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MARCOS GARZON ALERTA

CartaPolis_JUL-2016

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SWING POLÍTICO 2.0<br />

Para político farrista,<br />

UMA FRASE TEM PESO MORTAL DE<br />

ESCORPIÃO ATRAVESSANDO RIO<br />

O ministro Geddel Vieira Lima,<br />

um dos dois principais sustentáculos de<br />

Michel Temer, era conhecido na Câmara<br />

como deputado que nunca levou desaforo<br />

para casa.<br />

Sempre teve uma piada demolidora<br />

para lançar em seus adversários e aliados.<br />

Ninguém escapava da língua rota do<br />

deputado Geddel, um frasista de marca<br />

maior.<br />

Aliás, o folclore político anotava,<br />

numa recente legislatura, a coexistência de<br />

três extraordinários frasistas. Eram capazes<br />

de, com uma só frase, demarcar o dia<br />

parlamentar.<br />

Eram os deputados Delfim Netto,<br />

Paulo Delgado e ele próprio, Gedel Vieira<br />

Lima.<br />

O reino deles era o cafezinho da Câmara,<br />

onde desfechavam seus petardos e<br />

não precisavam fazer mais nada naquele<br />

dia. Suas frases já ecoavam minutos depois<br />

em toda a casa.<br />

Geddel na Secretaria de Governo de<br />

Temer, certamente está 100 % contido.<br />

Mas já largou uma ou outra frase corrosiva.<br />

É a tal fábula do escorpião atravessando<br />

um rio.<br />

“Serjão”, duro<br />

e arrogante,<br />

DEIXAVA A MÁSCARA CAIR QUANDO<br />

VIA UM MENINO PEDINDO ESMOLA<br />

O conselho de não dar esmolas a mendigos não faz<br />

a cabeça de um político, daquele tipo que adora dar demonstração<br />

de magnanimidade, se possível em público,<br />

para todos verem.<br />

Em Brasília, que atrai pedintes de todo o Brasil à<br />

cata de um favorzinho, um emprego, um lote de terras ou<br />

simplesmente um dinheirinho na mão, essa recomendação<br />

dos assistentes sociais é solenemente esquecida pelos<br />

políticos, que assim ficam bem com suas consciências.<br />

Estão - pensam - “distribuindo renda”...<br />

Um caso bem típico foi vivido pelo super-poderoso<br />

ministro das Comunicações do governo FHC, Sérgio<br />

Motta, um grandalhão com cara de mau, que era aparentemente<br />

insensível diante de qualquer tipo de demonstração<br />

de emoções.<br />

Longe disso. O “Serjão” tinha suas quedas de pieguismo.<br />

Brasília tem disso também.<br />

Um certo dia, chegava em seu carro oficial com placa de<br />

bronze com a faixa verde-amarela à entrada do Ministério,<br />

quando foi abordado por um mendigo, rogando um dinheirinho<br />

para matar a fome.<br />

O primeiro impulso do ministro foi apressar o passo<br />

e se dirigir ao elevador privativo, naquela cadência que<br />

identifica o homem de estado que tem encargos urgentes<br />

para resolver.<br />

Mas, estancou a marcha, voltou-se, dando uma nota<br />

de R$ 10,00 ao pobre homem.<br />

Exclamou ao assessor a seu lado:<br />

– “Dizem que não é para dar esmola, mas eu não aguento.<br />

Simplesmente eu não aguento! Dou e sempre darei!!<br />

E, dessa forma, continuou fazendo da entrada do<br />

Ministério uma praça de caridade.<br />

48 CARTA POLIS | JULHO 2016

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