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Infertilidade sazonal associada ao estresse pelo calor em ... - Suinotec

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ana (Peltoni<strong>em</strong>i et al., 2000). No entanto, cabe salientar que o<br />

fotoperíodo, no nosso meio, varia muito pouco do verão para o<br />

inverno, aproximadamente três horas (Mellagi et al., 2006).<br />

Xue et al. (1994) observaram um aumento no intervalo<br />

desmame-estro durante o verão. Porém, esta manifestação n<strong>em</strong><br />

s<strong>em</strong>pre é observada, pois a redução do t<strong>em</strong>po de lactação, a<br />

detecção e estimulação de estro com o macho e os melhores<br />

níveis nutricionais durante a lactação e no período pós desmame,<br />

observados na suinocultura tecnificada, permit<strong>em</strong> uma<br />

redução do intervalo desmame-estro (Love et al., 1993) desde<br />

que b<strong>em</strong> controlados. Além disso, mesmo <strong>em</strong> fêmeas jovens,<br />

o IDE é uma variável que não é tão influenciada <strong>pelo</strong><br />

catabolismo de verão nos genótipos modernos.<br />

Quanto à interrupção <strong>sazonal</strong> na gestação, não se sabe<br />

<strong>ao</strong> certo se o retorno <strong>ao</strong> estro é devido à morte <strong>em</strong>brionária<br />

ou <strong>ao</strong> inadequado reconhecimento materno da gestação (Xue<br />

et al., 1994). Durante o período de infertilidade <strong>sazonal</strong>, ocorre<br />

tanto uma diminuição na secreção de progesterona quanto na<br />

pulsatilidade de LH no início da gestação, indicando a ocorrência<br />

de falha maternal (Love et al., 1993). Além disso, a<br />

diminuição da secreção de progesterona também pode ser<br />

agravada pela restrição alimentar pós-cobertura, sendo que a<br />

redução nos níveis de progesterona após 12 dias de gestação<br />

t<strong>em</strong> impacto negativo na sobrevivência <strong>em</strong>brionária, pois dificulta<br />

a segunda sinalização da gestação que ocorre a partir<br />

de 18 dias após a ins<strong>em</strong>inação (Peltoni<strong>em</strong>i et al., 2000).<br />

Embora os estudos citados anteriormente observar<strong>em</strong> alterações<br />

nos níveis séricos de progesterona, Tast et al (2002)<br />

avaliaram a influência do fotoperíodo <strong>em</strong> fêmeas ins<strong>em</strong>inadas<br />

no período de verão-outono <strong>em</strong> relação àquelas na primaverainverno<br />

e não observaram diferença na concentração sérica de<br />

progesterona e no tamanho da leitegada. Porém o intervalo desmame-estro<br />

foi maior nas fêmeas ins<strong>em</strong>inadas no período de<br />

verão-outono.<br />

INFLUÊNCIA DO ESTRESSE PELO CALOR NA<br />

PRODUTIVIDADE DAS FÊMEAS<br />

O <strong>estresse</strong> causado por t<strong>em</strong>peraturas ambientes elevadas<br />

parece ser um dos principais fatores responsáveis pela baixa<br />

eficiência reprodutiva durante o período de infertilidade <strong>sazonal</strong><br />

(Tast et al., 2002). Para Bortolozzo et al. (2011), esse efeito<br />

A Hora Veterinária – Ano 32, nº 188, julho/agosto/2012<br />

Figura 1. Indicador de<br />

produtividade<br />

representando o<br />

número de leitões<br />

vendidos por fêmea<br />

por ano nos anos 2002<br />

a 2007 (considerando<br />

13 períodos de 28<br />

dias)<br />

Fonte: Brandt, 2008.<br />

deve ser abordado levando <strong>em</strong> conta a fase produtiva <strong>em</strong> que<br />

as matrizes são expostas às altas t<strong>em</strong>peraturas, sendo que, quando<br />

esse <strong>estresse</strong> acontece durante a fase de lactação (pré-cobertura)<br />

e nos primeiros 30 dias após a ins<strong>em</strong>inação (pós-cobertura),<br />

observam-se efeitos negativos no des<strong>em</strong>penho reprodutivo.<br />

Fase Gestacional<br />

A t<strong>em</strong>peratura de termoneutralidade para fêmeas gestantes<br />

está entre 16-19°C, tendo como t<strong>em</strong>peraturas críticas<br />

inferior e superior, 10°C e 24°C, respectivamente (Perdomo<br />

et al., 1985). Nas condições climáticas de nosso país, as fêmeas<br />

pod<strong>em</strong> sofrer <strong>estresse</strong> tanto por t<strong>em</strong>peraturas elevadas<br />

como por t<strong>em</strong>peraturas muito baixas. Fêmeas expostas a t<strong>em</strong>peraturas<br />

abaixo da zona crítica inferior pod<strong>em</strong> ter suas reservas<br />

corporais comprometidas, pois necessitam de mais<br />

energia para manter a t<strong>em</strong>peratura corporal e, nesses casos há<br />

necessidade de incr<strong>em</strong>entar a quantidade de energia ingerida.<br />

Porém, como esta revisão está dando foco para o <strong>estresse</strong> <strong>pelo</strong><br />

<strong>calor</strong>, deve-se salientar que o <strong>calor</strong> excessivo pode afetar as<br />

funções reprodutivas das fêmeas suínas.<br />

No momento da ins<strong>em</strong>inação artificial, t<strong>em</strong>peraturas<br />

ambientais elevadas causam aumentos significativos na t<strong>em</strong>peratura<br />

retal das fêmeas, levando a probl<strong>em</strong>as na fecundação<br />

e fixação dos <strong>em</strong>briões. Brandt et al. (1995) mediram a t<strong>em</strong>peratura<br />

corporal das fêmeas na manhã do primeiro dia da<br />

ins<strong>em</strong>inação e compararam com os índices reprodutivos das<br />

mesmas e observaram que a elevação da t<strong>em</strong>peratura corporal<br />

das fêmeas suínas, no dia da primeira cobertura, está relacionada<br />

<strong>ao</strong> aumento na taxa de retorno <strong>ao</strong> cio e, consequent<strong>em</strong>ente,<br />

diminuição na taxa de parto e tamanho da leitegada.<br />

Omtvedt et al., (1971) avaliaram a influência do <strong>estresse</strong><br />

<strong>pelo</strong> <strong>calor</strong> no início (0-16 dias), meio (53-61 dias) e final da<br />

gestação (102-110 dias) na performance reprodutiva, sendo<br />

que a fase inicial foi dividida <strong>em</strong> pré-implantação (0-8 dias) e<br />

implantação (8-16 dias). Para isso, eles mantiveram leitoas<br />

<strong>em</strong> câmaras ambientais com t<strong>em</strong>peratura controlada a 37,8ºC<br />

por 17 horas diariamente, diminuindo para 32,2°C no restante<br />

do dia. O grupo controle foi mantido continuamente a uma<br />

t<strong>em</strong>peratura de 23,3°C. As leitoas mantidas nas câmaras com<br />

t<strong>em</strong>peraturas elevadas na fase inicial (0-16 dias) após a cobertura<br />

tiveram taxas de concepção e tamanhos de leitegada menores<br />

que o grupo controle. Os autores também observaram<br />

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