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IMPRESSÃO CADERNO CONCEITUAL

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Favela. Este é o termo tradicionalmente utilizado para caracterizar ocupações precárias e irregulares<br />

no território das cidades. Nestes locais, também conhecidos como “cidades informais”, não há controle sobre<br />

o parcelamento do solo ou alguma lógica pré-estabelecida em relação as construções. Casas e barracos<br />

são levantados pelos próprios moradores, sem planejamento prévio, nos chamados “assentamentos<br />

espontâneos, com pouca ou nenhuma infraestrutura e serviços” (PREFEITURA DE SÃO PAULO, A Cidade<br />

Informal do Século XXI).<br />

Inacabada e em constante transformação, a cidade informal é carente de urbanização mas rica em<br />

urbanidade – contém um senso de coletividade notável e intrínseco, onde as soluções para os problemas<br />

de infraestrutura e a melhoria da qualidade de vida são buscadas de forma coletiva. Esta forte identidade<br />

existente nas favelas reflete inúmeros significados sociais e culturais, bem como uma informalidade e<br />

dinamismo muito próprios e peculiares. “(...) quando da urbanização, o importante a se preservar não<br />

deveria ser apenas a sua arquitetura, os barracos, nem seu urbanismo, as vielas, mas o próprio movimento<br />

das favelas, através de seus atores, os próprios favelados. Ou seja, o que deveria se pretender preservar é<br />

a participação ativa do habitante/cidadão na construção de seu próprio espaço/cidade, como ocorre em<br />

diferentes níveis nos espaços-movimento” (JACQUES, Estética da Ginga, pg. 150).<br />

Em pesquisa recente do Instituto Data Favela¹, que analisou o perfil dos moradores de 63 favelas<br />

brasileiras, revelou-se que dois terços dos moradores destas ocupações não desejam sair da comunidade<br />

e, apesar de 30% já terem sofrido alguma forma de preconceito, 94% se consideram felizes, apenas um<br />

ponto percentual a menos do que a média nacional. A partir daí, entende-se que os projetos e intervenões<br />

em favelas devem “além de univeralizar o acesso à infraestrutura, aos serviços básicos, à eliminação de<br />

situações de risco, deve explorar a criação de identidades, de modo a fortalecer a noção de pertencimento<br />

da comunidade.“ (retirado do livro O Urbanismo nas Preexistências Territoriais e o Compartilhamento de<br />

Ideias, SEHAB e ETH Zurich, Prefeitura de São Paulo, pg. 26).<br />

¹ Pesquisa Data Favela realizada em 63 favelas durante os meses de Julho a Setembro de 2013. Data Favela é o primeiro Instituto<br />

de pesquisa focado na realidade das favelas brasileiras que estuda o comportamento e o consumo dos moradores destas<br />

comunidades identificando oportunidades de negócios para empresas que desejam desenvolver suas atividades nestas áreas.<br />

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