strong> Educação, mais uma representação da socieda<strong>de</strong> civil organizadapara participar dos encontros <strong>de</strong> formação e preparar-se para implantar e acompanhara proposta <strong>de</strong> educação do campo junto aos educadores, diretores e gestoresno município.O processo <strong>de</strong> formação constou <strong>de</strong> encontros, visitas a experiências <strong>de</strong> educaçãodo campo e estudos sobre as mesmas.b) Nos municípios mais experientesCom os municípios mais experientes, realizou-se um processo <strong>de</strong> monitoramento,com quatro Encontros Intermunicipais <strong>de</strong> Avaliação e Planejamento, sendomais assumidos pelos/as coor<strong>de</strong>nadores/as, intensificando a troca e socialização <strong>de</strong>experiências. Houve, também, oito reuniões da coor<strong>de</strong>nação geral (MOC/UEFS/Coor<strong>de</strong>nação municipal) para monitorar todo o processo. Buscou-se, também,como estratégia <strong>de</strong> integração das ações educativas, uma maior participação da socieda<strong>de</strong>civil organizada nas ações educativas nos municípios. Para isso, foram realizadosdois seminários sobre “Educação do Campo e Movimentos Sociais”: um noTerritório do Sisal e outro no Território Bacia do Jacuípe bem como construção <strong>de</strong>um plano comum <strong>de</strong> ações.Continuou-se lutando pela implementação das Diretrizes Operacionais para aEducação Básica nas Escolas do Campo (Resolução do CNE, nº 01, <strong>de</strong> 3 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong>2002), através <strong>de</strong> discussões sobre o tema e incentivo à elaboração dos PlanosDecenais <strong>de</strong> Educação que foram concluídos este ano.O CAT em números:11.993 crianças e adolescentes508 educadores304 escolas223 comunida<strong>de</strong>s56 coor<strong>de</strong>nadores (39 novos em <strong>2005</strong>)19 municípios (08 novos em <strong>2005</strong>)4.798 famílias buscando preservar mais o meio ambiente, utilizando melhor osolo e valorizando mais os produtos proporcionando segurança alimentar.Dificulda<strong>de</strong>sPercebe-se que nem todas as Secretarias <strong>de</strong> Educação assumem a implantaçãodas Diretrizes e a execução do Plano Decenal <strong>de</strong> Educação como política públi-21


ca permanente <strong>de</strong> educação. Ou seja, ainda se tem um projeto e não uma políticapública <strong>de</strong> educação do campo – construída pelo po<strong>de</strong>r público e socieda<strong>de</strong> civil eaprovada nos Conselhos, com orçamentos específicos etc. Assim, sempre há dificulda<strong>de</strong>quando se muda <strong>de</strong> gestão.Nos municípios mais experientes, a socieda<strong>de</strong> civil organizada ainda tem poucaparticipação nos processos <strong>de</strong> educação, pois as <strong>de</strong>cisões são tomadas, na maioria dasvezes, pelo po<strong>de</strong>r público, percebendo-se que, mesmo nos Conselhos Municipais, osrepresentantes dos movimentos sociais ainda não têm uma atuação efetiva.Constata-se, ainda, que a <strong>de</strong>volução à comunida<strong>de</strong>, dos conhecimentos produzidospela escola, como passo metodológico importante para o Transformar, nãofoi bem entendida e assumida por todos os municípios.Resultados constatadosEsta proposta <strong>de</strong> educação do campo atuando basicamente no semi-áridobaiano, tem contribuído, ao longo dos seus onze anos, não só para o crescimentointelectual e cognitivo das crianças e adolescentes, mas também para estimular o<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> habilida<strong>de</strong>s e posturas cidadãs, provocando a intervenção constantena realida<strong>de</strong> em que vivem, com o intuito <strong>de</strong> transformá-la para melhor.A metodologia, que leva à produção <strong>de</strong> conhecimento, tem ajudado a melhorara vida das pessoas e colaborado para a integração escola e comunida<strong>de</strong>. Vêemsehoje alunos mais participativos, críticos e criativos valorizando e respeitando maisos idosos, seus pais agricultores e o meio ambiente.Provocadas pela escola, as famílias têm melhorado seus hábitos alimentares,valorizando mais sua produção agrícola e aumentando sua renda com a utilização<strong>de</strong>sses produtos na alimentação Um gran<strong>de</strong> movimento pela preservação do meioambientevem acontecendo com plantio <strong>de</strong> árvores frutíferas e mais cuidado com olixo e aguadas, formando-se mutirões nas comunida<strong>de</strong>s para limpar açu<strong>de</strong>s comunitários.Este ano, houve um maior <strong>de</strong>spertar dos movimentos sociais para o seu papelsócio-político junto à educação do campo. Representantes da socieda<strong>de</strong> civil organizadacontribuíram em momentos <strong>de</strong> discussão sobre educação do campo e participaramintegralmente dos encontros <strong>de</strong> formação dos educadores/es. A partir daí,percebe-se uma maior presença na vida da escola e na luta junto ao po<strong>de</strong>r público,pelo atendimento às <strong>de</strong>mandas surgidas nas <strong>de</strong>voluções, resultando no melhoramento<strong>de</strong> aspectos físicos <strong>de</strong> algumas escolas, exigido pelas associações locais.Estes resultados têm contribuído para o estímulo aos professores e reconhecimentodo projeto em âmbitos variados..Consi<strong>de</strong>rações finais22Po<strong>de</strong>-se confirmar que quatro pontos se <strong>de</strong>stacaram no trabalho <strong>de</strong>ste ano:• A estratégia <strong>de</strong> formação da equipe pedagógica dos municípios novos, preparan-


do-a para implantar e assumir a proposta <strong>de</strong> educação do campo em seus municípiosem 2006.• A inclusão, na equipe pedagógica dos novos municípios, <strong>de</strong> um representante dasocieda<strong>de</strong> civil organizada. Um marco que está dando certo, traz melhor a realida<strong>de</strong>da população para ser refletida e revela um compromisso cidadão.• O processo <strong>de</strong> monitoramento dos municípios mais experientes, acompanhandoo assumir com mais autonomia esta caminhada, e a busca <strong>de</strong> envolver nestes,a socieda<strong>de</strong> civil organizada, para que acompanhe o processo, colabore nas açõesjunto às comunida<strong>de</strong>s e fiscalize a atuação e execução das políticas públicas.• O processo das <strong>de</strong>voluções dos conhecimentos produzidos à comunida<strong>de</strong> pelasescolas. Ficou marcada a presença das famílias e po<strong>de</strong>r público refletindo o que énecessário fazer para melhorar a vida das pessoas e a preservação do meio ambiente.Foi um avanço consi<strong>de</strong>rável que provocou exigências e atuação tanto dopo<strong>de</strong>r público, quanto da socieda<strong>de</strong> civil organizada na busca <strong>de</strong> melhoria dasescolas e <strong>de</strong> vida para todas as pessoas.Tudo isto leva a refletir sobre a responsabilida<strong>de</strong> em 2006.Além dos 19 municípios com os quais se trabalhou este ano, outros <strong>de</strong>verãobuscar a atuação do CAT como uma experiência <strong>de</strong> educação do campo. Isto implicará,provavelmente, em três níveis <strong>de</strong> atuação em 2006: com os mais experientes(11 municípios) uma assessoria mais geral; com os novos (8 municípios) que se prepararamem <strong>2005</strong>, assessoria na implantação da proposta com professores/as <strong>de</strong>seus municípios; e mais um grupo novo <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nadores/as <strong>de</strong> outros municípioso qual <strong>de</strong>verá preparar-se para implantar em 2007 a proposta com os/as professores/as.2. Subprograma formação <strong>de</strong> educadores paraJornada Ampliada do PETIA Jornada Ampliada do PETI são ações complementares à escola, espaço on<strong>de</strong>se <strong>de</strong>senvolvem ativida<strong>de</strong>s sócio-educativas <strong>de</strong> convivência, recreativas, artísticas,esportivas e <strong>de</strong> pesquisa para produção <strong>de</strong> conhecimento que busca contribuir coma melhoria <strong>de</strong> vida das pessoas, da comunida<strong>de</strong> e do <strong>de</strong>senvolvimento territorialsustentável. O trabalho do MOC na Jornada é <strong>de</strong>senvolvido em duas linhas <strong>de</strong> ações:um processo sistemático <strong>de</strong> formação, planejamento, monitoramento e avaliaçãocom os Coor<strong>de</strong>nadores/as Municipais, e outra <strong>de</strong> formação dos monitores.Em <strong>2005</strong>, o subprograma da Jornada Ampliada contou, em suas ativida<strong>de</strong>scom a parceria com SETRAS, UNICEF e Projeto Axé, e apoio do Ministério doDesenvolvimento Agrário, através da Secretaria <strong>de</strong> Desenvolvimento Territorial.As ações <strong>de</strong> formação foram <strong>de</strong>ntro da linha <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento sustentável,com enfoque em meio ambiente, valorização da cultura local, segurança alimentar,gênero/sexualida<strong>de</strong>, ética e cidadania. Eis as ativida<strong>de</strong>s:23


a) Formação <strong>de</strong> Coor<strong>de</strong>nadores/asComo nos anos anteriores, priorizou-se o trabalho com os Coor<strong>de</strong>nadoresmunicipais, como uma espécie <strong>de</strong> re<strong>de</strong> <strong>de</strong> multiplicadores. Não sendo possível enem estratégico para o MOC atingir um a um os monitores, buscou-se potencializaros coor<strong>de</strong>nadores, para que os mesmos multiplicassem as ações em cadamunicípio com os monitores, construindo uma maior autonomia municipal. Nestesentido <strong>de</strong>senvolveu-se o trabalho com algumas dimensões:Dimensão Pedagógica do Cuidado epreservação - recomposição ambiental:A cada dois meses, era realizado um Encontro <strong>de</strong> Planejamento, Monitoramentoe Avaliação das Ações. Para o Grupo A, região <strong>de</strong> atuação do MOC, foi maisintensificado o trabalho, continuando as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> preservação e recomposiçãoambiental, com a Campanha Plante e Cui<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma Árvore Frutífera adaptadaà região semi-árida. O Grupo B, em menor escala, também <strong>de</strong>senvolveu a campanha,que contou com o apoio da Eletrobrás.A partir <strong>de</strong>ste trabalho foi possível realizar vários estudos <strong>de</strong> reforço escolar,sobre os diversos tipos <strong>de</strong> árvores, frutas, vitaminas encontradas nas frutas da região,importância do cuidado com a natureza, canalizando para uma campanha <strong>de</strong>segurança alimentar, além <strong>de</strong> toda uma dimensão da arte e da cultura, com confecção<strong>de</strong> cartazes, pinturas <strong>de</strong> quadro, construção <strong>de</strong> poesias, músicas, apresentaçõesteatrais sobre a temática.Nos espaços dos encontros, além da avaliação da prática, foram realizadasOficinas Pedagógicas <strong>de</strong> segurança alimentar, <strong>de</strong> agroecologia e <strong>de</strong> gerenciamento<strong>de</strong> recursos hídricos, buscando ampliar e aprofundar os estudos sobre a questãoe melhorar os resultados das campanhas que estavam sendo realizadas.Esta campanha <strong>de</strong> cuidado e preservação ambiental perpassava por várias outrasquestões, como cidadania, cuidado com as gerações futuras, <strong>de</strong>ntre outras. De 2003até o momento, as famílias já adquiriram, aproximadamente, 8.680 filtros e emrelação à Campanha <strong>de</strong> Plantio <strong>de</strong> Árvores, po<strong>de</strong>mos ver o avanço:Campanha Plante e Cui<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma Árvore Frutífera:2441 municípios <strong>de</strong>senvolvendo a campanha10.396 árvores plantadas em 200326.672 árvores plantadas em 200448.200 árvores plantadas em <strong>2005</strong>24.900 crianças envolvidas na campanha


Como é possível verificar, a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mudas plantadas entre 2003 a <strong>2005</strong>,cresceu consi<strong>de</strong>ravelmente, graças ao apoio da Eletrobrás e ao processo sistemático<strong>de</strong> ações junto às famílias, com campanhas <strong>de</strong> sementes, <strong>de</strong> preservação.Dimensão Política e Cidadania(contribuição na construção <strong>de</strong> políticas):Outra temática bastante <strong>de</strong>batida nos encontros durante o ano <strong>de</strong> <strong>2005</strong>, foi aparticipação nos espaços existentes <strong>de</strong> construção <strong>de</strong> políticas como Fóruns,Conferências, Comissões, Conselhos, <strong>de</strong>ntre outros. A partir <strong>de</strong>ste <strong>de</strong>bate, algunscoor<strong>de</strong>nadores começaram a participar <strong>de</strong> Conselhos como da Criança e Adolescente,<strong>de</strong> Educação, <strong>de</strong> Desenvolvimento Territorial Sustentável, tanto no Territóriodo Sisal, quanto do Jacuípe, levando propostas <strong>de</strong> educação, <strong>de</strong> direitos das criançase adolescentes. Merece também <strong>de</strong>staque a participação <strong>de</strong> vários Monitoresno <strong>de</strong>bate do Pacto Um Mundo para Criança e Adolescente do Semi-Árido.O <strong>de</strong>bate sobre Educação Integral também foi pauta em encontros esteano. Foi analisado como o trabalho da Jornada e das ações educativas nos municípiospo<strong>de</strong>ria contribuir na construção <strong>de</strong> uma proposta <strong>de</strong> educação integral, aproveitandoinclusive as experiências existentes como da Jornada, do Baú <strong>de</strong> Leitura,do Projeto CAT.Dimensão da arte e cultura:Em todas as temáticas estudadas, se planejava como trabalhar elementos pedagógicos,<strong>de</strong>ntro da sala <strong>de</strong> aula e fora <strong>de</strong>la, utilizando inclusive elementos lúdicos,recreativos, <strong>de</strong> arte, <strong>de</strong> revalorização da cultura local.b) Cursos <strong>de</strong> Formação Inicial <strong>de</strong> Monitores.Foram realizados 12 cursos <strong>de</strong> formação <strong>de</strong> Monitores/as, com 52 horas,alguns <strong>de</strong> 1º Módulo e outros <strong>de</strong> retomada do processo. No total foram 660 Monitorescapacitados. O MOC também contribuiu para o processo <strong>de</strong> formação <strong>de</strong>110 Monitores do PETI <strong>de</strong> Salvador.Algumas dificulda<strong>de</strong>sAs incertezas em relação ao futuro PETI, com a transferência do mesmo parao Programa Bolsa Família do Governo Fe<strong>de</strong>ral e assim como o futuro profissionaldos/as monitores/as, têm trazido insegurança e <strong>de</strong>sânimo para muitos, visto quenão está claro como ficará a Jornada Ampliada e tudo que já foi conquistado até omomento. Há uma falta <strong>de</strong> integração <strong>de</strong> políticas, especialmente entre os Ministé-25


ios <strong>de</strong> Educação e da Assistência Social, que se reflete também no âmbito estaduale municipal.Geram dificulda<strong>de</strong>s também o pouco compromisso <strong>de</strong> alguns gestores emdisponibilizar as condições <strong>de</strong> trabalho necessárias, assim como o idêntico profissional<strong>de</strong> alguns monitores, que não <strong>de</strong>senvolvem bem o trabalho.Alguns avanços• Coor<strong>de</strong>nadores/as e monitores/as realizando seminários, mostras <strong>de</strong> arte, comparticipação das famílias, crianças, adolescentes, sem intervenção do MOC, caminhandopara uma maior autonomia;• Crianças que antes estavam no trabalho, não freqüentavam a escola, não conseguiamse expressar, nem mesmo falar direito, hoje freqüentam a escola, <strong>de</strong>senvolvemsuas potencialida<strong>de</strong>s artísticas e criativas, na comunida<strong>de</strong>, nos semináriose eventos regionais e estaduais;• Maior <strong>de</strong>senvolvimento e <strong>de</strong>sempenho escolar das crianças, com diminuição darepetência e da evasão;• Participação <strong>de</strong> monitores nos Conselhos, Fóruns e Comissões propondo e construindopolíticas públicas em <strong>de</strong>fesa da criança e do adolescente;• Fomento do <strong>de</strong>bate, estudos e elaboração <strong>de</strong> um plano <strong>de</strong> educação integral;• Participação <strong>de</strong> Monitores/as na construção dos Planos <strong>de</strong> Educação dos CO-DES (Sisal e Jacuípe).A Jornada Ampliada em números:35.000 crianças freqüentando a Jornada Ampliada com ações lúdicas, recreativas,<strong>de</strong> pesquisa e reforço escolar.1.920 educadores atuando nas Jornadas Ampliadas com acompanhamento<strong>de</strong> 84 coor<strong>de</strong>nadores municipais660 educadores capacitados em <strong>de</strong>senvolvimento sustentável, ativida<strong>de</strong>s artísticase esportivas para melhor atuação na jornada26 mostras <strong>de</strong> arte nos municípios realizadas20 grupos <strong>de</strong> teatro, 11 grupos <strong>de</strong> dança e 06 grupos <strong>de</strong> música formados3. Subprograma Baú <strong>de</strong> Leitura26O subprograma Baú <strong>de</strong> Leitura enquanto ação complementar da jornada ampliadae da jornada regular, compreen<strong>de</strong> a leitura como instrumento no <strong>de</strong>senvolvimentoda criança e adolescente, na formação do ser humano e <strong>de</strong> sua percepção <strong>de</strong>mundo. Desta forma, incentiva a elaboração e implementação <strong>de</strong> políticas públicas <strong>de</strong>educação que contemplem uma concepção <strong>de</strong> leitura lúdica e contextualizada.


Com as ações <strong>de</strong>senvolvidas neste ano, buscou-se aprofundar e fortalecer asrelações entre os atores educacionais e políticos que formam uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> educadoresdo projeto, nos espaços locais e regionais <strong>de</strong> encontro e intercâmbio <strong>de</strong>experiências, dando continuida<strong>de</strong> aos processos <strong>de</strong> formação. Outras estratégiasforam intensificadas procurando ampliar as ações do Grupo <strong>de</strong> Trabalho do projeto,envolvendo a socieda<strong>de</strong> civil e o po<strong>de</strong>r público nas ações <strong>de</strong>senvolvidas. Assim, osespaços <strong>de</strong> formação foram ampliados fortalecendo a dimensão político-pedagógicado projeto que já abrange 48 municípios, 49 coor<strong>de</strong>nadores e 785 educadoresenvolvidos no trabalho com 785 baús e 21.611 crianças. Eis algumas ações:a) Formação e articulação dos EducadoresOs Encontros <strong>de</strong> Sensibilização – constituem-se no processo inicial <strong>de</strong> formação,para subsidiar a prática pedagógica dos novos educadores. Assim, trabalhou-seo envolvimento dos educadores no processo <strong>de</strong> leitura, procurando contribuirpara o resgate da sua i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> cultural, fazendo uma leitura <strong>de</strong> si e do mundoa partir dos livros. Participaram neste ano 146 educadores, possibilitando que maiscrianças tivessem acesso ao Projeto Baú <strong>de</strong> Leitura.Os Encontros <strong>de</strong> Aprofundamento da Metodologia - visaram fortalecere dinamizar a prática pedagógica dos educadores que já atuam no projeto, assimtrazendo novos elementos para o trabalho com os temas gerais – i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> cultural,meio ambiente e relações sociais – que norteiam as leituras. Passaram por esteprocesso, 531 educadores, que trouxeram suas experiências e reafirmaram o compromissocom o Projeto Baú <strong>de</strong> Leitura, assumindo mais sua i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>, revelandomudanças no seu <strong>de</strong>sempenho leitor e buscando uma maior representativida<strong>de</strong> sociale política, participando <strong>de</strong> espaços <strong>de</strong> construção política como câmara <strong>de</strong> vereadores,conselhos, comissões, etc.Os Encontros <strong>de</strong> Coor<strong>de</strong>nadores são espaços <strong>de</strong> formação, <strong>de</strong> troca <strong>de</strong> experiência,<strong>de</strong> avaliação e planejamento das ações, buscando melhorar a atuação dos coor<strong>de</strong>nadoresno projeto e em outros espaços do município, fazendo com que dominemmais a metodologia e filosofia do projeto, através <strong>de</strong> oficinas temáticas. Foram realizadosencontros, envolvendo os coor<strong>de</strong>nadores, provocando uma maior articulação <strong>de</strong>stesem âmbito regional no sentido <strong>de</strong> contribuir para o fortalecimento do projeto.Os Encontros <strong>de</strong> Formação da Equipe <strong>de</strong> Multiplicadores se revelam comooutro espaço <strong>de</strong> formação que contribui com os <strong>de</strong>mais processos pedagógicos. Osmultiplicadores <strong>de</strong>senvolvem suas ações realizando encontros <strong>de</strong> sensibilização e aprofundamento<strong>de</strong> educadores – dividindo com a equipe técnica do MOC a mediação<strong>de</strong>ste processo – e ampliando os espaços intermunicipais <strong>de</strong> intercâmbio.b) Inovações da prática dos educadoresOutros espaços <strong>de</strong> formação po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong>stacados como inovações da práticados educadores nos seus municípios e regiões. Os Núcleos <strong>de</strong> Leitura que27


são os espaços <strong>de</strong> formação local, on<strong>de</strong> mensalmente os educadores se reúnem,fazem leituras compartilhadas em todos os municípios para estudos e aprofundamentoda metodologia, passaram a integrar educadores e convidados <strong>de</strong> outros municípiosem sua dinâmica e troca <strong>de</strong> experiência. Da mesma forma acontecem as Mostras<strong>de</strong> Arte e Leitura que, a partir da iniciativa dos educadores são multiplicadas nosmunicípios e regiões, abrindo espaço <strong>de</strong> cultura e lazer, intercambiando saberes, entrecrianças, educadores, famílias e artistas da região. Os Encontros Intermunicipais,realizados entre municípios <strong>de</strong> uma mesma região, fortalecem essa tendência <strong>de</strong> articulaçãoregional no processo <strong>de</strong> formação dos educadores.c) Ações e instrumentos <strong>de</strong> integração e fortalecimento do ProjetoNo processo <strong>de</strong> fortalecimento do Projeto Baú <strong>de</strong> Leitura, o Grupo <strong>de</strong> Trabalhoconstituído <strong>de</strong> representantes do po<strong>de</strong>r público e socieda<strong>de</strong> civil, <strong>de</strong>staca-sena articulação <strong>de</strong> entida<strong>de</strong>s da socieda<strong>de</strong> civil e do po<strong>de</strong>r público nos EncontrosRegionais, buscando divulgar e ampliar a proposta <strong>de</strong> leitura do projeto para aescola regular. Os Encontros Regionais com Secretários Municipais conseguiramreunir representações do po<strong>de</strong>r público, tendo como resultados uma maiorparticipação <strong>de</strong> secretários <strong>de</strong> educação, educadores e outros agentes sociais. Nes-28


tes encontros apresentou-se a metodologia do projeto, sua atualida<strong>de</strong> e sua importânciano contexto dos municípios e regiões, como estratégia <strong>de</strong> estreitamento dasrelações entre estes e incentivo à consolidação <strong>de</strong> políticas públicas <strong>de</strong> Educação.O diagnóstico do projeto Baú <strong>de</strong> Leitura, elaborado nos espaços <strong>de</strong> formaçãodos coor<strong>de</strong>nadores, é um instrumento pedagógico que traz indicadores sociaisdo impacto do Projeto – como número <strong>de</strong> atores que passaram a ler, que produzemtextos, que participam <strong>de</strong> espaços culturais e sociais nos municípios – e seconfigura como um elemento estratégico importante <strong>de</strong> apresentação e discussãosobre os resultados e impactos do projeto.A fim <strong>de</strong> universalizar a experiência e abrir caminhos por políticas públicas, foirealizado um processo <strong>de</strong> sistematização da experiência do Projeto Baú <strong>de</strong> Leituraem forma <strong>de</strong> livro, envolvendo instituições parceiras como o IRPAA do Estadoda Bahia e a Missão Criança, o CDJDC e a UNDIME do Estado <strong>de</strong> Sergipe. Além<strong>de</strong>ssa sistematização, o Projeto publicou um artigo especial na Revista Presença,on<strong>de</strong> relata a trajetória e os principais resultados.Destaca-se, também, a classificação do Projeto Baú <strong>de</strong> Leitura entre as 10experiências vencedoras do Prêmio Melhores Práticas em Gestão Local <strong>2005</strong>,da Caixa Econômica Fe<strong>de</strong>ral e a indicação para concorrer ao Prêmio Internacional<strong>de</strong> Práticas <strong>de</strong> Desenvolvimento, Dubai, nos Emirados Árabes.d) Limites e <strong>de</strong>safiosAlguns limites prevalecem ainda, pela própria dinâmica das relações entresocieda<strong>de</strong> civil e po<strong>de</strong>r público, pois nem sempre se percebe a educação comoestratégia <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento territorial, pela fragmentação <strong>de</strong> políticas nos municípios,consolidando o distanciamento entre a jornada regular e a ampliada, e pelofrágil controle social por parte da socieda<strong>de</strong> civil que não ocupa os espaços <strong>de</strong> representativida<strong>de</strong>– como conselhos <strong>de</strong> educação e FUNDEF – a fim <strong>de</strong> buscar mecanismos<strong>de</strong> propulsão para que se projete o Baú <strong>de</strong> Leitura enquanto políticaspúblicas em seus municípios.Alguns <strong>de</strong>safios para 2006 se mostram claros, como a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> maiorapoio por parte do po<strong>de</strong>r público e também da socieda<strong>de</strong> civil, aos espaços <strong>de</strong>formação continuada construídos pelos educadores em seus municípios e regiões.Busca-se também um maior envolvimento das Secretarias Municipais <strong>de</strong> Educaçãoe Ação Social na ampliação, no acompanhamento e fortalecimento do projeto nosmunicípios, garantir a discussão sobre a importância da leitura nas jornadas pedagógicase nos projetos políticos pedagógicos das secretarias, bem como <strong>de</strong> construção<strong>de</strong> políticas públicas.Desta forma, os <strong>de</strong>safios se traduzem em estímulos à construção <strong>de</strong> políticaspúblicas <strong>de</strong> educação que contemplem uma proposta <strong>de</strong> leitura contextualizada,que fortaleçam os laços <strong>de</strong> solidarieda<strong>de</strong> com a sua comunida<strong>de</strong>, com sua história esua cultura e que vejam no prazer <strong>de</strong> ler e perceber o mundo, em letra e em vivências,possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> mudança.29


O Baú <strong>de</strong> Leitura em números:21.611 crianças em torno <strong>de</strong> 35.000 livros da literatura infanto juvenil.3.830 crianças apresentando nas comunida<strong>de</strong>s, levando arte e reflexão, divertindoe envolvendo.7.028 crianças dramatizam e 1.735 contam histórias.2.218 crianças produzem contos, 3.944 poesias e 4.310 histórias.1.027 famílias lendo os livros do acervo do Baú <strong>de</strong> Leitura.4. Integração das Ações EducativasAlém das ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>stes três subprogramas, trabalhamos, em <strong>2005</strong>, comuma quarta linha <strong>de</strong> ação. Integrar as ações educativas nos municípios, abrindocaminho para a construção <strong>de</strong> uma educação integral.No início do ano, foi realizado, com assessoria do MOC, um Encontro <strong>de</strong>Planejamento <strong>de</strong> Ações Conjuntas (CAT, Jornada Ampliada, Baú <strong>de</strong> Leitura e representantesda socieda<strong>de</strong> civil) a serem <strong>de</strong>senvolvidas nos municípios. A partir <strong>de</strong>staação, houve vários encontros municipais <strong>de</strong> integração, seminários, mostras <strong>de</strong> arte,<strong>de</strong>voluções do Projeto CAT, Núcleos <strong>de</strong> Leitura, <strong>de</strong>ntre outros.Em julho, foi realizada a III Mostra <strong>de</strong> Arte e Cultura do PETI. Esta mostracontou com a participação dos três subprogramas e <strong>de</strong> representantes da socieda<strong>de</strong>civil e po<strong>de</strong>r público.Junto com o Fórum Estadual <strong>de</strong> Educação do Campo e RESAB, o MOC promoveuum Encontro Regional <strong>de</strong> Educação do Campo, com po<strong>de</strong>r público esocieda<strong>de</strong> civil, tendo como objetivo estudar e encaminhar ações para implementaçãodas Diretrizes Operacionais para Educação do Campo nos municípios e incentivaro apoio à leitura prazerosa, a partir das ações do Baú <strong>de</strong> Leitura.No final do ano, houve um Seminário <strong>de</strong> Avaliação das Ações Educativasrealizadas, nos municípios, em <strong>2005</strong>..Além disso, o Programa <strong>de</strong> Educação do MOC vem participando do CODES,contribuindo no processo <strong>de</strong> construção <strong>de</strong> políticas públicas <strong>de</strong> educação para aregião.Este ano, o programa apresentou sua experiência no Encontro Nacional <strong>de</strong>Educação do Campo, promovido pela SDT, especialmente sua intervenção noCODES.30


Aten<strong>de</strong>ndo aos anseios <strong>de</strong> vivenciar uma socieda<strong>de</strong> pautada nos princípios daigualda<strong>de</strong> <strong>de</strong> direitos, o MOC, com entida<strong>de</strong>s e grupos parceiros da região, realizoudiscussões, <strong>de</strong>bates e processos <strong>de</strong> formação, com objetivo <strong>de</strong> qualificar a atuaçãoda socieda<strong>de</strong> civil nos espaços <strong>de</strong> participação política e <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> políticas públicas.Simultaneamente, buscou qualificar os espaços públicos <strong>de</strong> construção <strong>de</strong> políticas,como os Conselhos e Comissões.Tendo em vista essa crescente complexida<strong>de</strong> e os vários obstáculos para apromoção <strong>de</strong> melhorias concretas, o Programa <strong>de</strong> Políticas Públicas (POLPUB) temcomo objetivo estratégico, <strong>de</strong> um lado, o fortalecimento <strong>de</strong> entida<strong>de</strong>s/grupos representativosda socieda<strong>de</strong> civil para formulação, implementação e controle social<strong>de</strong> políticas públicas, com participação qualificada nos espaços <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão e implementação<strong>de</strong>ssas políticas e, <strong>de</strong> outro, a qualificação da ação <strong>de</strong>stes próprios espaços<strong>de</strong> elaboração e controle social <strong>de</strong> políticas públicas como Conselhos, Comissõesetc. Para efeito, o Programa <strong>de</strong> POLPUB <strong>de</strong>senvolveu, em <strong>2005</strong>, suas açõesconfiguradas nos seguintes eixos estruturais: construção <strong>de</strong> planos estratégicos e <strong>de</strong>gestão das entida<strong>de</strong>s regionais; re<strong>de</strong>finição dos projetos políticos e <strong>de</strong>senho institucional,assessoria a entida<strong>de</strong>s e grupos na dimensão <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento local sustentável;formação, mobilização e articulação da socieda<strong>de</strong> civil para interferêncianos espaços públicos institucionais <strong>de</strong> elaboração <strong>de</strong> políticas públicas setoriais, comoconselhos, fóruns, etc; motivação para autonomia <strong>de</strong> entida<strong>de</strong>s e grupos; formação<strong>de</strong> grupos para acessar e permanecer na terra, assessoria a Conselhos Municipais eRegionais <strong>de</strong> Políticas Setoriais, apoio e incentivo às experiências <strong>de</strong> auto-organizaçãoe representação política da juventu<strong>de</strong> na perspectiva <strong>de</strong> políticas públicas. A fim<strong>de</strong> dar unida<strong>de</strong> programática às ações <strong>de</strong>senvolvidas pelo Programa <strong>de</strong> POLPUB,foram as mesmas organizadas, em <strong>2005</strong>, através <strong>de</strong> quatro SubProgramas, a saber:Conselhos Municipais <strong>de</strong> Gestão, Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente, Juventu<strong>de</strong>e Participação Social, Fortalecimento da Socieda<strong>de</strong> Civil e Acesso à Terra, cujoeixo aglutinador foi o Fortalecimento da Socieda<strong>de</strong> Civil .Nos próximos pontos, <strong>de</strong>stacamos as ações estratégicas e resultados dos subprogramas,em <strong>2005</strong>, e suas perspectivas para 2006.1. SubPrograma Conselhos Municipais <strong>de</strong> GestãoO SubPrograma <strong>de</strong> Conselhos, tem três objetivos básicos: a) fortalecer a socieda<strong>de</strong>civil para inserir-se nos Conselhos Municipais <strong>de</strong> Gestão, entendidos comoespaços <strong>de</strong> <strong>de</strong>finição e implementação <strong>de</strong> políticas públicas setoriais, orçamentomunicipal e participação e na elaboração <strong>de</strong> planos, projetos e <strong>de</strong> políticas setoriais.b) criar espaços efetivos <strong>de</strong> controle social das políticas públicas setoriais através daparticipação pró-ativa dos representantes da socieda<strong>de</strong> civil; c) contribuir para a<strong>de</strong>mocratização da administração pública municipal, criando e fortalecendo espaços<strong>de</strong> po<strong>de</strong>r e <strong>de</strong> gestão participada, como os Conselhos..Para efetivação <strong>de</strong>sses objetivos o MOC <strong>de</strong>finiu, no seu planejamento, atuar31


32junto aos CMDCA, CMDRs e Conselhos Municipais <strong>de</strong> Educação. Na prática, atuou,também, junto aos CMAS e aos Conselhos Tutelares, <strong>de</strong>senvolvendo durante o anoum conjunto <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> capacitação nos níveis regional, sub-regional e municipal,acompanhamento e monitoramento junto aos conselheiros municipais. O foco<strong>de</strong> todo processo <strong>de</strong> trabalho foi a busca do fortalecimento dos Conselhos Municipais,sendo que, para isso, são necessários: a compreensão política da importância<strong>de</strong>sses espaços institucionais pelos conselheiros; o conhecimento básico dos fundamentoslegais e dos objetivos dos Conselhos; o planejamento das ações a seremimplementadas; o monitoramento e avaliação.Os resultados <strong>de</strong>sse trabalho são os seguintes: maior interação dos conselheirosdas diversas áreas; conselheiros com maior clareza sobre a importância <strong>de</strong> umaatuação qualificada através do planejamento das ações; conselheiros mobilizadospara estruturação e funcionamento da Casa dos Conselhos; segmentos da socieda<strong>de</strong>Civil mobilizados para re<strong>de</strong>senhar e fortalecer a sua atuação nestes espaços <strong>de</strong><strong>de</strong>cisão política; interferência direta dos Conselhos no Plano Plurianual, <strong>de</strong>stacando-seos municípios <strong>de</strong> Nova Fátima, Santa Luz (ambos na área da Criança e Adolescente)e Can<strong>de</strong>al; conselheiros atuando na elaboração das Conferências Municipais<strong>de</strong> Direitos da Criança e do Adolescente e da Assistência Social; conselheiros atuando<strong>de</strong> acordo com as diretrizes do Pacto “Um mundo para a Criança e Adolescenteno Semi-Árido”.Entretanto, apesar dos Conselhos Municipais <strong>de</strong> Gestão se constituírem emimportantes espaços <strong>de</strong> <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> políticas públicas setoriais, com a participação<strong>de</strong> representações da socieda<strong>de</strong> civil e do po<strong>de</strong>r público, algumas dificulda<strong>de</strong>s persistemna maioria dos municípios: ausência <strong>de</strong> planos <strong>de</strong> ação <strong>de</strong>finidos; a falta <strong>de</strong>regularida<strong>de</strong> <strong>de</strong> reunião para a discussão e implementação <strong>de</strong> suas ativida<strong>de</strong>s e monitoramentodos trabalhos, prejudicando, assim, a continuida<strong>de</strong> do processo <strong>de</strong> trabalho,que po<strong>de</strong>ria estar gerando melhores serviços em cada setor <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>.Os <strong>de</strong>safios são <strong>de</strong>correntes, por um lado, <strong>de</strong> uma cultura <strong>de</strong> participaçãopouco pró-ativa, por parte das organizações da socieda<strong>de</strong> civil nos espaços políticoinstitucionais,não assumindo como priorida<strong>de</strong> a participação nos Conselhos Municipais<strong>de</strong> Gestão e, por outro, da prática centralizadora dos administradores municipaisque enfraquece a atuação dos Conselhos, instâncias <strong>de</strong> <strong>de</strong>mocratização da administraçãomunicipal.Apesar dos <strong>de</strong>safios supracitados, a atual conjuntura vem <strong>de</strong>marcando a consolidação<strong>de</strong> um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong>mocrático e participativo <strong>de</strong> gestão das políticas públicas,perspectiva essa que vem legitimando os Conselhos <strong>de</strong> Gestão e conseqüentementeaumentando <strong>de</strong>mandas para estes espaços, percebendo-se <strong>de</strong>sta forma, também,a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> apoiar e assessorar, a fim <strong>de</strong> fortalecer os Conselhos <strong>de</strong>Gestão, como <strong>de</strong> fato uma esfera estratégica <strong>de</strong> controle social e garantia <strong>de</strong> implementaçãodas políticas públicas <strong>de</strong> maneira mais transparente.Para o MOC, esta trajetória <strong>de</strong> Conselhos vem se ampliando não só enquantoespaço <strong>de</strong> atuação da entida<strong>de</strong> nos diversos municípios, como também, um espaçoaon<strong>de</strong> vem se atuando institucionalmente em nível estadual como: CEAS, CECA e


CEDRs. Espaços prepon<strong>de</strong>rantes para a multiplicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> formulação e controlesocial <strong>de</strong> políticas públicas.2. SubPrograma Juventu<strong>de</strong> e Participação Social<strong>2005</strong> se firmou como ano <strong>de</strong> consolidação da intervenção institucional doMOC na dimensão <strong>de</strong> juventu<strong>de</strong>. Atualmente, são diversas as áreas <strong>de</strong> trabalhocom jovens, junto a entida<strong>de</strong>s parceiras, a saber: comunicação social e cultura, agriculturafamiliar, interferência nas políticas públicas, acesso à terra.Além da ampliação <strong>de</strong>ssas iniciativas e projetos focando jovens, a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong>criar o Programa <strong>de</strong> Juventu<strong>de</strong>, presente no planejamento estratégico do MOC 2006-2010, é o resultado mais expressivo da compreensão político-estratégica e reconhecimentoinstitucional do papel do segmento juvenil na construção do <strong>de</strong>senvolvimentoterritorial sustentável da região. Acreditamos que a experiência singular dos Coletivos<strong>de</strong> Jovens tenha dado uma importante contribuição para essa conquista.Para o ano <strong>de</strong> <strong>2005</strong>, optou-se prioritariamente por três linhas <strong>de</strong> trabalhopara o conjunto <strong>de</strong> atuação junto ao segmento juvenil rural. A primeira voltou-separa apoio e incentivo às experiências <strong>de</strong> auto-organização juvenil, em 22 municípiosdas Microrregiões Sisal e Vale do Jacuípe da Bahia, que aqui vai <strong>de</strong>scrita.Os Coletivos Municipais <strong>de</strong> Jovens atuam e (são reconhecidos pelas entida<strong>de</strong>slocais) enquanto instrumento <strong>de</strong> organização política e social da juventu<strong>de</strong>, mas ainda<strong>de</strong>mandam <strong>de</strong> assessoria técnica para avaliação do processo <strong>de</strong> trabalho localcom os/as jovens e para planejamento <strong>de</strong> algumas ações voltadas para intervençãonas políticas públicas setoriais e elaboração e gestão <strong>de</strong> projetos juvenis, negociadosjunto a entida<strong>de</strong>s apoiadoras. Visitas municipais <strong>de</strong> acompanhamento técnico aosColetivos foram a estratégia <strong>de</strong> trabalho, nesta dimensão.De forma complementar, outra linha <strong>de</strong> trabalho optada foi a capacitação equalificação técnica dos jovens coor<strong>de</strong>nadores municipais para o <strong>de</strong>senvolvimentodos trabalhos dos Coletivos <strong>de</strong> Jovens. O processo <strong>de</strong> capacitação assegurou a qualificaçãocontinuada dos jovens , focando a inserção e criação <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>sgeradoras <strong>de</strong> trabalho e renda da agricultura familiar no contexto do semi-árido.Esta dimensão também se constitui como <strong>de</strong>safio para a experiência <strong>de</strong> trabalhocom jovens nas microrregiões. Desta forma, foram realizadas oficinas temáticassobre planejamento estratégico, elaboração <strong>de</strong> projetos sociais e produtivos, acessoa crédito rural e gestão <strong>de</strong> empreendimentos solidários, com participação <strong>de</strong>mais <strong>de</strong> sessenta jovens.A terceira linha focou a prestação <strong>de</strong> assessoria técnica ao Coletivo Regional<strong>de</strong> Jovens. Mensalmente, um coor<strong>de</strong>nador juvenil <strong>de</strong> cada município reuniu-se paraplanejar, avaliar e <strong>de</strong>finir encaminhamentos políticos em relação à experiência <strong>de</strong>trabalho. Com isso, as reuniões mensais <strong>de</strong>ste espaço <strong>de</strong> articulação e intercâmbioregional da juventu<strong>de</strong> tiveram acompanhamento técnico voltado para o fortalecimentodo empo<strong>de</strong>ramento juvenil no processo <strong>de</strong> planejamento e gestão.33


Noutra dimensão, os Coletivos <strong>de</strong> Jovens estão implementando o Projeto JovemPrevenção, que visa qualificação técnica <strong>de</strong> jovens multiplicadores na área <strong>de</strong>prevenção <strong>de</strong> DST/AIDS e gravi<strong>de</strong>z na adolescência. A partir das capacitações, essesjovens serão qualificados para <strong>de</strong>senvolverem experiências comunitárias <strong>de</strong> orientação<strong>de</strong> jovens rurais para implementação <strong>de</strong> práticas <strong>de</strong> prevenção as DST/AIDS egravi<strong>de</strong>z na adolescência. De modo geral, esta proposta surgiu <strong>de</strong>vido à inexistência<strong>de</strong> processos <strong>de</strong> informação e formação <strong>de</strong> jovens voltados para essa perspectiva, jáque nem a escola nem o po<strong>de</strong>r público têm uma iniciativa com este foco, tampoucoas famílias da zona rural estão preparadas para tratar disso com seus filhos.As conquistas da juventu<strong>de</strong>, em <strong>2005</strong>, estão compreendidas em várias dimensões:Projetos <strong>de</strong> apoio para trabalho local da juventu<strong>de</strong>Nos municípios <strong>de</strong> Antônio Cardoso, Conceição do Coité e Tucano, prestouseassessoria na elaboração e acompanhamento <strong>de</strong> projetos referenciais <strong>de</strong> formaçãoe mobilização social <strong>de</strong> jovens comunitários, que foram negociados e apoiadosjunto a CESE. Em Antônio Cardoso, os jovens conseguiram apoio com a CáritasBrasileira Regional 3, para realização da I Semana Social da Juventu<strong>de</strong>.Atuação nos Conselhos Municipais e Câmara <strong>de</strong> VereadoresOs Coletivos <strong>de</strong> Jovens formaram comissões locais <strong>de</strong> jovens para acompanhamentoe participação nos Conselhos Municipais <strong>de</strong> Criança e Adolescente (emAntônio Cardoso, Nor<strong>de</strong>stina, Nova Fátima e Tucano), Desenvolvimento Rural Sustentável(em Santa Luz, Antônio Cardoso, Tucano, Nor<strong>de</strong>stina Irará, Can<strong>de</strong>al e Cansanção),Assistência Social (Antônio Cardoso), do FUMAC (Irará) e Educação (emValente e Antônio Cardoso). Participam das sessões das Câmaras <strong>de</strong> Vereadores,além <strong>de</strong> solicitar sessões especiais para apresentar e discutir propostas e projetos<strong>de</strong> interesse da juventu<strong>de</strong>.Interferência no orçamento públicoNo município <strong>de</strong> Can<strong>de</strong>al, o Coletivo <strong>de</strong> Jovens e Sindicato <strong>de</strong> TrabalhadoresRurais mobilizaram jovens <strong>de</strong> comunida<strong>de</strong>s rurais para i<strong>de</strong>ntificar <strong>de</strong>mandas comunitáriase formular propostas para o PPA 2006-2009 e LDO. Apesar do conjunto daspropostas não terem sido incorporadas ao PPA, projetos <strong>de</strong> emenda popular naárea <strong>de</strong> habitação e agricultura familiar foram negociados para o orçamento público,a partir da atuação junto à Câmara <strong>de</strong> Vereadores.Criação <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> trabalho/renda para jovens34Em Serrinha, assessorou-se, em parceria com a ADS/CUT, o Coletivo <strong>de</strong> Jovense a Apaeb-Serrinha na elaboração <strong>de</strong> um projeto voltado para implantação <strong>de</strong>


pequenos criatórios <strong>de</strong> abelha e galinha caipira, enquanto oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> geração<strong>de</strong> trabalho e renda para jovens e mulheres. O projeto está sendo implementadocom o apoio da ADS/CUT e da Fundação Banco do Brasil. Já em Cansanção eCoité, jovens estão <strong>de</strong>senvolvendo experiências <strong>de</strong> horta comunitária para comercializaçãodos produtos no mercado local. Também em parceria com a ADS/CUT ea Cooperativa Caroá, os jovens <strong>de</strong> Araci estão formando um grupo <strong>de</strong> beneficiamento<strong>de</strong> laticínio bovino.Jovem PrevençãoOs Coletivos <strong>de</strong> Jovens realizaram seminários regional e municipais para apresentar,discutir e negociar apoio para o Projeto Jovem Prevenção, junto às entida<strong>de</strong>slocais do po<strong>de</strong>r público (secretarias municipais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, educação, assistênciasocial e câmaras <strong>de</strong> vereadores) e da socieda<strong>de</strong> civil (STR’s, Pastoral da Família,Associações Comunitárias) e também com empresas privadas. Com isso, o número<strong>de</strong> jovens multiplicadores bolsistas quase que duplicou..Inserção <strong>de</strong> jovens nas diretorias <strong>de</strong> entida<strong>de</strong>s representativasda socieda<strong>de</strong> civilA atuação dos Coletivos tem conquistado reconhecimento pelas entida<strong>de</strong>s parceiraslocais e contribuído para a emergência <strong>de</strong> li<strong>de</strong>ranças juvenis. No município <strong>de</strong>Nor<strong>de</strong>stina e Araci jovens foram eleitos para o Sindicato <strong>de</strong> Trabalhadores Rurais.Conselhos da Juventu<strong>de</strong>Os Coletivos <strong>de</strong> Conceição do Coité, Retirolândia e Valente mobilizaram jovense entida<strong>de</strong>s parceiras (STR’s) para discussão e elaboração <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> iniciativapopular para constituição do Conselho Municipal <strong>de</strong> Juventu<strong>de</strong>. Essas propostasforam apresentadas e negociadas nas Câmaras <strong>de</strong> Vereadores pelos/as jovens.Por enquanto, estão participando e acompanhando o processo <strong>de</strong> tramitação dosprojetos, junto às Câmaras.Divulgando as ações da juventu<strong>de</strong>Com o apoio do Projeto <strong>de</strong> Jovens (convênio Assocene/ MDA) e acompanhamentotécnico da equipe <strong>de</strong> Comunicação do MOC, jovens produziram textose conceberam uma revista para divulgar e dar visibilida<strong>de</strong> às ações da juventu<strong>de</strong> naregião, a ser lançada em 2006. Em parceria com a Agência <strong>de</strong> Mobilização Social –Aracati (SP), serão lançados, em 2006, um documentário <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o e um livro com ahistória <strong>de</strong> mobilização juvenil dos Coletivos <strong>de</strong> Jovens, uma das oito experiênciasreferenciais selecionadas no Brasil todo pela Aracati.35


Educação do CampoO Coletivo <strong>de</strong> Jovens <strong>de</strong> Araci está <strong>de</strong>senvolvendo processos comunitários<strong>de</strong> fortalecimento da Educação do Campo. A partir do conhecimento e da participaçãona proposta do CAT (Conhecer, Analisar e Transformar a realida<strong>de</strong> do campo),o Coletivo <strong>de</strong>senvolveu <strong>de</strong>bates comunitários com jovens, educadores e professorespara incorporação e consolidação da proposta <strong>de</strong> Educação do Campo nasescolas públicas municipais da zona rural <strong>de</strong> Araci.Intercâmbios e participação em espaços políticos da juventu<strong>de</strong>36Jovens da região participaram <strong>de</strong> diversos espaços <strong>de</strong> intercâmbio para conhecimentoe troca <strong>de</strong> experiências <strong>de</strong> trabalho com juventu<strong>de</strong> rural, no Campo daSementeira (SERTA), em Glória do Goitá (PE), e também marcaram sua participaçãopolítica no I Congresso Regional Juventu<strong>de</strong> e Trabalho, em Recife. Já em Brasília,participaram do encontro das oito experiências <strong>de</strong> mobilização juvenil, selecionadaspela Aracati. Também, em Brasília, uma representante do Coletivo <strong>de</strong> Jovens participoudo II Vozes Jovens, com apoio da Coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> Juventu<strong>de</strong> da SRA/MDA,para discutir e traçar políticas <strong>de</strong> juventu<strong>de</strong> a serem implementadas pelo GovernoFe<strong>de</strong>ral. Enquanto em Gramado, 45 jovens <strong>de</strong> diversas experiências juvenis, da região,participaram e divulgaram suas experiências na Jornada Nacional do JovemRural, evento que contou com a participação <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 200 jovens rurais <strong>de</strong> todosos cantos do Brasil, apoiado pelo Instituto Souza Cruz e entida<strong>de</strong>s parceiras, entreelas o MOC e o SERTA.Enquanto perspectiva, ainda em <strong>2005</strong>, as coor<strong>de</strong>nações municipais discutirame conceberam o Planejamento Estratégico do Coletivo Regional <strong>de</strong> Jovens,que <strong>de</strong>fine objetivos e linhas prioritárias <strong>de</strong> atuação da experiência juvenil.Dentre as <strong>de</strong>finições para 2006, foram priorizadas ações voltadas para o acesso<strong>de</strong> jovens ao Pronaf Jovem e ao Programa Nossa Primeira Terra (Crédito Fundiário/MDA), enquanto oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> renda e permanência dajuventu<strong>de</strong> no campo. Noutra dimensão, os jovens i<strong>de</strong>ntificaram a necessida<strong>de</strong><strong>de</strong> criar uma coor<strong>de</strong>nação regional executiva que fortaleça a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> <strong>de</strong> juventu<strong>de</strong>e autonomia política da experiência, <strong>de</strong>ixando <strong>de</strong> ser apenas ‘projeto’ eassumindo o caráter <strong>de</strong> (CRJPS).Duas outras linhas <strong>de</strong> trabalho a serem priorizadas pelo CRJPS, para 2006,dizem respeito ao <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> ações <strong>de</strong> comunicação e cultura, em parceriacom a AMAC, através do Programa Ação Cultura Viva (Ponto <strong>de</strong> Cultura), convênioMOC e Ministérios da Cultura e do Trabalho. E, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> muitas negociaçõesinstitucionais entre o Instituto Aliança e o Ministério do Trabalho, serão iniciadas ascapacitações e qualificações técnicas nas linhas <strong>de</strong> comunicação social, caprino-ovinocultura,teatro e apicultura através do Consórcio Nacional da Juventu<strong>de</strong> Rural,que envolverá, inicialmente, 150 jovens dos Coletivos das Microrregiões Sisal e Valedo Jacuípe da Bahia.


Juventu<strong>de</strong>• 600 jovens capacitados em 22 Municípios dos Territórios Sisal e Jacuípe;• 20 jovens inseridos nos Conselhos Municipais <strong>de</strong> Educação e eleitos diretoresnos sindicatos <strong>de</strong> trabalhadores rurais e associações comunitárias;• 03 grupos <strong>de</strong> jovens inseridos em ações geradores <strong>de</strong> renda.• 96 jovens , <strong>de</strong> 22 municípios, prestando serviços comunitários <strong>de</strong> informação,orientação e prevenção da DST/AIDS e Gravi<strong>de</strong>z na adolescência;• 02 Coletivos Municipais <strong>de</strong> Jovens <strong>de</strong>senvolvendo ações públicas <strong>de</strong> resgatee fortalecimento da cultura local ;• 03 grupos <strong>de</strong> jovens organizados para acesso à Primeira Terra (Tucano);• 300 jovens das comunida<strong>de</strong>s rurais interferindo no orçamento municipal.• 04 Coletivos Municipais <strong>de</strong> Jovens negociando a criação do Conselho Municipal<strong>de</strong> Juventu<strong>de</strong>• 80 jovens dos Coletivos Municipais participando dos espaços regionais, estaduaise nacionais <strong>de</strong> intercâmbio e troca <strong>de</strong> experiências juvenis;• 110 grupos <strong>de</strong> jovens comunitários formados em 22 municípios dos TerritóriosSisal e Jacuípe.3. SubPrograma Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente:Consi<strong>de</strong>rando os Direitos das Crianças e dos Adolescentes assegurados naConstituição Fe<strong>de</strong>ral/88 e na Lei 8.069/90 - ECA, o MOC juntamente com entida<strong>de</strong>sparceiras da região sisaleira baiana tem se <strong>de</strong>dicado à busca da garantia <strong>de</strong>ssesdireitos, melhor <strong>de</strong>finidos na inserção da entida<strong>de</strong> no PETI e no <strong>de</strong>senvolvimentodo PAF.O SubPrograma Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente, no ano <strong>de</strong><strong>2005</strong>, passou por diversas discussões e transformações. Foi um ano em que o MOCdiscutiu e construiu o seu Planejamento Estratégico para o próximo qüinqüênio e<strong>de</strong>ntro, <strong>de</strong>ste, a questão da Criança e do Adolescente <strong>de</strong>u um salto <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>,criando-se o Programa Criança e Adolescente.O subprograma cuja linha básica <strong>de</strong> ação tem sido a erradicação do trabalhoinfantil, teve, no ano <strong>de</strong> <strong>2005</strong>, ações estratégicas relacionadas à: Família – atravésdas ações do PAF; Mobilização Social – com ênfase no Fórum da Socieda<strong>de</strong> Civile, Mobilização do PETI. Particularizando as ações do sub-programa no ano <strong>de</strong><strong>2005</strong> <strong>de</strong>staca-se:Na linha da família:Os agentes <strong>de</strong> família são pessoas que trabalham voluntariamente numProjeto conveniado entre o MOC/UNICEF, atuando na Região Sisaleira Baiana37


<strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1999, com o objetivo <strong>de</strong> aten<strong>de</strong>r as famílias beneficiárias no PETI, informando-ase sensibilizando-as a participarem mais ativamente das questões referentesao próprio Programa e também àquelas referentes às Comunida<strong>de</strong>s on<strong>de</strong>moram. No ano <strong>de</strong> <strong>2005</strong>, os Agentes <strong>de</strong> Família <strong>de</strong>ram continuida<strong>de</strong> às suasativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> incentivo às famílias a serem protagonistas das suas próprias ações,buscando assim uma mudança nas suas vidas e nas <strong>de</strong> seus filhos e filhas. Entreas mudanças ocorridas <strong>de</strong>stacam-se: famílias que passaram a freqüentar commaior assiduida<strong>de</strong> a escola regular e a jornada ampliada dos seus filhos, enxergandoa educação como um direito da criança e do adolescente; famílias quepassaram a se organizar e participar <strong>de</strong> mobilizações, abaixo-assinados, mutirões,seminários, enfim, ativida<strong>de</strong>s nas quais elas (as famílias) cobrassem seusdireitos e os direitos <strong>de</strong> seus filhos e filhas, tendo sempre o PETI como referência<strong>de</strong>stas cobranças; mais <strong>de</strong> três mil famílias sensibilizadas sobre a importânciadas Competências Familiares para crianças <strong>de</strong> zero a seis anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, e <strong>de</strong>ntro<strong>de</strong>stas competências <strong>de</strong>staca-se a prevenção do trabalho infantil. Enfim, aimportância do Projeto Agente <strong>de</strong> Família, teve um significado muito especial naregião sisaleira baiana, principalmente pelo mesmo ter atendido uma média <strong>de</strong> 30mil famílias na sua trajetória. Com todas as ações realizadas em sua trajetória noano <strong>de</strong> <strong>2005</strong>, o Projeto Agente <strong>de</strong> Família concluiu o seu ciclo <strong>de</strong> ação socialprestado às famílias do Programa <strong>de</strong> Erradicação do Trabalho Infantil <strong>de</strong> 19 municípiosda Região Sisaleira Baiana. A conclusão do Projeto é consi<strong>de</strong>rada ao mesmotempo uma dificulda<strong>de</strong> e um <strong>de</strong>safio a ser superado. Dificulda<strong>de</strong> porque é menosum projeto atuando na região, e <strong>de</strong>safio, pelo fato das famílias continuarem a agirno PETI e nas suas comunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> modo a exercerem os seus direitos.Agentes <strong>de</strong> Família300 Agentes <strong>de</strong> Família em atuação na região.19 municípios atendidos30 mil famílias atendidasNa linha da mobilização social:38Relacionada principalmente à Socieda<strong>de</strong> Civil, temos como <strong>de</strong>staque, asações do Fórum da Socieda<strong>de</strong> Civil, no controle social do PETI. O Fórum daSocieda<strong>de</strong> Civil do PETI constitui-se como espaço <strong>de</strong> articulação, mobilizaçãoda socieda<strong>de</strong> civil e busca <strong>de</strong> ações para fortalecimento e qualificação do PETIentendido como uma das formas <strong>de</strong> garantia dos direitos da criança e do adolescente.Em <strong>2005</strong>, houve uma prática política pedagógica voltada para elaboraçãoe monitoramento mais incisivo das ações planejadas no âmbito municipal, regionale estadual, maior formação e autonomia da Coor<strong>de</strong>nação do Fórum, e <strong>de</strong>-


ate político mais elaborado, voltado para intervenção nos espaços <strong>de</strong> discussãodo PETI (Grupo Gestor, Comissão Regional, Comissão Estadual do PETI,etc.). Como <strong>de</strong>sdobramento <strong>de</strong>ssa metodologia vivenciamos, em <strong>2005</strong>, resultadosque postulam mudanças, principalmente no que diz respeito a uma maiorparticipação e ocupação <strong>de</strong> espaços que discutem questões relacionadas ao TrabalhoInfantil, <strong>de</strong>stacando alguns <strong>de</strong>les: Comissões Estadual e Regional do PETI,Seminário do Pacto Um Mundo para a Criança e o Adolescentes do Semi-Árido,Câmara <strong>de</strong> Vereadores (audiências públicas para discutir o funcionamento doPrograma nos municípios).Na linha Programa <strong>de</strong> Erradicação do Trabalho Infantil:No PETI, em <strong>2005</strong>, merecem <strong>de</strong>staque as discussões sobre: a) implantaçãoda Nova Política Nacional <strong>de</strong> Assistência Social – PNAS, que está subdividida emProteção Social Básica e Proteção Social Especial, sendo esta última a que aten<strong>de</strong> aoPETI, por ser um Programa voltado a crianças e adolescentes que estão sob riscosocial; b) ampliação do número <strong>de</strong> crianças e adolescentes atendidos pelo Programa,principalmente aqui na Bahia, que teve um aumento <strong>de</strong> 3.700 crianças e adolescentes,totalizando 126.818. O número total no país ultrapassa a marca <strong>de</strong> 1 milhão<strong>de</strong> crianças; c) integração do PETI ao Programa Bolsa Família – PBF, pretensão doGoverno Fe<strong>de</strong>ral em unificar todos os benefícios <strong>de</strong> transferências <strong>de</strong> renda, buscandoassim um melhor atendimento para as famílias; d) continuida<strong>de</strong> do ProjetoPROSPERAR, garantindo assistência técnica e incentivo à geração <strong>de</strong> renda paramais <strong>de</strong> 12 mil famílias do PETI.Mas essas questões são consi<strong>de</strong>radas <strong>de</strong>safiadoras porque: i) os municípios<strong>de</strong>vem empreen<strong>de</strong>r a importância da regularização das contas públicas e seinserirem no Sistema Único <strong>de</strong> Assistência Social – SUAS, consi<strong>de</strong>rado como“pano <strong>de</strong> fundo” da nova Política Nacional <strong>de</strong> Assistência Social; ii) <strong>de</strong>s<strong>de</strong> suaimplantação, em 1997, que o PETI continua com o mesmo valor da bolsa que érepassado às famílias e aos municípios para que os mesmos possam garantir ofuncionamento da Jornada Ampliada; iii) buscar investimentos que realmentepossam consolidar a continuida<strong>de</strong> dos Projetos <strong>de</strong> Geração <strong>de</strong> Renda para asfamílias do PETI, para que as mesmas possam garantir a permanência dos seusfilhos na escola.É interessante salientar, que no ano <strong>de</strong> <strong>2005</strong>, o PETI teve como <strong>de</strong>mandaassuntos enfatizando a importância da Educação Integral, tema <strong>de</strong> Oficina promovidapelo Fórum Nacional do PETI – FNPETI, e do Encontro Estadual <strong>de</strong> Avaliação,ambos espaços <strong>de</strong> discussões e <strong>de</strong>liberações do Programa e tendo a participação <strong>de</strong>representantes <strong>de</strong> instâncias públicas, instituições internacionais como Fundo dasNações Unidas para Infância - UNICEF e Organização Internacional do Trabalho -OIT e da Socieda<strong>de</strong> Civil organizada. Um outro espaço que merece atenção, principalmentea nível estadual é a Comissão Estadual do Programa <strong>de</strong> Erradicação doTrabalho Infantil – COMPETI, que, junto a outros parceiros, discutiu e <strong>de</strong>liberou39


ações <strong>de</strong>ntro do Programa, a exemplo do remanejamento <strong>de</strong> metas para mais 20municípios baianos.Portanto, baseados nestas ações do subprograma, percebe-se que as mesmasforam direcionadas ao Programa <strong>de</strong> Erradicação do Trabalho Infantil. Mas oMOC percebeu ao longo da sua trajetória que apenas a erradicação do trabalhoinfantil não aten<strong>de</strong>ria, <strong>de</strong> fato, à <strong>de</strong>manda existente <strong>de</strong> ações que garantam osdireitos das crianças e adolescentes, principalmente os da Região Sisaleira Baiana.Portanto, como citado anteriormente, foi vista a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> criação <strong>de</strong> umPrograma que aten<strong>de</strong>sse diretamente essa temática e que foi criado em <strong>de</strong>zembro<strong>de</strong> <strong>2005</strong>: Programa Criança e Adolescente, que terá como objetivos o seguinte:a) integrar as ações existentes <strong>de</strong>ntro do MOC, referentes à criança e aoadolescente; b) promover os direitos das crianças e dos adolescentes da RegiãoSemi-Árida junto com entida<strong>de</strong>s da socieda<strong>de</strong> civil e intâncias públicas regionais/municipais; c) fortalecer a Socieda<strong>de</strong> Civil sobre a temática, através <strong>de</strong> uma re<strong>de</strong><strong>de</strong> monitoramento que garanta a execução <strong>de</strong> políticas que atendam/garantam osdireitos das crianças e dos adolescentes. Sabe-se que o <strong>de</strong>safio é gran<strong>de</strong> e maiorainda é a vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> se construir ações transformadoras <strong>de</strong> uma socieda<strong>de</strong>.4. SubPrograma Fortalecimento da Socieda<strong>de</strong> CivilEm final do ano <strong>de</strong> 2004, fez-se uma avaliação geral para subsidiar o planejamentodo subprograma para o ano <strong>de</strong> <strong>2005</strong>. Definiu-se como priorida<strong>de</strong> técnicopolítica-estratégica,focar a ação institucional para o fortalecimento das entida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>natureza regional e algumas <strong>de</strong> âmbito local <strong>de</strong> atuação. Isso porque havia o entendimentopolítico <strong>de</strong> contribuir para o <strong>de</strong>senvolvimento das capacida<strong>de</strong>s institucionaisdas entida<strong>de</strong>s representantes no sentido das mesmas po<strong>de</strong>rem cumprir com assuas missões político-institucionais.Diante <strong>de</strong>ssa concepção política institucional, fez-se uma análise do quadro políticoinstitucional das Micro-Regiões do Sisal e Jacuípe. Nesta perspectiva, o conjuntodas entida<strong>de</strong>s se nos apresentava em linhas gerais com o seguinte quadro situacional:a) a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> construção e/ou re<strong>de</strong>senho institucional, porque completamenteina<strong>de</strong>quado às atuais concepções <strong>de</strong> estruturação organizacional e <strong>de</strong> construçãoe/ou resgate do projeto político e planejamento estratégico;b) dada a mudança havida no Código Civil Brasileiro, as entida<strong>de</strong>s da socieda<strong>de</strong>civil <strong>de</strong> modo geral necessitavam reformular os seus marcos legais e/ou se constituíremlegalmente em bases à nova legislação civil.Foram esses os eixos centrais <strong>de</strong>finidos para orientar o trabalho junto às instituiçõese, para tanto, estabeleceu-se como situações finais <strong>de</strong>sejadas:40• as entida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> representação regional com <strong>de</strong>senho institucional construído e/ou resgatado e com projeto político e planejamento estratégico elaborado emonitorado;


• as entida<strong>de</strong>s com marco legal reformado e/ou construídos conforme as exigênciasdo novo Código Civil brasileiro.Nessa perspectiva, foram implementadas diversas ações: reuniões <strong>de</strong> avaliaçãoe monitoramento com diretorias das entida<strong>de</strong>s, oficinas <strong>de</strong> (re)construção do<strong>de</strong>senho institucional, <strong>de</strong> elaboração <strong>de</strong> projeto político e planejamento estratégico,<strong>de</strong> (re)formulação <strong>de</strong> marcos legais (Estatutos), <strong>de</strong> elaboração e gestão <strong>de</strong> projetossociais; além <strong>de</strong> encontros e seminários municipais <strong>de</strong> articulação e integração dasentida<strong>de</strong>s da socieda<strong>de</strong> civil local.Eis alguns resultados:FATRESEntre os resultados a aprovação <strong>de</strong> projeto parceria com INCRA (R$721.000,00) para assessoria técnica a 638 famílias, em 10 áreas <strong>de</strong> assentamentos;projetos <strong>de</strong> Pronaf A (Banco do Brasil), beneficiando 79 famílias (Cansanção - PA’s<strong>de</strong> Paraíso e Nova Esperança) no valor total R$ 1.066,500,00. Aprovação <strong>de</strong> projetoparceria com MDA/SDT (R$ 92.000,00) beneficiando conselheiros locais, dirigentessindicais e <strong>de</strong> associações comunitárias <strong>de</strong> 20 municípios do TerritórioSisal para discussão da nova dinâmica social da agricultura familiar, territorial e reestruturaçãodos CMDRS. Aprovação <strong>de</strong> projeto parceria CESE para criação eimplantação do Site. Aprovação <strong>de</strong> projeto parceria com SETRAS/FAT(R$32.000,00) beneficiando 66 li<strong>de</strong>ranças sindicais (turmas <strong>de</strong> agricultores, mulherese jovens) que foram capacitadas sobre Gestão e Planejamento na AgriculturaFamiliar. Aprovação do projeto parceria DNOCS (implantação <strong>de</strong> 30 mil peixes)nas aguadas dos PA’s <strong>de</strong> 10 assentamentos. Aprovação e implantação, parceriaPRONERA/INCRA/UNEB/CEFET/UEFS (incluindo educadores locais), dos cursos<strong>de</strong> EJA, Técnico em Agropecuário (Turma Nível Médio com 51 filhos <strong>de</strong> assentadosmatriculados) e projetos em processo <strong>de</strong> aprovação para implantação,na região, <strong>de</strong> Curso <strong>de</strong> Técnico em Enfermagem (Nível Médio) e <strong>de</strong> Pedagogia daTerra (Nível Superior) beneficiando agricultores familiares assentados <strong>de</strong> 10 PA’sdo Território Sisal. Ampliação e estruturação do espaço físico da entida<strong>de</strong> paramelhor prestação <strong>de</strong> serviços aos afiliados e parceiros. Capacitação <strong>de</strong> 45 dirigentessindicais – parceria DISOP-BRASIL - recém eleitos para atuação e representaçãopolítico-administrativa qualificada.Pólo JacuípeO Pólo Sindical do Vale do Jacuípe tem ampliado sua participação junto aoConselho <strong>de</strong> Desenvolvimento da Bacia do Jacuípe, sobretudo no campo da articulaçãodas políticas e da participação efetiva na <strong>de</strong>cisão dos projetos setoriais. Teveseu estatuto reformulado e aprovado em assembléia, com um processo <strong>de</strong> reestruturaçãopolítica e administrativa em andamento, passando pela re<strong>de</strong>finição <strong>de</strong> sua41


assessoria aos sindicatos filiados e uma reestruturação na sua diretoria – novas secretariase re<strong>de</strong>finição das antigas. Isso tem impulsionado a entida<strong>de</strong> a participar noprocesso <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão e mobilização da socieda<strong>de</strong> civil no que tange ao apoio aoagricultor e agricultora familiares. Por fim o Pólo tem participado <strong>de</strong> forma mais<strong>de</strong>cisiva, em parceria com o MOC, na assessoria a Associações e Cooperativas daregião, iniciando um processo <strong>de</strong> capacitação e re<strong>de</strong>finição <strong>de</strong> suas estratégias.ABRAÇO Sisal; AMAC; CACRES – Serrinha; COOTEPEDRA - Santa Luz;CEAIC; APAEB’s <strong>de</strong> Araci e SerrinhaAs entida<strong>de</strong>s acima relacionadas tiveram, respeitadas as suas característicasespecificas, <strong>de</strong>batidas as suas realida<strong>de</strong>s, refeitos seus projetos políticos e planosestratégicos e muitas <strong>de</strong>las eleitas ou reeleitas novas diretorias.Estão, assim, aptas a se inserirem, enquanto entida<strong>de</strong>s em processos <strong>de</strong> articulaçãoe atuação políticas voltadas para seus sócios e o <strong>de</strong>senvolvimento sustentável da região.Sindicatos dos Trabalhadores Rurais e da Agricultura Familiar42De modo geral todos os sindicatos <strong>de</strong>senvolveram ações <strong>de</strong> parceria comAgentes Financeiros locais e regionais (Banco do Brasil e BNB) e entida<strong>de</strong>s prestadoras<strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> assistência técnica, bem como <strong>de</strong> mobilização social que beneficiaram– em toda região sisaleira com acesso ao crédito rural (PRONAF) - mais oumenos uns 6.200 agricultores familiares (homens na maioria, mulheres e pouquíssimosjovens com Pronaf B) para investirem em ativida<strong>de</strong>s agrícolas junto às unida<strong>de</strong>sprodutivas. A experiência <strong>de</strong> construção <strong>de</strong> planejamentos, na maioria dos sindicatos,passou a ser uma realida<strong>de</strong> e os momentos <strong>de</strong> avaliação e monitoramentoservem para verificar quais mudanças concretas ocorreram, além <strong>de</strong> haver o início– ainda com pouca expressão nalguns casos (secretarias <strong>de</strong> Bem-estar Social e PolíticaAgrícola e Agrária) – <strong>de</strong> divisão <strong>de</strong> papéis por parte das diretorias, uma vez queera praxe apenas o funcionamento dos papéis <strong>de</strong> presi<strong>de</strong>nte, tesoureiro e secretários.Ao contrário, hoje, nalguns lugares (Serrinha, Valente, Coité, etc) as <strong>de</strong>legaciassindicais também passaram a atuar em bases a ações previamente planejadas. Emduas experiências concretas houve a mobilização das entida<strong>de</strong>s para os agricultoresfamiliares terem acesso aos documentos (Carteiras <strong>de</strong> Trabalho e <strong>de</strong> I<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>,CPF, Certidões <strong>de</strong> Nascimento e Casamento e Título <strong>de</strong> Eleitor, além das oficinas<strong>de</strong> esclarecimentos <strong>de</strong> outros direitos) para po<strong>de</strong>rem ter acesso aos direitos. Nototal, foram 936 documentos, em Serrinha, e 345, em Conceição do Coité. Háprevisão <strong>de</strong> mais quatro municípios para o começo do próximo ano: Araci, Valente,Retirolândia e Santa Luz proveniente da atuação em parceria com a Secretaria <strong>de</strong>Mulheres da FATRES e INCRA/Delegacia Estadual da MDA. De modo geral, ainda,o conjunto dos municípios (a partir <strong>de</strong> processos encaminhados pelos sindicatos)conseguiu assegurar os direitos previ<strong>de</strong>nciários para, mais ou menos, 4.500 agricultoresfamiliares.


Fórum <strong>de</strong> Entida<strong>de</strong>s do Campo – SerrinhaFoi criado e está funcionado com reunião regular e plano <strong>de</strong> atuação, o Fórum<strong>de</strong> Entida<strong>de</strong>s do Campo <strong>de</strong> Serrinha (enquanto espaço estratégico <strong>de</strong> fortalecimentoda i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> política, articulação e mobilização social das entida<strong>de</strong>s para atuação local)composto pela APAEB, STRAF, Cooperativa <strong>de</strong> Crédito Rural, Central das AssociaçõesComunitárias Rurais, MMTR e Coletivo <strong>de</strong> Jovens Rurais <strong>de</strong> Serrinha.MMTR – REGIONALO planejamento estratégico da entida<strong>de</strong> foi iniciado em abril <strong>de</strong> <strong>2005</strong>. Contudo,percebemos que existiam algumas questões que precediam o planejamentocomo: avaliação institucional, reestruturação política e a discussão <strong>de</strong> temas comoPolíticas Públicas, relações internas e externas do próprio MMTR que configuramuma dificulda<strong>de</strong> a ser superada pela entida<strong>de</strong>.ARCO-SERTÃO BAHIAFoi elaborado o planejamento estratégico e se iniciou a estruturação da Arcoem conjunto com os trabalhos da equipe <strong>de</strong> agricultura familiar e <strong>de</strong> outra entida<strong>de</strong>parceira, a ADS. Hoje a Arco-Sertão tem reformulado o Estatuto e pronto o planejamentoestratégico da entida<strong>de</strong>, iniciando o processo <strong>de</strong> elaboração do regimentointerno e dos planos <strong>de</strong> comercialização e negócios da entida<strong>de</strong>.Articulação Em Políticas Públicas –APPNum momento bastante rico a APP passa por um processo <strong>de</strong> reestruturaçãoe <strong>de</strong> consolidação em um observatório <strong>de</strong> políticas públicas voltado para a assessoria<strong>de</strong> entida<strong>de</strong>s e grupos que lutem para implementação <strong>de</strong> políticas públicasque melhorem a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida das pessoas, com a elaboração <strong>de</strong> um projetoexperimental para a manutenção da entida<strong>de</strong>.Há, ainda, alguns <strong>de</strong>safios postos para a socieda<strong>de</strong> civil. A conclusão do trabalho<strong>de</strong> estruturação institucional das APAEB’s <strong>de</strong> Araci e Serrinha. O MMTR Regionalcarece <strong>de</strong> um trabalho voltado com exclusivida<strong>de</strong> para a construção <strong>de</strong> re<strong>de</strong>senhoinstitucional, culminando com a elaboração do planejamento estratégico para gestãopolítico-administrativa <strong>de</strong> 2006-2010, visando ao resgate e fortalecimento da sua i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>política institucional. Haverá – no ano <strong>de</strong> 2006 – a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> renovaçãoqualificada das representações políticas da socieda<strong>de</strong> junto aos espaços <strong>de</strong> representaçãopolítica regional e estadual: FATRES, CUT-Ba, FETAG e CODES Sisal. A socieda<strong>de</strong>civil da Região Jacuípe ainda precisa qualificar melhor a sua atuação na dimensãoterritorial.Outro <strong>de</strong>safio estratégico diz respeito à ampliação da representação político-partidária<strong>de</strong> perfil <strong>de</strong>mocrático-popular (governos e <strong>de</strong>putados) nos âmbitos estaduale fe<strong>de</strong>ral.43


Fortalecimento da Socieda<strong>de</strong> Civil• 06 entida<strong>de</strong>s criadas e registradas: AMAC, Abraço Sisal, Pólo Sindical doJacuípe, CACRES, ATISFE e GSTV;• 07 organizações regionais com projeto político e planejamento estratégicoelaborado e 20 sindicatos <strong>de</strong> trabalhadores com planejamento elaborado emonitorado;• R.$1.066.500,00( um milhão, sessenta e sei mil e quinhentos reais) <strong>de</strong> créditodo Pronaf A liberados para famílias das áreas <strong>de</strong> assentamentos doTerritório Sisal;• 6.200 famílias <strong>de</strong> municípios dos Territórios Sisal e Jacuípe com acesso aocrédito rural do Pronaf B;• R$ 721.000.000, através <strong>de</strong> convênio com MDA/INCRA, para prestação <strong>de</strong>serviços <strong>de</strong> assessoria técnica e extensão rural a 638 famílias <strong>de</strong> 10 áreas <strong>de</strong>assentamentos;• 600 conselheiros dos CMDRS e li<strong>de</strong>ranças comunitárias e sindicais <strong>de</strong> 20municípios do Território Sisal capacitados para inserção no processo <strong>de</strong><strong>de</strong>senvolvimento territorial;• 20 entida<strong>de</strong>s com marcos legais reformulados conforme exigências do NovoCódigo Civil brasileiro;• 1.281 famílias dos municípios <strong>de</strong> Serrinha e Coité com documentos básicostirados;• 4.500 agricultores familiares dos municípios dos Territórios Sisal e Jacuípecom acesso aos direitos previ<strong>de</strong>nciários;• 03 Sindicatos com Departamento <strong>de</strong> Educação no campo criados (Serrinha,Valente e Coité).5. Subprograma Acesso à Terra44As <strong>de</strong>formações na ocupação da terra no Brasil geraram uma estrutura fundiáriainjusta e <strong>de</strong>sigual: <strong>de</strong> um lado, um vasto segmento da população rural que nãodispõe <strong>de</strong> terra ou dispõe em quantida<strong>de</strong> insuficiente à produção do sustento dafamília e <strong>de</strong> outro lado, poucas pessoas com gran<strong>de</strong>s extensões <strong>de</strong> terra e gran<strong>de</strong>parte <strong>de</strong>las em situação <strong>de</strong> improdutivida<strong>de</strong>. Na Região do Sisal, os estabelecimentosagrícolas com menos <strong>de</strong> 5 hectares correspon<strong>de</strong>m a 52,0% do total e ocupamuma área correspon<strong>de</strong>nte a 5,3% da área total, enquanto os estabelecimentos com500 hectares ou mais correspon<strong>de</strong>m a 0,5% do total e ocupam 25.5% da área. Asfamílias que não dispõem <strong>de</strong> terra ou dispõem <strong>de</strong> pequenas glebas <strong>de</strong> até 2 hectarescorrespon<strong>de</strong>m a 27,5% do total <strong>de</strong> famílias rurais.Nas regiões <strong>de</strong> economia agrária, quanto maior o índice <strong>de</strong> concentração daterra, maiores os níveis <strong>de</strong> exclusão social e <strong>de</strong> pobreza.


Procurou-se interferir nessa realida<strong>de</strong>, mobilizando, capacitando e orientandoos agricultores familiares sem terra para participarem do PNCF como estratégiapara o acesso à terra, uma política pública disponibilizada pelo governo fe<strong>de</strong>ral, comos seguintes objetivos:• Mobilizar e capacitar grupos <strong>de</strong> agricultores e agricultoras sem terra para participardo Programa Nacional <strong>de</strong> Crédito Fundiário;• Criar as condições necessárias para um processo <strong>de</strong> assistência técnica <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>na perspectiva da agroecologia;• Construir as condições necessárias para o acesso e permanência na terra comqualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida.O PNCF é uma medida complementar ao programa <strong>de</strong> reforma agrária. Ainterferência do MOC foi feita com o estabelecimento <strong>de</strong> parcerias estratégicascom as organizações e movimentos sociais da região, a exemplo do Movimento <strong>de</strong>Mulheres Trabalhadoras Rurais (MMTR), Sindicatos <strong>de</strong> Trabalhadores Rurais, Fundação<strong>de</strong> Apoio aos Trabalhadores Rurais da Região do Sisal (FATRES), Conselho Regional<strong>de</strong> Desenvolvimento Rural Sustentável da Região do Sisal (CODES) Coletivos<strong>de</strong> Jovens e com algumas prefeituras municipais da região.Evi<strong>de</strong>nciando essa realida<strong>de</strong>, o processo <strong>de</strong> trabalho do SubPrograma Acessoà Terra concretizou-se em <strong>2005</strong>, a partir das seguintes ações e ativida<strong>de</strong>s:a) Mobilização: em parceria com organizações locais (Sindicatos, Movimento<strong>de</strong> Mulheres, Coletivos <strong>de</strong> Jovens, Pastorais Sociais etc.), ou diretamente, foramrealizadas reuniões informativas para grupos interessados em conhecer as regrasdo programa;45


) Capacitação: o processo <strong>de</strong> capacitação contemplou dois níveis:• Realização <strong>de</strong> um processo <strong>de</strong> capacitação dos agricultores familiares interessadosem participar do programa, com treinamentos <strong>de</strong> base com 56 horas, <strong>de</strong>forma modular, permitindo aos participantes o conhecimento integral do programa,o acompanhamento aos trâmites das propostas para aquisição <strong>de</strong> terras ediscussões introdutórias sobre a formação do assentamento;• Capacitação dos dirigentes das associações que são formadas para assumir a coor<strong>de</strong>naçãodas ativida<strong>de</strong>s nos assentamentos com foco na gestão social: procedimentoscontábeis, documental, a gestão <strong>de</strong>mocrática e transparente etc.;c) Articulação: <strong>de</strong>senvolveu-se um processo <strong>de</strong> trabalho voltado para a articulaçãodas organizações sociais da região em torno do PNCF, em parceria com oConselho Regional <strong>de</strong> Desenvolvimento Sustentável da Região Sisaleira (CODES)que resultou numa maior mobilização com vistas à participação das organizaçõessociais da região.Não tem sido tarefa fácil, consi<strong>de</strong>rando alguns fatores que limitam a operacionalizaçãodo programa, sendo os principais:• documentação: uma parcela dos agricultores familiares que se candidata a participardo programa não tem seus documentos pessoais completos e atualizados,o que atrasa a operacionalização do programa;• burocracia: é gran<strong>de</strong> a carga burocrática que precisa ser superada para cumprirtodas as etapas dos procedimentos necessários à implementação do programa;• preço da terra: os limites financeiros do programa para a aquisição <strong>de</strong> terrasobrigaram os grupos a buscar terras noutras regiões, on<strong>de</strong> o preço da terra émenor, o que implica uma série <strong>de</strong> dificulda<strong>de</strong>s por parte dos agricultores e seusfamiliares em sair da sua localida<strong>de</strong>, on<strong>de</strong> foram construídas relações <strong>de</strong> convivência,para localida<strong>de</strong>s novas on<strong>de</strong> tudo será recomeçado;• inoperância do governo estadual: a operacionalização do PNCF se dá a partir<strong>de</strong> uma parceria entre os governos fe<strong>de</strong>ral e estadual, sendo que este último nãotem <strong>de</strong>monstrado compromisso nem empenho para agilizar os procedimentos.Ao contrário, são muitos os entraves surgidos nas esferas estaduais que atrasame dificultam o processo <strong>de</strong> trabalho. Esse foi o principal fator que impediu a conclusãodos procedimentos para a realização dos contratos <strong>de</strong> financiamento daspropostas aprovadas.Há que registrar, no entanto, que o relacionamento estabelecido com o CO-DES/Sisal e com organizações sociais da região po<strong>de</strong>rá se constituir, em 2006, numimportante instrumento <strong>de</strong> pressão junto aos organismos governamentais com vistasà celerida<strong>de</strong> dos procedimentos burocráticos.46


A atuação do Programa <strong>de</strong> Fortalecimento da Agricultura Familiar no Semiáridoestá ancorada em três áreas temáticas ou SubProgramas, <strong>de</strong>ntro da lógica dainter-complementarieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> ações: a assistência técnica, o crédito eagroindústria\comercialização numa perspectiva <strong>de</strong> economia solidária. Gerar eampliar a renda e melhorar a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida das famílias rurais empobrecidas, naperspectiva da sustentabilida<strong>de</strong> - em suas várias faces - continuou sendo o objetivomaior do Programa.O ano <strong>de</strong> <strong>2005</strong> <strong>de</strong>marcou o início <strong>de</strong> importantes ajustes no Programa, entreos quais vale mencionar: i) a agroecologia como norteadora da atuação e o atendimentoàs famílias rurais através <strong>de</strong> jovens multiplicadores; ii) a agregação <strong>de</strong> valordos produtos da agricultura familiar com maior conseqüência na transformação ecomercialização <strong>de</strong>monstrou ter encontrado um caminho a seguir, com a integraçãodos empreendimentos às bases produtivas e agremiação <strong>de</strong>les em torno daARCO-SERTÃO; iii) as ações <strong>de</strong> recursos hídricos - pelo alcance e importância nocontexto regional - <strong>de</strong>finitivamente se consolidaram <strong>de</strong>ntro do novo programa institucional<strong>de</strong> água e; iiii) o grau <strong>de</strong> autonomia das Cooperativas <strong>de</strong> Crédito agrupadasna ASCOOB e no COGEFUR ficou ainda mais elevado, sugerindo menor <strong>de</strong>pendênciada assessoria do MOC. Estas manifestações revelaram o amadurecimentona trajetória do Programa que começou há duas décadas com a simples difusão<strong>de</strong> práticas alternativas <strong>de</strong> convivência com o semi-árido para um restrito grupo <strong>de</strong>famílias e, neste ano, alcançou diretamente a 13.000 famílias <strong>de</strong> 41 municípios doestado da Bahia.A interativida<strong>de</strong> com as organizações sociais, buscando-se o efetivo protagonismodos beneficiários, foi realçada neste ano <strong>de</strong> mais uma mudança <strong>de</strong> escala eaprimoramento metodológico. Os <strong>de</strong>bates se intensificaram para dar “corpo” aesta nova fase, e os Sindicatos <strong>de</strong> Trabalhadores Rurais, os Pólos Sindicais, as Cooperativas<strong>de</strong> Crédito e Produção e as Associações Municipais e Microrregionais,envolveram-se no processo, <strong>de</strong>finindo critérios <strong>de</strong> inclusão das famílias, comunida<strong>de</strong>se municípios, planejando localmente as ações, monitorando, avaliando e, até,por vezes, executando e se responsabilizando por ativida<strong>de</strong>s finalísticas. O MOCtambém contou com o apoio <strong>de</strong> diversas organizações nacionais, a exemplo daDiaconia (PE) e do Centro Sabiá (PE) na área <strong>de</strong> assistência técnica e internalizaçãoda concepção agroecológica, da Capina (RJ) e da ADS (BA), da área <strong>de</strong> agroindútrializaçãoe comercialização nos princípios da economia solidária e do Sistema Cresol(PR) e Visão Mundial (AL), na área do crédito.Na seqüência, está <strong>de</strong>scrito, <strong>de</strong> forma sucinta, como cada SubPrograma foiaprimorado e como atuou, em <strong>2005</strong>, com os principais resultados alcançados.1. Subprograma <strong>de</strong> Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER)Uma visão mais holística foi <strong>de</strong>finida para o SubPrograma <strong>de</strong> ATER, em <strong>2005</strong>,on<strong>de</strong> se buscou, além <strong>de</strong> integrar mais efetivamente a parceria com as organizações47


48<strong>de</strong> apoio à agricultura familiar, gerar ambientes <strong>de</strong> experimentação e difusão <strong>de</strong> tecnologiasprodutivas, executados pelos agricultores e agricultoras, jovens rurais e organizações,tendo como referencial a família e, como base metodológica, a leitura darealida<strong>de</strong> <strong>de</strong> forma participativa e enfoque sistêmico das unida<strong>de</strong>s produtivas, tomandoa agroecologia e a convivência com o semi-árido como norteadoras das ações.O trabalho junto à juventu<strong>de</strong> rural, com a sensibilização para a valorização <strong>de</strong>sua condição <strong>de</strong> jovem agricultor, para mobilização e socialização <strong>de</strong> informaçõesentre os agricultores e <strong>de</strong> criar condições <strong>de</strong> trabalho e renda capazes <strong>de</strong> garantirsua permanência no campo, foi uma inovação que se consolidou com a Re<strong>de</strong> LocalJuvenil <strong>de</strong> ATER, a partir <strong>de</strong> <strong>2005</strong>. Isso resultou em mudanças metodológicas naatuação dos técnicos e técnicas, que passaram a acompanhar e a monitorar as açõesdos jovens rurais, egressos, na maior parte dos casos, do trabalho infantil. Na situaçãoanterior (2004), o MOC alcançou 6.135 famílias, a partir da atuação <strong>de</strong> 27 técnicose, neste ano, o número <strong>de</strong> famílias rurais beneficiadas chegou a 12.880, em 520comunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> 41 municípios, a partir do trabalho <strong>de</strong> 322 jovens e 14 técnicos.Para iniciar as ações, e equipe do subprograma realizou um seminário em cadamunicípio, on<strong>de</strong> foi apresentado o programa com o novo formato, os compromissosassumidos pelo MOC junto aos financiadores e o papel previsto para cada entida<strong>de</strong>.Neste mesmo evento, foram <strong>de</strong>finidos os critérios para a escolha das comunida<strong>de</strong>s eindicação dos jovens, a partir <strong>de</strong> um perfil estabelecido. O passo seguinte foi a <strong>de</strong>finiçãodas comunida<strong>de</strong>s partindo-se <strong>de</strong> consultas aos Grupos Gestores locais do PETI eo processo seletivo dos jovens com prova escrita e entrevista.Cada jovem atuou em duas comunida<strong>de</strong>s rurais com público <strong>de</strong> 20 a 50 famílias.Os técnicos, por sua vez, assessoraram e supervisionaram os trabalhos <strong>de</strong> camporealizados pelos jovens, tendo uma inserção maior <strong>de</strong> apoio nos cursos e naelaboração dos projetos para obtenção <strong>de</strong> financiamento. Para preparar a equipe,os jovens foram capacitados em dois momentos: um primeiro, <strong>de</strong> forma mais intensiva,com carga horária <strong>de</strong> 120 horas; e um segundo, entre as ativida<strong>de</strong>s posteriores<strong>de</strong> campo. A formação inicial foi composta por quatro módulos abordando temascomo o planejamento da proprieda<strong>de</strong>, gerenciamento <strong>de</strong> recursos hídricos, convivênciacom o semi-árido, manejo <strong>de</strong> criatórios, metodologia <strong>de</strong> atuação junto àsfamílias e oficina <strong>de</strong> diagnóstico do marco zero. Para buscar maior eficiência noaprendizado, partiu-se <strong>de</strong> visitas <strong>de</strong> intercâmbio a centros que <strong>de</strong>senvolvem práticas<strong>de</strong> convivência com o semi-árido, como o CEBATSA (Itaguaçu da Bahia), as EscolasFamília Agrícola <strong>de</strong> Valente e Quixabeira e algumas proprieda<strong>de</strong>s rurais, cujos agricultoresque já <strong>de</strong>senvolviam experiências exitosas <strong>de</strong> produção e comercialização.As reflexões foram feitas a partir do confronto entre o que foi visto e a realida<strong>de</strong> <strong>de</strong>cada jovem na sua comunida<strong>de</strong> e proprieda<strong>de</strong> da família.Após a formação inicial, os jovens são acompanhados sistematicamente pelostécnicos em eventos <strong>de</strong> planejamento e monitoramento das ações a cada 15 dias,nas se<strong>de</strong>s dos municípios on<strong>de</strong> cada grupo <strong>de</strong> jovens atuou. Em média, cada jovemrealizou 12 reuniões comunitárias e 220 visitas às famílias, com duração aproximada<strong>de</strong> 3 horas cada. Além disto, houveram, para completar a metodologia <strong>de</strong> execu-


ção, encontros com as organizações sociais, a cada 2 meses, e reuniões com aequipe técnica, a cada 30 dias.Coube aos jovens, aprofundar o conhecimento da realida<strong>de</strong> da sua comunida<strong>de</strong>e da comunida<strong>de</strong> vizinha, nas quais atuaram, por meio do diagnóstico do marco zeroe do <strong>de</strong>senho da proprieda<strong>de</strong>, instrumentos que criaram a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> maioraproximação, conhecimento e conquista <strong>de</strong> confiança das famílias atendidas, além,evi<strong>de</strong>ntemente, do registro do perfil <strong>de</strong> entrada das famílias com os seus aspectossócio-organizativos, <strong>de</strong> produção, <strong>de</strong> renda, <strong>de</strong> relações <strong>de</strong> gênero e <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong>vida para “medição” futura dos impactos das ações nas condições <strong>de</strong> vida das famílias.Muito do que os jovens vivenciaram nas capacitações já começou a chegar àsproprieda<strong>de</strong>s assistidas: hortas verão, quintais produtivos, barragens subterrâneas,calendário <strong>de</strong> vacinação e vermifugação dos rebanhos, fenos e silos para armazenamento<strong>de</strong> forragens, pequenas irrigações, palma a<strong>de</strong>nsada, entre outras, são exemplos<strong>de</strong> práticas produtivas que se espalham gradativamente na região.Por conseqüência da ação dos jovens, também foram planejados e realizadosos cursos <strong>de</strong> qualificação da produção, agrupando agricultores e agricultoras porinteresse produtivo (caprinos, galinha caipira, mel, artesanato etc.), elaborados projetostécnicos para uma parte das famílias, com o intuito <strong>de</strong> se pleitear um financiamentobancário e organizados eventos que firmaram a agroecologia como práticaprodutiva a ser valorizada, os direitos das crianças e adolescentes, a segurança alimentare nutricional e a gestão eficiente dos recursos hídricos nas proprieda<strong>de</strong>s. Omapeamento <strong>de</strong> agricultores experimentadores que potencialmente po<strong>de</strong>m se tornardifusores <strong>de</strong> práticas agroecológicas também foi iniciado, em <strong>2005</strong>, com a sistematização<strong>de</strong> algumas experiências.A qualificação da equipe do subprograma esteve presente em <strong>2005</strong>, exigindoinvestimentos e <strong>de</strong>dicação do MOC. Ocorreram dois encontros <strong>de</strong> formação emAgroecologia com representantes das 12 entida<strong>de</strong>s que integram o Projeto Terrada Gente e que compõem a Re<strong>de</strong> ATER/NE, on<strong>de</strong> se discutiu indicadores <strong>de</strong> sustentabilida<strong>de</strong>,análise sistêmica dos agroecossistemas, políticas públicas <strong>de</strong> crédito,gênero e relações sociais. Dando prosseguimento, os conteúdos <strong>de</strong>stes dois eventosforam repassados a todos os componentes da equipe, quando houve a oportunida<strong>de</strong><strong>de</strong> visitar algumas famílias e refletir juntamente com elas a sustentabilida<strong>de</strong>dos seus agroecossistemas. Foram ainda realizadas visitas <strong>de</strong> intercâmbio <strong>de</strong> experiênciasassessoradas pelo Centro Sabiá (PE) e pelo PATAC (PB) e capacitação dostécnicos com um profissional da Diaconia (PE).2. Subprograma <strong>de</strong> CréditoBuscando ampliar e qualificar o acesso ao crédito rural para os agricultoresfamiliares na área <strong>de</strong> atuação do MOC, as ações do SubPrograma <strong>de</strong> Crédito, em<strong>2005</strong>, estiveram voltadas para o fortalecimento <strong>de</strong> duas importantes organizaçõesregionais e suas instituições vinculadas, ambas constituídas com o apoio do MOC: a49


50ASCOOB (Associação das Cooperativas <strong>de</strong> Apoio a Economia Familiar) com assuas 11 Cooperativas <strong>de</strong> Crédito filiadas, e base <strong>de</strong> 31.000 cooperados, e o COGE-FUR (Conselho Gestor do Fundo Rotativo) composto <strong>de</strong> 27 organizações dos movimentossociais, cuja responsabilida<strong>de</strong> principal é fazer a gestão <strong>de</strong> uma carteira <strong>de</strong>crédito próxima <strong>de</strong> cinco milhões <strong>de</strong> reais constituída com os recursos alavancadospelo MOC nos últimos oito anos.O ano <strong>de</strong> <strong>2005</strong> firmou significativamente a ASCOOB no plano nacional. Deum lado, a parceria com as <strong>de</strong>mais organizações do Sul, Su<strong>de</strong>ste e Centro-Oeste doPaís, agrupadas em torno da ANCOSOL (Associação Nacional das Cooperativas <strong>de</strong>Crédito <strong>de</strong> Agricultura Familiar e Economia Solidária), resultou na assinatura <strong>de</strong> umacordo inédito com o Banco do Brasil, para a aplicação <strong>de</strong> 340 milhões <strong>de</strong> reaisatravés das cooperativas <strong>de</strong> pequeno porte, dos quais 6,4 milhões estão sendo aplicadospor intermédio das cooperativas da ASCOOB para os agricultores da regiãoaté junho <strong>de</strong> 2006. Além do valor que está sendo disponibilizado, o acordo tambémé inédito porque possibilitará um ganho administrativo <strong>de</strong> 2,4% do montante paraas cooperativas sobre as operações realizadas – antiga reivindicação do setor queprivilegiava até então apenas os Bancos aplicadores.De outro lado, a ASCOOB participou do processo <strong>de</strong> criação da UNICAFESque, no seu primeiro congresso, no mês <strong>de</strong> junho, em Brasília, se constituiu commais <strong>de</strong> 600 cooperativas filiadas e base superior a 300 mil cooperados, tendo sidoeleito como Presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>sta nova Organização o Diretor Tesoureiro da ASCOOBJosé Paulo Crisóstomo Ferreira, inserido no movimento cooperativista como agentemobilizador do MOC.No plano local, as ações apoiadoras do MOC para a ASCOOB, além da assessoriapermanente à diretoria e aos <strong>de</strong>partamentos <strong>de</strong> Assistência Técnica, Gestão eFormação, estiveram voltadas - <strong>de</strong> maneira mais específica, porém integrada - paraqualificar os dirigentes e funcionários das Cooperativas na obtenção e utilização dosrecursos <strong>de</strong> crédito rural, especialmente do Pronaf (Programa Nacional <strong>de</strong> Fortalecimentoda Agricultura Familiar), na ampliação do público, agregando, cada vez mais,agricultores familiares e populações excluídas do sistema financeiro tradicional e nabusca da auto-gestão e viabilida<strong>de</strong> econômica dos empreendimentos cooperativistas.Foram realizados cursos, intercâmbios, encontros e 01 seminário sob a promoçãodireta do MOC, envolvendo 66 dirigentes e 114 funcionários. A ASCOOB,por sua vez, com a assessoria do MOC, captou recursos para a realização <strong>de</strong> outrasimportantes ativida<strong>de</strong>s, tais como as Jornadas Municipais do Cooperativismo on<strong>de</strong>,durante uma semana inteira, foram promovidos palestras, mesas <strong>de</strong> discussão, encontros,reuniões e seminários envolvendo as organizações locais e toda a comunida<strong>de</strong>urbana e rural e realizando cursos em comunida<strong>de</strong>s rurais envolvendo mais <strong>de</strong>4.000 pessoas entre cooperados atuais e preten<strong>de</strong>ntes.De forma acumulativa, ao longo dos últimos anos, po<strong>de</strong>-se contabilizar comoimpacto das ações <strong>de</strong> apoio do MOC junto às cooperativas <strong>de</strong> crédito filiadas àASCOOB nas 3 linhas <strong>de</strong> atuação <strong>de</strong>finidas, os resultados <strong>de</strong>monstrados nos gráficosque se seguem:


Evolução do número <strong>de</strong> filiados nas Cooperativas crédito filiadasa ASCOOB (2002 a <strong>2005</strong>)Volume <strong>de</strong> recursos <strong>de</strong> crédito rural financiados aos agricultoresfamiliares pelas cooperativas (R$ 1,00)Nas ações <strong>de</strong> apoio ao COGEFUR, merece <strong>de</strong>staque a realização dos semináriose a viagem <strong>de</strong> intercâmbio ao FUNDAF (Fundo <strong>de</strong> Desenvolvimento da AgriculturaFamiliar) e a Pão <strong>de</strong> Açúcar (AL) que influenciaram no ajuste nas linhas <strong>de</strong>crédito operacionalizadas por aquela instituição, introduzindo no portifólio <strong>de</strong> produtos,duas novas linhas: o MICRORURAL e o MULHEREMPREENDER. A primeira,<strong>de</strong>finida ainda no primeiro semestre, passou a <strong>de</strong>stinar recursos para empreen<strong>de</strong>doresrurais com valores <strong>de</strong> até R$ 1.500,00 e 12 meses para reembolso, <strong>de</strong>ntroda lógica da multifuncionalida<strong>de</strong> da agricultura familiar e do microcrédito orientado.A segunda, <strong>de</strong>finida apenas no final <strong>de</strong> novembro, passará a <strong>de</strong>stinar financiamentosespecíficos para as mulheres, seja <strong>de</strong> forma individual ou grupal, com prazo <strong>de</strong> reembolso<strong>de</strong> até 8 anos e juros <strong>de</strong> 3% ao ano.O quadro abaixo traz uma posição atual da carteira <strong>de</strong> crédito do COGEFUR,com as suas principais linhas, organizações filiadas responsáveis pela aplicação junto àsfamílias rurais, o montante dos recursos aplicados e o número <strong>de</strong> famílias já beneficiadas.51


Ainda sob a assessoria do MOC, o COGEFUR <strong>de</strong>finiu, em <strong>2005</strong>, um plano <strong>de</strong>ação composto por 13 itens que está sendo executado pela nova diretoria queassumiu a gestão da entida<strong>de</strong> a partir do mês <strong>de</strong> junho. Este Plano visa, sobretudo,a redução da inadimplência, a eficiência e transparência das informações, a agilida<strong>de</strong>nas contratações das operações, a qualificação da análise e do risco dos empréstimosrealizados e o equilíbrio financeiro da própria instituição.3. Subprograma <strong>de</strong> Agroindústria e ComercializaçãoCom o objetivo <strong>de</strong> apoiar a viabilização do beneficiamento da produção e acomercialização e promoção dos produtos da Agricultura Familiar, o Subprograma<strong>de</strong> Agroindústria e Comercialização, buscou, em <strong>2005</strong>, dar assessoria técnica e acompanhamentoaos empreendimentos econômicos solidários filiados a ARCO Sertãointegrados por agricultores e agricultoras familiares dos Territórios do Sisal e Baciado Jacuípe.52


Enquanto estratégias <strong>de</strong> atuação, o Subprograma atuou em três frentes:• Apoio o processo <strong>de</strong> gestão da ARCO Sertão e dos Empreendimentos EconômicosSolidários filiados;• Realização <strong>de</strong> acompanhamento técnico e eventos <strong>de</strong> formação para melhoriado processo produtivo e ampliação do acesso ao mercado;• Incentivo à ampliação do acesso ao mercado Institucional e solidário e à valorizaçãodos produtos da Agricultura Familiar.Além disso, o MOC atuou em parceria com diversas instituições locais, com<strong>de</strong>staque para a ADS, SETRAS e do CODES Sisal.No ano <strong>de</strong> <strong>2005</strong>, o Subprograma, priorizou o acompanhamento técnico, coma realização <strong>de</strong> visitas técnicas regulares, elaboração <strong>de</strong> planos <strong>de</strong> ação e estudos <strong>de</strong>viabilida<strong>de</strong> econômica. Para isso, foi fundamental a consolidação <strong>de</strong> uma Base <strong>de</strong>Serviços junto à ARCO Sertão, integrada por técnicos da Agência <strong>de</strong> DesenvolvimentoSolidário e do SubPrograma <strong>de</strong> Agroindústria e Comercialização. Somenteassim, foi possível garantir apoio técnico sistemático a quase 30 empreendimentos.Além dos problemas <strong>de</strong> gestão que requereram ações processuais, esses empreendimentosencontravam-se, ainda, com problemas no processo produtivo e<strong>de</strong> infra-estrutura. Para isso, a ARCO Sertão – sob a assessoria do MOC - enquantoentida<strong>de</strong> <strong>de</strong> representação política, apresentou e negociou projetos do PRONAFInfra-estrutura (recursos <strong>de</strong> investimentos não reembolsáveis operados pelo MDA),visando dotar os empreendimentos da infra-estrutura e equipamentos necessários.Outras fontes <strong>de</strong> financiamento, como a Fundação Banco do Brasil e Projeto PE-TROBRÁS/Fome Zero também foram acionadas e acessadas.Mesmo com limitações na qualida<strong>de</strong> e apresentação dos produtos, os empreendimentoseconômicos solidários apoiados consolidaram ou ampliaram o acessoao mercado consumidor local, com especial <strong>de</strong>staque para a venda <strong>de</strong> produtosalimentícios para as Jornadas Ampliadas do PETI, nos municípios <strong>de</strong> Retirolândia,São Domingos, Serrinha e Nova Fátima. A participação em feiras e eventos mereceu,também, importante <strong>de</strong>staque: a ARCO Sertão esteve presente nos mais importantesespaços <strong>de</strong> comercialização e promoção dos produtos da agricultura familiare economia solidária realizados no País, a exemplo da VI Feira Nacional doArtesanato, realizada em Belo Horizonte/MG e da II Feira Nacional da AgricultoraFamiliar e Reforma Agrária, realizada em Brasília/DF. A ARCO Sertão também estevepresente na Fashion Rio <strong>2005</strong>, importante evento nacional <strong>de</strong> moda realizado no Rio<strong>de</strong> Janeiro/RJ.Outra estratégia adotada pela ARCO Sertão, na tentativa <strong>de</strong> ampliar a comercializaçãodos produtos, foi a abertura da Central <strong>de</strong> Vendas Riquezas do Sertão,localizada em Feira <strong>de</strong> Santana, importante centro consumidor no Estado da Bahia.Esta Central <strong>de</strong> Vendas, também apoiadas pelo MOC e ADS, têm buscado garantira comercialização, em escalas maiores, dos produtos dos empreendimentos econômicose solidários a ela filiados.53


Enquanto estratégia <strong>de</strong> atuação do Subprograma <strong>de</strong> Agroindústria e Comercialização,a consolidação <strong>de</strong> uma Base <strong>de</strong> Serviços mostrou-se acertada, indicando, claramente,que esta ação <strong>de</strong>ve ser ampliada para o ano <strong>de</strong> 2006, através da consolidaçãoe qualificação da equipe técnica e da incorporação <strong>de</strong> jovens bolsistas que, também,prestarão acompanhamento técnico aos empreendimentos. Além disso, a ampliaçãodas parcerias institucionais será <strong>de</strong> fundamental importância para a execução das ações.CONSIDERAÇÕES FINAIS54O Programa <strong>de</strong> Fortalecimento da Agricultura Familiar no Semi-árido encerrao ano <strong>de</strong> <strong>2005</strong> ajustado para cumprir importantes <strong>de</strong>safios em 2006. Os princípiosda agroecologia e da Economia Solidária estão mais presentes, tanto internalizadosna equipe do MOC, quanto mais assumidos pelas organizações sociais que representamo publico beneficiário.A constituição da Re<strong>de</strong> Juvenil <strong>de</strong> ATER foi seguramente o maior <strong>de</strong>safio vivido;mas pela dimensão, alcance e custo, não terá perspectivas <strong>de</strong> continuida<strong>de</strong>, sesustentada, exclusivamente, pelos financiadores do MOC. Este será também umdos gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>safios para 2006.A ASCOOB e o COGEFUR, na condição <strong>de</strong> instituições que ofertam o créditorural para os agricultores familiares da região, já po<strong>de</strong>m ser classificadas comoauto-gestionárias. A assessoria do MOC é cada vez menor e os serviços <strong>de</strong>stasinstituições para a região são cada vez maiores. A cada ano, ampliam-se o número<strong>de</strong> cooperados e <strong>de</strong> beneficiários do crédito. A ASCOOB passou a discutir a criação<strong>de</strong> uma Central própria, <strong>de</strong>svinculando-se do tradicional Sistema SICOOB e do BAN-COOB, mais próximos da bancarização do que do cooperativismo. Isto exigirá umaatuação mais qualificada e menos <strong>de</strong>nsa do MOC, na medida em que tanto a AS-COOB, quanto as cooperativas a ela filiadas, possuem equipes técnicas próprias.A constituição da Base <strong>de</strong> Serviços para prestar assistência qualificada aos empreendimentoseconômicos foi um importante passo para o funcionamento dascooperativas e associações filiadas a ARCO SERTÃO. A busca <strong>de</strong> maior abertura domercado institucional para os produtos oriundos da agricultura familiar foi perseguida,mas timidamente alcançada. Este <strong>de</strong>verá ser um dos principais focos da atuaçãodo SubPrograma <strong>de</strong> Agroindústria/comercialização para 2006, seja através da realização<strong>de</strong> rodadas <strong>de</strong> negócios ou na organização <strong>de</strong> eventos <strong>de</strong> promoção e divulgação.Fazer com que os empreendimentos da Agricultura Familiar possam ampliarsuas vendas para as escolas, creches e Prefeituras Municipais, garantirá, por umlado, a ampliação da renda gerada, pelo aumento das vendas, mas também, garantiráo acesso da população a produtos <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>, característicos da agriculturafamiliar. Outra ação, também <strong>de</strong> relevante importância, será a ampliação da organizaçãoda base produtiva que <strong>de</strong>verá estar estruturada para fornecer os insumosnecessários para consolidação das ca<strong>de</strong>ias produtivas da ovinocaprinocultura, domel e do artesanato, eleitas como prioritárias para o <strong>de</strong>senvolvimento dos Territóriosdo Sisal e Bacia do Jacuípe.


O Programa da Água e Segurança Alimentar, constituído este ano a partir dosubprograma <strong>de</strong> Recursos Hídricos, tem como público alvo os agricultores e agricultorasfamiliares e os trabalhadores e as trabalhadoras rurais <strong>de</strong> 32 municípios,abrangendo as microrregiões <strong>de</strong> Feira <strong>de</strong> Santana, Sisal, Alagoinhas e Jacuípe. Asparcerias do Programa se estabelecem em diversos setores e ativida<strong>de</strong>s. No sentidodo seu planejamento, execução, monitoramento e avaliação, o Programa integra,como representação institucional do MOC, a Comissão Gestora Microrregional,composta pelos Pólos Sindicais <strong>de</strong> Feira <strong>de</strong> Santana, Jacuípe e Sisal, pelas APAEB´s<strong>de</strong> Aracy, Feira <strong>de</strong> Santana, Serrinha e Valente Paróquias <strong>de</strong> Ichu e Valente, tendo afunção, nessa Comissão, <strong>de</strong> Unida<strong>de</strong> Gestora do P1MC. São, também, co-autoresas 128 entida<strong>de</strong>s da Socieda<strong>de</strong> Civil, componentes das Comissões Executivas Municipaisque compreen<strong>de</strong> os Sindicatos <strong>de</strong> Trabalhadores Rurais, Paróquias, Movimento<strong>de</strong> Mulheres Trabalhadoras Rurais, Associações Comunitárias e Municipais, Cooperativasetc. O Programa tem um vínculo acentuado com a ASA (Articulação noSemi-Árido Brasileiro) participando dos principais projetos e ativida<strong>de</strong>s da Articulaçãoe, através <strong>de</strong>la e do P1MC estabelece parcerias com o Governo Fe<strong>de</strong>ral (MDS),Entida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Categorias (FEBRABAN) e empresas com <strong>de</strong>partamento <strong>de</strong> Responsabilida<strong>de</strong>Social, (POLITENO). Desenvolvendo parcerias <strong>de</strong> forma institucional diretacom organismos <strong>de</strong> cooperação (Pão para o Mundo e CRS) e com empresas(AMANCO, SOLVAY, OMICRON, PFIZER).O Programa focou suas ações e esforços em três objetivos:a) Potencializar o P1MC (Programa 1Milhão <strong>de</strong> Cisternas).b) Despertar as Comissões Municipais e a Microrregional no sentido <strong>de</strong> conheceras alternativas <strong>de</strong> captação <strong>de</strong> água <strong>de</strong>stinada à produção.c) Retomar as articulações para que os diferentes segmentos envolvidos como Programa buscassem interferir nos orçamentos municipais.1. Potencializando o P1MCAs ações se voltaram para a capacitação das Comissões Municipais e da ComissãoMicrorregional, com o objetivo <strong>de</strong> conhecerem mais fundo a importância do Programae assumirem <strong>de</strong> forma autônoma, eficiente e integrada as suas responsabilida<strong>de</strong>sperante o mesmo. Numa outra vertente buscamos aprimorar a construção dascisternas dando-lhes mais qualida<strong>de</strong> e maximizando a aplicação dos recursos a fim <strong>de</strong>aumentar o número <strong>de</strong> famílias e <strong>de</strong> pessoas com acesso à água <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> parabeber e cozinhar. Nesses aspectos conseguimos um envolvimento consistente daspessoas e das entida<strong>de</strong>s que compõe a Comissão Gestora Microrregional, que estãonão só cientes das suas responsabilida<strong>de</strong>s e papel, mas, também, a executam na prática.Discutindo, encaminhando e tomando as <strong>de</strong>cisões pertinentes. Todas as ações <strong>de</strong>planejamento, acompanhamento, monitoramento e avaliação do Programa passampela Comissão Microrregional. Fruto <strong>de</strong>sta situação, os membros da Comissão Ges-55


tora Microrregional fazem reuniões com as Comissões Municipais in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte dapresença do MOC e sugerem encaminhamentos e tomadas <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão que são submetidasao coletivo e, sendo aprovadas, são executadas. As Comissões Municipais,<strong>de</strong>pois <strong>de</strong> reestruturadas e recapacitadas se mostram mais articuladas e <strong>de</strong>senvolvemsuas ativida<strong>de</strong>s com mais autonomia e qualida<strong>de</strong>, o que se reflete em licitações feitas<strong>de</strong> forma correta, melhoria no processo <strong>de</strong> mobilização e seleção das comunida<strong>de</strong>s edas famílias, bem como num acompanhamento mais assíduo aos <strong>de</strong>mais processos eetapas do Programa. A Comissão Gestora Microrregional se reúne mensalmente afim <strong>de</strong> realizar o trabalho <strong>de</strong> monitoramento do Programa. A cada inicio <strong>de</strong> etapa paraplanejar e avaliar a cada final da etapa. Como resultado concreto da sua interferênciapo<strong>de</strong>mos citar a extinção da CEM <strong>de</strong> Santa Luz, a recapacitação das entida<strong>de</strong>s domunicípio e a formação <strong>de</strong> uma nova Comissão Executiva Municipal, bem como arecuperação dos trabalhos da CEM <strong>de</strong> Feira <strong>de</strong> Santana. No esforço <strong>de</strong> maximizar osrecursos captados foram construídas 178 cisternas a mais do que o contratado numtotal <strong>de</strong> 1.490, sendo contratadas 630 do MDS, 860 da FEBRABAN e 10 da POLITE-NO. Gerando com isto, também, mais 360 famílias capacitadas no tratamento e usoda água.(Ver tabela em anexo) Além disto, o Programa tentou com o envolvimento<strong>de</strong> outros Programas do MOC e dos Agentes Comunitários <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, ter um mínimo<strong>de</strong> monitoramento do uso da água e da conservação das cisternas construídas emanos anteriores, através da capacitação dos agentes <strong>de</strong> família do PETI e das coor<strong>de</strong>naçõesda Jornada Ampliada e solicitando às CEM´S a presença dos agentes comunitários<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> nos cursos <strong>de</strong> Gerenciamento <strong>de</strong> Recursos Hídricos. Como resultados<strong>de</strong>ssas ações tivemos um levantamento parcial das famílias do PETI que tem acessoà água <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> on<strong>de</strong> vieram os recursos para a construção das cisternase um número superior a 200 cisternas consertadas. Como resultado final <strong>de</strong>ste trabalhotemos: 1688 famílias com acesso à água <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> para beber e cozinhar e umaumento do potencial <strong>de</strong> armazenamento <strong>de</strong> água potável em 26.688.000 <strong>de</strong> litros.2. Dirigentes, Técnicos e Li<strong>de</strong>ranças conhecendo as Alternativas<strong>de</strong> Captação <strong>de</strong> Água e sua utilização na produção <strong>de</strong> alimentos.56Esta estratégia exigiu um esforço consi<strong>de</strong>rável da equipe durante as discussões,preparativos e realização das viagens <strong>de</strong> intercâmbios. Primeiro operacionalizamosa ação dividindo os municípios e procurando respeitar a visão <strong>de</strong> território.Assim, os <strong>de</strong>zesseis municípios foram divididos em 3 grupos: 1- Serrinha, Barrocas,Lamarão, Ichu, Araci e Teofilândia; 2- Riachão do Jacuípe, Capela do Alto Alegre,Nova Fátima, Pé <strong>de</strong> Serra e Can<strong>de</strong>al e 3- Conceição do Coité, Queimadas, Quijingue,Nor<strong>de</strong>stina e Cansanção. Então, reuniu-se cada grupo, composto pelos membrosdas Comissões Executivas Municipais do Programa e mais dois animadorespara planejarem as ativida<strong>de</strong>s e enten<strong>de</strong>r os objetivos do trabalho. Em seqüênciaforam realizados dias <strong>de</strong> estudos com este mesmo público sobre as alternativas <strong>de</strong>captação <strong>de</strong> água e convivência com o semi-árido contando com a animação <strong>de</strong>


técnicos do Programa <strong>de</strong> Fortalecimento da Agricultura Familiar e <strong>de</strong> agricultores/agricultoras com experiências <strong>de</strong> reconhecidos êxitos. Em agosto iniciaram-se asvisitas <strong>de</strong> intercâmbios e conhecimento <strong>de</strong> experiências <strong>de</strong> captação e utilização daágua para a produção <strong>de</strong> alimentos. Inicialmente a equipe do Programa visitou aexperiência da barragem subterrânea construída em Retirolândia, conversando coma família e tomando conhecimento do funcionamento e dos resultados. Em seguida,um grupo <strong>de</strong> 20 dirigentes, li<strong>de</strong>ranças e técnicos do PFAF e do PETI visitaram oPATAC e conheceram as experiências da entida<strong>de</strong> e dos agricultores e agricultoras.Participaram <strong>de</strong>sta visita os municípios do Grupo1. O Grupo 3 visitou a DIACONIAe o GRUPO 2 o CAATINGA. Ao final <strong>de</strong>sse movimento tínhamos a equipe doPrograma e mais 60 dirigentes, técnicos e li<strong>de</strong>ranças <strong>de</strong> 16 municípios da área <strong>de</strong>atuação do Programa, conhecendo algumas experiências <strong>de</strong> captação e utilizaçãoda água para a produção <strong>de</strong> alimentos, com técnicas aplicadas pelas famílias. Aoretornar das visitas as pessoas que participaram e mais os membros das CEM´sparticiparam <strong>de</strong> um dia <strong>de</strong> estudo para discutirem, avaliarem e encaminharem o queera viável ser experimentado na microrregião e nos seus municípios. Como resultadofinal temos este grupo conhecendo e sensibilizado em promover a captação eutilização da água na produção <strong>de</strong> alimentos.3. Articulação retomada para interferêncianas políticas públicas municipais <strong>de</strong> água.Esta estratégia começou a ser pensada como resultado da avaliação <strong>de</strong> umProjeto da CRS que previa a negociação com o Po<strong>de</strong>r Local. Na avaliação foi vistoque, mesmo com as dificulda<strong>de</strong>s encontradas e só se ter captado 30% dos recursospúblicos previstos no Projeto, essa ativida<strong>de</strong> po<strong>de</strong>ria ser retomada em virtu<strong>de</strong> damobilização que era capaz <strong>de</strong> gerar e que por mínimos que fosse os recursos dosmunicípios <strong>de</strong>veriam ser objeto <strong>de</strong> luta das entida<strong>de</strong>s. Com este diagnóstico, foipromovido um Seminário sobre Políticas Públicas que encaminhou a proposta <strong>de</strong>capacitação das Comissões Executivas Municipais sobre o FUMAC (Fundo <strong>de</strong> Desenvolvimentoe Apoio Comunitário) que possui recursos para serem aplicados nascomunida<strong>de</strong>s rurais. Baseado na mesma distribuição dos municípios do item anteriorfoi feito em conjunto com o Programa <strong>de</strong> Políticas Públicas do MOC e da Assessoriada FATRES (Fundação <strong>de</strong> Apoio aos Trabalhadores Rurais da Região do Sisal),as capacitações das Comissões em interferência no Orçamento Público Municipal esobre o FUMAC. Ainda não foi possível mensurar quantitativamente os resultadosque, por enquanto, resume-se a motivação e sensibilização dos grupos.A Equipe cumpriu, com razoável êxito, àquilo que se propôs. Avançamos muitonas questões relativas às capacitações das Comissões Executivas Municipais para aexecução do P1MC. Em <strong>2005</strong>, por conta disso e do amadurecimento da equipe ostrabalhos foram <strong>de</strong>senvolvidos com mais qualida<strong>de</strong> e um menor grau <strong>de</strong> excitação ehesitação. Os cursos <strong>de</strong> GRH ganharam qualida<strong>de</strong> e resultados. A Comissão Gesto-57


a Microrregional cresce politicamente <strong>de</strong> forma visível. Os seus componentes sesentem responsáveis por todas as ações do Programa. O Programa pertence aeles. O MOC é um parceiro privilegiado, mas um parceiro. Construímos um caminholargo para a implantação <strong>de</strong> experiências <strong>de</strong> captação <strong>de</strong> água e sua utilização naprodução <strong>de</strong> alimentos criando uma nova visão e uma nova dinâmica <strong>de</strong> ver e viverno semi-árido. A integração com outras equipes através da prática do trabalho emconjunto, articulado e conseqüente, rompe o isolamento natural <strong>de</strong> um Programarecém criado. O Projeto conseguido junto a CRS e apresentado às Comissões e asequipes do MOC e o que vem sendo negociado com a PÃO para o MUNDO, comamplas possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se concretizar, abre perspectivas <strong>de</strong> uma atuação integradae <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>. Temos muitas expectativas quanto ao trabalho das mulheres na construção<strong>de</strong> cisternas, como forma <strong>de</strong> promover não só o aumento da renda dasmulheres, como a quebra do preconceito <strong>de</strong> que mulher não po<strong>de</strong> construir cisternas,é coisa <strong>de</strong> homem e, com isso contribuir no estabelecimento da equida<strong>de</strong> <strong>de</strong>gênero, numa área das mais <strong>de</strong>sbalanceadas que é a renda. Iniciamos a retomadadas articulações com as entida<strong>de</strong>s no sentido <strong>de</strong> interferir nos orçamentos municipais.Isto anda <strong>de</strong>vagar... mas, anda. Vislumbramos um acelerar do P1MC em 2006.Mas, vivenciamos medos e dificulda<strong>de</strong>s. Há ações que se faz obrigatória a integraçãocom outras equipes que nem sempre estão motivadas ou disponíveis, assim comonós. Encontramos dificulda<strong>de</strong>s em saber com exatidão o quanto <strong>de</strong> recursos e quandoeles estarão acessíveis. Por outro lado convivemos com o <strong>de</strong>scrédito das organizaçõesem negociarem com o Po<strong>de</strong>r Local que contagia muitos <strong>de</strong> nós. Terminamos<strong>2005</strong> consi<strong>de</strong>rando um ano regular, pois, houvesse recursos e po<strong>de</strong>ríamos ter avançadomais, ter mais famílias e pessoas com acesso a água e capacitadas a usá-las.Programa <strong>de</strong> Água em números1.688 cisternas construídas5.760 pessoas com acesso a água potável128 entida<strong>de</strong>s civis envolvidas no Programa32 Comissões Municipais atuandoPotencial <strong>de</strong> armazenamento <strong>de</strong> água aumentado em 26.880.000 litros58


Visando a <strong>de</strong>mocratização dos meios <strong>de</strong> comunicação, o Programa <strong>de</strong> Comunicação<strong>de</strong>senvolveu suas ações em três áreas estratégicas: assessoria e capacitação<strong>de</strong> comunicadores comunitários, qualificação da cobertura jornalística sobreo semi-árido e formação <strong>de</strong> educadores na área <strong>de</strong> comunicação. Em <strong>2005</strong>, o acompanhamentoda criação e estruturação <strong>de</strong> duas entida<strong>de</strong>s regionais <strong>de</strong> comunicaçãocomunitária no Território do Sisal – Agência Mandacaru e Abraço-Sisal – marcou aatuação do Programa <strong>de</strong> Comunicação. Na área da qualificação da imprensa, o Programaacompanhou e registrou uma série <strong>de</strong> reportagens impressas, televisivas,radiofônicas e on-line que geraram boa repercussão e projetaram uma imagempositiva do semi-árido, <strong>de</strong> sua gente e dos projetos <strong>de</strong>senvolvidos voltados para o<strong>de</strong>senvolvimento sustentável. Mesmo <strong>de</strong> forma ainda incipiente, as ações <strong>de</strong> educomunicação,<strong>de</strong>senvolvidas pelo programa, <strong>de</strong>spertaram o interesse <strong>de</strong> muitoseducadores do campo e das jornadas ampliadas. O entusiasmo das crianças e adolescentesna hora <strong>de</strong> fazer rádio e montar jornais projeta a área da edu-comunicaçãocomo um linha <strong>de</strong> atuação do Programa, com gran<strong>de</strong> potencial para contribuirpara o empo<strong>de</strong>ramento das pessoas frente aos meios <strong>de</strong> comunicação, pré-condiçãopara a sua <strong>de</strong>mocratização.1. Fortalecendo a comunicação comunitária: Criaçãoe assessoria <strong>de</strong> entida<strong>de</strong>s no Território SisaleiroFortalecer os comunicadores e as comunicadoras comunitárias da Região Sisaleirase constitui, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início do Programa, em 2003, como estratégia para apromoção do <strong>de</strong>senvolvimento sustentável da região. A própria sustentabilida<strong>de</strong> doprocesso representa o maior <strong>de</strong>safio na formação e articulação <strong>de</strong> comunicadorescomunitários – a conquista <strong>de</strong> bases políticas, econômicas e técnicas que permitiriama atuação qualificada e incisiva dos comunicadores no contexto da socieda<strong>de</strong>civil, fortalecendo suas organizações e oferecendo canais diferenciados <strong>de</strong> comunicaçãoà população.Tendo em vista a opção pela autonomia dos grupos acompanhados e osrecursos limitados que o Programa <strong>de</strong> Comunicação do MOC dispõe, optou-sepelo fortalecimento <strong>de</strong> duas entida<strong>de</strong>s regionais <strong>de</strong> comunicação comunitáriano Território do Sisal: a Agência Mandacaru <strong>de</strong> Comunicação e Cultura e a Associação<strong>de</strong> Rádio e TV Comunitárias do Território Sisaleiro (Abraço-Sisal) –estratégia que marcou a atuação do Programa <strong>de</strong> Comunicação em <strong>2005</strong>. Comoresultado <strong>de</strong> um ano <strong>de</strong> constantes capacitações e intervenções <strong>de</strong> assessoria,tanto em áreas técnicas como radiojornalismo, jornalismo impresso ou assessoria<strong>de</strong> imprensa e na área <strong>de</strong> gestão e administração (plano <strong>de</strong> negócios, planejamentoestratégico, marco legal, elaboração <strong>de</strong> projetos), as duas entida<strong>de</strong>sencontram-se hoje, cada uma, com um <strong>de</strong>senho consolidado, cientes do seupapel e da sua contribuição para o fortalecimento da comunicação comunitáriana Região Sisaleira.59


Agência MandacaruPara 15 jovens comunicadores <strong>de</strong> 08 municípios da Região Sisaleira, egressos doProjeto Comunicação Juvenil <strong>de</strong>senvolvido pelo MOC entre 2002 e 2004, o ano <strong>de</strong><strong>2005</strong> começou com uma <strong>de</strong>cisão corajosa: terminado o apoio com bolsas que garantiamuma certa estabilida<strong>de</strong> financeira e permitiam o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> seus trabalhosnas áreas <strong>de</strong> rádio e jornal impresso, optaram por fundar uma agência <strong>de</strong> comunicação,uma espécie <strong>de</strong> central <strong>de</strong> notícias da Região Sisaleira, que não só iria alavancaros processos <strong>de</strong> comunicação no território, mas também garantir o sustento dosseus integrantes, numa perspectiva <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> renda para o segmento juvenil. Asdificulda<strong>de</strong>s, no início, eram muitas – não dispunham <strong>de</strong> computadores, gravadoresou máquinas fotográficas para <strong>de</strong>senvolver os trabalhos, pois os equipamentos asseguradospor um projeto do CODES-Sisal per<strong>de</strong>ram-se por questões burocráticas. Aarticulação dos jovens espalhados pela região era difícil, e o grupo teve que enfrentarsaídas <strong>de</strong> alguns dos seus integrantes (mas incorporou em compensação, experientescomunicadores) e os familiares começaram a questionar a viabilida<strong>de</strong> do projeto, jáque a Agência ainda não arrecadava o suficiente para pagar seus integrantes.Conquistando autonomiaNo meio do ano, após uma reunião <strong>de</strong> avaliação e redirecionamento, as coisascomeçaram a melhorar: a produção <strong>de</strong> notícias da Agência, que antes era esporádica,começou a fluir e assumir um ritmo semanal, contribuindo consi<strong>de</strong>ravelmentepara a circulação <strong>de</strong> notícias <strong>de</strong> relevância social no território. As primeiras<strong>de</strong>mandas por parte <strong>de</strong> entida<strong>de</strong>s da socieda<strong>de</strong> civil – i<strong>de</strong>ntificadas como os principaisparceiros e “clientes” da Agência – começaram a surgir e ren<strong>de</strong>r os primeirostrabalhos in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da intervenção do Programa <strong>de</strong> Comunicação do MOC. Aposição <strong>de</strong> autonomia da Agência ganhou força e corpo ao passo que começava arealizar reuniões por iniciativa e conta própria, construindo um regimento internoque complementa o estatuto elaborado ao longo dos primeiros meses do ano.Mesmo com todos os avanços em termos <strong>de</strong> conquista <strong>de</strong> autonomia, a <strong>de</strong>pendênciaainda é gran<strong>de</strong>. É o MOC que contrata a maioria dos produtos <strong>de</strong> comunicaçãoproduzidos pela Agência, que atua como principal incentivador dos processos <strong>de</strong>produção e organização internos, e que se responsabiliza pela formação dos integrantesda Agência.Articulando parcerias60Um passo importante para a articulação política da Agência, em âmbito regional,foi dado com a constituição do Conselho Político, composto por oito entida<strong>de</strong>sdo movimento social. A inserção da entida<strong>de</strong> em mais <strong>de</strong> <strong>de</strong>z espaços <strong>de</strong> discussãopolítica e representação, tanto em âmbito regional como nacional também foi <strong>de</strong>cisivona criação <strong>de</strong> uma i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> política e organizacional própria. O reconheci-


mento também veio <strong>de</strong> fora da região, através do Grupo A Tar<strong>de</strong>, que realizoucapacitações e fornece jornais semanalmente, e do Unicef, principal apoiador doprojeto, que contribuiu na formatação do processo <strong>de</strong> capacitação da Agência.Os resultados do primeiro ano da Agência Mandacaru57 notas produzidas para o Boletim Informativo MOC07 matérias especiais para o site07 reportagens <strong>de</strong> rádio09 coberturas <strong>de</strong> evento05 edições do Jornal Giramundo08 edições do fanzine Catavento03 edições do Boletim Aprovado400 fotos <strong>de</strong> cisternas para o P1MCRádios comunitáriasEm <strong>2005</strong>, as rádios comunitárias que vinham sendo acompanhadas e apoiadaspelo MOC, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início do movimento <strong>de</strong> radiodifusão comunitária, nos anos 90,continuaram enfrentando dificulda<strong>de</strong>s: <strong>de</strong>mora e burocracia excessiva nos processos<strong>de</strong> licenciamento das emissoras; repressão e abuso <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r por parte dosorgãos fiscalizadores (Anatel e Polícia Fe<strong>de</strong>ral); falta <strong>de</strong> estrutura financeira, técnicae física na maiora das rádios; baixo alcance das rádios, principalmente na zona rural;in<strong>de</strong>finição do que é permitido como apoio cultural, entre outras. Surgiram novasameaças como os crescentes problemas com a cobrança <strong>de</strong> direitos autorais peloECAD, que levou ao fechamento <strong>de</strong> uma emissora.Os <strong>de</strong>safios enfrentandos pelas emissoras, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início, trouxeram, em algunscasos, o esvaziamento do movimento, com locutores saindo e diretores sematuação efetiva nas associações que dão suporte às rádios. Nota-se um crescentedistanciamento dos movimentos sociais, berço das rádios, diante <strong>de</strong> <strong>de</strong>mandas aparentementemais urgentes.Fortalecendo a Abraço-SisalDiante <strong>de</strong>sse quadro, o Programa <strong>de</strong> Comunicação optou pelo fortalecimentoda Abraço-Sisal como entida<strong>de</strong> <strong>de</strong> representação, articulação e apoio a 18 rádioscomunitárias da Região Sisaleira. As estratégias <strong>de</strong>senvolvidas eram, <strong>de</strong> um lado, oacompanhamento da criação e estruturação física da entida<strong>de</strong>, e, <strong>de</strong> outro, a continuida<strong>de</strong>do processo <strong>de</strong> capacitação técnica e <strong>de</strong> conteúdo dos comunicadores comunitários.Nos processos <strong>de</strong> construção do marco legal e do planejamento estratégicoda entida<strong>de</strong>, mudou o autoconceito da Abraço-Sisal, enquanto entida<strong>de</strong> não61


só <strong>de</strong> mobilização, mas também <strong>de</strong> assessoria às rádios comunitárias, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntedas articulações a nível estadual e nacional. Entre as ações da Abraço-Sisal <strong>de</strong>stacasea sua articulação com atores políticos regionais, como o CODES-Sisal e a UNEBem Conceição do Coité, e a sua contribuição para a construção do Plano Territorial<strong>de</strong> Desenvolvimento Sustentável no eixo <strong>de</strong> comunicação.A Abraço-Sisal começa a constituir-se como referência para as rádios comunitáriasda região em termos <strong>de</strong> gestão participativa, caráter comunitário, perfil <strong>de</strong>programação radiofônica e in<strong>de</strong>pendência política, elevando o nível <strong>de</strong> atuação eorganização do conjunto das emissoras e projetando um mo<strong>de</strong>lo inédito <strong>de</strong> articulaçãoterritorial, <strong>de</strong>ntro da nova política <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento territorial incentivadapelo Governo Fe<strong>de</strong>ral, em especial o Ministério <strong>de</strong> Desenvolvimento Agrário.Campanha <strong>de</strong> apoio às rádiosPara reafirmar o caráter comunitário e o apoio da população e dos movimentossociais às rádios, a Abraço-Sisal, com apoio do MOC e da Agência Mandacaru,<strong>de</strong>senvolveu uma campanha a nível territorial, que contou com fol<strong>de</strong>res, a<strong>de</strong>sivos,cartazes, e a produção constante <strong>de</strong> notícias e releases, além <strong>de</strong> um seminário regionalcom participação <strong>de</strong> especialistas no assunto e rádios comunitárias <strong>de</strong> outrasregiões. A campanha se <strong>de</strong>senvolveu durante três meses, nas rádios comunitáriasda região, repercutindo também na imprensa e em espaços fora do Estado. A Abraço-Sisale as rádios da Região Sisaleira ganharam gran<strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong> com essa campanha:a articulação entre as rádios melhorou e a sua auto-estima aumentou. Durantea campanha, o MOC lançou o estudo Rádios Comunitárias da Região Sisaleira – Memória,Conjuntura e Perspectivas, realizado por uma equipe <strong>de</strong> pesquisadores da UNEBe coor<strong>de</strong>nada pelo professor Antônio Dias Nascimento.62* Base: pesquisa realizada em 9 emissoras comunitárias


2. Pautando o semi-árido: Processos <strong>de</strong> qualificaçãoe assessoria <strong>de</strong> imprensaA área <strong>de</strong> qualificação da imprensa, no que diz respeito à cobertura do semiáridoe do seu <strong>de</strong>senvolvimento sustentável, representa uma importante linha <strong>de</strong>atuação <strong>de</strong>ntro do Programa <strong>de</strong> Comunicação. Fortalecida com uma segunda estagiária,a área <strong>de</strong> assessoria <strong>de</strong> comunicação do MOC <strong>de</strong>senvolveu um trabalho constante<strong>de</strong> produção <strong>de</strong> releases e pautas, registrando a repercussão na mídia impressa,televisiva e on-line, e produzindo o Boletim Informativo MOC que, semanalmente,traz notícias da e para a Região Sisaleira, pautando as rádios comunitárias eos outros meios <strong>de</strong> comunicação da região. O programa <strong>de</strong> rádio semanal, Encontrocom as Comunida<strong>de</strong>s passou a ser gravado e editado no recém-equipado estúdio <strong>de</strong>gravação do Programa <strong>de</strong> Comunicação, permitindo a sua retransmissão a um total<strong>de</strong> doze rádios comunitárias, da Região Sisaleira, e a melhoria da qualida<strong>de</strong> técnica ejornalística do programa. Todos os produtos <strong>de</strong> comunicação do MOC passaram aser disponbilizados em tempo real no novo site institucional que entrou no ar aoapagar das luzes <strong>de</strong> 2004 e, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> então, apresenta um crescimento acelerado nonúmero <strong>de</strong> acessos.63


Mobilizando a imprensaA mobilização da imprensa local, regional e nacional para a cobertura <strong>de</strong> eventose temáticas continuou como estratégia <strong>de</strong> ampliar a visibilida<strong>de</strong> para um públicomais amplo e gerar compreensão e apoio para as transformações sociais necessáriase em curso na região. Destaca-se a cobertura <strong>de</strong> eventos relacionados com osdireitos das crianças e adolescentes no semi-árido, o acesso à terra, os encontros<strong>de</strong> articulação e avaliação do PETI, as reivindicações das mulheres trabalhadorasrurais, a inauguração <strong>de</strong> cisternas, entre outros. As mobilizações <strong>de</strong> imprensa doPrograma <strong>de</strong> Comunicação procuram garantir a compreensão e divulgação <strong>de</strong>ssastemáticas por parte dos profissionais <strong>de</strong> imprensa, ao mesmo tempo em que empreen<strong>de</strong>esforços para qualificar a atuação <strong>de</strong>sses profissionais e dos meios <strong>de</strong> comunicação.Nesses esforços, insere-se um evento <strong>de</strong> capacitação <strong>de</strong> jornalistas ecomunicadores, realizado em parceria com o jornal A Tar<strong>de</strong> e o Unicef, que contoucom a presença da maioria dos meios <strong>de</strong> comunicação <strong>de</strong> relevância no Estado.Nessa mesma linha, o MOC procura incentivar os profissionais da imprensa <strong>de</strong>dicadosàs questões <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento sustentável do semi-árido com o Prêmio MídiaSertão Social, que em <strong>2005</strong> entrou na sua segunda edição.A assessoria <strong>de</strong> comunicação em números94 clippings impressos e on-line sobre o MOC e temas pautados22 coberturas <strong>de</strong> TV pautadas e acompanhadas46 releases e pautas produzidas e enviadas56.000 visitas ao site do MOC198 atualizações do site do MOC51 edições do programa <strong>de</strong> rádio Encontro com as Comunida<strong>de</strong>s produzidase veiculadas22 edições do Jornal Mural50.000 exemplares do Jornal Giramundo impressos e distribuídos na RegiãoSisaleira336 notícias em 42 edições do Boletim Informativo MOC enviados para 450assinantes3. Edu-comunicação: a comunicação como instrumento pedagógico64Após os primeiros passos na área <strong>de</strong> Edu-comunicação, no ano anterior, aestratégia do Programa <strong>de</strong> Comunicação do MOC, em <strong>2005</strong>, foi levar o programa<strong>de</strong> rádio Encontro com as Comunida<strong>de</strong>s, uma vez por mês, para a sala <strong>de</strong> aula, comoinstrumento pedagógico na formação das crianças e adolescentes. Perseguiu-se,assim, o objetivo <strong>de</strong> promover a discussão <strong>de</strong> temáticas sociais e <strong>de</strong> relevância para


o semi-árido no programa <strong>de</strong> rádio e na sala <strong>de</strong> aula, valendo-se da opinião e daparticipação ativa das crianças. Além disso, o intuito foi sensibilizar educadores eeducadoras para utilizar o rádio na Jornada Ampliada do PETI. As ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>senvolvidastêm como base <strong>de</strong> sustentação o ECA e tratam <strong>de</strong> garantir o direito àcomunicação, informação, difusão <strong>de</strong> idéias, enfim a participação das crianças noprocesso educativo e <strong>de</strong> construção do conhecimento. Para qualificar a sua atuaçãono campo da Edu-comunicação e apren<strong>de</strong>r com outras experiências já <strong>de</strong>senvolvidas,o Programa <strong>de</strong> Comunicação participa ativamente da Re<strong>de</strong> CEP – Comunicação,Educação e Participação, que reúne organizações <strong>de</strong> todo o País.GiramundoOutra ação na área <strong>de</strong> Edu-comunicação é o Jornal Giramundo, um jornalregional que busca <strong>de</strong> forma criativa e dinâmica levar informações <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> para65


os atores envolvidos no Programa <strong>de</strong> Erradicação do Trabalho Infantil (PETI). Noinício do ano, através da parceria com o jornal A Tar<strong>de</strong>, a tiragem do Giramundopô<strong>de</strong> ser dobrada, chegando agora a <strong>de</strong>z mil exemplares, que a cada dois mesestêm suas oito páginas cheias <strong>de</strong> notícias sobre os principais acontecimentos do PETIe da Região Sisaleira. A produção das notícias, matérias e reportagens é realizadapela Agência Mandacaru. Neste ano, o Giramundo enfocou temas especiais comoos 15 anos do ECA e o Pacto pela Infância. Além <strong>de</strong> informar a comunida<strong>de</strong>, o jornaltambém tem se revelado como importante instrumento pedagógico nas JornadasAmpliadas. Crianças e adolescentes do PETI são estimulados a escrever poesias,paródias e textos sobre a qualida<strong>de</strong> do Programa e que são publicados no jornal.Monitores e educadores/leitores do Projeto Baú <strong>de</strong> Leitura são orientados a utilizaremo Giramundo no incentivo à leitura crítica e prazerosa da realida<strong>de</strong> dos garotose garotas.4. Perspectivas e <strong>de</strong>safios para a comunicação66As perspectivas para as ativida<strong>de</strong>s futuras do Programa <strong>de</strong> Comunicação apontam,na área da comunicação comunitária, para uma retirada gradativa das ações <strong>de</strong>assessoria e acompanhamento diretos, abrindo espaço para as duas entida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> comunicaçãocomunitária acompanhadas na sua fundação e estruturação em <strong>2005</strong>. Aconsolidação da Agência Mandacaru <strong>de</strong> Comunicação e Cultura absorverá muitas das<strong>de</strong>mandas que, anteriormente, vinham sendo direcionadas ao Programa <strong>de</strong> Comunicação,e a assessoria e capacitação por parte do Programa <strong>de</strong> Comunicação se darámais no sentido <strong>de</strong> qualificar as ações. O acompanhamento direto às rádios comunitáriasda região <strong>de</strong>verá ser assumido pela Abraço-Sisal com mais intensida<strong>de</strong> e qualida<strong>de</strong>,processo esse que já consta do Plano Estratégico da entida<strong>de</strong>.No entanto, em termos <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> física e, sobretudo financeira, <strong>de</strong> aten<strong>de</strong>ra todas essas <strong>de</strong>mandas apontadas, tanto a Agência Mandacaru com a Abraço-Sisal ainda terão <strong>de</strong> construir bases mais firmes <strong>de</strong> sustentabilida<strong>de</strong>. Especialmente,a Abraço-Sisal precisa, com urgência, <strong>de</strong> uma se<strong>de</strong> e infra-estrutura próprias para<strong>de</strong>sempenhar a sua função <strong>de</strong> representar, assessorar e apoiar as rádios comunitáriasda região. O acesso à Internet, para facilitar a comunicação com o MOC e asoutras entida<strong>de</strong>s, é outro <strong>de</strong>safio posto não somente para a Abraço-Sisal, mas parao conjunto das rádios comunitárias.Nos processos <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento territorial, um novo foco para o Programa<strong>de</strong> Comunicação está surgindo no Território Bacia do Jacuípe, on<strong>de</strong> o ano <strong>de</strong>2006 promete ser <strong>de</strong> intensas mobilizações e <strong>de</strong>bates em torno do Plano Territorial<strong>de</strong> Desenvolvimento. Uma atenção maior do programa também <strong>de</strong>verá ser dirigidaaos movimentos sociais da região, que ainda mostram gran<strong>de</strong> fragilida<strong>de</strong> nas estruturase ações <strong>de</strong> comunicação, e à qualificação da cobertura jornalística das rádioscomerciais da região, que continuam exercendo papel predominante entre os meios<strong>de</strong> comunicação na região.


Em <strong>2005</strong>, o Projeto Vida Nova procurou, uma inflexão em sua abordagem.Embora tradicionalmente tenha se pautado pelo seu objetivo central <strong>de</strong> promovero bem-estar e <strong>de</strong>senvolvimento social, educativo e cultural <strong>de</strong> crianças e adolescentesdo semi-árido, especialmente em assentamentos <strong>de</strong> reforma agrária, na RegiãoSisaleira da Bahia, o PVN buscava incentivar o <strong>de</strong>senvolvimento das comunida<strong>de</strong>s e<strong>de</strong> suas instituições locais e ou regionais para esse fim, enten<strong>de</strong>ndo que esta estradaasseguraria a melhoria da qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida das famílias e das crianças. Ainda em<strong>2005</strong>, optou por interferir na construção <strong>de</strong> uma abordagem centrada nos direitos<strong>de</strong> crianças e adolescentes. Para tanto, i<strong>de</strong>ntificou a sensibilização e a formação inicialna linha do sistema <strong>de</strong> garantias como estratégia geral e <strong>de</strong>finiu educadores formais,li<strong>de</strong>ranças comunitárias e entida<strong>de</strong>s locais como público prioritário da ação.Agiu, também, no sentido <strong>de</strong> experimentar, com as próprias crianças e adolescentes,uma aproximação, ao seu ponto <strong>de</strong> vista, acerca <strong>de</strong> sua própria realida<strong>de</strong>, concernenteaos seus direitos e <strong>de</strong>veres.Principais ações estratégicas em <strong>2005</strong>1. Qualificação <strong>de</strong> educadores/as e incentivo à multiplicação<strong>de</strong> ações nas escolasEm todas as comunida<strong>de</strong>s do PVN existem o Projeto Baú <strong>de</strong> Leitura/PBL eProjeto Conhecer, Analisar e Transformar/CAT (ver Programa <strong>de</strong> Educação doCampo). O PBL e o CAT também lidam com a inclusão social, a realida<strong>de</strong> do campoe os direitos das crianças. A partir da ação conjunta entre tais projetos, avaliou-se,porém, que as crianças po<strong>de</strong>riam elaborar pesquisas sobre o tema dos direitos dascrianças e criar, a partir da sistematização <strong>de</strong>sse conhecimento, oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><strong>de</strong>volução nas suas próprias comunida<strong>de</strong>s. Essa <strong>de</strong>volução teria como objetivo central,por seu turno, sensibilizar famílias e outras crianças sobre direitos e aspectosrelativos à situação da infância e adolescência em tais localida<strong>de</strong>s.Para tanto, os educadores/as <strong>de</strong>veriam também estar mais fortalecidos/as e em3 direções: a) na abordagem dos direitos, a partir sobretudo <strong>de</strong> um aprofundamentono ECA; b) em uma abordagem técnica que privilegiasse ainda mais a construçãocoletiva, a partir <strong>de</strong> noções antropológicas que contemplassem o ponto <strong>de</strong> vista dacriança e sua percepção da realida<strong>de</strong> hodierna; e c) noções <strong>de</strong> comunicação cidadã e<strong>de</strong> produção <strong>de</strong> peças <strong>de</strong> comunicação, adaptadas às suas realida<strong>de</strong>s e <strong>de</strong>mandas.Todo o processo envolveu cerca <strong>de</strong> 25 educadores que foram capacitadospela Cipó Comunicação Interativa (Salvador) e pela Agência Mandacaru (Retirolândia– BA). Esses educadores/as <strong>de</strong>senvolveram, com as crianças, matérias, peças,reportagens, murais, quadrinhos e programas <strong>de</strong> rádio que tanto fortaleceram nascrianças o conhecimento prático sobre sua realida<strong>de</strong> a partir <strong>de</strong> seus direitos, comotambém animaram suas comunida<strong>de</strong>s a refletirem dados concretos. Foram envolvidascerca <strong>de</strong> 550 crianças diretamente.69


2. Formação dos Dirigentes das Associações Comunitáriasbuscando fortalecer as InstituiçõesEssa ação com os educadores do PBL e CAT veio ao encontro <strong>de</strong> outra açãoigualmente <strong>de</strong>senvolvida na base. I<strong>de</strong>ntificamos, a partir da Comissão Gestora doPVN (formada pelo MOC e representantes <strong>de</strong> Entida<strong>de</strong>s comunitárias e regionaisda socieda<strong>de</strong> civil), atores locais a serem capacitados na mesma direção. Foram,assim, reunidos Agentes Comunitários <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, li<strong>de</strong>ranças jovens, professores,agentes da Pastoral da Criança e da Juventu<strong>de</strong>, membros <strong>de</strong> Associação e <strong>de</strong> Sindicatose <strong>de</strong>mais familiares (especialmente mulheres), para que compusessem umgrupo que foi capacitado em 80 horas. Desse modo, tem-se, hoje, aproximadamente,uma média <strong>de</strong> 130 pessoas capacitadas no sistema <strong>de</strong> garantia <strong>de</strong> direitos ena abordagem metodológica com crianças. Daí saíram, por exemplo, sugestões <strong>de</strong>melhor abordar temas como violência física, maus tratos, abuso sexual etc, para opróximo ano, embora em todos os momentos a dimensão <strong>de</strong> maior vulto é para aausência ou insuficiência <strong>de</strong> recursos e políticas públicas no que po<strong>de</strong>ria ser umaespécie <strong>de</strong> “Orçamento Criança”.3. Incentivo à participação das crianças e adolescentesem espaços comunitários <strong>de</strong> tomadas <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisõese apoio na abordagem e <strong>de</strong>bate sobre o ECA70Em meio a esses processos, as crianças também tiveram mais vez e voz. Des<strong>de</strong>o ano passado, as crianças vinham participando <strong>de</strong> processos <strong>de</strong>cisórios, particularmentevoltados às festas <strong>de</strong> resgate <strong>de</strong> cultura e <strong>de</strong> tradição (junina, aniversárioda comunida<strong>de</strong>, etc). Este ano, todas as comunida<strong>de</strong>s envolveram, <strong>de</strong> forma maisigualitária, crianças e jovens no planejamento <strong>de</strong> ações e <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s. Assim, direitoà participação política, autonomia, lazer e cultura foram “discutidos” a partir <strong>de</strong>uma realida<strong>de</strong> prática. Além <strong>de</strong> eventos <strong>de</strong> formação, com as próprias crianças,houve momentos específicos em que adultos e crianças, juntos, <strong>de</strong>bateram e encaminharamquestões <strong>de</strong>s<strong>de</strong> prestação <strong>de</strong> contas a <strong>de</strong>cisões sobre a aplicação <strong>de</strong> recursos,passando pelo tema das festas e outros. Coube aos adolescentes, por exemplo,questionar a ausência <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> lazer e cultura por parte <strong>de</strong> suas Associaçõesou mesmo lutar, na Escola, por água potável e condições melhores. Campanhas<strong>de</strong> coleta seletiva, hortas comunitárias, limpeza <strong>de</strong> aguadas e <strong>de</strong> fortalecimentodo PETI foram os maiores resultados do trabalho.A esse processo não se po<strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> referir a linha <strong>de</strong> formação e fortalecimentodas Associações Comunitárias. Diagnóstico, Gestão, Planejamento, MarcoLegal foram alguns dos temas abordados, além <strong>de</strong> aspectos <strong>de</strong> políticas e direitos <strong>de</strong>crianças e adolescentes, com <strong>de</strong>staque para a influência no Orçamento Municipal enos CMDCA e Conselho Tutelar.O MOC esteve, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o primeiro momento, fomentando ações e mobilizan-


do processos relativos ao fortalecimento do Pacto Nacional um Mundo para a Criançae o Adolescente no Semi-Árido.4. Primeiras conclusões:O PVN, a partir do Planejamento Estratégico do MOC, sofreu uma profundamudança. E a mesma se processou durante o <strong>de</strong>senvolvimento das ações acimacitadas e outras diversas àquelas conectadas ou reportadas. Na verda<strong>de</strong>, em <strong>2005</strong>também foi feita a transição para o recém-criado PCA do MOC. O PCA nasce dosesforços do PVN e do Subprograma PETI com o foco centrado na <strong>de</strong>fesa e garantiados direitos das crianças e dos adolescentes, a partir do fortalecimento da socieda<strong>de</strong>civil e das instâncias públicas <strong>de</strong> elaboração e controle <strong>de</strong> políticas sociais.Assim, talvez, melhor do que fechar com uma conclusão ou mesmo uma melhoravaliação das ações acima resenhadas, o PVN prefere dizer que, na verda<strong>de</strong>, <strong>2005</strong>abre para uma nova perspectiva, um novo Programa e para uma melhor abordagemdos direitos <strong>de</strong> crianças e adolescentes no semi-árido baiano, e nas RegiõesSisaleira e Bacia do Jacuípe, em especial.5. Dados do Projeto• 25 educadores/as leitores/as e professores/as capacitados em técnicas<strong>de</strong> comunicação para atuação com crianças e adolescentes• Li<strong>de</strong>ranças e adolescentes discutem Orçamento Criança e atuaçãodos Conselhos Municipais da Criança e Adolescente• 550 crianças atuando em pesquisa para conhecimento <strong>de</strong> seus direitos71


72A integração e a articulação das políticas públicas em um ambiente geográficoque fosse maior que o Município e menor que o Estado, como força motriz para o<strong>de</strong>senvolvimento rural sustentável, sempre foi <strong>de</strong>fendida pelo MOC ao longo doseu relacionamento com as organizações sociais e os agentes governamentais. Poresta razão, a Instituição participou ativamente da constituição da Secretaria do DesenvolvimentoTerritorial (SDT), do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA)do Governo Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2003 revelando a experiência local com o PETI, prestandoconsultorias especializadas, ce<strong>de</strong>ndo um técnico por 2 anos e, neste ano <strong>de</strong><strong>2005</strong>, <strong>de</strong> forma mais eminente, assumindo a atribuição <strong>de</strong> assessorar tecnicamentea elaboração participativa dos Planos Territoriais <strong>de</strong> Desenvolvimento Rural Sustentável– PTDRS <strong>de</strong> 09 (nove) Territórios Rurais do Estado da Bahia e 02 (dois) doEstado <strong>de</strong> Sergipe.No caso da Bahia, que passou a ser tomada como referência nacional para aSDT, por ter mapeado todo o estado em 23 territórios <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>, a ação doMOC se <strong>de</strong>u tanto participando ativamente da Comissão Estadual <strong>de</strong> Territórios(CET) que agremia representantes <strong>de</strong> 08 organizações sociais estaduais e <strong>de</strong> 06órgãos públicos das esferas estadual e fe<strong>de</strong>ral e por on<strong>de</strong> passou todo o processo<strong>de</strong> <strong>de</strong>finição dos territórios, quanto prestando serviços <strong>de</strong> sensibilização, mobilizaçãoe formação <strong>de</strong> li<strong>de</strong>ranças e técnicos junto às institucionalida<strong>de</strong>s dos 09 territóriosrurais selecionados entre os 23 i<strong>de</strong>ntificados pela CET. No caso <strong>de</strong> Sergipe, asações se restringiram a esta segunda forma <strong>de</strong> atuação.Entre os 09 territórios, 02 em especial, o MOC teve uma ação diferenciada: oSisal e Bacia do Jacuípe. Em ambos, por coincidir com a área <strong>de</strong> atuação mais sistemáticada Instituição, houve um envolvimento maior <strong>de</strong> toda equipe para assegurarque as propostas experimentadas, construídas e <strong>de</strong>fendidas ao longo dos últimosanos, estivessem presentes nos Planos Territoriais <strong>de</strong> Desenvolvimento Rural Sustentável.No Território do Sisal, on<strong>de</strong> o PTDRS já foi concluído, po<strong>de</strong>-se <strong>de</strong>stacar osProjetos <strong>de</strong> Educação do Campo, Meio-ambiente, Saú<strong>de</strong>, Fortalecimento da AgriculturaFamiliar e Comunicação, cujo conteúdo e forma <strong>de</strong> execução, espelha-se napratica dos Programas <strong>de</strong> Educação, Comunicação, Agricultura Familiar e Gênero<strong>de</strong>senvolvidos pelo MOC em parceria com as organizações locais.


Organograma do PTDRS Sisal lançado dia 01\12\2006 em ValenteAs principais ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>senvolvidas junto aos Núcleos Diretivos e Técnicosdas institucionalida<strong>de</strong>s territoriais em <strong>2005</strong> foram as oficinas <strong>de</strong> planejamento do PTDRS,os cursos <strong>de</strong> formulação e gestão do PTRDS, os intercâmbios entre territórios, asoficinas <strong>de</strong> estudos propositivos para dinamização da economia territorial e as assessoriasna montagem e sistematização <strong>de</strong> diagnósticos, dos planos safras territoriais edas versões intermediárias e finais dos PTDRS´s. De forma direta e continua, 520agentes territoriais participaram <strong>de</strong>stas ativida<strong>de</strong>s na Bahia e 110 em Sergipe.Dos 11 PTDRS´s que o MOC se propôs assessorar a formulação, 05 estãoconcluídos e já foram divulgados, 03 estão em fase final <strong>de</strong> elaboração e 03 têmprevisão para conclusão apenas no mês <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 2006.Vencida a etapa <strong>de</strong> formulação dos PTDRS´s, que vêm compostos <strong>de</strong> diagnóstico(geral e setoriais), visão <strong>de</strong> futuro, eixos promotores do <strong>de</strong>senvolvimento,programas e projetos com os arranjos institucionais e mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> gestão, a maiorparte dos territórios começa a <strong>de</strong>finir e executar um processo <strong>de</strong> negociação, ajustee monitoramento dos projetos.Os resultados que vão surgindo em termos <strong>de</strong> atração <strong>de</strong> investimentos nosterritórios ainda são muito tímidos. Em muitos casos, os únicos recursos aportadospara iniciar alguns projetos foram os da própria SDT com valor médio <strong>de</strong> R$800.000,00 por território/ano, incluindo os valores necessários à manutenção dasativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> animação das institucionalida<strong>de</strong>s. Entretanto, os arranjos institucionais<strong>de</strong>ntro dos projetos que vão se firmando acenam para uma trajetória ascen<strong>de</strong>nte.73


1. INTRODUÇÃO:O Projeto ATER Jovens (PAJ) buscou alcançar, em <strong>2005</strong>, seu objetivo <strong>de</strong> formarjovens empreen<strong>de</strong>dores/as e consolidar uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> educadores/as-formadores/as,entida<strong>de</strong>s e escolas, na linha <strong>de</strong> assistência técnica rural (ATER) e participaçãojuvenil, nos Territórios do Sisal e Bacia do Jacuípe. Para tanto, o Movimento <strong>de</strong>Organização Comunitária (MOC) buscou construir estratégias e gerir o Projetojunto com parceiros 2 e com os/as jovens, efetivando um processo <strong>de</strong> trabalho eformação participativo e sistemático. Nesse espaço, assegurar o <strong>de</strong>senvolvimento<strong>de</strong> ações que oportunizaram a concretização <strong>de</strong> transformações significativas narealida<strong>de</strong> dos/as 45 jovens da zona rural, contemplados pelo PAJ, foi priorida<strong>de</strong>.Abaixo, o relato dos <strong>de</strong>safios, resultados e outros importantes elementos e aprendizadossurgidos durante essa experiência.2. DESENVOLVIMENTO:Aqui, po<strong>de</strong>mos perceber a base das <strong>de</strong>finições quanto aos principais eixosestratégicos que nortearem as ações do PAJ, ao longo <strong>de</strong> <strong>2005</strong>. Uma <strong>de</strong>las é aclareza <strong>de</strong> que o/a jovem é sujeito <strong>de</strong> direitos e, uma outra, é a crença na capacida<strong>de</strong>do/a jovem elevar a sua qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida através <strong>de</strong> mudanças realizadas.Eis os eixos:a) Formação <strong>de</strong> Jovens Empreen<strong>de</strong>dores/as na Linha <strong>de</strong> ATER, Convivênciacom o Semi-Árido e Participação Social (Na Comunida<strong>de</strong>, nas Organizaçõese junto a outros Projetos):Nesse eixo, composto especialmente por temáticas do universo <strong>de</strong> ATER(Agroecologia, Manejo <strong>de</strong> Criatórios, Planejamento da Proprieda<strong>de</strong>, Horticultura,etc) e da dimensão do protagonismo juvenil e empreen<strong>de</strong>dorismo social e profissional,buscamos fortalecer a capacida<strong>de</strong> dos/as jovens <strong>de</strong> conhecer, analisar, construire empreen<strong>de</strong>r processos <strong>de</strong> convivência com o Semi-árido. A montagem <strong>de</strong>planos <strong>de</strong> ação comunitários e a formação dos grupos <strong>de</strong> interesse 3 (GI) para geração<strong>de</strong> trabalho e renda numa perspectiva solidária, se <strong>de</strong>stacaram bastante e aproximaramos jovens das famílias, das Entida<strong>de</strong>s e <strong>de</strong> outros Projetos na linha <strong>de</strong> ATER,<strong>de</strong> maneira mais regular e qualificada.74_______________2Organizações municipais e regionais: Sindicatos dos Trabalhadores/as Rurais e Agricultores/as Familiares<strong>de</strong> Retirolândia, Valente, Riachão do Jacuípe, Conceição do Coité e Santa Luz, Secretaria <strong>de</strong> Educação <strong>de</strong>Valente e Agência Mandacaru <strong>de</strong> Comunicação;3Agrupamento <strong>de</strong> jovens num <strong>de</strong>terminado espaço a partir dos mesmos interesses no que diz respeito aosprocedimentos metodológicos e, atuação pela busca <strong>de</strong> trabalho e renda;


) Consolidar uma Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> Educadores/as-Formadores/as, Organizaçõese Escolas, na linha protagonismo e convivência com o semi-árido:Aqui, a Re<strong>de</strong> formada pelo conjunto Entida<strong>de</strong>s locais parceiras e as apoiadoras4 , conta além disso com a participação <strong>de</strong> dois jovens do PAJ, representando ogrupo. Em parceira com o financiador - Instituo Credicard (IC) – do Projeto umaJornada Formativa foi realizada com os/as educadores/as-formadores/as que compõemesse espaço. Buscando aprofundar as implicações dos conceitos no cotidianoe na relação com os jovens, em 6 encontros, temáticas como: A relação da escolacom os movimentos sociais, Juventu<strong>de</strong>s e Mundo do Trabalho, A metodologia paraa formação <strong>de</strong> jovens empreen<strong>de</strong>dores, A participação dos jovens nas comunida<strong>de</strong>se outras foram abordadas. Assim, a re<strong>de</strong> assume <strong>de</strong> forma mais consolidada e qualificadao papel <strong>de</strong> planejar, monitorar, avaliar e sistematizar o conjunto <strong>de</strong> açõespertencentes ao PAJ, ou seja, a Gestão Compartilhada.3. ALGUNS RESULTADOS:No bojo das ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>senvolvidas em todo o processo <strong>de</strong> formação, algunsresultados se encaixam em perspectivas <strong>de</strong> curto, médio e longo prazo. Hoje, é possívelver claramente o atingimento <strong>de</strong> alguns dos objetivos específicos, como: a atuação dare<strong>de</strong> <strong>de</strong> educadores/as-formadores/as, 10 elaborações e 4 implantações <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong>geração <strong>de</strong> trabalho e renda, 2 empreendimentos solidários (na área <strong>de</strong> Avicultura eArtesanato) organizados e se estruturando junto à comunida<strong>de</strong>, 2 Escolas dialogandosistematicamente com seu público sobre as temáticas e as práticas <strong>de</strong> Convivência como Semi-Árido, buscado inserir as técnicas na sua atuação pedagógica e para a melhoria dacomunida<strong>de</strong>, acompanhadas pelos jovens, GI composto pelos jovens nas áreas <strong>de</strong> avicultura,artesanato, horticultura, caprino-ovinocultura e apicultura, 16 Planos <strong>de</strong> Ação(1/comunida<strong>de</strong>) elaborados e implementados pelos jovens buscando integrar e articularparceiros na comunida<strong>de</strong>, entre as comunida<strong>de</strong>s e no município, jovens <strong>de</strong> Projetos eGrupo <strong>de</strong> Juventu<strong>de</strong> articulados e <strong>de</strong>senvolvendo parcerias, processo <strong>de</strong> formação acompanhadoe registrado sistematicamente, valorização e fortalecimento da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> dojovem rural, inserção <strong>de</strong> 70% dos jovens nos Movimentos Sociais, seja em cargos diretivos,seja enquanto filiados. A partir <strong>de</strong>sse quadro <strong>de</strong> resultados o Projeto tornou-sereferência para a elaboração e implantação <strong>de</strong> outros, ampliando o número <strong>de</strong> municípiosbeneficiados para 32 nas mesmas regiões e na Região do Piemonte.4. DESAFIOS:No conjunto dos <strong>de</strong>safios <strong>de</strong>stacam-se: as dificulda<strong>de</strong>s na manutenção <strong>de</strong> umaboa comunicação com todos os parceiros, a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> buscar junto com os/as_______________4Organizações municipais e comunitárias: Escolas, Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Jornada Ampliada (Programa <strong>de</strong>Erradicação do Trabalho Infantil) e Associações Comunitárias;75


jovens e parceiros a confiança das comunida<strong>de</strong>s, no que se refere à capacida<strong>de</strong> dos/as jovens enquanto multiplicadores/as <strong>de</strong> para assessorar as famílias em suas proprieda<strong>de</strong>s.Desafiador também foi à disseminação e inserção do conhecimento construídopelo grupo e das técnicas adquiridas, em algumas Escolas, e, por enten<strong>de</strong>rmosque espaços formativos são importantes estamos buscando dialogar e contribuirpara a solução da questão..5. CONSIDERAÇÕES FINAIS:Ao final <strong>de</strong> <strong>2005</strong>, o PAJ encontra-se numa fase <strong>de</strong> consolidação da sua propostae sua continuida<strong>de</strong> foi assegurada pelo financiador diante do quadro <strong>de</strong> resultadosjunto a outros projetos <strong>de</strong> juventu<strong>de</strong> <strong>de</strong> três estados do Brasil. Traduzimos metodológicae concretamente os avanços obtidos, no exercício da prestação <strong>de</strong> serviço <strong>de</strong>ATER às famílias e outros/as jovens rurais, por um lado, e na elaboração <strong>de</strong> projeto<strong>de</strong> vida (<strong>de</strong>ntro do meio rural), sociais e <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> renda, por outro lado. Para2006, acreditamos, sobretudo, no fortalecimento da ação <strong>de</strong> ATER e autonomiados/as jovens, no apoio aos Projetos <strong>de</strong> Geração <strong>de</strong> Renda, na disseminação e sistematizaçãoda formação articulada aos parceiros. Avaliamos, ainda a importância doaprimoramento da relação com os parceiros, especialmente as Escolas e o Po<strong>de</strong>rPúblico, da estimulação e maior integração entre ações <strong>de</strong> jovens e <strong>de</strong> juventu<strong>de</strong>das regiões e na consolidação <strong>de</strong> elementos da elaboração e gestão participativa <strong>de</strong>projetos e <strong>de</strong> economia solidária, estes últimos se darão <strong>de</strong> maneira mais sistemática,já que nesse ano o PAJ se localizará no Programa <strong>de</strong> Fortalecimento <strong>de</strong> AgriculturaFamiliar.1. Entrega do Certificado <strong>de</strong> conclusão da formação em ATER durante a Avaliação Final do PAJ em Valente(Da esquerda para a direita: Geovânio Silva – Jovem do PAJ e Marinaldo.Alves – STRAF <strong>de</strong> Retirolândia)76


03 Jovens que fazem parte do PAJ foramaprovados numa seleção feitapela Escola <strong>de</strong> Educação Básica e ProfissionalFundação Bra<strong>de</strong>sco para oCurso Técnico em AgropecuáriaProjeto ATER Jovens contempladono Premio Parcerias.A experiência do PAJ foi selecionada<strong>de</strong>ntre outras <strong>de</strong> todo o país para serdivulgada numa matéria especial daEdição I da Revista Onda Jovem02 Projetos <strong>de</strong> Geração <strong>de</strong> Renda elaboradospelos/as jovens foram aprovadospelo Programa Nacional <strong>de</strong>Fortalecimento da Agricultura Familiarna linha <strong>de</strong> jovens para financiamentovia Banco do BrasilA sistematização da experiência doPAJ fará parte do Livro Jovens Escolhasem Re<strong>de</strong> com o Futuro, SegundaEdição, lançado pelo Instituto Credicar<strong>de</strong> junto as ONGs Parceiras.77


GÊNERO81


82GÊNERO


EDUCAÇÃO CAT83


EDUCAÇÃO – JORNADA AMPLIADAEDUCAÇÃO – BAÚ DE LEITURA84


EDUCAÇÃO – AÇÕES DE INTEGRAÇÃO85


86POLÍTICAS PÚBLICAS


POLÍTICAS PÚBLICAS87


POLÍTICAS PÚBLICAS88(** Número <strong>de</strong> Famílias)


FORTALECIMENTO DA AGRICULTURA FAMILIAR89


90FORTALECIMENTO DA AGRICULTURA FAMILIAR


FORTALECIMENTO DA AGRICULTURA FAMILIAR91


92FORTALECIMENTO DA AGRICULTURA FAMILIAR


AÇÕES DE APOIO AOS TERRITÓRIOS RURAIS93


94COMUNICAÇÃO


COMUNICAÇÃO95


96COMUNICAÇÃO


PROJETO VIDA NOVA97


• PRÊMIO CAIXA MELHORES PRÁTICAS EM GESTÃO LOCALCaixa Econômica Fe<strong>de</strong>ral• PRÊMIO PARCEIROS DO REORDENAMENTO AGRÁRIOMinistério do Desenvolvimento Agrário – Secretaria <strong>de</strong> Reor<strong>de</strong>namento Agrário• PRÊMIO PARCERIA CONSOLIDADA <strong>2005</strong>Instituto Ação Empresaria pela Cidadania e Aliança Interage98


1) A Diretoria Eleita em abril <strong>de</strong> <strong>2005</strong> para o biênio<strong>de</strong> <strong>2005</strong>-2006 foi a seguinte:A) Diretoria Efetiva• Clóvis Ramos Lima• José Jerônimo <strong>de</strong> Morais• Antonio Albertino Carneiro• João Dias <strong>de</strong> Araújo• Antonio José Gonçalves <strong>de</strong> Souza- Diretor Presi<strong>de</strong>nte- Diretor Técnico- Diretor Financeiro- Diretor Administrativo- Diretor <strong>de</strong> Relações PúblicasB) Conselho FiscalEfetivos:• Roberto Celso Cavalcante• Urbano Carvalho Oliveira• Maria das Graças AraújoSuplentes:• Wilma Vieira Simões• Maria das Virgens Alves Almeida• Maria da Conceição Portela R. LimaC) Secretário Executivo• Naidison <strong>de</strong> Quintella BaptistaTel: (75) 3221.1393/3623.0967E-mail:naidison@moc.org.brD) Coor<strong>de</strong>nadora Pedagógica• Maria Lúcia Azevedo SantosTel: (75) 3221.1393/1604E-mail: lucia@moc.org.br99


2. Equipe <strong>de</strong> TrabalhoA) Equipe Técnica BásicaPROGRAMA DE EDUCAÇÃOCleonice dos Santos OliveiraTel: (75) 3221.1393/1604Francisca Maria C. BaptistaTel: (75) 3221.1393/1604Josevonne Dias SerafimTel: (75) 3221.1393/1604E-mail:josevonne@moc.org.brSueli Maria Gonçalves HittiTel: (75) 3221.1393/1604E-mail:sueli@moc.org.brVera Maria Oliveira CarneiroTel: (75) 3221.1393/1604E-mail:vera@moc.org.brZhara Leite SouzaTel: (75) 3221.1393/1604E-mail:zhara@moc.org.brPROGRAMA DE GÊNEROAlvaiza Conceição Cerqueira da CruzTel: (75) 3221.1393/1604E-mail:izacerqueira@moc.org.brCelia Santos FirmoTel: (75) 3221.0212/614.7001E-mail:celia@moc.org.brPROGRAMA DE FORTALECIMEN-TO DA AGRICULTURA FAMILIARAbimael Passos dos SantosTel: (75) 3221.0212/3614.7001E-mail:abimael@moc.org.brAgelândio dos Santos CarvalhoTel: (75) 3221.0212/3614.7001Ângela Maria Cerqueira das VirgensTel: (75) 3221.0212/3614.7001Denisson Neves dos SantosTel: (75) 3221.1393/1604Fredson Rodrigues <strong>de</strong> AraújoTel: (75) 3221.1393/1604E-mail:fredson@moc.org.brGislei<strong>de</strong> do Carmo OliveiraTel: (75) 3221.0212/3614.7001E-mail:gislei<strong>de</strong>@moc.org.brIvan Leite FontesTel: (75) 3221.1393/1604/3614.7001E-mail:ivan@moc.org.brJosé Augusto Monteiro <strong>de</strong> Castro LimaTel: (75) 3221.0212/614.7001/9198-8624E-mail:joseaugusto@moc.org.brJosé Domingos Cavalcante CarvalhoTel: (75) 3221.0212/3614.7001José Ivamberg Fereira SilvaTel: (75) 3221.0212/3614.7001Lana ClartonTel: (75) 3221.1393/1604/3614.7001E-mail:lana@moc.org.br100


Luiz Lisboa <strong>de</strong> OliveiraTel: (75) 3221.1393/1604/3614.7001Mariza Cerqueira das VirgensTel: (75) 3221.0212/3614.7001Renata da Silva SantanaTel: (75) 3221.0212/3614.7001E-mail:renata@moc.org.brWellington da Silva OliveiraTel: (75) 3221.0212/3614.7001Wilson José Vasconcelos DiasTel: (75) 3221.0212/3614.7001Tel: (75) 3221.1393/1604E-mail:wilson@moc.org.brPROGRAMA DE POLÍTICASPÚBLICASAna Karina Menezes LimaTel: (75) 3221.1393/1604E-mail:karina@moc.org.brClodoaldo Almeida da PaixãoTel: (75) 3221.1393/1604E-mail: paixao13@moc.org.brConceição Eliana CarneiroTel: (75) 3221.1393/1604E-mail:eliana@moc.org.brDanilo Uzeda da CruzTel: (75) 3221.1393/1604E-mail:danilo@moc.org.brEmanoel José Mendonça SobrinhoTel: (75) 3221.1393/1604E-mail:emanoel@moc.org.brIl<strong>de</strong>s Ferreira <strong>de</strong> OliveiraTel: (75) 3221.1393/1604E-mail: il<strong>de</strong>sferreira@uol.com.brJoseane <strong>de</strong> Assis SantosTel: (75) 3221.1393/1604E-mail:joseane@moc.org.brMaria Vandalva Oliveira PintoTel: (75) 3221.1393/1604E-mail:vandalva@moc.org.brMiralva Alexandre JorgeTel: (75) 3221.1393/1604E-mail:miralva@moc.org.brPROGRAMA DECOMUNICAÇÃOKlaus Minihuber 5Tel: (75) 3221.1393/1604E-mail:Klaus@moc.org.brNayara Cunha da SilvaTel: (75) 3221.1393/1604E-mail:nayara@moc.org.brPaulo Marcos Queiroz dos SantosTel: (75) 3221.1393/1604E-mail:paulomarcos@moc.org.brPROGRAMA DE ÁGUAAna Glécia da Silva AlmeidaTel: (75) 3261.1644E-mail:anaglecia@moc.org.brJoelson dos Santos SilvaTel: (75) 3261.1644/9198-6291E-mail:joelson@moc.org.br101


Kamilla Ferreira da Silva SantosTel: (75) 3261.1644E-mail:kamilla@moc.org.brMaria Auxiliadora Freitas dos SantosTel: (75) 3261.1644E-mail:dora@moc.org.brNilton Sampaio Freire <strong>de</strong> MeloTel: (75) 3221.1393/1604/3261.1644E-mail:nilton@moc.org.brRosiler dos Santos SilvaTel: (75) 3261.1644E-mail:rosiler@moc.org.brSilvaney Santiago SouzaTel: (75) 3261.1644E-mail:silvaney@moc.org.brPROJETO VIDA NOVABerenice da Silva TrabucoTel: (75) 3221.1393Celia Monteiro Alves SantanaTel: (75) 9198-9056Lourena <strong>de</strong> Oliveira CruzTel: (75) 3221.0212/3614.7001E-mail:lorena@moc.org.brMárcia Regina PinhoTel: (75) 3221.1393/1604E-mail:marcia.pinho@moc.org.brMárcio Fróes da M. MascarenhasTel: (75) 3221.1393/1604E-mail:marcio@moc.org.brMaria Márcia Costa dos SantosTel: (75) 3221.1393/1604B) Equipe AdministrativaA<strong>de</strong>l Ruy Dantas <strong>de</strong> Cerqueira, AlexandroLima <strong>de</strong> Meireles, Darlan <strong>de</strong> LimaTorres, Dinalva Leite das Virgens, DomícioCerqueira Lima, Donato da Silva,Edivânia Santos <strong>de</strong> Lima, Everaldo Leitedas Virgens, Gilberto Carlos <strong>de</strong> Oliveira,Gilvan Rogério Vieira <strong>de</strong> Araújo, Glei<strong>de</strong>Dias <strong>de</strong> A. Cor<strong>de</strong>iro, Helio MenezesLisboa, Luiz Silva Lima, Margarida MariaPereira <strong>de</strong> Jesus, Maria das Graças S.Bittencourt, Maria Jocerise <strong>de</strong> Souza,Miralva Leite das Virgens, Rosenice Alves<strong>de</strong> Souza, Sandra Regina A. Vergne<strong>de</strong> Morais, Sirlei<strong>de</strong> <strong>de</strong> Oliveira Rodrigues,Sonei<strong>de</strong> Cristina Oliveira Rios Teixeira,Soraia Jane Oliveira Rios Carvalho,Vera Lúcia <strong>de</strong> Lima Torres.C) O MOC continua contando com acolaboração <strong>de</strong> voluntários, professores,advogados, médicos e outros, queoferecem sua parcela <strong>de</strong> contribuiçãoao trabalho.102


Durante o ano <strong>de</strong> <strong>2005</strong> contamos, novamente, com a valiosa colaboração <strong>de</strong> váriaspessoas e instituições. Abaixo relacionamos os principais apoios/parceiros que nospermitiram a sustentação dos trabalhos durante o ano.1. Fontes <strong>de</strong> Recursos1.1. Locais/Nacionais• AMANCO• CAR• CESE• DED• ELETROBRÁS• FEBRABAN – Fe<strong>de</strong>ração Brasileira dos Bancos• INSTITUTO PAULO FREIRE• MDA - Ministério do Desenvolvimento Agrário• MINISTÉRIO DA CULTURA• PFIZER• MDS – Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome• PETROBRÁS• REDECARD S.A.• SECRETARIA ESPECIAL DE POLÍTICAS PARA MULHERES• SETRAS• SOLVAY• SUBVENÇÃO SOCIAL DA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA• UNICEF1.2. Exterior• BERLI – Espanha• CORDAID - Holanda• CRS – Estados Unidos• DISOP - Belgica• EVERYCHILD – Inglaterra• HORIZONT 3000 – Áustria• KINDERMISSIONWERK – Alemanha• MANUS UNIDAS - Espanha• PÃO PARA O MUNDO – Alemanha• OMICRON – Áustria• RESOURCE FUNDATION (PFIZER) – Estados Unidos• SOS-PG – Bélgica103


104


105


106


107


108


109


110ABONG - Associação Brasileira <strong>de</strong> ONG’sABRAÇO – Associação <strong>de</strong> Rádios Comunitárias da Região do SisalADS - Agência <strong>de</strong> Desenvolvimento SolidárioAMAC – Agência Mandacaru <strong>de</strong> Comunicação e CulturaAPAEB – Associação dos Pequenos Agricultores do Estado da BahiaARCO Sertão - Agência Regional <strong>de</strong> Comercialização do Sertão da BahiaASA - Articulação no Semi-árido BrasileiroASCOOB – Associação das Cooperativas <strong>de</strong> Apoio a Economia FamiliarBNB – Banco do Nor<strong>de</strong>steCAATINGA - Centro <strong>de</strong> Assessoria e Apoio aos Trabalhadores e Instituições NãoGovernamentais AlternativasCAT – Conhecer, Analisar e TransformarCDJDC – Centro Dom José Brandão <strong>de</strong> CastroCEAIC – Centro <strong>de</strong> Apoio as Iniciativas Comunitárias do Semi-Árido da BahiaCEAS – Conselho Estadual <strong>de</strong> Assistência SocialCEBATSA - Centro <strong>de</strong> Bases Tecnológicas do Semi-ÁridoCECA – Conselho Estadual da Criança e AdolescenteCEDRs – Conselho Estadual <strong>de</strong> Desenvolvimento Rural SustentávelCEFET – Centro Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Educação TecnológicaCESE - Coor<strong>de</strong>nadoria Ecumênica <strong>de</strong> ServiçosCEM – Comissão Executora MunicipalCMAS - Conselhos Municipais <strong>de</strong> Desenvolvimento Rural Sustentável (CMDCA - Conselhos <strong>de</strong> Direitos da Criança e do AdolescenteCMDRS - Conselhos Municipais <strong>de</strong> Desenvolvimento Rural Sustentável (CODES - Conselho <strong>de</strong> Desenvolvimento Rural Sustentável da Região SisaleiraCOGEFUR - Conselho Gestor do Fundo RotativoCOOTEPEDRA – Cooperativa das PedrasCRJPS - Coletivo Regional Juventu<strong>de</strong> e Participação SocialCUT – Central Única dos TrabalhadoresDISOP - Cooperação Belgo-Brasileira para o Desenvolvimento SocialDNOCS - Departamento Nacional <strong>de</strong> Obras Contra as SecasDST – Doenças Sexualmente TransmissíveisECA - Estatuto da Criança e do AdolescenteFAT - Fundo <strong>de</strong> Amparo ao TrabalhadorFEBRABAN - Fe<strong>de</strong>ração Brasileira das Associações <strong>de</strong> BancosFETAG - Fe<strong>de</strong>ração dos Trabalhadores na Agricultura no Estada da BahiaFUMAC - Fundo Municipal <strong>de</strong> Apoio ComunitárioFUNDEF – Fundo <strong>de</strong> Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e <strong>de</strong>Valorização do Magistério


INCRA - Instituto Nacional <strong>de</strong> Colonização e Reforma AgráriaIRPAA - Instituto Regional da Pequena Agropecuária ApropriadaLDO - Lei <strong>de</strong> Diretrizes OrçamentáriasMDA – Ministério do Desenvolvimento AgrárioMDS – Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à FomeMMTR – Movimento <strong>de</strong> Mulheres Trabalhadoras RuraisMOC – Movimento <strong>de</strong> Organização ComunitáriaP1MC - Programa Um Milhão <strong>de</strong> Cisternas RuraisPAF - Projeto Agente <strong>de</strong> FamíliaPAISM - Programa <strong>de</strong> Assistência Integral à Saú<strong>de</strong> da MulherPATAC - Programa <strong>de</strong> Aplicação <strong>de</strong> Tecnologia Apropriada às Comunida<strong>de</strong>sPBL – Projeto Baú <strong>de</strong> LeituraPCA – Programa Criança e AdolescentePETI - Programa <strong>de</strong> Erradicação do Trabalho InfantilPFAF - Programa <strong>de</strong> Fortalecimento da Agricultura FamiliarPNAS - Política Nacional <strong>de</strong> Assistência SocialPNCF - Programa Nacional <strong>de</strong> Crédito FundiárioPPA - Plano Pluri-<strong>Anual</strong>PRONAF - Programa Nacional <strong>de</strong> Fortalecimento da Agricultura FamiliarPRONERA - Programa Nacional <strong>de</strong> Educação para Reforma AgráriaPVN – Projeto Vida NovaRESAB - Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> Educação do Semi-Árido BrasileiroSAC – Serviço <strong>de</strong> Atendimento ao ConsumidorSAEB - Sistema Nacional <strong>de</strong> Avaliação da Educação BásicaSEBRAE - Serviço Brasileiro <strong>de</strong> Apoio às Micro e Pequenas EmpresasSERTA - Serviço <strong>de</strong> Tecnologia AlternativaSETRAS – Secretário do Trabalho, Assistência Social e EsporteSDT- Secretaria <strong>de</strong> Desenvolvimento TerritorialSPM - Secretaria Nacional <strong>de</strong> Políticas para as MulheresSRA – Secretaria <strong>de</strong> Reor<strong>de</strong>namento AgrárioSTRAF – Sindicato dos Trabalhadores Rurais da Agricultura FamiliarUEFS - Universida<strong>de</strong> Estadual <strong>de</strong> Feira <strong>de</strong> SantanaUNEB – Universida<strong>de</strong> do Estado da BahiaUNICAFES - União Nacional das Cooperativas da Agricultura Familiar e EconomiaSolidáriaUNICEF – Fundo das Nações Unidas para a InfânciaUNDIME - União Nacional dos Dirigentes Municipais <strong>de</strong> Educação111

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!