BOLETIM

Entrevista
apostado em projetos que os beneficiem
diretamente, garantindo um ambiente
enriquecedor de aprendizagem
e um grande apoio às famílias.
BML -Quais os principais projetos
direcionados a esse apoio?
AIM -Criámos em 2014 o programa
‘Férias Para Todos’ no âmbito da
Componente de Apoio à Família do
1º Ciclo que, nos últimos dois anos,
contou com a participação de cerca
2700 alunos, garantindo-lhes, durante
as interrupções letivas da Páscoa e do
verão, um acompanhamento alargado,
com almoço e experiências de âmbito
cultural, desportivo, ambiental,
artístico e social. Melhorámos também
o sistema de controlo e pagamento
das refeições escolares dos Pré-Escolar
e 1º Ciclo, implementado um programa
que permite aos encarregados de
educação pagar as refeições dos seus
educandos por multibanco, internet,
pay-shop ou estações dos CTT, eliminando
a necessidade de se deslocarem
à escola ou à Câmara. Promovemos
a autoconfeção de refeições escolares
com uma cobertura de 100% do
território do Concelho, em detrimento
da contratação de empresas de catering,
o que se traduziu num enorme
aumento da qualidade dos almoços
nos estabelecimentos de ensino. Para
este sucesso, contribuíram significativamente
as direções dos agrupamentos
que fazem as compras, ementas e
gestão do pessoal de cozinha. Outra
medida a destacar é a oferta, desde o
ano letivo passado, dos manuais e cadernos
de atividades a todos os alunos
do 1º Ciclo que estudam no Concelho.
BML-Loulé foi aliás pioneiro na distribuição
gratuita dos manuais escolares
do 1º Ciclo. Qual o valor deste
investimento?
AIM -O investimento financeiro
ascendeu quase aos 200 mil euros.
No entanto, o alcance desta medida
vai muito para lá do valor gasto pois
trata-se de uma ação de coerência
para quem acredita que o ensino deve
ser gratuito e também se insere na
política de apoio às famílias. Os principais
beneficiários desta iniciativa são
sobretudo as famílias de classe média,
cujos rendimentos foram reduzidos
drasticamente nos últimos anos, mas
que ainda assim não são abrangidos
pela ação social escolar.
“Queremos que a nossa política
educativa seja única e coerente ”
BML -Os apoios na área da ação
social escolar aumentaram devido
aos problemas socioeconómicos ou
são menos os alunos atualmente com
escalão?
AIM -Os gastos com a ação social
escolar têm aumentado. Temos escolas
onde quase 70% dos alunos são
apoiados. A média do Concelho fica
ligeiramente abaixo dos 50%, o que
ainda assim é um valor elevado.
BML - O atual executivo reativou
também os projetos pedagógicos que
haviam desaparecido das preocupações
da Câmara Municipal…
AIM -Atualmente levamos às escolas
vários programas culturais, visando
estimular o gosto pela poesia, música
e teatro. Promovemos no Cine-Teatro
múltiplos espetáculos ao longo do
ano, especialmente vocacionados para
os estabelecimentos de ensino. Nestes
projetos, fazemos questão de abordar
o património local menos conhecido,
como a escrita do sudoeste ou sítios
arqueológicos. Queremos que a nossa
política educativa seja única e coerente,
pelo que não poderíamos deixar
de juntar à melhoria da qualidade das
refeições a educação para uma alimentação
saudável, como é exemplo
o projeto ‘5 ao Dia’ em parceria com
o Mercado Abastecedor da região de
Faro. E ressuscitámos os trabalhos de
manutenção e reparação dos estabelecimentos
escolares, com uma atividade
superior à dos dez anos anteriores.
E a substituição gradual de sistemas
de aquecimento de águas a gás ou
elétricos, por painéis solares e tecnologias
mais ecológicas, é também uma
prioridade.
BML -A criação do Programa de Apoio
Psicológico Escolar (PAPE) também
surge no âmbito do forte investimento
deste executivo na área da
Educação?
AIM -Sim, o PAPE é constituído por
cinco psicólogos que vieram reforçar a
equipa que já trabalhava nos diversos
agrupamentos de escolas e contribui
significativamente para a resolução
de problemas individuais dos alunos
e a superação de dificuldades de
aprendizagem. Mas não promovemos
apenas a educação das nossas escolas.
Queremos que Loulé seja uma
referência também na pedagogia,
pelo que organizamos o Encontro de
Partilha de Boas Práticas Educativas
e de Cidadania, numa parceria com
a DGESTE-DSRAL. Este encontro, que
se realiza ao longo de três dias, é a
maior mostra de projetos pedagógicos
desenvolvidos pelas escolas, que se
realiza a Sul do Tejo. No primeiro ano
trouxe a Loulé 4500 crianças, mais os
respectivos professores e funcionários,
sendo a montra de mais de 100 projetos
pedagógicos do Algarve, Alentejo
e até de uma escola de Timor. E há
que referir também a Cidade Educadora,
as parcerias com as associações
locais que levam projetos às escolas,
como as pinturas de mandalas na
EB1 das Hortas de Santo António, as
atividades apoiadas da A.P. Oralidade
ou da Prime Skills, da promoção
da mobilidade sustentável entre os
alunos do Concelho pela oferta de
bicicletas partilhadas às escolas, ou as
atividades do Museu e da Biblioteca, a
par do regresso do Carnaval Infantil…
Mas é difícil referir tudo, pois no que
à Educação diz respeito, as diferenças
entre este mandato e o anterior são
tantas e de tal monta que me fico
pelo desabafo bem-humorado de uma
das nossas colaboradoras: “Desde que
vocês inventaram a Divisão de Educação,
o meu trabalho triplicou!”
BML -Como já referiu, em matéria de
obras, um dos grandes projetos do
executivo é a requalificação da EB 2,3
D. Dinis, em Quarteira. Em que fase
está o projeto?
AIM -A Câmara Municipal cabimentou
verba no orçamento para a construção,
já se assinou protocolo com o
Boletim Municipal de Loulé 29