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ANISTIA INTERNACIONAL

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Em janeiro, o procurador-geral da<br />

República novamente afirmou que os 43<br />

estudantes de uma escola rural de magistério<br />

em Ayotzinapa, no estado de Guerrero, que<br />

foram submetidos a desaparecimento forçado<br />

em setembro de 2014 e cujo paradeiro<br />

continuava desconhecido, foram<br />

assassinados, queimados e jogados em um<br />

rio. Os restos mortais de um dos estudantes<br />

foi identificado, mas o paradeiro dos demais<br />

42 ainda não havia sido revelado. Em<br />

setembro, um Grupo Interdisciplinar de<br />

Especialistas Independentes (GIEI) designado<br />

pela Comissão Interamericana de Direitos<br />

Humanos determinou que a investigação se<br />

caracterizara por falhas graves e concluiu que<br />

as condições no local eram tais que seria<br />

impossível os corpos terem sido queimados<br />

conforme descrito pelas autoridades. O GIEI<br />

confirmou que agentes dos serviços de<br />

inteligência à paisana seguiram e vigiaram os<br />

estudantes durante os ataques e as<br />

detenções, e que as autoridades municipais,<br />

estaduais e federais estavam cientes dos<br />

ataques. Até o fim do ano, aproximadamente<br />

100 pessoas haviam sido presas ou estavam<br />

sendo processadas, mas nenhuma delas<br />

havia sido acusada de desaparecimento<br />

forçado.<br />

DEFENSORES DOS DIREITOS HUMANOS E<br />

JORNALISTAS<br />

Defensores dos direitos humanos e jornalistas<br />

continuaram a ser ameaçados, hostilizados,<br />

atacados ou assassinados. Os que defendiam<br />

o meio ambiente e o direito à terra corriam<br />

maior perigo. Vários jornalistas que<br />

trabalhavam sobre questões relativas ao<br />

estado de Veracruz foram mortos. O<br />

Mecanismo para Proteção dos Defensores<br />

dos Direitos Humanos e Jornalistas, de<br />

caráter federal, carecia de recursos e de<br />

coordenação, o que deixava defensores de<br />

direitos humanos e jornalistas mal protegidos.<br />

Uma Unidade de Prevenção, Monitoramento<br />

e Análise foi instalada três anos depois da<br />

criação do Mecanismo. O número de pedidos<br />

de proteção com base no Mecanismo<br />

permaneceu estável, e cerca de 90% dos<br />

pedidos foram aceitos. A impunidade por<br />

ameaças e agressões persistia.<br />

Em junho, o jornalista maia Pedro Canche<br />

foi libertado depois de passar nove meses em<br />

detenção provisória, com base em uma ação<br />

não fundamentada de sabotagem, instaurada<br />

como represália por ele exercer<br />

pacificamente seu direito à liberdade de<br />

expressão. Outros jornalistas continuaram<br />

sendo hostilizados pelas autoridades, sendo<br />

que alguns tiveram que fugir das cidades em<br />

que viviam ou suspender seu trabalho por<br />

medo de represálias. Em julho, o repórter<br />

fotográfico Rubén Espinosa Becerril, a ativista<br />

Nadia Dominique Vera Pérez e outras três<br />

mulheres foram encontradas mortas em um<br />

apartamento na Cidade do México. Tanto<br />

Rubén Espinosa quanto Nadia Vera haviam<br />

deixado o estado de Veracruz alguns meses<br />

antes devido às ameaças que recebiam.<br />

LIBERDADE DE REUNIÃO<br />

A Suprema Corte continuou a examinar uma<br />

contestação judicial à Lei de Mobilidade de<br />

2014 da Cidade do México. A lei constitui<br />

uma ameaça à liberdade de reunião pacífica,<br />

inclusive por instituir um regime de<br />

autorização prévia para manifestações, pela<br />

falta de disposições sobre manifestações<br />

espontâneas e pelos poderes conferidos ao<br />

governo para proibir protestos em locais<br />

específicos. A Anistia Internacional e outras<br />

organizações internacionais encaminharam à<br />

Corte um informe conjunto de amicus curiae,<br />

argumentando que certas disposições da lei<br />

violam as normas do direito internacional.<br />

VIOLÊNCIA CONTRA MULHERES E<br />

MENINAS<br />

A violência contra mulheres e meninas<br />

continuou endêmica, com crimes de<br />

assassinato, sequestro e violência sexual. O<br />

Sistema Nacional para Prevenir, Punir e<br />

Erradicar a Violência contra a Mulher<br />

anunciou pela primeira vez a ativação de um<br />

mecanismo de “Alerta de Gênero” no estado<br />

de Morelos e em partes do estado do México.<br />

O “Alerta de Gênero” foi concebido para<br />

mobilizar as autoridades no combate à<br />

172 Anistia Internacional – Informe 2015/16

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