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<strong>PRESENTE</strong> (UM POSSÍVEL MANIFESTO POPULAR)<br />
– <strong>Panfleto</strong> <strong>ou</strong> <strong>não</strong>… –
NOTA INTRODUTÓRIA AO TEMA DE '<strong>PRESENTE</strong>'<br />
A obra da gente humilde é vista nesta simples, direta, e sincera carta<br />
ao seu governo pedindo <strong>não</strong> só justificativas mas também citando<br />
melhorias – sim, ainda aqui existe o governar e isso de “podar o melhor<br />
das pessoas e seu tempo na Terra por meio do trabalho compulsório.”<br />
O presente vem na forma de alguém clamando uma devida existência,<br />
ansiando por <strong>ou</strong>tras vozes, boas ideias e soluções neste mundo<br />
exacerbadamente material, e que em uníssono tais resoluções se<br />
abasteçam, sem méritos que <strong>não</strong> uma cômoda passagem por este<br />
planeta.<br />
Quando tamanha dignidade é solicitada, a confessar-se, vemos em<br />
qual ponto reside a angústia na vida degradada, vemos nos rostos de<br />
quem sofre e necessita a parábola metropolitana.<br />
Pois vejam, em “Presente” temos relatos e alguns exemplos dos deslizes<br />
sociais traduzidos na forma de um manifesto. Refletimos <strong>ou</strong>tra vez os<br />
dizeres de que “o planeta veio para todos, mas como isso <strong>não</strong> é lei?” Se o<br />
que há então são d<strong>ou</strong>trinações, deslizes, atitudes a subjugar a<br />
magnificência humana em vias de expansão sensorial – é, isso existe e é<br />
mais que possível, é simplesmente natural; refletimos, e nos calamos<br />
aqui. O mundo material é de apegar-se. Que será feito? Qual futuro há<br />
na servidão?
“(…) vê-se sem pressão <strong>ou</strong> metas irreais,<br />
sem aquela intransigência... a achar<br />
sentido nas ações de cada dia.”
Carta ao Presidente da República do Brasil, enviada por “Gilmar”,<br />
homem do povo.<br />
Data desconhecida (e p<strong>ou</strong>co importa!) Obrigado!<br />
Aqui no tempo, a partir da constatação de que anda tudo errado,<br />
começo a botar lenha na fogueira. Minha (real) identidade é irrelevante,<br />
por isso inventei meu nome; rogo a você aí lendo que se desfaça de<br />
tantos preconcebimentos e tradições tolas e atine à razão e calor<br />
humano, antes de começar realmente a ler. Afinal de contas, somos<br />
todos humanos jogados nesse mundo sem obviedade! (E há quem diga<br />
que estamos então no mesmo barco, né)<br />
A todos presentes das situações várias, fala quem pede a atenção a<br />
esta causa; e falo por todo o mundo. Por favor, sinto carência de<br />
explicações… Por que devemos nós trabalharmos SEMPRE, por que<br />
tanto a contragosto? Gostaria da resposta real, mas me contento já com<br />
alguns favores.<br />
Mesmo sendo o “<strong>Panfleto</strong>” (na ‘presente’ forma) um monte de<br />
tentativas, é possível constatar as tais certezas absolutas, apenas vamos<br />
laborando, e como <strong>não</strong> estamos progredindo na meditação!? Gostaria de<br />
uma conclusão definitiva à abordagem do tema, por isso chamei de<br />
“carta”, que é mais emotiva e perto da gente. Para vocês eu asseguro:<br />
representa a identidade de muitos, dá mostras do que se fazer, do que<br />
podem, nossos gestores, os autodenominados e empossados do nosso<br />
mundo, que antes da gente vieram e demarcaram para todo lado – você<br />
acha que em sua livre escolha e arbítrio tem autonomia para uma coisa<br />
dessas?<br />
Aproveito também para pedir desculpas pelo tom por vezes<br />
grosseiro <strong>ou</strong> inculto. Tenha em mente que s<strong>ou</strong> fruto do sistema desse
país! (Estamos seguindo o viés de um país como o Brasil mas a tese é<br />
pelo planeta Terra igualmente.)<br />
Sempre me fizeram questionamentos sobre como seria o homem<br />
livre efetivamente em qualquer sociedade, ainda que somente muito<br />
depois tivesse como compor uma boa análise sobre o tema. Acho que<br />
<strong>não</strong> é preciso justificar a própria presença… Digo livre no sentido de<br />
poder tentar o que lhe for melhor, que lhe cabe tanto ao prazer quanto<br />
na vida em comunidade.<br />
Ei, em que porcaria de ponto você explode? Os vivos que<br />
respondam!! Qual o limite que pode suportar? Qual o fio tênue entre a<br />
esperança e o surto? Tenho questões intoleráveis, quem as quer saber?<br />
Me sinto vivo e vibrante, arrisco tudo o que tenho. Lhe agradeço<br />
muitíssimo a atenção! (E também a todos que tenham interesse no tema;<br />
aos que por ventura queiram discordar, a conversa é aberta.)<br />
Digo o que digo, <strong>não</strong> pela revolta em si, mas porque existe uma<br />
chance de tudo mudar. NÃO DEIXE ACONTECER! Que seja respeitada<br />
a individualidade e o direito ao lazer. Até o que ecoa das nossas<br />
tentativas, que deveríamos transformar em memória! Recordações de<br />
vida e sensações – que funcione sim, a seu devido momento, e sem<br />
sacrifícios a quaisquer das partes – até que se finde nosso ciclo de<br />
evolução e possamos voltar ao imemorial.<br />
Quanto te falta ainda por viver? Não se sabe, claro. Ninguém sabe,<br />
nem o teu patrão; para as questões superiores somos iguais. Quanto<br />
menos ele (o patrão, <strong>não</strong> Deus!) te remunera (hipoteticamente) mais<br />
tempo você fica para ele – ao custo da tua atenção o patrão recebeu<br />
apenas muita ansiedade e dispersão. O que acontece aos multitarefas?<br />
Falham, embananam as ideias? Ou chegam além?! E quem anula? Tem<br />
<strong>ou</strong> <strong>não</strong> o benefício? Talvez, depende. Pesa e pesa… o contínuo trabalho é<br />
fatídico, ofegante, dá pressão alta! Falta compasso a essa música. Daí<br />
você envelhece – agora mesmo está seu tempo correndo! –, é substituído<br />
e o que te acontece? Aguenta teu corpo cansado e gasto. Quem tem<br />
férias? Por que é ainda assim?? Quanto nos sobrará para filosofar e<br />
pensar por exemplo sobre a origem e fim de tudo? Acho que <strong>não</strong> nos<br />
querem analisando. De sorte que iríamos concluir demais.<br />
O que é estranho mesmo é eu fazer essas perguntas e nunca as<br />
respostas aparecerem… que legal seria um retorno, uma troca de ideias.<br />
De nenhum canto <strong>ou</strong>ve-se um pio de esclarecimento. E raro também<br />
citar tantas situações e soluções antigas, modelos, dicas, reflexões que
<strong>não</strong> se completaram pois foram esquecidas <strong>ou</strong> suplantadas! Me arrisco a<br />
dizer que um dos grandes desafios do ser humano seria levar adiante as<br />
iniciativas boas dos seus semelhantes – serve de dica aos que começam<br />
do zero. E pensando as situações, comparando com as de nosso presente<br />
país, temo revelar que tenhamos tantas pendências em comum<br />
desacordo. Olhem para seus vizinhos e pensem em quantos deles se<br />
sensibilizam com besterias e fecham os olhos <strong>ou</strong> viram o rosto diante de<br />
problemas sérios. A rir de comediantes imitando os políticos<br />
responsáveis pela sua miséria – “Parca sociedade vil capitalista”, é o<br />
refrão desse processo! Não aprendeu com o passado, ênn? Onde está a<br />
poesia dos teus atos? Apodrece e se vê pela TV. Não é burrice, é falta de<br />
informação. Seria isso uma prática <strong>ou</strong> vício imposto? Ainda? Por que,<br />
gente?? Mestres, diplomados, digam! Como isso fica velado? Precisava?<br />
Precisava?<br />
Deve-se anotar tais questões, e reclamar por elas. Vai, vai mesmo e<br />
responde.<br />
As forças vão esvaindo-se, tua concentração tipo ponteiro<br />
desnorteado. Aproxima-se o relógio das obrigações surdas, secas,<br />
idiotas, inúteis. Alguém <strong>não</strong> te deixa subir na vida, <strong>não</strong> é? Mas é o que<br />
querem. A Educação como um jogo de piadas e palhaços falsos – o riso<br />
sai quando a corda parte e, trabalhando, você cai. Nem se vê prostrado<br />
no solo. Pois contigo caindo há quem suba. Olha, sei que falam de uma<br />
educação exortativa de qualidades, as afinidades como metas… Pensa<br />
em você, tua família, amigos, geral; pensa nas tuas horas, nos últimos<br />
dias que terá – onde(!?) é que vai ficar de pé no mundo futuro. Nem<br />
precisa ser muito longínquo na citação, nem furtivo no que concluir.<br />
Amanhã <strong>ou</strong> depois já terá sido sugado e engolido, é simples: <strong>ou</strong> você faz<br />
<strong>ou</strong> deixa. Quanto ganha por isso? Vale a pena? Vai deixar? Não s<strong>ou</strong><br />
cúmplice. O presente dói.<br />
Parece que há uma inflação do “Sistema” – quantos zeros agem hoje<br />
em dia?? Talvez eu seja um desses ‘zeros’, somado a tantos mais. Diga<br />
seus nomes, então, vamos... diga, irmão; diga, irmã; precisamos das tuas<br />
vozes.<br />
Como pode ser essa Democracia se ninguém crê? É fé então <strong>ou</strong> o<br />
quê, preciso que me digam a resposta, pois sozinho <strong>não</strong> a consigo –<br />
talvez se pensarmos juntos, tenhamos essa tal resposta, né!?
Tanta busca de poder privado que vem de tão longe – me passem as<br />
datas (históricas), por gentileza! E sem retoques, maquiagens, ideologias<br />
confusas, tá…<br />
Há quem diga que o “Perdedor desculpa-se zombando do<br />
adversário” – o Perdedor é o povo? E falam que comprovada a<br />
fragilidade humana, p<strong>ou</strong>co restaria a <strong>não</strong> ser bajular… sossegar o ego!<br />
Dito isso, esbarro na frase clássica de Platão: “Como pode uma sociedade<br />
ser salva, <strong>ou</strong> ser forte, se <strong>não</strong> tiver à frente seus homens mais sábios”.<br />
Deixo que pensem na conotação afirmativa <strong>ou</strong> negativa dela.<br />
Quem é interessante o bastante para merecer crédito? Falta tempo<br />
para produzir, por exemplo, Arte? Proponho, aliás, a discussão do tema:<br />
“Nossa Arte se mostra p<strong>ou</strong>co relevante?”<br />
Vamos pensar juntos, que tal!? Incitar ações para recuperar em<br />
todos homens e mulheres o tal “pleno desenvolvimento intelectual, físico<br />
e técnico.”<br />
Imaginando ainda maior nosso papel, em como humanizar-se e<br />
enriquecer assim a própria Natureza e o meio em que vivemos – no caso,<br />
vamos começar devagar, com nosso território, o Brasil! Pois daqui<br />
saímos, apesar de todas as traquinagens. E, sim… bem, até poderíamos<br />
estender o que aprendemos a <strong>ou</strong>tras regiões, países, sempre com o<br />
intuito da plenitude. Qualquer coisa, é facinho se conectar à rede e<br />
divulgar o que aprendeu. Se pudéssemos melhorar esse mundo, poxa,<br />
veja o exemplo da Arte e como reconfigur<strong>ou</strong> as pessoas – mesmo que no<br />
Brasil seja complicado. Que seja uma consequência (o trabalho), boa<br />
para a existência e sua validação neste mundo.<br />
Lembrando: artista no Brasil sofre demais da conta, é muito<br />
marginalizado – elá existe arte sem artista? Importar dos <strong>ou</strong>tros <strong>não</strong> nos<br />
ajuda. E onde é que fica a distração que a cultura oferece? Parece que<br />
<strong>não</strong> vale a pena! Entrega sua incontestável criatividade ao “horário<br />
comercial”, <strong>não</strong> resiste, chama todos de escrotos!! Chora e vai-se. Vai<br />
<strong>não</strong>, vai <strong>não</strong>!!! Há tanto desperdício de talentos (em diversas áreas!) Da<br />
mesma forma sendo franco <strong>ou</strong> claro, quem se propõe a dizer algo nesse<br />
país é tomado por criminoso <strong>ou</strong> até mesmo insultado – que<br />
impertinência que nada! O cenário é confuso.<br />
Presidente (Governantes, todos juntos em coro armado), por qual<br />
motivo temos pensado p<strong>ou</strong>co, falado um monte de atrocidades vãs, <strong>ou</strong><br />
mesmo ficamos individualistas ainda sabendo que <strong>não</strong> vai dar em nada!
E falando em nível de espécie, devo lembrar que só estamos aqui<br />
discutindo esse tipo de questão foi porque formamos grupos coesos e<br />
progredimos. Será que estes mesmos motivos já <strong>não</strong> bastam para<br />
refletirmos em prol da melhoria de tudo e todos? Afinal de contas, os<br />
benefícios serão para ricos e pobres! Acham que estamos estacionados<br />
na evolução? Ninguém aqui é carro, e o manobrista também precisa de<br />
férias.<br />
São mesmo palavras ásperas, porém necessárias; tem certo teor<br />
humano, portanto, condizente a todos. Todos. Que rumo tomamos os<br />
vivos?<br />
Diz Marx: “A depreciação do mundo dos homens aumenta na razão<br />
direta da ‘colocação em valor’ do mundo das coisas. O trabalho <strong>não</strong><br />
produz mais do que mercadorias; produz a si mesmo e produz o<br />
trabalhador enquanto mercadoria.” Por acaso <strong>não</strong> chamam por<br />
“Sociedade” uma comunidade conforme os fins? Se <strong>não</strong> admite<br />
contradição, o que fazer? Tal como aquela máxima de que o temor de<br />
que tenhamos criado forças incontroláveis capazes de destruir nossa<br />
sociedade, <strong>ou</strong> a da própria noção de controle! Que pena… “Teu domingo<br />
tornará a comida sem gosto, e a água único descanso.”<br />
Acontece também do “presente” virar fardo, <strong>ou</strong>tro dia <strong>ou</strong> cansaço.<br />
Quer saber o motivo de <strong>não</strong> sair fala de quem é meio bobo? Juntando os<br />
fatos… talvez seja algo de p<strong>ou</strong>ca iniciativa, medo de crítica. Ou só<br />
bronquice! Tanto faz. Muda a boca, <strong>não</strong> sai nada. Só sente, percebe <strong>ou</strong><br />
aceita. Quem quer escutar? Quem pode <strong>ou</strong> merece? De tão profundo,<br />
murcha. Afinal, o tombo só existe quando alguém diz que foi. Tenho<br />
certeza de que o povo daqui é do mais forte dentre os que existem!<br />
É necessário algo mais racional. Quem são os modelos de<br />
administração? O quê? Como é?<br />
Que tal um Órgão fiscalizador de órgãos?! Do tipo sujeito a reajustes<br />
e revisões constantes – mas tem que participar mesmo, todos, <strong>não</strong> só<br />
<strong>ou</strong>vindo as notícias – precisamos uma efetiva. Uma efetiva e forte<br />
“Ordem e Progresso” – Ordem? Ainda <strong>não</strong> parece! Nem tem<br />
transparência, clareza produtiva. Olha, que chata a corrupção em todos<br />
os sentidos, como há perda fora da honestidade...<br />
Desordenado, ofereci a verdade… Falhei, já que isso é pedantismo!<br />
Est<strong>ou</strong> inferior em tudo. Vocês, que leem, e para todo mundo que isso
chegar… Com certeza alguém já sentiu algum dos sintomas da “pobreza”<br />
(seja ela de qual ramo). Admita, você também <strong>não</strong> gosta disso!<br />
Você que fic<strong>ou</strong> <strong>ou</strong> sempre foi, digamos, pobre, que sabe que tantos e<br />
tantos bens nem são tão necessários assim, você que só aprendeu a<br />
conviver com o p<strong>ou</strong>co que tem, mas valoriza a vida. Não pense que sua<br />
recompensa é impossível e desnecessária. Digo para <strong>não</strong> acostumar-se.<br />
Todo sistema que se esgota, pois se esgota, é errado. O equilíbrio<br />
nunca é falho. Se existe a palavra “Harmonia”, tem um porquê!<br />
E mais: temos ainda circulando entre nós a frase do Sr. Erasmo de<br />
Roterdã: “Ninguém pode escolher os próprios pais <strong>ou</strong> a pátria, mas cada<br />
um pode moldar sua personalidade pela educação.”<br />
A vida, dizem, tem diversas formas de ver a mesma “coisa”,<br />
apresentando-se por milhares de formas e fatos. Ela mesma disse<br />
(Risos), e aproveit<strong>ou</strong> para frisar.<br />
Recordo o caso do “vendedor sem rosto” (<strong>ou</strong> seis dias de trabalho.)<br />
Contaram certa vez em uma empresa em que estive, e gravei. Era assim:<br />
“ Às vezes fico sem rosto.<br />
Uso mecanicamente minhas funções. Mas, nesta vez, fiquei foi por<br />
um sonhado dinheiro de fim de ano: para me deixar, para alugar do<br />
meu trabalho!<br />
Passeei como um fantasma pelos corredores vazios do shopping do<br />
lado oeste, onde consegui colocação. Estacionamentos subterrâneos,<br />
depósitos, almoxarifado… tudo por seis dias maquinais. E as pessoas<br />
continuavam freneticamente comprando nas lojas! Compravam de<br />
tudo um p<strong>ou</strong>co: indiferença, modelos estáticos, supérfluos, ilusões,<br />
euforia, paraísos, sonhos e luxúria. E eu demorei eternos seis dias<br />
trabalhando naquele ambiente. Oferecia adesões de cartões de crédito,<br />
e usava uma máquina fotocopiadora.<br />
Seguia em condução pública. Via aquelas pessoas sujas, feias,<br />
maltrapilhas e com aspecto de derrotismo e como isso deprime ainda,<br />
como essa rotina imposta estraga as pessoas. Nós somos o pós, as<br />
máquinas humanas, todos em fila indiana para sobreviver e lidar com
os nossos estereótipos capitalistas. Essa é uma verdade dura: eu s<strong>ou</strong>,<br />
eu vivo pelo meu trabalho. Sem o que produzo, morro. É uma<br />
imposição do senhor ‘Dinheiro’. Ah, sim, sim, para vocês eu me abalo<br />
muito nesta selva de trocas. E a galera ainda pensa no disparate da<br />
geladeira do anúncio como se fossem mulas atrás das sombras!!!<br />
Novamente no shopping (que tinha mais cara de Centro<br />
Comercial), eles, elas, passam e <strong>não</strong> me olham nos olhos. Pessoas e<br />
suas pressas. É o consumo, o status. É animal, é humano. Como pode?<br />
Vira é stress.<br />
Suas intenções mostradas interessadas eram maiores do que a<br />
necessidade real da coisa, poxa!<br />
Durante seis dias tive dores nas pernas por ficar tanto tempo em<br />
pé, e tanto tempo sem ter rosto. Aí a dor vinha de um marasmo... Quem<br />
nunca fic<strong>ou</strong> sem rosto? Quantos mais coexistem tristes nesse cenário?<br />
Quando termina a atividade, o TRABALHO saúda o ÓCIO –<br />
bêbado de café, pedindo para terminar logo com essa agonia tola<br />
(substituiu para desejada)<br />
A volta do trabalho é sempre chata – quando <strong>não</strong> monótona –.<br />
Temos um empurrão aqui, <strong>ou</strong>tro ali; e na superlotação, tosses e<br />
conversa fiada; o ônibus é o palco e o encontro. Será que ali juntinhos<br />
no calor lado a lado é que desejamos a aproximação? É a vida adulta.<br />
Mau humor irritadiço: é a vida adulta. Todos sabem, e eu também<br />
chego a essa conclusão.<br />
‘Mais um dia está vindo…<br />
meu trabalho é esperar’ ”<br />
Não tem como apenas participar (desse jogo.) Parece que a<br />
imposição está aí, doa a quem doer. E existem pois <strong>ou</strong>tras alternativas?<br />
Não vamos só reclamar, isso cansa. Mas por enquanto vamos continuar<br />
com o relato.<br />
Há quem diga também que a graça de fugir é pelo simples motivo de<br />
se encher de vontade para voltar. Acreditam também que depois de<br />
cansar os dedos, as costas, as pernas, p<strong>ou</strong>cos fariam por puro prazer. É a<br />
obrigação carimbada e muda para o resto. Onde está o chefe?
Descansando em casa! Contando algumas cédulas, ora. Quem acha o<br />
contrário? Que atire a primeira pedra e me acerte a fuça!!!<br />
Brasileiros, tornados seres inteiramente passivos! Seriamos apenas<br />
uma (semi-)potência cega <strong>ou</strong> algo mais relevante ao passarmos pela<br />
História? Ah (favor evitar) promessas de governo sempre aproximativas<br />
com relação a uma meta longínqua… Essa jogada política de alienar o<br />
empregado do processo total já está batida. Melhor mudar de assunto,<br />
tem uma cambada bem irritada com isso…<br />
Uma cultura muito nova sempre em condições de fortalecer-se com<br />
mais contribuições no estilo que lhe é próprio <strong>não</strong> se permitiria.<br />
Pensar é bom, legal! Só quem pensa também expõe. E ter<br />
intelectuais por perto <strong>não</strong> fere ninguém – <strong>não</strong> como um sistema<br />
completo e absoluto, mas como conjunto de proposições. O presente<br />
resistindo a fim de estar no depois – afinal, o que temos é isso mesmo!<br />
Para amanhã tudo pode acontecer, e ontem já foi.<br />
Até aproveito para indicar umas reflexões (grifos meus!) a serem<br />
desenvolvidas, se me permitem a liberdade. Cada novo comando nova<br />
mentalidade em um bem social; sem essa coisa de efeitos de médio e<br />
longo prazo; o que é válido deve ser agora!<br />
Dentro de um apanhado geral da situação trabalhista, faz-se<br />
imperioso discutir um salário-mínimo decente aos que se atiram à<br />
labuta; e também produtos e serviços em um padrão acessível; fim das<br />
jornadas excessivas – por uma participação partilhada de acordo com as<br />
necessidades dos servidores – quantas horas empresta, tantas lhe<br />
voltariam em lazer (exemplo); possibilidade igualmente de escolha entre<br />
mais de um tipo de emprego, ganhando quanto real precise, pois esta<br />
jornada é mais leve – o funcionário pode ter mais de uma atuação.<br />
(Exemplo: 3 horas batente normal, 3 horas estágio); p<strong>ou</strong>ca enrolação no<br />
dia a dia e nas burocracias, objetividade (e, sabe mais, presença<br />
obrigatória só pioras as coisas.); serviços otimizados; cada coisa a seu<br />
tempo e caminhando em procissão – e que <strong>ou</strong>çam o que as pessoas<br />
falam!; extinção de segregações e racismos; primazia pela felicidade<br />
geral!<br />
E o que é “perfil pra empresa”? Eu <strong>não</strong> s<strong>ou</strong> isso de perfil, s<strong>ou</strong> gente<br />
boa. Sempre que alguém é admitido, logo no primeiro dia já perguntam<br />
de onde é, a ficha toda. Tem os que moram longe, perto, no meio, e<br />
vivem dilemas por isso. De toda forma, continuam incapazes de aceitar a
opinião do <strong>ou</strong>tro!! Os que já sabem sua colocação de oprimidos,<br />
preparam-se.<br />
Este tipo de empregado <strong>não</strong> quer ganhar o troféu do mês. Este só<br />
pensa em perder suas horas e voltar para SUA casa. Quer paz. Precisa já<br />
de tanto. Seria só isso, porém, mesmo assim, é confundido.<br />
E ainda <strong>não</strong> vendo diferença entre conhecer e realizar a liberdade,<br />
tem que enfrentar se deseja continuar até a sua realização. De rescisão<br />
contratual a rescisão contratual, seguem em fila com seus formulários de<br />
preencher… Acho que s<strong>ou</strong> um deles!<br />
Bem… eu <strong>ou</strong>ço os sentidos, e ela ali ao lado, pobre mulher. Eu te vi,<br />
sim. Sei que existe. Somos irmãos de dor. O mesmo barco, pois. Põe-se<br />
fraca, esta senhora prefere a cama, já que lhe esvaiu o gás. Qual seu<br />
nome, tua história? Apenas relembra quando ria e <strong>não</strong> se preocupava<br />
com o aluguel dos sonhos. Afunda-se em escapismos a fim de atenuar o<br />
sufoco. Cai a pele pelo cigarro, dói a barriga pela bebida. Tem serviço na<br />
segunda. Ninguém se dá ao trabalho de esperar até ela se ajeitar. Precisa<br />
continuar. P<strong>ou</strong>cos estendem a mão. É o cúmulo! Quem escolheu por<br />
isso? Por que o peão <strong>não</strong> pode decidir se joga <strong>ou</strong> <strong>não</strong> e a que hora? O ser<br />
<strong>não</strong> tem direito a existir tranquilamente? Onde está a empatia fora das<br />
utopias partidárias? A qualquer indivíduo deve ser ofertado uma casa e o<br />
mínimo. Se quer <strong>ou</strong> <strong>não</strong> participar desta “Sociedade”, cabe a si eleger.<br />
Temo discordar de Michel F<strong>ou</strong>cault, quando diz que “As luzes que<br />
descobriram as liberdades inventaram também as disciplinas”; bela<br />
desculpa para autoritarismo!<br />
Enquanto isso, trampo para conter as contas, sabe como é! Nota-se<br />
que ainda <strong>não</strong> escapei… volteando nessa de produzir o que <strong>não</strong> tenho, o<br />
que <strong>não</strong> há. Achava que as tecnologias viriam para diminuição da<br />
jornada de trabalho… mas os robôs estão no Cinema!<br />
Para cada um que fez greve de fome e aceit<strong>ou</strong> seus ideais e morreu<br />
por isso; para cada um que mostr<strong>ou</strong> a verdade é pedida a notícia de final<br />
feliz, de descanso e mútuo consenso. Com quantas mortes será preciso<br />
acordar? Pessoas querem sabedoria. O país brasileiro desconfia dele<br />
mesmo; o mundo quer urgentemente e no íntimo a volta de uma<br />
Pangeia.<br />
Peço a quem quer <strong>ou</strong>vir: <strong>não</strong> revelem suas identidades, escolham o<br />
Sol ao invés do concreto fechado. Minem a comunidade com novas e
criativas soluções, refaçam das bases; talvez <strong>ou</strong>tros conceitos sejam<br />
aceitos de uma melhor forma!<br />
Recordem dos ditos cidadãos anônimos… sem palavras est<strong>ou</strong>.<br />
Pergunto se <strong>não</strong> seriam gente de carne e osso.<br />
O que tenho para dizer no final que apresento é que se a Educação<br />
foi mesmo deixada de lado a ponto do povo sofrer, é de se concluir que<br />
chegamos ao caos. O grande caos da gente! Este é o “presente” que lhe<br />
deixo.<br />
Pensa. *** Favor repassar para os dirigentes do resto do mundo,<br />
pode ser até nas redes sociais
<strong>Paulo</strong> <strong>Vitor</strong> <strong>Grossi</strong> é escritor e músico independente, public<strong>ou</strong> entre<br />
<strong>ou</strong>tros títulos o romance “c a c t u s”, além do argumento de “Amor,<br />
Ódio, Redenção e Morte” e a novela/roteiro “Casa de Praia”. Particip<strong>ou</strong><br />
grupos de música ALICE, íO, Instrumental Vox, SAEM e ummantra.<br />
Pela Poesia, lanç<strong>ou</strong> a conferência de “Amerê” e a experiência em diversas<br />
línguas, CIRCULAR<br />
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