Infertilidade sazonal associada ao estresse pelo calor em ... - Suinotec

de concreto, o que leva a acreditar que a umidade no piso
provocada por esse sistema afeta o desempenho.
O sistema de resfriamento adiabático evaporativo com
placas consiste na passagem do ar por alvéolos de uma placa,
que úmidos evaporam adiabaticamente uma parcela desta
água. O calor para evaporação é retirado do ar, reduzindo a
temperatura do ambiente (Abreu et al., 1999). Este sistema
pode apresentar-se associado à ventilação negativa (“pad
cooling”), ou a ductos (Bortolozzo et al., 2010).
O sistema de resfriamento adiabático evaporativo associado
à ventilação negativa (“pad cooling”) é uma alternativa
bastante utilizada em centrais de inseminação e em avicultura
de corte e, é formado por placas evaporativas (carvão, celulose
ou madeira) posicionadas em uma das extremidades
do galpão e exaustores no lado oposto. Morales (2010) comparou
este sistema, na maternidade, com outros tipos de climati
zação e observou que, este foi mais eficiente para diminuir a
temperatura do ambiente e umidificar o ar.
O sistema de resfriamento adiabático evaporativo associado
a ductos (SRAED) consiste em uma placa evaporativa
localizada na extremidade do galpão, conectada a um ducto
central de lona plástica do qual partem ductos acessórios que
desembocam na parte anterior da gaiola onde as fêmeas estão
alojadas. O ar refrigerado que sai da placa é empurrado por
um ventilador para o interior do ducto e distribuído para os
animais. Morales (2010) testou diferentes tipos de climatização
na maternidade, sendo que um destes foi o SRAED.
Apesar de não haver mudanças na temperatura do ambiente,
as fêmeas tiveram um maior consumo alimentar e menor perda
de peso na lactação, levando a acreditar que esse sistema
proporcionou um melhor conforto térmico para estes animais.
A maioria dos sistemas estudados e utilizados no Brasil
refere-se à maternidade, devido à importância que se dá ao
catabolismo nas fêmeas neste período. Porém, na gestação existem
poucos estudos mostrando a avaliação de sistemas de
climatização na performance reprodutiva dessas fêmeas. Portanto,
torna-se necessária a realização de mais estudos nessa área.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A infertilidade sazonal associada ao estresse pelo calor
tem grande influência sobre o desempenho reprodutivo nas
fêmeas suínas. Em vários estudos realizados até agora, foi possível
observar uma expressiva redução na produtividade das
fêmeas em determinados períodos, como consequência do baixo
desempenho reprodutivo nas épocas onde a infertilidade
sazonal se estabelece. Essas informações esclarecem a importância
desta característica na produção das granjas suínas.
Tendo em vista esta significativa redução de produtividade,
se torna necessário a utilização de sistemas que propiciem
um melhor conforto para as fêmeas nestes períodos para
tentar reduzir essa queda no desempenho. Já existem algumas
alternativas eficientes para esses fins, principalmente no setor
de maternidade, onde se consegue reduzir a temperatura ambiente
e minimizar a influência das altas temperaturas no consumo
das fêmeas. Porém, no setor de gestação, ainda existe poucos
estudos que mostrem alternativas eficientes para fornecer
um ambiente de conforto para as fêmeas, tendo em vista que,
A Hora Veterinária – Ano 32, nº 188, julho/agosto/2012
muitas vezes, não se dá a devida atenção para essa fase. Dessa
maneira, ainda é necessária a elaboração de mais estudos nesse
sentido, para tentar reduzir essa influência do fotoperíodo e do
estresse pelo calor na produtividade das fêmeas suínas.
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