MARCOS GARZON ALERTA

Sonho de Suassuna
ERA UMA ETERNA
CEIA DOS CARDEAIS
Ney Suassuna, paraibano, foi senador e ministro da Integração. Muito rico,
mora no Rio, onde é dono de indústrias. Seu prazer na vida como senador era
levar para seu gabinete no Senado ou para o cafezinho junto ao plenário iguarias
da cozinha regional do Nordeste ou mesmo pratos sofisticados, para servir a
todos. Era (e ainda é) o que se chama de um boa-praça.
A mesa sempre foi o campo de batalha de Suassuna que, através dos quitutes,
conquistou seus melhores postos parlamentares e angariou a simpatia
de seus colegas, funcionários da casa e do gabinete.
Outro de seus prazeres era colecionar na sua casa no Rio, carros Mercedes.
Riquíssimo, podia (e ainda pode) dar-se ao luxo de possuir em sua coleção
os diferentes modelos do carrinho alemão.
Um certo dia, o senador Suassuna chega esbaforido ao Senado e solicita ao
líder para falar na tribuna uma comunicação urgente. Todos cogitam ser um tema
da mais extrema importância da política nacional ou do PMDB, seu partido.
Mas o senador ocupa todo o tempo derretendo-se em lamentações por
ter tido sua casa assaltada e um dos seus Mercedes roubado.
“–Onde vamos parar com toda essa violência? Não se pode nem mais
colecionar Mercedes-Benz no Rio de Janeiro. Que injustiça!!!.
Dr. Tancredo,
O BOM DE VAIA
Por Chico Dias:
Esta, o dr. Tancredo contou pra mim e
para Zé Márcio Mendonça. Ele era ministro do
Getúlio e estava indo com ele a São Paulo para
participar de um evento na sede do Jockey.
No aeroporto, antes do embarque, um
oficial-de-gabinete lhe informou que estava
sendo preparada uma grande vaia ao presidente,
tão logo aparecesse na tribuna de honra.
Tancredo comunicou a Getúlio que perguntou
se não era o caso de desistir da viagem,
ao que lhe respondeu: “Presidente, os homens
públicos não foram feitos só para os aplausos”.
E embarcaram.
Em São Paulo, como estava previsto, Getúlio
foi brindado com uma estrondosa vaia.
Mas, antes de entrar, Tancredo teve o cuidado
de pedir que aos jornalistas ficassem ao seu
lado pois, depois da cerimônia, ia dar algumas
informações confidenciais.
E quando acabou o último assovio, marcando
o fim da vaia, comentou com os repórteres:
–“Não sabia que o Governador estava tão
mal visto aqui em São Paulo”.
No dia seguinte as manchetes todas seguiram
a linha do “Garcez vaiado no Jockey”.
O governador paulista era Lucas Nogueira
Garcez.
(*) Chico Dias é jornalista em Brasília.
Amigo pessoal de Tancredo Neves, que nele
colocou o apelido de “Chico Séculos”.
CARTA POLIS | JULHO 2016
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